Você está na página 1de 21

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
POLO NOVA CRUZ

Ana Karoline Pedro de Lima

AS TECNOLOGIAS DIGITAIS INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO


COGNITIVO EM CRIANÇAS DE 04 A 08 ANOS:
Mito ou realidade?

Nova Cruz | Rio Grande do Norte


2017
Ana Karoline Pedro de Lima

AS TECNOLOGIAS DIGITAIS INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO


COGNITIVO EM CRIANÇAS DE 04 A 08 ANOS:
Mito ou realidade?

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para obtenção do título de licenciatura
no Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, sob a orientação do Professor Ms.
Helder Pacheco de Medeiros.

Nova cruz | Rio Grande do Norte

2017
5

AS TECNOLOGIAS DIGITAIS INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO


COGNITIVO EM CRIANÇAS DE 04 A 08 ANOS:

Mito ou realidade?

LIMA, Ana Karoline Pedro de1

RESUMO

A presente pesquisa traz como temática uma discussão relevante no cenário educacional,
tendo como ponto chave a tecnologia, a qual ora é tratada como vilã pelos educadores, ora
tratada como nova possibilidade dentro das práticas pedagógicas. A reflexão acerca das novas
tecnologias como ferramenta pedagógica, a qual possibilita aos professores um processo de
formação continua, além de articular a construção de uma nova metodologia de ensino, onde
as mídias tecnológicas podem e devem ser tratadas como recursos didáticos eficazes no
processo de ensino-aprendizagem. Questões importantes como o professor percebe essas
novas tecnologias na sua prática docente e como as famílias lidam com essas mídias digitais
dentro de casa, serão questões tocadas dentro desta pesquisa. Neste artigo ainda serão
abordadas as questões ligadas ao desenvolvimento cognitivo dos alunos, e como as novas
tecnologias podem influenciar este desenvolvimento. A metodologia utilizada para embasar
esta pesquisa partiu de uma revisão bibliográfica sobre o tema, onde foram contemplando os
eixos norteadores para o desenvolvimento deste artigo. É necessário um rompimento com essa
aversão as novas tecnologias, muitas vezes presentes nas práticas de nossos educadores,
transformando o que é desafio em possibilidade de transformar práticas tradicionais em
práticas inovadoras.

Palavras-chave: Tecnologia. Cognição. Educação.

ABSTRACT
1
Graduanda do Curso de Pedagogia– Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Polo Nova
Cruz/RN- limaanakaroline@gmail.com
6

The present research brings as a theme a relevant discussion in the educational scenario,
having as key point the technology, which is now treated as villain by educators, now treated
as a new possibility within pedagogical practices. Reflection on new technologies as a
pedagogical tool, which enables teachers a continuous process of formation, in addition to
articulating the construction of a new teaching methodology, where technological media can
and should be treated as effective didactic resources in the teaching process -learning.
Important questions as the teacher perceives these new technologies in their teaching practice
and how families deal with these digital media in the home will be questions touched within
this research. In this article, the issues related to students' cognitive development will be
addressed, and how new technologies can influence this development. The methodology used
to support this research was based on a bibliographical review on the theme, where the
guiding axes for the development of this article were considered. It is necessary to break with
this aversion the new technologies, often present in the practices of our educators,
transforming what is a challenge in the possibility of transforming traditional practices into
innovative practices.

Keywords: Technology. Cognition. Education.

INTRODUÇÃO

Historicamente o homem busca novas tecnologias que contribuam para o seu


desenvolvimento, isso acontece desde os primórdios da civilização, na educação não seria
diferente, visto que é um campo vasto para o desenvolvimento de experiências que visem
contribuir para o desenvolvimento humano.

Ao longo de seu desenvolvimento a educação foi adaptando-se as novas tecnologias


que surgiram e fazendo com que as mesmas contribuíssem para o desenvolvimento das
práticas educativas. Atualmente temos uma vasta gama de mídias digitais em prol da
otimização da educação, o desafio do educador é saber utilizá-las de forma eficiente para que
as mesmas possam contribuir de forma decisiva no processo ensino-aprendizagem.

Através da perspectiva de uma educação voltada para a educação digital, observando


que as crianças do Século XXI, são denominados nativos digitais, pois desde muito cedo tem
contato com as tecnologias disponíveis em seu ambiente familiar. Frente a essa realidade cabe
suscitar a seguinte questão sobre esta problemática: As tecnologias influenciam o
desenvolvimento cognitivo das crianças entre 04 e 08 anos? Para responder a essa indagação
se fez necessário um estudo profundo sobre a temática, afim de trazer a luz respostas que
possam ser satisfatórias para esta pesquisa.
7

O objetivo principal desta pesquisa é analisar como as mídias digitais influenciam o


aprendizado das crianças entre 04 e 08 anos, e como os educadores podem fazer dessas mídias
instrumentos pedagógicos que venham a facilitar a aprendizagem deste público. Os objetivos
específicos norteadores desta pesquisa são: Compreender como as crianças lidam com as
novas tecnologias; observar como as práticas educativas tem se adaptado as novas tecnologias
da informação; perceber se realmente as tecnologias são aliadas do professor no processo
ensino-aprendizagem.

Durante a pesquisa percebeu-se que há algumas décadas vem acontecendo um


processo de mudança e inovação no campo da educação que tem sido alvo de estudos de
educadores e
pesquisadores como Fullan (2002), Huberman (1973), Correia (1989), Hernandez et al (2000),
Thurler (2001), Cardoso (2003). Observa-se, também, os primeiros trabalhos relativos à
inovação educacional, no Brasil, provém de Saviani, Ferretti, Wanderley, Goldenberg e
Krasilchik organizados por Garcia em 1985. Através do olhar destes teóricos esta pesquisa
buscará contribuir para um conhecimento mais profundo sobre educação e mídias digitais.

No decorrer desta pesquisa será contemplado o processo de inserção das mídias


digitais na educação do Brasil, como também a forma como os educadores estão sendo
preparados para lidar com essas novas tecnologias, e se realmente as mídias influenciam na
aprendizagem de crianças em idade entre 04 e 08 anos. Para a realização deste artigo se fez
necessário uma pesquisa bibliográfica que contemplou as temáticas contempladas.

2 AS NOVAS TECNOLOGIAS NO CAMPO DA EDUCAÇÃO

A discussão em torno da melhoria da educação e da inserção das novas tecnologias em


sala de aula vem tomando grandes proporções dentro das instituições de ensino. A busca por
um ensino de melhor qualidade na educação básica está disposta em vários documentos
oficiais, onde diversos programas são desenvolvidos buscando oferecer aos alunos um ensino
inovador e de qualidade, seja na esfera federal, estadual ou municipal.

Existe muitos apontamentos em torno da melhoria da qualidade do ensino através do


uso das novas tecnologias, questões ligadas ao fato delas serem realmente aliadas no processo
ensino-aprendizagem, ou de nada contribuir como recurso pedagógico em sala de aula.
Segundo Castells (1999), nossa sociedade pode ser denominada de sociedade em rede, pois
8

segundo o autor não existe limites para as informações. Para outros autores contemporâneos
de Castells, denominam esse movimento de informações de era das conexões. Assim, amplia-
se mais o conceito em torno das mídias digitais, e consequentemente traz um novo olhar para
a educação e para os recursos pedagógicos que são utilizados em sala de aula.

Ao refletir-se não apenas sobre as inovações tecnológicas, mas de que forma elas
podem contribuir para a melhorias da qualidade da educação básica, em especial a oferecida
pelas redes públicas de ensino, sem dúvida o professor está frente a diversos desafios, nos
quais encontram-se os desafios estruturais, os financeiros e os educacionais. Para que as novas
tecnologias têm efetiva participação na educação brasileira é necessário investir em internet
para as escolas públicas, profissionais capacitados para dar suporte ao desenvolvimento
pedagógico que esteja pautado no uso das mídias digitais e uma manutenção contínua destes
recursos. Porém, vale salientar que em algumas unidades de ensino já existe de forma tímida
este trabalho com as mídias digitais.

Muitas são as indagações a respeito das mídias digitais na educação básica, entre as
quais estão: Será que os educadores estão preparados para lidar com as novas mídias digitais
em sala de aula? O currículo atende das escolas atendem o uso das novas tecnologias, ou se
faz necessário um novo currículo? Diante destes e outros questionamentos, é notável a
importância do professor neste processo de inserção das mídias em sala de aula. Em
documento oficial o Ministério da Ciência, Tecnologia e inovação, faz o seguinte
apontamento:

Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que


treinar pessoas para o uso das tecnologias de informação e
comunicação: trata-se de investir na criação de competências
suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação afetiva
na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no
conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em
seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja
em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas.
Trata-se também de formar os indivíduos para ‘aprender a aprender’,
de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e
acelerada transformação da base tecnológica (BRASIL, 2000, p.45).

Com base nesta vertente Alarcão (2001), ressalta que é necessária uma formação
contínua dos professores, pois é preciso que estejam sempre em formação, em contato com o
mundo das novas tecnologias, que se transformam rapidamente. De acordo com a autora,
existe a necessidade que as escolas compartilhem nos seus espaços formativos a reconstrução
de concepções, de forma que os professores possam transpor didaticamente a utilização das
9

diversas tecnologias disponíveis, fazendo do aprendizado algo interessante para os alunos,


saindo das rotinas pedagógicas baseadas apenas em livros e lousa.

Frente a esta nova realidade tecnológica é possível perceber que existe um grande
sentimento de angústia por parte de alguns professores, que se sentem ameaçados pelas
tecnologias que invadem cada dia mais os espaços escolares. De acordo com Ponte (2000), é
necessário entrelaçar as tecnologias a pedagogia, mesmo que este seja um processo longo,
para tal o autor destaca a atitude dos professores frente a esta nova realidade:

[...] Alguns olham-nas com desconfiança, procurando adiar o máximo


possível o momento do encontro indesejado. Outros usam-nas na
sua vida diária, mas não sabem muito bem como as integrar na sua
prática profissional. Outros ainda, procuram usá-las nas suas aulas
sem, contudo, alterar as suas práticas. Uma minoria entusiasta
desbrava caminho, explorando incessantemente novos produtos e ideias,
porém, defronta-se como muitas dificuldades como também
perplexidades. (PONTE, 2000, p.2)

De acordo com o que foi dito por Ponte (2000) se faz necessário rever as práticas
pedagógicas, pois este é o caminho para atender as necessidades da educação. É preciso que
as novas tecnologias sejam percebidas como possibilidade de ampliação dos recursos
didáticos, a fim de possibilitar aos alunos uma educação inclusiva no mundo digital.

2.1 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS

Adaptar-se enquanto educadores a gama de tecnologias que surgem e que são


incorporadas a educação, é muitas vezes um desafio para os professores, que precisam estar
constantemente em formação, para atender as novas demandas do processo de ensino. De
acordo com Moraes (1999), nosso mundo é pequeno e grande ao mesmo tempo, no que tange
a rede de computadores, assim é difícil controlar o fluxo de informações, sendo desta forma o
maior desafio para educação que é transformar essas informações através da criatividade em
conhecimento crítico.

Castells (2002), descreve bem esse novo momento da educação dentro da realidade
das novas tecnologias, observando que as tecnologias educacionais são fruto das
transformações econômicas mundiais e que essas tecnologias surgem para atender o mercado.
A partir dessa fala do autor pode-se conceituar a tecnologia educacional, como sendo o uso
dos equipamentos tecnológicos aplicados no processo ensino aprendizagem, em um campo de
conhecimento que busca sempre novas metodologias.
10

A educação é um campo do conhecimento que busca sempre novas formas de ensinar


significativamente para os alunos, assim a mesma não pode negar o encantamento das
crianças e dos adolescentes frente as novas tecnologias, sendo necessário interagir nesse
mundo digital.

Para isso a educação necessita de um sentido, e os educadores precisam


acreditar em si mesmos, nos valores que defendem, ou seja, ter as convicções
de suas ideias. Sendo assim, é extremamente relevante uma formação
eficiente do professor, que deve estar aberto às mudanças, aos novos
paradigmas, os quais os obrigarão a aceitar as diversidades, as exigências
impostas pela sociedade que se comunica através de outro formato de
linguagem; de um universo cultural cada vez mais amplo e tecnológico.
(ANAIS ELETRÔNICOS, 2014).

Valente (1993), ressalta que as tecnologias educativas são ferramentas educacionais,


que quando bem utilizadas são capazes de produzir transformações relevantes no processo
ensino aprendizagem. Apesar de ter conhecimento da necessidade do acesso as novas
tecnologias, vale ressaltar que vários são os fatores que fazem a escola resistir a entrada das
inovações tecnologias, entre as quais pode-se observar a falta de recursos, infraestrutura
inadequada, quantidade de material muitas vezes insuficiente, imposição por parte dos órgãos
superiores, são os principais fatores de resistência das escolas. Estes fatores interferem
consideravelmente junto à disposição dos educadores frente as novas tecnologias.

É necessário que os educadores mudem sua postura pedagógica, principalmente no


que diz respeito a construção e democratização do conhecimento, fazendo-se necessário que
os mesmos dominem o uso da informática e que possam transformá-la em recurso
pedagógico, afirma Pocho (2003). Corroborando com esta ideia do autor citado, Brito e
Purificação (2012), diz que há uma necessidade real que os educadores se comprometam com
o processo educativo e se lancem à produção e assimilação das inovações de caráter
pedagógico, a fim de gerar mudanças significativas para que ensina e para quem aprende,
aproveitando o espaço escolar para gerar mudanças, e que as novas tecnologias que veem para
contribuir com a educação não sejam vistas apenas como expressões da modernidade sem
expressão.

2.2 OS DOCENTES E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Percebe-se ao dialogar com alguns docentes, em especial aqueles que possuem muito
tempo de sala de aula, uma certa relutância em aceitar o uso das novas tecnologias em sala de
aula. Dentro desse universo que os mesmos não se encontram preparados para lidar com as
11

transformações que essa nova metodologia e/ou ferramenta pedagógica pode trazer para a
educação. Assim, observando o universo educacional percebe-se que essas tecnologias
voltadas para a educação promovem uma aproximação entre a produção de conhecimento e ao
destinatário, tornando o acesso a informação mais rápida e fácil para os usuários destas
tecnologias.

Desta forma, compreende-se que a escola não é a única responsável pela transmissão
de conhecimento, pois existem outras fontes de transmissão presentes na vida dos alunos,
entre as quais encontram-se sites, jornais, periódicos eletrônicos entre outras fontes de
informação. A partir desta perspectiva Dentro dessa nova realidade é possível se perguntar até
que ponto os métodos tradicionais de ensino são capazes de suprir as necessidades dos nossos
alunos neste novo cenário de um universo de informações.

As Tecnologias da Informação e Comunicação são ferramentas importantes


que permitem ao professor promover a interação entre os conteúdos
trabalhados em sala e as outras formas de conhecimentos que podem ser
estendidas, além do espaço de sala de aula. (ANAIS ELETRÔNICOS, 2014)

Observa-se que boa parte dos educadores utilizam as tecnologias apenas em algum
momento de sua vida profissional, não a incorporando como uma ferramenta pedagógica que
contribuiria significativamente para o exercício de sua atividade docente. Muitos profissionais
ainda veem as novas tecnologias como sendo “parafernália eletrônicas”, as quais os mesmos
apenas as utilizam para não serem considerados ultrapassados, afirma Brito e Purificação
(2012).

Em contrapartida a essa realidade citada, temos as escolas que infelizmente não


possuem tecnologias disponíveis para transformar o aprendizado para seus alunos em algo
mais prazerosos e significativo. Dentro da realidade das escolas públicas ainda é escasso esses
materiais tecnológicos, porém isso não impede de muitos professores transformarem sua
realidade e a dos seus alunos, muitas vezes levando até seu material de uso pessoal para a
escola.

3 O USO DA TECNOLOGIA NA SALA DE AULA

Falar de uso da tecnologia em sala de aula é algo muito comum atualmente, as


crianças e adolescentes estão cada vez mais ligados as novas transformações que acontecem
no mundo através das informações transmitidas via internet, muitas vezes em tempo real.
Podemos dizer que as novas tecnologias são janelas abertas para mudanças, sejam estas
12

mudanças voltadas para os alunos ou para os professores que necessitam estar em


consonância com essa nova realidade que se faz cada vez mais presente, seja na sala de aula
ou no dia a dia das escolas e das famílias.

Deve-se entender que as novas tecnologias estão diretamente ligadas a disseminação


de informações, o que remete às TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), aos quais
estão ligadas à rede mundial de computadores e aos meios utilizados para obter-se alguma
informação. De acordo com a ideia de Leopoldo (2004, p.13) “As novas
tecnologias surgem com a necessidade de especializações dos saberes, um
novo modelo surge na educação, com ela pode-se desenvolver um conjunto de
atividades com interesses didático-pedagógica”.

Dentro desse contexto, de um mundo repleto de informações cabe ao professor o papel


de orientar os alunos sobre onde e como buscar informações confiáveis que possam contribuir
para a construção do conhecimento.

Os discentes precisam de orientações e acompanhamento dos


docentes, para aprender a pesquisar, transformar as informações adquiridas,
tanto as científicas, quanto as que vivem cotidianamente, aliando os recursos
tecnológicos que possuem e assim refletir e compreender os acontecimentos
da sociedade.( LEOPOLDO, 2004, p.15)

Os professores e as escolas precisam enfrentar o desafio do novo modo de educação,


que tem a presença da tecnologia como sendo mais um instrumento a favor do conhecimento,
desta forma, se faz necessário que os professores levem para a sala de aula a tecnologia
disponível na sua unidade de ensino.

A educação em suas relações com a Tecnologia pressupõe


uma rediscussão de seus fundamentos em termos de
desenvolvimento curricular e formação de professores, assim
como a exploração de novas formas de incrementar o processo
ensino-aprendizagem. (CARVALHO, KRUGER, BASTOS,
2000, p. 15).

Alguns autores observam a necessidade da formação dos professores frente as novas


tecnologias que se inserem em sala de aula. Esta necessidade encontra-se no que se refere as
TIC’s, como aos computadores e até mesmo os celulares que estão presente na vida dos
alunos cada vez mais cedo, essa necessidade de preparação dos professores vem ao encontro
dos alunos estarem familiarizados com o uso destas tecnologias bem cedo dentro do seu
âmbito familiar.

As tecnologias contempladas pelos professores durante as aulas podem estabelecer um


elo entre os mesmos e os alunos, entre os conhecimentos acadêmicos e aqueles que se aprende
13

na vivência da docência, além de propiciar ao professor e ao aluno troca de conhecimentos,


assim as novas tecnologias são aliadas no exercício da educação. Violin (2012) apresenta a Tv
e o pendrive como sendo um instrumento fácil de usar e que facilita o cotidiano de
aprendizagem:

A TV e o pendrive, pode ser pensada como uma aliados nesse


sentido, pois é um objeto presente no cotidiano do aluno que
prende vários de seus sentidos no momento de transmissão. [...]
Pensando de forma educativa, podemos utilizar esse recurso
para transmitir conteúdos selecionados como objetivo de alargar
a visualização de um problema a ser estudado. (VIOLIN, 2012, p.345).

As ferramentas citadas tornam-se fortes aliadas do professor quando estes são capazes
de fazer delas suas aliadas, o uso desses recursos didáticos permite que o professor trabalhe
música, filmes, imagens entre outras que tornem o aprendizado mais dinâmico. Quando esses
recursos são voltados para o público infantil os recursos áudios visuais tornam-se ainda mais
atrativos e a possibilidade de o professor transmitir conhecimento torna-se maior e mais
significativa para quem está aprendendo.

3.1 COMO AS NOVAS TECNOLOGIAS ESTÃO CONTRIBUINDO PARA UMA


MUDANÇA SIGNIFICATIVA NA SALA DE AULA?

É fato que quando os professores levam as novas tecnologias para as salas de aula, o
aprendizado torna-se mais significativo, pois estas estão presentes na vida dos alunos e são
utilizadas por eles cotidianamente. Observa-se hoje, na educação que o ensino aprendizagem
tem mudado, pois deixou-se de transitar em um modelo de ensino baseado em conteúdo para
ir ao encontro de um ensino voltado ao desenvolvimento de competências.

Como pano de fundo para essas mudanças pedagógicas encontramos a utilização das
novas tecnologias em sala de aula, sendo estas usadas com a finalidade não apenas de
incrementar as aulas, mas de ajudar a melhorar o entendimento dos alunos em determinados
momentos da aula. Corroborando com está ideia Arias Ortiz e Cristian (2014), diz que é
evidente através do empirismo perceber que o uso das tecnologias possibilita resultados
significativamente superior aos métodos tradicionais de ensino, que ficam presos apenas ao
uso dos recursos didáticos comuns como livro didático e caderno.

Um dos grandes avanços da ciência do século XX ligados ao homem foi compreender


como se dão os processos cognitivos, os processos mentais, a percepção e da memorização, o
que culmina nos seus reflexos neurológicos, esses estudos deram base no século XXI aos
14

estudos do desenvolvimento das ciências da aprendizagem. A pesquisa cognitiva tem


demonstrado que o processo de aprendizagem é mais eficaz quando contempla essas cinco
características: a participação ativa do aluno, a aprendizagem cooperativa, a interação através
do feedback, a interação com o mundo real e o professor como orquestrador das práticas
pedagógicas.

Alguns pioneiros nas pesquisas ligadas a ciência da aprendizagem estão se dedicando


a exploração de como as novas tecnologias podem contribuir para a efetiva aprendizagem.
Olhando para a estrutura das salas de aulas tradicionais percebemos que estas oferecem pouco
apoio para a efetiva aprendizagem dos alunos, em especial os novos alunos que estão
inseridos neste mundo digital, o qual são denominados “nativos digitais”.

3.1.1 O ALUNO PARTICIPA ATIVAMENTE DA CONSTRUÇÃO DO SEU


CONHECIMENTO

As novas teorias contemporâneas ligadas aos processos de aprendizagem e os novos


pensadores da educação concordam que para melhorar a aprendizagem dever-se-ia prestar
mais atenção aos protagonistas do processo ensino aprendizagem “o aluno”, e como se
poderia conseguir que estes participassem mais ativamente da construção do seu
conhecimento, não limitando-se apenas com o que o professor trabalha em sala de aula, indo
ao encontro de seus próprios anseios enquanto seres humanos, que buscam melhorar seus
próprios conhecimentos.

Com as novas mudanças em torno da educação, espera-se que através dos novos
parâmetros estabelecidos, os mesmos estimulem a autonomia dos alunos a ter um papel
fundamental na sua educação, onde sejam também priorizados os trabalhos em equipe que
estimule a troca de conhecimentos mutuamente, unindo um conjunto de competências.

Segundo Bakia, Murphy, Anderson e Trinidad (2011), é fato que os estudantes


aprendem mais facilmente quando fazem uso de novas tecnologias para criar novas formas de
compreensão de conteúdos por si mesmos, ao invés de se comportarem como meros
receptores de conteúdos desenvolvidos por outros, assim não possuindo significância para os
mesmos. Apesar, da aprendizagem ativa poder ser desenvolvida na sala de aula com o uso ou
sem de tecnologia, é certo que a possibilidade de ter a integração de ferramentas tecnológicas
neste processo torna-o mais prazeroso para os alunos, assim sendo ele vai dedicar-se mais ao
15

proposito proposto pelos professores, que também devem dominar o uso das ferramentas
tecnológicas.

4 A TECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Desde muito cedo as crianças têm contato com algum aparelho eletrônico, a utilização
da tecnologia cada vez mais precocemente e frequentemente, vem levantando
questionamentos sobre o desenvolvimento afetivo, cognitivo e social das crianças, já que na
maioria das vezes as crianças substituem os contatos reais por amizades virtuais, dando
preferência aos jogos virtuais em detrimento as brincadeiras tradicionais que promovem uma
interação social real.

De acordo com Previtale (2006), esse envolvimento no campo virtual privam as


crianças de expressar publicamente seus sentimentos, aflições, desejos no mundo real, com
isso, elas tendem a se isolar dentro de casa, já que as tecnologias disponíveis suprem suas
necessidades imediatas.

As crianças contemporâneas encontram-se cada vez mais dentro de casa, seja por
fatores ligados a segurança, seja por terem em suas casas um acesso ao mundo virtual que
contempla as amizades e também as atividades ligadas a escola. Diante desta realidade
Hanaver (2005) diz que cada vez mais as pessoas estão deixando de sair de casa para ter um
contato real interpessoal, para ficarem trancadas em suas residências teclando com pessoas do
mundo virtual.

De forma silenciosa a tecnologia vem substituindo hábitos tradicionais que envolvem


a interação do homem com outros homens e com o meio ambiente, esses novos hábitos da
vida moderna acabam impedindo que se estabeleçam um vínculo afetivo, mesmo entre os
familiares, o que nesse sentido, a ausência de natureza emocional dificultam que as crianças
desenvolvam a cognição dentro do âmbito escolar, pois o desequilíbrio entre aspectos afetivos
e cognitivos tendem a comprometer o desenvolvimento escolar das crianças.

4.1 A TECNOLOGIA E SUA INFLUÊNCIA SOBRE O DESENVOLVIMENTO


FÍSICO E COGNITIVO DAS CRIANÇAS
16

O mundo moderno e suas tecnologias tem feito com que as crianças troquem as
brincadeiras clássicas de interação pessoal e de desenvolvimento físico, por jogos eletrônicos
que nada favorecem o desenvolvimento físico e psicológico das crianças, o que provoca o
isolamento social das mesmas, o que vem a comprometer cada vez mais crianças pelo
fenômeno da obesidade infantil causados pelo sedentarismo de uma vida pautada em
dispositivos eletrônicos.

Segundo Macedo apud Garmes e Moura (2014), as crianças antes do advento da


tecnologia tinham práticas de atividades saudáveis dentro de sua rotina, o que consistia em
brincadeiras ao ar livre, onde as mesmas gastavam energia praticando atividade físicas
brincando, porém hoje nossas crianças estão imersas a um mundo virtual e tecnológico, que
em nada favorecem a saúde dos mesmos, causando-lhes doenças que antes só eram
encontradas em adultos, entre as quais a obesidade e a hipertensão. O que podemos observar
na fala do autor é que se essas novas tecnologias não forem bem dosadas dentro do universo
doméstico, essas podem causar sérios danos à saúde das crianças.

A utilização indiscriminada das tecnologias pelas crianças, provocam o desequilíbrio


psicológico e físico, o quais potencializam o isolamento social através do sedentarismo. Esse
fenômeno da modernidade causa ansiedade, embotamento afetivo, despersonalização,
depressão entre outras doenças ligadas ao psíquico.

O nível de atividade física das crianças tem demonstrado que a tecnologia


tem ganhado espaço no mundo das crianças e vem diminuindo a atividade
física na infância. As crianças vêm se tornando cada vez mais sedentárias por
hábitos como assistir televisão, jogar vídeo game, usar computador.
(MACHADO, 2011, p. 13).

As crianças do mundo contemporâneo já nascem em mundo ditado pelas tecnologias


digitais, com isso, a comodidade e as facilidades desta realidade provocam doenças
psicológicas, o que vem a provocar nas mesmas dificuldades de relacionamento e de conviver
com diferentes modos e costumes. Essa realidade favorece entre as crianças a ideologia de
qualidade de vida ligada aos aparelhos eletrônicos.

Mesmo nos espaços escolares faltam atividades que favoreçam a psicomotricidade das
crianças, as quais são extremamente necessárias para estimular as relações interpessoais e a
criatividade de forma dinâmica, recuperando o espaço perdido das brincadeiras coletivas e da
convivência social e familiar.
17

4.2 A TECNOLOGIA E SEU PAPEL NO APRENDIZADO DAS CRIANÇAS

Apesar de ser notório que as tecnologias podem apresentar consequências negativas na


vida das crianças, temos também o contraponto de que as crianças que lidam com as
tecnologias desde de cedo tendem a ser mais inteligentes, isso pode ser percebido na
habilidade referente a escrita, já que existem uma necessidade de escrever para mandar
mensagens.

De acordo com Guerra (2014), uma pesquisa realizada no ano de 2005 confirmou que
as crianças hoje são melhores escritoras que as das gerações passadas, pois são capazes de
utilizar estruturas frasais bem mais complexas, possuem também um vocabulário mais amplo
e fazem uso mais corretos de letras maiúsculas e minúsculas.

Contrapondo-se a ideia que as tecnologias não contribuem para o desenvolvimento e


aprendizado das crianças, a tecnologia bem dosada em casa e na escola torna-se uma aliada no
desenvolvimento educacional das crianças.

As tecnologias, em todos os tempos, alteram as formas de retentiva e


lembrança, funções usuais com que os homens armazenam e movimentam
suas memórias humanas, seus conhecimentos. Na atualidade, as novas
tecnologias de comunicação não apenas alteram as formas de armazenamento
e acesso das memórias humanas como, também, mudam o próprio sentido do
que é memória. Através de imagens, sons e movimentos apresentados
virtualmente em filmes, vídeos e demais equipamentos eletrônicos de
comunicação, é possível a fixação de imagens, o armazenamento de
vivências, sentimentos, aprendizagens e lembranças que não necessariamente
foram vivenciadas in loco pelos seus telespectadores. (KENSKI, 1997, p.59).

De acordo com o autor, por conta do uso exagerado da tecnologia na infância,


futuramente ocorrerá um grande problema de armazenamento de memória das pessoas, é fato
que a mente humana seleciona o que considera importante e exclui o que considera não ser
importante. Para que não haja um colapso de informações o ser humano criou vários
dispositivos que imitam a mente humana.

As novas tecnologias ajudarão de forma efetiva o aluno, quando estes


estiverem na escola e nesse momento eles se sentirão estimulados a buscar e
a socializar com esses recursos de forma a melhorar seu desempenho escolar.
Essas ferramentas tecnológicas além de facilitar o acesso aos novos
conhecimentos servem também de base para novas adaptações aos sistemas
variados de transmissão de conhecimento de maneira a melhorar, transferir e
transformar fatores complicados em algo mais acessível e sedimentado,
transformando a teoria em prática. (SOUZA, 2008, p. 2).

Este pressuposto exposto nos revela que quando a tecnologia é usada de forma correta
e adequada traz benefícios para as crianças, estimulando a curiosidade de descobertas em um
18

mundo cheio de possibilidades. Quando a tecnologia é usada para o estímulo, ela favorece o
relacionamento interpessoal entre os alunos e mantém o foco nas atividades escolares, as
quais devem sempre ser supervisionadas pelo professor, que também será beneficiário em sua
prática pedagógica.

4.3 PROJETO EDUCACIONAL QUE INCLUAM A TECNOLOGIA TRAZIDA


PELOS ALUNOS, EM SALA DE AULA COMO UMA AÇÃO MEDIADORA NO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Em toda sala de aula quase cem por cento dos alunos tem acesso a algum tipo de
tecnologia, entre os quais celulares, reprodutores de MP3 ou MP4, entre outros aparelhos. A
partir desta realidade devemos pensar como trabalhar essas tecnologias a favor do processo
educativo. Para tal, é necessário que exista um esforço coletivo entre equipe pedagógica,
professores e alunos. Segundo Ramos (2012, p. 12) afirma em sua fala “primeiro, seria
necessário conscientizar os alunos de que as tecnologias que trazem a sala de
aula podem ser muito úteis para trabalhar os conteúdos aplicados pelos
professores e incentivar seu uso.

A conscientização dos alunos para o uso dos aparelhos eletrônicos em sala de aula
deve partir não da proibição, mas do diálogo fazendo com que os alunos percebam que ao
usar esses tipos de aparelhos pode perder a concentração. Para Ramos (2012, p. 12) diz:

Interessante organizar oficinas e palestras em relação a temática ao uso de


tecnologias em sala de aula, para que os alunos estejam informados sobre a
importância e a diferença que as tecnologias que trazem a sala podem
proporcionar em relação ao ensino e aprendizagem. Ou ainda, incentivar o
uso das tecnologias através de pesquisas sobre o conteúdo apresentados, com
músicas que trabalham a temática dada, com filmagens de aulas e eventos,
assim como também trabalhar bastante com imagens.

A função do professor é estimular no aluno a necessidade de pesquisar, para tal deve-


se desenvolver neles uma visão reflexiva e crítica em relação ao conteúdo trabalhado em sala
de aula, nesse momento a tecnologia é sua aliada, pois vai ajuda-los nas pesquisas acerca do
que está sendo trabalhado.

A pesquisa é muito importante na relação dos alunos com aquilo que


vivem cotidianamente e com o que aprendem no colégio. Portanto, o
professor
deve incentivar o uso dos recursos tecnológicos, além de textos, livros,
revistas e etc. O professor precisa ensinar o aluno a fazer pesquisa
19

sociológica e científica, pressupondo conceitos, temas, teorias e métodos,


para melhor
compreensão e explicação dos fenômenos sociais, incorporando a tecnologia
que o aluno traz na sala de aula, foco central do artigo, como mediador no
ensino e na aprendizagem. (RAMOS, 2012, p. 13).

É preciso que o professor lance um olhar de pesquisador sobre os alunos, pois estes
não chegam vazios à sala de aula, aquilo que os alunos trazem do dia-a-dia para dentro da sala
de aula, tais como conflitos e problemas, chegam imbuídos de senso comum, o qual é uma
pesquisa prévia, método e teoria, porém de suma importância para construção de uma
pesquisa científica.

Os conhecimentos prévios dos alunos serão o ponto de partida para a construção e


implantação de um projeto educacional coletivo, o qual inclua a tecnologia trazido de casa
pelos alunos em sala de aula, na qual seria a mediadora do ensino-aprendizagem, incentivando
a pesquisa científica, a reflexão, a crítica e solução dos conteúdos proposto em sala de aula,
como também os problemas trazidos pelos alunos.

5 METODOLOGIA

De acordo com Minayo (2002, p.16-17), a metodologia é o caminho do pensamento e a


prática exercida na abordagem da realidade. Ainda segundo a autora pesquisa consiste em
uma “atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa
que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente a realidade do mundo. Portanto, embora
seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação”

5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Segundo Gil (2007) a pesquisa bibliográfica consiste em investigações sobre


ideologias ou aquelas que se propõem a uma análise de diversas posições acerca de um
problema determinado. Corroborando com a definição de Gil, Fonseca fala:

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando
referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a
resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
20

As referências bibliográficas contribuem para o entendimento do tema proposto pelos


pesquisadores, a fim de contribuir para seu melhor entendimento.

5.2METODOLOGIA DE PESQUISA DIALÉTICA

O método dialético é uma possibilidade de caminho na construção do saber científico


no campo das ciências humanas. Esse método de pesquisa possibilita ao pesquisador se
conhecer e perceber-se na construção do conhecimento de um objeto de pesquisa, que se
constrói e (des)constrói na interação do sujeito com o objeto.

Segundo Gil (1994), no emprego do método dialético é empregado a pesquisa


qualitativa, a qual considera que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto
social; as contradições se transcendem dando origem a novas contradições que requerem
soluções.

5.3 TÉCNICA DE PESQUISA QUALITATIVA

Para Bicudo e Espósito (1994), a pesquisa qualitativa tem um fascínio especial que
representa o envolvimento do pesquisador com sua pesquisa. Neste tipo de estudo, busca-se
os significados dos eventos vividos pelos sujeitos, obtidos através de expressões claras sobre
as percepções que tem daquilo que está sendo pesquisado e que são expressões descritas pelo
pesquisador, pelo próprio sujeito que as percebe.

A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos,


aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis. (MINAYO, 2002, p.21-22).

O pesquisador deve estar atento para lançar um olhar científico para seu objeto de
estudo, procurando não se envolver emocionalmente com sua pesquisa.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o processo de pesquisa para construção deste artigo, percebeu-se a
necessidade que a educação tem de adequar ao uso das novas tecnologias em sala de aula,
porém a implantação da mesma ainda não é uma realidade de algumas escolas brasileiras, seja
21

por falta do material, seja pelo não preparo dos profissionais da educação para lidar com essa
nova realidade.
Infelizmente, nossos professores ainda têm alguma resistência ao uso das novas
tecnologias em sua metodologia, alguns por não saber manusear esses novos elementos,
outros por simples aversão ao novo. Porém, as novas tecnologias são uma realidade e devem
ser bem aproveitadas no processo de ensino-aprendizagem, pois sabemos que desde de muito
cedo as crianças já manuseiam com destreza de nativos digitais várias tecnologias que se
encontram dentro de suas casas.
No decorrer da revisão bibliográfica encontramos falas de pesquisadores que
comprovando que as tecnologias quando bem utilizadas dentro de um contexto de incentivo a
pesquisa são aliadas dos professores, mas como toda e qualquer metodologia deve ser pensada
e bem executada para poder ter o resultado esperado. Porém, é necessário que exista nos
alunos a consciência do uso adequado das tecnologias no momento das aulas, onde as mesmas
não podem nem devem ser motivo de distração, mas uma forma de adquirir conhecimento
através da pesquisa.
Olhar para o horizonte e perceber que as tecnologias estão cada vez mais presentes
na nossa vida, no nosso dia-a-dia, no desenvolvimento cognitivo de nossos alunos, nos faz
perceber o quando a educação vem mudando e como devemos estar em consonância com
estas mudanças, para atender as novas demandas e necessidades dos nossos alunos e nos
aperfeiçoar enquanto profissionais.

7 REFERÊNCIAS

ALARCÃO, Isabel. (Org.). Escola Reflexiva e a Nova Racionalidade. Porto Alegre:


Artmed, 2001.
BRASIL, MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Sociedade da informação
no Brasil: Livro Verde. TAKAHASHI, Tadao(Org). Brasília: Ministério da Ciência e
Tecnologia,2000. Disponível em:< http://www.inst-informatica.pt/servicos/informacaoe-
documentacao/biblioteca- digital/gestao-e-organizacao/BRASIL_livroverdeSI.pdf>.
Bakia, M., Murphy, R., Anderson, K., & Trinidad, G. (2011). International Experiences
with Technology inEducation: Final Report. Washington, D.C.: U.S. Department of
Education. Documento mimeografiado.
CASTELLS, M. A sociedade em Rede. A era da informação: economia, sociedade
e cultura. V. 2 3 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
22

CORREIA, J A. Inovação Pedagógica e Formação de Professores. Porto. Edições


ASA. 1989.
CARVALHO, Marilia G.; Bastos, João A. de S. L., Kruger, Eduardo L. de A./
Apropriação do conhecimento tecnológico. CEEFET-PR, 2000. Cap.
Primeiro
FULLAN, M. Los nuevos significados del cambio en la educación. Barcelona.
Octaedro. 2002.
GARCIA, W. E. (org). Inovação Educacional no Brasil. Problemas e perspectivas. 3a
Edição. Campinas: Editora dos Autores Associados. 1995.
GARMES, A; MOURA, M. Obesidade Infantil: a doença do milênio. Cienciaetec. Disponível
em: http//cieciaetec.wordpress.com. Acesso: 25 de set. 2017.
GOLDBERG, M. A. A. Inovação educacional: a saga de sua definição. In: GARCIA W. E.
(Org.).Inovação educacional no Brasil: Problemas e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1995.
GUERRA, Raissa. Até que ponto a tecnologia faz mal a infância? Tecmundo. Disponível em:
http//www.tecmundo.com.br/estilo-de-vida/32723-ate-que-ponto-a-tecnologia-faz-mal-a-
infancia-htm. Acesso: 27 de set. 2017.
HANAVER, F.J. Impactos da informática nas relações humanas. 2005.
HERNÁNDEZ, F.; SANCHO, J. M.; Aprendendo com as Inovações nas Escolas. Porto
Alegre: Artmed,2000.
KENSKI, Vani Moreira. Novas tecnologias: o redimensionamento do espaço e do tempo e os
impactos no trabalho docente. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro: nº 8, 1997.
LEOPOLDO, Luís Paulo- Novas Tecnologias na Educação: Reflexões sobre
a prática. Formação docente e novas tecnologias. LEOPOLDO, Luís PauloMercado
(org.).- Maceió: Edufal, 2002. Cap. 1 Leopoldo, Luís Paulo/ Formação
docente e novas tecnologias. 2002
MACHADO, Y. L. Sedentarismo e suas Consequências em Crianças e Adolescentes.
Muzambinho, 2011.
MORAES, Raquel de Almeida. Informática na educação. Rio de Janeiro: DPA,
1999.
PONTE, João Pedro da. Tecnologias de informação e comunicação na formação de
professores: Que desafios? Revista Ibero-Americana de Educación. OEI. N. 24,
septiembre / diciembre, 2000.
PREVITALE, Ana Paula. A importância do brincar. Campinas: UNICAMP, 2006,
23

RAMOS, Márcio Roberto Vieira. O USO DAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA.


Revista Eletrônica: LENPES-PIBID de Ciências Sociais- UEL. ED. Nº 02, Vol. 01, jul-dez,
2012.
THURLER, M. G. Inovar no interior da escola. Porto Alegre. Artmed, 2001.
VALENTE, José Armando. ALMEIDA, Fernando José. Visão analítica da informática na
educação no Brasil: a questão da formação do professor, disponível em:
http://www.professores.uff.br/hjbortol/car/library/valente.html , acessado em 15 de
agosto/2017.
VIOLIN, Fernando Augusto. A utilização da TV Pendrive no ensino de
Sociologia como possibilidade da aprendizagem significativa. Artigo
apresentado no II Seminário de Estágio de Licenciatura de Ciências Sociais da
Universidade Estadual de Londrina. 2011/ Sugestões de ensino de Sociologia /
(organizadora) Ângela Maria de Sousa Lima... [et al.]. – Londrina: UEL, 2012.

Você também pode gostar