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ELEMENTOS DA ICONOGRAFIA DE RORAIMA

2004 VOL. 01
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VOL. 01
ELEMENTOS DA ICONOGRAFIA DE RORAIMA
Foto da capa: Jorge Macêdo
Local: Cachoeirinha, Baixo do Rio Branco
Design e Concepção do Catálogo: Lars Diederichsen e Angélica Aoki
Julho de 2004
ÍNDICE
Ficha Técnica 01 Fauna 25
Apresentação 02 Cavalos Lavradeiros 26
Depoimento - Lars Diederichsen 03 Acessórios para Montaria - Selas 27
Metodologia 04 Ferro para marcar gado 28
Depoimento - Grupo de Trabalho 05 Pedra do Ereu ou Pedra do Esconderijo 29
Estrutura das Páginas 07 Furna da Onça - Pedra da Gata 30
Roraima – Regiões de atuação 08 Pedra Pintada 31
Pedra do Pereira 32
BOA VISTA 09
Forte São Joaquim – Rio Branco 10 FLORESTA 33
Traçado Urbano de Boa Vista 11 Paisagens 34
Parque Anauá 12 Embarcações 35
Monumento ao Garimpeiro - Portal do Milênio 13 Arquitetura 36
Prelazia 14 Frutos 37
Igreja São Sebastião 15 Flora 38
Antiga Residência do Coronel Bento Brasil 16 Tartaruga 39
Réplica da Casa da Intendência 17 Borboleta 40
Beiral 18 Aves 41
Fauna 42
SAVANA 19 Cestaria Ribeirinha 43
Monte Roraima 20 Jóias da Floresta 44
Flora 21
Orquídeas 22 ÍCONES 46
Buritizal 23
Frutos 24 BIBLIOGRAFIA 70
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SEBRAE RR - SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE RORAIMA


Entidades integrantes do Conselho Deliberativo Estadual Colaboradores
Agência de Desenvolvimento da Amazônia – ADA Albina Lana Fernandes de Oliveira - NIDA / SENAI / SEBRAE-RR
Agência de Fomento do Estado de Roraima – AFERR Adriano José Nascimento da Silva – Transportes / SEBRAE-RR
Banco da Amazônia SA. - BASA Amazonas Brasil – Pró Roraima
Banco do Brasil SA. Ana Sibelônia S. Veras – ISEDE / DETUR
Caixa Econômica Federal – CEF Anderson Burg – Consultor
Federação da Agricultura do Estado de Roraima – FAERR Andréa Resende – Arquiteta
Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Roraima - FACIR Atila de Azevedo Alves – Artesão
Federação das Indústrias do Estado de Roraima – FIER Cássia C. Caliari – Agrônoma
Federação do Comércio do Estado de Roraima – FECOR Elena Campo Fioretti – FEMAC / MIRR
Instituto Euvaldo Lodi - IEL Emerson de Lima Melo – ASCOM – Sebrae-RR
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico - SEDE Edinilson da Silva – Coordenador Área – Setor Madeiro Mobiliário / SENAI-RR
Universidade Federal de Roraima – UFRR Eliakin Rufino – Cantor / Compositor / Poeta
George S. B. Junior – PAR / SETRABES
Presidente do Conselho Deliberativo Estadual Gladys M. de Souza Oliveira – Projeto Crescer – Prefeitura de Boa Vista
João Batista de Melo Menê Iram Cunha da Silva – Corpo de Bombeiros – Artesão
Irmânio Sarmento de Magalhães – Lojista - Artesão
Diretor Superintendente José de Ribamar Pinto Garcia - Transportes / SEBRAE-RR
Armando Freire Ladeira Ladinilson Carvalho – Presidente da Sociedade Orquidofila de Roraima
Magnólia G. Quirino – Designer – Projeto Crescer – Prefeitura de Boa Vista
Diretor de Estratégias e Operação Maria do Perpétuo Barbosa – SEAM / IAB-RR
Alberto de Almeida Costa Nadson Nei S. de Souza – CEFET
Ovídio Augusto da Silva - Transportes / SEBRAE-RR
Diretor de Atendimento ao Cliente Ricardo Nogueira- Cantor / Compositor
Paulo Vasconcelos Rio Branco Brasil – Consultor
Rogério Jansen Berardineli – Tecnologia SEBRAE-RR
Gerência Geral Vandré Fonseca do Nascimento – Repórter
Pedro de Jesus Cerino
Fotografia
Gerente da Unidade de Desenvolvimento Local e Setorial Lars Diederichsen
Rodrigo Silveira da Rosa Jorge Macêdo
Rozani Elizabet Menezes A. S.
Responsável pelo Projeto de Artesanato
Rozani Elizabet Menezes A. S. Textos
Amazonas Brasil
Equipe Técnica Lars Diederichsen
Amanda Rosas de Oliveira – Supervisora do Projeto Artesanato
Giselle Brito de Carvalho – consultora do via design Senai / Sebrae Consultoria
Emerson Melo – ASCOM – Sebrae-RR Lars Diederichsen
Marcione Soeiro Moraes – Projeto Cara Brasileira
Sandra Helena M. N. Ferreira – Projeto Artesanato Design e Concepção
Suely Garcia Thomé – Projeto Artesanato Lars Diederichsen
Rozani Elizabet Menezes A. S. – Consultora Artesanato Angélica Aoki
02

APRESENTAÇÃO
Roraima, um Estado novo, no extremo norte do Brasil – onde Resultante de um grande levantamento de dados e informações,
começa o país, imerso em lendas e mitos, traduz nas características pesquisas bibliográficas, visitas a locais turísticos, órgãos públicos e
étnicas e culturais do seu povo, a brasilidade. privados, viagens de campo a diferentes regiões do Estado, registros
fotográficos, realização de entrevistas, workshops, etc, os ícones
O retrato dos seus habitantes, traz como moldura a beleza e selecionados e contemplados no Catálogo, retratam dentre os tantos
a riqueza das paisagens naturais, de uma luminosidade radiante do valores desta terra, as artes, manifestações folclóricas e religiosas,
clima tropical, por onde passa a linha do equador. arquitetura, flora, fauna, artefatos e utensílios e, cada um tem nele, a
sua história evidenciada.
Há muito que descobrir em Roraima, lugares inexplorados e Mais do que uma exposição de ícones, também é o nosso
desabitados, onde a natureza reina plenamente. propósito a utilização e/ou aplicabilidade desses ícones pelos mais
diversos setores produtivos deste Estado, alvo do nosso apoio,
Nesse cenário, o incontido interesse em desvendar e referenciar sobretudo, por artesãos locais. Intencionamos que diante dessa
os elementos mais representativos e identitários de Roraima – a cara iniciativa, possam estar apresentando produtos com identidade,
roraimense, torna-se a cada dia mais premente. com valor cultural agregado, estando à frente no mercado com
um diferencial competitivo, o que favorece a captação, geração e
Daí a nossa iniciativa em produzir o “Catálogo da Iconografia promoção de negócios em âmbito nacional e internacional.
do Estado de Roraima”, no qual buscamos a representação mais
fidedigna, marcante e significativa do viver e das tradições locais, Por fim, cabe ressaltar que um trabalho de tamanha magnitude
senão dizer da cultura roraimense. e importância, não seria possível sem a participação efetiva de
pessoas empenhadas, dedicadas e verdadeiros amantes de
Roraima, que com os seus conhecimentos nas mais diversas
áreas – design, história, jornalismo, educação, sociologia,
antropologia, arquitetura, artes, cultura - contribuíram de
forma relevante nas várias fases do projeto e tornaram
possível a concretização deste tão almejado produto. A eles
os nossos mais sinceros agradecimentos.

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual


João Batista de Melo Menê
03

Elaborar um Catálogo da iconografia de um estado é uma resultado deste acervo servirá, e muito, para fortalecer a identidade
viagem ao âmago da identidade regional. regional e agregar valor ao artesanato local.
Nesta viagem devem embarcar conhecedores da arte, da
cultura, da história, enfim, uma equipe multidisciplinar onde o Desejo muito que a pesquisa realizada faça parte da vida de
designer tem a função de dirigir os trabalhos e apresentar ao público muitas pessoas, adultos e crianças, e que estas possam aprender a
a metodologia de aplicação dos ícones escolhidos. Os resultados olhar de uma forma diferente tudo que está ao nosso redor. Desejo,
não são somente os ícones propriamente ditos, mas sim a forma também que os ícones sejam aplicados por arquitetos, urbanistas,
de olharmos nosso entorno, traduzindo as imagens em elementos paisagistas e artistas-plásticos, em construções, praças, produtos e
cheios de significado. obras de arte. Somente assim, estes ícones farão parte do dia a dia
Coordenar este projeto foi, para mim uma experiência dos roraimenses e dos demais cidadãos brasileiros e estrangeiros.
inesquecível. Primeiro pelas viagens através de
um estado ainda desconhecido pela maioria Obrigado ao Sebrae por ter acreditado no meu profissionalismo,
dos brasileiros, onde tive a em espacial a Rozani e a Giselle, também ao Amazonas Brasil e
oportunidade de sentir a cruviana Jorge Macêdo, sem os quais a qualidade deste trabalho não seria
dormindo numa rede embaixo de alcançada.
um mangueiral, e principalmente
pelo carinho das pessoas Lars Diederichsen
envolvidas no projeto,
que mostraram com
a sua dedicação
e empenho o firme
interesse em fortalecer
a cultura do estado.
Tive a oportunidade,
também, de participar de
oficinas para artesãos
multiplicadores,
onde percebi que o
04

METODOLOGIA
Este Catálogo tem como objetivo identificar, tratar e Os ícones identificados e apresentados neste acervo,
disponibilizar os elementos mais representativos da iconografia do foram visualizados através de belas fotografias e de sugestões
Estado de Roraima, compreendidos como os elementos visuais os gráficas, todas acompanhadas de textos com seus significados e
signos e códigos pictóricos próprios da cultura local, encontradas nas informações.
artes, na arquitetura, nas paisagens, nos artefatos, na fauna, flora, no
folclore e nas tradições populares. O resultado é uma publicação ilustrada que servirá como
ferramenta para o fortalecimento, não somente da cultura local,
Embora este acervo tenha como público alvo os artesãos, mas também da educação, como livro de referência, da economia,
permitirá a utilização e aplicação por qualquer indivíduo envolvido agregando valor aos produtos roraimenses, e dos aspectos
com o processo criativo, para fazer uso de mais uma ferramenta humanos, fortalecendo a nossa auto-estima e evidenciando os
que, além de agregar um alto conteúdo visual, estará participando na nossos patrimônios culturais e humanos.
criação de uma identidade regional.
Este é o primeiro Catálogo e terá
Um ícone, para ser reconhecido, precisa fazer parte do continuidade com o estudo sobre a
repertório comum, e o seu significado deverá fazer parte do repertório Iconografia Indígena. A divisão em
do observador. Um ícone, portanto, somente existirá se ele for dois volumes foi uma decisão
reconhecido pela força da sua imagem e de seu significado, e neste do grupo de trabalho, que
caso pela estreita ligação com a cultura do Estado Roraima. percebeu a necessidade
da aplicação de uma
A busca por ícones regionais levou a equipe de trabalho à metodologia específica
divisão do Estado em três regiões com características geográficas e uma participação
diferentes. Cada região tem as suas características próprias, não ativa de todas as
somente pelos aspectos naturais, mas também pela expressão comunidades
cultural de suas populações. Em cada região foram identificados os indígenas do estado
ícones mais representativos da flora, fauna, arquitetura, tradições de Roraima.
populares, paisagens, enfim, de todas as manifestações culturais
significativas do Estado de Roraima.
05

Artesãos, artistas, designers, arquitetos, profissionais que lidam com artes gráficas e moda, através deste
Catálogo, podem compreender o caminho que se percorre para alcançar um Ícone e ao mesmo tempo, podem
conhecer seus significados e aplicá-los conscientemente.
Os exemplos de aplicação dos ícones para o artesanato que o Catálogo apresenta, foram elaborados para
que percebamos como, através da criatividade e técnicas individuais, podemos chegar a diferentes resultados. Os
ícones são sínteses das impressões coletivas de uma região, já sua aplicação refletirá o individuo, a pluralidade, a
riqueza da diversificação e a força da matéria prima.
Participar de tão valioso estudo, junto a uma equipe tão dedicada me fez conhecer e amar ainda mais
Roraima.
Giselle Brito de Carvalho - Gestora Rede Roraima Design

A importância deste trabalho está na revitalização cultural de Roraima, um Estado, do qual é constituído
por várias regiões, resultado de uma História mesclada e incrementada pela influência do folclore nordestino, da
tradição sulista, e do artesanato indígena.
Este documento registrado com imagens, realizado pelo SEBRAE, promove um legado para uma pesquisa
contundente e atualizada. Um material iconográfico verdadeiro, driblando com a individualidade de conceitos e
valorizando a contextualização da comunidade.
Lola Quirino – designer

A Iconografia de Roraima será uma importante


ferramenta para orientar a arte e a criação
objetivando valorizar e difundir os traços
culturais de Roraima.
Jorge Macêdo - fotógrafo
06

Vem de longe a luta para melhorar a qualidade de nosso artesanato. Ícones, temos à mão-cheia. Seja nos
murais rupestres seculares, nas fachadas de nossas casas ou na arquitetura ribeirinha, nas selas e arreios de
nossos vaqueiros garbosos em sua montaria. Enfim, em tudo aquilo que a cultura Roraimense produziu e ainda
produz. Faltava, entretanto, a pesquisa credenciada pela técnica, para selecioná-los. Eis que o SEBRAE supre essa
lacuna. E o resultado é um Catálogo farto em qualidade e beleza.
Amazonas Brasil – jornalista e historiador

Sempre gostei de ouvir histórias, e bem contá-las também não deixa de ser uma arte. Mas fazer parte delas é ainda
mais emocionante. É isso que o Sebrae nos proporcionou com o esforço de criar o Catálogo da Iconografia do Estado
de Roraima: participar do resgate e registro de imagens que poderão servir de identidade para novas histórias...
Cássia Cristine Caliari - agrônoma

A realização deste trabalho significa mostrar através de nossos ícones “imagens” que Roraima tem identidade,
tem história...
Rozani Elizabete Menezes A.S. - consultora de artesanato

O lançamento do Catálogo da Iconografia é um marco na história de Roraima.


Vindo prescindido de um sentimento maior que é o resgate da nossa cultura, o respeito pela nossa história
e a busca incessante da nossa identidade; que assim ficará defendida com todas suas letras, sendo também
providencial para nós artistas, artesão e todos os envolvidos nesse processo de afirmação cultural.
Gostaria de deixar aqui registrado toda minha emoção no que diz respeito a este trabalho, pois ele me remete
a milhares de anos quando meus ancestrais pintaram à mão nas gigantescas pedras de granito no meio deste
lavrado que um dia foi mar.
Tenho certeza que era isso que queriam, que fossem lembrados de alguma forma.
Quero parabenizar o SEBRAE por esta grande idealização e todas as pessoas que contribuíram de forma
direta e indireta nesta empreita.
Irmânio Sarmento de Magalhães - artesão
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ESTRUTURA DAS PÁGINAS

título e texto sobre número da página 01


o tema cor - conforme região
BOA VISTA
01

01
BEIRAL
O popular “beiral”, no bairro Caetano Filho à margem SAVANA
do Rio Branco, é a representação típica da arquitetura ribeirinha.
Suas casas de madeira em forma de palafita,
trazem quase sempre, um balcão ao estilo da arquitetura franco-
espanhola.
01

FLORESTA

imagens

12 número do ícone

ícone
08

RORAIMA
REGIÕES DE ATUAÇÃO

BOA VISTA

SAVANA - ao centro Campos Gerais ou


Lavrados; ao norte Campos Serranos e floresta
típica

FLORESTA - ao sul florestas de planícies,


ao oeste florestas serranas

Há um pouco de Brasil em cada chão de Roraima.


Aqui o quadro que resulta do convívio social, tem muito do
Nordeste, do Centro-Oeste, do Sul e também do Norte.
Roraima tem suas peculiaridades: é por exemplo, o
estado de maior população indígena; tem uma das maiores
reservas minerais do país; tem no Monte Roraima, uma Mais a Leste, sempre abaixo do Equador, próximo
fronteira tríplice entre Brasil, Guiana e Venezuela. do Estado do Amazonas, estão os índios Wamiri-Atroari. E
Se dividirmos Roraima em três patamares, vamos a Oeste, nos limites do Pará, encontram-se os Wai-Wai.
encontrar ecossistemas distintos e bem definidos, no Na área intermediária está o peneplano, cuja A zona superior assume duas características: ao
denominado Planalto das Guianas, que de sul a norte, altitude não ultrapassa os 200 metros, e abriga os Norte, campos cercados de matas típicas e montanhas
apresenta-se como se fosse uma escada com vários chamados Lavrados, que constituem savanas propícias como o Monte Roraima, berço e altar de Macunaíma, e o
degraus. ao criatório bovino e eqüino. Caburaí onde fica o ponto Extremo Setentrional do Brasil;
Ao Sul, a planície típica da Amazônia Brasileira, Nos lavrados roraimenses vivem os famosos seus rios principais são o Cotingo, Mau, Surumu e Uailã,
de baixa altitude, florestas densas com árvores de lavradeiros, poeticamente chamados de Cavalos em cujos vales situam-se as etnias Macuxi, Wapixana,
grande porte, rios caudalosos, cujas margens alagadiças Selvagens. São campos naturais ornados de lagos, Taurepang, Ingaricó e Patamona; o subsolo é rico em
formam os chamados Igapós, ricos em recursos naturais, igarapés e buritizais em filas, além do velho Caimbé que minérios, ouro e pedras preciosas.
abundantes em caça e pesca. É o Baixo Rio Branco. Ali resiste a tudo, inclusive ao fogo predatório que invade as Ao Oeste, as montanhas dominam a paisagem
mora o ribeirinho, vivendo de extrativismo e artesanato serras azuis. composta de rios caudalosos, como por exemplo, o
que, graças a intervenção cuidadosa de orientadores do Bastam as primeiras chuvas e tudo renasce, Uraricoera; e matas de grande porte, além de imensos
Sebrae, começa a adquirir nova qualidade, sem perder as ornando a paisagem de verde, flores e frutos; cajueiros e recursos naturais da fauna, flora e subsolo, onde está
características culturais daquele povo da floresta. mangueiras são a prova de que “nela se plantando tudo situado o Parque Yanomami e as várias outras etnias
dá”. indígenas, como Maiongong e Xiriana.
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BOA VISTA

Boa Vista foi o primeiro povoado caracteristicamente tarde, tornou-se capital do Território Federal, moderna a oriundos do Caribe, tornando agradável o convívio de sua
urbano de Roraima. No século XIX, quando inúmeras partir de seu núcleo central em forma de leque. gente.
fazendas se formaram ao longo do Rio Branco, teve início Situada a pouco mais de dois graus acima da Sua população é formada por indígenas de
um pequeno povoado chamado de Freguesia de Nossa Linha do Equador, à margem direita do Rio Branco, é diferentes etnias, imigrantes de vários estados e alguns
Senhora do Carmo. O Governador do Amazonas Augusto totalmente envolvida pelos lavrados roraimenses e ao estrangeiros. Essa diversidade de culturas a torna mais
Ximeno de Villeroy elevou a vila em 09 de julho de 1890 à início da noite, em época de verão, que caracteriza a atraente.
categoria de Município de Boa Vista do Rio Branco. Mais ausência das chuvas, recebe a carícia dos ventos alísios,

C:20 M:0 Y:60 K:30 C:47 M:40 Y:43 K:05 C:56 M:37 Y:20 K:0 C:38 M:100 Y:90 K:05 C:06 M:86 Y:85 K:0 C:05 M:30 Y:40 K:0
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FORTE SÃO JOAQUIM


Construído entre 1875 e 1878 para garantir as conquistas
territoriais brasileiras na chamada Guiana Brasileira. Localizado
à margem esquerda do Rio Tacutu no encontro com o Rio
Uraricoera.
O Forte de São Joaquim, além de cumprir a missão de
guardião das fronteiras, é o principal marco de integração e
colonização do vale do Rio Branco.

RIO BRANCO
O Rio Branco é formado pela união dos rios Uraricoera e
Tacutu, em frente ao sítio onde foi erguido o Forte São Joaquim, 30
km acima de Boa Vista.
Quem denominou este rio de “Branco” foi o português Pedro
Teixeira em sua expedição, em 1639, mudando o antigo nome
indígena de Quecoene. O Rio Branco tem uma extensão de 584 km
até sua desembocadura no Rio Negro.
(fotos Jorge Macêdo)

01
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TRAÇADO URBANO DE BOA VISTA


O traçado urbanístico de Boa Vista é radial, em forma de
leque, com ruas e avenidas amplas e planas, seguindo para o
Centro Cívico, com belos monumentos e suave plasticidade
que mais parecem uma mão aberta acolhendo a todos que
nela chegam, emprestando de alguma forma suas valiosas
colaborações.

Este traçado planejado se deve ao engenheiro Darci


Aleixo Deregusson e ao capitão Ene Garces, primeiro
governador do então Território Federal de Roraima, inspirado
em Belo Horizonte e Paris.
(fotos Jorge Macêdo)

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PARQUE ANAUÁ
03
Construído em 1982 no centro urbano de Boa Vista,
capital do antigo Território Federal de Roraima, o Parque Anauá
ocupa uma área de 60 hectares, tornando-o um dos maiores
parques de lazer comunitário do Brasil.
O parque possui anfiteatro, forródromo em forma de
estrela, galeria de artes, escola de música, museu, lago natural,
fonte luminosa, lanchonetes, pistas para aeromodelismo,
motocross, skate, kartódromo, ginásio poliesportivo entre outras
atrações.
(fotos Jorge Macêdo)
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MONUMENTO AO GARIMPEIRO
Inicialmente foram as “tropas de resgates e descimentos” responsáveis pela ocupação e
conseqüente colonização do Vale do Rio Branco.
Vencida a primeira fase, vieram os militares para o Forte São Joaquim, e com eles, seus
familiares, parentes e amigos. Começam a pecuária, modesta, reflexos da audácia de Lobo Almada
ao fundar a Fazenda São Bento, que mais tarde, juntas com São Joaquim e São Marco, formariam as
Fazendas do Rei.

Com a criação da Freguesia de Boa Vista e a expansão da pecuária, começa a efetiva ocupação PORTAL DO MILÊNIO
do Rio Branco. Na década de 30 do século passado, começa a forte migração de nordestinos, fruto da Monumento que marcou a passagem para a entrada do ano 2000,
cobiça em busca do Eldorado, representado pela descoberta e exploração dos garimpos do Cotingo, de autoria do Arquiteto Maruem Haten, construído pelo Prefeito Ottomar
Mau, Serra Verde e Tepequém. de Souza Pinto na Praça das Águas, na Avenida Ene Garcez.
Boa Vista cresce, surgem novas vilas, a pecuária se consolida e o velho Rio Branco, aliado (fotos Jorge Macêdo)
as colônias agrícolas, vira Território Federal e dá os primeiros passos em direção ao que hoje nos
orgulhamos de chamar Estado de Roraima.
Projetado por Francisco Hesmezano e situado na Praça do Centro Cívico, o Monumento ao
Garimpeiro representa um homem garimpando em exaltação à época áurea do milagre do ouro e
diamante. É uma homenagem a todos aqueles que contribuíram para o desenvolvimento da região.
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05

PRELAZIA
06
A Prelazia de Boa Vista representa um marco histórico, arquitetônico e cultural da
cidade. Iniciado em 1924 pelos monges Beneditinos para ser um hospital, transformou-
se inicialmente em residência Episcopal e, em 1943 com o recém criado Território do Rio
Branco, funcionou como sede administrativa do governo.
Em estilo neoclássico, de linhas puras, constitui hoje valiosa construção histórica de
Boa Vista.
(fotos Lars Diederichsen)
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IGREJA SÃO SEBASTIÃO


Concluída pelas irmãs Cecília e Francisca, filhas de Guilhermina de
Holanda Bessa que chegou ao Rio Branco em 1883 e, anos depois, iniciou
sua construção.
A igreja de São Sebastião é “fruto da graça recebida por promessa feita
ao Santo Guerreiro”.

07

Inaugurada no dia 20 de janeiro de 1924, edificada em pleno lavrado,


pois Boa Vista terminava na atual Av. Getulio Vargas, a igrejinha até hoje é
monumento da fé e patrimônio histórico de Boa Vista.
(fotos Lars Diederichsen)

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ANTIGA RESIDÊNCIA DO CORONEL BENTO


BRASIL
Com estilo neoclássico preservado até hoje, a
residência da artista plástica Petita Brasil, construída
pelo seu avô Coronel Bento Brasil no fim do século XIX,
caracteriza a influência cultural francesa à época da
colonização.
(fotos Lars Diederichsen)

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RÉPLICA DA CASA DA INTENDÊNCIA


Casa da Intendência do então Município do Rio Branco, depois Roraima, hoje
Estado. O original foi demolido no inicio da década de 40 quando o município foi
promovido a território.
(fotos Lars Diederichsen)

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BEIRAL
O popular “beiral”, no bairro Caetano Filho à margem do Rio
Branco, é a representação típica da arquitetura ribeirinha.
Suas casas de madeira em forma de palafita, trazem quase
sempre, um balcão ao estilo da arquitetura franco-espanhola.
(fotos Lars Diederichsen)

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SAVANA

Compondo o peneplano roraimense, numa altitude de buritizeiros, com predominância do caimbé, compõe entre outros.
máxima de 200 metros, as savanas, conhecidas como com as serras um panorama tropical de muito sol, vento A savana divide-se ao centro nos Campos Gerais
Lavrados Roraimenses, ocupam uma área de cerca de e magia. ou Lavrados e ao norte nos Campos Serranos e florestas
40.000 km2, equivalente a pouco mais de 16% da área Descoberta por Lobo D’Almada no começo do típicas.
total do estado. (fonte: Homem Ambiente e Ecologia no Estado de século XVIII, habitada inicialmente pela civilização aruak
Roraima, Reinaldo Imbrózio Barbosa, pág. 406). e p’mon, os Campos Gerais de Roraima são propícios à
Ornada por lagos naturais, igarapés e milhares agropecuária e hoje com destaque para a soja e arroz,

C:03 M:40 Y:86 K:0 C:0 M:62 Y:75 K:0 C:15 M:92 Y:96 K:04 C:22 M:87 Y:65 K:10 C:40 M:53 Y:0 K:0 C:74 M:45 Y:0 K:0 C:20 M:0 Y:60 K:20
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MONTE RORAIMA
A lenda do Monte Roraima
Conta a lenda dos Macuxi, que no passado, não havia ali nenhuma elevação, nenhum planalto, as terras
ali eram baixas, alagadiças, próprias para capivaras e aves aquáticas. Nas vizinhanças viviam diversas tribos
indígenas. A vida era paradisíaca. Muita caça, muita pesca, muitos frutos. O arco, a flecha e a sarabatana
garantiam a fartura.
Certo dia porém, sem que os pajés pudessem explicar, nasceu nesse local, uma viçosa PARURU
(bananeira), planta nunca vista naquelas pastagens. Em pouco tempo a árvore cresceu assustadoramente
dando belos e incríveis frutos. Todos ficaram estarrecidos, mas um aviso divino aos pajés proibiu que se tocasse
na árvore ou nos seus frutos, alegando que se tratava de um ser sagrado. Se essas recomendações fossem

desobedecidas, infinitas desgraças aconteceriam, e a terra tomaria forma diferente. Ninguém ousava tocá-los,
eram sagrados e PAABA (deus) não gostaria de ver sua determinação desrespeitada. Ao alvorecer de um belo
dia, as populações indígenas foram tomadas por indescritível surpresa: alguém havia cortado criminosamente
a bananeira e roubado o cacho precioso, cujas bananas estavam amareladas qual ouro do Quinô. Em poucos
instantes a natureza protestou violentamente. Enquanto isto acontecia, desabava uma pesada chuva, e do centro
da Terra começava a surgir, espetacularmente, o Majestoso Monte Roraima, alteando-se cada vez mais, de
modo assustador, ostentando um formoso diadema de nuvens, que até hoje lhe orna a fronde altaneira. E através
dos tempos, a natureza continua mostrando sua tristeza que é eterna e se consubstancia em perenes gotas
d’água que vertem das pedras, das fissuras, das ravinas como se fossem lágrimas sentidas.
Deste monte tão imponente, de 2875 metros de altitude, foi escolhido o nome para batizar esta terra tão
altaneira, que é “RORAIMA”, que em língua p’mon significa monte verde.
(fotos Jorge Macêdo)
21

14
(fotos Lars Diederichsen e Jorge Macêdo)

FLORA

teus ventos
chamados gerais
sucam as serras
afagam buritizais
com mãos ligeiras
levantam poeiras
e das pedras pintadas
respeitam os murais
Amazonas Brasil 14
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ORQUÍDEAS
Do reino vegetal, destaca-se em Roraima a família das
orquídeas representada por mais de 450 espécies.
Destacam-se entre essas a Cattleya Violaceae como
a mais comum e de maior apelo atrativo pela sua beleza e
variedades.
Várias espécies só ocorrem no Estado de Roraima,
como é o caso do Cyrtopodium Roraimense que apresenta
haste floral de até um metro com dezenas de flores de 3
centímetros em tom amarelo esverdeado.
(fotos Jorge Macêdo, foto central cedida por Ladinilson Carvalho)
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BURITIZAL
Muitas são as flores que ornam os campos de Roraima e muitas
também são as suas variedades, tanto na chamada terra firme como nas
serras, baixadas, lagos e igarapés. O muriru destaca-se pela beleza de sua
flor e benefícios que traz na purificação da água, dela retirando até metais
pesados, protegendo as ovas dos peixes e servindo de alimentos para os
alevinos.
(fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen)
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FRUTOS
Roraima, imersa no mundo amazônico, só poderia encaixar-se no
complexo exuberante de frutas exóticas que despertam grande atenção pelos
paladares saborosos e inigualáveis. Valendo destacar: o cupuaçu, biribá, buriti,
açaí, bacaba, caju, pupunha, tucumã, graviola, cacau manga e muitas outras.
(fotos Jorge Macêdo)

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FAUNA
Nos Campos Gerais do Rio Branco moram tatus, jabutis, veados
campeiros, pacas, cutias, cobras e muitas outras espécies como o camaleão,
o pássaro maçarico e o tamanduá bandeira, ícones da fauna da savana. Nos
Campos Serranos encontramos animais de pequeno e grande porte, domésticos
como o gado bovino, búfalos, eqüinos, ovinos e caprinos.
(fotos Jorge Macêdo)

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eu sou cavalo selvagem
não sei o peso da sela
não tenho freio nos beiços
nem cabresto
nem marca de ferro quente
não tenho crina cortada
não sou bicho de curral
eu sou cavalo selvagem
meu pasto é o campo sem fim
para mim não existe cerca
sigo somente o capim
20 eu sou cavalo selvagem

CAVALOS LAVRADEIROS selvagem é minha alegria


Admite-se, como hipótese mais provável, que os cavalos lavradeiros descendem de de ser livre noite e dia
animais introduzidos por colonizadores espanhóis e/ou portugueses há mais de 200 anos selvagem é só apelido
e que pertencem ao mesmo tronco das raças Andaluz e Garrano ou Minho. meu nome é mesmo cavalo
Originalmente deveriam existir de 2 a 3 mil exemplares do cavalo lavradeiro e cavalo solto no pasto
atualmente, incluindo os mestiços, é possível que esse número não ultrapasse 1500. De veloz carreira que faço
concreto, sabe-se que na Colônia Agrícola São Marcos, em Alto do Maruai, em Roraima, lavrado todo atravesso
existem mais ou menos 300 animais. (fonte Embrapa) caminhos no campo eu traço
(fotos Jorge Macêdo)
eu corro livre galope
transformo galope em verso
trecho da poesia Cavalo Selvagem,
de Eliakin Rufino
27

ACESSÓRIOS PARA MONTARIA - SELAS


Fruto da habilidade e criatividade dos vaqueiros roraimenses, as
selas e arreios para suas montarias, são ornadas com desenhos e formas
inspirados na flora da savana, tradição de pai para filho e até hoje mantida,
através de exímios artesãos, que com ferramentas rudimentares bordam
o couro e trançam os arreios usados com garbo e imponência em suas
montarias.
(fotos Lars Diederichsen) 21

21 22
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FERRO PARA MARCAR GADO


Gado sem marca é gado sem dono, o que caracteriza a propriedade é a marca
do ferro a brasa, representando as iniciais ou a simbologia preferida do fazendeiro,
mas que toma forma pelas mãos hábeis do ferreiro-artesão.
(fotos Lars Diederichsen)

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PEDRA DO EREU OU PEDRA DO ESCONDERIJO


Situada no baixo Ereu, conhecida como região do Amajari, a Pedra do Ereu compõe um
conjunto de mais de oitenta sítios arqueológicos, principalmente pinturas rupestres, espalhadas
pelos lavrados roraimenses. Poucos estudos foram feitos, mas presume-se que pertençam à
mesma tradição cultural da fase Rupununi, anterior ao contato europeu, por um grupo caçador-
coletor-pescador e provavelmente de origem Macuxi ou Talipang. (fonte Pedro Augusto Mentz Ribeiro, Ana
Lucia Machado, Vera Lucia Calandrini G., 1985).
(fotos Lars Diederichsen)

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26

FURNA DA ONÇA PEDRA DA GATA


Compondo um conjunto de pedras rupestres do Compondo o terceiro conjunto de pedras do Ereu, a Pedra da
Ereu, embora sem inscrições, a Furna da Onça é uma Gata destaca-se pela nitidez de suas inscrições.
(fotos Lars Diederichsen)
das pedras mais expressivas da região, não só pela
beleza e grandiosidade de suas formas, mas também pelo
mistério que inspira, pois difícil é entender os seus talhos
e reentrâncias, certamente trabalhados milenarmente pelo
vento e pela água.
31

PEDRA PINTADA
A mais famosa das pedras pintadas de Roraima, com cerca de 60 metros de diâmetro e 30 a 40 metros de altura,
situada dentro da área indígena de São Marcos, recebe o nome que lhe da fama: Pedra Pintada. Situada no Vale do Parime
a aproximadamente 130 km de Boa Vista, a Pedra Pintada traz os maiores murais ornados de uma simbologia que inspira
mistério e transcendência, que resiste até hoje às ações do tempo. Suas pinturas são de um vermelho “urucum” que destaca
aos olhos, tendo-se a nítida impressão que as inscrições brotam do âmago da pedra. Além dos murais, na parte intermediária,
num patamar diminuto e repousando sobre três pedras menores, está o dólmen, um disco de aproximadamente 40 centímetros
de espessura e 1,5 metros de diâmetro. Segundo a tradição dos índios era um altar de sacrifícios e oferendas ao deus Tupã.

Os motivos dominantes nas pinturas são os abstratos 27


lineares retilíneos, combinados e curvilíneos, e poucos signos
representativos naturalistas e esquematizados biomorfos.
Muitas das pinturas foram feitas com ajuda de artifícios como
escadas e andaimes em virtude da altura onde se encontram,
que chega a mais de 10 metros.
Junto das pinturas foram encontrados fragmentos de
cerâmica e alguns fragmentos de vidro e urnas funerárias.
(fotos Lars Diederichsen)
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PEDRA DO PEREIRA
Partindo-se da Pedra Pintada em direção
ao nascente, a uma distância de mais ou menos
6 km, está a Pedra do Pereira, ornada por
inscrições também misteriosas, de frente para o
sol da manhã está um podium natural, compondo
um espetacular anfiteatro, certamente palco de 29
cerimônias religiosas e oferendas.

Seguramente foi um local para grandes


eventos que envolviam músicas e danças,
conhecidas como Parixara, do povo indígena
que habita ate hoje o Vale do Parime.
(fotos Lars Diederichsen)

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33
FLORESTA

Cerca de 85% do território de Roraima e coberto metros de altitude se levantam até as montanhas. aves da região, entre tantas outras belezas tipicamente
por florestas tipicamente amazônicas. Encontramos nas florestas vários ícones amazônicas.
Ao sul as florestas baixas ou de planícies, característicos como as embarcações e casas dos
caracterizados pelas áreas alagadiças, rios, lagos e ribeirinhos, que se integram harmoniosamente ao meio-
igarapés. ambiente.
Ao extremo norte e ao noroeste do estado A flora exuberante retrata todas as variações da
encontramos as florestas serranas, que a partir dos 600 cor verde e a fauna que se manifesta nas revoadas das

C:0 M:20 Y:90 K:0 C:0 M:96 Y:100 K:0 C:85 M:08 Y:0 K:0 C:100 M:40 Y:0 K:0 C:78 M:18 Y:100 K:05 C:25 M:05 Y:93 K:0 C:0 M:0 Y:20 K:60
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PAISAGENS
“...Narciso acha feio o que não é espelho...”.
Antes da criação do vidro e do cristal a natureza nos oferecia, e oferece ainda, o espelho d’água, nele refletindo
tudo que e há de belo na Amazônia, como o belo molongo, as impressionantes formações de nuvens e as sossegadas
vilas ribeirinhas.
(fotos Lars Diederichsen e Rozani Elizabet Menezes A. S.)

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35

EMBARCAÇÕES
Os barcos são o único meio de
transporte para os ribeirinhos. É fácil
encontrar desde pequenas embarcações
com as chamadas panacaricas, que
oferecem abrigo contra o sol e a chuva,
até os chamados recreios, construídos
artesanalmente também em madeira, são 32

verdadeiras obras de arte da construção


31
naval. Uma das características principais
das embarcações do Baixo Rio Branco são
as proas arredondadas, semelhantes as
embarcações dos primeiros desbravadores
da região.
(fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen)
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33

ARQUITETURA
33
As moradias típicas do Baixo Rio Branco refletem a harmonia do homem com a natureza:
quando as águas do rio sobem, as casas flutuam como se fossem barcos e os moradores usam
a canoa como meio de transporte; na época da seca erguem-se majestosas sobre palafitas,
construídas todas em madeira e ornadas por beirais com desenhos criativos, como o exemplo do
beiral em Sacai.
(fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen)
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FRUTOS
Roraima produz, no pico de oferta, 70% de toda a banana
prata comercializada nas feiras livres da cidade de Manaus. No
período de baixa, a oferta cai para 40%.
Caroebe, Rorainópolis e São João Baliza foram os municípios
que mais se destacaram, com quase 70% da produção do estado.
A fibra da bananeira está sendo transformada em papel
artesanal.
(fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen) 35

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37

FLORA
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As helicônias representam o grupo americano
mais próximo, em relação de parentesco, das bananeiras
cultivadas originárias da Ásia. São aproximadamente 140
espécies, quase todas do continente americano. No Brasil
até o momento são conhecidas apenas 45 espécies, todas
elas das regiões tropicais e subtropicais e conhecidas
popularmente como “caetés” ou “bananeira-do-mato”.
(fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen)
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TARTARUGA
No Baixo Rio Branco, é possível encontrar tartarugas
e tracajás desovando nas praias. Nos últimos anos
órgãos governamentais vem desenvolvendo projetos
de preservação das tartarugas, protegendo os ovos e
devolvendo os quelônios ao rio.
(fotos Jorge Macêdo)

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BORBOLETAS
Revoada de borboletas no Baixo Rio Branco: um espetáculo
multicolorido.
(fotos Jorge Macêdo)

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AVES
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Mutum, ave que habita as florestas, Os tucanos pertencem ao gênero
principalmente próximo aos rios e igarapés. Ramphastos que compreende 41 espécies
Na época reprodutiva, o macho oferece diferentes. É através do bico que se diferenciam
alimento à fêmea e, depois de formado, o casal
o macho e a fêmea: o do macho é menor e
não mais se separa.
curvo com a parte superior terminando de
modo menos brusco. É também mais estreito
e mais comprido
(fotos Jorge Macêdo)
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FAUNA
Na bacia do Rio Branco encontramos uma grande fartura de
peixes, alimento de toda a população ribeirinha. Entre os principais
peixes estão o pacu, tucunaré, surubim, matrinxã, pirararas,
tambaqui, acara, mandi, cachorra, piranha, traíra, piraíbas, aruanã
e muitas outras espécies.

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Nas Florestas tropicais amazônicas encontramos animais


42
como onça, anta, caititu, jacaré, gato maracajá, lontra, veado,
macacos e uma variedade enorme de cobras.
(fotos Jorge Macêdo)
43

CESTARIA RIBEIRINHA
As principais características do ribeirinho são a paciência e contemplação. Isso resulta na observação da natureza,
fonte de inspiração de seu artesanato, principalmente nos cestos ou urutus, tupes, peneiras e o paneiro. A técnica é indígena
e os trançados representam escamas (pirera em língua geral, mistura entre a língua cabocla e indígena) como a do peixe
(piramiri pirera), pirarucu (pirarucu pirera) e pele de jacaré (jacaré putia). A cestaria é confeccionada principalmente em
arumã e recebe tingimentos naturais de urucum, lacre e fuligem; a resina do cumati serve como fixador.
(fotos Lars Diederichsen)

44
44

JÓIAS DA FLORESTA
Anéis, brincos, colares, pulseiras...são coleções feitas a partir dos produtos
da floresta, elaborados inicialmente somente a mão, hoje com a ajuda de algumas
ferramentas, por habilidosos artesãos do Baixo Rio Branco, que expressam na sua arte
os ícones da região.
É nesse pedaço pobre da selva amazônica de pouco mais de 40 mil quilômetros
quadrados que os ribeirinhos estão descobrindo no artesanato uma forma sustentável
de geração de renda.
(fotos Lars Diederichsen)

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01

Região: Boa Vista


Ícone: Forte São Joaquim
vista superior

02

Região: Boa Vista


Ícone: Traçado urbano de Boa Vista
vista superior em forma de leque
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03

Região: Boa Vista


Ícone: Parque Anauá
vista superior da praça de quiosques

04

Região: Boa Vista


Ícone: Monumento ao Garimpeiro
situado na Praça do Centro Cívico
48

05

Região: Boa Vista


Ícone: Prelazia
detalhe ornamento da fachada

06

Região: Boa Vista


Ícone: Prelazia
detalhe ornamento da porta
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07

Região: Boa Vista


Ícone: Igreja São Sebastião
detalhe ornamento da porta

08

Região: Boa Vista


Ícone: Igreja São Sebastião
detalhe ornamento da janela
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09

Região: Boa Vista


Ícone: Antiga Residência do Coronel Bento
Brasil
detalhe ornamento da fachada

10

Região: Boa Vista


Ícone: Antiga Residência do Coronel Bento
Brasil
detalhe ornamento da fachada
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11

Região: Boa Vista


Ícone: Réplica da Casa da Intendência
detalhe ornamento da porta

12

Região: Boa Vista


Ícone: Beiral
perfil arquitetônico
52

13

Região: Savana
Ícone: Monte Roraima
perfil

14

Região: Savana
Ícone: Flora
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15

Região: Savana
Ícone: Orquídea

16

Região: Savana
Ícone: Buritizal
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17

Região: Savana
Ícone: Muriru

18

Região: Savana
Ícone: Bromélia
vista superior
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19

Região: Savana
Ícone: Tamanduá

20

Região: Savana
Ícone: Cavalos Lavradeiros
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21

Região: Savana
Ícone: Sela
desenhos e formas inspirados na flora
da savana

22

Região: Savana
Ícone: Sela
desenhos e formas inspirados na flora
da savana
57

23

Região: Savana
Ícone: Ferro de marcar gado
iniciais ou a simbologia escolhida pelo
fazendeiro

24

Região: Savana
Ícone: Ferro de marcar gado
iniciais ou a simbologia escolhida pelo
fazendeiro
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25

Região: Savana
Ícone: Arqueologia

26

Região: Savana
Ícone: Arqueologia
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27

Região: Savana
Ícone: Arqueologia

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Região: Savana
Ícone: Arqueologia
60

29

Região: Savana
Ícone: Arqueologia

30

Região: Floresta
Ícone: Espelho d`água
61

31

Região: Floresta
Ícone: Embarcações
vista lateral

32

Região: Floresta
Ícone: Embarcações
vista superior
62

33

Região: Floresta
Ícone: Arquitetura
detalhe ornamento do beiral

34

Região: Floresta
Ícone: Açaí
63

35

Região: Floresta
Ícone: Banana

36

Região: Floresta
Ícone: Mangará
64

37

Região: Floresta
Ícone: Helicônia

38

Região: Floresta
Ícone: Tartaruga
65

39

Região: Floresta
Ícone: Borboleta

40

Região: Floresta
Ícone: Borboleta
detalhe desenho da asa
66

41

Região: Floresta
Ícone: Tucano

42

Região: Floresta
Ícone: Cobra
detalhe desenho da pele
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43

Região: Floresta
Ícone: Onça
detalhe desenho da pele

44

Região: Floresta
Ícone: Cestaria Ribeirinha
68

45

Região: Floresta
Ícone: Jóias da Floresta
representação de uma flor
70

BIBLIOGRAFIA
- Artesanato Indígena de Roraima, PAR – Programa do Artesanato de Roraima

- BARBOSA, Reinaldo Imbrozio, Efrem Jorge Gondim Ferreira, Eloy Guillermo Castellón. Homem, ambiente e ecologia no estado de

Roraima, INPA, Manaus, 1997

- BRASIL, Amazonas. Berço Histórico de Boa Vista, 1996

- BRASIL, Amazonas. Potencial Turístico do Estado de Roraima

- BRASIL, Amazonas. Roraima, ligeiras anotações sobre a história política e econômica a partir do século XVII.

- BRASIL, Cecy Lya. Histórias, Lendas e Mitos, Boa Vista RR, SEBRAE, 1996

- CHEVALIER, Jean.Gheerbrant, Alain. Dicionário dos Símbolos, J.Olimpio, RJ, 1988

- FREITAS, Aimbere. Geografia e História de Roraima, Boa Vista, DL, 2000

- Isto É, edição 1788, artigo “Jóias da Floresta”

- Mestres de Ofícios de Minas Gerais. Resgate cultural do artesanato mineiro, BH, SEBRAE, 2003

- Revista do Cepa, FISC-APESC, Vol. 13 No. 16, 1986

- ROMANO, Olavo. Mestres Minas Ofícios Gerais. Resgate cultural do artesanato mineiro, Araxás BH, SEBRAE, 2001

- SILVA, João Batista da. Orquídeas Nativas da Amazônia Brasileira, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1998

- STEVENSON, Roland. Uma luz dos Mistérios Amazônicos

- www.roraima.8M.com

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