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estabilizantes estabilizantes

TABELA 1 - ESTABILIZANTES PERMITIDOS SEGUNDO AS BPF


substância in situ na planta, enquanto
que aos produtos industriais obtidos

ESTABILIZANTES
Número INS ADITIVO FUNÇÃO/NOME ESTABILIZANTES
- Caseinato de sódio
posteriormente foram dados outros
- Gelatina usos, como ácido algínico, alginatos
170(i) Carbonato de cálcio solúveis, compostos algínicos em geral.
A produção comercial de alginatos

CONCEITO E
263 Acetato de cálcio
322 Lecitinas teve início em 1929 e, em 1934, teve
331(i) Citrato monossódico início a produção em escala limitada
331(ii) Citrato dissódico na Grã Bretanha e, mais tarde, duran-
331(iii) Citrato de sódio, citrato trissódico te a Segunda Guerra Mundial, surgiu

PROPRIEDADES
332(ii) Citrato de potássio, citrato tripotássico a indústria de alginatos na Noruega,
333 Citrato de cálcio, citrato tri-cálcico França e Japão.
400 Ácido algínico A variedade de compostos algínicos
401 Alginato de sódio
disponíveis atualmente é o resultado
402 Alginato de potássio
de um intensivo trabalho de pesquisa,
Estabilizante é um termo muito amplo que pode ser aplicado em 403 Alginato de amônio
desenvolvimento, marketing e serviços,
404 Alginato de cálcio
diversos conceitos dentro das indústrias alimentícias. São aditivos durante cerca de 30 anos nos principais
406 Agar
países produtores.
alimentares que asseguram as características físicas de emulsões e 407 Carragena
As algas marrons da família das feo-
410 Goma jataí, alfarroba
suspensões. As gomas destacam-se como os principais estabilizantes 412 Goma guar
fíceas constituem a principal matéria-
prima para produção de alginato, que
para o mercado de alimentos e bebidas. 413 Goma adragante
é um componente da parede celular
414 Goma arábica, goma acácia
415 Goma xantana de tais organismos, formando um com-
416 Goma karaya plexo insolúvel de ácido algínico e seus
418 Goma gelana sais de cálcio, magnésio e de metais
Introdução sas, alimentos processados, biscoitos, sorvetes, 421 Manitol alcalinos em várias proporções.
achocolatados e sucos. [425] Goma Konjac As algas marrons crescem em todas
Segundo a legislação brasileira, portaria Nº Ao manter as propriedades físicas dos ali- 440 Pectina, pectina amidada as regiões de águas frias do mundo, nos
540 de 27 de outubro de 1997, do Ministério da mentos, os estabilizantes mantêm a homoge- 460(i) Celulose microcristalina hemisférios Norte e Sul. Da mesma for-
Saúde, estabilizante é a substância que torna neidade dos produtos, impedindo a separação 461 Metilcelulose ma que ocorre com as plantas e árvores
463 Hidroxipropilcelulose
possível a manutenção de uma dispersão unifor- dos diferentes ingredientes que compõem sua terrestres, existe uma enorme variedade
465 Metiletilcelulose
me de duas ou mais substâncias imiscíveis em fórmula. de espécies que variam em tamanho,
466 Carboximetilcelulose sódica
um alimento. Pode-se dizer que o estabilizante Frequentemente são mono e diglicerídeos, forma, porcentagem e qualidade do
470 Sais de ácidos graxos (de Ca, Na, K e NH4)
favorece e mantém as características físicas das produzidos a partir de óleos vegetais, como a alginato que produzem.
471 Mono e diglicerídios de ácidos graxos, ésteres de mono e diglicerídios com ácidos graxos.
emulsões/suspensões. lecitina de soja. As espécies dos gêneros Lessonia
472a Ésteres de ácido acético e ácidos graxos com glicerol, ésteres de ácido acético e mono e diglicerídios
Os estabilizantes, assim como todos os Os estabilizantes possuem muitas funções 472b Ésteres de ácido lático e ácidos graxos com glicerol, ésteres de ácido lático e mono e diglicerídios
(Nigrescens, Flavicans, Trabeculata),
aditivos, devem ser declarados, formando parte nos alimentos. São substâncias que também 472c Ésteres de ácido cítrico e ácidos graxos com glicerol, ésteres de ácido cítrico e mono e diglicerídios
Macrocystis Pyrifera, Durvillea Antár-
da lista de ingredientes de cada produto. Nessa facilitam a dissolução, aumentam a visco- 472d Ésteres de ácido tartárico e ácidos graxos com glicerol, ésteres de ácido tartárico e mono e diglicerídios. tica, Laminaria (Digitata, Saccharina
declaração deve constar, entre outras informa- sidade dos ingredientes, ajudam a evitar a 472f Ésteres de ácidos tartárico, acético e ácidos graxos com glicerol e Cloustoni), Ascophyllum, Fucus, etc.,
ções, a função principal ou fundamental do formação de cristais que afetariam a textura 500(ii) Bicarbonato de sódio, carbonato ácido de sódio são adequadas para uso comercial.
aditivo no alimento e seu nome completo, ou (melhorando a mesma) e mantêm a aparência 501(i) Carbonato de potássio Correspondem a organismos de grandes
seu número de registro local. homogênea do produto. A grande maioria é 509 Cloreto de cálcio tamanhos, conhecidas também como
Os aditivos autorizados como BPF en- formada por polissacarídeos ou, ainda, por 965 Maltitol e xarope de maltitol Macroalgas ou Kelp, alcançando de 1 a
contram-se no “Regulamento Técnico sobre proteínas. A formação e estabilização de 1200 Polidextrose 2,5 metros de comprimento (espécies
Aditivos Utilizados Segundo as Boas Práticas espuma, em vários produtos, também é um dos gêneros Lessonia, Laminaria, etc.)
de Fabricação e suas Funções”, contido na efeito deste aditivo. zenamento. Elementos de crescimento Os alginatos e algumas de até 8 metros ou mais, do
Resolução nº 386 - ANVS/MS, de 5 de agosto Dificilmente são utilizados domesticamen- são utilizados para dar uma textura gênero Macrocystis. Essas algas ma-
de 1999, conforme apresentado na Tabela 1. te, sendo mais requisitados para a produção esponjosa aos bolos e outros produtos O alginato foi descoberto em 1883, rinhas, de natureza subantártica (tem-
ADITIVOS & INGREDIENTES

ADITIVOS & INGREDIENTES


industrial de sorvetes, iogurtes e chocolates. semelhantes e incluem o bicarbonato pelo químico inglês E. C. C. Stanford, peratura da água entre 13º e 20ºC),
Função e tipos Os estabilizantes são geralmente carboidra- de sódio, o ácido tartárico e o fermento que através da digestão de folhas de vivem e crescem constantemente na
disponíveis tos grandes. Eles formam uma estrutura capaz em pó (uma mistura de bicarbonato de determinadas algas marrons com zona costeira inter e subcorrente (entre
de manter juntas substâncias menores nos sódio e ácido pirofosfórico). carbonato sódico, obteve uma massa e abaixo do nível das mares, respectiva-
Estabilizantes são aditivos alimentares que alimentos, formando um produto mais estável. Os estabilizantes mais utilizados gelatinosa, que evaporada, apresentava mente), até 20 ou 30 metros de profun-
asseguram as características físicas de emul- Este é o maior grupo de aditivos, muitos dos na indústria alimentícia incluem os aspecto semelhante ao da goma traga- didade. São organismos fotossintéticos
sões e suspensões, sendo usualmente aplicados quais são substâncias naturais. Alteram ou con- alginatos, as carragenas, as caseínas, a canto. Essa nova substância foi chamada que, contudo, não catalogados como
em conservas, doces, sobremesas, lacticínios, trolam a consistência de um produto durante carboximetilcelulose sódica (CMC), e as de algina, derivado de alga. Esse termo plantas reais, têm altas taxas de cresci-
sopas, caldos concentrados, panificação, mas- o resfriamento ou aquecimento, ou no arma- gomas xantana, guar e jataí. foi usado em princípio para designar a mento e de renovação anual, tornando-

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estabilizantes estabilizantes

se um recurso natural renovável de (soluções aquosas de 1%), que apre- possua baixa velocidade de hidratação. marcante nas soluções de alginatos de te períodos prolongados, a viscosidade como em sistemas lácteos.
grande importância. sentam pequenas diferenças quanto a As partículas finas se dissolvem mais alto peso molecular e nas de alginato decresce irreversivelmente devido a um A carragena é um ingrediente mul-
Os alginatos disponíveis no merca- estabilidade; com algumas exceções, a rapidamente, porém existe maior risco sódico que contêm íons de cálcio. Algu- processo de despolimerização; esse com- tifuncional e se comporta de maneira
do são comercializados, na maioria, em regra geral é que os compostos com ele- de aglomeração; esse efeito pode ser mas destas soluções podem apresentar, portamento deve ser levado em conta diferente na água e no leite. Na água,
forma de sais hidrossolúveis, livres de vado grau de polimerização são menos diminuído diluindose o alginato na inclusive, um comportamento tixotró- durante o armazenamento dos produtos se apresenta tipicamente como um
celulose, branqueados e purificados, estáveis do que aqueles com baixo grau presença de outro pó, como o açúcar, pico, no qual a viscosidade varia com obtidos industrialmente. hidrocolóide com propriedades espes-
incluindo-se entre eles o ácido algíni- de polimerização. por exemplo. o tempo a uma velocidade de agitação A viscosidade das soluções de algina- santes e gelificantes. No leite, possui a
co E400, o alginato de sódio E401, o O ácido algínico é o menos estável A solubilização destes produtos em constante. to de sódio decresce levemente com a propriedade de reagir com as proteínas
alginato de potássio E402, o alginato dos produtos; materiais com alto grau água é difícil, se realizada na presença Esta propriedade das soluções de al- adição de sais de cátions monovalentes. e prover funções estabilizantes.
de amônio E403, o alginato de cálcio de polimerização em que as longas de compostos que competem com as ginatos podem ser muito variáveis e
E404, e o alginato de propileno glicol cadeias podem ser degradados em uni- moléculas de alginato pela água ne- estão relacionadas ao peso molecu-
E405. Também se produzem compos- dades menores, em poucos meses em cessária para sua hidratação. Assim, a lar, concentração, pH, temperatura
tos combinados, como o alginato de temperatura ambiente. No entanto, os presença de açúcares, amido ou pro- e força iônica.
amônio-cálcio, e o alginato de sódio- compostos de cadeia curta são estáveis. teínas na água reduz a proporção de Quanto maior o peso molecular
cálcio. Alguns destes compostos, prin- Apesar das diferenças mencionadas hidratação, requerendo maior tempo do alginato, mais viscosas são suas
cipalmente o ácido algínico e seus sais de mistura. Os sais de cátion soluções. O peso molecular dos
de sódio, cálcio e potássio, se apre- TABELA 2 - APLICAÇÕES ALIMENTÍCIAS DOS ALGINATOS monovalentes (como o NaCI) compostos de alginatos (grau de
sentam em três qualidades diferentes, PROPRIEDADES APLICAÇÕES possuem efeito similar em con- polimerização) pode ser controlado
determinadas pelos processos de purifi- Sucos de frutas centrações próximas de 0,5%. variando as condições de extração e
Espessante, estabilizante
Molhos
cação e branqueamento que sofrem os ou propriedades de
Cremes O melhor é agregar todas as fabricação. Geralmente, são dispo-
suspensão em:
produtos durante sua produção. Estas Cerveja substâncias após o alginato ser níveis produtos com grau de polime-
qualidades correspondem a qualidade Propriedades
Alimentos para animais hidratado e dissolvido. rização entre 100 e 1.000 unidades,
alimentícia, produtos completamente Gelatinas A presença de pequenas que originam viscosidades entre 10
gelificantes em:
Enchimento de azeitonas
livres de celulose, de coloração branca quantidades de cátions poli- e 1.000 mPa (soluções de 1%).
Fabricação de queijos
ou ligeiramente amarela; qualidade Propriedades de
Sorvetes valentes inibe a hidratação Os alginatos comerciais podem
farmacêutica, produtos brancos, total- controle em: dos alginatos e proporções ser obtidos em diferentes graus de
Coberturas de frutas pastelaria
mente livres de celulose; e qualidade elevadas dos mesmos causam viscosidade (alta, média e baixa), o
técnica, produtos usualmente livres de de qualidade para estabilidade, todo sua precipitação. O alginato sódico que pode ser controlado variando as
celulose, com cores variáveis do branco, composto algínico comercial deve ser resulta da difícil dissolução em águas concentrações empregadas dentro
ao amarelo e ao marrom. armazenado em local fresco, a tempera- rígidas e leite, devido ao fato de ambas de um intervalo mais ou menos
A importância dos alginatos como tura de 25ºC ou menos, pois a elevação conterem íons de cálcio; estes devem ser estreito.
insumo para as indústrias alimentícia, da mesma pode causar significativa des- primeiro sequestrados com um agente A viscosidade das soluções de
farmacêutica e química é devido as suas polimerização, afetando as propriedades complexante, como o hexametafosfato alginato de sódio é quase indepen-
propriedades hidrocolóides, ou seja, comercialmente úteis, como viscosidade de sódio ou o ácido etlilenodiaminote- dente de pH no intervalo entre 5 e
sua capacidade de hidratar-se em água e força dos géis. A área de armazena- tracético (EDTA). 10, apresentando valor ligeiramente
quente ou fria para formar soluções vis- mento também deve possuir um meio de Em geral, os alginatos são insolúveis maior de neutralidade (pH 6 a 8), devido Como é frequente com outros poliele- A carragena possui a habilidade ex-
cosas, dispersões ou géis. Os alginatos controle da umidade ambiente, a fim de em solventes miscíveis com água, tais a efeitos repulsivos dos grupos carboxila trólitos, o polímero em solução tende a clusiva de formar uma ampla variedade
são únicos quanto as suas propriedades que os produtos não excedam seu con- como álcoois e cetonas. As soluções carregados negativamente, que mantém contrair-se ao aumentar a força iônica de texturas de gel a temperatura am-
espessantes, estabilizantes, gelificantes teúdo usual de umidade (10% a 13%), o aquosas (1%) da maioria dos alginatos entendidas as cadeias de polímeros e da mesma. Esse efeito é máximo em con- biente, tais como gel firme ou elástico,
e formadoras de películas, resultando que aumenta a despolimerização. toleram a adição de 10% a 20% de tais incrementam sua capacidade de união centrações salinas próximas de 0,1 N. transparente ou turvo, forte ou débil,
em uma ampla gama de aplicações, Os alginatos têm suas propriedades solventes; contudo, proporções maiores de moléculas de água. Abaixo de pH 4,5, Um efeito oposto é obtido ao agregar termorreversível ou estável ao calor,
conforme apresentado na Tabela 2. afetadas tanto por fatores físicos como impedem uma correta hidratação das a viscosidade tende a aumentar pela nas soluções de alginato íons de metais alta ou baixa temperatura de fusão/
O grau de polimerização (GP) de um químicos. A quantidade de alginatos moléculas. diminuição da solubilidade do ácido polivalentes, sendo o cálcio particular- gelificação. Pode ser utilizado também
alginato é a medida de peso molecular dissolvidos em água é limitada pela na- A viscosidade é a principal proprie- algínico livre, o qual precipita na forma mente importante; a viscosidade au- como agente de suspensão, retenção de
médio de suas moléculas e corresponde tureza física das soluções, mais do que dade das soluções de alginato e, junto de gel a um pH de 3 a 3,5. menta ao aumentar a concentração dos água, gelificação, emulsificação e esta-
ao número de unidades de ácido urônico pela solubilidade do composto em si. com a sua reatividade frente ao cálcio, As soluções de alginatos se compor- mesmos, processo que é acompanhado bilização em outras diversas aplicações
na cadeia polimérica. A viscosidade das Para aumentar a concentração de algina- gera as características únicas desses tam da mesma forma que outros fluidos de mudanças tixotrópicas. industriais.
soluções de alginato se relaciona dire- tos, a solução passa do estado de líquido compostos como espessantes, estabili- na dependência da viscosidade com a A carragena é obtida de diversos
ADITIVOS & INGREDIENTES

ADITIVOS & INGREDIENTES


tamente com o grau de polimerização e viscoso a uma pasta espessa, ponto no zantes, gelificantes, etc. temperatura, ou seja, de acordo com As carragenas gêneros e espécies de algas marinhas
o peso molecular, enquanto que a perda qual se torna muito difícil dispersar os Nas concentrações utilizadas na determinado intervalo, a viscosidade de da classe Rodophyta. O conteúdo de
de viscosidade das mesmas, produzida alginatos restantes. maioria das aplicações, as soluções tais soluções decresce aproximadamen- A carragena é um hidrocolóide ex- carragena nas algas varia de 30% a 60%
normalmente durante o armazenamen- A solubilização dos compostos de de alginato possuem comportamento te 2,5% para cada grau de aumento da traído de algas marinhas das espécies do peso seco, dependendo da espécie
to, é a medida da extensão do processo alginato é afetada tanto pelo tamanho pseudoplástico; a viscosidade decresce temperatura. O processo é reversível, Gigartina, Hypnea, Eucheuma, Clondrus da alga e das condições marinhas, tais
de depolimerização do alginato. como pela forma das partículas. Usual- ao aumentar o grau de cisalhamento podendo a solução voltar a sua viscosida- e Iridaea. É utilizada em diversas aplica- como luminosidade, nutrientes, tempe-
Comercialmente se produzem al- mente, é preferível um material refina- (por agitação ou bombeamento). Esse de inicial por esfriamento. Contudo, se ções na indústria alimentícia como espes- ratura e oxigenação da água. Algas de
ginatos (principalmente alginato de do e bruto, cujas partículas são mais efeito é reversível, exceto a níveis de ci- as soluções de alginatos se mantiverem sante, gelificante, agente de suspensão e diferentes espécies e fontes produzem
sódio) de baixa, média e alta viscosidade fáceis de dispersar e suspender, embora salhamento muito elevados, sendo mais a temperaturas elevadas (50ºC) duran- estabilizante, tanto em sistemas aquosos carragenas de diferentes tipos: kappa,

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estabilizantes estabilizantes

iota e lambda. Algumas espécies de doces em pasta, confeitos e merengues. capaz de sequestrar fosfato de cálcio, cas separadas por uma zona polar. Todos helicoidal que pode contribuir para a κ-caseína, resultando na desestabiliza-
algas podem produzir carragenas de Nos produtos cárneos, a carragena formando minúsculos agrupamentos de os grupos fosfatos, menos um, estão no estabilidade da caseína. ção das micelas e coagulação do leite.
composição mista, como kappa/iota, é aplicada em presunto, mortadela, íons circundados por uma camada de segmento polar 45-89 e 17 resíduos de A estabilidade da micela de caseína A 4ºC ou 5ºC, a interação hidrofó-
kappa/lambda ou iota/lambda. As espé- hambúrguer, patês, aves e carnes pro- proteína. Além da função nutricional, a prolina se distribuem nos segmentos depende da presença da κ-caseína na sua bica fica fraca e parte das caseínas, em
cies produtoras de carragena tipo kappa cessadas. caseína é o meio pelo qual grande quan- hidrofóbicos. Portanto, esta proteína superfície, a qual se constitui na fração especial, a β-caseína inicia a dissociação
são a Hypnea Musciformis, a Gigartina Nas bebidas, é aplicada para clari- tidade de cálcio pode passar pelo epité- pode ser considerada como uma cadeia hidrofílica da caseína, que reage com a das micelas. A hidratação aumenta, já
Stellata, a Eucheuma Cottonii, a Chon- ficação e refinação de sucos, cervejas, lio mamário sem provocar problemas de polipeptídica frouxa e flexível. A caseí- água e impede a agregação das micelas. que as cadeias de β-caseína projetam-se
drus Crispus e a Iridaea. As espécies vinhos e vinagres, achocolatados, xaro- calcificação. Esta função impõe limites na αs1 precipita com níveis de cálcio A estabilidade estérica gerada pela re- da superfície micelar e uma pequena
produtoras de carragena tipo iota são pes, suco de frutas em pó e diet shakes. à sequência primária da proteína, influ- muito baixos. A caseína αs2 possui uma lativamente esparsa camada externa de parte do fosfato de cálcio se dissolve.
a Gigartina e a Eucheuma Spinosum. enciando sua conformação em solução e estrutura bipolar com cargas negativas κ-caseína em forma de escova é o fator Estas trocas são responsáveis pela ligei-
As espécies produtoras de carragena FIGURA 1 - ESTRUTURA DAS sua organização com o fosfato de cálcio. concentradas perto da extremida- estabilizante mais importante. ra desintegração das micelas. A 0ºC a
CARRAGENAS TIPO KAPPA,
tipo lambda são, em geral, o gênero O termo micela tem sido usado de N-terminal e positivas na porção A hidrólise emzimática da κ-caseína, agregação micelar é difícil de acontecer.
IOTA E LAMBDA
Gigartina. para designar a mistura complexa de C-terminal. É mais sensível à precipita- temperatura, pH, excesso de Ca2+ e Em altas temperaturas a quantidade
A carragena está localizada na pare- proteínas dispersas do leite na forma de ção pelo Ca2+ que a caseína αs1. adição de etanol estão entre os princi- de fosfato de cálcio associado às mi-
de das células e na matriz intracelular partículas coloidais aproximadamente A κ-caseína é uma fosfoproteína sen- pais fatores que afetam a estabilidade celas aumenta e ocorre dissociação da
dos tecidos das algas. É um polissaca- esféricas. Cerca de 80% a 90% de toda sível ao Ca2+, possuindo cinco serinas coloidal das micelas de caseína. κ-caseína, diminuindo a estabilidade.
rídeo de alto peso molecular, contendo caseína está nessa forma. Micelas de ca- fosforiladas e 35 resíduos de prolina. É A hidrólise
de 15% a 40% de éster sulfato formado seína são agregadas relativamente gran- uma proteína anfipática com uma re- enzimática da
por unidades alteradas de D-galactose Carragena tipo Kappa
des desta proteína, possuindo aproxi- gião hidrofílica na porção N-terminal e κ-caseína reduz a
e 3-6-anidro-galactose, unidas por liga- madamente 7% de fosfato de cálcio e uma região C-terminal hidrofóbica com estabilização es-
ções α-1,3 e β-1,4-glucosídica. A posição pequenas quantidades de citrato. Uma carga quase zero. Nos sítios de ligação térica das micelas,
e o número de grupos éster sulfato, micela típica tem raio de 100 nm e massa com o cálcio, os resíduos de serina- bem como a repul-
assim como o conteúdo de 3,6-anidro- de 109 Da, contendo aproximadamente fosfato têm carga -2 na ausência de são eletrostática
galactose determinam as diferenças 800 núcleos de fosfato de cálcio por mi- cálcio. Uma característica da β-caseína intermicelar, re-
primárias entre os tipos de carragena Carragena tipo Iota cela. Cada núcleo tem 61 kDa de massa é sua dependência da temperatura, sultando na coa-
kappa, iota e lambda. Níveis mais altos e 2,4 nm de raio. A principal força de for- formando grandes polímeros a 20ºC, gulação do leite.
de éster sulfato implicam em menor mação das micelas em solução aquosa é o mas não a 4ºC. A adsorção de β-caseína Em um pri-
força de gelificação e baixa temperatura efeito hidrofóbico, assim, todos os fatores aos núcleos de fosfato de cálcio limita o meiro estágio, a
de solubilização. A carragena tipo kappa que promovem interações hidrofóbicas, crescimento desses. A β-caseína ligada quimosina cliva a
contém de 25% a 30% de éster sulfato e como aumento da temperatura e adição ao núcleo de fosfato de cálcio atua como ligação entre os
de 28% a 35% de 3,6-anidro-galactose. Carragena tipo Lambda de alguns sais, facilitam a organização uma ponte de ligação a outras caseínas. aminoácidos 105
A carragena tipo iota contem de 28% a das caseínas em micelas. Por ser mais fosforilada que a κ-caseína, (fenilalanina) e
35% de éster sulfato e de 25% a 30% de Em panificação é utilizada para A natureza e a estrutura das micelas a β-caseína é mais sensível a altas con- 106 (metionina)
3,6-anidro-galactose. A carragena tipo cobertura de bolos, recheio de tortas e de caseína têm sido extensivamente es- centrações de sais de cálcio, embora da cadeia peptí-
lambda contém de 32% a 39% de éster massas de pão. tudadas, mas sua exata estrutura ainda seja menos sensível a precipitação com dica da κ-caseína,
sulfato e não contém 3,6-anidro-galacto- A carragena é utilizada, também, permanece em debate. A maioria dos cálcio do que as caseínas α. eliminando sua
se. A Figura 1 apresenta a estrutura das em molhos para salada, sopas em pó, modelos propostos enquadra-se em uma Diferentemente das outras caseínas, capacidade estabilizante e gerando Micelas de caseína de maior tamanho
carragenas tipo kappa, iota e lambda. mostarda, molhos brancos e molhos de três categorias gerais: (1) modelo a κ-caseína é uma glicoproteína e possui como produtos uma porção hidrofó- são menos resistentes ao aquecimento
As aplicações das carragena estão para massas. núcleo-córtex, baseado originalmente apenas um grupo fosfoserina, sendo, bica, para-κ-caseína, e uma hidrofílica do que micelas de menor diâmetro, de-
concentradas na indústria alimentícia em estudos da solubilidade da caseína portanto, estável na presença de íons de chamada glicomacropeptídeo, ou mais vido ao menor conteúdo de κ-caseína,
e podem ser divididas em sistemas As caseínas em soluções com Ca2+, (2) modelo das cálcio e assumindo importante papel na apropriadamente, caseínomacropeptí- o que as torna mais susceptíveis ao
lácteos, aquosos e bebidas. Entretanto, submicelas, baseado na influência do estabilidade da micela de caseína. deo. No segundo estágio, as micelas se Ca2+. O maior grau de glicosilação da
existem atualmente outras aplicações A caseína pode ser definida como tratamento com uréia e oxalato sobre O fosfato de cálcio atua como um agregam devido à perda da repulsão κ-caseína nas micelas de maior tamanho
para uma grande variedade de aplica- uma proteína micelar precipitada por a ruptura das micelas de caseína, e (3) agente cementante, mas se não houver estérica da κ-caseína. em relação às micelas menores tam-
ções industriais. A carragena possui acidificação do leite desnatado a pH modelo de estrutura interna, baseado κ-caseína, a agregação continuará até à Os leites mastíticos apresentam bém favorece a formação do complexo
diversas funções de acordo com sua 4,6 e a temperatura de 20°C, sendo nas propriedades de cada componente formação de um gel ou de um precipita- grande quantidade de células somáti- κ-caseína - β-caseína.
aplicação: gelificação, espessamento, classificada como fosfoproteína, devido isoladamente, causando ou direcionan- do. A κ-caseína se localiza na superfície cas. Os lisossomos dessas células con- A acidificação reduz a carga e a hi-
estabilização de emulsões, estabilização à presença de fósforo. A caseína tem ati- do a formação da estrutura interna das da micela, com a zona hidrofóbica da têm enzimas proteolíticas, dentre as dratação das proteínas. As ligações que
ADITIVOS & INGREDIENTES

ADITIVOS & INGREDIENTES


de proteínas, suspensão de partículas, vidade anfipática por possuir regiões hi- micelas de caseína. molécula ligada à micela, enquanto a quais a catepsina D, que pode produzir mantêm as micelas de caseína juntas
controle de fluidez e retenção de água. drofóbicas e hidrofílicas. A conformação O leite de vaca contém quatro tipos porção hidrofílica forma uma capa de para-κ-caseína e caseínomacropeptídeo são mais fracas e escassas a pH 5,2 ou
Em produtos lácteos, é utilizada em das moléculas expõe consideravelmente de caseína, αs1, αs2, β e κ-caseína, na filamentos altamente hidratados que se a partir de κ-caseína e, em altas concen- 5,3. A pH inferior, com o aumento da
sorvetes, achocolatados, flans, pudins, os resíduos hidrofóbicos, o que resulta proporção 4:1:4:1, as quais são consti- projetam na fase aquosa. Os filamentos trações, pode coagular o leite. atração eletrostática entre as moléculas
creme de leite, iogurtes, sobremesas em forte associação entre as caseínas e tuídas por 199, 207, 209 e 169 resíduos de κ-caseína são os responsáveis pela Os microorganismos psicrotróficos, de caseína, as micelas mantêm-se mais
cremosas, queijos, sobremesas em pó e as torna insolúveis em água. de aminoácidos, com pesos moleculares estabilidade estérica das micelas de ca- ao se multiplicarem no leite armazena- fortemente juntas; a pH superior uma
leite de coco. A caseína possui sequências fosfo- de 23, 25, 24 e 19 kDa, respectivamente. seína. Estudos recentes demonstraram do em baixas temperaturas, produzem quantidade crescente de fosfato de
Em doces e confeitos, sua aplicação riladas através das quais pode interagir A cadeia polipeptídica da caseína αs1 que o peptídeo N-terminal da κ-caseína enzimas proteolíticas termoestáveis, cálcio coloidal faz o mesmo.
inclui sobremesas tipo gelatina, geléias, com fosfato de cálcio, o que a torna está formada por duas regiões hidrofóbi- apresenta uma irregular estrutura a maioria das quais tem ação sobre a O leite mastítico e do final da lacta-

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estabilizantes estabilizantes

ção têm três vezes mais probabilidade iônico, reduzindo o cálcio disponível A goma xantana é um polissacarídeo a aceitabilidade de ingestão diária da e melhorar sua passagem através do trato concentração da goma em água fria,
de ser instáveis do que leites de vacas para unir-se com a caseína e estabilizan- de elevado interesse industrial, principal- goma xantana (ADI). Além disso, mui- gastrintestinal. O valor calórico da goma sendo influenciada por temperatura,
no início ou meio da lactação. O fator do as micelas, evitando sua agregação. mente para as indústrias de alimentos, tos outros países têm aprovado a goma xantana é aproximadamente 0,6 kcal/g. pH, tempo, grau de agitação (cisalha-
responsável por este efeito é o aumento farmacêuticas e de petróleo. O interesse xantana para diversos usos alimentares. Já a goma guar é retirada do endos- mento), tamanho da partícula da goma
no pH do leite, devido à maior permea- A carboximetilcelulose deve-se às suas propriedades físico-quí- A goma xantana é bastante utiliza- perma do feijão do tipo guar, Cyamopsis. e presença de sais e outros sólidos.
bilidade do epitélio mamário a pequenas (CMC) micas, que superam todas as dos outros da como estabilizante para alimentos, Sua principal propriedade é a capacidade É instável a pH muito baixo. A baixas
partículas e íons. polissacarídeos disponíveis no mercado. como cremes, sucos artificiais, molhos de se hidratar rapidamente em água fria concentrações confere cremosidade.
A adição de etanol a uma solução A CMC surge a partir de celulose e Dentre estas propriedades destacam-se para saladas, carne, frango ou peixe, e atingir alta viscosidade. É usada como Sob condições normais exibe excelentes
aquosa diminui a constante dielétrica monocloroacetato de sódio. Além de a sua elevada viscosidade em baixas con- assim como para xaropes e coberturas espessante de sopas, alimentos pobres propriedades gelo-degelo.
do solvente, favorecendo as interações ser aquassolúvel, suas soluções apre- centrações, bem como sua estabilidade para sorvetes e sobremesas. Ainda apre- em calorias e para aumentar o poder A goma guar é compatível com
eletrostáticas. sentam viscosidade em elevadas faixas em ampla faixa de temperatura e de pH, senta compatibilidade com a maioria geleificante de outros espessantes. outras gomas, amidos, hidrocolóides e
A adição de etanol ao leite induz de valor do pH. Funcionam em grande mesmo na presença de sais. dos colóides É cultivado nos Estados Unidos, na agentes geleificantes, aos quais pode ser
várias alterações nas micelas de caseí- escala como estabilizantes em sorvetes, A goma xantana é altamente estável usados em Índia e no Paquistão. O resíduo de sua associada para enriquecer a sensação
na: (1) colapso da região C-terminal pro- proporcionando boa textura e corpo em ampla faixa de pH, sendo afetada alimentos, semente, depois de extraída tátil bucal, textura e para modificar e
eminente da κ-caseína, levando à redução com boas propriedades de fusão. Em apenas com valores de pH >11 e < 2.5. incluindo o a goma, é bastante valio- controlar o comportamento da água
da repulsão estérica intermicelar e do alimentos dietéticos são empregados Essa estabilidade depende da concen- amido, fato que so para a utilização em alimentos.
potencial hidrodinâmico das micelas; (2) como “agentes de corpo”. tração: quanto maior a concentração, a torna ideal para a em rações animais. É indicada para uso no preparo de
o pKa dos resíduos de glutamato e aspar- maior a estabilidade da solução. preparação de pães e Além dessas sorvetes, cremes, produtos à base de
tato é aumentado, enquanto os resíduos As gomas xantana, A goma xantana é também estável outros produtos para vantagens, a queijo, molhos, sopas e produtos de
alcalinos lisina, arginina e histidina não guar e jataí em ampla faixa de temperatura (10ºC panificação. goma guar panificação. Em combinação com outros
são afetados, o que leva à diminuição da a 90ºC) e a viscosidade é pouco afetada Um estudo reali- é de baixo hidrocolóides, como goma carragena
carga negativa na superfície das micelas; A goma xantana é um polissacarídeo na presença de sais. Após a esterilização zado sobre o papel dos custo além ou goma jataí, é utilizada para prevenir
(3) redução na solubilidade do cálcio e sintetizado por uma bactéria fitopato- (120ºC/30 minutos) de produtos alimen- de ser um a formação de cristais durante ciclos
do fosfato associado às micelas de caseí- gênica do gênero Xanthomonas, tem tícios contendo diferentes gomas, apenas bom es- de congelamento/descongelamento,
na. O colapso da camada de κ-caseína, extrema importância comercial. Esse 10% da viscosidade é perdida em produtos pessante e conferindo estrutura cremosa e macia
a redução na carga micelar e a preci- polímero tem sido o mais utilizado em que contêm a goma xantana, redução infe- estabilizante. ao produto. Em produtos com baixo
pitação do fosfato de cálcio colaboram alimentos, no Brasil e no mundo. Foi rior a observada nos produtos que contêm Sua formação teor de glúten proporciona massa com
para a redução da estabilidade micelar aprovado pelo FDA (Food and Drug outros hidrocolóides, como a goma guar, é constituída por excelentes propriedades de filme.
da κ-caseína. Estudos demonstraram Administration) em 1969, sendo aplicado a alginato e carboximetilcelulose. moléculas de manose e galactose na pro- Comercialmente é disponível em
que um polimorfismo na expressão do inúmeros produtos em diferentes segmen- Uma importante propriedade da porção de 2:1. Dissolve-se em água fria e faixas de viscosidade de 3.000 a 6.000
gene da κ-caseína afeta a estabilidade tos industriais, entre eles, alimentos, solução de goma xantana é a interação geleifica quando em contato com borato. cps para soluções a 1%, em várias granu-
do leite ao etanol. Leite obtido de vacas fármacos, cosméticos, químico e petroquí- com galactomananas, tais como gomas A goma pode ser empregada em lometrias e velocidades de hidratação.
que apresentam predominância na ex- mico, o que se deve principalmente a suas locusta e guar. A adição de alguma bebidas como estabilizantes, ou ainda, Por fim, a goma jataí, proveniente
pressão do alelo B do gene da κ-caseína propriedades reológicas, que permitem dessas galactomananas numa solução em sorvetes, pudins e coberturas para do feijão de alfarroba, característico da
em relação ao alelo A precipitou frente a formação de soluções viscosas a baixas de goma xantana a temperatura am- saladas, como espessante. região do Mediterrâneo, é formada por
a concentrações de etanol significativa- concentrações (0,05% a 1,0%), e estabili- biente causa sinergismo, aumentando Possui alto peso molecular, sendo manoses e galactoses na proporção de
mente maiores que as requeridas para dade em ampla faixa de pH e temperatura. a viscosidade. formada de cadeia linear de manose 4:1. Sua aplicação tem a finalidade de
precipitar leite de vacas com expressão O processo de produção da goma A goma xantana tem sido usada em hidrocolóides na cremosidade de emul- (β-1,4) com resíduos de galactose melhorar a textura de certos alimentos
similar para os alelos A e B. consiste nas etapas de obtenção do uma extensa variedade de alimentos, por sões óleo em água mostra que a presença como cadeias laterais, na proporção de como bolos e biscoitos, espessar cober-
O aumento da força iônica ou a for- pré-inóculo, inóculo, fermentação, pas- apresentar importantes propriedades de goma xantana em concentrações uma unidade de galactose para duas de turas para saladas, melhorar caracte-
te ligação de íons específicos a grupos teurização, remoção das células, preci- como espessante de soluções aquosas, muito baixas (< 0,075%) aumenta a manose. Quanto maior a relação molar rísticas de congelamento e fusão de
carregados da proteína pode diminuir a pitação, separação e secagem da goma. agente dispersante, estabilizadora de cremosidade desse tipo de emulsão. galactose/manose, maior a solubilidade sorvetes, na palatabilidade dos géis de
repulsão eletrostática e favorecer a auto- O crescimento dos microrganismos e a emulsões e suspensões, estabilizadora da A goma xantana é usada na agri- em água fria. A cadeia pode ser reduzida carragena e para diminuir a dureza e a
associação das proteínas. O excesso produção da goma xantana são influen- temperatura do meio, propriedades reoló- cultura em suspensões, como agente por processos de despolimerização (hi- temperatura de fusão do gel.
de Ca2+ é comparável ao salting out, ciados por fatores tais como o tipo de gicas e pseudoplásticas e compatibilidade estabilizante para herbicidas, pesticidas, drólise, oxidação enzimática, degrada- A goma jataí é insolúvel em água
ou seja, quando ocorre excesso de sais reator, o modo de operação (batelada com ingredientes alimentícios. Quando fertilizantes e fungicidas. ção térmica), originando produtos com fria e fornece máxima viscosidade
diminui a solubilidade das proteínas ou contínuo), composição do meio, e as utilizada em baixas concentrações, gera A alta viscosidade das soluções e a diferentes propriedades para aplicações após aquecimento a 95°C e posterior
em água. O excesso de sais domina as condições da cultura (temperatura, pH estabilidade na estocagem, capacidade de solubilidade em água do biopolímero específicas. O peso molecular é da resfriamento. Isoladamente não forma
ADITIVOS & INGREDIENTES

ADITIVOS & INGREDIENTES


cargas do solvente (água), diminuindo, e concentração de oxigênio dissolvido). resistência à água e apelo estético. têm assegurado importantes aplicações ordem de 1.500.000 a 2.500.000. gel, mas pode fazê-lo com xantana e
consequentemente, o número de cargas Devido à grande aplicação da goma A goma xantana foi liberada pela para a goma xantana na indústria de Não forma gel, mas atua como espes- carragena tipo Kappa.
disponíveis para se ligarem ao soluto xantana e ao seu amplo mercado mun- FDA em 1969, permitindo o uso da petróleo, onde é habitualmente usada sante e estabilizante. Forma dispersões Atua como espessante, estabilizante
(proteína). Desta forma, aumenta a dial, várias pesquisas vêm sendo feitas goma xantana na produção de alimen- em processo de perfurações para recu- altamente viscosas quando hidratada de emulsões e inibidor de sinérese. De-
interação soluto/soluto, ocorrendo à para otimizar a produção através da se- tos FDA. peração de óleo. em água fria. Suas soluções apresen- vido ao caráter neutro é estável em pH
precipitação das proteínas. leção de novas linhagens, da adequação O Comitê de Peritos das Organiza- A goma xantana é, assim como tam propriedades pseudoplásticas de 3,5 a 11.
A concentração de citrato afeta o das condições ótimas de crescimento ções das Nações Unidas para Alimenta- muitas gomas (exceto o amido), não (não-newtonianas), não tixotrópicas. A Pode ser usada para elaboração de
conteúdo de cálcio solúvel e a estabilida- celular, produção, recuperação e puri- ção e Agricultura/Organização Mundial digerível em humanos, e serve para viscosidade de suas soluções aumenta molhos, sopas, cremes, sorvetes, produ-
de do leite. O citrato sequestra o cálcio ficação desse polissacarídeo. da Saúde (FAO/WHO, 1990) declarou baixar o conteúdo calórico de alimentos exponencialmente com o aumento da tos cárneos, enlatados e queijos.

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