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AGOSTO 2003 ANO XVIII Nº 580 seg 18 ter 19 qua 20 qui 21 sex 22 sáb 23 dom 24 sintufrj.org.br sintufrj@sintufrj.org.

br

Assembléia Geral
Dia 19 de agosto, terça-feira, às 10h, no Quinhentão (CCS)
PAUTA:
Informes do CNG Fasubra
Avaliação e deliberação da greve
Foto: Agência Brasil

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Nova marcha a Brasília
nesta terça-feira
Intensificação da luta ...e caiu a
pela implantação do PCU
Câmara vota em 2º turno
Speranza
Página 7
a reforma da Previdência
Páginas 3, 4 e 5

AÇÃO. Aloísio nomeou


a professora Sueli

CEG aprova novo


calendário
Página 6

Veja a relação dos


deputados que votaram
com o governo
Página 8

Debatedores no CFCH
dizem que reforma
ameaça Estado brasileiro
Página 5

I Encontro de Jornalistas
da UFRJ
Página 2

Carta aberta ao reitor


É inaceitável que se mantenha fechada a emergência do HU. Página 2
Doispontos

CARTA ABERTA AO REITOR ELEITO DA UFRJ CFCH


Ao Reitor Aloísio Teixeira:

Na manhã da última terça-feira, 12 de agosto, a funcionária aposentada da UFRJ Celina


promove cultura
Silva Lima Santos foi atropelada no Campus do Fundão, aproximadamente a cem metros Foto: Niko Júnior

do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Dona Celina não pôde ser atendida no
Hospital Universitário por que o HU está com sua emergência fechada. Traduzindo: ela só
poderia ser socorrida ali se tivesse prontuário, fosse paciente do HU. A orientação a quem
solicitou socorro foi procurar outro hospital.
A servidora, de 78 anos, foi levada com traumatismo craniano para o Hospital Souza
Aguiar: não resistiu aos ferimentos e faleceu na tarde do mesmo dia.
Não podemos afirmar que o atendimento da servidora pelo Hospital Universitário
alteraria o desfecho do caso. Mas manter fechada a emergência de um hospital do porte
do HU, na região metropolitana do Rio de Janeiro, extrapola todos os limites da sensatez.
É um caso de irresponsabilidade criminosa e de falta de respeito com a vida só possível
numa administração insensível e nefasta que conduz hoje o hospital.
É importante recordar, Sr. Reitor, que na época do fechamento da emergência por
decisão da direção do HU, a medida foi denunciada pela comunidade universitária, e
ABERTURA. Coral do Colégio de Aplicação
criticada com veemência por vários setores da opinião pública. Mas, com apoio do reitor-
interventor, a violência foi mantida.
Sr. Reitor: esta situação insustentável não pode continuar. A semana de integração sentação da Orquestra Mirim
Temos clareza de que, hoje, reabrir a emergência do HU não é uma questão simples, dos cursos do Centro de Fi- de Flauta do Centro de Estu-
pois, apesar do compromisso e competência dos profissionais que lá trabalham, o des- losofia e Ciências Humanas dos e Ações Solidárias da
monte deste setor é estrutural. Sua reimplantação, porém, se faz urgente para que o reitor (CFCH) movimentou a Praia Maré, sob a regência de Ro-
eleito da maior universidade federal do país responda com veemência a esta insensatez, Vermelha. O evento foi aber- berto França, abriu os traba-
sob pena de a imagem de responsabilidade social da UFRJ ficar comprometida. to com a apresentação do lhos. No início da noite a pro-
Coral Infantil do Colégio de gramação foi fechada com a
Aplicação da UFRJ, sob a re- mesa-redonda “Conjuntura
gência de Aline Sena. Foram Brasileira e Universidade” e
Aposentada morre atropelada três dias (12, 13 e 14) de de- participação de Carlos Nel-
bates, apresentações cultu- son Coutinho (ESS/UFRJ),
A funcionária aposentada Celina Silva Lima Santos, 78 rais e exposições voltados Laura Tavares (EEAN/UFRJ)
anos, morreu na manhã da última sexta-feira atropelada nas para professores, alunos e téc- e Luiz Antônio Cunha (CFCH/
proximidades do Hospital Universitário. Celina – uma com- nicos-administrativos. UFRJ). O último dia foi re-
panheira atuante com assídua freqüência nos movimentos A primeira mesa-redon- cheado de debates, tendo
da categoria e do pessoal da terceira idade – havia deixado a da, “Desafios da Modernida- como temas universidade e
sede do Sindicato, poucos minutos antes de ser colhida por de para a Universidade”, teve desigualdades sociais, e glo-
um veículo. Ela ainda chegou a ser atendida no hospital a participação dos reitores balização. A semana de inte-
Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos. Dona Celina Aloísio Teixeira (UFRJ) e Nil- gração, organizada pela de-
trabalhou na biblioteca do Museu Nacional durante muitos céa Freire (UERJ). O primeiro cania do CFCH e pelas coor-
anos como encadernadora. Seu desaparecimento chocou pa- dia foi encerrado com a apre- denações de integração aca-
rentes e amigos. sentação de produção teatral dêmica de Graduação, Pós-
da Escola de Comunicação Graduação e de extensão, foi
Falecimento nos jardins do campus. No se- finalizada com exposição fo-
Registramos o falecimento da aposentada Geisa Martins da Rocha na terça-feira, dia 12, de gundo dia do evento, a apre- tográfica sobre a UFRJ.
ataque cardíaco. O sepultamento foi no cemitério São João Batista, às 15h, no dia 13. A missa
de sétimo dia será às 18h30 nesta segunda-feira na Igreja de Santa Cruz de Copacabana – Rua
I Encontro de Profissionais
2 – JORNAL DO SINTUFRJ – No 580 - 18 a 24 de agosto de 2003

Siqueira Campos, 173, 3º andar.


de Comunicação da UFRJ
A Assessoria de Comuni- editoriais, gerentes de marke-
GREVE NA PRAIA VERMELHA cação da UFRJ realiza o I En- ting, radialistas, relações pú-
O Comando Local de Greve informa que toda quarta-feira haverá reunião na Escola contro de Profissionais de blicas, fotógrafos e progra-
de Serviço Social, às 11h, para tratar das demandas da greve na Praia Vermelha. Comunicação da UFRJ, nos madores visuais). A proposta
Compareça! dias 20 e 21 de agosto, no Fo- é abrir espaço para contribui-
rum de Ciência e Cultura. ções com o objetivo de se tra-
Este encontro destina-se a çar uma política de comuni-
REUNIÃO NA SR-4 todos os profissionais de co- cação da UFRJ, de maneira a
A reunião convocada para esta terça-feira pela SR-4 com os chefes de pessoal das municação que atuam na integrar estes profissionais.
unidades tem caráter de rotina, segundo informou o superintendente Roberto Gam- UFRJ (assessores de impren- A abertura, às 9h30, conta-
bine. Não tem nenhuma relação com a greve na UFRJ. sa, jornalistas, produtores rá com a presença do reitor.

JORNAL DO SINDICATO Coordenação de Comunicação Sindical: Simone Silva, Vera Lúcia Vieira Barradas e Antonio Gutemberg Alves do Traco / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem:
DOS TRABALHADORES Ana de Angelis, Lili Amaral e Regina Rocha. Estagiário: João Paulo Malerba / Projeto Gráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação: Caio Souto e Luís Fernando
EM EDUCAÇÃO DA UFRJ Couto / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Niko/ Revisão: Roberto Azul / Tiragem: 11 mil exemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade
Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJ do Conselho Editorial: Simone Silva, Antonio Gutemberg Alves do Traco, Agnaldo Fernandes, Ana Maria Ribeiro, Neuza Luzia e Vera Barradas / Correspondência:
Cx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CGC:42126300/0001-61 aos cuidados da Coordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels: 2560-8615/2590-7209 ramais 214 e 215.
MOVIMENTO

MOBILIZAÇÃO: Servidores realizam nova marcha e Fasubra vai intensificar luta pela implantação do PCU

Vamos aumentar a pressão


Assembléia dos funcio- reafirmou a necessidade de Outra decisão foi a de manu- Nesta terça-feira tam- feira em um ônibus. O obje-
nários da UFRJ realizada na fortalecer as atividades do tenção da greve como pres- bém acontece nova marcha tivo é reforçar a pressão jun-
quinta-feira, dia 14, decidiu movimento contra a reforma são para a implantação do a Brasília, desta vez convo- to aos parlamentares na Câ-
pela continuidade da greve e da Previdência do governo. Plano de Cargo Único (PCU), cada pela CUT e pela Con- mara, que realiza nesta quin-
caso a paralisação unificada federação Nacional Traba- ta-feira, dia 21, o segundo
Foto: Agência Brasil

dos servidores chegue ao fim. lhadores em Educação turno da votação da reforma


MARCHA FEZ HISTÓRIA. A próxima assembléia foi (CNTE). Entidades de todo da Previdência. Em seguida,
Na luta contra o projeto de marcada para as 10h desta o país vão enviar caravanas. o projeto vai para votação
reforma previdenciária do terça-feira, no Quinhentão: Os trabalhadores da UFRJ no Senado, também em duas
governo, trabalhadores do dia 19. embarcam nesta segunda- rodadas.
setor público ocuparam
Brasília no dia 6

PCU: intensificar a luta


Na semana passada houve novo encontro entre representantes do governo e dirigen-
tes da Fasubra, acompanhado por dois parlamentares do PT (Walter Pinheiro e Henrique
Fontana), para discutir a implantação do Plano de Cargo Único. Como se sabe, o governo
assumiu publicamente o compromisso de implantá-lo até o fim deste ano.
O PCU é reivindicação histórica da categoria, e fez parte do acordo da greve de 2001.
Uma comissão interministerial discutiu durante mais de um mês os vários aspectos para a
implantação do plano, esgotando em detalhes todas as implicações administrativas, jurí-
dicas e financeiras do Plano de Cargo Único. Mas as negociações começaram a emperrar, e
o movimento deu um prazo até quarta, dia 13, para novo pronunciamento do governo.
Na reunião da semana passada, o representante da Casa Civil, Luis Alberto, apresentou
restrições legais e orçamentárias e sua discordância em relação à nossa concepção de
carreira. Um posicionamento inaceitável uma vez que os pontos argumentados pelo repre-
sentante do governo já tinham sido discutidos na comissão interministerial
Respostas concretas
A representação da Fasubra foi enfática em afirmar que os prazos da categoria estão
praticamente esgotados e que os servidores querem respostas concretas em relação ao
assunto. Para ser viabilizado, o projeto do PCU tem que ser transformado em projeto de lei e
encaminhado ao Congresso. Os dirigentes da Federação destacaram como fundamental o
cumrpimento do acordo de greve de 2001 e lembraram da emenda ao Orçamento de 2003 de
mais de R$ 700 milhões – a Fasubra quer saber o que foi feito com o dinheiro. No plano
político, a meta é intensificar a mobilização tendo como eixo a luta pelo PCU. A idéia,
inclusive, é articular uma espécie de “bancada do PCU” com deputados aliados no Congres-
so Nacional.
3 – JORNAL DO SINTUFRJ – No 580 - 18 a 24 de agosto de 2003

Professores acabam greve


Em uma votação aper- IFCS e Matemática) que tra- mente a da Previdência. Fi-
tada, os professores da balhou contra a greve nos bas- cou claro para mim que
UFRJ decidiram encerrar a tidores concentrou suas bate- existem aqueles que acei-
greve contra a reforma da rias na primeira semana após tam de fato esta reforma e
Previdência. A deliberação a votação do primeiro turno aqueles que não aceitam.
foi tomada em assembléia na Câmara dos Deputados. A disse Cleusa Santos, presi-
geral dia 11 de agosto, no aprovação dos itens que os dente da Adufrj.
auditório do Centro de servidores lutam contra aca- Na sexta-feira, nova as-
Tecnologia, com cerca de bou arrefecendo o ânimo de sembléia discutiu outras
170 presentes. O resultado muita gente, o que ajudou o formas de participação na
da votação - 78 a favor, 75 grupo. Este grupo já havia lan- mobilização contra a refor-
contra e 3 abstenções - re- çado um manifesto contra a ma. Já foi decidido fortale-
flete a divisão do movi- greve pela da Internet. cer a caravana do dia 19 que
mento na UFRJ. O movi- “Essa assembléia mos- irá a Brasília, participar do
mento em nível nacional trou que há de fato concep- ato dos intelectuais e pres-
continua. ções distintas sobre a refor- sionar os parlamentares do
O mesmo grupo (ECO, ma do Estado, particular- Estado.
MOVIMENTO

PROTESTO: Servidores cobram de deputados votos a favor do projeto de reforma da Previdência

Ato no Centro
O
Foto: Niko Júnior
s servidores públicos terro simbólico “definitivo”
federais realizaram na dos parlamentares foi adia-
sexta-feira, 15, um ato do. Ficou decidido que só
de protesto contra os depu- acontecerá após a última vo-
tados federais, da bancada do tação da PEC 40, no Senado
Rio, que votaram a favor do Federal. A expectativa é de
projeto de reforma da Previ- que os parlamentares de es-
dência do governo. A mani- querda revejam sua posição,
festação foi organizada pelo quando o projeto for à vota-
Fórum Fluminense em Defe- ção em segundo turno no
sa da Previdência Pública, plenário da Câmara, o que vai
atendendo à orientação do acontecer nesta quinta-feira,
Comando Nacional de Gre- dia 21. Os trabalhadores pú-
ve. O local escolhido foi o Bu- blicos também já estão aten-
raco do Lume, no Centro da tos aos movimentos dos se-
Cidade, um espaço público nadores, e dependendo de
habitualmente utilizado pe- seu voto, serão enterrados
los políticos do PT para de- juntos com os deputados que
núncias e prestação de con- mantiverem seu voto a favor
tas de seus mandatos. Chico da reforma do governo.
Alencar, que quase todas as
semanas faz comício no lo- Justificativa DEBATE. Chico Alencar (no centro da foto, de camisa escura) explicou o seu voto
cal, foi o único que atendeu à O deputado Chico Alen-
convocatória dos trabalhado- car falou no ato por cerca de são tranqüila, serena e muito nuncio.” Mas Chico reconhe- punham o cenário da mani-
res e esteve presente no ato 30 minutos. Entre vaias e pensada. Não quero sair do ceu que os sindicatos e a so- festação, desrespeitando, as-
justificando seu voto. Ele se muitas cobranças, tentou ex- partido”, afirmou o parla- ciedade merecem respeito e, sim, a manifestação dos servi-
absteve de votar no texto- plicar aos servidores as ra- mentar, justificando sua op- portanto, explicações, e con- dores, tumultuou a atividade.
base da PEC 40, mas votou a zões que o levaram a se abs- ção de voto no plenário da siderou como “erro político O tumulto só terminou com a
favor do destaque que esta- ter em vez de votar contra a Câmara. Segundo ainda o gravíssimo do governo” a re- intervenção ponderada de
belece a taxação dos aposen- PEC 40 e, depois, mudar a po- deputado, “o momento é de forma da Previdência coloca- Wladimir Palmeira. Chico foi
tados. sição votando favorável no disputa dentro do PT, e votar da no Congresso Nacional. embora com Temer e seus as-
Desta vez uma versão da destaque da taxação dos ina- abstenção é o mesmo que Mas afirmou que continua sessores, para surpresa dos
marcha fúnebre substituiu as tivos. votar nulo e guardar espaço apostando no governo Lula. manifestantes. “Como histo-
adaptações de antigas músi- Chico Alencar lembrou para essa disputa”. Lembran- riador, Chico deve saber que a
cas carnavalescas na crítica aos servidores que 30 parla- do sua atuação no Parlamen- Confusão História não absolve aqueles
ao governo. Os servidores le- mentares do PT manifesta- to até agora, acrescentou; “O A confusão, que teve como que justificam seus atos nas
varam para a praça três cai- ram visão crítica ao projeto que interessa é um mandato protagonista o ex-deputado determinações de ordens su-
xões e pirulitos com os retra- de reforma previdenciária do exercido com dignidade. E o federal do PT Milton Temer, periores”, disse a presidente
tos dos deputados que vota- governo, mas apenas oito se dia que eu tiver que exercer que chegou chutando os bo- da Aduff, Marina Barbosa, du-
ram a favor da PEC 40. O en- abstiveram. “Foi uma deci- mandato fora da rua eu re- necos e os caixões que com- rante sua intervenção.
4 – JORNAL DO SINTUFRJ – No 580 - 18 a 24 de agosto de 2003

PREVIDÊNCIA

Falsa paridade
O professor da UFRJ José Mi- dores quando eles se aposentarem. função”. Na opinião do professor, isto Ricardo Berzoini, e pelo presidente do
guel Saldanha, especialista em Previ- Mas ao se fazer a comparação com a significa que uma nova gratificação PT, José Genoino, após a apresenta-
dência Social e que integra o GT de regra em vigor da paridade (CF, art. pode ser criada só para os ativos, e ção do parecer do relator, confirmam
Seguridade das entidades da UFRJ, 40, § 8º), fica evidente a omissão da que carreiras novas – como o projeto que o governo pretende, de fato, trans-
acusa o texto do projeto de reforma referência aos “benefícios e vanta- de Cargo Único da Fasubra ou do formar este dispositivo numa “pari-
da Previdência de criar uma espécie gens posteriormente concedidos aos Andes-SN – não alcançarão os apo- dade simbólica”. Além disso, não está
da “paridade simbólica”. De acordo servidores em atividade, inclusive sentados e pensionistas. prevista a paridade para as pensões,
com Miguel, à primeira vista foi man- quando decorrentes da transforma- Segundo José Miguel, comentários nem mesmo no caso das rubricas re-
tida a paridade para os atuais servi- ção ou reclassificação do cargo ou feitos pelo ministro da Previdência, muneratórias já existentes.
PREVIDÊNCIA

POLÊMICA: Debatedores afirmam no CFCH que reforma do governo compromete o Estado

Que Estado é este?


Para o reitor da UFRJ, to contido na Constituição de de direito adquirido e críti- so Nacional vai enfraquecer teio da atividade pública, má-
Aloísio Teixeira, aceitar nego- 1988 mudou, dando lugar ao cas à reforma com base em ainda mais o Estado, já tão quina emperrada e corrup-
ciação do Congresso Nacio- Estado neoliberal mínimo. esvaziamento da Universida- esvaziado, segundo Aloísio. ção. “Há quem acredite no
nal sobre a PEC 40 é admitir o “Eu não sei qual a concepção de vira privilégios. E tudo o Ele também prevê o aprofun- valor dos servidores e na re-
conceito de privilégio disse- de Estado que está presente mais que era decorrente de damento da degradação do constituição do Estado. Mas
minado na sociedade em re- no governo brasileiro, hoje, conceito de Estado”, acen- servidor público que, na sua como é possível pensar na re-
lação aos servidores públicos. porque esse debate está ocul- tuou. avaliação, já é tão mal visto tomada do investimento sem
“Eu me sinto envergonhado to. Mas se é o mesmo, qual- A reforma da Previdência pela sociedade. As causas dis- aplicação em políticas públi-
com isso”, frisou, acrescentan- quer negociação em defesa Social em curso no Congres- so tudo têm a ver com o cus- cas”, indaga.
do: “Eu quero que isto seja

Fotos: Agência Brasil


visto como um processo da
sociedade brasileira e não
para quem é servidor.” Aloí-
A sociedade
sio fez esta declaração duran-
te sua participação no debate
esperava outra coisa
“Para entender a Previdên-
cia”, no Centro de Filosofia e Não há dúvidas: o projeto do governo nada
Ciências Humanas (CFCH), tem a ver com as mudanças que a sociedade es-
na terça-feira, 12, um evento perava que fossem realizadas na Seguridade So-
organizado pelo Núcleo de cial, que hoje exclui 55% da mão-de-obra brasi-
Imprensa da Escola de Comu- leira. O que está sendo feito é um ajuste de caixa
nicação (ECO), na Praia Ver- que sequer irá reparar as mazelas financeiras do
melha. país e muito menos se transformará em investi-
Já a auditora fiscal da Pre- mento para a retomada do crescimento. Esta re-
vidência, Clemilce Sanfim, no CRÍTICA: Aloísio Teixeira, Clemilce
forma não prevê a cobrança dos milhões de reais
Sanfim e Luiz Viegas no debate do
mesmo debate, mostrou nú- que são devidos pelos empresários nem cria sis-
CFCH. Abaixo, um registro da marcha
meros oficiais que compro- tema de controle para evitar as fraudes. Essa opi-
do 6 e o presidente da Câmara, João
vam a inexistência de déficit nião foi compartilhada pelos debatedores do
Paulo Cunha e o ministro Antônio
na Previdência Social. “O go- Palocci, que se empenham para CFCH. O reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, que por
verno não capitaliza nossos aprovação da PEC 40 dois anos, 1977 e 1978, ocupou o cargo de secre-
descontos e não coloca a par- tário-geral do Ministério da Previdência, afirma
te dele como empregador. E, que a PEC 40 consolida a ameaça que começou
ainda, não usa para os cálcu- com o governo Sarney - que é englobar mesmo
los todas as receitas da Segu- conceito e mesma conta, ou seja: Seguridade So-
ridade Social (inúmeros im-
cial e regime próprio dos servidores públicos. “A
postos criados para gerar
Constituição de 1988 não os colocava juntos”,
renda ao sistema); o governo
garantiu. Mas, segundo Aloísio, a esta confusão
só contabiliza a folha de con-
soma-se o desvio sistemático de recursos.
tribuição de empregados em
empresas”, disse. Os avanços de 1988
A atenta platéia formada Para o contexto social da época, a Constitui-
5 – JORNAL DO SINTUFRJ – No 580 - 18 a 24 de agosto de 2003

por funcionários, estudantes ção de 1988 foi inovadora, disse Aloísio, por-
de Comunicação e professo- que permitiu avanços no campo do capital e do
res conheceu ainda um pou- trabalho. “Estabeleceu direitos concretos, como
co da história da formação o seguro-desemprego. A Seguridade Social e a
dos institutos que, em 1966, Educação foram concebidas como instrumen-
deram origem ao INSS. “A tos necessários à reprodução da força de traba-
Previdência Social não foi in- lho e porta de entrada da cidadania. O seu cará-
ventada agora e nunca dei- ter foi abrangente, unindo assistência, saúde e
xou de pagar ou atrasou um previdência social e o compromisso mínimo de
benefício. Esta é obra que combate à pobreza”.
querem liquidar para dar lu- “Estávamos saindo da ditadura militar e a re-
gar aos fundos de pensão, constituição do Estado democrático tem como
que tiram dinheiro do traba- instrumento indispensável o seu corpo de servi-
lhador”, afirmou Luiz Viégas, dores. Um corpo específico para atender à buro-
assessor da Confederação cracia, qualificado, a serviço da Nação. Única ca-
Brasileira de Aposentados e tegoria que só trabalha por concurso público. Daí
Pensionistas. a progressão por mérito, a aposentadoria inte-
Debate oculto gral. Um investimento do Estado para que a so-
Segundo Aloísio Teixeira, ciedade possa dispor desse atendimento”, afir-
depois de 1989 o conceito de
mou Aloísio.
Estado democrático de direi-
UNIVERSIDADE

VOLTA ÀS AULAS: Representante dos técnicos-administrativos no Conselho questiona decisão

CEG define calendário


O
encerramento da greve do primeiro período foi pror- O Conselho Universitário, em reconhecimento formal do belecer um calendário ainda
dos professores provo- rogado até 30 de agosto. O sessão dia 14, manteve a de- conselho diante da realidade com os funcionários em gre-
cou a revisão do calen- início do segundo período cisão do CEG sobre a prorro- estrutural da UFRJ em que vá- ve significa que o restabele-
dário escolar pelo Conselho para a maioria das unidades gação e determinou o início rias unidades conseguiram cimento das atividades não
de Ensino de Graduação foi definido para 8 de setem- do segundo período para até cumprir seus prazos, mais será total. Ana Maria decla-
(CEG). O calendário escolar bro. 8 de setembro e seu encerra- com a preocupação de se rou o voto defendendo o res-
Fotos: Niko Júnior mento para até 16 de janeiro manter a unidade institucio- peito à greve dos funcionári-
de 2004. nal da universidade. Três os: “Nossa abstenção nesta
O Colégio de Aplicação e a propostas foram à votação e votação se deve ao fato de
Faculdade de Medicina que a vencedora foi a dos profes- que entendemos que as ati-
têm o calendário distinto ini- sores Ana Canen (CFCH), e vidades acadêmicas não es-
ciarão o segundo período Antonio Cláudio (CT). A ban- tarão sendo completamente
respectivamente nos dias 18 cada dos técnico-administra- regularizadas, em função da
e 25 de agosto. E o fim do tivos, representada por Ana continuidade da greve dos
segundo período ficou para Maria Ribeiro, se absteve em funcionários técnico-admi-
16 de janeiro de 2004, com as virtude de o movimento ain- nistrativos, sem indicativo de
datas de 12 de janeiro para o da continuar em greve. retorno. E que os prazos e
CAP e 30 de janeiro para a datas do calendário acadêmi-
Medicina. Declaração de voto co-administrativo deverá res-
Conforme a última reso- O questionamento da re- peitar o nosso movimento
lução do CEG, a reavaliação presentante dos técnico-ad- grevista, não aceitando atitu-
foi feita logo após o fim da ministrativos, Ana Maria Ri- des de docentes substituin-
greve. A discussão na sessão beiro, já havia sido motivo do as funções dos funcioná-
CONSUNI. Conselho Universitário aprovou decisão do CEG do dia 13 girou em torno do de debate no CEG. Pois esta- rios”.

REUNIÃO

Debate: saúde do trabalhador


As discussões sobre uma com por toda a comunidade
inovadora política de saúde acadêmica num seminário
do trabalhador prosseguem a previsto para os dias 17 e 18
todo vapor. O Grupo de Tra- de setembro.
balho em Saúde do Trabalha- O objetivo do seminário é
dor, composto por represen- legitimar a proposta através
6 – JORNAL DO SINTUFRJ – No 580 - 18 a 24 de agosto de 2003

tantes de diversas unidades, de ponderações da comuni-


decanias, sub-reitorias, SIN- dade universitária para que
TUFRJ e Adufrj, discute uma seja implantada ainda em
proposta conjunta de política 2004. Vânia Glória, diretora da
institucional de saúde que Divisão de Assistência à Saú-
atue de forma global. O Mi- de do Trabalhador (DVST) afir-
nistério do Planejamento já ma que o trabalho tem sido
mostrou interesse na iniciati- produtivo: “A diversidade do
va da UFRJ e pode utilizá-la grupo enriquece a proposta
na elaboração de uma Políti- e dinamiza o trabalho. A de-
ca Nacional de Saúde do Tra- mocracia é uma característi-
balhador. O grupo iniciou ca marcante do grupo; esta-
seus trabalhos após o semi- mos abertos a novos partici-
nário do dia 2 de julho, e des- pantes e propostas.” A pro-
de então se reúne duas vezes posta pretende abarcar diver-
por semana preparando uma sas iniciativas isoladas numa
proposta que será lançada política que atinja toda a Uni-
para apreciação e discussão versidade. SAÚDE DO TRABALHADOR. Grupo avança nas discussões para uma política integrada
UNIVERSIDADE

Intervenção: Reitor destitui diretora da Faculdade de Educação e nomeia decana como interventora

A queda de Speranza
O
s tempos são outros sor da Faculdade de Educa- Educação volte a ter o lu-
na UFRJ: a diretora da ção e representante do Cen- gar que merece no cená-
Faculdade de Educa- tro de Filosofia e Ciências rio acadêmico”, acusava
ção, Speranza França da Ma- Humanas (CFCH) no Conse- Correa e Castro em re-
ta, foi destituída pelo reitor lho de Ensino de Gradua- cente entrevista.
Aloísio Teixeira. Speranza ig- ção (CEG).
norou decisão do Conselho Procurado pela re-
de Ensino para Pós-Gradua- portagem para expli-
dos que havia anulado o edi- car a situação da Fa-
tal do Curso de Pós-Gradua- culdade de Educa-
ção da Faculdade – medida ção, logo depois da
avalizada pelo Conselho Uni- anulação do edital
versitário. Ela entrou na Jus- de seleção para o
tiça para tentar reverter a de- Curso de Pós-
cisão e perdeu. Diante desta Graduação
última ação de Speranza, o em Educa-
reitor decidiu afastar a dire-
tora e nomear a decana do
CFCH Sueli de Almeida como
interventora.
Segundo Sueli de Almei-
da, o objetivo é resolver to-
dos os problemas existentes
com os professores e técni-
cos-administrativos – causa- ção
dos por Speranza – e evitar delibera-
que o Ministério da Educa- do pelo Conse-
ção descredencie o curso de lho de Ensino para
pós-graduação, cuja avalia- Graduados (CEPG), o pro-
ção vem baixando de forma fessor disse que a decisão
acentuada. “Vamos recuperar foi tomada diante da ação
a faculdade”, disse Sueli, que unilateral de Speranza, que
no curso desta semana vai publicou o edital à revelia
definir sua linha de trabalho. da própria Sub-Reitoria de
Ensino para Graduados e
Abuso de autoridade Pesquisa (SR-2).
A atuação da professora A atitude de Speranza cria-
Speranza França da Mata à va vários problemas para a
frente da Faculdade de Edu- SR-2, empenhada a todo cus-
cação é uma crônica de arbí- to para salvar o Curso de Pós-
7 – JORNAL DO SINTUFRJ – No 580 - 18 a 24 de agosto de 2003

trio e abuso de autoridade, Graduação da unidade, que


como o Jornal do SINTUFRJ corre o risco de ser descre- Interdição
denunciou em várias repor- denciado pela Capes. A Faculdade de Educação salas de coor-
tagens. Ela criou dificuldades “O clima na faculdade é amanheceu na sexta-feira, 15, denações da Faculdade de
e perseguiu funcionários e de desesperança. Apesar de parcialmente interditada e Educação, na quinta-feira. A
professores. Um dos seus al- todos os nossos esforços para com dois seguranças da UFRJ medida, segundo Aloísio, foi
vos foi o ex-presidente do defender a faculdade e os à porta. A medida foi adotada para evitar que documentos
Andes, professor Roberto nossos direitos, Speranza foi depois que a ex-diretora Spe- pudessem ser retirados pela
Leher, que foi afastado pela vitoriosa. Ela continua a des- ranza da Matta, ignorando a ex-diretora.
diretora. Há um mês o pro- respeitar os colegiados e a sua destituição do cargo pelo Na sexta-feira pela manhã, de advogado e disse que irá
fessor Marcelo Correa e Cas- perseguir funcionários. Não reitor, no dia anterior ocupou Aloísio, acompanhado do recorrer da decisão. “Vamos
tro, numa entrevista, foi in- construiu nada ao longo de com assessores o seu antigo Procurador Geral da UFRJ, adotar medidas cabíveis que
cisivo.“Estamos ainda en- sua gestão. Só destruiu. O cor- gabinete e despachou como Ronaldo Albuquerque, foi sustentarão a rigorosa legali-
frentando (na Faculdade de po de funcionários foi redu- se nada tivesse acontecido. pessoalmente entregar a Spe- dade do ato”, adiantou o Pro-
Educação) o que a UFRJ vi- zido à metade e o programa Mas, o desvario de Speranza ranza o boletim que oficiali- curador da UFRJ.
veu na gestão Vilhena: uma de pós perdeu os melhores durou pouco. za o ato de destituição do car- Seguranças da Universida-
anormalidade total”, disse, ao professores. Estamos engo- Foi o próprio reitor quem go de diretora. Segundo Al- de permaneceram no fim de
definir a atuação de Speran- lindo sapos para salvar o cur- determinou a colocação de buquerque, ela compareceu semana vigiando as entradas
za. Correa e Castro é profes- so e para que a Faculdade de cadeados no gabinete e nas a Faculdade acompanhada da faculdade de Educação.
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Olho neles
E L E S VOTA R A M C O N T R A O S S E RV I D O R E S
Veja os deputados federais da bancada do Rio de Janeiro que votaram ou se abstiveram no projeto de reforma do Governo na Câmara

Alexandre Cardoso Antônio Carlos Edson Ezequiel João Mendes Luiz Sérgio Roberto Jefferson
PSB Biscaia PT PSB PSL PT PTB

Alexandre Santos Bispo Rodrigues Elaine Costa Jorge Bittar Paulo Baltazar Sandro Matos
PP PL/PSL PTB PT PSB PSB

Almerinda de Carlos Santana Fernando Gabeira José Divino Paulo Feijó Simão Sessim
Carvalho PSB PT PT PMDB PSDB PP

Almir Moura Chico Alencar Fernando Leonardo Picciane Renato Cozzolino Vieira Reis
PL/PSL PT Gonçalves PTB PMDB PSC PMDB

André Luiz Dr. Heleno Francisco Donelles Lindberg Farias Reinaldo Betão
PMDB PSDB PP PT PL/PSL

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