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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Elaborado por
Tiane Tambara Simões
COMISSÃO EXAMINADORA:
ISAÍAS 40:29-31
Ao meu companheiro durante essa pesquisa, meu primogênito, meu filho,
Pedro Benício Tambara Simões, a quem dedico todo o meu amor desde o meu ventre.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, por todas as vezes que caí e me carregou
no colo, por todas as vezes que fraco, me deu forças, por todas as vezes que pensei em desistir
e através da sua palavra, me deu esperanças!
À minha mãe, Luisa, pelo apoio de sempre e amor incondicional que sempre senti em
cada abraço, em cada gesto de generosidade e em cada palavra de incentivo.
Ao meu pai, Adauri, pelo seu amor e preocupação com a minha instrução desde
pequena, procurando sempre dar a melhor educação, sem deixar de lado o seu cuidado com a
minha espiritualidade, pois a sabedoria é algo que vem de Deus.
Ao meu marido, Lucas, pela paciência, compreensão, amizade e todo amor dispensado
a mim nesse momento delicado, de muito estudo e preocupação. Obrigada meu amor,
principalmente, por acreditar que o nosso amor era possível. Eu te amo, até o fim...
Ao meu irmão, Vinicius, meu melhor amigo e a quem tenho grande admiração e
orgulho. Tu és meu maior exemplo de dedicação e sucesso dentro da vida acadêmica.
À minha avó, Vergínia, pelo grande exemplo de vida, dedicação à família e sabedoria.
À professora Vânia de Fátima Barros Estivalete, uma pessoa a qual tenho grande
estima, admiração e a primeira que me incentivou a fazer o mestrado profissional em Gestão
de Organizações Públicas e que acreditou que, mesmo eu sendo uma profissional da área da
saúde, poderia realizar um trabalho dentro da administração.
Ao professor Luis Felipe Dias Lopes, meu orientador, pela orientação, confiança, por
acreditar neste tema, por sempre estar disponível nos momentos que precisei durante todo
esse processo e pela acolhida tão amável e amiga como fui sempre recebida.
Ao professor Gilnei Luiz de Moura por aceitar tão prontamente ser membro da banca e
por suas importantes considerações neste trabalho.
À minha querida professora que muito contribuiu com a minha formação em nutrição,
colega e amiga, Marizete Oliveira de Mesquita, pela amizade, pelo respeito, pelos conselhos,
por todas as suas contribuições neste trabalho e por ser essa pessoa tão especial e que motiva,
através do seu exemplo, outras pessoas a continuarem no meio acadêmico, contribuindo desta
forma com a pesquisa científica.
A todos os professores e funcionários do Programa de Pós Graduação em
Administração por prestar todo o suporte necessário durante esses quase dois anos que fui
aluna.
Ao diretor do Restaurante Universitário, Gilson Luiz Silveira Bichueti, pelos
conselhos, palavras de incentivo e motivação, por abrir as portas do restaurante para a
realização desta pesquisa e por fazer do RU um ambiente melhor de trabalho.
À vice-diretora do Restaurante Universitário, colega e amiga, Loriane Petry Brondani,
pela amizade, apoio e pelo belo exemplo profissional e ético, o qual percebi desde minha
chegada ao RU.
À minha colega e amiga Ana Paula Haas Kretzmann, por todo apoio e incentivo. Uma
pessoa que com sua serenidade e amizade, me ajudou muito durante esses dois anos de
mestrado e que, desde minha chegada ao RU me acolheu tão bem.
Aos demais colegas e funcionários do Restaurante Universitário, por todo o carinho,
amizade e por contribuírem grandemente nesse trabalho.
Ao ex-diretor do Restaurante Universitário, Odone Romeu Denardin, pela
oportunidade de mostrar o meu trabalho como nutricionista no RU – UFSM e por permitir e
incentivar que eu realizasse este mestrado.
À minha família, sogro, cunhado, tias, primos e amigos pela compreensão por todas as
vezes que me ausentei e mesmo assim seguiram ao meu lado apoiando.
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Administração
Universidade Federal de Santa Maria
O termo satisfação pode ser conceituado como sendo o julgamento formado durante o uso ou
consumo de produto ou serviço de determinado fornecedor, ou depois dele (SOLOMON,
2002). No entanto, para proporcionar a satisfação do cliente é imprescindível que haja
melhoria do capital humano, humanware, e esta poder ser feita através da educação e
treinamento, ou seja, através do aporte de conhecimento, desenvolvimento das habilidades, da
formação de bons hábitos e da indicação das perspectivas para o crescimento profissional de
cada indivíduo (CASTELLI, 2010). Neste sentido, esta pesquisa teve o intuito de avaliar os
impactos da capacitação de colaboradores na satisfação dos usuários dos Restaurantes
Universitários da Universidade Federal de Santa Maria. Participaram da pesquisa, 116
colaboradores (terceirizados e servidores técnico-administrativos da UFSM) sendo que, na
primeira e segunda etapa do estudo, usuários (estudantes, técnico-administrativos, docentes e
visitantes) das três unidades do restaurante, responderam a 919 e 274 questionários de
satisfação, respectivamente. A primeira etapa desta pesquisa se deu com a aplicação de uma
pesquisa de satisfação com os usuários do restaurante, abrangendo os seguintes itens:
satisfação com o ambiente externo, satisfação com ambiente interno (refeitório e banheiros),
alimentação (buffet e cardápio) e atendimento (funcionários e outros). Concomitantemente à
aplicação da pesquisa de satisfação aos usuários, foi aplicado no local a Lista de Verificação
em Boas Práticas para Serviços de Alimentação da Portaria n°78/ 2009 (SECRETARIA DA
SAÚDE DO RS, 2009), com o objetivo de verificar o nível de adequação das Boas Práticas
perante à legislação. Após a aplicação da pesquisa de satisfação, foi realizada uma
capacitação com todos os colaboradores pertencentes as três unidades do Restaurante
Universitário, seguida da nova aplicação da pesquisa de satisfação junto aos usuários do RU
da UFSM. Também foi reaplicada a Lista de Verificação em Boas Práticas para Serviços de
Alimentação da Portaria n°78/ 2009. Com os resultados dessa pesquisa, pode-se observar que,
após a capacitação, os percentuais de satisfação de vários itens da pesquisa de satisfação
aumentaram, se comparados com os resultados obtidos na primeira pesquisa. Além disso, o
nível de adequação do RU – Campus I às Boas Práticas, também modificou positivamente,
passando de 88,7% de adequação, para 90,6%. Esses resultados reforçam a ideia de que, a
educação e o treinamento dos colaboradores podem ser excelentes ferramentas para assegurar
a qualidade dos serviços.
The term satisfaction can be regarded as the idea formed during or after use or consumption
of products or services from a specific supplier (SOLOMON, 2002). Nevertheless, improved
human capital, humanware, is essential to provide customer satisfaction and that can be done
through education and training, in other words, by adding knowledge, skills improvement,
forming good habits and finally indicating individual professional development perspectives
(CASTELLI, 2010). Hence, this research aimed to assess the impacts of employee training on
the user satisfaction in the University Restaurants of Federal University of Santa Maria –
UFSM. 116 collaborators (in-house and third-party administrative technician from UFSM)
participated in this research, where, in the first and second step of this study, users (students,
administrative technician, teachers and visitors) from the three units of the University
Restaurant replied to 919 and 274 questionnaires about satisfaction, respectively. In the first
step of this research a satisfaction survey was carried out with the restaurant customers,
covering the following items: satisfaction with the external and internal (refectory and
bathrooms) environment, food (buffet and menu) and attendance (employees and others).
Concomitantly with the application of the user satisfaction survey, the Verification List of
Good Practices for Food Services, from Portaria nº78/2009 (SECRETARIA DA SAÚDE DO
RS, 2009), was also applied in order to verify the level of adequacy related to Good Practices
according to legislation. After the application of the user satisfaction survey, a training with
all the collaborators from the three units of the University Restaurant was carried out followed
by the new application of the satisfaction survey together with the RU users of UFSM. It was
also reapplied the Verification List of Good Practices for Food Services from Portaria
nº78/2009. The results of this research show that, after the employee training, the satisfaction
percentage of several items of the survey increased compared to the results obtained in the
first satisfaction survey. Furthermore, the level of adequacy of RU – Campus I, related to
Good Practices, also increased, passing from 88,7% to 90,6% of adequacy. These results
reinforce the idea that employee education and training can be excellent tools to ensure the
quality of the services.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 31
1.1 Tema e problema de pesquisa ................................................................................. 32
1.2 Objetivos.................................................................................................................... 33
1.3 Justificativa ............................................................................................................... 33
1.4 Estrutura do trabalho .............................................................................................. 34
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 37
2.1 Qualidade .................................................................................................................. 37
2.1.1 Qualidade em serviço ................................................................................................. 39
2.1.2 Qualidade em serviços de alimentação ...................................................................... 41
2.1.3 Controle da qualidade ................................................................................................. 42
2.1.4 Boas práticas............................................................................................................... 44
2.2 Satisfação do cliente ................................................................................................. 46
2.3 Manipuladores de alimentos.................................................................................... 48
2.4 Restaurantes Universitários .................................................................................... 51
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 53
3.1 Delineamento de pesquisa ........................................................................................ 53
3.2 Desenho da pesquisa................................................................................................. 54
3.3 Delimitação do universo da pesquisa ...................................................................... 55
3.4 Coleta de dados ......................................................................................................... 55
3.4.1 Avaliação das Boas Práticas do RU Campus I ........................................................... 55
3.4.2 Pesquisa de satisfação dos serviços, com os usuários dos Restaurantes
Universitários ............................................................................................................. 56
3.4.3 Elaboração e realização da capacitação para os colaboradores dos Restaurantes
Universitários ............................................................................................................. 60
3.4.4 Avaliação da capacitação realizada aos colaboradores dos Restaurantes
Universitários ............................................................................................................. 62
3.5 Análise dos dados...................................................................................................... 62
3.6 Amostra da pesquisa ................................................................................................ 63
3.7 Critérios de inclusão e exclusão .............................................................................. 64
3.8 Aspectos éticos .......................................................................................................... 64
4 RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO .................................................................... 67
4.1 Unidades .................................................................................................................... 68
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 73
5.1 Apresentação e análise dos dados da pesquisa de satisfação com o usuário
antes e após a capacitação........................................................................................ 73
5.2 Apresentação e análise dos dados da pesquisa de satisfação realizada com os
colaboradores após a capacitação ........................................................................... 86
5.3 Nível de adequação do restaurante universitário às boas práticas antes e
após a capacitação .................................................................................................... 88
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 95
ANEXOS ................................................................................................................. 103
APÊNDICES .......................................................................................................... 123
1 INTRODUÇÃO
A satisfação do cliente está no âmago dos serviços, e é por esse motivo que as
empresas têm se esforçado para medir sistematicamente o grau de satisfação dos seus
utilizadores. Anteriormente, as análises se limitavam a medidas internas de qualidade, do tipo
International Organization for Standardization - ISO 9000. A medida de satisfação mais
evidente parecia ser o nível das vendas ou da quota de mercado e o número de queixas
refletia, em princípio, o nível eventual de insatisfação (ROSSI e BRAGA, 2004).
Sendo assim, a satisfação é um dos principais elementos capazes de fidelizar um
cliente. Portanto, as empresas devem buscar uma forma de estreitar a relação com seus
clientes, tornando-os parceiros comerciais, já que o cliente satisfeito é o elemento essencial
para o sucesso de uma empresa (SANTOS, 2008).
Segundo Borges et al. (2006), para compreender a importância do estudo da satisfação
do consumidor, basta verificar que ela se apresenta como uma finalidade perseguida tanto
pelo consumidor quanto pelas organizações. Para o consumidor, a satisfação está associada a
uma busca individual ou a um objetivo a ser alcançado a partir do consumo de produtos e ou
serviços.
De acordo com Corrêa e Gianesi (2006) a qualidade em serviços pode ser definida
como o grau em que as experiências do cliente são atendidas por sua percepção do serviço
prestado. Basear a definição de qualidade nas expectativas do consumidor pode ser um
problema, uma vez que cada consumidor pode ter uma expectativa. Porém, a qualidade
precisa ser entendida do ponto de vista do consumidor, pois, é este que vai avaliar o serviço
por meio da sua percepção.
Segundo Furtado (2008), a qualidade não está restrita apenas ao atributo de um
produto ou serviço, mas sim a todas as formas através das quais a empresa satisfaça suas
necessidades e expectativas dos clientes, dos seus colaboradores, e da sociedade em geral.
Assim, a qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas óticas: a do
produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e
produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do cliente. Do ponto de vista do
cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade reconhecidas ao produto, estando em
alguns casos ligada ao preço (SANTOS, 2008). Desta forma, torna-se necessário monitorar o
desempenho no atendimento ao cliente, para se determinar a eficácia das políticas, práticas e
32
1.2 Objetivos
1.3 Justificativa
esperar que os restaurantes já levem em conta em sua gestão este pré-requisito e a isso
busquem continuamente.
Desta forma, as empresas prestadoras de serviços, para serem competitivas e
garantirem sua sobrevivência, necessitam do capital humano (RAMOS e CASTRO, 2012).
No Brasil, segundo Zandonadi et al. (2007), a mão-de-obra recrutada para realização
das atividades em Unidades Produtoras de Refeições – UPR frequentemente não é qualificada
e, em muitos casos, sequer é treinada para assumir as atividades referentes à produção de
refeições. A autora ainda informa que segundo estudos de Arbache et al.(2006), 22% da mão-
de-obra é qualificada, 56% é não qualificada, e 22%, semiqualificada. Também, pode-se
observar que estes profissionais carecem de informações quanto às normas de segurança
alimentar na produção de refeições.
Desta forma, a partir do momento que a capacitação for realizada de uma maneira
profissional, coerente e sustentável, ou seja, quando o fator humano for visto como força
propulsora, isto terá reflexos diretos na satisfação dos clientes, na fidelidade e na rentabilidade
do empreendimento.
Portanto, o presente estudo justifica-se pela necessidade que o local apresenta de saber
quais os itens o seu usuário está satisfeito ou insatisfeito, proporcionando assim a
identificação das potencialidades e fragilidades de cada setor do restaurante. Além disso, o
trabalho propõe uma nova forma de capacitar o seu colaborador, sendo que possibilitará
também a adoção de ações no sentido de facilitar a adequação do RU à resolução n°216/ 2004
da ANVISA.
2.1 Qualidade
A qualidade como definição ainda não tem um entendimento claro para todos os
gestores, tem como sinônimos de luxo e mérito até excelência e valor. Para que a qualidade
possa desenvolver um papel estratégico dentro das empresas, precisa de uma melhor
compreensão. Diferentes estudiosos analisam a qualidade de pontos de vista distintos. A
filosofia trabalha na definição, a economia na elevação dos resultados e na equalização do
mercado, o marketing na satisfação dos clientes e comportamento dos compradores e os
gestores no controle de produção e práticas operacionais (GARVIN, 2002). Desta maneira, a
qualidade é uma questão que está no centro das atenções empresariais e acadêmicas há várias
décadas e retratam a força do movimento para a qualidade (FURTADO, 2008).
Zanon (2001, apud PFAFFENZELLER 2003), ao estabelecer um conceito de
qualidade, remete ao sentido da própria palavra dando-lhe o significado de propriedade,
atributo ou condição das coisas ou das pessoas, capaz de distingui-las umas das outras e de lhe
determinar a natureza. Afirma que além de representar um conceito, a qualidade é também
ideologia, um sistema organizado, um instrumento de luta político-social, com a intenção de
reaver bens e serviços em função do atendimento das necessidades do ser humano.
Desta forma, a qualidade caracteriza-se pela excelência de certo produto final e deve
ser perseguida dentro da organização, pois o cliente espera isso de um produto ou serviço
(FURTADO, 2008).
38
calcular o sucesso no mercado. Por conta disso, o nível de satisfação dos clientes tornou-se
muito importante e uma busca constante por parte das organizações (JOENCK, 2006).
Assim, torna-se necessário o monitoramento do desempenho no atendimento ao
cliente, para se determinar a eficácia das políticas, práticas e procedimentos de atendimento
da organização. Uma pesquisa da satisfação do cliente diz à empresa onde e como tomar
providências corretivas (BECK et al., 2005).
O hábito de realizar refeições fora do domicílio vem se tornando cada vez mais
rotineiro e essas mudanças apresentam pontos positivos, como a variedade de opções, a
rapidez do atendimento e, às vezes, o custo mais acessível (BACHELLI et al., 2004;
LIANOS, 2004; LIMA; OLIVEIRA, 2005). No entanto, Veiga et al. (2006) reforçam que,
com o surgimento dos alimentos preparados, começaram a ocorrer problemas de saúde
relacionados as Doenças Transmitidas por Alimentos – DTA’s, devido, principalmente, à
conservação e manipulações inadequadas. O autor observou que os estabelecimentos se
encontravam em situações precárias de limpeza, organização e até mesmo possuíam pouco
conhecimento a respeito da boa manipulação dos alimentos.
Os Serviços de Alimentação – SA, comerciais e indústrias, definidos na legislação
sanitária brasileira (BRASIL, 2004), são considerados como estabelecimentos onde o
alimento é manipulado, preparado, armazenado e/ ou exposto à venda, podendo ou não ser
consumido no local.
O contato do serviço com o consumidor (cliente), no setor de alimentação, é o
momento no qual as maiores interações entre ambos (consumidor versus serviço) podem ser
feitas; é onde os desejos e preferências são expostos de maneira mais explícita e reverberados
de forma positiva ou negativa, definindo em essência a percepção mais forte do consumidor
sobre o serviço realizado e a sua satisfação pessoal. É nesse ponto que o cliente define sua
preferência pelos serviços (SCHMENNER, 1995).
Desta forma, qualquer restaurante interessado em maximizar suas vendas deve olhar
para o serviço como uma parte importante do plano de negócios. Para criar um serviço
diferenciado, o qual se refere a um sistema que está além dos níveis esperados e provoca a
propaganda “boca-a-boca”, que repercute positivamente; todo estabelecimento de sucesso
42
Conforme Luchese et al. (2004), os alimentos, nas diferentes etapas de sua produção,
até o consumo, necessitam de avaliação completa de seus riscos, que é estabelecida por
normas aceitáveis de BPF. Esse é o sistema mais aceito e de melhor resposta para obtenção de
produtos inócuos, pois apresenta recomendações que devem ser adotadas em uma unidade de
produção de alimentos. É um sistema atual e eficaz, relativamente de baixo custo e de fácil
execução.
Para Wurlitzer (2014), as BP consistem num sistema, no qual descreve toda a parte
estrutural, os procedimentos e as organizações necessárias para garantir aspectos higiênico-
sanitários na preparação dos alimentos. Sendo o sistema baseado em normas estabelecidas
para o controle da água, pragas, contaminação cruzada, higiene e conduta dos manipuladores
de alimentos que trabalham com a produção de alimentos, assim como, a higiene dos
equipamentos e utensílios e fluxo de produção, entre outros.
Segundo a RDC n° 216 (BRASIL, 2004), as Boas Práticas para Serviços de
Alimentação, têm como objetivo garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento
preparado e, aplica-se aos Serviços de Alimentação, tais como cantinas, bufês, comissárias,
confeitarias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, delicatéssens, lanchonetes, padarias,
pastelarias, restaurantes, rotisserias e congêneres. Desta forma, deve-se avaliar a adequação
das condições da empresa relativa aos requisitos da legislação sanitária federal e após elaborar
um plano de ação para solucionar as não conformidades detectadas.
Para diagnosticar preliminarmente a adesão às boas práticas, a legislação estadual
indica a aplicação de lista de verificação, onde seus resultados permitem identificar pontos de
não conformidade e mediante isso, traçar ações corretivas (GENTA; MAURÍCIO; MATIOLI,
2005; RIO GRANDE DO SUL, 2009). A identificação de itens de verificação críticos pode
servir de complemento ao diagnóstico da adequação às boas práticas em Unidades de
Alimentação e Nutrição – UAN, pois esses itens podem auxiliar na prevenção da ocorrência
de surtos de DTA (GENTA; MAURÍCIO; MATIOLI, 2005).
Todas as medidas estabelecidas para que se consiga implantar e utilizar as BP devem
estar documentadas em manual específico. A legislação sanitária estabelece que os Serviços
de Alimentação, devem dispor de Manual de Boas Práticas – MBP e POP’s O MBP é um
documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo,
os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações,
dos equipamentos e dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado
de vetores e pragas urbanas, a capacitação profissional, o controle da higiene e saúde dos
46
sobre a qualidade dos serviços, os quais se baseiam na comparação entre o servir esperado e o
percebido.
Por fim, para saber se o cliente está satisfeito ou não, são necessários que se realize
estudos junto ao seu cliente, pois para medir a satisfação é preciso pedir que os clientes
identifiquem quais os setores são importantes em sua satisfação e também avaliar o
desempenho de um fornecedor de serviço e seus concorrentes (JOENCK, 2006).
E para conhecer o grau da satisfação da clientela as empresas podem utilizar distintas
técnicas e práticas obedecidas adequadamente: formulários de queixas e reclamações, caixas
de sugestões, questionários de satisfação, cálculo do número de clientes perdidos, e assim por
diante. Dentre todas elas a mais utilizada é o questionário de satisfação, que permite obter a
informação necessária diretamente dos clientes. Estas podem ser padronizadas com base em
tabelas ou escalas de medição concebida pela empresa especificamente para o seu serviço
(CAMISÓN; CRUZ; GONZÁLEZ, 2007).
Embora as medições da satisfação do cliente e da qualidade do serviço resultem da
comparação das percepções com as expectativas, existem diferenças sutis entre os dois
conceitos em suas definições operacionais. Enquanto a satisfação compara as percepções do
cliente com o que ele normalmente esperaria, a qualidade do serviço compara as percepções
com o que o cliente deveria esperar de uma empresa que presta serviços de alta qualidade.
Dada essas definições, a qualidade do serviço parece medir um padrão mais alto da prestação
de serviço (HOFFMAN; BATESON, 2003).
que compõem este serviço precisam estar conscientes sobre a importância de oferecer um
alimento seguro ao consumidor (ARRUDA, 2002).
Segundo Nicoli (2008), o erro humano é uma das principais causas da contaminação
de alimentos. Falhas na manipulação, na inspeção, na conservação e distribuição de matérias-
primas e no processo produtivo são responsáveis por grande parte das contaminações
alimentares. Sendo assim, o Manipulador de alimentos é um importante foco para a
veiculação dos perigos aos alimentos, e por isso a grande importância de serem bem treinados
e motivados para exercerem suas funções com Segurança.
O manipulador de alimentos é definido como qualquer pessoa do serviço de
alimentação que entra em contato direto ou indireto com o alimento (BRASIL, 2004) e,
podem, portanto, transmitir patógenos para os alimentos, de maneira cruzada, a partir de
superfícies contaminadas ou de alimentos crus para alimentos cozidos, pelas mãos
contaminadas com microrganismos de seu organismo ou, ainda, como portadores
assintomáticos de patógenos de doenças alimentares (WALKER; PRITCHARD;
FORSYTHE, 2003).
Germano et al. (2000), concordam quando identificam o manipulador como potencial
transmissor das DTA’s. De acordo com Arruda (2002), o manipulador é uma das vias mais
frequentes de transmissão de microrganismos aos alimentos, as mãos, quando mal
higienizadas, transferem microrganismos provenientes do intestino, da boca, do nariz, da pele,
dos pelos e das secreções de ferimentos, assim devem ser higienizadas em intervalos de, no
máximo, uma hora e/ou sempre que o manipulador trocar de tarefas. Assim, o
acompanhamento dos hábitos higiênicos e da saúde do manipulador de alimentos nos
estabelecimentos deve ser contínuo para que eles não constituam um fator de contaminação
alimentar e consequentemente um risco para o consumidor.
Em uma pesquisa feita no Restaurante da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Barbosa Neta, Holland e Damasceno (2004), observaram a falta de cuidado dos
manipuladores de alimentos com as normas de higiene, entre elas o uso de uniforme
incompleto, a não manutenção da limpeza dos sapatos e botas, as unhas compridas, barbas e
bigodes não aparados, o que os torna, portanto, uma fonte de contaminação dos alimentos.
Os manipuladores de alimentos, em geral, são oriundos dos estratos socioeconômicos
menos privilegiados, especialmente no Brasil. Além disso, a produção de refeições é
caracterizada por tensão e urgência, sendo comum a transformação da matéria-prima em
produto final, em torno de quatro a seis horas. Esses serviços seguem rotinas padronizadas,
rígidas e repletas de exigências a serem cumpridas e os profissionais executam, na maioria do
50
Segundo Gil (2002) as pesquisas podem ser classificadas em três grandes grupos:
exploratórias, descritivas e explicativas. Sendo assim, partindo dos objetivos propostos pela
pesquisa, o presente estudo é classificado como de natureza descritiva.
A pesquisa descritiva descreve as características de determinadas populações ou
fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta
de dados, tais como o questionário e a observação (GIL, 2008).
Para Triviños (2007), a pesquisa descritiva visa principalmente informar o pesquisador
sobre fatos, opiniões, ou comportamentos das populações analisadas, buscando mapear a
distribuição de um fenômeno.
Quanto à forma de abordagem do problema, utilizou-se o método quantitativo.
Segundo Fonseca (2002), os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados.
Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os
resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da
pesquisa. Desta maneira, a pesquisa quantitativa se centra na objetividade, recorrendo à
linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis,
etc.
54
ETAPAS METODOLOGIA
PESQUISA DE SATISFAÇÃO
DOS SERVIÇOS, COM OS
USUÁRIOS DOS RU’S, ANTES E APLICAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO DE
APÓS A REALIZAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS SERVIÇOS.
CAPACITAÇÃO COM OS
COLABORADORES DOS RU’S.
ELABORAÇÃO DA CAPACITAÇÃO
ELABORAÇÃO DA BASEADA NOS RESULTADOS OBTIDOS NA
CAPACITAÇÃO PARA OS PRIMEIRA ETAPA DA PESQUISA DE
COLABORADORES DOS RU’S. SATISFAÇÃO JUNTO AO USUÁRIO, NOS
ACHADOS NA LITERATURA ESPECÍFICA E
NA PORTARIA N° 78/2009.
AVALIAÇÃO DA CAPACITAÇÃO
REALIZADA AOS APLICAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO
COLABORADORES DOS RU’S. AVALIATIVO.
Para avaliar o percentual de adequação das Boas Práticas perante a legislação, aplicou-
se a Lista de Verificação em Boas Práticas para Serviços de Alimentação da Portaria n°78/
2009 (ANEXO A).
Esse instrumento é dividido nos seguintes itens: Edificação, instalações,
equipamentos, móveis e utensílios; higienização de instalações, equipamentos, móveis e
56
3.4.2 Pesquisa de satisfação dos serviços, com os usuários dos Restaurantes Universitários
Foi considerado como sujeito da pesquisa, todos os alunos do colégio Politécnico, dos
cursos de graduação e pós-graduação, técnicos administrativos, docentes e visitantes
frequentadores das três unidades do RU da UFSM que, aceitaram participar da pesquisa, a
qual esteve online durante o período de 16 de outubro a 05 de novembro (primeira etapa), e
do dia 02 a 23 de dezembro (segunda etapa). Sendo que, a população potencialmente apta a
responder o questionário foi composta por 25.546 pessoas.
Para avaliar a satisfação dos usuários, aplicou-se um questionário de satisfação dos
serviços (APÊNDICE A), composto por perguntas abertas e fechadas: pessoais e específicas
(idade, sexo, tipo de vínculo com a UFSM e há quanto tempo tem o mesmo, se é morador da
Casa do Estudante, há quanto tempo frequenta o RU, quais as refeições realiza no
57
estabelecimento, quais dias da semana frequenta o restaurante, em qual RU você faz suas
refeições e por qual motivo frequenta o RU); Satisfação com o ambiente externo,
contemplando os subitens: Vias de acesso, fachada do prédio, aparência do ambiente externo,
localização, acessibilidade, estado de conservação do local, limpeza do local e controle de
pragas e vetores; Satisfação com o ambiente interno (refeitório), no qual abrangeu os
seguintes aspectos: dimensão do refeitório, espaço de circulação, disposição das mesas, fluxo
de entrada (recepção, retirada dos utensílios, serviço de buffet, carne, temperos, sobremesa e
suco) e saída do restaurante (devolução de pratos, talheres, copos e bandejas), limpeza do
ambiente em geral, estado de conservação do ambiente em geral, iluminação, ventilação,
ruídos, odor, conforto, limpeza do mobiliário (mesas, cadeiras, buffet, bancadas e
escaninhos), estado de conservação do mobiliário (mesas, cadeiras, buffet, bancadas e
escaninhos), higiene dos utensílios (pratos, talheres, copos e bandejas), estado de conservação
dos utensílios (pratos, talheres, copos e bandejas), limpeza das lixeiras, quantidade de lixeiras,
área para higiene de mãos, abastecimento de material para higiene de mãos, quantidade e
limpeza dos escaninhos para guarda de material de uso pessoal, controle da entrada de vetores
e animais; Satisfação com o ambiente interno (banheiros), no qual considerou os seguintes
subitens: estrutura dos banheiros (vasos sanitários, lixeiras, pias, torneiras, suportes para papel
e sabonete), disponibilidade de produtos destinados à higiene pessoal, higiene dos banheiros,
estado de conservação; Satisfação com a alimentação (buffet), no qual contemplou os
seguintes subitens: organização do buffet, tempo de reposição das preparações no buffet,
preparações, qualidade geral, aparência, sabor, odor, textura, temperatura, quantidade de sal,
quantidade de gordura, quantidade de tempero; Satisfação com a alimentação (cardápio),
abrangendo os seguintes aspectos: diversificação de itens do cardápio, quantidade das
porções; Satisfação do atendimento (funcionários), no qual contemplou os seguintes subitens:
apresentação pessoal (asseio corporal, higiene pessoal, mãos higienizadas, unhas curtas e sem
esmalte, sem adornos, sem barba ou bigode, cabelos protegidos), uniforme (completo, limpo,
adequado estado de conservação), atos que possam contaminar o alimento durante o
desempenho das atividades (espirrar, falar desnecessariamente, assobiar, tossir, comer), saúde
do funcionário (lesões, ferimentos ou sintomas de doenças aparentes), cortesia com o usuário
por parte do funcionário, agilidade dos funcionários, atenção do funcionário com o usuário;
Satisfação quanto ao atendimento (outros), que contemplou os subitens: preço das refeições,
tempo de permanência na fila.
As Figuras 2 e 3 ilustram de uma forma resumida os itens avaliados na pesquisa de
satisfação.
58
ITENS SUBITENS
- Vias de acesso;
- Fachada do prédio;
- Aparência do ambiente externo;
AMBIENTE EXTERNO DO RU - Localização;
- Acessibilidade;
- Estado de conservação do local;
- Limpeza do local;
- Controle da presença de vetores e animais.
- Dimensão;
- Espaço de circulação;
- Disposição das mesas;
- Fluxo de entrada;
- Fluxo de saída;
- Limpeza do ambiente em geral;
- Iluminação;
- Ventilação;
- Ruídos;
- Odor;
- Conforto;
- Limpeza do mobiliário;
- Estado de conservação do mobiliário;
AMBIENTE INTERNO DO RU - Higiene dos utensílios;
- Estado de conservação dos utensílios;
- Limpeza das lixeiras;
- Quantidade das lixeiras;
- Área para higiene de mãos;
- Abastecimento de material para higiene de mãos;
- Escaninhos para guarda de material de uso
pessoal (quantidade e limpeza);
- Controle da entrada de vetores e animais;
- Estrutura dos banheiros;
- Disponibilidade de produtos destinados a higiene
pessoal;
- Higiene dos banheiros;
- Estado de conservação.
Figura 2 – Ambiente externo e ambiente interno: subitens avaliados pelos participantes da pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa.
59
ITENS SUBITENS
- Organização do buffet;
- Tempo de reposição das preparações no buffet;
- Preparações;
- Qualidade geral;
- Aparência;
- Sabor;
ALIMENTAÇÃO
- Odor;
- Textura;
- Temperatura;
- Quantidade de sal;
- Quantidade de gordura;
- Quantidade de temperos;
- Quantidade de porções.
- Apresentação pessoal;
- Uniforme;
- Atos que possam contaminar o alimento durante o
desempenho das atividades;
ATENDIMENTO - Saúde do funcionário;
- Agilidade dos funcionários;
- Atenção do funcionário com o usuário;
- Preço das refeições;
- Tempo de permanência nas filas.
Para cada subitem, solicitou-se ao participante da pesquisa que avaliasse seu grau de
satisfação dentro de uma escala de 1 a 5, sendo: 1 – insatisfeito, 2 – pouco satisfeito, 3 –
indiferente, 4 – satisfeito e 5 – muito satisfeito.
O presente instrumento de avaliação foi aplicado em dois momentos, antes e após a
capacitação junto aos colaboradores dos RU’s e esteve disponível no site do Restaurante
Universitário para qualquer usuário responder, no período de 16 de outubro a 05 de
novembro, e do dia 02 a 23 de dezembro.
A aplicação desse questionário teve como finalidade investigar a satisfação dos
usuários do Restaurante Universitário. O mesmo foi adaptado com as peculiaridades do setor
de alimentação que, constitui-se no modelo SERVQUAL de Zeithaml, Parasuraman e Berry
(1996).
60
PÚBLICO ALVO
- Recepcionistas;
- Copeiros responsáveis pela reposição do buffet, entrega de
sobremesa e porcionamento da carne;
CAPACITAÇÃO II - Copeiros do café;
RU CAMPUS I - Copeiros responsáveis pelos talheres;
- Chefe de almoxarifado;
- Auxiliares de almoxarifado.
- Chefes de cozinha;
CAPACITAÇÃO VI - Auxiliares de nutrição;
RU CAMPUS I - Cozinheiros;
- Açougueiros.
4.1 Unidades
O local serve diariamente, em média, 600 desjejuns, 3500 almoços e 900 jantares.
O horário das refeições do RU Campus I é demonstrado na Tabela 1 e, o
funcionamento do restaurante é de segunda-feira a sábado.
O RU Campus II (Figura 7 e 8) conta com uma área total de 1.177 metros quadrados e
o refeitório apresenta 3 buffets e 400 lugares. A comida é preparada no RU Campus I e
transportada até o refeitório que disponibiliza o serviço somente para almoço. O local conta
70
ainda com copa, cozinha, três caixas de recepção (roleta) e um caixa de venda de créditos. O
RU Campus II serve diariamente 2400 almoços e funciona de segunda a sexta-feira, sendo
que o horário do almoço é das 11:00 às 13:30.
Com relação ao RU Centro (Figura 9), as refeições do almoço e jantar são preparadas
no RU Campus I e transportadas em containers térmicos, com exceção do desjejum que é
preparado no local. Possui um refeitório com um buffet e 120 lugares. Há, ainda, um guichê
de recepção (roleta) e um caixa para venda de créditos.
São servidos em média 50 desjejuns, 600 almoços e 150 jantares.
O local funciona nos horários apresentados na Tabela 2 e funciona de segunda-feira a
sábado.
O cardápio servido nas três unidades é planejado pelo setor de nutrição, atendendo o
aporte calórico indicado para a população universitária e levando em consideração a
sazonalidade, já que o RU possui o cardápio de verão e o cardápio de inverno. O cardápio do
RU é denominado institucional e se encaixa na categoria básica. Conforme Chemin e
Martinez (2014), o cardápio básico apresenta custo mais baixo e forma de preparo menos
elaborada. No RU da UFSM, o cardápio servido diariamente é composto por: uma porção de
carne, proteína de soja (opção vegetariana), dois tipos de salada, arroz branco, arroz integral,
feijão (preto ou de cor) ou lentilha, um tipo de guarnição, uma porção de sobremesa (fruta,
creme, pudim ou doce industrializado) e um copo de suco.
O RU da UFSM oferece aos seus colaboradores capacitações, no mínimo anuais, e
encontra-se em conformidade com a legislação estadual e federal. Tem implementado
também, nas três unidades, os POP’s de vários procedimentos realizados nos
estabelecimentos, como também o Manual de Boas Práticas, o qual é atualizado
periodicamente.
Esses documentos encontram-se disponíveis, no RU, aos órgãos da vigilância
sanitária, como também a qualquer visitante que quiser visualizá-los.
73
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Apresentação e análise dos dados da pesquisa de satisfação com o usuário antes e
após a capacitação
Tabela 3 – Comparativo idade e sexo dos participantes da primeira e segunda etapa da pesquisa
Primeira etapa Segunda etapa
Média de idade 23,72 anos 26,85 anos
Feminino 64,25% 56,77%
Masculino 35,75% 43,23%
Fonte: Dados da pesquisa.
74
Gráfico 1 – Tempo de vínculo dos alunos de graduação, pós-graduação e do Colégio Politécnico; docentes;
técnicos administrativos e usuários com outros tipos de vínculo com a UFSM – primeira etapa da pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa.
75
Gráfico 2 – Tempo de vínculo dos alunos de graduação, pós-graduação e do Colégio Politécnico; docentes;
técnicos administrativos e usuários com outros tipos de vínculo com a UFSM – segunda etapa da pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa.
Menos de 1 ano
De 1 a 4 anos
De 4 a 10 anos
De 10 a 20 anos
Mais de 20 anos
Menos de 1 ano
De 1 a 4 anos
De 4 a 10 anos
De 10 a 20 anos
Mais de 20 anos
72,28% dos participantes da segunda etapa da pesquisa realiza somente o almoço no RU,
sendo que, o percentual de usuários que realiza as três refeições no local foi de 13,48%,
percentual que também se assemelha ao encontrado na primeira etapa; 75,77% dos
participantes realizam somente o almoço no RU e 9,95% faz as três refeições no local. Outro
dado da pesquisa encontrado na primeira etapa e que vale ressaltar é que, a maioria (75,26%)
dos participantes faz suas refeições cinco vezes na semana, de segunda a sexta-feira.
Foi acrescentada ao questionário uma pergunta que não constava na primeira etapa do
estudo. Questionou-se ao usuário, em qual das unidades do Restaurante Universitário ele
frequentava. Constatou-se que; 48,18% dos participantes frequenta somente o RU campus I;
30,29% fazem suas refeições no RU campus II e; apenas 8,39%, no RU centro.
Em relação aos dias da semana em que o usuário frequenta o RU, encontrou-se um
resultado similar ao achado na primeira aplicação do questionário; 65,93% dos respondentes
fazem suas refeições cinco vezes na semana, de segunda a sexta-feira.
No que tange ao motivo pelo qual o usuário frequenta o restaurante; 66,71% faz suas
refeições no local por este oferecer a refeição a um baixo custo, seguido pela proximidade do
local onde tem aula ou trabalha (23,85%), qualidade das refeições (7,14%), nenhuma das
alternativas (2,07%) e ambiente agradável e limpo (0,23%). Os achados na segunda etapa do
estudo se assemelham aos encontrados na primeira fase da pesquisa, uma vez que; 60,58%
fazem suas refeições no local pelo baixo custo; 24,45% pela proximidade do local onde tem
aula ou trabalha; 12,41% pela qualidade das refeições; 1,46% nenhuma das alternativas e
1,09% por ser um ambiente agradável e limpo.
A pesquisa de satisfação também solicitou ao participante que avaliasse seu grau de
satisfação em relação aos seguintes itens: Ambiente externo do RU, Ambiente interno do RU,
Alimentação e Atendimento.
Dentro do item ambiente externo do RU, conforme demonstra a tabela 4, houve uma
melhora nos percentuais de satisfação, comparando-se com os resultados da primeira
pesquisa. No subitem aparência do ambiente externo, por exemplo, após a realização da
capacitação com os colaboradores, houve um aumento do percentual de 33,72% para 37,13%.
No entanto, o subitem fachada do prédio foi o único que não sofreu incremento positivo em
seu percentual de satisfação.
78
Tabela 4 – Ambiente Externo: vias de acesso, fachada do prédio, aparência do ambiente externo e controle da
presença de vetores e animais – Comparativo entre os dados da primeira e segunda etapa da pesquisa
Aparência do Controle da
Vias de Fachada do
Escala ambiente presença de vetores
Acesso prédio
externo e animais
*1 6,57% 6,80% 6,35% 13,36%
*2 17,88% 16,13% 16,05% 18,89%
Primeira etapa *3 22,03% 32,49% 32,68% 18,89%
*4 39,33% 34,45% 33,72% 33,64%
*5 14,19% 10,14% 11,20% 15,21%
Tabela 5 – Ambiente Externo: localização, acessibilidade, estado de conservação do local e limpeza do local –
Comparativo entre os dados da primeira e segunda etapa da pesquisa
Estado de
Escala Localização Acessibilidade conservação do Limpeza do local
local
*1 2,77 % 4,76% 3,91% 3,80%
*2 5,89% 15,10% 17,03% 17,38%
Primeira etapa *3 13,63% 19,16% 21,98% 16,57%
*4 46,07% 42,97% 42,23% 47,07%
*5 31,64% 18,00% 14,84% 15,19%
Tabela 6 – Satisfação média dos pesquisados quanto aos subitens do ambiente interno.
Variável Média Desvio Padrão Mínimo Máximo
Dimensão 3,15 1,21 1,00 5,00
Disposição das mesas 3,17 1,20 1,00 5,00
Fluxo de entrada 3,00 1,21 1,00 5,00
Fluxo de saída 3,57 1,09 1,00 5,00
Limpeza do
3,63 1,02 1,00 5,00
ambiente em geral
Estado de
conservação do 3,68 0,97 1,00 5,00
ambiente em geral
Ventilação 3.26 1,18 1,00 5,00
Conforto 3,22 1,06 1,00 5,00
Limpeza do mobiliário 3,48 1,07 1,00 5,00
Estado de conservação do
3,74 0,93 1,00 5,00
mobiliário
Higiene dos utensílios 3,03 1,24 1,00 5,00
Estado de conservação
3,41 1,08 1,00 5,00
dos utensílios
Limpeza das lixeiras 3,66 0,93 1,00 5,00
Quantidade das lixeiras 3,56 1,02 1,00 5,00
Área para higiene das
3,36 1,11 1,00 5,00
mãos
Abastecimento de
material para higiene de 3,32 1,10 1,00 5,00
mãos
Escaninhos para guarda
de material de uso
3,04 1,15 1,00 5,00
pessoal (quantidade e
limpeza)
Controle da entrada de
3,48 1,16 1,00 5,00
vetores e animais
Fonte: Dados da pesquisa.
80
Tabela 7 – Percentual do grau de satisfação dos subitens do Ambiente interno – refeitório (primeira etapa da
pesquisa).
Variável *1 *2 *3 *4 *5
Dimensão 9,64% 26,60% 14,63% 37,28% 11,85%
Espaço de circulação 17,05% 31,67% 15,08% 26,22% 9,98%
Disposição das mesas 11,36% 20,49% 18,50% 38,88% 10,77%
Fluxo de entrada 12,21% 27,53% 16,36% 35,02% 8,87%
Fluxo de saída 5,54% 13,97% 14,78% 49,19% 16,51%
Limpeza do 3,25% 14,29% 14,63% 50,99% 16,84%
ambiente em geral
Estado de 3,49% 10,70% 15,23% 54,53% 16,05%
conservação do
ambiente em geral
Iluminação 1,28% 4,52% 12,53% 58,24% 23,43%
Ventilação 7,89% 24,01% 14,97% 40,26% 12,88%
Ruídos 20,74% 29,78% 24,10% 19,70% 5,68%
Odor 13,36% 21,72% 26,02% 30,55% 8,36%
Conforto 6,40% 20,02% 27,01% 37,91% 8,65%
Limpeza do mobiliário 4,86% 16,42% 18,50% 45,90% 14,34%
Estado de conservação do 2,77% 8,44% 17,23% 54,45% 17,11%
mobiliário
Higiene dos utensílios 12,65% 26,91% 15,43% 33,87% 11,14%
Estado de conservação dos 6,01% 16,76% 17,92% 47,98% 11,33%
utensílios
Limpeza das lixeiras 3,15% 8,75% 21,24% 52,51% 14,35%
Quantidade das lixeiras 4,34% 13,01% 19,11% 49,24% 14,30%
Área para higiene das mãos 6,76% 18,15% 19,34% 43,30% 12,46%
Abastecimento de 6,40% 18,28% 23,98% 38,88% 12,46%
material para higiene de
mãos
Escaninhos para 12,76% 17,05% 32,83% 27,84% 9,51%
guarda de material de uso
pessoal (quantidade e
limpeza)
Controle da entrada de 8,33% 11,57% 21,76% 39,81% 18,52%
vetores e animais
* 1: Insatisfeito/ 2: Pouco satisfeito/ 3: Indiferente/ 4: Satisfeito/ 5: Muito satisfeito
Fonte: Dados da pesquisa.
mãos, limpeza dos escaninhos para guarda de material de uso pessoal; apresentaram aumento
dos seus percentuais de aceitação, após a realização da mesma (Tabela 8). Entretanto, mesmo
ocorrendo melhora nos percentuais de satisfação de alguns subitens, ainda há percentuais
relevantes de insatisfação e indiferença.
82
Tabela 8 – Percentual do grau de satisfação dos subitens do Ambiente interno – refeitório – Comparativo entre
os dados da primeira e segunda etapa da pesquisa
Primeira etapa Segunda etapa
Variável *1 *2 *3 *4 *5 *1 *2 *3 *4 *5
Dimensão 9,64% 26,60% 14,63% 37,28% 11,85% 11,85% 21,48% 15,56% 38,89% 12,22%
Espaço de
17,05% 31,67% 15,08% 26,22% 9,98% 15,07% 29,78% 15,07% 28,68% 11,40%
circulação
Disposição
11,36% 20,49% 18,50% 38,88% 10,77% 8,89% 18,89% 21,48% 36,30% 14,44%
das mesas
Fluxo de
12,21% 27,53% 16,36% 35,02% 8,87% 12,18% 22,51% 16,97% 35,06% 13,28%
entrada
Fluxo de
5,54% 13,97% 14,78% 49,19% 16,51% 6,27% 14,02% 16,61% 43,91% 19,19%
saída
Limpeza do
ambiente em 3,25% 14,29% 14,63% 50,99% 16,84% 2,60% 11,15% 14,87% 52,04% 19,33%
geral
Estado de
conservação
3,49% 10,70% 15,23% 54,53% 16,05% 2,23% 9,29% 20,07% 52,42% 15,99%
do ambiente
em geral
Iluminação 1,28% 4,52% 12,53% 58,24% 23,43% 1,12% 5,58% 13,75% 56,13% 23,42%
Ventilação 7,89% 24,01% 14,97% 40,26% 12,88% 8,55% 25,28% 11,52% 40,89% 13,75%
Ruídos 20,74% 29,78% 24,10% 19,70% 5,68% 23,42% 27,88% 23,42% 21,19% 4,09%
Odor 13,36% 21,72% 26,02% 30,55% 8,36% 12,78% 18,05% 25,94% 31,58% 11,65%
Conforto 6,40% 20,02% 27,01% 37,91% 8,65% 7,92% 21,13% 25,28% 39,25% 6,42%
Limpeza do
4,86% 16,42% 18,50% 45,90% 14,34% 4,85% 13,43% 19,40% 46,27% 16,04%
mobiliário
Estado de
conservação
2,77% 8,44% 17,23% 54,45% 17,11% 1,87% 10,07% 17,16% 53,36% 17,54%
do
mobiliário
Higiene dos
12,65% 26,91% 15,43% 33,87% 11,14% 10,78% 21,56% 15,99% 40,89% 10,78%
utensílios
Estado de
conservação
6,01% 16,76% 17,92% 47,98% 11,33% 7,84% 13,81% 15,30% 46,64% 16,42%
dos
utensílios
Limpeza das
3,15% 8,75% 21,24% 52,51% 14,35% 2,62% 10,49% 19,48% 51,31% 16,10%
lixeiras
Quantidade
4,34% 13,01% 19,11% 49,24% 14,30% 6,77% 10,90% 19,17% 47,37% 15,79%
das lixeiras
Área para
higiene das 6,76% 18,15% 19,34% 43,30% 12,46% 3,76% 19,17% 14,29% 46,62% 16,17%
mãos
Abastecimen
to de
material 6,40% 18,28% 23,98% 38,88% 12,46% 3,40% 14,72% 21,89% 46,79% 13,21%
para higiene
de mãos
Escaninhos
para guarda
de material
de uso 12,76% 17,05% 32,83% 27,84% 9,51% 7,52% 15,79% 32,71% 34,21% 9,77%
pessoal
(quantidade
e limpeza)
Controle da
entrada de 21,76 39,81 18,52
8,33% 11,57% 8,24% 11,61% 22,47% 38,95% 18,73%
vetores e % % %
animais
* 1: Insatisfeito/ 2: Pouco satisfeito/ 3: Indiferente/ 4: Satisfeito/ 5: Muito satisfeito
Fonte: Dados da pesquisa.
83
Tabela 9 – Ambiente interno – banheiros: Estrutura dos banheiros, disponibilidade de produtos destinados à
higiene pessoal, higiene dos banheiros e estado de conservação – Comparativo entre os dados da primeira e
segunda etapa da pesquisa
Disponibilidade de
Estrutura dos Higiene dos Estado de
Escala produtos destinados à
banheiros banheiros conservação
higiene pessoal
*1 18,02 % 31,37% 19,67% 14,27%
*2 24,50% 26,06% 27,21% 22,64%
Primeira etapa *3 30,51% 24,88% 30,39% 33,49%
*4 21,20% 13,56% 17,90% 24,29%
*5 5,77% 4,13% 4,83% 5,31%
Na avaliação dos subitens do quesito alimentação, percebe-se que, houve a queda nos
percentuais de satisfação (grau 4) de alguns itens, quando comparado com os achados da
primeira etapa. Em contrapartida, os percentuais no grau 5, os quais correspondem a muito
satisfeito, obtiveram melhora notável, sendo que, nos subitens sabor, odor, textura e
quantidade de sal; nas duas pesquisas de satisfação mais de 50% dos usuários estão
satisfeitos, conforme ilustra a tabela 10. É importante ressaltar, que os subitens referentes à
84
Tabela 10 – Percentual do grau de satisfação dos subitens relacionados à Alimentação – buffet – Comparativo
entre os dados da primeira e segunda etapa da pesquisa
Primeira etapa Segunda etapa
Variável *1 *2 *3 *4 *5 *1 *2 *3 *4 *5
Organização
1,86% 9,06% 12,89% 58,07% 18,12% 2,28% 10,27% 11,41% 54,37% 21,67%
do buffet
Tempo de
reposição
das 7,45% 22,58% 15,83% 42,84% 11,29% 7,58% 21,97% 10,23% 43,18% 17,05%
preparações
no buffet
Preparações 8,23% 19,39% 18,92% 41,48% 11,99% 7,17% 15,47% 14,34% 46,42% 16,60%
Qualidade
8,49% 18,60% 16,63% 42,21% 14,07% 7,58% 14,77% 14,02% 43,56% 20,08%
geral
Aparência 7,57% 19,21% 16,53% 44,70% 11,99% 5,30% 15,15% 18,18% 43,94% 17,42%
Sabor 14,62% 25,52% 12,53% 36,08% 11,25% 11,70% 23,02% 11,32% 36,98% 16,98%
Odor 10,59% 18,04% 21,30% 38,07% 11,99% 7,55% 19,62% 21,89% 34,72% 16,23%
Textura 9,90% 19,91% 20,61% 37,95% 11,64% 7,55% 19,62% 17,36% 36,98% 18,49%
Temperatura 6,18% 10,84% 14,80% 51,17% 17,02% 5,70% 9,13% 13,31% 50,57% 21,29%
Quantidade
20,91% 21,95% 10,57% 30,20% 16,38% 14,77% 17,42% 11,36% 35,23% 21,21%
de sal
Quantidade
13,23% 14,50% 17,52% 37,70% 17,05% 9,47% 20,45% 13,26% 37,88% 18,94%
de gordura
Quantidade
24,51% 24,51% 13,36% 26,60% 11,03% 20,00% 24,53% 12,08% 28,68% 14,72%
de temperos
* 1: Insatisfeito/ 2: Pouco satisfeito/ 3: Indiferente/ 4: Satisfeito/ 5: Muito satisfeito
Fonte: Dados da pesquisa.
85
De acordo com os dados expostos na Tabela 12, quando avaliado os subitens do item
atendimento – funcionários, tanto na primeira etapa quanto na segunda fase da pesquisa,
houve a dominância do grau quatro de satisfação em todos os subitens, ocorrendo inclusive,
melhora desses percentuais de uma pesquisa para outra. Observa-se também, em todos os
subitens, percentuais relevantes no grau cinco (muito satisfeito).
Participaram das capacitações 116 colaboradores, sendo que desses, 100 são
funcionários da empresa terceirizada e 16, do quadro técnico da universidade. Desses
participantes, 84 responderam ao questionário aplicado após o término de cada capacitação.
Na Figura 10 e 11, pode-se visualizar as capacitações, no registro fotográfico feito
durante a sua realização.
87
Dessa forma, o percentual de adequação nessa primeira etapa foi de 88,7%, ou seja, segundo
os critérios utilizados por Avegliano et al. (2010), o local se encaixa no grupo 1.
Na segunda aplicação da LVBPSA, a qual foi realizada após a capacitação dos
colaboradores, os mesmos itens foram analisados e, verificou-se que 136 dos itens estavam
adequados. Conforme a tabela 15, após a utilização da ferramenta, observou-se um
incremento das adequações pelo estabelecimento nos itens edificação, instalações,
equipamentos, móveis e utensílios; higienização de instalações, equipamentos, móveis e
utensílios e; manipuladores. No entanto, no item manejo de resíduos, além de não apresentar
melhora de uma pesquisa para outra, obteve um percentual de adequação abaixo de 70%.
Portanto, sugere-se que, nas próximas capacitações esse item seja abordado junto aos
colaboradores.
Outro aspecto que vale salientar é sobre o item controle integrado de vetores e pragas
urbanas, o qual apresentou 100% de adequação nas duas aplicações da lista de verificação e,
nas duas pesquisas de satisfação com o usuário, o mesmo item apresentou um percentual
baixo de satisfação. Talvez isso se explique, pela presença de animais (cachorros e gatos) no
hall de entrada do RU.
Tabela 15 – Adequação dos itens da LVBPSA - Comparativo entre a primeira e a segunda aplicação
1ª aplicação 2ª aplicação
Itens da Lista de Avaliação
Itens adequados Itens adequados
1. Edificação, instalações, equipamentos, móveis e utensílios 70,58% 73,53%
2. Higienização de instalações, equipamentos,
93,75% 100,00%
móveis e utensílios
3. Controle Integrado de vetores e pragas urbanas 100,00% 100,00%
4. Abastecimento de água 100,00% 100,00%
5. Manejo dos resíduos 66,66% 66,66%
6. Manipuladores 86,66% 93,33%
7. Matérias-primas, ingredientes e embalagens 90,90% 90,90%
8. Preparação do alimento 96,00% 96,00%
9. Armazenamento e transporte do alimento preparado 100,00% 100,00%
10. Exposição ao consumo do alimento preparado 88,88% 88,88%
11. Documentação e registro 100,00% 100,00%
12. Responsabilidade 100,00% 100,00%
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 16 – Subitens do questionário que fizeram parte da programação da capacitação e que apresentaram
aumento notável dos percentuais de satisfação (grau 4 e 5) após a mesma
Primeira etapa Segunda etapa
Item Subitem
Grau 4 Grau 5 Grau 4 Grau 5
Aparência do ambiente
33,72% 11,20% 37,13% 9,19%
Ambiente externo
Externo Estado de conservação 42,23% 14,84% 45,76% 16,24%
Limpeza do local 47,07% 15,19% 50,00% 17,41%
Limpeza do ambiente em
50,99% 16,84% 52,04% 19,33%
geral
Ruídos 19,70% 5,68% 21,19% 4,09%
Odor 30,55% 8,36% 31,58% 11,65%
Limpeza do mobiliário 45,90% 14,34% 46,27% 16,04%
Higiene dos utensílios 33,87% 11,14% 40,89% 10,78%
Ambiente Interno
Área para higiene de mãos 43,30% 12,46% 46,62% 16,17%
– refeitório
Abastecimento de material
38,88% 12,46% 46,79% 13,21%
para higiene de mãos
Escaninhos para
guarda de material de uso
27,84% 9,51% 34,21% 9,77%
pessoal (quantidade e
limpeza)
Tempo de reposição das
42,84% 11,29% 43,18% 17,05%
preparações no buffet
Preparações 41,48% 11,99% 46,42% 16,60%
Qualidade geral 42,21% 14,07% 43,56% 20,08%
Aparência 44,70% 11,99% 43,94% 17,42%
Alimentação –
Sabor 36,08% 11,25% 36,98% 16,98%
buffet
Odor 38,07% 11,99% 34,72% 16,23%
Textura 37,95% 11,64% 36,98% 18,49%
Temperatura 51,17% 17,02% 50,57% 21,29%
Quantidade de sal 30,20% 16,38% 35,23% 21,21%
Quantidade de temperos 26,60% 11,03% 28,68% 14,72%
Alimentação – Diversificação de itens do
24,36% 7,26% 28,68% 9,81%
cardápio cardápio
Apresentação pessoal 51,10% 23,93% 53,58% 21,51%
Uniforme 50,64% 24,68% 54,17% 22,35%
Atos que possam
contaminar o alimento
44,33% 19,18% 47,92% 19,62%
durante o desempenho das
Atendimento –
atividades
funcionários
Saúde do funcionário 49,30% 25,88% 50,38% 23,86%
Cortesia com o usuário por
41,31% 21,70% 42,05% 23,11%
parte do funcionário
Atenção do funcionário
40,07% 21,03% 42,80% 20,08%
com o usuário
Fonte: Dados da pesquisa.
93
Além disso, após a capacitação, houve a melhora no nível de adequação das Boas
Práticas perante a legislação. Na primeira etapa da pesquisa o percentual de adequação as
Boas Práticas foi de 88,7%; enquanto que, na segunda aplicação do check-list houve um
aumento desse percentual para 90,6% de adequação. Os seguintes itens da lista de verificação
são os que tiveram um aumento no seu percentual de adequação: edificação, instalações,
equipamentos, móveis e utensílios; higienização de instalações, equipamentos, móveis e
utensílios; e manipuladores.
Dessa maneira, através desse estudo, ressalta-se que a gestão do Restaurante
Universitário deve continuar investindo na capacitação de seus colaboradores e que essa deve
ser contínua, ou seja, sugere-se que as capacitações sejam realizadas mais de uma vez ao ano.
Além disso, ao contrário das outras capacitações realizadas no Restaurante
Universitário, as reuniões foram desenvolvidas setorialmente, com duração de duas horas e
trinta, o que permitiu uma grande participação dos colaboradores, sendo que, a informalidade
das reuniões pode ter propiciado o diálogo entre palestrante e participantes.
Todas as sugestões e contribuições propostas por essa pesquisa estão elencadas, de
forma resumida, no Quadro 1 e tem como propósito auxiliar no processo contínuo de
melhoria do Restaurante Universitário da UFSM, tendo consciência de que o elemento
humano é essencial e tem relação direta na qualidade dos serviços e segurança da refeição
fornecida.
Sugestões e contribuições
13. Capacitar o colaborador quando esse ingressa ao Restaurante Universitário, abordando
aspectos do setor de trabalho e Boas Práticas;
14. Realização de duas ou mais capacitações anuais, com redução da carga horária da mesma
(reuniões de curta duração);
15. Desenvolvimento de capacitações em pequenos grupos ou setoriais que propiciem um maior
diálogo, a troca de experiências e ideias;
16. Realização de mais pesquisas de satisfação junto ao usuário;
17. Discussão dos resultados das pesquisas de satisfação junto ao colaborador;
18. As mudanças e manutenções da estrutura física do local deverão ser contínuas sendo que, a
pesquisa de satisfação poderá ser uma ferramenta útil para o diagnóstico das melhorias;
19. Realização de mais estudos no local relacionados à satisfação do usuário
Quadro 1 – Sugestões e contribuições propostas pela pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa.
94
Apesar do presente estudo, ter contribuído de alguma maneira com o diagnóstico das
fragilidades e potencialidades do local, essa pesquisa apresentou algumas limitações.
Portanto, para os próximos estudos, sugere-se que, se for realizada novamente uma pesquisa
de satisfação com o usuário antes e após a capacitação, que a segunda etapa seja feita com os
mesmos usuários que responderam ao primeiro questionário de satisfação. Dessa maneira,
poderá ser realizada a correlação dos resultados da primeira e segunda fase da pesquisa.
E, como sugestão para um estudo posterior, propõe-se que se faça algum trabalho
relacionado com a satisfação do colaborador interno, com o intuito de desenvolver melhorias
relacionadas ao capital humano, uma vez que não se pode considerar o mesmo como um mero
recurso, pois os recursos um dia se esgotam e talvez, a ideia é que este capital humano passe a
ser visto como capital ativo dentro de uma instituição ou empresa (RAMOS e CASTRO,
2012).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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99
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Control. v. 14, n. 3, p. 169-174, 2003.
1. Idade
2. Sexo
Marque apenas uma oval.
Masculino
Feminino
Limpeza do local
Controle da presença
de vetores e animais
bandejas)
Estado de
conservação dos
utensílios (pratos,
talheres, copos,
bandejas)
Limpeza das
lixeiras
Quantidade das
lixeiras
Área para higiene
de mãos
Abastecimento de
material para
higiene de mãos
Escaninhos para
guarda de material
de uso pessoal
(quantidade e
limpeza)
Controle da entrada
de vetores e animais
Tempo de reposição
das preparações do
buffet
Preparações
Qualidade geral
Aparência
Sabor
Odor
Textura
Temperatura
Quantidade de sal
Quantidade de
gordura
Quantidade de
temperos
contaminar o
alimento durante o
desempenho das
atividades (espirrar,
falar
desnecessariamente,
assobiar, tossir,
comer)
Saúde do
funcionário (lesões,
ferimentos ou
sintomas de doenças
aparentes)
Cortesia com o
usuário por parte
do funcionário
Agilidade dos
funcionários
Atenção do
funcionário com o
usuário
REITOR
Prof. PAULO AFONSO BURMANN
VICE-REITOR
Prof. PAULO BAYARD DIAS GONÇALVES
1 IDENTIFICAÇÃO
- Coordenação:
Equipe do RU: Gilson Luiz Silveira Bichueti (diretor); Loriane P. Brondani (vice-
diretora); Ana Paula Haas Kretzmann; Camila Costa Gressler; Marizete O. de
Mesquita; Sonia Elisa Kuhn; Tiane Tambara Simões.
134
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
Promover atualização sobre Boas Práticas de Manipulação dos Alimentos com todos
os colaboradores do Restaurante Universitário;
Informar sobre a importância das Boas Práticas na produção e distribuição de refeições
seguras;
Abordar sobre Doenças Transmitidas por Alimentos;
Motivar para importância e responsabilidades da profissão de manipulador de
alimentos;
Apresentar condutas de atendimento aos usuários;
Apresentar os objetivos da preparação técnica dos alimentos e dicas para aperfeiçoar o
preparo dos alimentos.
136
4 METODOLOGIA
5 PROGRAMA
DIA 20/11
14h às 16h – Palestra sobre Boas Práticas nas rotinas de serviço; Doenças Transmitidas por
Alimentos; Necessidades, habilidades e competências entre profissionais de Alimentação
Coletiva e Atendimento ao Público para copeiros responsáveis pelo setor da copa, auxiliares
de serviços gerais de limpeza e operadoras de máquina de lavar roupa.
DIA 24/11
14h às 16h – Palestra sobre Boas Práticas nas rotinas de serviço; Doenças Transmitidas por
Alimentos; Necessidades, habilidades e competências entre profissionais de Alimentação
Coletiva e Atendimento ao Público para recepcionistas, copeiros responsáveis pela reposição
do buffet, entrega de sobremesa, porcionamento da carne, copeiros do café, copeiros
responsáveis pelos talheres e auxiliares de almoxarifado.
DIA 25/11
137
14h às 16h – Palestra sobre Boas Práticas nas rotinas de serviço; Doenças Transmitidas por
Alimentos; Necessidades, habilidades e competências entre profissionais de Alimentação
Coletiva e Atendimento ao Público para chefes de cozinha, copeiros e auxiliares de serviços
gerais de limpeza do Restaurante Universitário do Centro.
DIA 26/11
14h às 16h – Palestra sobre Boas Práticas nas rotinas de serviço; Doenças Transmitidas por
Alimentos; Necessidades, habilidades e competências entre profissionais de Alimentação
Coletiva e Atendimento ao Público para chefes de cozinha, copeiros e auxiliares de serviços
gerais de limpeza do Restaurante Universitário do Campus II.
DIA 28/11
14h às 16h – Palestra sobre Boas Práticas nas rotinas de serviço; Doenças Transmitidas por
Alimentos; Necessidades, habilidades e competências entre profissionais de Alimentação
Coletiva; Atendimento ao Público; Princípios para a preparação de hortaliças para copeiros
responsáveis pelo setor da pré-lavagem, pré-preparo e preparo da salada.
DIA 01/12
14h às 16h – Palestra sobre Boas Práticas nas rotinas de serviço; Doenças Transmitidas por
Alimentos; Necessidades, habilidades e competências entre profissionais de Alimentação
Coletiva; Atendimento ao Público; Princípios para a elaboração de preparações culinárias para
chefes de cozinha, auxiliares de nutrição, cozinheiros e açougueiros.
6 RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS NO PROJETO E CUSTOS
*Valor da hora/aula: R$
7 CERTIFICAÇÃO
8 AVALIAÇÃO
9 REFERÊNCIAS
Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário, em uma pesquisa. Ciente das
informações sobre a pesquisa, e aceitando fazer parte do estudo, assine ao final deste documento. Em
caso de recusa você não será penalizado (a) de forma alguma. Será garantido o anonimato das
informações a todos que participarem da pesquisa, sem qualquer tipo de identificação, e os dados
coletados serão utilizados na dissertação de mestrado da pesquisadora Tiane Tambara Simões e em
publicações em revistas especializadas da área. Em caso de dúvidas você pode consultar os
pesquisadores responsáveis: Prof°. Dr. Luis Felipe Dias Lopes e a pesquisadora Tiane Tambara
Simões.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do Projeto: Avaliação do impacto da capacitação de colaboradores na satisfação dos usuários
dos Restaurantes Universitários da UFSM.
Pesquisadores responsáveis: Tiane Tambara Simões e Prof°. Dr. Luis Felipe Dias Lopes
Contato: (55) 3220 8897
Email: tianetambara@hotmail.com/ lflopes67@yahoo.com.br
Os objetivos da pesquisa são: 1) Avaliar os impactos da capacitação de colaboradores na
satisfação dos usuários dos Restaurantes Universitários da Universidade Federal de Santa Maria; 2)
Identificar a percepção dos usuários quanto à estrutura do local, higiene ambiental, qualidade das
refeições, higiene e atitudes do manipulador do Restaurante Universitário da UFSM; 3) Capacitar os
colaboradores do Restaurante Universitário abordando os itens do instrumento utilizado na
pesquisa de satisfação com o usuário, como também alguns tópicos da resolução n° 216, de
2004, da Anvisa; 4) Avaliar se a capacitação com os colaboradores do Restaurante
Universitário produziu efeito na percepção dos usuários em relação à estrutura do local,
higiene ambiental, qualidade das refeições, higiene do manipulador do Restaurante
Universitário; 5) Verificar o percentual de adequação do Restaurante Universitário, utilizando
a Lista de Verificação em Boas Práticas para Serviços de Alimentação da portaria n°78/2009,
antes e após a capacitação dos colaboradores.
Riscos: A presente pesquisa não apresenta características como danos físicos e morais.
No entanto, você poderá sentir-se desconfortável em alguma pergunta do questionário, o qual
será aplicado. Caso isso ocorra, você poderá desistir sem nenhum prejuízo.
Benefícios: Os resultados desta pesquisa poderão ser de grande utilidade para a melhora na
prestação de serviços dos locais avaliados.
166
Eu______________________________________________________________,
RG/CPF nº_____________________________________________, abaixo assinado,
concordo em participar do Estudo intitulado “Avaliação do impacto da capacitação de
colaboradores na satisfação dos usuários dos Restaurantes Universitários da UFSM”.
Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Tiane Tambara Simões
sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e
benefícios decorrentes da minha participação.
Local e data_______________________________________________________
Nome e Assinatura do sujeito_________________________________________
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
......................................................
Tiane Tambara Simões
(Pesquisadora responsável)
CI: 7076138846
SIAPE: 1761632