Você está na página 1de 27

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

RONDÔNIA – CAMPUS COLORADO DO OESTE


CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

JEAN CARLOS DA SILVA RIBEIRO

DESENVOLVIMENTO FISIOLÓGICO E PRODUTIVIDADE DE


HÍBRIDOS DE TOMATEIROS CULTIVADOS EM SUBSTRATOS NO
SISTEMA SEMI-HIDROPÔNICO NO CONE SUL DE RONDÔNIA

COLORADO DO OESTE
2019
JEAN CARLOS DA SILVA RIBEIRO

DESENVOLVIMENTO FISIOLÓGICO E PRODUTIVIDADE DE


HÍBRIDOS DE TOMATEIROS CULTIVADOS EM SUBSTRATOS NO
SISTEMA SEMI-HIDROPÔNICO NO CONE SUL DE RONDÔNIA

Trabalho de Conclusão de Curso como


requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Agronômica, do
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Rondônia.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Aurélio


Anequine de Macedo

Co-orientador: Prof. Dr. Alice Maria


Dahmer da Silva

COLORADO DO OESTE
2019
Resumo

RIBEIRO, Jean Carlos da Silva. Desenvolvimento fisiológico e produtividade de


híbridos de tomateiros cultivados em substratos no sistema semi-hidropônico
no cone sul de Rondônia. 2019. XX f. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharelado
em Engenharia Agronômica – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Rondônia – Campus Colorado do Oeste, Colorado do Oeste –Rondônia.

O experimento foi desenvolvido no Setor de Produção Vegetal I do IFRO - Campus


Colorado do Oeste/RO. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente
casualizado (DIC), contendo 6 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram
compostos por três tipos de substratos: fibra de coco (FC); casca de arroz carbonizada
(CAC); 50% fibra de coco / 50 % casca de arroz carbonizada e dois híbridos de tomate:
Fascínio e HS1188. Para o cultivo utilizou-se vaso plástico de 8 litros e solução
nutritiva recomendada para a cultura do tomate em cultivo semi-hidropônico. No
resultado das médias entre substratos e cultivares, os valores não apresentaram
diferenças significativas para altura do primeiro cacho (APC), número de cacho (NC)
e Brix. Os resultados foram significativos para as cultivares, independente dos tipos
de substratos, em relação à altura da planta (AP), número de fruto por cacho (NFC)
com 9,4 und/planta na cultivar HS 1188 cultivada em fibra de coco, massa fresca do
fruto (MFF) com valor de 118,28 g/fruto na cultivar Fascínio cultivada em fibra de coco,
diâmetro transversal de 54,82mm na cultivar Fascínio cultivado em fibra de coco,
diâmetro longitudinal de 76,05mm na cultivar HS 1188 cultivada em casca de arroz
carbonizada e produtividade total (PT) de 128,2 t/ha-1 na cultivar HS 1188 cultivada
em substrato de fibra de coco. Para cultivo em vaso, o produtor pode utilizar qualquer
um dos substratos elencado no trabalho, podendo fazer a mistura dos substratos para
o cultivo.

Palavras-chave: Casca de arroz carbonizada. Fibra de coco. Tomate.


ABSTRACT

Ribeiro, Jean Carlos da Silva. Physiological development and yield of tomato


hybrids grown on substrates in the semi-hydroponic system in the southern
cone of Rondônia. 2019. XX f. Course Conclusion Bachelor of Agricultural
Engineering - Federal Institute of Education, Science and Technology of Rondônia -
Campus Colorado do Oeste, Colorado do Oeste - Rondônia.

The experiment was developed in the Plant Production Sector I of IFRO - Colorado do
Oeste Campus / RO. The experimental design was completely randomized (DIC),
containing 6 treatments and 4 repetitions. The treatments were composed of three
types of substrates: coconut fiber (FC); charred rice husk (CAC); 50% coconut fiber /
50% charred rice husk and two tomato hybrids: Fascínio and HS1188. For cultivation
we used 8 liter plastic pot and recommended nutrient solution for tomato cultivation in
semi-hydroponic cultivation. In the result of the averages between substrates and
cultivars, the values did not present significant differences for height of the first bunch
(APC), number of bunch (NC) and Brix. The results were significant for the cultivars,
regardless of substrate types, in relation to plant height (AP), number of fruit per bunch
(NFC) with 9.4 und / plant in cultivar HS 1188 cultivated in coconut fiber. fresh fruit
(MFF) valued at 118.28 g / fruit in the cultivar Fascínio cultivated in coconut fiber,
transverse diameter of 54.82 mm in the cultivar Fascínio cultivated in coconut fiber,
longitudinal diameter of 76.05mm in the cultivar HS 1188 cultivated in charred rice husk
and total yield (PT) of 128.2 t / ha-1 in cultivar HS 1188 cultivated on coconut fiber
substrate. For pot cultivation, the producer can use any of the substrates listed in the
work, and can mix the substrates for cultivation.

Keywords: Charred rice husk. Coconut fiber. Tomato.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Formulação da fertirrigação utilizada durante o cultivo..............................17


Tabela 2 - Formulação para preparo de solução estoque de micronutrientes............17
Tabela 3 - Valores diários do acionamento da fertirrigação.......................................18
Tabela 4 - Tratamentos utilizados na avaliação dos híbridos de tomate e
substratos...................................................................................................................19
TABELA 5. Quadrados médios na análise de variância nas características
agronômicas de altura de planta (AP), altura primeiro cacho (APC), fruto por cacho
(NFC), número de cacho (NC), massa fresca fruto (MFF) e produtividade total (PT) em
quatro colheitas, cultivado em sistema semi-hidropônico. IFRO, Colorado do Oeste -
RO, 2019....................................................................................................................20
TABELA 6. Média das características agronômicas de altura de planta (AP), altura
primeiro cacho (APC), fruto por cacho (NFC) e número de cacho (NC) em quatro
colheitas de tomate, cultivado em sistema semi-hidropônico. IFRO, Colorado do Oeste
RO, 2019..............................................................................................................,,....21
TABELA 7. Média das características agronômicas de diâmetro longitudinal e
diâmetro transversal em quatro colheitas de tomate, cultivado em sistema semi-
hidropônico. IFRO, Colorado do Oeste - RO,
2019.........................................,,,................................................................................22
TABELA 8. Média das características agronômicas de massa fresca fruto (MFF),
produção total por planta (PTP), produção total por hectare (PT) e Brix° em quatro
colheitas de tomate, cultivado em sistema semi-hidropônico. IFRO, Colorado do Oeste
- RO,
2019............................................................................................................................23
LISTA DE ABREVIATURAS

AP Altura de planta
APC Altura primeiro cacho
CAC Casca de arroz carbonizada
cm Centímetro
CV Coeficiente de variação
DAS Dias após semeadura
DAT Dias após transplantio
FC Fruto por cacho
g grama
ha hectare
kg quilograma
L litro
M2 Metro quadrado
MFF Massa fresca fruto
min minuto
mL mililitro
mm milímetro
NC Número de cacho
NFC Número de fruto por cacho
PT Produtividade total
PTP Produção total por planta
t tonelada
und unidade
LISTA DE SIGLAS

CEAGESP Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo


IFRO Instituto Federal de Rondônia
RO Rondônia
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................9
2 REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................10
2.1 CULTIVO DO TOMATEIRO ..............................................................................11
2.2 CULTIVO EM VASOS E USO DE SUBSTRATOS ...........................................12
2.3 SUBSTRATO DE FIBRA DE COCO .................................................................13
2.4 SUBSTRATO DE CASCA DE ARROZ CARBONIZADA ...................................13
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................14
3.1 ÁREA EXPERIMENTAL ....................................................................................14
3.2 AMBIENTE DE CULTIVO..................................................................................15
3.3 HÍBRIDOS DE TOMATE ...................................................................................15
3.4 SUBSTRATOS E RECIPIENTES ......................................................................16
3.5 PRODUÇÃO DE MUDAS ..................................................................................16
3.6 COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA E SISTEMA DE FERTIRRIGAÇÃO
……………………………………………………………………………………………17
3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .................................................................18
3.8 MANEJO DA CULTURA....................................................................................19
3.9 AVALIAÇÕES EXPERIMENTAIS......................................................................19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................20
5 CONCLUSÕES ....................................................................................................23
6 REFERÊNCIAS ....................................................................................................24
9

1 INTRODUÇÃO

A estrutura agrária do Estado de Rondônia está assentada na pequena e


média propriedade, em conseqüência do forte processo de colonização ocorrido no
Estado, cujo processo de produção se adequa bem aos moldes da agricultura familiar.
Esta realidade tem incentivado os agricultores a buscarem alternativas de cultivo
adequadas, rentáveis, que possam aproveitar a mão de obra familiar e tecnologias
que auxiliem na produção. Dentro desse contexto, o cultivo de oleráceas surge como
uma boa alternativa para os pequenos e médios agricultores de Rondônia e entre elas,
o cultivo de tomate no sistema semi-hidropônico, com utilização de diferentes
substratos. Rondônia apresentou uma produtividade média de 25.466 Kg.ha-1 no ano
agrícola de 2016. (IBGE, 2016), podendo esse potencial ser aumentado com o
desenvolvimento de novas tecnologias para o cultivo.
O aumento da demanda por hortaliças de alta qualidade e ofertadas durante
o ano todo tem contribuído para o investimento em novos sistemas de cultivo que
permitam produção adaptada a diferentes regiões e condições adversas do ambiente.
O cultivo de hortaliças no Brasil, em ambiente protegido, vem ganhando espaço entre
os produtores, devido principalmente, à relativa facilidade em manejar as condições
de cultivo quando comparado ao sistema convencional em campo aberto. O cultivo de
plantas utilizando substratos é uma técnica amplamente empregada na maioria dos
países de horticultura avançada e tecnificada.
O cultivo de tomates no sistema semi-hidroponico, onde utiliza substratos para
sustentação das plantas, fornece nutrição a planta de modo com que se possa obter
melhor desenvolvimento, economia de água e nutrientes e altas produtividades. Essa
técnica apresenta vantagens, entre elas o manejo mais adequado da água, evitando
a umidade excessiva em torno das raízes. Cultivos em substratos demonstram grande
avanço frente aos sistemas de cultivo no solo, pois oferecem vantagens como o
manejo mais adequado da água, o fornecimento de nutrientes em doses e épocas
apropriadas, a redução do risco de salinização do meio radicular e a redução da
ocorrência de problemas fitossanitários, que se traduzem em benefícios diretos no
rendimento e qualidade dos produtos colhidos (Andriolo et al., 1999).
A necessidade de se caracterizar produtos encontrados nas diferentes regiões
do país e torná-los disponíveis como substrato agrícola é fundamental para reduzir os
10

custos da produção. Além disso, a questão ambiental deve ser considerada na


escolha dessas matérias primas para produção de substratos.
O cultivo de tomateiros no estado de Rondônia está evoluindo ao passar dos
anos, principalmente no cone sul do estado, porém a incidência de doenças
fitopatogênicas do solo se apresenta como um fator limitante de produção, chegando
a apresentar perda total da lavoura quando cultivadas no solo.

2 REVISÃO DE LITERATURA

O tomateiro (Solanum lycopersicon L.) tem destaque como uma das hortaliças
de grande importância econômica no Brasil e no mundo, seu consumo tanto in natura
como industrial é bem significativo, suas diferentes formas de utilização na
alimentação se torna um fator determinante em seu consumo. A aceitação do tomate
em grande escala deve-se ao seu valor como alimento funcional e às qualidades
organolépticas.
As condições edafoclimáticas predominantes na região favorecem a
incidência de bactérias fitopatogênicas do solo que aliados ao cultivo sucessivo,
ausência de rotação de cultura, manejo inadequado da água de irrigação e
manutenção de fonte de inóculo no solo, intensificam o grau de severidade destas
doenças. Para o manejo destes patógenos, o agricultor faz uso de agrotóxicos e
misturas indevidas, aumento da dosagem do produto, que além de onerarem o custo
de produção, tem conseqüências drásticas na evolução da resistência dos patógenos
aos princípios ativos e ao meio ambiente (RAKH et al., 1985) e também efeito negativo
na saúde dos trabalhadores rurais e consumidores. Diante desta realidade, o cultivo
em sistema semi-hidropônico é um método alternativo, eliminando problemas
oriundos do cultivo no solo.
O substrato a ser utilizado deve ser capaz de favorecer a atividade fisiológica
das raízes. Entre as características desejáveis nos substratos, pode-se citar o custo,
disponibilidade, teor de nutrientes, capacidade de troca de cátions, esterilidade
biológica, aeração, retenção de umidade e uniformidade (Gonçalves, 1995). A escolha
e manejo corretos do substrato são de suma importância para a obtenção de mudas
e plantas de qualidade (Backes & Kämpf, 1991; Luz et al., 2000).
11

2.1 CULTIVO DO TOMATEIRO

O tomateiro (Solanurn lycopersicum L.) anteriormente classificado como


(Lycopersicon esculentum Mill.) tem como centro de origem a região andina, que vai
desde o Equador, passando pela Colômbia e, embora as formas ancestrais de tomate
sejam originárias dessa área, sua ampla domesticação se deu no México, chamado
de centro de origem secundária (BRITO JUNIOR, 2012). Segundo Alvarenga, 2004 o
tomate foi introduzido no Brasil pelos imigrantes europeus no final do século XIX,
porém a difusão e o aumento no consumo começaram a ocorrer após a Primeira
Guerra Mundial, por volta de 1930.
O tomateiro é a segunda hortaliça mais cultivada no mundo, superada apenas
pela batata. Os dez países maiores produtores de tomate foram, em ordem
decrescente: China, Índia, EUA, Turquia, Egito, Irã, Itália, Espanha, Brasil e México,
sendo que a produção mundial foi de, aproximadamente, 161 milhões de toneladas
provenientes de 4,8 milhões de hectares, e tem crescido rapidamente na última
década, tanto em termos de produção, quanto em área e produtividade (FAO, 2014).
Fernandes et al., 2007 aborda que a execução do cultivo do tomateiro é
considerada atividade de alto risco pela grande suscetibilidade ao ataque de pragas e
doenças, como também as variações nos preços de mercado e grande necessidade
de insumos e mão de obra. Segundo Nuez, 2001 para obtenção de seu máximo
desempenho agronômico a planta é exigente em diversos fatores para atingir
produção satisfatória, onde a temperatura, iluminação, suprimento de água, nutrição,
concentrações de CO2 e um bom material genético atuam conjuntamente em
complexa interação.
Para Nunes et al. (2008) o cultivo em ambiente protegido está sendo utilizado
como uma boa alternativa para aumentar a produtividade e minimizar os problemas
comumente encontrados na produção em campo, devido à grande importância desta
cultura. Realizar o cultivo em local protegido é uma técnica viável aos horticultores,
pois reduz os efeitos do ambiente como ventos, geadas e granizos, promove a
diminuição da sazonalidade da oferta, possibilitando a disponibilidade de produtos
durante todo o ano com maior competitividade, qualidade e retorno econômico
(Oliveira, 2012).
12

2.2 CULTIVO EM VASOS E USO DE SUBSTRATOS

Segundo Charlo et al., 2011 o sistema de cultivo em vaso tem a finalidade de


proporcionar maior facilidade no sistema de condução das plantas. Nesse sistema, as
plantas desenvolvem seu sistema radicular em local determinado, não sendo
arrancadas por ocasião de ventos, como pode ocorrer com plantas que são cultivadas
em sistema hidropônico sem substrato. O sistema de cultivo em recipiente com
substrato limita o espaço disponível para o desenvolvimento do sistema radicular, o
que implica no fornecimento de nutrientes de forma precisa (Ludwig et al., 2013). Com
base nisso o substrato aparece como um insumo de extrema importância a ser usado
em substituição ao solo no cultivo em recipientes.
ENSINAS et al. (2011) e COSTA et al. (2013) relatam que um bom substrato
é aquele que proporciona boas condições de umidade, teor de nutrientes,
disponibilidade de nutrientes e de água, macro e micro porosidade, capacidade de
troca de cátions, boa agregação às raízes e uniformidade, proporcionando maior
produtividade e melhor qualidade de frutos do tomateiro. Segundo López, 2005 na
Horticultura, é considerado como substrato todos os materiais sólidos diferentes do
solo, utilizados no cultivo de plantas, podendo ser de origem natural, sintética ou
residual, podendo ser ainda mineral ou orgânico e constituído por um único material
ou por uma mistura de dois ou mais, que permite a fixação do sistema radicular e
serve de suporte à planta (Andriolo,1999).
Miranda et al. (2011) relatam que o cultivo em substrato demonstra grande
avanço frente ao sistema de cultivo em solo, pelas vantagens como redução da
ocorrência de problemas fitossanitários, produtos de qualidade superior,
uniformidade, maior valor agregado, maior produtividade, permite a produção em
áreas cujos solos não apresentam condições para o cultivo, como também melhora o
manejo do uso de água e o fornecimento de nutrientes em doses e épocas
apropriados.
13

2.3 SUBSTRATO DE FIBRA DE COCO

O resíduo da casca de coco maduro vem sendo indicado como substrato


agrícola, principalmente, por apresentar uma estrutura física vantajosa,
proporcionando alta porosidade e alto potencial de retenção de umidade, e por ser
biodegradável. É um meio de cultivo 100% natural, indicado para germinação de
sementes, propagação de plantas em viveiros e no cultivo de flores e hortaliças
(Miranda et al. 2011). A água de coco é bastante consumida no Brasil, não só na
região litorânea mas em todo o território nacional. Após o consumo da água de coco,
a casca é descartada provocando problemas nas cidades, pois ocupam um grande
volume e apresentam decomposição lenta (Carrijo et al., 2002), a utilização da fibra
da casca do coco como substrato é uma boa oportunidade para desenvolver meios
para destinação do material

2.4 SUBSTRATO DE CASCA DE ARROZ CARBONIZADA

As propriedades da casca de arroz carbonizada, conforme cita (KÄMPF,


2000) são as seguintes: baixa densidade, pH próximo da neutralidade, baixa
salinidade, elevada porosidade, destacando-se pelo elevado espaço de aeração,
baixa retenção de água e manutenção da estrutura no decorrer do cultivo.
Segundo Medeiros et al. (2008) a casca de arroz carbonizada apresenta
grande potencial para utilização como substrato, dadas suas propriedades físicas. As
vantagens das características desse material destacam-se o baixo custo, fácil
manuseio, grande capacidade de drenagem e ausência de contaminantes (Minami,
1995).

2.5 SOLUÇÃO NUTRITIVA E FERTIRRIGAÇÃO

A aplicação de fertilizantes via água de irrigação constitui prática importante na


cultura do tomateiro, pelo aumento da disponibilidade de nutrientes, redução nos
custos com mão-de-obra, melhora a distribuição do adubo no campo e facilita seu
14

parcelamento (ANDRADE, 2012; FRATONI, et al., 2016). Assim, faz-se necessário o


uso da irrigação e da fertirrigação para suprir a demanda hídrica e nutricional da
cultura do tomateiro, porém tanto o déficit e ou excesso de água no solo, manejo
inadequado da adubação podem afetar na produção e na qualidade dos frutos.
ALVARENGA (2009), e TAVARES (2010) relatam que segundo pesquisas a
água participa em 94% dos constituintes do fruto do tomateiro, sendo a água um dos
fatores mais responsáveis pela produção desta cultura, sendo uma das cultura mais
exigentes neste quesito. A redução de custos e otimização da aplicação da água e
fertilizantes, são ações na realização da irrigação simultaneamente com a adubação
tornando a fertirrigação uma ação indispensável (FELTRIM et al., 2005). A cultura do
tomate é sensível a déficit hídrico o que implica na importância do manejo da irrigação
disponibilizando a água para a cultura nas quantidades adequadas e no momento
oportuno proporcionando uma maior produtividade.
O método de irrigação mais indicado para o cultivo do tomateiro segundo
estudos, é o gotejamento, que quando associado à prática de fertirrigação, pode
proporcionar uma economia de água em até 30% em relação aos outros sistemas de
irrigação, além de proporcionar o aumento da produtividade (CARRIJO et al., 2004;
da SILVEIRA et al., 2008). Segundo LEMAIRE et al. (2003) dentre as vantagens no
sistema de cultivo em substrato, tem o fornecimento individual de água e nutrientes e
um ponto da superfície de cada planta.
A composição da solução nutritiva utilizada no cultivo em substrato deve ser
determinada em função da concentração de absorção dos nutrientes pela planta e das
interações entre os íons que a compõem (Cañadas, 1999). Segundo Albuquerque et
al. (2011), a quantidade de fertilizantes a se aplicar para qualquer cultura deve ser a
mais próxima possível do que é extraído pela planta, pois existe o perigo de
salinização do solo a partir do acúmulo de sais na região do sistema radicular.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 ÁREA EXPERIMENTAL


15

O trabalho foi conduzido no Setor de Produção Vegetal, do Instituto Federal


de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, IFRO – Campus Colorado do Oeste,
Rondônia, (13°07’02’’S, 60°32’28’’W e altitude de 460 m) no período de
dezembro/2018 a abril/2019 em condições de ambiente de estufa. Segundo a
classificação de köppen, o bioclima é do tipo Aw, tropical quente e úmido com apenas
duas estações bem definidas, período seco e período chuvoso, apresentando
temperaturas médias superiores a 22 ºC durante o verão, 1908 mm é o valor da
pluviosidade média anual (CLIMATE.DATA.ORG, 2019).

3.2 AMBIENTE DE CULTIVO

O experimento foi instalado em estufa do tipo Arco, com dimensões de 7,0 m


de largura (frontal), 30,0 m de comprimento, 3,0 m de pé-direito e altura das cumeeiras
de 4,5 m, com cobertura em filme plástico de 150 micras e fechamento lateral com
tela de sombrite 50%. A cumeeira da estrutura está orientada no posicionamento do
eixo leste – oeste para melhor aproveitamento da radiação solar.

3.3 HÍBRIDOS DE TOMATE

Para realização do trabalho foi utilizado dois híbridos de tomateiros, sendo os


híbridos Fascínio e HS 1188.
O tomate Fascínio faz parte do grupo Saladete, ciclo de 80 a 110 dias, plantas
com hábito de crescimento determinado, com excelente estrutura e ótima cobertura
foliar. Produz fruto de formato oblongo, firmes e uniformes. Excepcional pegamento
de flores e frutos, com alto potencial produtivo. Possui dupla aptidão, podendo ser
cultivado em casa de vegetação e em campo aberto. (www.feltrinsementes.com.br).
O tomate HS 1188, faz parte do grupo Italiano, de formato alongado, firmes, de
coloração vermelho intenso e excelente sabor. Planta muito produtiva, com hábito de
crescimento indeterminado, porte alto e médio enfolhamento. Ciclo de 100 a 120 dias,
com melhor adaptação em temperaturas amenas, indicado para cultivo em campo
aberto e estufa. (www.horticeres.com.br).
16

3.4 SUBSTRATOS E RECIPIENTES

A fibra de coco utilizada foi oriunda da Amafibra, um substrato de textura


intermediária, elaborado à partir do mesocarpo (polpa) combinado com a fibra do
coco. Isto resulta num bom equilíbrio entre retenção de água e aeração ao substrato.
Capacidade de retenção de água de 400 ml por litro de substrato, porosidade total de
95% (AMAFIBRA, 2019). É indicado para o cultivo de hortaliças em sistema semi-
hidropônico.
A casca de arroz oriunda da produção agrícola na região do cone sul de
Rondônia, foi adquirida na unidade processamento da RICAL Industria de Alimentos
no município de Cerejeiras-RO.
O processo de carbonização da casca de arroz foi realizada no Setor de
Produção Vegetal do IFRO – Colorado do Oeste, com a utilização de um carbonizador
manual metálico, cilíndrico com circunferência de 12 cm, e duas entradas de ar para
combustão na base em formate de T invertido. A combustão inicial foi realizada com
auxílio de maravalha, a casca de arroz foi alocada ao redor do carbonizador
ocasionando a queima, a cada 30 minutos realizou-se o revolvimento para manter a
homogeneidade na carbonização do material.
Utilizou-se como recipiente de cultivo, vaso plástico com capacidade
volumétrica de 8 litros, com as seguintes dimensões: altura 22,5 cm, diâmetro superior
23 cm e diâmetro inferior 19,5 cm.

3.5 PRODUÇÃO DE MUDAS

A semeadura para produção de mudas dos híbridos Fascínio e HS 1188, foi


realizada em bandejas de isopor com 128 células, com as seguintes dimensões:
comprimento 66,3cm, largura 34,4cm, altura 6,2cm e capacidade volumétrica de 23,6
mililitros em cada célula.
A irrigação foi realizada por aspersão com 6 pulsos de acionamentos diários,
com duração de 2 minutos cada acionamento.
25 dias após a semeadura (DAS) as plantas apresentaram tamanho adequado
para realização do transplantio.
17

3.6 COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA E SISTEMA DE FERTIRRIGAÇÃO

A solução nutritiva utilizada para o cultivo semi hidropônico foi composta


conforme recomendação de Castellane & Araújo (1995) para a cultura do tomate,
sendo de: 184; 21; 248; 153; 43; 47,5; 0,31; 0,06; 4,5; 0,06; 0,4 e 0,4 mg L -1 de N, P,
K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mo, Zn e Mn, respectivamente, para o preparo de 1.000L de
solução nutritiva.

Tabela 1: Formulação da fertirrigação utilizada durante o cultivo.


Dosagem (g /1000 L-1 de água)
Fertilizantes
Vegetativo Reprodutivo
Nitrato de potássio 200 200
Sulfato de magnésio 500 500
Fosfato monopotássico 270 270
Sulfato de potássio 100 100
Nitrato de cálcio 500 680
Ferro 25 25
Fonte: (Castellane e Araújo, 1995).

Tabela 2: Formulação para preparo de solução estoque de micronutrientes.


Componente químico Nutrientes fornecidos Gramas a Utilizar(1)
Ácido bórico B 7,5
Cloreto de manganês Mn 6,75
Cloreto de cobre Cu 0,37
Tri óxido de molibdênio Mo 0,15
Sulfato de zinco Zn 1,18
(1) Quantidades de sais para preparar 450 ml de solução estoque. Recomendação de 150 ml desta
solução por 1000 litros de solução de cultivo. Fonte: (Castellane e Araújo, 1995).

O sistema de fertirrigação foi composto por um reservatório de 1000L para


armazenamento da solução nutritiva utilizada na fertirrigação, onde o fornecimento de
água e nutrientes foi feito através de um conjunto hidráulico composto por uma bomba
periférica de 0,5 HP, tubo 32mm, filtro de disco ¾, válvula de retenção, mangueiras
18

tubo pelbd 16mm, gotejadores autocompensante Idrop 8L/h de 4 saídas, microtubos


de 6mm e estaca gotejadora.
O acionamento do sistema de fertirrigação foi realizado com o uso de um Timer
digital de 16 programações, com intervalos de acionamentos de 2 horas nos horários
mais frescos do dia, e 1 hora para os horários mais quentes. Os horários determinados
para acionamentos foram: 6:00 AM, 8:00 AM, 10:00 AM, 11:00 AM, 12:00 AM, 13:00
PM, 15:00 PM e 17:00 PM, constituindo 8 pulsos diários.
A vazão em cada ponta das estacas gotejadoras foi de 50 mililitros por minuto,
sendo utilizado duas estacas gotejadoras por vaso de cultivo, a quantidade de solução
nutritiva fornecida por planta, constituiu-se conforme as exigências da cultura.

Tabela 3: Valores diários do acionamento da fertirrigação.


Dias após transplantio Pulsos Tempo de duração mL.vaso-1.dia-1
(min)1
Até 15 8 1 400
15 - 45 8 2 800
45 - 75 8 3 1200
75 - 130 8 4 1600
1(min): Abreviatura de minutos

3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC), contendo 6


tratamentos e quatro repetições, totalizando 24 parcelas, cada unidade experimental
foi composta por 5 plantas, conforme tabela abaixo.
19

Tabela 4: Tratamentos utilizados na avaliação dos híbridos de tomate e substratos.


Tratamentos Variáveis
1 Fascínio + FB
2 Fascínio + CAC
3 Fascínio + 50% FB / 50% CAC
4 HS 1188 + FB
5 HS 1188 + CAC
6 HS 1188 + 50% FB / 50% CAC
Legenda: FB - fibra de coco, CAC - casca de arroz carbonizada.

3.8 MANEJO DA CULTURA

O espaçamento utilizado no cultivo foi de 0,40 metros entre vasos, em fileira


dupla, e 1,20 metros entre linhas, totalizando 2,56M² por unidade experimental.
Realizou-se a condução das plantas com uma haste, utilizando fitilho para tutoramento
vertical, semanalmente foi procedido a desbrota e condução das plantas.
O manejo fitossanitário foi realizado após atingir nível de dano econômico,
utilizando o produto inseticida Engeo Pleno (Tiametoxam) na dose de 50ml/100L, e o
fungicida Amistar WG (Azoxistrobina) na dose de 8g/100L, recomendações para
cultura do tomate.

3.9 AVALIAÇÕES EXPERIMENTAIS

As avaliações em relação aos parâmetros de desenvolvimento da planta foram


realizados semanalmente a partir do vigésimo dia após o transplantio (DAT), avaliou-
se 3 plantas por parcela para determinação da altura média das plantas (AP) na
emissão do primeiro cacho com auxílio de uma régua metálica (cm), a altura média
do primeiro cacho (APC), número de cachos (NC) por planta e número de frutos por
cacho (NFC). O diâmetro longitudinal e transversal do fruto foi realizado após a
colheita, com auxílio de um paquímetro digital.
Quanto às características de produção, avaliou-se a produção total por planta
(PTP) obtida somando-se a produção total da parcela e dividindo pelo estande final
da parcela. A estimativa da produtividade total (PT, t/ha-1) foi a partir da média da
20

produção obtida nas parcelas. Aleatoriamente, avaliou-se dois frutos por parcela
quanto ao teor de sólidos solúveis totais, onde os frutos foram espremidos, obtido o
suco e feita leitura em refratômetro digital de bancada com compensação automática
de temperatura e o resultado expresso em °Brix.
As médias de todos os caracteres estudados dos ensaios foram testadas e
analisadas pelo teste F. As significâncias dos contrastes das médias obtidas pelo teste
de Scott-knott, ao nível de 5 % de probabilidade.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios entre os substratos de fibra de coco, casca de arroz


carbonizada e 50% Fibra de coco / 50% casca de arroz carbonizada, não
apresentaram resultados significativos nos parâmetros de altura do primeiro cacho
(APC) e número de cacho (NC). Houve significância entre os híbridos em relação à
altura da planta (AP) e número de fruto por cacho (NFC), onde a cultivar HS 1188
apresentou maior altura e número de frutos por cacho em todos os substrato, sendo
mais expressivo no substrato de fibra de coco com 9,4 fruto/cacho.

TABELA 5. Quadrados médios na análise de variância nas características agronômicas de altura de


planta (AP), altura primeiro cacho (APC), fruto por cacho (NFC), número de cacho (NC), massa fresca
fruto (MFF) e produtividade total (PT) em quatro colheitas, cultivado em sistema semi-hidropônico.
IFRO, Colorado do Oeste - RO, 2019.
Fonte de variação Q.M.

AP(cm) APC(cm) NFC(und) NC(und) MFF(g) PT(t/ha)


Híbridos (G.L 1) 364,50* 28,03ns 229,92* 0,20ns 55145* 201,4*
Substratos (G.L 2) 42,51ns 43,77ns 0,58ns 0,56ns 1469,62ns 147,2ns
Híbridos*Substratos (G. L 2) 14,54ns 8,54ns 2,86ns 0,40ns 13,53ns 98,2ns

CV (%) 5,14 5,84 19,91 8,96 25,28 24,69


*Significativo a 5% probabilidade pelo teste de Scott-knott. Ns - Não significativo.
21

TABELA 6. Média das características agronômicas de altura de planta (AP), altura primeiro cacho
(APC), fruto por cacho (NFC) e número de cacho (NC) em quatro colheitas de tomate, cultivado em
sistema semi-hidropônico. IFRO, Colorado do Oeste - RO, 2019.
Cultivar

Substrato AP (cm)* APC (cm) NFC (und) NC (und)

Fascínio HS 1188 Fascínio HS 1188 Fascínio HS 1188 Fascínio HS 1188

Fibra de coco 72,5 Ab 77,2 Aa 65,0 Aa 64,5 Aa 5,0 Ab 9,4 Aa 7,0 Aa 7,2 Aa
Casca arroz carbonizada 74,4 Ab 80,3 Aa 66,7 Aa 68,0 Aa 5,5 Ab 9,1 Aa 7,1 Aa 7,1 Aa
50% FC / 50% CAC 73,9 Ab 76,7 Aa 67,2 Aa 66,2 Aa 5,5 Ab 8,5 Aa 7,4 Aa 7,4 Aa

CV (%) 5,14 5,84 19,91 8,96


Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna relacionada ao substrato e letra minúscula na linha relacionado
a cultivar, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott-knott, p<0,05.
*Altura da planta foi determinada no momento da emissão do primeiro cacho.

Os substratos testados não apresentaram resultados significativos em relação


ao diâmetro longitudinal e transversal dos frutos. Os resultados foram significativos
para os híbridos, onde a cultivar HS 1188 apresentou maior diâmetro longitudinal, com
valor mais expressivo de 76,05cm cultivado no substrato de casca de arroz
carbonizada e a cultivar Fascínio apresentou maior diâmetro transversal, sendo o
valor de 54,82cm mais expressivo, cultivado no substrato de fibra de coco.
Os resultados dos diâmetros longitudinal e transversal das cultivares Fascínio
e HS 1188, corroboraram com os dados do CEAGESP, (2003) referente as
características de classificação do grupo de tomate.

Tomate com formato Tomate com formato


do grupo saladete, do grupo italiano,
característico do característico do
tomate Fascínio, com tomate HS1188 com
maior diâmetro maior diâmetro
transversal. longitudinal.

Fonte: Centro de qualidade em Horticultura – CEAGESP, 2003.


22

TABELA 7. Média das características agronômicas de diâmetro longitudinal e diâmetro


transversal em quatro colheitas de tomate, cultivado em sistema semi-hidropônico. IFRO,
Colorado do Oeste - RO, 2019.

Cultivar
Substrato Ø Longitudinal Ø Transversal
Fascínio HS 1188 Fascínio HS 1188
Fibra de coco 71,41 Ab 74,51 Aa 54,82 Aa 46,16 Ab
Casca arroz 72,71 Ab 76,05 Aa 54,03 Aa 46,03 Ab
carbonizada
50% FC / 50% CAC 73,01 Ab 75,50 Aa 54,64 Aa 45,76 Ab

CV (%) 12,22 11,16

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna relacionada ao substrato e letra minúscula na linha
relacionado a cultivar, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott-knott, p<0,05.

Os substratos de fibra de coco, casca de arroz carbonizada e 50% Fibra de


coco / 50% casca de arroz carbonizada não apresentaram resultados significativos
para os parâmetros de massa fresca fruto (MFF), produção total por planta (PTP),
produção total (PT) e Brix°. Os valores de produção de frutos kg/m 2 da cultivar
Fascínio (10,58 kg/m2) em FC, (10,45 kg/m2) em CAC, (10,31 kg/m2) em 50% FC /
50% CAC e HS1188 (12,82 kg/m2) em FC, (12,00 kg/m2) em CAC, (11,54 kg/m2) em
50% FC + 50% CAC corroboram com resultados de Carrijo et al. (2004) que também
não verificou diferença estatística significativa quanto a produção de frutos comerciais
de tomate das cultivares TX e Larissa entre os substratos fibra de coco (10,4 kg m 2) e
casca de arroz carbonizada (9,3 kg m2).
Os valores foram significativos para as cultivares, em relação à massa fresca
do fruto (MFF), onde a cultivar Fascínio apresentou peso máximo de 118,28 g/fruto
cultivado em substrato de fibra de coco e produção total por planta (PTP) onde a
cultivar HS1188 apresentou resultado mais expressivo cultivado na fibra de coco com
6,59 kg/pl-1, e produtividade total (PT) com produtividade de 128,2 t/ha-1, produtividade
superior à obtida por Miranda et al. (2011) utilizando as cultivares Ellen (110 t/ha -1),
Lenda (118 t/ha-1) e Miramar (125 t/ha-1) conduzidas com uma haste, cultivadas em
substrato de fibra de coco.
23

TABELA 8. Média das características agronômicas de massa fresca fruto (MFF), produção total por
planta (PTP), produção total por hectare (PT) e Brix° em quatro colheitas de tomate, cultivado em
sistema semi-hidropônico. IFRO, Colorado do Oeste - RO, 2019.
Cultivar

Substrato MFF (g) PTP (Kg/pl-1) PT (t/ha-1) * BRIX°

Fascínio HS 1188 Fascínio HS 1188 Fascínio HS 1188 Fascínio HS 1188


FC 118,28 Aa 95,99 Ab 5,37 Ab 6,59 Aa 105,8 Ab 128,2 Aa 5,41 Aa 5,34 Aa

CAC 114,52 Aa 97,21 Ab 5,34 Ab 6,34 Aa 104,5 Ab 120,0 Aa 5,48 Aa 5,74 Aa

50% FC / 50% CAC 113,00 Aa 95,13 Ab 5,26 Ab 6,26 Aa 103,1 Ab 115,4 Aa 5,00 Aa 5,25 Aa

CV (%) 25,28 27,08 24,69 11,82

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna relacionada ao substrato e letra minúscula na linha relacionado
a cultivar, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott-knott, p<0,05.
*Parcelas composta por 5 plantas, e 2,56 M² de área total.
5.0 CONCLUSÕES
Legenda: FC = fibra de coco, CAC = casca de arroz carbonizada

5 CONCLUSÕES

Os substratos não apresentaram diferenças significativas, pode-se


utilizar somente fibra de coco, somente casca de arroz carbonizada ou a mistura de
50% fibra de coco / 50% casca de arroz carbonizada no cultivo de tomate em sistema
semi-hidropônico.
A cultivar de tomate Fascínio apresentou maior diâmetro transversal e a
cultivar HS1188 maior diâmetro longitudinal seguindo suas classificações.
A cultivar HS 1188 apresentou maior produtividade total, em função do maior
número de frutos por cacho. A escolha do material genético a ser utilizado para o
cultivo em substratos no sistema semi-hidropônico é primordial para a obtenção de
altas produtividades.
24

6 REFERÊNCIAS

ALVARENGA, M. A. R. Origem, botânica e descrição da planta. In: ______. (Ed.).


Tomate: produção em campo, em casa de vegetação e em hidroponia. Lavras:
UFLA, p. 13-23, 2004.

ALBUQUERQUE, F. S. Crescimento e rendimento de pimentão fertirrigado sob


diferentes lâminas de irrigação e doses de potássio. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 15, p. 686-694, 2011.

AMAFIBRA. Substratos. Disponível em: </www.amafibra.com.br/produtos/golden-


mix-misto/>. Acesso em: 25 nov. 2019

ANDRADE, B.L.G. Manejo da fertirrigação do tomateiro cultivado em vaso com


areia. Londrina: UEL. 62p. 2012. (Tese Doutorado).

ANDRIOLO, J.L; DUARTE, T.S; LUDKE, L. SKREBSKY, E.C. Caracterização e


avaliação de substratos para o cultivo do tomateiro fora do solo. Horticultura
Brasileira, v.17, p. 215-219. 1999.

BRITO JUNIOR, Francisco Pereira de et al. Produção de tomate (solanum


lycopersicum l.) reutilizando substratos sob cultivo protegido no município de
Iranduba-AM. 2012.

CAÑADAS, J. J. M. Sistemas de cultivo en substrato: a solución perdida y com


recirculación del lixiviado. In: MILAGROS, M. F.; GÓMEZ, I. M. C. (Ed.). Cultivos sin
suelo II. 2. ed. Almería: DGIFA, FIAPA, Caja Rural de Almería. p. 173-205. 1999.

CARRIJO, O.A.; LIZ, R.S.; MAKISHIMA, N. Fibras da casca do coco verde como
substrato agrícola. Horticultura brasileira. Brasília, v.20, n.4, p.533-536, 2002.

CARRIJO, O.A.; VIDAL, M.C.; REIS, N.V.B.; SOUZA, R.B.; MAKISHIMA, N.


Produtividade do tomateiro em diferentes substratos e modelos de casas de
vegetação. Horticultura Brasileira, Brasília, v.22, n.1, p.05- 09, jan-mar 2004.
25

CHARLO, H.C.O; OLIVEIRA, S.F; CASTOLDI, R; VARGAS, P.F; BRAZ, L.T;


BARBOSA, J.C. Growth analysis of sweet pepper cultivated in coconut fiber in a
greenhouse. Horticultura Brasileira, v.29, p. 316-323. 2011.

CLIMATE-DATA.ORG. CLIMA: RONDÔNIA. Disponível em: <https://pt.climate-


data.org/america-do-sul/brasil/rondonia-156/>. Acesso em: 26 nov. 2019.

COSTA, L. A. M.; COSTA, M. S. S. M.; PEREIRA, D. C.; BERNARDI, F. H.; SÍLVIA


M. Avaliação de substratos para a produção de mudas de tomate e pepino. Revista
Ceres, v. 60, p. 675-682, 2013.

ENSINAS, S.C.; MAEKAWA JUNIOR, M.T.; ENSINAS, B.C. Desenvolvimento de


mudas de rúcula em diferentes combinações de substrato. Revista Científica
Eletrônica de Agronomia, v. 18, p. 1-7, 2011.

FELTRIM, D.M; POTT, C.A; FURLANI, P.R; CARVALHO, C..R.L. Produtividade e


qualidade de frutos de cultivares de tomateiro fertirrigado com cloreto e sulfato de
potássio. Revista de Ciências Agroveterinárias, v.4, p.17-24, 2005.

FELTRIN. Fascínio, 2019. Disnponível em: <www.feltrinsementes.com.br>. Acesso


em: 25 Nov. 2019.

FRATONI, M.M.J.; MONTEIRO, M.S.; FRATONI, S.M.J.; MOSSINI, F.H.; SAMPAIO,


M.L.; CONSTANTINO, L.V.; ALMEIDA, L.H.C.; FREGONEZI, G.A.F.; TAKAHASHI,
HW. Fertirrigação por gotejamento com doses de K na fase reprodutiva do tomateiro
tipo italiano. Horticultura Brasileira v.34, p.110-113, 2016.

FERNANDES, A.A.; MARTINEZ, H.E.P.; SILVA, D.J.H.; BARBOSA, J.G.;


PEDROSA, A.W. Cultivo sucessivo de plantas de tomate oriundas de semenetes e
propagação vegetativa em sistema hidropônico. Pesq. Agropec. bas. Brasília, v.
42, p.1013-1019, jul. 2007.

FERNANDES, C.; CORÁ, J. E.; BRAZ, L. T. Alterações nas propriedades físicas de


substratos para cultivo de tomate cereja, em função de sua reutilização. Horticultura
Brasileira, Brasília, v.24, n.1, p.94-98, 2006.

FONTES, P. C. R.; LOURES, J. L.; GALVÃO, J. C.; CARDOSO, A. A.; MANTOVANI,


E. C. Produção e qualidade do tomate produzido em substrato, no campo e em
ambiente protegido. Horticultura Brasileira, Brasília, v.22, n.3, p.614-619, 2004.
26

GONÇALVES, A.L. Substratos para produção de mudas ornamentais. In: MINAMI,


K.; TESSARIOLI NETO, J.; PENTEADO, S. R.; SCARPARE FILHO, J.A. (Ed.)
Produção de mudas hortícolas de alta qualidade. Piracicaba: ESALQ/SEBRAE,
1995. 156 p

HORTICERES. HS 1188, 2019. Disponível em: <www.horticeres.com.br>. Acesso


em: 25 Nov. 2019.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SIDRA – Banco de dados


agregados. Disponível na Internet <http‫׃‬//WWW.sidra.ibge.gov.br>Acesso em 25 de
novembro de 2018.

KÄMPF, A N. Produção comercial de plantas ornamentais. Guaiba: Agropecuária.


2000. 254p.

LEMAIRE, F., DARTIGUES, A., RIVIÈRE, L., CHARPENTIER, S., MOREL, P.


Cultures en Pots et Conteneurs: principes agronomiques et applications. Institut de la
Recherché Agronomique, Paris, França. 2003. 210 p.

LÓPEZ, C. C. Fertirrigación: aspectos básicos. In Fertirrigación: Cultivos Hortícolas,


Frutales y Ornamentales, C. C. López (ed.), Ediciones Mundi-Prensa, Madrid. 2005.
475 p.

LUDWIG, F. et al. Absorção de nutrientes em cultivares de gérbera cultivada em


vaso. Horticultura Brasileira, v. 31, p. 622-627, 2013.

MEDEIROS CAB; RODRIGUES LT; TERRA S. 2008. Casca de arroz e sua


carbonização para utilização em substratos. Pelotas: Embrapa Clima Temperado.
(Embrapa Clima Temperado – Circular Técnica – no prelo).

MINAMI K. 1995. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. São Paulo:


T.A. Queiroz. 128p.

MIRANDA, F.R. de; MESQUITA, A.L.M.; MARTINS, M.V.V.; FERNANDES, C.M.F.;


EVANGELISTA, M.I.P.; SOUSA, A.A.P. de. Produção de tomate em substrato de
fibra de coco. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2011. 20p. il. (Embrapa
Agroindústria Tropical. Circular técnica, 33). Disponível em:
http://www.cnpat.embrapa.br/cnpat/down/index.php?pub/Ci__33.pdf
27

MIRANDA, F.R.; MESQUITA, A.L.M; MARTINS, M.V.V.; FERNANDES, C.M.F.;


EVANGELISTA, M.I.P.; SOUSA, A.A.P. Produção de tomate em substrato de fibra
de coco. (Circular Técnica, 33). Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical. 20 p.
2011.

NUEZ, F. El cultivo del tomate.Madrid: ed. Mundi-prensa, 2001. 793 p.

OLIVEIRA, F.A. Cultivo de pimentão em ambiente protegido utilizando diferentes


manejos de fertirrigação. Tese Doutorado. ESALQ, 222 p. 2012.

Programa Brasileiro para a modernização da Horticultura & produção integrada de


frutas. Normas de Classificação do tomate. Centro de Qualidade em Horticultura
CQH/CEAGESP. 2003. São Paulo (CEAGESP, 2003. Documento 26).

Rakh R. R.; Raut, L. S.; Dalvi, S. M.; Manwar, A. V. Biological control of Sclerotium
rolfsii, causing stem rot of groundnut by Pseudomonas cf. montelli. Recent Research
in Science and Technology, v. 1, p. 17-20, 1985.

SILVEIRA, F.J.; NETO, R.T.; BANCI, C.A.; DE OLIVEIR, A.J. Estudo da viabilidade
técnica do cultivo de tomate de mesa em substrato de fibra de coco sob estufa. UPIS
– Faculdades Integradas Departamento de Agronomia. Planaltina – DF, Boletim, p.1
-50, dezembro 2008.

Você também pode gostar