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Carta enviada a meu irmão, dia 14 de maio de 1806.

Está intimamente convencido, na Inglaterra, de que a inação de Portugal


resulta do fato de a nobreza ter tomado o governo e pela sua imbecilidade e
ignorância torna o governo fraco e ignorante, ainda se acredita que metade dos
governadores, três dos quais com a França, ( ? ) que disso vem uma espécie
de desprezo pela aliança com a Inglaterra : o representante do nosso coração
não apóia verdadeiramente esta forma de pensar, e mostrando-se um realista
extremo (?) carregado para a boa causa coloca ali todas as faltas do seu irmão
(?).
Companhia nos ombros daqueles que ele acredita em favor agora, numa das
suas últimas conversas com o rei de Inglaterra, o rei no ingenuidade do seu
estado disse-lhe, que precisávamos de outro Marquês de Pombal que (?) e nós
(?) como o primeiro. O nosso ministro aplaude por bons motivos esta boa
palavra e não força a si próprio a manifestação da verdadeira causa da volta.
Por desventura, a opinião do Rei de Inglaterra seria certamente muito
respeitável, se a sua saúde fosse tão rigorosa como a do seu governo; mas
apesar de toda a desatenção que esta nota merece, partindo da boca de um
príncipe, torna-se um provérbio para os tolos e mal-intencionados, todas as
suas aberrações de senso comum tomam dos dois.
Gostaria de citar, do lado inglês, porque os seus ministros no nosso país e os
nossos ministros no deles mantêm este governo numa perpétua ilusão sobre o
estado real das coisas no seu país. Também da nossa parte, estamos a
cometer erros enormes. A primeira é de conhecer como é o governo inglês, e
muitas vezes comparar duas maneiras com a nossa. A segunda falha consiste
na pouca sinceridade que temos nas nossas alianças, nem tanto nada desta
lealdade e sinceridade que dá consistência às nações e tratados (?) tornamo-
nos por nossa própria culpa, não aliados da França e da Inglaterra mas seus
escravos, obedecemos à França por medo, poupamos a Inglaterra por
necessidade, medo e necessidade gera apenas desprezo, e até o nosso
gabinete mudar a forma destas relações, não dormimos a esperar que a
França nos chute, que a Inglaterra nos repreenda (?) com sarcasmo, se suas
verdades forem recebidas pela auto-estima, (?) orgulho nacional, o resultado
será a nossa perda total, mas se a sabedoria designa os apreciar, não tenho a
menor dúvida de que, devido à nossa energia (?) lealdade para manifestar os
nossos desejos (?), o governo inglês se prepara com energia (?) lealdade para
nos apoiar (?) defender-nos. .
Alívio para tantas pessoas desafortunadas. Creio que durante a vossa estadia
em Lisboa, este enredo do casamento da minha irmã era desconhecido para
vós. Contudo, lembro-vos que foi feita uma proposta notória ao meu pai alguns
dias antes do dia fatídico das prisões. Ou a minha irmã deveria casar com o
filho mais velho do Sr. De P. ou ser envolta na vergonha que ameaçava. M. M.,
que apenas (?) iria à grandeza e glória, deu uma resposta ousada e preferiu
morrer a não arriscar nada. .
Do candelabro da sua casa, somos conduzidos aqui e depois de quinze anos o
crime feliz já não obtém o perdão. Nos fizeram sofrer todas as misérias
imagináveis, a nossa vida foi exposta mil vezes, como sabe. E, afinal de
contas, ainda não há razão para esperança, nem sinal de memória e piedade.
Sei que o pensamento de escrever a um rei é demasiado ousado para uma
mulher infeliz, mas se os desejos dos humanos não são criminosos perante
Deus, aqueles que estão atrás dele, no entanto, que sejam como eles, sofrem
bem as lágrimas e orações de infortúnio.

Madame la Dauphine, que é retratada tão amavelmente, tem provado a


minha felicidade.

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