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O IMPULSIVO

Moisés Lobo

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Sobre o autor
Paulistano nascido em 1984 no Hospital São Camilo em Santana ZN, com o estímulos de hq's antes
de adentrar no mundo escolar, aprendeu a ler e escrever desde cedo. Com sua mente Maluco Beleza
escreve desde histórias infantis até poesias e contos contrastantes.

Agradecimentos

Aos invejosos e admiradores, aos meus familiares, aos meus amigos e inimigos, ao meu filho Lucas
e sua mãe, ao Universo, obrigado Deus.

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Capítulo 1

“When you were here before, couldn't look you in the eye, you're just like an angel, your skin
makes me cry...”
- De imediato Isaque foi desligando o alarme musical do seu smartphone, olhou para o mesmo,
marcava 03:00 da madrugada no horário da tela, tinha que chegar as 06:00 no serviço, auxiliar de
produção em uma empresa famosa de computadores, das 06:00 até as 16:00 encaixando memórias
nas placas mães, exigia velocidade, gerava tédio, de segunda-feira até sexta-feira fazendo a mesma
coisa, usando uma touca ridícula na cabeça para não cair sequer um fio de cabelo nas placas mães e
gerar problemas maiores, pior que isso era o transporte, um ônibus, um metrô e outro ônibus
novamente, somando ida e volta, 4 horas de viagem em transportes públicos precários e trânsito
caótico na cidade de São Paulo. - Droga, hoje não, ou melhor, nunca mais! - falou Isaque em voz
alta enquanto esfregava as mãos no rosto, foi levantando-se vagarosamente da sua cama aos bocejos,
colocou água na chaleira para ferver e foi tomar um rápido banho, ao sair a água já estava fervendo,
preparou seu forte café que compunha sete colheres de pó no coador, não o adoçou como de
costume e em sua antiga caneca de porcelana com a temática sobre o signo de Peixes, experimentou
se estava bom, estava, nu, de volta para sua cama só que desta vez sentado no colchão, abriu a
janela do quarto e acendeu um forte cigarro do tipo filtro vermelho, era uma madrugada quente, céu
avistado era bonito e estrelado, a fumaça que subia após as tragadas acompanhavam os
pensamentos dos planejamentos diário que Isaque propusera fazer.
- Uniforme nunca mais! - pensou Isaque enquanto vestia uma calça jeans preta, calçou uma bota
marrom escura, borrifou no peito e pescoço o perfume que para ele era o melhor do mundo
independente do preço, Kaiak tradicional, vestiu uma camiseta preta cuja a estampa era a face do
Jimi Hendrix segurando um cigarro aceso, passou creme de pentear nos cabelos acentuando assim
ainda mais as ondulações dos fios, cigarro, carteira, não faltava nada, bastava ir, fechou sua casa,
sua entre aspas pois morava de aluguel, casa simples, cozinha, banheiro, quarto e lavanderia, todos
pequenos, agora com 25 anos, desde os 19 anos morava nela, antes morava na casa própria dos seus
pais, mas conforme foi crescendo, a soberania alfa do seu pai estava sendo ameaçada, portanto,
antes que surgissem maiores atritos, Isaque decidiu mudar-se, usou do salário que recebia da
empresa que trabalhava até hoje como forma de sobrevivência, era difícil quitar as dívidas mensais.
- Pegou o ônibus e desceu em um ponto onde havia um caixa eletrônico 24 horas mais próximo,
inseriu seu cartão do banco e começou a consulta, saldo em conta corrente de R$500,00,
antecipação de décimo terceiro R$2000,00, logo, sacou R$2,500, viu se tinha direito a empréstimo e

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o maior valor que o banco liberaria era de R$10,000, não exitou e executou o empréstimo que caiu
na sua conta bancária, em seguida entrou em uma loja de conveniência dentro de um posto de
gasolina e comprou uma garrafa de Jack Daniels, pagou, agradeceu e rumou para o cemitério onde
seu avô materno havia sido enterrado, chegando perto, haviam algumas casas que faziam
vizinhança ao cemitério, uma delas o chamou a atenção, pois acima, havia uma janela suja de vidro
fechada e nela, havia uma senhora que apesar de Isaque não escutar o que ela dizia, notou que a
senhora estava esbravejando, olhando para a casa ao lado tinha um quintal limpo com um lençou
muito branco estendido em um varal, tentou entender o que se passava mas achou melhor deixar
para lá, entrou no cemitério e de longe avistou uma cena inusitada, era longe, mas não o bastante
para que Isaque não conseguisse definir o que se passava, aparentemente um trio gótico embaixo de
uma árvore, o casal transava e o terceiro ficava como espectador, ao se aproximar mais sem ser
percebido, notou que, na verdade quem transava era uma gótica e um roqueiro cabeludo, o
espectador assim como a mulher, era gótico, sequer ligou para cena, aliás só passou por ali pois era
o caminho mais próximo do túmulo do seu avô, túmulo lindo, feito de mármore, um retrato enorme
da face jovial do seu avô, ao redor alguns vasos de flores que já se passara a época de serem
trocados, sentou-se em cima do túmulo e abriu a garrafa de whiskey, deu duas grandes goladas,
depois deitou-se e começou a chorar, se recordou das boas coisas que passaram juntos, o ensinou a
jogar futebol no parque, pagou uma escolinha de futebol pois seu sonho era se tornar um
profissional mas não conseguiu, lembrou deles jogando vídeo-game, quem mais ajudou Isaque a
aprender a ler e escrever foi justamente seu avô, avô José, infelizmente negligenciou o sinal verde
do semáforo e foi atropelado por um carro na faixa de pedestre, Isaque sentia 5 anos da saudade
intensa que o amargurava quase que diariamente, melhor homem no mundo para aconselhar não
existiu, era bom exemplo na prática e na teoria, o dinheiro que Isaque havia poupado para tirar sua
carteira de habilitação no fim foi gasta nos preparativos do velório, depois disso, ele não se
importou mais se teria ou não carteira de motorista. - Deu mais duas goladas na sua bebida, acendeu
seu cigarro e disse “sozinho” enquanto chorava; - Vô, vô, só não deixarei um cigarro aceso ao seu
lado pois não sei o que se passa, vai que surgem espíritos obsessores e fiquem te perturbando caso o
senhor ainda esteja aqui, eu acredito que não, acredito que esteja em um bom lugar digno da sua
bondade, mas para prevenir, não acenderei um cigarro para o senhor!
- O céu estava começando a clarear, logo o sol mostraria sua imponência, era ora de ir, enxugou as
lágrimas, se despediu em pensamentos e rumou para a saída do cemitério. - No caminho, lembrou
do maior conselho do seu avô, “ - Faça sua vontade respeitando as demais, mas nunca deixe as
demais sobrepor a sua vontade!”.

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Capítulo 2

- Não, pare senhor! - disse Isaque ao ver a cena triste no portão de saída do cemitério, um senhor
maltrapilho de cor parda, careca, com a barba quase encostando na altura do peito e dentes todos
amarelados, estava comendo farofa de um despacho, tal era da seguinte forma, uma espécie de bacia
de barro repleta de farofa com pimentas e uma galinha preta sem cabeça dentro, ao redor haviam
um maço de cigarros fechado, moedas, um charuto, uma garrafa de pinga e velas pretas e vermelhas
acesas.
- Mas moço, estou a três dias sem comer, não aguento mais! - argumentou o pobre homem com a
face tristonha.
- Não se pode interferir em trabalhos, pode prejudicar sua vida! - respondeu Isaque.
- Prejudicar mais do que já está prejudicada? - respondeu ironicamente a advertência.
- Vamos até aquela padaria, eu te pago um café! - falou Isaque apontando para uma padaria bem
próxima, chegando lá, um atendente olhou com certo desdém para o senhor todo maltrapilho, este
por sua vez, pediu um grande pão de queijo e um café preto, Isaque pediu um pedaço de uma pizza
mussarela e também um café, só não gostou por estar adoçado. - Conversando enquanto comiam,
Isaque descobriu que o senhor se chamava Alcebiades, tinha 63 anos e há 10 anos vivia na rua,
perdeu tudo por causa do seu vício em jogos de apostas, emprego, casa, mulher, tudo, perdeu tudo,
Isaque pegou um guardanapo, pediu uma caneta emprestada para o balconista, escreveu seu nome e
número de celular no papel, entregou para o Alcebiades e disse que se precisasse, ligasse para ele,
faria o que estivesse ao seu alcance para ajudar, abriu sua carteira, pegou R$200,00 e deu ao senhor,
tal recebeu aos prantos sem saber ao certo como agradecer, Isaque apenas disse enquanto se
abraçavam, “-Apenas faça a bondade!”.
- Me conte sobre você jovem! - Disse Alcebiades enxugando suas lágrimas.
- Nada demais, trabalhava em uma empresa montando computadores, moro sozinho em uma casa
alugada, não tenho amigos e sim colegas, e vou vivendo! - respondeu coçando a nuca, e continuou.
- Agora preciso ir, tenho muitas coisas para fazer hoje!
- Muito obrigado Isaque, você é um homem de Deus! - Alcebiades o cumprimentou com a mão e
com os olhos marejados, Isaque agradeceu e se despediu, começou a andar sem “rumo” na calçada
sem saber ao certo aonde iria e o que faria.

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“Come on, come on, come on, come on, now, touch me, babe...”, seu aparelho começou a tocar,
era seu ex-encarregado Maurício, no visor mostrava que eram 06:30.
- Alô! - atendeu Isaque.
- Isaque? - foi a pergunta vinda da outra linha.
- Claro Maurício, se você está ligando para mim, logo, eu que atenderia! - respondeu o jovem com
uma voz sorridente.
- Está tudo bem? São 06:30 e você não apareceu e nem entrou em contato! - perguntou Maurício
com voz de preocupação.
- Está tudo bem sim Maurício, é que eu me demiti, eu me demito, prepare toda a papelada que
amanhã eu passo na empresa para assinar! - disse despreocupado.
- Você ficou louco? - indagou Maurício com voz de assustado.
- Eu sempre fui Maurício! - e sorriu. - Aloprei de tudo, sou maluco beleza e metamorfose ambulante,
não sou mal educado mas terei que desligar na sua cara porque o que decidi já está decidido,
amanhã eu passo na empresa, forte abraço! - e desligou seu smartphone, o colocou no bolso e
acendeu um cigarro.
- Uma moto com dois rapazes de capacete apareceram de repente e o rapaz que estava na garupa
apontou uma amar em direção ao Isaque. - Passa o celular filho da puta! - gritou o rapaz. - Isaque
deu um chute na altura do peito dele e ele caiu da moto derrubando a arma, assustado, subiu
novamente na moto e foram embora em alta velocidade. - Isaque foi averiguar a arma e viu que era
de brinquedo, muitos que viram a cena se aproximaram perguntando ao rapaz se ele estava bem, a
resposta foi “sim” e contou que a arma era de brinquedo.
- Mas você não poderia ter reagido dessa forma! - disse uma senhora que estava empurrando um
carrinho de feira.
- Realmente, não sei o que deu na minha cabeça, simplesmente reagi, fui impulsivo! - respondeu
Isaque para a senhora.
- Graças a Deus que nada te aconteceu garoto! - respondeu a senhora levantando as mãos aos céus,
aos poucos a multidão foi se dissipando e Isaque continuou a andar sem saber para onde. - Refletiu
e refletiu mas não chegou a uma conclusão do porquê reagiu, foi impulso, agora, seu corpo estava
coberto de adrenalina, respirou fundo e ficou pensando no que iria fazer adiante. - O celular tocara
mais três vezes, era Maurício, Isaque não atendeu, quando se deu conta estava passado por um
bairro qualquer e desconhecido, avistou um rapaz abrindo o portão de sua casa e tal se assemelhava
em aparência com Isaque, o rapaz estava com uma folha com uma lagarta na mão direita e viu ele
deixando a mesma em um gramado que crescia no meio fio de uma calçada, “- Belo gesto!”, pensou
Isaque.

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Capítulo 3

- Isaque acendeu um cigarro, deu mais uma golada no seu Whiskey e continuou a andar, mal sabia a
correria que o esperava, de repente saiu de uma casa uma grávida desesperada segurando a barriga
com uma mão e uma chave de carro na outra. - Moço, moço, por favor me ajude, me leve ao
hospital! - disse a mulher desesperada, uma grávida loira e bonita, sua barriga era enorme, parecia
que teria trigêmeos. - Tome, é aquele carro, não tenho condições de dirigir! - continuou o que estava
dizendo. - Mas eu não tenho carta de motorista! - respondeu de imediato e muito assustado Isaque. -
Mas você sabe dirigir? - perguntou a moça. - Mais ou menos! - respondeu Isaque. - Então tome, eu
confio em você, me leve para o Hospital São Camilo! - e jogou as chaves para Isaque, de imediato
ele foi abrindo a porta do passageiro e ela entrou, foi para o banco do motorista e ligou rapidamente
o carro, começou a dirigir bem rápido, “- Obrigado, vovô!”, pensou Isaque enquanto dirigia, graças
a José, Isaque aprenderá a dirigir na adolescência, só faltava prática, estava suando frio, passou seu
celular para a moça e pediu para ela fazer uma ligação para quem achasse melhor, Isaque estava
mais desesperado que a moça, pensou que ela ligaria para o hospital, mas não. - Leandro, meu amor?
- disse a moça. - O bebê vai nascer, estou indo de carro ao hospital, um rapaz está me levando! -
Estou saindo do serviço Amanda, aguente firme, estou indo para o hospital! - respondeu Leandro. -
Está doendo muito, amor, não aguento mais falar, vou desligar e começarei a fazer a técnica de
respiração que a médica me ensinou, tchau amor! - disse Amanda. - Tchau meu amor, logo estou no
hospital! - e a ligação foi finalizada. - Isaque fazia zigue-zagues no trânsito, ultrapassava semáforos
vermelhos, buzinava, e a moça respirando e respirando e gemendo de dor. - Qual seu nome? -
perguntou Isaque. - Amanda, e o seu? - perguntou a moça. - Isaque! - respondeu. - Obrigado Isaque,
você é um anjo e… - tarde demais, mal conseguiu terminar de falar e a bolsa estorou, Isaque ficou
super nervoso vendo todo aquele sangue e líquido estranho saindo entre as pernas da mulher e
escorrendo sobre suas coxas, sem exitar parou o carro em um acostamento que por sorte surgira, a
levou para o banco de trás, molhou suas mãos com Whiskey, abriu as pernas da Amanda, e disse. -
É simples, respire, conte até três e faça força, respire, conte até três e faça força! - Isaque falava
com uma tranquilidade falsa, não tinha ideia de qual procedimento era o certo, mas tentou imitar o
que via nos filmes, e estava dando certo, aos poucos a cabeça da criança começou a sair, a cada
contagem do três mas do corpinho da criança saia, e Isaque o segurava com cuidado enquanto saia,
e saiu, “- O cordão umbilical!”, pensou o rapaz, não tinha tesoura, não tinha nada, no puro instinto o
cortou mordendo com sua boca, segurou a criança com o braço esquerdo com sua barriguinha para
baixo e deu uns tapinhas nas costas, depois o deixou de ponta cabeça e novamente deu os tapinhas,

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que alívio, o bebê começou a chorar, nem se sabia quem mais chorava, o bebê ou a Amanda de
emoção, Isaque tirou sua camiseta, enrolou a criança e deu para a mãe que não parava de chorar. -
Obrigado Isaque, obrigado, você é um anjo! - dizia Amanda repetidas vezes. - Isaque pegou seu
celular e viu na tela, 07:33 de 28 de fevereiro de 2019, São Paulo – SP! - Essa é a hora do
nascimento! - e mostrou para Amanda, de imediato ligou para uma ambulância e em 15 minutos
uma apareceu, levaram os três as pressas para o hospital, chegando lá, Leandro já estava os
aguardando, não conseguiu pegar sua criança no colo devido ser uma emergência, agradeceu muito
o ato de coragem de Isaque e lhe deu um forte abraço, o rapaz não fazia ideia do que dizer, apenas
retribuiu o agradecimento. - Duas horas se passaram e surgiu a médica que acompanhou todos os
procedimentos, “- O bebê está ótimo!”. - disse ela e explicou em qual ala do Hospital São Camilo
deveriam registrar a criança. - Qual será o nome da criança? - perguntou a moça que digitava a
certidão de nascimento. - Iria se chamar Enzo, mas em homenagem ao herói aqui, se chamará
Isaque, mas quero que escreva da seguinte forma, Isaac! - respondeu Leandro sorridente e
abraçando novamente Isaque que deu uma risada meio envergonhada. - Não é para tanto, só fiz o
que estava em meu alcance! - respondeu o jovem rindo sem graça e coçando a nuca. - Depois de
alguns minutos todos estavam liberados para ver Isaac, na sala estava Amanda sorridente
amamentando a criança.
- Queremos que você seja o padrinho do Isaac, você aceita? - perguntou Amanda sorridente.
- Mas não é para tanto, só fiz o que deveria ser feito, além do mais, não tenho condições de ser
padrinho, me falta dinheiro, me entendem? - respondeu Isaque.
- Isaque, você salvou nosso bebê, como não é para tanto? - É um pedido que você não pode negar,
será o padrinho e pronto, e estamos pouco se fudendo para seu dinheiro! - disse Leandro todo
sorridente por ter se tornado pai. - Venha, vamos comer alguma coisa! - e levou Isaque para a
lanchonete do hospital. - Leandro pediu um café com leite e uma fatia de pizza de calabresa, Isaque
pediu um café expresso sem açúcar e uma fatia de pizza de marguerita.
- É sério Isaque, graças a você sou pai, você foi muito corajoso, muito obrigado mesmo, o que
podemos fazer para agradecer? - perguntou Leandro com os olhos marejados se contendo para que
não se derramassem lágrimas. - Isaque pegou um guardanapo, pediu uma caneta emprestada para a
atendente da lanchonete e escreveu seu nome e telefone, entregou para Leandro e disse: - Apenas vá
me ligando dizendo como estará a vida de vocês e Isaac e me avisando quando será a cerimônia
para que eu seja um dos padrinhos! - e entregou o guardanapo para Leandro. - Bom, agora preciso ir,
obrigado pela camiseta que me arranjou (Camiseta do serviço que Leandro trabalhava.)! - deram um
forte abraço e Isaque se foi, não antes de se abraçarem forte por uma segunda vez.

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Capítulo 4

- Isaque encarou o metrô de São Paulo quando se dá 12:00, super lotado, mas desceria rápido,
Estação São Bento, chegando lá, rumou para a Galeria do Rock, acendeu um cigarro e ao terminar
entrou na galeria, objetivo, comprou uma camiseta preta com a estampa da face do Jim Morrison e
uma mochila preta, guardou a camisa que o Leandro havia lhe dado e por instinto resolveu subir até
o último andar da galeria, lá estava uma moça loira e gótica, aparência de uns 18 anos, chorando e
prestes a pular do último andar. - Não faça isso, por favor! - disse Isaque com voz de preocupação.
- Sai daqui, me deixa em paz! - respondeu a menina chorando.
- Olha, eu me chamo Isaque, vou me aproximar de você, você segura minha mão e te levarei para
um lugar mais seguro, tudo bem? - perguntou Isaque.
- Não consigo me mover! - respondeu a menina chorando.
- Tudo bem, eu posso te pegar no colo então? - perguntou Isaque tentando transmitir calma na voz.
- Pode! - respondeu a menina. - Então bem devagar, Isaque se aproximou, pegou ela no colo e notou
que ela usava um pingente no qual era um crucifixo de cabeça para baixo, notou também sua face,
apesar da maquiagem borrada pelas lágrimas, se percebia que ela era uma jovem muito bonita, se
sentaram, Isaque acendeu um cigarro e ofereceu outro para a moça e esta aceitou, não haviam
seguranças no andar, então ninguém perturbaria por estarem fumando em lugar proibido.
- Qual o seu nome? - perguntou Isaque enquanto enxugava as lágrimas da menina com seus dedos.
- Sara! - respondeu quase finalizando a fase de choro.
- Lindo nome, assim como você! - disse Isaque, de resposta brotou um sorriso na face de Sara.
- Por que iria fazer aquilo? - Questionou Isaque, Sara respirou fundo e começou a explicar.
- Meu namorado me traiu, peguei ele com outra na cama, foi horrível, “- Não é o que está pensando!”
disse para mim na maior cara de pau, nunca mais volto para a casa dele, maldito, tinha tantos planos,
casar, ter filhos, eu o amo, o amo e o odeio, maldito!
- Bem… - começou Isaque. - Não sou um grande conselheiro, na verdade sou péssimo em
conselhos, mas mesmo assim, tente escutar o que te darei agora, primeiro, quase todos os homens
não prestam, segundo, sei que a dor que está sentindo é muito forte, mas acredite, você vai superar,
o tempo cura quase tudo, terceiro, por mais que o que tenha acontecido é muito grave, de forma
alguma você pode pensar em tirar a vida, ainda mais por um sujeito tão escroto como o seu ex-
namorado, e, quarto, você gosta de cerveja?
- Sim! - respondeu Sara.

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- Então venha comigo! - Isaque a levou para um bar, pediu uma garrafa bem gelada de cerveja, a
serviu e perguntou: - Você é satanista?
- Sim, vendi minha alma para o demo! - respondeu sorrindo.
- É sério? - retrucou Isaque.
- Sim, é sério, por que? - perguntou Sara continuando sorrindo.
- Nos conhecemos agora e nem poderia ter tanta intimidade para dizer o que direi, mas se for para
servir Lúcifer, aproveite! - deu um gole em sua cerveja e continuou. - Quero dizer, não sou a favor
de servir uma entidade das trevas, mas se for para tal, que seja com dignidade, já que vendeu a alma,
peça e peça, satanista bom é satanista rico, ganhar e aproveitar ao máximo os bens materiais, e não
ficar em uma vida pobre, já que a alma está condenada, aproveite o tempo de vida que tem na Terra,
mas eu preferiria se você abandonasse isso!
- Sabe que você está certo? - disse Sara enquanto também dava um gole em sua cerveja. - Eu
deveria pedir tudo e não ficar nessa vida de pobreza, já que vou me fuder no inferno mesmo!
- Mas me entenda bem, é como eu disse, eu preferiria que você não continuasse seguindo esse
caminho! - disse Isaque.
- Mas o que vou fazer da vida? - perguntou Sara gesticulando com os braços.
- Isso só cabe a você, eu te aconselhei mas não posso ficar ditando regras na sua vida, olha só, vou
te contar o que fiz quando acordei hoje as 03:00 e o que estou fazendo até agora! - após contar os
mínimos detalhes, Sara perguntou. - Posso ir com você?
- Não, não é o melhor, procure o que te satisfaça mas não me acompanhe pois essa minha jornada
por enquanto será sozinho! - respondeu Isaque.
- Tudo bem! - disse Sara cabisbaixa e continuou, - Você é um anjo, salvou minha vida e ainda está
me pagando uma breja! - e sorriu.
- Sou um anjo caído? - perguntou Isaque sorrindo.
- Não! - e sorriu. - Você é o anjo do resgate! - finalizou Sara.
- Obrigado, vou deixar meu número, qualquer coisa pode me ligar! - então como de costume
escreveu seu nome e número em um guardanapo e entregou para a menina.
- Se abraçaram, Sara segurou o choro e Isaque se foi.

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Capítulo 5

- Vou ao Parque da Água Branca! - pensou Isaque, passou em um mercado, comprou uma garrafa
de vodka decente, em seguida pegou um ônibus, chegando lá, se sentou em um banco, abriu a
garrafa deu umas boas goladas, acendeu um cigarro e começou a observar as pessoas, muitos
sorrindo, crianças atrás dos pombos e galinhas, alguns montando em cavalos, sol agradável, brisa
gostosa na face, houve uma cena que lhe chamou bastante a atenção, um menino bonito dentro de
um carro abraçando um homem que muito se parecia com ele só que com um pouco mais de idade,
Isaque achou que era por causa da bebedeira, mas enxergou uma luz em volta dos dois abraçados,
deduziu que eram pai e filho. - Espero um dia também ser pai! - pensou Isaque enquanto continuava
observando a cena, fumou mais um cigarro, lhe deu sono, vendo que o banco sobrava inteiro para
ele, resolveu tirar um cochilo.
- Acorda vagabundo, o parque vai fechar! - Isaque acordou assustado vendo um policial que estava
batendo como advertência seu cassetete nas botas dele.
- Desculpe, desculpe policial, foi sem intenção! - então foi se levantando imaginando para onde iria.
- Vaza vagabundo! - gritou o policial enquanto Isaque se retirava.
- Vou para a Av. Paulista! - pensou o jovem enquanto dava sinal para um ônibus que passava, olhou
para seu celular e faltava pouco para 20:00, desceu em um ponto próximo da Rua Augusta, na
calçada que caminhava havia um prédio residencial, na entrada do mesmo havia um jovem negro
fumando e segurando uma garrafa de vodka na mão, ao seu lado, havia uma linda oriental, Isaque
não sabia definir se era descendente de chinesa, japonesa ou coreana, mas que era linda, era, os
jovens ao perceberem que estavam segurando uma garrafa de vodka sorriram discretamente um
para o outro e se cumprimentaram levantando um pouco suas garrafas e dando um belo gole. - Até
que para uma noite de segunda-feira a Rua Augusta estava repleta de pessoas, pessoas de todo tipo,
enquanto Isaque descia a rua, subiam duas jovens, uma delas subiu a mini-blusa mostrando os seios
para ele e disse, “- Esse é meu e o outro é dela!”. - Enfia no seu cu! - respondeu Isaque, a menina
ficou sem graça e continuou a caminhar, um lugar chamou a atenção de Isaque, Bar do Pescador, se
jogava sinuca e snooke lá, ele foi entrando mas, um dos funcionários disse que ele não poderia
entrar com a garrafa de vodka, só poderia beber o que consumia no lugar, então o jovem bebeu toda
a vodka e jogou em uma lixeira que estava presa em um poste, entrou meio que cambaleando, pediu
três fichas para jogar em uma mesa, viu que tinha uma máquina de jukebox, R$2,00 dava direito a
três músicas, abriu sua carteira, inseriu a nota e escolheu as três músicas, Territory – Sepultura,
Imigrant Song – Led Zeppellin e Música Urbana – Capital Inicial, colocou uma ficha na mesa,

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não eram bolas de sinuca, eram numeradas, resolveu jogar Bola 8, um dos funcionários perguntou
se ele queria alguém para jogar com ele mas Isaque recusou e começou a jogar sozinho, todas as
cinco mesas estavam ocupadas, só a dele não havia dupla, de repente começou tocar a música do
Sepultura, isso lhe deu empolgação, mesmo embriagado estava conseguindo encaçapar as bolas,
pediu uma garrafa de litrão de cerveja, o copo era descartável, isso não o agradou muito pois
preferia tomar cerveja, ou melhor, qualquer bebida em copos de vidro, mas não foi o fim do mundo,
pronto, havia colocado a segunda ficha na mesa pois o primeiro jogo havia acabado. - Me solta seu
bêbado! - escutou Isaque em voz alta uma mulher dizendo isso para um homem, estavam
justamente próximos ao poste onde Isaque havia jogado sua garrafa de vodka na lixeira, resolveu ir
averiguar a situação. - Vem cá amor! - dizia o homem segurando a força o braço da moça.
- Largue ela! - disse Isaque.
- Vai tomar no cu seu rosqueiro! - respondeu o homem rindo, mas de imediato, Isaque segurou os
cabelos do homem e bateu duas vezes bem forte a cabeça dele no poste, ele desmaiou e ficou com a
testa sangrando, uma multidão se formou, nesse momento estava tocando Led Zeppellin.
- Venha! - falou a moça segurando a mão de Isaque e o levando para um lugar mais calmo, estavam
descendo ainda mais a Rua Augusta, avistaram um Motel e entraram, Isaque fez questão de pagar
com seu cartão de crédito o quarto após muita insistência, o quarto era fuleiro, uma luz vermelho
carne iluminava o ambiente, havia uma cama de casal já muito usada e um criado mudo ao lado, ao
menos tinha um banheiro, talvez o único lugar decente por ter chuveiro e sabonete não usado.
- Cara, você é louco! - disse rindo a linda moça que era baixa, tinha uma face linda com olhos azuis,
cabelos longos tingidos de um roxo bem escuro e usava uma bela roupa, uma saia preta curta, meia
calça preta, coturno, mini-blusa do nirvana e um pingente de pentagrama prateado.
- Sou maluco beleza! - respondeu Isaque enquanto se jogava de costas do colchão da cama.
- Me chamo Andreia, e você? - perguntou Andreia sentando na beira da cama ao lado de Isaque.
- Meu nome é Isaque, seu futuro marido! - e a olhou dando uma risada de embriagado.
- Nem vem que não vou transar com você! - disse Andreia dando risada,
- Calma donzela, estou brincando, não forço ninguém a nada, e aliás, não estou com vontade
nenhuma de trepar, só quero tomar um banho e dormir! - disse enquanto se levantou e deu um
selinho em Andreia. - Não sou tarado! - complementou Isaque. - Em seguida foi tirando a roupa,
Andreia olhou para seu pau e deu uma risada. - Não ria, ele só é assim quando está flácido! - sorriu
junto com Andreia e foi ao banheiro, água morna, sabonete cheiroso, era tudo que Isaque estava
precisando no momento, após, se enxugou com uma toalha branca aparentemente limpa, a enrolou
na cintura e novamente se jogou de costas na cama. - Que horas teremos que sair daqui? - perguntou

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Isaque. - Você as 07:00, eu as 05:30 pois irei trabalhar! - respondeu Andreia acariciando os cabelos
de Isaque.
- Trabalha do quê? - perguntou Isaque.
- Atendente em uma empresa de telemarketing, quer meu CPF também? - perguntou Andreia
brincando.
- Não, de forma alguma, apenas desejo conversar, o dia foi longo, gostei de você e apenas quero te
conhecer melhor, mas se quiser ficar muda eu respeito! - respondeu Isaque sorrindo, em seguida
pegou o telefone que havia no quarto e pediu uma garrafa de vinho tinto seco, em poucos minutos a
garrafa já estava no quarto com duas taças empoeiradas, o jovem as lavou da melhor maneira
possível no lavatório do banheiro e serviu os dois, brindaram à vida e beberam o primeiro gole.
- Então, Isaque, o que você faz da vida além de salvar moças inocentes? - indagou Andreia.
- Na verdade vou dizer o que fazia e o que fiz durante todo esse dia! - disse Isaque e contou tudo
que havia feito no decorrer do dia. - Andreia ficou impressionada e foi logo oferecendo moradia.
- Mas moro de aluguel, não se preocupe, e você não vai querer um estranho que acabou de conhecer
enchendo o saco na sua casa! - disse Isaque,
- Não sei, eu confio em você meu herói, minha intuição é forte, você sabe lavar, passar e cozinhar? -
perguntou Andreia sorrindo.
- Sério? - e Isaque sorriu e continuou. - É o que mais faço aos sábados e domingos!
- Você tem Whatsapp? - perguntou Andreia, Isaque passou o número e disse: - Pronto agora
ficaremos mais próximos!
- Sei que sou doidinha, mas é sério, gostei de você, pense bem em morar comigo, moro sozinha e é
casa própria, herança da minha vovózinha, que Deus a tenha! - disse Andreia com olhar de súplica,
e fez o sinal da cruz.
- Você é católica! - perguntou Isaque.
- Católica não praticante! - respondeu Andreia. - E você?
- Bem! - começou Isaque. - Já fui batizado no catolicismo e batizado nas águas quando era
evangélico, mas abandonei tudo, religião não serve para mim, mas respeito quem as tenham, só não
gosto de fanatismo, procuro não me definir, mas digamos que sou algo do tipo espiritualista,
acredito no Universo, em Deus e sigo minha vida tentando praticar o bem o máximo possível!
- Você é interessante, Isaque! - respondeu Andreia o analisando.
- E você e doidinha e linda! - Respondeu Isaque quase gargalhando, perguntou se aceitava mais
uma garrafa de vinho e a resposta foi “sim”, logo tal garrafa chegou e continuaram a beber.
- Não pense que sou uma mulher fácil, mas, transa comigo agora? - perguntou Andreia segurando o
pau de Isaque que estava protegido por uma toalha.

13
- Até gostaria Andréia, mas você está chapada de bebida! - disse Isaque enquanto começava uma
ereção.
- Falou o cavalheiro, e por acaso você também não está bêbado? - retrucou Andreia.
- Estou, mas sei lá Andreia, não quero ser aproveitador, talvez você esteja querendo sexo pelo calor
do momento! - retrucou Isaque.
- Apesar de bêbada estou bem consciente do que quero, eu quero você! - disse Andreia enquanto
tirava a toalha que cobria o corpo de Isaque, ao ver o pênis do rapaz ereto, notou que, realmente o
tamanho de tal aumentava e muito. - Nossa, que delícia! - disse Andreia sorrindo.
- Obrigado, mas estou sem camisinha! - respondeu o jovem.
- Oras, mas você não foi impulsivo durante o dia inteiro, que tal correr esse risco! - perguntou
enquanto começava a masturbar Isaque.
- Andreia, você está me deixando louco, espere um momento! - Isaque pegou seu smartphone,
colocou para tocar uma lista de músicas que só tocava Aerosmith e começaram a se beijar, as
preliminares foram ótimas, Isaque tirou a roupa de Andreia devagar, beijava seu corpo inteiro,
jogava vinho em seu corpo e tomava tal que escorria em seu corpo, fez um ótimo oral, era viciado e
chupar, jogava vinho e chupava, jogava vinho e chupava, a penetração foi excelente, Andreia
gemeu duma forma bem alta, o ritmo da transa se intercalava em rápido e devagar, tudo de acordo
com a sincronia, parecia que eles já transavam há muito tempo, não era sexo, era amor.
- Eu vou gozar! - disse Andreia.
- Sabe sua camisa do Nirvana? - disse Isaque.
- Sim, o que tem? - perguntou Andreia curiosa e cheia de tesão.
- Pois bem, é justamente no estado de Nirvana que te farei chegar agora! - E beijou a moça
calorosamente enquanto ela gozava de uma forma prazerosa e inexplicável.
- Realmente conheci o Nirvana! - sorriu a moça, agora é a sua vez, quero que goze dentro de mim.
- Mas… - Isaque foi interronpido pelo dedo de Andreia que interrompeu o restante de sua fala.
- Confie em mim, goze dentro! - disse Andreia, após 2 minutos o ato foi consumado, ambos
cansados mais satisfeitos se abraçaram e se beijaram, alista de músicas do Aerosmith que durava
umas duas horas já havia acabado muito antes deles terem terminado de fazer amor, foi uma noite
que deixaria boas recordações, eram 04:00, Isaque perguntou se Andreia aceitava mais uma garrafa
de vinho e Andreia de prontidão acenou com a cabeça que “sim”, após terminarem, tomaram banho
juntos, parecia um casal de namorados que se conheciam há anos.
- More comigo, por favor! - suplicou Andreia.
- Vou pensar melhor, está bem? - respondeu Isaque. - Mas, antes, preciso fazer mais coisas, mas não
se preocupe, não sou fujão, manteremos contato enquanto isso, certo?

14
- Tudo bem meu herói cavaleiro e cavalheiro! - respondeu Andreia sorrindo.
- Ambos pegaram no sono, mas Isaque foi “esperto”, colocou seu smartphone para despertar as
05:00, e foi o que aconteceu, “When you were here before, couldn't look you in the eye, you're
just like an angel, your skin makes me cry...”.
- Andreia, está na hora de acordar! - Isaque acordou Andreia com uma voz suave para não a
assustar, na cama havia uma xícara de café, torradas e geleia de goiaba. - Você é um amor! - disse a
moça despertando aos poucos, após o bom café da manhã, tomou um banho e se arrumou, havia um
táxi esperando Andreia na frente do motel, Isaque deu R$200,00 para ela e se despediram com um
caloroso beijo, quando Andreia ia entrando no táxi. - Espere! - falou empolgado Isaque.
- O que foi? - perguntou Andreia.
- Isaque olhou bem nos olhos de Andreia e perguntou: - Quer namorar comigo?
- Andreia deu um sorriso que chegava até as orelhas e o beijou novamente apaixonadamente. - Isso
responde sua pergunta, até meu amor!
- Até donzela! - Isaque sorriu, voltou ao motel, pediu outra garrafa de vinho, a bebeu por inteiro,
tomou outro banho e foi de encontro a antiga empresa que até pouco tempo trabalhava.

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Capítulo 6

Na própria Rua Augusta, Isaque avistou um caixa eletrônico 24 horas, próximo deste, havia uma
mulher sentada na calçada pedindo esmolas com duas crianças de no máximo 3 anos que
aparentemente eram seus filhos. - Uma esmola por favor bom moço! - disse a mulher maltrapilha,
suja assim como o cobertor que a cobria. - Um momento! - disse Isaque, sacou mais R$2,000 e deu
R$500,00 para a mulher. - Obrigado bom moço, que Deus te abençoe! - disse a mulher com os
olhos marejados. - Tudo bem, de nada, agradeço seu voto de Deus me abençoar, mas vou te
amaldiçoar caso use esse dinheiro para coisas erradas, caso esteja enganando os bons de coração! -
então continuou, apontando o dedo indicador da mão direita para a mulher, começou a dizer: - Se o
que estiver fazendo for errado, que o próprio Satã venha lhe buscar para você queimar eternamente
no inferno, que sua vida aqui nessa terra seja de pura danação! - A mulher assustada devolveu o
dinheiro, recolheu suas coisas e foi embora.
- Isaque pegou um metrô rumando para seu antigo emprego, ao descer na estação, havia uma
perfumaria, comprou no cartão de crédito o perfume que mais o agradara, borrifou no pescoço e nos
pulsos, e guardou o perfume na sua mochila, a pé levariam 10 minutos para chegar a empresa, ao
chegar, entrou e foi logo indo falar com o Maurício, este insistiu para que Isaque continuasse
trabalhando, Isaque negou diversas vezes, assinou umas papeladas pedindo sua demissão e antes de
ir embora, ouviu do seu ex-supervisor: - É realmente uma pena, você foi o melhor funcionário que
tínhamos, pois bem, o pouco que você receberá por ter se demitido cairá em sua conta em breve,
adeus Isaque! - e deu um abraço caloroso no ex-funcionário. - Adeus, foi uma honra ter trabalhando
por tanto tempo aqui! - disse Isaque e se retirou, não antes de ter-se despedido dos seus colegas de
trabalho.
- Querendo descansar depois de uma noite tão agitada, Isaque resolveu voltar para a sua “casa”, no
caminho, antes de pegar o ônibus, viu em uma banca de jornal um livro cuja o título chamou sua
atenção. “O MUNDO PERFEITO
FILOSOFIA, ESPIRITUALIDADE E “UTOPIA”

MOISÉS LOBO
- Vou comprar, está barato e parece ser bom! - então foi o que fez, ao entrar no ônibus que estava
vazio, começou a leitura.
Introdução

16
De certo poderá gerar impacto, mas até certo ponto será necessário aderir certas filosofias dos livros
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO e 1984, entretanto filosofias do filme V DE VINGANÇA também
estarão envolvidas no processo deste livro. Caberá a cada um usar do seu próprio discernimento
entre o bem e o mal para chegar a alguma conclusão, e sabendo que o grau intelectual de cada
humano é diferente, haverá debates talvez intermináveis sobre o tema. Crendo eu estar agindo certo,
deixarei propostos formas de transformar nosso planeta em um lugar melhor, desejo mesmo apesar
de parecer impossível, melhorar de forma significante a minha, a sua, as nossas vidas para sempre,
ou seja, o propósito é transformar sonhos em realidades. Que assim seja?
MOISÉS LOBO

CAPÍTULO I

Para se concretizar minha ideologia, tendo esperança das grandes, seria necessário mudanças que
levariam de 30 a 50 anos, tenho certeza que haverão leitores que se não pensam igual, pensam
similar as minhas crenças, infelizmente o que atrapalharia todo o processo seriam os “grandes” que
dominam o mundo com seus poderes como o dinheiro e poder. Algumas religiões radicais
acreditarão ser meus pensamentos um prenúncio dos finais dos tempos, por isso se tornará mais
difícil chegar a senso comum, mas sonhar é gratuito e realizar exige ação e começando essa ação o
mais rápido possível, mais rápido chegaria a paz mundial verdadeira. Primeiramente não seria fácil
destronar os “reis”, mas conseguindo, eis o começo de uma nova era, um exemplo de como se
iniciaria todo o processo está escrito em meu livro CONTOS NADA EM COMUM no conto
PAULO, O ESCRITOR E SEUS IDEAIS – O PORTA VOZ, claro que neste conto é retratado o
ideal de um começo de uma forma simplória, entretanto se aplicarmos tal história de uma forma
abrangente, já seria meio caminho andado, abaixo o conto estará escrito por completo pois adquirir
este livro não é de fácil acesso.

Paulo, o escritor e seus ideais – O Porta-voz

Paulo, o escritor e seus ideais Cap. I

- Droga! Disse Paulo enquanto arrancava outra das suas folhas de caderno fazendo-as em formato
de bola para logo em seguida arremessá-las no cesto de lixo. Já eram 03:00 de uma noite fria em
São Paulo, noite fria para muitos cidadãos, mas não para Paulo que tinha como cia uma garrafa de
vodka e cigarros...

17
Sujeito de altura mediana, esbelto, negro, cabelos raspados e olhos de um preto bem penetrante,
muito brilhante... Naquele quarto fechado que mais parecia um nevoeiro por tantos cigarros já
acesos e bebida tomada, não seria naquele ambiente onde um jovem de 25 anos passaria frio...
- Preciso de uma pausa! Derramou mais dois dedos do líquido quente e transparente em um copo,
foi até sua janela e a abriu, notava que apesar do horário, ainda muitos carros transitavam por sobre
a avenida, chegava a ser irritante os sons desnecessários de tantas buzinas.
- Meu Deus, preciso ajudar vocês! Pensou enquanto irritado acendia outro cigarro, bloqueio mental
era tudo pelo qual Paulo menos precisava neste momento... Retornou à sua cama, sob a luz de um
abajur no criado mudo recomeçou a ler no caderno depositado nas coxas o que até então havia
escrito...

O Porta-voz Cap. I

Irmão e irmãs, venho por meio desta apresentar-me, se hoje estou vivo, se hoje cresço, são frutos de
meus ideais, sou o Porta-voz, sou a voz que precisavam, e desde já me tenho como grato, já que
sem vocês eu não existiria, sem vocês pregadores do verdadeiro respeito e liberdade hoje eu não
estava aqui como forma de escrita, e em breve sei que crescerei, muros derrubarei, não somente
escrita, mas uma alma viva alimentada por todos que clamam por justiça e paz. Sou o ser nascido de
vocês, por favor não se confundam, nem mesmo se precipitem, adiante com minhas explicações me
entenderão melhor e saberão como ser eu ainda mais forte do que sou, o herói que todos precisavam,
das telhas eu sou o telhado, sou a árvore das raízes, o fruto da imaginação que criou vida. Por vocês
tenho vida, por vocês representarei a verdade, uma verdade onde o expressado chama-se respeito e
justiça, onde o mal não poderá mais se alastrar, pois ao se iniciar estarei eu de prontidão para cortar
o mal pela raiz. Todas as vezes que tentarem impor regras, sempre que houver um início de
princípios de ditadura, quando forçarem estabelecer uma verdade absoluta, surgirei e nada de mal
deixarei manifestar-se, pois sou os seus quereres de um mundo melhor, por vocês com a força de
vocês que me alimentam serei o dissipador. Eu sou a representação de todos, eu sou a força de
vontade de todos, eu sou o herói criado pronto para proteger todos exigentes por respeito, paz, amor
e alegria. Sou aquele no qual sempre poderão exercer o livre arbítrio sem receio de um sistema
manipulador e opressor tentar ditar regras sobre o certo e errado. Eu sou vocês, vocês almejadores
de um mundo melhor onde se pode pensar sem falecer, onde se pode fazer sem temer, sem morrer.
Não prego o anarquismo, pois impossível todos iguais já que somos diferentes por essência, prego a
liberdade de expressão, prego a liberdade de poder respeitar e exercer costumes culturais, religiosos
e similares, prego a liberdade e respeito, prego algo que é de todos por direito. Sou o Porta-voz,
alimentem-me com seus ideais.

Paulo, o escritor e seus ideais Cap. II

Mais dois dedos de vodca naquele copo que reluzia as luzes da cidade adentrando sua janela, mais
outro cigarro aceso, mais fumaça mo ar, mais inspiração Paulo desejava ao efetuar a pequena pausa,
pensamentos diversos passavam como um raio por sua mente, segurá-los não era tarefa fácil, exigia
calma, cautela, tudo muito difícil quando a ansiedade faz parte da sua natureza, ainda assim estava
bem, havia começado inicialmente bem a plantação da semente pela qual anseia seu crescimento,

sonhava acordado ao mentalizar a vida que se faz vida devido outras vidas, um representante de um
mesmo propósito...
- Enfim serei alguém, farei parte de outro alguém, o alguém que por muito vive, que por muitos faz,
que por muitos sensatos vai crescer cada vez mais! Paulo retornou ao local de origem onde exercia
sua escrita e prosseguiu...

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O Porta-voz Cap. II

Existem diversas maneiras em se opor ao sistema, greves, manifestações, protestos, todas dignas de
respeito, no entanto devido a distância de uma para com a outra os danos ao “governo” são menores,
infelizmente não passam de pequenos arranhões nos tanques de guerra. E é por isso o nascimento da
minha existência, me usem, façam valer à pena suas crenças, exteriorizem os sempre desejados até
então guardados. O tempo de espera acabou, me usem, deixem ser eu o salvador de todos, sou a
força do povo, não sou chefe, sou o herói precisado e criado, soa a exteriorização do todo.
Exemplos citarei sobre minha capacidade e sobre o poder de ser ainda mais adiante dependendo de
vocês para representar vocês. Sou, serei a segurança pela qual todos precisam, bem sabem o risco
de se expor, temos familiares, amigos e etc's, bater de frente com um sistema radical é perigo mortal,
sou serei o escudo, receberei as balas por vocês, ninguém mais morrerá, sou o eterno por vocês
criado, a vontade estabelecida pelos mesmos ideais, sou vocês eterno, sou a eterna exteriorização da
verdadeira liberdade. Juntos temos a força necessária de destronar toda e qualquer imposição. Serei
o escudo, a proteção, sou o escudo necessitado, dessa forma ninguém mais morrerá, morrerei por
vocês, renascerei por vocês, muitas e muitas vezes, morrerei protegendo, renascerei vingando, pois
a ideia viva pode ser eterna, basta saber como alimentar.
Serei, sou o ataque comandado por vocês, invadirei todo e qualquer sistema, destronarei todo e
qualquer rei maltratante do povo. Serei vossa espada, mortal e afiada, sem misericórdia dissiparei
toda e qualquer discórdia, sou o ataque em massa, a massa transformada nesse meu único ser, farei
justiça por todos vocês, todo mal cairá, a liberdade sempre triunfará, pois sou vocês, vocês repletos
de sonhos de um mesmo ideal, sou a espada representante da liberdade, respeito e justiça.

Paulo, o escritor e seus ideais Cap. III

- No terceiro capítulo pretendo finalizar as intenções do Porta-voz, quando publicar estas


certamente teremos um mundo melhor, bem, ao menos essa é minha intenção, meu ideal! Após tal
pensamento como segue o ritual, Paulo tomou mais uma dose de vodca foi até sua janela, fumou
dois cigarros, retornou à cama, pegou seu caderno e continuou...

O Porta-voz Cap. III – Final

Diante de tamanhas e tantas apresentações, creio ter suficientemente me apresentado, certamente os


iniciais princípios foram passados, portanto, adiante explicarei de uma forma mais complexa e
dessa forma finalizarei meu propósito de com gosto e honra devidamente ser bem utilizado por
vocês.
Imaginem diversos hackers e programadores sensatos juntos por um mesmo ideal de justiça, paz,
liberdade e respeito. Imaginem escritores sensatos, criativos e idealistas incluídos nestes. Imaginem
divulgadores com fácil acesso nas diversas formas de mídia também incluídos nestes mesmos ideais.
Imaginem produtores, diretores, taxistas, donas de casa, vendedores, estudantes, todos, imaginem
todos com força de vontade em ajudar por um mesmo ideal. Imaginem, eu sou a força da
imaginação, sou o sonho que se torna real, sou o Porta-voz de todos vocês, sejam as telhas do Eu
telhado, sejam as raízes do Eu árvore, logo, sou eu a prova viva da existência de todos vocês
idealizadores de um bem maior regado de paz, respeito, justiça e liberdade. Fui criado, o ideal se fez

vida, resta vocês me crescerem, resta ser eu o Porta-voz, o herói do povo, me façam cada vez mais,
pois retribuirei à altura, serei os olhos, as vozes, a proteção e ataque de todos, serei e sou. Me
alimentem que em troca sempre serei vocês em manifestação total, a luz que dissipa a escuridão, o
tudo criado por todos. Me façam ser vocês, sou vocês.

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Uma última mensagem, dispenso participações do ato em me alimentar de grupos supostamente à
favor do povo, pois estes fingem estufar o peito em proteção ao povo, mas tudo que almejam na
verdade não passa de fama e glória a custa dos demais, usam o povo para atingir determinado
objetivo e depois descartam como papel higiênico defecado. Irmãos criadores de mim, não caiam na
lábia desses usurpadores e manipuladores que pouco se diferem do sistema, por estes fui rejeitado,
provavelmente adiante tentaram usar-me, logo não conseguirão, pois a verdadeira ideia viva vive
nos corações dos verdadeiros idealizadores, vocês.
Muito obrigado por me criarem, sem mais desejando mais paz, liberdade, respeito e justiça, o Porta-
voz de vocês.

Paulo, o escritor e seus ideais Cap. IV – Final

- Bom, resta publicar! Orgulhoso, Paulo beijou seu finalizado texto, bebeu vodca, fumou e dormiu...
07:00 acordou com o som da campainha, era sua linda namorada japonesa. Sakura o beijou
calorosamente, após, seu namorado empolgado contou ter finalizado o projeto Porta-voz, projeto no
qual Sakura estava ciente. Como prometido em outro determinado momento Sakura digitou e
imprimiu diversas cópias de seus textos, logo estes foram enviados para diversas editoras, e de
muitas uma gostou do que estava escrito, 1 mês depois o que mais se falava era da excelente
publicação vendida em diversas livrarias e bancas de jornais, mas 2 meses começaram as primeiras
manifestações do Porta-voz em defesa dos povos, a ideia tornou-se viva...
40 anos depois o Porta-voz tudo protegia, a paz se estabelecera e Paulo já falecido muito era
aclamado e respeitado.
Obrigado Porta-voz, obrigado Paulo.
CAPÍTULO II

Tudo deve ser resolvido por votação de toda população mundial, o resultado final de qual voto for
vencedor será o qual deverá ser seguido, uma observação, ninguém é obrigado a votar e só
poderiam votar pessoas que tenham 18 anos ou mais. Com todo respeito aos anarquistas, o
anarquismo é algo surreal, o mais próximo que poderia ser praticado seria uma espécie de “semi-
anarquismo” pois é injusto pessoas que trabalham mais, desempenham-se mais serem obrigados a
dividirem suas conquistas em partes iguais para com aqueles que nada ou pouco fizeram para
merecimento igualitário.

CAPÍTULO III

Não existirá moeda local e sim uma única, todas as moradias devem ser “iguais” de acordo com a
região e cultura, apesar de iguais poderão ser modificadas interna e externamente de acordo com a
vontade e condições do proprietário desta, aqueles que já possuem moradia só modificarão a mesma
caso desejarem, e de forma alguma haverão câmeras de monitoramento a não ser que o proprietário
deseje, fiações elétricas e similares deverão ser construídas de forma subterrâneas, o gás através de
tubulações também deverão ser subterrâneos, todas ruas e estradas deverão ter qualidades
impecáveis, ao menos três parques para lazer, esporte e outros sugeridos deverão existir em cada
cidade, todos locais públicos e alguns estabelecimentos deverão existir câmeras de monitoramento,
evidente que banheiros não terão, certos locais públicos e particulares terão faixas etárias para
poderem ser utilizados de acordo com sua temática, moradores de rua terão abrigos que oferecerão
inúmeras formas de auxílios para se reestabelecerem até possuírem seus próprios lares, terão um
determinado tempo para adaptação, passando deste haverá segunda chance, não adaptando-se serão
mandados para o país Rebelde ( Adiante será mencionado mais sobre este. ), drogados terão um
tratamento similar e o que é um drogado será estipulado pelo povo através de votações, culturas e
religiões deverão ser respeitadas e descumprindo isto será um forma de crime onde também o povo

20
decidirá o futuro dos desrespeitosos, porém não serão tolerados mortes e torturas, dependo do
quanto um templo religioso e similar receber de forma capital será obrigado a pagar impostos ao
Governo Mundial, Governo Mundial como o próprio nome propõe será um governo “único”
( Único relativamente já que será classificado em tipos de classes. ), não somente templo religioso e
similar pagará impostos assim como qualquer empresa ou similar também deverá, esses valores
arrecadados de impostos deverão ser utilizados principalmente para ainda maior melhoria mundial.
Não jogar lixo nos locais adequados terão punições graves como pagamentos de multas de valores
altas ou até mesmo prisões de acordo com as gravidades exercidas, os mesmos serão aplicados para
agressões sem justificativas cabíveis.
Fontes de energias solar e eólica deverão ser utilizadas em quase todos os locais propícios a estas.
Os salários dos cargos exercidos pelas pessoas poucos serão diferentes em seus valores, maiores
somente aqueles vistos como de maior “importância” ou gravidade. Mundialmente existirá a
aposentadoria, 35 anos para aqueles de tempo trabalhado e 55 anos para aqueles que não
trabalharam, e os que não trabalharam receberão um valor menor em sua aposentadoria, a partir dos
15 anos poderá se candidatar para o mercado de trabalho. Sobre os estudos, a partir dos 5 anos
poderá começar a frequentar escolas no qual o tempo de duração destas serão de 7 anos, faculdades
e cursos superiores terão tempos estipulados de acordo com o tipo escolhido.
Tai Chi Chuan, Meditações, Artes-Marciais entre outras atividades poderão ser dadas gratuitamente
por mestres e professores qualificados ou pagas em seus locais adequados para suas práticas.
Polícia e exército terão como obrigação aulas de Tai Chi Chuan, Artes-Marciais e acompanhamento
psicológico até o término de suas carreiras. Não será obrigatório alistamento militar e mulheres
evidentemente também poderão exercer as mesmas funções não só nesses cargos mas em todos nos
quais os homens exercem se assim desejarem. Todo cidadão após os 15 anos de idade poderá ter
porte de arma após curso intensivo e consulta psicológica a cada 6 meses, o mesmo se aplica para
dirigir/conduzir carro, moto e outros veículos.
 Tudo até então proposto será sempre decidido por votação popular e as propostas sugeridas
adiante também decididas da mesma forma.

CAPÍTULO IV

Gravidez somente permitida aos 18 anos, um casal poderá ter no máximo quatro filhos, com
exceção a aqueles que comprovarem ter condições em ter mais filhos ou por motivo de perder
algum devido a morte, tribos serão isentas desta lei, casamento só a partir dos 18 anos. Proibido
praticar sexo para menores e com menores de 18 anos, infligir tal lei terá como consequência prisão
por tempo indeterminado. Aborto legalizado de acordo com o motivo da gravidez. Pode-se andar
desprovido de roupas dependendo da região que estiver localizado, menores de 18 anos não poderão
exercer esta ação e nem estar presentes nestes locais.
Pedofilia, estupro e semelhantes acarretarão em prisão perpétua sendo um crime inafiançável,
assassinato dependendo do motivo seguirá a mesma regra. Outras formas de crimes, de delitos, será
estipulado um tempo de prisão, mas sempre a liberdade do preso será inafiançável, a prisão será
local de reabilitação com devidas condições de boa recuperação do preso, este será obrigado a
trabalhar e estudar, receberá um valor capital por estes tendo a chance após sua liberdade de voltar
para a sociedade capaz o suficientemente para um recomeço.
Racismo, fascismo, homofobia, intolerância religiosa, cultural e semelhantes poderão acarretar
prisão.
Sons e músicas em volumes altos poderão acarretar multas severas ou prisão de acordo com o senso
comum estipulados pelo voto popular.

CAPÍTULO V

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País REBELDE é o local onde pessoas que não estiverem de acordo com as propostas sugeridas
seriam mandadas para viverem da forma que melhor acharem, seriam dadas diversas formas de
provisões por um período aproximado de 30 anos, evidente que coisas capazes de se criar armas
nucleares ou outras coisas perigosas não estariam incluídas nestas provisões, nestes 30 anos teriam
a chance de estabelecer uma nação boa ou ruim, tudo dependeria do discernimento de cada um,
seria uma espécie de sociedade alternativa onde se poderia fazer o que bem desejar pois seria tudo
da lei. A cada 5 anos pessoas do Governo Mundial iriam ver se alguns desta nação desejariam voltar
ou para os que nascessem lá, ir para algum local do Governo Mundial, chances sempre seriam
oferecidas.
Ao falar sobre Governo Mundial, inicialmente pode causar um certo medo, receio, uma ditadura
camuflada, porém, como citado, tudo seria votado globalmente pelas pessoas, ou seja, tornar essa
“utopia” em realidade depende de cada um de nós, e quem não deve não teme, temerosos são
aqueles que criam vírus para dizimar certa parcela das populações, aqueles nos quais suas empresas
remetem ao tempo da escravidão, aos talvez existentes Nova Ordem Mundial, pois sabem esses e
similares que um mundo “perfeito” seria o fim do reinado que tanto desfrutam.

CAPÍTULO VI

Falando sobre espiritualidade e respeitando os que em nada acreditam a respeito disso, digo que
independente do credo, quase todos devem concordar que algo está em falta em nosso planeta e não
precisa de muito esforço para saber que o que tanto falta é o amor, o amor incondicional que é a
mais pura forma deste sentimento, é justamente a fórmula mágica para mudar drasticamente para
melhor a vida de todos, estejamos todos abertos para receber tal, é “simples”, receber, desfrutar e
compartilhar, fazendo uma junção perfeita deste sentimento com a ideologia de um mundo perfeito,
as chances de falha seriam mínimas, portanto, custa tentar? Tentar é de graça...
Nenhum país precisa mudar de nome, tudo pode ser resolvido na mais sincera diplomacia, pensem
com afinco em tudo que até então foi escrito.

CAPÍTULO VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidente que longe estou de ser o salvador do mundo, da pátria, do estado ou de uma cidade ou
bairro, mas ao analisar minhas propostas com um pouco só de atenção é visto que o impossível
pode se tornar possível, basta ser querido por todos, confesso que não tenho alto grau de intelecto
suficiente para deixar mais explicado do que foi este livro, porém sei que há grandes pensadores,
pessoas com intelecto de altíssimo nível capazes de compreender a minha boa vontade e através do
dons que possuem, transformar este livreto em uma obra-prima de 500 ou mais páginas, portanto,
vocês que citei e que de certa forma concordam comigo, nos ajudem a transformar este mundo em
um local de paz, dissequem este livreto e o façam ser nosso libertador, agradeço a todos que
chegaram até aqui, espero ter acendido ao menos uma pequena chama em vossos corações que se
chama “vontade” e que esta vontade se transforme em ação, sem mais, Moisés Lobo!
FIM

22
- Nossa, que livro péssimo, esse escritor só pode ser um ditador, as folhas desse livro não servem
nem para limpar o rabo! - pensou Isaque enquanto descia do ônibus, ao avistar a primeira lixeira,
jogou o livro. - Tenho a impressão que esse Paulo que o tal Moisés Lobo citou me é familiar, não
parece de total ficção!
- Ao chegar em “casa”, Isaque se deparou com a dona Josefa, a verdadeira dona da casa, uma
senhorinha muito amável que já quebrou vários galhos para o rapaz quando ele atrasava o
pagamento do mês de aluguel.
- Bom dia dona Josefa! - a abraçou carinhosamente como de costume e beijou seu rosto.
- Bom dia meu amor de menino! - respondeu a senhorinha sorridente.
- Dona Josefa, tenho uma “má” notícia, daqui três dias sairei daqui, irei morar com minha namorada!
-explicou Isaque. - A pobre senhora começou a chorar. - Mas meu amor, você mora aqui desde seus
19 anos eu acho, você deixará essa pobre velhinha com muitas saudades, sua notícia partiu meu
coração! - disse Josefa chorando.
- Se acalme, sempre que possível irei te fazer visitas, e para não dificultar sua situação financeira,
deixarei 5 meses de aluguel pago na sua conta! - falou Isaque abraçando bem forte a velhinha.
- Não quero seu dinheiro meu bom menino, quero sua presença, mas como disse que irá me visitar,
fico só um pouquinho mais tranquila! - falou Josefa secando as lágrimas.
- Dona Josefa, a senhora conhece alguém que faz carreto? - perguntou Isaque.
- Conheço sim, só um momento que irei buscar o cartão dele que está na minha mesa! - e foi a
senhora fazer o que foi dito. - Aqui está! - e entregou o cartão para Isaque.
‘MOISÉS CARRETO
FRETES E PEQUENAS MUDANÇAS
Capital e Interior
Fones: 96731-6943
98283-4056
(Ponto) Rua Julião Ferreira da Silva
Vila Nova Cachoeirinha – SP (Das 7:00 às 17:00hs)”
- Obrigado dona Josefa, vou fazer uma ligação e tentar cochilar um pouco! - e beijou a senhorinha.
- Isaque ligou para Andreia, era 12:00, talvez, deduziu, que era seu horário de almoço.
- Andreia? - disse Isaque após ser atendido.
- Oi meu amor! - respondeu Andreia.
- Imagino que esteja almoçando, serei breve, onde você mora? Pois resolvi aceitar sua oferta, em
três dias irei morar contigo! - disse Isaque.

23
- Nossa, Isaque, que notícia boa, moro no Jardins, irei te passar o endereço via Whatsapp, te espero
em três dias meu amado, agora preciso desligar, pois, só tenho 15 minutos de almoço, beijos meu
cavaleiro e cavalheiro! - e se despediu de Isaque enviando vários barulhos de beijos, “smack”,
“smack”, “smack”, beijos meu gostoso.
- Beijos donzela, até breve! - e desligou a ligação.
- Isaque entrou em sua “casa”, preparou seu forte café sem açúcar, tomou outro banho, deitou-se e
fez a ligação para o Moisés do Carreto.
- Alô, bom dia, é o senhor Moisés?
- Isso, bom dia, quem tá falando?
- Isaque!
- Como?
- Isaque!
- Isaque?
- Isso mesmo senhor Moisés, Isaque!
- Do que você precisa, Isaque?
- De um carreto daqui a três dias!
- Onde você mora?
- No Jardim Vista Alegre!
- Sei, é aqui perto de onde moro, para onde você pretende levar sua mudança? - perguntou Moisés.
- Fica na região dos Jardins! - respondeu Isaque.
- Deixa eu te perguntar, você tem alguém para ajudar na mudança? Porque eu só faço o transporte,
não carrego e nem descarrego!
- Sim, eu mesmo faço isso!
- É muita coisa?
- Não, roupas, livros, uma TV, um computador e etc, nada de grande tamanho! - respondeu o jovem.
- Entendi, é porque meu carro é uma perua, então eu preciso saber se cabe tudo!
- Cabe sim, com certeza!
- Olha, pra você eu faço por R$200,00! - disse Moisés.
- Tudo bem, tranquilo senhor Moisés, daqui a três dias precisarei fazer a mudança, o mais breve
possível te ligo novamente, certo?
- Tá bem, vou ficar no aguardo!
- Tudo bem, vou ficar esperando, tenha um bom dia!
- Bom dia senhor Moisés! - e assim finalizou Isaque a ligação.

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- Isaque estava muito cansado, mais ainda assim fez três coisas antes de dormir, tomou seu café
forte e amargo, fumou dois cigarros e mandou uma mensagem para Andreia escrevendo seu
endereço para que ela viesse a noite dormir na casa dele, a resposta da mensagem veio logo em
seguida, Andreia iria para a “casa” do rapaz, feliz, Isaque tirou sua roupa ficando só de cueca,
colocou uma música relaxante de meditação, se cobriu com um fino lençou e adormeceu de
imediato.
- Isaque meu menino, Isaque! - acordou o jovem assustado com o bater na porta.
- Estou indo! - vestiu um bermuda rapidamente e abriu a porta, já era noite, seus olhos estavam
marejados, viu a senhora Josefa e sua amada Andreia.
- Cuide bem do meu menino! - disse Josefa para Andreia.
- Pode deixar! - respondeu Andreia sorrindo, o casal entrou na casa, se sentaram na cama, Andreia
perguntou o que tinha acontecido pois percebeu que Isaque havia chorado. - Foi um pesadelo, eu
acho! - disse Isaque. - Antes de me contar quer uma dose de conhaque? - e Andreia retirou de sua
bolsa uma garrafa fechada. - Sim, quero sim, estou precisando! - abriu a garrafa, pegou dois copos,
o encheu até a metade, brindaram, deram um golem cada um em seu copo e então Isaque começou a
contar seu estranho sonho. - Eu estava em uma sala onde as paredes eram brancas, estava sentado
em uma cadeira, atrás de mim, havia uma porta preta, na minha frente, havia algo indescritível com
forma humanoide e dizia ser uma parte de mim, na minha frente havia algo que eu pensava ser um
quadro pendurado, não dava para perceber o que era realmente pois havia um pano preto a
encobrindo, a criatura que se dizia ser uma parte de mim, disse que quando puxasse o pano, seria
revelado o meu maior medo, no sonho, imaginei em segundos diversas coisas, que um monstro
sairia de lá e me destroçasse, ou que haveria uma simples inseto, mas isso não diminuíra meu pavor,
pois lembro não se deve menosprezar as coisas, “O verdadeiro poder vem do interior”, então pensei,
até um simples inseto poderia me causar grandes danos, outrora imaginei que poderia ser uma
espécie de televisão mostrando tudo de mal que já fiz ou até momentos que estive bem próximo de
morrer, a curiosidade e o medo se apossavam de mim, enfim, a criatura retirou o pano do que eu
pensava ser até então um quadro, cheguei perto, era uma moldura de prata, mas dentro não era um
quadro, e sim, um espelho que refletia minha face, de imediato comecei a chorar
descontroladamente, esse era meu maior medo, eu mesmo, o choro foi de medo e alívio, eu era o
causador dos meus próprios demonios, ao menos sabia agora enfim qual o maior mal que precisava
enfrentar, então de repente acordei com a voz da dona Josefa!
- Esse sonho foi muito interessante apesar de ter mexido com você, ao menos agora tem a resposta
do que precisava, e creio que apesar de estar agindo muito depressa, e eu gosto disso, você está

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enfrentando seu medo e está ganhando, está de parabéns, portanto, agora é aproveitar a noite
escutando um bom rock e bebendo, o que acha? - disse Andreia enquanto abraçava Isaque.
- Perfeito donzela, é tudo que estou precisando, você gosta de Janis Joplin? - perguntou Isaque.
- Amo! - respondeu de prontidão a moça.
- Isaque se levantou, pegou o CD, colocou no computador e deixou o som rolar, na cama, ficaram se
beijando, bebendo, calados e abraçados, talvez ambos estavam pensando em um futuro próximo,
Isaque explicou que havia falado com o senhor do carreto e que em três dias estaria morando com
ela, Andreia sorriu de pura alegria e disse que estava muito ansiosa para isso, Isaque pediu uma
pizza de mussarela e rapidamente o motoqueiro chegou com a mesma, Isaque deu R$30,00 de
caixinha para o motoqueiro, o mesmo agradeceu bastante, Andreia e Isaque comeram toda a pizza e
secaram a garrafa de conhaque, ambos estavam altos por causa do álcool, mas isso não os impediu
de filosofar bastante até que Andreia adormecesse com a cabeça no peito de Isaque, logo ele já foi
colocando o smartphone para despertar para que sua amada não se atrasasse para o serviço, ficará
ali por alguns minutos imaginando o que seria do seu futuro sendo tão impulsivo como nunca fora,
mas procurou não cair na armadilha da ansiedade, preferiu focar no presente, o jovem já havia tido
diversos casos com outras mulheres, mas o sentimento que brotara por Andreia não era a mesma
coisa, ele tinha certeza disso, era um misto de paixão e amor, nem a conhecia intimamente mas
pouco se importava com isso, pensando e pensando, acabou dormindo.
“When you were here before, couldn't look you in the eye, you're just like an angel, your skin
makes me cry...”, Isaque desligou o alarme, acordou cuidadosamente Andreia, pediu para que ela
tomasse um banho enquanto prepararia seu café da manhã, dito e feito, após o banho, estava lá, uma
xícara de café, com um pote de açúcar e uma colher pois não sabia se Andreia gostava de café
adoçado, e para sua alegria ela também gostava sem açúcar, para comer, havia um atraente misto-
quente.
- Você é mesmo um amor, Isaque! - Beijou e sorriu para o jovem.
- Imagine, sou apenas um nobre camponês servindo Vossa Rainha! - e retribuiu o beijo.
- Não irá comer nada? - perguntou Andreia.
- Não, a pizza de madrugada me satisfez e além do mais tenho costume de tomar apenas café
quando acordo! - respondeu Isaque enquanto dava uma boa golada no maravilhoso líquido preto,
quente e amargo, em seguida acendeu um cigarro e pegou um cinzeiro.
- O que fará hoje? - perguntou Andreia.
- Segredo! - e sorriu. - Vou chamar um táxi para você!
- Não precisa amor, eu pego um ônibus!
- Não, irá de táxi mocinha! - e deu um piscada e um sorriso para a moça.

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- Andreia sabia que não adiantaria insistir, então depois de uns 20 minutos, o táxi estava a
esperando na porta, se despediram com beijos e abraços calorosos.

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Capítulo 7

- Isaque resolveu novamente visitar seu avô no cemitério, antes tomou um banho, acabou com a
garrafa de café que havia feito e foi, passou em uma floricultura e comprou Girassóis, ao chegar no
túmulo, retirou as flores mortas e colocou os Girassóis no lugar, deitou no túmulo e acendeu um
cigarro, estava meditando, mas uma voz quebrou seu momento de relaxamento. “- Socorro, socorro,
alguém me tire daqui!”. - Isaque percebeu que próximo dele estava havendo um enterro, diversos
familiares e amigos do falecido ao redor do caixão, “- Socorro, socorro, alguém me tire daqui!”, não
era possível que havia preso um homem vivo no caixão, mas as súplicas vinham de lá, observou que
saia do mesmo uma névoa, o que ele iria fazer aos pedidos de socorro? - Primeiro Isaque pensou
que estava ouvindo e vendo tudo aquilo porque tinha bebido, mas já fazia certo tempo que bebera, o
álcool nem mais estava em seu corpo, o que fazer? “- Socorro, socorro, alguém me tire daqui!”, era
desesperador ouvir isso, uma espécie de tentativa de gritos abafadas por falta de ar, e a névoa cada
vez mais saia do caixão, desceram o caixão na cova e começaram a enterrar, e os pedidos de ajuda
só aumentavam, não havia muito o que fazer, do jeito dele, o rapaz resolveu fazer uma prece da
melhor forma que sabia, vinda do coração. - Senhor Jesus Cristo, obrigado por sua presença, meu
Senhor, só Ti sabe o que está se passando, mas por favor, tenha misericórdia dessa alma, só Você
sabe o que realmente está se passando, misericórdia Senhor, misericórdia! - assim foi sua prece. -
De repente Isaque viu um ser alvo envolto de luz branca, media uns 3 metros de altura, ele descia
dos céus, parou acima da cova que o morto estava sendo enterrado e saiu do caixão um homem
acinzentado, o ser pegou sua mão e sumiram. - Pronto, agora virei médium! - pensou Isaque
assustado, mas não esqueceu de agradecer por terem escutado sua prece. - resolveu fumar mais
alguns cigarros, se despediu de seu avô e se foi, dessa vez na entrada/saída do cemitério não havia
nenhum despacho, “- Como será que está Alcebiades?” - pensou Isaque.
“Come on, come on, come on, come on, now, touch me, babe...” - Isaque atendeu a ligação e era
a Sara.
- Oi Isaque, como você está meu anjo do resgate? ´perguntou com uma voz alegre.
- Estou bem, pela sua voz, você também! - respondeu com voz alegre por perceber que a menina
estava feliz.
- Sabe, (E desencadeou em falar.) estou muito bem, veja só, minha mãe é espirita, nunca liguei para
essas coisas, mas naquele dia quando cheguei triste em casa, vi um livro perto da TV, resolvi ler, O
Evangelho Segundo o Espiritismo, lí em poucas horas, conversei com minha mãe tudo que havia
ocorrido, sobre o meu anjo do resgate, e pedi ajuda, ela me levou a uma seção espirita que sempre

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frequenta, tomei passes e me senti muito bem, estou empolgada, vou largar esse lance de satanismo,
das trevas para a luz,me entende? - assim terminou a longa explicação.
- Poxa vida, fico muito feliz Sara, bom que tenha provavelmente encontrado seu caminho, só tome
cuidado com charlatanismo, seu coração dirá o que é verdadeiro ou falso, e por coincidência,
aconteceu uma doidera no cemitério onde meu avô está sepultado, (Isaque contou o acontecido.)!
- Nossa, Isaque, você é médium, venha na nossa seção! - falou empolgada a menina.
- Calma, calma Sara, foi um acontecido, sendo ou não, não sou religioso, estou mais para
espiritualista e dos que levam a vida bem torta, prefiro curtir meu rockzinho antingo que não tem
perigo de assustar ninguém! - disse Isaque
- Entendi meu anjo Raul Seixas, mas espiritismo é um fato, não é só religião, é filosofia também! -
disse Sara sorrindo.
- Eu entendo o que deseja me dizer, mas dê tempo ao tempo, estude bastante, tome cuidado,
enquanto isso vou pensando na vida, você adentrou nesse mundo agora, na vá com muita sede ao
pote, tenha discernimento, entendeu, menina? - falou Isaque.
- Tudo bem meu anjo, novamente seguirei seus conselhos, muito obrigada mesmo pelo que você fez
na minha vida, aliás, seu número está salvo no meu Whatsapp, não estranhe caso receba uma
mensagem minha, obrigada mesmo Isaque, meu anjo do resgate! - disse empolgada Sara.
- Apenas dou o meu melhor, de nada, conversaremos mais já que tem meu contato no seu Whatsapp!
- disse Isaque.
- Tudo bem anjo, muito obrigada, beijos! - finalizou Sara.
- Beijos, Sara! - menina doidinha, ao menos está melhor, pensou Isaque.
- Era o dia D, Isaque decidiu visitar seu pais, antes disso, por volta das 11:00, entrou na padaria que
já havia ido com Alcebiades, pediu um pedaço de pizza de mussarela e um café, infelizmente o
mesmo já vinha adoçado, terminou, pagou e chamou um táxi, disse o endereço da casa dos seus pais
e assim foi, chegando lá tocou a campainha, uma linda senhora branca de olhos verdes o atendeu,
era sua mãe, Estela.
- Meu filho, que saudades, não era pra você estar trabalhando? - perguntou.
- É uma longa história mamãe, o pai está? - perguntou enquanto a abraçava e beijava sua mãe.
- Sim, entre meu filho, vou preparar um café do jeito que você gosta!
- Oi, pai! - e estendeu a mão como forma de cumprimento.
- Oi! - correspondeu seu pai apertando sua mão, Davi, um senhor moreno com traços indígenas,
aparência de uns 70 anos, “- Se sente!”, e acenou com a mão para o pequeno sofá azul da sala.

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- O gostoso café foi servido e em uma golada Isaque o terminou, foi para a porta da sala que estava
aberta dando para o corredor e acendeu um cigarro, na janela havia um cinzeiro, após soltar a
primeira fumaça de sua boca, Isaque começou.
- Pedi demissão e irei morar com minha namorada! - disse olhando para seus pais.
- Mas filho, como, por que pediu demissão e que namorada é essa? - perguntou a mãe assustada.
- Olha, eu não vou dizer nada, você já é maior de idade faz tempo, só não reclama depois, um
emprego tão bom, quero ver o que você vai fazer agora! - disse o pai com certa grosseria.
- Se fosse tempos atrás, Isaque estaria nervoso por até então ser explosivo, falaria em voz alta,
discutiriam, mas, não, simplesmente contou quase tudo que estava acontecendo.
- Mas filho! - disse dona Estela preocupada com a mão na testa.
- Quero ver o que você vai fazer da vida, sem emprego, sem dinheiro (Mal sabia a loucura que seu
filho havia feito.), acabou de conhecer essa namorada e já vai morar junto, olha, eu não sei mesmo!
- disse Davi com grosseria e indignação.
- O que vou fazer? - perguntou Isaque já preparado para dar a resposta. - Vou seguir o conselho do
vovô, vou viver do jeito que quero, um dia de cada vez, vou viver o presente! - respondeu sério ao
seu pai.
- Vai pensando que a vida é um sonho! - disse Davi.
- Meu filho! - disse a mãe querendo chorar colocando as mãos no coração.
- Relaxem, não vou dar trabalho para vocês, só achei mais adequado falar com vocês pessoalmente
do que por ligação! - respondeu serenamente enquanto acendia um novo cigarro e tomava outra
xícara de café servida por sua mãe.
- Que café gostoso! - e beijou a testa da sua amada mãe.
- Pai, sempre respeitei o senhor, não vim pedir permissão, não quero ser ignorante e nem mal
agradecido, mas dá minha vida cuido eu, sou muito agradecido mesmo pelo que vocês fizeram por
mim por todo este tempo, se hoje sou o que sou é graças a boa educação de vocês! - disse Isaque
olhando para seu pai.
- Certo Isaque, faça o que achar melhor, mas depois não venha reclamar! - respondeu Davi
grosseiramente.
- Não meu filho, se der errado você vai morar com a gente, não vai Davi? - disse perguntando ao
marido.
- Eu sou contra o que ele quer fazer, mas é claro que não vou impedir dele voltar a morar aqui! -
respondeu o pai de Isaque ainda inconformado com toda essa história.
- Não sou soberbo, mas será difícil morar com você novamente, tudo dará certo! - e abraçou os dois,
a pobre mãe chorava, Isaque disse que não havia necessidade disso e que em breve passaria o

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endereço de sua nova moradia. - Foram se despedir dele no portão, neste momento passou um carro
em alta velocidade dirigida por um jovem, estava escutando a música Paint in Black, “- Toma
cuidado rapaz!” - pensou Isaque ao ver o carro naquela velocidade.
- Pegou um ônibus para voltar para sua “casa”, ao descer, comprou uma garrafa de conhaque no
mercado, mandou mensagem para Andreia ir vê-lo novamente, a resposta foi “sim”, e quando ela
estava perto de chegar, ele havia cozinhado arroz, feijão e fritado uns bons bifes, a garrafa de
conhaque estava na metade, ela chegou, ficou surpresa com os dotes culinários do namorado, foi
aprovado, terminaram com a garrafa de conhaque, fizeram amor ao som de Jimi Hendrix, e como
na noite anterior, Isaque havia deixado seu aparelho para despertar, ao Andreia acordar tinha um
bom café da manhã a esperando, novamente aprovado por ela, pegou um táxi e foi trabalhar, Isaque
tomou um banho, vestiu uma camiseta regata preta, calça vinho e um tênis preto, borrifou o
perfume que achava ser o melhor do mundo, pegou sua mochila vazia, deu um último gole no café
acendeu um cigarro, fechou a porta da casa e foi “perambular”. - Andreia havia deixado as chaves
da casa dela com ele, afinal, amanhã seria o dia da mudança, a expectativa era grande, mas
precisava se focar no presente, e se focou.

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Capítulo 8

- Isaque com seu conhaque, resolveu sentar-se em um banco de uma pequena praça quase vazia,
queria beber e pensar, esse era seu objetivo, tirar o dia para pensar, em outro banco não muito
distante, havia uma jovem fumando um baseado, era bem magra, cabelos vermelhos e lisos e parda,
aparentava ter seus 20 anos. - Oi! - falou a menina em voz alta.
- Oi! - respondeu Isaque.
- Vem aqui, vamo trocar ideia! - e bateu a mão no espaço vazio que tinha no banco dela, Isaque foi,
se cumprimentaram com um beijo no rosto.
- Prazer, Evelyn! - disse a moça.
- Isaque! - respondeu o rapaz e deu uma golada em seu conhaque. - Quer? - perguntou ele.
- Não, suave, eu não bebo, só curto um chá, quer dá uns dois? - perguntou Evelyn.
- Não, tranquilo, só gosto do cheiro, já fumar não é minha praia! - respondeu Isaque.
- Nossa, seu cabelo é tão bonito! - disse a menina enquanto passava as mãos neles.
- Obrigado, mas o que faz aqui além de dar uns dois? - perguntou.
- Esperecer a mente, muitos problemas! - e soltou fumaça na cara de Isaque.
- Também vim esparecer, mas com problemas não estou, quais são os seus? - perguntou enquanto
respirava fundo a fumaça que havia ido em sua direção.
- Pra começar, comecei a estudar ontem e não tenho nem caderno, moro sozinha de aluguel em um
comodo, com uma TV, uma cama, fogão, pia e banheiro, meu pai que banca tudo, aliás ele nem é
meu pai de verdade, me adotou, é meio rabugento mas é um grande pai, minha mãe, é uma vampira,
só quer saber de dinheiro, de sugar, queria que eu morasse com ela só para meu pai pagar coisas
para ela, eles treparam antes de eu nascer, mas não sou filha dele, mesmo assim ele quis me adotar,
é um paizão! - desabafou Evelyn.
- É uma história bem complicada mesmo, ao menos está estudando, vou comprar um caderno para
você! -e acendeu um cigarro após proferir tal frase.
- Obrigada, sabe, eu tento arrumar trampo mas tá foda, eles só querem pessoas com o ensino médio
concluído, e como não terminei a escola, não arranjo trampo em porra de lugar nenhum, mas agora
estou estudando no supletivo, terminando esse ano, suave, arranjo trabalho mais fácil! - disse a
menina. - Me arranja um desse! - pediu Evelyn, Isaque pegou e deu um cigarro para ela.
- Após mais uma golada no conhaque, começou a dizer: - Sabe Evelyn, não quero dar uma de pai,
mas acho que o que você está tentando fazer é o certo, terminar os estudos, começar a trabalhar,

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evitar de dar trabalho para seu pai, é que esse mundo é foda, as oportunidades são complicadas,
então, quando elas surgem, devemos agarrar com unhas e dentes!
- Se tá certo gatinho, valeu! - e soltou mais uma fumaça do baseado no rosto de Isaque que em
seguida respirou fundo para apreciar o aroma.
- Você namora gato? - perguntou Evelyn.
- Namoro e a amo muito! - respondeu de prontidão o rapaz.
- Que pena, queria te dar uns beijos, tem jeito? - perguntou sorrindo.
- Você é linda, mas nem vira, desculpe! - respondeu Isaque.
- Tudo bem gatinho, gosto de homem que não trai, é difícil hoje em dia! - e beijou o rosto dele.
- Termine de fumar o seu chá e vamos comprar seu caderno naquele mercado! - disse Isaque.
- Evelyn fez isso e foram ao mercado, Isaque comprou o maior caderno que tinha lá e uma garrafa
de vodka, perguntou se ela queria cigarro e ela respondeu que “sim”, então ele comprou um pacote,
pagou no caixa com cartão de crédito e voltaram a praça, Isaque terminou de beber seu conhaque e
foi logo abrindo sua garrafa de vodka, já Evelyn, acendeu um dos cigarros que havia ganhando.
- Nossa, você não fica chapado? - perguntou a menina.
- Só um pouco, dificilmente tranço as pernas, meu corpo está acostumados com os gorós da vida! -
e deu mais uma golada na vodka acendendo um cigarro em seguida.
- Você é mó gente boa, humilde, nem me conhece e me ajuda, valeu mesmo parça! - disse a jovem.
- Tranquilo, gosto de fazer o “bem” sempre que posso! - e bebeu mais vodka.
- Mas o que você faz dá vida? - perguntou para Isaque.
- É uma longa história! - respondeu Isaque e contou os acontecimentos mais recentes.
- Mano do céu, você é louco! - disse sorrindo a menina.
- Sou mesmo, sou maluco beleza! - respondeu retribuindo o sorriso.
- Tem Whatsapp? - perguntou Evelyn.
- Sim, tenho! - e então trocaram números.
- Firme, então nóis se tromba qualquer dia! - disse ela levantando do banco e se espreguiçando.
- Firmeza! - respondeu Isaque também se levantando, se abraçaram, deram um beijo no rosto e cada
um foi para seu caminho. - Na verdade, após alguns minutos, Isaque voltou para a praça que agora
estava vazia, queria ficar ali, bebendo e pensando sem ser interrompido. - Vamos lá! - pensou
Isaque, muita coisa mudou de uma hora para outra, e estou gostando, “- Jesus Cristo, ajude no meu
caminhar, me dê discernimento!”, disse mental o jovem, deu mais uma golada na vodka e acendeu
outro cigarro, pensou: “- O que farei ainda hoje?”, - Já sei! - falou sozinho, vou escrever alguma
coisa, pegou seu smartphone e começou.

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Evite o Nervoso

No momento do nervoso
Tudo é pavoroso
Acontece algo que pode não ter reversão
Cuidado então

Respire fundo
Conte até dez segundos
Beba um copo d’água

Procure o silêncio
Podem sair palavras que não são verdadeiras
Soltadas só para ofender
Quando for ver
Tarde demais
O estrago está feito
Talvez pode não ser refeito

É difícil
Muito mesmo
Mas tem que tentar
O nervoso pode com tudo acabar
Não resolva as coisas com a cabeça quente
Tente
Sereno se resolve melhor

Cuidado com as explosões


Pode ser destruição sem reparo

Eu paro
Respiro
Reflito
Bem…
Eu tento

São Paulo – SP – Brasil

- Acho que ficou bom! - pensou em voz alta Isaque, vou mandar para a Andreia para ela me dizer o
que achou, e fez isso, dois minutos depois, recebeu uma mensagem de resposta.
- Ficou excelente meu poeta!
- Obrigado amor, é justamente o que desejo fazer, escrever meus livros, sabe, sempre gostei de
escrever, mas nunca parei para isso, mas tenho algumas poesias em alguns cadernos, quem sabe
algum dia consiga publicar um livro! - respondeu Isaque.
- Você vai Isaque, e tem todo meu apoio, você escreve com a alma e coração, ficou realmente linda
sua poesia! - respondeu Andreia.

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- Obrigado, bem meu amor, agora vou caçar o que fazer no dia, depois eu volto, beijos! - disse
Isaque.
- Beijos meu herói, tchau! - assim foi finalizada a troca de mensagens.
- Chegaram algumas crianças na praça, então Isaque para não dar mal exemplo, guardou sua garrafa
de vodka na mochila e foi embora. - Pegou um ônibus qualquer, viu uma calçada enorme onde
estava havendo um feira do rolo, decidiu descer para ver se havia algo que o apetecesse.

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Capítulo 9

- Vendo as coisas, nada o chamara a atenção, a não ser, um Gol GTI preto, foi logo falando com o
dono, um homem com aparência de uns 50 anos, seu nome era Caparroz, começou sem que Isaque
havia pedido a contar a história dele, vim de uma cidade do interior, Boa Esperança, uma porcaria
de lugar, preciso vender meu carro, do contrário não terei mais nenhum dinheiro nesse caralho de
mundo capitalista. - Sabe meu jovem, o mundo é uma merda, tenho borderline e a porra do INSS
não me dá a maldita aposentadoria, estou ficando louco, ficando não, sou louco, e tem mais, Deus é
um tremendo filho da puta! - finalizou assim o homem seu desabafo.
- Bem sobre Deus, prefiro não entrar no assunto pois é muito complexo, sobre sua doença, sinto
muito, espero que consiga resolver os problemas no INSS, imagino como seja! - Isaque abriu sua
mochila, pegou sua garrafa de vodka e deu uma golada, ofereceu ao Caparroz e este não exitou, deu
uma golada ainda maior, o jovem acendeu o cigarro e continuou mudando o assunto. - Mas então,
por quanto está vendendo o carro?
- R$3,000, o documento está em dia, sem nenhuma multa! - respondeu o homem.
- Então vou comprar agora, tem conta em banco? - perguntou Isaque.
- Tenho sim! - respondeu o homem.
- Pelo smartphone Isaque entrou no seu aplicativo do banco e fez um DOC de R$3,500! - em dez
minutos no máximo o dinheiro cairá na sua conta.
- Mas como pode confiar assim em um homem que acabou de conhecer? - perguntou Caparroz.
- Intuição! - respondeu Isaque. - Em menos de dez minutos o celular do homem notificou que o
valor depositado havia caído em sua conta.
- Tem R$500,00 a mais, não precisava! - disse o homem.
- Você merece! - e colocou a mão no ombro do Caparroz. - ele começou a chorar. - Sabe Isaque, é
por pessoas como você que eu ainda tenho um pouco de esperança nessa Terra maldita!
- Relaxe, tome mais um pouco de vodka! - e ofereceu ao homem, começaram a conversar sobre
rock, pois Caparroz percebera que Isaque gostava do estilo musical, Isaque descobriu que a banda
que Caparroz mais gostava era Pink Floyd, disse que era uma boa escolha e revelou que a banda
que mais gostava era The Doors, Caparroz também aprovou.
- Bem Caparroz, a conversa está boa mas preciso ir, pode me dar as chaves do carro e o documento
dele, depois conversamos melhor por telefone para transferir os documentos para meu nome! - disse
Isaque. - Caparroz o abraçou chorando, agradeceu muito e se despediu, Isaque entrou no carro e
rumou em direção a sua “casa”. - Se a polícia me parar estou fudido! - pensou Isaque. - mas nada

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disso acontecera, em pouco mais de 1hora chegou ao seu “lar”, estava começando a anoitecer, dona
Josefa apareceu na calçada e deu risada. - Mas meu menino, você nem tem carta de motorista! - e
deu risada. - É que estou doidinho meu amor! - respondeu o jovem sorrindo.
- Amanhã seria o dia da mudança, explicou para Andreia por mensagem que desta vez não daria
para ela dormir com ele pois ele precisaria arrumar as coisas, ligou para o Senhor Moisés e estava
tudo confirmado, as 8:00 ele estaria lá com sua Kombi. - Terminou de beber sua vodka, fez um café
bem forte mesmo, desta vez com 9 colheres de pó, pegou um CD que há muito tempo não escutava,
St.Anger do Metallica, e todo empolgado começou a ajeitar as coisas, como dissera ao senhor
Moisés, seriam realmente poucas coisas, resolvera deixar o fogão, a cama e o sofá, empolgado nem
dormira durante a madrugada, chegou a tão esperada 8:00, senhor Moisés estava lá e como viu que
a mudança era leve resolveu ajudar, alguns livros, o computador e a mesa do computador e roupas,
o trabalho do senhor Moisés era bem eficiente, porém ele era muito vagaroso, isso causou certa
ansiedade, eram tantas poucas coisas e mesmo assim ele demorou quase 1 hora para deixar tudo
preparado. - Isaque foi se despedir da senhorinha amada Josefa. - Vou morrer de saudades meu
amor, mas logo você vem me visitar! - disse Isaque segurando o choro. - Josefa beijou a testa do
jovem e disse: - Vá com Deus!
- Isaque com seu novo carro seguiu a Kombi do senhor Moisés, em 1 hora e meia, estavam no
Jardins, os vizinhos estranharam o movimento quando a Kombi e o Gol chegaram, Isaque abriu o
cadeado do grande portão da garagem e avistou um casarão enorme, no quintal um lindo jardim a
esquerda e a direita uma linda horta, no centro, um espaço para estacionar uns quatro carros,
fizeram isso, a casa era enorme, o quarto de Andreia era gigantesco, havia outro quarto quase vazio,
não só vazio pois havia um grande e belo guarda-roupas, “-Aqui será meu escritório!” pensou
Isaque, a cozinha também grande e a sala digna de cinema, realmente uma casa muito bonita, o
senhor Moisés ajudou a descarregar as coisas, tudo no até então futuro escritório de Isaque.
- Quanto ficou mesmo o carreto senhor Moisés? - perguntou Isaque.
- Olha, para você eu faço por R$200,00! - respondeu o carreteiro.
- Tome aqui R$500,00 e muito obrigado! - e entregou o dinheiro nas mãos do senhor Moisés. - tal
relutou em receber a mais, mas depois de muita insistência de Isaque o senhor Moisés resolveu
aceitar agradecendo muito e se foi.
“Come on, come on, come on, come on, now, touch me, babe...” - Isaque atendeu.
- Alô, é o Isaque?
- Sim senhor Alcebiades, já o reconheci pela voz! - disse Isaque com um voz de tom de alegria.
- Meu bom jovem, te trago boas notícias, estou morando e trabalhando em um albergue, tenho meu
próprio quarto, sou cozinheiro, sequer me aproximo de jogos! - disse Alcebiades todo feliz.

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- Que bom Alcebiades, sua felicidade é a minha felicidade, venha me visitar qualquer dia! - disse
Isaque.
- Certo Isaque, o mais breve possível farei isso, e tem outra coisa, aprendi a mexer nesse troço de
zap-zap, vou te encher o saco mandando mensagens! - e gargalhou.
- Será uma honra você encher meu saco Alcebiades! - também gargalhou Isaque.
- Bom, liguei só para dar um alô, preciso preparar o feijão! - disse Alcebiades com a voz apressada.
- Tudo bem, fique bem, tchau!
- Tchau Isaque! E assim se finalizou a ligação.
- Isaque foi ao hiper mercado mais próximo, comprou uma boa garrafa de vinho tinto seco e mais
alguns alimentos, queria fazer uma surpresa para Andreia, tinha tempo para isso, na volta passou em
uma floricultura e comprou orquídeas roxas, cheirou suas axilas e pensou “- Nossa, preciso de um
banho urgentemente!”, voltou para sua nova casa, e que casa, tomou um bom banho, vestiu somente
uma cueca e uma bermuda preta, as horas estavam passando, logo Andreia chegaria, preparou B.B
King para tocar no seu computador, preparou um delicioso espaguete, acendeu velas brancas no
centro da mesa, deixou o vinho em um balde de gelo e duas taças de cristais, ouviu o barulho do
portão se abrindo, foi correndo de encontro a porta com o vaso de violetas atrás das costas, quando
Andreia abriu a porta, lá estava Isaque, oi meu amor de mulher, e estendeu a mão dando as violetas.
- Nossa, que lindo meu cavalheiro, amei! - e deu um beijo caloroso em seu namorado. - Tem mais! -
disse Isaque, foi correndo, colocou B.B King para tocar, a levou até a mesa, lhe serviu espaguete,
abriu a garrafa de vinho os serviu e brindaram, “- Ao nosso amor!”, disseram os dois ao mesmo
tempo e beberam do saboroso vinho. - O espaguete está gostoso? - perguntou Isaque preocupado.
- Maravilhoso, o melhor que já experimentei! - respondeu Andreia. - após o jantar romântico a luz
de velas foram tomar banhos juntos.
- Amor? - disse Isaque para Andreia enquanto olhava nos olhos delas e delicadamente colocava
suas mãos nas laterais de sua face.
- Fale meu herói! - disse Andreia com as pupilas dilatadas.
- Eu te amo! - disse com ar de seriedade Isaque.
- Eu também te amo Isaque! - se abraçaram calorosamente debaixo do chuveiro. - Vamos para a
cama, por favor! - finalizou Andreia.
- De imediato fizeram isso, e melhor do que da primeira vez, fizeram amor por 4 horas. - Isaque
adormeceu, Andreia aproveitou para mexer no smartphone dele, leu todas as mensagens e as
respondeu, em seguida dormiu.
“When you were here before, couldn't look you in the eye, you're just like an angel, your skin
makes me cry...” - Isaque suavemente acordou Andreia. - Me desculpe amor, hoje não consegui

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preparar seu café da manhã! - foi o pedido de desculpas de Isaque. - Mas ainda tenho meia hora! - e
levantou-se empolgado. - Não precisa! - Andreia segurou o braço de Isaque sorrindo. - Precisa sim!
- e logo preparou um café forte e preparou algumas torradas com manteiga para Andreia. - Você
tem habilitação? - perguntou Isaque, Andreia acenou com a cabeça que “sim”. - Pois aquele carro
na garagem é seu! - Andreia o abraçou fortemente. - Obrigado amor, você é demais, eu estranhei
um carro na minha casa, mas com a surpresa que me fez ontem até esqueci de perguntar o que
estava acontecendo! - Isaque abriu o portão da garagem, se despediram com um longo beijo e
Andreia saiu com seu novo carro para trabalhar, antes disso explicou que amanhã, que seria sábado,
seria seu dia de folga, então aproveitariam bastante o dia. - Maravilha! - disse Isaque.
- Isaque aproveitou bem o dia, arrumou suas coisas em seu escritório, cuidou da horta e do jardim,
limpou a casa por inteiro e preparou uma boa refeição para quando Andreia chegasse, após, tomou
um banho, de cueca deitou-se na cama do casal com o tórax voltado para o teto e adormeceu.
- Havia um frigobar maravilhoso na casa, vodka de várias marcas, whiskeys de várias marcas,
conhaques de várias marcas, cervejas de todos os tipos, vinhos de diversas safras, era o paraíso para
os beberrões, Isaque estava até sonhando que estava desfrutando de tudo isso. - Andreia chegou
com uma pizza, pegou algumas cervejas maravilhosamente geladas, acordou Isaque suavemente e
fizeram sua refeição na cama, Andreia contou como foi o dia no trabalho, Isaque contara o que
havia feito enquanto ela tinha saído para trabalhar. - Fiz uma boa refeição, mas você trouxe pizza! -
disse Isaque. - Não se preocupe amor, amanhã comeremos dos seus deliciosos pratos. - para variar,
transaram e fizeram amor loucamente, depois dormiram de conchinha, acordaram no sábado por
volta das 10:00, Isaque como de costume preparou o café da manhã e Andreia o levou para
conhecer melhor o bairro. - Já vou falando que nossos vizinhos são estranhos, vivem trancafiados
em seus casarões, há quem diga que são bem fofoqueiros, mas não ligo para isso! - explicou
Andreia. - Jardins é um bairro muito bonito, não estou acostumado com isso tudo! - disse Isaque
deslumbrado. - Você se acostuma! - respondeu Andreia. - Havia uma bela praça pouco
movimentada, sentaram-se em um banco e namoraram por horas, o sol estava prestes a dar tchau,
voltaram para o lar, Isaque foi abrindo uma cerveja e ofereceu outra para Andreia que aceitou,
Isaque sentou no quintal e acendeu um cigarro para relaxar, enquanto isso, Andreia saboreava a boa
refeição que Isaque havia feito sexta-feira.
- Vá tomar um banho e se arrume que te levarei para um lugar especial! - disse Andreia.
- Isaque ficou curioso e “ansioso” foi cumprir as ordens de sua amada, calçou as botas marrons
escuras que tanto gostava, vestiu uma calça preta e uma camisa com o logotipo do Metallica,
borrifou seu melhor perfume do mundo e ficou aguardando sentando no sofá enquanto Andreia se
arrumava, após isso, ele a observou, estava vestindo um vestido vermelho muito lindo que realçava

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seu decote, o comprimento do vestido cobria discretamente suas lindas coxas, usava um sapato
lindo também vermelho, em seus lábios, havia um batom de tom violeta.
- Você está ainda mais linda! - disse Isaque com suas pupilas dilatadas.
- Obrigada meu amor, se importa que apenas eu peça uma pizza antes de sairmos? - perguntou
Andreia.
- Não me importo mas estranho! - respondeu o jovem. - estava prestes a dar 21:00.

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Capítulo 10

- Andreia, gostaria de desabafar antes de sairmos, dá tempo? Você permite? - perguntou Isaque.
- É claro meu amor, serei toda ouvidos! - e deu um selinho em Isaque.
- Pois bem, sempre na minha vida, eu sobrevivi, agora estou vivendo, chutei o pau da barraca,
chutei o balde, cansei de ser fantoche do sistema, quero ser meu próprio chefe, dono das minhas
ações, e não viver obedecendo ordens, você me disse que apoiaria caso eu tentasse ser escritor,
certo? - perguntou Isaque.
- Certo, te apoiarei sempre! - e deu mais um selinho em Isaque.
- Então, não quero ser um encosto na sua vida, mas desejo ir até o fim, tenho fé que conseguirei,
exigirá esforço, mas, vou conseguir, tenho dinheiro para nos sustentarmos por um tempo, portanto,
não se preocupe, não serei seu vampiro de estimação! - terminou Isaque.
- Amor, eu também sempre tive um sonho, ser pintora de quadros, e graças a sua coragem, me
ingressarei nisso, também pedirei as contas do meu serviço, e não se preocupe com dinheiro, lembra
que eu disse que ganhei uma boa herança da minha avó? - Pois bem, você nunca será um encosto,
você salvou minha vida, não mais sobreviverei, também viverei, juntos alcançaremos nossos sonhos,
não se preocupe cavalheiro, não se preocupe meu herói, nossas vidas juntas, promete! - e beijou
calorosamente Isaque. - disse Andreia e em seguida o interfone tocou.
- Você atende? - perguntou Andreia.
- Claro! - respondeu Isaque.
- Isaque! - boa noite Isaque, entrega de pizza.
- Tudo bem, só um momento!
- Quando Isaque abriu o portão que ficava a direita ao lado do grande portão da garagem, se
espantou.
- Surpresa! - ouviu-se o grito em toda vizinhança, todos que estavam ali a porta da casa de Isaque
gritaram ao mesmo tempo, Alcebiades de barba feita com uma enorme churrasqueira e carnes,
Evelyn e Sara sorridentes, Caparroz ainda mais sorridente, Amanda e Leandro que inclusive
explicaram que Isaac estava aos cuidados da vovó.
- Meu Deus, que surpresa boa! - disse Isaque com um grande sorriso, venha, vamos entrando, e
gesticulou com as mãos para que todos fizessem isso.
- Andreia havia preparado um set list e colocou para tocar assim que os convidados começaram a
entrar.

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Capital Inicial, Legião Urbana, Pitty, Detonautas, Nenhum de Nós, Raul Seixas, Cazuza,
Barão Vermelho, Cazuza, Zé Ramalho, Frejat, Titãs, Paralamas do Sucesso, Sepultura,
Megadeth, Korzus, Metallica, Testament, Overkill, Mortification, Pantera, The Rolling Stones,
Led Zeppellin, The Doors, Rivers, Presley, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jeffersons AirPlane e
muito mais.
- Andreia, Andreia, Andreia! - começaram a gritar seu nome batendo palmas.
- Gostou da surpresa meu amor? - Perguntou Andreia para Isaque enquanto se beijavam e se
abraçavam.
- Está brincando, talvez seja o melhor dia da minha vida até agora! - e deu mais um beijo em sua
amada.
- Vamos pessoal, cumprimentem minha amada namorada! - disse Isaque sorrindo.
- Você é uma mulher de sorte, parabéns! - disse Evelyn dando um grande abraço em Andreia.
- Obrigada!
- Realmente de muita sorte, Isaque salvou minha vida! - disse Sara.
- Obrigada linda! - respondeu Andreia já disfarçando um certo ciume.
- Sou pai graças ao Isaque! - disse Leandro a cumprimentando com um beijo no rosto e um abraço.
- Demos o nome do nosso bebê de Isaac em homenagem ao nosso herói Isaque! - disse Amanda
também a abraçando e a beijando.
- Nossa, gente, muito obrigada! - disse Andreia muito feliz.
- Seu namorado é um grande homem, difícil de existir nesse mundo! - disse Caparroz a
cumprimentando com um aperto de mão.
- Seu namorado me deu esperança e eu a abracei! - falou Alcebiades.
- Obrigado pessoal, vamos comemorar o tanto que é maravilhoso meu amado, o frigobar está cheio,
sirvam-se a vontade, e acho que comida não vai faltar! - e Andreia apontou para a churrasqueira do
Alcebiades que já estava assando os primeiros pedaços de carne.
- A festa estava ótima, feliz, engraçada, bem doida, Evelyn acendera um baseado, Caparroz logo se
aproximou dela e deu uns dois, em menos de 5 minutos já estavam se pegando, Sara, Amanda e
Leandro conversavam o quanto Isaque era um anjo, Alcebiades concordava com eles, estava tudo
muito bom, bebida, música, comida, risadas, vez ou outra Isaque intercalava com quem iria
conversar.
- Discurso, discurso, discurso! - todos começaram a gritar, batendo palmas e olhando para Isaque.
- Pessoal, não sou bom nisso! - e deu uma risada sem graça.
- Alcebiades levantou o braço de Isaque e disse: - Nem inventa, vai dar discurso sim, não é pessoal?
- É! Todos gritaram.

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- Está bem, está bem, vou tentar! - e começou Isaque, todos vocês sabem das loucuras que fiz
nesses últimos dias e não me arrependo nenhum pouco, antes tinha colegas mas agora ganhei
amigos, mas por favor, não me coloquem em um altar, não sou anjo, não sou santo, sou apenas um
homem em busca de evolução, muito obrigado! - e levantou seu copo de Whiskey.
- Todos bateram palmas.
- Estava prestes a dar 5:00, todos se despediram cordialmente, agradeceram muito a recepção e
acharam excelente a festa, cada um foi embora de acordo com suas alternativas, de carro, táxi,
ônibus, foi um sábado para domingo magnifico.
- Gostou amor? - perguntou Andreia.
- Se gostei? - Fala sério, foi até então o melhor dia da minha vida, você é demais minha amada! - e
beijou fervorosamente sua amada.
- Bem meu amor, agora preciso ir para meu antigo serviço pedir demissão! - disse Andreia.
- Quer mesmo fazer isso? - Não faça por mim, faça por você! - disse Isaque.
- Com certeza, estou convicta, hoje me desgarro do sistema! - respondeu Andreia.
- Certo, mas antes espere eu preparar seu café da manhã! - disse Isaque.
- Não precisa amor, é sério, muito obrigada mesmo, bebi tanto que acho que se comer alguma coisa
irei vomitar!
- Tudo bem então, apenas tome um banho! - e Isaque a levou para o chuveiro, também se despiu, a
ensaboou e vice-versa, e transaram bem transado.
- Andreia, hoje tirarei o dia para arrumar a bagunça dessa festa surpresa doida, descansarei e
segunda-feira começarei meus projetos! - disse Isaque enquanto se despedia da amada.
- Tudo bem meu herói, excelente semana! - e se despediu com um selinho.
- Excelente semana minha rainha! - e se beijaram.

CONTINUA…

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