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Acabe e a condenação profética – 17:1 – 22:38.

A apostasia nos dias de Acabe foi tão terrível que o escritor de Reis dedica atenção especial às
narrativas que tratam dos profetas Elias e Micaías e de um outro profeta cujo nome não é citado, ao
declararem o julgamento de Deus contra Acabe.

Esses capítulos, que veremos a seguir, podem ser divididos em seis partes para melhor compreensão
e didática, seguindo, como vimos fazendo a BEG: 1. O ministério inicial de Elias – 17:1 – 24. 2. O
confronto entre Elias e os sacerdotes de Baal – 18:1-46. 3. O encontro de Elias com o Senhor em
Horebe – 19:1-21. 4. A guerra de Acabe com a Síria e a condenação profética – 20:1-43. 5. A vinha de
Nabote e a condenação profética – 21:1-29. 6. A guerra de Acabe com a Síria e a condenação
profética de Micaías – 22:1-38.

1. O ministério inicial de Elias – 17:1 – 24.

Como tínhamos visto Baal era o deus dos cananeus que era uma espécie de senhor das tempestades,
do clima, dos céus mandando e interrompendo chuvas. Assim cria Acabe e assim seguia sua esposa
essa crença cananéia.

Até que surge um profeta chamado Elias, um tisbita, um simples morador de Gileade, de aparência
rude, cujo nome tinha um significado forte: MEU DEUS É O SENHOR E NÃO HÁ OUTRO!

Seu nome já era uma afronta à crença e ao deus cananeu de Acabe e sua esposa, pois que Baal
também significava senhor e marido.

Ao anunciar Elias ao rei Acabe que segundo a sua palavra não mais choveria na terra até que ele
mandasse novamente, ele estava se pondo no lugar daquele deus e desmentindo suas qualidades de
fertilidade e controle das secas, pois que Baal era o deus da vida e da fertilidade, de modo que a seca
desmentiu diretamente a suposta capacidade desse ídolo de controlar as condições do tempo.

Deus honrou a palavra pronunciada corajosamente por Elias e fez conforme ele falou e anunciou a
Acabe e por três anos e meio não choveu naquela terra, supostamente controlada pelo deus Baal.

Acabe, portanto, temia a Elias. Ele tinha testemunhado os seus sinais e a sua palavra tão forte, mas
também temia e ainda tremia mais da sua esposa, pois cria em suas mentiras e feitiçarias.

Quem nos conta de sua eficácia em oração é o apóstolo Tiago que nos falou que Elias era homem
como nós somos, sujeitos às mesmas coisas, mas teve fé, ousadia e coragem para ser de Deus o
porta voz naquela região – Tg 5:17.

Deus não somente honra a palavra de Elias como provê para ele uma saída enquanto o tempo passa e
sua palavra se cumpre. Deus o orienta a retirar-se dali e ir para o oriente esconder-se junto ao ribeiro
de Querite, que está diante do Jordão, onde o susterá de diversas formas espantosas.

Ali não era Elias que controlava a Deus e tinha a força e poderia fazer o que bem entendesse, antes
era Deus quem tinha o controle sobre todas as coisas e soberanamente encaminhava cada assunto e
negócio para cumprimento de seus propósitos maiores e perfeitos.

Levando a analogia ainda mais longe, é impressionante observar corno Elias e Jesus realizaram
milagres semelhantes.

Por um bom tempo, Elias passou a ser alimentado por corvos que lhe traziam pão e carne pela manhã
e a noite. Ele estava em obediência à palavra de Deus que mandara ela sair dali. Por isso que Jesus
disse que nem só de pão viverá o homem, mas da palavra que procede da boca de Deus, sim, ele
viverá! Ou seja, se Deus quer que viva, ele providenciará os meios - Dt 8:3; Lc 4:4.

Deus teria inúmeras formas de sustentá-lo e mantê-lo vivo para os seus propósitos, mas escolhera
essa forma especial, inusitada e estranha como se Elias também fosse um filho daquelas aves que o
alimentavam.

Ao secar o ribeiro, os corvos já não vinham mais e Deus lhe manda sair dali e ir para a casa de uma
viúva que mal conseguia se alimentar, muito menos sustentar seu filho e agora, Elias que ali chegava
para ser mais uma boca.

No entanto, era plano e propósitos de Deus e sua palavra era de que ela o sustentaria! Os recursos da
viúva eram muito escassos. O que tinha daria naquele dia para ela preparar uma refeição para ela, seu
filho e depois morrerem.

Nisso, enquanto ela trabalhava apanhando lenha, surge um hóspede em sua casa, Elias que já vai lhe
pedindo água e comida, pois estava com sede e fome. Desse pouco que ela tinha, que era quase
nada, com aquela lenha iria fazer sua última refeição.

Ela lhe traz água, mas diz que a refeição não seria possível, pois o que tinha, um pouco de farinha e
um bocadinho de azeite, mal daria a ela e a seu filho.

Agora é que entra a palavra profética de um homem de Deus! Elias diz para ela: - Não temas! E lhe dá
as ordens das coisas que se sucederiam a seguir: primeiro faze para mim; depois faze para ti e seu
filho; por fim, não faltará, diz o Senhor, Deus de Israel, nem a farinha, nem o azeite na sua panela até o
dia em que o Senhor fizer chover novamente naquela terra.

De fato assim se sucedeu e aquela mulher fora ricamente abençoada e não somente pode suster-se a
si mesma junto com seu filho, mas sustentar também um profeta em sua casa, um homem de Deus,
como Elias.

Depois disso, ainda adoeceu o filho da viúva e acabou vindo à óbito. A mulher se indignou e veio ao
homem de Deus e este pegou o menino e orou a Deus por ele.

Deus o ouviu e devolveu a vida ao menino e ele, Elias, devolveu a ela. A mulher glorificou a Deus e de
fato reconheceu que estava ali diante de um verdadeiro homem de Deus, cuja palavra se cumpriria
fielmente.

“Ó Senhor, meu Deus, rogo-te que faças a alma deste menino tornar a entrar nele!” – vs. 21b. “O
Senhor atendeu à voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu.” – vs. 22.

Voltando a Tiago: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com
instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou
outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.” – Tg 5:17,18.

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