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Desenho Técnico Mecânico I

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Desenho Técnico Mecânico I

Objetivo

Preparar os alunos para leitura e interpretação de desenhos


técnicos de acordo com as normas ISO/ABNT.

Estrutura

Didática organizada para desenvolver o raciocínio espacial e


facilitar a interpretação de desenhos técnicos.

Referências:
Narayana, K.L., Kannaiah, P., Venkata Reddy, K., 2007. Machine drawing. New Age International;
Provenza, F., 1987. Desenhista de máquinas. Pro-Tec;
Normas ABNT de desenho e associadas aos assuntos apresentados.

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Desenho Técnico Mecânico I

Definição

O Desenho Técnico é definido como linguagem gráfica universal da


engenharia e da arquitetura.

Habilidades exigidas

A execução e a interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico


mecânico, exige treinamento especializado em geometria plana e
geometria descritiva, para poder utilizar figuras planas bidimensionais,
para representar formas tridimensionais.

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Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos
Desenho de máquinas

• Peças ou componentes de máquinas (Fig. 1);


• Apresentado em vistas ortográficas;
• Tamanho, forma e detalhes devem ser completamente entendidos;
• Desenhos de projeto, fabricação e montagem.

3 FUROS
DIA 6 1200

Figura 1
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Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos

• Desenho de fabricação

• Fornece as dimensões, limites e processos de acabamento


especiais, como tratamento térmico, polimento, lapidação,
acabamento superficial, etc. (Fig. 2).

3 FUROS
DIA 6 1200

Figura 1

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Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos

Desenho de Montagem

• Mostra as várias partes de um conjunto em seus locais de trabalho


(Fig. 1) e uma tabela de identificação dos componentes (Tab.1);

Peça Nome Material Quant.


No
1 Manivela Aço Forjado 1

2 Pino 1045 1

3 Porca 1045 1

4 Arruela 1020
RASGO DE
CHAVETA
20 8

Tabela 1

Figura 1
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Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos

Desenho para catálogos


Mostra apenas os detalhes e dimensões pertinentes que interessem ao
comprador potencial. (Fig. 1);

Figura 1 7
Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos

Desenho de montagem explodido

• Utilizado na seção de lista de peças de um manual de instruções (Fig. 1);

Figura 1 8
Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos

Desenho de montagem para manuais de instrução


• Utilizado para conferência quando uma máquina, entregue
desmontada, é desembalada para verificar todas as peças antes da
remontagem (Fig. 1);

Figura 1 9
Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos
Desenho esquemático

• Mostra os princípios de operação de máquinas para facilitar a sua


compreensão (Fig. 1);

Figura 1
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Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos
Desenho para patente

• Tem o objetivo de ilustrar e explicar a invenção; são desenhos


pictóricos e devem ser auto explicativos (Fig. 1);

Figura 1
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Desenho Técnico Mecânico I
Classificação dos desenhos mecânicos
Desenho para patente
• Tem o objetivo de ilustrar e explicar a invenção; são desenhos
pictóricos e devem ser auto explicativos (Fig. 1);

Figura 1
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Desenho Técnico Mecânico I

Classificação dos desenhos mecânicos

• Desenho de sub-montagem: é um desenho de montagem de um


grupo de peças que compõem um sub-conjunto da montagem principal
de um navio, avião, motor diesel, automóvel, máquina operatriz, etc.
• Desenho de instalação e montagem: a localização e dimensão de
algumas partes importantes e dimensões globais da unidade montada
são mostrados. Fornece informações úteis para montagem e mostra as
partes da máquina em suas posições de trabalho corretas na
montagem.
• Desenho de montagem para catálogos: são preparados para
catálogo de produtos. Tipicamente mostram detalhes e dimensões que
despertarão o interesse do potencial comprador, e as dimensões
principais.

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Desenho Técnico Mecânico I
Origem do Desenho Técnico

No século XVII o matemático francês Gaspar Monge criou a Geometria Descritiva, um


sistema de representação no plano de figuras espaciais, utilizando projeções ortogonais.

No século XIX, com a explosão do desenvolvimento industrial, foi necessário normalizar


a forma de utilização da Geometria Descritiva para transformá-la numa linguagem gráfica
que simplificasse a comunicação e viabilizasse o intercambio de informações tecnológicas.

A ISO - International Organization for Standardization - normalizou a forma de utilização


da Geometria Descritiva como linguagem gráfica da engenharia e da arquitetura,
chamando-a de Desenho Técnico.

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Desenho Técnico Mecânico I
O que é Visão Espacial ?

• Visão espacial é um dom que dá a capacidade de percepção


mental das formas espaciais.

• Todos tem e podem desenvolver o dom da visão espacial.

Exemplificando:

• Fechando os olhos pode-se ter o sentimento de forma espacial de um


objeto conhecido, como um copo, um carro, sua casa ou um determinado
objeto.
• A visão espacial permite a percepção e o entendimento de formas
espaciais sem que estejamos vendo, fisicamente, os objetos.

• A habilidade de percepção das formas espaciais, a partir das figuras planas,


pode ser desenvolvida através de exercícios progressivos e
sistematizados.
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Desenho Técnico Mecânico I
Observe a figura:

Na linguagem gráfica do
Para um leigo, a figura
desenho técnico, a figura
é a representação
corresponde à representação
de três quadrados.
de um cubo.
O que ela está
representando?

Pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar o que não é
visível, mas isso é possível através do conhecimento das normas do desenho técnico.

A capacidade de entender uma forma espacial, a partir de sua representação por figuras
planas, é chamada de visão espacial.

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Desenho Técnico Mecânico I
Tipos de Desenho Técnico
O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos:
• Desenho projetivo (Geometria Descritiva)

Projeções ortogonais de um
objeto em um ou mais planos de
projeção.

• Desenho não projetivo

Desenhos de
gráficos, diagramas
etc..

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Desenho Técnico Mecânico I
O desenho projetivo aparece com vários nomes que correspondem à alguma
utilização específica:

Desenho Mecânico Desenho de Estruturas Desenho Arquitetônico

Desenho de Máquinas Desenho Elétrico/Eletrônico Desenho de Tubulações

• Mesmo com nomes diferentes, as diversas formas de apresentação do desenho projetivo


têm uma mesma base e todos seguem normas de execução que permitem uma
interpretação única.

• Os desenhos não projetivos são utilizados para representação das diversas formas de
gráficos, diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas etc..

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18
Desenho Técnico Mecânico I
Tipos de Desenho Técnico
Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas indústrias e
alguns exemplos de utilização são:

• Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas


indústrias mecânicas, aeroespaciais, químicas, farmacêuticas, petroquímicas,
alimentícias etc..
• Projeto e construção de edificações, incluindo desenhos estruturais, de
ferragens, hidráulicos, elétricos, elevadores etc..

• Projeto e construção de rodovias e ferrovias incluindo detalhes de corte,


aterro, drenagem, pontes, viadutos etc..
• Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais,
sistemas de tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento
de resíduos.
• Representação de relevos topográficos e cartas náuticas.
• Desenvolvimento de produtos industriais.
• Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos.

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Desenho Técnico Mecânico I
Formas de elaboração e apresentação do desenho técnico

Nas áreas de atuação das diversas especialidades de engenharias os primeiros desenhos,


que darão inicio à viabilização das ideias, são desenhos elaborados à mão livre, chamados
de esboços.

Antigamente, os desenhos eram elaborados manualmente com instrumentos. O projetista


detalhava a idéia e especificava os elementos, e os copistas realizavam o desenho das vistas
e detalhes.

Atualmente, na maioria dos casos, os desenhos são elaborados por computadores porque
existem vários programas que facilitam a elaboração e apresentação dos desenhos
técnicos.

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Desenho Técnico Mecânico I
A Padronização do Desenho Técnico

• Para transformar o Desenho Técnico em uma linguagem gráfica foi necessário


padronizar seus procedimentos através de normas técnicas que são respeitadas
internacionalmente.

• Cada país elabora suas normas técnicas que são acatadas em todo o seu território.

• No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas


Técnicas – ABNT.

• Os órgãos responsáveis pela normalização em cada país criaram a Organização


Internacional de Normalização – ISO.

• As normas que regulam o Desenho Técnico são normas editadas pela ABNT e estão
em consonância com as normas internacionais aprovadas pela ISO.

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Desenho Técnico Mecânico I
Projeções no 10 Diedro Projeções

Vista
Posição reativa: Observador → Objeto → Plano de projeção
superior
Vista
posterior Vista
lateral
direita

Símbolo indicativo
que deverá ser inserido Vista Vista
na legenda do desenho. lateral Frontal
e
esquerda
Vista
inferior

Posição das vistas.


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Desenho Técnico Mecânico I
Projeção Ortogonal

Os raios projetantes são paralelos


entre si e perpendiculares ao plano de
projeção.

Consequências das projeções ortogonais:

Toda superfície paralela ao Quando a superfície As arestas resultantes


plano de projeção se projeta é perpendicular ao das interseções de
neste plano exatamente na plano de projeção a superfícies são
sua forma e em sua projeção resultante representadas por
verdadeira grandeza. é uma linha. linhas.

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Desenho Técnico Mecânico I
Projeções Ortogonais: como utiliza-las?

As projeções ortogonais são utilizadas para representar as formas


tridimensionais através de figuras planas.

Projeções Resultantes

As projeções resultantes são constituídas de figuras iguais.

Isto acontece porque a terceira dimensão, de cada sólido, está escondida pela projeção ortogonal.

Conclui-se que através das projeções resultantes não é possível identificar as formas espaciais
representadas, pois cada uma das projeções pode corresponder a qualquer um dos três sólidos.

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Desenho Técnico Mecânico I
Para fazer aparecer a terceira dimensão é necessário fazer uma segunda projeção ortogonal olhando
os sólidos por outro lado.
Olhando por cima e projetando em um plano horizontal

Fazendo-se o rebatimento do plano


horizontal até a formação de um Projeções Resultantes
único plano na posição vertical.

Cada par de projeções


ortogonais corresponde
a um sólido visto por
direções diferentes.

Com o raciocínio inverso, pode-se obter a partir das figuras planas, o entendimento da forma espacial
de cada um dos sólidos representados.
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Desenho Técnico Mecânico I
Como foi visto,
As projeções ortogonais de um objeto visto por lados diferentes e desenhadas em um
único plano representam as suas 3 dimensões.

Projeções Resultantes
Comprimento

Altura
Largura
As projeções ou vistas do
paralelepípedo também
correspondem às projeções de um
prisma triangular.

Duas vistas, apesar de representarem as 3 dimensões, podem não ser suficientes para definir a
forma do objeto desenhado.

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Desenho Técnico Mecânico I
• Uma forma mais simples de raciocínio é obter as vistas fazendo o rebatimento direto da peça
que está sendo desenhada.

Projeções Sólidos
Resultantes

ou

Mais uma vez se conclui que 2 vistas, apesar de representarem as 3 dimensões do objeto, não
garantem a representação da forma da peça.

As 2 vistas resultantes, obtidas também podem corresponder a formas espaciais completamente


diferentes.
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Desenho Técnico Mecânico I
A representação da forma do objeto é definida com a utilização de uma terceira projeção
feita em um plano de perfil.

Vista
Lateral
Esquerda

L L
A ICA
RTIC VE
RT
VE PL
AN
O

ANO
PL Vista
Frontal

E
E NT
FR

Vista
Superior

O lado da peça que


Por convenção, os Em função dos rebatimentos, em
for projetado no
planos de projeção baixo da Vista Frontal(VF)
plano vertical é
horizontal e de perfil aparecerá a Vista Superior(VS) e à
considerado como
sempre se rebatem direita, a Vista Lateral
sendo a frente da
sobre o plano vertical. Esquerda(VLE).
peça - Vista Frontal.

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Desenho Técnico Mecânico I

Observe nos desenhos abaixo que, utilizando três vistas, não existe mais indefinição de
forma espacial; cada conjunto de vistas corresponde somente a uma peça.

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Desenho Técnico Mecânico I
Projeções
Projeções no 30 Diedro
Vista
Posição reativa: Observador → Plano de projeção → Objeto superior
Vista
posterior Vista
lateral
direita

Símbolo indicativo Vista Vista


que deverá ser inserido lateral Frontal
na legenda do desenho. esquerda e

Vista
inferior

Posição das vistas

30
Desenho Técnico Mecânico I
Rebatimento dos planos de projeção

Projeções no 10 Diedro Projeções no 30 Diedro

Posição reativa: Posição reativa:


Observador → Objeto → Plano de projeção Observador → Plano de projeção → Objeto

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Desenho Técnico Mecânico I
Comparando os sistemas projetivos

Projeções no 10 Diedro Objeto 3D Projeções no 30 Diedro

Posição relativa: Vista


superior Posição relativa:
Observador → Objeto → Vista Observador → Plano de
Plano de projeção posterior
Vista projeção → Objeto
lateral
direita

Vista Vista
lateral Frontal
esquerda e
Vista
inferior

Posição das vistas. Posição das vistas

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Desenho Técnico Mecânico I
Considerações para a escolha da posição do objeto
• Uma linha aparecerá em tamanho real se for paralela ao plano de projeção;
Uma superfície aparecerá em formato real se for paralela ao plano de
projeção;
• Um objeto deve ser posicionado em relação aos planos de projeção de
maneira que, se possível, suas principais superfícies sejam paralelas aos
planos de projeção;
• Projetando um objeto poderão existir características não visíveis em relação
ao plano de projeção;
• As características invisíveis do objeto são representadas por linhas
tracejadas;

Figura 1 33
Desenho Técnico Mecânico I
Considerações para a escolha da posição do objeto
Superfícies curvas tangentes a outras superfícies curvas

• Sempre que uma linha tangencial for desenhada para a concordância entre 2
superfícies, uma linha deve ser desenhada na vista adjacente
• A Figura 1 mostra a representação de certas superfícies curvas, tangenciais a
outras superfícies curvas.

Tangente Concordância Concordância


>90º =90º

Sem linha Com linha

Figura 1 34
Desenho Técnico Mecânico I
Considerações para a escolha da posição do objeto
Superfícies curvas tangentes a outras superfícies curvas
• Quando o raio de um canto arredondado é maior que 3 mm e o ângulo
entre as superfícies é superior a 90 °, nenhuma linha é mostrada na vista
adjacente. (Fig. 1);
• Arredondamentos em peças cilíndricas podem ser representados por
linhas de interseção fictícias (Fig. 2).

Filete
Filete

Canto
arredondado
Canto
arredondado

Figura 1 Figura 2
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Desenho Técnico Mecânico I
Considerações para a escolha da posição do objeto
Superfícies curvas tangentes a outras superfícies curvas

• Filetes e arredondamentos são representados por linhas que representam


a área onde uma superfície curva intersecta com a outra. Essas linhas
são traçadas até o ponto de tangência.

Linha que
representa
a área onde as
superfícies
intersectam-se.

Ponto de
tangência
Filete

Linha de
interseção

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Figura 1
Desenho Técnico Mecânico I
Quantidade de vistas
Desenhos de uma única vista

• Peças com seções, cilíndricas, hexagonais e quadradas podem ser


representadas em uma vista única. Nesses casos, é fornecida a dimensão
e um símbolo indicativo ou uma nota especificando a forma da seção;
• Peças de placa com qualquer quantidade de características podem ser
representadas em uma vista única com uma nota especificando a
espessura da placa

15 ESP

2 FUROS
DIA 20

Figura 1 Figura 2

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Desenho Técnico Mecânico I
Quantidade de vistas
Desenhos de 2 vistas

• Peças simétricas em relação a 2 eixos podem ser representadas em 2


vistas;
• Normalmente a maior face mostra o maior número de detalhes e é
selecionada como a vista frontal;
• A forma do objeto vai determinar se a outra vista será uma vista superior
ou uma vista lateral.

Figura 1 38
Desenho Técnico Mecânico I
Quantidade de vistas
Desenhos de 3 vistas

• A maioria dos objetos que consistem em um único componente ou na


montagem de vários componentes, são descritos com a ajuda de 3 vistas
(Fig. 2);
• Nesses casos, as vistas normalmente selecionadas são as vistas frontal
(VF), superior (VS) e lateral esquerda (VLE) ou lateral direita (VLD) (Fig. 2).
(VF) (VLE)

(VS)

Direção para
a vista
frontal (VF)
Figura 1 Figura 2
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Desenho Técnico Mecânico I
Escolha das vistas

Vista frontal

• A vista da peça que contém mais detalhes, ou é a mais importante, deve


ser utilizada como vista frontal ou principal;
• Geralmente esta vista mostra a peça na posição de trabalho .

Outras vistas
Quando outras vistas forem necessárias, utilize os seguintes critérios para
selecioná-las:
• Utilize sempre o menor número possível de vistas;

• Evite a repetição de detalhes;

• Evite vistas com muitas linhas tracejadas desnecessárias.

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Desenho Técnico Mecânico I
Escolha das vistas

• O número de vistas deve ser o mínimo necessário para a representar a forma,


dimensão e detalhes da peça;
• Podem ser necessários vistas auxiliares, cortes e seções para completar a
representação da peça;
• Na maioria dos casos, o conjunto formado pelas vistas de frente, vista superior e uma
das vistas laterais é suficiente para representar, com perfeição, o objeto desenhado;
• No 1º Diedro é mais difundido o uso da vista lateral esquerda

10 Diedro 30 Diedro
Vista VS
superior
VF VLE

Vista VLE
lateral Vista
esquerda Frontal

VS
VF
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Desenho Técnico Mecânico I
Escolha das vistas

Vistas auxiliares

• São projeções parciais, representadas em planos auxiliares para evitar


deformações e facilitar a interpretação

• A letra A e a seta indicam a direção de tomada da vista e seu rótulo.

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Desenho Técnico Mecânico I
Escolha das vistas
Rebatimento a partir de 2 vistas para obter a 3a vista
(A) Desenhe as vistas frontal (VF) e superior (VS);
(B) Desenhe as linhas de projeção à direita da (VS) (Fig. 1);
(C) Decida a distância, D da vista frontal em que a vista lateral esquerda (VLE) deve ser
desenhada (Fig. 1);
(D) Construa uma linha de esquadria a 45 ° (Fig. 1);
(E) A partir dos pontos de intersecção entre a linha de esquadria e as linhas de projeção,
desenhe linhas de projeção verticais Fig. 2);
(F) Desenhe as linhas de projeção horizontal da vista frontal para cruzar as linhas acima (Fig.
2);
(G) A figura obtida juntando os pontos de intersecção na ordem é a (VLE).

Linha de
esquadria

Figura 1 Figura 2 43
Desenho Técnico Mecânico I
Escolha das vistas
Rebatimento a partir de 2 vistas para obter a 3a vista

A partir da (VS) e da (VLE), Fig. 1 e 2

Linha de
esquadria

Figura 1 Figura 2

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Desenho Técnico Mecânico I
Escolha das vistas
Espaçamento das vistas

• As vistas de um objeto devem ser posicionadas na folha de desenho


para dar uma aparência boa e equilibrada, tendo em vista:
(i) número de vistas,
(ii) escala e
(iii) espaço entre as vistas,
• o desenhista deve decidir sobre a colocação das vistas na folha de
desenho.
• Deve ser fornecido espaço suficiente entre as vistas para facilitar a
colocação de cotas, notas, etc., no desenho sem superlotação do
mesmo.

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Desenho Técnico Mecânico I
Aplicação de linhas em desenho técnico

Tipos e espessura de linhas

• A relação entre as espessuras das linhas grossas e finas não deve ser inferior a 2;
• As espessuras das linhas devem ser escolhidas, conforme o tipo, dimensão,
escala e densidade de linhas no desenho.
• Escalonamento das espessuras:
0,13(1); 0,18(1); 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40 e 2,00 mm.
• Para diferentes vistas de uma peça, desenhadas na mesma escala, devem-se
utilizar as mesmas espessuras das linhas. em todas vistas.
• O espaçamento mínimo entre linhas paralelas deve ser de duas vezes a largura da
linha mais larga; e não deve ser menor do que 0,70 mm.

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Desenho Técnico Mecânico I
Aplicação de linhas em desenho técnico
Tipos de linhas

Aplicação Geral
Linha Nome
ver Figuras 1a …1F
A1 contornos visíveis
A Contínua grossa
A2 arestas visíveis

B1 linhas de interseção imaginárias


B2 linhas de cotas
B3 linhas auxiliares
B Contínua fina B4 linhas de chamadas
B5 hachuras
B6 contornos de seções rebatidas na
própria vista

Contínua estreita à C1 limites de vistas ou cortes parciais ou


C mão livre (A) interrompidas (Fig 1c)

Contínua estreita em D1 limites de vistas ou cortes parciais ou


D ziguezague (A) interrompidas (Fig 1d)

E E1 contornos não visíveis


Tracejada grossa
E2 arestas não visíveis
F F1 contornos não visíveis
Tracejada fina
F2 arestas não visíveis

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Desenho Técnico Mecânico I
Aplicação de linhas em desenho técnico
Tipos de linhas

Aplicação Geral
Linha Nome
ver Figuras 1a … 1F
G1 linhas de centro
G Traço-ponto fina G2 linhas de simetrias
G3 trajetórias

Traço e ponto estreita,


larga nas extremidades
H e na mudança de
H1 planos de corte
direção

J1 Indicação das linhas ou superfícies com


J Traço-ponto grossa
indicação especial

K1 contornos de peças adjacentes


K2 posição limite de peças móveis
Traço-dois pontos K3 linhas de centro de gravidade
K grossa K4 cantos antes da conformação (Fig. 1f)
K5 detalhes situados antes do plano de corte
(Fig. 1e)
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Desenho Técnico Mecânico I
Aplicação de linhas em desenho técnico

Figura 1A Figura 1B

Figura 1C Figura 1D
49
Desenho Técnico Mecânico I
Aplicação de linhas em desenho técnico

Figura 1E Figura 1F

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Desenho Técnico Mecânico I
Aplicação de linhas em desenho técnico

Ordem de prioridade das linhas coincidentes

Se ocorrer a superposição de 2 ou mais linhas de diferentes tipos, deve-se


observar a seguinte ordem de prioridade, para a linha que será traçada:

1. Arestas e contornos visíveis, linha contínua grossa, tipo A;

2. Arestas e contornos não visíveis, linha tracejada, tipos E ou F;


3. Superfícies de cortes e seções, linha traço-ponto estreitos, grossa nas
extremidades e na mudança de direção, tipo H;
4. Linhas de centro traço e ponto fina, tipo G;

5. Linhas de centro de gravidade, traço e dois pontos, tipo K;

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Desenho Técnico Mecânico I
Aplicação de linhas em desenho técnico

Terminação das linhas de chamada

1. Sem símbolo, se elas conduzem a uma linha de cota - Fig. 1;

2. Com um ponto, se termina dentro do objeto representado - Fig. 2;

3. Com uma seta, se termina na aresta do objeto representado - Fig. 3.

Linha de Linha de Linha de


chamada chamada chamada

Figura 1 Figura 2 Figura 3

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Desenho Técnico Mecânico I
Tamanhos padrão de desenho

Formatos da série “A"

Formato A0 (A zero), básico

Retângulo com área de 1 m2 e com lados


de 841 x 1189 mm, guardando a mesma
relação que existe entre o lado de um
quadrado e sua diagonal.

x 1
= → y = x 2 → y = 1.42 x
y 2
1.414 x * x = 1m 2 → x = 0, 8408 m
y = 1.414 x → y = 1, 1892 m

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Desenho Técnico Mecânico I
Tamanhos padrão de desenho técnico

Formatos da série “A"

Formatos derivados

Tabela de formatos
normalizados
da série A

A0 841 x 1189 mm

A1 594 x 841 mm

A2 420 x 594 mm

A3 295 x 420 mm

A4 210 x 297 mm

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Desenho Técnico Mecânico I
Tamanhos padrão de desenho técnico

Formatos da série “A"

Formatos especiais

• Sendo necessário formato fora dos padrões estabelecidos,


recomenda-se a escolha dos formatos de tal maneira que a
largura ou o comprimento corresponda ao múltiplo ou submúltiplo
de um dos formatos padrão da série A.

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Desenho Técnico Mecânico I
Tamanhos padrão de desenho técnico
Formatos da série “A"
Posição da legenda
• Deve estar dentro da margem do desenho de tal forma que contenha a
identificadores do desenho tais como: número de registro, título,
origem, nome do desenhista , nome do revisor etc.
• Deve estar situada no canto inferior direito, tanto nas folhas
posicionadas horizontalmente como verticalmente.

Figura 1 Figura 2

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Desenho Técnico Mecânico I
Tamanhos padrão de desenho técnico
Formatos da série “A"
Margem e quadro

• Margens são limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O


quadro limita o espaço para o desenho - Fig. 1

Figura 1

57
Desenho Técnico Mecânico I
Tamanhos padrão de desenho técnico
Formatos da série “A"
Margem e quadro

• As margens esquerda e direita, bem como as espessuras das linhas,


devem ter as dimensões constantes na Tabela 1.

Formato Margem Espessura da linha do quadrado,


[mm] conforme NBR 8403

[mm]

Tabela 1
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Desenho Técnico Mecânico I
Formatos da série “A"
Dobramento de formatos

• Acima do padrão A4 os formatos são dobrados até o tamanho final de


A4.

Figura 1: dobra do formato A3

59
Desenho Técnico Mecânico I
Formatos da série “A"
Dobramento de formatos

• O formato A2 é dobrado para que resulte uma altura dr 297 mm;

Figura 1: Dobramento do formato A2

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Desenho Técnico Mecânico I
Formatos da série “A"
Dobramento de formatos

Figura 1: Dobramento do formato A1


61
Desenho Técnico Mecânico I
Formatos da série “A"
Dobramento de formatos

Figura 1: Dobramento do formato A0

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Desenho Técnico Mecânico I
Formatos da série “A"
Legenda

• Apresenta informações sobre o desenho: número, título, origem, data,


escala, responsável, conteúdo, etc.;
• Sua altura pode variar, porém a largura é especificada pela ABNT,
conforme apresentado na Tabela 1.
• O espaço reservado para a legenda somado à margem direita sempre
resultará num total de 185 mm 0.7 mm
25 mm 178 mm

Formatos Legenda

A0 e A1 175

A2, A3 e A4 178

Figura 1: Legenda exemplo, tamanho A4 Tabela 1

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Desenho Técnico Mecânico I
Tamanhos padrão de desenho técnico

Formatos da série “A"

Sistema de referência por malha

• Permite a fácil localização de detalhes nos desenhos, edições,


modificações, etc.

• Qualquer lado do retângulo da malha deve entre 25 mm e 75 mm


inclusive.

• Os retângulos das malhas devem ser designados por letras maiúsculas


ao longo de uma margem e por números ao longo da outra margem.

• Se o número de divisões exceder o número de letras do alfabeto, as


letras de referência devem ser repetidas (AA, BB, etc.)

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Desenho Técnico Mecânico I
Tamanhos padrão de desenho técnico
Formatos da série “A"
Sistema de referência por malha
1 2 3 4 5 6 7

Peça No. Nome Qtd.


Caixa da válvula Ferro F
Válvula Aço
Mola AM“
Assento da mola Bronze
Porca M20 c/ pino Aço
Balancim "
Pino "
D Manete “
Pino “

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Desenho Técnico Mecânico I
Vistas de Cortes e Seções

• São obtidas imaginando-se o objeto cortado por um plano e removendo-


se a parte do objeto entre o observador e o plano (Fig.1 e 2);
• Permitem visualizar detalhes internos de um objeto 3D, os quais são
insuficientemente revelados por linhas invisíveis nas vistas ortográficas;

Figura 1 Figura 2

66
Desenho Técnico Mecânico I
Cortes e seções

Seções

• Para mostrar detalhes interiores de um componente, ele é imaginado


cortado por um plano de corte e a secção é vista removendo a porção
cortada (Fig. 1 e 2)

Figura 1 Figura 2

67
Desenho Técnico Mecânico I
Cortes e seções

Meio corte Corte local

Figura 1 Figura 2

Seções múltiplas

Figura 3
68
Desenho Técnico Mecânico I
Cortes e seções
Representação por hachuras (Fig. 1)
Tipo Convenção Material

Aço, ferro fundido e suas


ligas, alumínio e suas ligas,
etc.
Metais
Chumbo, zinco, estanho,
metal branco, etc.

Vidro Vidro

Porcelana, porcelana grés,


Materiais de mármore, ardósia, etc.
embalagem Amianto, Fibra, Feltro, Produtos
e enchimento de resina sintética, Papel,
Cortiça, Linóleo, Borracha,
Couro, Cera, Materiais isolantes
e de enchimento, etc.

Líquidos Água, óleo, petróleo,


querosene, etc.

Madeira Madeira, compensado, etc.

Mistura de areia, cimento


Concreto
e brita.

Figura 1 69
Desenho Técnico Mecânico I
Cortes e seções
• Em princípio, parafusos e porcas (Fig. 1), rebites (Fig. 2), nervuras (Fig. 3),
chavetas (Fig. 4), fixadores, eixos (Fig. 4), raios de rodas e similares (Fig. 4) não
são cortados em seções longitudinais e, portanto, não devem ser hachurados.
Rebite
Ranhura

Figura 1 Figura 2 Figura 3


Raios Pino
Chaveta

Figura 4 Figura 5 70
Desenho Técnico Mecânico I
Cortes e seções
Planos de corte
• A Figura 1 a secção em dois planos paralelos;
• A Figura 2, a secção em três planos contínuos..

Figura 1 Figura 2

71
Desenho Técnico Mecânico I
Indicação do estado das superfícies

É necessária porque:

• Não é possível na prática obter superfícies geometricamente ideais;


• Peças de máquinas, quando inspecionados sob ampliação, apresentam
irregularidades;
• As propriedades e o desempenho dos componentes mecânicos podem ser
afetados pelo estado das superfícies;
• Os desenhos de produção devem informar as condições admissíveis das
superfícies;
• Quanto mais lisa for a superfície, maior será a resistência à fadiga e à
corrosão.
• O atrito entre 2 peças pode ser reduzido com um melhor acabamento
superficial.

72
Desenho Técnico Mecânico I
Características geométricas das superfícies:
• A rugosidade da superfície é avaliada pela altura, Rt e o índice médio de
rugosidade Ra das micro-irregularidades (Fig. 1).

• O Índice de rugosidade média Ra é a média aritmética dos valores absolutos


das alturas de hi entre os perfis reais e médios.

Af : perfil real da superfície;


Rf: perfil de referência; passa através do ponto
mais alto (H) do perfil real;
Df: perfil inferior; passa pelo ponto mais baixo (B)
do perfil real;
Mf: perfil dentro do comprimento de amostragem
escolhido (L), de tal modo que a soma das
áreas preenchidas com material acima pelo
1 x=L
perfil real é igual à soma das áreas de
L ∫x=0 i
Ra = |h |dx cavidade sem material abaixo até o perfil real;
Rt: altura entre o pico e o vale extremos do perfil
dentro do comprimento de amostragem
Figura 1 escolhido (L).

73
Desenho Técnico Mecânico I
Estado das superfícies em função do processo de usinagem

Figura 1 74
Desenho Técnico Mecânico I
Indicação do estado das superfícies
Simbologia

• Símbolo básico (Fig. 1): 2 linhas a 600 em relação à superfície usinada. Este símbolo pode
ser utilizado quando for necessário indicar que a superfície é usinada, sem indicação do grau
de rugosidade ou do processo a utilizar.

Figura 1
• Se não é permitida a remoção de material (Fig. 2), adiciona-se um círculo ao símbolo
básico. Este símbolo também pode ser utilizado num desenho, relativo a um processo de
produção, para indicar que uma superfície deva ser deixada no estado resultante de um
processo de fabricação anterior, quer este estado tenha sido obtido por remoção de
material ou de outra forma.

Figura 2
75
Desenho Técnico Mecânico I
Indicação do estado das superfícies

Simbologia
• Se é necessária a remoção de material por usinagem (Fig. 3), adiciona-se uma barra ao
símbolo básico.

Figura 3

• Quando as características especiais da superfície têm que ser indicadas, uma linha é
adicionada ao braço mais longo do símbolo básico, como mostrado na Fig. 4.

Figura 4

76
Desenho Técnico Mecânico I
Indicação do estado das superfícies

Simbologia
• O valor ou valores definindo o principal critério de rugosidade são adicionados aos símbolos;

a
a a a

• Quando é especificado apenas um valor para indicar a rugosidade da superfície, esta


representa o valor máximo admissível;

• Se for necessário • Se for necessário • Se for necessário • Se for necessário


especificar limites especificar requisitos indicar o indicar a direção de
máximo e mínimo de especiais, como um comprimento de amostragem, deve-
rugosidade da processo ou um amostragem, deve- se utilizar um
superfície com o revestimento, devem se tomá-lo da símbolo e indicá-lo
limite máximo a1 e ser fixadas em uma norma e indicá-lo ao ao lado.
mínimo a2. extensão do braço lado.
maior.
a1
a2
Retificado
c

77
Desenho Técnico Mecânico I
Indicação do estado das superfícies

Exemplo Cromado

Figura 1

• Salvo indicação em contrário, o valor numérico de rugosidade, aplica-se à


rugosidade da superfície após o tratamento ou revestimento;
• Se é necessário definir a textura da superfície, tanto antes como depois do
tratamento, esta deve ser explicada por uma nota apropriada ou como
mostrado na Figura 1.

78
Desenho Técnico Mecânico I
Indicação do estado das superfícies

• Se for necessário indicar o valor do sobremetal para usinagem, este deve ser
escrito à esquerda do símbolo (Figura 1).

Figura 1
• Cada uma das indicações do estado de superfície dispõe-se em relação ao
símbolo conforme Figura 2.

a. Valor da rugosidade RA em µm ou índice de


b rugosidade N1 a N12;
a b. Método de fabricação, tratamento ou
c (f) revestimento;
e d c. Comprimento de amostra em mm;
d. Direção de estrias;
Figura 2 e. Sobremetal para usinagem, mm;
f. Outros parâmetros de rugosidade entre
parêntesis.

79
Desenho Técnico Mecânico I
Símbolos equivalentes para rugosidade superficial

Valores de rugosidade Número ou grau de Símbolo do grau de


rugosidade rugosidade

80
Desenho Técnico Mecânico I
Direção das ranhuras decorrentes de usinagem na superfície

Símbolo Interpretação

Estrias paralelas ao plano


de projeção no qual o
símbolo é usado.
Direção das
estrias

Estrias perpendiculares ao
plano de projeção no qual
o símbolo é usado.
Direção das
estrias

Estrias cruzadas em duas


direções em relação ao
plano de projeção no
qual o símbolo é usado. Direção das
estrias

Estrias com múltiplas


direções

Estrias aproximadamente
circulares em relação ao
plano de projeção no
qual o símbolo é usado.

Estrias aproximadamente
radiais em relação ao
plano de projeção no
qual o símbolo é usado.
81
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem

• Representação no desenho de elementos gráficos para associar dimensões e


outras propriedades da característica sendo cotada, através de linhas,
símbolos, notas e um valor numérico;
• A cotagem deve ser distribuída entre as vistas e deve ser localizada na vista,
vista auxiliar, corte, detalhe, etc. que represente mais claramente a
característica sendo cotada (Fig. 1).
Corte AA

FURO DE LUBRIFICAÇÃO

A ESC 900 DIA 1.5 REB DIA 3


Figura 1

82
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem

• Desenhos de detalhes, vistas auxiliares, seções, etc., devem usar a mesma


unidade para todas as cotas - Figura 1 e 2.

• O símbolo da unidade predominante para um determinado desenho deve


ser incluído na legenda.
• Onde são necessárias outras unidades, como parte na especificação do
desenho, o símbolo da unidade apropriada deve ser indicado com o valor
cotado.
Vista auxiliar

Vista de A

Seção

Figura 1 Figura 2

83
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Métodos de execução

• Cota
• É o valor valor numérico da dimensão de uma característica do desenho,
expressa em unidade de medida e na vista adequada, indicada no
desenho, utilizando linhas, símbolos, notas, etc.
Linha de ruptura

Figura 1: Cota paralela, estilo coordenadas, com uma terminação em círculo,


referenciada a uma origem definida numa das extremidades da peça,
e com a outra terminação em seta.

84
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Métodos de execução

Figura 1: Cota paralela com terminação em traço oblíquo de 90º

85
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem

Regras para cotagem do desenho

• Sempre que possível, as cotas devem ser posicionadas na vista fora do contorno
da peça e devem ser colocadas sempre entre característica visíveis;
• Cotas em linhas de centro devem ser evitadas exceto se a linha de centro passa
pelo centro de um furo;
• Cada característica deve ser cotada apenas uma vez no desenho;
• A cota deve ser colocada na vista ou seção na qual sua associação com a
característica sendo cotada é mais clara;
• No desenho deve ser usada apenas uma unidade de medida para todas as cotas
sem incluir seu símbolo no valor da cota;
• Deve ser mostrado no desenho, o número mínimo de cotas para definir a peça;
• Nenhum característica de uma peça deve ser definida por mais de uma cota em
qualquer direção.

86
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Métodos de execução
• As linhas de chamada e de cota devem ser desenhadas como linhas finas
contínuas.
• As linhas de chamada devem se estender um pouco além das respectivas
linhas de cota.
• As linhas de chamada devem ser traçadas perpendicularmente ao recurso que
está sendo cotado.
• Quando necessário, as linhas de chamada podem ser traçadas obliquamente,
mas paralelas entre si (Fig. 1) e, nesse caso, elas devem estar em contato com
a característica senso cotada.

Linha de chamada

Linha de chamada
Figura 1
87
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem

• As linhas de chamada e as linhas de cota não devem se cruzar, a menos que


seja inevitável (Fig. 1).

Figura 1
88
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho

• Uma linha de cota deve ser mostrada ininterrupta, mesmo onde o


característica à qual se refere, é mostrada quebrada (Fig. 1).

Figura 1

89
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho
Posição das terminações

(A) A ponta da seta é desenhada com linhas curtas,


Terminação
Setaem seta tendo um ângulo de 15 °, que é fechado e
preenchido.
(A)

(B)O traço oblíquo é desenhado como uma linha curta,


Traço oblíquo inclinada em 45°.
(B)

(C)A indicação de origem é desenhada como um


pequeno círculo aberto de aproximadamente 3 mm
Indicação de origem
de diâmetro.
(C)

90
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho
Posição das terminações e da dimensão
• Onde o espaço é limitado, a terminação da ponta da seta pode ser mostrada fora do
limite da linha de cota que é estendida para esse propósito.
(1) Dimensão sobre a linha de cota;
(2) Espaço reduzido, as setas são colocadas
exteriores às linhas de chamada;
(1) (2) (3) (3) Setas e dimensões exteriores às linhas de
chamada por falta de espaço;

(5) e (6): alternativas preferíveis à alternativa


(4);
(4) (5) (6)

(7) Cotas em sequência, com uma das setas


eliminada;
(8) Ponto substitui setas do meio; dimensão
(7) (8) indicada com linhas de chamada.

• Em alguns outros casos, um traço oblíquo ou um ponto pode ser utilizado (4, 5 e 8).
91
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho

Dimensionamento de raios

• O centro do arco pode estar dentro ou fora da peça;


• A linha de cota interrompida pode ser utilizada para indicar o centro;
• O centro pode ser cotado.

92
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho
Métodos de indicação da cota
Sistema alinhado

• O valor da cota deve ser colocado paralelamente à linha de cota, perto


do meio e afastado dela (Fig. 1).
• As dimensões devem ser escritas de modo que possam ser lidas de
baixo ou da direita do desenho.
• Uma exceção pode ser feita quando a cotagem for tipo aditiva (Fig. 2);

Figura 1 Figura 2

93
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho
Métodos de indicação da cota
Sistema alinhado

• Cotas oblíquas devem ser orientadas como mostrado na Figura 1;

• As cotas angulares angulares podem ser orientadas como mostrado na


Figura 2.

Figura 1 Figura 2
94
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho
Métodos de indicação da cota
Sistema unidirecional
• As cotas devem ser indicadas de forma que possam ser lidas apenas
na parte inferior do desenho (Fig. 1).
• As linhas de cota não horizontais são interrompidas, de preferência
perto do meio, para inserção da cota (Fig. 1).
• As dimensões angulares podem ser orientadas como na Fig. 2.

Figura 1 Figura 2
95
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho
Métodos de indicação da cota

• Dimensões, fora da escala ,exceto onde são utilizadas linhas de


quebra, devem ser sublinhadas (Fig. 1).

• Onde o espaço não permitir a colocação do valor da dimensão na


interrupção de uma linha de cota, pode-se colocá-la em uma extensão
horizontal acima (Fig. 1);

Figura 1

96
Desenho Técnico Mecânico I
Cotagem
Regras para cotagem do desenho
Métodos de indicação da cota
Simbologia auxiliar para para revelar a forma

∅ diâmetro R raio ⧄ seção quadrada

SR (ou R ESF) s∅ (ou ∅ ESF)


Raio esférico Diâmetro esférico

97
Desenho Técnico Mecânico I
Simbologia de soldagem

Juntas soldadas

• Solda de topo com chanfro em ambas peças (Fig. 1);


• Solda de canto com sobreposição de uma peça (FIg. 2).

Ângulo de
abertura

Tamanho
Ângulo de Tamanho
chanfro
Margem Face
Face

Espessura
Zona de Zona de
fusão fusão
Margem
Raiz
Raiz

Raiz
Base
Abertura
Penetração

Figura 1: Solda de topo Figura 2: Solda filete

98
Desenho Técnico Mecânico I
Simbologia de soldagem

Tipos de juntas

Junta em aresta

Junta Junta
Junta em T de topo
de canto

Junta
sobreposta

Figura 1: Tipos de juntas

99
Desenho Técnico Mecânico I
Simbologia de soldagem

Característica e posição do símbolo de solda no desenho

1. Linha de seta de posição;


2. Linha de referência;
3. Símbolo do tipo de junta;
4. Dimensões e outras características.

Junta
soldada

Figura 1: Simbología

100
Desenho Técnico Mecânico I
Tabela 1
Simbologia de soldagem Nr. Designação Ilustração Símbolo

Símbolos básicos Solda de topo entre peças com arestas


dobradas (as bordas levantadas sendo
derretidas completamente)

Solda de topo com arestas retas

Solda de topo com arestas em V

Solda de topo com arestas em meio V

Solda de topo com arestas em Y (em V com


raiz)

Solda de topo com arestas em meio V com raiz

Solda de topo com arestas em U com raiz

Solda de topo com arestas em meio U com raiz

Solda de fundo

Solda de filete

Solda bujão

Solda ponto

Solda de costura

101
Desenho Técnico Mecânico I
Simbologia de soldagem

Símbolos suplementares

Estado da superfície soldada Símbolo

Plana usinada

Convexa

Côncava

Combinação de símbolos elementares e suplementares

Designação Ilustração Símbolo

Soldadura de topo simples (nivelada)

Soldadura convexa de encaixe duplo V

Soldadura de filetes côncava

Solda de topo plano (nivelada) de V simples com


execução de apoio plana (nivelada)

102
Desenho Técnico Mecânico I
Simbologia de soldagem
Combinação de símbolos elementares e suplementares

Nr. Representação Simbologia

Designação
Ilustração Opção 1 Opção 2
e símbolo

Solda de topo
com arestas
retas
Soldada de
ambos lados

Solda de topo
com arestas
em V soldada
em um lado
apenas

103
Desenho Técnico Mecânico I
Simbologia de soldagem
Combinação de símbolos elementares e suplementares

Nr. Representação Simbologia

Designação
Ilustração Opção 1 Opção 2
e símbolo

3.
Solda de topo
com fundo
arredondado

4.
Solda de topo
em duplo V
(em X)

104
Desenho Técnico Mecânico I
Simbologia de soldagem
Combinação de símbolos elementares e suplementares

Nr. Representação Simbologia

Designação
Ilustração Opção 1 Opção 2
e símbolo

5.
Soldadura em
meio V duplo
(em K)

6.

Solda de filete
dupla

105
Desenho Técnico Mecânico I
Simbologia de soldagem
Dimensionamento das soldas

Nr. Designação Definição Inscrição

s: distância mínima da
superfície da peça até o
Solda de fundo da penetração do
topo cordão; não pode ser maior
que a espessura da peça
mais fina.

a: altura do maior triângulo


isósceles que pode ser
inscrito na seção;
Solda filete
contínua
z : lado do maior triângulo
isósceles que pode ser
inscrito na seção.

l : comprimento da solda (sem


crateras);
Solda filete e : distância entre elementos de
intermitente soldadura adjacentes;
n : número de elementos de
soldadura;
a, z : (ver n. 2 acima).

n: Ver N. 3 acima
(e): espaçamento;
d: diâmetro do furo.

106
Desenho Técnico Mecânico I
Aplicação da simbologia no desenho
1. O círculo vazio no cotovelo do símbolo significa
solda sobre todo o contorno da peça;
2. O círculo preenchido no cotovelo do símbolo
significa solda a ser realizada no campo;
3. A terminação em rabo de peixe, permite indicar o
processo de soldagem;
4. O símbolo é colocado acima (ou abaixo) da linha
Arco
Submerso de referência, indicando a posição da solda do
lado oposto da seta (ou do lado da seta).
3
5. A seta aponta no sentido da peça onde é feita a
preparação para a solda, se houver.

4 5

107
Desenho Técnico Mecânico I
Números normalizados
Séries de tamanhos de objetos

• Objetos são frequentemente fabricados numa série de tamanhos de magnitude


crescente, normalmente definidos pelo fabricante;
• Um exemplo é a série usada para dinheiro e embalagens: cédulas 1, 2, 5, 10, 20,
50 e 100 e pacotes com 1, 2 5, 10 itens;
• Se uma série de tamanhos deve cobrir uma vasta gama, é desejável que
tamanhos adjacentes:
✴ Difiram por um fator constante, como em uma série geométrica ou
exponencial; Ex. 3, 6, 12;
✴ ou por um valor constante em uma série aritmética; Ex:, 3, 5, 7;
• Por exemplo, os tamanhos de sapato, são em série aritmética em todas as
culturas, porque os tamanhos dos pés humanos variam apenas em um pequeno
intervalo;
• Já as séries de tamanhos de parafusos, por exemplo, são séries geométricas, pela
larga faixa de dimensões.

108
Desenho Técnico Mecânico I
Números normalizados
Séries geométricas:

Série geométrica: n = 5, a1 = 10, an = 100, q = 101/5

109
Desenho Técnico Mecânico I
Números normalizados
Séries aritméticas:

Série aritmética: n = 5, a1 = 10, an = 100, q = 18

Uma série aritmética de tamanhos resulta em tamanhos pequenos que


estão muito distantes e em tamanhos grandes que estão muito próximos.

110
Desenho Técnico Mecânico I

Números normalizados

• O engenheiro militar francês, Charles Renard (1849-1905) recebeu em 1877a


tarefa de melhorar os balões que o exército usava para observar a posição dos
inimigos.
• Ele descobriu que 425 cabos de tamanhos diferentes estavam sendo usados para
atracar os balões e precisava reduzi-los a um número menor de tamanhos.
• Depois de determinar que a característica relevante o cabo era sua massa por
unidade de comprimento, Renard conseguiu substituir os 425 tamanhos com 17
que cobriam o mesmo intervalo.
• Para isso, ele distribuiu os tamanhos em séries geométricas em que, a cada 5
tamanhos, a massa por unidade de comprimento do cabo era multiplicada por 10.

111
Desenho Técnico Mecânico I

Números normalizados

Série geométrica: n = 5, a1 = 10, an = 100, q = 101/5

a1 a2 a3 a4 a5 a6

1 a a*101/5 a*(101/5)2 a*(101/5)3 a*(101/5)4 a*(101/5)5

2 a 1.5848a 2.5119a 3.9811a 6.3096a 10a

3 10 16 25 40 63 100

1. Série com 5 tamanhos e razão 101/5;


2. Valor de cada termo;
3. Série com a1 =10, n=5 tamanhos e razão q=101/5.

• As séries de Renard foram padronizadas em 1952 pela ISO 3;


• Há uma revisão:
ISO 17:1973-04 - Guide to the use of preferred numbers and of series of preferred
numbers. International Standards Organisation (ISO). April 1973.

112
Desenho Técnico Mecânico I
Números normalizados

Séries de Renard

• Série R5 de 5 elementos
10, 16, 25, 40, 63, 100
• Série R10 de 10 elementos
10, 12.5, 16, 20, 25, 31.5, 40, 50, 63, 80, 100
• Séries R20 de 20 elementos
10, 11.2 12.5, 14, 16, 18, 20, 22.4, 25, 28, 31.5, 35.5, 40, 45, 50, 56, 63,
71, 80, 90, 100
• Séries R40 de 40 elementos
10, 10.6, 11.2, 11.8, 12.5, 13.2, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21.2, 22.4, 23.6,
25, 26.5, 28, 30, 31.5, 33.5, 35.5, 37.5, 40, 42.5, 45, 47.5, 50, 53, 56, 60,
63, 67, 71, 75, 80, 85, 90, 95, 100

• Na escala musical, todo 120 termo da série aumenta a frequência por um


fator de dois, então a razão entre quaisquer duas notas musicais é 21/12 .

113
Desenho Técnico Mecânico I
Tolerâncias e ajustes

Necessidade de um Sistema de Tolerância e ajustes

1. Fabricação de peças em série: precisão controlada para garantir a


intercambiabilidade;
2. É impossível fazer economicamente peças com dimensões exatas devido a:
a. Máquinas e ferramentas imprecisas;
b. Imprecisão na montagem da peça de trabalho e da ferramenta;
c. Erros de medição
d. Etc.
3. Precisão: é o nível de exatidão para garantir o funcionamento de uma
montagem como pretendido.

114
Desenho Técnico Mecânico I
Tolerâncias e ajustes
Finalidade de um Sistema de Tolerância e ajustes

• Definir uma margem aceitável para que a peça possa ser produzida entre 2
limites máximo e mínimo;
• O sistema em que a variação é aceita é chamado sistema de ajustes e os
desvios permitidos são chamados tolerância
• As relações entre as peças de encaixe são chamados ajustes;
• As especificações da tolerância e ajustes é tarefa da engenharia tanto no
projeto como na fabricação
• O desenho da peça ou montagem deve conter as especificações de ajustes e
tolerância para orientar a manufatura e a montagem.

115
Desenho Técnico Mecânico I
Tolerâncias e ajustes
Origem do sistema de tolerâncias e ajustes
• Projeto NBR 6158/1994
• Esta Norma fixa o conjunto de princípios, regras e tabelas que se aplicam à
tecnologia mecânica, a fim de permitir a escolha racional de tolerâncias e
ajustes, visando a fabricação de peças intercambiáveis.
• Características:
‣ Dimensões nominais de até 3150 mm de peças intercambiáveis;
‣ Os termos furo e eixo podem referir-se a uma dimensão interna ou
externa de duas faces paralelas ou planos tangentes de qualquer
peça;
‣ Exemplo, a largura de um rasgo ou a espessura de uma chaveta;
• Também estabelece ajustes entre elementos cilíndricos conjugados e entre
peças que tenham elementos com faces paralelas;
• Objetivos:
✓Estabelecer um conjunto de normas, regras e tabelas;
✓Normalizar e limitar a variação das dimensões de componentes
mecânicos
✓Garantir a intercambiabilidade e funcionamento de peças e
montagens. 116
Terminologia

Dim. máxima (DMax)


Tolerâncias e ajustes

Dim. mínima (DMin) Tolerância do furo

Af. superior(Es)
Dim. nominal (D) Af. inferior(Ei)
Desenho Técnico Mecânico I

Tolerância do eixo
Dim. mínima (dMin)
Af. superior(es)
Dim. máxima (dMax)
Af. inferior(ei)
117
Desenho Técnico Mecânico I
Tolerâncias e ajustes

Terminologia

• Campo de tolerância na representação gráfica de tolerâncias, o campo


compreendido entre duas linhas, representando as dimensões máxima e mínima;
• Afastamento superior(ES: furo, es: eixo): diferença algébrica entre as
dimensões máxima e nominal;
• Afastamento inferior (EI: furo; ei: eixo): diferença algébrica entre as dimensões
mínima e nominal
• Linha Zero: é a linha que representa a dimensão nominal e serve de origem aos
afastamentos fundamentais.
• Ajuste: relação resultante da diferença entre as dimensões dos 2 elementos
antes da montagem.
• Os 2 elementos de uma montagem tem em comum a dimensão nominal.

118
Desenho Técnico Mecânico I
Tolerâncias e ajustes
Tipos de ajustes
Interferência

Folga máxima
Folga mínima
máxima

Interferência
Interferência
mínima

Folga
Dim. nominal (D)

Linha zero

Ajuste com interferência: Ajuste incerto: a Ajuste com folga: a


sempre resulta uma montagem pode montagem sempre
montagem com resultar com folga, se resulta com folga
interferência máxima se o o maior furo é máxima se o maior furo
maior eixo é montado com montado com o é montado com o menor
o menor furo, ou menor eixo ou com eixo ou folga mínima
interferência mínima, caso interferência caso caso contrário.
contrário. contrário.

119
Desenho Técnico Mecânico I
Campos de tolerância para eixos
Positivo
Desvio fundamental

Linha zero

Dimensão nominal
Negativo

Eixos (características exteriores)

120
Desenho Técnico Mecânico I
Campos de tolerância para furos

Linha zero
Positivo
Desvio fundamental

Linha zero

Dimensão nominal
Negativo

Eixos (características exteriores)

121
Desenho Técnico Mecânico I
Grupos de dimensões fundamentais

• Por conveniência, as tolerâncias-padrão e os afastamentos fundamentais não


são calculados individualmente para cada dimensão nominal, mas para
grupos de dimensões nominais;
• O sistema ISO de tolerância e ajustes prevê:
✓20 níveis de tolerância-padrão, designados IT01, IT0, IT1 a IT18 na faixa
de dimensões de 0 a 500 mm (inclusive) e;
✓18 níveis de tolerância-padrão na faixa de dimensão acima de 500 mm
até 3150 mm (inclusive), designados IT1 a IT18.
✓Norma ABNT-NBR-6158 define os grupos de dimensões para eixos e
furos.

122
Desenho Técnico Mecânico I Tab. 1: Tolerâncias fundamentais em µm
Faixas de Graus de tolerância padrão (IT)
dimensões
[mm]
Até e inclusive 3

Acima de 3
Até e incl 6

Acima de 6
Até e incl 10

Acima de 10
Até e incl 18

Acima de 18
Até e incl 30

Acima de 30
Até e incl 50

Acima de 50
Até e incl 80

Acima de 80
Até e incl 120

Acima de 120
Até e incl 180

Acima de 180
Até e incl 250

Acima de 250
Até e incl 315

Acima de 315
Até e incl 400

Acima de 400
Até e incl 500
123
Desenho Técnico Mecânico I
Tab. 2: Valores numéricos dos afastamentos fundamentais para eixos

124
Desenho Técnico Mecânico I
Tab. 3: Valores numéricos dos afastamentos fundamentais para furos

125
Desenho Técnico Mecânico I
Exemplos
Detalhar o o furo 125G9
∅=125 mm
IT=9
Tab. 1: tolerância = 100 µm
Tab. 3: Ei=14 µm
∅Máx = 125 mm + 14 µm+ 100 µm = 125+114/1000 → ∅Máx = 125.114 mm
∅Mín = 125 mm + 14 µm = 125+14/1000 → ∅Mín =125.014 mm

Detalhar o ajuste 125H8m7


∅=125 mm
ITfuro = 8 → Tab. 1: Tolfuro = 63 → Tab 3: Ei = 0
→ ∅MínFuro = 125 mm → ∅MáxFuro = 125.063 mm
ITeixo = 7Tab. 1: Toleixo = 40 µm → Tab. 2: ei = +15 µm
→ ∅MínEixo = 125.015 mm → ∅MáxEixo = 125.055 mm
∅MínFuro - ∅MáxEixo = –0.055 mm → Interferência
∅MaxFuro - ∅MinEixo = +0.048 mm → Folga
Tipo do ajuste: Incerto

126

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