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039-067 8212 Anabela Rodrigues
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dos seus direitos, acabará por esvaziar de sentido e retirar conteúdo útil ao
princípio da presunção de inocência (4). A celeridade tem, entretanto, os
seus limites, em uma parte oriundos do irrenunciável respeito pelas garan-
tias constitucionais e, noutra parte, derivados da função de legitimação da
justiça estadual que é consubstancial ao processo (5).
Aquela exigência assume hoje reconhecimento, além do mais, em
numerosas disposições nacionais ao nível constitucional (6), bem se justi-
ficando ainda a sua elevação à categoria de direito em textos internacio-
nais, tais como a Convenção Europeia dos Direitos do Homem (arts. 5.º,
n.º 3, e 6.º, n.º 1) e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Polí-
ticos (arts. 9.º, n.º 3, e 14.º, n.º 3).
Neste cenário, urge definir os contornos de uma política criminal
pragmática e diferenciada. É preciso introduzir na política criminal
a “razão pragmática” de que já falava Hassemer no início dos anos
noventa (7). A ilusão da “justiça para todos e já” que a democracia trouxe
consigo cedeu lugar à justiça que, se se quer “realizar”, tem de ser selec-
tiva na intervenção. O aumento quantitativo experimentado nos últimos
decénios por esta forma de delinquência de pequena e de média gravi-
dade — a ponto de se falar dela como de um dos fenómenos mais típicos
das modernas sociedades —, se não quer provocar a paralisação de um sis-
tema judicial que em caso algum prescinde de realizar as finalidades da jus-
tiça e da paz social, preservando os seus direitos fundamentais, tem que sub-
meter o seu tratamento ao princípio da celeridade.
E isto foi compreendido e levado à prática pelo legislador. A ideia de
celeridade impregnou o processo daquela função selectiva, já em 1987.
Reforçou-se, aliás, em 1998, com a revisão do Código levada a efeito pela
(4) Alertando para este aspecto FIGUEIREDO DIAS, A revisão constitucional e o pro-
cesso penal, p. 53; também FREDERICO ISASCA, Alteração substancial dos factos e sua
relevância no processo penal português, Coimbra, 1992, p. 197-198, nota 2.
(5) Cfr. N. LUHMANN, Legitimation durch Verfahren, 1983, p. 27 s.
(6) Entre nós, cfr. art. 32.º, n.º 2, in fine, da CRP; vide, ainda, a lei italiana de 16 de
Fevereiro de 1987 sobre os princípios do Código de Processo Penal, o art. 11-b da Carta
canadiana de direitos e liberdades, a VI Emenda norte-americana, o art. 31, al. 1, da Cons-
tituição do Japão e o art. 1 do Código de Processo Penal deste país, diversas Constituições
cantonais suíças, etc. Sobre isto, cfr. JEAN PRADEL, La célérité de la procédure pénale en
droit comparé, Revue Internationale de Droit Pénal, 1995, p. 325.
(7) Cfr. W. HASSEMER, “A segurança pública no Estado de direito”, Associação Aca-
démica — Faculdade de Direito de Lisboa, 1995, p. 87 s. (trad. do original alemão “Innere
Sicherheit im Rechtsstaat”, Strafverteidiger, 1993, p. 664 s.).
O que não significa que o processo penal fique inteiramente nas mãos
das partes. Nem o processo penal se estrutura em termos de consensua-
lidade absoluta, nem isso seria tão-pouco desejável (11): ou seja, nem a apli-
cação da pena pode, por princípio, depender da aceitação do condenado,
nem o roubo do conflito (12) que o consenso postula pode ir tão longe
que se corra o risco de que a redução da complexidade em que se analisa
dê azo, paradoxalmente, a um processo inquisitorial (13).
A justiça negociada (14) pode aparecer como mais adequada, numa
sociedade mais igualitária e mais complexa, que ao mesmo tempo questiona
o Estado-providência e rejeita a colonização da vida quotidiana pelo direito,
na conhecida formulação de Habermas. A demasiada regulamentação con-
voca novas formas de organização e gestão em estruturas tradicionalmente
hierarquizadas, as regulações baseadas em modelos autoritários perdem a
sua legitimidade natural.
Ao nível jurídico em geral, a evolução do direito imposto no sentido
do direito negociado manifesta-se em múltiplos domínios onde, quer a
eficácia, quer a legitimidade apelam para outros modos de intervenção
mais leves, mais informais, menos onerosos: é a mediação nos conflitos
familiares, a negociação nos conflitos internacionais, a conciliação e a
arbitragem nos conflitos de trabalho. Neste modelo, o que é novo é a
emergência do privado e do individual, não o carácter contratual da nego-
ciação, se nos lembrarmos que o contrato social é o fundamento do direito
moderno. Neste recuo do Estado, ele restringe o seu domínio, para aumen-
tar aquele que reserva à livre determinação do indivíduo. A pessoa humana
volta a emergir, por si própria, e não pelos laços que a ligam ao Estado.
(26) Note-se que, depois de 1998, deste despacho de rejeição não há recurso
(art. 395.º, n.º 4).
(27) No sentido de que os motivos de rejeição do requerimento do Ministério Público
pelo juiz deviam ser taxativamente indicados pelo legislador — o que veio a acontecer em
1998 — cfr. ANABELA MIRANDA RODRIGUES, “Os processos sumário e sumaríssimo”, cit.,
p. 539. Note-se, entretanto, como era diferente o alcance por nós defendido da rejeição do
requerimento do Ministério Público por ser “manifestamente infundado” em relação ao
consagrado pelo legislador em 1998 (p. 540). Continuamos a ter por correcta a posição avan-
çada então — a de que “nesta forma especial de processo se vá para além do significado
que entendemos estar subjacente [ao art. 311.º] na sua alínea a) e se procure conjugar,
com a rejeição do requerimento do Ministério Público, ‘o interesse do inquisitório com o
da economia processual’”. Entretanto, era defendido um tal entendimento a propósito da
rejeição do requerimento por ser “manifestamente infundado” quando apenas se propu-
nham dois motivos de rejeição do requerimento do Ministério Público (ser o requerimento
“manifestamente infundado” ou “legalmente inadmissível o processo sumaríssimo”).
Alargados os casos de rejeição a um terceiro fundamento (o juiz discordar da sanção pro-
posta pelo Ministério Público), reputa-se correcta a solução adoptada pelo legislador
em 1998: enquanto nos termos da alínea b) do art. 395.º é mister que o juiz se limite a apre-
ciar a fundamentação do requerimento de acordo com o disposto nas diversas alíneas do
art. 311.º, n.º 3, já para efeitos de se pronunciar sobre a sanção proposta (na sua espécie
ou medida), deve o juiz estender o seu conhecimento aos indícios da prática do crime
pelo agente (já não quanto à sua suficiência: esta será eventualmente “avaliada” , poste-
riormente, pela não oposição do arguido à sanção): o que está em causa, no requerimento
do Ministério Público, é a proposta de uma sanção ao arguido, em espécie e medida deter-
minadas, pelo que não se justificaria uma mera fiscalização da legalidade da actuação do
Ministério Público pelo juiz.
(28) No sentido desta alteração, que se produziu em 1998, cfr. ANABELA MIRANDA
RODRIGUES, “Os processos sumário e sumaríssimo”, cit., p. 538.
(29) Sobre o conceito de penas de substituição, cfr. ANABELA MIRANDA RODRIGUES,
“Critério de escolha das penas de substituição no Código Penal português”, Estudos em
Homenagem ao Prof. Doutor Eduardo Correia, Boletim da Faculdade de Direito, Univer-
sidade de Coimbra, número especial, I, Coimbra, 1984, p. 239, nota 29, e FIGUEIREDO
DIAS, Direito penal português. As consequências jurídicas do crime, 1993, p. 334 s.
(30) Cfr. Código Penal, arts. 44.º e segs.
sobre a generalidade dos processos especiais previstos no direito italiano. Segundo CHIA-
VARIO, daquela leitura pode extrair-se a ideia de que “a economia processual é, de facto, um
valor a afirmar e a potenciar, mas não um valor absoluto que deva ser perseguido a qual-
quer preço” (cfr. M. CHIAVARIO, I procedimenti speciali, Il Codice de Procedura Penale.
Esperienze, valutazioni, prospettive. Atti del Covegno presso l’Accademia Nazionale dei Lin-
cei, Roma, 23-24 ottobre 1992, 1994, p. 87).
(35) Na solução alemã do Strafbefehlsverfahren, o arguido pode exercer o direito de
oposição no prazo máximo de duas semanas a contar da data da notificação da ordem
penal. No caso de declaração de oposição, a data da audiência de julgamento é fixada.
Note-se, entretanto, que o Ministério Público e o arguido podem, respectivamente, retirar
a “acusação” e a “oposição” até à decisão em 1.ª instância; sendo certo que, quando tal ocorra
depois do início da audiência de julgamento, é necessário o consentimento da outra parte.
Cfr. §§ 411, al. 3, e 303 do Código de Processo Penal alemão. Para mais esclarecimen-
tos, cfr. ainda P. HÜNERFELD, “La célérité dans la procédure pénale en Allemagne”, Revue
Internationale de Droit Pénal, 1995, p. 394 s.
(36) Cfr., no entanto, art. 459, n.º 2, do CPP italiano, que permite que o Ministério
Público possa requerer ao tribunal a aplicação de uma pena reduzida até metade do mínimo
estabelecido na lei. Dispositivo semelhante não existe — e bem, do nosso ponto de vista
— no CPP português: o respeito pelo princípio da acusação assim o exige.
(37) Assim, T. PADOVANI, “Il nuovo codice di procedura penale e la riforma del
codice penale”, RitalDPP, 1989, p. 931.
(38) Sobre isto, cfr. ANABELA MIRANDA RODRIGUES, “Os processos sumário e suma-
ríssimo”, cit., p. 541 s., e bibliografia aí citada.
(39) Sobre isto, cfr. Procédures pénales d’Europe, cit., p. 577 s., e bibliografia aí citada.
superior a 120 dias (cfr. art. 280.º, n.º 1, do CPP e art. 74.º, n.º 1, corpo
e al. a), do CP) e, no caso da suspensão provisória do processo, crime
punível com pena de prisão não superior a cinco anos (40) ou com sanção
diferente da prisão (cfr. art. 281.º, n.º 1, corpo, do CPP); pela culpa dimi-
nuta do agente (cfr., para o arquivamento, art. 74.º, n.º 1, al. a), do CP e, para
a suspensão, art. 281.º, n.º 1, al. d), do CPP); e pelas nulas (arquivamento
— art. 281.º, n.º 1, al. c), do CP) ou reduzidas (suspensão — art. 281.º,
n.º 1, al. c), do CPP) exigências de prevenção que no caso se façam sen-
tir. No caso da suspensão provisória do processo, as exigências de pre-
venção que subsistem satisfazem-se com a imposição pelo Ministério
Público ao arguido de injunções e regras de conduta taxativamente previstas
(cfr. art. 281.º, n.º 2, do CPP).
O consenso é o elemento identificador dos dois institutos. No caso do
arquivamento, o Ministério Público pode decidir-se neste sentido com a con-
cordância do juiz de instrução (art. 280.º, n.º 1, do CPP); se a acusação tiver
já sido deduzida, pode o juiz de instrução, enquanto esta decorrer, arqui-
var o processo, agora com a concordância do Ministério Público, a que tem
de acrescer a do arguido (art. 280.º, n.º 2, do CPP). Esta última exigên-
cia tem em vista salvaguardar a posição do arguido que, pesando já sobre
ele uma acusação, tem o direito a ver proclamada no processo a sua ino-
cência. No caso da suspensão provisória do processo, o consenso para a
decisão de suspensão do Ministério Público alarga-se, para além de ao
juiz de instrução, ao arguido e ao assistente (art. 281.º, n.º 1, corpo e
al. a), do CPP), existindo, em paralelo com o que se passa no caso de
arquivamento, a possibilidade de a suspensão ocorrer na fase de instrução,
por iniciativa do juiz de instrução, com a concordância do Ministério
Público (art. 307.º, n.º 2, do CPP) (41). Sendo de salientar que, no caso de
suspensão provisória do processo, a exigência de acordo quanto a um tão
elevado número de sujeitos processuais, especialmente pelo que diz respeito
ao arguido e ao assistente é desejável e altamente salutar. “Não deve,
com efeito, desatender-se que a suspensão provisória surge à partida pre-
ferencialmente vocacionada para uma criminalidade em que a linha de
afrontamento delinquente-vítima é decisiva. Isto é, uma criminalidade
(40) Em 1998, o legislador alargou o âmbito de aplicação deste instituto, que até aí
só podia aplicar-se, pelo que diz respeito aos crimes punidos com pena de prisão, aos que
eram punidos com pena não superior a três anos.
(41) Esta possibilidade, inteiramente de aplaudir, foi introduzida pelo legislador em
1998.
nenhuma razão há para intervir — não faria sentido! — uma “2.ª instância” quanto a essa
fiscalização. No sentido aqui defendido, cfr. JOSÉ ANTÓNIO BARREIROS, op. cit., p. 140; assim
também vem decidindo a nossa jurisprudência (com motivação de que não curamos aqui:
refira-se, no entanto, o pertinente argumento avançado no Acórdão de 1 de Junho de 1999
(Colectânea de Jurisprudência, ano XXIV, Tomo III, 1999, p. 143 s.): “Se o legislador criou
a possibilidade de suspensão provisória do processo para resolver rapidamente as bagate-
las penais e aliviar os tribunais da tarefa dos respectivos julgamentos, não parece(ria) curial
que para alcançar aquela suspensão o legislador permitisse a intervenção dos tribunais
superiores para suprir, em sede de recurso, a discordância do juiz de instrução”): citem-se,
a título exemplificativo, os Acórdãos de 26 de Junho de 1990 (CJ, XV, III, p. 170 s.); de
3 de Fevereiro de 1998 (CJ, XXIII, III, p. 278 s.); de 1 de Junho de 1999 (já citado); e de
21 de Dezembro de 1999 (CJ, XXIV, III, p. 153 s.).
(44) Assim, COSTA ANDRADE, “Consenso”, cit., p. 348 s.
(45) COSTA ANDRADE, op. ult. cit., p. 348 e 349.
(46) Por aqui — e não por as decisões do Ministério Público de arquivamento ou de
suspensão provisória do processo relevarem da oportunidade (cfr. infra) — se justifica a opção
tomada pelo legislador (cfr. arts. 280.º, n.º 3, e 281.º, n.º 5) de considerar que as referidas
decisões, tomadas em conformidade com os respectivos critérios legais, não são susceptí-
veis de impugnação. O controle destas decisões faz-se, assim, nos termos especiais e
gerais previstos na lei. Com efeito, para além do caso que se acaba de referir, as decisões
de arquivamento e de suspensão provisória do processo que não forem tomadas em con-
formidade com os pressupostos legais serão susceptíveis de impugnação (arts. 280.º, n.º 3,
e 281.º, n.º 5, a contrario). Quanto ao controle da decisão de não arquivamento ou de não
audiência pode ter lugar (58), fica assegurado que os casos realmente com-
plexos seguirão a tramitação comum, potenciando-se a aplicação da forma
sumária de processo.
Outro aspecto prende-se com o princípio a que o legislador quis dar
expressão e que decorre das regras estabelecidas nos arts. 14.º, n.º 2, al. b),
e 16.º, n.º 4, todos do CPP: o de que o tribunal singular não pode aplicar
penas de prisão superiores a cinco anos. De acordo com a revisão de
1998, os detidos em flagrante delito por crime punível com pena de pri-
são superior a três anos, em caso de concurso de infracções, passam a ser
julgados sob a forma de processo sumário, sempre que o Ministério Público
entender, na acusação, que não deve ser aplicada, em concreto, pena de pri-
são superior a três anos (cfr. art. 381.º, n.º 2, do CPP). O que daqui
decorre — e bem — é que ninguém pode ser condenado em processo
sumário em pena de prisão superior a três anos, quer se trate de pena
cabida pela condenação de um único crime, quer se trate da pena única do
concurso. Com o que se respeita a regra de que o tribunal singular não
pode, em concreto, aplicar pena de prisão superior a cinco anos e ao
mesmo tempo se permite a utilização de uma forma acelerada de processo
para resolver casos que, materialmente, em nada justificam a tramitação mais
complexa e demorada do processo comum. Com efeito, todos os outros
pressupostos de aplicação da forma sumária de processo deverão estar
verificados — designadamente, o flagrante delito.
Com o processo abreviado (arts. 391.º-A a 391.º-E do CPP) consagrou-se,
em 1998, uma nova forma de processo especial, cuja aplicação se limita aos
casos de crime punível com pena de prisão não superior a cinco anos ou
com pena de multa (cfr. art. 391.º-A, n.º 1). E que se caracteriza por uma efec-
tiva aceleração nas fases preliminares — com encurtamento dos prazos do
inquérito, dos prazos para requerer o debate instrutório e para o encerrar —,
mas em que permanece intocado o conteúdo e a finalidade do julgamento, com
meras alterações formais, que apenas significam aproveitamento de tempo.
Esta forma de processo é determinada pelo Ministério Público — for-
mulando acusação nos termos gerais, mas em prazo mais curto que o nor-
mal, isto é, no prazo de noventa dias desde a data em que o crime foi
cometido (59) — desde que, para além dos pressupostos formais, entenda
tido” (art. 391.º-A, n.º 1). Entretanto, poder-se-ia pensar que o prazo para a dedução da
acusação fosse contado a partir da notícia do crime. O que teria a manifesta vantagem
— pense-se no caso dos crimes semi-públicos (cfr. art. 115.º, n.º 1, do CP) — de alargar
o âmbito de aplicação desta forma de processo especial. O problema que poderia levan-
tar-se seria o de ficar em causa, em certos casos, a necessária “frescura” da prova. Mas,
quando tal fosse o caso e essa falta não pudesse ser “compensada” pela actividade de
investigação do Ministério Público no sentido de fundamentar a acusação em “provas sim-
ples e evidentes”, o processo não seguiria a forma abreviada.
(61) Os dados relevantes para as considerações que de seguida se fazem foram extraí-
dos dos relatórios anuais da Procuradoria-Geral da República.
(68) Assim, RUI DO CARMO MOREIRA FERNANDO, op. cit., p. 143 e 144.
(69) Op. cit., p. 145.
(70) Assim, CONCEIÇÃO GOMES, “A evolução da criminalidade e as reformas pro-
cessuais na última década: alguns contributos”, Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 60,
Outubro de 2001, p. 82.
(71) Os dados que se seguem são extraídos dos relatórios anuais da Procurado-
ria-Geral da República.
(76) Neste sentido, RUI DO CARMO MOREIRA FERNANDO, op. cit., p. 147.
(77) Assim, RUI DO CARMO MOREIRA FERNANDO, op. cit., p. 147 s.
(78) Fala-se aqui de “absoluta necessidade, para a utilização da forma sumaríssima
de processo, de os magistrados do Ministério Público dominarem a matéria dos fins, da esco-
lha e determinação da medida das penas” (RUI DO CARMO MOREIRA FERNANDO, op. cit.,
p. 149).
(79) Assim, RUI DO CARMO MOREIRA FERNANDO, op. cit., p. 148 e 149, propondo
que se aplique, por analogia, o disposto no n.º 1 do art. 370.º do CPP e assim, que o
Ministério Público “deve poder solicitar [aquele] relatório ou informação após recolhi-
dos os indícios suficientes da responsabilidade criminal do arguido, quando decida pela
utilização da forma sumaríssima e tal se mostre necessário à concretização das sanções
cuja aplicação irá propor”.