A Inovação Disruptiva - Do Cenário Aos Fatos Contemporâneos Vol 1

A Inovação Disruptiva: Do cenário aos fatos contemporâneos
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada
ou reproduzida sem a expressa autorização dos organizadores e autores.
Divulgação gratuita. Venda proibida.
A Inovação Disruptiva: do cenário aos fatos contemporâneos
Organizadores
Carlos Gustavo Lopes da Silva, Geisse Martins e Poliana Pionório.
Autores
Cristina Laranjeira, Deivid Cruz Moscardini Martins, Eslymar Martins Silva, Filipe
Mesquita Botrel, José Israel Sánchez Robles, Kellson Holanda Leal de Freitas,
Nilton José Coelho Neto, Poliana Rodrigues Pionório Freire Assis, Sylvana Lima
Teixeira, Tiago Felix dos Santos Porfirio, William Pacheco Machado.
Diagramação
Pedro Victor da Silva Sales
Capa
Geisse Martins
Revisão e Formatação
Ilda Cristina de Borba Zakovicz
Ilustrações
Os autores
Editora
Letra e Forma. CNPJ 36.247.686/0001-67.
Contato: (41) 999148163. E-mail: letraeforma.editora@gmail.com
A editora não se responsabiliza pelos dados e informações dos artigos deste

livro.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Mensagem dos
Organizadores
O mundo não é mais o mesmo desde a pandemia da Covid-19, a

partir de
aaaaaaaaaaaa
16 de março de 2020. De lá até aqui, o amplo debate sobre o
caminhar da humanidade através da tecnologia vem crescendo em larga
escala: seja nas universidades; empresas; na indústria; no poder público;
na forma de consumir produtos e fornecer serviços; bem como a
adaptabilidade desses agentes de transformação aos contextos mais
diversos.
Nesse tocante, a tecnologia é aliada do ser humano e a mola

mestraaaaaaaaa
da inovação. Vimos ano após ano, uma avalanche de
modernidades se fazer presente no cotidiano de todos e desafiando o
status quo principalmente para entender o papel social que deve ser
apropriado por esses agentes.
Dessa forma, o presente livro nasceu das discussões desenvolvidas

nas disciplinas
aaaaaaaaados cursos de mestrado da Must University e das
experiências práticas dos autores - mestres e mestrandos, perfazendo o
contra ponto da teoria e prática.
Isto posto, motivados pelo desejo de trazer uma contribuição à

sociedade
aaaaaaaaa
do conhecimento, aos pesquisadores do tema inovação e
empreendedores em geral, sobretudo neste período ímpar que
atravessamos, trazemos a temática para esta obra: Inovação Disruptiva:
Do Cenário aos Fatos Contemporâneos.
Com base nas contribuições dos autores escolhidos para compor

este livro,
aaaaaaaaa
formado principalmente por experts do meio corporativo,
tivemos como intento expandir e instigar construções e ponderações
sobre à Inovação e Gestão em 11 temas que desaguam nos reflexos do
cenário atual.
Por meio de amplo diálogo e uma troca de experiências, articuladas

pelos aaaaaaaaa
organizadores, a obra Inovação Disruptiva é um manifesto a
urgência de reinterpretar as práticas e os conceitos da moderna gestão
frente ao cenário de variáveis incontroláveis que o ecossistema de
empreendedorismo no mundo está imerso.
Como organizadores, esperamos contribuir para uma gestão mais

resiliente,
aaaaaaaaaaaa
tendo em vista nosso papel como gestores do conhecimento.
É fundamental ressaltar que esta obra não seria possível sem o

apoio de
aaaaaaaa
Must University e do seu compromisso em produzir ciência. Todo
nosso carinho e reconhecimento.
A você que nos dá a honra de estar aqui: aproveite a jornada e

ótima leitura!
aaaaaaaaa
Prof. Carlos Gustavo Lopes da Silva

Prof. Geisse Martins
Admª Poliana Pionório
Autores
Cristina Laranjeira
http://lattes.cnpq.br/5839256563554880
Dedicatória
A todos os líderes responsáveis por inspirar e engajar seus

colaboradores
aaaaaaaaaaaa
a novos desafios e a mudanças disruptivas em prol de
negócios sólidos e perenes.
Agradecimentos
A Must University e aos professores Carlos Gustavo e Poliana Freire,

pela grandiosa
aaaaaaaaaaaa
oportunidade de participar desse projeto inovador.
À minha amada mãe Elena e aos meus queridos irmãos Rafael,

Marcelo
aaaaaaaa
e Denizar, por me incentivarem a topar novas empreitadas como
essa e estarem sempre ao meu lado nos momentos bons e desafiadores,
me apoiando com muito amor e carinho.
Aos meus gestores e mentores, Edilson Wiggers, Carlos Eduardo

Castrassani,
aaaaaaa
Vinicius de Carvalho e Rafael O. dos Santos, pelas aulas
práticas de integridade e de liderança que alimentam a minha
autoconfiança, persistência e capacidade de superar desafios, ao mesmo
tempo, que alicerçam o meu desenvolvimento contínuo como líder.
Ao gerente Anderson V. de Sousa, que pela sua forma criteriosa e

cuidadosa
aaaaaaa
de escrever, me inspirou a aprimorar a minha comunicação
escrita, resultando na produção de conteúdos acadêmicos de qualidade.
Ainda, ao líder Vinicius de Carvalho, por seu perfil disruptivo, ter me

aaaaaaaa
apresentado outros caminhos de gestão voltados, principalmente, a

avaliar os riscos estratégicos do negócio e, por me conceder, a partir de
2023, a oportunidade de trabalhar em outro time, para vivenciar novos
desafios que certamente irão contribuir para o meu crescimento
profissional.
Deivid Cruz Moscardini

Martins
Dedicatória
Dedico este trabalho à minha avó Diná (in memoriam), que sempre
acreditou
aaaaaaaaaaaa
e apostou em mim e a quem devo esta conquista e, a minha
esposa Silvane, que compartilho a vida e os sonhos.
Agradecimentos
Agradeço este livro a todos os professores e profissionais que

compartilharam
aaaaaaaaaaaa
sua sabedoria, desafiando-me a ser uma pessoa e
profissional melhor.
Eslymar Martins Silva

https://lattes.cnpq.br/3747727853257065
Dedicatória
Dedico este livro a Deus, o maior orientador da minha vida. Ele

nunca aaaaaaaaaaaa
me abandonou nos momentos de necessidade. Dedico também a
Must University, seu corpo docente, direção e administração, que
oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado
pela acendrada confiança no mérito e ética desta relação. E por fim, mas
não menos importante, dedico aos meus queridos alunos, pois ao
escrever cada palavra, cada assunto aqui tratado, a principal preocupação
é de me fazer claro e pragmático, para que o conteúdo alcance o maior
número de pessoas e democratize o conhecimento, como deve ser.
Agradecimentos
Foi graças a todo incentivo que recebi durante o ano de 2022, que
hoje posso
aaaaaaaaaaaa
celebrar este marco na minha carreira: outra vez mais, compor
um livro. Um agradecimento a todos envolvidos!
Filipe Mesquita Botrel

Dedicatória
À minha querida família, que tanto admiro, dedico o resultado do

esforçoaaaaaaaaaaaa
realizado ao longo deste percurso.
Agradecimentos
A toda equipe da Must University, em especial aos professores do

curso aaaaaaaaaaaa
de Master of Science in Business Administration, pela excelência
profissional.
José Israel Sánchez Robles

Dedicatória
A todos que buscam a superação no aprendizado.
Agradecimentos
Agradeço aos meus professores, os da sala de aula e os de fora

dela. aaaaaaaaaaaa
Kellson Holanda Leal de Freitas

Dedicatória
Dedico este trabalho ao meu companheiro, Filipe, que está ao meu

lado emaaaaaaaaaaaa
todas as horas, sempre me motivando e me incentivando a
buscar conhecimento. Só por meio da educação é possível mudar a nossa
realidade.
Agradecimentos
Agradeço a Deus e a Must University, pelo aprendizado adquirido

durante
aaaaaaaaaaaa
o curso, com especial atenção ao Professor Carlos Gustavo, pela
oportunidade de fazer parte desse seleto grupo.
Nilton José Coelho Neto

Dedicatória
Dedico este livro a minha esposa, Elaine, e minha filha, Leda, por
todos os
aaaaaaaaaaaa
anos de apoio e estímulo que permite continuar o meu processo
de aprendizado contínuo.
Agradecimentos
Agradeço a todos os mestres que passaram por minha vida,

permitindo-me
aaaaaaaaaaaa
chegar neste momento, com os conhecimentos
necessários para participar deste livro.
Aos Professores Carlos Gustavo, Geisse Martins e Poliana Pionório,

por, através
aaaaaaa
do estímulo e apoio necessário, permitindo-me a participar
desta obra.
Agradeço, em especial, meu corpo que, mesmo diante de tantas

noites aaaaaaa
mal dormidas, permitiu-me chegar a este momento saudável e feliz.
Poliana Rodrigues Pionório

Freire Assis
Dedicatória
À minha família, por ser meu alicerce. Aos meus pais, Abdias e Maria
(in memorian),
aaaaaaaaaaaa
pelo exemplo que decidi seguir.
Agradecimentos
Agradeço ao meu professor Rodrigo Lopes, hoje Deputado Estadual

eleito por
aaaaaaaaaaaa
MG (2023-2027), por ter me mostrado que é possível, sim, fazer
uma gestão pública inovadora, por ter permitido realizar este estudo em
Andradas. Aos colegas de jornada da Must University e suas dirigentes
Giuli Carbonari e Alexandra Mastella. Aos professores Carlos Gustavo e
Geisse Martins, pela confiança na realização de mais uma obra.
Sylvana Lima Teixeira

Dedicatória
Dedico esta obra a todos que contribuíram direta ou indiretamente

para concretização
aaaaaaaaaaaa deste sonho, aos meus familiares e à minha Disney CM
– Centro de Mediadores.
Agradecimentos
Gratidão aos coordenadores desta obra pelo convite, uma equipe

composta
aaaaaaaaaaaa
pela inspiradora Poliana e pelos professores Carlos e Geisse,
todos dispostos a acreditar no nosso potencial, aos meus mentores
Raulpedro e Marcelo pelo apoio incondicional e pela permissão de ser
uma voz sincera.
Tiago Felix dos Santos Porfirio

Dedicatória
Dedico esta obra a toda minha família e amigos que viabilizaram

este sonho.
aaaaaaaaaaaa
Agradecimentos
Agradeço a Deus, a Must University, a organização desta obra e

também
aaaaaaaaaaaa
meus colegas autores.
William Pacheco Machado

Dedicatória
Dedico este trabalho à minha família, em especial a minha esposa

Biancaaaaaaaaaaaaa
Machado, pelo infinito apoio e compreensão que sempre
demonstrou ao longo dos anos. Aos meus filhos, que têm me alegrado
tanto em bons dias quanto nos mais difíceis. Aos familiares e amigos que
me acompanharam ao longo desta jornada e sem perceberem,
contribuíram para a pessoa que sou. Obrigado!!!
Agradecimentos
Em primeiro lugar, a Deus por me dar o dom da vida, pelas

oportunidades
aaaaaaaaaaaa
e por mais uma conquista.
Aos meus amigos que me impulsionaram a escrever: Professor

Carlos aaaaaaa
Gustavo, Prof. Geisse Martins e a administradora Poliana Pionório.
Apresentação
Sinto-me honrado por apresentar este livro de alta qualidade

científica,
aaaaaaaaaaaa
aumentando minha responsabilidade. Esta obra é o volume 1 de
uma série de dois livros, que abordam várias nuances sobre a Inovação
Disruptiva, consistindo no movimento do mundo corporativo e
tecnológico, que visa conceber um novo produto ou serviço, alterando
significativamente as tecnologias existentes, transformando a indústria em
vários aspectos, sejam no âmbito da gestão de pessoas como nos
processos e produtos entregues à sociedade.
Este livro foi organizado com artigos científicos dos alunos de

Mestrado
aaaaaaaaaaaaa
dos cursos da Área de Business da MUST University, o que me
enche de orgulho e emoção, pois a cada capítulo temos uma riqueza de
conhecimentos que esses profissionais estão compartilhando, impactando
diretamente o ambiente profissional e a sociedade, apresentando as
bases da Inovação Disruptiva.
Além de mim, que faço parte do corpo docente e coordenação na

MUST aaaaaaaaa
University, temos como organizadores, a Empreendedora e
Mestranda em Business Administration Poliana Pionorio e o ex-aluno Geisse
Martins, hoje atuante como docente na MUST University e, também, um
palestrante e empreendedor de sucesso.
Gostaria de expressar gratidão ao Prof. PhD Marcos Crivelaro,

grandeaaaaaaaaa
autor brasileiro de livros universitários, que abre nosso livro com
um prefácio impactante e disruptivo, nos apresentando as bases da
transformação digital para impulsionar o crescimento e competitividade
das empresas.
Essa coletânea de artigos é resultado das pesquisas realizadas

pelos mestrandos
aaaaaaaa da área de business e foi organizada em três grandes
áreas, em que a Inovação Disruptiva tem realizado mudanças na indústria
e na sociedade nos últimos anos: nos aspectos que englobam a gestão de
pessoas; nos aspectos que reúnem a gestão do conhecimento,
informações e dados; e, nos aspectos da gestão da inovação em si.
No campo da Gestão de Pessoas e da Inovação Disruptiva, temos

os capítulos
aaaaaaaa
um , dois, três e quatro, nos quais o leitor poderá navegar
para compreender sobre o novo profissional digital e virtual, as questões
aaaaaaaaa
que envolvem as soft skills nesse contexto, bem como será apresentado
um programa de formação em inteligência emocional, crucial para as
mudanças que surgem no horizonte.
Na área de Gestão do Conhecimento, Informação e Dados, temos

os capítulos
aaaaaaaaaaaa
cinco, seis e sete, que possibilita compreender sobre o
gerenciamento de informação e vantagem competitiva, para analisar como
os dados se tornaram o insumo corporativo principal das organizações
frente a inovação e ainda, vamos conhecer como o BI (Business Intelligence)
e o ERP (Enterprise Resource Planning) contribuem para governança digital,
com apoio da tecnologia Blockchain.
Para encerrar, os capítulos oito, nove, dez e onze, que englobam os

aspectos
aaaaaaaaaaaaa
que envolvem a gestão da inovação, nos apresentando os Smart
Contracts do Blockchain, a questão da inovação como vantagem
competitiva para perenidade dos negócios e ainda, o uso da inovação
como propulsora das tomadas de decisões nas organizações e por fim,
uma análise dos impactos da Indústria 4.0, com a disruptura do mercado
de trabalho na engenharia de produção.
Sendo assim, é um livro de leitura obrigatória a todo profissional e

gestor aaaaaaaaa
do século XXI, para que possam compreender os cenários que
envolvem a inovação disruptiva por meio de fatos contemporâneos, que
têm moldado a cultura empresarial nas últimas décadas.
Prof. Carlos Gustavo Lopes da Silva

Prefácio
A tecnologia é a linguagem universal da inovação. Gerenciar uma

empresa aaaaaaaaaaaa
com ela é como uma sinfonia, com cada nota afinada para criar
uma melodia harmoniosa e vencedora. Em um mundo cada vez mais
conectado, a tecnologia não é mais uma opção, mas uma necessidade,
uma extensão de nossos corpos e mentes. Os conflitos do "novo homem
virtual" podem surgir devido às mudanças nas relações humanas
causadas pelo uso crescente da tecnologia. Alguns exemplos incluem:
isolamento social; falta de habilidades sociais; mudanças na privacidade;
dependência tecnológica e mudanças na comunicação. Esses conflitos
podem ser mitigados através da educação e conscientização sobre os
riscos e os benefícios da tecnologia, bem como através do
estabelecimento de limites saudáveis para o uso da tecnologia.
A transformação digital é um processo que envolve a

implementação
aaaaaaaaaaaaa
de novas tecnologias e métodos de trabalho para
melhorar a eficiência e competitividade de uma empresa. A mentalidade
inovadora e flexível dos líderes é essencial para guiar esses processos e
inspirar os colaboradores a se adaptarem à era digital. As habilidades
interpessoais, conhecidas como soft skills, são cada vez mais valorizadas na
gestão de pessoas, pois são fundamentais para a inovação e o sucesso
dos negócios. Líderes que possuem boas habilidades interpessoais, como
empatia, comunicação eficaz e capacidade de liderança, são capazes de
criar um ambiente de trabalho positivo e inovador. A comunicação e a
interação regulares são fundamentais para compreender os sentimentos
dos subordinados. Isso inclui a criação de um ambiente seguro para que
os funcionários possam expressar suas opiniões e sentimentos, sem
medo de represálias. Os líderes também devem estar abertos a críticas
construtivas e ser capazes de lidar com elas de maneira positiva,
aprendendo com os erros e encontrando soluções. Isso contribui para o
desenvolvimento e o crescimento tanto do líder, quanto do time.
No mundo dos negócios de hoje, os termos inovação disruptiva,

inteligência
aaaaaaaaa
artificial, aprendizado de máquina, linguagens de
programação, análise de dados, computação em nuvem, inteligência de
negócios, gerenciamento de conhecimento e governança de dados são
frequentemente usados. Essas tecnologias estão revolucionando a forma
como as empresas trabalham e interagem com seus clientes. No entanto,
para maximizar o potencial dessas ferramentas, é importante entender
aaaaaaaaa
não apenas como usá-las, mas como integrá-las estrategicamente à sua

organização.
A inovação disruptiva ocorre quando uma nova tecnologia ou

negócioaaaaaaaaaaaa
surge e pode substituir completamente um produto ou serviço
existente. A Inteligência Artificial (IA) é um exemplo de uma tecnologia
disruptiva que está mudando a maneira como as empresas trabalham.
Para aproveitar ao máximo a integração da inovação disruptiva e da IA, as
empresas devem estar abertas para experimentar e implementar novas
tecnologias. Isso inclui investir em pesquisa e desenvolvimento para
entender como a IA pode ser usada para melhorar produtos e serviços,
além de descobrir novas oportunidades de negócios. Além disso, as
empresas devem estar dispostas a mudar suas estruturas e processos
internos para aproveitar ao máximo a tecnologia. Outra forma de
aproveitar a integração de inovação disruptiva e IA, é ingressar na
comunidade de IA e aprender com outras empresas e especialistas no
assunto. Isso pode incluir participar de conferências e eventos, participar
de grupos focais e participar de projetos de pesquisa. A IA pode tornar o
mundo do trabalho mais justo e equitativo, eliminando o preconceito
humano e tomando decisões com base em dados em vez de
preconceitos. Isso garante que as oportunidades sejam distribuídas de
forma justa e equitativa, independentemente de raça, gênero, orientação
sexual etc. É importante lembrar que a IA não é uma solução mágica e sua
utilidade só será alcançada se for utilizada de forma estratégica e alinhada
com a sociedade e, objetivos da empresa.
Os administradores devem estar cientes de que o aprendizado de

máquinaaaaaaaaaaaaaa
(machine learning) é uma técnica de aprendizado de máquina que
permite que os computadores aprendam sem serem explicitamente
programados. Entender e utilizar machine learning exige que os
administradores tenham conhecimentos básicos de linguagens de
programação como Python e R, que são as mais utilizadas para esse tipo
de trabalho. Além disso, é importante entender conceitos básicos de
estatística e matemática e ter habilidades de análise de dados para
interpretar os resultados produzidos por algoritmos de aprendizado de
máquina. Além disso, os administradores são incentivados a ter
conhecimento de bibliotecas e estruturas de aprendizado de máquina,
como TensorFlow, Scikit-learn etc., para auxiliar na construção e
aaaaaaaaaaaaa
implementação de modelos.
Business Intelligence (BI) é uma estratégia e um conjunto de

ferramentas
aaaaaaaaaaaa
para coletar, armazenar, acessar e analisar dados de
negócios para tomar decisões informadas. Os gerentes devem estar
cientes das ferramentas e técnicas de BI disponíveis, como mineração de
dados, análise estatística e visualização de dados, para encontrar
tendências, padrões e insights valiosos em seus negócios. Você também
deve saber como integrar essas ferramentas com outras tecnologias,
como computação em nuvem, para obter o melhor desempenho. A
computação em nuvem é uma tecnologia que permite acessar e
armazenar dados e aplicativos em servidores remotos por meio de uma
conexão com a Internet. Isso aumenta a flexibilidade e a escalabilidade e
reduz os custos de manutenção e os investimentos em hardware. Para
integrar a gestão do conhecimento e a governança de dados, é importante
que os administradores entendam os requisitos e objetivos de cada área.
A gestão do conhecimento é responsável por identificar, coletar,

armazenar
aaaaaaaaaaaaa
e disseminar as informações relacionadas à empresa,
enquanto a governança de dados é responsável por estabelecer regras e
procedimentos para gerenciar, usar e proteger os dados. Devem ser
identificadas as fontes de conhecimento e dados importantes para a
empresa e estabelecidos os processos de aquisição, armazenamento e
disseminação dessas informações. Políticas e procedimentos também
devem ser estabelecidos para garantir a qualidade e segurança dos dados
e garantir que as informações sejam acessíveis e utilizáveis pelos
funcionários. Além disso, é importante considerar o uso de ferramentas
técnicas como inteligência de negócios (BI) e sistemas de gerenciamento
de conhecimento (KMS) para automatizar e facilitar esses processos.
O mundo está se digitalizando rapidamente e os profissionais

devemaaaaaaaaa
se adaptar para se manterem competitivos. Este livro fornece uma
estrutura para se tornar um profissional digital. Aprenda as habilidades e
competências necessárias para aproveitar as oportunidades da era digital,
incluindo alfabetização tecnológica, pensamento crítico, colaboração e
capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças. Além disso, o livro
traz estratégias e técnicas para desenvolver essas habilidades e
competências e exemplos de como elas podem ser aplicadas no mundo
aaaaaaaaaa
real Acompanhe nossa experiência e descubra como a transformação

digital pode impulsionar o crescimento e a competitividade da sua
empresa. Se você está se preparando para a era digital e deseja se
destacar em sua carreira, este livro é uma leitura obrigatória.
PhD Marcos Crivelaro¹
[1] Nota do autor

Curiosidade: esse texto foi criado com a mente humana de Marcos Crivelaro que dialogou com as mentes
robóticas de Inteligência Artificial ChatGPT (https://chat.openai.com/chat) e PARAPHASER
(https://www.paraphraser.io/br/parafrasear).
Comentário: a qualidade desse prefácio não é demonstrada simplesmente clicando em ENTER dentro de
um aplicativo de Inteligência Artificial. O prefácio surge, na verdade com a mente humana, com a escolha
das palavras-chave adequadas, a definição do texto base que envolve os principais conteúdos
apresentados nos capítulos do livro e a melhor formatação gramatical que ofereça um texto sumarizado.
Partes do texto são apresentados para as Inteligências Artificiais buscando algum insight, obtenção da
sugestão de uma nova versão reescrita e avaliação gramática e de plágio. Mas, atenção! A resposta da
Inteligência Artificial nem sempre é relevante. A dica é, compare o texto original submetido e o recebido. A
decisão final é da mente humana! Contatos: crivelaro@uol.com.br; https://www.linkedin.com/in/marcos-
crivelaro-phd-51655520/
SUMÁRIO
36
01. Framework do Profissional
44
02. O novo humano virtual: A
Digital realidade por trás do tecnológico
60
03. Soft Skills e a inovação
76
04. Desenvolvimento de programa
contemporânea na gestão de de formação em inteligência
pessoas: O desequilíbrio emocional
emocional dos líderes pode
adoecer a equipe?
94
05. As formas mais difundidas de
108
06. Dados são o novo insumo
gerenciamento da informação que corporativo: O ERP e o CRM na
entrega vantagem competitiva e gestão empresarial e seus reflexos
diferencia a empresa do seu no fomento à inovação
competidor
128 148
07. BI e ERP como base da 08. Smart Contracts: O uso de
construção de governança pública blockchain no universo
digital: Estudo de caso múltiplo da corporativo
cidade de Andrada - MG- BR
162 178
09. A inovação nas organizações: 10. O emprego da inovação como
Desenvolvimento de processos e propulsora do processo decisório
práticas para a vantagem dentro das organizações
competitiva e a perenidade dos
negócios
194
11. Os impactos da indústria 4.0
na engenharia de produção: A
disruptura do mercado de
trabalho
1
FRAMEWORK DO PROFISSIONAL DIGITAL
José Israel Sánchez Robles¹
[1] Formado em Medicina pela Universidade de

Guayaquil. Master em Gerontologia Social UEMC. MBA
em Gestão Empresarial FGV. Pós MBA em Inteligência
Empresarial FGV. MBA internacional em
Empreendedorismo e Inovação Mondragon
Unibertsitatea. Program for Management Development
IESE. Black Belt IESAE. Especialista em Moderna
Educação PUCRS. Discente do Curso de Mestrado em
Negócios Internacionais MUST University.
jisrael777@yahoo.com
1. Introdução
A internet tem sido o veículo e o local em que aconteceram as

maioresaaaaaaaaaaaa
mudanças nas últimas décadas. Segundo Hargrave et al. (2019),
nos últimos anos, cada vez mais pessoas no mundo têm acesso à internet,
ao redor de 60% no Brasil e chegando a mais de 90% em países altamente
desenvolvidos.
Atualmente, a Estônia é considerada um dos países mais

digitalizados
aaaaaaaaaa
do mundo, podendo praticamente resolver todas as
burocracias pela internet, incluindo abrir empresas e obter residência
eletrônica, construindo assim uma sociedade digital, transparente e
equilibrada, de acordo com Vassil (2015).
Segundo Zapata (2019), as sociedades modernas estão se

transformando
aaaaaaaaaa
em verdadeiros ecossistemas digitais onde bancos,
escolas, mercados e até órgãos do governo, têm seu ambiente reservado
para manter sua disponibilidade permanente se transformando em
verdadeiros espaços de soluções e serviços.
Os profissionais digitais nascem e crescem em esferas altamente

tecnológicas
aaaaaaaae são as pessoas que serão responsáveis por criar,
desenvolver, programar e manter os serviços relacionados à tecnologia,
inovação e solução de problemas do mais simples ao mais complexo.
Para desenvolver este artigo, foi utilizado o método de pesquisa

bibliográfica
aaaaaaaa
qualitativa e descritiva, inicializando com coleta de dados,
reunindo materiais, analisando-os e codificando as diversas informações
sobre a inserção do profissional digital em círculos inovadores e criativos,
visando assim, apresentar uma visão ampla, com base em diversos
materiais disponíveis na internet, artigos, livros, sites e demais fontes de
informações, pretendendo alcançar um maior entendimento sobre as
características do profissional digital, descrevendo também fatos
históricos que cooperaram para a sua definição e apontando os impactos
que este profissional tem na sociedade de informação.
38
2. O Papel do Profissional Digital
Um profissional digital pode ser definido como aquele que, dentro

do seuaaaaaaaaaaaa
conjunto de habilidades e conhecimentos, consegue trabalhar com
um ou mais aspectos da digitalização. Desde programadores e técnicos de
informática, até gerentes de marketing e estrategistas, os profissionais
digitais são essenciais para transformar países e organizações, tornando-
os mais digitalizados, rápidos e efetivos conforme Hargrave et al. (2019).
Todas as profissões têm sido influenciadas pelas tecnologias,

inclusive
aaaaaaaaaa
têm surgido novos campos em decorrência dos avanços
tecnológicos. A transformação digital começa no mindset dos líderes que,
com mentalidade inovadora e flexível, vão guiar processos e os
colaboradores na era digital.
Além da capacidade de adaptação e resiliência, o líder deve ser

assertivo
aaaaaaaaaa
na tomada de decisão, visando sempre melhores soluções para
as situações empresariais. O profissional digital deve fazer conexões
profundas entre os stakeholders e não somente se manter conectado
tecnicamente, pois no networking surgem caminhos alternativos de
soluções, valorizando cada insight que emerge no coletivo das suas
organizações, valorizando assim, o ambiente colaborativo e de
engajamento.
Os profissionais devem estar preparados para um mundo VICA

(volátil,aaaaaaaa
Instável, Complexo e Ambíguo) e para isso, devem usar
metodologias de gestão de processos ágeis em todos os níveis da
organização. Estas metodologias trabalham com ciclos curtos de feedback,
realizando pequenas tarefas todos os dias, socializando-as em
ferramentas coletivas para que todos os envolvidos tomem ciência dos
avanços e as necessidades de cada integrante, alinhando os pontos
críticos e os resultados em tempo real.
Segundo Machado (2017), a transformação é de processos,

ferramentas
aaaaaaaa
e conceitos guiados até pela modificação de VICA em FANI
(Frágil, Ansioso, Não Linear e Incompreensível) com componente mais
sentimental na volatilidade global.
39
O novo modelo do líder digital não precisa ter todo o

conhecimento,
aaaaaaaaaaaaa
mas precisa equilibrar seu time para que, com autogestão
e protagonismo somem forças e cheguem às metas estratégicas de cada
empresa.
A automatização e substituição de humanos por robôs, está

mudandoaaaaaaaaaa
os matizes da empregabilidade, em que serão mais importantes
as habilidades comportamentais chamadas de soft skills sobre as
habilidades técnicas que os robôs farão melhor, inclusive se questiona se
robôs deveriam também pagar impostos pela produção realizada, assim
como os humanos.
Uma pesquisa da McKinsey Digital, por Chui et al. (2016), revelou

que, devido
aaaaaaaaaa
à quarta Revolução Industrial, 60% de todas as ocupações
poderão ter pelo menos um terço de suas atividades automatizadas.
Outro dado, apontado em relatórios do Fórum Econômico Mundial,
informa que 65% das profissões do futuro não existem hoje, sendo assim,
o profissional do futuro precisará mais do que ser treinado para atividades
repetitivas. É necessário que o profissional do futuro tenha pensamento
crítico, reflexivo, flexível, criativo e inovador, que saiba negociar e tomar
decisões, inteligente emocionalmente com característica de liderança,
trabalho em equipe, saber fazer conexões e gestão de pessoas .
O profissional do futuro para ser bem sucedido deve aprender

"como aaaaaaaa
pensar" e não somente "o que pensar", pois o decorar nomes e
fórmulas não será mais necessário, uma vez que tudo estará na internet.
Sabendo que as habilidades técnicas mudarão rapidamente, o

profissional
aaaaaaaa
do futuro precisará também estudar sempre, é a chamada Life
Long Learning, (educação continuada), aumentando assim a complexidade
deste profissional, sabendo que é necessário sempre aprender a
aprender.
Paralelo a esta situação devemos também desenvolver consciência

social, aaaaaaa
que consiga sentir humanos, que nos diferencia dos robôs e
computadores que serão inevitavelmente mais inteligentes que nós.
O profissional do futuro vai criar sua própria profissão, pois no

aaaaaaaa
40
mundo cambiante as barreiras dos profissionais estão sendo tiradas,

gerando mistura dos campos de estudos e criando setores mais amplos
de pensamento, encontrando nos vértices da junção das profissões: o
pensamento criativo e inovador.
Um líder digital é aquele que aproveita a tecnologia a seu alcance,

entendeaaaaaaaaaa
que as mudanças são necessárias, impulsiona as inovações e o
pensamento fora da caixa, usa metodologias ágeis para gestão e
implantação de projetos e processos, toma decisões com base em
informações, transmite a cultura e entende que seu comportamento é o
catalisador das mudanças e da performance na instituição .
Segundo Amaral (2021), a elaboração de um novo mindset que

tenha ferramentas
aaaaaaaaaa digitais como instrumentos para comunicação , gestão ,
assinatura de documentos como o Slack, Zoom, Trello, Jira e Clicksign,
entre outros, fazem parte das profissões que já foram impactadas pela
onda da transformação do framework digital, criando-se verdadeiros
workspace, onde as equipes permanecem conectadas, criando e
acompanhando processos em tempo real, aumentando assim a
produtividade e conexão entre os membros do teamwork.
Os líderes digitais devem sempre manter presente a cultura da

organização
aaaaaaaa
entre seus liderados, tentando observar o desenvolvimento
de cada colaborador através de ferramentas e no acompanhamento
direto.
A transformação digital vai além da simples digitalização dos

conteúdos,
aaaaaaaa
pois precisa ter um novo e verdadeiro framework com metas e
objetivos alinhados sempre a missão, visão e valores da instituição.
Os processos neste novo marco dos profissionais digitais devem ser

focados
aaaaaaa
em informação e tecnologia e não somente em tecnologia, pois a
vantagem competitiva das instituições aparece quando as decisões são
tomadas baseadas na análise de dados recorrentes.
Uma das ferramentas para gestão de grandes empresas é a criação

do "playbook'',
aaaaaaaaem que se faz a padronização dos processos, a descrição
de cargos, cria-se um senso de identificação e pertencimento a empresa e
aaaaaaaaa
41
se alinham as rotinas com todo o time.
Segundo Ramos (2019), este “novo normal” tem mostrado os

extremosaaaaaaaaaa
da globalização, mas reafirmando que as empresas, ainda que
digitais, sempre serão uma comunidade de pessoas e processos que se
alinhados, permitirá maior possibilidade de sucesso empresarial. No
futuro do trabalho, os profissionais que têm atividades repetitivas poderão
ser automatizadas e serão criados novos cargos de trabalho.
O profissional líder deve entender que seu "gemba" se ampliou

muitasaaaaaaaaaa
vezes até a casa dos funcionários e que deve ter sensibilidade para
ajudar os colaboradores a achar soluções para as mudanças da
infraestrutura necessária, mudanças nos modelos de negócios e modelo
organizativo, reafirmando que a transformação digital deve ser além do
digital uma transformação de como nós utilizamos informações.
3. Considerações Finais
O "novo normal" abriu um leque de oportunidades para diversas

áreas da
aaaaaaaaaaaa
economia. O líder digital tem um novo marco, um framework ágil,
dependente de informações, com pensamento simples e inovador.
O líder do futuro é tecnológico, mas, também, é humano e sente,

usa fluxos
aaaaaaaaaa
definidos para padronizar e evitar desperdícios, é criativo para
pensar com um novo olhar prático e resolutivo.
O “novo normal” alargou possibilidades para que ecossistemas

digitaisaaaaaaaaaa
cresçam e lapidem o novo profissional do futuro, que já está
presente e atuante.
42
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plataformização e ecossistemas de software nas bases de dados
acadêmicas: aspectos conceituais. Pará: Instituto de Ciências Sociais
Aplicadas - UFPA. Disponível em: https://bityli.com/B7961
43
2
O NOVO HUMANO VIRTUAL: A REALIDADE
POR TRÁS DO TECNOLÓGICO
Sylvana Lima Teixeira²
[2] Advogada, professora, autora de artigos científicos

nacionais e internacionais e mediadora especialista em
MBA em Negociação, Mediação e Arbitragem pela
Faculdade Senac (DF) em parceria com o Instituto Latino
Americano de Analisisdel Conflito (Montevideu-Uruguai).
Mestre em Resolução de Conflitos e Mediação pela
Universidade de Leon (Espanha) e Mestre em
Administração pela Must University. E-mail:
sylvana.adv@gmail.com.
1. Introdução
Em um mundo em que as inovações e a tecnologia são veneradas,

refletiraaaaaaaaaaaa
sobre o impacto saudável (ou não) do seu uso é demonstrar um
ato de rebeldia. Os seus benefícios são incontestáveis e percebíveis de
forma prática, em especial em termos de qualidade e de facilidades de
vida. A automatização, a praticidade e o ganho de tempo sem dúvida
foram acréscimos de valor considerável.
A questão central, todavia, não é essa. O que está por trás da

realidade
aaaaaaaaaa
tecnológica que não é dito? Houve a manutenção dos vínculos e
das relações humanas? Houve uma melhora no canal comunicacional? Em
algum momento, houve alguma renúncia para a obtenção de tais
benefícios? Quais conflitos eclodiram com esse novo homem virtual?
Perguntas instigadoras e que, na verdade, são um convite para a reflexão
do presente artigo.
A construção do raciocínio é feita através de dois eixos temáticos. O

primeiro
aaaaaaaaaa
questiona se a inovação é sobre tecnologia e o segundo,
tangencia os conflitos do novo homem virtual. A argumentação foi
desenvolvida através de investigação exploratória e de qualidade (Marconi
& Lakatos, 2007; Alyrio, 2009). Por se tratar de uma pesquisa descritiva,
exploratória com a devida abordagem qualitativa, a revisão de literatura
bibliográfica se revelou fundamental.
2. Inovação é Sobre Tecnologia?
Uma realidade que não se pode mais ser evitada é a existência da

tecnologia
aaaaaaaaaaaa
como um facilitador das atividades diárias. Cada vez mais
conectado, o ser humano tem se mostrado dependente de aparelhos, de
instrumentos, da vida digital como se não existisse outro estilo de vida. A
própria dinâmica social, sob a rotulagem da modernidade, tem instigado à
produção de novidades, o que leva ao aquecimento do mercado ávido por
consumo.
46
Nas últimas décadas tendemos a ver o fluxo entre ciência,

tecnologia e inovação como um contínuo linear, em que a
inovação é resultante direta da tecnologia, que por sua vez,
deriva da ciência. Essa visão do processo de pesquisa, que
gera os impactos no processo de desenvolvimento
econômico e social, como mostra a história, nunca foi linear,
nem mesmo na atualidade. (Audy, 2017, p. 75)
Nunca se priorizou tanto o ter e a aquisição de bens, para a

constituição
aaaaaaaaaaaa
de um patrimônio material robusto. Um padrão social
marcado por carros mais velozes e inteligentes e por telefones de última
geração. Um comportamento que tem desencadeado uma onda de
comprometimento de orçamentos familiares pelo simples prazer de ter
um celular com o custo de alguns bons milhares de reais ou de dólares.
O sentimento de pertencimento nunca esteve tão aflorado em

todas as
aaaaaa
camadas sociais em um etiquetamento de moda talvez não tão
saudável. Já não é mais sobre quem se é, sobre a sua natureza em
essência enquanto ser humano e sim, sobre o manto de qual margem de
materialidade se vive: a nível raso ou a nível profundo. Não se tem nem
mais dimensão sobre o que seria a parte não tangível do ser humano.
FIGURA 1 | TECNOLOGIA MÃOS ACORDO
FONTE: KIQUEBG, PIXABAY (2022). DISPONÍVEL EM:

HTTPS://PIXABAY.COM/PT/PHOTOS/TECNOLOGIA-M%C3%A3OS-ACORDO-OK-TELA-4256272/
47
Na perspectiva do raso, há o estabelecimento do básico para se

viver emaaaaaaaaaaaa
uma materialização do mínimo da subsistência para aceitação
social. Seria o conjunto de bens aptos a garantir a moradia, a saúde e a
educação em termos formais (Novelino, 2008). Por outro lado, a nível
profundo, há o investimento considerável em tecnologia a ponto de existir
uma relação indissociável entre a máquina e o ser humano.
A comunidade empresarial avista na Inovação, uma versão

contemporânea do bordão “a salvação da lavoura”. Alguns
dirigentes chegam considerá-la uma espécie de panaceia,
capaz de resolver problemas de diversas ordens de seus
negócios – mercadológicos, tecnológicos, motivacionais,
organizacionais e outros. Por sua vez, a opinião pública é
atraída pelo apelo da inovação, mesmo sem muitas vezes
compreender bem do que se trata. (Plonski, 2017, p. 11)
A dúvida, portanto, repousa sobre os seguintes pensamentos: o

que a aaaaaaaaaaaa
tecnologia, por mais visionária que seja, ainda não conseguiu
mudar? A inovação significa algo novo e necessário, ou é apenas a
exteriorização do estado de tédio existencial em evitar o relacionamento
com outro ser humano? O ganho de tempo com a automatização do
repetitivo é destinado para qual realidade: a da saúde mental ou a da
virtual?
Para sanar essa dúvida, é preciso estruturar os conceitos sobre

inovaçãoaaaaaa
e sobre tecnologia como premissas iniciais. Para Plonski (2017, p.
7), “inovação é a criação de novas realidades”. Complementa Audy (2017,
p. 75) “inovação é mais do que a ideia, é a ideia aplicada, executada”. É ir
além disso para “com uma boa ideia nas mãos, transformar o mundo a
seu redor, agregando valor, seja econômico, social ou pessoal” (Audy,
2017, p. 75).
Ressalta, com propriedade, Plonski (2017, p. 10) “a inovação não é

um fenômeno
aaaaaaaauno, mas um gênero multíplice de iniciativas humanas.
Essas iniciativas visam, de forma cada vez mais metódica, à criação de
novas realidades. Ocorre que essas realidades atendem a determinados
interesses”.
Por uma perspectiva empresarial, conceitua Dobni (2008, p. 540)

“em umaaaaaaaa
ambiente organizacional, inovação é frequentemente expressa
aaaaaaaaaa
48
através de comportamentos ou atividades que são em última análise

ligados a uma ação ou resultados tangíveis”. Nesse sentido, é importante a
verificação do contexto em que a pretensa inovação será inserida, tendo
em vista que a depender da realidade, ela pode ser considerada obsoleta
(Audy, 2017).
FIGURA 2 | INOVAÇÃO
NOVAS REALIDADES
IDEIA EXECUTADA
INOVAÇÃO TRANSFORMAR O MUNDO
ACRÉSCIMO DE VALOR
MÚLTIPLAS INICIATIVAS HUMANAS
FONTE: ADAPTADA DE PLONSKI (2017); AUDY (2017).
Em observância ao contexto, Audy (2017), inclusive, classifica a

inovação
aaaaaaaaaaaa
em incremental e disruptiva. Por incremental, o autor entende a
inovação como direcionada para o processo de melhorias de um
determinado bem ou serviço já existente. São os ajustes pontuais feitos ao
longo do tempo, para que haja uma melhor performance ou um
acréscimo de valor e de qualidade.
Em termos disruptivos, há a ideia de inovação como uma ruptura

ao tradicional,
aaaaaa ao anterior. Afirma Audy (2017, p.77) “as inovações
disruptivas são dramáticas, criando novas demandas, indústrias,
mercados, aplicações e processos, econômicos ou sociais. Gera melhorias
significativas e exponenciais nos indicadores de desempenho ou
qualidade onde se aplicam”.
49
QUADRO 1 | CLASSIFICAÇÃO DE INOVAÇÃO
INCREMENTAL DISRUPTIVA
Processo de melhorias Ruptura com o tradicional
Bem / serviço já existente Criação de novas demandas
Ajustes pontuais Melhorias significativas
Reflexo nos indicadores de

Melhoria de perfomance
desempenho ou qualidade
Acréscimo de valor -
FONTE: ADAPTADA DE PLONSKI (2017); AUDY (2017).
Vencidas as considerações sobre inovações, avança-se para a

tecnologia.
aaaaaaaaaaaa
Por tecnologia, entende-se, em uma perspectiva clássica, o
conhecimento conquistado de forma técnica, ou através de impressões
empíricas, destinado para a capacidade produtiva de bens e/ou para a
prestação e a comercialização de serviços (Longo, 1984).
Em uma visão histórica, o conceito de tecnologia estava atrelado à

questão
aaaaaa
da sobrevivência humana ao se ter como rival os fenômenos
advindos da natureza. (Lorenzetti et al., 2012). Com o passar do tempo,
essa adaptação começou a gerar novos artefatos, como máquinas,
instrumentos, equipamentos e aparelhos para inclusive melhorar a
qualidade nas relações humanas (Lorenzetti et al, 2012).
Em um contexto organizacional, afirma Silva (2003, p. 54) que “as

tecnologias
aaaaaaaa
de produto/processo utilizadas por uma organização são
dependentes das condições do meio ambiente, mas devem ser
competitivas no mercado em que atua. Preponderantemente devem ser
desenvolvidas dentro da organização”.
50
Assim sendo, o que se tem é a presença de algo pensado,

construído
aaaaaaaaaaaa
e materializado para auxiliar as relações humanas, sejam elas
pessoais, sejam elas profissionais. A característica da sobrevivência, em
ambos os contextos, continua evidente, ainda que de forma implícita. E as
conexões, o que torna o ser humano único de sua espécie, permanecem?
3. Os Conflitos do Novo Homem Virtual
À primeira vista, os avanços tecnológicos seriam destinados para

facilitaraaaaaaaaaaaa
a vida nas tarefas cotidianas. É torná-la mais automática para
assim, conseguir algumas horas extras em uma rotina demasiadamente
corrida. Em contrapartida, haveria a expectativa de ter um salto de
qualidade em termos de estreitamento de vínculos em face do tempo
extra recém adquirido. O resultado, contudo, não foi o esperado.
Cada vez mais, há uma dependência tecnológica a ponto de o real e

o presencial
aaaaaaaa
ser uma exceção em relação ao universo inovador do mundo
virtual. O que se tem, portanto, é um processo de ressignificação de
conceitos para alcançar os aspectos positivos que a tecnologia tem, a
saber: a abertura disruptiva para novos olhares e para novos contextos. A
consequência: novos rearranjos sociais, relacionais e conflitivos.
É comum a repetição de que o imaginário e o real se imitam,

não se sabendo precisar quem foi o protagonista de uma
determinada ideia copiada pelo outro. A questão central é
que tamanha simbiose tem gerado dúvidas existenciais a
ponto de colocar em xeque a individualidade, enfim, o que
torna o ser humano único em sua espécie dentro da cadeia
evolutiva. Em uma fração de segundos, no tempo de um
piscar os olhos, a era virtual tomou de conta do mercado de
consumo. Não basta a aquisição de bens de vanguarda e
estar alinhado às tendências mercadológicas para se sentir
pertencente ao atual contexto social. É preciso fazer mais. É
construir também uma vida, uma carreira, um negócio, um
comportamento, uma personalidade, enfim, uma identidade
também na realidade digital. (Teixeira, 2022, p. 54508)
Em termos sociais, a interação, seja formal, seja informal, tem

acontecido
aaaaaaaaaaaa
com mais frequência através de trocas de mensagens. Para
gerar maior aproximação, há as opções de chamadas de voz ou de vídeo,
aaaaaaa
51
o que permite a quebra de barreiras físicas, traz afago para pessoas em

locais distantes e permite uma comunicação mais visual, auditiva e em
tempo real.
Na perspectiva relacional, houve uma mudança substancial. As

pessoasaaaaaaaaaaaa
se tornaram mais introspectivas em razão do marco pandêmico e
da necessidade de se permanecer no lar como alternativa de preservação
à vida. Os cumprimentos e os abraços foram substituídos por figuras,
áudios ou simplesmente textos sem a emoção das expressões captadas
diretamente quando em contato com outro ser humano.
FIGURA 3 | MÃOS
FONTE: JACKONDAVID, PIXABAY (2022). DISPONÍVEL EM:

HTTPS://PIXABAY.COM/PT/PHOTOS/M%C3%A3OS-JUNTO-COMUNIDADE-TOCAR-5216585/
Uma transição feita de forma sutil. Um estado de vida comum que

não deveria
aaaaaaaaaaaa
ser o atual normal: automatizado, repetível e desconectado
do outro. Uma angústia compartilhada por Junk (2018, p. 59) “o quão
pouco temos nos desenvolvido como seres, o quanto nossa mente ainda
se deixa levar pelo contexto sem querer estabelecer seu destino por si
própria. Isso explica a relutância e a dificuldade da maioria em aceitar a
realidade perturbadora”.
52
O homem é um ente social e gregário. Não se concebe, salvo

situações excepcionais que possa viver isoladamente. Entre
as necessidades humanas mais profundas está a do convívio
social, a de estabelecer relações com outros homens, com as
mais diversas finalidades e os mais variados graus de
intensidade. (Gonçalves, 2004, p.1)
A conectividade, as excessivas reuniões via videoconferências, o uso

de aplicativos
aaaaaaaaaaaa
e de aparelhos, enfim, o arsenal tecnológico disponível levou
muitas pessoas a esquecer de como é ter vida fora de qualquer tela e
tecla. É como se houvesse a necessidade de uma alfabetização de como
retornar, de forma presencial, à humanidade. E se isso não é possível,
como coexistir tais realidades sem a perda do que torna o animal racional
humano por excelência?
Eclodiu, então, outra realidade ainda não vista e à qual ninguém

estava aaaaaaaa
preparado: os novos tipos de conflitos comunicacionais e
relacionais decorrentes da tecnologia. A tecnologia vista até então, como
uma aliada, tornar-se-á responsável pelo estopim das mazelas escondidas
por trás dos relacionamentos.
A comunicação representa o elo de ligação entre as partes

emissora e receptora, na medida em que é o canal
transmissor da mensagem a fim de trocar ideias,
informações e experiências de vida. Facilita o ajuste dos reais
interesses dos envolvidos, resgata a relação interpessoal e
promove uma interação social. (Teixeira, 2020, p. 82)
Nesse sentir, afirma Junk (2018, p. 53) que “fenômenos como

alheamento,
aaaaaaaaaaaa
medo, solidão, receio de sentimentos profundos, carência de
ocupação ativa e falta de alegria, entre outros, constituem a atual
sociedade, assumindo papel central”. Na visão de Pimentel (2019), o ideal
era a possibilidade de blindagem de sofrimento na solidão, a ponto de as
pessoas se conhecerem tanto para não ficar refém de anseios peculiares
e passageiros.
Complementa Pimentel (2019, p. 51) “vivemos na sociedade da

internet,aaaaaaaa
do espetáculo e do hiperconsumo, que põem em risco a nossa
subjetividade e nossa individualidade”. Um verdadeiro caos de
identificação retratado por Kallas (2016, p. 56) como “estar num estado de
consciência alterado semelhante a um transe, encarnar, ou melhor,
aaaaaaa
53
vivenciar uma outra persona diferente do seu Eu, sentir uma linha tênue
que separa uma realidade virtual de uma real”.
Sem os amparos existenciais, as saídas, os passeios, as distrações

para o aaaaaaaaaaaa
esfriar da cabeça do dia, ou simplesmente qualquer desvio de rota
que só evita aquela conversa difícil, tornou a vida digital mais atrativa. A
reclusão obrigatória e temporária trouxe à tona problemas
comunicacionais e relacionais existentes a bastante tempo. Resultado:
novos conflitos.
É assertivo, nesse ponto, Gaudêncio (2018), ao afirmar ser

intrínseco
aaaaaaaaaa
ao ser humano o convívio com o conflito e, por si só, não há
como evitá-lo. Seria um estado de utopia acreditar que um dia ele
cessaria. Bonfim e Menezes (2008, p. 21) reforça o argumento de que o
conflito é “um mecanismo que permite a evolução da espécie humana,
para reconhecer fraquezas e melhorá-las”.
No mesmo sentido, da construção positiva do conflito, é o

argumento
aaaaaaaaaaa
de Teixeira (2020, p. 77) para quem “enxergar a oportunidade
conferida pelo conflito para amadurecer, para ter experiência que o levará
a uma viagem de autoconhecimento de seus limites, de suas fraquezas, de
seus defeitos e de suas qualidades”.
Por ser inerente ao ser humano, qualquer conflito deve ser

enfrentado,
aaaaaaaaa
em especial, o decorrente da tecnologia que basicamente é
no plano da comunicação e dos vínculos de relacionamento. O postergar
da situação só irá gerar mais desgaste emocional, o despender de
considerável tempo e a procura por mais distrações (Teixeira, 2020).
54
FIGURA 4 | CONFLITOS DO NOVO HOMEM VIRTUAL
CONFLITOS DO NOVO HOMEM VIRTUAL
USO TÓXICO:
SENTIMENTOS CONFLITOS
TECNOLOGIA
MEDO
SOLIDÃO
PERDA DE
CARÊNCIA COMUNICACIONAL
IDENTIDADE
DESÂNIMO
TÉDIO
FONTE: ADAPTADO DE JUNK (2018); PIMENTEL (2019).
A realidade por trás do tecnológico é uma via de mão dupla.

Benefícios
aaaaaaaaaaaa
incontestáveis que vieram para agregar em muito a vida de
todos. O que antes era um mero instinto para a construção de artefatos
voltados à sobrevivência hoje possui outro significado: praticidade,
facilidade, tempo e qualidade de vida. É quase inconcebível viver sem as
comodidades desenvolvidas pelas mentes inovadoras.
O fato da existência dessa dependência, à primeira vista, saudável,

tem desencadeado
aaaaaaaa ondas tóxicas quase que imperceptíveis para a grande
maioria. Uma conexão constante aos aparelhos, vida virtual, e uma
desconexão com o ser humano na vida real, presencial. Surge então esse
novo homem virtual dependente do tecnológico e distante da
característica da humanidade existente em todo ser racional.
Eclodem, então, os conflitos, inevitáveis por natureza, a todo

sistemaaaaaaaa
humano. No presente contexto, há os decorrentes da tecnologia,
aaaaaaaa
55
alicerçados nas bases comunicacionais e nas relacionais. A comunicação

restou viciada. Os diálogos travados foram substituídos por mensagens,
por figuras e, quando muito, no mínimo toque de ser humano, por
chamadas de voz ou de vídeo. O novo normal decorrente do marco
pandêmico.
Em consequência de uma comunicação com ruídos, há relações

desconstituídas
aaaaaaaa e marcadas por conflitos. Evitar falar sobre o assunto e
postergar o máximo são as alternativas vistas como as aceitáveis sob um
olhar precipitado. Em verdade, tal comportamento gera ainda mais
desconforto e desgaste emocional ao prejudicar ainda mais as estruturas
já rompidas.
O que se tem, portanto, é a busca do equilíbrio. Entender que os

avanços,
aaaaaaa
as ideias criativas, a disrupção, a tecnologia e todo esse universo
rompedor de padrões são bem-vindos e necessários. O que não se pode é
simplesmente esquecer que o ser racional possui uma natureza humana
e, como tal, é sociável, gregária e dependente de outro ser humano por
sua própria essência.
56
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matrix-e-o-retorno-%C3%A0-realidade-de-perda-de-identidade
58
3
SOFT SKILLS E A INOVAÇÃO
CONTEMPORÂNEA NA GESTÃO DE
PESSOAS: O DESEQUILÍBRIO EMOCIONAL
DOS LÍDERES PODE ADOECER A EQUIPE?
Cristina Laranjeira³
[3] Coordenadora de Auditoria do Banco Bradesco;

Graduada em Administração de Empresas com
Habilitação em Marketing pela FAAC (Faculdade
Associada de Cotia); MBA em Gestão de Negócios e
Docência do Ensino Superior pela USP (Universidade de
São Paulo); MBA em Compliance pela FGV (Fundação
Getúlio Vargas); Licenciatura em Matemática pela
Faculdade Integrada de Ariquemes e Mestrando pela
Must University em Administração de Empresas. Email:
cristina_laranjeira@hotmail.com.
1. A Inteligência Emocional e a Quebra de Paradigmas
Inteligência emocional (IE) é a competência de gerenciar as próprias

emoçõesaaaaaaaaaaaa
e os sentimentos das outras pessoas. Tal prática não é algo
simples, porém fundamental para superar problemas diários e
desafiadores, principalmente no mundo corporativo. Pesquisa realizada
pela TalentSmart revelou que 58% do desempenho dos profissionais de
grandes empresas está associado à inteligência emocional (Sosnowski,
2021).
Atingir metas e/ou encarar cenários turbulentos

econômicos/financeiros,
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
por exemplo, requer equilíbrio emocional aliado a
proatividade para repensar estratégias, alterar rotas e assumir riscos.
Portanto, as organizações resilientes são aquelas que adotam medidas
tempestivas para transformar desafios em oportunidades e transpor
obstáculos, certamente amparado por um time emocionalmente
equilibrado capaz de gerenciar situações conflituosas e estressantes
(Ciasca, 2022).
Nesse contexto, a quebra de paradigmas vem a desafiar as

empresas
aaaaaaaaaa
e seus gestores a terem um novo olhar para a gestão de
pessoas, bem como na condução das equipes para que seus resultados
alcancem uma alta performance e promova uma mudança no status quo
organizacional.
O presente artigo teve como metodologia a revisão bibliográfica

com uma
aaaaaaaa
abordagem qualitativa e objetivou avaliar a importância do
gerenciamento e do desenvolvimento constante do equilíbrio emocional
nas organizações, com destaque para os administradores e os líderes das
empresas que demandam por transformações rápidas e constantes.
62
2. Inovação Contemporânea para Gestão de Pessoas
A gestão de pessoas está associada a técnicas, métodos e

habilidades
aaaaaaaaaaaa
aplicadas pelos gestores e especialistas, visando engajar,
desenvolver, recompensar, aprimorar competências e monitorar pessoas
(Varella, 2021). Diante dessa definição, podemos considerar que o
desenvolvimento do capital humano tende a fortalecer a relação dos
colaboradores com as empresas e contribuir no crescimento do negócio,
frente à concorrência.
No passado, as grandes empresas consideravam a presença, a

pontualidade
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
e o cumprimento de metas como os principais indicadores
de desempenho dos funcionários. Os colaboradores não podiam opinar e
muito menos discordar sobre os assuntos que permeavam suas
atividades, bem como as condições de trabalho oferecidas limitavam-se a
não afetar a produtividade. No entanto, esse modelo de gestão vem sendo
modificado nos últimos anos. Segundo a pesquisa realizada, pela Você RH,
com 34 especialistas (professores, consultores e executivos), o
gerenciamento de pessoas vai muito além da definição de metas e
obtenção de resultados, devendo compreender, a atuação
comportamental dos colaboradores para o cumprimento desses objetivos
e o quanto de esforço foi depositado para conquistar os resultados (Diniz,
2013).
Em razão disso, não há mais espaço para lideranças com ações

inflexíveis,
aaaaaaaaaa
arrogantes e egocêntricas, que reprimem a interação e a
atuação genuína dos funcionários. Ao contrário, o contato contínuo entre
líderes e liderados e com funcionários e gestores de outras áreas, assim
como os trabalhos em equipe e até mesmo o rodízio entre os
colaboradores devem ser fortemente estimulados e praticados pelas
empresas, objetivando formar times com ideias inovadoras e
mentalidades disruptivas para superar situações desafiadoras.
Ainda, os colaboradores devem, constantemente, serem ouvidos,

aconselhados
aaaaaaaa
pelos gestores e terem conexão com o propósito da
empresa. As organizações com foco em gestão de pessoas, monitoram o
clima organizacional, formam sucessores, remuneram adequadamente,
aaaaaaaa
63
oferecem treinamentos contínuos e, principalmente, estão preocupadas

com a saúde e a qualidade de vida dos seus colaboradores (Mattos, 2021).
Ao invés disso, no decorrer do tempo, a desmotivação pode tomar

conta aaaaaaaaaaaa
dos funcionários e resultar em trabalhos sem engajamento e
profundidade, além disso, os profissionais dotados de competências
técnicas e, principalmente, comportamentais, inseridos em cenários de
estagnação e sem perspectivas claras de desenvolvimento, podem buscar
oportunidades na concorrência ou em outros segmentos, podendo
enfraquecer o capital humano e, por consequência. prejudicar o
crescimento organizacional.
Estudo realizado pela PageGroup em colegiado com o Centro de

Liderança
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
da Fundação Dom Cabral com 230 executivos de cargos
distintos da C-Level objetivou identificar os desafios de adaptação à
pandemia (COVID 19) que impactaram de forma direta o gerenciamento
dos líderes. Dentre os resultados, 29% disseram que estão focando nas
habilidades estratégicas e 22% na gestão de pessoas e competências
interpessoais (soft skills). Para Ricardo Basaglia (diretor geral da Page
Executive) atitude, autoconhecimento, adaptabilidade e coragem são
requisitos fundamentais para um líder se adaptar a novos cenários e ser
bem-sucedido (Mirelle 2021). Assim, podemos concluir que as habilidades
comportamentais (soft skills) vem ganhando força nos últimos anos,
contribuindo para firmar relações de confiança e ambientes
organizacionais agradáveis.
De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial (2020) a

valorização
aaaaaaaaaa
das competências subjetivas será o futuro do trabalho. Outro
estudo realizado pela Institute for Business Value da IBM registrou que 120
milhões de profissionais, nos próximos três anos, das dez maiores
economias do mundo irão necessitar de recapacitação profissional, cujas
habilidades comportamentais representaram as mais exigidas (Aguiar,
2020).
Nesse sentido, é imperioso que as empresas realizem movimentos

para capacitar
aaaaaaaae contratar funcionários com competências híbridas (soft e
hard skills). Segundo Tawil (2022), as soft skills tornaram-se requisitos
essenciais para a contratação dos colaboradores, dentre as quais,
aaaaaaaa
64
destacou: capacidade de solucionar problemas, inteligência emocional,

empatia, autoconfiança, comunicação, gestão de tempo, espírito
empreendedor e audácia.
Para os profissionais com soft skills desenvolvidos, a aprendizagem

técnica aaaaaaaaaaaa
é mais fácil em comparação aos trabalhadores que necessitam
desenvolver habilidades comportamentais, as quais requerem,
principalmente, intenso autoconhecimento, cujo processo é demorado e
doloroso. Ainda, situações em que os profissionais são submetidos a
trabalharem em locais hostis, com gestão inadequada e com pressão por
metas inatingíveis, pode prejudicar ou bloquear as habilidades
comportamentais dos colaboradores (Aguiar, 2020).
Por fim, desenvolver as competências comportamentais dos

funcionários
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
é um desafio gigantesco para as organizações e para os
próprios colaboradores e requer investimento em treinamentos e
acompanhamentos constantes por especialistas capacitados.
3. Desenvolver a Resiliência e a Inteligência Emocional
Os líderes de uma organização resiliente devem tem a capacidade

de adaptação,
aaaaaaaaaaaa
de mudança de comportamento, de quebra de paradigmas
e de enfrentamento de situações desafiadoras com equilíbrio e
serenidade. Geralmente agem com flexibilidade com os times e criam
conexões com clientes e demais stakeholders, visando adequar
rapidamente a situações imprevisíveis (Ciasca, 2022).
Na atualidade, possuir somente competências técnicas (hard skills)

não garante
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
sucesso nas organizações. As atitudes, os comportamentos e
o equilíbrio emocional (soft skills) são fatores determinantes para o
crescimento dos colaboradores. Portanto, para reduzir os erros nas
contratações, as empresas buscam profissionais com habilidades técnicas
conforme a área de atuação e comportamentais, tais como: honestidade,
transparência, comunicação, empatia, paciência, responsabilidade, visão
positiva, disposto a aprender e, principalmente, saber se relacionar e se
automotivar (Bastos, 2018).
65
Segundo Daniel Goleman, a inteligência emocional pode ser

praticada
aaaaaaaaaaaa
em qualquer área da vida e está estruturada em quatro
principais competências: autoconsciência (reconhecer as próprias
emoções e a dos outros), autogestão (controle/equilíbrio das próprias
emoções), consciência social (compreender os sentimentos das outras
pessoas) e gestão de relacionamento (comunicar e relacionar bem com as
pessoas, visando extrair o melhor delas). O desenvolvimento constante
desses pilares, favorece o controle das nossas ações com equilíbrio
(SENAC, 2021).
Para uma gestão de sucesso é fundamental que o líder desenvolva

constantemente
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
a inteligência emocional, para tanto, compreender e ter
clareza de suas forças e fraquezas emocionais é um passo
importantíssimo. Também, identificar as emoções dos liderados e saber se
comunicar com eles, de forma assertiva, possibilita motivá-los a
transformar a visão estratégica da empresa em realidade, além reter os
melhores talentos (Chan, 2022).
O autocontrole é outro pilar emocional que deve ser trabalhado

constantemente,
aaaaaaaa pois as decisões não podem ser, exclusivamente,
ancoradas em emoções. Geralmente líderes que detêm alto nível de
autocontrole emocional são calmos, racionais, pensam antes de falar e
transmitem ao time o estresse sob medida, o que resulta em respeito e
confiança dos funcionários. Ainda, são capazes de motivar a si mesmos na
superação de desafios e no atingimento de metas e objetivos, o que
também acaba contagiando os liderados e favorecendo o aumento da
produtividade (Chan, 2022). Diante disso, podemos afirmar que a
utilização de ferramentas adequadas para gerenciar as emoções contribui
para decisões baseadas em dados e fatos e não somente no ego e no
orgulho do líder.
A liderança baseada em inteligência emocional é o principal gatilho

para construir
aaaaaaa sentimentos positivos nos funcionários e aumentar o
engajamento e a produtividade, no entanto, compreender os sentimentos
dos subordinados requer muita conversa, interação regular e estar aberto
a eventuais críticas construtivas, no entanto, somente 25% dos gestores
pedem feedback aos seus liderados. Solicitar a percepção sincera dos
pares também contribui para o ajuste de rota na atuação do líder e no
aaaaaaa
66
controle de suas emoções (Carter, 2022).
Dedicar tempo no aprimoramento da inteligência emocional,

contribui
aaaaaaaaaaaa
para que os líderes e demais colaboradores consigam
desenvolver a empatia necessária para identificar eventuais insatisfações
dos clientes e elaborar planos de ação para melhorar a experiência deles,
o que contribui para o aumento da produtividade e dos resultados
(Conselho de Recursos Humanos da Forbes, 2019)
4. Liderança Tóxica
Pesquisa realizada em 2019 revelou que oito dos dez funcionários

que pedem
aaaaaaaaaaaa
demissão no Brasil é por conta da atuação dos chefes. Outro
levantamento, efetivado pela DDI World consultoria concluiu que 57% dos
profissionais pediram desligamento das companhias que trabalhavam por
conta da liderança direta (Guerra, 2021). Também, 75% dos americanos
consideram o chefe o principal causador do estresse no trabalho (Moreira,
2017).
Um líder desprovido de controle emocional, pessimista, autoritário

e amedrontador,
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
tende a desestabilizar emocionalmente seus
subordinados, ocasionando elevadíssimos níveis de estresse e
prejudicando a saúde mental de todo o time. O aprimoramento de
habilidades psicológicas contribui no crescimento relacional com as
pessoas, no entanto, a capacitação oferecida pelas empresas para atenuar
tais comportamentos indevidos, na maioria das vezes, são coletivos e não
supre a necessidade particular de cada líder (Moreira, 2017). Os mais
recomendados e eficientes são os treinamentos individuais e
personalizados como psicoterapia, mentoria e coaching (Koelle, 2021).
Infelizmente, ainda existem empresas que cultivam

comportamentos
aaaaaaaaaaaaaaa
emocionais fora dos padrões considerados adequados,
o que acaba dificultando a construção de relações duradoras e saudáveis,
além disso, pode comprometer a atuação dos profissionais e impactar nos
trabalhos em equipe, pois os colaboradores passam a defender suas
ideias de forma isolada ou criam pequenos grupos que competem com
outros. Para combater isso, é necessário encurtar a distância emocional
aaaaaaaa 67
da hierarquia gerencial e incentivar o trabalho cooperativo em equipe,

com a criação de times multifuncionais em temas estratégicos,
demonstrando a importância do resultado final para a organização e não
ideias oriundas de pequenos “feudos” de excelência (Pumar, 2022).
5. Doenças Ocasionadas no Ambiente de Trabalho
O alto nível de estresse aliado a pensamentos negativos constantes

pelos profissionais
aaaaaaaaaaaa pode comprometer o desempenho, a produtividade e
a qualidade do trabalho, aumentar a desmotivação e os pedidos de
demissão (turnover) e, por consequência, impactar os resultados das
organizações. O ambiente do trabalho é fator preponderante para a saúde
mental dos colaboradores e, se caso for desagradável, tende a adoecer
pessoas (Brotto, 2021).
Diante de situações tóxicas, os profissionais podem desenvolver

diversos aaaaaaaaaaaaaaaaaa
sintomas, dentre os quais, relacionamos os mais comuns: físicos
(dores musculares, nas articulares e abdominais); emocionais
(irritabilidade, ansiedade, tristeza, crises de choro e angústia); intelectuais
(falta de concentração/memória, dificuldade/insegurança para tomar
decisões); e comportamentais (agressividade, violência e isolamento social)
(Prefeitura de São Paulo, 2022).
Também é frequente desenvolverem um dos quatro tipos de

transtorno:
aaaaaaaaaaaaaaa
síndrome de burnout (exaustão física e psicológica decorrente
de períodos extensos de estresse); bore-out (trabalho não é desafiador e
desperta tédio acentuado); brownout (queda de energia dos funcionários,
tornam-se apáticos); e a depressão (afeta a saúde mental dos
profissionais, comprometendo a produtividade). Os funcionários que
sentirem os sintomas dessas doenças devem procurar ajuda de
profissionais especializados para desenvolverem a inteligência emocional
e aprenderem a lidar melhor com o ambiente corporativo ou até mesmo
serem orientados a buscarem oportunidades mais satisfatórias em linha
com os respectivos objetivos de vida (Brotto, 2021).
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil é o

segundo
aaaaaaaa
país com maior incidência de funcionários com a síndrome de
aaaaaaaa 68
bornout. Em razão disso, a Ambev (Companhia de Bebidas das Américas)

criou uma diretoria de saúde mental para garantir a resiliência emocional
dos funcionários (Lima, 2022).
Investir na saúde mental dos funcionários utilizando ferramentas

que contribuam
aaaaaaaaaaaa
para monitorar o clima organizacional e prevenir doenças
psicossociais já é prioridade para várias empresas que se preocupam com
o bem-estar dos colaboradores. As áreas de Recursos Humanos, por
exemplo, já contam com aplicativos inteligentes que mensuram a
interação dos usuários e relatam a condição mental dos times (sem
revelar a identidade dos colaboradores) possibilitando ações mais
assertivas pelos gestores. Pesquisa realizada pela Vittude (referência em
programas de saúde), revelou que 72% dos dois mil entrevistados
preferem trabalhar em locais que cuidam da saúde mental dos
funcionários (Redação Economia SP, 2022)
Outra pesquisa, realizada pela Secretaria Especial da Previdência e

Trabalho,
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
concluiu que em 2020, período crítico da pandemia, mais de 576
mil pessoas pediram afastamento por transtornos mentais, aumento de
26% em comparação a 2019. Em razão disso, o Grupo Votorantim está
incentivando os colaboradores a realizarem exercícios físicos e os exames
de rotina para manterem uma vida saudável, enquanto que o Linkedin,
concedeu uma semana de folga remunerada a todos os 15 mil
funcionários e anunciou trabalho de meio período às sextas-feiras, entre
julho e agosto de 2021, para o cuidado pessoal, além de sessões de yoga e
de terapias gratuitas e flexibilidade de horário para os pais com filhos de
até 13 anos (Macedo, 2022).
Tais iniciativas foram ratificadas pela consultoria americana WTW

(Willis aaaaaaaaaaaaaaa
Towers Watson) que apontou alta de 33% (de 2015 a 2021) no
interesse das empresas em implementarem ações voltadas à saúde e o
bem-estar dos funcionários. Nesse aspecto, as iniciativas das empresas
brasileiras ainda são pontuais para o cumprimento legal, no entanto, com
tendência de evoluir para estratégias mais efetivas (Macedo, 2022).
Com a pandemia, a saúde emocional dos clientes, dos funcionários

e demais
aaaaaaaaa
stakeholders passou a ser uma preocupação do Grupo Bradesco
Seguros que preza por longevidade, saúde e bem-estar das pessoas. Os
aaaaaaaaaa
69
programas “Você em Foco” que promove discussões de

autoconhecimento e saúde dos funcionários, o “LIG Viva Bem” que presta
aconselhamento e atendimento psicológico aos colaboradores e a “Trilha
Hora da Pausa” com diversas pílulas para o cuidado da mente e reflexões
de sentimentos dos corretores que atuam na linha de frente, são algumas
das ações de sucesso do Grupo (Bradesco Seguros, 2022).
O levantamento realizado, pela The School of Life, com 800

profissionais
aaaaaaaaaaaa
de vários estados brasileiros, apontou que depois do salário,
um ambiente organizacional saudável é o principal aspecto levado em
consideração pelos funcionários que não ocupam cargos de liderança. No
entanto, 67% dos entrevistados disseram que trabalham atualmente com
alguma pessoa manipuladora, agressiva ou emocionalmente desafiadora.
O estudo revelou ainda, que os chefes não demonstram disponibilidade,
capacidade de decidir, objetividade, valorização dos colaboradores e
comunicação/escuta ativa (Almeida, 2022).
6. As Mulheres são mais Inteligentes Emocionalmente?
A empatia é desenvolvida durante a infância e no decorrer das

experiências
aaaaaaaaaaaa
da vida. Permite compreender os sentimentos das outras
pessoas e a diferenciar nosso comportamento em situações distintas
(trabalho, reunião com amigos, relação com o cônjuge e filhos). Tende a
ser mais comum nas mulheres por se colocarem no lugar das outras
pessoas com maior facilidade conforme revela o estudo realizado pela
Universidade de Cambrigde com mais 680 mil pessoas (Rodrigues, 2022).
Outra pesquisa realizada por Korn Ferry Hay Group, com 55 mil
profissionais
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
espalhados em 90 países, comprovou que as mulheres
superam os homens em diversas competências envolvendo inteligência
emocional, com destaque para inspiração e liderança; coaching;
consciência organizacional e adaptabilidade, contudo, no quesito
autocontrole emocional, registrou empate com os homens. Essas
questões reforçam o empoderamento das mulheres, cujo aumento de
liderança feminina, no mercado de trabalho, está associado com
crescimento da rentabilidade (Forbes, 2016).
70
7. Conclusão
A maneira como os funcionários manifestam suas emoções tem

reflexo aaaaaaaaaaaa
direto no ambiente organizacional. A produtividade de uma equipe
que trabalha sob pressão e com medo dos chefes é diferente de outra
que possui um líder que realiza gestão de pessoas, com orientação e
feedbacks constantes.
Portanto é fundamental que as empresas estejam atentas aos

sentimentos
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
dos seus colaboradores, visando identificar as reações
emocionais negativas e os estímulos que podem estar ocasionando
sentimentos ruins como medo, frustração e raiva, que possam impactar,
negativamente, no desempenho e no clima organizacional.
Dedicar tempo no aprimoramento da inteligência emocional,

contribui
aaaaaaaaa
para que os líderes encontrem formas de evitar ou modificar as
situações que despertam emoções ruins e potencializar aquelas que
geram emoções positivas como felicidade, realização e alegria, criando um
contexto que impulsione os bons sentimentos e, por consequência, o
aumento da produtividade e dos resultados.
Ainda, implementar ações complementares voltadas à saúde e o

bem-estar
aaaaaaaaa
dos funcionários é imprescindível, com destaque para os
exercícios físicos, para os exames de rotina, para a flexibilização de horário
dos pais com filhos pequenos e para a frequência em consultas e/ou
programas com profissionais especializados em autoconhecimento e
saúde mental, objetivando prevenir doenças psicossociais dos
colaboradores.
Por fim, em resposta à pergunta norteadora desse artigo: “O

DESEQUILÍBRIO
aaaaaaaa EMOCIONAL DOS LÍDERES PODE ADOECER A EQUIPE?”,
verificou-se que as informações estatísticas levantadas conferem ao líder a
responsabilidade pelo desenvolvimento de sua equipe e que a ausência
de equilíbrio emocional dele reflete sobremaneira não somente no
desempenho dos seus liderados, mas sobretudo, na saúde coletiva e
financeira das empresas.
71
Aguiar, S. (2020). Nove executivos e empresários que são exemplos em

soft skills. Disponível em: https://forbes.com.br/carreira/2020/10/9-executivos-
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72
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75
4
DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA DE
FORMAÇÃO EM INTELIGÊNCIA
EMOCIONAL
Tiago Felix dos Santos Porfirio⁴
[4] Graduado em Gestão Comercial, Graduado em

Administração, Especialista em Administração Aplicada e
Gestão Empresarial, Especialista a nível MBA em
Empreendedorismo, Marketing e Finanças, Especialista
em Gerenciamento de Projetos, Mestre em
Administração pela MUST University. E-mail:
tiago.felix.porfirio@gmail.com.
1. Introdução
Ao longo das últimas décadas, empresas, dos mais variados ramos

de atuação,
aaaaaaaaaaaa
vêm passando por um processo de aperfeiçoamento dos seus
produtos e serviços. Isso é possível pela adoção de novas tecnologias que
tornam a produção cada vez mais otimizada às demandas específicas de
um mercado consumidor pujante. Mas, muito além das novas tecnologias
e técnicas de gestão empresarial, industrial e até mesmo dos negócios,
apresenta-se claramente a necessidade cada vez maior de capacitação e
desenvolvimento da “alma do negócio”, ou seja, os funcionários que
operacionalizam os mais variados processos, os gestores que desdobram
e traduzem as táticas e os gerentes que cuidam de toda a parte
estratégica e ações de posicionamento das empresas.
Desta forma, as organizações exigem cada vez mais profissionais

capacitados
aaaaaae especializados, se alguns anos atrás, possuir apenas uma
graduação era suficiente para alcançar destaque no mercado de trabalho,
hoje, o mínimo exigido para cargos táticos e estratégicos é uma
especialização, de acordo com dados do Portal da Indústria do sistema S
(SESI, SENAI, IEL, CNI e outros)⁵, demonstram que até mesmo para cargos
operacionais (aqueles que geralmente solicitam apenas ensino médio
completo) o nível de conhecimento técnico tem sido cada vez maior.
Em meio a essa grande exigência que o mercado vem fazendo, no

sentidoaaaaaaaa
de entregar soluções cada vez melhores aos consumidores, existe
um ponto que precisa ser amplamente explorado no sentido de melhoria
contínua: a inteligência emocional dos funcionários, que em meio a níveis
de exigência cada vez mais altos, tendem a apresentar dificuldades de
lidar com determinadas situações do ambiente de trabalho, o que causa
desgastes que podem (e devem) ser evitados, a fim de se manter sempre
um excelente ambiente de gestão, comunicação e entrega.
Assim sendo, o presente artigo visa traçar um panorama

estruturado
aaaaaaaaaa
por meio de pesquisas bibliográficas sobre o tema com um
aaaaaaaa
[5] Dados de exigência de qualificação profissional. Disponível em:
https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/educacao/empresas-buscam-profissional-qualificado-
capaz-de-solucionar-problemas-afirmam-especialistas-em-debate-promovido-pelo-senai/
78
compilado de informações e entregar uma proposta consistente de

programa de treinamento em inteligência emocional, conforme será
demonstrado a seguir.
2. Capacitação em Inteligência Emocional
Ao realizar uma proposta de programa de capacitação em

inteligência
aaaaaaaaaaaa
emocional, faz-se necessário compreender de maneira
estruturada o que os autores vêm pensando a respeito do tema, de modo
a desenhar o melhor escopo para este tipo de capacitação. Assim sendo, o
compilado inicial de informações do desenvolvimento do presente
trabalho apresenta o resumo de dois artigos sobre o tema.
2.1. Aspectos históricos, culturais e sociais do trabalho
O primeiro tema abordado no processo de construção do plano de

capacitação
aaaaaaaaaaaa
em inteligência emocional escolhido é intitulado “Aspectos
históricos, culturais e sociais do trabalho” e, pauta-se em artigo que pode
ser encontrado para leitura por meio da Revista Brasileira de Enfermagem
– Indexação SciELO / Google Acadêmico⁶. O material foi escrito pelas
pesquisadoras Thuê Camargo Ferraz de Ornellas, Enfermeira. Mestre em
Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências
Médicas da UNICAMP, Campinas, SP. Professora do Centro Regional
Universitário de Espírito Santo do Pinhal - Fundação Pinhalense de Ensino
e Maria Inês Monteiro, Professora Associada. Departamento de
Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, Campinas,
SP, escrito no ano de 2006. Este artigo traz um tom mais generalista ao
tema, inclusive no que tange aos aspectos socioemocionais envolvidos no
trabalho, realizando um panorama pautado principalmente, no estudo
histórico-social, essencial para contribuição da compreensão da contínua
evolução do processo de trabalho e sua íntima relação com o trabalhador,
inclusive em seus aspectos emocionais e impactos na vida como um todo.
Na construção do texto foram utilizados ensaios de fontes bibliográficas
aaaaaaaa
[6] Artigo “Aspectos históricos, culturais e sociais do trabalho”. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/reben/a/HqyzDDq4GTJRvYmjJkMwqcq/?lang=pt
79
diversas, com fundamento em dados históricos, conceituais, filosóficos e

científicos. De acordo com as próprias autoras Ornellas e Monteiro (2006):
Os achados nos levaram à conclusão que, embora profundas

transformações tenham ocorrido no mundo do trabalho, em
sua essência, a atividade laboriosa marcou a vida dos
indivíduos e das coletividades em diferentes épocas e
lugares. (p. 1)
Com essa primeira constatação, nota-se que, embora as mais

variadas
aaaaaaaaaaaa
transformações tenham ocorrido no mundo do trabalho, as
essências de atividades laborais se mantiveram e mesmo com os ganhos
substanciais de direitos, qualidade de vida no trabalho, aumentos de
salários, reduções de jornada de trabalho e consolidação das obrigações
trabalhistas, a preocupação com as emoções e a inteligência emocional
foram negligenciadas, inclusive, como pontuado no artigo de Ornellas e
Monteiro (2006), a denominada era da Eficiência (de 1950 a 1969)
representada pela Escola Burocrática de Weber, buscou orientar o
comportamento humano através da racionalidade, da autoridade e da
extrema dominação, negligenciando totalmente o trabalhador enquanto
ser pensante. Deste modo, o trabalho foi dividido racionalmente e as
rotinas padronizadas, entregando níveis hierárquicos rígidos e com
comunicação formalizada por um relacionamento entre os empregados
totalmente impessoal, baseado apenas no atendimento das demandas de
rotina laboral.
Por conseguinte, o primeiro artigo resumido traz um horizonte

geral do
aaaaaaaa
campo das relações de trabalho e a ótica das relações de
trabalho hierárquicas e extremamente rígidas. No desenho da proposta
de programa de capacitação em inteligência emocional, compreender que
existem estruturas organizacionais dessa forma é essencial para que os
colaboradores consigam enxergar caminhos de condução de mudança e
melhoria contínua em seus ambientes de trabalho, por mais adversos que
os mesmos sejam.
80
2.2. Inteligência emocional: um estudo de validade sobre a

capacidade de perceber emoções
Para mensurar todos os pontos necessários à construção de um

plano aaaaaaaaaaaa
de capacitação em inteligência emocional eficaz, além de
compreender os conceitos generalistas do tema (como abordado no
primeiro artigo), foi necessário estudar mais a fundo um segundo artigo,
intitulado “Inteligência Emocional: Um Estudo de Validade sobre a
Capacidade de Perceber Emoções”, que trata de maneira específica os
aspectos da inteligência emocional na mente humana. Escrito por José
Maurício Haas Bueno e Ricardo Primi, pesquisadores da Universidade São
Francisco e Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicado na Revista
Psicologia: Reflexão e Crítica – Indexação SciELO⁷. Neste artigo, foi
realizada vasta investigação sobre a validade e as propriedades
psicométricas na óptica de percepção de uma escala para mensuração da
capacidade de identificação de emoções em expressões que podem ser
correlacionadas, ligadas e classificadas como inteligência emocional. Essa
variável foi tracejada por meio de teste de personalidade, inteligência e
com o desempenho dos participantes numa tarefa de Psicodiagnóstico.
Para construção do material, foram elencados como participantes, 76
alunos do curso de Psicologia, com idades entre 21 e 50 anos, estagiários
na disciplina de Psicodiagnóstico, além de oito professores supervisores
da mesma disciplina. O estudo também utilizou como protocolos, três
métodos distintos: concordância com o consenso; concordância com
especialistas e concordância com a pessoa-alvo. Discutiu-se alguns
problemas metodológicos relacionados a esses critérios de pontuação.
Obtiveram-se correlações estatisticamente significativas com o traço de
praticidade, com o estilo de resposta, administração da imagem e com
raciocínio espacial.
Com isso, o estudo concluiu, de acordo com Bueno e Primi (2003):
(...) Encontraram-se correlações significativas, principalmente

aquelas em onde existe a percepção de emoções com
inteligência e traços de personalidade. Em relação à
aaaaaaaaa
[7] Artigo “Inteligência Emocional: Um Estudo de Validade sobre a Capacidade de Perceber Emoções”.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/prc/v16n2/a08v16n2.pdf
81
inteligência correlacionou-se significativamente apenas com

raciocínio espacial, evidenciando certa covariância com
inteligência fluída e processamento visual, e independência
em relação à inteligência apenas verbal. Em relação à
personalidade, mostrou-se relacionada a um funcionamento
mental baseado na praticidade e objetividade na percepção
do mundo, características extremamente desejáveis e
indispensáveis para a acuidade na percepção de emoções.
Percebeu-se também algumas diferenças entre as
associações de estímulos artísticos e não-artísticos. Os
primeiros apareceram associados tanto a indivíduos abertos
aos próprios sentimentos e que têm facilidade em falar sobre
si mesmos genuinamente, quanto àqueles que tendem a
administrar a imagem de acordo com o socialmente aceito,
enquanto que a acuidade perceptual em estímulo não-
artístico apareceu mais associada a tradicionalidade e um
certo nível intelectual (...). (p. 12)
Sendo assim, para que um plano de capacitação em inteligência

emocional
aaaaaaaaaaaa
seja desenvolvido com assertividade é necessário que sejam
considerados aspectos generalistas, do mercado de trabalho, da evolução
das relações trabalhistas, da expectativa de atendimento de atividades de
rotina empresarial e também questões extremamente específicas, como a
percepção de ambiente, percepção das relações interpessoais,
especificidades de cada ser humano e a capacidade de compreender as
emoções do outro (empatia), assim sendo, todo o subsídio necessário a
construção deste programa de formação está exposto, o qual será
detalhado nas próximas laudas.
2.3. A inteligência emocional no contexto empresarial
Antes mesmo de conhecer o conceito de inteligência emocional, é

essencial
aaaaaaaaaaaa
que se saiba o que são as emoções. Robbins, Judge e Sobral
(2010), definem as emoções como rupturas de equilíbrio afetivo que
desencadeiam sensações que levam a situações que podem ser
associadas a experiências positivas ou negativas, ou seja, uma situação
desencadeia a emoção (reação interna) que leva a determinado
comportamento (denominado reação externa) e todo esse processo
estruturado é chamado processo emocional, que pode ocorrer de forma
ordenada ou não. A necessidade de controlar assertivamente o processo
emocional e estruturá-lo, nomeia-se inteligência emocional.
82
O termo inteligência emocional é relativamente novo. Utilizado pela

primeira
aaaaaaaaaaaa
vez em meados de 1990, quando apresentado em artigo escrito
por Salovey e Mayer com o mesmo nome, busca abordar a forma como
uma informação carregada de diversos tipos de experiências emocionais
entra em contato com o sistema perceptual dos seres humanos. De
acordo com Salovey e Mayer (1990), estes processos partem dos
seguintes componentes primários básicos:
avaliação e expressão das emoções em si e nos outros;

regulação da emoção em si e nos outros;
utilização das emoções para adaptação aos cenários em que o
indivíduo se encontra exposto.
Tendo esses conceitos básicos em vista, fica claro que o processo

de entendimento
aaaaaaaa emocional vai muito além da própria percepção
individual, dado que ele é complexo e envolve óticas próprias e óticas do
meio, da construção social. Uma vez compreendida a origem e o
significado do termo inteligência emocional, é possível desdobrá-lo para
além da ótica da psicologia e análise para sua gestão no meio empresarial,
a fim de identificar traços, características individuais e como as mesmas
afetam os processos de trabalho.
2.3.1. Teoria dos eventos afetivos
Correlacionando a inteligência emocional com o contexto

empresarial,
aaaaaaaaaaaa
existe a Teoria dos Eventos Afetivos. Formulada pelos
psicólogos organizacionais Howard M. Weiss (Purdue University) e Russell
Cropanzano (University of Colorado), ela visa explicar como as emoções e
humores influenciam o desempenho e satisfação no trabalho,
demonstrando por meio de esquema estruturado, como os trabalhadores
reagem emocionalmente aos eventos que ocorrem em seu ambiente de
trabalho e todos os impactos causados. Conforme exposto na imagem
abaixo.
83
FIGURA 1 | ESQUEMATIZAÇÃO DA TEORIA DOS EVENTOS AFETIVOS.
AMBIENTE DO TRABALHO
Características do cargo; SATISFAÇÃO NO
Demanda o trabalho; e TRABALHO
Exigências de esforço emocional.
EVENTOS DO TRABALHO REAÇÕES EMOCIONAIS

Aborrecimentos diários; Positivas;
Alegrias diárias. Negativas.
EVENTOS DO TRABALHO
Aborrecimentos diários;
Alegrias diárias.
FONTE: REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO (2018).
Desta forma, é possível verificar que no campo de ambiente do

trabalho,
aaaaaaaaaaaa
ficam dispostos todos os tipos de características da ocupação
que vão influenciar positiva ou negativamente na atuação do funcionário,
seguidos dos eventos do trabalho, que tendem a ocorrer de acordo com
as atribuições que o funcionário desenvolve, seguidos das reações
emocionais, que serão positivas ou negativas, de acordo com a situação
ocorrida e resultarão em satisfação ou insatisfação do colaborador.
Com isso, é possível concluir que os colaboradores sempre

tomarão
aaaaaaaaa
ações direcionadas com base em alguma emoção, portanto,
gerenciá-las de forma correta pode ser o que diferencia uma ação do
sucesso ou fracasso, portanto, as emoções também colaboram com os
processos de tomada de decisões e precisam ser respeitadas no desenho
organizacional.
84
2.3.2. A inclusão das emoções nos processos empresariais
Como visto anteriormente no resumo do artigo “Aspectos

históricos,
aaaaaaaaaaaa
culturais e sociais do trabalho”, as organizações do século XX
tinham o pensamento fundamentalista da tomada de decisões baseadas
apenas na racionalidade e hierarquia. Com a introdução de novas
tecnologias, métodos e teorias organizacionais, percebeu-se a importância
da consideração dos processos emocionais nos negócios. A própria Teoria
dos Eventos Afetivos demonstra que emoções positivas podem auxiliar
nos processos cognitivos que impactam diretamente nas decisões
desenvolvidas e estratégias de atuação tomadas pelas organizações,
auxiliando grandemente no processo de resolução de desafios e solução
de problemas, ao mesmo tempo que as emoções negativas também tem
influência direta com decisões que geralmente prejudicam os negócios.
Sendo assim, percebe-se que as emoções positivas normalmente

auxiliam
aaaaaaaa
nas seguintes questões:
aumento do potencial de criatividade;

melhoria nos processos de negociação;
refinamento do atendimento aos clientes;
aumento da segurança e prevenção a acidentes de trabalho.
As emoções também são muito eficazes no que tange ao

refinamento
aaaaaaaaaa
da percepção dos gestores sobre seus colaboradores,
permitindo que os mesmos consigam identificar com mais facilidade
comportamentos que denotem desvios negativos de comportamento no
ambiente de trabalho e assim consigam corrigir comportamentos
inadequados com mais assertividade, por meio de ações colaborativas
envolvendo líderes e liderados.
A liderança é outro fator chave que pode ser explorada com a

inclusão
aaaaaaaaa
dos processos emocionais no ambiente de trabalho. Sabendo
que a liderança dentro de uma organização implica em levar os liderados
a realizar os objetivos organizacionais, conseguir estruturar um ambiente
de trabalho realmente agradável faz com que as emoções passem a ser
enxergadas como mecanismos cruciais de mudança e melhoria, uma vez
aaaaaaaa
85
que, o líder emocionalmente inteligente e responsável conseguirá

identificar as mais simples mudanças de humor (sejam positivas ou
negativas) dos colaboradores e atuar sobre elas para trazer as melhorias
internas ao trabalho, melhorias essas que tem potencial reflexivo na vida
de cada funcionário liderado. Por fim, a inteligência emocional
organizacional permite que a empresa consiga dosar corretamente as
cargas de trabalho que cada função deve executar, evitando assim
problemas como a síndrome de Burnout, que é o estado de estresse
crônico que leva a exaustão física e emocional, cinismo e desapego,
sentimentos de ineficácia e falta de realização, ansiedades e em alguns
casos, depressão.
2.3.2.1. O Gerenciamento das emoções nos processos

empresariais
Para que as emoções sejam altamente eficazes nos processos

empresariais,
aaaaaaaaaaaa
é necessário que as mesmas sejam gerenciadas de forma
correta. A grande maioria dos colaboradores não possuem
conhecimentos técnicos ou de formação voltados ao gerenciamento das
emoções, daí a necessidade de planos de capacitação em inteligência
emocional, que direcionarão aos funcionários a compreensão de que, ser
inteligente emocionalmente não significa estar sempre com as emoções
positivas, más saber lidar com elas apesar de estados emocionais
negativos.
De acordo com Goleman (2005), a inteligência emocional pode ser

gerenciada
aaaaaaaa
através de cinco pilares fundamentais, sendo eles:
autoconsciência;
autorregulação:
automotivação;
empatia;
habilidades Sociais.
Demonstrados com detalhes na figura a seguir:
86
Uma vez que todos estes pontos emocionais são detalhados e

devidamente
aaaaaaaaaaaa
compreendidos, o processo de inteligência emocional se
desenvolverá, trazendo benefícios como a compreensão das emoções, a
habilidade de lidar com as emoções e o gerenciamento eficaz das
mesmas, permitindo ao colaborador que consiga entregar resultados
organizacionais cada vez mais refinados e assertivos.
3. Proposta de Programa de Formação em Inteligência

Emocional
Finalizadas as considerações iniciais e desenvolvimento da

importância
aaaaaaaaaaaa
do tema, o presente artigo busca o tracejo e desenvolvimento
de um programa de formação em inteligência emocional. Como todo
projeto, segue um escopo definido que abordará justificativa, pontos
focais, proposta de conteúdos programáticos, métodos de transmissão de
conhecimento e resultados esperados, conforme detalhamento exposto a
seguir.
3.1. Do Título e Release do Projeto
A presente proposta de projeto terá como título: Programa de

Capacitação
aaaaaaaaaaaa
e Formação em Inteligência Emocional. O release do projeto
apresenta os seguintes pontos:
promover o desenvolvimento técnico emocional dos colaboradores da

organização que aderir ao projeto;
realizar estudo estruturado sobre a importância do trabalho com as
emoções;
conceituar o que são emoções, a teoria dos Eventos Afetivos, a
correlação dos sentimentos e organizações;
os sentimentos ligados a liderança, a importância da inteligência
emocional;
o gerenciamento e aplicação das emoções no contexto empresarial.
87
3.2. Da Proposta de Consultoria em Inteligência Emocional
Por ser um tipo de projeto extremamente específico, requer um

processoaaaaaaaaaaaa
consultivo, de acordo com DICIO (2009)⁸, consultoria é uma
atividade em que um especialista compartilha o seu conhecimento em
forma de orientações específicas para as necessidades do cliente. Ou seja,
um tipo de trabalho que requer conhecimentos técnicos específicos e
deve ser executado por profissionais que possuem domínios técnicos
específicos também, neste caso, na área de Administração, Gestão de
Pessoas e Psicologia, a fim da realização do desenho de conteúdo
programático assertivo, contendo entre outros, conteúdo definido sobre a
identificação das emoções, a utilização das emoções, como gerenciar as
emoções, como mensurar o nível de inteligência emocional. A partir daí, a
consultoria tem embasamento para tracejar as propostas de melhoria de
habilidades de identificação de emoções, melhoria nas habilidades de uso
das emoções, que vão desde a compreensão das mesmas até o seu
gerenciamento e enfrentamento dos desafios de lidar com emoções no
contexto do ambiente laboral.
Ao fim do processo, espera-se que os colaboradores capacitados

por meio
aaaaaaaa
do Programa de Capacitação e Formação em Inteligência
Emocional consigam desenvolver a comunicação voltada a visão sistêmica
e organizacional, a inteligência emocional pautada na gestão da mudança
e melhoria dos relacionamentos interpessoais, a resiliência emocional e
principalmente, que conheçam melhor suas emoções e consigam utilizá-
las no processo de melhoria de sua performance individual e coletiva.
[8] Definição de Consultoria. Disponível em: https://www.dicio.com.br/consultoria/
88
3.3. Das Etapas da Consultoria em Inteligência Emocional
Um processo consultivo, aquele que contempla as demandas

específicas
aaaaaaaaaaaa
de um negócio, precisa ser desenhado de forma a atender
objetivos empresariais, para tal, precisa seguir alguns passos estruturados.
Quando se fala em tipos de projetos tão específicos quanto um voltado a
inteligência emocional, uma proposta eficaz de implantação é pautá-lo nas
métricas de gestão de projetos instituídas pelo Guia PMBOK de
Gerenciamento de Projetos, de forma que o trabalho passa a ser
desmembrado no seguinte escopo.
Iniciação: nesta fase, o projeto está em desenho inicial, ela

compreende as reuniões iniciais de definição de métricas e estudo do
escopo, no caso de uma demanda de um programa de capacitação
em inteligência emocional, nesta fase são definidos pontos de análise
da empresa, análise da estrutura de cargos, funções, visitas aos
ambientes empresariais, dimensionamento do esforço de trabalho e
orçamento do projeto.
Planejamento: nesta etapa do projeto, todos os pontos focais iniciais
são definidos, desde público-alvo as expectativas de retorno ao
negócio. O escopo do programa é fechado, os conteúdos que serão
abordados são pautados e o processo consultivo se inicia.
Execução: na etapa de execução, tem início ao projeto, as conversas e
reuniões com as áreas, a capacitação e efetiva transmissão dos
conhecimentos, objetivando a melhoria organizacional esperada.
Monitoramento e Controle: é uma das fases mais críticas do
projeto, é nela que serão medidos todos os pontos de assertividade e
verificado se os objetivos organizacionais foram alcançados e os
benefícios estão sendo disseminados. Essa etapa pode durar mais que
a própria capacitação e envolve todos os processos corretivos para
garantia de entregas de qualidade.
Encerramento: é a fase final do programa de capacitação em
inteligência emocional, nesta etapa a consultoria, em conjunto da
empresa, elegem os responsáveis internos para fiscalizar e continuar o
monitoramento dos trabalhos e firma o compromisso de voltar para
novas capacitações e correções caso se faça necessário.
89
Ao fim dessas etapas, a equipe da empresa que receberá o

Programa
aaaaaaaaaaaa
de Capacitação e Formação em Inteligência Emocional estará
pronta para gerenciar e aplicar suas emoções nos processos de trabalho e
na vida.
Com o presente estudo, pode-se analisar os principais conceitos e

pensamentos
aaaaaaaaaaaa
de autores do tema Inteligência Emocional. Apesar de ser
um assunto relativamente novo no contexto da gestão organizacional, em
pouco mais de 30 anos, desde a primeira publicação sobre o tema, o
mesmo já foi explorado e implementado como parte do processo de
decisões estratégicas em muitas organizações.
Muito mais que apenas a consciência de que os processos

emocionais
aaaaaaaaaa
impactam nos processos de trabalho, as empresas precisam
compreender que estes impactam nos processos organizacionais e, para
uma gestão que considera as emoções dos colaboradores funcional, é
preciso que os mesmos desenvolvam a inteligência emocional.
Essa busca constante pelo desenvolvimento da inteligência

emocional
aaaaaaaaaa
elevará o negócio. Conforme exposto no texto deste artigo,
quando os funcionários tem suas emoções levadas em consideração no
procedimento de definição de estratégias dos negócios, os mesmos
tendem a se sentirem realmente parte do negócio, o que desperta
sentimentos positivos e, de acordo com a Teoria dos Eventos Afetivos,
gerar satisfação no trabalho, o que, consequentemente, melhora os
resultados operacionais da empresa.
Por fim, investir nos colaboradores como um todo, desde sua parte
física, com
aaaaaaaaa
benefícios agregados a remuneração até as áreas emocionais
proporciona uma sensação de satisfação muito maior, e nesse âmbito, um
programa de Capacitação e Formação em Inteligência Emocional vem
como fator chave de desenvolvimento de um ambiente de trabalho
saudável e que proporciona o crescimento e trocas de experiências que
aperfeiçoam cada vez mais a produção e entrega de serviços da
organização.
90
Bueno, J. M. H. & PRIMI, R. (2003). Inteligência Emocional: Um Estudo de

Validade sobre a Capacidade de Perceber Emoções. Revista Psicologia:
Reflexão e Crítica, 2003. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/prc/v16n2/a08v16n2.pdf
Goleman, D. (2012). O cérebro e a inteligência emocional. 1. ed. Rio de

Janeiro: Editora Objetiva.
Goleman, O. D. (1999~2005). Trabalhando com a inteligência emocional. 1.

ed. USA.
Goleman, D. & SANTARRITA, M. (1995). Inteligência emocional: a teoria

revolucionária que redefine o que é ser. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva.
Knaflic, N. C. (2019). Storytelling with data: a data visualization guide for

business professionals. 2. ed. Alta Books.
Ornellas, T. C. F. & MONEIRO, M. I. (2006). Aspectos históricos, culturais e

sociais do trabalho. Revista Brasileira de Enfermagem. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reben/a/HqyzDDq4GTJRvYmjJkMwqcq/?lang=pt
Robbins, S. P., Judge, T. A., Sobral, F. (2010). Comportamento

organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall.
Salovey, P. & Mayer, J. D. (1990). Emotional Intelligence. Baywood

Publishing Co. Inc. USA.
Sistema S. (2017). Dados de exigência de qualificação profissional. Agência

de Notícias CNI. Disponível em:
https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/educacao/empresas-
buscam-profissional-qualificado-capaz-de-solucionar-problemas-afirmam-
especialistas-em-debate-promovido-pelo-senai/
91
Steven, J. S. (2017). The EQ Leader: Instilling passion, creating shared goals

and building meaningful organizations through emotional intelligence. 1.
ed. John Wiley & Sons.
92
5
AS FORMAS MAIS DIFUNDIDAS DE
GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO QUE
ENTREGA VANTAGEM COMPETITIVA E
DIFERENCIA A EMPRESA DO SEU
COMPETIDOR
Eslymar Martins Silva⁹
[9] Especialista em Direito Administrativo e Licitações

pela Faculdade Única de Ipatinga – FUNIP, Bacharel em
Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais – PUC Minas, Bacharel em Administração Pública
pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, com
complementação pedagógica, Docência em
Administração pela Faculdade de Educação Paulistana –
FAEP. E-mail: eslymar@gmail.com.
1. Introdução
A tecnologia avançou de uma forma que as empresas não estão

somenteaaaaaaaaaaaa
preocupadas em processar os seus dados rapidamente para
desenvolver processos ágeis de vendas, de logística, de produção e
outros, pois essa tecnologia está chegando a um ponto de inflexão. Hoje, o
foco é obter informação buscando vantagem competitiva. Além do
processamento dos próprios dados, as empresas buscam processar
dados de várias outras fontes, como, por exemplo, dados sobre o tempo,
sobre o trânsito, sobre os anúncios que as pessoas têm visto na internet e
das mais diversas cargas de trabalho. Assim, a vantagem competitiva atual
está atrelada justamente nesta análise de dados de fontes variadas e de
alta complexidade.
Este paper, a partir da metodologia de pesquisa de revisão

bibliográfica
aaaaaaaaa
pela análise exploratória dos dados levantados, pretende
apresentar três das formas mais difundidas de gerenciamento da
informação e conceder maior compreensão sobre essa temática, a saber:
(1) Análise de Negócios; (2) Sistema de ERP; e, (3) Cadeia de Valor.
Partindo do pressuposto que as empresas não devem tomar

decisões
aaaaaaa
sem informações precisas, este artigo analisa um conjunto de
técnicas que permite as organizações aumentarem a eficiência,
solucionarem problemas e aproveitarem as oportunidades surgidas
através da gestão da informação, tendo como foco principal diferenciar a
empresa do seu competidor.
Ao decorrer do estudo, serão abordadas soluções que levam a

tomadaaaaaaaaaa
de decisão pelo gestor, para tanto, ele precisa entender as
diferenças existentes entre dados, informação e conhecimento, conhecer
o Business Intelligence, um sistema de metodologias de gestão
implementadas através de ferramentas de software capaz de minerar
dados, para no final, ser apresentada as tendências tecnológicas de gestão
da informação.
96
2. Gerenciando as Informações para a Tomada de Decisão do

Gestor: Vantagem Competitiva para o Negócio
Para que a empresa possa competir em um mercado global e se

manteraaaaaaaaaaaa
bem sucedida, ela precisa adaptar a contínua mudança deste
ambiente, para isso, é importante que ela lance mão da tecnologia para
gerenciamento das informações e conheça as melhores ferramentas, pois
na medida que elas auxiliam a tomada de decisão, também diferencia a
empresa do seu competidor, por obter vantagem competitiva.
Vantagem competitiva é o diferencial que a empresa oferece aos

seus clientes,
aaaaaaaaalhe diferencia da concorrência e a faz alcançar grandes
resultados, ou seja, essa vantagem é o que destaca da concorrência e, em
virtude disso, os clientes são atraídos. A vantagem competitiva permite ter
um posicionamento muito forte no mercado, sendo de difícil replicação.
Além disso, ela ajuda a gerar valor ao público alvo, auxiliando a empresa a
se conhecer melhor, mas também a estudar ainda mais o mercado.
Os dados e a informação são elementos que não podem faltar

neste aaaaaaa
processo de autoconhecimento e estudo de mercado, para
Bullentini e Damasio (2019) os dados são medidas quantificáveis e
disponíveis para análise, e de maneira isolada, não possuem significado
relevante. Exemplificando, um dado pode ser o número do CEP e o
número de uma determinada casa. Já a informação é a organização e a
interpretação desses dados que guiam para compreensões relevantes
sobre algo. Esse conjunto de informações interpretadas é o conhecimento
da organização, ou seja, conhecimento se traduz na combinação de ideias
que auxilia a tomada de decisão, conforme esquema abaixo:
97
FIGURA 1 | DADOS X INFORMAÇÃO X CONHECIMENTO X DECISÃO
DADOS
INFORMAÇÃO CONHECIMENTO
DECISÃO
FONTE: ELABORADA PELO AUTOR (2022).
O bom gerenciamento das informações é um dos pilares para se

chegaraaaaaaaaaaaa
à vantagem competitiva. Algumas empresas até adotam planilhas
para fins diversos e inclusive para a tomada de decisão, sendo que neste
último, necessita maior atenção. A tomada de decisão, conforme
Maximiano (2009), trata-se de uma decisão tomada para resolver
problemas e aproveitar oportunidades.
[...] O processo de tomar decisão começa com uma situação

de frustração, interesse, desafio, curiosidade ou irritação. Há
um objetivo a ser atingido e se apresenta um obstáculo, ou
acontece uma condição que se deve corrigir, ou está
ocorrendo um fato que exige algum tipo de ação, ou
apresenta-se uma oportunidade que pode ser aproveitada.
(Maximiano, 2009, p. 58)
Já Certo (2005), defende não se tratar de uma simples escolha, mas

é a decisão
aaaaaaaaaaaa
feita entre duas ou mais alternativas, que apresenta a melhor
disponível para a organização ou aquela mais benéfica para o negócio. E
complementa Robbins (2010, p. 167) “a tomada de decisão ocorre em
reação a um problema. Um problema existe quando se verifica uma
discrepância entre o estado atual das coisas e seu estado desejável [...]”.
98
Por isso, não se recomenda o uso de planilhas, pois elas

apresentam
aaaaaaaaaaaa
resultados fracos, dificuldade de auditar e reutilizar, sendo
também de difícil automação. Para Bullentini e Damasio (2019) as planilhas
são limitadas em escalabilidade pelas seguintes implicações:
complexidade desnecessária; criação de despesas administrativas;
limitação de capacidade de organização para automatizar processos;
geram resultados ruins, pois nem sempre os algoritmos mais complexos
necessários são implementados corretamente; a planilha não tem
auditoria interna de revisão, por fim, elas não suportam a automação de
processos e nem podem ser integradas a outros sistemas operacionais,
regredindo a gestão da informação a uma simples análise de dados que
não oferece diferenciação ou vantagem competitiva.
Para uma gestão da informação satisfatória, a organização precisa

ter uma aaaaaaaa
ferramenta capaz de separar dados e lógica, pois as informações
processadas devem ser armazenadas em tabelas diferentes, para ser
utilizadas de diferentes maneiras e para diversos problemas e situações,
uma vez que os dados serão analisados e filtrados antes de aplicar para a
execução de uma resposta (Bullentini & Damasio, 2019).
Nesse contexto, surge Business Intelligence (BI) tendo um papel

extremamente
aaaaaaaa importante nas organizações, que analisa de forma
automatizada grande quantidade de dados, de forma eficiente e os
transformando em informações úteis para os gestores, conforme
conceitua Angeloni e Reis (2006):
O conceito de Business Intelligence com o entendimento de

que é Inteligência de Negócios, ou Inteligência Empresarial,
compõe-se de um conjunto de metodologias de gestão
implementadas através de ferramentas de software, cuja
função é proporcionar ganhos nos processos decisórios
gerenciais e da alta administração nas organizações, baseada
na capacidade analítica das ferramentas que integram em
um só lugar todas as informações necessárias ao processo
decisório. Reforça-se que o objetivo do Business Intelligence é
transformar dados em conhecimento, que suporta o
processo decisório com o objetivo de gerar vantagens
competitivas. (p.3)
É preciso destacar que um projeto de BI não se limita apenas ao

suporte
aaaaaaaaaaaa
a gestores, mas pode proporcionar ganhos para os vários
aaaaaaaa
99
departamentos da organização, desde que tenham como base

informações concretas para tomada de decisão. Por exemplo, o setor de
compras de uma empresa poderá equalizar dentre os fornecedores
existentes a melhor opção de compra, bastando que seja previsto no
projeto de BI estas análises.
O interesse pelo BI vem crescendo dentro das organizações,

Antonelli
aaaaaaaaaaaa
(2009) explica que um dos motivos são os reais ganhos
possibilitados pelo emprego da tecnologia, mas também as empresas não
estão somente preocupadas em processar os seus próprios dados
rapidamente, pois esse processo já chegou a um ponto de inflexão, no
qual vem ocorrendo uma inovação disruptiva, provocando uma ruptura
nos padrões e modelos tecnológicos já existentes no mercado.
Atualmente, as empresas buscam processar dados de várias outras
fontes, como por exemplo, dados sobre o tempo, sobre o trânsito, sobre
os anúncios que as pessoas têm visto na internet, tudo isto para que elas
consigam uma vantagem competitiva que possa ser trabalhada em
qualquer área ou processo da organização, sejam eles: preço;
conveniência; diferenciação; frete; qualidade; design; localização; equipe;
marca; status; entre outros. Todo este esforço é para agregar um valor
que os clientes enxerguem e acreditem nisso, ou seja, ter um benefício
que convença os clientes a comprar.
3. Ferramentas de Gestão da Informação
Quando uma empresa que trabalha às cegas o resultado é

catastrófico.
aaaaaaaaaaaa
Isto ocorre quando o gestor não tenha um sistema de BI
consistente ou simplesmente não o adota no seu dia a dia para a tomada
de decisão, explica Laudon e Laudon (2014):
[...] muitos administradores ainda trabalham às cegas, sem

nunca poder contar com a informação certa na hora certa
para tomar uma decisão abalizada. Também há aqueles que
se apoiam em previsões, palpites ou na sorte. O resultado é
a produção insuficiente ou excessiva de bens e serviços, a
má alocação de recursos e operações realizada em
momentos inapropriados. Essas deficiências elevam os
custos e geram perda de clientes. Porém, é possível que
aaaaaaa
100
administradores possam tratar a tomada de decisão de

forma sistemática e organizada, usando dados em tempo
real, que podem ser oriundos do próprio mercado (p. ).
Os autores, de modo indireto, acabam explicando a importância da

tomadaaaaaaaaaaaaa
de decisão, sendo uma escolha, mas aquela que deve ser feita,
então, para isto é preciso ter informações corretas e organizadas
sistematicamente e que, provenha de dados atualizados em tempo real e
dinâmicos. Tomada de decisão envolve dois fatores, o processo de
raciocínio, fazer uma escolha lógica a partir de um conjunto de opções
disponíveis (dados/informações) e envolve as atividades complexas, que
pressupõe ponderar sobre prós e contras de cada opção (custo,
segurança e exequibilidade) e antever eventuais consequências da escolha
realizada.
Logo, a tomada de decisão sem o auxílio de um sistema BI é

incompatível
aaaaaaaaa
para as organizações que têm um compromisso com a
eficiência, que consiste na execução de um processo padrão que possa
ser replicado na equipe e que tem como objetivo facilitar a entrega de
melhorias e aprimoramentos.
Por isso, o uso das ferramentas de gestão da informação nas

organizações
aaaaaaaé muito comum, pois elas conferem muitos benefícios,
como, por exemplo, a produtividade, que é fruto de sua facilidade de uso
e isto já é uma condição mais que fundamental para sua implementação e
adesão por todos os colaboradores. Em uma empresa que possui uma
ferramenta que é difícil de utilizar, as pessoas ficam mais envolvidas na
parte operacional e não conseguem se dedicar a atender melhor o cliente,
a comprar melhor, a produzir melhor, a entregar melhor e então, não
conseguem se organizar para a tomada de decisão. Nisso, mais que ter
uma tecnologia, é importante que as ferramentas de gestão atendam a
realidade da organização e sejam de fácil utilização. A seguir são
apresentadas três formas de gerenciamento da informação.
101
3.1. A Análise de Negócios
Após implantação do BI, a organização precisa produzir

informações
aaaaaaaaaaaa
que leve a tomada de decisão que conduza à agregação de
valor, e neste ponto que entra a Análise de Negócios, sendo um conjunto
de técnicas e ferramentas que permite entender o motivo de algo estar
acontecendo, prever o que pode acontecer no futuro e chegar ao melhor
plano de ação para alcançar o resultado esperado Bullentini e Damasio
(2019).
De modo geral, a Análise de Negócios passa por cinco etapas

principais,
aaaaaaa
a saber:
Avaliar as necessidades da organização ou de um projeto: trata-

se de um processo de descoberta para mapear as necessidades, que
podem ser feitas por diversas ferramentas, como o Workshops,
formulários, questionários ou por abordagens específicas pelo designer
thinking ou lean inception. É um processo de aprendizagem e de
descoberta que busca entender o que a empresa necessita;
Planejamento da análise de negócios: tendo muitas ferramentas, a
análise de negócios precisa escolher a ferramenta que será
efetivamente utilizada em um projeto específico, podendo, por
exemplo, utilizar a Matriz Swot ou Mapa da Empatia;
Elicitação de requisitos e análise: é o processo que transforma as
necessidades descobertas no levantamento inicial em requisitos;
Rastreabilidade e monitoramento: durante todo o processo, deve-
se estar preocupado com a rastreabilidade e o monitoramento, pois
não adiantaria ter todos os requisitos, se eles estiverem desconexos
ou conflitantes, pois tornaria impossível pensar nas soluções;
Avaliação de soluções: consiste em pensar em soluções para
possíveis inconsistências.
Estas cinco grandes áreas estão presentes na Análise de Negócios e

empregadas
aaaaaaanos diferentes níveis da organização, seja dentro de um
projeto ou dentro de outras atividades cotidianas da empresa. Portanto,
mesmo tendo um bom sistema de BI, deve-se considerar a capacidade da
equipe que interpretará estas informações de acordo com o planejamento
aaaaaaa
102
estratégico e que, sobretudo, corrobora na tomada de decisão.
3.2. O Sistema de ERP
Sendo um software de negócio capaz de integrar dados gerados

pela automatização
aaaaaaaaaaaa dos processos administrativos da organização, e
disponibilizando uma interface única de trabalho para os diversos setores,
o Enterprise Resource Planning – ERP, que do inglês significa Sistemas
Integrados de Gestão, apresenta muitos benefícios, dentre eles,
velocidade na execução dos processos ao passo que reduz falhas
humanas e, por conseguinte, o retrabalho.
O ERP é adquirido na forma de pacotes comerciais de software, e

cada umaaaaaaa
é responsável por um setor da empresa, os quais naturalmente
se integram. Os sistemas de ERP processam um ciclo infinito de interações
entre os módulos que vão se relacionar, eventualmente, pelo meio
externo, no processamento das entradas ou saídas de dados e bens.
As autoras Rodrigues e Assolari (2007) explicam que o sistema

permite
aaaaaaaaa
a empresa automatizar e integrar a maioria dos seus processos,
compartilhar práticas de negócio e dados comuns, disponibilizando
informações em tempo real. Sistema com essa característica é mais que
um gestor de informação, mas é um software caracterizado como um
sistema de gestão e, portanto, adquirido com o intuito de tornar mais
rápidos os processos empresariais e extrair informações mais acuradas da
empresa.
103
FIGURA 2 | O QUE É UM SISTEMA DE ERP?
FONTE: PÁGINA DA INTERNET DO MANUTENÇÃO E SUPRIMENTOS, 2018¹⁰.
Contudo, a implantação da ferramenta de ERP permite fazer uma

reavaliação
aaaaaaaaaaaa
dos processos, a fim de estruturá-los, desenvolvê-los,
podendo-se trabalhar a informação gerada. Caso essa adequação não seja
efetuada, há grandes chances de a implantação não ser satisfatória.
Observa-se que o primeiro passo para adesão do sistema envolve essa
decisão propriamente dita e a seleção do software, no segundo momento,
trata-se da implantação, que, gerindo-a bem, na qual envolve mudanças e
reestruturação organizacional, o passo a seguir consiste na utilização do
sistema, o terceiro ciclo a ser seguido em um processo de implantação.
(Rodrigues & Assolaria, 2007, p.6)
3.3. A Cadeia de Valor
A cadeia de valor relaciona os processos que geram valor para

clientesaaaaaaaaaaaa
e as vantagens competitivas para as empresas. O seu objetivo é
identificar os fluxos de processo dentro de uma empresa e como eles
contribuem. A cadeia é apresentada de forma gráfica, sendo dividida por
aaaaaaaa
[10] Disponível em: <www.manutencaoesuprimentos.com.br/o-que-e-um-sistema-erp>. Acesso em: 17 jul.

2022.
104
processos principais e processos de secundário, ou de apoio. Os

processos principais são conhecidos como atividades primárias, pois são
aqueles que se relacionam diretamente com a atividade fim de uma
empresa, ou seja, criação de produtos ou oferta de serviços, entre eles,
logística interna, produção, logística externa, vendas e marketing e
serviços. Já os processos de apoio contribuem para a execução dos
processos principais da cadeia de valor e da administração da empresa
como um todo, como infraestrutura, gestão de recursos humanos,
desenvolvimento tecnológico e aquisição e compras (Souza & Mello, 2011).
Na medida em que a cadeia de valor identifica os processos que

compõemaaaaaaaaaaaa
os custos para a produção do produto, ela contribui para gerar
valor para o cliente, permitindo que o gestor tome decisão sobre os
processos principais e de apoio, entretanto, o gestor ainda precisará
tomar outras decisões não previstas, que se trata do elemento margem,
que é entendido como a diferença entre o custo de produção e o valor
que o mercado está disposto a pagar, ou seja, a percepção de valor. Logo,
existe a necessidade da implantação e manutenção em conjunto de mais
de uma ferramenta de gestão da informação quando se requer uma
análise mais detalhada da organização.
No mercado, a empresa precisa ter um diferencial que os clientes

enxerguem
aaaaaaaaaaaa
e acreditem nisso, chamado vantagem competitiva, o que
permite que ela se mantenha bem sucedida e com destaque no mercado
global. Mas, a busca desse diferencial não é fácil, pois envolve o
processamento de dados e quanto maior a carga de dados processados,
maior é a chance da organização se autoconhecer, conhecer o mercado e
traçar estratégias para a tomada de decisão.
Com a tecnologia, o gestor tem a possibilidade de tratar a tomada

de decisão
aaaaaaaa
de forma sistemática e organizada, inclusive utilizando uma
carga de trabalho com dados em tempo real e provenientes dos vários
ambientes de mercado. Nesse sentido, tem-se destacado a análise de
negócios, o sistema de ERP e a cadeia de valor.
105
Angeloni, M. T. & Reis, E. S. (2006). Business Intelligence como Tecnologia

de Suporte a Definição de estratégias para melhoria da qualidade do
ensino. In: Encontro da ANPAD, 2006, Salvador. XXX Encontro Nacional de
Pós-Graduação em Administração, v. 1. 16 p.
Antonelli, R. A. (2009). Conhecendo o Business Intelligence (BI): uma

ferramenta de auxílio à tomada de decisão. Revista TECAP, nº 3, ano 3, v. 3.
Bullentini, Eduardo; Damasio, Adauto. (2019). Análise de Negócios: além

das planilhas. Flórida: Must University.
Bullentini, Eduardo; Damasio, Adauto. (2019). Conceito e importância da

Análise de Negócios. Flórida: Must University.
Certo, S. C. (2005). Tomada de decisões. In:______. Administração moderna.

9. ed. São Paulo: Pearson, cap. 7, p. 123-145.
Laudon, K. C.; Laudon, J. P. (2014). Sistemas de Informações Gerenciais. 11.

ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil.
Maximiano, A. C. A. (2009). Introdução à Administração. Ed. Compacta. São

Paulo: Atlas, 294p.
Robbins, S., Judge, T. & Sobral, F. (2010). Comportamento organizacional:

teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson, 633 p.
Rodrigues, M. & Assolari, L. M. A. (2007). A Tecnologia da Informação ERP e

seus Benefícios na Gestão de Processos e Crescimento dos Negócios. In:
XXXI Encontro da ANPAD – EnANPAD, Rio de Janeiro. 16 p.
Souza, M. A; M. E. (2011). Análise da cadeia de valor: um estudo no âmbito

da gestão estratégica de custos de empresas da construção civil da grande
Porto Alegre. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 8, nº 15, p.11-
40. Florianópolis, UFSC.
106
6
DADOS SÃO O NOVO INSUMO
CORPORATIVO: O ERP E O CRM NA
GESTÃO EMPRESARIAL E SEUS REFLEXOS
NO FOMENTO À INOVAÇÃO
Kellson Holanda Leal de Freitas¹¹
[11] Bacharel em Direito. Especialista em Contabilidade

Forense e Investigação de Fraudes, Especialista em
Direito Tributário, Especialista em Direito Comercial e
Especialista em Ciência de Dados. E-mail para contato:
kellson7777@gmail.com
1. Introdução
O desenvolvimento de mecanismos de comunicação e a velocidade

da informação
aaaaaaaaaaaa
levaram ao acirramento da concorrência, deixando de ficar
estrita aos empreendimentos locais e passando a compreender toda uma
rede global de fornecedores. A análise de dados virou tema de ordem no
gerenciamento das empresas.
Por meio da análise de dados é possível adaptar as estratégias a

serem aaaaaaaaa
seguidas, baseando-se no quadro empresarial apresentado e no
ambiente no qual a empresa está inserida. Esses aspectos merecem ser
debatidos tendo em vista os reflexos gerados na tomada de decisão e,
consequentemente, no desempenho da organização.
Assim, nesses novos tempos, o gestor deve se munir do maior

número
aaaaaaa
de elementos e informações disponíveis a fim de traçar o melhor
caminho rumo à consecução dos objetivos empresariais.
Para isso, diversas ferramentas auxiliam a análise e o tratamento de

dados aaaaaaaaa
e informações, entre as quais, delimitando-se o escopo da análise,
destacam-se o ERP (Enterprise Resource Planning) e o CRM (Customer
Relationship Management). Tais instrumentos, se empregados de maneira
coordenada, trazem ganhos concretos para a organização e criam um
ambiente propício à inovação.
Dito isso, desvinculando-se de conceitos mais engessados e

setorizados,
aaaaaaaaa
a ideia de inovação trazida pela doutrina contempla a
acepção incremental desse objeto, ou seja, a melhoria ou o
aperfeiçoamento de um produto, serviço ou processo já existente.
Tomando por base essa premissa, a utilização de ferramentas de

gestãoaaaaaaaa
empresarial e de tratamento de dados é uma revolução não só nos
processos ligados à condução de um negócio, mas também no próprio
posicionamento do gestor frente aos desafios, havendo uma
transformação na forma de refletir sobre as estratégias adotadas e os
resultados alcançados.
110
Como apresentado neste artigo, a gestão de dados guarda um

estreitoaaaaaaaaaaaa
relacionamento com a inovação. As ferramentas que utilizam
dados como insumo realizam análises que propiciam uma melhor atuação
do administrador, tornando possível alterar processos, alocar recursos em
áreas mais sensíveis e, com isso, produzir novos conhecimentos e novas
formas de operar, de desenvolver processos e de interagir com os
clientes.
O estudo tem por objetivo tratar de ponderações a respeito de

como aaaaaaaaaaaaaaaaaa
a gestão empresarial tem se relacionado com o avanço da
tecnologia, apontar o conceito de inovação, esclarecer como os dados
vêm sendo empregados como insumo no processo gerencial das
organizações, apresentar as principais ferramentas de tratamento de
dados utilizadas no escopo da gestão empresarial, e, analisar como o
processamento de dados por meio do ERP e CRM tem fomentado a
inovação nos negócios.
Para consecução desses objetivos, foi realizado um estudo de

natureza
aaaaaaaaaaaaaaa
qualitativa, apoiado em pesquisa exploratória e bibliográfica, com
levantamento de informações de livros e artigos publicados.
Quanto ao método de estudo escolhido, optou-se pelo

exploratório.
aaaaaaaaaaaa
Como bem descreve Gil (2007), citado por Silveira e Córdova
(2009, p. 35), nesse tipo de levantamento busca “proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a
construir hipóteses”, induzindo o debate e a discussão sobre o tema.
Outrossim, a pesquisa tem sua importância justificada em razão de

o atualaaaaaaa
momento de oscilação econômica exigir um modelo de gestão
empresarial mais ágil e assertivo na tomada de decisões, sendo ainda uma
oportunidade de fomentar reflexões acerca da adoção de ferramentas e
mecanismos que auxiliam o gestor na condução dos negócios. Ainda, sob
uma perspectiva macroeconômica, é importante realçar que a
transformação econômica ligada à inovação perpassa os interesses das
organizações, refletindo, cada vez mais, no desempenho econômico dos
países (Tidd & Bessant, 2015).
Assim, registrada a relevância do tema, o trabalho aqui proposto

aaaaaaaa
111
busca trazer luz à gestão de negócios realizada por meio do tratamento

de dados, em especial quanto a sua influência na tomada de decisões,
indicando as principais ferramentas que auxiliam o gestor na condução
dos negócios, além de se ressaltar o laço existente entre estas
ferramentas e a concepção de inovação no ambiente corporativo.
2. Gestão de Dados: Tecnologia, Inovação e Geração de Valor
A gestão de um empreendimento é uma atividade complexa e que

exige uma
aaaaaaaaaaaa
visão abrangente quanto aos diversos aspectos que permeiam
a condução do negócio. Daft (2016) ensina que a administração de um
empreendimento é uma jornada que envolve desafios, cabendo ao gestor
o papel de acompanhar e atuar junto às transformações que influenciam
no desempenho da empresa:
A natureza da administração é enfrentar os diversos desafios

e de longo alcance. Os gerentes precisam acompanhar o
ritmo do desenvolvimento da tecnologia continuamente em
avanço, encontrar meios de incorporar a internet e o e-
business em suas estratégias seu modelo de negócios e
empenhar-se para permanecerem competitivos diante da
dura competição global crescente, ambientes incertos, cortes
de pessoal de recursos e mudanças maciças ao redor do
mundo na economia, na política e nas condições sociais. (p.4)
Entre os pontos acima identificados, merece destaque o

acompanhamento
aaaaaaaaaaaa do desenvolvimento tecnológico. A tecnologia é um
fator de adaptação das empresas, essencial na organização do
empreendimento e na formatação de ajustes frente às dificuldades (Rosini
e Palmisano, 2003, p. 65).
Nessa esteira, Daft (2016), referenciando as análises de Nussbaum,

Berneraaaaaaaa
e Brady (2005) e McGregor, Arndt, Berner, Rowley, Hall,
Edmondson, Hamm, Ihlwan e Reinhardt (2006), ao tratar das tendências
de transformação econômica gerada pela inovação, afirma que:
À medida que, cada vez mais, o trabalho que envolve

conhecimento de alto nível é terceirizado para países menos
desenvolvidos, as companhias nos Estados Unidos, Europa e
Japão evoluem para o nível seguinte – geração de valor
aaaaaaa
112
econômico a partir da criatividade, imaginação e inovação.

(pp. 395 e 396)
Diversos são os conceitos de inovação, que variam conforme a
perspectiva:
aaaaaaaaaaaa
se econômica, de produtos, de processos, entre outras. No
Brasil, a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, que trata de incentivos
à inovação, dispõe que a inovação pode ser identificada como o ingresso
de conhecimento do qual derive novos produtos, serviços ou processos,
seja de maneira original ou única, seja advindo de melhorias de produtos,
serviços ou processos já existentes.
O Manual de Oslo, publicação de responsabilidade da Organização

para Cooperação
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
de Desenvolvimento (OCDE), define, de maneira
simplificada, em seu glossário, a inovação como um produto ou processo,
novo ou aperfeiçoado, que difere dos anteriores de maneira singular
(OCDE, 2018).
Por seu turno, Lu, Matui e Gracioso (2021, p. 6), valendo-se dos
ensinamentos
aaaaaaaaaaaaaaa
de Schumpeter (1982), consignam que inovação é “aquela
que se apropria do ‘velho’ para transformar em algo novo, é um processo
denominado de ‘destruição criativa’, em que as inovações recentes
substituem as mais antigas e é essa ação que gera o boom econômico
[…]”.
Agustinho e Garcia (2018) condensam as principais definições de

inovação
aaaaaaaaa
e apresentam o seguinte conceito:
A inovação tecnológica em produto pode assumir duas

formas: Uma em produtos tecnologicamente novos em que
as características ou os usos pretendidos diferem das dos
produzidos anteriormente e outra em produtos
tecnologicamente aprimorados, em que um produto
existente tem seu desempenho melhorado de maneira
significativa ou aprimorado. (p. 227)
Assim, resta patente que se enquadra na seara da inovação tanto

produtos,
aaaaaaaaaaaa
processos ou serviços marcados pelo ineditismo, quanto
produtos, processos ou serviços que tiveram seu desempenho
tecnologicamente aperfeiçoado.
Artigo do site Monitora (2021), aponta que os setores responsáveis

aaaaaaaaa
113
pela Tecnologia da Informação passaram de um papel secundário, de

suporte, para proporcionar inovações que refletem nas estratégias e
metas da empresa. A incorporação de sistemas informatizados, que
realizam o levantamento e processamento de dados, aos processos de
gestão empresarial é fruto desse processo.
A utilização desses elementos na condução da empresa é uma

tendência
aaaaaaaaaaaa
mundial. Dados têm sido vistos como o alicerce da
transformação digital, com significativo papel nos processos de melhoria
de atendimento ao cliente, de digitalização de atividades e de criação de
novos modelos de negócio (Rodrigues, 2019).
Os dados prospectados pela entidade servem de farol para o

direcionamento
aaaaaaaaaaaaaaaaa
de estratégias e caminhos a serem seguidos. Por meio da
análise de dados é possível direcionar recursos de forma a gerar o
atingimento de metas de maneira mais eficiente.
Exemplo disso é o trazido por Tavierne (2021), em artigo publicado

no siteaaaaaaaaaaaaaa
da firma de auditoria Ernst & Young Global Limited, que, em
conversa com Patrick O’Callaghan, CFO (Chief Financial Officer) da Schuman
Cheese, de Fairfield (New Jersey), a respeito das mudanças percebidas
com o tratamento de dados pela empresa, apresenta¹² o seguinte uso da
análise de dados:
Por exemplo, a pandemia da Covid-19 provocou uma

tremenda volatilidade na demanda. A análise dos dados de
tráfego em lojas físicas nos ajuda a prever a demanda a partir
dos picos de dados em que os clientes estão reduzindo os
estoques e como eles podem afetar seus pedidos conosco.
Podemos então, adaptar nossos estoques e movimentos de
matérias-primas. (Tavierne, 2021, tradução livre)
[12] Quanto à citação direta aqui referenciada, o artigo original não trazia o trecho transcrito entre aspas a
fim de indicar que se tratavam de palavras do interlocutor, sistema utilizado no decorrer de todo o artigo.
Assim, apesar de o contexto apontar que são argumentos levantados, de forma direta, pelo entrevistado,
o senhor Patrick O’Callaghan, optou-se por elencar o ensinamento e reportar que o exemplo foi levantado
no artigo de autoria de Tavierne. Não é atribuída, diretamente, a autoria do trecho ao senhor Patrick
O’Callaghan, mas sim, apontado que a vivência relatada foi ventilada no decorrer do diálogo com o já
citado entrevistado.
114
Verifica-se que o tratamento de dados é um instrumento que não

apenasaaaaaaaaaaaa
aponta a atual situação da empresa, mas também indica
tendências, oportunizando às empresas a antecipação de possíveis
cenários adversos.
Outro testemunho que chamou a atenção foi o de Jennifer Crow,

CFO da aaaaaaaaaaaaaaaaa
CognitiveScale, empresa ligada à produção de softwares de
Inteligência Artificial, em Austin (Texas), que assevera uma mudança
considerável na forma de captação de clientes:
A maior coisa que esses dados nos mostraram é a melhor

maneira de conseguir novos clientes. Tradicionalmente,
usamos a venda direta, o que encarece a aquisição de
clientes. Entretanto, seguindo os insights dos dados de
clientes, expandimos nosso foco para parcerias com
empresas maiores, o que reduzirá o custo de aquisição. Eles
direcionam nosso foco, mostrando o quanto as relações nos
beneficiarão a longo prazo, melhorarão a velocidade de
vendas e nos permitirão aumentar a escala mais
rapidamente. (Tavierne, 2021, tradução livre)
Aqui há que se ter ideia de que houve uma ruptura nos processos e
na forma
aaaaaaaaaaa
de prospectar clientes, surgindo um novo modo de atuar e uma
nova mentalidade junto aos integrantes da empresa. O autor do artigo,
Tavierne (2021), retrata o caso como uma revolução na rota da empresa,
fruto da análise de dados implementada pela entidade.
Importa destacar que, apesar de muitas vezes serem tratados como

sinônimos,
aaaaaaaaa
dados diferem de informações em razão do ponto de polidez
atribuído ao elemento. Segundo Bastos (2022), dados correspondem a
qualquer métrica, valor ou unidade de medida ainda descontextualizada,
sem o devido processamento, já a informação é o produto gerado após o
tratamento, a estruturação e a análise dos dados.
Assim, a informação é o que realmente sustenta o processo de

tomadaaaaaaaaa
de decisão e proporciona uma atuação mais assertiva do gestor
(Bastos, 2022). Nessa esteira, Guitarrari (2022), em artigo publicado no site
Exame, chama a atenção para o fato de que, por mais que haja uma
infinidade de recursos à disposição do responsável pela entidade, cabe ao
administrador alinhar as soluções às necessidades do empreendimento.
115
Guitarrari (2022) cita, por exemplo, a necessidade de se definir

quais aaaaaaaaaaa
as demandas que devem ser atendidas e quais os dados que
merecem mais atenção. Isso se dá em razão de que, a depender da
demanda, um determinado grupo de dados é necessário ou dispensável,
como é o caso de respostas a indagações referentes ao nível de
cancelamento dos serviços ou ao produto com maior demanda.
Cumpre dizer ainda que por meio de indicadores de dados é

possívelaaaaaaaaaaaaaaaaa
rastrear em qual segmento da empresa o valor gerado não condiz
com a quantidade de recursos empregada, possibilitando uma
identificação precisa dos setores que demandam mais atenção e a
consequente correção de rumos.
Em virtude do volume e do encadeamento de dados captados pelas

organizações,
aaaaaaaaaaaaa
surgiram ferramentas que auxiliam o gestor na avaliação
dos mais diversos aspectos que permeiam o funcionamento da entidade.
Uma das principais ferramentas, que merece destaque, é a

utilização
aaaaaaaa
do sistema ERP (Enterprise Resource Planning) no tratamento de
dados para a tomada de decisão. Padilha e Marins (2005) ensinam que o
sistema ERP se trata de um mecanismo de integração, centralizando e
uniformizando informações, disponibilizando-as em tempo real,
permitindo um melhor manejo das demandas que compõem o negócio,
desde a produção até a distribuição.
Acrescenta-se que os sistemas ERP são divididos em módulos

(constituem
aaaaaaaa
verdadeiras “janelas” ou “aplicativos” de acompanhamento)
que se comunicam e, extraindo dados de uma base central, disponibilizam
informações de acordo com a demanda (Souza, 2000).
Nesse sentido, Rodrigues e Assolari (2007), referenciando Laudon e

Laudonaaaaaaaa
(2004), acrescentam que esse processo tem como resultado o
fornecimento, aos gestores, de informações mais precisas e oportunas
dos setores da empresa, possibilitando-os uma visão holística do
andamento dos negócios.
Assim, com as informações da atual situação da empresa, o

administrador
aaaaaaaaa
tem maior controle e gerenciamento do empreendimento,
aaaaaaaaaa
116
gerando um aprimoramento da gestão:
Os principais resultados depois da implementação do ERP

são melhoria da produtividade geral da empresa, ganho de
qualidade nos processos e a disponibilidade de informações
gerenciais rápidas e seguras para a tomada de decisão,
agregando benefícios estratégicos para toda organização.
(Cigam, 2021, n.p.)
Verifica-se, pois, que a implantação do sistema ERP fomenta a

inovação,
aaaaaaaaaa
dada a visão global proporcionada por tal ferramenta, e gera
eficiência para o negócio, ocasionando uma melhor aplicação dos
recursos, sejam financeiros, sejam humanos etc.
Diversos são os fornecedores de sistemas de ERP (como Oracle,

Omie, aaaaaaaa
entre outros), cada um com suas especificidades que os destacam
no mercado. Apesar disso, Davenport (1998), apresenta a arquitetura
básica de um sistema ERP, a qual denomina “Anatomy of an Enterprise
System” (Anatomia de um Sistema Empresarial).
Davenport (1998) ensina que o centro de tal sistema deve conter

uma base
aaaaaaa
de dados central, que repassa informações a aplicativos
divididos conforme a necessidade. O caminho inverso também ocorre, a
base de dados é alimentada constantemente pelos dados e informações
inseridos nos aplicativos.
Uma melhor percepção do funcionamento da sistemática envolvida

pode ser
aaaaaaa
vista pela análise demonstrada na Figura 1.
117
FIGURA 1 | ARQUITETURA DE UM SISTEMA ERP
ADMINISTRAÇÃO
DA EMPRESA E
STAKEHOLDERS
EQUIPE DE VENDAS / DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR
APLICATIVO DE APLICATIVO LIGADO
RELATÓRIOS AO SETOR
GERENCIAIS FINANCEIRO DA
APLICATIVO LIGADO EMPRESA
ÀS VENDAS DE
SETORES ADMINISTRATIVOS
FORNECEDORES
DELIVERY
CLIENTES
BASE DE
APLICATIVO DE
DADOS MANUFATURA
CENTRAL
APLICATIVO DE
SERVIÇOS
APLICATIVO DE APLICATIVO DE
GESTÃO DE INVENTÁRIO E
RECURSOS SUPRIMENTOS
HUMANOS
TRABALHADORES
/ FUNCIONÁRIOS
DA ENTIDADE
FONTE: ADAPTADO DE DAVENPORT (1998).
Depreende-se que o ERP propicia a produção de relatórios

gerenciais,
aaaaaaaaaaaa
atualizados em tempo real, com elementos advindos dos mais
diversos setores da empresa, englobando desde a área de recursos
humanos até o controle de materiais, podendo ser segmentados por área
ou trazer informações relacionadas à organização como um todo.
Estudo realizado por Araújo, Lima e Sobral (2018) evidencia o

potencial
aaaaaaaaa
de promoção da inovação nas empresas, favorecido pelo
advento do tratamento de dados realizado por um sistema ERP. No caso,
trata-se de análise que toma por base entrevistas semiestruturadas
aplicadas a Gestores de Tecnologia da Informação de agroindústrias
sucroalcooleiras no estado de Pernambuco, pesquisa realizada na região
metropolitana de Recife.
As principais evidências de melhoria no desempenho

organizacional,
aaaaaaaaaaaaa
percebidas após o implemento do ERP naquele ambiente
corporativo, podem ser evidenciadas a partir da análise dos principais
aaaaaaa
118
pontos descritos na pesquisa de Araujo, Lima e Sobral (2018), entre os

quais, destacam-se o ganho de performance da empresa a partir da
geração de conhecimento e a melhoria na gestão do processo produtivo,
como um maior controle de estoques e maior coordenação das atividades
de manutenção da usina.
É possível entender que essas melhorias advêm de fatores que se

comportam
aaaaaaaaaaaaaaaaa
como pressuposto ou de condições que contribuem para o
surgimento da inovação no ambiente corporativo. A conjuntura apontada
favorece a eclosão de ideias e a participação ativa do corpo funcional nos
mais diversos setores da empresa.
Ainda sobre os resultados da pesquisa de Araujo, Lima e Sobral

(2018),aaaaaaaaaaaaaaa
há de se destacar que foram identificadas inovações de ordem
incremental, as quais contribuíram para o aumento do nível de
conhecimento e da capacidade produtiva, tais como, as inovações
referentes às novas formas de realização de processos internos e a
elevação do conhecimento reverberado entre os colaboradores (Araujo,
Lima & Sobral, 2018).
O sistema ERP, apesar de todas as vantagens apresentadas,

encontra
aaaaaaaa
uma melhor aderência às atividades de backoffice, não tendo a
mesma eficiência quando associado a atividades que exigem alguma
interação com atores externos à estrutura da empresa, como com os
clientes (Caiçara Junior, 2008). Nesse sentido, Caiçara Junior (2008)
acrescenta que um dos instrumentos capazes de atuar nessa lacuna é o
trazido pelo conceito de CRM (Customer Relationship Management).
aaaaaa
Como bem assinalam Kotler e Keller (2006, p. 151), o CRM é
definido
aaaaaaaaa
como o “gerenciamento cuidadoso de informações detalhadas
sobre cada cliente e de todos os ‘pontos de contato’ com ele, a fim de
maximizar sua fidelidade”. Ou seja, trata-se de um conjunto de técnicas
que tem como objetivo fidelizar o cliente, atendendo-o de maneira quase
individualizada, a fim de possibilitar uma maior recorrência do cliente
àquela marca ou aquele produto.
Softwares de CRM são desenvolvidos por diversas empresas que

atuam aaaaaaaaaaa
no mercado de soluções em Tecnologia da Informação. Por meio
aaaaaaa
119
deles são captadas as interações realizadas com os clientes e os dados

são armazenados em uma base corporativa, propiciando a realização de
operações interativas com consumidores de forma customizada, de
acordo com os gostos e as preferências de cada um. Essa dinâmica é bem
retratada no seguinte trecho de artigo publicado pelo site TOTVS:
[…] ao entrar em contato com um cliente, o CRM software

capta todas as informações interessantes sobre quem está
do outro lado, sendo elas: nome, telefone, endereço, e-mail,
quais ações a pessoa fez dentro do seu site, quais produtos
ou serviços ela já comprou etc.
Trata-se de um verdadeiro mapeamento do comportamento

do seu cliente gerando dados que podem servir de insumo
para estratégias futuras e melhorias de produto.
Além disso, também são reunidos e exibidos todos os tipos

de interações e estratégias que você já aplicou – tenham elas
dado certo ou não. (Totvs, 2022)
Ademais, com o CRM é possível direcionar ações promocionais a

determinado
aaaaaaaaa
nicho de clientes com maior probabilidade de sucesso,
poupando recursos, alavancando as vendas e aumentando a satisfação
dos clientes. A Figura a seguir clarifica o processo até aqui descrito.
FIGURA 2 | UTILIZAÇÃO DE SISTEMA CRM NA GESTÃO EMPRESARIAL
CAPTAÇÃO DE DADOS PROCESSAMENTO INFORMAÇÃO ESTRATÉGIA

O CRM coleta e armazena os Os dados são processados São geradas informações a Com base nessas
dados de cada interação dos no sistema. respeito dos clientes e de informações é possível
clientes com a empresa. seus hábitos de consumo. direcionar ações de forma a
atingir grupos específicos de
consumidores.
120
O emprego do CRM no setor de serviços é um ponto que chama a

atenção,
aaaaaaaaaaaa
tendo em vista que, dado sua natureza, engloba atividades que
indicam um contato mais direto entre a empresa e os clientes. Silva e
Pedron (2017) asseveram reflexos positivos na implantação de sistemas
CRM nesse segmento, como a melhoria no atendimento e na prestação
dos serviços oferecidos.
O estudo de Silva e Pedron (2017), investigando o trabalho

elaborado
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
por Dobrzykowski, Callaway e Vonderembse (2015), retrata a
inovação produzida na prestação de serviços hospitalares com o auxílio
desse sistema. Com informações coletadas por meio de sistemas CRM, os
hospitais pesquisados, sediados nos Estados Unidos, desenvolveram
novos serviços a serem prestados e criaram novos modelos de entrega de
serviço, melhorando a satisfação dos pacientes e reduzindo custos.
Depreende-se, assim, que o tratamento de dados com o emprego

do CRMaaaaaaaaaaaaaaa
também é fonte de inovação. Com o monitoramento de dados
dos pacientes e a personalização do atendimento é possível direcionar
recursos a demandas até então, inexploradas.
Observa-se que a confluência dos fatores aqui tratados cria um

ambiente
aaaaaaaaa
propício à inovação. Há uma verdadeira trilha de produção de
conhecimento que conduz a captação de dados até um patamar superior,
o da inovação (Figura 3).
aaaaaaaaaa
FIGURA 3 | RELACIONAMENTO ENTRE A COLETA DE DADOS E A INOVAÇÃO
DADOS COLETADOS ERP / CRM INOVAÇÃO
121
Percebe-se que tanto nos sistemas de ERP quanto nos sistemas

CRM, há
aaaaaaaaa
uma forte dependência de dados, os quais servem de insumo
para o seu funcionamento e consequentes reflexos, ou seja, dados são a
nova engrenagem que move toda a estrutura gerencial, fomentando a
inovação no ambiente corporativo.
Com o aumento da competição, da velocidade de informação e as

mudanças
aaaaaaaaaaaa
no consumo, a tecnologia no ambiente da gestão empresarial
vem se tornando algo indispensável. O gestor deve se valer de elementos
tecnológicos na condução do negócio a fim de se beneficiar dos aspectos
que trazem eficiência, aumentam seu capital competitivo frente ao
mercado e estimulam a inovação.
O instituto da inovação vem sendo descrito quando há o

surgimento
aaaaaaaaaa
de novos produtos, processos ou serviços, marcados pelo
ineditismo, ou quando, se apoiando em fatores já existentes, propõe o
desenvolvimento de produtos, processos ou serviços aprimorados,
gerando um conhecimento novo e novas formas de enxergar a realidade.
Para isto, é necessário nutrir o gestor com dados para uma melhor
análiseaaaaaaaaaaaa
da situação. O levantamento, tratamento e análise de dados é
realizado por ferramentas de gestão que indicam tendências e
possibilitam uma visão global do andamento do negócio, permitindo um
melhor planejamento de estratégias a serem trilhadas, a exemplo dos
sistemas ERP e CRM.
O diagnóstico realizado possibilita ao gestor a formulação de planos

de negócio,
aaaaaaaa
a alteração de processos e, até mesmo, a identificação dos
hábitos de consumo de seus clientes, favorecendo tomadas de decisão
mais assertivas, como, por exemplo, a exploração do canal de promoção
das ações de marketing.
Nessa esteira, observa-se que nos dois principais casos ora

analisados
aaaaaaaaaa
— o de implementação do ERP junto às agroindústrias
aaaaaaaaa
122
sucroalcooleiras do estado de Pernambuco, no Brasil, e o de utilização do

CRM na gestão de hospitais dos Estados Unidos — os dados são
propulsores de desenvolvimento e inovação.
Apesar de distintos os ramos de atuação, percebe-se que a

utilização
aaaaaaaaaa
do sistema ERP trouxe consigo o aperfeiçoamento de processos
e/ou serviços ali empregados e o emprego do sistema CRM lançou as
bases para identificação de demandas inexploradas, possibilitando o
advento de novos processos e/ou serviços, representando, em ambos os
casos, medidas cobertas pelo manto da inovação.
Dito isso, nota-se que dados, hoje, constituem o novo insumo

corporativo.
aaaaaaaa
O aproveitamento e a gestão coordenada desses elementos
na gestão empresarial propiciando uma atuação mais assertiva do gestor
e promovendo o desenvolvimento da organização.
123
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126
7
BI E ERP COMO BASE DA CONSTRUÇÃO DE
GOVERNANÇA PÚBLICA DIGITAL:
ESTUDO DE CASO MÚLTIPLO DA CIDADE DE
ANDRADAS - MG - BR
Poliana Rodrigues Pionório

Freire Assis¹³
[13] Mestranda em Science in Business Administration for

MUST University. Consultoria e Projetos para Gestão
Pública na formação de Cidades Inteligentes e
Sustentáveis pelo Instituto Smart Citizen - Brasilia, DF,
BR., com base no Modelo CHESI (Cidades Humanas,
Eficientes, Sustentáveis e Inteligentes). Formação técnica
em consultoria do IGM-CFA (Índice de Governança
Municipal pelo Conselho Federal de Administração).
E-mail: adm.polianapionorio@gmail.com
1. Introdução
Com o avançar dos tempos, a população aumenta e a quantidade

de dados
aaaaaaaaaaaa
se multiplica, principalmente devido à popularização das
Tecnologias da Informação e Comunicação. Não obstante, a tecnologia
vem como ponto de partida para transformação de empresas e governos
em se tornarem mais inteligentes, desmistificando que a qualidade no
atendimento, redução de custos e melhoria nos resultados só podem ser
atribuídos a grandes corporações ou metrópoles.
Nesse tocante, à governança digital auxilia o gestor público nas

tomadas aaaaaaaaa
de decisões acerca de projetos, operações e cotidiano de suas
secretarias com acompanhamento de equipe e munícipes atendidos,
partindo da geração de relatórios mais completos e menos complexos,
tendo em vista modelos de apresentação que facilitam a visualização de
resultados. Tal facilidade se deve à coleta de informações pelo Business
Inteligence (BI) e a interligação de dados e qualificação dos mesmos pelo
ERP (Enterprise Resource Planning). Ambos, principais responsáveis pela
base de construção de uma governança digital, focada no fluxo de
atendimento e otimização de seus custos.
Primak (2008) apud Bezerra e Siebra (2016), endossa que o BI pode

ajudar,aaaaaaa
uma vez que possui recursos propícios para obter dados de
diferentes sistemas transacionais e para organizá-los de forma rápida,
proporcionando resultados mais exatos, objetivos e precisos, com
qualidade, favorecendo uma melhor gestão da informação e do
conhecimento no processo decisório.
Corroborando com Primak, Lima (2012), pontua que:
A busca pelo bom desempenho organizacional faz da Gestão

do Conhecimento uma indispensável aliada na procura por
medidas capazes de gerar e capturar o conhecimento de
seus funcionários, onde a obtenção de tais informações são
responsáveis pela a criação do novo. O auxílio da tecnologia
é fundamental, sistemas e processos cada vez mais
modernos dão o suporte necessário na gestão do capital
intelectual, gerando então, um diferencial competitivo e um
posicionamento superior dentro da economia do país (p. 15).
130
Já o ERP, é um software de negócio que permite à empresa

automatizar
aaaaaaaaaaaa
e integrar a maioria de seus processos, compartilhar práticas
de negócio e dados comuns pela empresa e disponibilizar a informação
em tempo real. Sistemas desta natureza são mais que um sistema de
informação, sendo caracterizado como um sistema de gestão e, portanto,
adquiridos com o intuito de tornar os processos empresariais mais ágeis e
extrair informações mais acuradas da empresa (Rodrigues & Assolari,
2007).
Na gestão pública, o prefeito, na figura do gestor público é o

principal
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
responsável pela tomada de decisões, logo, pela liquidez e
capacidade de pagamento de suas contas e atendimento aos seus
munícipes. São demandas de operações internas e externas que fazem do
uso da tecnologia, principal aliada na agilidade e inovação dos processos.
E, neste momento, num cenário pós-pandêmico, carregado ainda de
incertezas e indecisões, o gestor público ter a mão ferramentas, sistemas
ou programas que mostrem um caminho a ser seguido, através de uma
tomada de decisão assertiva, fazem toda a diferença - em observância
também, investimentos ou aplicação de recursos externos no município.
Nisso, a escolha dos indicadores possibilita avaliar múltiplos problemas e,
a partir deles, alcançar o objetivo proposto a cada projeto, melhorando
resultados.
1.1. Metodologia
Este trabalho foi desenvolvido a partir de um estudo de caso

múltiploaaaaaaaaaaaa
de implantação de governança digital na Prefeitura de Andradas-
MG, como método de pesquisa, partindo no primeiro momento, do
levantamento de informações internas das secretarias, com intuito de
otimizar os processos e reduzir custos com o BI. No segundo momento,
interligando as demais secretarias e setores que tramitavam
documentações com demandas da população, empresários, servidores,
conselheiros municipais e Prefeito em atuação, etc. De posse desses
dados, descreveu-se o ambiente informacional da população, dos
secretários, servidores e gestor público, bem como apontamento de
diretrizes para criação e a automação de sistemas de informação
enquanto instrumento da gestão pública pelo ERP.
131
Para Yin (2001), o Estudo de Caso como ferramenta de investigação

científica
aaaaaaaaa
é utilizado para compreender processos na complexidade social
nas quais estes se manifestam: seja em situações problemáticas, para
análise dos obstáculos, seja em situações bem-sucedidas, para avaliação
de modelos exemplares.
A seguir, a visão do mesmo autor para a elaboração de um

fluxograma
aaaaaaaaa
para um Estudo de Caso múltiplo, percebido ao de Andradas-
MG, tendo em vista a interligação de secretarias do município:
FIGURA 1 | FLUXOGRAMA PARA UM ESTUDO DE CASO MÚLTIPLO
FONTE: ADAPTADO DE YIN (2001).
Este estudo contempla as abordagens de pesquisas explicativas e

descritivas
aaaaaaaaaaaa
como elementos primordiais de posicionamento da Prefeitura
no atendimento a tais demandas, baseadas nas premissas de
constitucionalidade e transparência para o alcance do objetivo proposto a
curto, médio e longo prazos, tendo em vista o desenvolvimento de
projetos, seu aperfeiçoamento dentro da análise de satisfação da
população de Andradas.
Quanto a pesquisa explicativa que, “é aquela que, além de registrar

e analisar
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
os fenômenos estudados, busca identificar suas causas, seja
aaaaaaaaa
132
através da aplicação do método experimental/matemático, seja através da

interpretação possibilitada pelos métodos qualitativos” (Severino, 2007, p.
123 apud LIMA, 2012).
“Sendo este o tipo de pesquisa que mais aprofunda o

conhecimento
aaaaaaaaaaaa
da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.
Por isso é um estudo científico, pois explica e prevê as questões do
estudo” (GIL, 1996, p. 87).
A satisfação da população foi medida através de APP (aplicativo) da

Ouvidoria
aaaaaaa
implantado em agosto de 2019 como início da implantação da
governança digital, sendo um canal para fazer denúncias, reclamações,
enviar sugestões e elogios.
Já o sistema de governança digital (implantada entre agosto de

2019 eaaaaaaa
janeiro de 2020) está disponível no próprio site da Prefeitura de
Andradas, em que, para se conectar e abrir um chamado ou processo, o
cidadão preenche campos como resumo, descrição e seus dados de
localização.
FIGURA 2 | NOVO SISTEMA DE OUVIDORIA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE ANDRADAS-MG
FONTE: ACS - PREFEITURA DE ANDRADAS, MG (2019).
133
Ainda no cadastro, o usuário pode anexar documentos e fotos, para

encaminhar
aaaaaaaaaaaa
junto a seu contato. Além do acesso por computador, o
usuário pode também baixar e instalar o aplicativo “Cidadão Online”.
Caso o usuário deseje fazer solicitações, estas deverão ser feitas via e-SIC
ou Protocolo Municipal. O prazo para resposta é de 20 dias, prorrogável
por mais 10 dias, mediante justificativa. Caso não seja possível atendê-lo
dentro deste prazo, a ouvidoria deverá informar sobre os
encaminhamentos, as etapas e os prazos previstos para uma resposta
conclusiva, ou solicitar informações adicionais (ACS - PREFEITURA DE
ANDRADAS, 2019).
2. Estudo de Caso Múltiplo da Cidade de Andradas – MG
Andradas é um município brasileiro do estado de Minas Gerais,

situadoaaaaaaaaaaaa
na microrregião de Poços de Caldas. Sua população estimada em
2020 era de 41.396 pessoas. Com uma área municipal de 469,4 km² e a
densidade demográfica, 86,08 hab/km². A cidade também é formada por
dois distritos: Gramínea e Campestrinho.
FIGURA 3 | PREFEITURA MUNICIPAL DE ANDRADAS-MG
FONTE: PORTAL DA CIDADE ANDRADAS/MG (2022).
134
Em relação à Administração, a atual Prefeita Municipal é a Sra.

Margotaaaaaaaaaaaa
Navarro Graziani Pioli (Administração 2021/2024), ao lado de seu
Vice-Prefeito Sr. João Luiz Magalhães Teixeira. Mas foi no último mandato
do Ex-Prefeito Rodrigo Aparecido Lopes (2013-2016/2017-2020) que
houve a transformação da governança digital na cidade.
FIGURA 4 | EX-PREFEITO RODRIGO APARECIDO LOPES
FONTE: JORNAL ANDRADAS HOJE (2019).
Na ocasião da implantação de governança digital, a prefeitura de

Andradas
aaaaaaaaaaaa
possuía um contrato com uma empresa de sistemas, em que foi
levantada toda a necessidade que deveria ser atendida para o pleito. Foi
traçado um cronograma junto a mesma e o poder público, levando o
projeto ao poder legislativo para aprovação. Após isso, a implantação
ocorreu de agosto de 2019 a janeiro de 2020. Realizados os testes em
fevereiro do mesmo ano. O sistema de governança digital foi colocado à
prova no período iniciado da pandemia em 16 de março de 2020, em que
nenhuma das atividades da referida prefeitura parou. Pelo contrário,
seguiu o fluxo com resultados satisfatórios para o momento.
135
2.1. Como o Planejamento de Recursos com Tecnologia gera

Inovação e Eficiência para a Gestão Pública?
O que contextualiza uma gestão pública em uma gestão eficiente, é

a visãoaaaaaaaaaaaa
que o seu gestor tem das partes que formam um todo dentro de
uma prefeitura, de seus servidores, conselheiros, a organização de suas
pastas e, sobretudo, da utilização correta de seu erário. Mitigar gastos e
ações governamentais para o desenvolvimento e qualidade de vida de
uma cidade é práxis dentro de seus projetos, mas que nem todos o fazem
por não conhecer ou se dedicar o quanto deveria para ajustar seu
orçamento dentro de uma LOA (Lei Orçamentaria Anual), PPA (Plano Pluri-
Anual) e PD (Plano Diretor).
A intenção por trás da governança digital, implantada no mandato

do Ex-Prefeito
aaaaaa Rodrigo Aparecido Lopes, foi diminuir a quantidade de
papel utilizada pelas secretarias e repartições, logo de seus custos, bem
como promover a agilidade de processos, antes em maioria manuais, que
retardavam o fluxo da gestão, tendo em vista que, se fosse necessária
uma correção de determinado projeto, encaminhamento, liberação de
pleitos ou outros, a solicitação deveria percorrer novamente todo o
caminho para seu andamento efetivo, quando de sua correção e de
maneira presencial.
O planejamento de recursos gera inovação e eficiência para a

gestãoaaaaaaaa
pública a partir da correta utilização em projetos e ações que
correspondam a metas e objetivos bem definidos que impactem na
resolução de problemas oriundos da necessidade de desenvolvimento do
município.
136
3. Business Inteligence (BI)
Quando nos referimos às situações, estamos abordando os

múltiplos
aaaaaaaaaaaa
problemas que devem ser gerenciados diariamente pelos
gestores e equipes de trabalho em diferentes espaços na vida social.
Também nos referimos a situações impostas no contexto da economia
global em constante transformação. Quando falamos em decisões a
serem tomadas, estamos nos referindo aos múltiplos desafios que se
apresentam cotidianamente nas empresas, hospitais, escolas, clubes
esportivos ou a qualquer organização humana que tenha por objetivo a
sua própria continuidade no tempo (Bullentini & Damasio, 2019).
Nesse contexto, reside a necessidade, seguida da importância de

catalogar
aaaaaa
seus dados por meio de uma organização lógica de atividades
que delineiam a maneira mais assertiva do desenvolvimento de uma
operação. Essa organização e orquestramento dos dados, podemos
chamar de BI.
Roehe (2013, apud Melo, 2011), explana que o termo BI foi cunhado
por volta
aaaaaaaa
dos anos 1990, pelo Gartner Group, porém, a gênese do
conceito se deu com o advento dos Sistemas de Informação Gerencial
(SIG) nos anos 1970, que basicamente eram sistemas de geração de
relatórios, mais tarde, já na década de 80, surgiu o conceito de Sistemas
de Informações Executivas (SIE), cuja metodologia era voltada
exclusivamente para executivos de nível superior.
Dessa forma, entendemos que as organizações são pautadas em

operações
aaaaaaaa
que, através delas, geramos dados relevantes, ou não, para
implementação de processos, ajustes do modus operandi, mudança de
atividade, etc. Conforme Tronto et al. (2003, apud Melo, 2011), o BI
representa as técnicas e habilidades que permitem gerar conhecimento
para empresas e gestores, a partir de dados e informações que até então
não tinham muita relevância, assim, pode-se afirmar que dados e
informações no BI são tidos como matérias-primas para o
desenvolvimento de novas percepções, soluções e padrões que auxiliam a
melhores tomadas de decisões nos negócios e projetos.
137
Na gestão pública o grau de importância aferido aos dados não é

diferente,
aaaaaaaaaaaa
contudo, o resultado final é interpretado de outra maneira:
enquanto nas empresas privadas, a aplicação de BI tem como resultado o
lucro; nas empresas públicas (vide prefeituras) o resultado é a otimização
dos dados para melhorar a qualidade de vida da população, seja através
de serviços de saúde, educação, agricultura, dentre outros. Abaixo, veja
figura de mostra os pilares do Business Intelligence.
FIGURA 6 | OS PILARES DO BUSINESS INTELLIGENCE
Recursos de
Armazenamento Extração de Dados Relatórios e
Consulta
BI
Painéis Digitais Visualização de

Análise de Dados
Interativos Dados e Processos
FONTE: ADAPTADA DE LADEIRA (2019).

Isto posto, para implementação do BI eficaz na Governança Digital,
é preciso
aaaaaaaaaaaa
validar os seguintes passos:
1. Alimentação do sistema com dados do projeto que as secretarias têm

em comum, depois, a parametrização (o que precisa ser medido, o
que será preciso para organizar esses dados, quem fará a análise
tendo como apoio o ERP) com uma análise cautelosa pela importância
de monitorar os indicadores de 138desempenho que são os que devem
ser perseguidos na atividade-fim;
1. alimentação do sistema com dados do projeto que as secretarias têm
em comum, depois, a parametrização (o que precisa ser medido, o
que será preciso para organizar esses dados, quem fará a análise
tendo como apoio o ERP) com uma análise cautelosa pela importância
de monitorar os indicadores de desempenho que são os que devem
ser perseguidos na atividade-fim;
2. Realização de um cronograma para cada pasta. Seja na Secretaria de
Educação, Secretaria de Saúde ou outra, a métrica estará interligada
com o objetivo de cada projeto e os indicadores de desempenho
mostram a evolução, ou não, desses objetivos;
3. Importância de definir e catalogar a origem dos dados e o que vem de
planilhas, redes para definir quais informações devem ser coletadas;
4. Com o levantamento dos dados dos projetos, deve organizá-los,
estruturá-los em um único lugar para poder melhor gerir sua pasta e
trabalhar com planos de ações mais eficientes para atingimento dos
objetivos, pois deverão ser vistos face planejamento no uso dos dados
para uma gestão inteligente atuando de forma estratégica;
5. Sensibilização da equipe sobre a ferramenta de BI, acompanhar
constantemente os resultados dessa aplicação e ver se continuam
adequadas ao objetivo-fim;
6. Todos da equipe daquela pasta, devem estar imbuídos do mesmo
propósito de pensar através de dados para conversão de
conhecimento, sem achismos, mas embasados em uma cultura de
serviço público de qualidade.
A empresa que gera conhecimento, a organização deve completar

uma aaaaaaaaaaaa
espiral de conhecimento formada pela transmissão de
conhecimentos que vai de tácito para tácito, de explícito para explícito, de
tácito a explícito e deste novamente a tácito. Nonaka e Takeuchi (1997,
apud Lima, 2012). No exemplo da Figura 6, cada quadrante representa um
dos quatro modos de conversão do conhecimento.
139
FIGURA 7 | MODOS DE CONVERSÃO DO CONHECIMENTO
CONHECIMENTO TÁCITO CONHECIMENTO EXPLICÍTO

CONHECIMENTO TÁCITO
VER
MANUSEAR ESCREVER
PERGUNTAR SOCIALIZAÇÃO EXTERNALIZAÇÃO FALAR
PERCEBER Conhecimento Conhecimento DESENHAR
Compartilhado Conceitual
CONHECIMENTO EXPLICÍTO
LER
OUVIR INTERNALIZAÇÃO COMBINAÇÃO AGRUPAR
ASSISTIR Conhecimento Conhecimento COMBINAR
Operacional Sistemático
FONTE: ADAPTADA DE NONAKA E TAKEUCHI (1997).
4. ERP (Enterprise Resource Planning)
Souza e Saccol (2003, p. 19, apud Rodrigues & Assolari, 2007)

registram
aaaaaaaaaaaa
que “[...] os ERPs são sistemas de informação adquiridos na
forma de pacotes comerciais de software que permitem a integração de
dados dos sistemas de informação transacionais e dos processos de
negócios ao longo de uma organização”.
Para a gestão pública, o ERP deve integrar as partes interessadas no

pleito, aaaaaa
estabelecendo continuamente relações de informação entre todas
as secretarias da prefeitura com base de dados de módulos implantados
para o processo de operação funcional cotidiana de cada repartição.
Uma das funções do ERP é distribuir as informações para todos na

empresaaaaaaaaa
a partir dos outros sistemas que estão integrados a ele de
acordo com as regras do planejamento estratégico, tático e operacional. A
integração do ERP visa desencadear uma série de processos de
aaaaaaaaaaa
140
informações que são interdependentes a uma determinada ação no

sistema e que são distribuídas por diversos setores da empresa que
possuem funções que se relacionam através dessa ação, como, por
exemplo, vendas, estoque, financeiro-contábil e recursos humanos (Melo,
2011).
No caso da gestão pública, é monitorado o estoque da merenda

escolaraaaaaaaaaaaa
do município, o estoque da Farmácia de Atenção Básica para
atendimento aos munícipes com medicamentos, implementação de
projeto de engenharia para construção de praça com equipamentos de
ginástica para fomento de esporte e lazer, contabilidade e controladoria,
são alguns exemplos do ERP para a gestão pública.
4.1. Secretarias Municipais em Sistemas Integrados
Para que cada Secretaria fizesse parte da governança digital, foi

necessário
aaaaaaaaaaaa
fazer um levantamento de todos os projetos e alinhá-los em
dados relevantes, dentro de uma escala de início das atividades,
desenvolvimento e resultados (monitorados) com retroalimentação do
processo.
Na Gestão do Ex-Prefeito Rodrigo Aparecido Lopes as pastas foram

divididas
aaaaaa
em: Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer;
Secretaria Municipal de Fazenda; Secretaria Municipal de Planejamento,
Gestão e Projetos; Secretaria Municipal de Saúde e Ação Social; Secretaria
Municipal de Serviços Públicos e Transporte Interno; Secretaria Municipal
de Governo, Segurança Pública e Defesa do Cidadão; Secretaria Municipal
de Agricultura, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Turismo e
Cultura; Controladoria Interna; e, Procuradoria Geral.
Os conselhos municipais foram comunicados, fazendo parte do

pertencimento
aaaaaaaaa governança digital de Andradas em cumprimento de
objetivos e metas estabelecidos, bem como os prazos para respostas e
participação dessa constituição de governança pública. Foram eles:
Conselho Municipal de Assistência Social; Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS); Conselho Municipal de
Habitação, Conselho Municipal do Meio Ambiente; Conselho Municipal do
Menor; Conselho Municipal do Patrimônio Cultural; Conselho Municipal de
aaaaaaaaaaa 141
Segurança Pública (Consep); Conselho Municipal de Turismo e Conselho

Tutelar.
4.2. Como que o Business Inteligence (BI) e ERP (Enterprise

Resource Planning) podem ser Base para Construir
Governança Digital?
O tema governança digital pública, ou e-gov, é um campo de franca

expansão
aaaaaaaaaaaa
no Brasil, tendo em vista a importância no tratamento das
informações para tomada de decisões e replanejamento, quando
necessário. O BI além de revelar a situação em que se encontra
determinada secretaria, via monitoramento, passa a ser um balizador de
ações estruturantes governamentais. Segundo Rua (2009):
O monitoramento é um instrumento de gestão das políticas

públicas e o seu objetivo é facilitar a consecução dos
objetivos pretendidos com a política e a avaliação é um
conjunto de procedimentos de julgamento dos resultados de
uma política, segundo critérios que expressam valores.
Juntamente com o monitoramento, destina-se a subsidiar as
decisões dos gestores da política quanto aos ajustes
necessários para que os resultados esperados sejam
obtidos. (P. 38)
E avançamos na utilização da BI por outros motivos, além da

integração
aaaaaaaaaaaa
de dados e sistemas, pois ainda diz respeito a redução de
custos, de tempo, melhor qualidade de geração de relatórios, dashboards,
de números de servidores e consultores em um único projeto, em
agilidade de tomadas de decisões, ou seja, otimização dos aspectos
técnicos e administrativos. Corroborando essa afirmação, Petrini, Freitas e
Pozzebon (2006), a abordagem administrativa vê a tecnologia de BI como
um processo inteligente que gera informações para subsídio à tomada de
decisões, através do filtro de um volume exagerado de dados, os quais são
transformados em conhecimento. Já a abordagem tecnológica é entendida
como um conjunto de ferramentas que apoiam o armazenamento e a
análise de informação, assim, o enfoque deixa de ser o processo e passa a
ser a técnica que possibilita o registro, recuperação, manipulação e análise
da informação.
142
Considerando o objetivo desse estudo de caso múltiplo que foi

como aaaaaaaaaaaa
que o Business Intelligence (BI) e ERP (Enterprise Resource Planning)
pôde ser base para construir governança digital em Andradas-MG,
compreendemos que o Ex-Prefeito Rodrigo Aparecido Lopes foi visionário,
levando em consideração um mandato de governo (2013-2016/2017-
2020), não um mandato partidário.
A tecnologia empregada beneficiou não apenas a rotina operacional

da prefeitura,
aaaaaa mas também ao foco das atividades mais técnicas, atendeu
a população com sua assistência e a empresários para qualquer
necessidade de resolução de suas empresas. Assim, chega-se de que o
pleito teve como resultado transformação de cidade no modelo do
Governo Digital. Por isso, houve um mapeamento completo dos fluxos de
processos, realizados em conjunto com a empresa de sistemas, para
identificação das oportunidades de digitalização. Houve redução de 40%
nos custos envolvendo papel e impressões, otimização de recursos,
redução de prazos internos, organização das demandas, rastreabilidade,
segurança e finalmente, a efetividade de uma desburocratização.
O resultado desse estudo de caso múltiplo permitiu entender que a

tecnologia
aaaaaaaa
trouxe ganhos no tratamento de informações antes retardadas
no processo manual havendo forte incremento no acompanhamento e
avaliação das políticas públicas, com a transformação de dados em
inúmeras possibilidades de análise. Para dar seguimento ao processo
evolutivo de governança digital, merece destaque a opção de implantação
da tecnologia blockchain.
O Ex-Prefeito Rodrigo Aparecido Lopes concluiu suas atividades do

Poder aaaaaaaaa
Executivo de Andradas-MG, em seu segundo mandato (2017-2020)
com 78% de aprovação da população. Atualmente Rodrigo Lopes foi eleito
Deputado Estadual por Minas Gerais, ocupando uma das 77 cadeiras do
Poder Legislativo, que compreenderá o mandato de 2023-2027.
Um dos maiores desafios na implantação da governança digital em

Andradas-MG,
aaaaaaaa
foi por parte de alguns dos servidores concursados há anos
aaaaaaaaaaa
143
que estavam habituados ao modus operandi manual, seguindo a retórica

de que tudo sempre foi realizado daquela forma e que daquela maneira
deveria continuar a seguir.
A quebra de paradigma se deu na disrupção do processo manual

para oaaaaaaaaaaaa
processo informatizado em mais de 90% de suas atividades e
projetos, inclusive com agilidade de autorização do Prefeito (ao que cabia
tal chancela) através da mesma plataforma em tempo e prazos pré-
determinados. O fluxo das operações foi otimizado, o atendimento para as
secretarias obteve tempo reduzido, dando condições de focar na
elaboração de novos projetos, busca por parcerias nacionais e
internacionais, onde através de toda essa organização interna, foi possível
apresentar de forma clara, relatórios com resultados mais confiáveis para
captar recursos de fontes de financiamentos e da União.
A mudança foi notória desde a diminuição de gastos públicos com

zero desperdício
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
de impressão, na Saúde, compartilhamento de
prontuário eletrônico como meio de facilitar e agilizar o atendimento ao
cidadão até vias de informação para liberação de medicamentos na
farmácia básica, mostrando a eficiência e consolidação dos dados. Na
Secretaria de Educação, o ERP foi alinhado ao BI para levantamento dos
dados de matrículas, inclusive com registros de informações
complementares para ofertar um ensino cada vez melhor.
144
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147
8
SMART CONTRACTS: O USO DE
BLOCKCHAIN NO UNIVERSO
CORPORATIVO
Nilton José Coelho Neto¹⁴
[14] Bacharel em Ciências Contábeis e Licenciado em

História. Especialista em Finanças Corporativas, em
Gestão Escolar e em História das Religiões. Mestrando em
Administração pela Must University.
E-mail: niltonjosecoelho@gmail.com
1. Introdução
Esta pesquisa pretende identificar de que forma a utilização de

contratos
aaaaaaaaaaaa
inteligentes pode trazer benefícios às corporações. Como guia
de estudo, optou-se por discorrer sobre a definição de contrato
tradicional e suas características burocrático-jurídicas. Em seguida,
apresenta-se o conceito de blockchain, como sendo um banco de dados
descentralizado que apresenta segurança e agilidade sem a necessidade
de um intermediador. Na continuidade, explica-se o conceito de smart
contracts, ou contratos inteligentes, como sendo uma transposição do
físico e intermediado, para algo eletrônico e automatizado. Ao final,
expõem-se os benefícios da utilização de contratos inteligentes nas
corporações.
A origem dos contratos na história da humanidade remonta à idade

média.aaaaaaaaa
A famosa frase “o homem é o lobo do homem”, de Tomas Hobbes
(1588-1679), ilustra uma das razões pelo qual o estabelecimento de um
contrato passou a ser considerado por pensadores da época. Tomas
Hobbes discorreu sobre a natureza humana e o poder do Estado em sua
obra Leviatã, publicada em 1651, e entendeu que os homens tinham o
objetivo de satisfazer seus desejos individuais e de sobrevivência e,
vivendo eles em estado de natureza, essa busca resultaria em violência e
guerras. Diante disso, à medida que as populações começaram a se
aglomerar, mostrou-se necessário estabelecer consensos para que os
indivíduos pudessem conviver em sociedade e garantir a preservação da
vida, procurando o entendimento comum em torno de um poder político
exercido pelo Estado.
Outros estudiosos também falaram em estabelecimento de

contratoaaaaaaa
e, apesar de seguirem linhas distintas, todos convergiam na
teoria que hoje se denomina Contratualismo, uma escola filosófica
representada, entre outros, por T. Hobbes (1588-1679), J. Locke (1632-
1704), J.-J. Rousseau (1712-1778), I. Kant (1724-1804), cujo pensamento
político-filosófico via “a origem da sociedade e o fundamento do poder
político num contrato”, num acordo tácito ou expresso entre indivíduos
(Bobbio et al., 1998, p. 272).
150
Corroborando com esse conceito na atualidade, Sá (2013) descreve

que: aaaaaaaaaaaa
A concepção de contrato remonta ao mais primitivo das

sociedades. Com efeito, é praticamente impossível pensar o
homem como ser social, sem que, de assalto, sobrevenha a
ideia de um necessário e prévio ajuste de condutas, passível
de viabilizar o estabelecimento de inter-relações entre os
indivíduos que compõem a espécie humana. (n.p.)
Percebe-se, portanto, que para que uma sociedade conviva

ordenadamente
aaaaaaaaaaaa
são necessários instrumentos que garantam os acordos
firmados e protejam as partes de fraudes ou comportamentos
inesperados. O instrumento mais comumente utilizado para firmar o
acordo entre as partes é o contrato tradicional. Ele é materializado em
papel, impresso com tinta e assinado presencialmente pelos indivíduos
em cartório, normalmente com a presença de testemunhas.
Posteriormente o contrato é guardado em um arquivo físico e gera custos
com armazenamento e transporte. Por se tratar de um documento de
papel, caso ele seja molhado, rasgado ou queimado, por exemplo, não
será possível recuperá-lo. A eventual consulta ao contrato exigirá uma
busca manual entre diversos outros documentos físicos, podendo resultar
em gasto de tempo desnecessário se ele tiver sido armazenado em local
equivocado. Todo esse procedimento vai de encontro a agilidade exigida
pelo mundo atual, que usufrui de avançadas tecnologias e métodos de
trabalho sustentáveis para o planeta.
À medida que o mundo se globalizou, o contrato tradicional passou

a ser ineficiente
aaaaaaaaaante a rápida necessidade de formalização de negócios
para que as partes começassem a tomar providências, com a
tranquilidade de que estão asseguradas legalmente. A morosidade na
formalização dos contratos tradicionais, até o momento em que todas as
partes envolvidas tivessem o mínimo de garantias em mãos, poderia
resultar em perdas de oportunidades e prejuízos financeiros em um
mundo onde as operações são feitas de forma rápida via internet. Como
alternativa para tentar suprir essa necessidade de agilidade, surge o
blockchain.
De acordo com Ambrosi (2019), em 2008 foi lançado um artigo,

aaaaaaaaaa
151
assinado pelo o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, que chamou atenção

mundialmente por apresentar uma moeda digital baseada em um
protocolo cuja validação era feita em uma rede P2P, sem a necessidade de
instituições financeiras. Essa moeda é denominada atualmente bitcoin e
esse protocolo de controle e validação é chamado de blockchain. O
SERPRO (2017) define o blockchain da seguinte forma:
Blockchain é uma tecnologia de validação inviolável que tem a

descentralização como medida de segurança. Cria consenso
e confiança na comunicação direta entre duas partes, sem o
intermédio de terceiros. O protocolo é adequado para
cenários que requerem privacidade e controle de identidade
e permissões. (n.p.)
O protocolo blockchain, além de servir de base para a bitcoin,

tambémaaaaaaaaaaaa
deu base para a criação de diversas outras moedas digitais, mas,
além disso, também foi aplicado na construção de contratos inteligentes.
Os contratos inteligentes são contratos eletrônicos que utilizam a

rede blockchain
aaaaaaaaapara fazer o controle e a validação desses contratos.
Neste tipo de contrato, todas as regras são colocadas em códigos
computacionais, que preservam a garantia de execução de forma
automatizada.
Para compreender quais benefícios os contratos inteligentes

podemaaaaaaaaaa
trazer às empresas, será feita uma pesquisa bibliográfica e
qualitativa sobre o tema. Segundo Macedo (1994, p. 13), a pesquisa
bibliográfica “se trata do primeiro passo em qualquer tipo de pesquisa
científica, com o fim de revisar a literatura existente e não redundar o
tema de estudo ou experimentação”. E qualitativa, porque interpretará o
que está escrito na teoria. Conforme abaixo:
A pesquisa qualitativa é conhecida também como "estudo de

campo", "estudo qualitativo", "interacionismo simbólico",
"perspectiva interna", "interpretativa", "etnometodologia",
"ecológica", "descritiva", "observação participante",
"entrevista qualitativa", "abordagem de estudo de caso",
"pesquisa participante", "pesquisa fenomenológica",
"pesquisa-ação", "pesquisa naturalista", "entrevista em
profundidade", "pesquisa qualitativa e fenomenológica", e
outras [...]. Sob esses nomes, em geral, não obstante,
aaaaaaaa
152
devemos estar alertas em relação, pelo menos, a dois

aspectos. Alguns desses enfoques rejeitam total ou
parcialmente o ponto de vista quantitativo na pesquisa
educacional; e outros denunciam, claramente, os suportes
teóricos sobre os quais elaboraram seus postulados
interpretativos da realidade. (Triviños, 1987, p. 124)
2. Definição de Contratos
Bobbio et al. (1998, p. 279) define contrato como “uma relação

jurídicaaaaaaaaaaaaa
obrigatória entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, em
virtude da qual se estabelecem direitos e deveres recíprocos: são
elementos essenciais, portanto, os sujeitos e o conteúdo dos contratos,
isto é, as respectivas prestações a que são obrigados sob pena de
sanção.”
O dicionário Priberam (2021) descreve que a palavra contrato

deriva aaaaaaaaa
do latim contractus, que significa acordo ou convenção para
execução de algo sob determinadas condições.
De acordo com o IDEC – Instituito Brasileiro de Defesa do

Consumidor
aaaaaaaaaa
(2011):
Um contrato é um acordo de vontades firmado por duas ou

mais pessoas, capaz de criar, modificar ou extinguir direitos.
A compra de um produto, seja ele uma caixa de fósforo ou
uma bala, constitui um contrato; no caso, um contrato de
compra e venda. Quando você entra em um ônibus e paga a
passagem, você está realizando um contrato de transporte.
Como se vê, para a celebração de um contrato não é
necessário que haja termo escrito. (n.p.)
Para Lopes (2016), os contratos fazem parte da natureza humana,

pois seria
aaaaaaaaaaaa
uma necessidade do relacionamento dos indivíduos em
sociedade. Isso se relaciona à necessidade de haver um registro que
determine quais são os direitos e responsabilidades de cada uma das
partes envolvidas na negociação.
Diniz (2008) corrobora com esse pensamento ao dizer que contrato

seria oaaaaaaaaa
acordo entre duas ou mais vontades, dentro do ordenamento
aaaaaaaaa
153
jurídico, que visa estabelecer os interesses das partes para contrair, alterar
ou mesmo extinguir relações jurídicas.
Percebe-se que as definições seguem para o entendimento de que

é um aaaaaaaaaaaa
acordo que visa tirar um fato da incerteza, o qual antes estava
sujeito à incerteza. O Contrato, portanto, é um negócio jurídico e,
consequentemente, deve respeitar o ordenamento jurídico de forma a
proteger os interesses das partes envolvidas.
Para Tartuce (2016), o respeito à função social do contrato resulta

em equilíbrio
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
dos interessados, protegendo a parte mais frágil da relação
contratual e, ao mesmo tempo, zelando pela dignificação humana e pelos
direitos de personalidade.
Vale destacar que este estudo não possui objetivo de esgotar a

definição
aaaaaaaaa
de contratos, mas ilustrar que a razão de sua existência se
fundamenta em motivos sociais, sejam eles na idade média para preservar
a vida, quando se originou o contrato entre Estado e indivíduos para que o
primeiro protegesse os últimos da violenta natureza humana descrita por
Tomas Hobbes, sejam eles os contratos individuais entre pessoas ou
corporações no mundo moderno. Os contratos são frutos da relação
social dos humanos e buscam, além de registrar entendimentos, trazer
um arcabouço de direitos e deveres que devem ser respeitados para que
a isonomia entre as partes seja conquistada.
2.1. O que é o Blockchain?
Carvalho (2018), em tradução livre, define blockchain como uma

cadeia aaaaaaaaaaaa
de blocos de registro em uma rede descentralizada. De maneira
simples, blockchain é uma cadeia de blocos de informações, que formam
um banco de dados com registro cronológico descentralizado.
Os dicionários são instrumentos que reúnem as unidades léxicas de

uma língua
aaaaaaaaade forma simples, organizada, cujos sentidos foram
consensuados na língua de origem. Apesar de não haver um
correspondente na língua portuguesa para o termo blockchain, alguns
dicionários mais modernos apresentam definições sobre sua grafia
original inglesa. Como exemplo, cita-se a definição do dicionário Priberam
aaaaaaaaaa 154
sobre blockchain: “tecnologia que usa uma base de dados não

centralizada, com informações provenientes de uma grande rede, ligadas
por algoritmos de encriptação, geralmente usada para transações em
criptomoedas” (Priberam, 2022, n.p.).
O dicionário Houaiss da língua portuguesa também apresenta um

conceito
aaaaaaaaaaaa
sobre blockchain:
Sistema de banco de dados digital que permite a um grupo

de participantes o compartilhamento de dados divididos em
blocos e que funciona aberto a computadores a ele
conectados em rede. Os dados podem ser compartilhados,
mas não alterados, o que garante a segurança das
transações financeiras, inclusive em criptomoedas,
certificando a autenticidade e a propriedade dos ativos
digitais nele identificados. (Houaiss, 2022, n.p.)
Ainda sobre o termo apresentado, Endeavor (2015) afirma que:
Os blockchains (cadeia de blocos) são um sistema de

contabilidade. São uma maneira de esclarecer e validar um
registro, uma transação. Porém, ao contrário de outros
sistemas, o registro gerado pelo blockchain é distribuído; está
presente em todas as partes onde o software é rodado. (n.p)
Campos (2018) corrobora com esse pensamento ao alertar que

essa tecnologia
aaaaaaaaaaaa
funcionaria como um livro contábil virtual distribuído, em
que cada parte da rede possui uma cópia em seu computador.
Conforme exposto, percebe-se que o sentido de blockchain está

convencionado,
aaaaaaaaa porém, para maior compreensão do processo que
envolve esse termo tecnológico, é interessante descrever minimamente
como ocorre a transação de dados nele. De acordo com a revista Exame
(2021):
aaaaaaaaa
O blockchain armazena periodicamente informações de
transações em lotes, chamados blocos. Esses blocos
recebem uma impressão digital chamada hash – um código
matemático único – e são interligados em um conjunto em
ordem cronológica, formando uma linha contínua de blocos –
uma corrente (daí o termo “chain”).
155
Se alguém tentar fazer alguma mudança em um dos blocos

passados, ele não é reescrito. Mas pode ser enviada uma
nova transação, que será analisada e incluída em um novo
bloco de informações. (n.p.)
O blockchain então, seria formado por pequenos blocos que

estariam
aaaaaaaaaaaa
interligados entre si, através de hashes. Para Campos (2018, p.
21) hash seria a “tradução em criptografia de um conjunto e informações
sobre o respectivo bloco e as transações nele existentes”.
Por esta característica do hash, ao se alterar um bloco, o hash

tambémaaaaaaaaaaaaaaaaaa
será alterado e replicará essa alteração em todos os nós da rede.
Dessa forma, o hash garante segurança e evita o duplo uso, por exemplo,
no caso das criptomoedas.
Crosby (2016) nos apresenta o funcionamento do Bitcoin como

sendo aaaaaaa
uma sequência de seis passos que descritos, de forma adaptada,
abaixo.
1. Uma pessoa A deseja enviar dinheiro para a pessoa B. Ela realiza o

procedimento de envio através de um código computacional.
2. Esse código da transação é enviado para a rede na forma de um bloco.
3. Esse mesmo bloco é enviado a todos os participantes da rede.
4. Os vários participantes da rede confirmam se o bloco enviado está
dentro do padrão, e, caso afirmativo, validam a transação. Este modelo
com vários validantes garante a segurança do blockchain.
5. Com a validação positiva, este bloco é adicionado a cadeia de registros,
garantindo idoneidade e transparência na transação.
6. Com o registro completo, o dinheiro então, é enviado da pessoa A
para a pessoa B.
Nos passos 3 e 4, temos a atuação do hash, em que o pacote é

enviado aaaaaaaaa
para a rede, o hash é comparado e analisado com os demais
hashes, e somente em caso de o pacote enviado atender às características
solicitadas, ele é confirmado como uma transação válida.
156
2.2. Benefícios do uso de Contratos Digitais
Os benefícios da utilização de contratos inteligentes no meio

corporativo
aaaaaaaaaaaa
são agilidade, segurança e a ausência da necessidade de um
intermediador para efetivação do contrato. Conforme Buvat (2016),
contratos inteligentes resolvem problemas dos tradicionais contratos
financeiros, que não são digitais, pois estes dependem de documentos
físicos que geram demora, ineficiência e, por isso, aumentam a exposição
a erros e fraudes.
Um benefício percebido na utilização de um contrato eletrônico,

utilizando
aaaaaaaaa
blockchain, seria a agilidade proporcionada pela automatização
de todo o processo.
Para Campos (2018), a automatização através de códigos de

programação
aaaaaaaaa
permite agilidade no controle das atividades que são
determinadas em contrato, já que as possibilidades existentes estão no
código. Campos (2018), ainda alerta que os contratos inteligentes, por
usarem blockchain, garantem maior controle, privacidade e autonomia na
execução do contrato.
Ademais, ressalta-se que o fato de não haver intermediários,

possibilita
aaaaaaaaaa
o desenvolvimento de um processo com menos burocracia e
maior celeridade, permitindo mitigar dois dos principais problemas dos
processos judiciais.
157
Observou-se na revisão da literatura o conceito de contrato

tradicional,
aaaaaaaaaaaa
concluindo-se que a existência desse instrumento jurídico
necessário desde a idade média, sendo representado no início pelo
contrato entre indivíduos e Estado para a manutenção da vida e o bom
relacionamento dos indivíduos na sociedade, e, na atualidade, entre
pessoas físicas ou jurídicas para formalização de negócios e garantias
entre as partes.
Posteriormente, apresentou-se o conceito de blockchain como

sendo aaaaaaaaa
uma cadeia de blocos que são verificados e conectados através de
hashes, que permitem o controle e a verificação da informação garantindo
a segurança e confiabilidade dos dados armazenados na rede
descentralizada.
Em seguida, discorreu-se sobre o conceito de contratos

inteligentes,
aaaaaaaaaaaa
como sendo um tipo de contrato implementado através de
códigos armazenados em uma rede descentralizada, possibilitando
eliminar a necessidade de intermediador para execução deste contrato.
Ao final foram apresentados os benefícios que as empresas

obteriam
aaaaaaaaaa
ao utilizar os contratos digitais em suas operações de contrato,
como, ganhar agilidade e eliminar um pouco da burocracia tradicional dos
contratos jurídicos.
Esse estudo se constitui de uma visão geral sobre o tema e pode

ser aprimorado
aaaaaaaa por meio da aplicação prática, ou seja, da implementação
de uma plataforma de contratos inteligentes em uma corporação, ou em
forma de pesquisa de campo, através da pesquisa dos ganhos obtidos
pelas empresas que implementaram tal tecnologia.
158
Referências
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161
9
A INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES:
DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS E
PRÁTICAS PARA A VANTAGEM COMPETITIVA
E A PERENIDADE DOS NEGÓCIOS
Deivid Cruz Moscardini

Martins¹⁵
[15] Graduação em Administração pela ULBRA.

Especialização em Finanças Empresariais (ULBRA) e MBA
em Inovação, Liderança e Gestão (PUCRS). Mestre em
Administração pela Must University.
E-mail: deividmoscardini@gmail.com
1. Introdução
Nos últimos vinte anos, impulsionado pela globalização e o avanço

das tecnologias
aaaaaaaaaaaa
da informação, o mercado mundial ultrapassou as
barreiras continentais sendo possível hoje estabelecer parcerias e
comercialização de produtos/serviços com pessoas e organizações de
diferentes partes do mundo. Com este advento, as mudanças nos hábitos
de consumo e evolução de produtos se tornaram cada vez mais velozes,
necessitando que as organizações estejam atentas a essas mudanças e
possam inovar para manter perenes os seus negócios.
Hoskisson et al. (2009) caracterizam que estabelecer vantagens

competitivas
aaaaaaaaa
se tornou fator de sobrevivência, destacando que as
organizações que não buscam mudanças/aperfeiçoamento, tendem a
fracassar.
Nesse contexto, as organizações buscam a inovação mediante a

aplicação
aaaaaaa
de dois modelos: o fechado e o aberto. Engeroff e Balestrim
(2009) caracterizam estes modelos sendo o primeiro concentrado nas
expertises internas para a inovação e o segundo, caracterizado pela busca
de melhorias tanto no ambiente interno quanto no externo.
Para vislumbrar a busca pela inovação, torna-se necessário o

desenvolvimento
aaaaaaaa de uma mentalidade para tal. Trott (2012) estabelece
que existem dois modelos de organização presentes: a orgânica e
mecanicista. A orgânica se concentra num ambiente aberto e menos
estruturado e, a mecanicista, constitui-se em um modelo baseado numa
estrutura rígida em normas e processos, sendo a primeira um modelo
organizacional com mais facilidade a abertura de inovação do que o
segundo modelo.
Para sustentação ao processo de inovação é necessário o

estabelecimento
aaaaaaaaaaaa
de cultura de inovação, na qual, de acordo com Yun et al.
(2020) deve ser construída sobre valores como curiosidade, criatividade,
flexibilidade e diversidade, porque a dimensão aberta requer valores
como abertura, confiança, responsabilidade, autenticidade e
sustentabilidade.
164
A metodologia aplicada na construção deste artigo foi a pesquisa

bibliográfica,
aaaaaaaaaaaa
que para Diehl e Tatim (2004) é desenvolvida a partir de
estudos elaborados principalmente em livros e artigos científicos. Tem-se
como vantagem na utilização deste tipo pesquisa a análise de documentos
que possuem uma fonte rica e estável de dados, havendo limitações
apenas quanto à subjetividade documental e a não representatividade.
Assim sendo, será discutido no delineamento deste artigo a

importância
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
da inovação para estabelecer vantagens competitivas, o
estabelecimento de uma mentalidade de inovação e como desenvolver
esta cultura nas organizações.
2. Vertentes de Inovação para o Estabelecimento de

Vantagens Competitivas
O fracasso de empresas é algo relativamente comum em todos os

países,aaaaaaaaaaaa
mas para Hoskisson et al. (2009) é ainda mais comum o fracasso
daquelas organizações que deixaram de ser competitivas em razão de
uma inaptidão em realizar mudanças necessárias para o sucesso
contínuo.
Para Ries (2018), a maioria dos líderes empresariais destacam que

os desafios
aaaaaaaaa
diários do core business deixam pouco tempo e energia
disponíveis para exploração e testagem de novas ideias, sendo as
preocupações mais comuns a globalização e a ascensão de novos
concorrentes pelo mundo, o domínio de softwares e maneira como as
aplicações de TI destroem os esforços competitivos construídos ao longo
dos anos, a velocidade da mudança tecnológica e a preferência dos
consumidores e a quantidade de startups ingressando em cada setor.
Ainda para o autor, além das fontes externas citadas, há uma

pressão
aaaaaaa
interna nas organizações para criar ainda mais incertezas, em que
se busca a criação de produtos mais inovadores para inserção em novos
mercados ou crescimento.
Diante do cenário complexo e competitivo, a inovação surge como

aaaaaaa
165
uma fonte necessária à perenidade e sucesso das companhias. Bolota

(2016) cita em seu estudo, as três principais vertentes de inovação
praticadas nas organizações em suas esferas: tecnológica; administrativa e
de gestão.
QUADRO 1 | VERTENTES DE INOVAÇÃO PRATICADAS NAS ORGANIZAÇÕES
Vertente Abordagem
São inovações decorrentes de processos de

Tecnológica
desenvolvimento e evolução de produtos e serviços.
Visa que os processos de gestão e os sistemas

Administrativa administrativos para que a organização se torne mais robusta e
eficiente.
Constituem-se de processos, práticas de gestão que

Gestão
visam alterar a estrutura, estratégia de negócio e recursos humanos.
FONTE: ADAPTADO DE BOLOTA (2016).
Além das três vertentes de inovação elencadas acima, a inovação

nas organizações
aaaaaaaaaaaa
pode ser aplicada em qualquer contexto a partir de dois
modelos: a inovação fechada e a inovação aberta.
Santos, Fazion e Meroe (2011) contextualizam a inovação fechada

como um
aaaaaaaaa
processo de inovação na qual os conhecimentos, conexões e
tecnologias são desenvolvidos e testados dentro das organizações, sem o
apoio de agentes externos. Já a inovação aberta, de acordo com
Chesbrough (2003), consiste em que ideias inovadoras podem vir tanto de
dentro como de fora da empresa. Esta abordagem, expõe que ideias e
caminhos externos tem o mesmo nível de importância do que aqueles
gerados internamente para as organizações no modelo fechado.
aa
166
Engeroff e Balestrin (2008) contrastam a diferenciação entre a

forma aaaaaaaaaaaa
de pensar entre os modelos de inovação aberta e fechada,
conforme Quadro a seguir.
QUADRO 2 | CONTRASTE DO MODO DE PENSAR PARA OS MODELOS DE INOVAÇÃO ABERTA E FECHADA.
Inovação Fechada Inovação Aberta
Nem todas as pessoas inteligentes trabalham para nós.

As pessoas inteligentes em nosso campo trabalham para nós. Precisamos trabalhar com pessoas inteligentes dentro e fora
de nossa empresa.
Para lucrar sobre a P&D, devemos descobri-la, desenvolvê-la P&D externo pode criar significativo valor. P&D interno é
e comercializá-la. necessário para captar uma porção desse valor.
Se nós descobrimos, nós colocamos primeiro no mercado. Nós não temos que originar a pesquisa para lucrar sobre ela.
A empresa que é a primeira a colocar a inovação no mercado Construir um modelo de negócios melhor é melhor do que ser
irá vencer. a primeira a colocar a inovação no mercado.
Se nós fizermos o melhor com ideias externas e internas, nós

Se nós criarmos as melhores ideias do setor, nós venceremos.
venceremos.
Nós deveríamos ganhar sobre o uso de nossos projetos de

Nós devemos controlar nosso processo de inovação, assim
inovação, e nós deveríamos comprar outras ideias para
nossos competidores não lucram sobre nossas ideias.
alavancar nosso próprio modelo empresarial.
FONTE: ADAPTADO DE ENGEROFF E BALESTRIN (2008, P. 4).
Para os autores:
As empresas que adotam a abordagem de inovação aberta,

valorizam as contribuições intelectuais das pessoas de
dentro e fora da organização. Buscam essencialmente lançar
produtos que sejam rentáveis, licenciam patentes para
terceiros, franqueiam a troca de conhecimentos e
incorporam tecnologias de outros, dividindo riscos e
benefícios. Nessa abordagem pressupõe-se que o
conhecimento para promover inovações encontra-se em
qualquer lugar da rede de valor da organização e do mundo
globalizado. (Engeroff & Balestrin, 2008, p. 6)
Além deste aspecto, os autores citam que as principais formas de

inovação
aaaaaaaaaaaa
aberta se caracterizam pela definição de parcerias externas,
aaaaaaaaa
167
geralmente ligadas a relacionamentos com outras empresas, com

universidades e institutos de pesquisa, com clientes, com fornecedores,
entre outros.
Para Baggio, Gavronski e Lima (2019), o modelo da inovação aberta

ofereceaaaaaaaaaaaa
custo mais baixo para as organizações, redução de tempo para a
entrada no mercado e redução de riscos, principalmente ao que se refere
a P&D, visto que o conhecimento é desenvolvido com muitos atores com
visão ampla do processo, tal que as ideias possam ser vendidas se não
incorporarem valor às empresas parceiras.
2.1. Estabelecendo uma Mentalidade de Inovação
Davila, Epstein e Shelton (2007) destacam que para prosperar, a

inovação
aaaaaaaaaaaa
deve estar intimamente relacionada à mentalidade do negócio,
sendo o pilar de sustentação. A inovação, para os autores, é
compreendida através de duas atividades: P&D de novos produtos e
modelo de negócios, de forma que o sucesso dependerá da integração de
ambos.
Os autores destacam ainda:
Por sua própria natureza, inovação requer recursos,

competências e experiência que residem em diferentes
partes da organização – e em organizações externas. Requer
igualmente esforços coordenados e sincronizados ao longo
dos departamentos para que se possa levar uma ideia de
abstração até um produto tangível. (Davila, Epstein & Shelton,
2007, p. 35)
Silva et al. (2018) corroboram que as organizações devem ser

abertasaaaaaaaaaaa
a processos de mudança constante, tendo a habilidade de se
adaptarem ao ambiente em frequente transformação. Os autores, no
entanto, classificam que atualmente as organizações se diferem em dois
modelos de estrutura organizacional: a mecanicista e a orgânica.
Trott (2012) apresenta as principais diferenças entre os modelos.
168
QUADRO 3 |DIFERENCIAÇÃO ENTRE ESTRUTURAS ORGÂNICA E MECANICISTA
Estrutura Orgânica Mecanicista
Aberto, com fluxo livre de informação Altamente estruturado, com fluxo

Canais de Comunicação.
por toda a organização. restrito de informação.
Estilos operacionais. Permissão para ampla variação. Uniforme e restrito.
Autoridade em tomada de decisão. Baseada na experiência do indivíduo. Baseada na hierarquia.
Livre, pela organização diante de Relutante, com adoção de princípios

Adaptação.
circunstâncias que exigem mudanças. administrativos já experimentados.
Procedimentos formalmente
Ênfase. Viabilização de execução do trabalho.
conhecidos.
Controle. Informal. Rígido.
Flexível, moldado de acordo com as Prescritivo, orientado para as

Comportamento professional.
exigências situacionais. descrições funcionais.
Tomada de decisão. Participação com o consenso de grupo. Tomada de decisão baseada na chefia.
FONTE: ADAPTADO DE TROTT (2012, P. 95).
Silva et al. (2018) destacam que a estrutura orgânica possui uma

maior flexibilidade,
aaaaaaaaaaaa demonstrando por meio da estrutura uma capacidade
de se adaptar as transformações do cenário de forma mais natural, ao
contrário da estrutura mecanicista, que possui seu funcionamento mais
adequado em estruturas estáveis.
Tidd e Bressant (2015) corroboram que em organizações

hierárquicas
aaaaaaaaaaa
rígidas, na qual exista pequena integração funcional entre os
setores e o processo de comunicação, tende a ser verticalizado, não
sendo propício um fluxo de informação constante e cooperação
multifuncional que são inerentes ao sucesso de inovação.
169
2.2. Desenvolvendo a Cultura de Inovação
Villaluz e Hechanova (2018) apresentam que o processo de

inovação
aaaaaaaaaaaa
está cada vez mais atrelado ao modelo aberto, na qual exige que
as empresas se envolvam em relacionamentos externos para alcançar
melhorias e disrupções em seu modelo. Neste processo, o cerne da
inovação, além de P&D, é alicerçado sobretudo nas pessoas e estas
realizam o processo de inovação em um ambiente organizacional, que é
composto por regras e regulamentos que apoiam ou impedem a
inovação. No entanto, em muitas vezes, as empresas acabam por
negligenciar a real abertura interna dos funcionários, na qual é uma
necessidade imprescindível para a busca de parcerias externas, tornando
necessário o desenvolvimento de uma cultura de inovação.
De acordo com Dausha (2011), a cultura de inovação está pautada

na configuração
aaaaaaaaade um ambiente organizacional que seja constituído da
ausência de comportamentos, regras e ambientes que impeçam a
naturalidade das pessoas em propor melhorias e ações disruptivas,
aliadas a um conjunto de recursos, visão e procedimentos que valorizem
estas iniciativas e eliminem obstáculos ao estabelecimento desta cultura.
Yun et al. (2020) atribuem a cultura de inovação ao modelo de

inovação
aaaaaaa
aberta, na qual aprofunda os conceitos teóricos em que a
constituição de uma cultura de inovação é alicerçada na mudança de
mentalidade, na qual se supera barreiras culturais como abertura
insuficiente, aversão a assumir riscos, inércia organizacional e a síndrome
do “não foi inventado aqui”. Para os autores, a cultura de inovação
pertence à dimensão das normas, que faz parte dos valores
compartilhados, na qual subdividem em três grandes áreas.
170
FIGURA 1 | SUBDIVISÃO DA DIMENSÃO DE NORMAS
Atitudes opostas à síndrome do não foi inventado e/ou vendido aqui.
Liberdade para expressar dúvidas, assumir riscos organizacionais e oportunismo

tecnológico.
Ambiente aberto e motivador aos funcionários.
FONTE: ADAPTADA DE YUN ET AL. (2020).
Os autores complementam que:
A cultura de inovação aberta, em poucas palavras, é uma

zona de penumbra sendo construída sobre valores como
curiosidade, criatividade, flexibilidade e diversidade, porque a
dimensão aberta requer valores como abertura, confiança,
responsabilidade, autenticidade e sustentabilidade. (Yun, et
al., 2020, p. 5)
Ainda, de acordo com Yun et al. (2020), existem sete fatores que
devemaaaaaaaaaaa
ser incorporados à cultura no ambiente de negócios movido pela
inovação.
171
FIGURA 2 | FATORES A SEREM INCORPORADOS À CULTURA DE INOVAÇÃO
Redesenhar ao invés de ficar parado
Experimentação em vez de recuperação
Lógica de serviço em vez de lógica de produto
Circular ao invés de economia linear
Alianças ao invés de corridas individuais
Resultados ao invés de indulgências
Tridimensionalidade ao invés unidimensionalidade
FONTE: ELABORADA PELO AUTOR, BASEADA EM YUN ET AL. (2020).
Para os autores, uma cultura orientada à inovação é a base de um

produto
aaaaaaaaaaa
e/ou serviço, ou até o modelo de negócio, para uma organização.
Se uma empresa consegue alterar aspectos culturais específicos, torna-se
capaz de assumir o papel de um inovador revolucionário e conquistar
relevância em seu mercado.
172
Com o advento da globalização e a evolução das tecnologias da

informação,
aaaaaaaaaaaa
houve um rompimento das barreiras geográficas para a
comercialização de produtos e serviços ao redor do mundo. Essa
mudança benéfica para o desenvolvimento das organizações também
trouxe a necessidade de mudança constante e evolução do modelo de
negócio, pois a cada momento há algum competidor buscando atender de
uma melhor forma as necessidades dos clientes e deixar mais enxuto o
processo operacional.
Nesse contexto, a inovação se torna presente no dia a dia das

organizações,
aaaaaaaaa
na qual, para se manter viva em relação a seus concorrentes
há a necessidade de inovação diária, seja em aspectos administrativos, de
gestão ou operacionais. Como vimos, existem diferentes modelos e
práticas organizacionais que favorecem ou não o processo de inovação.
O diagnóstico com base na pesquisa realizada é que o processo de

inovação
aaaaaaaaaaaa
aberta deve ser mais utilizado, pois há a possibilidade de
estabelecimento de parcerias com outras organizações para acelerar as
mudanças e, ao mesmo tempo, reduzir custos no processo. No modelo de
inovação fechada, toda a inovação é gerada dentro da organização, o que
faz com haja um tempo de aprendizagem maior das equipes e,
consequentemente, custos mais elevados, aumentando o risco da perda
de marketshare, tornando a empresa ultrapassada.
Por conseguinte, o modelo aberto de inovação se relaciona muito

melhoraaaaaaaaaa
com o modelo de estrutura orgânica, na qual por não ter um
apego em grau elevado quanto a normas e processos, o ambiente
favorece mais a testagem e a prototipação de melhorias incrementais ou
totais em produtos e/ou serviços.
O modelo de inovação aberta e estrutura orgânica só irão gerar

resultado
aaaaaaaa
se a cultura organizacional estiver orientada à inovação, isto é,
de nada adianta a organização buscar adequações de seu modelo se o
processo de inovação não estiver enraizado em sua cultura, dando as
pessoas as condições de se expressarem, experimentarem e que possam
aaaaaaaaa
173
assumir riscos perante as mudanças incrementais, ou até disruptivas que

possam ser realizadas.
Por fim, esse estudo observou que se as organizações tiverem a

inovação
aaaaaaaaaaaa
presente em sua cultura e, como consequência, possuir um
modelo estrutural orgânico e buscar inovações e soluções à dores de seus
clientes no mercado, maior será a probabilidade de a organização ser
inovadora e, por isso, manter-se perene em seus negócios. Fica uma
oportunidade de desdobramento em estudos futuros no desenvolvimento
de pesquisa de campo para comprovar os elementos aqui apresentados.
174
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176
10
O EMPREGO DA INOVAÇÃO COMO
PROPULSORA DO PROCESSO DECISÓRIO
DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES
Filipe Mesquita Botrel¹⁶
[16] Analista Legislativo do Senado Federal do Brasil.

Mestrando em Administração. Especialista em
Administração de Casas Legislativas e em Direito
Administrativo. Bacharel em Ciências Biológicas.
E-mail: filipe.bio.ufla@gmail.com
1. Introdução
Sabe-se que a análise de negócios acompanha as recentes

revoluções
aaaaaaaaaaaa
tecnológicas ocorridas nos últimos anos, especialmente para
auxiliar na transformação de dados brutos em informações úteis ao
processo decisório, dados estes que estão disponíveis em número cada
vez maior dentro e fora das organizações.
É imperioso que as organizações passem pela etapa de

planejamento
aaaaaaaaaaaa
de recursos, de modo que se chegue em um sistema de
gerenciamento de dados e informações integrado, que deve,
principalmente, auxiliar na tomada de decisão de maneira a agregar valor
ao negócio.
Assim, a inovação deve servir como catalizadora ao processo

decisório,
aaaaaaa
fornecendo ferramentas digitais para disponibilizar informações
úteis e oportunas aos gestores, ao mesmo tempo que deve colaborar com
a construção de novos produtos, serviços e com o redesenho de
estratégias e de processos internos, caso se mostre necessário.
Não se deve olvidar da possibilidade de se considerar toda a cadeia

de valor
aaaaaaaa
da organização, a fim de analisar e identificar as melhores práticas
em inovação, as quais possam, em tese, ser aplicáveis à realidade do
negócio.
Ademais, é crucial que as organizações invistam em ferramentas

inovadoras
aaaaaaaa
que agreguem algum retorno que seja passível de avaliação e
mensuração, tanto por indicadores financeiros, como não financeiros.
O objetivo do presente estudo é desenvolver uma visão abrangente

acercaaaaaaaa
do conceito de inovação, bem como de sua proficuidade prática
para auxílio ao processo de tomada de decisão e aumento da
competitividade dentro das organizações.
A metodologia empregada no presente trabalho é a pesquisa

qualitativa,
aaaaaaaaa
cujo foco foi a coleta, compilação e análise de textos
encontrados em artigos acadêmicos, capítulos de livros, legislação e
aaaaaaaaa
180
apresentações de trabalhos elaborados no Brasil e no exterior.
Inicialmente, buscou-se conceituar a palavra inovação e suas

possíveis
aaaaaaaaaaaa
vertentes encontradas na literatura aplicáveis ao gerenciamento
de negócios.
Após, a pesquisa bibliográfica foi empregada para levantar o

conhecimento
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
disponível quanto ao aproveitamento de métodos
inovadores para auxílio ao processo decisório, com vistas a alavancar a
competitividade e agregar valor, bem como, quanto a maneira pela qual as
organizações podem usufruir dessas ferramentas.
2. Desenvolvimento – Revisão de Literatura
Davila, Epstein e Shelton (2009, pp. 12-13) asseveram que “a

inovação
aaaaaaaaaaaa
deve ser considerada como um processo de gestão, no qual são
mandatórios instrumentos, regras e disciplina específicos, bem como
sistemas de avaliação e incentivos para que ela possa proporcionar
rendimentos importantes e continuados, seja por meio de inovação de
modelos de negócios, por inovação tecnológica ou por uma combinação
de ambas”.
No Brasil, o legislador ordinário conceituou a palavra inovação em

lei federal,
aaaaaaaaaaaa
que assim dispôs:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
(...)
IV - inovação: introdução de novidade ou aperfeiçoamento

no ambiente produtivo e social que resulte em novos
produtos, serviços ou processos ou que compreenda a
agregação de novas funcionalidades ou características a
produto, serviço ou processo já existente que possa resultar
em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou
desempenho. (Lei 13.243/2016)
“A aptidão para inovar depende fortemente de um processo

gradualaaaaaaaaaaa
e específico para um setor ou organização, sendo salutar destacar
aaaaaaaa
181
que o acesso ao conhecimento não acontece de forma igualitária entre

pequenas e grandes empresas, nem entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento” (Henriques, 2018 pp. 12-13).
Há de se alertar quanto ao alcance da inovação, sendo complexa a

tarefa de
aaaaaaaaaaaa
identificar precisamente quanto aos requisitos básicos para que
algo seja considerado efetivamente como inovador (Ades, Rocha, Plonsky
& Salermo, 2010).
Ades et. al. (2010) ensinam que as organizações devem investir em

inovações
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
capazes de trazer algum retorno mensurável, mostrando-se
crucial que elas eliminem as barreiras internas para inovar e facilitem que
seus colaboradores construam redes de relacionamento, falando com
seus pares, com membros da cadeia de valor, trocando ideias e
colaborando mutuamente.
Ilustrando o conceito de inovação para alocação de valor ao cliente,

Nisiyama
aaaaaaaa
e Oyadomari (2012), consideram-na como uma gama de
possibilidades por meio da combinação de distintos conjuntos de
conhecimento.
Para os autores mencionados, o processo de gestão da inovação

com foco
aaaaaaaa
em produtos e serviços passa por quatro subprocessos
principais (Figura 1), são eles:
1. Identificar oportunidades de novos produtos ou serviços;

2. Gerenciar o portfólio de pesquisa;
3. Projetar e desenvolver novos produtos ou serviços; e
4. Lançar novos produtos e serviços no mercado.
182
FIGURA 1 | PROCESSO DA GESTÃO DA INOVAÇÃO COM FOCO EM PRODUTOS E SERVIÇOS
IDENTIFICAR GERENCIAR O PROJETO E LANÇAMENTO

OPORTUNIDADES PORTIFÓLIO DESENVOLVIMENTO
Antecipar a Escolher e gerenciar Gerenciar produtos ao Preparo para

necessidade do projetos; longo do lançamento.
cliente; Estender produtos desenvolvimento; Avaliar custos;
Descobrir para novas aplicações. Reduzir duração e Alcançar metas.
oportunidades. custos do
desenvolvimento.
PROPOSIÇÃO DE VALOR PARA O CLIENTE
PRODUTOS DE EXPANSÃO
LIDERANÇA DE
ALTO PARA NOVOS
MERCADO
DESEMPENHO MERCADOS
FONTE: ADAPTADO DE NISIYAMA E OYADOMARI (2012).
Quanto ao conceito de valor, uma definição clássica que pode ser

considerada
aaaaaaaaaaaa
é a de Porter (1985), em seu trabalho intitulado “Competitive
advantage”, o qual a define, em termos competitivos, como o montante
que os potenciais clientes estão dispostos a pagar por aquilo que a
empresa lhes oferece, sendo que ele é mensurado pela receita total,
reflexo do preço que o produto ou serviço é colocado e as unidades que
ela pode vender, de modo que as organizações devem buscar valor para
os clientes capazes de exceder os custos de produção.
Conceituado o valor, lição importante dada por Nisiyama e

Oyadomari
aaaaaaaa
(2012) diz que a sustentação da vantagem competitiva ao
longo do tempo tem exigido das organizações um constante fluxo de
inovações, sobretudo na criação de novos produtos, serviços e processos.
183
Sob uma perspectiva voltada à análise de negócios, pode-se

conceituá-la
aaaaaaaaa
como sendo o conjunto de técnicas e ferramentas que
favorecem as organizações majorar a sua eficiência, solucionar
dificuldades e aproveitar oportunidades que apareçam durante o tempo,
ou seja, permitindo identificar quais são os problemas e, principalmente,
encaminhando soluções práticas para que eles sejam resolvidos (Stubbs,
2013).
No cenário atual de alta competitividade e incertezas, as
organizações
aaaaaaaaaaaa
devem compreender que para continuar em operação é
indispensável que elas se mantenham constantemente atualizadas e
devem agir e tomar decisões rápidas para garantir otimização da
produtividade, melhoria da qualidade, maximização da performance dos
colaboradores, diminuição de custos, busca de vantagens competitivas,
formulação de novas estratégias, avanço no relacionamento com os
clientes, melhoria dos controles internos, e, não menos importante,
melhorias constantes no acesso à informação (Rodrigues & Assolari, 2007).
Segundo Chiavenato (2002 p. 103) “pode-se compreender o

conceito
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
de decisão como sendo basicamente o processo de escolha ou
opção dentre as várias alternativas de cursos futuros de ação, as quais
podem ser programadas, quando se mostram repetitivas, rotineiras e
sistemáticas ou não programadas, quando são caracterizadas pela
natureza episódica e singular”.
Nesse prisma, o objetivo do gestor é o de obter informações úteis e

oportunas,
aaaaaa
as quais, em conjunto com os conhecimentos da organização,
devem auxiliar no processo de tomada de decisões estruturadas,
oportunas e valiosas para agregar valor aos negócios e, por conseguinte,
menos meramente intuitivas.
Atualmente, as recentes revoluções tecnológicas levam a

abordagem
aaaaaaaaaaaa
da análise de negócios a considerar principalmente o
imensurável número de dados e informações disponíveis aos gestores
dentro das organizações e no ambiente externo, motivo pelo qual ela deve
auxiliar a resolver o problema do excesso de dados (Stubbs, 2013).
Lima e de Paula Corrêa (2012) asseveram que a qualidade das

aaaaaaaa
184
informações tem sido objeto de interesse mundial, com grandes

investimentos sendo aplicados anualmente na construção de
metodologias para gestão da qualidade dos dados e de informações e
cada método, conforme seu foco, escolhe os fatores determinantes de
qualidade e as dimensões de qualidade que devem ser avaliadas de forma
prioritária, através de diferentes técnicas.
Lunardi (2012) elenca a gestão de dados (obtenção, manutenção e

gerenciamento)
aaaaaaaaaaaa
como um fator crítico de sucesso para as organizações,
sendo os principais dificultadores deste processo os seguintes:
1. Excesso de quantidade de dados;

2. Diversidade de fontes de dados;
3. O fato de apenas uma parte dos dados ser importante para uma
decisão em particular;
4. Dados advindos de fontes externas;
5. Dados armazenados em locais e/ou sistemas distintos; e
6. Integridade e segurança de dados.
Nesse contexto, surge o que Antonelli (2010) denomina de business

intelligence,
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
ou negócios inteligentes em tradução livre, um conjunto de
ferramentas, as quais, valendo-se da tecnologia da informação, coleta,
analisa e transforma dados em informações úteis, de modo que esses
sistemas conferem conhecimento às organizações sobre seus próprios
negócios, auxiliando gestores a escolherem a melhor decisão dentre todas
as alternativas disponíveis.
Em outras palavras, Antonelli (2010) destaca que as organizações

devemaaaaaaa
buscar uma quantidade maior e qualidade melhor de informações
úteis ao processo decisório, sendo que o uso da tecnologia se mostra
acertada como importante ferramenta para transformação de dados
brutos em informações valiosas para uma dada organização, as quais,
associadas aos conhecimentos prévios adquiridos, permitem que o
processo de tomada de decisão seja mais assertivo, conforme
esquematizado na Figura 2.
185
FIGURA 2 | TRANSFORMAÇÃO DE DADOS EM INFORMAÇÕES PARA TOMADA DE DECISÃO ESTRUTURADA
FONTE: ADAPTADA DE ANTONELLI (2010).
Chiavenato (2013 p. 174), tratando da abordagem comportamental

da administração,
aaaaaaaaaaaa
descreve a organização “como um sistema de decisões,
o qual deve focar no futuro e não apenas os problemas atuais, ou seja,
criar condições inovadoras para possibilitar cenários vindouros melhores
e não apenas corrigir o presente por meio da solução das dificuldades
atuais”.
Estudando quatro empresas brasileiras, Rodrigues e Assolari (2007)

concluíram
aaaaaaaa
que um sistema de processamento de dados, o que as autoras
denominaram sistema integrado de gestão empresarial, contribui para o
crescimento dos negócios, uma vez que, para elas, a tecnologia da
informação beneficia o processo de gestão e desenvolvimento dos
negócios, sendo que a diferença percebida entre as empresas estão
precisamente na forma como os gestores do conhecimento, irão
aproveitar os recursos disponíveis e transformá-los em estratégias e
diferenciais competitivos para gerar valor.
Assim, um sistema integrado de gerenciamento de dados pode ser

um o aaaaaaaaa
caminho desejável para o sucesso das organizações, mas é
importante esclarecer que ele, por si só, não é suficiente, ou seja, as
organizações devem abandonar a ideia de investir em tecnologia da
aaaaaaaaa
186
informação somente para acompanhar as empresas concorrentes e as

inovações tecnológicas do mercado para evitar custos adicionais que não
agreguem valor, de forma que se mostra crucial entender, primeiramente,
o real valor dessas ferramentas para atender as particularidades de uma
dada organização (Rodrigues & Assolari, 2007).
Outro ponto que merece destaque é o emprego da inovação no

tratamento
aaaaaaaaaaaa
de dados para obtenção de informações úteis às tarefas de
planejamento e análise de cenários. Sobre essa perspectiva, Godet (2000)
leva em consideração os conceitos de prospecção e estratégia, estando
ambos intimamente associados ao intuito de clarificar escolhas sobre o
futuro.
Por seu turno, Villela, Travassos e da Rocha (2004) defendem a

necessidade
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
de atenção à produção, armazenamento, compartilhamento
e uso de conhecimentos importantes para o desenvolvimento e
manutenção de softwares de forma integrada entre a gestão do
conhecimento e a engenharia de softwares em ambientes de
desenvolvimento de softwares orientados à organização, conforme
esquematizado na Figura 3.
FIGURA 3 | VISÃO ABRANGENTE DOS COMPONENTES DE AMBIENTES DE DESENVOLVIMENTO DE

SOFTWARES ORIENTADOS A ORGANIZAÇÃO
FONTE: ADAPTADO DE VILLELA ET. AL. (2004).
187
Distintos tipos de conhecimento são necessários na elaboração de

softwares
aaaaaaaaaaaa
orientados a organização e, muitas vezes, os problemas
acontecem porque as equipes de projeto não dispõem de conhecimento
satisfatório quanto ao domínio de aplicação, sobre a própria organização
e/ou sobre as práticas de engenharia de software que podem
proporcionar os melhores resultados (Villela et. al. 2004).
Nesse contexto, deve-se considerar “o software como um tipo de

produto aaaaaaaaaaaaaaaaaa
industrial que perpassa um ciclo de vida próprio em diferentes
fases: concepção a partir de uma necessidade; desenvolvimento e
transformação em um conjunto de itens para atender ao cliente;
operacionalidade dentro de algum processo de negócio; manutenção,
quando necessário e retirada de operação, findada a sua vida útil” (Paula
Filho, 2003, p. 12).
Koscianski e Soares (2007) mencionam que:
Existe um número expressivo de normas técnicas

internacionais relacionadas a softwares, as quais possuem um
caráter predominantemente informativo ao invés de
regulatório, sendo as principais: ISO 12207 (propósito de
ciclo de vida de software); ISO/IEC 12119;1994 (pacotes de
software – requisitos de qualidade e testes); ISO/IEC 14598-
1;1999 (avaliação de qualidade de produtos de software);
ISO/IEC 9126-1;2001 (modelo de qualidade – características);
ISO/IEC 25000;2005 (modelo de qualidade de software, nova
versão das séries 14.598 e 9.126); ISO 9241;1998 (ergonomia
de software); ISO/IEC 20926;2003 (medida de software por
pontos de função); ISO/IEC 90000-3/2004 (diretivas para
aplicação da ISO 9001 ao software) e ISO 9001;2000
(requisitos para sistemas de gerenciamento de qualidade –
aplicável a qualquer empresa, de software ou não). (p. 54)
Koscianski e Soares (2007) alertam ainda da importância que a

organização
aaaaaaaaaaa
se atente previamente aos principais problemas atuais na
elaboração e utilização de softwares, quais sejam:
1. Não observância de cronogramas;

2. Projetos abandonados devido a dificuldades encontradas;
3. Módulos parcialmente ou totalmente inoperantes quando
combinados;
4. Programas que não desempenha exatamente a função esperada;
5. Programas de difícil uso a ponto de serem descartados; e
188
6. Programas que deixam de funcionar com o tempo. (p. 22)
2. Projetos abandonados devido a dificuldades encontradas;
3. Módulos parcialmente
A Inovação Disruptiva:ou totalmente
Do cenário inoperantes quando
aos fatos contemporâneos
combinados;
4. Programas que não desempenha exatamente a função esperada;
5. Programas de difícil uso a ponto de serem descartados; e
6. Programas que deixam de funcionar com o tempo. (p. 22)
Importa destacar que a escolha entre desenvolver e manter o seu

próprioaaaaaaaaaaaa
conjunto de ferramentas digitais ou adquiri-los externamente a
partir do mercado ou da cadeia de valor é uma decisão do gestor, o qual
deve levar em consideração, entre outros, a disponibilidade de recursos
financeiros, de pessoas e de tempo da organização, bem como os riscos
de cada uma das alternativas e o retrato da organização.
Sabe-se que, nesse contexto, com transformações constantes no

mundoaaaaaaaaaaaaaaaaaa
dos negócios, as organizações têm revisto e redesenhado suas
estratégias, buscando formas alternativas de inovação, por vezes
terceirizando seu processo de pesquisa por meio de aquisições, alianças e
cooperações. Como a sua cadeia de valor é o instrumento básico para
diagnosticar a vantagem competitiva, as organizações podem buscar
oportunidades de inovação na cadeia de valor da qual estão inclusas,
conforme defendido por Nisiyama e Oyadomari (2012).
Os resultados esperados com a inovação são associados muitas

vezes aaaaaaaa
ao desempenho econômico e organizacional ou mesmo aqueles
que, em linhas gerais, agreguem valor ao negócio, critérios estes muitas
vezes difíceis de serem mensurados sem se apegar aos resultados
financeiros, típicos organizações com fins lucrativos (Schumpeter, 1982).
Deste modo, para além dos resultados financeiros mais facilmente

mensuráveis
aaaaaaa– como, por exemplo, a geração bruta de receita, valor
econômico líquido ou retorno sobre o investimento – mostra-se
fundamental que as organizações busquem outros indicadores de
desempenho advindos da inovação empregada dissociados dos aspectos
econômicos quantificáveis e vinculados mais às atividades operacionais do
negócio, tais como: nível de previsão de uma demanda; número de vezes
de fraudes corretamente identificados, proporção de ofertas aceitas
através de marketing direto etc. (Stubbs, 2013).
189
FIGURA 4 | INOVAÇÃO COMO CATALISADORA DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO DENTRO DAS

ORGANIZAÇÕES
Assim, no que diz respeito aos dados organizacionais, a inovação

está diretamente
aaaaaaaaaaaaatrelada no uso potencial de ferramentas digitais para
tratar e organizar os dados obtidos, seja desenvolvendo seu próprio
sistema integrado ou contratando externamente a solução, a fim de que
se obtenha, nesse processo, informações úteis para minimização das
incertezas e tomada de decisões estruturadas, as quais gerem valor e
novos conhecimentos importantes para a organização, os quais podem,
inclusive, realimentar todo o processo (Figura 4).
190
Num cenário de alta competitividade e de incertezas é inegável que

os dados
aaaaaaaaaaaa
estão disponíveis em número cada vez mais numeroso, dentro e
fora das organizações, mas, sabe-se também, que dados em estado bruto
têm pouca valia para os negócios.
Desse modo, torna-se essencial que os dados sejam convertidos

em informações
aaaaaaaaa úteis que, associados ao conhecimento, sirvam para a
tomada de decisões assertivas, as quais sejam capazes de agregar valor
real à organização.
Para transformação desses numerosos dados advindos de distintas

fontes,aaaaaaaaaaaa
as organizações devem se valer de sistemas de informação
gerenciais adequados para sua realidade de negócio, sistemas esses,
frutos do constante processo de inovação tecnológica que a sociedade se
encontra imersa atualmente.
Nesse sentido, as organizações devem identificar as melhores

práticas
aaaaaaaaaa
e ferramentas que atendam efetivamente suas necessidades,
sobretudo considerando a sua própria cadeia de valor, ou mesmo
desenvolvendo seu próprio sistema integrado de gerenciamento de
dados, com apoio dos desenvolvedores de softwares e gestores do
conhecimento, de modo que seja possível a tomada de decisões
estruturadas, com minimização de incertezas, bem como a medição dos
resultados alcançados e ganho de novos conhecimentos.
191
Referências
Ades, C.; Rocha, A. C. de S.; Plonsky, G. A. & Salerno, M. 2010. O modelo de

cadeia de valor da inovação aplicado a uma empresa star-up: estudo de
caso de empresa brasileira de telemedicina. In Anais. Rio de Janeiro:
ANPAD.
Antonelli, R. A. 2010. Conhecendo o Business Intelligence (BI). Uma

Ferramenta de Auxílio à Tomada de Decisão. Revista TECAP, Pato Branco
3(3).
Brasil. Lei 13.243, de 11 de janeiro de 2016. Dispõe sobre estímulos ao

desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e
tecnológica e à inovação e altera a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de
2004, a Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, a Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, a Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, a Lei nº 8.745, de
9 de dezembro de 1993, a Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, a Lei
nº 8.010, de 29 de março de 1990, a Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990, e
a Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012, nos termos da Emenda
Constitucional nº 85, de 26 de fevereiro de 2015. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2016/Lei/L13243.htm#art2
Chiavenato, I. 2002. Teoria geral da administração. (Vol. 2). 6. ed. São

Paulo: Elsevier.
Davila, T.; Epstein, M. J. & Shelton R. 2009. As regras da inovação. Porto

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Godet, M. 2000. The art of scenarios and strategic planning: tools and
pitfalls. Technological forecasting and social change, 65(1).
Henriques, S. H. 2018. Gestão da inovação e competitividade. São Paulo:

Pearson Education do Brasil.
192
Koscianski, A. & Soares, M. S. 2007. Qualidade de Software -2ª Edição:

Aprenda as metodologias e técnicas mais modernas para o
desenvolvimento de software. São Paulo: Novatec Editora.
Lima, A. P. & de Paula Corrêa, A. C. 2012. A produção de dados e

informações para o SISPRENATAL no nível central de gestão. Ciência,
Cuidado e Saúde, Maringá, 11(2), 352-359.
Lunardi, G. L. 2012. Organizando dados e informações: banco de dados.

Universidade Federal do Rio Grande, FURG, Rio Grande, RS.
Nisiyama, E. K. & Oyadomari, J. C. T. 2012. A busca da inovação e a cadeia

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Paula Filho, W de P. 2003. Engenharia de software (Vol. 2). Rio de Janeiro:

Editora LTC.
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Competitive advantage. New York: Free Press.
Rodrigues M. & Assolari, L. M. A. 2007. A Tecnologia da Informação ERP e

seus Benefícios na Gestão de Processos e Crescimento dos Negócios. XXXI
EnANPAD, Rio de Janeiro, RJ.
Schumpeter, J. 1982. A teoria do desenvolvimento econômico. 3. ed. São

Paulo: Abril Cultural.
Stubbs, E. 2013. Delivering Business Analytics: Practical Guidelines for Best

Practice. John Wiley & Sons.
Villela, K., Travassos, G. H., & da Rocha, A. R. C. 2004. Definição e

construção de ambientes de desenvolvimento de software orientados a
organização. In Anais do III Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software
(pp. 351-365). Porto Alegre, SBC.
193
11
OS IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 NA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO: A
DISRUPTURA DO MERCADO DE TRABALHO
William Pacheco Machado¹⁷
[17] Graduação em Administração de Empresas pela

Universidade Castelo Branco (UCB). Especialização em
Logística Empresarial pela Faculdade Internacional
Signorelli. MBA em Gestão e Engenharia de Produção pela
Universidade Candido Mendes. Mestrando em
Administração de Empresas pela Miami University of
Science and Technology (MUST UNIVERSITY - EUA).
E-mail: willianpmachado@gmail.com
1. Introdução
Este artigo visa assistir as empresas brasileiras, a identificar um

novo nicho
aaaaaaaaaaaa
de mercado e a desenvolver, promover e implementar os
avanços da indústria 4.0 em sua organização, tornando-as mais
competitivas. E, as tomadas de decisões críticas podem se tornar árduas,
como diminuir custos, investir em tecnologia, despedir um colaborador,
solicitar um empréstimo ou diminuir o orçamento dos investimentos.
Um dos temores é que a substituição de trabalhadores por

tecnologias
aaaaaaaaaaaa
crie um disruptura no mercado de trabalho e na economia do
país e que, sua autonomia gera caos financeiro e, simultaneamente,
empregos qualificados, liberdade empresarial e lucratividade.
Através das ferramentas da indústria 4.0, as empresas podem

produzir
aaaaaaa
de maneira eficiente, com qualidade e redução de custos.
Atualmente, as organizações podem comprar e pesquisar tudo pela
internet e ter o produto ou serviço pronta entrega. É a revolução
provocada pela indústria 4.0, que atrai volumosos investimentos e
introduzem novos valores no cenário econômico, político e social
progressivamente mais globalizado. As mudanças no perfil das empresas
e de seus colaboradores devem evoluir e sofrer atualizações para
expandirem a sociedade.
O presente artigo tem por finalidade argumentar “os Impactos da

Indústria
aaaaaaaa
4.0, na engenharia de produção e a disruptura do mercado de
trabalho. Verificar os problemas e as dificuldades enfrentadas, na Gestão e
Engenharia de Produção, como ponto de decisão para o sucesso. Inserção
a engenharia de produção 4.0, globalização e gestão de projetos para a
engenharia de produção.
Segundo Gil (2010), a temática sugerida neste artigo, fundamentada

na especificação
aaaaaaaa e ponderados as finalidades elucidadas, a referência
pertinente para a averiguação é o da análise exploratória de dados, que
objetiva investigar informações à deferência da lucratividade versus
empregabilidade, automação e sistemas de inteligência artificiais.
196
2. Engenharia de Produção e os Impactos dos Avanços

Tecnológicos na Sociedade
Um dos temores é que a substituição de trabalhadores por

tecnologias
aaaaaaaaaaaa
crie uma disruptura no mercado de trabalho e na economia
dos países e que, sua autonomia gere um caos financeiro, ao mesmo
tempo que gera empregos qualificados, liberdade empresarial e
lucratividade.
Para Klaus Schwab (2017), determinados princípios são capazes de

diminuir
aaaaaaaaaaaa
a capacidade da indústria 4.0, porém, evidencia o desprovido
grau de gestão das lideranças e da percepção das transformações em
curso, em todos os âmbitos. Por esse motivo o panorama contrapõe com
a carência de reexaminar os sistemas políticos, sociais e sistemas
econômicos para atribuir a contemporânea revolução 4.0.
Frente ao cenário globalizado e atual, as instituições procuram se

adequar
aaaaaaa
às novas tendências das novas gerações tecnológicas. Com a
nova conjuntura, as instituições e indústrias não podem desconsiderar o
nupérrimo componente tecnológico.
A Indústria 4.0 é uma realidade inegável que vem somando forças

com oaaaaaaaa
comércio tradicional, uma plataforma de produção, compras e
vendas, com uma comunicação tecnológica versátil que integra
oportunidades de vendas automatizadas, relacionamento com o cliente e
interfaces de atendimento virtuais.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (2016), a Indústria

4.0 se aaaaaaaa
caracteriza pela inclusão e controle de produção de
interfaces/sensores e equipamentos conectados na internet, gerando a
fusão do mundo real com virtual, como por exemplo o metaverso¹⁸. O
termo “Revolução Industrial 4.0” surgiu de uma inovação tecnológica, na
Alemanha em 2011. A ideia proposta é aumentar a competitividade
industrial (Amorim, 2017).
[1] O metaverso pode ser descrito como um mundo virtual, que tenta simular a realidade, com empenho
no vínculo coletivo e comercial.
197
Debater a Revolução Industrial 4.0, é o melhor método de

quantificar
aaaaaaaaaaaa
e qualificar os parâmetros mensuráveis e avaliar as influências
nas indústrias e na sociedade. Um dos temores é a substituição do
trabalho manual por maquinários, um novo formato das empresas
modernas, que desejam maximizar seus lucros, diminuir seus custos e ter
um rendimento eficiente.
Caloi (2018), descreve que há uma corrida contra o tempo entre as

empresas
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
para se modernizar e que esse fato não é só local, mas também,
mundial. As empresas vislumbram estar à frente de seus concorrentes ou
estar em igualdade, através dos recursos da indústria 4.0.
Segundo Sacomano (2018), relata que a Indústria 4.0 é a junção da

computação
aaaaaaaa(tecnologia da informação), sistema ciber-físico, e
comunicação. Entre seus objetivos estão: a produtividade; coordenação;
flexibilidade; qualidade e abertura para o empreendedorismo.
Já Capelli (2013), expõe que com a concorrência progressivamente

mais acirrada,
aaaaaaa as organizações buscam na automação uma saída para
vencer, tornando a presença humana pouco a pouco mais atípica nas
empresas. Com diversas alterações no mercado de trabalho, ao
profissional contemporâneo é indispensável estar adequado às novas
tecnologias.
Os desdobramentos da engenharia de produção e os impactos dos

avanços
aaaaaaa
tecnológicos na sociedade ao longo da cronologia humana é
discernido em significativas e grandiosas ascensões críticas para
sociedade, como: comunicação, transportes, qualidade de vida, saúde e
alimentação. As evoluções proporcionadas pela tecnologia são
incondicionalmente palpáveis e inerentemente análogas ao
aperfeiçoamento científico e cultural.
Para Chiavenato (2014, p. 37), “o colaborador será trocado por

máquinas
aaaaaaaaaa
nas atividades em que possa automatizar e agilizar sua linha de
produção ou montagem. Diminuindo os custos, flexibilizando os preços e
maximizando os lucros”.
Ao passar dos tempos as profissões têm desaparecido, outras vêm

aaaaaaaa
198
surgindo, apesar dessas alternâncias causarem problemas, ao longo do

tempo novas oportunidades superam as antigas e são criados novos
empregos.
Os avanços tecnológicos na sociedade estão alterando o

comportamento
aaaaaaaaaaaa
e as perspectivas nas relações sociais, educação, no
trabalho e nos processos produtivos, alavancando oportunidades e
maximizando os lucros. A revolução industrial 4.0 vem proporcionando
transformações de modo acelerado, e com a evolução novos cenários
surgem com perspectivas para o futuro.
2.1. Os Impactos da Indústria 4.0 na Engenharia de

Produção: A Disruptura do Mercado de Trabalho
Atualmente, podemos notar os investimentos das organizações em

sistemas
aaaaaaaaaaaa
de inteligência artificial, na robótica, internet das coisas e
computação em nuvem. A tecnologia tem avançado rapidamente,
oportunizando aos empreendedores inovações na conjuntura de se
negociar, consumir e produzir.
Segundo Sousa (2022), o fundamental atributo de uma revolução

industrial
aaaaaaaaaaaa
se dá pelas transformações até então impensadas e
substituições drásticas, regularmente por meio de novas tecnologias
disruptivas. Como, por exemplo, as revoluções anteriores.
Primeira Revolução Industrial (1760 - 1840), sua base disruptiva

tecnológica foi a mecânica. Sua aplicação nas máquinas a vapor e
ferrovias, substituiu as pessoas e animais na produção.
Segunda Revolução Industrial (1850 - 1945), determinada por
grandes inovações desafiadoras como a eletricidade, química,
eletrodoméstico, montagem de carros e o início da produção em
massa.
Terceira Revolução Industrial (1960), sua base disruptiva
tecnológica foi a tecnologia da informação, com uso dos
computadores e logo depois, já nos anos 90, a utilização da internet.
No presente, estamos vivenciando a transição para Indústria 4.0,

aaaaaa
199
podemos observa sua base disruptiva no Quadro 1, com suas tecnologias

e ferramentas.
QUADRO 1 | TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS 4.0
Tecnologias
Funções
Disruptivas
Está relacionado à captura e análise de dados através de sistemas de informação. Com informações
Big Data certas, analisadas no momento adequado, os gestores conseguem tomar decisões mais acertadas,
ágeis, e otimizando o desempenho da produção.
Computação na É uma tecnologia que une eficiência, otimização do tempo e redução de custo. Assim é possível
Nuvem compartilhar dados entre diferentes locais e sistemas, indo além dos servidores da organização.
São sistemas integrados, dadas as vantagens que a centralização e o compartilhamento de

Integração
informações proporcionam para as empresas. No contexto da Indústria 4.0. todas as ferramentas (até
Horizontal e Vertical
mesmo os dos parceiros de negócio) fazem parte de um único ecossistema, estando totalmente
de Sistemas
integrados. Assim, pode-se contar com cadeias de valor verdadeiramente automatizadas.
A Internet das Coisas (também conhecida como IoT) se trata da conexão entre objetos físicos, ambientes
e pessoas em uma rede, possibilitada graças a dispositivos eletrônicos que viabilizam a coleta e a troca
Internet das Coisas de dados. Na indústria, espera-se que se aumente as conexões entre os dispositivos, permitindo que
eles se comuniquem e realizem o intercâmbio de informações valiosas para analisar o desempenho do
chão de fábrica.
É também bastante conhecida como impressão 3D. Envolve a produção de itens por meio da
Manufatura Aditiva
sobreposição de camadas, resultando em um modelo 3D totalmente funcional.
A realidade aumentada contribui para melhorar procedimentos de trabalho à medida em que permite
realizar visualizações do mundo real por meio de câmeras e sensores. Assim, um operador no chão de
Realidade fábrica poderia entender como funciona a manutenção de uma máquina e realizar testes antes de
Aumentada partir para a prática. Algumas dessas tecnologias ainda não estão totalmente amadurecidas e com
todo o potencial explorado. Independentemente disso, a 4ª Revolução Industrial se dá por meio da
convergência entre elas e não pelo uso isolado de cada uma.
FONTE: ADAPTADO DE INOVAÇÃO INDUSTRIAL (2022, PP.18-21).
200
As expectativas são que as tecnologias disruptivas mudem

absolutamente
aaaaaaaaaaaa
o mundo que conhecemos atualmente. Com
características únicas por meio da inteligência artificial, nanotecnologias,
realidade aumentada e robótica. Um dos impactos da indústria 4.0 é a
disruptura no desenvolvimento de novos modelos de negócios,
reverberando no comércio e nas interações da sociedade.
2.1.1. Os incentivos da indústria 4.0
A indústria 4.0 vem possibilitando inúmeras vantagens para as

empresas
aaaaaaaaaaaa
e os mercados que interagem e utilizam as tecnologias. Entre os
benefícios estão: os dispêndios de produção; eficiência operacional; as
fábricas inteligentes; as confecções avançadas (integração digital) e
tomada de decisão ágil.
O Quadro 2 apresenta os principais benefícios que as alterações

podemaaaaaaaaaaaa
trazer para as instituições na revolução 4.0.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (2022), são muitos

os benefícios
aaaaaaaaaaaa
obtidos com a inserção da indústria 4.0, o que ficou mais
evidente foi o aumento da lucratividade.
Schwab (2016), menciona a Indústria 4.0 como a Quarta Revolução

Industrial,
aaaaaaaaaaaaaaaaaa
em razão de ser apontada com a “revolução”.
Para uma empresa estar, dentro ou ser considerada uma empresa

tecnológica
aaaaaaaa
da revolução 4.0, ela deve ter ao menos um dos requisitos,
como demonstra a Quadro 1 – Tecnologias Disruptivas 4.0, como o pilar
da tecnologia disruptiva e, foco constante na produtividade (eficiência,
eficácia e efetividade), retorno do investimento e segurança.
201
QUADRO 2 | PRINCIPAIS VANTAGENS
Benefícios Ações
As máquinas têm autonomia na operação dos procedimentos e no planejamento de rotinas de

Custos de
manutenção. Um aumento na eficácia, gerando reduzção dos gastos, e favorecendo a economias e os
produção
resultados.
Os recursos organizacionais são empregados com maior conformidade, com a redução de erros
Eficiencia
operacionais na execução dos processos e superando o ganho em agilidade tradicional, aumenta a
Operacional
eficiência operacional e melhorias nos indicadores de desempenho.
Saber o que está ocorrendo ou dar comandos, é possível monitorar as máquinas e equipamentos em
Fábricas
tempo real, mesmo em modo remoto. Desta maneira, as informações ficam disponíveis para o controle da
Inteligentes
administração, aumentando a confiabilidade dos processos.
Sua base é a inovação tecnológica, a procura pela redução de custos, estratégias díspares de fabricação
Manufatura
digital e, precipuamente, a integração digital das cadeias de valor, desde o princípio da fabricação até a
avançada
disponibilização para os clientes.
Oportuniza que variados sistemas sejam automatizados, resultando na agilidade e precisão em sua
Tomada de
execução. Assim os colaboradores podem ser destinados em tarefas mais estratégicas, que agreguem
Decisão Ágil
valor para os resultados e sejam adequados as finalidades da empresa.
As máquinas têm autonomia na operação dos procedimentos e no planejamento de rotinas de

Custos de
manutenção. Um aumento na eficácia, gerando reduzção dos gastos, e favorecendo a economias e os
produção
resultados.
FONTE: ADPTADO DE INOVAÇÃO INDUSTRIAL (2022).
2.1.2. Os Infortúnios da Indústria 4.0
Segundo Junior (2012), uma vez que os propósitos forem

alcançados
aaaaaaaaaaaa
em uma organização, não somente o aumento da lucratividade
que determinará como alvejar a meta, como também o investimento em
automatização, desenvolvendo, por conseguinte os procedimentos de
fabricação.
Assim como oportunizou e causou inúmeros benefícios e

vantagens,
aaaaaaaaaaaa
trouxe também determinados desafios e inconvenientes, que
precisam ser vencidos e enfrentados. Conheça na tabela 3 - principais
desvantagens e desafios da Indústria 4.0.
202
QUADRO 3 | AS PRINCIPAIS DESVANTAGENS DA INDÚSTRIA 4.0.
Inconveniência Restrições
Estudos realizados pela Fortinet (2022), aponta que Brasil recebeu mais de 88,5 bilhões de investidas
Segurança Digital de ataques cibernéticos no ano de 2021, uma elevação de 950% com relação a 2020 (com 8,5 bi). Uma
(ciberataques) nova vulnerabilidade surge a cada acesso, daí que as instituições devem garantir que os protocolos de
segurança sejam adequadamente fortes antes de aumentar a usabilidade da tecnologia.
A automação e a inteligência artificial estão entrando no mercado de trabalho, e a resistência a

mudança por parte dos profissionais e que não vislumbrar o futuro. Em consequência da fração de
Mercado de Trabalho
profissionais com conhecimento obsoleto, que não se atualizam para as mudanças advindas pela
(Desemprego)
quarta revolução industrial, considerando que algumas oportunidades (demandas) deixarão de
existir, enquanto novas surgirão.
As ascenções industriais podem elevar a desigualdade social. As empresas têm dificuldades para
Mão de Obra
encontrar profissionais habilitados as novas tecnologias, a Internet das Coisas (IoT), e modelo de
Qualificada
trabalho. Com um nível de escolaridade exigido maior que o habitual.
Os ataques na internet são as tentativas de criminosos, conhecidos como hackers, de danificar ou

Vulnerabilidade da
destruir uma rede de sistemas. O temor está em como a tecnologia será utilizada no mercado, pessoas
Tecnologia
mal-intencionadas podem usa-las com a propósito de prejudicar organizações e outras pessoas.
Matéria prima cada dia escassa e à medida que novas versões de produtos são criadas, diversos
Sustentabilidade
objetos se tornam ultrapassados, e são descartados e tratados de forma inadequada.
Estudos realizados pela Fortinet (2022), aponta que Brasil recebeu mais de 88,5 bilhões de investidas
Segurança Digital de ataques cibernéticos no ano de 2021, uma elevação de 950% com relação a 2020 (com 8,5 bi). Uma
(ciberataques) nova vulnerabilidade surge a cada acesso, daí que as instituições devem garantir que os protocolos de
segurança sejam adequadamente fortes antes de aumentar a usabilidade da tecnologia.
FONTE: ADAPTADO DE REDAÇÃO APD (2022).
Não obstante, os perigos que as mudanças da Indústria 4.0 trazem,

devemaaaaaaaaaaaa
ser argumentados com cautela. Ao se planejar para as
modificações, as organizações precisam elaborar boas estratégias e
providenciar o desenvolvimento sustentável. Pois, não basta aplicar a
tecnologia e deixar de forma isolada. A organização precisa fazer com que
suas soluções sejam adaptadas e integradas. A liderança da empresa deve
considerar as vantagens e desvantagens ao parametrizar um projeto de
ação para se adaptar às alternâncias.
A despeito das adversidades, que até o momento devem ser

enfrentadas,
aaaaaaaaaaaa
é importante levar em consideração as revoluções anteriores
que dispuseram triunfo e acertos para as instituições e sociedade. Apesar
aaaaaaaaa
203
das desvantagens ocorridas nas revoluções anteriores o mundo avançou

para melhor, e os avanços tecnológicos que impactou as simetrias de
consumo e a população como um todo.
3. Quais os Impactos da Indústria 4.0 no Mercado de

Trabalho?
Segundo Costa (2018), a implantação da indústria 4.0 irá gerar um

aumento
aaaaaaaaaaaa
na produção em torno de 30%, na qualidade dos produtos, na
redução das despesas, resultando em flexibilização. O profissional estará
forçado ou submetido a acompanhar o crescimento e se qualificar
(especializar) para não serem trocados por máquinas e sistemas. A
automação e os impactos da indústria 4.0 no mercado de trabalho
empregará cada vez menos com toda evolução tecnológica.
GRÁFICO 1 | PORCENTAGEM ESTIMADA DE TRABALHADORES EM RISCO DE DESEMPREGO
UTILIDADES 2%
TRANSPORTE 15%
SERVIÇOS PROFISSIONAIS, ADMINISTRATIVOS E SUPORTE 9%
SERVIÇOS FINANCEIROS E SEGUROS 7%
SERVIÇOS DE HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO 47%
MINERAÇÃO 4%
GOVERNO E SETOR PÚBLICO 8%
FABRICAÇÃO 14%
EDUCAÇÃO 15%
CUIDADOS DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL 14%
CONSTRUÇÃO 15%
COMÉRCIO POR ATACADO E VAREJO 15%
AGRICULTURA 3%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
FONTE: ADAPTADO DE WORLD ECONOMIC FORUM (2020, P. 17).
Segundo o World Economic Forum (2020), um terço das tarefas

atuais, aaaaaaaaaaaa
serão realizadas por máquinas e inteligência artificial no futuro. No
que resultará em 85 milhões de desempregados, principalmente os
manuais e de repetição de tarefas, que são realizados por profissionais de
baixa qualificação. Por outro lado, a indústria 4.0 irá criar 97 milhões de
novos postos de trabalho.
204
4. Relato de um Estudo de Caso: A Indústria 4.0 está Presente

nas Operações da Bosh, Heineken e Natura
Para Tecnicon (2020), a Indústria 4.0, ou quarta revolução industrial,

está presente
aaaaaaaaaaaa
nas fábricas e nos meios de comunicação. Pode ser visto
exemplos de adoção da Indústria 4.0 na prática pelas empresas a seguir.
A empresa Bosch vem se tornando pioneira, ela modificou todo

seu processo
aaaaaaaaaaaa
de fabricação, automatizando sua fábrica com softwares para
melhorar processamento de dados, sensores e maquinário de alta
precisão. Gerando soluções e tomada de decisão inteligente, através de
análises de dados dos sensores instalados na fábrica (a utilização de drives
e controladores auxiliam na linha de produção, com uma resposta rápida
e segura. Refletindo nos indicadores de desempenho de produtividade e
uma redução significativa dos custos). Com tomadas de decisão assertivas
nos métodos de produção, a empresa Bosch, vem se destacando em seus
resultados com automatização da fabricação e integração dos sistemas.
A empresa Heineken, que já se destacava pela boa gestão

empresarial,
aaaaaaaaaaa
vem implementando as novas tecnologias e aumentando a
relação de seu ativo humano. O processo de automação industrial da
empresa fortaleceu seu engajamento em sustentabilidade, e bem-estar de
seus colaboradores.
Já a empresa Natura, pensa em sustentabilidade, bem-estar de

seus clientes,
aaaaaaaacolaboradores e no aumento da lucratividade para seus
investidores. Enxergam na indústria 4.0, a oportunidade para crescimento
da demanda e redução de custos para estimular a competitividade. Além
da automação, a empresa implantou sistemas de ar condicionados
inteligentes, impressão 3D das embalagens, realidade aumentada no setup
de máquinas e de iluminação.
205
Os impactos da indústria 4.0 na engenharia de produção é uma

realidade
aaaaaaaaaaaa
inegável que vem somando forças com o mercado tradicional,
uma plataforma de produção e vendas, com uma comunicação versátil
que integra oportunidades, estreitamento no relacionamento com o
cliente e uma tecnologia positiva.
Através das ferramentas da indústria 4.0, as empresas podem

produzir
aaaaaaaaa
de maneira eficiente, com qualidade e redução de custos. Hoje
podemos comprar e pesquisar tudo pela internet e ter o produto ou
serviço pronta entrega. É a revolução provocada pela indústria 4.0, que
atrai volumosos investimentos e introduz novos valores no cenário
econômico, político e social pouco a pouco mais globalizado. As mudanças
no perfil das empresas e de seus colaboradores devem evoluir e sofrer
atualizações para expandirem a sociedade.
As organizações através da indústria 4.0, possuem uma forte

influência
aaaaaaaaaaaa
sobre a opinião dos consumidores a respeito de produtos ou
serviços. Uma revolução silenciosa que está mudando a forma pela qual
se faz negócios.
A indústria 4.0 vai além de se fazer promoções ou promover

produtosaaaaaaaaa
ao cliente on-line, estabelece estratégias de conteúdo, de mídias
digitais, e-mail marketing, publicidade on-line, pesquisa on-line e
monitoramento. Proporciona as empresas da indústria 4.0, as vantagens e
a possibilidade de um acesso maior e direto com os consumidores que
tenham interesses em comum, compartilhando experiências, compras em
grupos ou dando opinião sobre produto ou serviço.
Esse artigo poderá auxiliar as empresas brasileiras a identificar um

novo nicho
aaaaaaaa
de mercado e a desenvolver, promover as empresas e seus
produtos através da indústria 4.0, tornando-as mais competitivas,
eficientes e eficazes.
As empresas precisam estar engajadas nessa ação da indústria 4.0,

que iráaaaaaa
desenvolver sua fábrica, abrir postos de trabalho e aproximar de
aaaaaaaa
206
clientes. É uma realidade, começar hoje a investir, procurar um

profissional especializado para garantir oportunidades de negócio.
207
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financiamento do regime geral da segurança social. Cadernos de Direito
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http://www.cadernosdedereitoactual.es/ojs/index.php/cadernos/article/vie
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Chiavenato, I. (2014). Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. São

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Costa, L. (2018). O futuro do Engenheiro de Produção. eproducao.

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Gil, A. C. (2010). Como elaborar projeto de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas.
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Páginas 18 a 21. Disponível em:
https://materiais.inovacaoindustrial.com.br/industria-40 Acessado em 12
de junho 2022.
208
Junior, E. L. C. (2012). Gestão em processos produtivos. 1 ed. Curitiba:

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Klaus, S. (2017). Começou a 4ª revolução industrial. Disponível em:

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Redação APD. (2022). Prós e contras da 4.ª Revolução Industrial. Disponível

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Sacomano, J. B. et al. (2018). Indústria 4.0. São Paulo: Editora Blucher.
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Sousa, R. (s.d.). Primeira Revolução Industrial. Brasil Escola. Disponível em:

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Word Economic Forum. (2020). The Future of Jobs Report 2020. October
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rg/docs/WEF_Future_of_Jobs_2020.pdf
209

A Inovação Disruptiva - Do Cenário Aos Fatos Contemporâneos Vol 1

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

O mundo não é mais o mesmo desde a pandemia da Covid-19, a

Nesse tocante, a tecnologia é aliada do ser humano e a mola

Dessa forma, o presente livro nasceu das discussões desenvolvidas

Isto posto, motivados pelo desejo de trazer uma contribuição à

Com base nas contribuições dos autores escolhidos para compor

Por meio de amplo diálogo e uma troca de experiências, articuladas

Como organizadores, esperamos contribuir para uma gestão mais

É fundamental ressaltar que esta obra não seria possível sem o

A você que nos dá a honra de estar aqui: aproveite a jornada e

Prof. Carlos Gustavo Lopes da Silva

A todos os líderes responsáveis por inspirar e engajar seus

A Must University e aos professores Carlos Gustavo e Poliana Freire,

À minha amada mãe Elena e aos meus queridos irmãos Rafael,

Aos meus gestores e mentores, Edilson Wiggers, Carlos Eduardo

Ao gerente Anderson V. de Sousa, que pela sua forma criteriosa e

Ainda, ao líder Vinicius de Carvalho, por seu perfil disruptivo, ter me

apresentado outros caminhos de gestão voltados, principalmente, a

Deivid Cruz Moscardini

Agradeço este livro a todos os professores e profissionais que

Eslymar Martins Silva

Dedico este livro a Deus, o maior orientador da minha vida. Ele

Filipe Mesquita Botrel

À minha querida família, que tanto admiro, dedico o resultado do

A toda equipe da Must University, em especial aos professores do

José Israel Sánchez Robles

A todos que buscam a superação no aprendizado.

Agradeço aos meus professores, os da sala de aula e os de fora

Kellson Holanda Leal de Freitas

Dedico este trabalho ao meu companheiro, Filipe, que está ao meu

Agradeço a Deus e a Must University, pelo aprendizado adquirido

Nilton José Coelho Neto

Agradeço a todos os mestres que passaram por minha vida,

Aos Professores Carlos Gustavo, Geisse Martins e Poliana Pionório,

Agradeço, em especial, meu corpo que, mesmo diante de tantas

Poliana Rodrigues Pionório

Agradeço ao meu professor Rodrigo Lopes, hoje Deputado Estadual

Sylvana Lima Teixeira

Dedico esta obra a todos que contribuíram direta ou indiretamente

Gratidão aos coordenadores desta obra pelo convite, uma equipe

Tiago Felix dos Santos Porfirio

Dedico esta obra a toda minha família e amigos que viabilizaram

Agradeço a Deus, a Must University, a organização desta obra e

William Pacheco Machado

Dedico este trabalho à minha família, em especial a minha esposa

Em primeiro lugar, a Deus por me dar o dom da vida, pelas

Aos meus amigos que me impulsionaram a escrever: Professor

Sinto-me honrado por apresentar este livro de alta qualidade

Este livro foi organizado com artigos científicos dos alunos de

Além de mim, que faço parte do corpo docente e coordenação na

Gostaria de expressar gratidão ao Prof. PhD Marcos Crivelaro,

Essa coletânea de artigos é resultado das pesquisas realizadas

No campo da Gestão de Pessoas e da Inovação Disruptiva, temos

Na área de Gestão do Conhecimento, Informação e Dados, temos

Para encerrar, os capítulos oito, nove, dez e onze, que englobam os

Sendo assim, é um livro de leitura obrigatória a todo profissional e

Prof. Carlos Gustavo Lopes da Silva

A tecnologia é a linguagem universal da inovação. Gerenciar uma

A transformação digital é um processo que envolve a

No mundo dos negócios de hoje, os termos inovação disruptiva,