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METODOLOGIAS DO ENSINO SUPERIOR

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METODOLOGIAS DO ENSINO SUPERIOR

SOBRE ESTE CONTEÚDO

Todos os direitos reservados a Abracomex - Associação Brasileira de Consultoria


e Assessoria em Comércio Exterior.

Material teórico didático para subsídio no processo de ensino e aprendizagem.

Professora: Me. Karine Herani Lopes.

Direção por: Marcus Vinícius Franquine Tatagiba.

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METODOLOGIAS DO ENSINO SUPERIOR

SUMÁRIO

INT RODUÇÃO ............................................................................................................. 4

CENÁRIO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL ............................................................................ 5

ENSINO SUPERIOR NO BRASIL ......................................................................................................... 6


CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO SUPERIOR .............................................................. ....... 6
PANORAMA ATUAL DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL ........................................................ 6
LEGISLAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR ................................................................................... 7
ENSINO EAD ......................................................................................... .................... 8
MÉTODO 300 ......................................................................................... .................... 9

PROCESSO DE ENSINO E DIDÁTICA PARA ENSINO SUPERIOR ........................................... 10


CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................................. 10
TEORIAS DE PROCESSO DE APRENDIZAGEM ............................................................................ 10
FUNÇÃO DE ENSINAR ............................................................................................................. 11
O PAPEL DA DIDÁTICA ............................................................................................................. 13
MÉTODOS DE ENSINO ............................................................................................................. 13
ESTRATÉGIA DE ENSINO ............................................................................................................. 14
METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO .................................................................................. 15
ENSINO À DISTÂNCIA ............................................................................................................. 16
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDOS NO ENSINO SUPERIOR ................... 17

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE ............................................................................ 17


PLANEJAMENTO DE ENSINO ............................................................................. ........ 17

ABORDAGEM EAD X PRESENCIAL ....................................................................................... 17


PERFIL DO ALUNO EAD ............................................................................................................. 17
DIFERENÇA DOS ALUNOS EAD E PRESENCIAL .............................................................. ..... 19

CONCLUSÃO .................................................................................................... ............ 19

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 20

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INTRODUÇÃO
“Só sabe ensinar quem sabe aprender.”
Mário Sérgio Cortella.

Ensinar e aprender são ações positivas não há passividade em nenhum dos 2 atos. “O ensino essencialmente
transmissivo, centrado unicamente no conhecimento do professor, é motivo para muitas insatisfações de alunos e
professores” (CAMARGO; DAROS, 2018).

 Como promover inovações nos modos de aprender e ensinar?


 Como tornar os resultados mais positivos?
 O maior desafio atualmente é como engajar os alunos?
 Como se comunicar de fato com eles?

“Não se pode olhar para trás em direção à escola ancorada no passado em que se limitava ler, escrever, contar e
receber passivamente um banho de cultura geral. A nova cidadania que é preciso formar exige, desde os primeiros anos
de escolarização, outro tipo de conhecimento e uma participação mais ativa” (CARBONELL, 2002).
O desenvolvimento de maior participação ativa dos alunos implica em mudança prática efetiva e desenvolvimento de
estratégias que promoveram um aprendizado mais interativo e conectado da realidade e aplicação prática.
Hoje se tem acesso a um enorme volume de informações, compreender e selecionar o que é relevante para aprender
e ensinar é essencial.
É preciso engajar e motivar os alunos a ponto de assumirem uma postura proativa e a responsabilidade por sua
aprendizagem. A antiga postura passiva do aluno de mero receptor de informação está superada completamente. O
ensino anterior era centrado no professor agora é no aluno.
Dois aspectos têm forte influência sobre a educação moderna: o perfil dos alunos e a personalização do ensino.
Com relação a esses dois aspectos cabe destacar:

 Ter conteúdo relevante.


 Ser capaz de desenvolver habilidades para ao século XXI.
 Possibilitar o exercício de exploração.
 Criar a necessidade e o interesse no aprofundamento do tema pelos alunos.
 Promover aprendizado proativo.
 Aumentar motivação para melhoria da qualidade.

Para se garantir um processo de inovação efetivo na educação deve-se:

1. Incluir novos recursos tecnológicos.


2. Estrutura que promova e incentive a interação.
3. Novo modelo de formação docente.
4. Incorporação de novos saberes sem desconsiderar o conhecimento científico clássico.

Teoria + Prática Conhecimento multidisciplinar amplo.

Condições para a aprendizagem Engajamento para aprender conteúdo escolar significativo.

A educação deve se basear em práticas pedagógicas que possibilitem aprendizagem sólida para o aluno possibilitando
enfrentar as mudanças da sociedade atual. “As instituições de ensino precisam organizar, em seus currículos e cursos,
atividades integradoras da prática com a teoria, do compreender com o vivenciar, o fazer e o refletir de forma sistemática,
em todas as áreas e durante todo o processo de profissionalização” (CAMARGO; DAROS, 2018).

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Transdisciplinariedade é uma concepção de relações entre as disciplinas que busca compreender o novo, isto é,
resolver problemas com a coordenação dos conhecimentos científicos. Esse ainda é um caminho a ser percorrido ao
longo do desenvolvimento da educação.
A ideia central das mudanças e inovações é vincular a aprendizagem às necessidades reais e a uma visão global da
realidade. Os resultados atuais nos alertam sobre a necessidade de revermos a prática docente, direcionando a
aprendizagem para um nível de maior motivação e desempenho intelectual.
A Declaração Mundial sobre Educação Superior destaca como as inovações tecnológicas na área da informação e
comunicação terão um impacto ainda maior no modo como o conhecimento é desenvolvido, adquirido e transmitido.
As novas tecnologias já mudaram drasticamente a forma com que se transmite e se constrói o conhecimento. O
propósito é que ofereçam ainda mais oportunidades de renovar o conteúdo dos cursos e métodos de ensino e ampliem
o acesso ao conhecimento e a educação superior. Importante ressaltar que as novas tecnologias impactam o acesso ao
conhecimento, mas não dispensam o docente, esse deve se comunicar de outra forma e tem um papel diferente na
equação do aprendizado, mas não desnecessário, de fato é ainda mais imprescindível, pois somente o docente pode
encurtar o caminho da teoria à prática.
A educação moderna busca desenvolver “conhecimento capaz de enfrentar e resolver problemas e conflitos do
campo profissional e produzir um futuro no qual, a partir da igualdade de fato e de direito cresçam e se protegem as
diversidades conformes as demandas do século XXI” (CAMARGO; DAROS, 2018).
O ensino superior exige tanto o domínio do conhecimento técnico específico como dos procedimentos didáticos, é
essencial compreender a textualidade, coerência, aceitabilidade, intencionalidade e a intertextualidade. Reconhecer o
sentido das palavras, entender o significado apurado das palavras e do texto e compreender a estrutura do texto.
É essencial uma atitude responsiva do leitor isso não implica concordar simplesmente, mas entendê-la, discuti-las,
completá-las e adaptá-las.

CENÁRIO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

REDE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL

Número de instituições de educação superior, por organização acadêmica


e categoria administrativa no Brasil - 2018

Fonte: Elaboração própria com base em dados do Censo da Educação Superior 2018.

Percentual de instituições de educação superior, por categoria administrativa no Brasil - 2018

Fonte: Elaboração própria com base em dados do Censo da Educação Superior 2018.

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Número de ingressos em cursos de graduação, por modalidade de ensino no Brasil - 2008 - 2018

Fonte: Elaboração própria com base em dados do Censo da Educação Superior 2018.

ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO SUPERIOR

Até o século XI o ensino ainda estava muito ligado às escolas religiosas e descentralizado por área de interesse
sem que houvesse uma estrutura formal para desenvolvê-lo, era basicamente realizado pelo clero e tutores ou mentores
e alunos na posição de aprendizes e pupilos em ateliês-escolas de forma muito limitada e extremamente seletiva.
Foi a partir de 1.088 aproximadamente, com a fundação da Universidade de Bolonha, na Itália que se teve a primeira
universidade de estudos pluridisciplinares organizada como conhecemos hoje, ou como conhecíamos antes dos avanços
tecnológicos na área da comunicação.
Ainda que independentes, as universidades que surgiram em série em território europeu dependiam de autorização
do governo e clero para funcionarem. O ensino era concentrado nas áreas que mais intrigavam o homem da época:
fenômenos da natureza e a morte, que eram estudados em “disciplinas” da medicina, astronomia, lógica, filosofia e
artes. O conhecimento estava concentrado em uma pessoa que era o Mestre, responsável por transmiti-lo para os
aprendizes. Alguns modelos criados nesse período ainda persistem como bacharelado, licenciatura, mestrado e doutorado.
No Brasil a primeira universidade pluridisciplinar foi a Universidade do Rio de Janeiro, chamada também de Universidade
do Brasil, fundada em 1792 com a vinda da família Real Portuguesa para o Brasil. O Brasil foi o último país americano
a criar uma universidade. A partir daí o que se viu foi um crescimento constante do ensino superior no Brasil, acompanhado
pela expansão da qualificação acadêmica dos professores e o vertiginoso aumento do número de docentes, consequência
do desenvolvimento do ensino superior e também funcionando como combustível para continuidade desse desenvolvimento.
Universidades são instituições de ensino superior baseadas na tríade: ENSINO - PESQUISA - EXTENSÃO, com
objetivo de transmitir, produzir, aperfeiçoar conhecimento no desenvolvimento de habilidades profissionais.

PANORAMA ATUAL DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

A grande virada na educação superior brasileira se deu com a promulgação da Constituição Federal de 1988,
chamada de Constituição Cidadã, que abriu o ensino à iniciativa privada, definido pelas Leis de Diretrizes e Bases do
Ensino Nacional - Lei nº 9.394/1996, implantando a legislação de avaliação, regulamentação e supervisão do ensino.

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Perfil do Ensino Superior Atual no Brasil:

 O número de cursos à distância aumentou em 51% em relação a 2017.


 O número de vagas do ensino à distância superou pela primeira vez o número de vagas oferecidas em cursos
presenciais.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), em 2018 foram registrados
3.177 cursos na modalidade EAD, 51% a mais que 2017.
Em 2017 o MEC via decreto presidencial flexibilizou as regras para EAD dando mais autonomia para abertura de
pólos EAD.
O ensino superior brasileiro é predominantemente da inciativa privada, com 87.4% das instituições de ensino
superior. O total de cursos oferecidos é de 66,2% da inciativa privada (o que se fala da privatização da educação
brasileira).
Apesar da oferta de vagas ter aumentado significativamente e dos programas governamentais, que visam estimular
o acesso ao ensino superior privado, o Brasil ainda está bem atrás de outros países da América em relação ao número
de matriculados. Agora não nos cabe lamentar pelos atrasos e retrocessos que nos levaram a isso, mas sim, racionalmente
criar estratégias e implementar iniciativas que de fato reflitam em maior escolaridade de qualidade no Brasil.

LEGISLAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

a) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394/1996.


b) Portaria Ministerial nº 4.361/2004.
c) Decreto nº 9.057/2017. Regulamenta o Artigo 80 da Lei nº 9.394/1996, que estabelece as Diretrizes e Bases para
Educação Nacional.
d) Resolução CNE/CES nº 1/2016. Estabelece diretrizes e normas nacionais para a oferta de Programas e Cursos de
Educação Superior na modalidade à distância.

O MEC vem, como política de desenvolvimento, incentivando os cursos na modalidade EAD, justamente por valorizar
a acessibilidade desses cursos para uma gama maior de pessoas em diferentes pontos do país. Mas longe disso,
comprometer a qualidade do ensino, por isso os conteúdos didáticos devem ser elaborados de acordo com padrões
referenciais de qualidade para educação superior à distância, elaboradas pelo Ministério da Educação - Secretaria da
Educação a Distância de 2007.

O conteúdo EAD deve ser elaborado segundo:

 Proposta dialógica.
 Proporcionando o desenvolvimento da autonomia do aluno.
 Propostas estruturadas na hipertextualidade.
 Devem ser claras as competências cognitivas e habilidades que serão desenvolvidas nas aulas.

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O Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017 define educação à distância como “modalidade educacional na qual a
mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias
de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação
compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam
em lugares e tempos diversos” (BRASIL, 2017).

ENSINO EAD

Fazendo uma retrospectiva breve na evolução do ensino a distância, o primeiro caso de EAD foi em Boston,
Estados Unidos, quando um professor de taquigrafia ofertou lições por correspondência, no século XVIII.
Mas foi justamente com o intenso desenvolvimento dos meios de comunicação, especialmente a internet, que a
modalidade EAD ganhou força ao redor do mundo. A internet revolucionou a educação em muitas áreas e diferentes
dimensões, no caso do ensino a distância o impacto foi muito positivo, possibilitando ao aluno receber informações e
interagir rapidamente em ambiente virtual. O primeiro curso 100% online foi ofertado em 1990 pela Jones International
University no Colorado.
A modalidade EAD conquista cada vez mais adeptos por sua conveniência, flexibilidade, rompe barreiras temporais
e geográficas. O ensino superior EAD vem suprir a necessidade de atualização e maior especialização que o competitivo
mercado de trabalho atual exige, visando satisfazer a demanda por formação profissional.
A EAD conquista novos espaços e continua a romper paradigmas. Hoje já são mais de 80 países que adotam a
educação EAD, seja para formação de alunos ou atualização de professores.
A metodologia EAD atende à demanda de profissionais ativos no mercado que buscam especialização e atualização.
A abordagem didática dos conteúdos EAD deve ser bem ajustada ao público-alvo e às demandas profissionais desse
público.
A EAD se tornou extremamente popular de forma geral, mas para a educação corporativa foi um divisor de águas
possibilitando o desenvolvimento contínuo de conhecimento.
As tecnologias da informação continuam a impactar e provocar mudanças na EAD e na educação, possibilitam
aumentar ainda mais as possibilidades de acesso ao conhecimento.
A difusão progressiva da modalidade EAD no Brasil não se deu somente por políticas públicas, mas por demanda
social de instituições e do público-alvo, fomentando o desenvolvimento de ferramentas educacionais para EAD. O
grande desafio com a expansão e aceitação do EAD é o ajuste de metodologias e práticas que atendam aos alunos e
aos professores.
A própria modalidade EAD que é considerada um avanço na educação, evoluiu ao longo dos anos passando dos
cursos por correspondência para os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) com vídeoaula e interação com tutores.
A última geração da pedagogia EAD é baseada no recurso de interação digital que se tem disponíveis como redes
sociais, agregação, sistema de recomendação visando desenvolver habilidades específicas tais como: explorar, conectar
e criar.
Nos dias atuais com todo volume de informação disponível para os alunos a aprendizagem abandonou a “memorização”
de outrora para focar em exploração, conexão, interação, criação, análise crítica e desenvolvimento no aluno da capacidade
de aplicar o conhecimento por si só, de forma crítica, quando for necessário.
Na EAD pelo fato de alunos e professores estarem em locais distintos, o material didático e os recursos tecnológicos
tem uma importância maior que na modalidade presencial. Dessa forma, para que o curso EAD alcance seus objetivos
de ensino é fundamental que o material didático seja elaborado tendo em consideração as especificidades da modalidade
EAD.
O material didático EAD deve ser cuidadosamente elaborado para essa modalidade priorizando o intercâmbio e
interação entre o professor, aluno e as diversas ferramentas de mídia. Um ponto de extrema relevância da EAD, além do
fator democratizador que tem é o seu imenso alcance, inigualável se comparada com salas de aula presenciais. Um
mesmo conteúdo didático pode chegar a um número enorme de pessoas em diferentes lapsos temporais.
Quanto ao material didático o MEC definiu que deve ser adotada a mesma política pedagógica do projeto pedagógico.

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Para modalidade EAD especialmente é preciso deixar claro quais as concepções e percepções acerca do processo
de ensino e aprendizado, porque o conteúdo desse material didático é o principal interlocutor entre o aluno e a IES
(Instituição de Ensino Superior).
Para elaborar conteúdo voltado para EAD e suas características peculiares é essencial compreender que a EAD
tem características próprias e diferenças fundamentais em relação aos cursos presenciais. Um erro crasso, mas comum
é fazer adaptações do material didático de cursos presenciais para EAD. Esses materiais geralmente não alcançam o
público-alvo da EAD porque não interage com eles e não comunica diretamente com eles. Esse é seguramente um dos
fatores que contribui para evasão de alunos na EAD.
O processo de ensino e aprendizagem específicos da EAD devem ser adotados dentro da estrutura pedagógica que
dá suporte ao desenvolvimento do conteúdo.
O material didático tem papel decisivo na EAD porque é através do material didático que o professor mesmo
distante espacial e temporalmente interage com o aluno, por isso é tão importante que seja pensado e elaborado
focando nos objetivos de ensino e aprendizado do modelo EAD.
Acesso em diferentes formatos, como mídias e textos. Há que se ter claramente a acessibilidade real do conteúdo
pelo aluno. Tendo-se em consideração a diversidade cultural e diferentes situações das diferentes regiões do Brasil e do
acesso a internet. É importante fornecer conteúdos de forma estratégica para que se consiga atender às demandas
específicas desse público-alvo EAD.
O conteúdo didático EAD deve estar alinhado ao desenvolvimento de determinadas competências e habilidades
relevantes para seu público-alvo através de mídias que de fato possam proporcionar isso e ainda que sejam compatíveis
com o contexto socioeconômico do aluno.
Cada mídia utilizada deve ser formulada com linguagem e design compatíveis com suas especificidades. Essa é
outra armadilha; disponibilizar o mesmo conteúdo em diferentes mídias, sem que haja uma formulação de material
específico conforme a característica da mídia usada. O que gera repetição dentro do conteúdo didático nada acrescentando
para o aluno. O MEC orienta nos Referenciais de Qualidade que visa garantir a unidade entre os conteúdos e a interação
entre aluno- professor no material didático.
A EAD exige inovação na abordagem pedagógica e as metodologias ativas se apresentam com a melhor forma de
se alcançar o impacto necessário.
É definido por lei que o curso EAD tem o mesmo valor que presencial, não há inferioridade alguma, por ser um
ensino à distância. A qualidade do ensino é e deve ser a mesma.
As metodologias ativas tornam as aulas mais dinâmicas, auxiliando o aluno a gerenciar a própria aprendizagem.

MÉTODO 300

É uma metodologia moderna, elaborada em 2013, ativa e colaborativa, na qual os alunos se ajudam mutualmente
em grupos mistos de alunos de baixo e alto rendimento, dessa forma, se tem uma visível melhoria na performance de
todos. As metas são claramente definidas, promovendo a interação dos alunos e a colaboração produtiva entre eles.
A eficácia desse método já foi comprovada no aumento do rendimento dos alunos; na redução da ansiedade em
provas e construindo competências interpessoais, como empatia, cooperação, lidar com as diferenças.
É uma metodologia muito versátil podendo ser aplicada em diversos cursos e níveis. A diversidade do agrupamento
dos alunos pelo rendimento e não por afinidades é o que intensifica o processo de aprendizagem.

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Na EAD o aluno tem espaço e liberdade para desenvolver a criatividade na exploração e na descoberta no decorrer
do processo de aprendizagem.

PROCESSO DE ENSINO E DIDÁTICA PARA ENSINO SUPERIOR

CONCEITOS BÁSICOS

Didática é a ciência que investiga a teoria e a prática da educação e sua relação com a prática social. É o ramo da
pedagogia que tem por objetivo estudar o processo de ensino e todas as suas variantes. É a técnica para transmitir
conhecimento e informações fazendo bom uso do material existente.
A didática tem um papel decisivo para estimular ou não o aluno; se for apropriada pode transformar desinteresse
pela matéria específica em interesse e no pior dos casos se for inapropriada: o interesse do aluno em completa indiferença.

TEORIAS DE PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Essas abordagens funcionam como diretrizes para ação do professor no processo de ensino e aprendizagem.

São basicamente 4 as Teorias do Processo de Aprendizagem:

a) Abordagem Tradicionalista

Tem uma abordagem menos crítica, também chamada de pedagogia tradicional, a aprendizagem está:
 Centrada na figura do professor.
 Direito de todos e dever do Estado.
 Relação distante aluno – professor.
 Aprendizagem restrita a sala de aula.
 Alunos como receptores de informação.
 Focado no ensino e não na aprendizagem.
 O processo de aprendizagem se dá através da aquisição de informações e conteúdos, seguindo modelos rígidos
pré-definidos.
 Essa abordagem ainda influencia fortemente a educação, entretanto modernamente aliando-se a outras abordagens,
onde o aluno atua de forma mais ativa.

b) Abordagem Comportamentalista

 Centralizada na ideia de que aprendizagem se dá como mudança de comportamento.


 O conhecimento é fruto da experimentação.
 Há mais interação entre os sujeitos envolvidos no processo.
 Aprendizagem voltada para aquisição de novas habilidades.
 A aprendizagem advém de treinamento contínuo.
 Relação indivíduo x ambiente. O ambiente tem grande influência no aprendizado.

c) Abordagem Cognitivista

 Centrada no ato de conhecer, na cognição propriamente dita.


 Estuda cientificamente a aprendizagem como sendo mais que uma produção do ambiente das pessoas ou de
fatores externos do aluno.
 Focada no estudo dos processos cognitivos e na investigação científica.

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 Aprendizado é um processo ativo onde os alunos contribuem.


· Ensino pela descoberta orientada.
· O professor tem papel de mediador.

d) Abordagem Humanista

 Valoriza o sujeito como principal produtor do conhecimento humano.


 O professor é o facilitador da aprendizagem.
 Busca evitar padronizações de metodologias e avalições.
 Respeitando a individualidades.
 Ensino centrado no aluno.
 Funda-se que o processo de ensino e a efetiva aprendizagem dependem da capacidade do docente como mediador,
respeitando-se a personalidade do aluno, a responsabilidade pela aprendizagem também é do aluno. O importante
é aprender a aprender!
 Os modelos científicos não são apresentados como dogmas, são passíveis de reavaliação e reconstrução.

FUNÇÃO DE ENSINAR

Diante do novo contexto social contemporâneo se faz imperativo redimensionar e reorganizar o processo educacional
de forma que esse reflita a realidade da sociedade e do mercado de trabalho. É preciso que o processo educativo se
ajuste a esse novo contexto para que haja comunicação de fato produtiva entre professor e aluno. Quando esse canal de
comunicação se rompe, o processo educacional se perde. Manter-se atualizado o bastante para continuar comunicando
com o aluno é essencial para a posição de professor e sem dúvidas seu maior desafio.
O processo educativo tem que estar em permanente adequação às necessidades dos homens. Não basta priorizar
a reflexão crítica, sem que advenham atitudes reais na vida da sociedade, uma tomada de consciência sobre o aspecto
da vida do indivíduo. Aprender é tomar conhecimento de alguma informação, de desenvolver habilidades através da
observação, experiência e inter-relação, enfim aquisição de conhecimento.
Aprendizagem formal não é a única forma de se adquirir conhecimento; o conhecimento pode ser adquirido por
diversas formas, a relação interpessoal e a experiência de vida em sociedade são fontes de conhecimento. A educação
formal é adquirida através de técnicas e métodos pré-definidas. A posição do aluno deve ser proativo, haver pré-disposição
pessoal para absorção dos conhecimentos e desenvolver habilidade.
A única forma de o professor enfrentar esse desafio é investindo em conhecimento, estendendo pontes e laços de
relação interpessoal. Relacionar-se é a fonte de aprendizagem.
Não há como se padronizar o processo educativo, aprendizagem tem um ritmo próprio e é justamente essa
padronização que se deve evitar. A educação deve estar alinhada aos interesses da sociedade, o esforço do indivíduo
aliado à formação da sociedade.

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A educação envolve relação interpessoal intensa, troca de experiências e conhecimento, não só entre professor e
aluno, mas entre esses e os demais grupos e indivíduos da sociedade. O fator reciprocidade, aplicado em muitas
instituições de ensino ou empresas, aplica técnicas avançadas aliando técnicas de ensino com outras habilidade e
aptidões da inteligência emocional como a empatia.
Hoje em dia se fala muito em empatia, mas afinal o que é empatia? Por empatia se entende a capacidade psicológica
de buscar compreender sentimentos e emoções de outra pessoa, caso estivesse na mesma situação fática que ela.
Para implantar o fator reciprocidade é preciso da tríade: COMUNICAÇÃO – EXPECTATIVA – MOTIVAÇÃO. Baseia-
se na relação indivíduo para indivíduo entendendo o seu papel e o do outro que se estabelece o crescimento e a
produtividade. E quando falamos em educação o fator reciprocidade tem dimensão maior de importância.
“A vontade de saber e entusiasmo por aprender sempre, faz com que a busca do aperfeiçoamento se faça em
conjunto” (OLIVEIRA, 2013, p. 303).
Não há como querer impor o mesmo padrão a todos os meios de ensino, cada um deles presencial ou EAD guarda
especificidades próprias e cabe ao professor desenhar um modelo de curso e didática especial para cada um, respeitando
as especificidades e as otimizando e não as enfrentando como pontos negativos. Diferente não quer dizer pior!
A posição do professor tem que ser ativa e do aluno também, se não ocorre apenas o “ensina-me” e não o “aprenda-
me”. O esforço para transmitir é do professor, mas o de absorver e reter o conhecimento tem que ser do aluno.
Aquele professor que acredita ser o dono absoluto do conhecimento e se coloca em uma posição distante do
aprendiz, sem comunicação com seu aluno, não tem mais espaço. O professor tem que ter sempre em mente que ele
não é a única fonte de conhecimento acessível, mas isso não o torna desnecessário, pelo contrário, ele é ainda mais
necessário porque ele é a ponte entre o conhecimento disponível e o entendimento aplicado, entre a teoria e a prática.
Aprender e ensinar são ações recíprocas e só alcançam seus objetivos quando os dois lados da sala de aula
reconhecem seus valores e tem respeito recíproco. Não há educação com alunos desinteressados e não há ensino com
professores desiludidos. Educação é uma relação interpessoal recíproca.
O professor moderno que se encaixa nesse mundo digital e veloz é aquele que conhecendo a realidade do aluno, dá
ferramentas para que o aluno possa descobrir o resto por si só. O professor é o início do processo do aluno, que aprende
através do pensamento crítico construir seu próprio conhecimento e não um mero receptor passivo de conhecimento. O
centro do processo educacional é o aluno, o objetivo do professor é provocar mudanças nas atitudes do aluno.
É preciso entender que para os alunos a tecnologia já é parte da vida deles.
Confunde-se quem acha que uma aula é um show, os recursos a serem usados têm que se adequarem ao conteúdo
e objetivo da aula. Usar um recurso tecnológico sem propósito é tirar do aluno a chance de se desenvolver. A tecnologia
de ensino é um aliado, entretanto, não pode ser o único recurso do professor, esse deve ter outras habilidades como
didática apurada e boa capacidade de comunicação. A tecnologia tem que ser uma ferramenta de apoio e não o
“expediente central” da aula.
Talvez o maior desafio do docente diante de um mundo tão cheio de estímulos é encontrar meios de engajar os
alunos. Como motivar os alunos a aprender?
Claro que quando se fala em Educação Superior, a necessidade profissional e o mercado competitivo tem um papel
importante na busca por aperfeiçoamento, como o professor pode contribuir para motivar os alunos?

Alguns elementos são comuns a todos os professores bem avaliados pelos alunos:

 Professores que mantém comunicação, ferramentas e acompanham linguajar e os termos acessíveis aos alunos.
 Professores que priorizam o processo de ensino e aprendizagem como uma construção conjunta entre professores
e alunos.
 Nada supera o professor que de fato tem domínio teórico e prático do que ensina.

Aquele professor de outros tempos que sabe tudo, infalível já não tem muito espaço entre alunos da era digital da
comunicação onde a informação está a um clique de distância de todos.
Como equalizar essa educação digitalizada altamente tecnológica de algumas áreas geográficas com aquelas
ainda tão rudimentares das áreas menos privilegiadas do mapa? Por isso que padronizações de abordagem e
desenvolvimento tendem a ser muito ineficientes.

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Os professores – dinossauros da sala de aula:

 “Não há nada mais que eu possa aprender”, mais que o aluno o professor tem que ser um constante estudante e
amante da inovação.
 “O aluno crítica porque não sabe nada”, é importante saber ouvir críticas e feedbacks, digeri-los, filtrar o que de
fato é desconhecimento e o que é plausível e buscar meios de corrigir os erros, melhoria contínua é a palavra de
ordem de todo profissional da era digital.
 Aquele que acredita que só há um jeito certo de fazer as coisas e esse jeito é sempre o jeito próprio.
 Condiciona boa aula a equipamentos, equipes profissionais, infraestrutura etc.
 Selecionar categoria de alunos que vai ensinar.
 Falta de comprometimento com o que foi definido para o curso.
 Saber lidar com sarcasmo, ironia e cinismo.

Inovação é palavra de ordem no mundo todo e em todas as áreas, e a educação não é diferente.

O PAPEL DA DIDÁTICA

Didática estuda as estratégias de ensino, da aplicação da metodologia e das estratégias de aprendizagem.


O objetivo da Didática é a atividade de sala de aula, tenha ela um quadro negro ou uma tela de computador.

MÉTODOS DE ENSINO

São ações desenvolvidas pelos professores que objetivam organizar as atividades de ensino. São infinitas as
possibilidades e felizmente estão em permanente evolução.
Método unidirecional: O professor tem um papel ativo de detentor do conhecimento e o aluno um papel passivo
de receptor do conhecimento. Esse é o método mais tradicional, mas vem passo a passo se mostrando menos eficientes
que as metodologias mais interativas. É essencial trabalhar a aprendizagem com estratégia.
Pesquisas apontam que o aprendiz é feito não nasce pronto, não há aluno com habilidades natas, aprender é algo
que se aprende e pratica. Constatação que impõe ainda mais responsabilidades para o professor e para o aluno. Através
da prática consciente, dedicação e estratégia se podem aprimorar habilidades e desenvolver o conhecimento mais
rápida e eficientemente. Todos podemos ser melhores em ser melhor (BOSER, 2018).

Formas de aprimorar a habilidade de aprender:

1. Organizar os objetivos: estabelecer os objetivos reais, isto é, alcançáveis e claramente definidos.


2. Pense em pensamento: meta-conhecimento.
3. Reflita no aprendizado.

Quando o aluno assume uma postura proativa e “aprende a aprender” otimiza o aprendizado. Essas posturas mais
ativas, seja do professor como do aluno têm impactado fortemente os métodos de aprendizagem, tornando cada mais
a sala de aula um espaço vivo, dinâmico e participativo de aprendizagem.
A ideia tradicional de sala de aula com um professor falando e escrevendo no quadro enquanto os alunos passivamente
ouvem foi completamente superada pelo uso de novas tecnologias de comunicação. A sala de aula moderna pode ter
alunos ensinando os demais alunos; alunos aprendendo com atividade e ferramentas tecnológicas e até mesmo um
professor para alunos que ouvem, mas a abordagem é outra o professor não mais o único detentor do conhecimento e
juntamente com os alunos, colaborativamente produz conhecimento.
Atualmente é pacífico que métodos baseados puramente em ler e ouvir são menos eficazes se não combinados
com a prática de falar e fazer.

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METODOLOGIAS DO ENSINO SUPERIOR

Inúmeras formas inovadoras de ensino foram introduzias ao longo dos anos até mesmo metodologias empresariais
vêm sendo adaptadas e aplicadas ao processo educativo no Ensino Superior como: Design Thinking, Games, Modelos
Canvas.

ESTRATÉGIA DE ENSINO

O que motiva a aprendizagem são os problemas cotidianos, os desafios e conflitos intelectuais, os desequilíbrios
constantes que ocorrem entre o que conhecemos e o que ainda existe ou precisa ser conhecido.
A tendência é cada vez mais o aluno assumir uma postura ativa no processo de ensino e aprendizagem, esse
valorizando as interações sócioculturais como parte do processo de aprendizagem.

Para que qualquer estratégia de aprendizagem tenha resultado é essencial dois requisitos:

 O aluno precisa querer aprender.


 O conteúdo tem que ter relevância.

Não há uma estratégia ideal, o que se tem é sempre uma combinação de estratégias que atendem às necessidades
do caso específico. São muitas as estratégias de ensino aplicáveis ao Ensino Superior e a constante mudança que se
impõe ao universo da educação tem trazido um enorme número de estratégias inovadoras para melhor servir a esse
universo novo com novas perspectivas e objetivos.
A sala de aula de hoje não é mesma de antes, o conhecimento não está nas mãos do professor; a relação aluno -
professor não é mais a mesma de antes. Diante desse novo cenário as estratégias mais tradicionais sozinhas não
atendem mais aos objetivos da educação moderna. Obviamente não se tornaram completamente inúteis, mas para
alcançarem resultados pretendidos devem ser aliadas as estratégias modernas, elaboradas e construídas já com base
na nova realidade da educação.
Seria missão impossível tratar de todas as estratégias disponíveis, nessa oportunidade iremos nos ater as estratégias
de maior relevância para a prática da docência atual.
As estratégias podem ser individuais, coletivas ou mistas.

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Gamificação da Educação Superior

Como são muitos os recursos tecnológicos de informação disponíveis (TICs) essa diversidade por vezes os torna
subaproveitados pelo docente, que precisa se envolver nesse universo para, conhecendo os recursos, poder selecionar
aqueles que melhor podem servir para o resultado pretendido na sala de aula.
A prática tem mostrado como o uso da gamificação como ferramenta pedagógica atua de forma positiva para
aumentar o engajamento dos alunos, tornando o processo de aprendizagem mais instigante e interativo, otimizando os
resultados e facilitando o aprendizado tanto dos alunos quanto a atuação dos professores.
O perfil tanto do aluno como do professor mudou ao longo dos anos e em razão da forma globalizada de acesso à
informação que a tornou facilmente acessível a qualquer pessoa em qualquer lugar. Esse fato transformou as necessidades
dos alunos, dos professores e da educação como um todo.
O professor de hoje tem que ser essencialmente multidisciplinar com conhecimento nas áreas da pedagogia,
psicologia, comercial e áreas especializadas.
O uso da gamificação na educação visa um maior envolvimento, interação, cooperação e colaboração entre os
sujeitos no sentido de facilitar a absorção de conhecimento.
Gamificação é o “uso de ideias e mecânicas dos jogos em um contexto não diretamente relacionado com jogos,
para engajar usuários a resolver problemas” (LUG, 2015).
Todos os esforços são no sentido de aumentar o desenvolvimento cognitivo dos alunos objetivando melhorar a
assimilação do aprendizado utilizando-se de técnicas aplicadas nos games.

METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO

É aquela na qual o aluno conduz o processo de aprendizagem, a finalidade é criar alunos mais independentes,
capazes de com as ferramentas dadas conduzir aprendizagem contínua. O professor não se torna desnecessário no
processo de aprendizagem, mas tem seu papel redimensionado de detentor do conhecimento para condutor, tutor do
aluno, cabendo a ele provocar e orientar o ensino e da avaliação do conteúdo aprendido.

Três modelos de metodologias de ensino ativas vêm sendo difundido em diversas instituições gerando resultados
positivos, são elas:

a) Aprendizagem baseada em problemas

O ensino é focado na solução coletiva de um problema teórico, método essencialmente colaborativo, o aluno
aprende no processo de resposta e a compreensão da questão que está envolvido nela.
O educador é guia dos alunos no processo de solucionar um problema prático, apontando erros e acertos. Os
recursos para resolução do problema também são disponibilizados pelo professor como livros, softwares e etc.

 Cenário apresentado aos alunos.


 Identificação da situação.
 Criação de hipótese.

b) Aprendizagem baseada em equipes

Aprendizagem se dá com o compartilhamento de ideias ou desenvolvimento de uma solução em grupo. A atividade


coletiva e com definições claras sobre a atividade de cada membro do time serve para o aluno aprender sobre sua
atividade e com as ações de demais membros do grupo construindo conhecimento. O grau de interatividade é alto.

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c) Aprendizagem baseada em projetos

Aprendizagem com a prática experimentativa com efetiva criação de produto constrói uma solução por meio de
entrega de produto ou apresentação. Essa metodologia proporciona aprendizagem de conhecimento global.
Cada metodologia de ensino é apropriada para um objetivo que se prenda, como por exemplo: Aprendizagem
baseada em equipes é mais apropriada para grupos interdisciplinares de alunos em que o professor trabalha mais
próximo dos alunos.
A escolha da metodologia a ser aplicada é um dos aspectos mais importantes no planejamento do curso ou
disciplina, tem grande impacto no resultado da aprendizagem e de toda experiência de aprendizagem do aluno. Não há
metodologia melhor ou pior, há a que melhor se ajusta àquele grupo de alunos. Depois de implementar um método
específico é preciso medir o quanto ele foi eficaz. Qualquer que seja a modalidade de ensino; seja EAD ou presencial.

ENSINO À DISTÂNCIA

No caso do ensino à distância há que se ter em consideração aspectos de grande relevância e impacto sobre a
metodologia de ensino. Nesse caso, não há como lidar com distrações do aluno na elaboração do material didático e na
preparação da aula, tem que se ter em mente os aspectos especiais de cada ambiente de ensino, se virtual (requer
preparo próprio como veremos mais a frente) ou presencial.
Deve-se adequar metodologia e material à plataforma.
O aluno de EAD deve ter sempre um papel ativo no próprio aprendizado, assim como instituições e professores
devem atuar ativamente no desenvolvimento e implementação de técnicas de engajamento, mantendo atualizadas as
ferramentas eficientes, para isso há que se manter um sistema de métrica para avaliar, quais ferramentas são mais
eficientes. Os indicadores de desempenho precisam estar pré-definidos para possibilitar a melhoria contínua da qualidade
de ensino “quem não gerencia não evolui”.
Os desafios da modalidade EAD representam uma boa oportunidade para quebrar antigos paradigmas e aperfeiçoar
o processo de ensino e aprendizagem.
Não como dizer que a modalidade EAD é o futuro da educação, a revolução já se fez, a realidade da educação já foi
reinventada, não como negar que o universo da educação está em outro patamar, sem dúvida democratizando o acesso
ao conhecimento, possibilitando a todos ainda que distantes dos epicentros tradicionais e mais evoluídos de produção
de conhecimento terem livre acesso as mais atualizadas informações. Aliás, a EAD descentralizou o conhecimento,
não se concentrando mais em grandes centros como antigamente. Criando oportunidades “iguais” para o desenvolvimento
pessoal, profissional e da sociedade de forma geral.

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COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDOS


NO ENSINO SUPERIOR

Após a análise feita podemos elencar algumas habilidades e competências primordiais tanto para aluno como
professores no processo de aprendizagem do Ensino Superior, são elas:

 Habilidades de lidar com diferenças culturais.


 Empatia.
 Determinação.
 Capacidade de observação do ambiente.
 Disciplina.
 Síntese.
 Gestão de Tempo.
 Gestão de Emoção.

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE

PLANEJAMENTO DE ENSINO

Grade Curricular é o conjunto de disciplinas que compõem o curso, descreve nome de cada disciplina, carga
horário, objetivo da disciplina, ementa, bibliografia básica e complementar e designação do professor.
Ementa é o conjunto dos tópicos a serem tratados na disciplina.
O planejamento é essencial em qualquer modalidade de ensino, presencial ou EAD. Nesse planejamento que
serão definidos elementos, substâncias para o processo de aprendizagem e ensino que devem estar alinhados conforme
explicitado anteriormente a modalidade, ao grupo de alunos, a localidade, aos objetivos traçados. No planejamento
todos os aspectos do processo devem estar definidos e ajustados entre si, da metodologia aos métodos de avaliação.

Elementos essenciais:
 Objetivo;
 Conteúdo;
 Metodologia;
 Recursos de Ensino;
 Avaliação.

ABORDAGEM EAD X PRESENCIAL

PERFIL DO ALUNO EAD

Hoje totalizam 4 milhões de alunos EAD no Brasil (ABED/2017), e o crescimento é certo para o próximo ano e para
os anos que ainda estão por vir.

 57,5% Mulheres;
 Alunos de 31 a 41 anos.

O cenário do EAD mostra que 57,5% dos alunos são mulheres, mas antes que nos precipitemos em uma conclusão
é importante ressaltar que essa não é uma verdade absoluta, o fato é que a maioria dos cursos oferecidos são cursos
mais requisitados por mulheres.

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Fonte: http://abed.org.br/censoead/analise_3_.pdf

Fonte: http://abed.org.br/censoead/analise_3_.pdf

Estão em sua maioria em 3 momentos profissionais:

 Jovens chegando ao mercado de trabalho.


 Profissionais buscando atualização.
 Pessoas de mais idade buscando novas oportunidades e aprimoramento.

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DIFERENÇA DOS ALUNOS EAD E PRESENCIAL

A principal discrepância entre esses dois grupos de alunos são as formas diferentes de lidar com aprendizagem
como frisamos na EAD a postura do aluno é (e deve ser!) mais proativa como não há horários rígidos, também mais
comprometidos com o processo de aprendizagem. Já na tradicional modalidade presencial a lição do professor não
poderá ser acessada após a aula somente anotações.

O ALUNO EAD:

 Precisa interagir através das ferramentas como chats, fóruns e mensagens para otimizar o processo e a qualidade
de aprendizagem.
 Proativo, maior autonomia no aprendizado.
 O professor é orientador do estudo.
 Planejamento do estudo é fundamental, na modalidade presencial isso cabe ao professor, na modalidade EAD cabe
ao aluno.
 O aluno EAD pode interagir a qualquer momento com colegas, professores e tutores, não tendo horário fixo para
expor dúvidas.
 Tem conhecimento básico de tecnologia.
 Relaciona-se melhor com a diversidade.

O ALUNO PRESENCIAL:

 É mais verbal e visual com a presença física do professor.


 O aprendizado envolve convivência social.
 Comunicação mais limitada.
 Turmas mais culturalmente similares por advirem do mesmo local.

CONCLUSÃO

A evolução humana está diretamente ligada à evolução do conhecimento científico e de como são produzidos,
transmitidos e aprimorados esses conhecimentos.
O ensino superior como todos os aspectos da vida humana sofreram ao longo das últimas décadas forte impacto
dos avanços tecnológicos e vem buscando não somente se transformar para absorver toda essa tecnologia, mas para
otimizar o processo de aprendizado; para isso, está aumentando a acessibilidade ao conhecimento de forma instigante
e útil, prática, que não somente serve para instruir o homem culto, como para auxilia-lo a desenvolver competências e
habilidades que o colocarão em uma posição mais favorável no tão competitivo mercado de trabalho atual. O conhecimento
aplicado para solucionar problemas atuais reais é a chave para o ensino superior moderno.
Tanto aluno quanto professor desempenha hoje papéis distintos dos tradicionalmente esperados. O professor deixou
para trás a palmatória e hoje trabalha em cooperação com os alunos na função de guiar o aluno em seu aprendizado. O
aprendizado também se transformou deixando de ser um esforço do professor, o aluno passou a ter um papel mais ativo
dentro do processo e maior responsabilidade pelo resultado final.
Nesse cenário de mudanças e aprimoramento as técnicas, metodologias, métodos e conceitos foram reavaliados e
aprimorados em seu conteúdo ou em sua forma de aplicação.
A metodologia EAD já é uma realidade da qual não há como se esquivar e não há como retroagir: EAD é o presente
da educação e seguramente o futuro. O futuro da educação se dará através de ferramentas e metodologias EAD,
aplicando ferramentas de outras áreas como empresarial ou de jogos para impulsionar a fome de saber!

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REFERÊNCIAS

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maio de 2018. Disponível em: <https://hbr.org/2018/05/learning-is-a-learned-behavior-heres-how-to-get-better-
at-it>. Acesso em: 13 de janeiro de 2020.

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Nacional. Diário Oficial da União. Brasília/DF, 20 dez. 1996.

BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Regulamenta o Art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União.
Brasília/DF, 25 mai. 2017.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 1, 11 de março


de 2016. Estabelece Diretrizes e Normas Nacionais para a Oferta de Programas e Cursos de Educação
Superior na Modalidade a Distância. Brasília/DF: MEC/CNE, 11 mar. 2016.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da
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CAMARGO, Fausto; DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar
o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.

CARBONELL, Jaume. A aventura de inovar: a mudança na escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

FILANTRO, Andrea; CAVALCANTI, Carolina Costa. Metodologias inov-ativas na educação presencial,


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LUG, André. Afinal, o que é Gamificação?! Publicado em 2015. Disponível em: <https://andrelug.com/
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OLIVIERI, Maria de Fátima Abud; OLIVIERI, Marisa Aparecida; BALLABEN, Carlos Roberto. Didáticas e
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Autor, 2016.

SILVA, Adriene Sttéfane; MALUSÁ, Silvana; SANTOS, Adriana Omena. Teorias de Aprendizagem na
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REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

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BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de Aula Invert!da: Uma Metodologia Ativa de Aprendizagem.
São Paulo: LTC, 2016.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2014.

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