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Paciente em uso prolongado de corticoide oral: quando/como fazer a


retirada gradual?
Tempo de Leitura Postagem Atualização
3 minutos 15/11/2016 05/04/2017

Pacientes em uso prolongado de corticoide são considerados com possível risco de supressão do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal nas seguintes situações:

pacientes recebendo dose diárias totais maior ou igual a 10 mg de prednisona (ou outro corticoide em dose equivalente)
por mais de 3 semanas;

pacientes recebendo dose noturna maior ou igual a 5 mg de prednisona por mais de 3 semanas;

pacientes em uso de corticoide e aparência cushingoide.

Nesses casos a redução deve ser gradual, com objetivo de prevenir o risco de recorrência da atividade da doença de base ou
aparecimento dos sintomas da deficiência de cortisol devido à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. É indicado
a redução gradativa de 10 a 20% da dose, levando em consideração a conveniência e a resposta clínica do paciente.

O regime pode ser feito com redução de:

5 a 10 mg a cada uma ou duas semanas, quando a dose em uso de prednisona for maior que 40 mg/dia de prednisona ou
equivalente;

5 mg a cada uma ou duas semanas quando a dose de prednisona estiver entre 40 a 20 mg/dia;

2,5 mg a cada uma ou duas semanas quando a dose de prednisona estiver entre 20 e 10mg/dia;

1 mg a cada duas a quatro semanas quando a dose de prednisona estiver abaixo de 10 mg/dia (a prednisona pode ser
substituída por prednisolona solução oral, pela posologia, ou ser utilizada em dias alternados).

Pacientes com doença reumatológica podem apresentar recorrências dos sintomas da doença de base. No entanto, esses
sintomas podem ser confundidos com sintomas da retirada do corticoide (artralgia e mialgia). Se os sintomas não forem
graves, pode-se utilizar um AINE ou um analgésico por 7 a 10 dias. A resolução dos sintomas durante esse tempo sugere
que os sintomas são relacionados à retirada. Se os sintomas não desaparecem, pode-se aumentar a dose do corticoide em
10 a 15% e manter essa dose por 2 a 4 semanas. Se não ocorrer melhora dos sintomas, será necessário dobrar a dose da
prednisona. A retirada deve ser feita mais lentamente, a cada 4 semanas, ou com reduções menores (metade da dose
utilizada).

Quando o desmame estiver abaixo da dose fisiológica, em torno de 7,5 mg de prednisona e eventualmente o paciente
apresentar algum evento agudo como trauma, infecção ou cirurgia de grande porte, que demandar maior resposta adrenal,
pode ser necessário um aumento temporário da dose. É importante fornecer ao paciente, por escrito, que este está em
supressão de corticoterapia prolongada, para que, em eventual tratamento em emergência, seja usada reposição de
corticoide intravenoso.
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possível.

A redução abrupta
Aceitar da corticoterapia, sem desmame gradual, é segura em pacientes recebendo qualquer dose de corticoide
por menos de 3 semanas ou doses inferiores a 10 mg de prednisona ou equivalente em dias alternados, mesmo que por
tempo mais prolongado.
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Teleconsultoria respondida por Elise Botteselle de Oliveira, Teleconsultora Auditora do TelessaúdeRS-UFRGS, Médica de Família e
Comunidade, Graduada em Medicina pela UFCSPA, Mestrado em Epidemiologia pela UFRGS e Residência em Medicina de Família e
Comunidade no HCPA e por Felícia de Moraes Branco Tavares, Teleconsultora do TelessaúdeRS-UFRGS, Médica
Pneumologista, Graduação em Medicina pela UFSC, com Mestrado em Pneumologia pela UFRGS e Residência em Pneumologia e
Tisiologia na FFFCMPA.

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Referências:

GOROLL, A. H.; MULLEY JR, A. G. Primary care medicine: office evaluation and management of the adult patient. 7. ed.
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2014.

FURST, D. E.; SAAG, K. G. Glucocorticoid withdrawal. Waltham (MA): UpToDate, 2016. Disponível em:
<https://www.uptodate.com/contents/glucocorticoid-withdrawal>. Acesso em: 14 set. 2016.

SILVEIRO, S. P.; SATLER, F. Rotinas em endocrinologia. Porto Alegre: Artmed, 2015.

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