Você está na página 1de 12

Intro: Matrix e a incapacidade do homem de encontrar sentido

Ilustrar como o Matrix propõe que vivemos em uma prisão ilusória controlada pelo sistema e
que libertar-se é desacreditar que aquilo que nos dizem é verdade e começar a moldar o
mundo de acordo com o que nós cremos, não com aquilo que nos dizem ser verdade. Isso nos
leva ao mundo real.

O problema é que este mundo real é a mesma coisa que o anterior, a mesma vida vazia e sem
sentido é agora vivida no mundo real. Com a diferença que, no filme, o mundo real é miserável
e imundo. Eles se libertaram mas, ainda que conseguissem vencer as máquinas e libertar a
humanidade, a situação seria igual pois eles viveriam numa versão piorada da Matrix com a
única diferença que agora os mecanismos de opressão só seriam diferentes.

O mesmo dizem os pós-modernos: Tudo é controle opressivo, devemos desconstruir,


combater. Eles, teoricamente, trazem uma diferença, no entanto. Já não creem que haja algo
como sentido ou que nesta libertação haja uma promessa melhor depois. O homem se
desvencilha dos mecanismos de opressão e cai numa total falta de sentido. Este é o sentido da
vida segundo eles: Não há sentido e o pecado a ser combatido é tentar criar sentido.

Qualquer tentativa do ser humano de sozinho tentar libertar-se das prisões que o cercam
termina levando-o para uma prisão mais profunda. Pois, no final, a prisão verdadeira é aquilo
que o cerca, mas aquele que ele olha no espelho todas as manhãs.

Transição:

Ezequiel 33:10- “Visto que as nossas transgressões e os nossos pecados estão sobre nós, como
um grande peso de culpa, e estamos desfalecendo por causa de tantos erros. Como, então,
viveremos?”

Apresentação da proposta:

1 Co 4:9 “Porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens.”

“O mundo é um teatro; os atores, seus habitantes, estão se preparando para fazer parte no
último grande drama.” Ev 622

Jo 1:1,4,5:

1No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 4A vida estava nele
e a vida era a luz dos homens. 5A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram
contra ela.

Proposta: Há um sentido para a vida e este sentido é revelado em Cristo. Se a sua vida está em
trevas, Cristo é Luz. Se você está perdido, Cristo te encontra. Se você quer libertação, Cristo é o
Messias.

Para entendermos melhor o tema, todas as mensagens serão baseadas na metáfora utilizada
pela irmã White: O mundo é um teatro, seus habitantes são os atores e a vida é o grande
drama. Vou tomar a liberdade de ligar isto com o texto de Paulo e fazer uma mudança: O
mundo é um teatro, seus habitantes são os atores e nossa vida é o espetáculo.

Nossa vida é o espetáculo


A mensagem de hoje será dividida em três partes onde: Entenderemos 1- que o mundo é um
teatro, veremos 2- a centralidade de Cristo no drama e aprenderemos 3- porque nossa vida é o
espetáculo

Desenvolvimento:

 O mundo é um teatro
a. A maldição do pecado
i. Morte

Ilustração: Tudo é névoa, nada sacia: A palavra névoa como algo que tem uma forma definida
e nos movemos em direção a, mas quando chegamos e agarramos esse algo ele se esvai pois
apenas é névoa.

Tg 4:14Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina
que aparece por instante e logo se dissipa.

Ideia: O pecado tirou a eternidade das coisas e tornou tudo em névoa. Resumiu a vida numa
busca, nunca um encontro. O encontro é sempre um desencontro pois quando se encontra, o
que é encontrado logo se esvai. Um coração que é criado para a eternidade não consegue
viver com o que é finito. A nota tônica de Eclesiastes é que as coisas terrenas não saciam. Não
porque não são prazerosas, mas porque são efêmeras. A morte tira o sentido da vida.

ii. Separação de Deus

Ilustração: Um concerto aparentemente memorável mas onde não se escuta nenhum som
pois todos os presentes são surdos

Um concerto onde estão ali os melhores músicos e o melhor regente. As pessoas se juntam
aos milhares para assistir a mais bela das obras.

Começa a apresentação!

O regente passa emoção poderosa à orquestra e a rege com maestria. Os músicos parecem
nascidos para tocar. Os instrumentos parecem uma extensão de seu corpo. Conhece-los com
maestria foi o trabalho de sua vida. Eles parecem tocar com a alma.

O público parece extasiado pela beleza da apresentação. Não se ouve um sussurro. Todos
olham atentamente e passam a impressão de sentir a música em sua total profundidade.
Lágrimas escorrem dos olhos de alguns.

Termina a peça. O público aplaude incansavelmente. A orquestra celebra e se curva com o


regente em gratidão.

Foi uma noite perfeita. Com apenas um detalhe. Não se escutou nenhum som. Todos eles
eram surdos.

Ideia: O mundo sem Deus é como um concerto musical sem som. A peça central não está lá e
todo o resto fica sem sentido.

De repente, toda a beleza da apresentação se tornou em hipocrisia, para não dizer loucura.
Não há como haver música e todos as emoções que ela provoca sem que haja som. Não há
como contemplar o horizonte se não há visão. Não há como sentir o poder de um abraço se
não há tato. Sem os sentidos o mundo perde sentido.
Há um sexto sentido porém que o pecado tirou de nós. Sem ele, todos os outros sentidos são
apenas meio sentidos. Todo deleite é apenas meio deleite. Toda alegria é parcial. Sem ele,
somos surdos para o espetáculo da vida. Sim, falo do sentido da presença de Deus. Deus está
presente. A vida é o maior dos espetáculos. Mas o pecado nos separa de Sua presença; nos
ensurdece para o show.

Transição: Toda aquela cena do concerto beira a teatro. Todos fingindo escutar quando de
fato não escutam. Expressando emoções que na verdade não sentem. Sendo algo que em
verdade não são. Não é o mundo a mesma coisa?

b. O teatro do mundo
i. Um teatro de ilusões

Ilustração: O falso vestido que só os inteligentes podiam ver e todos fingiram ver quando
não havia nada.

Ideia: Satanás nos cega para a realidade e nos leva a acreditar em um mundo ilusório.

“o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a
luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” 2 Co 4:4

Satanás tem é o diretor da peça

Satanás é o pai da mentira e o mundo é seu filho. O pecado separou o homem de Deus e ele
desesperado por encontrar um rumo mas separado do único que é capaz de saciar-lhe, torna-
se presa fácil nas mãos do enganador.

(Texto de que nós damos muito pouco valor ao fato de termos um inimigo poderoso)

1 Jo 5:19 “Todo o mundo jaz no maligno.”

Satanás têm o controle do mundo. Se aqueles “tecelões” foram astutos e conseguiram


enganar um povo. Satanás é muito mais astuto e poderoso, tendo sob seu engano todo o
mundo. Ele é o diretor do teatro do mundo.

A peça: Mil enganos

A peça: mil enganos para saciar o eu. O mundo é um mundo louco. Todos correndo para lá e
para cá. Lutando pelo que acham ser seus sonhos. Vendo todos aparentemente realizados e se
esforçando para parecer igual. Ainda que, por trás do aparente sorriso, a realidade seja dor,
vazio e desespero.

Pensamos que a idade vai melhorar a situação mas o que vemos são os traumas e as crises se
tornarem mais e mais profundas. Por trás de uma aparente calma na idade adulta, há na
realidade apatia. Cansados de ferir-se, a melhor solução é fechar-se e deixar de se preocupar
(como se isso fosse realmente possível).

Olhamos para aqueles nossos exemplos de sucesso e sentimos que o que falta para nos
sentirmos realizados é ser como eles. É claro que cada um têm seu exemplo de sucesso:

 O que vivem de renda


 Os que são superprodutivos
 Os que tem os parceiros mais bonitos
 Os que são desejados por todos
 Os que têm muito conhecimento
 Os que vivem do youtube
 Os que vivem de jogos
 Os que são livres e vivem de viajar e conhecer o mundo
 Os que vivem de sexo livre e festas
 Os que são poderosos
 ...

Cada um tem seu exemplo de sucesso. Cada um têm seu tecido invisível que só os tops
podem ver. Na verdade, estão todos perdidos vendo nada além de neblina mas com medo de
serem os únicos que veem apenas neblina.

“vaidades de vaidades, diz o sábio, tudo é vaidade.” Esta é a peça que apresenta o mundo, um
teatro de ilusões onde nossa identidade está nas máscaras que vestimos.

ii. Um teatro de trevas

Ilustração: Numa escola de artes plásticas, um aluno se dedicava com esmero a aprender as
técnicas de pintura.

Seu professor era o melhor da escola. Todos os outros o haviam elegido como o mais capaz e
criativo dos pintores, com a melhor técnica. Ele não aceitava menos que a perfeição.

O aluno estava pintando o quadro e o professor lhe dizia: falta mais cor. Pense nos Cárpatos
quando for fazer as montanhas. Mais leveza nas mãos, está borrando a tinta. O aluno se
esforçou e, segundo o professor, havia melhorado muito a técnica. Disse que sua melhor
pintura, as tranças do sem pelos, era digna de ser exposta no Louvre.

O professor leva o pedido ao chefe da escola e ele, analisando um punhado de riscos


desconexos numa tela de papel diz: “O Louvre é muito pequeno para a grandeza da obra.
Melhor é a expormos aqui. Somente aqui há gente capaz de aprecia-la em sua profundidade.”

Professor e aluno assentiram satisfeitos, voltaram para o seu quarto e, com a indicação dos
enfermeiros, tomaram o seu Zyprexa. A escola era na verdade um manicômio e ambos eram
cegos.

Ideia: Is 46:6,7- “Alguns derramam ouro de suas bolsas e pesam prata na balança; contratam
um ourives para transformá-lo num deus, inclinam-se e o adoram. Erguem-no ao ombro e o
carregam; põem-no de pé em seu local, e ali ele fica. Daquele local não consegue se mexer.
Embora alguém o invoque, ele não responde; é incapaz de salvá-lo de seus problemas.”

O mundo é feito de cegos guiando cegos. Todos perdidos mas indicando aos outros o caminho
a tomar. Cada um envolvendo o outro em sua loucura. Todos correndo mas nunca chegando
em nenhum lugar. Certos de que é melhor correr que ficar parado pois, em movimento, pelo
menos o corpo esquenta.

Todos se escondem atrás de suas máscaras e os poucos momentos que as tiram e se olham no
espelho são tão desesperadores que eles tentam fazer de suas máscaras implantes.

Dizem que devemos ser autênticos, mas o que é ser autêntico? Como sabemos que ao tirar a
máscara que vestimos, ao olhar-nos no espelho é realmente o nosso rosto e não uma máscara
por baixo que estamos vendo? Se olharmos a fundo, nunca estamos sendo nós mesmos.
Sempre estamos imitando alguém. Nunca somos autênticos, sempre somos a reprodução de
outros. Sempre sendo aquilo que não queríamos ser, fazendo aquilo que não queríamos fazer
e parecendo realizados com tudo isso.

No final, não importa o quanto busquemos no mundo ou em nós mesmos, o teatro de ilusão
persiste. Pois o engano mais profundo não está lá fora: está em nosso próprio coração.

“Enganoso é o coração do homem.” Jr 17:9

Transição: Estamos em trevas. Presos à cegueira dos outros e de nós mesmos. Este é o teatro
das sombras. Um reino de trevas governado pelo príncipe das trevas.

Rm 7:24 “Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?”

Jo 1:3 “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.”

 Cristo e o reino da autenticidade


a. Cristo, o libertador

O homem perdido em si mesmo e incapaz de chegar a qualquer lugar devido aos enganos do
seu coração necessita de alguém não esteja perdido, que seja capaz de lhe mostrar quem ele é
e o seu propósito.

Transição: Cristo vêm para fazer isso: reconstruir a identidade e o propósito do homem.

O que é redenção: Restaurar a identidade e o propósito do homem.

Recapitulação e introdução: O homem como Imago Dei. Criado para a glória de Deus. Deus
absconditus. O homem fazendo deuses para si. Imago Dei desfigurado. Cristo mais que
Imago, Filius Dei.

 Fomos feitos à imagem de Deus. Qual era nossa identidade original? Éramos a imagem
de Deus.

O homem carrega a imagem de Deus e tem em si um princípio de equiparação onde ele se


faz mais e mais a imagem do deus a que adora.

 Fomos criados para a Glória de Deus:

Is 43:6,7- “6Direi ao norte ‘Entregue-os! ’ e ao sul ‘Não os retenha’. De longe tragam os


meus filhos, e dos confins da terra as minhas filhas; 7todo o que é chamado pelo meu
nome, a quem criei para a minha glória, a quem formei e fiz".”

Qual era o nosso propósito? Viver para a glorificar a Deus

“O homem tem no seu coração um vazio em forma de Deus”

O homem foi criado para Deus, criado para adorar. Adorar é algo tão inevitável para ele
quanto respirar.

 O homem ao pecar faz de si mesmo um fugitivo medroso e revoltado com ódio contra
Deus. O homem, como o filho pródigo, desejoso por ver-se livre do pai pediu sua
herança e foi para uma terra distante, separada de Deus.

Ao perder-se do Pai ele perdeu-se a si mesmo.

Será que você, por algum motivo justo ou injusto, não decidiu perder-se de seu pai terreno
e guarda ódio contra ele? Perder-se do pai é perder-se a si mesmo. Você sabe disso.
Quanto mais você o odeia e tenta não ser como ele, mais vivo ele fica em sua mente e mais
semelhante a tudo o que você tem ódio nele você se torna.

Perder-se do pai é perder-se a si mesmo

Talvez não valha a pena voltar para a casa do pai terreno. Alguns homens fazem apenas
filhos mas não são dignos de serem chamados de pai. Talvez você já não possa mais voltar
para a casa do pai. Mas independentemente disso você pode perdoá-lo; fazer as pazes com
ele em seu coração.

No fundo, bem no fundo; o ódio contra o pai terreno esconde um ódio contra Deus. No
fundo, no abandono e agressão quer física ou emocional do pai terreno, o você sente, na
verdade, é uma agressão e abandono de Deus.

Se você conhece a cruz, você sabe que Deus não te abandonou. Ele te amou. Você o
abandou. Ele não se perdeu de você, você fez questão de perder-se dele. Mas ele te buscou
e te encontrou. Portanto, abra-se para o perdão.

Se você não conhece a cruz, logo vamos falar dela. Ore em seu coração para que você
possa vê-la hoje.

 Separado de Deus mas incapaz de esquecê-lo o homem busca para si maneiras de


substitui-lo. Ele faz para si outros deuses que tentem supri-lo daquilo que só Deus o
pode.
 Seguindo a Satanás e colocando a criatura no lugar do criador o homem se vê num
poço de imundícia e têm a imagem de Deus em si desfigurada.

Como o pródigo ele troca a casa do pai por um chiqueiro na companhia de porcos.

Há uma diferença na história. Este pródigo não sabe voltar. Se esqueceu até que tem casa.
Já nasceu no chiqueiro e crê que a vida com os porcos é a vida de verdade. Todos vivem
como porcos.

Ainda que em seu coração ele sinta que não é dali e haja um impulso por algo mais ele não
sabe o que é pois para onde quer que olhe vê apenas porcos e lixo. O pecado fez do mundo
um chiqueiro.

Ideia: Cristo é a luz que nos mostra o caminho e liberta do eterno vaguear sem rumo

 Se estamos em trevas, Cristo é a luz


 Se não sabemos para onde ir, Cristo é o caminho
 Se tudo ilusão, Cristo é a verdade
 Se o pecado é a morte, Cristo é a vida
 Se estamos perdidos, Cristo nos encontra
 Se não temos propósito, Cristo tem
 Se não sabemos quem somos, Cristo sabe
 Se nos sentimos vazios, Cristo preenche
 Se o mundo é um chiqueiro, Cristo lança os porcos ao mar, purifica toda a lama com
água viva e nos faz relembrar da casa do pai.

Jo 14:6 “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim.”
Como Cristo faz isso?

Cristo nos mostra quem é o homem de verdade e quem é Deus. Cristo nos mostra nossa
identidade e nosso propósito. Vamos conhecer à Cristo e depois olhar para nós mesmos com
base disso

i. Filius (identidade)

Ideia: A identidade de Cristo é relacional. Ele é o filho de Deus. Isso define o seu escopo de
ação e o seu valor.

1. Não mais imagem apenas, filho

Quem é Cristo? Cristo é o filho de Deus; a expressa imagem do Pai. Ele é o amado de
Deus.

Cristo ainda não havia feito nada por seu Pai. Ele chega ao Jordão e é batizado. O Pai
então diz em alta voz “este é o meu filho amado em quem tenho muito prazer.” Antes de fazer
qualquer coisa, Ele já era o Filho amado em quem o Pai tinha muito prazer. A identidade de
Cristo não estava no que Ele fazia, mas no fato de que Ele era filho do Pai. Ela não foi
conquistada por esforço mas foi concedida livremente por amor. E não foi algo que Deus se
obrigou a fazer. Ele o fez por livre vontade. O fez por prazer.

A identidade de Cristo, portanto, não é definida por coisas exteriores, é definida pela
relação inquebrável dEle com o Pai. É definida pelo amor eterno do Pai por Ele e dEle pelo Pai.
Isso muda tudo.

a. Obediência
Ideia: Liberdade sem identidade é prisão

Por que a identidade é tão importante? Porque ela nos limita a quem nós somos. A identidade
nos diz quem nós somos e, portanto, quem nós não somos. São tantas escolhas a serem feitas
que, se não sabemos quem somos, ficamos presos no buraco negro da decisão. Somos
prostrados pelo peso das infinitas decisões que tomar e terminamos ou não chegando a lugar
nenhum, ou sentindo que tomamos a decisão errada porque não tínhamos informação o
suficiente.

Quem quis sair para um lugar diferente mas ficou comparando tantas opções no google sem
saber qual escolher e acabou indo para o mesmo lanchão de sempre ou escolheu um lugar mas
foi chateado porque sentiu que na verdade queria era ter ido em outro?

Quando eu tenho uma identidade forte eu tenho uma esfera de ação determinada. Eu sei o
que eu quero e o que eu não quero. O que eu gosto e o que eu não gosto. Eu possa olhar para
algo novo e determinar se vale a pena provar ou não.

A identidade de Cristo é Filho de Deus. Qual é a esfera de ação dEle então? A vontade do Pai.
Ele não é preso à vontade do Pai, Ele é livre na vontade do Pai. A vontade do Pai e os desejos
do coração dEle são uma mesma coisa. A vontade do Pai expressa o desejo de Cristo.

´Podemos ilustrar como algo assim: Sentimos em nosso coração o desejo por algo gelado,
refrescante, energizante e nos perguntamos o que poderia ser assim. De repente vem o Pai e
diz: Filho, eu quero que você tome este suco de laranja tirado na hora e geladinho.
O desejo de nosso coração era por um suco de laranja. A vontade do Pai era que tomássemos
um suco de laranja. O pedido dele é uma expressão do nosso verdadeiro desejo. Segui-lo não é
prisão, é liberdade.

Como vimos, hoje nosso coração não sabe dizer o que quer e engana a si mesmo. Deus sabe o
que, no fundo, realmente queremos. Quando Ele nos pede algo, não está pedindo que façamos
nada mais que realizar os desejos mais profundos de nosso coração.

Cristo então faz a vontade do Pai não porque o Pai é um tirano mas porque a vontade do Pai é
a vontade dEle. Ser filho de Deus determina o que Ele faz ou não faz. Ele conhece o caráter de
seu Pai e tudo o que condiz com este caráter é sua esfera de ação. Aquilo que não condiz vai
contra sua própria identidade e por isso Ele não faz e nem precisa fazer.

b. Ousadia

Como Filho que conhece ao Pai e faz Sua vontade, Cristo é ousado em nome do Pai.

Mc 1:40-42 “E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante


dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. 41E Jesus, movido de grande compaixão,
estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo! 42E, tendo ele dito isso, logo a lepra
desapareceu, e ficou limpo.”

Cristo não ora ao Pai perguntando se Ele podia ou não curar o leproso. Ele sequer pede. E isso
não é porque Ele faz as coisas sozinho, dEle mesmo. Tudo o que Ele faz é pelo Pai.

Jo 5:30 “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma... porque não busco a minha
vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou.”

Cristo têm essa ousadia porque conhece ao Pai e sabe que tudo o que o Pai tem é dEle.

Jo 16:15 “Tudo o que o Pai tem é meu.”

Ele então age com ousadia. Todos os tesouros do céu estão disponíveis livre e
abundantemente a Ele. A oração de Cristo é ação. Veja o acontecimento de Lázaro:

Jo 11:41-43 41Tiraram, pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças
te dou, por me haveres ouvido. 42Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isso por
causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me enviaste. 43E, tendo dito isso,
clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora.

O que Cristo pede a Deus? Não vemos nenhum pedido. Apenas uma ordem: “Lázaro, vem para
fora.” Aí está o pedido: Uma ordem ousada.

Enquanto eu estou em casa e meu pai viaja, fica na minha responsabilidade fazer o CEASA. Eu
sei que o CEASA acontece segunda, quarta e sexta. Eu escolho o melhor dia para ir, pego o
carro e vou. Compro com o dinheiro dele e compro o que eu quero e na quantidade que eu
quero (o que eu quero é uma mistura dos meus desejos + o que eu acho necessário). Eu não
comunico ao meu pai que estou indo e nem peço autorização para ir eu sei que essa é a
vontade dEle e que eu, como filho tenho, o direito de fazê-lo, tenho a liberdade de ser ousado.
Quando ele chega em casa e vê que não falta nada. Se alegra por eu ter feito a vontade dele.

Se algum dia eu saio e arranho o carro, eu fico chateado porque errei e isso vai custar algo (não
para mim, para o meu pai). Eu, no entanto, não fico com medo de que ele não vai mais me
chamar de filho ou me proibir de dirigir o carro. Minha identidade como Filho dEle não está
baseada nos meus acertos ou erros. Por isso eu tenho a liberdade de ser ousado, com
sabedoria claro, ao fazer a vontade dele.

Conclusão: A verdadeira identidade do homem é filho de Deus. O homem entra no teatro das
trevas quando abandona sua filiação e busca sua identidade em outros lugares. Perder-se do
Pai é perder-se a si mesmo.

Problemática: Cristo nos mostra que ser um homem autêntico é ser um filho de Deus
obediente e ousado. Pergunta: Quem é Deus para que eu possa saber sua vontade e ser a sua
imagem?

ii. Dei (propósito)

Ideia: Cristo é a imagem de Deus. Cristo é Deus. Ser a imagem de Deus é ser como Cristo. Fazer
a vontade de Deus é fazer o que Cristo fez. Conhecer a Cristo é conhecer a Deus.

Quando eu tento fazer um resumo sobre Cristo, dois lados de uma mesma face vem a mim:
Cristo manso e humilde, descanso e alívio para todos os cansados e oprimidos que vem a Ele.
Cristo zeloso, impassível contra qualquer tipo de opressão e falsidade.

1. Manso e humilde

2 Histórias: A mulher adúltera (Jo 8:1-11)

A cura do leproso (Mc 1:40-42)

Este é Cristo. Sabemos disso. Nosso problema é com o Pai. Achamos que Cristo é assim mas o
homem irado que julga e quer nos destruir é o Pai. Vamos a Cristo mas fugindo do Pai. Temos
medo do Pai e sentimos que ainda que Cristo não nos julgue e nos aceite quando vamos a Ele
afligidos e oprimidos, o Pai não o faz. Olhamos para o pai como alguém mesquinho, julgador,
vingativo, apático, raivoso e que nunca perdoa. Nossos pecados podem ser perdoados por
Cristo, mas nunca serão apagados da mente do Pai. Ele sempre estará com seu chicote e olhar
julgador nos mostrando nossos pecados e que temos que pagar por eles.

Podemos achar algum descanso em Cristo, mas tudo isso perde o seu valor quando olhamos
para o Pai. Porque no final, o que importa não é o que os outros dizem, mas o que o Pai diz.
Não importa se os outros me perdoaram se meu Pai me acha um fracassado.

Temos em nossa imagem a ideia de um Deus distante, egoísta, raivoso, indiferente aos nossos
sofrimentos mas que julga e cobra de todos os nossos pecados. A imagem que nós temos de
Deus é a imagem que reproduzimos em nós mesmos. E por isso vivemos em um mundo onde
impera o ódio, o egoísmo, a indiferença e o julgamento. Sempre exigimos nossos direitos,
nunca pensamos no próximo. Imaginamos que Deus seja assim. Cristo não, mas o Pai é assim,
dizemos.

Jo 14:9 “Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe?
Quem me vê a mim vê o Pai.”

Esqueça todos os pré-julgamentos que você têm contra o Pai e olhe para Cristo. Vá a Ele com
todos os seus medos, pecados, egoísmos e aflições e deixe-o aliviar seu fardo e te dar
descanso. Afogue-se em seu abraço. Quando você estiver ali, sentindo toda esta abundância
de amor e perdão, entenda que isso nada mais é que um reflexo do amor e abraço do Pai a
você. O abraço de Cristo é o abraço do Pai. As palavras Cristo são as palavras do Pai.
2. Inimigo do teatro de máscaras
a. Falsidade

Ideia: Leviandade é a falta de percepção, perspectiva e sinceridade para com a realidade


presente.

Percepção: Fazer-se presente e entender adequadamente o contexto de uma situação.

Perspectiva: Olhar para todas as coisas com um olhar de amor.

Sinceridade: Fazer de coração, não com segundas intenções

Mt 19:13,14 “Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e
orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos e não os
estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus.”

b. Opressão

Ideia: Hipocrisia é viver um engano.

Mt 23:

15Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um
prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!

Fazem grandes sacrifícios para ser vistos mas não vivem o dia a dia.

23Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do
cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a
misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!

Vivem

24Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!

25Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas
estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança! 26Fariseu cego, limpa primeiro o
interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!

27Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados,
que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda
imundícia! 28Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro,
estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.

c. Opressão
3. Manso e humilde
4. Crucificado

Tome muito cuidado quando você olha a Deus na cruz. A cruz de Cristo não se separa de seu
ministério. A cruz de Cristo não é um Deus fraco rendendo-se a maldade do mundo sendo
incapaz de fazer qualquer coisa. A cruz não é o atestar de que a opressão é inevitável e que
estamos presos a isso. A cruz não fala de prisão mas de libertação. A cruz não coloca nossa
esperança de que o reino de Cristo começará, mas que ele já começou. Cristo foi crucificado
porque não aceitou curvar-se por um momento sequer à injustiça e imundice deste mundo:

 Ele amou os que não podiam ser amados e por isso foi morto
 Ele perdoou os que eram imperdoáveis
 Ele pregou o que era impregável
 Ele tocou nos intocáveis
 Ele concedeu graça a quem só podia receber julgamento
 Ele fez a vontade do Pai, quando só podia haver a vontade dos homens
 Ele estabeleceu um novo reino quando só podia haver Roma
 Ele foi autêntico onde só se aceitavam máscaras
 Ele amou a Deus e ao próximo incondicionalmente em um mundo de desamor. Por
isso Ele foi crucificado.
Ele era a expressa imagem do Pai. A cruz nos diz que amar em um mundo de desamor leva à
cruz. Mas a cruz não é morte, é vida!

Ela não é o fim, é o começo!

O crucificado é o ressuscitado. Ele não foi morto. Ele deu a Sua vida para retomá-la.

b. O reino da autenticidade
i. Uma expansão de Cristo
ii. Sua peculiaridade
1. Visível pelos olhos da fé
2. Subverte o coração do homem

o que é o Reino de Cristo? O reino de Cristo é aquele que liberta o oprimido e se vinga do
opressor amando-o

o que é o Reino de Cristo? É um Reino fundado não sobre um trono mas sobre uma Cruz.

O que é o Reino de Cristo? é um Reino onde impera o amor e não ódio.

Que pai, com um estado mental normal, é capaz de pegar seu filho recém-nascido nos braços e
pensar outra coisa além de “este é o meu filho amado em quem tenho muito prazer”. Ainda
que o pai terreno por alguma razão não haja feito isso, o Pai celestial certamente o faz. Assim
que saímos das águas do batismo, o contrato de adoção, o Pai do céu olha para nós e diz: “Este
é o meu filho amado em quem tenho muito prazer.

Quando Cristo é batizado, uma voz sai do alto que diz: “Este é o meu filho amado em quem
tenho muito prazer.” O batismo significa novo nascimento. Cristo já era Filho, mas nós não.
Éramos criaturas, não filhos.

Agora somos filhos: “15Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para
novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual
clamamos: "Aba, Pai"

Você também pode gostar