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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Discente: Juliana Santos Sena


Disciplina: Estudos em saúde coletiva

SUS: O que tínhamos e o que temos

O Sistema Único e público de saúde brasileira é considerado um conjunto de ações


e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder
Público, tem como objetivo: a) a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde; b) a formulação de políticas de saúde destinadas a promover, nos
campos econômico e social, a redução de riscos de doenças e outros agravos; e c)
execução de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, integrando as ações
assistenciais com as preventivas, de modo a garantir às pessoas a assistência integral à
sua saúde. Um sistema de saúde titulado com tantos objetivos que na teoria deveriam
abranger toda a população, é realmente executado?

Primeiramente, é preciso ser elencado fatos e situações que levaram a criação do


SUS, desde o Brasil Colônia a comunidade sofria pelos poucos conhecimentos sobre as
doenças e epidemias que estavam circulando no Brasil, era um cenário assustador as
comunidades pobres passaram a depender de atendimento de caridade, oferecido pelos
cristãos, a maioria sem deter de conhecimentos médicos. As pessoas vivam uma realidade
de implorar por serviços de saúde por meio de cartas ao rei, a qual não eram reconhecidas.
Já os nobres e as tropas militares eram beneficiadas pelo tratamento médico de Portugal,
é visto então que desde as raízes da sociedade foi marcada por uma grande segregação
populacional, que ainda é visto atualmente com o sistema público e privado de saúde.

O atual cenário brasileiro é marcado por segundo o IBGE 190 milhões de pessoas
que dependem do SUS, entretanto é notório uma realidade em que nem todos os serviços
são contemplados por toda a sociedade, são poucos os recursos investidos, qualidade de
oferta e principalmente o difícil acesso, pessoas enfrentam filas enormes para marcar um
exame ou esperam por meses por uma cirurgia de emergência, dados mais recentes da
ações acumuladas.
Diante dessa realidade podemos fazer analogia, com o período da saúde pública
durante a ditadura militar, em que a saúde era o principal ponto para o corte de verbas e
a área mais afetada por inúmeras pessoas doentes e precisando de assistência médica,
sendo ela restrita a quem contribuía com a previdência social, os outros cidadãos eram
considerados indigentes e atendidos por atendimento filantrópico.

Não muito diferente da realidade atual na pouca abrangência de atendimento,


pessoas são afetadas pela falta de acesso a hospitais e UBS, superlotação nas emergências,
escassez de recursos nas unidades de saúde, falta de leito hospitalares e demora para a
marcação de exames, de maneira semelhante, o acesso aos planos de saúde é restrito a
população que contribuiu com a previdência social, trabalhadores formais e pessoas com
condições de manter esses planos de assistência medica que lhe dão mais facilidade para
agendar consultas de rotinas, focando na saúde preventiva e evitando doenças mais
graves.

Apesar do avanço demarcado pela constituição de 1988 que foi o primeiro


documento jurídico diante de apenas ações de saúde pública durante os anos de luta por
uma imposição de saúde pública, e um grande avanço na desconstrução de que apenas
pessoas conceituadas na sociedade teriam direito a assistência médica, ainda temos muito
que progredir para que pessoas de diferentes localidades consigam acesso fácil e muitos
paradigmas sobre algumas doenças epidêmicas e endêmicas sejam desconstruídas.

A COVID 19 pandemia que bombardeou e mudou as estruturas da sociedade foi


um grande exemplo do déficit da saúde pública, na gestão de verbas e acesso emergencial
a comunidades mais carentes, existiu se grandes lacunas na informação, causada pela
transmissão de uma insegurança politica e intelectual principalmente na propagação da
necessidade da vacina, além de, pessoas que foram contaminadas, sofreram preconceito
com comentários como “se infectou porque não se cuidou”, além do preconceito de
contato com a vítima mesmo após o período de contágio, tivemos o aumento da
dificuldade financeira, derivado da perca de atividades ou trabalho remunerado sem
grande assistência governamental, mesmo com a utilização do auxílio emergencial que
contemplou 60% da população.

Esse cenário também foi marco nos anos 90, as epidemias eram denominadas
como “castigo do céu”, existia um grande preconceito com as comunidades mais carente
que eram expulsas de suas casas por estarem “contaminando” as cidades, as vacinas foram
totalmente sem informações para a sociedade, sendo elas obrigadas agressivamente a
aderir a campanha.

Mesmo com todas as dificuldades desde o Brasil colônia até os dias atuais,
principalmente sofrida pelas populações mais carentes, que geralmente vivem em áreas
vulneráveis, tendo maior acesso ao desenvolvimento de doenças, é notório a evolução da
trajetória do sistema público, para que fosse implantado a saúde para todos, com acesso
universal e igualitário. Foi um percurso de atendimentos filantrópicos, de caridade cristã
carente, criação de ações e educação em saúde para que hoje tivéssemos o acesso, mesmo
que não totalmente efetivo a diversos programas desenvolvidos principalmente pelo
Ministério da Saúde que está na fiscalização da disposição da saúde para população,
sendo totalmente necessário que valorizemos todo o sistema e seu percurso.
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