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TI0114 CIRCUITOS ELÉTRICOS 2023.

Nome: _______________________________________________________________________ Nota:

Turma: ______ Matrícula: ______________ Data: ___/___/___

Avaliação Parcial 2 (2ª chamada) – Circuitos elétricos de 1ª ordem e 2ª ordem.

Questão 01: Considere o circuito abaixo. Não há nenhuma energia armazenada nos capacitores no instante em que a
chave é fechada. Expresse em termos de 𝑅𝑔 , 𝑉𝑔 , 𝐶1 e 𝐶2 a tensão 𝑣1 (𝑡) no capacitor 𝐶1 e a tensão 𝑣2 (𝑡) no capacitor
𝐶2 para 𝑡 ≥ 0. (3 pontos)

1 𝑡 1 𝑡
As tensões nos capacitores podem ser obtidas pelas equações 𝑣1 (𝑡) = 𝐶 ∫0 𝑖(Τ)𝑑Τ e 𝑣2 (𝑡) = 𝐶 ∫0 𝑖(Τ)𝑑Τ. Perceba
1 2
que as integrais são definidas entre 0 e 𝑡 pois os capacitores estão descarregados em 𝑡 < 0. Precisamos então obter
a corrente 𝑖(𝑡) da malha para obtermos 𝑣1 (𝑡) e 𝑣2 (𝑡). Pela LKT, temos que:

1 𝑡 1 𝑡 1 1 𝑡
1 𝑡
𝑉𝑔 = 𝑅𝑔 𝑖(𝑡) + ∫ 𝑖(Τ)𝑑Τ + ∫ 𝑖(Τ)𝑑Τ = 𝑅𝑔 𝑖(𝑡) + ( + ) ∫ 𝑖(Τ)𝑑Τ = 𝑅𝑔 𝑖(𝑡) + ∫ 𝑖(Τ)𝑑Τ ,
𝐶1 0 𝐶2 0 𝐶1 𝐶2 0 𝐶eq 0
𝐶 𝐶
onde 𝐶eq = 𝐶 1+𝐶2 é a capacitância equivalente após associação em série dos capacitores 𝐶1 e 𝐶2 . Derivando a equação
1 2
acima em ambos os lados com relação a 𝑡 e dividindo por 𝑅𝑔 , temos:

𝑑𝑖(𝑡) 1
+ 𝑖(𝑡) = 0 .
𝑑𝑡 𝑅𝑔 𝐶eq
𝑉𝑔
Como os capacitores estão descarregados para 𝑡 < 0, temos que 𝑣1 (0) = 𝑣2 (0) = 0 V. Assim, 𝑖(0) = 𝑅 . Com isso,
𝑔

a solução da EDO acima é:


𝑡

𝑅𝑔 𝐶eq
𝑉𝑔 −𝑅 𝑡𝐶
𝑖(𝑡) = 𝑖(0)𝑒 = 𝑒 𝑔 eq .
𝑅𝑔

Podemos agora calcular as tensões nos capacitores. No capacitor 𝐶1 , temos:


Τ
𝑉𝑔 𝑡

𝑅 𝐶
𝑉𝑔 𝐶eq −𝑅 𝑡𝐶 𝑉𝑔 𝐶2 𝐶 +𝐶
−( 1 2 )𝑡
𝑣1 (𝑡) = ∫ 𝑒 𝑔 eq 𝑑Τ = − (𝑒 𝑔 eq − 1) = (1 − 𝑒 𝑔𝐶1 𝐶2 ) .
𝑅
𝑅𝑔 𝐶1 0 𝐶1 𝐶1 + 𝐶2

De forma análoga, para o capacitor 𝐶2 , temos:


𝐶 +𝐶
𝑉𝑔 𝐶1 −( 1 2 )𝑡
𝑣2 (𝑡) = (1 − 𝑒 𝑅𝑔𝐶1 𝐶2 ) .
𝐶1 + 𝐶2

Questão 02: Não há nenhuma energia armazenada no circuito abaixo quando a chave é fechada no instante 𝑡 = 0.
Determine a corrente 𝑖𝑜 (𝑡) através do indutor para 𝑡 ≥ 0. (4 pontos)
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Para 𝑡 < 0, como a chave está aberta, a corrente através do indutor é zero. Além disso, a tensão no capacitor também
é zero já que ele está descarregado. Como neste caso a tensão no capacitor é a mesma no indutor, a derivada da
corrente com relação a 𝑡 também será zero.
𝑑𝑖𝑜 (0) 𝑣𝑜 (0)
Para 𝑡 ≥ 0, temos então 𝑖𝑜 (0) = 0 A e = = 0 A/s . Podemos transformar a fonte de tensão em série com
𝑑𝑡 𝐿
25
o resistor de 𝑅 = 125 Ω em uma fonte de corrente 𝐼𝑠 = 125 = 0,2 A em paralelo com o mesmo resistor, formando
um circuito RLC em paralelo com o capacitor 𝐶 = 6,25 μF e o indutor 𝐿 = 250 mH.

Pela LKC, temos que:


𝑣𝑜 (𝑡) 𝑑𝑣𝑜 (𝑡)
𝐼𝑆 = +𝐶 + 𝑖𝑜 (𝑡) .
𝑅 𝑑𝑡
𝑑𝑖𝑜 (𝑡)
Sabemos que 𝑣𝑜 (𝑡) = 𝐿 𝑑𝑡
. Assim,

𝐿 𝑑𝑖𝑜 (𝑡) 𝑑2 𝑖𝑜 (𝑡)


𝐼𝑆 = + 𝐿𝐶 + 𝑖𝑜 (𝑡) ,
𝑅 𝑑𝑡 𝑑𝑡 2
ou

𝑑2 𝑖𝑜 (𝑡) 1 𝑑𝑖𝑜 (𝑡) 1 𝐼𝑆


2
+ + 𝑖𝑜 (𝑡) = .
𝑑𝑡 𝑅𝐶 𝑑𝑡 𝐿𝐶 𝐿𝐶
A solução da EDO acima é dada por:

𝑖𝑜 (𝑡) = 𝑖𝑜,𝑇 (𝑡) + 𝑖𝑜,𝑅𝐸 (𝑡).

No regime estacionário, 𝑖𝑜,𝑅𝐸 (𝑡) = 𝐼𝑠 = 0,2 A. Já no transiente, precisamos analisar o tipo de amortecimento:

1 rad 1 rad
𝛼= = 640 ; 𝜔𝑜 = √ = 800 .
2𝑅𝐶 s 𝐿𝐶 s

Como 𝛼 < 𝜔𝑜 , o circuito é subamortecido. Como isso, temos:

rad
𝜔𝑑 = √𝜔𝑜2 − 𝛼 2 = 480 .
s
Logo,

𝑖𝑜 (𝑡) = 0,2 + 𝑒 −640𝑡 (𝑘1 cos 480𝑡 + 𝑘2 sen 480𝑡) .


𝑑𝑖𝑜 (0)
Para obtermos as constantes 𝑘1 e 𝑘2 , usamos as condições iniciais 𝑖𝑜 (0) = 0 A e 𝑑𝑡
= 0 A/s :

𝑖𝑜 (0) = 0,2 + 𝑘1 = 0 .
Ou seja, 𝑘1 = −0,2.
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𝑑𝑖𝑜 (0)
= −640 ⋅ (−0,2) + 480𝑘2 = 0 .
𝑑𝑡
128
Ou seja, 𝑘2 = − 480 ≈ −0,267. Finalmente:

𝑖𝑜 (𝑡) = 0,2 − 𝑒 −640𝑡 (0,2 cos 480𝑡 + 0,267 sen 480𝑡) A , 𝑡 ≥0.

Questão 03: No circuito abaixo, o resistor 𝑅 é ajustado para que o circuito tenha amortecimento crítico. A tensão
inicial 𝑣𝐶 (0) é 15 V e a corrente inicial 𝑖(0) é 6 mA.

a) Pela convenção passiva de sinais, qual a corrente através do capacitor em termos de 𝑖(𝑡)? (1 ponto)
b) Determine 𝑅. (1 ponto)
𝑑𝑖(𝑡)
c) Determine logo após o fechamento da chave. (1 ponto)
𝑑𝑡

a) Pelo esquemático do circuito, o sentido da corrente 𝑖(𝑡) está na direção de elevação da tensão 𝑣𝐶 (𝑡). Logo,
a corrente 𝑖𝐶 (𝑡) através do capacitor é 𝑖𝐶 (𝑡) = −𝑖(𝑡) .
b) Como 𝑅 é ajustado para amortecimento crítico, então 𝛼 = 𝜔𝑜 . Pela LKT, temos que:
𝑑𝑖(𝑡)
−𝑣𝐶 (𝑡) + 𝑅𝑖(𝑡) + 𝐿 =0.
𝑑𝑡
𝑑𝑣𝐶 (𝑡)
Além disso, 𝑖𝐶 (𝑡) = 𝐶 𝑑𝑡
= −𝑖(𝑡). Assim,

𝑑𝑣𝐶 (𝑡) 𝑑2 𝑣𝐶 (𝑡)


−𝑣𝐶 (𝑡) − 𝑅𝐶 − 𝐿𝐶 =0,
𝑑𝑡 𝑑𝑡 2
ou

𝑑2 𝑣𝐶 (𝑡) 𝑅 𝑑𝑣𝐶 (𝑡) 1


+ + 𝑣 (𝑡) = 0 .
𝑑𝑡 2 𝐿 𝑑𝑡 𝐿𝐶 𝐶
𝑅 1
Logo, 𝛼 = 2𝐿 e 𝜔𝑜 = √𝐿𝐶 . Como 𝛼 = 𝜔𝑜 , então:

𝐿 125 3
𝑅 = 2√ = 2√ 10 = 1250 Ω .
𝐶 320

c) Da equação obtida pela LKT, temos que:


𝑑𝑖(𝑡) 1
= − (−𝑣𝐶 (𝑡) + 𝑅𝑖(𝑡)) .
𝑑𝑡 𝐿
Logo após o fechamento da chave, ou seja, no instante 𝑡 = 0, sabemos que 𝑣𝐶 (0) = 15 V e 𝑖(0) = 0,006 A. Assim:

𝑑𝑖(0) 1 103 A
= − (−𝑣𝐶 (0) + 𝑅𝑖(0)) = (15 − 1250 ⋅ 0,006) = 60 .
𝑑𝑡 𝐿 125 s

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