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Pre Reguladores de Fator de Potencia
Pre Reguladores de Fator de Potencia
Pré-reguladores de
Fator de Potência
José Antenor Pomilio é Engenheiro Eletricista, Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade
Estadual de Campinas - UNICAMP (1983, 1986 e 1991, respectivamente). É professor junto à Faculdade
de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP desde 1984. Participou do Grupo de Eletrônica de
Potência do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (CNPq) entre 1988 e 1993, sendo chefe do Grupo
entre 1988 e 1991. Realizou estágios de pós-doutoramento junto ao Departamento de Engenharia Elétrica
da Universidade de Pádua (1993/1994) e ao Departamento de Engenharia Industrial da Terceira
Universidade de Roma (2003), ambas na Itália. Foi “Liaison” da IEEE Power Electronics Society para a
Região 9 (América Latina) em 1998/1999. Foi membro do Comitê de Administração da IEEE Power
Electronics Society no triênio 2000/2002. Foi editor da Revista Eletrônica de Potência (SOBRAEP) em
1999-2000 e 2005. Atualmente é editor associado das revistas IEEE Trans. on Power Electronics e
Controle & Automação (SBA). Foi presidente da Associação Brasileira de Eletrônica de Potência –
SOBRAEP (2000-2002). É membro do Conselho Deliberativo da SOBRAEP e do Conselho Superior da
Sociedade Brasileira de Automática.
Conteúdo
11.1 INTRODUÇÃO
11.2 ANÁLISE DA INTERAÇÃO FILTRO-CONVERSOR
11.3 ADMITÂNCIA DE ENTRADA DE PFPS
11.3.1 ANÁLISE DO CONTROLADOR.
11.3.2 BOOST PFP
11.3.3 CONVERSORES CUK E SEPIC
11.4 PREDIÇÕES DO MODELO
11.5 RESULTADOS EXPERIMENTAIS
11.5.1 BOOST
11.5.2 SEPIC
11.6 MODIFICAÇÃO NA MALHA DE CORRENTE
11.7 REVISÃO DO CIRCUITO DE CONTROLE DE PFP COM CONTROLE POR CORRENTE MÉDIA
11.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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O grau com que harmônicas podem ser toleradas em um sistema de alimentação depende
da susceptibilidade da carga (ou da fonte de potência). Os equipamentos menos sensíveis,
geralmente, são os de aquecimento (carga resistiva), para os quais a forma de onda não é
relevante. Os mais sensíveis são aqueles que, em seu projeto, assumem a existência de uma
alimentação senoidal. No entanto, mesmo para as cargas de baixa susceptibilidade, a presença de
harmônicas (de tensão ou de corrente) pode ser prejudicial, produzindo maiores esforços nos
componentes e isolantes.
Motores e geradores
O maior efeito dos harmônicos em máquinas rotativas (indução e síncrona) é o aumento
do aquecimento devido ao aumento das perdas no ferro e no cobre. Afeta-se, assim, sua
eficiência e o torque disponível. Além disso, tem-se um possível aumento do ruído audível,
quando comparado com alimentação senoidal. Outro fenômeno é a presença de harmônicos no
fluxo, produzindo alterações no acionamento, como componentes de torque que atuam no sentido
oposto ao da fundamental (como o 5o harmônico).
Alguns pares de componentes (por exemplo, 5a e 7a) podem produzir oscilações
mecânicas em sistemas turbina-gerador ou motor-carga, devido a uma potencial excitação de
ressonâncias mecânicas.
Transformadores
Também neste caso tem-se um aumento nas perdas. Harmônicos na tensão aumentam as
perdas ferro, enquanto harmônicos na corrente elevam as perdas cobre. Além disso o efeito das
reatâncias de dispersão fica ampliado, uma vez que seu valor aumenta com a freqüência.
Tem-se ainda uma maior influência das capacitâncias parasitas (entre espiras e entre
enrolamento) que podem realizar acoplamentos não desejados e, eventualmente, produzir
ressonâncias no próprio dispositivo.
Cabos de alimentação
Em razão do efeito pelicular, que restringe a secção condutora para componentes de
freqüência elevada, também os cabos de alimentação têm um aumento de perdas devido às
harmônicas de corrente. Além disso, caso os cabos sejam longos e os sistemas conectados tenham
suas ressonâncias excitadas pelas componentes harmônicas, podem aparecer elevadas sobre-
tensões ao longo da linha, podendo danificar o cabo.
Capacitores
O maior problema aqui é a possibilidade de ocorrência de ressonâncias (excitadas pelas
harmônicas), podendo produzir níveis excessivos de corrente e/ou de tensão. Além disso, como a
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reatância capacitiva diminui com a freqüência, tem-se um aumento nas correntes relativas às
harmônicas presentes na tensão.
Equipamentos eletrônicos
Alguns equipamentos podem ser muito sensíveis a distorções na forma de onda de tensão.
Por exemplo, se um aparelho utiliza os cruzamentos com o zero (ou outros aspectos da onda de
tensão) para realizar alguma ação, distorções na forma de onda podem alterar, ou mesmo
inviabilizar, seu funcionamento.
Caso as harmônicas penetrem na alimentação do equipamento por meio de acoplamentos
indutivos e capacitivos (que se tornam mais efetivos com o aumento da freqüência), eles podem
também alterar o bom funcionamento do aparelho.
A atual regulamentação brasileira do fator de potência [1.1] estabelece que o mínimo fator
de potência (FP) das unidades consumidoras é de 0,92. A partir de abril de 1996 o cálculo do FP
deve ser feito por média horária. O consumo de reativos além do permitido (0,425 VArh por
cada Wh) é cobrado do consumidor. No intervalo entre 6 e 24 horas isto ocorre se a energia
reativa absorvida for indutiva e das 0 às 6 horas, se for capacitiva.
Consideremos, para efeito das definições posteriores o esquema da figura 1.1.
Ii
Vi Equipamento
1
P T∫ i
v ( t ) ⋅ i i ( t ) ⋅ dt
FP = = (1.1)
S VRMS ⋅ I RMS
Em um sistema com formas de onda senoidais, a equação 1.1 torna-se igual ao cosseno
da defasagem entre as ondas de tensão e de corrente:
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Neste caso, a potência ativa de entrada é dada pelo produto da tensão (senoidal) por todas
as componentes harmônicas da corrente (não-senoidal). Este produto é nulo para todas as
harmônicas exceto para a fundamental, devendo-se ponderar tal produto pelo cosseno da
defasagem entre a tensão e a primeira harmônica da corrente. Desta forma, o fator de potência é
expresso como a relação entre o valor RMS da componente fundamental da corrente e a corrente
RMS de entrada, multiplicado pelo cosseno da defasagem entre a tensão e a primeira harmônica
da corrente.
A relação entre as correntes é chamada de fator de forma e o termo em cosseno é
chamado de fator de deslocamento.
Por sua vez, o valor RMS da corrente de entrada também pode ser expresso em função
das componentes harmônicas:
∞
I RMS = I12 + ∑ I 2n (1.4)
n=2
Define-se a Taxa de Distorção Harmônica (TDH) como sendo a relação entre o valor
RMS das componentes harmônicas da corrente e a fundamental:
∑I 2
n
n=2
TDH = (1.5)
I1
1.3 Norma IEC 61000-3-2: Limites para emissão de harmônicas de corrente (<16 A por fase)
Esta norma [1.2], incluindo as alterações feitas pela emenda 14, de janeiro de 2001,
refere-se às limitações das harmônicas de corrente injetadas na rede pública de alimentação.
Aplica-se a equipamentos elétricos e eletrônicos que tenham uma corrente de entrada de até 16 A
por fase, conectado a uma rede pública de baixa tensão alternada, de 50 ou 60 Hz, com tensão
fase-neutro entre 220 e 240 V. Para tensões inferiores, os limites não foram estabelecidos, pois
esta norma tem aplicação principalmente na comunidade européia, onda as tensões fase-neutro
encontra-se na faixa especificada.
Os equipamentos são classificados em 4 classes:
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Antes da emenda 14, a definição de classe D era feita a partir de um envelope dentro do
qual estaria a corrente de entrada, atingindo qualquer equipamento monofásico, como mostra a
figura 1.2. Tal definição mostrou-se inadequada devido ao fato de que os problemas mais
relevantes referem-se aos equipamentos agora incluídos na classe D e na classe C (reatores
eletrônicos), permitindo retirar dos demais aparelhos estas restrições.
i/i pico
π/3 π/3 π/3
1
0,35
0
π/2 π
Figura 1.2. Envelope da corrente de entrada que definia um equipamento como classe D
(anteriormente à emenda 14)
A inclusão apenas destes aparelhos como classe D deve-se ao fato de seu uso se dar em
larga escala e ser difundido por todo sistema. Outros equipamentos poderão ser incluídos nesta
categoria caso passem a apresentar tais características.
Os valores de cada harmônica são obtidos após a passagem do sinal por um filtro passa-
baixas de primeira ordem com constante de tempo de 1,5s. Aplica-se a transformada discreta de
Fourier (DFT), com uma janela de medição entre 4 e 30 ciclos da fundamental, com um número
inteiro de ciclos. Calcula-se a média aritmética dos valores da DFT durante todo período de
observação. Este período varia de acordo com o tipo de equipamento, tendo como regra geral um
valor que permita a repetibilidade dos resultados.
A medição da potência ativa é feita de maneira análoga, devendo-se, no entanto, tomar o
máximo valor que ocorrer dentro do período de observação. Este é o valor que um fabricante
deve indicar em seu produto (com uma tolerância de +/- 10%), conjuntamente como fator de
potência (para classe C). Caso o valor medido seja superior ao indicado, deve-se usar o valor
medido.
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Para cada harmônica medida da forma descrita, o valor deve ser inferior a 150% do limite
da Tabela I, em qualquer situação de operação do aparelho.
As correntes harmônicas com valor inferior a 0,6% da corrente de entrada (medida dentro
das condições de ensaio), ou inferiores a 5mA não são consideradas.
Foi definida a corrente harmônica parcial de ordem ímpar, para componentes entre a 21a e
a
a 39 como sendo:
39
I 21−39 = ∑ I2n (1.7)
n = 21, 23...
Para a componente de ordem 21 ou superior (ímpar), o valor individual para cada uma
delas, pode exceder o limite em mais 50% desde que a corrente harmônica parcial de ordem
ímpar medida não exceda o valor teórico (obtido com os valores da tabela), nem excedam o
limite individual de 150% do valor da tabela.
A Tabela I indica os valores máximos para os harmônicos de corrente, no fio de fase (não
no de neutro).
Os valores limites para a classe B são os mesmos da classe A, acrescidos de 50%.
Tabela I
Limites para os Harmônicos de Corrente
Harmônicas Ímpares
3 2,30 3,45 30.FP 3,4
5 1,14 1,71 10 1,9
7 0,77 1,155 7 1,0
9 0,40 0,60 5 0,5
11 0,33 0,495 3 0,35
13 0,21 0,315 3 0,296
15<n<39 15 15 3 3,85/n
. ⋅
015 0.225 ⋅
n n
Harmônicos Pares
2 1,08 1,62 2
4 0,43 0,645
6 0,3 0,45
8<n<40 8 8
0.23 ⋅ 0.35 ⋅
n n
FP: fator de potência
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1.4 Recomendação IEEE para práticas e requisitos para controle de harmônicas no sistema
elétrico de potência: IEEE-519
Esta recomendação (não é uma norma) produzida pelo IEEE [1.4] descreve os principais
fenômenos causadores de distorção harmônica, indica métodos de medição e limites de distorção.
Seu enfoque é diverso daquele da IEC, uma vez que os limites estabelecidos referem-se aos
valores medidos no Ponto de Acoplamento Comum (PAC), e não em cada equipamento
individual. A filosofia é que não interessa ao sistema o que ocorre dentro de uma instalação, mas
sim o que ela reflete para o exterior, ou seja, para os outros consumidores conectados à mesma
alimentação.
Os limites diferem de acordo com o nível de tensão e com o nível de curto-circuito do
PAC. Obviamente, quanto maior for a corrente de curto-circuito (Icc) em relação à corrente de
carga, maiores são as distorções de corrente admissíveis, uma vez que elas distorcerão em menor
intensidade a tensão no PAC. À medida que se eleva o nível de tensão, menores são os limites
aceitáveis.
A grandeza TDD - Total Demand Distortion - é definida como a distorção harmônica da
corrente, em % da máxima demanda da corrente de carga (demanda de 15 ou 30 minutos). Isto
significa que a medição da TDD deve ser feita no pico de consumo.
Harmônicas pares são limitadas a 25% dos valores acima. Distorções de corrente que
resultem em nível CC não são admissíveis.
Tabela II
Limites de Distorção da Corrente para Sistemas de Distribuição (120V a 69kV)
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Tabela III
Limites de Distorção da Corrente para Sistemas de Subdistribuição (69001V a 161kV)
Limites para harmônicas de corrente de cargas não-lineares no PAC com outras cargas
Harmônicas ímpares:
Icc/Io <11 11<n<17 17<n<23 23<n<35 35<n TDD(%)
<20 2 1 0,75 0,3 0,15 2,5
20<50 3.5 1,75 1,25 0,5 0,25 4
50<100 5 2,25 2 0,75 0,35 6
100<1000 6 2,75 2,5 1 0,5 7,5
>1000 7.5 3,5 3 1,25 0,7 10
Tabela IV
Limites de distorção de corrente para sistemas de alta tensão (>161kV) e sistemas de geração e
co-geração isolados.
Harmônicas ímpares:
Icc/Io <11 11<n<17 17<n<23 23<n<35 35<n THD(%)
<50 2 1 0,75 0,3 0,15 2,5
>50 3 1,5 1,15 0,45 0,22 3,75
Para os limites de tensão, os valores mais severos são para as tensões menores (nível de
distribuição). Estabelece-se um limite individual por componente e um limite para a distorção
harmônica total.
Tabela V
Limites de distorção de tensão
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Pré-reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
Dois tipos de interferência podem ser considerados: a conduzida pela rede de alimentação
e a irradiada.
Diferentes normas, nacionais (VDE - Alemanha, FCC - EUA) e internacionais (CISPR -
IEC), determinam os valores limites admissíveis para o ruído eletromagnético produzido pelo
equipamento. No Brasil, a adoção de normas específicas sobre este assunto está em discussão,
seguindo-se, em princípio, as normas CISPR.
Tais normas, além dos limites de sinal irradiado ou conduzido, determinam os métodos de
medida, os equipamento de teste e classificam os produtos a serem testados em função de suas
características próprias e do local onde devem ser utilizados (CISPR 16) [1.6]. Os limites mais
severos referem-se a produtos utilizados em ambiente "doméstico" (classe B), o que significa,
que são alimentados por uma rede na qual existem usuários que não são indústrias ou
estabelecimentos comerciais. Ambientes industriais e comerciais tem seus equipamentos
incluídos na chamada classe A.
No que se refere à IEM conduzida, equipamentos de informática possuem suas normas
(CISPR 22), enquanto os aparelhos de uso industrial, científico e médico (ISM), são regulados
pela CISPR 11 [1.5]; eletrodomésticos, pela CISPR 14 e os dispositivos de iluminação pela
CISPR 15.
De modo simplificado, os testes de IEM irradiada podem ser feitos em ambientes
anecóicos, quer seja um campo aberto ou uma câmara especial. Já as medidas de IEM conduzida
fazem uso de uma impedância artificial de linha, sobre a qual se realiza a medida dos sinais de
alta freqüência injetados pelo equipamento.
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. L1
. L2
. 9 a 150 kHz
L1=250uH
150kHz a 30MHz
L1=0
C1 C2 C3 L2=50uH L2=50uH
Fonte C1=4uF C1=0
Rede Vo C2=8uF C2=1uF
CA R1 R2 R3 C3=250nF C3=100nF
.. . . R1=10
R2=5
R3=1k
R2=0
R3=1k
Analisador
de Espectro
(50 ohms)
dBuV
100
90
80
70
60 Classe A
50 Classe B
Figura 1.4 Limites de IEM conduzida pela norma CISPR 11 (equipamentos de uso Industrial,
Científico e Médico - ISM)
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Seja uma forma de corrente como a mostrada na figura 1.5, típica de um pré-conversor
tipo flyback, atuando para correção de fator de potência, suponhamos que a corrente seja
chaveada em 30kHz.
Tomemos como exemplo uma forma triangular com amplitude da harmônica fundamental
de 5A. Sabendo que a amplitude das harmônicas decai com o quadrado da freqüência, para a 5ª
componente (150 kHz), a amplitude será de 200mA. Tal corrente, passando por uma resistência
de 50Ω, provocará uma queda de tensão de 10V, o que corresponde a 140dB/µV. Esse valor
está muito além do limite estabelecido pelas normas, o que implica na necessidade do uso de
algum tipo de filtro de linha para evitar que tal sinal penetre na rede.
Já no caso dos elevados dv/dt, devem ser considerados alguns efeitos de segunda ordem
presentes numa fonte chaveada. Tomemos a forma de onda mostrada na figura 1.6 como sendo a
tensão de coletor do transistor de uma fonte genérica em relação à terra .
O chaveamento do transistor faz com que, em relação à terra tenha-se onda de tensão
como indicada. Tal forma trapezoidal leva a componentes harmônicas cujas amplitudes são dadas
por:
2 ⋅ E sin( n ⋅ π ⋅ f ⋅ ξ) ⎛n ⋅ π⎞
Vn = ⋅ ⋅ sin 2 ⎜ ⎟ (1.8)
n⋅π n⋅π ⋅ f ⋅ξ ⎝ 2 ⎠
Tensão de entrada
Corrente de entrada
+E/2
-E/2 T/2
Figura 1.6. Tensão típica entre coletor de transistor e terra em fonte chaveada
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segunda ordem. No entanto, o elemento indutivo deve ser do tipo acoplado e com polaridade
adequada de enrolamentos, de modo que represente uma impedância elevada para correntes
assimétricas, mas não implique em nenhuma impedância para a corrente simétrica. Os
capacitores fornecem o caminho alternativo para a passagem de tal componente de corrente,
como se observa na figura 1.7.
rede
.. fonte
aterramento
Filtro de linha
1.6 A faixa intermediária (3 kHz a 148,5 kHz): Transmissão de sinais pela rede elétrica de
baixa tensão
Nesta faixa de freqüência, a rede elétrica (baixa tensão) pode ser utilizada para a
transmissão de sinais, seja na rede de distribuição pública, seja no interior de uma instalação de
consumidor [1.8]. Indicam-se as bandas de freqüência indicadas a cada tipo de usuário, os limites
de tensão de saída dos sinais e os limites de distúrbios conduzido e irradiado, além dos métodos
de medida.
A faixa de 3 a 9 kHz é limitada aos fornecedores de energia elétrica. Eventualmente, com
autorização do fornecedor, o usuário pode utilizar também esta faixa dentro de suas instalações.
Na faixa de 9 a 95 kHz, o uso é exclusivo do fornecedor de energia elétrica e seus licenciados.
Nas faixas de 95 a 125 kHz e de 140 a 148,5 kHz, o uso é exclusivamente privado, e seu uso não
exige um protocolo de acesso. Entre 125 e 140 kHz o uso é também privado, mas com a
necessidade de um protocolo de acesso.
1.7 Bibliografia:
[1.1] Mauro Crestani, "Com uma terceira portaria, o novo fator de potência já vale em Abril".
Eletricidade Moderna, Ano XXII, n° 239, Fevereiro de 1994
[1.2] IEC 1000-3-2: "Electromagnetic Compatibility (EMC) - Part 3: Limits - Section 2: Limits
for Harmonic Current Emissions (Equipment input current < 16A per phase)".
International Electrotechnical Commision,, First edition 1995-03.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 1-12
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[1.3] Ivo Barbi e Alexandre F. de Souza, Curso de "Correção de Fator de Potência de Fontes de
Alimentação". Florianópolis, Julho de 1993.
[1.4] IEEE Recommended Practices and Requirements for Harmonic Control in Electric Power
System. Project IEEE-519. Outubro 1991.
[1.7] E. F. Magnus, J. C. M. de Lima, V. M. Canali, J. A. Pomilio and F. S. dos Reis: “Tool for
Conducted EMI and Filter Design”, Proc. Of the IEEE IECON 2003, Roanoke, USA,
Nov. 2003, pp. 23262331.
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Vin
Vcc
Vac Carga
10A
1.0A
100mA
0
10mA
-
1.0mA
0Hz 0.2KHz 0.4KHz 0.6KHz 0.8KHz 1.0KHz 1.2KHz 1.4KHz1.6KH
-
0
Tabela I
Comparação da potência ativa de saída
Convencional PFP
Potência disponível 1440 VA 1440 VA
Fator de potência 0,65 0,99
Eficiência do PFP 100% 95%
Eficiência da fonte 75% 75%
Potência disponível 702 W 1015 W
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vac Carga
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50
tensão
C
LC
-50
0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms
Time
20A
LC
0A
0Hz 0.2KHz 0.4KHz 0.6KHz 0.8KHz 1.0KHz 1.2KHz
Frequency
Figura 2.2 b) Formas de onda e espectro da corrente de retificador monofásico com filtro
capacitivo e com filtro LC (ideal).
Vac Carga
-20A
0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms
Time
12A
0A
0Hz 0.2KHz 0.4KHz 0.6KHz 0.8KHz 1.0KHz
Frequency
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0 Vac
120Hz
Pot. saída
Tensão
Corrente
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A energia pode ser acumulada num indutor ou num capacitor. A mínima indutância
é:
Pout
L min = (2.4)
ω ⋅ I 2pk
[2.1] J. Klein and M. K. Nalbant: “Power Factor Correction - Incentives. Standards and
Techniques”. PCIM, June 1990, pp. 26-31
[2.2] S. B. Dewan: “Optimum Input and Output Filters for a Single-Phase Rectifier
Power Supply”. IEEE Trans. On Industry Applications, vol. IA-17, no. 3, May/June
1981
[2.3] A. R. Prasad, P. D. Ziogas and S. Manlas: “A Novel Passive Waveshaping Method
for Single-Phase Diode Rectifier”. Proc. Of IECON ‘90, pp. 1041-1050
[2.4] R. Gohr Jr. and A. J. Perin: “Three-Phase Rectifier Filters Analysis”. Proc. Of
Brazilian Power Electronics Conference, COBEP ‘91,Florianópolis - SC, pp. 281-
286.
[2.5] I. Suga, M. Kimata, Y. Ohnishi and R. Uchida: “New Switching Method for Single-
phase AC to DC converter”. IEEE PCC ‘93, Yokohama, Japan, 1993.
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Este tipo de conversor tem sido o mais utilizado como PFP em função de suas vantagens
estruturais como [3.1]:
• a presença do indutor na entrada absorve variações bruscas na tensão de rede (“spikes”), de
modo a não afetar o restante do circuito, além de facilitar a obtenção da forma desejada da
corrente (senoidal).
• Energia é armazenada no capacitor de saída, o qual opera em alta tensão (Vo>E), permitindo
valores relativamente menores de capacitância.
• O controle da forma de onda é mantido para todo valor instantâneo da tensão de entrada,
inclusive o zero.
• Como a corrente de entrada não é interrompida (no modo de condução contínuo), as
exigências de filtros de IEM são minimizadas.
• O transistor deve suportar uma tensão igual à tensão de saída e seu acionamento é simples,
uma vez que pode ser feito por um sinal de baixa tensão referenciado ao terra.
L io D
ii +
+ Ro
E Vs
S Co Vo
-
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io
is
Vo Vo
vs E
E
0 T 0 T
is: corrente pelo transitor vs: tensão sobre o transistor
Figura 3.2 Formas de onda típicas de conversor elevador de tensão com entrada CC
E
Vo = (3.1)
1− δ
Teoricamente a tensão de saída vai para valores infinitos para ciclos de trabalho que
tendam à unidade. No entanto, devido principalmente às perdas resistivas da fonte, dos
semicondutores e do indutor, o valor máximo da tensão fica limitado, uma vez que a potência
dissipada se torna maior do que a potência entregue à saída.
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tx
1− E 2 ⋅ T ⋅ δ2
T
Vo = E ⋅ =E+ (3.2)
tx 2 ⋅ L ⋅ Io
1− δ −
T
E ⋅ δ ⋅ (1 − δ) ⋅ T
L min = (3.3)
2 ⋅ Io min
ii
Va c
Figura 3.3 Conversor elevador de tensão operando como pré-regulador de fator de potência
v ac ( t ) = Vp ⋅ sin(ωt ) (3.4)
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Tensão de entrada
Corrente no indutor
Figura 3.4 Formas de onda de conversor elevador de tensão, operando como PFP no modo
descontínuo.
O intervalo de diminuição da corrente, de seu valor de pico até zero, em cada período de
comutação, é:
v ac
t2 = ⋅δ⋅T (3.6)
Vo − v ac
Existe um máximo ciclo de trabalho que permite ainda condução descontínua, o qual é
determinado no pico da tensão de entrada, e vale:
Vo − Vp
δ max = (3.7)
Vo
Sejam:
Vp
α= ≤1 (3.8)
Vo
Vo ⋅ δ 2 ⋅ T α ⋅ sin( ωt )
I i S (t) = ⋅ (3.10)
2⋅L 1 − α ⋅ sin( ωt )
Vo ⋅ δ 2 ⋅ T ⎧⎪ 2 ⎡π −1 ⎤⎫⎪
Ii = ⎨ −π + ⋅ ⎢ + sin (α) ⎥⎬ (3.11)
2 ⋅ π ⋅ L ⎪⎩ 1 − α2 ⎣2 ⎦⎪⎭
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Note-se que a corrente média instantânea de entrada (eq. 3.10) não é senoidal! Isto ocorre
porque no intervalo t2 a redução da corrente depende também da tensão de saída - que é
constante, e não apenas da tensão senoidal de entrada. Quanto maior for Vo, menor será t2.
Assim, a corrente média dependerá mais efetivamente apenas de Îi(t), tendendo a uma forma
senoidal.
A figura 3.5 mostra a corrente no indutor de entrada (não filtrada) e a corrente na rede,
após a ação de um filtro que praticamente elimina as componentes de alta freqüência.
Vo ⋅ δ 2 ⋅ α ⋅ T
Ii RMS = ⋅ Z(α) (3.12)
2⋅ π ⋅L
onde
2 π 2 ⋅ α2 − 1 2 ⎡π ⎤
Z(α) = 2 + + 2 ⋅ ⋅ ⎢ + a sin(α) ⎥ (3.13)
(1 − α ) α α ⋅ (1 − α ) 1 − α 2 ⎣2 ⎦
1
π
Vp ⋅ δ 2 ⋅ Vo ⋅ T
Pi = ⋅ ∫ v ac ⋅ I is ⋅ dωt = ⋅ Y ( α) (3.14)
π 0 2⋅π⋅L
onde
π 2 ⎡π ⎤
Y(α) = −2 − + ⋅ ⎢ + a sin(α) ⎥ (3.15)
α α ⋅ 1− α2 ⎣2 ⎦
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2 ⋅ Y(α)
FP = (3.16)
π ⋅ α ⋅ Z(α)
1 0.6
0.4
FP( α ) 0.95 TDH( α )
0.2
0.9 0
0 0.5 1 0 0.5 1
α α
Figura 3.6 Variação do fator de potência e da taxa de distorção harmônica.
Vo ⋅ T ⋅ δ α ⋅ δ ⋅ Y(α)
I *i = ⋅ (3.17)
RMS
L 3⋅ π
3 ⋅ (1 − α) ⋅ Y(α)
FP * =
2⋅π ⋅α
1
(3.18)
0.8
A figura 3.7 mostra a FP( α)
variação do fator de potência,
0.6
considerando o efeito do
chaveamento em alta freqüência,
em função de α. Como era de se 0.4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
esperar, o valor obtido é menor do α
que o mostrado na figura 3.6, uma Figura 3.7 Variação do fator de potência
vez que a distorção harmônica considerando o efeito do chaveamento em alta
relativa ao chaveamento é levada freqüência.
em consideração.
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Î i (t) ⋅ t 2
Io' = (3.19)
2⋅T
π Vp ⋅ δ 2 ⋅ T
Io = ⋅ ∫ Io'⋅d(ωt ) =
1
⋅ Y(α) = K'⋅δ 2 ⋅ Y(α) (3.21)
π 0 2⋅π⋅L
Vp ⋅ T
onde K' = (3.21.a)
2⋅π⋅L
A figura 3.8 mostra a variação da corrente de saída (normalizada em relação a K’) para
diferentes valores de α (relação de tensão entrada/saída), em função do ciclo de trabalho.
0.5
0.4 α=0,5
α=0,3
α=0,7
Ιο
0.2
α=0,1
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
δ
Figura 3.8 Variação da corrente média de saída (normalizada em relação a K’), em função do
ciclo de trabalho, para diferentes relações de tensão, com limitação de δ-max..
Com (3.21) e (3.23) determina-se a máxima indutância de entrada para a qual ocorre
operação no modo descontínuo:
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Vp2 ⋅ T (1 − α) 2 (1 − α) 2
L max = ⋅ ⋅ Y(α) = K"⋅ ⋅ Y(α) (3.23)
2 ⋅ π ⋅ Po max α α
L( α ) 1
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
α
Figura 3.9 Máxima indutância de entrada (parametrizada) em função de α
Vo − Vp ⋅ sin(ωt)
δ( t) = = 1 − α ⋅ sin(ωt) (3.24)
Vo
Vp ⋅ sin(ωt ) ⋅ δ ⋅ T
Î( t ) = (3.25)
L
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1 ⎡ Î( t ) ⋅ δ ⋅ T Î( t ) ⋅ (1 − δ) ⋅ T ⎤ Î p ( t )
Ii s ( t ) = ⋅ + ⎥= 2
T ⎢⎣
(3.26)
2 2 ⎦
1π Îp Vp ⋅ Î p
Pi = ∫ Vp ⋅ sinθ ⋅ ⋅ sinθ ⋅ dθ = (3.27)
T π0 2 4
Îp
Ii RMS ( t ) = ⋅ sin(ωt ) (3.28)
3
Îp
Ii = (3.29)
6
Vp ⋅ Î p 2 6
FP = ⋅ ⋅ = 0,866 (3.30)
4 Vp Î p
A TDH é de 57%.
Note que neste caso o FP é constante, independendo da tensão de saída. Seu valor
coincide com o valor máximo obtido no modo descontínuo (figura 3.8 para α=0).
Uma melhoria deste resultado pode ser conseguida com a inclusão de um filtro na entrada
do retificador, de modo que as componentes de alta freqüência sejam fornecidas pelo capacitor,
enquanto a rede fornece apenas a corrente média do indutor. Desta forma, idealmente, o FP se
eleva para 1.
Do ponto de vista dos níveis de IEM conduzida, uma topologia que opere com freqüência
variável é, em princípio, mais interessante, uma vez que o espectro aparece distribuído em torno
da freqüência média e não concentrado na freqüência de chaveamento [3.4], reduzindo a
amplitude. Por outro lado, a variação da freqüência obriga dimensionar os componentes de filtro
para a mínima freqüência, de modo que, em valores mais elevados tem-se um super-
dimensionamento.
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O conversor elevador de tensão operando no modo contínuo tem sido a topologia mais
utilizada como PFP devido às suas vantagens, especialmente a reduzida ondulação presente na
corrente de entrada. Além disso os componentes ficam sujeitos a menores valores de corrente (em
relação às soluções apresentadas anteriormente). Por outro lado, exige, além da realimentação da
tensão de saída (variável a ser controlada), uma medida do valor instantâneo da tensão de entrada,
a fim de permitir o adequado controle da corrente absorvida da rede. Problemas de estabilidade
também são característicos, devido à não-linearidade do sistema.
Vp ⋅ sin(θ)
δ(θ) = 1 − (3.31)
Vo
Vac Vo
MLP
Regulador
de corrente
+ Iref
K A
A.B - Vref
Regulador
FPB C C2 B de Tensão
+
Figura 3.11 Diagrama de blocos do conversor elevador de tensão, com circuito de controle por
corrente média.
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A figura 3.12 mostra uma forma de onda típica da corrente no conversor. A ondulação da
corrente também depende do valor instantâneo da tensão de entrada:
T
ΔI = Vp ⋅ sin(θ) ⋅ δ ⋅ (3.32)
L
Vp ⋅ T ⎡ Vp ⎤
ΔI = ⋅ ⎢ sin(θ) − ⋅ sin 2 (θ) ⎥ (3.33)
L ⎣ Vo ⎦
Corrente no interruptor
Corrente no indutor
A figura 3.13 mostra as formas de onda para um conversor SEPIC PFP. O fator de
potência resultante é unitário. A corrente segue a forma de onda da tensão de entrada.
Figura 3.13 – Tensão e corrente de entrada em conversor PFP: (ug(t) 100V/div; ig(t) 5A/div;
pg(t) = ig(t)⋅ug(t) 1kW/div
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0.6
(a) α=0,5
0.4
α=0,7
0.2
α=0,9
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 θ
(b) θ max (rad) 2
1.5
0.5
0 0.5 1 α
Figura 3.13 (a) Variação da ondulação de corrente (normalizada) em função do ângulo da tensão
da rede, parametrizada em relação ao parâmetro α;
(b) Ângulo em que ocorre a máxima ondulação, em função da relação ao parâmetro α.
ΔI * ⋅Vp ⋅ T
L= (3.34)
ΔI MAX
onde:
ΔI* = sin θ − α ⋅ sin 2 θ (3.35)
3.8 Conversor elevador de tensão operando em condução contínua e controle por histerese
Neste caso, a ondulação da corrente de entrada é mantida constante, fazendo-se com que
seu valor médio siga uma referência senoidal. Como a ondulação é constante, a freqüência de
chaveamento varia em função da tensão de entrada. A figura 3.15 mostra o diagrama esquemático
do sistema.
Como ΔI é constante, pode-se escrever:
δ⋅T T
ΔI = Vp ⋅ sin θ ⋅ = ( Vo − Vp ⋅ sin θ) ⋅ (1 − δ) ⋅ (3.36)
L L
δ = 1 − α ⋅ sin θ (3.37)
Vp
f CHAV = ⋅ [ sin θ − α ⋅ sin 2 θ] (3.38)
L ⋅ ΔI
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Esta última equação é igual a (3.33), apenas tendo a freqüência como variável.
Em relação ao método anterior, uma vantagem é a melhor estabilidade do sistema, dada a
robustez do controle por histerese. A variação da freqüência é um inconveniente para um
dimensionamento ótimo dos elementos de filtragem. A figura 3.15. mostra resultado de
simulação. Nota-se que a ondulação da corrente se mantém constante para qualquer tensão de
entrada.
Vac Vo
Iref
K A
A.B - Vref
Regulador
FPB C C2 B de Tensão
+
Tensão de entrada
Corrente de entrada
0
0s 2ms 4ms 6ms 8ms 10ms
Figura 3.16 Simulação de conversor elevador de tensão operando como PFP, com controle por
histerese.
[3.1] B. Mammano and L. Dixon: “Choose the Optimum Topology for High Power Factor
Supplies”. PCIM, March 1991, pp. 8-18.
[3.2] I. Barbi e A. F. De Souza: Curso de “Correção de Fator de Potência de Fontes de
Alimentação”. Florianópolis, Julho de 1993.
[3.3] J. H. Alberkrack and S. M. Barrow: “Power Factor Controller IC Minimizes External
Components”. PCIM, Jan. 1993, pp. 42-48.
[3.4] J. M. Bourgeois: “Circuits for Power Factor Correction with Regards to Mains Filtering”.
Application Note SGS-Thomson, April 1993.
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Este tipo de conversor permite ter na saída tensões menores ou maiores do que a tensão de
entrada. Funcionando como PFP suas principais vantagens são:
• Facilidade de introdução de isolamento entre entrada e saída.
• Em condução descontínua, operando em freqüência fixa e MLP, o circuito emula uma carga
resistiva, ou seja, funciona como PFP. Desta forma, não há necessidade de um multiplicador no
circuito de controle.
• Sobre-corrente e curto-circuitos na carga podem ser controlados pelo interruptor.
Ro
E Vo E Vo
+ +
Np : Ns
(a) (b)
Figura 4.1 Conversor abaixador-elevador de tensão com entrada CC (a) e isolado (b)
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io
is
E+Vo E+Vo
vs
E
E
0 T 0 T
is: corrente pelo transitor vs: tensão sobre o transistor
(a) (b)
Figura 4.2 Formas de onda do conversor abaixador-elevador de tensão operando em condução
contínua (a) e descontínua (b).
Vo δ
= (4.1)
E 1− δ
E ⋅ T ⋅ δ ⋅ (1 − δ) T ⋅ (1 − δ) 2 ⋅ Ro
L min = = (4.2)
2 ⋅ Io min 2
δ2 ⋅ E ⋅ T
Ii = (4.3)
2⋅L
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Nesta situação, a corrente pelo diodo (no secundário) vai a zero antes do início da próxima
condução do transistor, existindo um intervalo (tx) no qual não existe corrente circulando pelo
elemento magnético. Desta maneira, a entrada em condução do transistor e o desligamento do
diodo ocorrem a corrente nula. A característica estática é descrita como:
Vo δ δ t2 2⋅L
= = , onde δ 2 = = (4.4)
E tx δ 2 T T ⋅ Ro
1− δ −
T
Uma característica interessante deste modo de operação é que o conversor funciona como
uma fonte de potência constante, pois Po independe da carga [4.1]:
E 2 ⋅ T ⋅ δ2
Po = Vo ⋅ Io = (4.5)
2⋅L
A aplicação deste circuito como PFP ocorre com operação no modo descontínuo, uma vez
que naturalmente é emulada uma carga resistiva. A figura 4.3 mostra o diagrama do circuito.
ii Ro
Vac
L Vo
+
A corrente média de entrada, em cada ciclo de chaveamento, tem uma forma triangular,
como mostrado na figura 4.2.b. (a corrente de entrada é igual à corrente pelo transistor, a menos
da retificação). O valor de pico depende do valor instantâneo da tensão de entrada [4.2] e, dados
os valores de entrada e de saída, existe uma máxima largura de pulso possível que garante a
operação no MCD.
2⋅L
R em = (4.7)
δ2 ⋅ T
Ou seja, para freqüência e largura de pulso fixas, a rede “enxerga” uma carga resistiva,
isto é, a corrente média de entrada segue a variação da tensão.
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A figura 4.4 mostra a forma típica da corrente de entrada deste conversor (não filtrada),
juntamente com a corrente na rede após a filtragem. Nota-se uma forma de onda praticamente
senoidal.
Corrente de
entrada
Tensão da
rede
Corrente da
rede
Vp ⋅ δ 2 ⋅ T
Ii p = (4.8)
2⋅L
1π Vp ⋅ sin θ ⋅ δ 2 ⋅ T Vp2 ⋅ δ 2 ⋅ T
Pi = ∫ Vp ⋅ sin θ ⋅ ⋅ dθ = (4.9)
π0 2⋅L 4⋅L
2
1 δ⋅T ⎛ Vp ⋅ t ⎞ V ⋅T⋅δ⋅ δ
IiRMS = ⋅ ∫ ⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ dt = p (4.10)
T 0 ⎝ L ⎠ 3⋅L
Vp2 ⋅ T ⋅ δ ⋅ δ
Si = (4.11)
2⋅ 3⋅L
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FP = 0,866 ⋅ δ (4.12)
Nota-se que o FP depende da largura de pulso. O valor relativamente baixo (assim como o
do conversor elevador de tensão em condução descontínua e crítica) pode ser elevado com a
inclusão de um filtro capacitivo na entrada do retificador, de modo que as componentes
harmônicas sejam fornecidas por este componente, vindo da rede apenas a componente média da
corrente. Neste caso, como a corrente fornecida pela rede será a corrente média de entrada e,
como ela é senoidal, o fator de potência teórico é unitário.
O circuito mostrado na figura 4.5 mostra um conversor não isolado, com característica de
abaixador-elevador de tensão. O interruptor de entrada (S1) permite uma redução da tensão média
(funcionando como abaixador de tensão) fornecida ao estágio seguinte, o qual é um conversor
elevador de tensão.
D1
ii L +
S2 Ro
Vac
D2 S1 Vo
1 Vp
δ max = , onde α = (4.12)
1+ α Vo
[4.1] E. R. Hnatek: “Design of Solid State Power Supplies”. Van Nostrand Reinhold, New
York, USA, Third edition, 1989.
[4.2] M. Brkovic and S. Cuk: “Input Current Shaper Using Cuk Converter”. Proc. of INTELEC
‘92, Washington, USA, pp. 532-539.
[4.3] I. Barbi e A. F. de Souza: Curso “Correção de Fator de Potência de Fontes de
Alimentação”. Florianópolis, Julho de 1993.
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O conversor abaixador de tensão (buck ou forward, se for isolado) tem uso muito restrito
como PFP, uma vez que introduz uma zona de corrente nula na entrada. Isto ocorre quando a
tensão de entrada é menor do que a tensão de saída. Alternativamente, é possível alto FP desde
que se opere com um controle MLP dentro de cada semiciclo da rede.
A figura 5.1. mostra o conversor com entrada CC. As formas de onda para os modos de
condução contínua e descontínua estão mostradas na figura 5.2.
iL
+ vs -
is +
iD L Ro
S
E D Vo
iD
iS
E E
Vo vS
E-Vo
0 T 0 T
Figura 5.2 Formas de onda típicas nos modos de condução contínua e descontínua
Vo = E ⋅δ (5.1)
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Vo δ δ t2
= = , onde δ 2 = (5.2)
E tx δ + δ2 T
1−
T
E ⋅ (1 − δ) ⋅ δ ⋅ T (1 − δ) ⋅ T ⋅ Ro
L min = = (5.3)
2 ⋅ Io min 2
O conversor abaixador de tensão operando como PFP está mostrado na figura 5.3. A
posição do transistor permite a proteção contra sobre-correntes e partida suave.
A figura 5.4. mostra as formas de onda típicas para condução descontínua no indutor,
indicando também a corrente pela rede (após filtragem) e seu espectro.
ii L +
Ro
Vac S
D Vo
ϕ
Vi
Vo
Figura 5.4. Formas de onda típicas de conversor abaixador de tensão como PFP e espectro da
corrente filtrada (THD=53%)
⎛ Vo ⎞
ϕ = a sin⎜ ⎟ (5.4)
⎝ Vp ⎠
Onde: Vp é o valor de pico da tensão de alimentação e θ=ωt.
A evolução da corrente média de entrada é:
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O valor de pico desta corrente é calculado no pico da tensão da rede e é obtido através da
área relativa à corrente instantânea de entrada:
Vp ⋅ δ 2 ⋅ T
Ip = (5.6)
2⋅L
Vp ⋅ T ⋅ δ ⋅ δ
I iRMS = ⋅ X(ϕ) (5.8)
3π ⋅ L
Onde X(ϕ) é:
⎛π ⎞ 3 ⋅ sin(2 ⋅ ϕ)
X(ϕ) = ⎜ − ϕ⎟ ⋅ [ 2 − cos(2 ⋅ ϕ)] − (5.9)
⎝2 ⎠ 2
FP =
[π − 2ϕ − sin(2ϕ)] ⋅ δ⋅ 6
(5.10)
4 ⋅ π ⋅ X( ϕ )
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FP 0.9
δ=0,9
0.8
δ=0,7
0.7
δ=0,5
0.6
0.5
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Μ
Figura 5.5. Variação do fator de potência com a tensão de saída, para diferentes valores de ciclo
de trabalho, considerando o efeito do chaveamento em alta freqüência.
π − 2 ⋅ ϕ − sin( 2 ⋅ ϕ ) 1
FP = ⋅ (5.11)
3 ⋅ sin( 2 ⋅ ϕ ) (π − 2 ⋅ ϕ ) ⋅ cos( 2 ⋅ ϕ ) 2⋅π
π − 2⋅ϕ − −
2 2
Observa-se na figura 5.6 que quando a tensão de saída tende a zero o fator de potência
tende à unidade (considerando a corrente média de entrada, ou seja, desprezando as componentes
de alta freqüência na análise). À medida que aumenta a tensão de saída, como o ângulo
ϕ aumenta, o FP diminui.
FP
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
M
Figura 5.6 Fator de potência de conversor abaixador de tensão como PFP (considerando a
corrente média de entrada).
Outra possibilidade é utilizar uma indutância de saída elevada o suficiente de modo que,
pelo ajuste da largura de pulso do interruptor, seja possível sintetizar uma corrente senoidal
(depois de filtrada) na rede, como mostra a figura 5.7 ( obtida na referência [5.3]), e as formas de
onda mostradas na figura 5.8.
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Figura 5.7 Conversor buck PFP, com elevada indutância de saída e controle MLP do interruptor.
Figura 5.8 Formas de onda do conversor buck PFP com elevada indutância de saída (tensão de
entrada, corrente de entrada e sinal MLP).
Figura 5.9 Conversor buck PFP, com controle MLP e realimentação da corrente de saída (figura
obtida em [5.3]).
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Figura 5.10 Formas de onda de conversor buck PFP com realimentação da corrente de saída. a)
corrente CC sempre maior que corrente CA. b) corrente CC inferior a corrente CA em algum
intervalo (obtido em [5.3]).
[5.1] J. Sebastián, J. A. Cobos, P. Gil and J. Uceda: “The Determination of the Boundaries
between Continuous and Discontinuous Conduction Modes in PWM DC-to-DC
Converters Used as Power Factor Preregulators”. Proc. of PESC ‘92, pp. 1061-1070.
Toledo, Spain, Jun. 1992.
[5.2] G. Spiazzi: “Analysis of Buck Converters Used as Power Factor Preregulators”. Proc. Of
IEEE PESC’97, pp. 564-570, St. Louis, USA, June 1997.
[5.3] I. Barbi and F. A. P. de Souza: “A Unity Power Factor Buck Pre-Regulator with
Feedforward of the Output Inductor Current”. Proc. of IEEE APEC 1999.
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•Emula uma carga resistiva quando opera com freqüência e ciclo de trabalho fixos (quando
operando no modo descontínuo);
•Baixa ondulação de corrente de entrada mesmo em condução descontínua (Cuk e SEPIC);
•Larga faixa de tensão de saída (abaixador-elevador de tensão);
•Pequena corrente de partida devido à posição do capacitor de acoplamento (C1);
•Transistor com emissor (source) aterrado, facilitando acionamento (Cuk e SEPIC);
•Facilidade de isolação entre entrada e saída.
A figura 6.1 mostra o conversor Cuk com entrada CC. Nota-se, em relação às topologias
estudadas anteriormente, a existência de um indutor e um capacitor a mais. Como no abaixador-
elevador já visto, neste caso também ocorre uma inversão na polaridade da tensão de saída. A
transferência de energia da entrada para a saída é feita por meio do capacitor C1.
i L1 + V1 - i L2
L1 C1 L2 Ro
is
D Co
E S Vo
A tensão média sobre C1 é a soma das tensões de entrada e de saída. Assim, é esta a
tensão que os interruptores devem suportar. A presença de uma indutância na entrada e uma na
saída faz com que ambas correntes não sejam recortadas.
Durante a condução do transistor, a corrente cresce por ambas indutâncias. Ao final do
ciclo de trabalho, as correntes passam a circular pelo diodo.
A figura 6.2 mostra formas de onda típicas nos modos de condução contínuo e
descontínuo.
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J.A.Pomilio
i L2
i L2
I2
v C1 -Ix
E+Vo δΤ t2 tx
δΤ
δ
Vo = E ⋅ (6.1)
1− δ
δ δ t2
Vo = E ⋅ = E⋅ , onde δ 2 = (6.2)
1− δ −
tx δ2 T
T
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tensões de entrada e de saída. O capacitor C1, no entanto, deve suportar apenas a tensão de
entrada. Neste conversor a corrente de saída é recortada. A figura 6.3 mostra o conversor.
+ V1 -
i L1 C1 i L2 D
L1
+
Co
E S L2 Vo
Ro
O conversor Zeta, cuja topologia está mostrada na figura 6.4, também possui uma
característica abaixadora-elevadora de tensão. Na verdade, a diferença entre este conversor, o
Cuk e o SEPIC é apenas a posição relativa dos componentes.
Aqui a corrente de entrada é sempre descontínua (como no conversor abaixador-elevador
de tensão visto anteriormente) e a de saída é continua. A transferência de energia se faz via
capacitor. A operação no modo descontínuo também se caracteriza pela inversão do sentido da
corrente por uma das indutâncias. A posição do interruptor permite uma natural proteção contra
sobre-correntes. A tensão a ser suportada pelo transistor e pelo diodo é igual a Vo+E.
- Vo + i L2
T C1 L2
+
L1 D Co Vo
E
i L1 Ro
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L1 C1 C2 L2 Ro
E Co
S D Vo
Np Ns
Figura 6.5. Conversor Cuk isolado.
+E -
L1 C1 D
+
Lm Co
E S Vo
Ro
Np Ns
Figura 6.6 Conversor SEPIC isolado.
T C1 L2 +
Vo
L1 D Co
E
Ro
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A figura 6.8 mostra um conversor Cuk operando como pré-regulador de fator de potência
[6.1].
i L1 L1 i L2
C1 L2 Ro
vac |vac | Co
S D Vo
Conforme definido pela equação (6.2) para o caso de alimentação CC, a característica
estática no modo de condução descontínua é:
Vo δ
=
E δ2
Ampliando este resultado para o caso de entrada CA, nota-se que o intervalo normalizado
δ2 torna-se variante no tempo, e sua duração depende do valor instantâneo da tensão de entrada:
Vo Vo δ
M' = = = (6.3)
v ac Vp ⋅ sin( ωt ) δ 2 ( t )
v ac ( t ) i L1 v ac
i L1 ( t ) = ⋅ δ ⋅ T ⋅ (δ + δ 2 ( t )) + I x ( t ) (6.4)
2 ⋅ L1
Ix
v ac ( t )
i L2 ( t ) = ⋅ δ ⋅ T ⋅ (δ + δ 2 ( t )) − I x ( t ) (6.5)
2 ⋅ L2
i L2
A soma destas duas correntes é dada por:
v ac ( t ) 2 ⎛ v (t) ⎞
i L1 + i L2 = ⋅ δ ⋅ T ⋅ ⎜1 + ac ⎟
2 ⋅ Le ⎝ Vo ⎠ -Ix
(6.6) δ δ2
Le é a indutância equivalente do circuito, T
dada por:
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L1 ⋅ L 2
Le =
L1 + L 2
i L1 ( t ) δ
= (6.7)
i L2 ( t ) δ 2 ( t )
δ2 ⋅ T
i L1 ( t ) = ⋅ v ac ( t ) (6.8)
2 ⋅ Le
De (6.8) tem-se que a corrente de entrada, para frequência e largura de pulso fixas, segue
a forma de onda da tensão de entrada, donde se conclui que este conversor, operando no modo
descontínuo, emula uma carga resistiva, funcionando como pré-regulador de fator de potência.
A amplitude desta onda senoidal que representa a corrente média calculada em cada ciclo
de chaveamento é:
Vp ⋅ T ⋅ δ 2
I L1 = (6.9)
2 ⋅ Le
Vp ⋅ I L1 Vp2 ⋅ δ 2 ⋅ T Vo 2
Pi = = = Po = (6.10)
2 4 ⋅ Le Ro
De (6.10) tem-se:
Vo δ R o ⋅ T 1
M≡ = ⋅ = (6.11)
Vp 2 Le α
Vo δ Ro ⋅ T δ
M' ≡ = ⋅ =
Vp ⋅ sin(ωt ) 2 ⋅ sin(ωt ) Le K
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2 ⋅ Le
K = 2 ⋅ K e ⋅ sin 2 (ωt) , onde K e = (6.12)
Ro ⋅ T
1
Ke < (6.13)
2 ⋅ ( M + 1) 2
2 ⋅ Le
K e MAX = (6.14)
R o MIN ⋅ T
R o MIN ⋅ T
Le MAX < (6.15)
4 ⋅(1 + M max) 2
δ 2 ⋅ T ⋅ v ac (ωt ) ⎡ L1 ⎤
Ix = ⋅ ⎢ − α⎥ (6.16)
2 ⋅ L1 ⎣ L2 ⎦
L2
L1 > (6.17)
M
v ac ⋅ δ ⋅ T
ΔI L1 = (6.18)
L1
Dividindo-se (6.18) por (6.8) tem-se a ondulação relativa (que pode ser um parâmetro de
projeto) que permite, juntamente com a definição da indutância equivalente, a obtenção de L1 e
de L2:
ΔI L1 2 ⋅ L2
= (6.19)
i L1 δ ⋅(L1 + L2 )
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A figura 6.9 mostra o resultado de simulação de um conversor Cuk como PFP. Observe-se
na figura que a componente pulsada da corrente sobrepõe-se a uma componente que também
segue a forma de onda da tensão e que é a corrente definida anteriormente como Ix. A amplitude
dos pulsos de corrente depende das indutâncias utilizadas.
Tensão de entrada
Corrente de entrada
Figura 6.9 Corrente e tensão de entrada em conversor Cuk como PFP, em condução descontínua
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Figura 6.10 Corrente de entrada com capacitor C1 com valor muito elevado
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i L1 L1 C1 C2 L2 Ro
vac |vac | Co Vo
S D
Np Ns
Neste caso, algumas das equações apresentadas anteriormente são alteradas, uma vez que
os componentes do secundário refletem-se no primário ponderados pelo quadrado da relação de
espiras (n=Ns/Np).
A indutância equivalente é:
L1 ⋅ L2
Le = (6.20)
n ⋅ L1 + L2
2
L2
L1 > (6.21)
n⋅M
ΔI L1 2 ⋅ L2
= (6.22)
i L1 δ ⋅(n ⋅ L1 + L2 )
2
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ii
300 mA
30 mA
vi
3 mA
(a) (b)
Figura 3.13 (a) Corrente (filtrada) e tensão de entrada.
(b) Corrente de entrada, não-filtrada, e seu espectro em alta freqüência (25kHz/div).
A figura 3.15 mostra um conversor SEPIC isolado, funcionando como PFP. A indutância
de magnetização do transformador faz as vezes da indutância L2. As formas de onda são iguais às
do conversor Cuk. A operação no modo descontínuo não implica em aumento da ondulação da
corrente de entrada, pelas mesmas razões já descritas para o conversor Cuk. Este conversor
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também emula, idealmente, uma carga resistiva, apresentando um fator de potência unitário caso
se considere a corrente média de entrada (filtrada das altas freqüências).
V (dB)
0
-10
I -20
-30
-40
-50
-60
60 180 300 420 540 660
Frequencia (Hz)
(a) (b)
Figura 3.14 (a) Tensão (50 V/div.) e corrente de linha (5 A/div.). Horiz.: 5 ms/div.
(b) Espectro da corrente de entrada.
L1 ⋅ L2
Le = (6.23)
L1 + L2
iL1 i L2
L1 C1 D
+
Vac L2 Co Vo
S
Ro
Np Ns
L2
L1 > (6.24)
n⋅M
ΔI L1 2 ⋅ L2
= (6.25)
i L1 δ ⋅(L1 + L2 )
Também para este caso são válidas as considerações sobre a operação nos modos de
condução contínua e descontínua.
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O conversor Zeta operando como PFP [6.6] está indicado na figura 6.16 Note que seu
estágio de entrada é idêntico ao do conversor flyback, no entanto, o comportamento na
descontinuidade é como nos conversores Cuk e SEPIC, ou seja, a corrente inverte de sentido em
uma das indutâncias (L2 ou Lm - indutância de magnetização do transformador).
- Vo +
T C1 L2
vac L1 D Co Vo
Ro
Quando operando no modo descontínuo, ao ser ligado o transistor, sua corrente, que é a
própria corrente de entrada, parte sempre do zero e cresce a um valor de pico proporcional ao
valor instantâneo da tensão de entrada e à largura de pulso. A corrente média de entrada também
obedecerá a uma lei senoidal, de onde se conclui que o conversor emula uma carga resistiva
levando, idealmente, a um fator de potência unitário (considerando a corrente média de entrada,
já filtrada das componentes de alta freqüência produzidas pelo chaveamento).
[6.1] M. Brkovic and S. Cuk: "Input Current Shaper using Cuk Converter". Proc. of INTELEC
'92, Washington, USA, 1992, pp. 532-539.
[6.2] S. Cuk: "Discontinuous Inductor Current Mode in the Optimum Topology Switching
Converter". IEEE PESC, Syracuse, NY, June 13-15, 1978, pp. 105-123.
[6.3] D. S. L. Simonetti, J. Sebastián, F. S. dos Reis and J. Uceda: "Design Criteria for SEPIC
and Cuk Converters as Power Factor Preregulator in Discontinuous Conduction Mode".
Proc. of IECON '92, pp. 283-288.
[6.4] J. Sebastián, J. A. Cobos, P. Gil and J. Uceda: "The Determination of the Boundaries
Between Continuous and Discontinuous Conduction Modes in PWM DC-to-DC
Converters Used as Power Factor Preregulators". Proc. of IEEE PESC '92, Toledo, Spain,
June 1992, pp. 1061-1070.
[6.5] G. Spiazzi and P. Mattavelli: "Design Criteria for Power Factor Preregulators Based on
SEPIC and Cuk Converters in Continuous Conduction Mode". Proc. of IEEE IAS Annual
Meeting, Denver, USA, Oct. 1994, pp. 1084-1089.
[6.6] D. C. Martins, A. Peres and I. Barbi: "Zeta Converter with High Power Factor Operating in
Discontinuous Conduction Mode". Proc. of 2nd COBEP, Uberlândia, MG, Dez. 1993,
pp. 28-31.
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i D
Ii S L
E L vL Co Ro
Vo
_
+
0
T t I
-Vo δΤ
t
δΤ δ Τ δ Τ
2 3
Figura 7.2 Tensão e corrente (modo descontínuo) sobre a indutância em conversor tipo
abaixador-elevador de tensão
Vo δ
= =H (7.1)
E δ2
A corrente média fornecida pela fonte (que existe somente durante a condução do
transistor), calculada em cada ciclo de chaveamento, é dada por:
δ2 ⋅ E ⋅ T
Ii = (7.2)
2⋅L
δ2 ⋅ E 2 ⋅ T
Pi = (7.3)
2⋅L
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Vo 2
Po = (7.4)
Ro
Vo T ⋅ Ro
= δ⋅ (7.5)
E 2⋅L
2⋅L
Ke ≡ (7.6)
Ro ⋅ T
δ2 = K e (7.7)
1
δ2 = 1 − δ = = Ke (7.8)
1+ H
1
K crit = (7.9)
(1 + H ) 2
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ii io
Conversor
|vac | Genérico Vo Ro
v ac = Vp ⋅ sin(ωt) (7.10)
i i = I p ⋅ sin(ωt) (7.11)
Note que, como a hipótese é que a corrente de entrada é senoidal, a análise que se segue
não se aplica ao conversor abaixador de tensão. Para o conversor elevador de tensão operando no
modo descontínuo, a análise também não é rigorosa, uma vez que a corrente de entrada, conforme
foi visto anteriormente, também não é senoidal, embora possa se aproximar desta forma de onda.
Sendo constante a tensão de saída, Vo, a característica estática é:
Vo Vo M
m(ωt)= = = (7.12)
v ac Vp ⋅ sin(ωt) sin(ωt)
Como se vê, a característica estática varia com o valor instantâneo da entrada, entre os
valores M (ωt=π/2) e infinito (ωt=0 e ωt=π).
A potência absorvida da rede (instantânea e média em meio ciclo da rede) são,
respectivamente:
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Vp ⋅ I p ⋅ sin2 (ωt)
i o (ωt)= (7.16)
Vo
Vo Vo 2
r(ωt)= = (7.17)
i o (ωt) Vp ⋅ I p ⋅ sin2 (ωt)
Vo 2
Po = (7.18)
Ro
Ro
r(ωt)= (7.19)
2 ⋅ sin2 (ωt)
2⋅L
K crit ( ωt ) = = 2 ⋅ K e ⋅ sin 2 ( ωt ) (7.20)
r ( ωt ) ⋅ T
K crit ( ωt )
Ke < (7.21)
2 ⋅ sin 2 ( ωt )
Definindo:
K crit ( ωt )
K ' crit ( ωt ) ≡ (7.22)
2 ⋅ sin 2 ( ωt )
Substituindo m(ωt) nas relações da tabela 7.I (no lugar de H), obtém-se os seguintes
valores para Kcrit:
2
sin
Buck-boost: K crit = (7.23)
(M + sin )2
sin
2
(M − sin )
Boost: K crit = (7.24)
M3
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TABELA 7.II
Conversor K’crit K’crit (max) K’crit(min)
Buck-boost, SEPIC, Cuk, 1 1 1
2 ⋅ ( M + 1) 2
2 ⋅ [ M + sin(ωt ) ] 2 ⋅ M2
2
Zeta
Flyback, SEPIC, Cuk, 1 1 1
2 ⋅ [ M + n ⋅ sin(ωt ) ] 2 ⋅ M2 2 ⋅ ( M + n) 2
2
Zeta (isolados)
Boost M − sin(ωt ) 1 M −1
2 ⋅ M3
2 ⋅ M3 2 ⋅ M2
Conforme já foi dito, este resultado não é exato para o conversor elevador de tensão.
Calculando-se a indutância máxima com os resultados da Tabela 7.II e comparando com a valor
determinado pela equação (3.23), a diferença é o fator Y(α), que identifica a diferença entre a
corrente média obtida no conversor e uma senóide.
A figura 7.4 mostra formas de onda de um conversor boost, com um Ke de valor
intermediário entre o mínimo e o máximo, de forma que, num mesmo semiciclo da rede
coexistem períodos de condução contínua e descontínua.
Figura 7.4 Formas de onda de conversor boost com modos de condução contínuo e descontínuo.
[7.1] S. Cuk and R. D. Middelbrook: "A General Unified Approach to Modeling Switching
DC-to-DC Converters in Discontinuous Conduction Mode". Proc. of IEEE PESC '77,
1977, pp. 36-57.
[7.2] J. Sebastián, J. A. Cobos, P. Gil and J. Uceda: "The Determination of the Boundaries
Between Continuous and Discontinuous Conduction Modes in PWM DC-to-DC
Converters Used as Power Factor Preregulators". Proc. of IEEE PESC '92, Toledo, Spain,
June 1992, pp. 1061-1070.
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Em conversores que alimentam cargas com potência na faixa acima de 1kW, é usual o
emprego de uma entrada trifásica, uma vez que os alimentadores monofásicos são limitados,
tipicamente, a uma corrente de 15A.
A obtenção de correntes de entrada com a mesma formas da tensão de alimentação pode
ser obtida com o uso de retificadores trifásicos operando em MLP, assunto este tratado no
próximo capítulo.
Quando se utiliza um retificador a diodos, é possível adaptar algumas das topologias
vistas anteriormente, as quais devem operar com corrente descontínua na entrada, de modo que a
corrente média de entrada siga a forma da tensão ali presente.
É possível ainda o uso de três conversores monofásicos, alimentados a partir de cada uma
das fases, o que, certamente, não é a solução ótima, devido ao maior número de circuitos
envolvidos.
A figura 8.1 mostra a topologia de um conversor Cuk com uma entrada trifásica e
retificador a diodos [8.1]. A indutância de entrada é colocada antes do retificador, dividida entre
as 3 fases. A tensão sobre C1 é aproximadamente igual à tensão retificada, enquanto em C2 tem-
se uma tensão igual à tensão de saída.
+ V1 - + V2 -
ir i C1 C1 i L2 L2
e1 Lf Li C2 Ro
+ i1
+ -
e2 + i2
e Co
i3 r Vs Vd D Vo
+
S - +
e3 +
Cf
Np Ns Io
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e1
i
1
Figura 8.2. Tensão e corrente de entrada em condução descontínua (na indutância de entrada)
e1
i1
Figura 8.3. Tensão e corrente de entrada com condução contínua (na indutância de entrada)
e1 = E p ⋅ sin(ωt)
e 2 = E p ⋅ sin(ωt − 120o ) (8.1)
e 3 = E p ⋅ sin(ωt + 120o )
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
ir
0 Ton T1 T2 T
t
Figura 8.4. Corrente retificada típica.
t
i i = ei ⋅ , para i=1,2,3 (8.2)
Li
i L2
is = i r + (8.3)
N
e i ⋅ Ton e i ⋅ δ ⋅ T
I pi = = (8.4)
Li Li
Quando o transistor deixa de conduzir o estágio de entrada altera sua topologia para
aquela mostrada na figura 8.5.b. A corrente retificada circula pelo capacitor C1, transformador,
capacitor C2 e diodo de saída. A corrente iL2 também passa por este diodo. A fase conectada à
tensão (em módulo) maior conduz a soma da corrente das outras duas fases. A tensão Uo é
definida como a tensão num capacitor equivalente, refletido ao primário, tendo como valor:
Uo = V1 + V2 ⋅ N (8.5)
Esta tensão é a que aparece nos terminais do transistor durante seu bloqueio.
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
Li i1
e1 +
Li i2
e2 +
A
a) N B
Li i3
e3 +
Li i1
e1 +
Li i2
e2 +
B A
b) N - +
Li i3 Uo
e3 +
Li i1
e1 +
Li i2
e2 +
B A
c) N - +
Li i3 Uo
e3 +
Entre Ton e T1, uma vez que as 3 indutâncias de entrada são iguais, chega-se a:
Uo
U AN =
3
(8.6)
2 ⋅ Uo
U BN =−
3
t − Ton
i1 = I1P +(e1 − U AN )⋅
Li
t − Ton
i 2 = I 2 P +(e 2 − U BN )⋅ (8.7)
Li
t − Ton
i 3 = I 3P +(e 3 − U AN )⋅
Li
A menor corrente no intervalo considerado como exemplo é i1, a qual vai a zero no
instante:
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
e1 ⋅ δ ⋅ T
T1 = + δ⋅T (8.8)
(U AN − e1)
Após este instante o circuito equivalente de entrada é o mostrado na figura 8.5.c. Como só
2 indutâncias permanecem no circuito:
Uo
U AN =
2
(8.9)
− Uo
U BN =
2
2 ⋅ Uo ⋅(T1 − δ ⋅ T)
2 ⋅ e 3 ⋅ T1 −
T2 = T1 + 3 (8.10)
Uo + e 2 − e 3
δ ⋅ Uo N ⋅ Vo
Vo = ou Uo = (8.11)
N δ
Para Vo constante, note-se aqui que a tensão Uo, que é a tensão a ser suportada pelo
transistor, aumenta para valores reduzidos do ciclo de trabalho, o que faz com que esta tensão
possa crescer a valores proibitivos para pequenas cargas.
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
Wc = Wo
Wo = Vo ⋅ Io ⋅ T (8.12)
Io ⋅ δ ⋅ T
Wc = U o ⋅ ΔQ = U o ⋅
N
I rP ⋅(T2 − δ ⋅ T)
ΔQ = (8.13)
2
Ep ⋅δ⋅ T
onde I rp =
Li
3 ⋅ E 2p ⋅ δ 2 ⋅ T 3⋅ Ep ⋅ δ
Vo = + (8.14)
4 ⋅ L i ⋅ Io 2⋅N
Pode-se demonstrar que a equação (8.14) é válida também para θ=π/3. Uma análise global
para a tensão de saída não é simples. Análises numéricas, no entanto, demonstram que a tensão
real de saída difere do valor dado em (8.14) em menos de 1% para qualquer valor possível de δ,
Io e θ. Levando em conta que a tensão real presente possui uma ondulação na frequência de
360Hz, tal componente será observada sobre a saída.
Uo − e r N ⋅ Vo N ⋅ Vo
δ< = = (8.15)
Uo N ⋅ Vo + e r min 3⋅ Ep
N ⋅ Vo +
2
E 2p ⋅ T ⋅ δ max
Li ≤ (8.15.a)
2 ⋅ Po
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
Io E p ⋅ δ ⋅ T Io
I sMAX = I rP + = + (8.16)
N Li N
Conforme já foi dito, a tensão a ser suportada pelo transistor é a mesma tensão sobre o
capacitor equivalente, Uo, a qual cresce para cargas leves, ou seja, para valores reduzidos de
largura de pulso:
N ⋅ Vo
Vs = Uo = (8.17)
δ
N ⋅ Vo N ⋅ Vo
Uo = Vs = = (8.18)
2 ⋅ L2 1 − δ2
1−
T ⋅ Ro
e1
i1
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
⎛ Ep ⎞ sin(ωt ) π 2π
i1 = ⎜ ⎟ ⋅ , para 0 ≤ ωt ≤ e ≤ ωt ≤ π (8.19)
⎝ R e ⎠ 1 − 2 ⋅ μ ⋅ sin(ωt ) 3 3
⎛ Ep ⎞ sin(ωt ) π 2π
i1 = ⎜ ⎟ ⋅ , para ≤ ωt ≤ (8.20)
⎝ R e ⎠ 1 − μ sin(ωt ) 3 3
onde:
3⋅δ ⋅ Ep 2 ⋅ Li
μ= e Re =
Uo δ2 ⋅ T
+ V1 -
ir i L2 L2
e1 Li C1 Ro
+ i1
e2 i2 +
+
e Co Vo
i3 r Vs D
+
S -
e3 +
Io
Figura 8.7. Conversor Cuk não isolado (sem o filtro de entrada).
As equações (8.19) e (8.20) mostram que a corrente se torna mais senoidal à medida que μ
tende a zero, ou seja, quando a tensão de saída tende a valores elevados, pois Uo é a soma das
tensões de entrada e de saída.
Do ponto de vista da forma da corrente de entrada, isto significa que o intervalo de
decaimento da corrente (T2-Ton) se reduz e a corrente média passa a depender mais efetivamente
do valor de pico, o qual é função da tensão de entrada e da largura de pulso.
A potência de entrada é dada por:
1π B(μ) ⋅ E 2p
Pi = ∫ 3 ⋅ e 1 ⋅ i 1 ⋅ d (ωt ) = (8.21)
π0 π ⋅ Re
1π Ep A ( μ)
Ii RMS
=
π
∫i 2
1 ⋅ d (ωt ) =
Re
⋅
π
(8.22)
0
O FP é expresso por:
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
2
FP = B(μ) ⋅ (8.23)
π ⋅ A ( μ)
⎡ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ −2μ ⎞⎤
π 1 − 2(1 − 4μ 2 ) ⎢ π − tan −1 ⎜ 3 − 2μ −1 ⎜ 1 − 2 μ 3 ⎟
A(μ) = 2 + ⎜ ⎟⎟ + tan − tan −1 ⎜⎜ ⎟⎟⎥
⎢2 ⎜ 3( 1 − 4μ 2 ) ⎟
2μ ⎠⎥⎦
3
2μ 2 (1 − 4μ 2 ) 2 ⎝ 1 − 4μ ⎠ ⎝ 1 − 4μ
2 2
⎣ ⎝ ⎠
⎡ ⎛ 3−μ ⎞ ⎛ 1 − μ 3 ⎞⎤
2 − 4(1 − μ 2 ) 1 − 2 3μ 2
+ ⎢ tan −1 ⎜ ⎟⎟ − tan −1 ⎜⎜ ⎟⎥ + +
⎜ 2 ⎟
⎢⎣ ⎝ 3(1 − μ ) ⎠⎥⎦ 2μ(1 − 4μ )(1 − 3μ) μ(1 − μ )(2 − 3μ)
3
⎝ 1− μ
2 2
μ 2 (1 − μ 2 ) ⎠
2 2
⎡ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ −2 μ ⎞⎤
−π 3 1 ⎢ π − tan −1 ⎜ 3 − 2μ −1 ⎜ 1 − 2 3μ ⎟
B(μ) = 2 − + 2 ⎜ ⎟⎟ + tan − tan −1 ⎜⎜ ⎟⎟⎥
⎢2 ⎜ 3( 1 − 4μ 2 ) ⎟
2μ 2μ 2μ 1 − 4μ 2 ⎝ 1 − 4μ ⎠ ⎝ 1 − 4μ ⎠⎥⎦
2 2
⎣ ⎝ ⎠
⎡ ⎛ 3−μ ⎞ ⎛ 1 − 3μ ⎞⎤
2
+ ⎢ tan −1 ⎜ ⎟⎟ − tan −1 ⎜⎜ ⎟⎥
⎜ 2 ⎟
μ2 1 − μ 2 ⎢⎣ ⎝ 1− μ
2
⎠ ⎝ 3(1 − μ ) ⎠⎥⎦
A figura 8.8. mostra a variação do FP com a largura de pulso, para diferentes valores do
parâmetro μ (ou seja, para a relação entrada/saída de tensões). Note-se que quanto menor o valor
de δ, mais o FP se aproxima da unidade. Valores reduzidos de μ também produzem maiores
fatores de potência. Este resultado, obviamente pressupõe a existência de um filtro na entrada, de
modo que pela linha circule apenas a componente média da corrente.
1
μ=0,3
0.98
μ=0,5
0.96
FP
0.94
0.92
μ=0,7
0.9
0.88
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
δ
A análise realizada na seção precedente pode ser estendida, com mínimas alterações, para
os outros conversores que possuem uma indutância de entrada, quais sejam, o boost [8.3] e o
SEPIC. A figura 8.9. mostra estas topologias.
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Np Ns
ir C1 +
e1 Li i1 D
+ Ro
e2 i2 +
+
e Co
i3 r Vs Vo
+
S -
e3
(a)
ir +
e1 Li i1 D
+ Ro
e2 i2 +
+ Co
e Vs Vo
i3 r
+
S -
e3
(b)
Figura 8.9. Conversores SEPIC isolado (a) e boost (b) trifásicos como PFP (sem filtro de
entrada).
Li Lo Io +
e1 i1
+ Ro
e2 + i2
Co Vo
D
+
e3 i3
(a)
e1 Li i1 S D
+ Ro
e2 + i2
L Co Vo
+
i3 Io +
e3
(b)
Figura 8.10. Conversores com entrada capacitiva tipo buck (a) e buck-boost (b).
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vc3
vc1
0
vc2
t1 t2 t3 T
i1 = I p ⋅ sin(ωt)
i 2 = I p ⋅ sin(ωt − 120o ) (8.24)
i 3 = I p ⋅ sin(ωt + 120o )
Subintervalo 1: to<t<t1
Neste intervalo o transistor está bloqueado e o diodo de saída conduz (δ'=1−δ). Os
circuitos de entrada e de saída estão desacoplados, conforme se vê na figura 8.12. Cada capacitor
da entrada é carregado linearmente (as correntes de entrada são suposta constantes neste pequeno
intervalo) e as tensões finais dependem do valor instantâneo de cada corrente:
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ii ⋅ δ ' ⋅ T
v ci P = , para i=1,2,3 (8.25)
C
Li Lo Io +
e1 i1
+ Ro
e2 + i2
Co Vo
D
+
e3 i3
Subintervalo 2: t1<t<t2
O transistor entra em condução, levando ao bloqueio do diodo de saída. No intervalo aqui
analisado, cujo circuito equivalente está mostrado na figura 8.13., a máxima tensão de linha está
presente entre as fases 3 e 2. A corrente de saída é fornecida por estas fases, cujos capacitores se
descarregam, enquanto o capacitor ligado à fase 1 continua a se carregar com a corrente de
entrada de sua fase, uma vez que os diodos a ela conectados não conduzem. Neste intervalo tem-
se:
i1
v c1 = v c1 + ⋅ (t − t 1 )
P
C
( i 2 + Io)
v c2 = v c2 + ⋅ (t − t 1 )
P
C
( i 3 − Io) (8.26)
v c3 = v c3 + ⋅ (t − t 1 )
P
C
i c1 = i 1
i c 2 = i 2 + Io
i c 3 = i 3 − Io
Li Lo Io +
e1 i1
+ Ro
e2 + i2
Co Vo
+
e3 i3
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Subintervalo 3: t2<t<t3
i 2 + Io i
v c1 = v c3 = − ⋅(t − t 2 )+ 1 ⋅ δ 2 ⋅ T + v c1P
2C C
(8.27)
i + Io
v c2 = 2 ⋅ ( t − t 2 )+ δ 2 ⋅ T + v c 2 P
C
onde δ2=(t2-t1).
Este subintervalo se encerra quando as tensões dos capacitores vão a zero e o diodo da
saída se torna diretamente polarizado. A figura 8.14 mostra o circuito equivalente neste
subintervalo.
Li Lo Io
e1 i1 +
+ Ro
e2 + i2
Co Vo
+
e3 i3
e1 ⋅(1 + λ ⋅ e1) π
i1 = , para 0 ≤ ω t ≤
R e ⋅(1 − λ ⋅ e 2 )⋅(1 + λ ⋅ e 3) 6
e1 π π
i1 = , para ≤ ωt ≤
R e ⋅( 1 − λ ⋅ e 2 ) 6 3
e1 π 2π
i1 = , para ≤ ωt ≤
R e ⋅(1 + λ ⋅ e1) 3 3
e1 2π 5π
i1 = , para ≤ ωt ≤
R e ⋅(1 − λ ⋅ e 3) 3 6
e1 ⋅(1 + λ ⋅ e1) 5π
i1 = , para ≤ ωt ≤ π (8.28)
R e ⋅(1 − λ ⋅ e 3)⋅(1 + λ ⋅ e 2 ) 6
1 δ’2 ⋅T
onde: λ = e Re =
Io ⋅ R e 2⋅C
Das equações (8.28) nota-se que quando λ aproxima-se de zero, a corrente tende à forma
e
senoidal, convergindo para a mesma expressão, qual seja: i1 → 1
Re
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A razão para isto é que uma redução de λ equivale a um aumento na corrente de saída.
Esta corrente é a responsável pela descarga dos capacitores. Se eles se descarregam mais
rapidamente, a tensão média sobre os capacitores dependerá mais fortemente dos valores de pico
com que foram carregados e, assim, tendem a um valor médio senoidal.
A figura 8.15 mostra o comportamento da corrente média calculada de acordo com a eq.
8.28. A figura 8.16 mostra os elevados valores do fator de potência obtidos para diferentes
combinações de corrente de carga e ciclo de trabalho.
4
i1
2
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
θ = ωt
Figura 8.15. Corrente média de entrada para conversor trifásico com entrada tipo capacitiva
(Io=5A, δ=50%).
FP 1
0.999 Io=20A
0.997 Io=10A
0.996
Io=5A
0.994
0.2 0.35 0.5 0.65 0.8
δ
1
FP
δ=80%
δ=50%
0.996
δ=20%
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Io
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Figura 8.17. Corrente de entrada em conversor abaixador de tensão, com entrada trifásica e
condução descontínua na tensão de entrada
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forma de onda da corrente de entrada, garantindo que a distorção harmônica sempre esteja dentro
dos limites da norma IEC 61000-3-4 [8.6].
Com o chaveamento em baixa freqüência, as perdas de comutação nos interruptores são
mínimas. Os indutores possuem, tipicamente, núcleo de ferro e, embora de baixo custo e fácil
realização, são pesados e potencialmente fonte de ruído acústico.
Uma importante vantagem é que este circuito pode ser adicionado a retificadores
existentes sem a necessidade de “abrir” o circuito.
Uma variação nos tempos de condução dos interruptores permite um ajuste na tensão de
saída, funcionando como uma espécie de conversor boost operando em baixa freqüência.
A figura 8.20 mostra as formas de onda típicas do conversor.
A figura 8.21 mostra formas de onda para diferentes valores de carga alimentada. O ajuste
nos tempos de condução dos interruptores garante a regulação da tensão de saída e todas as
correntes estão dentro dos limites da norma.
D1 D3 D5
ua ia u1 +
L Sa C1
+
ub L ib Sb
+ +
N
M CL U R L
uc L ic Sc o
+
+
u2 C 2
D4 D6 D2
Figura 8.19. Retificador com alto fator de potência e comutação em baixa freqüência.
ua
ia
Uo u2
u1
U1
Uo-U1
uga 1° 2° 3° 4° 5° 6° ωit
ugb ωit
ugc ωit
ωit
Figura 8.20 De cima para baixo: Tensão de fase e corrente de entrada; Tensão nos capacitores
ressonantes; Sinais de comando para os interruptores.
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3720 W 10 kW
5820 W
Figura 8.21 Formas de onda da corrrente de entrada para diferentes potências. Tensão de fase
(50V/div.) e corrente de linha (10A/div.)
A figura 8.22. mostra uma topologia [8.7] que opera baseada no conversor flyback.
Va
Iap
Ian Ias
Vb Vce
Ibp S
Ibn Vo
Ibs
Vc
Icp
Icn Ics
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[8.1] L. Malesani, L. Rossetto, G. Spiazzi, P. Tenti, I. Toigo and F. del Lago: "Single-Switch
Three-Phase AC/DC Converter with High Power Factor and Wide Regulation
Capability". Proc. of INTELEC '92, Washington, USA, 1992, pp. 279-285.
[8.2] E. Ismail and R. W. Erickson: “A Single Transistor Three Phase Resonant Switch for
High Quality Rectification”. Proc. Of IEEE PESC ‘92.
[8.3] A. R. Prasad, P. D. Ziogas and S. Manias: “An active Power Factor Correction Technique
for Three-Phase Diode Rectifier”. IEEE PESC ‘89 Record, pp. 58-66.
[8.4] E. L. de M. Mehl and I. Barbi: “The Curi Circuit: A High Power Factor and Low Cost
Three-Phase Rectifier”. Proc. Of 3th COBEP, São Paulo, Dec. 1995.
[8.5] Joanna A. G. Marafao,, Jose A. Pomilio, and Giorgio Spiazzi: “Improved Three-Phase
High-Quality Rectifier with Line-Commutated Switches”, IEEE Trans. on Power
Electronics, vol.
[8.6] Commission Electrotechnique Internationale, IEC 1000-3-4, “Limitation of emission of
harmonic currents in low-voltage power supply systems for equipment with rated current
greater than 16 A per phase”, 3, rue de Varembé, Genève, Switzerland, 1998.
[8.7] O. Apeldoorn and P. Schmidt: "Single Transistor Three Phase Power Conditioners with
High Power Factor and Isolated Output". Proc. of APEC '94, Orlando, USA, March 1994,
pp. 731-737
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Diferentemente do que foi visto no capítulo anterior, onde os retificadores eram não
controlados, nos casos aqui apresentados, o retificador é constituído por interruptores
controlados, de modo a ser possível a síntese de uma corrente senoidal de entrada com o uso
de técnicas de Modulação por Largura de Pulso (MLP) ou Modulação em Freqüência (FM).
O circuito da figura 9.1. mostra um conversor tipo boost, com entrada trifásica, com o
controle de tensão de saída feito por meio dos transistores localizados na semiponte inferior
[9.1]. A entrada se comporta como fonte de corrente e a saída como fonte de tensão.
Sua operação é com condução crítica da corrente de entrada, ou seja, os transistores
são comandados simultaneamente e conduzem por um intervalo de tempo fixo (determinado
em função da tensão de saída desejada). Desligados no mesmo instante, as correntes por eles
se reduzem. Quando todas as três correntes se anulam, inicia-se um novo período. A entrada
em condução dos interruptores é sob corrente zero. O circuito pode também operar no modo
de condução descontínua quando, do ponto de vista da rede, comporta-se como um conversor
a diodos, visto no capítulo anterior.
S1 S2 S3
Is Ia
Va A +
N Vb Co
B Vo
C Ro
Vc
Lf Li
Cf
T1 D1 T2 D2 T3 D3
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A figura 9.2 mostra as correntes em cada fase para um ângulo relativo às tensões de
entrada entre 0 e 30o. Neste intervalo a tensão na fase b é negativa e tem o maior valor em
módulo. A tensão da fase a (positiva) está crescendo a partir do zero e a da fase c (positiva)
está se reduzindo, indo a zero no final do intervalo.
t1 t2 t3=T
ic
ia
ib
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is ia
Va A +
N Vb Co
B Vo
C Ro
Vc
Lf Li
Cf
T1 D2 T3
Vo
VAN = VCN =
3
(9.2)
− 2 ⋅ Vo
VBN =
3
(t − t 1 ) ⎛ Vo ⎞
i a = i ap + ⋅ ⎜v a − ⎟ (9.3)
Li ⎝ 3 ⎠
(t − t 1 ) ⎛ 2 ⋅ Vo ⎞
i b = i bp + ⋅ ⎜v b + ⎟ (9.4)
Li ⎝ 3 ⎠
(t − t 1 ) ⎛ Vo ⎞
i c = i cp + ⋅ ⎜vc − ⎟ (9.5)
Li ⎝ 3 ⎠
Em t=t2 a corrente da fase a vai a zero e continua a haver corrente pelas fases b e c
(iguais em módulo).
S1 S3
is ia
va
Va A +
N Vb vb Co
B Vo
vc C Ro
Vc
Lf Li
Cf
D2
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VAN = v a
− Vo − v a
VBN = (9.6)
2
Vo − v a
VCN =
2
(t − t 2 )
i b = i b (t 2 )+ ⋅(v b − VBN ) (9.7)
Li
(t − t 2 )
i c = i c ( t 2 )+ ⋅(v c − VCN ) (9.8)
Li
Li ⋅ i bp
t1 = (9.9)
vb
3 ⋅ Li ⋅ i ap
(t 2 − t 1)= (9.10)
Vo − 3 ⋅ v a
2 ⋅ L i ⋅ i b (t 2 )
( t 3 − t 2 )= (9.11)
− Vo − v a − 2 ⋅ v b
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Lo
va ia S3
S1 S2
vb ib
v V
o o
vc ic
S6 Io
S4 S5
Figura 9.5. Topologia do conversor CA-CC trifásico, operando em MLP, com saída de
corrente.
va vb vc
t1 t1' t2 t3 t4 t5 t6 t7
Consideremos o intervalo (t1 - t2). A referência ira é a maior positiva e irb é a maior
negativa.. Considerando que a corrente de saída Io é perfeitamente contínua, o interruptor S1
pode ser acionado de acordo com uma lei de modulação senoidal, m1, de modo que a corrente
ia siga a referência ira em termos dos componentes de baixa freqüência do espectro.
Da mesma forma, uma lei de modulação m5 pode ser adotada para S5, fazendo com
que ib siga a referência irb.
Quando a chave S1 é aberta, uma outra chave da semiponte superior deve ser fechada
para permitir a continuidade da corrente. Quando S5 é aberto, outro interruptor da semiponte
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negativa deve entrar em condução. Para estas funções, S3 e S6 são usadas, uma vez que elas
não alteram as correntes pelas fases a e b. A forma senoidal desejada para a fase c é resultado
do fato que a soma das correntes nas 3 fases é nula. Quando S3 e S6 conduzirem
simultaneamente, cria-se um caminho de livre-circulação para a corrente da saída. A figura
9.7 mostra os sinais de comando para os interruptores e a forma de onda da tensão de saída, a
qual apresenta um comportamento de três níveis. As formas de onda correspondem ao
intervalo t1’<t<t2, no qual va>vb, em módulo e, conseqüentemente, δa>δb.
S1
S5
S6
S3
δ5
δ1
Τ
va-vb
va-vc
vo
As correntes instantâneas pelas fases têm forma retangular, com amplitude dada pela
corrente de saída e largura determinada pela lei de modulação (figura 9.8.). Simultaneamente
haverá corrente apenas por 2 das 3 fases, uma vez que a existência de 3 correntes simultâneas
colocaria em curto 2 das fases.
+Io
-Io
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Seja x(t) uma função lógica que descreve o estado de uma chave genérica S.
Correspondentemente, a lei de modulação m(t) pode ser definida como uma função contínua
dada pelo conteúdo de baixa freqüência de x(t). Como x(t) assume apenas valores 0 e 1, m(t)
é limitada entre 0 e 1.
O fato de apenas um interruptor estar fechado em cada semiponte ao mesmo tempo,
faz com que apenas um x(t), relacionado a cada semiponte, a cada instante, possa ser 1:
i a = ( x1 − x 4 ) ⋅ Io
i b = ( x 2 − x5 ) ⋅ Io (9.12)
i c = ( x 3 − x 6 ) ⋅ Io
v o = ( x1 − x 4 ) ⋅ v a + ( x 2 − x 5 ) ⋅ v b + (x 3 − x 6 ) ⋅ v c (9.13)
i a = ( m1 − m 4 ) ⋅ Io
i b = ( m 2 − m5 ) ⋅ Io (9.14)
i c = ( m 3 − m 6 ) ⋅ Io
v o = ( m1 − m 4 ) ⋅ v a + ( m 2 − m 5 ) ⋅ v b + ( m 3 − m 6 ) ⋅ v c (9.15)
x4 =0
x2 =0
(9.16)
x3 = x1
x6 = x5
m1 = M ⋅ sin(ωt )
m 3 = 1 − m1 = 1 − M ⋅ sin(ωt )
m5 = − M ⋅ sin(ωt − 120 o ) (9.17)
m 6 = 1 − m5 = 1 + M ⋅ sin(ωt − 120 ) o
m4 = m2 = 0
i a = Io ⋅ M ⋅ sin(ωt )
i b = Io ⋅ M ⋅ sin(ωt − 120 o ) (9.18)
i c = Io ⋅ M ⋅ sin(ωt + 120 ) o
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3 ⋅ Vp ⋅ M
v o = M ⋅ [ v a ⋅ sin(ωt ) + v b ⋅ sin(ωt − 120 o ) + v c ⋅ sin(ωt + 120 o )] = (9.19)
2
3 ⋅ Vp ⋅ M
vo = ⋅ cosφ (9.20)
2
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S1
S5
S6
S4
δ5
δ1
Τ
va-vb
va-vc
vo
Figura 9.9. Sinais de comando e tensão de saída com mínimo número de chaveamentos
v a
ia
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O conversor apresentado em 9.2. opera como abaixador de tensão. Caso se deseje uma
característica abaixadora-elevadora de tensão, pode-se utilizar um conversor baseado nesta
topologia, mantendo, no entanto, a hipótese de corrente constante pelo indutor [9.5].
A figura 9.11. mostra este conversor. Os interruptores utilizados permitem ao
conversor um comportamento como o do um retificador MLP com operação em 2 quadrantes.
As correntes de entrada são formadas por retângulos de corrente, cuja amplitude é a
mesma da corrente pelo indutor e cuja largura é determinada pelo comando MLP utilizado. À
semelhança do que foi visto no item anterior, é possível sintetizar-se uma corrente de entrada
cuja componente fundamental seja senoidal e em fase com a tensão. As componentes de alta
freqüência são fornecidas pelos capacitores de filtro, de modo que pela linha circule apenas a
corrente média.
D1 D2 D3
Ia
A
Va
N Vb B Co
Vo
C Ro
Vc L
Lf
Cf +
D4 D5 D6
Figura 9.11. Conversor trifásico tipo flyback
[9.1] S. Kim and P. Enjeti: "A New Three Phase AC to DC Rectifier with Active Power
Factor Correction". Proc. of APEC '94, Orlando, USA, March 1994, pp. 752-759.
[9.2] L. Malesani and P. Tenti: "Three-Phase AC/DC PWM Converter with Sinusoidal AC
Currents and Minimum Filter Requirements". IEEE Trans. on Industry Applications,
vol. IA-23, no. 1, Jan/Feb. 1987, pp. 71-77.
[9.3] L. Rossetto and P. Tenti: “Using AC-fed PWM Converters as Instantaneous Reactive
power Compensators”. Trans. On Power Electronics, vol. 7, no. 1, Jan. 1992, pp. 224-
230.
[9.4] J. A. Pomilio, L. Rossetto, P. Tenti and P. Tomasin: “Performance Improvement of
Soft-Switched PWM Rectifier with Inductive Load”. Proc. Of PESC ‘94, Taiwan,
June 1994, pp. 1425-1430.
[9.5] R. Itoh and K. Ishizaka: “Three-Phase Flyback AC-DC Convertor with Sinusoidal
Supply Currents”. IEE Proceedings - B, vol. 138, No. 3, May 1991, pp. 143-151.
http://www.dase.fee.unicamp.br/~antenor 9-10
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http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 10-1
Pre-reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
Rs
+ 4
X3
+ Rs - 3
3
X3
-
(c)
4
(a)
+ 4 I
X3
+ - 3
Cf Rs
3
X3 Trafo de corrente
-
4
(d)
Spike
(b)
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Vin
15
. + 5V
Referência 16
Vref
Rt
3
6
. Osc. . .Clock Flop
. . 11
Ea
Ct
7
+
R
. 13
Cb
Compensação
9 Ampl. Erro
. -
PWM
S Latch
14
Eb
Inv.
N. Inv.
1 -
+
. 8
GND
4
200mV
-
+
. 1k 10
Shutdown
5
Limite de corrente . 10k
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Pre-reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
10.3 LT1249
Este CI [10.3] possui apenas 8 pinos, de modo que os recursos acessíveis ao usuário são
restritos. Dedica-se ao acionamento de conversores tipo elevador de tensão no modo contínuo,
com controle da corrente média.
São ajustes internos: a referência de tensão (7,5 V) e a freqüência de chaveamento (100
kHz). O multiplicador apresenta um ganho quadrático para a corrente CA, de modo a reduzir
as distorções que tendem a ocorrer nas proximidades do cruzamento com o zero e manter a
estabilidade para situações de baixa corrente de carga.
Além disso, como nesta região o ciclo de trabalho tende à unidade, existe a
possibilidade de ocorrerem instabilidades. Tais instabilidades são possíveis quando a largura
de pulso se torna maior do que 50% e ocorre uma perturbação na carga ou na alimentação. Este
é um comportamento típico do controle no modo corrente.
O CI prevê a implementação de proteções contra sobre-tensão e limitação da corrente.
O amplificador de erro de tensão possui um ganho de 100dB (CC) e uma faixa de
ganho unitário de 1,5 MHz. O amplificador de corrente é do tipo transcondutância (320 μmho
e ganho de 60 dB com saída em aberto). A resistência de saída é de 4MΩ.
Este CI pode ser sincronizado por um sinal externo na faixa de 127kHz a 160 kHz.
Sincronização é possível quando a tensão no pino 2 é levada abaixo de 5,5 V.
A proteção contra sobre-tensão é necessária devido à lenta resposta do sistema a
variações na carga (o filtro de saída é projetado para atenuar 120Hz). Ela é implementada
colocando-se uma rede RC entre a entrada e a saída do amplificador de erro de tensão (pinos 6
e 5, respectivamente), de modo que rapidamente o sistema atue no sentido de limitar a sobre-
tensão.
Como o consumo de corrente do CI é baixo (250uA, sem que ocorra acionamento da
saída), a partida pode ser feita com uma alimentação obtida da própria rede, através de um
resistor de elevado valor (90k). Com o funcionamento da fonte, a alimentação pode ser provida
por um circuito auxiliar, como se vê na figura 10.4.
90 k, 1W
Linha
. Indutor principal
. . . . D3
Vcc
D2 D1
. C1
C3 C4
. . .
C2
GND
Figura 10.4. Esquema para alimentação do CI.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 10-4
Pre-reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
Pino 3 (Mout): A corrente de saída do multiplicador sai por este pino através de um resistor de
4k (RMOUT). A tensão sobre este resistor é a referência para o laço de corrente, estando limitada
a 1,1V. A entrada não inversora do amplificador de corrente também está conectada ao mesmo
resistor. Em operação Mout tem normalmente um valor negativo e apenas sinais CA aparecem
neste ponto.
Pino 4 (Iac): Este pino é o que sensora a tensão CA da alimentação, servindo como entrada
para o multiplicador. Esta é uma entrada em corrente, que é polarizada em 2 V para minimizar
a zona morta que ocorre nos cruzamentos com zero. Um resistor de 25k é colocado em série
com a entrada e um pequeno capacitor (externo) é usado para filtrar os ruídos de chaveamento.
Note-se que a ondulação produzida pelo chaveamento chega ao multiplicador através do pino
IAC e pode causar instabilidades.
Pino 5 (VAout): É a saída do amplificador de erro de tensão. A tensão é limitada a 12 V.
Quando a saída cai abaixo de 1,5 V, a saída do multiplicador é zero.
Pino 6 (Vsense): É a entrada inversora do amplificador de erro de tensão, pino no qual se faz a
realimentação da tensão de saída.
Pino 7 ( GTRD): É a saída de acionamento, capaz de fornecer 1,5 A, com tensão limitada a 15
V. Cargas capacitivas como um gate de MOSFET podem provocar uma sobre-tensão, que
pode ser eliminada por uma resistência série de, no mínimo, 5Ω.
Pino 8 (Vcc): É o pino de alimentação do CI, cujo valor máximo é de 27V. O CI entra em
condução para uma tensão superior a 16V, desabilitando-se para uma tensão inferior a 10V.
Para permitir o suprimento do pico de corrente necessário na saída (pino 7), deve-se usar um
capacitor de "bypass" tipo cerâmico (100 nF), associado a um eletrolítico (maior que 56μF)
com baixa resistência série equivalente.
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10.4 LT1248
Este CI [10.3] possui recursos mais amplos que o LT1249, mantendo características de
operação do mesmo tipo, como o multiplicador quadrático, as tensões de operação, a referência
interna, a possibilidade de sincronização, as proteções contra sobre-tensão e picos de corrente.
As características dos amplificadores de erro, do acionador de saída e do modulador MLP
também se mantém.
Neste CI a freqüência é definida por um par RC conectado externamente, operando até
300 kHz.
O diagrama esquemático e uma aplicação estão mostrados na figura 10.6.
A pinagem tem as seguintes funções:
Pino 1: Terra
Pino 2 (PKLIM): Estabelece o limite de corrente (valor de pico), utilizando um divisor resistivo
conectado à referência interna.
Pino 3 (CAout): É a saída do amplificador de corrente, a qual sensora e força a corrente de
linha a seguir o sinal de referência que vem do multiplicador. Isto é feito controlando o
modulador de largura de pulso. Quando CAout é baixo, o modulador apresenta um ciclo de
trabalho nulo.
Pino 4 (Isense): É a entrada inversora do amplificador de corrente. A tensão é grampeada em -
0,6V por um diodo de proteção.
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Pino 6 (Iac): Este pino é o que sensora a tensão CA da alimentação, servindo como entrada
para o multiplicador. Esta é uma entrada em corrente, que é polarizada em 2 V para minimizar
a zona morta que ocorre nos cruzamentos com zero. Um resistor de 25k é colocado em série
com a entrada e um pequeno capacitor (externo) é usado para filtrar os ruídos de chaveamento.
Pino 7 (VAout): É a saída do amplificador de erro de tensão. A tensão é limitada a 13,5 V.
Quando a saída cai abaixo de 2,5 V, a saída do multiplicador é zero.
Pino 8 (OVP): É a entrada do comparador de sobre-tensão. O limiar é 1,05 vezes o valor da
tensão de referência. Quando o comparador atua, o multiplicador é rapidamente inibido.
Pino 9 (Vref): É a referência interna de 7,5V. Esta tensão será nula quando a alimentação for
menor do que a mínima especificada ou quando EN/SYNC estiver em um nível baixo. Esta
fonte pode fornecer 5mA.
Pino 10 (EN/SYNC): Com uma tensão inferior a 2,6V o CI está inibido, drenando uma
corrente mínima da fonte. Pulsos neste pino abaixo do limiar de 5V sincronizam o
funcionamento do CI com outra referência de freqüência. Os pulsos de sincronismo devem ter,
no mínimo 200 ns.
Pino 11 (Vsense): É a entrada inversora do amplificador de erro de tensão, pino no qual se faz
a realimentação da tensão de saída.
Pino 12 (Rset): Um resistor colocado para o terra determina a corrente de carga do oscilador e
a máxima corrente de saída do multiplicador, que estabelece a máxima corrente da linha
I M(max) = 3,75V R set
Pino 13 (SS): Partida suave. Quando Vcc ou EN/SYNC estiver em nível baixo, o pino SS
estará em zero. Com um capacitor deste pino para o terra, uma corrente (12uA) lentamente
traz esta tensão até 8V; abaixo de 7,5V, SS funciona como a referência para o amplificador de
tensão. Com a queda na alimentação ou a inibição do CI este capacitor rapidamente se
descarrega.
Pino 14 (Cset): Juntamente com Rset determina a freqüência de oscilação. A rampa observada
sobre o capacitor tem amplitude de 5V. A freqüência de oscilação é dada por
f = 1,5 (R set ⋅ Cset )
Pino 15 (Vcc): É o pino de alimentação do CI, cujo valor máximo é de 27V. O CI entra em
condução para uma tensão superior a 16V, desabilitando-se para uma tensão inferior a 10V.
Para permitir o suprimento do pico de corrente necessário na saída (pino 7), deve-se usar um
capacitor de "bypass" tipo cerâmico (100 nF), associado a um eletrolítico com baixa ESR
(maior que 56uF).
Pino 16 ( GTRD): É a saída de acionamento, capaz de fornecer 1,5 A, com tensão limitada a
15 V. Cargas capacitivas como um gate de MOSFET pode provocar uma sobre-tensão, que
pode ser eliminada por uma resistência série de no mínimo 5Ω.
10.5 MC34262
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Este mesmo sinal é usado pelo sensor de sobre-tensão de saída, o qual inibe a liberação de
pulsos para o transistor de potência.
A saída deste amplificador de erro é uma das entradas do bloco multiplicador, o qual
permite adequar a amplitude da referência da corrente para que se obtenha a potência desejada
na saída. A outra entrada do multiplicador vem da tensão de entrada, após o retificador de onda
completa (pino 3). A saída do multiplicador determina o nível de tensão utilizado no
comparador de corrente, definindo assim o comportamento da corrente, em sua forma e
amplitude. Ao ser detectado um erro na tensão de saída, o multiplicador atua no sentido de
modificar a largura do pulso, a fim de corrigir o desvio.
A corrente média consumida pelo pré-conversor passará a seguir uma forma senoidal,
estando em fase com a tensão, o que garante o fator de potência elevado.
Tensão da rede
ID6
Corrente de IQ1
entrada
corrente média
ON
OFF
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230V/3.5A
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Z OF
RF LF L
CF +
ui EMI
ug S C Uo
Filter
-
Z IC RS U oREF
I
reg
Z OF
k U-reg
+ IREF
H F ui ug Z IC uC
X
-
Multiplier
Fig. 11.1- Esquema básico de conversor boost PFP, com controle por corrente média e filtro
de IEM.
ug HF HF
= =
1 + OF 1 + TF
ui Z
ZIC (11.1)
ZOF
TF = = ZOFYIC
ZIC
onde TF pode ser interpretado como o ganho da malha que satisfaz ao critério de estabilidade
de Nyquist. Se |TF(jω)| for sempre menor que 1, não há instabilidade no sistema. Este critério
tem sido largamente utilizado no projeto de conversores, principalmente os CC-CC [11.19 e
11.20]. Entretanto, no caso de PFPs existem limitações adicionais tanto em termos do filtro
quanto do conversor [11.18].
É comum ter-se |TF(jω)| > 1 numa faixa de freqüência acima da freqüência de
cruzamento da malha de corrente, principalmente para baixas tensões de entrada e altas
correntes de saída. De (11.1), vê-se que o conhecimento da impedância de entrada do
conversor é pré-requisito para a análise da estabilidade.
A seguir faz-se a determinação das admitâncias de entrada para os conversores boost,
Cuk e SEPIC. Considera-se a tensão de saída Uo constante.
sendo considerado û c = 0 , dado que a malha de tensão tem resposta muito lenta, podendo-se
considerar uc constante na faixa de freqüências de interesse. A notação ^ significa perturbação
em relação a valor de regime permanente.
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ûg îg
+
YHF
+
Gid Ki
d
Ku
+ +
Figura 11.2 Relação entre as variáveis de entrada e a largura de pulso.
Ti (s ) = −G id K i (s ) (11.4)
RS
K i (s ) = − G ri (s ) (11.5a)
U OSC
Ig
K u (s ) = − K i (s ) = −G IC K i (s ) (11.5.b)
Ug
ωri ⎛ 1 + sτ zi ⎞
G ri (s ) = 1 + ⎜ ⎟ (11.6)
s ⎜ 1 + sτ ⎟
⎝ pi ⎠
Usando (11.2 a 11.4), uma expressão geral para a admitância de entrada dos PFPs,
independente da topologia, pode ser obtida:
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î g Ti (s )
= YIC (s ) = YHF (s )
1
+ G IC (11.7)
û g 1 + Ti (s ) 1 + Ti (s )
Ig Po
G IC = = (11.8)
Ug U 2g
D’ig C
ug D’uo uo R ug
Ig d
a) b)
Fig. 11.3 - a) Modelo de conversor boost no espaço de estado médio em MCC; b) modelo
simplificado para cálculo da impedância de entrada.
Obtém-se então:
1 U
î g = û g + o d̂ (11.9)
sL sL
Uo
Seja G id (s) =
sL
Conseqüentemente as expressões para o ganho da malha de corrente, Ti(s), e a
admitância de alta freqüência YHF(s) são, respectivamente:
Uo RS
Ti (s ) = ⋅ ⋅ G ri (s ) (11.10)
sL U osc
YHF (s ) =
1
(11.11)
sL
Utilizando tais valores na eq. 11.7, nota-se que a impedância de entrada do conversor
boost não depende do valor instantâneo da tensão de entrada, mas apenas de seu valor eficaz,
através de GIC.
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L′
G id (s ) = DU D ⋅
[(
L 2 L1 ⋅ s 1 + s τd + s L′(C1 + Cd ) + s3 L′C1τd
2
)]
(11.12)
⎡ ⎛ I C D′ ⎞ L ⎛ I ⎞ LC ⎤
⎢1 + s⎜⎜ L 2 + τd ⎟⎟ + s 2 2 ⎜⎜ C1 + Cd + C D′τd ⎟⎟ + s3 2 1 τd ⎥
⎣ ⎝ UD D ⎠ D⎝ UD ⎠ D ⎦
L2
1
(C1 + Cd ) + s3 L2C2 1 τd
1 + s τd + s 2
YHF (s ) =
2
D D
⎛ 2
s L1 ⎜⎜1 + 2 2 ⎟⎟
(
D′ L ⎞ 1 + s τ d + s L′(C1 + Cd ) + s L′C1τd
2 3
) (11.12)
⎝ D L1 ⎠
onde UD(θ) = ug(θ)+Uo e IC(θ) = ig(θ)+i2(θ) são parâmetros que, juntamente com o ciclo de
trabalho, dependem do ponto de trabalho instantâneo do conversor, isto é, do ângulo relativo à
tensão da rede θ = ωi⋅t. L’ é dado por:
L ′(θ) =
L1 L 2
(11.13)
D L1 + D ′ 2 L 2
2
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a)
b)
c)
Fig. 11.4 – Topologias básicas de conversor (PFP): a) Cuk; b) SEPIC; c) modelo para
pequenos sinais para determinação da impedância de entrada.
Como se pode ver, todas as curvas tendem a convergir para ZHF(s) = sL (boost) ou
ZHF(s) = sL1 (Cuk ou SEPIC) para f > fci onde fci é a freqüência de cruzamento da malha de
corrente (fci = 8,3kHz para boost e fci = 6,4÷11.5kHz para Cuk ou SEPIC dependendo do
valor da fase da tensão de entrada, θ). Felizmente, a dependência das impedâncias de entrada
dos conversores Cuk e SEPIC com o ângulo θ não é muito intensa, de modo que a análise
pode ser feita supondo um valor fixo de θ.
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Fig. 11.5 – Diagramas de Bode do módulo e fase da impedância de entrada dos conversores
PFP boost (à esquerda) e Cuk ou SEPIC (à direita para θ = π/2).
a) Ug = 127V+20%, b) Ug = 127V, c) Ug = 127V-20%
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11.5.1 Boost
A faixa de passagem da malha de corrente varia entre 5kHz e 8.3kHz para uma tensão
de saída entre 180 e 300V. Comparações entre medições e predições do modelo estão na
Tabela 11.III, para diferentes pontos de operação.
A coluna relativa às medições registra o valor de pico da tensão de entrada no qual o
sistema se tornou instável, juntamente com a correspondente freqüência de oscilação. A
coluna MODELO I reporta as mesmas informações mas obtidas pelo modelo. Na coluna
MODELO II indica-se a freqüência de cruzamento e a margem de fase obtida pelo modelo em
correspondência com o valor da tensão de entrada no qual foi detectada a instabilidade. Como
se nota há uma aproximação muito boa entre os resultados.
11.5.2 SEPIC
Com os parâmetros já indicados anteriormente, a faixa de passagem da malha de
corrente varia entre 6.4kHz e 11.5kHz, em condições nominais. A figura 11.7 mostra formas
de onda deste conversor no ponto em que foi detectada a instabilidade, correspondendo a uma
tensão de pico de 150V e corrente de pico de 6A. Também para este caso foi feita análise
semelhante àquela feita para o boost. Tais resultados, indicados na Tabela 11.IV, também
mostraram muita concordância entre as medições e a previsão do modelo.
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Fig. 11.7 – Resultado experimental de conversor PFP SEPIC. De cima para baixo: detalhe
de ig(t); detalhe de ug(t); ug(t) 50V/div; ig(t) 2A/div.
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Ti (s )
YIC (s ) = YHF (s )
1 1
+ G IC (11.14)
1 + Ti (s ) 1 + Ti (s ) 1 + sτ PB
Comparação entre o ganho da malha, TF(jω), com esta alteração e sem ela, é mostrado
na fig. 11.8 (fPB = 1/(2π⋅τPB) = 1,85kHz) para o conversor SEPIC, no ponto de trabalho
relativo à situação 7 da Tabela 11.IV. Como se nota, esta simples alteração no controlador
reduz a freqüência de cruzamento de 18kHz (fca) para 13,6kHz (fcb) e aumenta a margem de
fase de 2,5° para 38,4°.
Este filtro passa-baixas pode ser inserido no circuito simplesmente modificando o
esquema do controlador, com a colocação do capacitor Cb , como mostrado na fig. 11.9.
O mesmo procedimento foi utilizado para o conversor boost com idênticos benefícios,
ou seja, eliminando as instabilidades em todos os pontos de operação, mesmo com elevada
faixa de passagem na malha de corrente (17kHz).
Fig. 11.8 – Ganho e fase de TF(jω) para conversor SEPIC (situação 7 da Tabela 11.IV)
a)controle convencional; b)com filtro passa-baixas na malha de corrente (fPB = 1,85kHz)
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11.7 Revisão do circuito de controle de PFP com controle por corrente média
G ri (s )
d (θ) = (R 7 i M (θ) − R S i g (θ)) (11.15)
U OSC
u g (θ)
i M (θ) = uc (11.16)
k
onde
k = (R 6a + R 6 b )U 2RMS (11.17)
Note que o sinal URMS na Fig. 11.9, que representa uma entrada antecipativa
(“feedforward”), é constante durante um período da rede e pode ser considerado constante nas
freqüências nas quais tem-se interesse nesse trabalho.
Em regime permanente, a corrente média de entrada (a cada ciclo de comutação) é
igual à sua referência:
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G ri (s ) ⎛ I (θ) ⎞
d̂ = ⎜RS g û g − R S î g ⎟ (11.20)
U OSC ⎜⎝ U g (θ) ⎟
⎠
RS
K i (s ) = − G ri (s ) (11.21)
U OSC
I g (θ) Ig
K u (s ) = − K i (s ) = − K i (s ) = −G IC K i (s ) (11.22)
U g (θ) Ug
u g (θ)u c
i M (θ) =
1
(11.23)
k 1 + sτ PB
R 6a R 6 b
onde τ PB = C b (11.24)
R 6a + R 6 b
[11.1] - IEC 1000-3-2: 1995 “Electromagnetic Compatibility. Part 3: Limits - Sect. 2: Limits
for harmonic current emission (equipment input current ≤ 16A per phase)”.
[11.2] -Zhou, M. Jovanovic, "Design Trade-offs in Continuous Current-mode Controlled
Boost Power-Factor Correction Circuits'," HFPC Conf. proc., 1992, pp. 209-220.
[11.3] - C. Silva, "Power Factor Correction with the UC3854," Application Note, Unitrode
Integrated Circuit.
[11.4] - E. X. Yang, Y. M. Jaing, G. C. Hua and F. C. Lee, "Isolated Boost Circuit for Power
Factor Correction", VPEC Seminar proc., 1992, pp. 97-104.
[11.5] - N. Fröhleke, R. Mende, H. Grotstollen, B. Margaritis, L. Vollmer, "Isolated Boost
Fullbridge Topology Suitable for high Power and Power Factor Correction",
IECON'95 Conf. Proc., 1995, pp. 405-409.
[11.6] - L. Balogh, R. Redl, "Power-Factor Correction with Interleaved Boost Converters in
Continuous Inductor-Current Mode," APEC Conf. Proc., 1993, pp. 168-174.
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Pré-Reguladores de Fator de Potência J. A. Pomilio
[11.7] - C. Zhou, R. B. Ridley and F. C. Lee, "Design and Analysis of a Hysteretic Boost
Power Factor Correction Circuit," PESC Conf. Proc., 1990, pp. 800-807.
[11.8] - C. A. Canesin, I. Barbi, "A Unity Power Factor Multiple Isolated Outputs Switching
Mode Power Supply Using a Single Switch," APEC Conf. Proc., 1991, pp. 430-436.
[11.9] -J. Lo Cascio, M. Nalbant, "Active Power Factor Correction Using a Flyback
Topology," PCIM Conf. Proc., 1990, pp. 10-17.
[11.10] - J. A. Corrêa Pinto, A. A. Pereira, V. J. Farias, L. C. de Freitas and J. B. Vieira Jr.:
“A Power Factor Correction Preregulator ac-dc Interleaved Boost with Soft-
Commutation”. IEEE PESC Conf. Proc. , 1997, pp.121-125.
[11.11] - G. Spiazzi, P. Mattavelli, "Design Criteria for Power Factor Preregulators Based on
SEPIC and Cuk Converters in Continuous Conduction Mode," IAS Annual Meeting
Conf. Proc, 1994, pp.1084-1089.
[11.12] -D. S. L. Simonetti, J. Sebastian, F. S. dos Reis, J. Uceda, "Design Criteria for Sepic
and Cuk Converters as Power Factor Preregulators in Discontinuous Conduction
Mode," IECON Conf. Proc., 1992, pp. 283-288.
[11.13] -G. Spiazzi, L. Rossetto, "High-quality Rectifier based on Coupled-Inductor Sepic
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[11.14] - R. Redl, L. Balogh, N. O. Sokal, "A New Family of Single-Stage Isolated
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Proc., 1994, pp. 1137-1144.
[11.15] - A. F. de Souza, I. Barbi, ”A New ZVS-PWM Unity Power Factor Rectifier with
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[11.17] - Z. Lai, K. M. Smedley, Y. Ma, “Time Quantity One-Cycle Control for Power-Factor
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[11.18] - V. Vlatkovic, D. Borojevic, F. C. Lee, “Input Filter Design for Power Factor
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[11.19] - R. D. Middlebrook, “Input Filter Considerations in Design and Application of
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[11.20] - R. D. Middlebrook, “Design Techniques for Preventing Input-Filter Oscillations in
Switched-Mode Regulators,” Power Conversion Conf. Proc., May 4-6, 1978.
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[11.22] - R. Redl, A. S. Kislovsky, “Source Impedance and Current-Control Loop Interaction
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[11.23] - V. Volperian, “Simplified Analysis of PWM Converters Using the Model of PWM
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1990, pp.490-505.
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