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VIII JORNADA DE TRABALHOS DE SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA

SAÚDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CADERNO DE RESUMOS
2012

COMISSÃO ORGANIZADORA

Composta por assistentes sociais, residentes e estagiários de graduação do Serviço Social do


HUCFF/UFRJ e professora da Escola de Serviço Social/UFRJ

COMISSÃO CIENTÍFICA

Celeste Anunciata Baptista Dias Moreira


Dolores Vidal
Juliana de Souza Bravo
Monica Simone Pereira Olivar
Roberta Ferreira
Viviane Cristina Barbosa

COMISSÃO CIENTÍFICA MULTIPROFISSIONAL

Ana Paula Cazeiro


Anderson Nunes Pinto
Andréia do Nascimento e Silva
Cândida Maria de Souza
Diego Faria Magalhães Torres
Elen Castelo Branco
Kátia Verônica Rodrigues de Souza Barbosa
Kelly Cristine Marques da Silva
Rosane Pecorari

COMISSÃO DE APOIO
Celso Nascimento Trindade
Eliane França de Azevedo
Elizabeth Pinheiro

COORDENAÇÃO

Vania Dias de Oliveira

APOIO

Almoxarifado/HUCFF
Coordenação de Informática e Rede/CIR/HUCFF
Gráfica/HUCFF
Gráfica/UFRJ
Grupo Arco-Íris
PR-3/Banco do Brasil
Superintendência Geral do HUCFF

AGRADECIMENTOS

A Comissão Organizadora da VIII Jornada agradece a valiosa contribuição dada pelos conferencistas,
palestrantes, coordenadores de mesa, membros das comissões, entidades patrocinadoras e em especial
aos participantes, profissionais e alunos, que tornaram esse evento possível.
FICHA CATALOGRÁFICA
Caderno de Resumos (25 de junho de 2012).

VIII Jornada de Intercâmbio de Trabalhos de Serviço Social na Área da Saúde do Estado do Rio de
Janeiro/I Mostra de Produção Técnico-Científica da Residência Multiprofissional em Saúde do
HUCFF – Hospital Universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ.

Vários autores.
1. Serviço Social. 2. Saúde.

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VIII JORNADA DE INTERCÂMBIO DE TRABALHOS DE SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
I MOSTRA DE PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

A Jornada de Intercâmbio de Trabalhos de Serviço Social na Área da Saúde do Estado do Rio de


Janeiro se constitui como um evento organizado pelo Serviço Social do Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, há sete anos, em celebração ao mês do assistente
social. Com o objetivo geral de refletir sobre a prática cotidiana do assistente social na saúde, a Jornada de
Intercâmbio de Trabalhos de Serviço Social na Área da Saúde do Estado do Rio de Janeiro vem se
constituindo como um marco importante, que tem sedimentado a requisição por integração no âmbito da
política social de saúde pública, além de propor o debate acerca dos principais temas presentes à agenda
dos profissionais da saúde na contemporaneidade. Desde os anos 1990 a sociedade brasileira vem se
contrapondo a um lento e gradual afastamento do Estado de seus compromissos com a qualidade dos
serviços prestados à população, dentre outros tantos direitos sociais. Especialmente na saúde, o
sucateamento é claramente identificado através da falta de insumos básicos, da redução do número de
leitos, do fechamento de Unidades, dos contratos de trabalho precarizados, enfim, por um conjunto de
estratégias que ferem os princípios preconizados na Constituição Federal de 1988, especificamente no
artigo 196 que garante: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Como
solução para o problema, o Governo Federal propõe a implantação da Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares/EBSERH, cuja principal justificativa para sua criação seria a necessidade de “regularizar” a
situação dos vinte e seis mil trabalhadores terceirizados, dos HU’s, em todo o país. Assim, com base na
urgente requisição de se ter maior compreensão sobre a conjuntura atual, no que se refere ao futuro das
instituições públicas, no âmbito das políticas sociais, a Comissão Organizadora da VIII Jornada propõe
como tema central do evento a discussão sobre: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/EBSERH:
De que gestão se trata? E ainda, no período da tarde uma mesa redonda sobre: Residência
Multiprofissional em Saúde: Uma Estratégia de Formação Permanente para o SUS. A novidade este
ano ficará por conta da I Mostra de Produção Técnico-Científica da Residência Multiprofissional, que
acontecerá à tarde, com a exposição de trabalhos, na modalidade pôster, de residentes das diferentes
áreas dos Programas de Residência Multiprofissional do Estado do Rio de Janeiro. Para avaliar os trabalhos
foi criada uma Comissão Científica Multiprofissional, composta por professores das áreas de enfermagem,
farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional e serviço social. Uma
segunda Comissão Científica formada, por professoras e assistentes sociais de unidades acadêmicas da
saúde: do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle/UNIRIO, do Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, do
Hospital Federal de Bonsucesso, do Núcleo de Saúde do Trabalhador/NUST/FIOCRUZ e do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ, se ocupará da avaliação dos trabalhos de Serviço Social. A
Comissão Organizadora foi composta por assistentes sociais, residentes e alunos do Serviço Social do
HUCFF/UFRJ e, ainda, por professora da Escola de Serviço Social/UFRJ. Os trabalhos serão apresentados
unicamente na modalidade pôster. Profissionais e alunos interessados, inclui-se os integrantes da
Comissão Organizadora do evento, poderão apresentar suas produções. Convidamos todos a participarem
da VIII Jornada e a contribuírem propositivamente nos debates e discussões.

Comissão Organizadora

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SUMÁRIO

TRABALHOS DE SERVIÇO SOCIAL

SALA DE ESPERA NO SERVIÇO DE UROLOGIA DO HUPE: O DESAFIO DO TRABALHO


06
EDUCATIVO FACE À DIVERSIDADE DAS DEMANDAS DOS USUÁRIOS
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM SERVIÇO SOCIAL DO HU/UFJF: NA BUSCA PELO
07
ATENDIMENTO INTEGRAL E COM QUALIDADE
ANÁLISE CRÍTICA DA FORMAÇÃO E DA PRÁTICA PROFISSIONAL A PARTIR DA
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EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE.
POLÍTICA DE SAÚDE E SEUS DESDOBRAMENTOS NO ACESSO AOS SERVIÇOS DE ALTA
09
COMPLEXIDADE: UM ESTUDO NA PERSPECTIVA DE GÊNERO E CLASSE SOCIAL
INTERLOCUÇÕES ENTRE ASSISTÊNCIA SOCIAL E SAÚDE NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO
10
DO RIO DE JANEIRO
CONDIÇÕES DE VIDA E O CÂNCER INFANTO-JUVENIL: AS DEMANDAS DO TRATAMENTO
11
ONCÓGICO
TRATAMENTO FORA DE DOMICÍLIO – TFD COMO POSSIBILIDADE DE ACESSO AO
12
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA: A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL EM DEBATE
SUPERVISÃO DE ESTÁGIO: ENSINAR E APRENDER 13
O SERVIÇO SOCIAL NO HMI: O DESAFIO DA SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA 14
GRUPO COM VIDA- ESPAÇO PEDAGÓGICO DE ACOLHIMENTO E ADESÃO 15
OBSERVAÇÕES PRELIMINARES ACERCA DE PACIENTES JOVENS PORTADORES DE
HIV/AIDS POR TRANSMISSÃO VERTICAL.
16
GRUPO DE ESTUDO DO SERVIÇO SOCIAL DO SETOR DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO
PERFIL SOCIOECONÔMICO DAS PACIENTES INTERNADAS NA ENFERMARIA FEMININA DE
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GERIATRIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO
PERFIL DOS USUÁRIOS DO PROGRAMA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DO HUCFF/UFRJ 18
RELATO DAS EXPERIÊNCIAS PRELIMINARES NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DO
19
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFRJ: O OLHAR DAS RESIDENTES DE SERVIÇO SOCIAL
QUE PAPO É ESSE: SERMÃO OU INFORMAÇÃO? 20
LEVANTAMENTO DO PERFIL DOS USUÁRIOS DO SERVIÇO SOCIAL E PACIENTES NO
21
SERVIÇO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E CIRÚRGICAS
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO PROJETO BÚSSOLA 22
A CONTRIBUIÇÃO DA RESIDÊNCIA NA (RE) IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO
AMBULATÓRIO DE PEDIATRIA NO INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA 23
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
A EXPERIÊNCIA DO GRUPO COM OS CUIDADORES DOS PACIENTES INTERNADOS NO
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HOSPITAL CENTRAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SALA DE ESPERA NO SERVIÇO DE UROLOGIA DO HUPE: O DESAFIO DO TRABALHO
25
EDUCATIVO FACE À DIVERSIDADE DAS DEMANDAS DOS USUÁRIOS

TRABALHOS MULTIPROFISSIONAIS E DE OUTRAS ÁREAS

DA TRIAGEM À RECEPÇÃO INTEGRADA: REDIMENSIONANDO O PRIMEIRO ATENDIMENTO


26
EM GINECOLOGIA ONCOLÓGICA

4
ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM SAÚDE: O ATO AÇÃO – REFLEXÃO DA INTEGRALIDADE 27
PESQUISA-INTERVENÇÃO: ESTRATÉGIA PARA O CUIDADO DA SAÚDE MENTAL DOS
28
SERVIDORES DO NERJ - MINISTÉRIO DA SAÚDE (RJ)
NEGLIGÊNCIA NA INFÂNCIA – ABORDAGEM DO PROFISSIONAL DE SAÚDE EM FOCO 29
PERCEPÇÕES DA ADESÃO AO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO DO PACIENTE HIV: UM
OLHAR INTERDISCIPLINAR DA ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL AO PACIENTE SORO 30
POSITIVO
A SAÚDE DAS MULHERES LÉSBICAS E BISSEXUAIS: NOVOS DESAFIOS PARA OS
31
PROFISSIONAIS DO SUS
ESTRUTURAÇÃO DA ORIENTAÇÃO FARMACÊUTICA: UM PROJETO EM AMBULATÓRIO DE
32
TUBERCULOSE
ESTRATÉGIAS PARA GARANTIR O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS:
APERFEIÇOAMENTO DO INSTRUMENTO MULTIPROFISSIONAL DE AVALIAÇÃO 33
FARMACOTERAPÊUTICA E NOVAS PERSPECTIVAS
O RESIDENTE NA CONSTRUÇÃO DAS RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS E DAS
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POLÍTICAS SOCIAIS DE SAÚDE
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL A UMA USUÁRIA DA
UNIDADE DE CUIDADOS BÁSICOS – UCB DO HESFA BASEADO NO PRINCÍPIO DA 35
INTEGRALIDADE.
RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE EM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DO RIO DE JANEIRO: A ENFERMAGEM TRABALHANDO COM A 36
INTERDISCIPLINARIDADE
ATENÇÃO FARMACÊUTICA: MESCLA TECNOLÓGICA A SERVIÇO DE UM NOVO AGIR EM
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SAÚDE
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL A UMA USUÁRIA DA
UNIDADE DE CUIDADOS BÁSICOS – UCB DO HESFA BASEADO NO PRINCÍPIO DA 38
INTEGRALIDADE
DO TRATAMENTO AO CUIDADO DE PESSOAS QUE CONVIVEM COM O HIV/AIDS: UMA
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EXPERIÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
GRUPO DE PACIENTES PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR 40
GRUPO DE AUTOCUIDADO NO TRATAMENTO DA HANSENÍASE 41
ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR DURANTE O PROCESSO DE ALTA HOSPITALAR -
42
RELATO DE CASO
IMPLICAÇÕES DO CONTEXTO AMBIENTAL NA PRESERVAÇÃO DA DIGNIDADE DE IDOSOS
43
INSTITUCIONALIZADOS
PERFIL DOS IDOSOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE COGNIÇÃO DO PROGRAMA DE
GERIATRIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO – HUCFF E A 44
INTERVENÇÃO DO RESIDENTE DE SERVIÇO SOCIAL JUNTO A ESSES USUÁRIOS
JOGO DE SITUAÇÕES: TRABALHANDO O ESTATUTO DO IDOSO 45

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SALA DE ESPERA NO SERVIÇO DE UROLOGIA DO HUPE: O DESAFIO DO TRABALHO EDUCATIVO
FACE À DIVERSIDADE DAS DEMANDAS DOS USUÁRIOS

Autora/apresentadora: Elizabeth da Luz Marques


Co-autora: Samanta de Rezende Crolman

O HUPE é uma das quatro referências no processo de transgenitalização/adequação de gênero em nosso


país. O Serviço Social atua desde 2009 nessa área e, dentre seus projetos de intervenção, temos a
atividade da sala de espera. O ambulatório de redesignação sexual na urologia funciona somente às
quartas feiras pela manhã e concomitante a essa sub-especialidade, funciona no mesmo dia e turno, a
urologia geral, aglutinando na mesma sala de espera, usuários com demandas de saúde bem distintas. São
encontrados ali homens com problemas de câncer de próstata, por exemplo, bem como homens/mulheres
trans, que já passaram pela cirurgia e/ou que ainda a aguardam. Vale ressaltar que a forma de organizar a
assistência urológica na sala 7 do HUPE, tem promovido - não sabemos se intencionalmente - a
convivência entre usuários tão diferentes, o que tem gerado a oportunidade de convivência e de
conhecimento da pluralidade de sujeitos naquele espaço geográfico. O desafio na condução da atividade
proposta foi menos por questões metodológicas e sim quanto aos conteúdos propostos para a conversa e
reflexão coletiva. Definimos então que as questões ligadas mais diretamente ao público LGBT, bem como
às relativas ao processo transsexualizador seriam objeto de “conversa” no grupo educativo mensal, (ainda
em fase de discussão sobre sua organização) específico para os usuários “trans”. Para a sala de espera
então, escolhemos três grupos de conteúdos que, sem enfocar especificamente a população LGBT,
abordam questões cruciais para a mesma, contemplando também aspectos essenciais para os outros
usuários, a saber: - Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde; Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde do Homem; Prevenção e promoção do HIV-AIDS. Esses conteúdos dizem respeito à saúde do
homem e a cultura histórica do não cuidado; a prevenção do HIV e os comportamentos de risco e os direitos
que a população tem (e desconhece muitas vezes) na política de saúde. Finalizando, informamos que esse
trabalho integra o Programa de Residência de nossa área, o que tem oportunizado uma aprendizagem
significativa não só em relação à dinâmica adotada neste trabalho educativo, mas também e concomitante,
a apropriação das Políticas emanadas do Ministério da Saúde. Referencias Bibliográficas: Política
Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem. Portaria 1944 de 27/08/2009, MS. Carta dos Direitos dos
Usuários da Saúde/MS, 2006. Política Nacional de DST/AIDS – Princípios, Diretrizes e estratégias, 1999,
MS. Projeto Bússola – Texto mimeo / Programa de Atenção a Saúde do Adulto/Serviço Social do
PASA/HUPE/UERJ , 1999.

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PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM SERVIÇO SOCIAL DO HU/UFJF: NA BUSCA PELO ATENDIMENTO
INTEGRAL E COM QUALIDADE

Autora: Raffaelle Pedroso Pereira

O princípio da integralidade concebe a necessidade de acesso universal aos serviços de saúde, onde
devem ser ofertadas ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde nos diferentes níveis de
atenção de forma integrada e articulada (PINHEIRO; MATTOS, 2003). Ainda hoje, é possível perceber que
sobrevive o pensamento hegemônico de que o hospital não é espaço para promoção da saúde, educação
em saúde e criação de vínculos. Infelizmente, ainda não são todos os espaços hospitalares públicos que
vem construindo novas práticas assistenciais que colaborem para a implementação dos princípios do
Sistema Único de Saúde em sua plenitude para cada cidadão, tendo a integralidade como princípio
articulador para se alcançar o acesso aos serviços e a qualidade do atendimento prestado. No Hospital
Universitário – HU/UFJF vivenciamos posturas que tentam ultrapassar um atendimento em saúde voltado
apenas para os aspectos curativos e isso é fortalecido pelos programas de residência. Através da residência
em saúde é possível ter uma maior integração entre as profissões e os setores do hospital, o que vem
levando a uma maior preocupação com a integralidade do atendimento e com a criação de ações
interdisciplinares que atuam na promoção à saúde e prevenção de doenças. Neste contexto, o Programa de
Residência em Serviço Social do HU/UFJF é um tipo de educação continuada na formação de recursos
humanos que contribui para o fortalecimento do processo de trabalho em saúde e tem como um de seus
objetivos mudar o perfil do atendimento e levar ao espaço do hospital público ações sob a perspectiva de
um cuidado mais integral que ultrapassem o aspecto curativo, articulando setores, profissionais, estudantes
e usuários atendidos pelo SUS. Dentre as atividades do Programa de Residência em Serviço Social do
HU/UFJF podemos destacar a participação em doze projetos de Educação em Saúde que visam garantir
aos usuários e acompanhantes à informação e reforçar as noções de cidadania e de direito. A Residência
em Serviço Social tem como horizonte a interdisciplinaridade, onde se pretende uma interação com as
outras profissões, visando um trabalho integrado e a democratização de informações que possibilitem uma
conjugação de interesses e de projetos entre os profissionais a fim de se alcançar o objetivo em comum –
atender os usuários integralmente e com qualidade. Referências Bibliográficas: PINHEIRO, R.; MATTOS,
R. A. (Org). Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro:
UERJ/IMS: ABRASCO; 2003. 228

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ANÁLISE CRÍTICA DA FORMAÇÃO E DA PRÁTICA PROFISSIONAL A PARTIR DA
EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE.

Autoras: Amanda Terra da Silva, Bruna Nascimento Miranda, Diana Moraes e Rakina Frez Poubel.
Apresentadora: Bruna Nascimento Miranda.

Este trabalho é fruto da nossa inserção no campo de estágio – que se inicia a partir do 5° período da
graduação em serviço social – e das discussões realizadas na disciplina de Orientação e Treinamento
Profissional (OTP). O Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde realizamos o estágio, é o maior hospital
da rede pública do Estado do Rio de Janeiro em volume geral de atendimentos, sendo categorizado como
Hospital Federal com porta hospitalar de emergência e reconhecido como Centro Regional Terciário. O
espaço sócio-institucional do serviço social do HFB onde há maior possibilidade de articulação com os
usuários da política de saúde é o espaço do Plantão Social. Este “configura-se como um espaço onde os
usuários internos ou externos explicitam seus interesses e necessidades na unidade de saúde e ao Serviço
Social, com o intuito de que tenham suas demandas conhecidas e eventualmente atendidas.” (CRESS,
2008). O plantão do serviço social no HFB é uma demanda institucional que possui uma lógica de
mediações de conflitos, mas é também um espaço potencial para a viabilização de direitos aos usuários. É
fundamental que haja uma reflexão coletiva sobre este espaço por parte do serviço social para torná-lo um
instrumento de materialização de uma intervenção crítica, reflexiva e articulada aos interesses da classe
trabalhadora, haja vista que é a forma de articulação da categoria com os usuários, conformando a
construção de estratégias contra-hegemônicas. Nessa perspectiva, ao abordarmos o que caracteriza a
prática de um profissional inserido na área de saúde, especificamente no Hospital Federal de Bonsucesso,
com seus avanços e limites, remetemos a uma realidade profissional muito mais ampla que envolve toda a
categoria. Leva-nos a refletir sobre a importância de uma formação profissional crítica e quanto as nossas
ideias acerca da prática profissional do assistente social, pois ao entendermos que a realidade é movimento
e ao nos apropriarmos dela, tornamos a nossa prática movimento, e que sendo assim é um equívoco
imobilizar e atar as nossas percepções, enfraquecendo nossa intervenção. Referências Bibliográficas:
BEHRING, E. e BOSCHETTI, I. Política Social: Fundamentos e História. Cap. 5 “Política Social no Brasil
Contemporâneo: Entre a inovação e o conservadorismo”. 4ª edição, São Paulo, 2008. Ed. Cortez. BRASIL,
Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Gráfica do Senado Federal, 1988. CRESS-RJ. O
Serviço Social em Hospitais: orientações básicas. Revista e ampliada. Rio de Janeiro: Daugraf e Editora,
2008. CFESS, Código de Ética dos Assistentes Sociais. Resolução CFESS n°273/93 de 13 de Março de
1993. FALEIROS, Vicente de Paula. Saber profissional e poder institucional. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
GRANEMANN. Sara “Fundações Estatais: Projeto de Estado do Capital”. In: BRAVO, Maria Inês Souza;
PEREIRA, Débora de Sales; MENEZES, Juliana Souza Bravo de; OLIVEIRA, Mariana Maciel do
Nascimento (Organizadoras) Política de Saúde na Atual Conjuntura: modelos de gestão e agenda para a
saúde. 2ª edição. Rio de Janeiro: Rede Sirius / ADUFRJ, 2008 (pp. 36 -39). MARCONSIN, C.
Documentação em Serviço Social: Debatendo a Concepção Burocrática e Rotineira. In: FORTI, V. e
GUERRA, Y. (Orgs.). Rio de Janeiro, ed. Lúmen Júris. MATTOS, R. A. Os sentidos da Integralidade:
algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. Os sentidos da Integralidade. NETTO, J.
P. Uma Face Contemporânea da Barbárie. 2010. IAMAMOTO, Marilda. Relações Sociais e Serviço Social
no Brasil. Ed. Cortez. São Paulo, 25 ed, 2008.IAMAMOTO, Marilda. Renovação e conservadorismo no
serviço social. Ed. Cortez. São Paulo, 2008. VASCONCELOS, Ana Maria de. Serviço Social e práticas
democráticas: In: BRAVO, M. I. S. & PEREIRA, P. A. P. (Orgs.) Política Social e Democrática. São Paulo:
Cortez/ Rio de Janeiro: UERJ, 2001.

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POLÍTICA DE SAÚDE E SEUS DESDOBRAMENTOS NO ACESSO AOS SERVIÇOS DE ALTA
COMPLEXIDADE: UM ESTUDO NA PERSPECTIVA DE GÊNERO E CLASSE SOCIAL

Autora: Ana Claudia Correia Nogueira

O câncer de mama é um dos tipos de neoplasias mais incidentes no Brasil e no mundo. No país, apresenta
um dos maiores índices de mortalidade pelo diagnóstico tardio. Objetivos: Apresentar parte da pesquisa
sobre câncer de mama e política de saúde sistematizada na dissertação de mestrado apresentada na
Universidade Federal Fluminense. O estudo buscou compreender, através de pesquisa qualitativa -
fundamentada em dados quantitativos - os aspectos que impossibilitaram as mulheres matriculadas no
INCA de detectarem precocemente o câncer de mama em estágios iniciais, conforme preconiza a política
de saúde. Metodologia: Através das técnicas da pesquisa qualitativa – análise de discurso - o estudo
problematizou a experiência que cada usuária entrevistada vivencia no cotidiano da macroestrutura do
sistema de saúde. Considerações: Diante da conjuntural atual, a busca pelo acesso completo aos serviços
de saúde constitui-se num grande desafio a ser enfrentado dentro do sistema de saúde. Se por um lado as
mulheres buscam a detecção precoce, por outro elas esbarram nas deficiências da rede em prover a
efetivação desse direito de forma integral, universal e equânime. Outrossim, não podemos perder de vista
que o acesso completo aos serviços de saúde se diferencia de acordo com a questão sociocultural e
econômica da população, enfatizando nesta questão a dimensão de gênero e classe social. Neste sentido,
decifrar os aspectos socioculturais e macroeconômicos presentes no cotidiano das mulheres é tarefa
fundamental para compreender o alto índice de mortalidade por câncer de mama no país e a política de
saúde em si. Enfim, as questões universais e macroestruturais do sistema capitalista contemporâneo
interferem no acesso aos serviços de saúde, no diagnóstico e tratamento oncológico. A realidade social
apresentada pelas mulheres - a singularidade do ser mulher na sociedade capitalista madura – demanda
aos profissionais a compreensão da saúde em suas múltiplas expressões, isso implica, também, considerar
os aspectos de subjetivação do processo saúde/doença. Além disso, os impactos do processo de
adoecimento expressam, sobretudo, as refrações da questão social implícitas no contexto da totalidade,
tendo em vista a característica de desigualdade social presente na sociedade capitalista contemporânea.
Referência Bibliográfica: NOGUEIRA, A.C.C. Política de saúde e seus desdobramentos no acesso
aos serviços de alta complexidade: um estudo sobre mulheres matriculadas no HC III/INCA. Dissertação
de mestrado, UFF, 2009. Sites: http://www.inca.gov.br./ http://www.iarc.fr

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INTERLOCUÇÕES ENTRE ASSISTÊNCIA SOCIAL E SAÚDE NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO

Autoras/apresentadoras: Camila de Oliveira Farias e Erika Alves de Sousa

O presente trabalho tem como objetivo relatar a trajetória das cinco profissionais do 1º Quadro de Oficiais
Assistentes Sociais lotadas na Diretoria de Assistência Social/DAS/PMERJ, desde Junho de 2011, onde
foram surpreendidas com as atribuições até então designadas à Diretoria, sendo algumas delas: doação de
óculos, cadeira de rodas e higiênicas, andadores, muletas e medicamentos. O fato de a Polícia possuir uma
DAS desvinculada da Política macro e ainda atuando como suporte ao sistema de saúde da corporação
(que não garante integralmente ações de prevenção, conservação e recuperação da saúde ao seu efetivo,
nem fornecimento de suporte farmacêutico a policiais e seus dependentes, conforme preconiza o Estatuto
dos Policiais Militares) fez a equipe concentrar seus esforços na defesa de uma Política de Assistência
Integral aos membros da Corporação e do repasse das atribuições da saúde ao órgão competente,
conforme determina a Resolução Nº 39, de 9 de dezembro de 2010. Entretanto, diante da resistência frente
à proposta de mudança, as profissionais vêm tentando se organizar para dar conta das demandas diversas
envolvendo estas duas políticas públicas de forma articulada, por entender que as questões de saúde que
perpassam a instituição são centrais e não podem ser de forma alguma negligenciadas. O primeiro passo
foi definir os eixos de atuação norteadores com base na legislação mais ampla (PNAS e outras) que seriam:
a atuação em situações de vulnerabilidade social decorrente de pobreza e ou privação (ausência de renda,
renda precarizada ou dificuldade de acesso aos serviços públicos); a intervenção em situações de violação
de direitos (violência, discriminação, etc.) envolvendo sujeitos diversos; e atuação em situações de
calamidades e/ou emergenciais de cunho social que comprometam os direitos à habitação, segurança,
alimentação etc. Desta forma, nosso posicionamento em defesa da consolidação desta política, saindo da
esfera do assistencialismo, foi demarcado. Em paralelo, busca-se explicitar a importância do investimento
na saúde dos policiais militares e seus dependentes por meio de relatórios e pareceres enviados à Diretoria
Geral de Saúde; parcerias e encaminhamentos para rede externa; articulação com as assistentes sociais
lotadas nos hospitais para construção de material educativo que possa sedimentar o diálogo entre estas
duas políticas, dentre outras ações. Referências Bibliográficas: BRASIL. Presidência da República. Lei
7.742. Lei Orgânica de Assistência Social. Brasília, 7 de dezembro de 1993. ______. Presidência da
República. Lei 8.662. Lei de Regulamentação da Profissão de Assistente Social. Dispõe sobre a profissão
de Assistente Social e dá outras providências. Brasília, 07 de Junho de 1993. _______. Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Brasília, 2004.
_______. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Resolução Nº 39. Dispõe sobre o
processo de reordenamento dos Benefícios Eventuais no âmbito da Política de Assistência Social em
relação à Política de Saúde. Brasília, 9 de dezembro de 2010. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO
SOCIAL. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na Política de Assistência Social. Brasília:
CFESS, 2010. MOTA, Ana Elizabete et al. “O Sistema Único de Assistência Social e a formação
profissional”. In Revista Serviço Social e Sociedade Nº 87. São Paulo: Ed. Cortez, 2006, p 163-177. RIO DE
JANEIRO. Governo do Estado. Lei 443. Estatuto dos Policiais Militares. Rio de Janeiro, 1 de julho de 1981.

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CONDIÇÕES DE VIDA E O CÂNCER INFANTO-JUVENIL: AS DEMANDAS DO TRATAMENTO
ONCÓGICO

Autor/ apresentador: Thiago de Oliveira Machado


Co- autora: Márcia Valéria de Carvalho Monteiro

As reflexões presentes neste trabalho são frutos de indagações com relação às repercussões de ordem
socioeconômica e cultural no cotidiano das famílias de crianças e adolescentes em tratamento oncológico.
Assim como os tumores em adultos, o câncer infanto-juvenil constitui-se hoje num grave problema de saúde
pública, considerando que já aparece entre as 10 primeiras causas de óbitos no país na faixa etária de 1 a
19 anos, sendo a primeira causa de óbitos por doenças na faixa etária dos 5 aos 18 anos (BRASIL, 2012).
O atraso no diagnóstico é um dos principais fatores que podem interferir na probabilidade de sobrevida no
câncer pediátrico. Este atraso pode ser decorrente de condições como a qualificação de profissionais na
atenção primária para avaliar e suspeitar de uma neoplasia, da oferta de serviços diagnósticos na rede de
saúde pública, do comportamento biológico da doença e por razões socioeconômicas e culturais. Entre as
razões sociais e econômicas destaca-se a trajetória de acesso dos usuários aos serviços públicos de saúde
que envolve uma série de condicionantes que vão desde o costume da população de buscar os serviços da
atenção básica até a alta complexidade; as crenças religiosas; a disponibilidade de serviços e de transporte;
distâncias geográficas; a desqualificação do atendimento público em detrimento do privado e a forma como
é gerida a saúde nos municípios. Por se tratar de uma doença crônica, que exige tratamento longo e
continuado, o câncer traz consequências diretas nas relações familiares e nas relações de trabalho e renda
dos responsáveis haja vista a falta de suporte da legislação trabalhista e previdenciária brasileira. Neste
contexto, o tratamento gera inúmeras demandas, entre as quais podemos destacar as que dizem respeito
ao acesso, considerando a localização da moradia e a do centro de tratamento, bem como, o deslocamento,
tomando-se em conta os custos e os meios de transporte necessários a sua efetivação. As repercussões
geradas pela rotina do tratamento vão de encontro às condições sociais, econômicas e culturais do grupo
familiar, estabelecendo uma série de arranjos, conjugações e interações, que podem favorecer ou
comprometer a efetivação do tratamento. Estas são, em linhas gerais, algumas das questões que justificam
a importância da atenção ao contexto em que se inserem as famílias de crianças e adolescentes com
câncer. Tal quadro possibilita deduzir a existência de correlação entre condições de vida, acessos aos
serviços de saúde e as características do adoecimento por câncer, pressuposto que justifica a necessidade
de aprofundamento desse debate.

11
TRATAMENTO FORA DE DOMICÍLIO – TFD COMO POSSIBILIDADE DE ACESSO AO TRANSPLANTE
DE MEDULA ÓSSEA: A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL EM DEBATE

Autora: Renata da Fonseca Silva

Este trabalho parte da experiência como residente de Serviço Social em um serviço de atendimento a
usuários de um centro especializado em transplante de medula óssea na cidade do Rio de Janeiro, na
qual observamos que no cotidiano do serviço os usuários enfrentam dificuldades para exercer o direito de
acesso pleno ao TFD, tais como: transporte adequado, condições de permanência próxima à unidade de
tratamento. O adoecimento por câncer trás grandes repercussões na vida dos usuários. O transplante de
medula óssea, enquanto uma possibilidade de tratamento para determinados tipos de câncer, expõe os
usuários a elevados riscos e complicações, implicando diversas formas de limitações. (MASTROPIETRO,
et. al, 2010). Atualmente, existem 70 centros de transplante de medula óssea em todo Brasil, destes,
apenas 20 atendem usuários do Sistema Único de Saúde - SUS (INCA 2012). Segundo dados da
Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea – SBTMO, 89% dos Centros de Transplantes
estão nas regiões Sul e Sudeste do país. Desta forma, além da carência de centro de transplantes no
país, destaca-se uma não uniformidade na distribuição destes centros entre as regiões do Brasil. Com a
atual realidade estrutural destes centros de transplante no país, verifica-se a necessidade de
deslocamento dos usuários para outros municípios/estados como meio de viabilizar a realização do
transplante. A Portaria n. 55 da SAS/MS institui o TFD que prevê o pagamento de despesas relativas ao
transporte, diárias e alimentação de paciente e acompanhante durante o tratamento fora de seu
estado/município de domicílio. Entendemos que esta política se constitui em mecanismo de acesso
universal e igualitário no âmbito do SUS a todos os usuários que necessitem de tratamento não
disponível em seu domicílio. Contudo, na conjuntura política e econômica de retração e focalização das
políticas sociais (BEHRING, 2009) identificamos impasses para a efetivação deste Programa. O
assistente social inserido neste espaço sócio-ocupacional, pautado no projeto ético-político, atua no
campo da prestação de serviços sociais em defesa dos direitos sociais. A partir do aporte teórico-
metodológico, ético-político e técnico-operativo, circunscrevem-se na direção de identificar alternativas
possíveis para além da orientação, como elaboração de relatórios, pareceres sociais, contatos
institucionais com vistas à viabilização do acesso destes usuários ao TFD. Referências Bibliográficas:
BEHRING, Elaine Rossetti. Política Social: fundamentos e história. 6. Ed. São Paulo: Cortez, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 55 de 24 de fevereiro de 1999, dispõe sobre a rotina do
Tratamento Fora de Domicílio no Sistema Único de Saúde - SUS. Brasília, 1999. ____. Ministério da
Saúde. INCA. Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Disponível em:
<http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=677>. Acesso em: 24 mar. 2012. MASTROPIETRO,
Ana Paula. et. al. Relação entre renda, trabalho e qualidade de vida de pacientes submetidos ao
transplante de medula óssea. Revista Brasileira Hematologia e Hemoterapia, São Paulo, (32)2, p.102-
107, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v32n2/aop35010.pdf>. Acesso em: 10 set.
2011. MIOTO. Regina Célia Tamaso. NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro. Desafios Atuais do Sistema Único
de Saúde – SUS e as Exigências para os Assistentes Sociais. Disponível em:
http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-4.pdf. Acesso em: 9 de Abr. de 2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA – SBTMO. Centros de TMO.
Disponível em: <http://www.sbtmo.org.br/centros-tmo.php>. Acesso em: 9 de Abr. de 2012.

12
SUPERVISÃO DE ESTÁGIO: ENSINAR E APRENDER

Autor: Marcelo Estaca da Silva Nunes e José Felipe Viana da Luz


Orientador: Maurício Caetano Matias Soares

Trata-se de uma reflexão por parte dos assistentes sociais supervisores e do acadêmico de Serviço
Social sobre a árdua e prazerosa tarefa de supervisionar e ser supervisionado, respectivamente, na
Emergência do Hospital Estadual Carlos Chagas, situado no bairro de Marechal Hermes, Zona Norte da
cidade do Rio de Janeiro. Tarefa árdua por que exige uma reciclagem cotidiana do supervisor, levando-o a
uma prática reflexiva de sua ação profissional, não lhe permitindo se prender no pragmatismo da rotina
institucional; colocando–o atento as relações de poderes; ao passo que lhe exige o conhecimento
dos recursos disponíveis na rede e dos atores de influencias dentro e fora da instituição. Daí emerge o
prazer e as contribuições do estágio supervisionado em Serviço Social, pois ele implica, tanto ao
profissional como ao acadêmico, a analisar dialeticamente a realidade concreta que visualiza, permitindo ao
acadêmico transformar o que aprendeu em postura, produtos, serviços e informações, possibilitando a
qualificação dos atendimentos nas instituições, o justo acesso à garantia dos direitos sociais e humanos, ao
passo que impõe uma busca cotidiana de novas alternativas de atuação (LEWGOY, 2010). Cabe
ressaltar que a supervisão em tela ocorre em uma instituição pública de saúde de média
complexidade, e nela todos os limites e precarização, que atingem as políticas sociais brasileiras no interior
do processo de efetivação do neoliberalismo no país. Fato que também reflete nas relações de trabalho
devido aos processos de terceirização e flexibilização em curso, que atendem aos interesses privados de
determinados setores que se norteiam pela atual configuração do capital e que prioritariamente consideram
a saúde como uma “mercadoria” disponível ao consumo ao invés de ser posta como um bem público onde
todos sem distinção deveriam ser abarcados e atendidos com presteza e qualidade. Tais especificidades
estão manifestas nas demandas que chegam até o setor e nas contradições de trabalho, de um lado o
supervisor profissional em defesa do Projeto Ético Político da profissão e de outro o trabalhador fatigado
pelas relações perversas de trabalho. Nesse meio está o acadêmico que encara a prática de
estágio como um momento ímpar de sua formação, pois é o momento em que expõe todos os seus
anseios, dúvidas e medos e pode refletir sobre a relação teoria e prática e conhecer a
autonomia profissional. Relação esta, por vezes posta em xeque por alguns acadêmicos, pois em meio a
tantas contradições não conseguem realizar a junção dos saberes acadêmicos com o da realidade
profissional. Portanto entendemos que a relação supervisor-estagiário deve constituir-se um espaço de
especialização e qualificação composta por ambos os saberes de forma a construir e reconstruir
coletivamente a prática profissional. Referências Bibliográficas: BURIOLLA, Marta A. F. O estágio
Supervisionado. São Paulo, Cortez, 2001; LEWGOY, Alzira M. B. Supervisão de estágio em Serviço Social:
desafios para a formação e o exercício profissional. São Paulo, Cortez, 2010. MARTINELLI, Maria L. O
trabalho do assistente social em contextos hospitalares: desafio cotidiano. In: Revista Serviço Social e
Sociedade, nº107, São Paulo, Cortez, 2011. SANTOS, Claudia M. e ABREU, Maria Helena E. Desafios do
estágio supervisionado na atualidade. In: PEREIRA, Larissa D. e ALMEIDA, Ney L. T. de. Serviço Social e
Educação. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2012

13
O SERVIÇO SOCIAL NO HMI: O DESAFIO DA SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA

Autor: Maurício Caetano Matias Soares

O Hospital Municipal Maternidade Dr Manoel Martins de Barros é uma unidade pública de saúde de baixa e
média complexidade com Pronto Socorro e Serviços de Clínica Médica, Maternidade, Pediatria,
Ginecologia, Clínica Cirúrgica, Buco-maxilo e Ortopedia, que atendem a população itatiaiense. A sua equipe
é composta por profissionais da Psicologia, Fisioterapia, Nutrição, Enfermagem e do Serviço Social. Estes
últimos têm como objetivo atender as demandas sociais que interferem no processo de adesão e tratamento
dos pacientes, bem como articular ações com o intuito de construir um suporte para a continuidade do
tratamento e o acesso aos bens e serviços disponíveis na rede. Para tanto, o Serviço Social conta com uma
equipe de três assistentes sociais, que encaram o desafio de sistematizar a sua prática profissional e com
isso construir um corpo instrumental que auxiliará na defesa e na ação profissional dentro da instituição.
Entendendo que a sistematização da prática constitui em um procedimento prévio e necessário à reflexão
teórica (Netto, 1989), percebemos que ela engloba não só os procedimentos investigativos que demarcam a
ação profissional como objeto de reflexão, mas todo o processo de organização teórico-metodológico e
técnico-instrumental da ação profissional (Almeida, 2006). Portanto, transformar a rotina em documentos,
formulários e projetos implica no desafio que envolve o conhecimento institucional e com ele o
reconhecimento das demandas implícitas e explicitas e da imagem institucional do Serviço Social. Isto
baseará a construção de um diagnóstico que possibilitará a construção de uma proposta de intervenção
profissional no cenário social e institucional. Anexado a ela virá os instrumentais concretos utilizados pelo
profissional como a ficha social, os formulários de encaminhamentos, o sumário social em prontuário, o livro
de recursos e o de registro de atendimento, bem como propostas com parceria de outras categorias
profissionais para a construção de folderes educativos e informativos e de reuniões, sala de espera e visitas
domiciliares. Este arcabouço favorecerá ao SS a construção de uma ação articulada ao seu Projeto Ético
Político e a legitimação de sua prática profissional na instituição como serviço especializado e acessado
pela população usuária. Referências Bibliográficas: ALMEIDA, Ney L T. Retomando a temática da
“sistematização da prática” em Serviço Social. In: MOTTA, Ana E. at all. (orgs). Serviço Social e Saúde:
formação e trabalho profissional. São Paulo, Cortez, 2006. MIOTO, Regina C. T e NOGUEIRA, Vera M R.
Sistematização, avaliação das ações dos assistentes sociais no campo da saúde. In: MOTTA, Ana E. at all.
(orgs). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo, Cortez, 2006. NETTO, José
Paulo. Notas para a discussão da sistematização da prática e teoria em Serviço Social. In: Caderno da
ABESS, nº3. 1989.

14
GRUPO COM VIDA- ESPAÇO PEDAGÓGICO DE ACOLHIMENTO E ADESÃO

Autora: Gisele A. S. Penso


Co-autora: Elizabeth da Luz Marques

O Serviço Social possui como uma de suas competências, a dimensão educativa, que pode ser
desenvolvida através da participação de grupo. Isto permite que o assistente social se aproxime das
condições de vida da população atendida, neste caso, na política de saúde, cujo referencial seja a
integralidade e a promoção de saúde. Neste sentido, os resultados destas ações têm a possibilidade de
gerar um empoderamento destes usuários. Desta forma, este trabalho possui como objetivo destacar a
partir do relato de experiência de grupo específico, a importância deste espaço para capacitação
pedagógica dos participantes no acolhimento e adesão de pessoas com diagnóstico de HIV/AIDS. O grupo
COMVIDA foi criado há 16 anos no HUPE, sendo direcionado para usuários internos e externos com
diagnóstico de HIV/AIDS, com características de suporte, terapêutico, informativo e reflexivo e de
participação de equipe multiprofissional, divididos entre staffs, preceptores, residentes e acadêmicos. Cabe
ressaltar, que o grupo torna-se uma estratégia importante para abordar temas relacionados à adesão e
outros de interesse dos participantes, sendo reconhecido por estes, como parte integrante do tratamento.
Dentre os encontros do grupo, uma reunião se destacou a partir do seguinte fato: os participantes, pessoas
que convivem com HIV, ao realizarem um acolhimento com um usuário recém-diagnosticado, exerceram
através de suas experiências e informações sobre a doença, uma atividade entendida como pedagógica,
cujo objetivo foi dar-lhe a capacidade para enfrentar os desafios de conviver com HIV/AIDS. A partir destas
ações, os participantes conseguiram intervir nas questões objetivas do usuário e ao final foi possível
observar que houve uma alteração significativa deste usuário em relação ao enfrentamento dos desafios no
convívio com o HIV. Sendo assim, verificamos que o Grupo COMVIDA é um espaço privilegiado, pois sua
dinâmica baseia-se em uma relação horizontal entre usuários e profissionais, portanto, não há uma posição
unilateral do saber, fato evidente nesta experiência. Além disto, cabe ressaltar que no contexto de um
hospital universitário, o grupo propõe a capacitação de acadêmicos e residentes em uma nova concepção,
partindo de uma visão fragmentada sobre saúde e doença, com relações verticais entre profissional e
paciente, para uma abordagem integral sobre aquele que não deve ser apenas portador da doença, mas
sujeito no complexo processo saúde-doença. Referências Bibliográficas: 1-Sociedade Brasileira de
Infectologia. Manual de boas práticas de adesão HIV/AIDS. 2008. 2-SILVEIRA, L.M.C. RIBEIRO, V.M.B.
Grupo de adesão ao tratamento: espaço de “ensinagem” para profissionais de saúde e pacientes. Interface-
Comunic, saúde, Educ.v9, n16,p.91-104/fev.2005. 3- PEREIRA, A.L.F. As tendências pedagógicas e a
prática educativa nas ciências de saúde. Caderno Saúde Pública, rio de janeiro: 1527:1534, set-out, 2003.
4- Grupo Com Vida. Programa de Atenção a Saúde do Adulto, texto mimeo. 2009 HUPE/UERJ.

15
OBSERVAÇÕES PRELIMINARES ACERCA DE PACIENTES JOVENS PORTADORES DE HIV/AIDS
POR TRANSMISSÃO VERTICAL.

Autoras/apresentadoras: Bárbara Loureiro Costa e Carla Fagundes Monteiro Barros


Orientadora: Cândida Maria de Souza

O presente trabalho foi idealizado a partir de experiências vividas em uma unidade de internação da DIP
(Doenças Infecto Parasitárias) de um Hospital Universitário do Rio de Janeiro. Pretendemos com ele,
demonstrar as nossas apreensões acerca das dificuldades apresentadas pelos pacientes jovens portadores
de HIV/AIDS por transmissão vertical que estiveram internados nesta unidade no período de janeiro a
outubro de 2011. Foram internados 8 pacientes com idades entres 13 e 19 anos, havendo reinternações
dos mesmos durante o período abordado. Na tentativa de compreender, para além da visão biológica da
doença, os fatores que podem ter ocasionado a reincidência destes pacientes na unidade de internação,
observamos os principais problemas apresentados pelos mesmos como impossibilitadores de sua total
adesão ao TARV (Tratamento Anti Retroviral), são eles: a não aceitação da doença; a auto discriminação; o
medo do preconceito e a vitimização que sofrem em decorrência da sua forma de contaminação. Tudo isto
esta diretamente relacionado ao grande estigma que a AIDS ainda sofre na atualidade, apesar de já ter sido
considerada uma doença crônica. Como consequência deste difícil enfrentamento, notamos nestes
pacientes uma grande dificuldade em se relacionar com outras pessoas, de revelar a sua doença e,
portanto, de conviver com esta da melhor forma possível. Relacionamos ainda a estas dificuldades a
falta de informações acerca das possibilidades de vida e qualidade desta dentre estes pacientes, já que são
alguns dos primeiros jovens infectados através da transmissão vertical durante a expansão da AIDS e como
isto afeta, diretamente, as perspectivas de vida destes indivíduos. Considerando que o papel do Serviço
Social neste contexto é abranger a dimensão social da doença, entendendo o sujeito portador a partir de
uma visão diferenciada daquela clínica e orgânica comumente utilizada quando se fala em HIV/AIDS. O
Serviço Social pretende, então, intervir de forma a revalorizar a vida deste paciente levando em
consideração a sua fragilidade e pretendendo reforçar a importância do enfrentamento, e posterior
rompimento, com a representação socialmente construída da AIDS. Referência Bibliográfica: CUNHA,
Claudia. “Jovens vivendo” com HIV/AIDS: dramas, emoções e aspectos indizíveis. In: VELHO, G. e
DUARTE, L.F. (Orgs). Juventude Contemporânea Cultura, Gostos e Carreiras. Rio de Janeiro: 7 Letras,
2010, p. 153-164. KERN, Francisco. As mediações em redes como estratégia metodológica do Serviço
Social. 2 ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2005. _____ Manual de Adesão ao tratamento para pessoas vivendo
com HIV e AIDS. 1º ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. – Aluna de graduação de Serviço Social da
UFRJ.

16
GRUPO DE ESTUDO DO SERVIÇO SOCIAL DO SETOR DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO

Autora/apresentadora: Vanessa Barreto Corrêa Passos

O presente trabalho busca apresentar as atividades realizadas pelo Serviço Social no setor de Clínica
Médica, situado no 9º andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, estas se referem à supervisão
de estágio e preceptoria dos residentes de Serviço Social da Residência Multiprofissional. O referido andar
conta com uma equipe formada por três (03) assistentes sociais, oito (08) estagiários e quatro (04)
residentes. Daremos ênfase à atividade denominada “Grupo de Estudo”, que surgiu da necessidade de
planejamento das atividades para o semestre 2012/1. Os assuntos abordados no Grupo de Estudo foram
escolhidos em conjunto com os estagiários e residentes, partindo das necessidades sentidas por estes no
cotidiano institucional. Objetivo: instrumentalizar os alunos de graduação e residentes para o exercício da
prática profissional. Metodologia: seleção e leitura de material bibliográfico referente ao tema a ser
discutido no Grupo, alguns temas como Sistema Único de Saúde/SUS, Técnicas Interventivas do Serviço
Social e Política Nacional de Assistência Social já foram abordados; utilização de espaço físico apropriado
para a realização da atividade, utilização de recursos audiovisuais, tais como: computador e Datashow; as
reuniões acontecem quinzenalmente, com duração de aproximadamente duas (02) horas; o mesmo será
realizado ao longo de todo o semestre e ao final, realizaremos uma avaliação e seleção de novos temas
para o próximo semestre. A condução do grupo tem sido de responsabilidade dos Assistentes Sociais do 9º
andar e Residentes. Pensado inicialmente para o grupo que está lotado no 9º andar, viu-se que ao longo
das reuniões outros atores foram agregando-se, Assistentes Sociais de outros andares e seus respectivos
estagiários. Conclusão: Desta forma, concluímos que, o grupo de estudo tem sido para os profissionais, um
momento de reflexão da própria prática e de seu processo de trabalho, um espaço de atualização de
informações a respeito das políticas sociais, tem ainda, propiciado uma integração entre os Assistentes
Sociais da Instituição, para os alunos, segundo relato dos mesmos, um espaço de troca de informações,
com possibilidade de uma discussão aprofundada e prática das Políticas Sociais. Referências
Bibliográficas: - Iamamoto, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação
profissional. 6ª edição- São Paulo, Cortez, 2003.

17
PERFIL SOCIOECONÔMICO DAS PACIENTES INTERNADAS NA ENFERMARIA FEMININA DE
GERIATRIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO

Autoras: Alessandra Vieira da Silva, Daiene Bispo e Marcela Avelino Esteves


Co-autora: Andreia de Albuquerque Trindade
Apresentadora: Alessandra Vieira da Silva

O fenômeno do envelhecimento populacional tem sido observado em todo o mundo e constatado pelos
estudos e pesquisas científicas nos últimos anos. Segundo Veras (2008) o perfil demográfico brasileiro tem
se transformado ao longo das últimas décadas, ocorrendo uma transição demográfica da população
brasileira influenciada pela queda da mortalidade e da fecundidade a partir da década de 1960, sendo
estes, fatores decisivos para a ampliação da população mais idosa. A complexidade dos problemas sociais
relacionados ao impacto provocado pelo aumento da expectativa de vida reflete diretamente na manutenção
da saúde dos idosos. O presente trabalho busca identificar o perfil socioeconômico, assim como as
principais características e demandas das usuárias internadas na enfermaria feminina de Geriatria do
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. O estudo foi realizado a partir do levantamento dos dados
obtidos no período compreendido entre dezembro de 2011 a abril de 2012. Utilizamos como instrumento
para a obtenção de dados a ficha de estudo social (FES). O instrumento, aplicado pela equipe de Serviço
Social configura-se como uma entrevista semiestruturada, o que nos proporcionou a obtenção e análise de
dados objetivos e qualitativos. Analisamos uma amostra de 30 entrevistas, composta por 49% de idosas
viúvas, com idades entre 70 e 80 anos. Cerca de 50 % das idosas residem na zona norte da cidade do Rio
de Janeiro, 57 % possuem o ensino fundamental incompleto e 70% das usuárias são aposentadas.
Constatamos que as principais demandas apresentadas durante a internação são as de esclarecimento
sobre a doença do qual estão acometidas, o acompanhamento familiar no processo saúde-doença e a
orientação quanto aos direitos sociais, no âmbito da Seguridade Social. Verificamos que o trabalho da
equipe de Serviço Social junto a essas usuárias e seus familiares é de extrema relevância, pois apresenta
implicações diretas no processo de recuperação da saúde, uma vez que o assistente social na equipe de
saúde contribui para a efetivação de um atendimento integral, continuo e de ações sistematizadas na
promoção dos direitos sociais. Referências Bibliográficas: VERAS, R.P. “A longevidade da população:
desafios e conquistas”. In: Revista Serviço Social & Sociedade, ano XXIV, n.75, especial 2003. Cortez
Editora, São Paulo. Out./2008. M.C.S & COIMBRA JR., C. (org.). Antropologia, Saúde e Envelhecimento.
Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2002.

18
PERFIL DOS USUÁRIOS DO PROGRAMA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DO HUCFF/UFRJ

Autora/apresentadora: Aline de Oliveira Souza


Orientadora: Vania Dias de Oliveira

Trata-se de um estudo realizado com o objetivo de construir um levantamento de perfil dos usuários do
Programa de Insuficiência Cardíaca do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho., visando conhecer a
realidade sócioeconômica e cultural desta população. Foi elaborado também com a finalidade de promover
a articulação entre a equipe de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde e a Farmácia do HUCFF, no sentido
de garantir o acesso dos usuários a uma cesta básica de medicamentos. Isto porque muitos deles, por
dificuldades financeiras, deixam, com frequência, de fazer uso regular das inúmeras medicações prescritas;
fato que compromete significativamente a adesão dos mesmos ao tratamento. A relevância de tal proposta
consiste em motivar a garantia de assistência integral a esta população, visando a manutenção e a
promoção da saúde, além da prevenção de outros agravos decorrentes da doença, que provoca uma
significativa perda da qualidade de vida, resultando, muitas vezes, em aposentadorias precoces e em altos
custos com medicamentos; o que impede o seu portador de desenvolver algum tipo de atividade laborativa.
A metodologia utilizada para o presente estudo consistiu em uma coleta de dados com uma amostra de 18
prontuários, no período de agosto a outubro de 2011, tendo como instrumento de trabalho a Ficha de
Estudo Social/FES. Resultados preliminares da pesquisa mostram: 58% dos pacientes atendidos pelo
Programa de Insuficiência Cardíaca são do sexo masculino, enquanto 42% são do sexo feminino; os
atendimentos realizados no Programa abrangem um maior número de pessoas que se encontram na faixa
etária de 45 a 59 anos; observa-se uma prevalência de usuários de cor negra(42%), seguidos por pessoas
autodeclaradas brancas(33%) e, finalmente, os usuários de cor parda(25%); 50% dos pacientes possuem o
Ensino Fundamental Incompleto, enquanto 25% possuem Ensino Fundamental Completo e 25% tem o
Ensino médio Completo; 83% dos usuários têm renda de até 2 salários mínimos, enquanto 17% recebem 3
salários mínimos ou mais; quanto a situação trabalhista/previdenciária há uma prevalência de 58% dos
usuários na qualidade de aposentados por invalidez, 25% trabalham informalmente, 9% estão
desempregados e 8% são aposentados por tempo de serviço. Os resultados preliminares apresentados nos
permite afirmar que os aspectos relacionados ao baixo poder aquisitivo dos usuários do PIC, associados ao
alto custo da medicação, são fatores decisivos à falta de adesão ao tratamento. Tal constatação vem se
constituindo como uma das preocupações da equipe multiprofissional, que vê na formulação de estratégias
conjuntas o investimento em curto prazo, dentre outras ações. Referências Bibliográficas: CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na Política de
Assistência Social. Série Trabalho Profissional nas Políticas Sociais (1). Brasília: CEFESS, 2009. _______;
Lei de Regulamentação da Profissão de Assistente Social. Lei n° 8662 de 07 Junho de 1993. Dispõe sobre
a profissão de Assistente Social e dá outras providências. _______; Código de Ética Profissional dos
Assistentes Sociais. Resolução CFESS n°273, de 13 de Março de 1993 com alterações introduzidas pelas
resoluções CFESS n°290/94 e n°293/94.TAVARES, L. R. et al. Epidemiologia da Insuficiência Cardíaca
Descompensada em Niterói – Projeto EPICA – Niterói. Rio de Janeiro, 2004. UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO. Plano Básico do Serviço Social do HUCFF/UFRJ. Rio de Janeiro, 2001.

19
RELATO DAS EXPERIÊNCIAS PRELIMINARES NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DA UFRJ: O OLHAR DAS RESIDENTES DE SERVIÇO SOCIAL

Autoras: Débora Alves Campos, Elisa Felícia Felix Ervilha, Marcely Silva Gatscher e
Yohana Cordova Mazza
Apresentadora: Elisa Felícia Felix Ervilha

Esta comunicação pretende apresentar considerações sobre o processo de inserção das residentes de
Serviço Social (R1) no programa de residência integrada multiprofissional em saúde do HUCFF. A proposta
deste trabalho foi pensada nos encontros das residentes, o que permitiu elaborar pequenos relatos das
experiências iniciais no programa, além de compartilhar expectativas em torno das possibilidades de
trabalho na interação com outras categorias profissionais. O código de ética profissional dos assistentes
sociais (1993), dentre os seus princípios, menciona a importância do incentivo às práticas interdisciplinares,
o que dialoga com os objetivos do programa de residência multiprofissional. A rotina de trabalho das
residentes compreende a articulação de duas escalas de atividades: uma agenda de atividades no serviço e
uma agenda de atividades práticas e teóricas numa abordagem multidisciplinar. Nas atividades no Serviço
Social, foi iniciada a passagem das R1 pelas enfermarias, ambulatórios e programas por onde o serviço
social desenvolve sua prática. No caso das atividades multiprofissionais, a princípio, passamos por
momentos de ambientação no hospital, treinamentos e momentos de discussão de temas que contribuem
para o processo de formação crítica dos residentes. Com base neste primeiro contato com as atividades da
residência multiprofissional, pretende-se elaborar, coletivamente, estratégias de atuação e propostas de
intervenção interdisciplinar, visando oferecer assistência integral de qualidade aos usuários do HUCFF, em
consonância com os princípios do SUS. Referências Bibliográficas: Código de Ética do Assistente
Social. Resolução CFESS n. 273, de 13 de março de 1993. Publicada no DOU /Seção 1, de 8.6.1993, p.
7.613-7.614. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Lei de Regulamentação da Profissão de
Assistente Social. Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá
outras providências. BRASIL. Residência multiprofissional em saúde: experiências, avanços e
desafios / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento
de Gestão da Educação em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

20
QUE PAPO É ESSE: SERMÃO OU INFORMAÇÃO?

Autoras: Ingrid de Assis Camilo Cabral e Kelly Cristine Marques da Silva


Apresentadora: Kelly Cristine Marques da Silva

Compreender e trabalhar os questionamentos e reflexões dos adolescentes é fundamental para


amadurecimento e desenvolvimento de atitudes responsáveis. A sexualidade é fundamental não só para a
reprodução, como também para o bem-estar do ser humano, devendo, por isso, estar relacionada a outros
aspectos, como sentimentos, afeto, prazer, projetos de vida e principalmente, sua saúde. Os adolescentes
contemporâneos iniciam sua vida sexual por volta dos 15 anos de idade, uma vez que, atualmente, a
população aceita mais facilmente a atividade sexual. Além disso, a crescente expansão dos meios de
comunicação resultou em mudanças nas atitudes e nos comportamentos sexuais, como maior aprovação e
tolerância com relação ao sexo antes do matrimônio e maior liberdade sexual feminina. Com base no acima
exposto, foi realizada uma oficina sobre sexualidade, para adolescentes com idade entre 16 e 17 anos,
inseridos no mercado formal de trabalho, como aprendizes. A atividade teve como objetivo principal
possibilitar o acesso à informação através de uma abordagem sócio- educativa que permita escolher a
melhor forma de exercer a sua sexualidade, de forma livre de pudores e preconceitos. A metodologia
utilizada foi à realização de uma oficina de abordagem sócio-educativa, iniciada com uma dinâmica onde os
participantes deveriam escrever suas dúvidas em papéis coloridos sobre sexualidade de acordo com a
dificuldade encontrada para abordar o tema com familiares e amigos. Após esse momento, foi realizada
uma roda de discussão sobre os mais variados temas acerca da Sexualidade. A saúde sexual e a saúde
reprodutiva, também condicionadas pela forma de vida que se leva, são influenciadas por fatores, entre os
quais podemos destacar: as discriminações de gênero, de raça/etnia, de religião e de orientação sexual. Ao
final, foi possível compreender que a sexualidade está presente em todas as fases da vida de homens e
mulheres, assumindo uma dimensão fundamental por envolver práticas e desejos relacionados à
afetividade, ao prazer, às emoções, ao exercício da liberdade e, por conseguinte, à saúde. E tratar desse
campo de descobertas, experimentações e vivência da liberdade, “empodera” os indivíduos em suas
escolhas e responsabilidade e, portanto tornando-os sujeitos autônomos em suas posturas individuais e
coletivas. Referências Bibliográficas: BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8.080. Dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, de 19 de Setembro de 1990. ___. Ministério da
Saúde. Coordenação Nacional de DST e Aids. Manual do multiplicador : adolescente / Ministério da
Saúde, Coordenação Nacional de DST e Aids. – Brasília : Ministério da Saúde, 2000. BUSS, P. M. Uma
introdução ao conceito de Promoção a Saúde. In: CZERESNIA, D.; FREITAS, C.M. (orgs). Promoção da
Saúde: conceitos, reflexões e tendências. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2003; MATTOS, R. A. Os sentidos da
Integralidade. Algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. In: Ciência & Saúde
Coletiva. Rio de Janeiro: 2004. v. 9, n. 4.

21
LEVANTAMENTO DO PERFIL DOS USUÁRIOS DO SERVIÇO SOCIAL E PACIENTES NO SERVIÇO DE
INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E CIRÚRGICAS

Autora: Camila Oliveira Carvalho


Orientadora: Vania Dias de Oliveira

Trata-se de um estudo que buscou levantar o perfil dos usuários do Serviço Social no Serviço de
Emergência, denominado, hoje, Serviço de Intercorrências Clínicas e Cirúrgicas/SICC. Seu objetivo geral foi
o de construir e avaliar o perfil dos usuários do Serviço Social do SICC/HUCFF/UFRJ. Esta análise foi
realizada com a perspectiva de sistematizar os processos de trabalho no Serviço, considerando as
especificidades de seu público usuário para garantia de seus direitos sociais e atendimento efetivo de suas
necessidades dentro e fora do espaço institucional no âmbito da prevenção, promoção e proteção social.
Sua relevância está em se conhecer o público usuário da instituição, levantamento de suas demandas
dentro deste espaço para garantir o atendimento universal, igualitário e a aplicabilidade de seus direitos
sociais, visando à construção de um projeto de intervenção que possibilite a melhoria do atendimento social
e institucional para viabilização de acesso às políticas públicas existentes. A presente proposta,
fundamentada nas dimensões técnico-operativa, teórico-metodológica e ético-política do Serviço Social,
vem contribuir, ainda, não só para a melhoria do atendimento do público usuário, mas também para o
crescimento e a atualização dos profissionais que compõem a equipe do Serviço Social do
SICC/HUCFF/UFRJ. A metodologia utilizada foi à coleta de dados a partir de 30 entrevistas sociais
realizadas com base na Ficha de Estudo Social/FES, com pacientes e/ou familiares, durante a internação,
no Serviço de Emergência do HUCFF. O estudo preliminar revelou que o perfil da população usuária do
Serviço Social do SICC se define, prevalentemente, assim: Usuários com idade igual ou superior a 60 anos
são majoritários dentre os atendimentos efetuados pelo Serviço Social, Sessenta por cento destes foram
para mulheres, 46,6% dos atendimentos efetuados para pacientes da instituição que residem fora da área
programática 3.1. Com relação à renda familiar, 53,3% das famílias possuem renda entre um e dois salários
mínimos e 36,7% das famílias possuem renda entre três e cinco salários. E, em relação à renda individual
destes, percebi que 40% possuem renda na faixa de um a dois salários mínimos, que 30% possuem renda
menor ou igual a um salário mínimo e 20% não possuem nenhuma renda individual sendo totalmente
dependentes da família ou benefício assistencial. Referências Bibliográficas: SOUZA, Charles Toniolo. A
prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional. Emancipação,
Ponta Grossa, 8(1): 119 – 132. 2008. Disponível em http://www.uepg.br/emancipacao. CARVALHO, Raul
de & IAMAMOTO, Marilda. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação
histórico-metodológica. 17. Editora São Paulo: Cortez, 2005. CFESS. Em questão: atribuições privativas do
assistente social. Brasília, Distrito Federal: CFESS, 2002.Código de Ética Profissional do Serviço Social,
1993. MARSIGLIA, Regina Maria G. O projeto de pesquisa em Serviço Social. In Capacitação em Serviço
Social e Política Social: módulo 5: Intervenção e Pesquisa em Serviço Social. CFESS, Brasília, 2001.

22
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO PROJETO BÚSSOLA

Autora / apresentadora: Isis Lira Basílio


Co-autoras: Débora Cascabulho Steele e Érika Campos do Nascimento

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma atividade que vem sendo desenvolvida pela equipe do
Serviço Social do programa de Atenção a Saúde do Adulto (PASA) do Hospital Universitário Pedro Ernesto
(HUPE) através do Projeto Bússola, onde foi realizada uma capacitação e atualização dos profissionais que
realizam salas de espera nos Ambulatórios do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Vale ressaltar,
que o projeto também abrange a elaboração de material educativo (pôster, fôlder, mural). O PASA tem uma
área de cobertura que engloba todas as especialidades existentes no ambulatório do HUPE; o publico
atendido é de adultos em grande número de pessoas idosas. O objetivo da atividade é apresentar uma
experiência de trabalho de capacitação e atualização profissional realizado pelo Serviço Social do
ambulatório (PASA/HUPE). A metodologia utilizada neste projeto foi sistematização de uma atividade
voltada para capacitar e atualizar os profissionais que realiza essa abordagem grupal. A sala de espera
como uma atividade educativa realizada nos ambulatórios, possibilita uma prática reflexiva coletiva de
educação em saúde, entre os profissionais que a desenvolvem e os usuários do serviço, tomando como
embasamento tanto os princípios do SUS como do código de ética do Assistente Social. A partir dessa
ação, busca-se construir uma cultura de direitos nesta unidade de saúde. Para a concretização do curso de
capacitação, foi construído um cronograma para o ano de 2012, e realizado contato prévio com profissionais
de diferentes instituições. O curso foi dividido em cinco (5) módulos temáticos: doação de sangue; vale
social (política de transporte), Política de assistência social no município do Rio de Janeiro; BPC/LOAS;
prevenção de HIV/AIDS. Foram convidados profissionais do Banco de Sangue do HUPE/UERJ, da
Secretaria Estadual de Transporte, da Secretaria de Assistência Social do Município do Rio de Janeiro, da
Previdência Social, do Núcleo de Epidemiologia do HUPE/UERJ. Com essa atividade busca-se melhorar a
qualidade do serviço prestado à população e a formação dos profissionais da área, através de um trabalho
de capacitação continuada. Compreendemos que a participação de distintos profissionais da área de saúde
nessa atividade é de significativa importância, sendo assim, a equipe tem realizado sucessivos esforços
para que outros profissionais integrem-se neste projeto Sala de Espera. Com isso, possibilitando a
ampliação do alcance desta ação educativa, ao permitir momentos de reflexão, participação e avaliação,
nos quais os profissionais e a população compartilhem saberes historicamente acumulados.

23
A CONTRIBUIÇÃO DA RESIDÊNCIA NA (RE) IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO
AMBULATÓRIO DE PEDIATRIA NO INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE.

Autoras: Poliana Soares Santana e Tatiana Figueiredo Ferreira Conceição


Apresentadora: Tatiana Figueiredo Ferreira Conceição

Introdução: A reflexão em tela é fruto do trabalho desenvolvido pelo Serviço Social no Instituto Fernandes
Figueira – IFF. Trata-se de uma Instituição de referência materno-infantil de atendimento de média e alta
complexidade. Recebe atualmente usuários pertencentes ao Estado do Rio de Janeiro, quanto aos demais
estados da federação, com uma grande predominância destes usuários comporem o segmento mais
pauperizado da classe trabalhadora. A presente proposta traz uma reflexão sobre a contribuição da
residência multiprofissional na “re implantação” do serviço social no ambulatório de pediatria, que constitui
uma das portas de acesso para a instituição. Objetivo: Analisar a inserção do Serviço Social no
ambulatório de pediatria e a contribuição da residência neste processo. Metodologia: Estudo realizado a
partir da inserção das residentes multiprofissionais no ambulatório de pediatria, no período de abril e maio
de 2012, onde foi definida uma nova assistente social para assumir este espaço, visto que há
aproximadamente dois anos, estava sem profissional de serviço social lotada. As demandas dos usuários
(as) vinculadas ao ambulatório eram atendidas, de maneira geral, no plantão do serviço social. Foram feitas,
em conjunto com a profissional lotada no setor, levantamento das principais demandas dos usuários, bem
como uma análise de conjuntura. Depois então, passou-se para construção de um plano de trabalho.
Discussão: O ambulatório de pediatria é um setor que nos apresenta um grande quantitativo de demandas,
por ser uma das portas de entrada da instituição, o que se faz necessária uma intervenção direta do Serviço
Social. A implementação do Serviço Social neste ambulatório trouxe inclusive a discussão a implementação
do acolhimento e como o Serviço Social estaria configurando a atuação junto a equipe. Para tal, nos
respaldamos no Código de Ética Profissional, na Lei de Regulamentação da Profissão (ambos de 1993),
Parâmetros para Atuação do Assistente Social na Saúde (2010) e na Política Nacional de Humanização
(2004). Desta forma, para materializar a nossa intervenção e democratizar as informações, por meio de
orientações sociais, realizamos a construção de instrumentos de trabalho, visando tornar mais concreto e
disseminar de forma coletiva informações referentes à contribuição do Serviço Social neste setor.
Encontram-se em construção, uma cartilha informativa, que vislumbra esclarecer aos usuários alguns
direitos sociais, assim como o mapeamento da rede de atenção a saúde dos municípios da baixada
fluminense, como forma de contribuir com a equipe multiprofissional e aos usuários sobre à contra-
referência dos usuários atendidos no setor. Cabe salientar, que durante este processo de mapeamento
buscamos obter informações sobre os programas de dispensação de leites excepcionais destes municípios,
visando evitar a judicialização. Conclusão: Ao participarmos do processo de retorno do Serviço Social, de
maneira mais orgânica ao ambulatório de pediatria, foi possível, contribuir para construção de um trabalho
que vai para além dos atendimentos imediatos e das demandas aparentes. Cumprindo como um dos
nossos princípios que é primar pela qualidade dos serviços prestados, buscando a viabilização dos direitos
e da socialização das informações em acessar recursos e serviços, a fim de garantir o acesso às políticas
públicas de forma integral. Referências Bibliográficas: BRASIL, Lei 8080, de 19 de setembro de 1990.
_______ Humaniza SUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das
práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS/MS.

24
A EXPERIÊNCIA DO GRUPO COM OS CUIDADORES DOS PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL
CENTRAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autoras: Alessandra Carvalho, Clara Barbosa Freitas, Débora Moreira, Giselle Azevedo, Natalia Santos,
Rejania Oliveira e Vania Lima Cardoso
Apresentadoras: Clara Barbosa Freitas e Vania Lima Cardoso

Este resumo tem como objetivo relatar uma das experiências de intervenção do Serviço Social do HCPM
junto aos familiares dos pacientes internados no HCPM. O projeto de reunião com os cuidadores de
pacientes internados foi pensado a partir das frequentes demandas por orientações sobre a rotina da
unidade, funcionamento dos setores, ouvidoria, bem como pela necessidade facilitar o acesso dos usuários
à equipe de saúde. O projeto tem como objetivo proporcionar um espaço de orientação, reflexão e
aproximação dos familiares e acompanhantes dos pacientes internados com a equipe de saúde. As
reuniões ocorrem desde janeiro de 2012, uma vez por semana e contam sempre com duas assistentes
sociais e um profissional de outra categoria a cada semana, como convidado e duração prevista de trinta
minutos. Ao iniciar cada reunião o Serviço Social apresenta os objetivos da reunião, informa sobre
seu funcionamento, assim como sobre a rotina da unidade, o funcionamento dos setores, como e a quem
recorrer em casos de reclamações e dúvidas, como e porque evitar infecção hospitalar e,
fundamentalmente, a importância do acompanhante no tratamento do paciente. Após a fala do Serviço
Social, o profissional convidado realiza sua exposição apresentando a rotina do seu setor e como pode
contribuir para qualidade do atendimento aos usuários e seus familiares/ acompanhantes. Posteriormente,
abrimos para que os cuidadores perguntem ou façam suas colocações e respondam a avaliação da reunião.
Ao final de cada reunião é servido um pequeno lanche para confraternização entre a equipe e cuidadores.
Apesar do projeto das reuniões com os cuidadores ter o propósito, inicialmente, de ser um espaço somente
de orientações, ganhou outros contornos. As reuniões se tornaram um espaço de desabafo sobre as
questões vivenciadas pelos usuários e cuidadores. E isso fez com que o horário da reunião se ampliasse.
Pois, apesar de ter sido criado como espaço de orientação analisou que era um dos únicos espaços de
escuta desses familiares / acompanhantes. Após a efetivação do projeto podemos verificar, a partir do
aumento das demandas após a implementação das reuniões, análise parcial dos questionários de avaliação
das reuniões e discussão de casos com a equipe multiprofissional: a maior satisfação do público-alvo da
reunião com relação ao atendimento do Serviço Social; a visibilidade do setor frente às outras categorias
profissionais, bem como a procura dessas pelo setor e o interesse em participar das reuniões e realizar
projetos conjuntos com o Serviço Social. Referências Bibliográficas: BRAVO, M.I.S. A Saúde no Brasil na
Década de 90- projetos em disputas. In. Superando Desafios. In: Caderno de Serviço Social do HUPE,
UERJ, RJ, 1998, Ano III, no 4, p. 29-34. BRASIL. Lei Orgânica da Saúde 8.080, 1990. BRASIL. Lei Orgânica
da Saúde 8.142, 1990. CFESS/ABEPSS. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais.
Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. Unidade I: pags. 15 a 86; Unidade II: pags. 125 a 163; Unidade IV: pags.
341 a 410; e Unidade V: pags. 481 a 552. CRESS. Assistente Social: ética e direitos. Coletânea de Leis e
Resoluções. 5ª edição. Volumes 1 e 2. Rio de Janeiro: CRESS-7ª Região, abril, 2008. COSTA, M.D.O. O
trabalho nos Serviços de Saúde e a inserção dos(as) Assistentes Sociais. In: Serviço Social e Saúde –
formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez Editora, 2006, p. 273-303. LAURELL, A.C. A Saúde-
doença como processo social. Revista Latino americana de Salud. México: 2: 7-25, 1992. MOTTA, Ana
Elizabete et al (orgs.). Serviço Social e Saúde. Formação e Trabalho Profissional [online]. ABEPSS e OPAS,
julho/2006. Partes: 1ª e 2ª. Disponível em: http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/inicio.htm.
PAIM, J.S. Bases Conceituais da reforma sanitária. In: Saúde e Democracia: A luta do CEBES. São Paulo:
Lemos Editorial, PP. 11-24, 1997.

25
DA TRIAGEM À RECEPÇÃO INTEGRADA: REDIMENSIONANDO O PRIMEIRO ATENDIMENTO EM
GINECOLOGIA ONCOLÓGICA

Autoria: Letícia Batista da Silva, Fernanda dos Reis Melo,


Ana Claudia Correia Nogueira, Claudia Quinto Santos Souza

Este trabalho tem por objetivo socializar a experiência de equipe multiprofissional na implementação da
Recepção Integrada no Hospital do Câncer II – INCA. O HCII é unidade especializada no atendimento em
ginecologia oncológica. O hospital apresenta atualmente uma média mensal 115 novas matrículas. Do
universo de patologias ginecológicas destaca-se, pela maior incidência (70% dos casos matriculados), o
câncer de colo de útero – doença diretamente relacionada às condições de vida.Os primeiros passos para
implementação deste trabalho datam de 2002 e surgem como uma proposta do Serviço Social e da
Enfermagem para alteração do modelo de “porta de entrada” do HCII. As alterações sugeridas tiveram
como principal justificativa a efetivação do atendimento integral desde a chegada das usuárias ao HCII. A
partir daí o 1º atendimento - antiga triagem - passou a ser compreendido como um processo do qual faz
parte o atendimento do médico especialista (ginecologista), do enfermeiro e do assistente social. Em 2004 a
unidade começa a implementação da Recepção Integrada, há o aproveitamento das rotinas já instituídas e
a ampliação desse processo, agora incluindo também o pessoal de segurança, recepção e técnicos de
enfermagem. Tratou-se de propiciar condições para mudança de cultura no atendimento, conferindo
importância a todas as etapas do primeiro contato da usuária com o HCII, a partir de uma perspectiva de
acolhimento que só se realiza a medida que os profissionais envolvidos não se vêem isolados na realização
das atividades e reconhecem no trabalho da equipe multiprofissional um apoio para si e, sobretudo, ação
indispensável ao atendimentos das necessidades dessas usuárias. Em 2012 avaliamos como ganhos do
processo: diminuição do tempo para início e continuidade do tratamento (fundamental em oncologia,
principalmente em doença avançada); implementação de ações interdisciplinares; menor possibilidade de
que a usuária “se perca”; implementação de processo que possibilita identificação de erro. Desafios:
realização de reuniões de equipe que incluam o profissional médico; trabalho em equipe multiprofissional
adequando horários de atendimento (ex: regramento ambulatorial) tendo a necessidade do paciente em
foco; integração dos serviços de laboratório e imagem no processo de atendimento no prazo e forma
adequados às necessidades de saúde das usuárias adoecidas por câncer ginecológico; necessidade de
avaliação constante e flexibilidade para mudança.

26
ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM SAÚDE: O ATO AÇÃO – REFLEXÃO DA INTEGRALIDADE

Autoria: Joyce Andrade das Flores

Uma das formas de expressão da integralidade, no que tange os atributos das práticas em saúde, surge
através de uma modalidade diferenciada de atenção: a assistência domiciliar, que vem sendo adotada como
forma de superar a racionalidade biomédica e de ampliar práticas mais humanizadas no ato de cuidar. O
Programa de Assistência Domiciliar Interdisciplinar (PADI) foi um dos cenários de prática para os residentes
multiprofissionais em saúde do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), localizado na
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), permitindo a vivência de ações diferenciadas e
desafiadoras para alcançar as práticas integrais, percebendo a possibilidade de construir novos fazeres no
campo da saúde. O objetivo desse trabalho esta em relacionar o princípio da integralidade com a prática do
PADI, estabelecendo conexões com o processo de aprendizagem da Residência Multiprofissional em
Saúde, descrevendo o processo de implantação e funcionamento do programa e relacionando os aspectos
da assistência domiciliar a partir da problematização entre Biomedicina e Integralidade. A abordagem e o
atendimento no âmbito domiciliar se desenvolvem como alternativa à intervenção hospitalar, dando
continuidade à assistência iniciada nas enfermarias ou ambulatórios, a fim de promover ações de saúde que
permitam pensar na qualidade de vida do sujeito cuidado em um ambiente que lhe seja familiar e mais
confortável. A oportunidade de participar de um programa que caminha na contramão dos serviços comuns
prestados por instituições de alta complexidade foi o combustível preciso para perceber a riqueza que existe
na aplicação de tecnologias leves no âmbito da saúde pública. Perceber o modo como se produz o
atendimento domiciliar, verificar os benefícios que são oferecidos ao sujeito cuidado e seus familiares e
como a equipe de saúde se relaciona com seu trabalho permite capturar nesse universo a concretude dos
princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente no que tange a integralidade. Nesse contexto,
o PADI emerge como uma modalidade inovadora (sendo possível dizer também ousada) de cuidado,
representando um serviço que promove a superação e transformação institucional com base nas práticas do
princípio da integralidade. Por isso, não se trata somente de desocupar um leito hospitalar, mas também de
responsabilização e qualificação das ações em saúde, por parte dos profissionais, ao garantir um cuidado
para além do patológico. Deve-se considerar que o caminho para alcançar as práticas integrais na área de
saúde está em ampliar o seu conceito e perceber que o sujeito cuidado carece de outros recursos para
além dos cuidados biológicos e especializados de sua doença. Produzir um olhar para além do horizonte,
vislumbrando o compromisso com práticas educativas, preventivas e promocionais na saúde, representa o
objetivo maior para aqueles que sonham com o SUS constitucional posto em prática e que, na realidade,
possui inúmeros obstáculos para que seja concretizado.

27
PESQUISA-INTERVENÇÃO: ESTRATÉGIA PARA O CUIDADO DA SAÚDE MENTAL DOS SERVIDORES
DO NERJ - MINISTÉRIO DA SAÚDE (RJ)

Autoria: Ana Paula Reguete Martins Monteiro de Souza, Flávia Areias Vieira da Costa e
Virginia Mariz Loreto

O Espaço de Escuta Técnica Qualificada, criado como uma das frentes de trabalho do PASS/NERJ está
fundamentado na experiência da CAS/MS, em Brasília. Seus referenciais teóricos são a psicopatologia e a
psicodinâmica do trabalho, a NOSS, dentre outros. Objetiva pesquisar e identificar no sofrimento psíquico dos
servidores, os fatores que possam comprometer o equilíbrio físico, psicológico e social dos mesmos. Visa
intervir e mediar situações de conflito vivenciadas no local do trabalho; articular a vida laboral versus as
diversas inserções cotidianas dos servidores e, contribuir com a gestão dos setores do trabalho, a partir do
princípio da horizontalidade. A equipe multiprofissional (assistente social, psicóloga e médica psiquiatra) vem
atuando sob diferentes ângulos da dimensão biopsicossocial com uma abordagem transdisciplinar.
Investimos na metodologia de pesquisa-intervenção por acreditarmos que é o método que mais fomenta a
participação efetiva. Ao propormos a construção coletiva de um plano de trabalho (com e no setor), apostamos
que tal iniciativa possa provocar reflexões sobre o próprio fazer profissional do servidor, singularmente e na
coletividade. Apostamos que este processo precisa ter quatro etapas: sensibilização da chefia e dos
servidores/trabalhadores terceirizados; diagnóstico; construção de Plano de Trabalho; e execução e
monitoramento do Plano. Um grupo foi escolhido como piloto para a implantação da Pesquisa-Intervenção.
Após o trabalho, o grupo identificou questões significativas no trato com a gestão e práticas de agravamento à
saúde no setor, propondo alternativas e sendo referendado pelo gestor. Esperamos que nossa iniciativa
colabore para ambientes e processos de trabalho mais saudáveis, o que contribuirá para a melhora real das
condições de saúde mental dos servidores. Palavras Chaves: Acolhimento, Saúde Mental e trabalho
interdisciplinar.

28
NEGLIGÊNCIA NA INFÂNCIA – ABORDAGEM DO PROFISSIONAL DE SAÚDE EM FOCO

Autoria: Débora Helena do Nascimento, Rosilene Francisco Constancio

O objeto dessa revisão bibliográfica é a abordagem do profissional de saúde à família de crianças em


situação de negligência internadas nas enfermarias pediátricas. O tema inquietou a Residente de Serviço
Social a partir da inserção na enfermaria de lactente, na qual se observou que as famílias são tomadas
como negligentes, porém sem deixar claros os parâmetros utilizados pelos profissionais de saúde,
principalmente médicos e enfermeiros, para julgar estas famílias. A violência é um problema de saúde
pública, visto os altos índices de mortalidade em decorrência deste fenômeno, inclusive, sendo a 3ª causa
de morte na população infanto-juvenil no Brasil. Esse fenômeno somam altos custos financeiros para o
setor saúde. A violência tem sido alvo de políticas públicas que visam reduzir mortalidade e monitorar as
consequências decorrentes desse fenômeno no setor saúde destacam-se: a Política Nacional de Redução
da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, Política Nacional de Urgências, o Sistema de Vigilância de
Violências e Acidentes (VIVA) e o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). A negligência ou
abandono é 3ª causa de registros de violência contra crianças. As agressões contra crianças aconteciam
em cerca de 58% dos casos em casa e que o agressor em 24% dos casos registrados eram as mães. A
violência cometida contra crianças e adolescentes tem na Lei nº 8.069/90 – que define o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), artigos que preveem a proteção desse grupo vulnerável pela sua condição
de desenvolvimento e dependência contra os maus tratos, especificando que é de competência de todos
assegurar a garantia dos direitos desse público. Referências: BRASIL. Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990
– Estatuto da Criança e do Adolescente. Câmara Municipal do Rio de Janeiro. RJ, 2010; ______. Linha de
Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de
Violências. Ministério da Saúde. DF, 2010. (Orientação para gestores e profissionais de saúde); ______.
Painel de indicadores do SUS – prevenção de violências e cultura de paz. Ministério da Saúde. DF, nº 5, v.
III, novembro, 2008; DELFINO, V; ALVES, Z. M. M. B; SAGIM, M. B; VENTURINI, F. P. A identificação da
violência doméstica e da negligência por pais de camada média e popular. Texto Contexto Enferm.
Florianópolis. SC, nº 14 (esp.), 2005, p. 38-46; FERREIRA, A. L; SCHRAMM, F. R. Implicações éticas da
violência doméstica contra a criança para profissionais de saúde. Rev. Saúde Pública, nº 6, v. 34, SP. dez.
2000; NEVES, A. S; ROMANELLI, G. A violência doméstica e os desafios da compreensão interdisciplinar.
Estudo de Psicologia. Campinas. SP, nº 3, v. 23, jul./set, 2006; MIOTO, R. C. T. Novas propostas e velhos
princípios: a assistência às famílias no contexto de programas de orientação e apoio sociofamiliar. In.:
SALES, M. A; MATOS, M. C. de; LEAL, M. C. (orgs.). Política Social, Família e Juventude – uma questão de
direitos. SP. Cortez, 2004, p. 43-59; SALIBA, O; Garbin, C. A. S; GARBIN, A. J. I; DOSSI, A. P.
Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. Rev.
Saúde Pública. SP, nº 3, v. 41, jun, 2007; SILVA, C. C. da. Contextualizando a questão da violência no
âmbito familiar. In.: BARROS, N. V; SOCHACZEWSKI, J. (orgs.). Violência: múltiplas abordagens. Niterói.
RJ. UFF, 1999, p. 89-90.

29
PERCEPÇÕES DA ADESÃO AO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO DO PACIENTE HIV: UM OLHAR
INTERDISCIPLINAR DA ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL AO PACIENTE SORO POSITIVO

Autoria: Rodrigo da Silva Santos

A infecção pelo HIV induz profundas alterações, mudanças endógenas e exógenas que confluem de forma
multifatorial para alteração do estado nutricional desse indivíduo, levando-o a um estereótipo doente, um
estado consumptivo. Em oposição a esse pensamento de vulnerabilidade do indivíduo portador do HIV,
observa-se uma transição desde o início da epidemia em 1980, de uma “aids aguda” para uma “aids
crônica” sem cara, sem estereótipos. O status de doença crônica desloca os olhares para além da cura,
para uma melhor qualidade de vida desses indivíduos, condição essa, associada a um estado nutricional
adequado e manobras de combate aos efeitos adversos à terapia anti retro viral (ex.lipodistrofia), e
subjetivos a essa nova condição. Em um estudo para verificar a adesão de pacientes HIV positivos à
dietoterapia ambulatorial, pode-se observar ainda um predomínio de uma maioria em condições
socioeconômicas desfavorecida, fato esse adverso à adesão, seja ela por questões financeiras ou culturais,
pautadas em hábitos alimentares já estabelecidos, que tendem a serem conservados apoiados em um
tratamento exclusivamente medicamentoso (TARV), e uma percepção corporal dentro dos padrões sociais.
A adesão a dietoterapia se dá em maior proporção por ocasião do diagnóstico recente, necessidades por
problemas gastrointestinais ou queda de estado geral. ALENCAR, 2008 em seu estudo sobre percepções
corporais em momentos distintos da epidemia, nos traz alguns relatos esclarecedores de possíveis
determinantes a uma boa ou má adesão “Toma certinho. Já faz dois meses que ele faz o tratamento. Agora
ele tá bom, tá gordo, tá bonito. Teve problema de derrame, arrasta a perna, mas tá bom, tá gordo. (Fem., 38
anos).”, “Eu não quero tomar os remédios mais não, eles (médicos) já desistiram, me sinto muito mau
depois... Vocês (nutricionista/farmacêutica) já tomaram ? experimenta pra ver se é bom..Eu to bem, não
tenho cara de doente, se eu tomar fico com cara de doente..O que eu quero aqui na consulta e não ficar
com cara de doente (Fem., 37 anos, Ambulatório multiprofissiona l- DIP/HUCFF). Observamos no centro de
referência ao paciente HIV do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, que a proposta do atendimento
multiprofissional nutrição e farmácia, vêm se mostrando eficaz em tratar esse indivíduo além da TARV,
pautando a terapêutica no indivíduo e não apenas na doença, empoderando-o de uma consciência
resolutiva dentro da sua individualidade bioquímica, adaptada e contextualizada. Referências: QUINTAES,
Kesia Diego; GARCIA, Rosa Wanda Diez. ADESÃO DE PACIENTES HIV POSITIVOS À DIETOTERAPIA
AMBULATORIAL. Campinas: Revista de Nutrição. Maio-Agosto, 1999; PALMA, Fabiana Ximenes Bonucci.
Adesão ao tratamento dietoterápico de pessoas vivendo com HIV/aids da unidade de saúde “Dr. Lourenço
Quilicci” – Bragança Paulista, São Paulo, SP, Brasil. Bragança Paulista, São Paulo, SP, Brasil/Palma FXB.
2010; ALENCAR, Tatiana Meireles Dantas de Alencar; NEMES, Maria I. B; VELLOSO, Marcos A.
Trransformações da “aids aguda” para a “aids crônica”: percepção corporal e intervenções cirúrgicas entre
pessoas vivendo com HIV e AIDS. São Paulo. Ciência & Saúde Coletiva, 13(6):1841-1849, 2008

30
A SAÚDE DAS MULHERES LÉSBICAS E BISSEXUAIS: NOVOS DESAFIOS PARA OS PROFISSIONAIS
DO SUS

Autoria: Marcely Silva Gatscher

Esta comunicação busca promover a sensibilização dos profissionais do SUS acerca do debate sobre a
saúde das mulheres lésbicas e bissexuais. Trata-se da divulgação de parte de um estudo sobre a formação
de um grupo de mulheres lésbicas e bissexuais, o grupo “Laços e Acasos: mulheres, desejos e saúde”, que
foi a proposta da minha monografia de conclusão de curso em Serviço Social, defendida em dezembro de
2011, na Escola de Serviço Social da UFRJ. A relevância deste trabalho está na atualidade dos debates
acerca do movimento LGBT, que ganha cada vez mais destaque na mídia, na esfera política e no âmbito
acadêmico. Nesse sentido, a partir das experiências vividas na pesquisa de campo, pretendo contribuir para
o amplo reconhecimento das demandas por saúde das mulheres lésbicas e bissexuais. A metodologia
investida esteve estruturada a partir de pesquisa bibliográfica com o propósito de mapear discussões sobre
o movimento LGBT no Brasil e os debates acerca da diversidade sexual e saúde. Realizei pesquisa de
campo com observação participante e coletei algumas entrevistas com o suporte de roteiro semiestruturado.
Os resultados encontrados apontam para a existência de problemas na forma como o “corpo lésbico” é
tratado pelos profissionais de saúde, o que reforça a necessidade de mudanças nos atendimentos
realizados nos consultórios, bem como a extensão dessa discussão por parte de todo o sistema único de
saúde. O fato do SUS não trabalhar a orientação sexual como uma variável importante no atendimento inibe
a possibilidade das mulheres lésbicas e bissexuais discutirem suas práticas sexuais – inclusive a
possibilidade de "negociação" de sexo seguro com a parceira. Os estudos mais recentes sobre saúde e
homossexualidade feminina concentram-se nos Estados Unidos, muitos destes trabalhos apontam para a
existência de vários fatores associados a problemas de saúde, dentre eles: câncer de mama e de colo de
útero, menor utilização de serviços de saúde, uso abusivo de álcool, tabagismo e níveis elevados de
sofrimento psíquico. A partir dessa pesquisa exploratória pude confirmar a existência de dilemas que
cercam a relação das lésbicas com os cuidados corporais e as atitudes de prevenção em saúde.
Considerando a problemática apresentada, a relação entre homossexualidade feminina e saúde é muito
frágil, e no caso brasileiro há escassos estudos esclarecedores, o que evidencia a existência de um campo
amplo para novas investigações. Referências: ALMEIDA, G. E. Da invisibilidade à vulnerabilidade:
percursos do “corpo lésbico” na cena brasileira face à possibilidade de infecção por DST e AIDS. Tese de
Doutorado em Saúde Coletiva – IMS, UERJ, 2005; BARBOSA, R. M.; KOYAMA, M. A. H. “Mulheres que
fazem sexo com mulheres: algumas estimativas para o Brasil”. Cad. Saúde pública, Rio de Janeiro, 22(7):
1511-1514, jul, 2006; FACHINI, Regina. “Acesso a cuidados relativos à saúde sexual entre mulheres que
fazem sexo com mulheres em São Paulo, Brasil”. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25 Sup. 2: S291-
S300, 2009; FACHINI, Regina. Sopa de letrinhas? Movimento homossexual e produção de identidades
coletivas nos anos 90. Rio de Janeiro: Garamond, 2005; MEINERZ, Nádia Elisa. Entre mulheres: etnografia
sobre relações homoeróticas femininas em segmentos médios urbanos na cidade de Porto Alegre. Rio de
Janeiro: EDUERJ, 2011.

31
ESTRUTURAÇÃO DA ORIENTAÇÃO FARMACÊUTICA: UM PROJETO EM AMBULATÓRIO DE
TUBERCULOSE

Autoria: Ana Alice Nogueira Fernandes, Thais Piazza de Melo, Nathália Silva de Jesus,
Lívia Gonçalves dos Santos Lima e Thaís Pimentel Silva de Araújo

O Brasil ocupa a 19a posição do ranking mundial de países com alta incidência de casos de tuberculose
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A incidência representativa da doença faz com que
grande parte do atendimento ambulatorial promovido pelo Instituto de Doenças do Tórax da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (IDT/UFRJ), seja para estes pacientes. Apesar do acompanhamento e tratamento
prestados sejam relacionados à tuberculose, é de extrema relevância o alto índice de comorbidades nestes
pacientes, especialmente a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). O objetivo do projeto é prestar
orientação farmacêutica aos pacientes do Programa de Controle de Tuberculose, auxiliando o uso racional e
correto de medicamentos. Para tal, a metodologia empregada será a utilização de formulários de registro
farmacêutico que servirão como um instrumento para obtenção de informações, tais como o histórico clínico
do paciente, a verificação do uso contínuo de medicamentos (com auxílio da sacola de medicamentos),
alergias, doenças concomitantes, entre outros. Os formulários serão devidamente preenchidos pelo
farmacêutico durante as consultas de enfermagem, além de complementação pela análise do prontuário de
cada paciente. A partir de tais informações, o farmacêutico poderá estudar o caso do paciente, e intervir,
caso necessário, quando, por exemplo, verificar possíveis interações medicamentosas, ou adaptar horários
de aprazamento. A perspectiva do projeto é que a orientação farmacêutica seja uma ferramenta útil
juntamente com os acompanhamentos médico e de enfermagem, e, sobretudo, capaz de proporcionar uma
melhor qualidade de tratamento ao paciente. Referência: WORLD WEALTH ORGANIZATION. Global
Tuberculosis Control 2004: epidemiology, strategy, financing. Geneva: World Wealth Organization; 2009.

32
ESTRATÉGIAS PARA GARANTIR O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS: APERFEIÇOAMENTO DO
INSTRUMENTO MULTIPROFISSIONAL DE AVALIAÇÃO FARMACOTERAPÊUTICA E NOVAS
PERSPECTIVAS

Autoria: Nathália Silva de Jesus, Ana Alice Nogueira Fernandes, Thais Piazza de Melo,
Lívia Gonçalves dos Santos Lima, Thaís Pimentel Silva de Araújo e Érika de Freitas Araújo

Assistência farmacêutica é um conjunto de procedimentos necessários à promoção, prevenção e


recuperação da saúde, individual e coletiva, centrados no medicamento, como meio de garantir o seu uso
racional. Sendo parte indissociável do modelo assistencial existente no Brasil, a assistência farmacêutica
tem caráter multiprofissional e intersetorial. O Atendimento Domiciliar nasce como uma prática assistencial
voltada para ofertar intervenções terapêuticas no domicílio do usuário, fazendo parte das ações de
reestruturação das práticas integrais de saúde que enfatiza as tecnologias leves e a atuação
multiprofissional. Com essa modalidade, o profissional pode proporcionar não apenas cuidados ao paciente,
mas também realizar um intenso trabalho de educação com cuidadores e/ou familiares, tornando-os aptos e
seguros para continuidade do cuidado. Baseando-se nisto, os objetivos do trabalho são aperfeiçoar o
instrumento multiprofissional de avaliação farmacoterapêutica já estabelecido pelos residentes anteriores e
implementá-lo no Programa de Atendimento Domiciliar Interdisciplinar (PADI) do Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho (HUCFF). A metodologia utilizada foi a análise detalhada do instrumento usado até
então, e avaliação das informações obtidas e das anotações deixadas pelos residentes. O instrumento
passou então por adaptações das questões consideradas pertinentes, e realização das modificações no
programa Microsoft Office Excel 2007. Como perspectivas estão: a quantificação dos dados coletados com
o novo instrumento, e utilização ficha para orientação do aprazamento dos medicamentos para o paciente.
Além disso, promover, juntamente com o auxílio da Terapia Ocupacional, a confecção pelos próprios
pacientes de caixas organizadas para o armazenamento dos medicamentos. Referências: FABRÍCIO,
S.C.C.; WEHBE, G.; NASSUR, F.B.; DE ANDRADE, J.I. Assistência domiciliar: a experiência de um hospital
privado do interior paulista. Rev Latino-Am Enfermagem. 2004:12(5): 721–6; FLORES, J.A.; ROMANO, V.F.
Assistência Domiciliar em Saúde: o ato ação – reflexão da integralidade. Monografia do Programa de
Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 2012.

33
O RESIDENTE NA CONSTRUÇÃO DAS RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS E DAS POLÍTICAS
SOCIAIS DE SAÚDE

Autoria: Vinicius Miranda Porto

Introdução: A residência multiprofissional de saúde se caracteriza pela formação em serviço. A idéia de


formação em saúde, no ambiente de trabalho, está descrita para o Sistema Único de Saúde (SUS), fruto de
construção do movimento da reforma sanitária. A formação para o trabalhador recém-formado abriga a
noção de interdisciplinaridade na atuação profissional e de serviços com objetivo de trabalhar em uma rede
de atendimento descentralizada, englobando os demais princípios do SUS. A residência visa à formação de
profissionais com uma visão integral que compreendam aspectos sociais, psicológicos, culturais e do
cotidiano do usuário2. A sociedade organizada tem o direito de participar nas decisões políticas do seu
sistema de saúde, normalmente efetuado por entidades sindicais nos conselhos de saúde, reforçados por
inúmeros movimentos sociais independentes, um deles o Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS).
Em 2005, pelo crescimento das residências dentro do SUS, foi criado o FNRS, um movimento que agrega
residentes em saúde de todo país e, dentre outros objetivos, defende a participação do residente na
construção das políticas que o impactam diretamente e defende um SUS público, único, de qualidade e com
administração direta. Metodologia: O estudo é um relato de experiência da atuação do residente
multiprofissional na construção de políticas sociais na área de saúde, em especial dentro do contexto da
Residência Multiprofissional. A escolha do tema ocorreu pelo HUCFF ter um programa de residência
multiprofissional, contando hoje com cerca de 60 residentes. Também foi fundamental a participação de
residentes do HUCFF no FNRS, CNRMS e outros espaços de debate. Resultados: A partir da dinâmica
multiprofissional da residência do HUCFF/UFRJ, da participação política no FNRS, instâncias de debate
político social e no cotidiano da residência foi possível observar que os residentes problematizavam suas
experiências e produziam propostas que podem contribuir para o avanço dos programas em todo país. O
Fórum permitiu a troca de experiências e de saberes entre residentes de diferentes programas, instituições,
entre residentes multiprofissionais e uniprofissionais, e entre esses todos e os outros trabalhadores da
saúde. Conclusão: Conclui-se ser necessária a ampliação do debate acerca do assunto políticas de saúde,
e maior instrumentação dos residentes nos fatores que afetam a qualidade dessa formação em serviço. A
simples abertura de programas de residência pode levar as instituições a verem nos residentes a solução
de financiamento e recursos humanos que precisam, levando esses profissionais a reproduzirem práticas
que não se coadunam com a idéia transformadora do e para o SUS. Referencias bibliográficas: BRAVO,
Maria Inês Souza; CORREIA, Maria Valéria Costa. Desafios do controle social na atualidade.Serv. Soc.
Soc., São Paulo, n. 109,Mar. 2012; MARIA NUNES CRISTINA BARROS. PAPEL DO PRECEPTOR NA
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL Experiência do Serviço Social. Trabalho de conclusão do Curso de
Especialização em Práticas Pedagógicas para a Educação em Serviços de Saúde. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010.

34
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL A UMA USUÁRIA DA UNIDADE
DE CUIDADOS BÁSICOS – UCB DO HESFA BASEADO NO PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE.

Autoria: Cíntia Maria Mendonça de Souza e Alexander de Lima Vasconcelos dos Santos

Introdução: O presente trabalho é fruto de um atendimento multiprofissional realizado a uma usuária da


UCB pelas residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher (PRMSM) do
Hospital Escola São Francisco de Assis – HESFA. O trabalho em equipe compõe a estrutura prática do
programa de residência multiprofissional, visto que são profissionais com habilidades complementares,
comprometidos uns com os outros e em prol de objetivos comuns. Objetivo: Relatar que a atuação
multiprofissional é possível e fundamental para o alcance da integralidade do cuidado em saúde.
Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de um atendimento realizado pelas residentes de
enfermagem, psicologia e serviço social em um dos ambulatórios da UCB – HESFA a uma usuária de 63
anos. O atendimento foi efetuado em trinta minutos e contou com o princípio da integralidade como eixo
norteador da atuação profissional, pois tivemos a sensibilidade da escuta qualificada, do acolhimento e do
tratamento digno e respeitoso em relação à autonomia da usuária. Além isso, desvinculamos nossa
intervenção do foco exclusivo da doença pela atenção à pessoa, com sua história de vida e seu modo de
viver e adoecer. Resultados/análises: Foi possível verificar que para essa prática tornar-se uma realidade,
cabe aos profissionais de saúde atender os indivíduos de forma integral, considerando que os mesmos
estão submetidos às diversas situações de vida e trabalho, sendo assim, não podem ser vistos de forma
fragmentada e desarticulada do contexto social que os envolvem. Considerações Finais: Observou-se que a
equipe multidisciplinar que trabalha na perspectiva da integralidade do cuidado proporciona uma assistência
de melhor qualidade aos usuários. Portanto, evidencia-se a necessidade de se perceber a integralidade
como princípio alicerçado em novas práticas na área de saúde e voltado para um novo paradigma
preparado para ouvir, entender, respeitar e, a partir daí, atender às demandas e necessidades da população
usuária do SUS. Referências bibliográficas: BRASIL. Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990; CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde.
Série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais, nº 2, Brasília: CFESS, 2010; PEDUZZI M.
Equipe multiprofissional em saúde. A interface entre trabalho e interação (tese). Campinas. Faculdade de
Ciências Médicas. Universidade Estadual de Campinas, 1998.

35
RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO
RIO DE JANEIRO: A ENFERMAGEM TRABALHANDO COM A INTERDISCIPLINARIDADE

Autoria: Carolina Felippe, Denise da Hora,


Kelly Cristine Marques da Silva, Emilene Abdala e Flávia Santos

INTRODUÇÃO: Trata-se de um relato de experiência de profissionais da saúde (Enfermagem, Nutrição e


Serviço Social) que fazem parte do Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde
promovido pelo Ministério da Saúde junto ao Ministério da Educação, com vistas a atender a formação de
profissionais baseado na integralidade, um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde.
OBJETIVOS: Relatar a experiência de enfermeiras, nutricionistas e assistentes sociais na Residência
Integrada Multiprofissional em Saúde de um hospital universitário do Rio de Janeiro. Desenvolver
competências de acordo com o núcleo de saber e prática da área profissional, previstos no Programa de
Residência Multiprofissional em Saúde. METODOLOGIA: Para a elaboração do artigo em questão, foi
utilizada como a realização de revisão bibliográfica e os diários-de-campo. A análise teve por base a
compreensão empírica das representações sociais encontradas nas atividades desenvolvidas na equipe
multiprofissional com como referencial teórico, Paulo Freire. DESENVOLVIMENTO: Os residentes são
alocados em diferentes setores do hospital como o Serviço de Desenvolvimento em Enfermagem
(SERDES). Neste, a enfermeira atua junto com a nutricionista e a assistente social na elaboração de
treinamentos contínuos dos profissionais de enfermagem das diferentes unidades de internação.
RESULTADOS: Os residentes contribuíram planejando e implementando os planos de aula com posterior
avaliação dos participantes. Tais planos abordavam: Atendimento com Qualidade – Humaniza SUS, Terapia
Nutricional e Cuidados de Enfermagem com Hemoterapia. Além disso, os residentes lecionaram não só
para os profissionais de nível médio e superior, mas também para o curso de graduação em Medicina com
temáticas inerentes aos profissionais de saúde em âmbito intra-hospitalar. Tais contribuições foram
evidenciadas pelos instrumentos de avaliação e pela participação nas aulas. CONCLUSÃO: Os
profissionais da área da saúde estão diante da constante necessidade de qualificação, pautada nos
princípios de integralidade, universalidade, descentralização, equidade, regionalização e hierarquização.
Existe a necessidade continua no sistema atual do hospital em questão por essa demanda, e a residência
vem trazer um suporte significativo neste processo de qualificação profissional com a finalidade de atender
grande parte dos profissionais com a abordagem multiprofissional. Porém, encontrou-se muita resistência
em diferentes setores por se tratar de uma prática de inserção multiprofissional inovadora e incomum dentro
do ambiente hospitalar. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria em Secretaria de Atenção a
Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde, Ministério da Saúde. Secretaria de Secretaria de Atenção
à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 60.p. - (Série B. Textos Básicos em Saúde). Disponível em:
http://portal.saúde.gov.br/portal/arquivos/pdf/politicanacional%020
saudenv.pdf Acesso em: maio 10-06-2011; FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à
prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,1996.

36
ATENÇÃO FARMACÊUTICA: MESCLA TECNOLÓGICA A SERVIÇO DE UM NOVO AGIR EM SAÚDE

Autoria: Leandro Augusto Pires Gonçalves e Joyce de Andrade das Flores

A Atenção Farmacêutica (AF) é um processo de trabalho que se caracteriza como uma mescla tecnológica:
a formação de vínculo entre o farmacêutico e o sujeito-cuidado (tecnologia leve), a aplicação do
conhecimento técnico-científico desse profissional através da prática clínica (tecnologia leve-dura) e a
disponibilidade do medicamento como um dos componentes do tratamento terapêutico (tecnologia dura).
Nessa perspectiva, deseja-se contribuir através das práticas de AF na melhoria da adesão do tratamento
das pessoas que vivem com HIV/ aids (PVHA) atendidos em um Hospital Universitário (HU). O acesso
universal e gratuito ao tratamento anti-retroviral é uma importante conquista da sociedade brasileira. Apesar
disso, é fundamental garantir a integralidade das ações de saúde, visando mais do que um simples acesso
aos medicamentos anti-retrovirais. O farmacêutico torna-se essencial para que forneça orientações sobre o
uso desses medicamentos e as possibilidades de reações adversas e resistência do vírus, durante o
processo de tratamento. Espera-se com o desenvolvimento da AF aproximar o serviço de Farmácia ao
universo dos usuários, tornando-se mais um espaço de referência para as PVHA atendidas no HU.
Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Diretrizes para o
fortalecimento das ações de adesão ao tratamento para pessoas que vivem com HIV e Aids. 2007; COMITÉ
DE CONSENSO. Tercer Consenso de Granada sobre Problemas Relacionados con Medicamentos (PRM) y
Resultados Negativos associados a la Medicación (RNM). Ars Pharm, 48 (1), p. 5-17, 2007;
FEUERWERKER LCM, MERHY EE. A contribuição da atenção domiciliar para a configuração de redes
substitutivas de saúde: desinstitucionalização e transformação de práticas. Rev Panam Salud Publica.
2008;24(3):180–8; IVAMA, A. M. et al. Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica. Brasília: Organização
Pan-Americana da Saúde, 2002.

37
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL A UMA USUÁRIA DA UNIDADE
DE CUIDADOS BÁSICOS – UCB DO HESFA BASEADO NO PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE

Autoria: Alexander de Lima Vasconcelos dos Santos e Cíntia Maria Mendonça de Souza

Introdução: Este trabalho é parte do atendimento multiprofissional realizado a uma usuária do Centro de
Estudos de Prevenção e Reabilitação do Alcoolismo – CEPRAL pelos residentes do Programa de
Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher do Hospital Escola São Francisco de Assis – HESFA. Tal
equipe desenvolve suas atividades dentro da proposta de treinamento em serviço onde o binômio teoria e
prática são complementares e orientadas pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS),
com destaque para a integralidade Objetivo: Relatar a experiência de atuação multiprofissional com
destaque para ações direcionadas à materialização da prestação de serviços de saúde como direito.
Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de um atendimento realizado pelos residentes de
enfermagem, psicologia e serviço social no CEPRAL a uma usuária de 45 anos. A experiência concreta
efetuou-se em torno de quarenta e cinco minutos utilizando como técnicas a escuta ativa, o acolhimento e o
olhar sobre o usuário enquanto sujeito de processo de saúde doença. Destacamos que a organização deste
processo de trabalho tem como objetivo atender as necessidades sociais de saúde, expressões da questão
social Resultados/análises: Foi possível verificar que para efetivamente se realizar uma prática crítica e
criativa, compete aos profissionais de saúde assistir os indivíduos de forma integral, levando em
consideração os determinantes de saúde presentes em sua realidade, síntese de múltiplas determinações.
Portanto, o diferencial entre o fazer crítico e prática asséptica está no modelo de atenção integral adotado
pela equipe no espaço sócio-ocupacional. Considerações Finais: Observou-se que a dimensão do cuidado
quando adotado na perspectiva humanizada e integral pela equipe multidisciplinar proporciona aos usuários
dos serviços de saúde uma atenção concernente aos princípios preconizados pelo Movimento de Reforma
Sanitária e materializados com a legislação do SUS. Deste modo, destacamos a necessidade de se adotar
o princípio da integralidade como referencial de novas práticas de saúde sustentado pelo tripé da escuta, da
análise crítica e da investigação sistemática como ponto de partida para compreender de que forma se
apresentam as demanda do processo de saúde-doença da população usuária do SUS.
Referências: BRASIL. Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990. Acessado em 25 de maio de 2012. Disponível
em: portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf; CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL.
Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde. Série Trabalho e Projeto Profissional
nas Políticas Sociais, nº 2, Brasília: CFESS, 2010; FIOCRUZ. Verbetes: Humanização e Integralidade.
Acessado em 25 de maio de 2012. Disponível em: www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/hum.html;
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro primeiro, Tomo I. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

38
DO TRATAMENTO AO CUIDADO DE PESSOAS QUE CONVIVEM COM O HIV/AIDS: UMA
EXPERIÊNCIA MULTIPROFISSIONAL

Autoria: Camile Valle Medawar, Daniele Gomes Marques, Fernanda Hernani, Kátia Corrêa Teixeira, Kelly
Cristine Marques da Silva, Rodrigo da Silva Santos e Vinicius Miranda Porto

O presente trabalho consiste em uma experiência de atuação ambulatorial, uma vez identificadas as
dificuldades da adesão ao tratamento de pacientes assistidos por uma unidade acadêmica de saúde no Rio
de Janeiro. A descoberta de novas tecnologias no tratamento e acompanhamento dos pacientes infectados
pelo HIV gerou um aumento significativo na qualidade de vida das pessoas, exigindo um olhar aos aspectos
psicossociais e não somente fármacológicos e biológicos. A articulação entre diferentes saberes constitui
uma forma de trabalhar e construir ações que objetivem a superação da fragmentação do conhecimento
para produzir melhores resultados na saúde da população. E nessa perspectiva se justifica a necessidade
de ações articuladas que garantam e defendam não só a vida, mas também a sua qualidade, através de
práticas educativas que fortaleçam a autonomia do sujeito. Nesse contexto, compreende-se que a adesão
ao tratamento transcende à ingestão de medicamentos. E para a prestação de uma assistência qualitativa,
justifica-se a criação do ambulatório multiprofissional com uma equipe formada por residentes das áreas de
Farmácia, Nutrição, Fisioterapia, Psicologia e Serviço Social. O objetivo dessa iniciativa é oferecer aos
indivíduos que vivem com HIV/AIDS uma atenção interdisciplinar a fim de promover adesão ao tratamento,
o cuidado integral à saúde e melhoria de sua qualidade de vida. Assim, foi reformulado e reiniciado um
Grupo de Adesão, já existente na instituição, onde os residentes desenvolvem atividades educativas e
informativas, na última quinta-feira do mês, tendo como base as necessidades levantadas pelos indivíduos
que o compõe, oferecendo um espaço de atenção integrada para discussão de diversos temas relacionados
ao tratamento, adesão, sexualidade, aspectos sociais, religiosos, psicológicos, fármacológicos, nutricionais,
sociais etc. Gradativamente o grupo vem absorvendo cada vez mais um número maior de pacientes que
contribuem não só para o amadurecimento profissional dos participantes, como também para a reflexão
sobre a trajetória de vida, as peculiaridades e o que há em comum entre os participantes. Considerada uma
doença crônica, a AIDS tem demandado aos profissionais da saúde o desafio cotidiano da adesão. Esta,
uma vez superada, acarreta ganhos não só para o indivíduo, mas para a sociedade, reduzindo os índices
de morbi-mortalidade e infecção ao garantir uma prática de promoção e prevenção e recuperação da saúde.
Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8.080. Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e funcionamento dos serviços correspondentes e dá
outras providências. Brasília, de 19 de Setembro de 1990; BUSS, P. M. Uma introdução ao conceito de
Promoção a Saúde. In: CZERESNIA, D.; FREITAS, C.M. (orgs). Promoção da Saúde: conceitos, reflexões e
tendências. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2003. CORDEIRO, Ivana Drummond; BACCARINI, Rachel;
POSSAS, Cristina . Adesão no contexto da terapia antirretroviral no Brasil: políticas públicas e desafios In:
Adesão ao tratamento antirretroviral no Brasil : coletânea de estudos do Projeto Atar : Projeto Atar /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2010; HAYNES, R. B.; TAYLOR, D. W.; SACKETT, D. L. Compliance in
health care. Baltimore, MD: Johns Hopkins University Press In: Manual de adesão ao tratamento para
pessoas vivendo com HIV e Aids / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa
Nacional de DST e Aids. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008; MATTOS, R. A. Os sentidos da
Integralidade. Algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. In: Ciência & Saúde
Coletiva. Rio de Janeiro: 2004. v. 9, n. 4.

39
GRUPO DE PACIENTES PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR

Autoria: Marina Bernardino Pinto Jorge e Luisa Fernandes de Mello e Silva

Trata-se de um grupo realizado atualmente por residentes multiprofissionais R2, de psicologia e serviço
social, com pacientes do ambulatório de pneumologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. A
hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença crônica caracterizada por uma elevação progressiva da
resistência vascular pulmonar, levando à sobrecarga do ventrículo direito e, finalmente, à falência do
ventrículo direito e à morte prematura. Na maioria dos casos, o sintoma inicial é a dispnéia (falta de ar)
progressiva, inicialmente durante o exercício físico, evoluindo até condição de repouso. Outros sintomas
incluem síncope ou quase síncope, vertigem, fadiga e edema periférico. Aperto no peito e dor similar a
angina podem ocorrer, particularmente durante o exercício físico. Devido à natureza não específica dos
sintomas, os indivíduos freqüentemente apresentam sintomas por muitos anos antes de serem
apropriadamente diagnosticados, o que influencia negativamente o prognóstico da doença. A HAP pode ser
caracterizada nas formas idiopática (que não tem base de causa identificável) e associada (relacionada a
outras doenças de base). A idéia do grupo nasceu em virtude da ocorrência de muitos pacientes do
ambulatório que possuíam a doença apresentarem demandas que ultrapassavam a intervenção médica.
Eram demandas relativas a situações familiares, econômicas e psicológicas. Entre os objetivos do grupo
estão: Oferecer aos pacientes um espaço de acolhimento, onde possam compartilhar suas angústias,
dúvidas e perceber como outras pessoas convivem com a doença, identificar demandas implícitas e
explícitas que se constituam entraves ao processo de saúde-doença desses pacientes, orientando sobre
direitos, contribuindo para o processo de tratamento dos mesmos e, em última instância, possibilitando a
melhora da qualidade de vida dos mesmos. A metodologia do grupo é caracterizada por grupo aberto, com
freqüência de duas vezes ao mês e com número de participantes entre seis a dez pessoas. No grupo os
pacientes obtêm ajuda profissional psicológica identificação e apoio de outros pacientes com o mesmo
diagnóstico, orientações sobre direitos de forma mais eficaz, já que nem todos vão ao serviço social do
ambulatório. Além disso, o grupo fornece orientações específicas sobre a doença. Para os profissionais, a
atuação no grupo possibilita experiência de trabalho interdisciplinar, com atuação entre medicina, serviço
social e psicologia. Referências: www.hipertensãopulmonar.com.br; BRAVO. M.I.S; MATOS, Murilo Castro
de. Reforma Sanitária e Projeto Ético Político do Serviço Social: Elementos para o debate. In: Saúde e
Serviço Social. BRAVO M. I. S. et alli (Orgs). São Paulo: Cortez. Rio de Janeiro: UERJ, 2004; MEYER,
Gisela e MILLER, Roberta. (org.) Um drible na HAP – relatos de quem vive com uma doença crônica e sem
cura; WRYOBECK, John M. et al. Psychosocial Aspects of Pulmonary Hypertension: A Review.
Psychosomatics 48: 467-475, Novembro-Dezembro 2007.

40
GRUPO DE AUTOCUIDADO NO TRATAMENTO DA HANSENÍASE

Autoria: Elen Regina de Oliveira, Maria Leide W. de Oliveira,Maria Katia Gomes, Silvana Teixeira de
Miranda,Gustavo Guimarães Torres, Wilton Fernandes Soares Neto,
Gustavo Palmares Gomes da Costa e Pamela dos Santos Feijó

Introdução: A equipe multiprofissional de saúde do Programa de Hanseníase do Hospital Universitário


Clementino Fraga Filho/ UFRJ, composta por profissionais e acadêmicos de graduação do serviço social,
medicina, fisioterapia e psicologia, implementou o grupo de autocuidado com pacientes em tratamento
ambulatorial em setembro/2009, a partir do reconhecimento das demandas da população usuária e do
contexto da organização dos serviços oferecidos. Objetivo: Desenvolver um modelo de educação em saúde,
voltado a promoção do autocuidado associada à investigação dos fatores que facilitam e os que são
obstáculos no estabelecimento de hábitos e atitudes promotoras de qualidade de vida, necessários para o
controle da doença e prevenção de incapacidades físicas. Procedimentos metodológicos: As reuniões
ocorrem uma vez por mês com pacientes, envolvendo profissionais de diferentes áreas, os quais reúnem-se
sistematicamente para discutir planejamento, metodologia, avaliação de resultados e sistematização das
atividades desenvolvidas. Os critérios para participação no grupo é que pacientes e seus familiares tenham
necessidades e interesses similares, consolidando um espaço contínuo de encontros para troca de
experiências e empoderamento do autocuidado. A coordenação do grupo utiliza jogos em ações educativas
e atividades lúdicas, que demonstram-se de grande aplicabilidade para grupos de usuários, proporcionando
melhoras na expressão verbal e corporal dos participantes. Resultado: Como resultado parcial até o
momento, constatamos que 100% dos pacientes que já participaram das reuniões mantêm total adesão ao
tratamento, incorporaram hábitos e práticas de autocuidado e buscam condições efetivas para colocá-los
em prática no seu cotidiano de vida. Outro fator constatado é que o uso de fator divertimento dos jogos
proporcionam uma interação entre as pessoas, espaços de organização e incorporação de saberes e
práticas que vem melhorando a qualidade de vida dos participantes do grupo, possibilita um lugar de
acolhimento, de vínculo, de troca e co-responsabilidade entre os participantes. Conclusões: Ao longo de
doze meses de acompanhamento e monitoramento do grupo de autocuidado, a equipe multiprofissional
deverá avaliar a efetividade do método de trabalho educativo utilizado, com base na adesão ou não dos
pacientes ao autocuidado. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de apoio para grupos de autocuidado em hanseníase.
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 48 p.- (Série A. Normas e Manuais Técnicos); BUSS, P.M.
(2000) – Promoção da saúde e qualidade de vida.Ciência e Saúde Coletiva, 5(1), 163-177; DUARTE,
M.T.C. e Organizadores – Consulta de enfermagem: estratégia de cuidado ao portador de hanseníase em
atenção primária. Florianópolis, 2009, 18(1):100-7; Revista Ciência e saúde Coletiva da Associação
Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva- Artigo “Educação em Saúde: uma reflexão histórica de
suas práticas”- SILVA, C.M.C. – FOP-UNICAMP, São Paulo, 2007. Site “ Scielo Public Health”.

41
ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR DURANTE O PROCESSO DE ALTA HOSPITALAR - RELATO DE
CASO

Autoria: Daniel Sobral Teixeira,


Fernanda dos Santos Lima e Helena Clemente da Fonseca Costa

O presente estudo aborda as dificuldades enfrentadas por um paciente com múltiplas necessidades de
saúde, para a efetivação de seu processo de alta hospitalar. Trata-se de um paciente do sexo masculino,
52 anos, internou-se em 12/10/2011 no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) para a
realização de um procedimento cirúrgico de correção de aneurisma da artéria aorta. Por complicações do
seu estado de saúde durante a internação, atualmente encontra-se restrito ao leito e dependente de
hemodiálise três vezes por semana. Sua filha, única responsável pelo paciente em questão, alega não
disponibilizar de tempo suficiente para prestar a devida assistência ao pai, e consequentemente este
permanece internado, já que não apresenta independência para a realização de suas atividades de vida
diária (AVD's), necessitando de cuidados pessoais, além de que necessitaria de auxílio em seu transporte
para a continuação de seu tratamento. Estes fatores dificultam o seu processo de alta hospitalar. Este
estudo de caso tem como objetivo despertar a atenção de profissionais de áreas como o Serviço Social e
Fisioterapia, para o atendimento de pacientes com este perfil, discutindo quais as melhores estratégias que
estes profissioais podem desenvolver em conjunto para viabilizar a saída do mesmo da Unidade Hospitalar
na qual se encontra.

42
IMPLICAÇÕES DO CONTEXTO AMBIENTAL NA PRESERVAÇÃO DA DIGNIDADE DE IDOSOS
INSTITUCIONALIZADOS

Autoria: Janaína Mesquita e Grasielle Silveira Tavares Paulin

Em razões do aumento da população idosa, bem como das mudanças dos parâmetros sociais e econômicos,
hoje muitas famílias não conseguem manter o idoso no ambiente familiar1. Ao ir morar em uma Instituição de
Longa Permanência para Idosos (ILPI), o idoso se vê compelido a reconstituir seus vínculos, aprender a
conviver com aqueles totalmente desconhecidos, a deixar para trás seus hábitos e costumes e a buscar novas
formas de viver seu cotidiano, podendo, assim, vir a ter a sua dignidade violada2. Dentre várias preocupações
relacionadas ao desafio de preservar a dignidade de idosos institucionalizados, destaca-se o contexto
ambiental, uma vez que estas interferem diretamente para o sucesso e o grau de participação das atividades
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cotidianas, assim como para o respeito à dignidade e seus valores . O objetivo desse trabalho foi verificar os
limites e potencialidades dos idosos no uso do espaço físico e a percepção dos mesmos sobre sua capacidade
funcional em relação ao uso do ambiente. Teve como metodologia a pesquisa descritiva e exploratória com
abordagem quali-quantitativa realizada na cidade de Uberaba-MG. Destaca-se que este trabalho faz um
recorde dos dados qualitativos. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista aberta com os
idosos e para análise do material o referencial da análise de discurso. Foram identificadas quatro formações
discursivas, dentre elas a preocupação em relação ao ambiente institucional não possibilitar um espaço que
permita manter a privacidade e a individualidade durante a realização das atividades de vida diária, em
especial, da atividade do banho. Notou-se que os idosos se tornam cidadãos violados em sua dignidade, onde
o sujeito não tem controle da própria vida, sem direito a seus pertences sociais e à privacidade, que passam a
serem partilhados com os da instituição, provocando a perda da identidade/subjetividade do sujeito, tornando-o
alheio ao ambiente e a sua própria vida. Dessa forma, percebe-se que o ambiente institucional possui um papel
determinante no completo respeito pela dignidade dos idosos institucionalizados, na manutenção da sua saúde
mental, bem como no envolvimento das atividades cotidianas. Referências: LENARDT, M.H.;WILLIG, M.H.;
SILVA, S. C.; SHIMBO A.Y.; TALLMANN, A. E. C., MARUO, G. H. O idoso institucionalizado e a cultura de
cuidados profissionais. Cogitare Enfermagem, Paraná, v.11, n.2, p.117-23. 2006; BESSA, M. E. P.; SILVA, M.
J. Motivações para o ingresso dos idosos em instituições de longa permanência e processos adaptativos: um
estudo de caso.Texto contexto enferm. [online]. 2008, vol.17, n.2, pp. 258-265; MARCHONI, M. CORDEIRO, R.
C.; NAKANO, M. Capacidade Funcional: estudo prospectivo em idosos residentes em uma instituição de longa
permanência. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, vol.13, n.2, p. 203-214. 2010.

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PERFIL DOS IDOSOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE COGNIÇÃO DO PROGRAMA DE
GERIATRIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO – HUCFF E A
INTERVENÇÃO DO RESIDENTE DE SERVIÇO SOCIAL JUNTO A ESSES USUÁRIOS

Autoria: Danielle dos Santos Cardoso e Hélia Alves

Resumo: o envelhecimento populacional é um dos maiores desafios para a saúde pública do país e uma
das maiores queixas apresentadas por essa população são os esquecimentos. Quando este sintoma é
identificado pelo médico do Ambulatório de Geriatria, o usuário logo em seguida é encaminhado para o
Ambulatório de Cognição que tem por finalidade investigar as queixas de esquecimentos dos idosos que
fazem parte do Programa de Geriatria do HUCFF. Este trabalho tem por objetivo traçar o perfil
socioeconômico dos idosos atendidos e identificar a intervenção do Residente de Serviço Social no
Ambulatório de Cognição deste hospital. Metodologia: para a realização desta pesquisa utilizou-se a
abordagem quanti-qualitativa documental retrospectiva, com intuito de identificar o perfil da população
acima de 60 anos que teve sua inserção no Ambulatório de Cognição no período entre maio de 2011 a abril
de 2012. A pesquisa foi realizada durante o mês de maio de 2012 por uma residente e uma estagiária do
Serviço Social que fazem parte do programa. O estudo foi realizado a partir da análise e levantamento das
AGAs - Avaliação Geriátrica Ampla, para retirar os dados necessários, instrumento este utilizado pela
equipe multiprofissional do programa. A amostra da pesquisa foi de 30 AGAs num universo de 49.
Resultados: as informações apresentadas neste trabalho retratam a descrição dos idosos atendidos no
Ambulatório de Cognição, envolvendo as variáveis: idade, sexo, estado civil, local de moradia, escolaridade,
renda, situação ocupacional e estrutura familiar. Ademais, relata a vivência do residente de Serviço Social
junto aos usuários atendidos neste ambulatório. Palavras-chave: idosos, Ambulatório de Geriatria, residente
de Serviço Social. Referências: GOLDMAN, Sara Nigri. Serviço Social e Políticas Sociais: Terceira Idade e
Serviço Social. 2 ed. Editora UFRJ, 2009; Guerreiro, Tânia Cristina et al. Queixa de memória e disfunção
objetiva de memória em idosos que ingressam na Oficina da Memória® na UnATI/UERJ. Rev. Bras. Geriatr.
Gerontol, 2006, vol.9, no.1, p.7-20. ISSN 1809-9823; VERAS, Renato P. Estratégias para o enfrentamento
das doenças crônicas: um modelo em que todos ganham. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. [online]. 2011,
vol.14, n.4, pp. 779-786. ISSN 1809-9823

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JOGO DE SITUAÇÕES: TRABALHANDO O ESTATUTO DO IDOSO

Autoria: Michele Pinto Rocha, Carina Bulcão Pinto e


Raquel Maria Ferreira de Menezes Gonçalves

Baseado na Lei Federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003 que legitima o Estatuto do Idoso e tendo em
vista que os idosos têm direito a proteção e sobrevivência digna que devem ser garantidos pelo Estado, o
projeto executado em um programa de atenção integral a pessoa idosa de um hospital do Rio de Janeiro
objetivou-se contribuir para a autonomia e emancipação dos sujeitos. Sendo assim, trabalhamos questões
relacionadas aos direitos do cidadão idoso a fim de identificarem nas situações do cotidiano quando estes
estão sendo violados e como preceder. A metodologia aplicada consistiu em trabalhar o conhecimento por
meio de um jogo composto por dois bonecos idosos, sendo um homem e uma mulher e seis quadros com
diferentes situações: Casa, escola, cinema, banco (instituição financeira), ponto de ônibus e posto de saúde
e hospital. O casal passa por cada quadro e as leis especificas de cada âmbito serão discutidas, sempre
iniciando o debate com embasamento no conhecimento dos participantes. O ponto de partida do jogo é o
posto de saúde e hospital, a ordem do restante do percurso é escolhida pelos usuários. A execução tem
duração média de uma hora e o limite de participação de 20 pessoas. A oficina contou com a participação
de oito pessoas, sete mulheres e um homem, todos discutiram de maneira interativa sobre a temática. Os
usuários tiveram oportunidade de expressarem suas opiniões e esclarecem dúvidas, compartilharam
experiências de fatos vivenciados os quais seus direitos foram negligenciados. Observamos que o item
mais crítico foi o ambiente doméstico, foram levantadas questões referentes a conflitos familiares. O
conteúdo abordado foi bem explicativo e trabalhado de maneira dinâmica. Detectou-se que o jogo contribuiu
para a aquisição de saberes referentes à efetivação de direitos da população idosa, esclareceu dúvidas,
apoiou a multiplicação de informações e cooperou para socialização dos participantes. Referência:
BRASIL. Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 3 out. 2003.

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