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Especial nº 1.989.089/MT
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.989.089 - MT (2021/0344755-3)
ACÓRDÃO
Documento: 2157764 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2022 Página 2 de 6
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA
Relatora
Exma. Sra. Ministra NANCY ANDRIGHI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. EDUARDO KURTZ LORENZONI
Secretária
Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ENCO ENGENHARIA COMÉRCIO LTDA - MICROEMPRESA
ADVOGADOS : CARLOS REZENDE JÚNIOR - MT009059
JACKSON NICOLA MAIOLINO - MT017147
DANIELE IZAURA DA SILVA CAVALARI REZENDE - MT006057
RECORRIDO : MANOEL RIBEIRO DE MATOS JUNIOR
RECORRIDO : MARCELO MALDONADO RODRIGUES
RECORRIDO : ERIKA CAMARGO GERHARDT
RECORRIDO : FLAVIO BRUNO AMANCIO VALE FONTENELE
RECORRIDO : JOÃO CLOSS JÚNIOR
ADVOGADOS : GUSTAVO HENRIQUE CARVALHO SCHIEFLER - SP350031
MICHAEL RODRIGO DA SILVA GRAÇA - MT018970O
RODRIGO TERRA CYRINEU - MT016169
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do Sr. Ministro Presidente para a Sessão do dia 26/04/2022."
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.989.089 - MT (2021/0344755-3)
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE : ENCO ENGENHARIA COMÉRCIO LTDA - MICROEMPRESA
ADVOGADOS : CARLOS REZENDE JÚNIOR - MT009059
JACKSON NICOLA MAIOLINO - MT017147
DANIELE IZAURA DA SILVA CAVALARI REZENDE - MT006057
RECORRIDO : MANOEL RIBEIRO DE MATOS JUNIOR
RECORRIDO : MARCELO MALDONADO RODRIGUES
RECORRIDO : ERIKA CAMARGO GERHARDT
RECORRIDO : FLAVIO BRUNO AMANCIO VALE FONTENELE
RECORRIDO : JOÃO CLOSS JÚNIOR
ADVOGADOS : GUSTAVO HENRIQUE CARVALHO SCHIEFLER - SP350031
MICHAEL RODRIGO DA SILVA GRAÇA - MT018970O
RODRIGO TERRA CYRINEU - MT016169
RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
Todavia, em 2014, os autores foram notificados extrajudicialmente
acerca da revogação dos poderes que lhe haviam sido outorgados pela ré.
Sentença: julgou improcedente o pedido, com base no fundamento
segundo o qual o contrato é nulo, já que celebrado por quem não detinha poderes
para tanto, e não ficou comprovado o efetivo valor dos honorários contratuais
convencionados.
Acórdão: deu provimento à apelação interposta pelos recorridos, nos
termos da seguinte ementa:
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.989.089 - MT (2021/0344755-3)
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE : ENCO ENGENHARIA COMÉRCIO LTDA - MICROEMPRESA
ADVOGADOS : CARLOS REZENDE JÚNIOR - MT009059
JACKSON NICOLA MAIOLINO - MT017147
DANIELE IZAURA DA SILVA CAVALARI REZENDE - MT006057
RECORRIDO : MANOEL RIBEIRO DE MATOS JUNIOR
RECORRIDO : MARCELO MALDONADO RODRIGUES
RECORRIDO : ERIKA CAMARGO GERHARDT
RECORRIDO : FLAVIO BRUNO AMANCIO VALE FONTENELE
RECORRIDO : JOÃO CLOSS JÚNIOR
ADVOGADOS : GUSTAVO HENRIQUE CARVALHO SCHIEFLER - SP350031
MICHAEL RODRIGO DA SILVA GRAÇA - MT018970O
RODRIGO TERRA CYRINEU - MT016169
EMENTA
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.989.089 - MT (2021/0344755-3)
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE : ENCO ENGENHARIA COMÉRCIO LTDA - MICROEMPRESA
ADVOGADOS : CARLOS REZENDE JÚNIOR - MT009059
JACKSON NICOLA MAIOLINO - MT017147
DANIELE IZAURA DA SILVA CAVALARI REZENDE - MT006057
RECORRIDO : MANOEL RIBEIRO DE MATOS JUNIOR
RECORRIDO : MARCELO MALDONADO RODRIGUES
RECORRIDO : ERIKA CAMARGO GERHARDT
RECORRIDO : FLAVIO BRUNO AMANCIO VALE FONTENELE
RECORRIDO : JOÃO CLOSS JÚNIOR
ADVOGADOS : GUSTAVO HENRIQUE CARVALHO SCHIEFLER - SP350031
MICHAEL RODRIGO DA SILVA GRAÇA - MT018970O
RODRIGO TERRA CYRINEU - MT016169
VOTO
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tríplice identidade: mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido.
III. Na espécie, a recorrente argumenta que a questão debatida
nestes autos já foi solucionada em outro processo em que figuravam as mesmas
partes, cujo acórdão transitou em julgado.
IV. Conforme colhe-se dos autos, houve mesmo outra ação de
cobrança de honorários advocatícios envolvendo as mesmas partes, na qual o
Tribunal local decidiu não ser cabível o arbitramento de honorários, porque
caracterizava alteração extemporânea do pedido.
V. Todavia, como sublinhado no acórdão recorrido, “apesar de
possuir as mesmas partes, tem objeto completamente distinto do quanto discutido
nesse feito, haja vista que naqueles autos o autor [ora recorrido] buscava o
recebimento de honorários advocatícios por ter laborado em demandas na
Comarca de Várzea Grande/MT, enquanto no presente feito defende o labor
prestado em demandas na Comarca de Cáceres/MT e Rio Branco/MT” (e-STJ, fl.
3313).
VI. Dessa forma, ausente a tríplice identidade, não há que se falar
em violação aos arts. 502, 503, 505, 506 e 507 do CPC/2015.
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que, sendo o objeto da causa o pedido do autor, não pode o juiz decidir fora dele”
(THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, vol. I, 55ª ed.,
Rio de Janeiro: Forense, 2014, pág. 559). É, também, consequência do direito ao
contraditório, já que deve ser assegurada à parte a oportunidade de manifestar-se
sobre todas as questões capazes de influir na decisão.
IX. Tal princípio está consagrado no art. 141 do CPC/15, e pode ser
decomposto em pelo menos duas regras: a) “o conflito de interesses que surgir
entre duas pessoas será decidido pelo juiz não totalmente, mas apenas nos limites
que elas o levarem ao processo” (BARBI, Celso Agrícola. Comentários ao Código de
Processo Civil. Vol. 1. 14ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, pág. 403); e b) o juiz
não pode “conhecer de questões não suscitadas, a cujo respeito a lei exige
iniciativa das partes” (Idem, ibidem, pág. 404). O art. 492 do mesmo diploma legal
serve de complementação ao estabelecer que “é vedado ao juiz proferir decisão de
natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior
ou em objeto diverso do que lhe foi demandado”.
X. As ressalvas a essas duas regras, que correspondem à atuação
de ofício do magistrado, são excepcionais e estão previstas de forma expressa no
texto legal. Assim, caso o juiz ultrapasse os limites do pedido e não se trate de
hipótese excepcionada pela lei, a decisão será proferida com error in procedendo,
caracterizando-se como ultra ou extra petita.
XI. Conforme elucida a doutrina, na decisão extra petita “o
magistrado deixa de analisar algo que deveria ser apreciado e examina outra coisa
em seu lugar” (DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 2. 11. ed.
Salvador: JusPodivm, 2016, p. 368). Ou seja, o julgador se afasta da pretensão
deduzida pelo autor, “caracterizada como expressão de uma aspiração ou desejo e
acompanhada do pedido de um ato jurisdicional que a satisfaça” (DINAMARCO,
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Cândido Range. Instituições de Direito Processual Civil. Vol I. Malheiros: São Paulo,
2001, p. 214).
XII. Acerca do tema, a jurisprudência desta Corte Superior é no
sentido de que não há que se falar em julgamento extra petita quando o
provimento jurisdicional é decorrência lógica do pedido, compreendido como
corolário da interpretação lógico-sistemática das alegações constantes da petição
inicial (REsp 1.255.398/SP, Terceira Turma, DJe de 30/05/2014; AgInt no AREsp
1.697.837/SP, Quarta Turma, DJe 13/04/2021; AR 3.751/PR, Segunda Seção, DJe
08/04/2019).
XIII. Nesse contexto, é imprescindível delimitar a natureza jurídica
da presente ação, a fim de avaliar se o acórdão impugnado vulnerou os arts. 141 e
492 do CPC/2015.
XIV. Consabidamente, “os honorários convencionais são aqueles
estabelecidos por meio de contrato entre o advogado e o seu cliente. Os
honorários arbitrados decorrem de pronunciamento judicial, que é necessário na
hipótese de inexistência de avença escrita entre o advogado e o seu cliente (art. 22,
§ 2º, do EOAB)” (GONÇALVES, Sandra Krieger. A ação de arbitramento de
honorários advocatícios no Novo Código de Processo Civil. In: DIDIDER JR., Fredir
[et. al.]. Honorários Advocatícios. 2ª ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 950).
XV. Dito de outro modo, enquanto a ação de cobrança de
honorários funda-se na existência de acordo prévio acerca dos honorários
advocatícios, “a ação de arbitramento de honorários é prevista no art. 22, § 2º, do
Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94), para a hipótese de 'falta de estipulação ou
de acordo' quanto aos honorários, uma norma supletiva, portanto” (REsp
1541031/RJ, Terceira Turma, DJe 05/09/2016, p. 67).
XVI. Na hipótese em julgamento, os recorridos fundamentaram sua
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pretensão na existência de contrato verbal pactuado com a recorrente, por meio
do qual “fora estabelecido que pelos serviços prestados pagaria a título de
honorários a importância correspondente a 5% (cinco por cento) do valor bruto
apurado quando da respectiva liquidação das verbas pretéritas” (petição inicial, e-
STJ, fl. 13). Argumentaram, ademais, que, no curso da relação negocial, a viúva e
inventariante do espólio do ex-sócio gerente da sociedade recorrente assinou os
instrumentos contratuais, formalizando a relação contratual.
XVII. Destacou-se, na inicial, que “nos contratos firmados entre
REQUERENTES e REQUERIDA, resta estabelecido que (ver docs. 1649 a 1655):
XXII. Por sua vez, o pedido foi formulado nos seguintes termos:
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XXIV. Diante de tais delineamentos, é evidente que a pretensão
nunca foi de arbitramento judicial de verba honorária, mas sim de cobrança de
honorários alegadamente convencionados. É dizer, está-se diante de ação
ordinária de cobrança e não de ação de arbitramento de honorários.
XXV. Nesse sentido foi a conclusão adotada pelo juízo de primeiro
grau, in verbis:
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III. Conclusão
XXIX. Forte nessas razões, CONHEÇO do recurso especial e DOU-LHE
PARCIAL PROVIMENTO, para restabelecer a sentença, inclusive no que concerne à
distribuição dos ônus sucumbenciais.
XXX. Ante o resultado do julgamento, deixo de aplicar o disposto no
art. 85, § 11, do CPC/2015.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA
Relatora
Exma. Sra. Ministra NANCY ANDRIGHI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ROGÉRIO DE PAIVA NAVARRO
Secretária
Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ENCO ENGENHARIA COMÉRCIO LTDA - MICROEMPRESA
ADVOGADOS : CARLOS REZENDE JÚNIOR - MT009059
JACKSON NICOLA MAIOLINO - MT017147
DANIELE IZAURA DA SILVA CAVALARI REZENDE - MT006057
RECORRIDO : MANOEL RIBEIRO DE MATOS JUNIOR
RECORRIDO : MARCELO MALDONADO RODRIGUES
RECORRIDO : ERIKA CAMARGO GERHARDT
RECORRIDO : FLAVIO BRUNO AMANCIO VALE FONTENELE
RECORRIDO : JOÃO CLOSS JÚNIOR
ADVOGADOS : GUSTAVO HENRIQUE CARVALHO SCHIEFLER - SP350031
MICHAEL RODRIGO DA SILVA GRAÇA - MT018970O
RODRIGO TERRA CYRINEU - MT016169
SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr. JACKSON NICOLA MAIOLINO, pela parte RECORRENTE: ENCO ENGENHARIA
COMÉRCIO LTDA
Dr. GUSTAVO HENRIQUE CARVALHO SCHIEFLER, pela parte RECORRIDA: MANOEL
RIBEIRO DE MATOS JUNIOR
Dr. RODRIGO TERRA CYRINEU, pela parte RECORRIDA: ERIKA CAMARGO GERHARDT
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Terceira Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso especial, nos
termos do voto da Sra. Ministra Relatora.
Documento: 2157764 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2022 Página 17 de 6
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Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva (Presidente),
Marco Aurélio Bellizze e Moura Ribeiro votaram com a Sra. Ministra Relatora.
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