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LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS................................ 11
CORRESPONDÊNCIA OFICIAL........................................................................................................... 40
RACIOCÍNIO LÓGICO.........................................................................................................77
ESTRUTURAS LÓGICAS E LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS,
DEDUÇÕES E CONCLUSÕES............................................................................................................... 77
DIAGRAMAS LÓGICOS......................................................................................................................................77
TABELAS VERDADE...........................................................................................................................................85
EQUIVALÊNCIAS................................................................................................................................................86
LEIS DE MORGAN..............................................................................................................................................89
CONCEITO .......................................................................................................................................................137
CLASSIFICAÇÕES............................................................................................................................................138
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS..........................................................................................................139
DIREITOS SOCIAIS...........................................................................................................................................157
NACIONALIDADE.............................................................................................................................................163
DIREITOS POLÍTICOS......................................................................................................................................165
PARTIDOS POLÍTICOS.....................................................................................................................................168
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA...............................................................................171
UNIÃO...............................................................................................................................................................172
ESTADOS..........................................................................................................................................................173
DISTRITO FEDERAL.........................................................................................................................................175
MUNICÍPIOS ....................................................................................................................................................175
TERRITÓRIOS...................................................................................................................................................175
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............................................................................................................176
DISPOSIÇÕES GERAIS.....................................................................................................................................176
SERVIDORES PÚBLICOS.................................................................................................................................185
PODER LEGISLATIVO........................................................................................................................188
CONGRESSO NACIONAL.................................................................................................................................188
DEPUTADOS E SENADORES...........................................................................................................................191
PODER EXECUTIVO...........................................................................................................................192
PODER JUDICIÁRIO..........................................................................................................................196
DISPOSIÇÕES GERAIS.....................................................................................................................................196
MINISTÉRIO PÚBLICO.....................................................................................................................................203
ADVOCACIA ....................................................................................................................................................203
DEFENSORIA PÚBLICA....................................................................................................................................204
DA SEGURANÇA PÚBLICA...............................................................................................................205
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA........................................................................................206
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................................................................217
DA SEGURANÇA PÚBLICA..............................................................................................................................223
DIREITO PROCESSUAL PENAL.................................................................................. 229
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS.............................................................................................................229
INQUÉRITO POLICIAL.......................................................................................................................231
AÇÃO PENAL.....................................................................................................................................242
DA PRISÃO EM FLAGRANTE...........................................................................................................................252
DA PRISÃO PREVENTIVA................................................................................................................................254
DO CONDENADO E DO INTERNADO...............................................................................................................264
DO PROCEDIMENTO JUDICIAL.......................................................................................................................284
DIREITO PROCESSUAL
insignificante para aquela ação, tendo em vista que a
previsão diz respeito a um ato que deve ser praticado
no começo do procedimento; já em sentido contrário,
PENAL será aplicada desde logo às ações que estejam por pas-
sar por aquela fase, mesmo que seja referente a fato
anterior a sua vigência.
Veja que a lei processual penal pode ser aplicada
para regular procedimentos relativos a fatos que acon-
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO teceram antes da sua vigência. Já a lei penal, em regra,
TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS aplicar-se-á a fatos que ocorrem após a sua vigência.
PESSOAS Atente-se ao art. 3º, que geralmente é cobrado em
sua literalidade. As questões que o envolvem costu-
O Código de Processo Penal inicia-se dispondo mam confundir muitos candidatos por trocarem o ter-
quanto à aplicação da norma processual penal (tanto mo “aplicação analógica” por “analogia”. O primeiro
em relação ao tempo, quanto ao espaço e às pessoas). termo diferencia-se do primeiro, já que diz respeito a
Os dispositivos iniciais foram embasados em alguns uma forma de interpretação, e o segundo diz respeito
princípios. Vejamos: ao preenchimento de lacunas (ausência de normas).
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o terri- Art. 3º A lei processual penal admitirá interpreta-
tório brasileiro, por este Código, ressalvados: ção extensiva e aplicação analógica, bem como o
I - os tratados, as convenções e regras de direito suplemento dos princípios gerais de direito.
internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CÓDIGO DE
da República, dos ministros de Estado, nos crimes PROCESSO PENAL
conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes As normas se dividem em regras e princípios. As
de responsabilidade; regras podem ou não serem cumpridas, conforme a
III - os processos da competência da Justiça Militar; técnica do tudo ou nada, já os princípios podem ser
IV - os processos da competência do tribunal ponderados, sem que haja a exclusão de um princípio
especial
para prevalecer o outro, ocorrendo uma mera flexi-
V - os processos por crimes de imprensa.
bilização, para que ocorra o encaixe perfeito no caso
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Códi-
go aos processos referidos nos nºs. IV e V, quando
concreto. Por exemplo, nas decisões dos tribunais,
as leis especiais que os regulam não dispuserem de muitas vezes temos a disputa liberdade de expres-
modo diverso. são x privacidade, e os julgadores tentam conciliar
entre ambos os princípios.
Logo no primeiro dispositivo do código, observa- Os princípios são mais abstratos do que as regras,
mos o princípio da territorialidade, visto que o caput e, muitas vezes, as embasam. Por exemplo, o princí-
do diploma legal prevê sua aplicação em todo terri- pio da dignidade da pessoa humana inspirou várias
tório brasileiro. Contudo, tal princípio é aplicado de regras protetivas de direitos do preso (direito a saúde,
forma relativa ou – em termo mais usual pela doutri- trabalho, estudo).
na – de forma mitigada. A Constituição Federal de 1988 se preocupou com
A mitigação do princípio da territorialidade estam- as garantias processuais penais em diversos dispo-
pado no caput do art. 1º se dá justamente em face da sitivos, instituindo um amplo rol de princípios cons-
previsão da ressalva e a enumeração de suas hipóte- titucionais protetivos do processo penal, como, por
ses em seus incisos. exemplo, a presunção de inocência, que é um princípio
basilar extraído diretamente do texto constitucional.
O Código de Processo Penal, inspirado nas garantias
Dica
constitucionais, forma um complexo de regras e prin-
DIREITO PROCESSUAL PENAL
A Lei de Imprensa que trataria sobre hipóteses cípios que conduzem a marcha processual.
elencada no inciso V não foi recepcionada pelo Entenda os princípios processuais mais importantes:
STF.
z Presunção de Inocência: consiste no direito de
Já o art. 2º nos traz o princípio da imediatividade, não ser declarado culpado, senão após o devido
ou tempus regit actum, que diz respeito à aplicação processo legal. A consequência deste princípio é
imediata desde a entrada em vigência da norma que a parte acusadora fica com o ônus de demons-
processual. Cabe destacar que é indispensável o iso- trar a culpabilidade do acusado. Ex.: para a impo-
lamento dos atos processuais para que seja possível sição de uma sentença condenatória, é necessário
tal disposição, sendo que, assim, distingue-se cada ato provar, eliminando qualquer dúvida razoável (in
que já foi efetivamente praticado. dubio pro reo).
Art. 3º-A O processo penal terá estrutura acusató- Não se sabe exatamente quando surgiu um pro-
ria, vedadas a iniciativa do juiz na fase de inves- cedimento que, de alguma forma, visava apurar as
tigação e a substituição da atuação probatória do infrações penais; no entanto, os primeiros relatos
órgão de acusação. que se tem dando conta de uma forma organizada
de investigação remontam à época da Roma Antiga.
A nova legislação, após dispor que o processo É de lá que se origina o termo inquérito, que vem da
penal terá estrutura acusatória, veda a iniciativa do expressão em latim in + quaerere e quer dizer buscar
juiz na fase de investigação e a substituição da atua- alguma coisa em uma determinada direção, procu-
ção probatória do órgão de acusação. Ademais, passa rar, perguntar.
a prever a figura do juiz das garantias, que fica res- Muito embora tenham existido outras normas
anteriores que estabeleceram procedimentos destina-
ponsável pelo controle da investigação criminal e pela
dos a apurar a autoria e a materialidade de um crime,
proteção dos direitos fundamentais. no Brasil, o primeiro diploma legal a trazer expressa-
Vale lembrar que no sistema acusatório, a figura mente o termo e a definição de inquérito policial, com
de acusação e a de julgamento são completamen- esse nome, foi o Decreto nº 4.824, de 22 de novembro
te distintas e separadas. Assim, o Art. 3º-A trouxe a de 1871, que regulamentou a Lei nº 2.033, de 20 de
seguinte redação: setembro de 1871:
Art. 3º-A O processo penal terá estrutura acusató- Art. 42 (Decreto nº 4.824, de 1871) O inquérito
ria, vedadas a iniciativa do juiz na fase de inves- policial consiste em todas as diligencias necessá-
tigação e a substituição da atuação probatória do rias para o descobrimento dos factos criminosos,
órgão de acusação. de suas circunstancias e dos seus autores e cômpli-
ces; e deve ser reduzido a instrumento escrito [...].
Anteriormente, não tinha um dispositivo expresso
que tratava do sistema acusatório, a doutrina e a juris- Com a publicação do atual Código de Processo Penal,
DIREITO PROCESSUAL PENAL
prudência foi quem construiu tal conceito, a partir da em 3 de outubro de 1941, o inquérito policial consoli-
interpretação do ordenamento processual penal. dou-se como o procedimento administrativo adequado
A partir da nova lei, o juiz das garantias foi coloca- para realizar a apuração da autoria e materialidade
do como o responsável pelo controle da legalidade da das infrações penais, sendo realizado pela Polícia Judi-
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos ciária, sob a presidência do Delegado de Polícia (de
individuais. acordo com o § 4º, art. 144, da Constituição Federal).