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Análise de Circuitos
1. Introdução
Dimmer é um dispositivo eletrônico capaz de controlar a potência média numa carga. Existem dimmers para cargas AC e
dimmers para cargas DC, tendo eles técnicas e processos de controle diferentes.
Existem diversos circuitos e técnicas de controle para dimmers DC, sendo a de chaveamento por controle PWM e a de
controle linear de tensão, as mais utilizadas. Ambas controlam o valor médio da tensão de saída que alimenta a carga.
1. Introdução
Como para os dimmers DC, existem diversas técnicas de controle utilizadas nos dimmers AC, mas a que utiliza um tiristor
(TRIAC) para controlar a parcela do sinal senoidal da rede que será entregue para a carga é a mais utilizada. Nessa
técnica, o controle precisa estar sincronizado com a rede.
1. Introdução
O circuito do Dimmer II que será analisado opera em sincronismo com a rede e utiliza um TRIAC para efetuar o controle
da potência da carga. A diferença desse dimmer esta´ na variação linear do sinal de controle, que permite uma variação
suave no ajuste da potência de saída, ou seja, sem variações bruscas observadas em circuitos similares. Ele é capaz de
controlar diversas cargas AC e possui as seguintes características:
A fonte de alimentação do circuito é do tipo linear e tem a função de fornecer uma tensão DC de 12V regulada para todos os
blocos do circuito. O sinal da rede elétrica (110V ou 220V) deve ser aplicado através do conector CN2. O fusível F1 presente
na entrada da fonte tem a finalidade de proteger o circuito contra sobrecargas e curto circuitos na saída. Observe que ele foi
colocado antes de qualquer derivação de corrente, o que faz com que todo o sistema seja desenergizado caso ocorra um
curto-circuito ou sobrecarga na saída.
O circuito pode operar tanto em 110V quanto em 220V. A chave SW1 serve para selecionar o TAP do primário do
tranformador T1 compatível com a tensão da rede. Com exceção da chave estática, todo o resto do circuito funciona de
forma isolada da rede. A isolação é feita pelo transformador e acoplador óptico da chave estática.
O sinal da rede aplicado no primário do tranformador T1 através da chave SW1, é reduzido para 12V RMS e retificado em
onda completa através dos diodos D4 e D5. Após a retificação, o sinal DC pulsante de 120Hz é filtrado pelo capacitor C4, e
aplicado na entrada do regulador linear 7812 (CI3).
3. Fonte de alimentação
Vbe
5. Gerador de sinal dente serra
O circuito gerador de sinal “dente de serra” tem como princípio de funcionamento a carga de um capacitor durante um
período de tempo utilizando uma corrente constante de carga. Num circuito RC a curva de carga do capacitor é exponencial
pois não existe o controle da corrente. A corrente de carga nesse caso obedece as características de acumulo de carga do
componente.
Na equação de carga do capacitor, R.C é chamado de constante de tempo de carga, e define o percentual de carga do
componente no decorrer do tempo.
𝑇 = 1 × 𝑅. 𝐶 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 1 − 𝑒 −1 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 0,632 → 𝑉𝑐 = 63,2% 𝑑𝑒 𝐸
𝑇 = 2 × 𝑅. 𝐶 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 1 − 𝑒 −2 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 0,865 → 𝑉𝑐 = 86,5% 𝑑𝑒 𝐸
𝑇 = 3 × 𝑅. 𝐶 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 1 − 𝑒 −3 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 0,950 → 𝑉𝑐 = 95,0% 𝑑𝑒 𝐸
𝑇 = 4 × 𝑅. 𝐶 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 1 − 𝑒 −4 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 0,982 → 𝑉𝑐 = 98,2% 𝑑𝑒 𝐸
5. Gerador de sinal dente serra
No entanto, se a carga do capacitor for feita com uma corrente de valor constante, o crescimento da tensão passa a ser linear
(comportamento de uma reta). O gerador de sinal dente de serra utiliza uma fonte de corrente constante para carregar o
capacitor C3. O diodo zener estabiliza a tensão na base do transistor em 7,5V. Isso faz com que a tensão no ponto TP5 seja
constante. Como a queda de tensão sobre R7 não muda (constante) a corrente que atravessa R7 também é constante.
𝑑𝑣𝑐
𝑖𝑐 = 𝐶 ∙
𝑑𝑡
1
𝑑𝑣𝑐 = ∙ න 𝑖𝑐 ∙ 𝑑𝑡
𝐶
𝑡
1
𝑣𝑐 = ∙ න 𝑖𝑐𝑡𝑒 ∙ 𝑑𝑡
𝐶 0
𝑡
𝑖𝑐𝑡𝑒
𝑣𝑐 = ∙ න 𝑑𝑡
𝐶 0
𝑉𝑏𝑄4 = 𝑉𝑧 = 7,5𝑉
𝑖𝑐𝑡𝑒
𝑣𝑐 = ∙𝑡
𝑉𝑇𝑃5 = 𝑉𝑧 + 𝑉𝑏𝑒 = 7,5 + 0,7 V = 8,2V 𝐶
𝑖𝑐𝑡𝑒
𝑣𝑐 = ∙𝑡
𝐶
𝑖𝑐𝑡𝑒 172,7𝑢𝐴
𝑣𝑐 = .𝑡 = . 8,33𝑚𝑠 = 6,54𝑉
𝐶 220𝑛𝐹
5. Gerador de sinal dente serra
Amplificadores operacionais (AOPs) são amplificadores integrados com características que “se aproximam” das de um
amplificador ideal. São amplamente utilizados em circuitos de amplificação e atenuação de sinais, de filtros ativos, de
comparação e medição.
A denominação “amplificador operacional” se deve ao fato de que estes circuitos foram utilizados no princípio para
realizar operações matemáticas como: adição, subtração e multiplicação.
Conforme mostra a figura a baixo, um AOP possui duas entradas denominadas “entrada inversora” e “entrada não
inversor”, uma saída e dois terminais de alimentação.
• Impedância de entrada
Os amplificadores operacionais são projetados para terem altíssimas impedâncias de entrada. Essa característica é
importante para que os sinais aplicados na entrada do amplificador não sejam atenuados. Quanto maior a impedância de
entrada, menor é a corrente de excitação de entrada. A impedância de entrada de um amplificador operacional é da
ordem de MΩ.
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão
• Impedância de saída
A impedância de saída de um amplificador deve ser a menor possível, para que todo o sinal de saída seja entregue para a
carga. Tipicamente o valor da impedância de saída de AOP situa-se na faixa de dezenas a centenas de Ohms.
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão
• Alimentação
Muitos amplificadores operacionais precisam de alimentação simétrica para funcionarem. No entanto existem outros que
podem ser alimentados tanto com fonte simples quanto simétrica.
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão
• Ganho
O ganho de tensão de um amplificador operacional é elevado (dezenas a centenas de milhares de vezes), permitindo que
sinais de pequenas amplitudes sejam amplificados a níveis utilizáveis. Esse ganho também é conhecido como “ganho de
malha aberta”. Nos manuais dos fabricantes, o ganho de tensão de um AOP muitas vezes é fornecido em V/mV ou ainda
em dB (decibéis).
𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑑𝑏 = 20 ∙ 𝐿𝑜𝑔
𝑉𝑖𝑛
Operando no modo “comparador de tensão”, o sinal diferencial presente nas entradas (+) e (-) é multiplicado pelo ganho
de malha aberta do AOP. Nesse circuito não existe realimentação negativa, e por isso, o ganho do amplificador não pode
ser controlado. Com isso, basta uma pequena diferença de tensão entre os terminais (+) e (-) para ocorra a saturação da
saída para um dos potenciais de fonte (+VCC) ou (-VCC).
Exemplo:
Ganho do amplificador em malha aberta AV = 140V/mV
(AV = 140000). +VCC =12V e –VCC=-12V.
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑉𝑑 = 1mV → Vout = 1mV × 140000 = 140𝑉
𝑆𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 + 12𝑉
Tiristores são dispositivos eletrônicos constituídos de 3 ou mais junções (4 ou mais regiões (layers) semicondutoras)
que operam como chaves que podem sob certas circunstâncias inerentes do componente, conduzir ou interromper a
passagem de corrente elétrica.
Existem diversos tipos de tiristores que diferem quanto ao número de terminais e modos de operação. Tiristores
unidirecionais são aqueles que conduzem corrente elétrica num único sentido, e bidirecionais são aqueles que possuem
capacidade de conduzir corrente em ambos os sentidos.
Os tiristores podem ser controlados e não controlados. Um DIAC (Diode for Alternating Current), por exemplo, pode
conduzir corrente em ambos os sentidos, mas não possui terminal de controle e entra no modo de condução quando a
tensão nos terminais A1 e A2 atinge um valor conhecido como VBO (Breakover voltage – Tensão de ruptura) ou tensão de
disparo. Um tiristor controlado, no entanto, possui um terminal adicional que quando submetido a uma diferença de
potencial com relação ao um dos terminais principais, coloca o dispositivo no modo de condução.
7. Chave AC isolada (chave estática)
Um DIAC pode ser comparado com dois diodos zener ligados em antisérie.
7. Chave AC isolada (chave estática)
Como exemplo, podemos citar o DIAC DB3, que possui as seguintes características
DO31
7. Chave AC isolada (chave estática)
• A (anodo)
• K (catodo)
• G (gate ou gatilho)
• Uma vez em condução, o SCR só deixará de conduzir, se a corrente IAK cair abaixo
de um valor chamado “IH - Hold Current” (corrente de manutenção), ou se o
componente for submetido a uma polarização reversa (VA < VK) reversamente
polarizado. Isso significa que o sinal de gatilho pode ser removido após o
componente entrar no modo de condução.
7. Chave AC isolada (chave estática)
Como num diodo, o SCR possui uma tensão máxima reversa que é capaz de suportar Polarização
chamada “Reverse Breakdown voltage”. Essa tensão varia de componente para
componente e não deve ser atingida para o componente não entre em condução
reversa.
Da mesma forma, existe uma tensão máxima direta, que ao ser atingida faz o
componente disparar mesmo sem a presença do sinal de gatilho. Essa tensão é
chamada de “Forward Breakover voltage”, e não deve ser atingida.
7. Chave AC isolada (chave estática)
Como exemplo, podemos citar o SCR TIC126, que possui as seguintes características
TO220
7. Chave AC isolada (chave estática)
O circuito do Dimmer II utiliza o TRIAC utilizado é o BTB06 cujas característica principais são mostradas nas figuras abaixo.
7. Chave AC isolada (chave estática)
Dados:
D1= BZX84C6V2 (6,2V@350mW)
Q2 = BC557A (P = 625mW, VCE(max) = 45V, IC(max) = 100mA, B = 120, VbeQ2(max) = 0,7V)
R7= 56KΩ 𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇
C3= 220nF/50V
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
Exercício 1
a) O valor de R8
𝑃𝑍𝑇 350𝑚𝑊
𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ = 0,1 ∙ = 5,65𝑚𝐴
𝑉𝑍 6,2𝑉
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
𝐼𝐶𝑇𝐸 91,07μ𝐴
𝑉𝐶3 = ∙𝑡 = ∙ 3,0𝑚𝑠 = 1,24𝑉
𝐶3 220𝑛𝐹
Exercício 1
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
𝐶 ∙ 𝑉𝐶
𝑡=
𝐼𝐶𝑇𝐸
220𝑛𝐹 ∙ 3,0𝑉
𝑡= = 6,8𝑚𝑠
91,07μ𝐴
Exercício 2
Dados:
D1= BZX55C8V2 (8,2V@500mW)
Q2 = BC557A (P = 625mW, VCE(max) = 45V, IC(max) = 100mA, B = 120, VbeQ2(max) = 0,7V)
R7= 27KΩ 𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇
C3= 150nF/50V (Vishay - K154K20X7RF5TL5)
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
Exercício 2
a) O valor de R8
𝑃𝑍𝑇 500𝑚𝑊
𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ = 0,1 ∙ = 6,10𝑚𝐴
𝑉𝑍 8,2𝑉
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
𝐼𝐶𝑇𝐸 114,8μ𝐴
𝑉𝐶3 = ∙𝑡 = ∙ 5,5𝑚𝑠 = 4,21𝑉
𝐶3 150𝑛𝐹
Exercício 2
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
𝐶 ∙ 𝑉𝐶
𝑡=
𝐼𝐶𝑇𝐸
150𝑛𝐹 ∙ 4,0𝑉
𝑡= = 5,23𝑚𝑠
114,8μ𝐴
Exercício 3
a) O valor de R8
b) A máxima potência dissipada pelo resistor R8
c) O valor de R7 para que a tensão de pico do sinal dente de serra no ponto TP7
seja igual a 5,0V. Considere o transistor Q3 recebendo pulsos do circuito
detector zero-cross, em intervalos periódicos de 8,33ms.
𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
Exercício 3
a) O valor de R8
𝑃𝑍𝑇 500𝑚𝑊
𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ = 0,1 ∙ = 7,35𝑚𝐴
𝑉𝑍 6,8𝑉
𝐶 ∙ 𝑉𝐶 100𝑛𝐹 ∙ 5,0𝑉
𝐼𝐶𝑇𝐸 = = = 60,02μ𝐴
𝑡 8,33𝑚𝑠
No circuito do Dimmer II, considere a tensão no ponto TP12 ajustada para 4,2V e determine:
(4,2V)
(4,2V)
180° → 8,33𝑚𝑠
φ → 5,35𝑚𝑠
5,35𝑚𝑠
φ= ∙ 180° = 115,6°
8,33𝑚𝑠
Exercício 4
No circuito do Dimmer II, determine a tensão do ponto TP12 para que o ângulo de disparo do TRIAC ocorra em 100°:
Exercício 5
No circuito do Dimmer II, determine a tensão do ponto TP12 para que o ângulo de disparo do TRIAC ocorra em 100°:
180° → 8,33𝑚𝑠
100° → 𝑥
100
𝑥= ∙ 8,33𝑚𝑠 = 4,63𝑚𝑠
180
6,54𝑉 𝑦 4,63𝑚𝑠
= →𝑦= ⋅ 6,54𝑉 → 𝑦 = 3,64𝑉
8,33𝑚𝑠 4,63𝑚𝑠 8,33𝑚𝑠
𝑉𝑇𝑃12 = 3,64𝑉
Exercício 6
No circuito do Dimmer II, determine a potência dissipada no
resistor R4, quando a tensão no ponto TP12 for igual a 3,8V. Sabe-
se que a tensão de saturação de saída do AOP vale 11,2V e a
tensão no led do acoplador óptico 2V.
Exercício 6
• Semelhança de triângulos
6,54𝑉 3,80𝑉 3,80𝑉
= 𝑥= ∙ 8,33𝑚𝑠 = 4,84𝑚𝑠
8,33𝑚𝑠 𝑥 6,54𝑉
• Valor de Tp
𝑇𝑝 = 8,33𝑚𝑠 − 4,84𝑚𝑠 = 3,49𝑚𝑠
𝑉𝑅4 2 (3,86𝑉)2
𝑃𝑅4 = = = 31,7𝑚𝑊
𝑅4 470Ω
Exercício 7
Considere uma carga de 400W@220V ligada no conector CN1.
Determine a potência da carga quando a tensão no ponto TP2 estiver
ajustado para 2,0V.
• Ângulo em radianos
𝜋
α = 55,1° ∙ = 0,962 𝑟𝑎𝑑
180°
1 α 𝑆𝑒𝑛(2 ∙ α)
𝑉𝑅𝑀𝑆(α) = 𝑉𝑝 ∙ − +
2 2∙𝜋 4∙𝜋
• Potência (α)
2 2
𝑉𝑅𝑀𝑆 𝛼 202,0
𝑃𝑜𝑡 𝛼 = ∙ 𝑃𝑜𝑡𝑅𝐿 = ∙ 400 = 337,2𝑊
𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑅𝐿 220,0
Exercício 7