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Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 5002985-43.2023.8.13.0443


em 21/12/2023 15:07:28 por JORDAN EMANUEL MARTINS RODRIGUES DOS REIS RESENDE
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- JORDAN EMANUEL MARTINS RODRIGUES DOS REIS RESENDE

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ID do documento: 10143696764
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 5027649-96.2022.8.13.0145


em 29/01/2023 20:59:20 por ORLANDO FARACI PEREIRA
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- ORLANDO FARACI PEREIRA

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ID do documento: 9710310501
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1726560 - MG (2020/0168881-4)

RELATORA : MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES


AGRAVANTE : SINDICATO DOS SERVIDORES PUBLICOS DO MEIO AMBIENTE
NO ESTADO DE MINAS GERAIS - SINDSEMA - "AMICUS
CURIAE"
ADVOGADOS : SARAH CAMPOS - MG128257
ALEXANDRE MARTINS GERVÁSIO - MG130521
LUISA SANTOS PAULO - MG196542
MAYARA MAZZONI RODRIGUES - MG179089
BARBARA CRISTINA MACEDO SANTOS - MG143834
AGRAVANTE : SINDICATO DOS FISCAIS AGROPECUARIOS ESTADUAIS E
FISCAIS ASSISTENTES AGROPECUARIOS ESTADUAIS DE
MINAS GERAIS - SINDAFA/MG - "AMICUS CURIAE"
ADVOGADO : ITALO SOUZA NICOLIELLO E OUTRO(S) - MG073013
AGRAVANTE : SINDICATO DOS SERVIDORES DA TRIBUTACAO,
FISCALIZACAO E ARRECADACAO DO ESTADO DE MINAS
GERAIS SINFFAZFISCO - "AMICUS CURIAE"
ADVOGADO : ALEXANDRE MARTINS GERVÁSIO - MG130521
AGRAVADO : ESTADO DE MINAS GERAIS
PROCURADOR : VALMIR PEIXOTO COSTA E OUTRO(S) - MG091693
INTERES. : SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SERVICO PUBLICO DO
ESTADO DE MINAS GERAIS - SINDPUBLICOS-MG - "AMICUS
CURIAE"
ADVOGADOS : VANIA REGINA DE ARAUJO GONDIM - MG067655
CARLA ROSSI CRUZ - MG082824
INTERES. : SINDICATO DOS SERVIDORES DA P CIVIL DO EST MINAS
GERAIS - "AMICUS CURIAE"
ADVOGADOS : FELIPE LECIO OLIVEIRA CATTONI DINIZ - MG129254
BRUNO REIS DE FIGUEIREDO - MG102049
INTERES. : SINDICATO DOS AUDITORES FISCAIS DA RECEITA ESTADUAL
FISCAIS E AGENTES FISCAIS DE TRIBUTOS DO ESTADO DE
MINAS GERAIS - SINDIFISCO/MG - "AMICUS CURIAE"
ADVOGADO : HUMBERTO LUCCHESI DE CARVALHO E OUTRO(S) -
MG058317
INTERES. : NEIDE MARIA FERREIRA
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M

DECISÃO

Cuida-se de tutela de urgência apresentada pelo ESTADO DE MINAS


GERAIS, em que se requer a concessão de efeito suspensivo ao agravo em recurso

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Documento eletrônico VDA29541038 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): JORGE MUSSI Assinado em: 27/07/2021 19:16:04
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especial interposto, em razão da decisão prolatada pelo Tribunal de Justiça do Estado
de Minas Gerais, nos autos n. 1.0000.16.049047-0/011.

Em suma, alega que (fls. 2391-2407):

Data venia, não se pode admitir que o


Judiciário, em sentido diametralmente
oposto ao que se decidiu até então o
egrégio TJMG na Tese de IRDR, afaste a
trava temporal e adentre no mérito da
avaliação dos demais requisitos.
[...]
Redobrando pedidos de vênia, é
inconcebível que uma decisão tenha sido
fixada em IRDR, sem trânsito em julgado,
integrando a fundamentação do voto
condutor do acórdão o critério de
aplicação da Tese (tanto que os
Sindicatos recorreram), e, ainda assim, o
Poder Judiciário prossiga nos
julgamentos, quando os processos
deveriam estar parados, pois os recursos
especial e extraordinário são dotados de
efeito suspensivo ex lege. E ainda
decidindo de diametralmente oposta à
Tese provisória.
[...]
Nesse tocante, imperioso esclarecer:
ainda que se admitisse o absurdo de
análise dos requisitos em debate pelo
Poder Judiciário, o ato de promoção tem
caráter absolutamente administrativo, em
especial porque envolve a ponderação de
outros aspectos, como exemplo, a
observância das normas previstas na Lei
de Responsabilidade Fiscal, que jamais
pode ser ignorada. Daí a exigência de
aprovação de órgãos de controle interno
da programação e execução orçamentária
ser também requisito inafastável, como
expresso ao final do voto condutor do
acórdão, trecho acima transcrito.
Todo este verdadeiro caos instaurado e
até aqui narrado desaguou em uma
situação ainda mais inusitada.
[...]
a) seja expressamente aclarada a matéria
e determinada pela E. Ministra Relatora a
SUSPENSÃO de todos os processos em
curso no Estado relativos à matéria
“promoção por escolaridade adicional”, na
situação em que se encontram, em
qualquer fase processual, incluídos
cumprimento de sentença, se
fundamentados em título executivo

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proferido desconsiderando a suspensão
ex lege (ressalvados apenas aqueles
processos transitados em julgado
anteriormente à admissão do IRDR);

O Tribunal a quo, sobre o juízo de admissibilidade do recurso especial,


decidiu no seguinte sentido (fl. 490):

Como se vê, a Turma Julgadora entendeu


estar patente que o IRDR deveria
abranger todos os critérios previstos no
decreto, entre eles a aprovação pela
CCGPGF, tendo aplicado o entendimento
jurídico que considerou coerente para a
causa já posta sob julgamento.
A pretensão recursal encontra óbice na
jurisprudência do Tribunal ad quem,
segundo a qual, uma vez postos os fatos
sob julgamento, se o julgador os examina
emitindo o seu entendimento jurídico para
a causa, não há afronta ao princípio da
não surpresa.
[...]
No que se refere à pretensa análise das
prerrogativas da CCGPGF e de eventual
discricionariedade concedida à
Administração, salta aos olhos que a
pretensão recursal não está
prequestionada.
[...]
Como se vê, o acerto judicial a que
chegou a Turma Julgadora prescindiu da
exegese da insurgência quanto a esses
pontos, haja vista que, para o deslinde da
controvérsia, foi empregado fundamento
prejudicial às teses sustentadas pelo
recorrente, as quais foram expressamente
consideradas não integrantes do objeto do
IRDR, ficando, desse modo, imunes da
indispensável análise, cuja ascensão à
Instância superior se objetiva nesta
oportunidade, carecendo, assim, o
especial interposto do indeclinável
prequestionamento.
[...]
Quanto ao aventado dissídio, o recurso é
manifestamente inadmissível, haja vista
não conter em seu bojo nenhuma decisão
hábil a configurar divergência
interpretativa entre tribunais, tendo se
prestado o recorrente apenas a citar o
modo como entende que tem caminhado
a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça e trazer a referência de alguns
julgados daquela Corte, deixando,
portanto, de demonstrar a divergência de

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forma inequívoca com o confronto dos
trechos dos julgados configuradores do
dissenso.

É, no essencial, o relatório. Decido.

De acordo com o art. 300 do CPC, a tutela de urgência será concedida


quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo. Ou seja, o deferimento do pedido de tutela
provisória de urgência exige a presença simultânea de dois requisitos autorizadores: o
fumus boni iuris, caracterizado pela relevância jurídica dos argumentos apresentados
no pedido, e o periculum in mora, consubstanciado na possibilidade de perecimento do
bem jurídico objeto da pretensão resistida.

De toda sorte, não obstante a fundamentação sustentada pela parte


requerente, o fato é que seu exame encontra-se atrelado ao próprio mérito do recurso
especial, e, diante na natureza satisfativa do pleito, sua análise pormenorizada
compete ao colegiado, não sendo, pois, passível de exame/concessão em sede de
cognição sumária.

Na espécie, a parte requerente deixou de demonstrar o periculum in mora,


não tendo desenvolvido nenhuma argumentação sobre a necessidade concreta e
urgente de concessão do efeito suspensivo ao recurso interposto, que justifique a
atuação em regime de plantão.

Nesse sentido, trago à colação o seguinte precedente jurisprudencial:

AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS


DE DECLARAÇÃO EM TUTELA DE
URGÊNCIA - PRETENSÃO VOLTADA À
ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO
A RECURSO ESPECIAL INADMITIDO NA
ORIGEM, A SER REMETIDO A ESTA
CORTE NA FORMA DE ARESP -
DECISÃO MONOCRÁTICA QUE
INDEFERIU A TUTELA PROVISÓRIA -
AUSENTES OS REQUISITOS DO
FUMUS BONI JURIS E DECISÃO
TERATOLÓGICA OU CONTRÁRIA À
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE -
FORTE PROBABILIDADE DE NEGATIVA
DE SEGUIMENTO AO RECURSO
ESPECIAL - INSURGÊNCIA RECURSAL
DOS REQUERENTES.
1. A concessão da medida cautelar para
conferir efeito suspensivo a recurso
inadmitido na origem é excepcional e
pressupõe a aferição da existência de
decisão teratológica ou
manifestamente contrária à
jurisprudência deste Superior Tribunal
de Justiça, somada à demonstração
dos requisitos da viabilidade do apelo
nobre e plausibilidade do direito

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Documento eletrônico VDA29541038 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
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invocado, e do perigo da demora.
2. A probabilidade de negativa de
seguimento do recurso especial
demonstra a ausência do fumus boni
iuris, requisito imprescindível ao
deferimento da tutela de urgência.
3. Não se tratando de decisão teratológica
ou manifestamente contrária à
jurisprudência desta Corte, bem assim
ausente a demonstração da plausibilidade
do direito invocado, requisito
imprescindível ao cabimento da pretensão
cautelar, impõe-se o seu indeferimento.
4. Agravo interno desprovido.
(AgInt nos EDcl na Pet 11773/SP, Relator
Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, DJe
de 17/08/2017, grifo meu).

Ante o exposto, indefiro o pedido de tutela provisória de urgência.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília, 27 de julho de 2021.

MINISTRO JORGE MUSSI


Vice-Presidente, no exercício da Presidência

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