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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CAMPUS CENTRAL
UNIDADE DE LUZIANIA
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

THAWANNY AMELIA DA SILVA FIALHO

O ESTUDO DAS FINTECHS E SEUS ASPECTOS POSITIVOS, NEGATIVOS E


IMPACTOS NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

LUZIÂNIA – GO
2023
THAWANNY AMELIA DA SILVA FIALHO

O ESTUDO DAS FINTECHS E SEUS ASPECTOS POSITIVOS, NEGATIVOS E


IMPACTOS NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Trabalho de Conclusão de curso apresentado como


exigencia parcial para obtenção do titulo de Bacharel em
Administração, pela Universidade Estadual de Goiás –
Unidade de Luziânia, sob orientação do Professor Dr.
Luiz Felipe Serpa.

LUZIÂNIA – GO
2023
THAWANNY AMELIA DA SILVA FIALHO

O ESTUDO DAS FINTECHS E SEUS ASPECTOS POSITIVOS, NEGATIVOS E


IMPACTOS NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Trabalho de Conclusão de curso apresentado como


exigencia parcial para obtenção do titulo de Bacharel em
Administração, pela Universidade Estadual de Goiás –
Unidade de Luziânia.

Aprovado em ____, de ___________________, de ______, pela Banca examinadora


constituida pelos professores:

_______________________________________
Luiz Felipe Serpa - Orientador
Doutor em Administração e Finanças
Universidade Estadual de Goiás

_______________________________________
Gustavo Macedo de Carvalho
Doutor em Metodos Quantitativos e Informática
Universidade Estadual de Goiás

________________________________________
Wanderson Rocha Bittencourt
Mestre em Ciências Contábeis
Universidade Estadual de Goiás

LUZIÂNIA – GO
2023
A Deus, aos meus pais e irmãos por não me deixarem desistir e terem paciência ao longo
dos anos de graduação.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que tem me dado forças a cada dia, para superar
obstaculos e me ajudar a trilhar caminhos desconhecidos, mas que no final são sempre
surpreendentes. Agradeço aos meus pais e irmãos pela paciência e por me dar força, incentivo,
amor para continuar todos os dias, para que eu não desanimasse com as provações do dia a dia.
Agradeço ao meu orientador Professor Dr Luiz Felipe Serpa, pela paciência,
ensinamentos e a disponibilidade de me orientar nesse momento tão decisivo para a minha
formação e para minha carreira.
Agradeço a todo o corpo docente e quadro de funcionários da UEG unidade de Luziânia,
que diretamente e indiretamente contribuiram para minha formação acadêmica, pessoal e
profissional ate aqui.
A todos o meu sincero agradecimento, e que Deus recompense a cada um.
RESUMO

As Fintechs têm ganhado um espaço mais relevante dentro do Sistema Financeiro Nacional, e
tem gerado mudanças nos órgãos reguladores para fazerem com que o sistema acolha esse novo
modelo de negócios inovador. A presente pesquisa tem o intuito de compreender os aspectos,
positivos e negativos e impactos das Fintechs no Sistema Financeiro Nacional. Sendo uma
novidade não se sabe como será o futuro das Fintechs, e por isso buscou-se compreender o
modelo de negócios, como a tecnologia impacta e os desafios e riscos aos quais elas correm por
serem disruptivas, e ainda como os players tradicionais têm reagido a esses novos entrantes. A
metodologia utilizada foi por meio de base bibliográfica e é classificada como qualitativa por
buscar conhecer o objeto de estudo mais afundo. Por meio da pesquisa bibliográfica foi possível
conhecer como as Fintechs impactam na regulação do Sistema Financeiro Nacional e a estrutura
da qual elas fazem parte, e como os clientes as veem como forma de fugir das burocracias
impostas pelos bancos tradicionais. No entanto por serem um modelo de negócios que busca
atrair os mais variados tipos de clientes, as Fintechs podem ficar mais vulneráveis aos riscos
impostos por essa escolha. Como resultado as Fintechs, enfrentam os desafios regulatórios,
resultados não tão satisfatórios aos quais esperam. Porém elas têm tido um crescimento devido
ao interesse dos investidores em seu modelo de negócios, além disso elas realmente mudaram
a visão do cliente do setor bancário, para o consumidor elas são um meio mais fácil de conseguir
acesso a produtos e serviços com mais agilidade.
Palavras chaves: inovação; tecnologia; fintech; sistema financeiro.
ABSTRACT

Fintechs have gained a more relevant space within the National Financial System, and have
generated changes in regulatory bodies to make the system welcome this new innovative
business model. This research aims to understand the positive and negative aspects and impacts
of Fintechs on the National Financial System. Being a novelty, it is not known what the future
of Fintechs will be like, and therefore we sought to understand the business model, how
technology impacts and the challenges and risks they face because they are disruptive, and how
traditional players have reacted to these new entrants. The methodology used was based on a
bibliographical basis and is classified as qualitative because it seeks to know the object of study
in greater depth. Through bibliographical research, it was possible to know how Fintechs impact
on the regulation of the National Financial System and the structure of which they are part, and
how customers see them to escape the bureaucracies imposed by traditional banks. However,
as they are a business model that seeks to attract the most varied types of customers, Fintechs
may be more vulnerable to the risks imposed by this choice. As a result, Fintechs face regulatory
challenges, not as satisfactory results as they expect. However, they have been growing due to
the interest of investors in their business model, in addition they have really changed the
customer's view of the banking sector, for the consumer they are an easier means of gaining
access to products and services with more agility.
Keywords: innovation; technology; fintech; financial system.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1.1 Tema ........................................................................................................................ 11
1.2 Problema.................................................................................................................. 11
1.3 Hipóteses ou referencias de pesquisa ....................................................................... 11
1.4 Objetivos ................................................................................................................... 12
1.4.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 12
1.4.2 Objetvos Específicos ................................................................................................. 12
1.5 Justificativa .............................................................................................................. 12
2 A EMERGÊNCIA DAS FINTECHS COMO NOVO MODELO DE NEGÓCIOS:
ASPECTOS REGULATÓRIOS, IMPACTOS SISTÊMICOS E DE MERCADO ......... 13
2.1 Contextualização das Fintechs no Arcabouço Regulatório do Sistema Financeiro
Nacional... ........................................................................................................................... 13
2.1.1 Entidades Supervisoras .............................................................................................. 15
2.1.2 Operadores ................................................................................................................ 15
2.1.3 Quadro Regulatório Específico das FINTECHS ........................................................ 17
2.2 As Fintechs: ruptura no uso da tecnologia e um novo modelo de Negócios .......... 19
2.2.1 Modelo de negócios e padrão tecnológico................................................................. 20
2.2.2 Risco de crédito ........................................................................................................ 22
2.2.3 Implicações das Fintechs no mercado de crédito: aspectos positivos e negativos ...... 23
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS: PERFORMANCE, DESAFIOS E
EXPECTATIVAS. ............................................................................................................. 26
4 METODOLOGIA E REFERENCIAIS DE ANÁLISE........................................ 31
4.1 Abordagem ............................................................................................................ 31
4.2 Tipo de Pesquisa .................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 33
9

1 INTRODUÇÃO

A tecnologia tem revolucionado vários âmbitos de trabalho no mundo todo. As pessoas


buscam, cada vez mais organizar suas vidas através de tecnologias digitais, percebidas como
algo tão assustador quanto desejável. Em nenhum outro ramo de negócios, essa evolução se faz
mais presente no que nos mercados financeiros. A sociedade tem buscado por facilidades que
façam com que o que precisa ser resolvido seja feito com mais rapidez e sem burocracias.
Ao encontro desta perspectiva, os bancos tradicionais têm buscado evoluir e sair da lógica
convencional de atendimento. De acordo com a pesquisa realizada pela Deloitte Touche
Tohmatsu (2022, p. 4) “tornou-se padrão os bancos proporcionarem uma melhor experiência
para seus clientes nos canais digitais e a eficiência através da digitalização das operações”. Os
aplicativos, que resolvem vários serviços sem que seus clientes saiam de casa com o internet
banking, e variadas atividades por meio do autoatendimento também.
As instituições financeiras têm investido cada vez mais em tecnologia. Em 2021 previa-
se um orçamento de R$ 30,1 bilhões a ser gasto com inovações tecnológicas e, para 2022,
estimava-se um salto para R$35,5 bilhões (DELOITTE TOUCHE TOHMATSU, 2022). Em
que pese tais avanços por parte dos grandes bancos, o leque de inovações tecnológicas tem sido
ampliado por modelos de negócios que oferecem simultaneamente uma maior sofisticação
tecnológica e um menor custo administrativo com menores exigências burocráticas. Neste
campo, destacam-se os bancos totalmente digitais que fazem vários serviços, as chamadas
Fintechs.
As Fintechs são startups de finanças que oferecem serviços financeiros digitalmente, com
múltiplos aplicativos diferenciados. A palavra Fintechs é a junção de finanças e tecnologia, elas
são empresas que não possuem agencias físicas e oferece tudo o que seu cliente precisar através
de canais totalmente digitais, por exemplo: cartões de créditos, contas digitais, pagamentos de
boletos, empréstimos, seguros, entre outros. Elas são conhecidas por suas inovações no setor
financeiro e por facilidades de oferecer produtos com taxas mais baratas e sem burocracia.
No Brasil o número de Fintechs tem crescido cada vez mais ao longo dos anos. A pesquisa
realizada pela Distrito1 (2022) mostra que o número de Fintechs entre os anos de 2016-2022
aumentou para 819 unidades, com relação aos anos de 2011-2015 que tinham 306. O Brasil

1
Distrito é uma plataforma voltada para a capacitação de pessoas com em inovação nas startups e Fintechs. Em
sua pesquisa ela busca trazer a discussão acerca do assunto Fintechs e análise de mercado e principais tendencias
(DISTRITO, 2022).
10

assume cada vez mais, o protagonismo neste mercado emergente, o que explica a atratividade
para os investidores que já tem U$ 9,4 bilhões investidos em sturtups brasileiras 40% foram
investidos em Fintechs (DISTRITO, 2022).
As startups que são empresas que unem a inovação e o empreendedorismo, que possuem
foco no desenvolvimento de produtos ou serviços que propõe um novo modelo de negócios.
(DAMASCENO et al, 2019). As Fintechs são startups no segmento de finanças que estão se
destacando no mercado, e procuram através de um permanente processo de inovação e
segmentação especialista ampliar a sua base de clientes, e assim fazer que permaneçam com
eles.
Hoje já é possível ver empresas que financiavam veículos ou outros produtos, estão
buscando operar com contas digitais, como a BV financeira, o mercado livre com o mercado
pago através de sua carteira digital, (magalupay2) entre várias outras.
Tais mudanças nos modelos de negócio e padrões tecnológicos vem impactando
significativamente o mercado, particularmente os bancos tradicionais, tornando as Fintechs
uma significativa ameaça ao caráter cartelizado do mercado bancário levando as instituições
tradicionais a um reposicionamento mercadológico.
Entre outras estratégias, os bancos tradicionais vêm buscando alianças e parcerias com
Fintechs julgadas promissoras tanto pelos seus avanços tecnológicos quanto mercadológicos,
ou estabelecerem projetos de Fintechs independentes dos seus conglomerados, dentro de uma
perspectiva de maior especialização. O Banco Bradesco tem sua própria Fintech, o NEXT, que
é uma plataforma totalmente digital, com conta digital, empréstimos, cartão de crédito com o
diferencial que por pertencer a estrutura do banco 237, os clientes podem fazer seus depósitos
e saques nos BDNs dentro de qualquer agência Bradesco.
De acordo com a Pesquisa da Price Water House (2018, p. 8): “As Fintechs buscam
atender um público sub atendido por instituições tradicionais por questões de restrição de acesso
ou de preço, ou mesmo de uma demanda cujo potencial ainda não é conhecido e nem priorizado
pelos players tradicionais.” Elas têm impulsionado os bancos tradicionais, a também trazerem
inovações tecnológicas ao setor e buscarem medidas para manter seus clientes.
Para compreendermos esta evolução é fundamental uma contextualização histórica da
emergência das Fintechs. As Fintechs trouxeram competitividade ao sistema, principalmente a
partir do lançamento de uma das Fintechs mais conhecidas no Brasil o Nubank em 2013.

2
Magalupay – Conta digital da Magazine Luiza, que possui benefícios como pagamento de boleto, pagamento
de compras pelo APP com o saldo da conta, PIX, transferências e Cashback. (Magazine Luiza, 2022)
11

As Fintechs começaram a ganhar um lugar de destaque no mercado, por causa do cenário


de burocracia nos bancos tradicionais, a partir de 2018 veio a regulação delas em forma de SCD
e SEP do Banco Central, o que as levaram a serem reconhecidas mesmo com uma participação
ainda pequena. Elas surgiram para atenderem variados tipos de públicos não atendidos em
diferentes nichos de mercado. A partir do ponto de vista de Barbosa (2018) elas podem ser
vistas como uma ameaça por causa dos clientes procurarem alternativas, principalmente por
causa da experiencia mais alinhada as suas expectativas.

1.1 Tema

O estudo das Fintechs e seus aspectos positivos, negativos e impactos no Sistema


Financeiro Nacional.

1.2 Problema

As Fintechs trouxeram uma evolução ao mercado financeiro, impactando esse cenário e


ampliando a base de clientes. Entretanto, ao mesmo tempo em que trouxe essa evolução ela
também ampliou os riscos relacionados ao mercado financeiro. Ainda não está claro quais serão
as áreas de negócios das Fintechs que irão prosperar, principalmente porque é difícil especular
a resposta que o sistema bancário irá dar a essa inovação tecnológica (ROSALINO, 2019). O
que leva ao questionamento: Porque as Fintechs tiveram um começo alavancado, mas hoje já
não estão se mantendo da mesma forma?

1.3 Hipóteses ou referencias de pesquisa

Por se tratar de um trabalho qualitativo, não há hipóteses a serem testadas. Realizaremos


uma revisão da literatura cujas referências de pesquisa são baseadas em quatro
questionamentos. São eles:

1- O sucesso inicial das Fintechs se deve a superioridade de seu padrão tecnológico ou a


eficácia de seu modelo de negócios?
2- Será que a ampliação da base de clientes não criou um aumento do risco de crédito
sistêmico com a flexibilização na concessão de crédito aos clientes?
3- Por ser um modelo de negócios mais flexível e mais desburocratizado não aumenta
também o risco de inadimplência?
4- Será que a inadimplência do setor tem impactado o resultado das Fintechs?
12

1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo Geral

A dinâmica da evolução e impacto tecnológico e mercadológico das Fintechs no sistema


financeiro brasileiro leva ao objetivo geral de pesquisa: buscar analisar os impactos positivos e
negativos da emergência das Fintechs no Sistema Financeiro Brasileiro e quais implicações do
ponto de vista dos investidores e clientes.

1.4.2 Objetivos Específicos

• Verificar as razões pelas quais as Fintechs, embora tenham ampliado a sua base de
crédito, vem apresentando alguns resultados negativos.
• Verificar quais são os fatores determinantes que tem levado as Fintechs ao Market share
que elas têm hoje;
• Analisar o modelo de negócios das Fintechs e seu modelo tecnológico, se é de fato
inovador no contexto do Sistema Financeiro Nacional;

1.5 Justificativa

A mudança de paradigma causada pelas Fintechs no mercado e, sobretudo, a mudança da


percepção dos consumidores quanto ao novo modelo de negócio que elas representam,
convidam a uma análise detalhada da lógica e funcionamento destes novos entrantes no
mercado. Muitos clientes as veem como forma de escape do modelo burocrático de trabalhar
dos bancos e cooperativas. Além de identificar os aspectos positivos e negativos dos novos
players, cabe mostrar também quais respostas mercadológicas os concorrentes tradicionais
estão oferecendo ao mercado.
Por fim, cabe uma análise mais detalhada, que permita identificar entre as razões
aparentes, as razões estruturais determinantes desta mudança de paradigma, particularmente na
relação entre mudança do modelo tecnológico e mudança do modelo de negócios.
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2 A EMERGÊNCIA DAS FINTECHS COMO NOVO MODELO DE NEGÓCIOS:


ASPECTOS REGULATÓRIOS, IMPACTOS SISTÊMICOS E DE MERCADO

2.1 Contextualização das Fintechs no Arcabouço Regulatório do Sistema Financeiro


Nacional

O Sistema Financeiro Nacional é o sistema formado por entidades que regulam e


fiscalizam o meio econômico do Brasil. Ele não é um órgão, ou um ministério ao qual possui
funcionários, suas principais funções é fazer a intermediação financeira e a prestação de
serviços para gerenciamento de recursos, ele possui uma estrutura para que a economia do país
gire. Seguindo regras estabelecidas e regulamentando a moeda e o crédito e sua circulação.
As entidades participantes do SFN precisam ser instituições financeiras sejam elas
tradicionais ou digitais, autorizadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Para realizarem a
ação de intermediadores de recursos, o que significa fazer a intermediação entre os agentes
superavitários e deficitários, ou seja, os que tem dinheiro, emprestam aos que não tem, e os
bancos ficam responsáveis por essa ação. “A função do Sistema Financeiro Nacional - SFN é a
de ser um conjunto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações necessárias à
circulação da moeda e do crédito na economia.” (FEBRABAN, 2022).
Machado (2015) aponta que:

O SFN é constituído por dois subsistemas: o subsistema normativo, responsável


pelas normas que regem um sistema financeiro e, ainda, pela sua fiscalização; e o
subsistema operador, que se compõe das instituições responsáveis pela interação
entre os agentes deficitários e superavitários. (MACHADO, 2015, p. 31)

Os órgãos que compõe o Sistema Financeiro Nacional são o CMN (Conselho Monetário
Nacional) que é o agente normativo máximo, os órgãos supervisores que são o Banco Central
e a CVM (Conselho de Valores Mobiliários) e as entidades supervisoras que são os bancos, a
bolsa de valores e os bancos de investimentos. Além desses ainda há os que regulam os seguros
como o CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar) que regula a PREVIC
(Superintendência Nacional de Previdência Complementar) e as entidades dos fundos de pensão
e a CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) que regula a SUSEP (Superintendência de
Seguros Privados). Todos esses órgãos formam o Sistema Financeiro Nacional do Brasil.
14

Figura 1 – Organograma do Sistema Financeiro Nacional

SNF

ORGÃOS NORMATIVOS CMN CNSP CNPC

ENTIDADES SUPERVISORAS BACEN CVM SUSEP PREVIC

BANCOS SEGURADO
FUNDOS DE
MÚLTIPLOS,COME BOLSA DE RES E
OPERADORES PENSÃO -
RCIAI,INVESTIME VALORES RESSEGUR
INSS
NTO ADORES

SOCIEDAD
CAIXA BANCOS DE
ES DE
ECONOMICA INVESTIME
CAPITAIZA
FEDERAL NTO
ÇÃO

PREVIDENC
COOPERATIVAS EMPRESAS IA
DE CRÉDITO S.A PRIVADA -
PGBL/VGBL

INSTITUIÇÕES DE
PAGAMENTO

FINTECHS

Fonte: Adaptado de Banco Central (2022)

A começar pelo CMN que é seu órgão normativo máximo que foi criado a partir da Lei
4.595/64 (BRASIL), e é composto pelo Ministro da Economia, o presidente do Banco Central
e o Secretário Especial da fazenda. Ele é responsável por estabelecer a meta da inflação do país,
e por ter a responsabilidade de formular as diretrizes da política monetária e do crédito com a
finalidade da estabilidade da moeda e desenvolvimento econômico do país (BRASIL, 2021). O
Banco Central do Brasil aponta como objetivo do CMN zelar pela solvência e liquidez das
instituições financeiras além de regular o valor interno e externo da moeda.
15

2.1.1 Entidades Supervisoras

O Bacen é uma entidade supervisora que possui autonomia nas decisões, ele é aquele que
controla todas as instituições financeiras do país, e só funcionam se tiverem sido permitidas por
ele. De acordo com a Lei 4.595/64 e a Lei complementar n° 179/2021 (BRASIL,2021) entre
suas competências estão autorizar e emitir papel moeda, fazer operações de redesconto, exercer
o controle de crédito sob todas as suas formas, e determinar via COPOM a meta da inflação.
Ainda leva como função de banco dos bancos criado a partir da Lei 4.595/64 ele faz cumprir as
determinações do CMN, e sua composição é formada pelo presidente e 8 diretores, todos
nomeados pelo Presidente da República.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) foi criada a partir da Lei 6.385/76, com
objetivo de fiscalizar, normatizar e disciplinar os valores mobiliários no Brasil (BRASIL,
2021). Ela é uma autarquia federal que fiscalizam a bolsa de valores, bancos de investimentos,
empresas S.A que tenham capital aberto. Valores mobiliários podem ser: ações, debentures,
bônus de subscrição e opções de compra e venda (BRASIL, 1976). Porém não se pode
confundir títulos da dívida pública como valores mobiliários. Sua principal função é proteger
os investidores de atos ilegais de administradores e acionistas, e emissões irregulares.
(BRASIL, 1976).

2.1.2 Operadores

Os órgãos operadores do SFN são aquelas entidades que estão em contato com os
aplicadores e tomadores de recursos, fazendo a atividade de intermediador entre eles. Essas
instituições devem seguir as regras dos órgãos normativos e serem fiscalizadas pelos órgãos
supervisores (MODENA, 2020).
De acordo com Modena (2020) e Rasera (2020) essas são instituições bancárias e não
bancárias e podem ser classificadas como sendo:
• Bancos Comerciais: São organizações que captam depósitos à vista e a prazo, e
concedem empréstimos a seus clientes. Esses bancos são os que podem ter contas
correntes. Exemplos: Banco Bradesco S.A, Banco da Amazônia, Itaú.
• Bancos Múltiplos: São aqueles que podem ter duas ou mais carteiras, sendo
imprescindível ter uma comercial ou de investimento. Eles são autorizados pela
Resolução BCB n° 2.099/94. Exemplos: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil.
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• Bancos de investimento: São aqueles que fazem captação de recursos a longo


prazo, efetuam operações de maior escala como: ações e debentures.
• Bancos de desenvolvimento: São instituições públicas que visam o
desenvolvimento econômico em uma região ou país. Eles fornecem financiamento
a longo prazo e investimentos em diversos segmentos da economia. (BNDES,
2022)
• Caixas Econômicas: No Brasil a Caixa econômica Federal é quem faz esse papel,
além de ser um banco comercial, ela ainda atua com o Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
• Distribuidoras e corretoras de valores mobiliários: Elas atuam nos mercados
financeiros e de capitais e no mercado de cambio negociando títulos de valores
mobiliários entre tomadores de recursos e investidores. (BANCO CENTRAL,
2022)
• Cooperativas de Crédito: São instituições que estão autorizadas a captar recursos
de seus associados, e realizarem empréstimos. Exemplo: Sicredi.
Essas instituições que atuam como operadores são responsáveis pelo contato direto com
o cliente. Desde a distribuição dos produtos até o auxílio no que precisam. Ainda dentro dos
operadores há as instituições de pagamentos que são entidades prestadoras de serviços, que
possibilitam a seus clientes realizarem pagamentos, sem estarem ligados a instituições
financeiras. Conforme o Relatório da Fundação Getúlio Vargas – FGV – 2019:

As instituições de pagamentos podem ser classificadas como: (i) emissor de moeda


eletrônica; (ii) emissor de instrumento de pagamento pós-pago; e (iii) credenciador,
que (1) habilita usuários finais recebedores para aceitar instrumento de pagamentos;
(2) captura transações de pagamento (aquirencia) e transmite as informações de tais
transações para o instituidor do arranjo de pagamentos; e (3) participa do processo de
liquidação das transações. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, p. 3, 2019)

Como pode ser visto o sistema financeiro é extremamente amplo, e juntamente com as
instituições financeiras e não financeiras tem buscado novas tecnologias ao longo dos anos.
Diniz e Cernev (2017, p. 2) diz que “A tradição dos bancos de incorporar, adaptar e aperfeiçoar
novas tecnologias não causa surpresa, pois eles são efetivamente um dos setores econômicos
que mais investem em automação em todo o mundo.” E não seria diferente agora,
principalmente por causa dos novos entrantes que investem cada vez mais em tecnologia.
17

2.1.3 Quadro Regulatório Específico das FINTECHS

De acordo com Ferreira (2021 p.77):

[...] O termo Fintech resulta de um neologismo que se constitui pela junção das
palavras inglesas finance (finanças) e technology (tecnologia), composição que já
deixa muito claro o que se pretende com esse tipo de empreendimento, isto é, uma
empresa do setor financeiro que desenvolva suas atividades de forma extremamente
intensiva no uso das novas tecnologias – seu principal diferencial perante as
instituições financeiras tradicionais.

De acordo com o Banco Central (2022) elas podem ser de dois tipos as sociedades de
empréstimo entre pessoas (SEP), que pega o dinheiro dos investidores (Superavitários) e faz a
intermediação, que é emprestar esse dinheiro aos clientes que precisam (Deficitário) o segundo
tipo são as sociedades de crédito direto (SCD) que não fazem captação de recursos, porém
emprestam do seu próprio capital aos clientes.
Para que possam atuar, as Fintechs precisam ser autorizadas pelo Banco Central do
Brasil, que é o órgão regulador que supervisiona as instituições financeiras, e tem autonomia
técnica, operacional, administrativa e financeira proporcionados pela Lei 179/21 (BRASIL,
2021).
As SEPs e as SDCs possuem alguns diferenciais para sua autorização e funcionamento
de inovação, em relação com as instituições financeiras tradicionais conforme a estudos
especiais do Banco Central de 2020 algumas das características são:

(i)limite mínimo de R$1 milhão de capital social e patrimônio líquido, valor


sensivelmente mais baixo do que o exigido das demais instituições autorizadas a
funcionar pelo BCB; (ii) possibilidade de participação direta de fundos de
investimento no grupo de controle; (iii) processo de autorização mais simples, com
proposta de negócio no formato de Justificativa Fundamentada3 e dispensa de
entrevista técnica e inspeção pré-operacional, sendo a autorização concedida
simultaneamente para se constituir e entrar em funcionamento; (iv) opção pelo
enquadramento no segmento S5, que possui regime de regulação mais simplificado e
menos oneroso dentre os cinco níveis admitidos às instituições financeiras; e (v)
dispensa, no curso de funcionamento, de obrigações comuns às demais instituições
mais complexas. (BANCO CENTRAL, 2020, p. 2)

As Fintechs são regulamentadas a terem funcionamento através das resoluções do


Conselho Monetário Nacional 4.656 e 4.657 de Abril de 2018. Seus benefícios são: a redução
da burocracia, rapidez nas transações, a diminuição na burocracia no acesso ao crédito, a
inovação e o acesso ao sistema financeiro (BANCO CENTRAL, 2022).
18

Elas podem ser classificadas de várias formas por exemplo: de pagamento, de crédito,
gestão financeira, de empréstimos, investimento, seguro, negociação de dívidas, de cambio e
multisserviços (RASERA, 2020). Uma das Fintechs mais conhecidas hoje é o Nubank que
iniciou em 2013 com seus cartões de crédito e hoje opera com variados serviços financeiros,
tem a conta digital, fornece empréstimos, e seguros a seus clientes. (NUBANK, 2021)
Um outro aspecto de relevância sobre as Fintechs é que desde sua estreia no mercado,
há a expectativa que a concorrência aumente, por meio de sua oferta de produtos e serviços e
sua tecnologia e o que se se pode esperar é que sua inserção no SFN pode trazer benefícios a
economia do país (BANCO CENTRAL, 2020).
Para as Fintechs a regulação ainda é relativamente nova, no entanto por meio do CMN
foi criada a resolução 4.656/18 que dispõe sobre as Sociedade de Crédito Direto (SCD) e a
Sociedade de Empréstimo Entre Pessoas (SEP). A Sociedade de Crédito Direto tem o modelo
de negócio caracterizado por disponibilização de operações de empréstimos, financiamento e
aquisição de direitos creditórios exclusivamente por meio de plataforma eletrônica com
recursos próprios (BANCO CENTRAL, 2020). Enquanto a Sociedade de Empréstimo Entre
Pessoas é aquela que tem o modelo de negócios baseados no P2P que promove a conexão direto
do investidor e do consumidor também por plataforma eletrônica (BANCO CENTRAL, 2020).
A Resolução do CMN n° 4.657/18 altera a Resolução n° 4.606/17 que dispõe a respeito
da metodologia simplificada para a apuração do requerimento do patrimônio simplificado, os
requisitos para a estrutura do gerenciamento de riscos contínuos, para que as Fintechs de crédito
possam ser realocadas ao segmento nos segmentos prudenciais de acordo com seu porte e risco
(SOKI, 2019).
A Resolução do CMN 4.707/18 que não é diretamente ligada as Fintechs mas
proporciona condições e procedimentos para que instituições financeiras, realizem operações
de crédito vinculadas a recebíveis de pagamentos (ARAÚJO, 2020). O autor ainda ressalta que
o vínculo dessas duas resoluções, fazem com que as Fintechs de crédito passam a ter acesso a
um segmento que antes pertenciam apenas aos bancos. Um marco regulatório para as Fintechs
muito importante é a liberação do Governo para o aporte de investimentos estrangeiros no
capital social das SCD e SEP por meio do Decreto nº 9.544/2018, esta medida simplifica a
entrada de novos investidores em tecnologia e inovação no cenário brasileiro.
Há leis que abrangem bancos tradicionais e Fintechs por exemplo, a Lei n° 13.709/18
a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) que diz respeito a proteção dos dados dos clientes,
principalmente sobre os dados disponibilizados online, e a Lei n° 9.613/98 sobre a Prevenção
19

a Lavagem de dinheiro. Com relação a essa lei as instituições devem dirigir todas as ações
suspeitas ao COAF, órgão responsável pelo Prevenção e Combate à Lavagem de dinheiro e
Financiamento ao Terrorismo.
Cada país possui uma regulação diferente para seu Sistema Financeiro, de acordo com
Faria (2018 apud Llewellyn, 2016) mesmo que haja diferenças cada um deve alocar quatro
tópicos em sua estrutura que são: regulação prudencial, sistêmica, concorrência e proteção ao
consumidor. As leis e resoluções favorecem para que as Fintechs cada vez mais se sintam
seguras, e adentrem em ambientes que irão beneficiar o consumidor e gerar a ampla
concorrência em inovação no sistema bancário.

2.2 As Fintechs: ruptura no uso da tecnologia e um novo modelo de Negócios

Diante das transformações que vem ocorrendo dentro do setor financeiro, as Fintechs tem
sido vistas como uma ruptura do antigo paradigma que definia o mercado bancário tradicional.
De acordo com Dhar and Stein (2017) o que define a emergência das Fintechs é a possibilidade
de trazer inovação ao setor financeiro, com o envolvimento de tecnologia como forma de
facilitar a desintermediação do modelo de negócios bancário. Ainda que seja inegável as
mudanças decorrentes, é preciso analisar se seu destaque é causado por ser uma novidade ou se
ela possui características de inovação que as deixam a frente dos demais bancos.
Por causa de suas inovações as Fintechs têm atraído um público que busca agilidade nos
processos, com taxas menores, aprovação de crédito mais rápido e os mais variados serviços.
A tecnologia é sua principal aliada quando o quesito é conquista de clientes. Principalmente
porque suas plataformas são totalmente digitais, tudo é feito por aplicativos em celulares.
Não é de hoje que as instituições financeiras buscam adentrar nas novas tecnologias, nos
anos 60 os computadores começaram a fazer parte do dia a dia dos bancários, alguns anos
depois houve o lançamento dos primeiros cartões de crédito em 1968. Já na terceira onda de
inovação os bancos trouxeram os terminais eletrônicos em suas agencias como forma de
diminuir as filas nas agencias (MENEGUELLI; BERNARDO, 2010 apud SILVA; UEHARA,
2019).
Gradualmente, os bancos vão se adaptando e da mesma forma seus clientes. A internet
trouxe tecnologias que ao longo dos anos só tem ampliado o leque de oportunidades ao mercado
financeiro. O que explica porque o setor bancário é o que mais investe em tecnologia da
20

informação, pois acredita que é ela traz mais lucratividade e vantagem competitiva aos bancos
(FONSECA; MEIRELES; DINIZ, 2010).
Com a tecnologia como uma aliada, as instituições financeiras buscam atrair cada vez
mais novos clientes. Mas será que esses novos entrantes no mercado financeiro são apenas
concorrentes ou também podem ser aliados?
Espera-se que com o crescimento das Fintechs, as instituições tradicionais também
possam ser motivadas por esse novo modelo de negócios. Hoje praticamente todas as
instituições financeiras possuem seus aplicativos, para o fortalecimento do contato com os
clientes, principalmente devido a pandemia do Covid 19 houve um aumento no uso desses
aplicativos. Conforme pesquisa da Deloitte Touche Tohmatsul3 de Tecnologia Bancária (2021,
p. 26) “as transações com movimentação financeira no mobile, tiveram um salto de 64% em
2020 impulsionadas pelo contexto da pandemia e do auxílio emergencial.”
As Fintechs podem ser aliadas aos bancos. Muitas delas já surgem como parceiras de
instituições financeiras, assim como algumas ainda se mantem como seus correspondentes, que
assumem os custos e as responsabilidades perante o órgão regulador (BANCO CENTAL,
2020).
Para Barbosa (2018, p.20), “a inovação é um fator que possibilita através da informação
e do conhecimento, o surgimento de novos produtos e serviços, assim como novos modelos de
negócios”. Nesta seção contextualizaremos as referenciais de pesquisa, por meio de uma revisão
de literatura para identificar e compreender estas variáveis.

2.2.1 Modelo de negócios e padrão tecnológico

O modelo de negócios de uma organização é definido por aquilo que ela deseja entregar
a seus clientes Cherbrough (2003 apud BONNAZZIE; ZILBER, 2013, p. 622) definem o
modelo de negócios como “um modelo a ser utilizado por companhias para criar e capturar
valor sistematicamente”. Por não ser algo totalmente pré-estabelecido, uma empresa cria seu
modelo de negócio baseado no que estima ser necessário para se estabelecer no mercado.
Oliveira (2019) acrescenta que modelos de negócios modernos estão mais propensos ao
crescimento em diferentes níveis, quanto maior o nível de modernização e atualização para
enfrentarem desafios.

3
Deloitte Touche Tomatsu: é líder global em auditoria e consultoria empresarial, assessoria financeira e gestão
de riscos e presta serviços a várias instituições, presente em 150 países. (DELOITTE TOUCHE TOHMATSU,
2022)
21

Para Marques (2022) o modelo de negócios das Fintechs é promissor por possibilitar
eficiência, segurança e flexibilidade além de novas oportunidades. O mercado das Fintechs se
dá por causa desse seu modelo de negócios inovador, com a oferta de desburocratizar o sistema
financeiro, com o atendimento online, o foco no cliente, redução de custo e taxas, a inovação e
tecnologia. O que encanta ao cliente que busca por menos burocracia no dia a dia, em seu
modelo de negócios elas procuram atuar por meio do B2C4 (Business To Consumer) e B2B5
(Business To Business) para que a escolha do tipo de público seja mais assertiva para atingir
maiores níveis de personalização na oferta de produtos e serviços (DISTRITO, 2021)
Mesmo as Fintechs tendo a tecnologia como principal ferramenta, seu principal
diferencial é a sua facilidade de acesso, que faz com que amplie as oportunidades de negócios.
O padrão tecnológico das Fintechs não é superior aos demais bancos e sim estão equiparados
em mesmo nível, até porque os bancos tradicionais também vêm investindo, cada vez mais, em
seus próprios canais digitais como o mobile banking e o internet banking. De acordo com a
pesquisa da Deloitte Touche Tohmatsu (2022) 91% dos bancos decidiram alavancar os canais
digitais como principal meio de relacionamento com os clientes.
Os bancos estão também procurando investir em novos softwares de infraestrutura. No
ano de 2020 esse investimento era de $600 milhões e teve um salto considerável para 1,1 bilhão
em 2021 (DELOITTE TOUCHE TOHMATSU, 2022). Impulsionados pelo Open Finance 6os
bancos têm investido cada vez mais no big data analytics7 e CRM8 para uma base maior e mais
contato com o cliente. As Fintechs também têm apostado no blockchain9, inteligência artificial
e análise de dados para a personalização de produtos (PRICE WATER HOUSE, 2022). Além
disso, na medida desta evolução, ambos se preocupam e investem cada vez mais, na prevenção
a fraudes e ataques cibernéticos para dar mais segurança a seus clientes.

4
Business to Consumer se caracteriza pelas vendas serem realizadas entre empresas e o consumidor final.
(SANTOS, 2019)
5
Business to Business se caracteriza pela possibilidade das empresas negociarem entre si. (SANTOS, 2019)
6
Open Finance é a possibilidade de cliente de produtos ou serviços financeiros, compartilharem suas informações
bancárias com outras instituições autorizadas pelo Banco Central. (BANCO CENTRAL, 2022)
7
Big Data analytics é “definido como ativos de alto volume, variedade e velocidade de informação que exige
custo-benefício e formas inovadoras de processamento de informação para maior visibilidade e tomada de
decisão.” (BASSO, 2020, p. 14 apud MACHADO, 2018)
8
CRM – Customer Relationship Management ou sistema de gerenciamento de relacionamento com o cliente,
“ajuda as empresas a administrar suas relações com os clientes e fornecem informações para coordenar todos os
processos de negócios que lidam com seus clientes em termos de vendas, marketing e serviços.” (LAUDON E
LAUDON, p. 76, 2007)
9
Blockchain “é um mecanismo que usa método criptografia que utiliza um conjunto de algoritmos matemáticos
específicos para criar e estrutura de dados em crescimento contínuo.” (CHAVES, 2021, p.146)
22

2.2.2 Risco de crédito

A intermediação financeira é um serviço prestado pelas instituições financeiras para o


fornecimento de crédito aos seus clientes, na mediação entre agentes superavitários e agentes
deficitários. Ao fazerem isso as instituições administram vários tipos de riscos, destacando-se
os riscos operacionais, de liquidez, de mercado e de crédito. O principal é o risco de crédito
associado à probabilidade de não pagamento do compromisso assumido por parte de quem
obteve crédito. A Resolução 4.557, de 23 de fevereiro de 2017 do Banco Central do Brasil Art.
24 traz a definição desse risco:

§ 3º A definição de risco de crédito inclui: I - o risco de crédito da contraparte,


entendido como a possibilidade de perdas decorrentes do não cumprimento de
obrigações relativas à liquidação de operações que envolvam fluxos bilaterais,
incluindo a negociação de ativos financeiros ou de derivativos; (BANCO CENTRAL,
2017)

O risco de crédito pode ser inibido, mas não excluído em sua totalidade. Para que seja
mitigado, se fazem necessárias tecnologias de análise de crédito e protocolos decisórios
padronizados. O principal objetivo da análise de crédito é identificar os riscos nas situações de
empréstimos e evidenciar a capacidade de pagamento do tomador (MONTEIRO; SANTOS;
TAMBORLIN, 2015), e assim diminuir a inadimplência.
Dentro das Fintechs o risco de crédito é realçado pelas suas características de
acessibilidade ao crédito e pela categoria de clientes almejada (Subprime). Uma justificativa
disso é porque parte dos clientes que procuram por crédito nas Fintechs são aqueles indivíduos
com menor capacidade financeira e maior risco de inadimplência (CALDAS, 2020). O risco de
crédito ocorre de uma forma mais intensa porque o target principal de mercado são clientes
subprime ou clientes que querem desburocratização. E como resultado, a desburocratização
reduz também o escopo informacional para a análise de crédito.
Algumas Fintechs de crédito trabalham com o modelo Peer To Peer (P2P)10 que é o
empréstimo cedido entre pessoas. As SEP (Sociedade de empréstimos entre pessoas) por
exemplo são plataformas P2P. Segundo Pascual e Ribeiro (2018) essa modalidade oferece taxas
mais vantajosas uma vez que o spread e as suas respectivas taxas são reduzidas, em linha com
o aumento de eficiência operacional e redução dos custos.

10
Peer To Peer é um modelo de negócios que permite investidores, sozinhos ou em conjunto a fornecerem
empréstimos a terceiros. (IOSCO, 2007, p. 10 apud GOUVEA, 2021)
23

Em contrapartida essas Fintechs ainda não dispõem de métodos para uma análise mais
aprofundada como um banco tradicional possui. Entre outras razões, isso se deve ao fato de que
os bancos convencionais, fazem uma filtragem dos clientes que tem maior probabilidade de
pagamento, enquanto as Fintechs acolhem um nível maior de inadimplência por serem uma
espécie de segundo filtro daqueles tomadores de crédito que tiveram seus pedidos negados,
levando a um aumento de risco e uma difícil distinção dos bons pagadores (BUTLER;
CORNAGGIA; GURUN, 2016 apud INFI; FEBRABAN, 2019).
O crescimento acelerado dos consumidores dos serviços das Fintechs se deve
principalmente por seu fácil acesso e barateamento de custos como já mencionado, o que leva,
por outro lado, a uma desmedida liberação de crédito, gerando níveis significativamente
maiores de inadimplência. Oliveira (2022) ressalta que a falta de regulamentação e a estrutura
mais enxuta dessas instituições podem resultar na impossibilidade de adimplir com o crédito,
agravando assim sua vulnerabilidade. Com a alta da inflação e das taxas de juros, as Fintechs
têm como desafio, conciliar a expansão de suas carteiras com um controle adequado dos seus
níveis de inadimplência, ainda que se considere que esse processo, seja imprescindível para o
estabelecimento de um Market Share mínimo, necessário para a entrada no mercado.

2.2.3 Implicações das Fintechs no mercado de crédito: aspectos positivos e negativos

Desde sua entrada no mercado bancário as Fintechs, tem revolucionado diversas áreas
como seguros, crédito, pagamento entre várias outras e isso se justifica por causa de seu
potencial disruptivo de seu modelo de negócio inovador, a desintermediação dos bancos,
avanços na estrutura tecnológica partilhada e inovações com base em novos serviços, produtos
e processos (BLUMBERG, 2018).
Dentre essas áreas, a do mercado de crédito tem se destacado pois elas trouxeram a este
mercado, como perspectiva colateral, outros aspectos sociais positivos, principalmente por sua
capacidade de levar inclusão financeira a clientes que ainda são desbancarizados. Esses clientes
são aqueles que buscaram crédito em instituições tradicionais e não se adequaram ou
simplesmente clientes que estão insatisfeitos com os serviços oferecidos das instituições
tradicionais, particularmente no que concerne a velocidade de resposta as demandas de serviços.
Por outro lado, Roure, Pelizzon e Tasca (2016 apud MOTTA, 2020) afirma que as novas
entrantes, ao fornecerem crédito a esses consumidores excluídos, tendem a cobrar taxas iguais
ou superiores que os bancos comerciais, devido a seu alto risco e probabilidade de
24

inadimplência. De acordo com Campos (2021) a Febraban afirmou que a taxa média de juros
do cartão rotativo do Nubank chega a serem cobradas 291,67% ao ano, um valor acima da
média dos 5 maiores bancos do Brasil de 271, 68%.
Além da inclusão o Banco Central (2020) vê a entrada dos novos players como uma
ampliação da eficiência e concorrência no setor e estímulo para que as instituições financeiras
tradicionais aprimorarem seus processos e modelos de negócios. Ainda de acordo com BCB
esses novos entrantes no SFN (Sistema Financeiro Nacional) tem o potencial de trazer uma
contribuição positiva a economia (BANCO CENTRAL11, 2020).
Cabe lembrar que seus benefícios também se estendem a expansão dos serviços bancários,
facilidade no fornecimento desses serviços aos mais pobres, baixo custo, agilidade nos
processos e inovação na experiencia do consumidor por meio de plataformas tecnológicas
(JUNIOR et al, 2021; ROSALINO, 2019; CORDEIRO, 2019).
Convém lembrar que mesmo com toda expansão tecnológica, Marques (2018) ressalta
que um indício negativo das Fintechs é a falta de segurança da informação, principalmente com
relação aquelas que trabalham com moedas digitais, por causa da insegurança com fraudes.
Alguns clientes ficam mais receosos na hora de fazer um investimento de alto valor em uma
Fintech, justamente por causa da falta de segurança em aplicar em algo que ainda não
conhecem. O risco sistêmico também pode ser acusado como um ponto negativo das Fintechs,
porque esse risco pode impactar o ambiente financeiro como um todo e por ser um modelo de
negócios mais enxuto e com alta tecnologia, elas são, naturalmente, mais suscetíveis a esse
risco (BAZANELLA, 2018).
Martins et al. (2021, p. 13) sintetizam os aspectos positivos e negativos dos serviços
financeiros digitais como segue na tabela abaixo:

11
Estudos Especiais Banco Central, 2020, P. 1
25

Quadro 1 – Aspectos Positivos e Negativos dos Serviços Financeiros Digitais


Positivos Negativos
Expansão dos serviços financeiros para setores As finanças digitais não atendem a indivíduos
não financeiros; que não têm telefone celular ou dispositivos
moveis;
Serviços bancários convenientes e seguros para
os usuários dos serviços digitais; Depende excessivamente da conectividade com a
Internet, exclui indivíduos que não tem
Impulsionar o PIB das economias digitalizadas; conectividade com a Internet;

Reduzir a circulação de dinheiro falso; Violações de segurança de dados digitais são


comuns e podem diminuir confiança dos clientes
Maior controle das finanças pessoais dos nas plataformas digitais;
clientes;
Os riscos sistêmicos, quando ocorrem, podem ser
Tomada de decisão financeira rápida; fatais para serviços financeiros digitais;

Capacidade de fazer e receber pagamentos em Os ambientes regulatórios e de políticas sociais


segundos; ainda estão se adaptando a esse novo modelo de
negócios.
Geração de receitas para provedores de serviços
financeiros digitais.
Fonte: Martins et al (2021 p. 12).

Compreende-se que no mercado de crédito elas vieram para modificar e aperfeiçoar


sistemas, cujas inovações tecnológicas potencializam a criação de inovações financeiras que
ampliam significativamente o acesso ao crédito (RESENDE, 2012). Os autores enfatizam ainda
a questão regulatória, pois devido ao fato de ser algo novo o Bacen (BANCO CENTRAL, 2020,
p. 8) “está trabalhando para regulamentar esse mercado tecnológico visando o aumento da
eficiência e concorrência no mercado financeiro”.
26

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS: PERFORMANCE, DESAFIOS E EXPECTATIVAS.

A crise dos subprime em 2008, quando várias instituições entraram em colapso devido ao
superendividamento, despertou no mercado o anseio em inovar para evitar crises que poderiam
quebrar o mercado financeiro. A crise colocou em evidência o fenômeno “To big to fail” que
significa grande demais para cair, o resultado de uma grande instituição “quebrar” pode gerar
um resultado catastrófico ao sistema econômico (AGUIAR; RAULPP; MACEDO, 2020).
Ainda de acordo com Aguiar, Raulpp e Macedo (2020) após a crise os órgãos reguladores
decidiram estimular a entrada de novos players no mercado para assim diminuir o risco
sistêmico, com a redução do tamanho das grandes incorporações. E a partir desse fato abriu-se
espaço para que novas instituições adentrassem o sistema. Em virtude desse cenário as Fintechs
nasceram com o objetivo de promover concorrência no sistema bancário, com inovação e
colaboração buscando melhorias nas soluções e serviços por meio da estratégia voltada ao
cliente (ALVES, 2021).
O Banco Central do Brasil apresenta em seu relatório de economia bancária (BANCO
CENTRAL, 2020) que do ponto de vista do consumidor as Fintechs são empresas de pequeno
porte que operam por meio de serviços digitais, com serviços diferenciados, com diversidade
para trabalharem nas mais variadas áreas. Essa visão, tinha como expectativa maior, que o
surgimento das Fintechs mitigaria o desconforto e insatisfação com o funcionamento e
burocracia dos bancos tradicionais (MOTTA, 2021).
O Distrito (2021, p. 12) traz em seu estudo as “Fintechs como vetores de transformação
de segmento, com o potencial de alterar a lógica da concentração bancária.” Isso significa uma
abertura de conhecimento aos clientes, ou seja, abre a visão dos clientes para os mais variados
segmentos financeiros e não os deixa apenas no básico já conhecido como a poupança ou uma
conta corrente.
Mesmo com a inovação, assim como tudo o que é novo em uma economia de mercado,
passa por desafios, problemas e dificuldades: com as Fintechs não é diferente. Para Miranda et
al. (2016 apud BRAIDO; KLEIN; PAPELEO, 2020) as Startups são mais suscetíveis ao
fracasso, devido a sua vulnerabilidade inicial, enfrentam mais riscos, e possuem menos
recursos. Os autores apresentam em seu estudo algumas barreiras enfrentadas pelas Fintechs
(BRAIDO; KLEIN; PAPELEO, 2020) como a busca por recursos humanos especializados no
mercado financeiro, a competitividade com grandes players apontados tanto como um fator
27

facilitador ou como uma barreira. Nessa leitura, os grandes bancos podem, teoricamente,
provocar regulamentações que capazes de, eventualmente, dificultar a possibilidade de acesso
de novos concorrentes.
A regulamentação não é vista como desafio apenas pelas Fintechs, para o Banco Central
também é visto como desafio porque é necessário passar por novos critérios, princípios e
regulamentos. O Banco Central no Relatório de Economia Bancária de 2020 aponta que:

[...] Trata-se de um ajuste complexo e sensível, ainda sem fórmulas ou princípios


consensuais. Se não adaptada, ou adaptada no sentido de se tornar muito branda e
permissiva às Fintechs, a regulamentação pode induzir ou não coibir riscos excessivos
e danos aos clientes e usuários. Se, ao contrário, a regulação se tornar muito rígida,
pouco adaptada ou desproporcional às especificidades das Fintechs, o risco é a
possibilidade de sufocar a própria velocidade das inovações, limitando os ganhos de
eficiência que esse fenômeno pode ensejar. (BANCO CENTRAL, 2020, p. 166)

Sem uma legislação especifica elas possuem o mesmo regulamento que os bancos
tradicionais, Rosalino (2019) diz que o desafio é saber até que ponto a regulação existente e as
práticas atuais são adequadas e quais deverão ser alteradas face a nova realidade. Então
compreende-se que a regulação deve ser algo bem específico para que não prejudique o
desempenho, e não interrompa o crescimento das Fintechs no mercado para assim não resultar
na dificuldade de implementação dos novos players. Além da regulação, desde sua entrada as
Fintechs passaram desafios.
A pandemia do Covid 19 no ano de 2020, abalou diversos segmentos, mas de acordo com
Rodrigues (2021) houve assim mesmo um crescimento das Fintechs devido a influência de
fatores que tiveram um impacto significativo fazendo com que as Fintechs chamassem a
atenção de investidores.
A pesquisa Price Water House (2022) foi realizada com 156 Fintechs de variados
segmentos e destaca como as receitas das Fintechs foram impactadas no período de crise da
pandemia do Covid. Empresas com o faturamento de $5 milhões ou mais conseguiram manter
seu faturamento em crescimento, enquanto aquelas que já detinham um baixo retorno de
receitas quase dobraram no ano de 2020. Segue abaixo um comparativo das receitas das
Fintechs da pesquisa entre os anos de 2017 e 2021 (PRICE WATER HOUSE, 2022).
28

Figura 2 – Pesquisa Fintech Dipe Dive de 2022.

Fonte: Price Water House (2022, p. 8)


29

De acordo com o quadro, o crescimento das Fintechs apuradas, passou por oscilações, no
ano de 2020, e todas foram afetadas pela crise. Porém em 2021 elas começaram a se recuperar
principalmente devido ao interesse de novos investidores. Grande parte das Fintechs iniciam
com investimento próprio, porém ao longo dos anos houve um aumento de investidores
interessados nesse mercado.
De acordo com o Distrito (2022) o investimento em Fintechs no ano de 2021, ainda sob
efeito da pandemia cresceu, apresentando um aumento de 48% em investimentos com relação
ao ano anterior. Muitos desses investimentos foram facilitados pelo Decreto nº 9.544/2018
através do qual, passou a ser “de interesse do governo Brasileiro a participação estrangeira de
até 100% no capital social de SCD e de SEP autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil.” (BRASIL, 2018). Com os investimentos as Fintechs têm mais oportunidades de
crescimento, e ampliação de capital.
Com base nos aspectos mencionados podemos afirmar que as finanças digitais são
efetivamente capazes de fazer uma grande diferença na vida do consumidor, tornando serviços
mais ágeis, de fácil acesso e como resultado um estímulo a concorrência no setor bancário com
inovação e iniciando um caminho para desburocratização do sistema (BANCO CENTRAL,
2018).
Neste trabalho a pesquisa bibliográfica deu relevo ao potencial das Fintechs para fazerem
a diferença, em um ambiente tão complexo e burocratizado como o Sistema Financeiro
Nacional Brasileiro. Entretanto, pudemos também constatar que o modelo de negócios das
Fintechs, ensejam incertezas significativas ainda não totalmente absorvidas em seu processo
disruptivo. Ainda assim, sopesando seus aspectos positivos e negativos, as Fintechs fascinam o
mercado e indubitavelmente, abrem novos horizontes em um mercado pesadamente cartelizado.
A partir de nosso trabalho, podemos sugerir três linhas subsequentes de pesquisa,
endereçando tanto os aspectos mercadológicos quanto tecnológicos deste mercado emergente,
a saber:
• Quais avanços tecnológicos e/ou metodologias de gestão de risco, poderiam
conciliar as vantagens competitivas do papel desburocratizante das Fintechs com
a necessária evolução dos seus mecanismos e estratégias de controle de risco;
• Quais lacunas observadas no universo perceptivo dos clientes em relação às
Fintechs, que poderão ser contemplados por novos modelos de negócios;
• Quais mecanismos regulatórios poderiam ser adotados que permitiriam,
simultaneamente, reduzir o impacto das Fintechs no risco sistêmico, sem,
30

contudo, neutralizar o seu saudável papel de inclusão e desburocratização nos


mercados financeiros.
31

4 METODOLOGIA E REFERENCIAIS DE ANÁLISE

Nesta seção será demonstrada a metodologia utilizada para a construção da pesquisa.


Entende se por método o conjunto das etapas ou passos para realização da pesquisa, que
configuram a técnica (CERVO et al, 2007). Ela é utilizada para que se compreenda a forma em
que o autor encontrou seus resultados e todos os processos técnicos e intelectuais aos quais
utilizou para chegar aos resultados se alicerçando em dados científicos.

4.1 Abordagem

Os tipos de abordagem podem ser quantitativos ou qualitativo. A pesquisa quantitativa é


aquela que se baseia em dados e o pesquisador usa de métodos como cálculos, ferramentas
estatísticas para a comprovação dos resultados. Mascarenhas (2018, p. 45) diz que: “A pesquisa
quantitativa baseia – se na quantificação para coletar e, mais tarde, tratar os dados obtidos.”
A pesquisa qualitativa é aquela que seus dados, diferente do tipo quantitativo são
coletados por meio de pesquisas e descritivos, e seus dados são voltados para conhecer o objeto
de estudo. A pesquisa qualitativa é utilizada para descrever o objeto com mais profundidade.
(MASCARENHAS, 2018)
A presente pesquisa é classificada com o caráter qualitativo. Buscamos, por meio de
coleta de dados e múltiplos métodos de pesquisas, primeiramente conhecer o que são Fintechs
e o sistema financeiro nacional, e entender de que forma elas foram capazes de impactar dentro
desse sistema.

4.2 Tipo de Pesquisa

O tipo da pesquisa é classificado como exploratória-descritiva. Descritiva porque visa


descrever características de determinado fenômeno, com levantamento de dados bibliográficos
ou relações entre variáveis (SILVA; MENEZES, 2005). E exploratória porque tem como
característica a informalidade, flexibilidade e criatividade e através dela ter o contato ou
conhecer melhor o tema pesquisado (SAMARA; BARROS, 2006).
O presente estudo tem como objetivo entender os impactos causados pelas Fintechs ao
sistema financeiro nacional no Brasil, desde a sua implantação. E como as instituições têm se
respondido à emergência de novos players no mercado.
32

Quanto ao procedimento técnico, será realizado através de pesquisa bibliográfica, com


materiais já publicados, constituído de livros, artigos de periódicos e materiais disponibilizados
na internet. (SILVA; MENEZES, 2005). O universo “é a totalidade de indivíduos que possuem
as mesmas características definidas para um determinado estudo e amostra é parte da população
ou do universo selecionado de acordo com uma regra ou planta.” (SILVA; MENEZES, p. 32,
2005). O universo da pesquisa engloba as instituições financeiras do Brasil, sendo elas as
tradicionais como os bancos múltiplos e cooperativas de crédito, as Fintechs que estão no
mercado brasileiro e, enquanto quadro de análise, o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
33

REFERÊNCIA

AGUIAR, Fernando Ferreira; MACEDO, Marcelo; RAULLP, Daniele Santos. A contribuição


da inovação para o mercado financeiro: um estudo teórico sobre a atuação das fintechs no
ramo bancário. In: CONGRESO INTERNACIONAL DE CONOCIMENTO E
INOVACCION, 10., 2020, Del Saber. Anais [...] Florianópolis: UFSC, 2020. Disponível em:
https://proceeding.ciki.ufsc.br/index.php/ciki/article/download/928/512. Acesso em: 02 dez.
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ALVES, Ana Carolina Barbosa França. A desconcentração bancária no Brasil com a


ascensão das fintechs no mercado financeiro. 2021. 34 f. Monografia (Graduação em
Ciências Econômicas) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2021. Disponível em:
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BANCO CENTRAL. Fintechs de crédito e bancos digitais: estudo especial n° 89/2020.


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BANCO CENTRAL. O que são as corretoras e distribuidoras de títulos e de valores


mobiliários ? Brasilia: Banco Central, [201-]. Disponível:
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BANCO CENTRAL. Participação de capital estrangeiro em fintechs é facilitada e


estimula a concorrência. Brasília, DF: Banco Central, 2018. Disponível em:
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34

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BANCO CENTRAL. Resolução n° 2.099, de 17 de Agosto de 1994. Aprova regulamentos


que dispõem sobre as condições relativamente ao acesso ao Sistema Financeiro Nacional, aos
valores mínimos de capital e patrimônio líquido ajustado, à instalação de dependências e à
obrigatoriedade da manutenção de patrimônio líquido ajustado em valor compatível com o
grau de risco das operações ativas das instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central. Brasília, DF: Banco Central, [2000?]. Disponível
em: https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/1994/pdf/res_2099_v1_O.pdf. Acesso em: 06
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BANCO CENTRAL. Resolução N° 4.557, de 23 de Fevereiro de 2017. Dispõe sobre a


estrutura de gerenciamento de riscos, a estrutura de gerenciamento de capital e a política de
divulgação de informações. (Redação dada pela Resolução nº 4.745, de 29/8/2019.). Brasília,
DF: Banco Central, 2017. Disponível em:
https://normativos.bcb.gov.br/Lists/Normativos/Attachments/50344/Res_4557_v5_P.pdf.
Acesso em: 28 nov. 2022.

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