Você está na página 1de 5

Roteiro de Atividades: Civilidade no Trânsito

Autoria: Ana Elisa Vianna e Isabel Dain

Palavras-chave:
Civilidade, espaço público, centros urbanos, linguagem oral.

Objetivo:
Promover uma reflexão e um debate sobre civilidade com foco no comportamento de pedestres,
motoristas, motociclistas em vias públicas nos grandes centros urbanos.

Material:
Matérias de jornal envolvendo questões de civilidade no trânsito; episódios para tomada de decisão.
Cópias dos episódios para discussão (em Instruções para as atividades).

Suporte teórico:
MANZINI-COVRE, Maria de Lurdes. O que é cidadania. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora
Brasiliense, 1995.
VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

Instruções para as atividades:


 Aula 1

Abertura:
i) discussão introdutória sobre o conceito de civilidade. O que os alunos entendem por civilidade?
ii) brainstorming: que palavras os alunos imaginam quando se fala sobre civilidade? (algumas
possibilidades: respeito, sociedade, direitos etc.)
iii) discussão: em que áreas da vida podemos falar de civilidade? Como?

Introdução ao tema (10 minutos): civilidade no trânsito. Discuta com os alunos:


O que isso significa? Quem são os participantes do trânsito e o que se espera de cada um deles?

Atividade (25 minutos): notícias sobre trânsito. O professor deve levar algumas notícias (ou utilizar as
notícias resultantes da pesquisa feita pelos alunos como dever de casa) sobre civilidade no trânsito –
acidentes, obras, etc., a fim de que os alunos possam conversar e expressar suas opiniões sobre eventos
reais relacionados ao tema em questão.

 Aula 2

Atividade: “Você Decide”.

i) Cada dupla de alunos recebe 4 episódios para analisar e tomar uma decisão. Cada dupla deve
anotar quais seriam suas escolhas, justificando a decisão tomada
ii) Após essa apresentação, cada dupla deve ler o final correspondente à decisão tomada. Depois de
uma breve discussão, a dupla deve fazer uma pequena apresentação dizendo se mudaria ou
não a escolha feita.

página 1
Episódios:

Episódio 1 – Socorro!

Paulo está dirigindo seu carro. Ele olha para o relógio. São 11:10. Ele olha para o banco do
passageiro: sua agenda, aberta, diz: prova de cálculo, sala 410, às 11 h. Ele dá sinais de nervosismo. O
trânsito está muito engarrafado e ao longo de dez minutos o carro mal se mexe. De repente, Paulo escuta
o som de uma ambulância se aproximando. Ele está em um cruzamento e a ambulância vem pela
transversal. Ele pode parar onde está para não ocupar o cruzamento e deixar a ambulância passar ou
continuar e parar, já depois do cruzamento. Só que, se ele parar, o sinal provavelmente vai ficar vermelho
e ele vai perder mais um tempão, porque aquele sinal é superdemorado. O que Paulo faz? Deixa a
ambulância passar antes dele ou segue firme em seu caminho, só dessa vez, para não se atrasar para a
prova?

Se você acha que Paulo deve seguir em frente até depois do cruzamento, vá para Final 1 do Episódio 1 .

Se você acha que Paulo deve ficar onde está e esperar o sinal voltar a mudar para seguir, vá para Final 2
do Episódio 1

Episódio 2 – E se fosse...

Marília está andando em sua bicicleta a caminho de casa. É uma bicicleta novinha, rosa, com
cestinha e tudo. Sua mãe deu a ela de presente de aniversário depois de ela muito insistir e, mesmo
assim, a mãe só aceitou com a condição de que Marília usasse capacete sempre e andasse somente nas
ciclovias e áreas designadas para bicicletas. Só que hoje Marília está muito cansada e já está ficando
tarde... O caminho pelas ciclovias é longo, demorando 20 minutos a mais do que se ela andar pela rua. E
todo dia ela vê muita gente andando de bike na rua! Não parece ter problema algum. Se ela escolhesse
andar pela rua, a mãe dela nunca iria descobrir e ela chegaria rapidinho em casa... Mas Marília não gosta
de quebrar promessas, por isso fica um tempo indecisa: pela rua ou pela ciclovia?

Se você acha que Marília deve manter sua promessa e escolher a ciclovia, vá para Final 1 do Episódio 2.

Se você acha que não há problema em pegar o atalho que todo mundo usa só dessa vez, vá para Final 2 do
episódio 2.

Episódio 3 – Atravessar ou se atrasar?

Felipe e Fernanda estão andando juntos, a caminho da escola. Eles estão atrasados – já é quase
hora de trancarem o portão e o sinal de trânsito não fecha. Esse não será o primeiro atraso dos dois, o que
significa que vão receber uma advertência. Essa possibilidade não é boa para nenhum deles, que já têm
muitos problemas em casa. O pior é que, dessa vez, a culpa não foi deles! Os dois saíram de suas casas até
bem cedo; o problema foi uma menininha perdida que encontraram chorando no caminho e que fez com
que levassem quase meia hora rodando a vizinhança em busca de sua mãe.
Não adiantava mais ficar remoendo os fatos. O importante era chegarem antes do trancamento do
portão. Felipe estava preocupado com o que aconteceria, tanto com ele quanto com a amiga, caso
recebessem a tal advertência. Mesmo com um carro se aproximando, o menino tenta puxar a mão de

página 2
Fernanda para que eles saiam correndo, mas ela ameaça ir e desiste. Ele diz: “– A prioridade é sempre do
pedestre, ele que tem que parar! A gente NÃO PODE perder mais um minuto, Fê!”.

Se você acha que os meninos devem atravessar, vá para o Final 1 do Episódio 3 .

Se você acha melhor eles esperarem o sinal, vá para o Final do 2 do Episódio 3.

Episódio 4 – O espelho!

Fernanda acabou de conseguir sua carteira. A moto ainda não é sua, mas o irmão foi gentil e
emprestou a dele para que a menina fosse se acostumando: “– Mas só aqui perto, hein, Fê!”. “– Claro,
claro”, ela resmungou.
A menina deu uma volta no quarteirão, duas, três... Depois, entrou em uma viela um pouco mais
distante. Em 20 minutos, já estava razoavelmente longe de casa. Entrou em uma ruazinha em que nunca
havia entrado quando, de repente, uma bola quicou bem na sua frente, saída ela não sabia de onde.
Desviou da bola por puro reflexo, mas acabou acertando o retrovisor de um carro que estava estacionado
ao lado – o espelho caiu no chão e se espatifou. A menina olhou para os lados e não viu ninguém, mas
ainda assim começou a descer da moto para ver o que poderia fazer. Na mesma hora, lembrou-se de que
não deveria estar tão longe de casa e de que ainda não havia arranjado um trabalho novo: não teria como
pagar o conserto. Mas que dúvida!

Se você acha que Fernanda deve ir embora, já que não tem mesmo como resolver o problema, vá para o
Final 1 do Episódio 4.

Se você acha que ela deve ficar e tentar resolver a situação, vá para o Final 2 do Episódio 4.

FINAIS 1

Episódio 1 – Socorro!

1) Paulo segue em frente:


Paulo decide não deixar a ambulância passar, porque está muito preocupado com a prova. Avança
tendo a certeza de que a ambulância poderá passar por trás de seu carro no cruzamento, mas os carros a
sua frente param antes do que ele esperava e ele fecha o cruzamento. No entanto, logo depois, ele
consegue andar um pouco mais e a ambulância passa. Paulo chega na faculdade e começa a fazer a prova.
No meio da prova, é interrompido por uma ligação de sua mãe. Ela diz que a tia dele passou mal e não
resistiu, pois a ambulância não chegou a tempo no hospital.

Episódio 2 – E se fosse...

1) Marília escolhe a ciclovia:


Marília decide continuar pela ciclovia. Até preferia ir pela rua, mas não queria desapontar a mãe.
No meio do caminho, escuta: "– Filha!!!". Era a mãe dela na calçada, ao lado da ciclovia! Parece que ela
adivinhou! Distraída com o grito da mãe, Marília acaba virando o guidom e batendo em outra bicicleta.
Felizmente, nada aconteceu com ninguém! A mãe de Marília vai abraçar a filha e pede desculpas, dizendo:
"– Filha! Meu Deus! Imagina se fosse um carro..."

página 3
Episódio 3 – Atravessar ou se atrasar?

1) Fernanda e Felipe não atravessam


Fernanda convence o amigo e eles ficam na calçada:
“– Eu sei, Lipe, mas...” – neste momento, ela dá um puxão do braço do amigo que, pego de
surpresa, acaba cedendo e ficando parado, mas com um pé no meio-fio. O carro passa, o sinal fecha e eles
atravessam correndo como nunca. O inspetor vê aquela cena, olha o relógio e faz cara de confuso. Quando
os dois param bem na entrada, ele pergunta o que houve.
“– Adiantados... perdida... atrasados... advertência!”
“– Calma, menino!” – responde o inspetor – “Respira fundo e me explica direito.”
“– Não dá... tempo! Estamos... atrasados!”
“– Não estão não.”
“– Não?!” – nesta hora, Felipe percebe um barulho, olha para o lado e vê Fernanda gargalhando
enquanto aponta para o relógio da escola. Ele entende tudo: uma semana antes, cansados de sempre
correr e com medo da advertência, os dois amigos haviam adiantado seus relógios para evitar novos
atrasos. Pelo visto, havia dado certo!

Episódio 4 – O espelho!

1) A menina vai embora:


Preocupada com a bronca que levaria do irmão e convencida de que, se não tinha dinheiro para
pagar, nada poderia ser feito, Fernanda resolveu ir embora. A moto, recém-comprada, ainda não tinha
placa e era igual a muitas outras da vizinhança. Quanto a ela, estava com um capacete bastante comum,
o que a deixava irreconhecível. Olhou em volta mais uma vez e, não vendo mesmo ninguém em volta,
ligou a moto outra vez e foi embora. Chegando em casa, o irmão ficou feliz ao ver a moto inteira e
prometeu emprestá-la sempre que não precisasse dela, até Fernanda conseguir comprar a dela.
No dia seguinte, Fernanda ficou sabendo de uma vaga que acabara de abrir em uma empresa ali
perto. Não era bem o que ela queria, mas pelo menos daria pra segurar as despesas até conseguir um
trabalho melhor. Só que ela tinha a impressão de já ter ouvido alguém falar daquela empresa antes. Até
que se lembrou: um colega da faculdade trabalhava lá. Pensando bem, na mesma posição da vaga
oferecida. “– Que coincidência”! – pensou Fernanda. Chegando à empresa, soube que não estaria
concorrendo simplesmente à mesma posição ocupada pelo amigo; na verdade, a vaga disponível era a
anteriormente ocupada por ele. Assim que saiu de lá, passou na casa dele para saber o que tinha
acontecido, mas os vizinhos avisaram que ele havia se mudado. Resolveu esperar até segunda-feira e
perguntar na faculdade.
Quando André contou o que havia acontecido, a menina mal pode acreditar: ele estava para ser
promovido, mas a posição nova exigia que ele soubesse dirigir. Durante três dias, ele seria testado,
podendo usar um carro da empresa à vontade. No último dia, passou em casa para ajudar a mãe com a
mudança e deixou o carro parado na porta. Quando saiu para devolver o carro, um dos retrovisores tinha
sido arrancado e a única informação que conseguiu com uma criança da escola em frente à sua casa foi
que ela viu uma moto sem placa saindo de lá quando desceu para pegar uma bola. Por não ter dinheiro
para pagar o conserto nem ao menos ter pego informações do responsável para poder cobrar dele, André
não só perdeu a promoção como acabou sendo demitido pela empresa.

página 4
FINAIS 2
Episódio 1 – Socorro!

2) Paulo para onde está:


Paulo decide deixar a ambulância passar primeiro. O sinal realmente fecha e ele precisa esperar
mais um pouco antes de seguir. Chega um pouco atrasado na faculdade, mas consegue fazer a prova.
Depois, recebe uma ligação da mãe dizendo que a tia passou mal, mas que os médicos conseguiram tratá-
la porque a ambulância levou-a a tempo para o hospital.

Episódio 2 – E se fosse...

2) Marília escolhe o atalho:


Marília decide ir pelo atalho... Os amigos dela pegam aquele caminho todo dia! Começa a andar na
rua, do ladinho dos carros, com muito cuidado. Até que uma hora ouve uma buzina, olha para o lado e vê
um ônibus vindo em sua direção. O motorista nem parece que viu a menina! Marília só tem tempo de
saltar da bicicleta. Ufa! Só que o motorista do ônibus nem percebe o que acontece e passa por cima da
bike rosinha de Marília, que fica toda torta e em pedaços. E agora? A mãe vai ficar fula da vida...

Episódio 3 – Atravessar ou se atrasar?

2) Fernanda e Felipe atravessam


Felipe convence a amiga e eles atravessam:
“– Eu sei, Lipe, mas...” – neste segundo em que a amiga hesita, o menino dá um puxão mais forte
e os dois atravessam correndo. De repente, escutam uma freada muito forte, seguida pelo barulho
de pneus escorregando no asfalto. Em seguida, gritos e um barulho muito forte. Os dois se assustam e
olham para o lado: o motorista do carro que se aproximava jogou a direção para a direita, para evitar o
choque com os dois e, na hora do nervosismo, não reparou em uma menina que acabara de sair de dentro
do prédio ao lado. Ao se aproximarem, viram o motorista gravemente machucado e perceberam que a
atropelada era uma menina que sempre brincava com eles na saída da escola quando eram pequenos. Com
o susto causado pelo acidente, o inspetor acabou não trancando o portão; mas a menina estava desmaiada
e, mais tarde eles souberam, entrou em coma.

Episódio 4 – O espelho!

2) A menina fica:
Fernanda fica angustiada com a bronca que vai levar, senta na calçada e começa a roer a unha: “–
E se fosse o meu carro?” Por pior que fosse a bronca, não poderia ser tão ruim assim... Se ela voltasse
para casa sem falar nada, ia ficar se sentindo culpada e ainda com medo de alguém descobrir. Era melhor
aceitar a responsabilidade. Pegou um papel, escreveu seu nome e telefone, deixou no para-brisa do carro
e foi embora. Chegando em casa, contou para a família: o irmão, que tinha emprestado a moto, deu um
ataque. A mãe deu-lhe uma bronca. Fernanda foi para o quarto chorar. Depois de alguns minutos, a mãe
entrou de fininho no quarto e disse para Fernanda não ficar mais chateada: a mãe estava orgulhosa por ela
ter feito a coisa certa. O irmão, arrependido, também entrou e pediu desculpas, dizendo que não tinha
tanta importância assim. O dono do carro ligou para Fernanda, e, que surpresa, era seu amigo André! Ele
precisava do dinheiro para o conserto, pois o carro era da empresa em que ele trabalhava e ele podia até
perder o emprego caso não pudesse consertá-lo! A mãe de Fernanda emprestou o dinheiro para a filha,
que agora está pagando em prestações.

página 5

Você também pode gostar