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Ética em Mar Adentro

“Uma liberdade que elimina a vida não é liberdade, de fato, mas uma vida sem
liberdade também não é uma vida”
O filme Mar Adentro abre um questionamento ético muito relativo para cada pessoa,
Ramón Sampedro é um marinheiro que fica tetraplegico após um acidente de
mergulho e passa 28 anos nesta condição buscando ajuda da justiça para obter o
direito a eutanásia, que não era permitido na Espanha na época.
O principal conflito referente é se este direito deve ou não ser concedido, mesmo
sendo uma escolha do personagem. Nos dias de hoje há condições aprimoradas e
tecnologias que buscam fornecer uma melhor qualidade de vida para pessoas
nessa situação, mas no período em que o filme se passa isso ainda não estava em
andamento e só havia duas alternativas para o personagem, sobreviver e dedicar-se
em melhorar seu próprio lado emocional para conseguir estar em uma vida assim ou
acabar com a mesma.
Caso ele mantenha a vida, talvez aprenda a se adaptar às mudanças e consiga
viver com pessoas que o amam, porém seria difícil manter-se longe dessa falsa
esperança de que um dia a vida iria voltar a ser a mesma. Ou como ocorreu no
filme, Ramón fez sua escolha e conseguiu ser libertado, com a ajuda de seus
amigos, mostrando o apoio em realizar seu desejo e amor envolvido à ele, que pode
finalmente voltar ao mar.
A vida pode ser um fardo, depende da pessoa que o carrega e o vive, neste caso
acredito que Ramon passou muito tempo acreditando ser um peso na vida das
pessoas ao seu redor e isso afetou todo o modo como ele se via, já como um ser
inútil e sem expectativa de viver, apenas sobreviver. Por isso essa escolha deve vir
da pessoa, pode tentar mudar o psicológico e se acomodar com o fato, ou
necessitar dessa liberdade de escolha e deixar-se ir.
“Considero que viver é um direito, não uma obrigação, como foi no meu caso”

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