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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


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LET2040 – Leitura, Interpretação e Produção de Textos – 2023.1


Profa. Célia Maria de Medeiros
Discente: Luan Firmino da Silva - 20210007488

ATIVIDADE PRÁTICA – AULAS 05 e 06

- Considerando os saberes/conhecimentos adquiridos durante a realização das aulas 05 e 06, realize a


atividade proposta.
- Leia o texto com atenção. Se necessário, releia.

O que você está lendo neste Dia do Leitor?


Camilo Vannuchi

Caro leitor, querida leitora, hoje a coluna é sobre você. As outras colunas também foram escritas
pensando em você, é verdade, mas não exatamente sobre você. Abro esta exceção na coluna de hoje
porque, acredite, 7 de janeiro é o dia do leitor. Dia do leitor e da leitora, é provável que um de vocês
- ou uma de vocês - logo me corrija. Sim, acho justo. Talvez seja melhor dizer que hoje é o dia de
quem lê. Pronto. É possível que outra leitora - ou leitor - me interpele já no segundo parágrafo para
questionar a razão ou a necessidade desta data. Quem a decretou? Por que ela é comemorada no dia
7 de janeiro? Trata-se de uma efeméride nacional ou internacional? Olha, confesso que não sei ao
certo. Li em algum lugar que tem a ver com a fundação de um jornal do Ceará, há quase cem anos,
que foi dos primeiros diários a ter uma revista literária e a publicar textos de escritoras e escritores
do naipe de Rachel de Queiróz. Se for aquela a origem da efeméride, interessante notar que o dia do
leitor nasceu por conta de leitores de notícias, e não exatamente de leitores de livros.

Bom, mas o que você está lendo neste dia do leitor? E o que você tem lido nos últimos tempos?
Textão no Facebook? Os tuítes do Felipe Neto, da Anitta e do menino Neymar? Notícias que chegam
em primeira mão no grupo de WhatsApp da família (e que os petistas infiltrados na CIA e na Rede
Globo não querem que ninguém leia)? Bulas de cloroquina, invermectina ou anfetamina? Os boletins
da OMC e do consórcio de veículos da imprensa sobre a Covid-19? Receitas de pão para evitar as
idas à padaria no ano 2 da pandemia? Agências de checagem?

Recentemente, saíram algumas pesquisas dizendo que estamos lendo mais durante a pandemia. Esses
estudos são controversos por diversos motivos. Primeiro, porque consideram essencialmente a
aquisição do livro, o que nem sempre significa que o produto de fato foi lido. Em segundo lugar, a
estatística pode ter sido inflada em razão das muitas campanhas realizadas no comecinho da
pandemia, com ofertas de e-books gratuitos ou com preços simbólicos, sem que o bom resultado
reflita um movimento mais consistente ou de longo prazo de aumento do hábito de leitura.
Finalmente, os estudos mais representativos nesse tema comparam as vendas mensais e demonstram
moderada recuperação do setor livreiro somente no segundo semestre, após um primeiro semestre
catastrófico, sem impedir que o consolidado do ano representasse queda de 3% a 5% nas vendas.

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Uma exceção à métrica essencialmente comercial da maioria dos levantamentos foi uma pesquisa
específica sobre hábito de leitura divulgada pela Nielsen Book do Reino Unido em dezembro. Ela
apontou que, durante o lockdown, cerca de 40% das pessoas afirmaram ter aumentado o tempo
dedicado à leitura de livros, enquanto 10% disseram ter reduzido esse tempo. O aumento médio foi
significativo, de 3,4 horas por semana antes da pandemia para 6,1 horas por semana durante o período
em que a população daquele país foi orientada a se trancar em casa. Aqui é importante lembrar que
livros, tema do estudo da Nielsen, são parte muito representativa do conjunto de meios de leitura, mas
não a totalidade deles. Ou seja: uma pessoa pode ampliar o hábito de leitura sem necessariamente ter
ampliado o hábito de ler livros.

Já que estamos falando de livros, a amiga ou o amigo leu algum livro nos últimos três meses? Inteiro
ou só o primeiro capítulo? Foi escrito por um homem ou por uma mulher? Nacional ou estrangeiro?
Obra de ficção ou de não ficção?

Como autor de não ficção, fiquei satisfeito em saber que os dois livros de autor nacional mais
vendidos no Brasil em 2020 neste segmento abordam o tema racial e a negritude. Segundo
levantamento da Publishnews, Escravidão, de Laurentino Gomes, ficou em terceiro lugar, e Pequeno
Manual Antirracista, de Djamila Ribeiro, em sexto. A filósofa negra também abocanhou o título de
autora mais vendida na Amazon Brasil.

Alguns estudos acadêmicos sugerem que os tempos vividos influenciam fortemente o tipo de livro
mais procurado. Em um artigo publicado por três pesquisadores da Universidade de Aston, na
Inglaterra, são feitas algumas associações interessantes. As histórias de ficção científica, segundo os
autores, teriam se firmado no fim do século XIX na esteira da revolução industrial e da teoria da
evolução de Charles Darwin. A profusão de histórias de detetive nos anos 1930, ainda segundo os
pesquisadores, encontrou terreno fértil nas privações trazidas pela Grande Depressão no período pós
1929. Neste sentido, é significativo que, em 2020, tenha havido um aumento da procura por relatos
de isolamento e distanciamento social. Os autores do artigo citam, entre outras obras, Cem anos de
solidão, de Gabriel García Márquez, e A redoma de vidro, de Sylvia Plath, como dois dos livros que
tiveram aumento da procura nos últimos meses. Outro estudo, elaborado pelo Global English Editing,
aferiu a popularização do gênero conhecido como "ficção apocalíptica", ou "pós-apocalíptica”.

Distopias, epidemias e grandes colapsos mundiais parecem estar na ordem do dia. Não à toa, entre os
dez livros de ficção mais vendidos no Brasil em 2020 segundo a Publishnews, aparecem dois títulos
distópicos de George Orwell - A revolução dos bichos e 1984 - além de romances como O conto da
Aia, de Margaret Atwood, que inspirou a série The handmaid's tale. Por aqui, infelizmente, as tramas
distópicas, apocalípticas e totalitário-religiosas não parecem se restringir aos livros de ficção. O
noticiário há muito foi dominado por elas. É bom ficar atento. E ler. Jornais, portais, livros e esta
coluna, é claro. Agradeço a leitura, a audiência e os compartilhamentos no ano que passou e espero
ter você por perto no ano que começa. Um ótimo dia do leitor para você!

Disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/camilo-vannuchi/2021/01/07/o-que-voce-esta-


lendo-neste-dia-do-leitor.htm

Questão – (valor: 1,0)


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- Depois da leitura do texto “O que você está lendo neste Dia do Leitor?”, de Camilo Vannuchi,
produza uma reflexão (um ou dois parágrafos) sobre as leituras que você tem realizado e como elas
impactam socialmente em seu cotidiano.

Ultimamente, venho realizando leituras voltadas para a educação, como é o caso do livro que
estou lendo de Paulo Freire “Pedagogia da Autonomia.” Além da Licenciatura em Química, eu curso
também Pedagogia, então o impacto positivo que a leitura desta obra traz para mim é gigantesco, pois
estou cursando licenciaturas, o que significa dizer que em pouco tempo serei um professor formado,
e a leitura do livro citado traz muito a questão de como os professores devem ensinar os alunos,
levantando uma nova visão dos professores em relação ao ensino para os alunos. Então, influencia
muito no meu cotidiano, pois os pensamentos oriundos das leituras me fazem relacionar com a
formação que estou tendo, as observações no estágio supervisionado e a prática docente a qual eu irei
exercer daqui a um tempo. Paulo Freire cita no livro que “ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para sua própria produção ou construção”, e essa é uma citação que me faz
diariamente pensar em sempre ter isso em mente, que quando estiver definitivamente na sala de aula,
não irei transferir conhecimentos, mas sim criar pontes para que os alunos possam, com autonomia,
construir um pensamento crítico e conhecimentos relevantes para a sociedade, que na verdade, todo
e qualquer tipo de conhecimento agrega pra o crescimento de todo e qualquer ser humano.

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