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Dimmer II

Análise de Circuitos
1. Introdução
Dimmer é um dispositivo eletrônico capaz de controlar a potência média numa carga. Existem dimmers para cargas AC e
dimmers para cargas DC, tendo eles técnicas e processos de controle diferentes.

Existem diversos circuitos e técnicas de controle para dimmers DC, sendo a de chaveamento por controle PWM e a de
controle linear de tensão, as mais utilizadas. Ambas controlam o valor médio da tensão de saída que alimenta a carga.
1. Introdução
Como para os dimmers DC, existem diversas técnicas de controle utilizadas nos dimmers AC, mas a que utiliza um tiristor
(TRIAC) para controlar a parcela do sinal senoidal da rede que será entregue para a carga é a mais utilizada. Nessa
técnica, o controle precisa estar sincronizado com a rede.
1. Introdução
O circuito do Dimmer II que será analisado opera em sincronismo com a rede e utiliza um TRIAC para efetuar o controle
da potência da carga. A diferença desse dimmer esta´ na variação linear do sinal de controle, que permite uma variação
suave no ajuste da potência de saída, ou seja, sem variações bruscas observadas em circuitos similares. Ele é capaz de
controlar diversas cargas AC e possui as seguintes características:

• Tensão de operação: 110V ou 220V


• Potência de saída: 650W/110V ou 1300W/220V
• Circuito de controle isolado da rede
• Controle linear de 0 a 100%
• Proteção por fusível
2. Diagrama em blocos
3. Fonte de alimentação

A fonte de alimentação do circuito é do tipo linear e tem a função de fornecer uma tensão DC de 12V regulada para todos os
blocos do circuito. O sinal da rede elétrica (110V ou 220V) deve ser aplicado através do conector CN2. O fusível F1 presente
na entrada da fonte tem a finalidade de proteger o circuito contra sobrecargas e curto circuitos na saída. Observe que ele foi
colocado antes de qualquer derivação de corrente, o que faz com que todo o sistema seja desenergizado caso ocorra um
curto-circuito ou sobrecarga na saída.

O circuito pode operar tanto em 110V quanto em 220V. A chave SW1 serve para selecionar o TAP do primário do
tranformador T1 compatível com a tensão da rede. Com exceção da chave estática, todo o resto do circuito funciona de
forma isolada da rede. A isolação é feita pelo transformador e acoplador óptico da chave estática.

O sinal da rede aplicado no primário do tranformador T1 através da chave SW1, é reduzido para 12V RMS e retificado em
onda completa através dos diodos D4 e D5. Após a retificação, o sinal DC pulsante de 120Hz é filtrado pelo capacitor C4, e
aplicado na entrada do regulador linear 7812 (CI3).
3. Fonte de alimentação

O circuito possui diversos blocos que só operam


corretamente se forem alimentados com uma fonte
regulada (sem variações). O sinal DC presente no ponto
TP1 não possui regulação (varia em função da rede) e não
pode ser utilizado para alimentar o circuito. A função do
circuito integrado 7812 (CI3) é fornecer a partir da tensão
não regulada de entrada, uma tensão de 12V regulada
para o circuito. Esse regulador tem capacidade de
corrente de saída igual a 1A.
4. Detector Zero-Cross
A função do circuito detector zero-cross é detectar os
instantes em que o sinal da rede passa zero. Os diodos
D2 e D3 (diodos de sinal) retificam o sinal do
secundário do transformador (amostra da rede com
amplitude reduzida) e geram no ponto TP3 um sinal DC
pulsante de 120Hz, sincronizado com a rede. Esse sinal
pulsante é aplicado na base do transistor Q4 que opera
como chave. Sempre que o sinal DC pulsante
ultrapassa o valor de Vbe desse transistor, ele conduz e
satura, fazendo a tensão do ponto TP4 (coletor) cair
para zero (Vsat). Nos instantes em que o sinal pulsante
é menor que VBE de Q4, o transistor abre e a tensão
no ponto TP4 sobe para 12V.

Vbe
5. Gerador de sinal dente serra
O circuito gerador de sinal “dente de serra” tem como princípio de funcionamento a carga de um capacitor durante um
período de tempo utilizando uma corrente constante de carga. Num circuito RC a curva de carga do capacitor é exponencial
pois não existe o controle da corrente. A corrente de carga nesse caso obedece as características de acumulo de carga do
componente.

Na equação de carga do capacitor, R.C é chamado de constante de tempo de carga, e define o percentual de carga do
componente no decorrer do tempo.
𝑇 = 1 × 𝑅. 𝐶 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 1 − 𝑒 −1 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 0,632 → 𝑉𝑐 = 63,2% 𝑑𝑒 𝐸
𝑇 = 2 × 𝑅. 𝐶 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 1 − 𝑒 −2 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 0,865 → 𝑉𝑐 = 86,5% 𝑑𝑒 𝐸
𝑇 = 3 × 𝑅. 𝐶 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 1 − 𝑒 −3 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 0,950 → 𝑉𝑐 = 95,0% 𝑑𝑒 𝐸
𝑇 = 4 × 𝑅. 𝐶 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 1 − 𝑒 −4 → 𝑉𝑐 = 𝐸 ∙ 0,982 → 𝑉𝑐 = 98,2% 𝑑𝑒 𝐸
5. Gerador de sinal dente serra
No entanto, se a carga do capacitor for feita com uma corrente de valor constante, o crescimento da tensão passa a ser linear
(comportamento de uma reta). O gerador de sinal dente de serra utiliza uma fonte de corrente constante para carregar o
capacitor C3. O diodo zener estabiliza a tensão na base do transistor em 7,5V. Isso faz com que a tensão no ponto TP5 seja
constante. Como a queda de tensão sobre R7 não muda (constante) a corrente que atravessa R7 também é constante.

𝑑𝑣𝑐
𝑖𝑐 = 𝐶 ∙
𝑑𝑡
1
𝑑𝑣𝑐 = ∙ න 𝑖𝑐 ∙ 𝑑𝑡
𝐶
𝑡
1
𝑣𝑐 = ∙ න 𝑖𝑐𝑡𝑒 ∙ 𝑑𝑡
𝐶 0

𝑡
𝑖𝑐𝑡𝑒
𝑣𝑐 = ∙ න 𝑑𝑡
𝐶 0

𝑉𝑏𝑄4 = 𝑉𝑧 = 7,5𝑉
𝑖𝑐𝑡𝑒
𝑣𝑐 = ∙𝑡
𝑉𝑇𝑃5 = 𝑉𝑧 + 𝑉𝑏𝑒 = 7,5 + 0,7 V = 8,2V 𝐶

𝑉𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒 − 𝑉𝑇𝑃5 12 − 8,2


𝐼𝑐𝑡𝑒 = = = 172,7μ𝐴
𝑅7 22𝐾
5. Gerador de sinal dente serra

𝑖𝑐𝑡𝑒
𝑣𝑐 = ∙𝑡
𝐶

Partindo de 0V, a tensão de pico do capacitor C3 quando carregado com uma


corrente constante de 172,7μA durante 8,33ms (1/2 ciclo (60Hz)) será:

𝑖𝑐𝑡𝑒 172,7𝑢𝐴
𝑣𝑐 = .𝑡 = . 8,33𝑚𝑠 = 6,54𝑉
𝐶 220𝑛𝐹
5. Gerador de sinal dente serra

Para garantir que o sinal dente de serra seja gerado em


sincronismo com a rede, o sinal do detector zero-cross excita a
base de um transistor que tem a função de descarregar
completamente o capacitor. Isso faz com que o capacitor seja
descarregado nos instantes da passagem por zero do sinal da
rede.

O transistor de descarga (Q3) conduz somente por um breve


instante de tempo (largura do pulso de saída do detector zero-
cross), suficiente para descarregar o capacitor. Quando o pulso
do detector zero-cross cai a zero, o transistor de descarga abre, e
um novo ciclo de carga do capacitor é iniciado.
5. Gerador de sinal dente serra
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão

Amplificadores operacionais (AOPs) são amplificadores integrados com características que “se aproximam” das de um
amplificador ideal. São amplamente utilizados em circuitos de amplificação e atenuação de sinais, de filtros ativos, de
comparação e medição.
A denominação “amplificador operacional” se deve ao fato de que estes circuitos foram utilizados no princípio para
realizar operações matemáticas como: adição, subtração e multiplicação.
Conforme mostra a figura a baixo, um AOP possui duas entradas denominadas “entrada inversora” e “entrada não
inversor”, uma saída e dois terminais de alimentação.

(+) Entrada não inversora


(-) Entrada inversora
OUT Saída
+VCC Alimentação positiva
-VCC Alimentação negativa / GND
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão

• Impedância de entrada
Os amplificadores operacionais são projetados para terem altíssimas impedâncias de entrada. Essa característica é
importante para que os sinais aplicados na entrada do amplificador não sejam atenuados. Quanto maior a impedância de
entrada, menor é a corrente de excitação de entrada. A impedância de entrada de um amplificador operacional é da
ordem de MΩ.
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão

• Impedância de saída
A impedância de saída de um amplificador deve ser a menor possível, para que todo o sinal de saída seja entregue para a
carga. Tipicamente o valor da impedância de saída de AOP situa-se na faixa de dezenas a centenas de Ohms.
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão

• Alimentação
Muitos amplificadores operacionais precisam de alimentação simétrica para funcionarem. No entanto existem outros que
podem ser alimentados tanto com fonte simples quanto simétrica.
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão

• Ganho
O ganho de tensão de um amplificador operacional é elevado (dezenas a centenas de milhares de vezes), permitindo que
sinais de pequenas amplitudes sejam amplificados a níveis utilizáveis. Esse ganho também é conhecido como “ganho de
malha aberta”. Nos manuais dos fabricantes, o ganho de tensão de um AOP muitas vezes é fornecido em V/mV ou ainda
em dB (decibéis).
𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑑𝑏 = 20 ∙ 𝐿𝑜𝑔
𝑉𝑖𝑛

Operando no modo “comparador de tensão”, o sinal diferencial presente nas entradas (+) e (-) é multiplicado pelo ganho
de malha aberta do AOP. Nesse circuito não existe realimentação negativa, e por isso, o ganho do amplificador não pode
ser controlado. Com isso, basta uma pequena diferença de tensão entre os terminais (+) e (-) para ocorra a saturação da
saída para um dos potenciais de fonte (+VCC) ou (-VCC).
Exemplo:
Ganho do amplificador em malha aberta AV = 140V/mV
(AV = 140000). +VCC =12V e –VCC=-12V.
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑉𝑑 = 1mV → Vout = 1mV × 140000 = 140𝑉
𝑆𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 + 12𝑉

𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑉𝑑 = −1mV → Vout = −1mV × 140000 = −140𝑉


𝑆𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 − 12𝑉
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão
6. Amplificador operacional operando como comparador de tensão
6. Comparador e gerador PWM
O circuito comparador, compara o sinal “dente de serra”
com um valor DC e gera um pulso sincronizado com a
rede, de largura variável depende do valor do sinal DC.
A largura do pulso é medida com relação ao final do
semiciclo da rede.
7. Chave AC isolada (chave estática)

Tiristores são dispositivos eletrônicos constituídos de 3 ou mais junções (4 ou mais regiões (layers) semicondutoras)
que operam como chaves que podem sob certas circunstâncias inerentes do componente, conduzir ou interromper a
passagem de corrente elétrica.

Existem diversos tipos de tiristores que diferem quanto ao número de terminais e modos de operação. Tiristores
unidirecionais são aqueles que conduzem corrente elétrica num único sentido, e bidirecionais são aqueles que possuem
capacidade de conduzir corrente em ambos os sentidos.

Os tiristores podem ser controlados e não controlados. Um DIAC (Diode for Alternating Current), por exemplo, pode
conduzir corrente em ambos os sentidos, mas não possui terminal de controle e entra no modo de condução quando a
tensão nos terminais A1 e A2 atinge um valor conhecido como VBO (Breakover voltage – Tensão de ruptura) ou tensão de
disparo. Um tiristor controlado, no entanto, possui um terminal adicional que quando submetido a uma diferença de
potencial com relação ao um dos terminais principais, coloca o dispositivo no modo de condução.
7. Chave AC isolada (chave estática)

• DIAC – Diode for Alternating Current Símbolo

DIAC é um tiristor bidirecional que possui dois terminais chamados A1 e A2,


pelos quais circula a corrente principal do componente quando ele estiver no
modo de condução (disparado). O DIAC é capaz de conduzir corrente em ambos
os sentidos e por isso é também é conhecido como “diodo AC” ou “diodo
bidirecional”.

Devido às suas características, os DIACs são amplamente utilizados nos


circuitos de controle de disparos de TRIACs e SCRs.

Um DIAC pode ser comparado com dois diodos zener ligados em antisérie.
7. Chave AC isolada (chave estática)

O princípio de funcionamento do DIAC pode ser entendido através da


curva V x I do componente. Enquanto a tensão entre os terminas A1
e A2 estiver abaixo da tensão de ruptura (VBO) o componente se
comporta como uma chave aberta, com altíssima impedância e
nenhuma corrente circula entre os terminais principais. No entanto,
quando a tensão entre os terminais A1 e A2 atinge o valor de ruptura
(VBO), o componente dispara e a impedância entre eles cai
abruptamente, permitindo a passagem de corrente. Observe que
quando disparado, o DIAC não tem o comportamento de uma chave
ideal, uma vez que a tensão entre os terminais A1 e A2 não cai para
0V e sim, para uma tensão conhecida como tensão de saída do
componente representada no gráfico por Vo (output voltage). Uma
vez disparado, o componente só voltará a abrir, quando a corrente
principal cair abaixo de um valor conhecido como IBO (corrente
mínima de manutenção).
De acordo com a curva V x I mostrada no gráfico ao lado, o DIAC
opera nos quadrantes 1 e 3.

• Quadrante 1: VA2 > VA1 e corrente flui de A2 para A1.


• Quadrante 3: VA2 < VA1 e corrente flui de A1 para A2.
7. Chave AC isolada (chave estática)

Como exemplo, podemos citar o DIAC DB3, que possui as seguintes características

DO31
7. Chave AC isolada (chave estática)

As figuras ao lado mostram as formas das onda presentes


no DIAC e na carga, quando na entrada do circuito abaixo é
aplicado um sinal senoidal de amplitude Vp.
7. Chave AC isolada (chave estática)

• SCR – Silicon Controlled Rectifier Símbolo

SCR é um tiristor unidirecional que possui três terminais chamados:

• A (anodo)
• K (catodo)
• G (gate ou gatilho)

Os terminais A (anodo) e K (catodo) são chamados de terminais principais, pois


são os responsáveis pela condução da corrente principal do componente.

O terminal G (gate) é chamado de terminal de controle, e nele são aplicados os


pulsos de controle que fazem o componente entrar no modo de condução.
7. Chave AC isolada (chave estática)

Conforme mostra a curva V x I do componente, o SCR só opera no 1° quadrante, e a Polarização


corrente sempre flui do anodo para o catodo. De forma geral, um SCR só entrará no
modo de condução quando as seguintes condições forem atendidas:

• O componente precisa estar diretamente polarizado, ou seja, a tensão do anodo


com relação ao catodo precisa ser positiva (VA > VK) em pelo menos 2V.

• Mesmo estando diretamente polarizado, o SCR só entrará no modo de condução


se uma tensão positiva (VGK) for aplicada no GATE com relação ao catodo. Essa
tensão é chamada de “tensão de gatilho” e tem dimensão na ordem de 1V. O
gatilho necessita de uma corrente mínima de excitação (IG), que flui pelo terminal
quando a tensão VGK é aplicada. Essa corrente muda de componente para
componente, e a fonte VGK precisa ser capaz de fornecê-la.

• Uma vez em condução, o SCR só deixará de conduzir, se a corrente IAK cair abaixo
de um valor chamado “IH - Hold Current” (corrente de manutenção), ou se o
componente for submetido a uma polarização reversa (VA < VK) reversamente
polarizado. Isso significa que o sinal de gatilho pode ser removido após o
componente entrar no modo de condução.
7. Chave AC isolada (chave estática)

Como num diodo, o SCR possui uma tensão máxima reversa que é capaz de suportar Polarização
chamada “Reverse Breakdown voltage”. Essa tensão varia de componente para
componente e não deve ser atingida para o componente não entre em condução
reversa.

Da mesma forma, existe uma tensão máxima direta, que ao ser atingida faz o
componente disparar mesmo sem a presença do sinal de gatilho. Essa tensão é
chamada de “Forward Breakover voltage”, e não deve ser atingida.
7. Chave AC isolada (chave estática)

Como exemplo, podemos citar o SCR TIC126, que possui as seguintes características

TO220
7. Chave AC isolada (chave estática)

Devido as características dos SCRs, eles são amplamente


utilizados em circuitos retificadores controlados.
7. Chave AC isolada (chave estática)
• TRIAC – Triode for Alternating Current
Símbolo
TRIAC é um tiristor bidirecional de 4 camadas (3 junções) que possui três
terminais chamados:

• MT1 (Main terminal 1)


• MT2 (Main terminal 2)
• G (gate ou gatilho)

Os terminais MT1 e MT2 são chamados de terminais principais, pois são os


responsáveis pela condução da corrente principal do componente. Alguns
fabricantes utilizam (A1 ou T1) para identificar o terminal MT1 e (A2 ou T2)
para identificar o terminal MT2.

O terminal G (gate) é chamado de terminal de controle, e nele são


aplicados os pulsos de controle que fazem o componente entrar no modo
de condução.

Um TRIAC pode conduzir corrente em ambos os sentidos, sendo indicado


para o controle de acionamentos de cargas AC. Ele pode ser entendido
como dois SCRs ligados em anti-paralelo controlado por um único terminal
de gatilho.
7. Chave AC isolada (chave estática)

O disparo de um TRIAC ocorre quando é aplicada uma


tensão no GATE com relação ao terminal MT1 na ordem de
2V. Essa tensão pode ser positiva ou negativa,
independentemente da polaridade da tensão existente entre
os terminais principais. Com isso, o componente é capaz de
operar nos 4 quadrantes conforme mostra a figura ao lado.

Para disparar, o TRIAC exige uma corrente mínima de


GATE, que é relacionada com a corrente principal, e por esse
motivo não são disponibilizados para correntes muito
elevadas, como acontece com os SCRs.

Uma vez em condução, o TRIAC só deixará de conduzir, se a


corrente principal cair abaixo de um valor chamado “IH - Hold
Current” (corrente de manutenção).

Um TRIAC também possui uma tensão de ruptura nos dois


sentidos, que deve ser evitada para que não ocorram
disparos acidentais.
7. Chave AC isolada (chave estática)

Como os SCRs, os TRIACS são sensíveis a variações de tensão muito


rápidas nos terminais principais (𝑑𝑣/𝑑𝑡) e podem exigir circuitos de
proteção chamados snubbers para evitar disparos inesperados.

Num circuito de acionamento o TRIAC é ligado em série com a carga


e pode funcionar como um simples interruptor, ou como controlador
de potência, quando o disparo é feito de forma controlada numa
angulação a partir da passagem por zero do sinal da rede.
7. Chave AC isolada (chave estática)

O circuito do Dimmer II utiliza o TRIAC utilizado é o BTB06 cujas característica principais são mostradas nas figuras abaixo.
7. Chave AC isolada (chave estática)

A função da chave estática é energizar a carga a partir dos


pulsos gerados pelo circuito comparador. Ela tem como
elemento base de chaveamento o TRIAC (Q1). R6 e C2
formam o circuito snubber do TRIAC para prevenir o
disparo acidental por dv/dt. O circuito integrado CI2 isola a
chave estática do circuito gerador do pulso de disparo do
TRIAC.
Exercício 1

Dado o circuito gerador de corrente constante ao lado, determine:


a) O valor de R8
b) A máxima potência dissipada pelo resistor R8
c) O valor da corrente de carga do capacitor
d) O valor da tensão sobre o capacitor C3, 3ms após o início da carga,
considerando o capacitor totalmente descarregado no instante t = 0s.
e) O tempo necessário para a tensão sobre o capacitor atingir o valor de 3,0V,
considerando o capacitor totalmente descarregado no instante t = 0s.

Dados:
D1= BZX84C6V2 (6,2V@350mW)
Q2 = BC557A (P = 625mW, VCE(max) = 45V, IC(max) = 100mA, B = 120, VbeQ2(max) = 0,7V)
R7= 56KΩ 𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇
C3= 220nF/50V
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
Exercício 1

a) O valor de R8

𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇

𝑃𝑍𝑇 350𝑚𝑊
𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ = 0,1 ∙ = 5,65𝑚𝐴
𝑉𝑍 6,2𝑉

𝑉𝑅8 12𝑉 − 6,2𝑉


𝑅8 = = = 1,02𝐾Ω
𝐼𝑅8 5,65𝑚𝐴

b) A máxima potência dissipada pelo resistor R8

𝑉𝑅8 2 12𝑉 − 6,2𝑉 2


𝑃𝑅8 = = = 32,98mW
𝑅8 1,02𝐾Ω
Exercício 1

c) O valor da corrente de carga do capacitor

𝑉𝑇𝑃8 = 𝑉𝑍 + 𝑉𝐵𝐸 = 6,2𝑉 + 0,7𝑉 = 6,9𝑉

𝑉𝑅7 12𝑉 − 6,9𝑉


𝐼𝐶𝑇𝐸 = = = 91,07μ𝐴
𝑅7 56𝐾Ω

d) O valor da tensão sobre o capacitor C3, 3ms após o início da


carga, considerando o capacitor totalmente descarregado no
instante t = 0s.

𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶

𝐼𝐶𝑇𝐸 91,07μ𝐴
𝑉𝐶3 = ∙𝑡 = ∙ 3,0𝑚𝑠 = 1,24𝑉
𝐶3 220𝑛𝐹
Exercício 1

e) O tempo necessário para a tensão sobre o capacitor atingir o valor de 3,0V,


considerando o capacitor totalmente descarregado no instante t = 0s.

𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
𝐶 ∙ 𝑉𝐶
𝑡=
𝐼𝐶𝑇𝐸

220𝑛𝐹 ∙ 3,0𝑉
𝑡= = 6,8𝑚𝑠
91,07μ𝐴
Exercício 2

Dado o circuito gerador de corrente constante ao lado, determine:


a) O valor de R8
b) A máxima potência dissipada pelo resistor R8
c) O valor da corrente de carga do capacitor
d) O valor da tensão sobre o capacitor C3, 5,5ms após o início da carga,
considerando o capacitor totalmente descarregado no instante t = 0s.
e) O tempo necessário para a tensão sobre o capacitor atingir o valor de 4,0V,
considerando o capacitor totalmente descarregado no instante t = 0s.

Dados:
D1= BZX55C8V2 (8,2V@500mW)
Q2 = BC557A (P = 625mW, VCE(max) = 45V, IC(max) = 100mA, B = 120, VbeQ2(max) = 0,7V)
R7= 27KΩ 𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇
C3= 150nF/50V (Vishay - K154K20X7RF5TL5)
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
Exercício 2

a) O valor de R8

𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇

𝑃𝑍𝑇 500𝑚𝑊
𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ = 0,1 ∙ = 6,10𝑚𝐴
𝑉𝑍 8,2𝑉

𝑉𝑅8 12𝑉 − 8,2𝑉


𝑅8 = = = 623Ω
𝐼𝑅8 6,10𝑚𝐴

b) A máxima potência dissipada pelo resistor R8

𝑉𝑅8 2 12𝑉 − 8,2𝑉 2


𝑃𝑅8 = = = 23,18mW
𝑅8 623Ω
Exercício 2

c) O valor da corrente de carga do capacitor

𝑉𝑇𝑃8 = 𝑉𝑍 + 𝑉𝐵𝐸 = 8,2𝑉 + 0,7𝑉 = 8,9𝑉

𝑉𝑅7 12𝑉 − 8,9𝑉


𝐼𝐶𝑇𝐸 = = = 114,8μ𝐴
𝑅7 27𝐾Ω

d) O valor da tensão sobre o capacitor C3, 5,5ms após o início da


carga, considerando o capacitor totalmente descarregado no
instante t = 0s.

𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶

𝐼𝐶𝑇𝐸 114,8μ𝐴
𝑉𝐶3 = ∙𝑡 = ∙ 5,5𝑚𝑠 = 4,21𝑉
𝐶3 150𝑛𝐹
Exercício 2

e) O tempo necessário para a tensão sobre o capacitor atingir o valor de 4,0V,


considerando o capacitor totalmente descarregado no instante t = 0s.

𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
𝐶 ∙ 𝑉𝐶
𝑡=
𝐼𝐶𝑇𝐸

150𝑛𝐹 ∙ 4,0𝑉
𝑡= = 5,23𝑚𝑠
114,8μ𝐴
Exercício 3

Para o circuito ao lado, são dados:


Dados:
D1= BZX55C6V8 (6,8V@500mW)
Q2 = BC557A (P = 625mW, VCE(max) = 45V, IC(max) = 100mA, B = 120, VbeQ2(max) = 0,7V)
Q3 = BC547A (P = 500mW, VCE(max) = 50V, IC(max) = 100mA, B = 110, VbeQ2(max) = 0,7V)
C3= 100nF/50V (Vishay - K104K20X7RF5TL5)

a) O valor de R8
b) A máxima potência dissipada pelo resistor R8
c) O valor de R7 para que a tensão de pico do sinal dente de serra no ponto TP7
seja igual a 5,0V. Considere o transistor Q3 recebendo pulsos do circuito
detector zero-cross, em intervalos periódicos de 8,33ms.
𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇

𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
Exercício 3

a) O valor de R8

𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ 𝐼𝑍𝑇

𝑃𝑍𝑇 500𝑚𝑊
𝐼𝑍𝑝𝑜𝑙 = 0,1 ∙ = 0,1 ∙ = 7,35𝑚𝐴
𝑉𝑍 6,8𝑉

𝑉𝑅8 12𝑉 − 6,8𝑉


𝑅8 = = = 707,5Ω
𝐼𝑅8 6,10𝑚𝐴

b) A máxima potência dissipada pelo resistor R8

𝑉𝑅8 2 12𝑉 − 6,8𝑉 2


𝑃𝑅8 = = = 38,22mW
𝑅8 707,5Ω
Exercício 3

c) O valor de R7 para que a tensão de pico do sinal dente de serra no ponto


TP7 seja igual a 5,0V. Considere o transistor Q3 recebendo pulsos do
circuito detector zero-cross, em intervalos periódicos de 8,33ms.

𝐶 ∙ 𝑉𝐶 100𝑛𝐹 ∙ 5,0𝑉
𝐼𝐶𝑇𝐸 = = = 60,02μ𝐴
𝑡 8,33𝑚𝑠

𝑉𝑇𝑃8 = 𝑉𝑍 + 𝑉𝐵𝐸 = 6,8𝑉 + 0,7𝑉 = 7,5𝑉


𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑉𝐶 = ∙𝑡
𝐶
𝑉𝑅7 12𝑉 − 7,5𝑉
R7 = = = 74,98𝐾Ω
𝐼𝑅7 60,02μ𝐴
Exercício 4

No circuito do Dimmer II, considere a tensão no ponto TP12 ajustada para 4,2V e determine:

a) A largura do pulso presente no ponto TP13


b) O ângulo de disparo do TRIAC
c) A forma da onda presente carga
Exercício 4

a) A largura do pulso presente no ponto TP13

(4,2V)

6,54𝑉 4,2𝑚𝑠 4,2𝑉


= → 𝑥 = 8,33𝑚𝑠 ∙ → 𝑥 = 5,35𝑚𝑠
8,33𝑚𝑠 𝑥 6,54𝑉

𝑡𝑝 = 8,33𝑚𝑠 − 5,35𝑚𝑠 = 2,98𝑚𝑠


Exercício 4

b) O ângulo e disparo do TRIAC

(4,2V)

180° → 8,33𝑚𝑠
φ → 5,35𝑚𝑠

5,35𝑚𝑠
φ= ∙ 180° = 115,6°
8,33𝑚𝑠
Exercício 4

c) A forma da onda presente na carga


Exercício 5

No circuito do Dimmer II, determine a tensão do ponto TP12 para que o ângulo de disparo do TRIAC ocorra em 100°:
Exercício 5

No circuito do Dimmer II, determine a tensão do ponto TP12 para que o ângulo de disparo do TRIAC ocorra em 100°:

180° → 8,33𝑚𝑠
100° → 𝑥
100
𝑥= ∙ 8,33𝑚𝑠 = 4,63𝑚𝑠
180

6,54𝑉 𝑦 4,63𝑚𝑠
= →𝑦= ⋅ 6,54𝑉 → 𝑦 = 3,64𝑉
8,33𝑚𝑠 4,63𝑚𝑠 8,33𝑚𝑠

𝑉𝑇𝑃12 = 3,64𝑉
Exercício 6
No circuito do Dimmer II, determine a potência dissipada no
resistor R4, quando a tensão no ponto TP12 for igual a 3,8V. Sabe-
se que a tensão de saturação de saída do AOP vale 11,2V e a
tensão no led do acoplador óptico 2V.
Exercício 6
• Semelhança de triângulos
6,54𝑉 3,80𝑉 3,80𝑉
= 𝑥= ∙ 8,33𝑚𝑠 = 4,84𝑚𝑠
8,33𝑚𝑠 𝑥 6,54𝑉

• Valor de Tp
𝑇𝑝 = 8,33𝑚𝑠 − 4,84𝑚𝑠 = 3,49𝑚𝑠

• Tensão de pico sobre R4


𝑉𝑅4𝑝𝑖𝑐𝑜 = 𝑉𝐴𝑂𝑃𝑠𝑎𝑡 − 𝑉𝐿𝐸𝐷 = 11,2𝑉 − 2,0𝑉 = 9,2𝑉

• Valor médio da tensão sobre R4


𝑉𝑅4𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 𝑉𝑅4𝑝𝑖𝑐𝑜 ∙ 𝐷𝑐𝑦
𝑇𝑝 3,49𝑚𝑠
𝑉𝑅4𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 𝑉𝑅4𝑝𝑖𝑐𝑜 ∙ = 9,2𝑉 ∙ = 3,86𝑉
𝑇 8,33𝑚𝑠

• Potência dissipada no resistor R4

𝑉𝑅4 2 (3,86𝑉)2
𝑃𝑅4 = = = 31,7𝑚𝑊
𝑅4 470Ω
Exercício 7
Considere uma carga de 400W@220V ligada no conector CN1.
Determine a potência da carga quando a tensão no ponto TP2 estiver
ajustado para 2,0V.

Tensão RMS na carga em função do ângulo de disparo do TRIAC


1 α 𝑆𝑒𝑛(2 ∙ α)
𝑉𝑅𝑀𝑆(α) = 𝑉𝑝 ∙ − +
2 2∙𝜋 4∙𝜋

Potência dissipada na carga em função do ângulo de disparo do


TRIAC
2
𝑉𝑅𝑀𝑆(α)
𝑃𝑜𝑡(𝛼) = ∙ 𝑃𝑜𝑡𝑅𝐿
𝑉𝑅𝑀𝑆(𝑅𝐿)
Exercício 7
• Semelhança de triângulos
6,54𝑉 2,0𝑉 2,0𝑉
= 𝑥= ∙ 180° = 55,1°
180° 𝑥 6,54𝑉

• Ângulo em radianos

𝜋
α = 55,1° ∙ = 0,962 𝑟𝑎𝑑
180°

• Tensão RMS na carga (α)

1 α 𝑆𝑒𝑛(2 ∙ α)
𝑉𝑅𝑀𝑆(α) = 𝑉𝑝 ∙ − +
2 2∙𝜋 4∙𝜋

1 0,962 𝑆𝑒𝑛 2 ∙ 0,962


𝑉𝑅𝑀𝑆(α) = 220 ∙ 2 ∙ − + = 202,0𝑉
2 2∙𝜋 4∙𝜋

• Potência (α)
2 2
𝑉𝑅𝑀𝑆 𝛼 202,0
𝑃𝑜𝑡 𝛼 = ∙ 𝑃𝑜𝑡𝑅𝐿 = ∙ 400 = 337,2𝑊
𝑉𝑅𝑀𝑆 𝑅𝐿 220,0
Exercício 7

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