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TRINDADE E UNIDADE DA IGREJA: Uma Análise de João 17:21

Helloah Wictoria de Vasconcelos Lima1


Inácio Ferreira Neto2

RESUMO
O texto de João 17:21 é muito útil no debate sobre unidade da igreja e também
estabelece uma relação entre a Trindade e a unidade da igreja. O objetivo deste
estudo é proporcionar uma contribuição bibliográfica a partir da análise de João
17:21 somada às doutrinas apresentadas nas teologias sistemáticas. O
conhecimento Trinitário é um instrumento poderoso que os cristãos possuem para
combater o cenário de desunião nas congregações. Enquanto o modo das relações
trinitárias não for compreendido, a igreja jamais vivenciará sua plena natureza de
unidade.

Palavras-chave: Trindade. Unidade da Igreja. João 17:21.

1 INTRODUÇÃO

A doutrina da Trindade sempre foi alvo de dúvida e curiosidade, em


contrapartida, há uma recorrente desinformação nas igrejas evangélicas sobre o
assunto. É possível notar que a falta do conhecimento trinitário começa a partir da
liderança eclesiástica e perpassa desde os recém convertidos até os mais maduros
na fé.
Por falta de compreensão dos conceitos básicos da doutrina da Trindade,
economia e ontologia, percebe-se a escassez de clareza dos cristãos ao se
referirem às três pessoas da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Ademais, diversas
vezes a temática é tida como um mistério ou um assunto muito complexo que não
deve ser estudado, o que reforça ainda mais a desinformação na igreja. O
conhecimento trinitário é confundido com um conteúdo teológico sem utilidade para
a igreja. Todavia, existem diversas questões práticas que o conhecimento da
trindade está envolvido a exemplo da criação, casamento, processo de salvação e
unidade da igreja.
Por isso, torna-se nítida a necessidade de trabalhar para disseminar o
conhecimento trinitário de forma simples e compreensível a todos os níveis de

1
Graduanda em Teologia com Ênfase em Missiologia no Seminário Evangélico Teológico Betel
Brasileiro.
2
Prof. Mestre em Teologia do Novo Testamento com Concentração em Hermenêutica.
1

maturidade cristã, a fim de transformar o ambiente eclesiástico em um lugar de


unidade e amor.
Ao ler o Livro de Atos dos Apóstolos é possível notar a marca da unidade no
modelo eclesiástico da igreja primitiva. Porém, com o passar dos séculos, a igreja
cristã tornou-se palco de diversas divisões e escândalos relacionados à falta de
unidade. Na atualidade, os líderes evangélicos enfrentam dificuldades dentro das
igrejas para lidar com desavenças entre os membros. Dessa forma, surge a seguinte
questão: "Como resolver o problema da falta de unidade na igreja?”.
A esse respeito, o texto de João 17:21 é muito útil, pois a unidade entre o Pai
e o Filho nesse versículo é caracterizada pela liberdade e integralidade, o que anula
as diferenças de papéis entre eles. O Filho é aquele que espera, roga e obedece, ao
passo que o Pai é totalmente aquele que envia, ordena, atende e concede.
Justamente nessa distinção vive o amor que une Pai, Filho e Espírito Santo. É assim
que Cristo deseja a unidade de sua igreja. Jesus via diante de si a plena
multiformidade dos que viriam a crer e pede para que todos sejam um. Ele não pede
por uniformidade, mas que todos, mesmo diferentes uns dos outros, vissem o amor
atuar nessa diversidade, suprindo as carências entre si por meio dos dons que cada
um recebe (Boor, 2002).
Além disso, ocorre uma grande ênfase no Novo testamento sobre a unidade
da Igreja, com diversas advertências contra os que causam divisão no meio do povo
de Deus. Sendo assim, a igreja, enquanto uma comunidade de cristãos em
constante movimento, precisa comprometer-se com a busca pela unidade (Grudem,
2010).
Porém, a má compreensão tanto da temática da Trindade como do verdadeiro
sentido de unidade da igreja tem sido presente em grande parte dos cristãos. Essa
problemática resulta não só em questões teológicas de ordem intelectual, mas
principalmente de ordem prática, no que diz respeito aos recorrentes conflitos dentro
das comunidades cristãs.
Assim, o objetivo deste estudo é proporcionar contribuição bibliográfica com
uma perspectiva bíblica coerente de João 17:21, somado ao correto conhecimento
da doutrina da Trindade com a finalidade de combater comportamentos que têm
apagado a marca da unidade na igreja. O estudo em questão realizou a exegese de
João 17:21 a fim de expor biblicamente como o conhecimento da doutrina da
trindade é transformador na prática da vida em comunidade.
2

Para isso, foram selecionadas quatro teologias sistemáticas, a fim de realizar


discussão do tema da doutrina da Trindade e também sobre a unidade da igreja:
Teologia Sistemática de Wayne Grudem, Teologia Sistemática de Louis Berkhof,
Introdução à Teologia Sistemática de Millard Erickson, Teologia Sistemática de
Charles Hodge. Além desses materiais também está presente o comentário do
Evangelho de João de Werner Boor e a obra de Andreas J. Kostenberger e Scott R.
Swain “Pai, Filho e Espírito: a trindade e o evangelho de João”.

2 FUNDAMENTO DOUTRINÁRIO

2.1 DOUTRINA DA TRINDADE


A doutrina da Trindade é uma peculiaridade da fé cristã, diferentemente de
outros dogmas, a exemplo da crença de que Deus é um ser pessoal,compartilhada
com outras religiões monoteístas, como o Judaísmo e Islamismo. O Cristianismo se
difere por afirmar que o único Deus é conhecido não como uma, mas como três
pessoas distintas. Desse modo, a doutrina trinitária soa como uma negação do
monoteísmo para um judeu ou para um muçulmano, e devemos admitir também que
muitos cristãos encontram dificuldade em sustentar a Trindade de pessoas na
unidade de um só Ser divino (Bray, 2003).
Assim, a doutrina sempre enfrentou dificuldades e, portanto, é compreensível
que a igreja tenha feito muitos esforços para estruturá-la. Os judeus do período da
vida de Jesus davam muita ênfase à unidade de Deus, e esta ênfase foi
trazida para dentro da igreja cristã. O resultado foi que alguns eliminaram
completamente as distinções pessoais da Divindade, e que outros não fizeram
plena justiça à divindade essencial da segunda e da terceira pessoas da Trindade
Santa. Tertuliano (160 – 220 d.C.), um dos pais da igreja, foi o primeiro a empregar
o termo “Trindade” e a formular a doutrina (Berkof, 1990).

A controvérsia de Ário, presbítero da igreja de Alexandria, que negava o


caráter divino de Cristo invalidando o conceito de Trindade, trouxe a atenção dos
pais da igreja para o debate da doutrina. O Primeiro Concílio de Niceia em 325 D.C,
solicitado pelo imperador Romano Constantino, opôs-se ao arianismo e declarou
que o Filho era verdadeiro Deus, co-eterno com o Pai e gerado de sua mesma
substância, argumentando que tal doutrina fundamentava-se melhor a apresentação
bíblica do Filho, assim como a crença cristã tradicional sobre ele transmitida pelos
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apóstolos. Essa crença foi expressa pelos bispos no Credo de Niceia, que formou a
base do que é conhecido atualmente como Credo Niceno-Constantinopolitano
(González, 2015).

Embora a palavra “Trindade” não esteja presente de forma explícita nas


Escrituras, a história da Teologia Cristã mostrou que mentes devotas, quando
procuraram fazer justiça ao testemunho das Escrituras, foram levadas à doutrina
trinitária. (Erickson, 1997). Durante os primeiros séculos a igreja a definiu como uma
essência “ousia” divina, em três pessoas “hypostasis” (Ferreira; Myatt, 2008). Assim,
podemos afirmar que “... Deus existe eternamente como três pessoas - Pai, Filho e
Espírito Santo - e cada pessoa é plenamente Deus e existe um só Deus.” (Grudem,
2010, p. 165).

2.1.1 Deus é três pessoas

Sobre o conceito de pessoa dentro da doutrina da Trindade Charles Hodge


declara que “Uma pessoa é um sujeito inteligente que pode dizer Eu, a quem se
pode apelar como Tu, e que pode agir e ser objeto de ação.” (2001, p. 334). O termo
pessoa foi definido por Ferreira e Myatt (2008, p. 72) como “uma autoconsciência
distinta, que reconhece e pode se relacionar com os outros como ‘eu-vós’ ou como
um sujeito ao outro sujeito”.
Ou seja, o fato de ser Deus três pessoas significa que o Pai não é o Filho; são
pessoas distintas. Significa também que o Pai não é o Espírito Santo, mas são
pessoas distintas. E ainda, significa que o Filho não é o Espírito Santo. Essas
distinções se mostram em várias passagens, por exemplo em Mt 3:16-17 “Assim que
Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o
Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos
céus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado”.
Além disso, em 1 Jo 2:1, vemos que para que Jesus interceda pelos
pecadores é necessário uma distinção entre o Pai, Filho e Espírito Santo. “Se
todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”,
Por fim, vemos em Jo 16:7 o Filho tem papel distinto do Espírito Santo
(Grudem, 2010): “Convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não
virá vós outros; se porém, eu for eu vo-lo enviarei”.. Dessa forma, na essência de
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Deus, existem três unidades distintas de autoconsciência que se relacionam entre si;
três pessoas.
Ao Pai é atribuído o começo da ação, a fonte e origem de todas as coisas; ao
Filho, sabedoria, conselho e organização da ação, enquanto a energia e eficácia da
ação são atribuídas ao Espírito Santo (Calvino, 2006).

2.1.2 Cada pessoa é plenamente Deus

Além do fato de serem as três pessoas distintas, as Escrituras também dão


farto testemunho de que cada pessoa é plenamente Deus.
Primeiro, Deus Pai é claramente Deus. Isso é demonstrado desde Gênesis
capítulo 1, no qual Deus cria o céu e a terra. Em todo o Antigo e no Novo
Testamento, é nítido como Deus Pai é retratado como Senhor soberano de tudo
(Grudem, 2010).
Também, o Filho é plenamente Deus. O texto bíblico de João 1.1-4 afirma
claramente a plena divindade de Cristo:
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por
intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e
a vida era a luz dos homens.
Além disso, o Espírito Santo é também plenamente Deus. É possível
perceber nos texto de Mateus 28:19 que a expressão “batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” se sobressai na construção da doutrina do
Espírito Santo, pois a classificação do Espírito Santo está no mesmo nível do Pai e
do Filho (Grudem, 2010).

2.1.3 Há um só Deus

Há um só Deus vivo e verdadeiro, ou Ser divino. É possível concluir tal fato


pelo testemunho bíblico que se opõe não só ao ateísmo, mas a todas as formas de
politeísmo. As Escrituras asseveram por toda parte que somente o Senhor é Deus
(Dt 6.4). “Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus” (Is 44.6).
“Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem” (Tg
2.19). O Decálogo, que é o fundamento do código moral e religioso do cristianismo
tanto quanto do judaísmo, tem como primeiro e grande mandamento: “Não terás
outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Portanto, nenhuma doutrina pode estar
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certa se contradiz esta verdade primordial destacada pelas Escrituras (Hodge,


2001).
Além disso, Charles Hodge ( 2001, p. 334) afirma:
Na Bíblia, todos os títulos e atributos divinos são designados igualmente ao
Pai, ao Filho e ao Espírito. O mesmo culto divino lhes é prestado. Um é tanto
objeto de adoração, amor, confiança e devoção quanto o outro. Não é mais
evidente que o Pai é Deus do que o Filho é Deus; nem é a Deidade do Pai e
do Filho mais claramente revelada do que a do Espírito.

O Pai está todo no Filho; o Filho, todo no Pai, como ele próprio também o
declara: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim” (Jo 14.10). Portanto, não é razoável
admitir diferença alguma quanto à essência entre as três pessoas da trindade
(Calvino, 2006).

2. 2 DOUTRINA DA IGREJA

O conceito de Igreja, no seu sentido mais abrangente, é o conjunto de


pessoas regeneradas em todos os tempos e épocas, no céu e na terra. A Igreja é o
corpo de Cristo – organismo ao qual o Senhor dá vida espiritual e por meio do qual
Ele manifesta a plenitude do Seu poder e graça. A Igreja, portanto, não pode ser
definida em termos simplesmente humanos, mas como um agregado de indivíduos
unidos com propósitos sociais, beneficentes ou ainda espirituais. Há um elemento
transcendente na Igreja, o grande conjunto de pessoas que Cristo salvou, nas quais
Ele habita, às quais e por intermédio das quais Ele revela Deus (Strong, 2008).

2.2.1 Unidade da Igreja

Sendo assim, uma das principais marcas da igreja cristã é a sua unidade. A
unidade da igreja não é primariamente de caráter externo, mas de caráter interno e
espiritual. Tal afirmação torna-se mais clara ao observar-se a figura do Corpo em 1
Co 12:12-31 e Ef 4:4-16.
Percebe-se que a participação no Corpo de Cristo vai além do que é visível
por nós, ela está relacionada com a submissão dos membros à Cabeça, Jesus
Cristo. Por isso, esta unidade implica que todos os que pertencem à igreja
participam da mesma fé, são solidamente interligados pelo comum laço do amor, e
têm a mesma perspectiva gloriosa do futuro (Berkhof, 1990).
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Não há dúvida quanto ao fato de que a Bíblia afirma o atributo da unidade da


igreja. No Novo Testamento, a unidade da igreja é um ideal salientado na oração
sacerdotal de Jesus (Jo 17.20-23), bem como em Efésios 4.1-16 e na dissertação de
Paulo sobre a igreja (Berkhof, 1990).

3 FUNDAMENTO BÍBLICO

3.1 O EVANGELHO DE JOÃO

A autoria do quarto evangelho é comumente atribuída a João, o “discípulo


amado” Jo 21:20. Há alusões em vários autores pós-apostólicos como Clemente de
Roma (c. 95), Policarpo (69–155), Inácio de Antioquia (m. 110) e Justino Mártir (c.
100–165). Irineu de Lyon, discípulo de Policarpo, discípulo de João, escreveu no
segundo século: “João, o discípulo do Senhor, que também se reclinara sobre o seu
peito, ele mesmo publicou um evangelho durante sua residência em Éfeso na Ásia”
(Pinto, 2014).
De acordo com o testemunho de Mateus, Marcos e Lucas, João era um dos
três membros do círculo íntimo de Jesus, juntamente com Pedro e Tiago, seu irmão.
Por isso, é possível encontrar muita singularidade nesse evangelho, tendo em vista
que João foi de fato escrito pelo apóstolo mais próximo de Jesus durante seu
ministério terreno (Köstenberger; Swain, 2014).
João é o único autor que anuncia claramente seu propósito, sendo esse: “Mas
estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e,
crendo, tenham vida em seu nome.” João 20:31. Em concordância com os
evangelhos sinóticos, o Evangelho de João visa estabelecer relacionamentos de fé
com Deus, proclamando a glória de Jesus, o Messias, o Filho encarnado, cuja vida,
morte e ressurreição mediam vida eterna, graça e verdade aos crentes (Pinto, 2014).

3.1.1 Perspectiva trinitária no Evangelho de João

O Evangelho de João é "trinitário" num sentido óbvio e incontroverso: João


apresenta o Pai, o Filho e o Espírito Santo como três pessoas cujas identidades se
encontram entrelaçadas de forma profunda e mutuamente determinante. Tal
afirmação não significa admitir que a doutrina da Trindade está plenamente
desenvolvida, mas nota-se que o retrato apresentado pelo Apóstolo (juntamente com
7

o restante da Bíblia) sobre o Pai, do Filho e do Espírito "pressionou" as discussões


sobre a natureza de Deus no quarto século de tal modo que as formulações e as
terminologias posteriores representam uma "gramática descritiva" do discurso
trinitário intrínseco à própria Bíblia (Köstenberger; Swain, 2014).
Os judeus do primeiro século defendiam uma versão rigorosa do monoteísmo.
Nesse sentido, um texto muito utilizado está em Dt 6:4 conhecido como Shemá:
"Ouve, ó Israel: O SENHOR, nosso Deus, o SENHOR é um". O Decálogo, também
muito utilizado para defender as doutrinas judaicas, proibia os israelitas de ter
(monoteísmo) ou adorar (monolatria) qualquer outro deus que não Yahweh (Ex
20.2-6; Dt 5.6-10). Em toda a Bíblia hebraica, é esse Deus único que manifesta seu
caráter e seus atos na história humana, tanto de maneira redentora quanto no que
diz respeito à revelação (Köstenberger; Swain, 2014).
Com base no contexto da fé judaica no monoteísmo do Evangelho de João, é
evidente que qualquer reivindicação de divindade por parte de um indivíduo como
Jesus encontraria feroz oposição da parte dos judeus piedosos do primeiro século. A
invocação maranatha "Vem, ó Senhor" a Jesus (1Co 16.22; Ap 22.20) e a
designação de Jesus como kyrios (Senhor) na confissão cristã kyrios Iesous ("Jesus
é Senhor" (At 2.36; Rm 10.9; 1Co 12.3; Fp 2.11; Is 45.22,23) são exemplos de fatos
que geraram muitas controvérsias entre os judeus. Por diversas vezes, Jesus foi
perseguido e acusado de blasfêmia (5.18; 8.59; 10.31-33; 11.8) (Köstenberger;
Swain, 2014).
João, por sua vez, não violou o monoteísmo judeu exclusivista atribuindo a
Jesus divindade e preexistência, pois entendia que fazia parte de Jesus a identidade
de Deus; logo, não o via como um segundo Deus distinto, separado, e essa
concepção resultou no retrato de Jesus como Filho do Pai (Köstenberger; Swain,
2014).
Dessa forma, de acordo com Kostenberger e Swain (2014), a Trindade é o
Alfa e o Ômega do Evangelho de João. É possível perceber que o relato do
Evangelista sobre a identidade e a missão de Jesus é trinitário do começo ao fim. A
Trindade explica de que modo o mundo começou (1.1-3), para onde o mundo
(redimido) está caminhando (17.24-26) e como chegará lá (3.16,17; 20.21-23 etc.).
Em parte alguma a impressionante visão trinitária de João é mais pronunciada do
que no capítulo 17, a "Oração Sacerdotal" de Jesus.
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3.2 A oração sacerdotal

A famosa oração intercessória que Jesus fez momentos antes de sua prisão,
onde foi interrogado, julgado, condenado e executado na cruz do calvário está
registrada no capítulo 17 de João. Ela pode ser dividida de acordo com os três
pedidos principais de Jesus: nos versículos 1-5, Jesus ora por si mesmo; nos
versículos 6-19, Jesus ora por seus discípulos; e nos versículos 20-26, Jesus ora por
aqueles que viriam a crer por meio do testemunho dos discípulos (Köstenberger;
Swain, 2014).
É interessante notar que essa estrutura esboça, de forma seminal, o enredo
dos três grandes momentos da história da redenção. De acordo com esse esquema,
a história da redenção começa "antes do início do mundo", em um plano
intratrinitário que diz respeito à descida do Filho e a sua subida de volta para o Pai
(17.1-5), continua por intermédio da missão apostólica, à medida que o Pai "guarda"
e "santifica" os apóstolos na verdade que lhes foi revelada pelo Filho (17.6-19), e
chega à consumação, quando os que recebem a mensagem apostólica passam a
participar do amor eterno e glorioso do Pai pelo Filho (17.20-26) (Köstenberger;
Swain, 2014).
Na primeira parte, Jesus orou por si mesmo: o pedido foi acerca de sua
glorificação. Jesus na terra glorificou a Deus, completando a obra que lhe foi
confiada, trazendo a vida eterna a todos os que creem em sua mensagem acerca do
único Deus verdadeiro. Desse modo, Ele pediu ao Pai que lhe desse a glória que
tinha antes da criação do mundo (Neves, 2012).
Na segunda parte, Jesus orou por seus discípulos: Ele pediu por aqueles que
creram na mensagem do evangelho, para que Deus os protegesse em seu nome e
que assim houvesse entre eles unidade, para que, ao enfrentarem as oposições do
mundo, houvesse plenitude de alegria neles e, guardados do Maligno, fossem
santificados na verdade da palavra (Neves, 2012).
Na terceira parte, ele orou por todos os crentes: o Senhor também orou por
todos que um dia iriam crer na mensagem de sua Palavra, para que também entre
eles houvesse unidade e que eles estivessem eternamente juntos a Ele vendo a sua
glória, glória essa que o Pai lhe deu antes da fundação do mundo (Neves, 2012).
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3.2.1 Evangelho de João 17:21

“a fim de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti, também
eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.”

Os indivíduos que vêm à fé por meio do testemunho dos primeiros discípulos


não são pessoas isoladas que permanecem sozinhas, elas se tornam a “igreja”
(Boor, 2002). Desse modo, a oração de Jesus dirigida ao Pai foi feita justamente em
favor dessa comunidade: “a fim de que todos sejam um…”. Essa súplica, por ser
declarada nos últimos momentos da vida de Jesus, demonstra a importância que Ele
colocou sobre o tema da unidade da igreja. Jesus, por conhecer a dificuldade dos
cristãos em permanecer em um relacionamento verdadeiro uns com os outros, e
como toda comunhão humana está constantemente ameaçada, dirigiu sua
intercessão aos futuros discípulos clamando pela unidade dos seus (Boor, 2002).
A unidade pela qual Jesus orou não é meramente externa, Ele previne
exatamente essa interpretação errada ao afirmar: “E como tu, ó Pai, estás em mim
e eu em ti…”. Há uma diferença entre a unidade organizacional, que pode ser
mantida com instrumentos de poder, e o modelo da unidade que Jesus estabeleceu
nesse versículo. Ele não pede por uma unidade de ideias afins ou uma ligação com
base em sentimentos convergentes. Não! A unidade que Jesus pede para a igreja
tem como modelo e origem a unidade do Pai, Filho e Espírito Santo. E, como de fato
é o relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo? O que encontra-se na Bíblia
sobre o assunto?
Cada pessoa da Trindade glorifica e exalta as outras, e Jesus deixou isso
evidente em todo o seu ministério: “Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e
o Espírito descendo como pomba sobre ele. Então foi ouvida uma voz dos céus: Tu
és meu filho amado, em ti me comprazo” (Mc 1.10,11). Esses versículos
demonstram a relação mútua e de amor entre as pessoas da Trindade, ao sair da
água o Filho foi envolvido pelo Pai com palavras de mais puro amor: “Tu és meu filho
amado, em ti me comprazo”. Em seguida, o Filho foi revestido de poder pelo Espírito
(Keller, 2017).
Segundo Keller (p. 25, 2017) o Pai, o Filho e o Espírito estão centrados uns
nos outros, adorando e servindo uns aos outros(…) O Pai, o Filho e o Espírito
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derramam amor, júbilo e adoração pelos outros, cada qual servindo o outro(…). Eles
procuram infinitamente a glória uns dos outros, e assim Deus é infinitamente feliz.
Plantinga (2002, p. 20-23) também afirma que:
As pessoas dentro de Deus exaltam umas às outras, têm comunhão umas
com as outras, submetem-se umas às outras […] Cada pessoa divina abriga
as outras no centro do seu ser. Num constante movimento de abertura e
aceitação, cada pessoa envolve e cinge as demais. […] A vida interior de
Deus [portanto] transborda em consideração pelos outros.

Assim, a relação na Trindade é constituída pela liberdade e integralidade,


mediante a conservação nítida e intencional das diferenças. Jesus pode afirmar: “Eu
e o Pai somos um” (Jo 10:30) e ainda assim o Filho continua sendo aquele que
aguarda, pede e obedece, ao passo que o Pai é completamente aquele que envia,
ordena, atende e concede (Boor, 2002). Porém, justamente nessa distinção vive o
amor que une o Pai e o Filho. Esse é o modelo de unidade que Jesus deseja da
igreja.
Como os seres humanos poderiam viver em comunidade de forma tão
sublime como a Trindade? Jesus estabelece também o modo pelo qual essa
unidade é possível afirmando: “também eles estejam em nós…”. Visto que,
quando Deus habita no Filho, e Ele (por meio do Espírito) habita naqueles que
confiam nEle, então, consequentemente, esses cristãos tornam-se participantes de
todas as riquezas que estão em Jesus: perdão, justiça, amor, alegria, conhecimento,
sabedoria, etc. E quando todos os membros da Igreja Universal se tornarem
coparticipantes dessas bênçãos, a Igreja, é claro, será uma da mesma forma que o
Pai e o Filho são um (Hendriksen, 2014).
Ademais, ao analisar esse trecho no grego observa-se que o pronome ἡμῖν
(nós) está no caso dativo, ou seja, refere-se a pessoa a quem algo é dado ou para
quem algo é feito. Nesse sentido, entende-se que a ἡμῖν diz respeito a própria
Trindade, por isso cada indivíduo possui a responsabilidade de estar conectado à
Deus para experienciar a plena unidade na comunidade. O Versículo seguinte (João
17:22-23) reforça ainda mais a mensagem:
“E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós
somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em
unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os
tens amado a eles como me tens amado a mim.”

Portanto, é importante compreender que os discípulos são um com o Filho de


Deus; isso não significa que Ele nos transmite sua substância, mas que, pelo poder
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do Espírito Santo, Ele comunica sua vida e todas as bênçãos que Ele recebeu do
Pai (Calvino, 2015). Os seguidores de Jesus jamais poderão possuir essa unidade
em si mesmos, em sua própria força ou até mesmo em seus laços de afetos
pessoais, apenas quando estiverem entrelaçados a Deus tal objetivo será possível.
Além disso, há um claro propósito para unidade da igreja apresentado por
Cristo no mesmo texto: “para que o mundo creia que tu me enviaste”. A palavra
encontrada no texto original “κόσμος” que é traduzida como “mundo” pode
apresentar diversos sentidos, porém diante de todo contexto do versículo é claro
notar que o sentido de κόσμος trata-se dos habitantes da terra toda; a raça humana.
Portanto, é adequado afirmar que a unidade da igreja é uma poderosa ferramenta no
processo de evangelização, uma vez que o próprio Cristo determina que essa seria
uma evidência da autenticidade de sua missão e mensagem. Uma vez que a
humanidade enxerga na igreja amor, comunhão e unidade, ela consegue crer que
Deus é amor e se quebrantar a esse amor. Todavia, se enxergarem discórdia,
orgulho, ódio, ciúmes e divisões, possivelmente rejeitariam o Evangelho. Os
cristãos e as igrejas que não demonstram unidade e amor entre si, não podem
testificar ao mundo que Deus é amor. Por isso, a unidade entre os cristãos é o apelo
final que podemos fazer ao mundo.

4 TRINDADE E A UNIDADE DA IGREJA

A igreja de Cristo é constituída de diferentes tipos de pessoas e atravessa


todas as barreiras erigidas pelos homens (raça, cor, cultura, etc.), reunindo pessoas
de origem e procedência amplamente variadas. Nesse contexto, surgem pontos de
vista e personalidades diferentes que são, por vezes, razão de muitos atritos
(Stedman, 1994). Algumas realidades podem ser elencadas como motivos para as
divisões na igreja, entre elas encontra-se: 1. Fatores sócio-econômicos (a elitização
pelo critério econômico divide a igreja e é fatal para os seus objetivos) 2.
Divergência doutrinária (partidarismo nominal, divisões ideológicas) 3. Laços
familiares (brigas entre parentes, proteger um familiar da disciplina eclesiástica, ou
ainda lutas entre familiares pelo poder da igreja) 4. Choque de gerações (divisões
causadas pelo conflito entre grupos de faixas etárias diferentes) 5. Fatores
funcionais (divisões causadas pelos interesses comuns de cada área de atuação da
igreja) brigas pelos interesses do grupo, união A versus união B, departamento C
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versus departamento D; 6. Partidarismo (partidos formados por motivos de simpatias


ou antipatias pessoais) (Sobrinho, 1998).
Todos esses fatores que dividem o corpo de Cristo são diagnosticados pela
Bíblia como resultados da carnalidade e da imaturidade espiritual. Assim, surge a
seguinte questão: diante dessas realidades abordadas, como encontra-se a igreja
em relação ao padrão de unidade com base na Trindade que Jesus estabeleceu em
sua oração sacerdotal?
Para responder esse dilema faz-se necessário perceber a influência que a
Trindade proporciona na vida da igreja. Segundo Jansen (2001), a doutrina da
Trindade sustenta nossa própria existência como cristãos e proporciona uma forma
singular de viver o cristianismo. Sendo assim, o conhecimento Trinitário é um
instrumento poderoso que os cristãos possuem para combater o cenário de
desunião nas congregações.
No entanto, a comunidade cristã encontra-se desprovida da correta
compreensão da doutrina da Trindade e, consequentemente, os conflitos se
multiplicam. Uma pesquisa informal¹ realizada em 2023 constatou que 29,63% dos
cristãos conceituam a Trindade erroneamente, apresentando, principalmente,
heresias como modalismo (um único deus que se manifesta de três maneiras) e
triteísmo (existência de três deuses); 43,52% apresentaram um conceito incompleto
e simplista tal qual “Deus é Pai, Filho e Espírito Santo”; 2,78% afirmou não saber
conceituar a Doutrina da Trindade e apenas 24,07% dos participantes conceituam
corretamente a doutrina da Trindade. Além disso, com relação ao ambiente
eclesiástico, 62% informou que já enfrentou alguma situação de conflito na igreja,
seja uma ou várias vezes.3
Nota-se, portanto, que a realidade da igreja cristã comprova nitidamente que
o cenário de desunião é intensificado pela carência do conhecimento do Deus Trino.
Uma vez que Cristo estabelece a relação trinitária como referencial para seus
discípulos, não deve haver dúvidas de que a liderança cristã necessita combater
esse pecado com o ensino correto da doutrina da Trindade. Porém, apesar da
doutrina da Trindade ser aceita e reconhecida nos credos cristãos, a maioria vive
uma fé unitarista, creem na afirmação dogmática da Trindade, mas na vivência do

3
Pesquisa realizada informalmente pelo autor da pesquisa com 106 voluntários.
13

dia a dia a ignora. Há uma necessidade urgente de resgatar a relevância da


Trindade para a vida, o culto, a espiritualidade e a unidade da igreja (Sousa, 2017).
Apenas quando o cristão entende a economia e ontologia da Trindade que
torna-se possível compreender o cenário de um relacionamento perfeito, sem esse
referencial todas as suas relações são desajustadas, sejam elas no casamento, na
família, no trabalho ou na igreja. Dito isso, é indispensável observar que na Trindade
a unidade de Deus não compromete a diversidade das pessoas, e a diversidade das
pessoas não compromete a unidade divina (Chester, 2016). Um termo que ajuda a
compreender isso é a pericorese, essa palavra grega vem de: peri (em volta, ao
redor) e chorein (dar lugar, abrir espaço, ou rodar, da qual vem também a palavra
coreografia). Na teologia, esse termo foi utilizado por Gregório de Nazianzo, e
significa coabitação, compartilhar completamente a vida um do outro sem, contudo,
perder a identidade. Cada pessoa da Trindade se entrelaça completamente com as
outras, contém e envolve as outras e, ao mesmo tempo, é contida por elas. O uso da
palavra pericorese sugere uma figura de uma cantiga de roda, um tipo de
coreografia em que uma pessoa dança, rodeando outra, e a outra dança rodeando a
primeira. É uma dança dinâmica que envolve mudança contínua: ora uma pessoa
está no centro, ora outra. A cada momento, os participantes estão numa
configuração diferente. Assim, podemos chamar a pericorese de dança da Trindade
(Walker, 2015).
Logo, o convívio humano deve ser semelhante ao trinitário, pois a
humanidade é modelada sobre a comunidade trina; o um e os muitos devem ser
integrados. Sobre isso, Chester (2016, p. 154) afirma:
A sociedade humana não é um todo unificado em que a comunidade tem
maior importância que os indivíduos, também não é formada indivíduos
levemente conectados. Nem uma visão por coletivista nem uma visão
individualista da sociedade reflete nossa verdadeira humanidade. O
Cristianismo trinitário oferece uma maneira de sermos humanos juntos, uma
maneira que integra e diversifica. Somos pessoas em uma comunidade, sem
que percamos nossas próprias identidades pessoais.

A vista de tamanha profundidade de conhecimento que a Trindade abrange,


existem muitos comportamentos inadequados realizados pelos cristãos que
necessitam ser corrigidos. Nas relações trinitárias não há nenhum sinal de disputa
por poder ou supremacia de um sobre os outros, não há anulação nem negação,
não há individualismo nem o coletivismo (negação do indivíduo). Pelo contrário, há a
afirmação de todos por meio de todos e o amor entre todos. Isso ocorre porque o
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modelo de unidade que encontramos no Deus triúno não é contratual, mas


fundamenta-se no princípio da aliança. Em um contrato, existem condições
pré-estabelecidas para que haja unidade e comunhão. Na aliança, o amor e a graça
são os alicerces para os relacionamentos. No contrato, as condições precedem o
amor; na aliança, o amor precede qualquer exigência (Sousa, 2017). Ou seja, assim
como na Trindade, o amor é o vínculo perfeito que rege a aliança, na igreja o amor é
o elo capaz de promover tamanho compromisso para com o outro.
Mwoleka citado por González (2015, p. 106-107)
“[...] temos dificuldade em compreender a Trindade porque abordamos o
mistério de modo equivocado [...] A forma correta de abordar a Trindade é
imitá-la [...] Deus não se revela a nós para que fiquemos especulando a seu
respeito. Ele não nos deu um quebra-cabeça para resolver. Está nos
oferecendo vida. Está nos dizendo: Isto é o que significa viver, agora vivam
como eu vivo.”

A Trindade é o modelo de unidade e perfeição para a Igreja e Jesus repetiu


várias vezes que a relação que tinha com o Pai era a mesma que estava oferecendo
aos discípulos. E essa unidade está além da condição humana, por isso foi o próprio
Deus quem fez o convite para entrar na pericorese com Ele. Mas, infelizmente, a
realidade da igreja demonstra viver um Cristianismo unitarista, que busca receber
benefícios de Deus, mas que não entende quem é esse Deus nem para onde e para
que Ele chama seu povo.
Portanto, o Povo de Deus peca por negligenciar a doutrina da Trindade e não
entender o poder que esse conhecimento tem para transformar relações superficiais
em interações profundas de amor. Enquanto o modo das relações trinitárias, o qual
Jesus convida em sua oração sacerdotal para partilhar, não for compreendido, a
igreja jamais vivenciará sua plena natureza de unidade.

1. CONCLUSÃO

Diante do exposto, a partir da exegese de João 17:21, somado ao correto


conhecimento da Doutrina da Trindade, é inegável que a unidade pela qual Jesus
ora tem sua origem em Deus e trata-se de uma unidade espiritual que deve ter
expressão real e significativa para o mundo. Embora a unidade da igreja, com base
na Trindade, pareça uma realidade distante, é possível para os crentes em Jesus
Cristo viver, cultivar e zelar pela unidade, além de desfrutar de seus grandes
benefícios. Notoriamente, isso depende do desejo e esforço de conhecer e cumprir a
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vontade de Deus, ou seja, sua Palavra. Desse modo, o conhecimento trinitário por
possuir o poder de gerar na humanidade o perfeito padrão de relacionamento, deve
ser transmitido eficazmente pela liderança cristã a todos os convertidos. Pois, à
medida que a igreja se rende, obedece, edifica-se, ela também serve e adora a
Trindade. Essa oração ganha expressão no mundo.

ABSTRACT
The text of John 17:21 is very useful in the debate about the unity of the church and
also establishes a relationship between the Trinity and the unity of the church. The
objective of this study is to provide a bibliographical contribution based on the
analysis of John 17:21 added to the doctrines presented in systematic theologies.
Trinitarian knowledge is a powerful tool that Christians have to combat the scenario
of disunity in congregations. Although the mode of Trinitarian relationships is not
understood, the church will never experience its full nature of unity.

Keywords: Trinity. Unity of the Church. John 17:21.

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