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CAMPUS AUGUSTINÓPOLIS
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
AUGUSTINÓPOLIS - TO
2020
ISABEL CRISTINA DE OLIVEIRA SANTANA SILVA
AUGUSTINÓPOLIS - TO
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CIP) Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual
do Tocantins
Gráfico 7: Surdez............................................................................................................ 60
Foto 04: Porta do banheiro que foi alargada para atender cadeirantes/CCMVS............. 73
Tendo em vista que a Constituição da República Federativa do Brasil garante em seu texto que
deve haver igualdade de acesso e permanência para todos na escola, pesquisa-se sobre Educação
Inclusiva como Direito Fundamental: uma análise feita nas escolas públicas da rede estadual
de Augustinópolis - TO a fim compreender como é promovida a educação inclusiva nas escolas
públicas de Augustinópolis na perspectiva de direito fundamental. Para tanto, é necessário
identificar quais as escolas promovem a educação inclusiva em Augustinópolis - TO, analisar
as normativas legais usadas como fundamento para a oferta da Educação Inclusiva nas Escolas
públicas de Augustinópolis – TO, analisar as políticas públicas aplicadas no âmbito da
Educação Inclusiva com foco nas práticas dentro das Escolas Públicas de Augustinópolis e
descrever como a educação inclusiva sendo essa Direito Fundamental é ofertado nas escolas
públicas da rede estadual de Augustinópolis – TO. Realiza-se, então, uma pesquisa documental
com análise de dados das escolas da rede pública estadual da cidade de Augustinópolis e
pesquisas em sites oficiais. Diante disso, verifica-se que houve inúmeros avanços no processo
de inclusão de alunos com deficiência nos últimos anos e que o número de alunos frequentes
em escolas regulares tem aumentado de forma positiva, porém ainda se constata uma deficiência
nas estruturas físicas e na efetiva aplicação de ações positivas .
Bearing in mind that the Constitution of the Federative Republic of Brazil guarantees in its text
that there must be equal access and permanence for everyone at school, research on Inclusive
Education as a Fundamental Right: an analysis carried out in public schools in the state network
of Augustinópolis - TO in order to understand how inclusive education is promoted in public
schools in Augustinópolis from the perspective of fundamental rights. Therefore, it is necessary
to identify which schools promote inclusive education in Augustinópolis - TO, analyze the legal
regulations used as a basis for the provision of Inclusive Education in public schools in
Augustinópolis - TO, analyze public policies applied within the scope of Inclusive Education
with focus on practices within the Public Schools of Augustinópolis and describe how inclusive
education being this Fundamental Right is offered in public schools in the state network of
Augustinópolis - TO. Then, a documentary research is carried out with data analysis of public
schools in the city of Augustinópolis and searches on official websites. Given this, it appears
that there have been numerous advances in the process of inclusion of students with disabilities
in recent years and that the number of students attending regular schools has increased
positively, but there is still a deficiency in physical structures and in the effective application
positive actions
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14
2.1 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA .................................... 14
2.2.1 Educação inclusiva .......................................................................................................... 15
2.2 HISTÓRICO ....................................................................................................................... 16
2.2.1 A educação no Brasil: colônia, império e república ........................................................ 20
2.3 DAS LEIS INTERNACIONAIS ANTERIORES À DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS DO HOMEM ......................................................................................................... 27
2.4 POLÍTICAS PÚBLICAS INCLUSIVAS ........................................................................... 41
2.4.1 Destinatários da educação especial .............................................................................. 46
2.4.2 Diagnóstico da educação especial no Brasil .................................................................... 47
2.4.3 Educação inclusiva no ordenamento jurídico brasileiro .................................................. 48
3 METODOLOGIA PROPOSTA ......................................................................................... 54
3,1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. ........................................................................... 55
3.2 CENSO ESCOLAR ............................................................................................................ 56
3.3 SISTEMA DE GERENCIAMENTO ESCOLAR – SGE .................................................. 56
4. TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................................................ 56
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 82
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 85
ANEXOS ................................................................................................................................. 88
12
1 INTRODUÇÃO
nas escolas públicas de Augustinópolis -TO com um olhar voltado para a Educação Inclusiva
como Direito Fundamental.
Então, o objetivo geral da presente pesquisa é compreender como é promovida a
educação inclusiva nas escolas públicas de Augustinópolis na perspectiva de direito
fundamental.
Para tanto, foram delineados os seguinte objetivos específicos: identificar quais as
escolas e promovem a educação inclusiva em Augustinópolis - TO; analisar as normativas
legais usadas como fundamento para a oferta da Educação Inclusiva nas Escolas públicas de
Augustinópolis – TO; descrever como a educação inclusiva sendo essa Direito Fundamental é
ofertado nas Escolas Públicas de Augustinópolis – TO; e analisar as políticas públicas aplicadas
no âmbito da Educação Inclusiva com foco nas práticas dentro das Escolas Públicas de
Augustinópolis – TO.
Parte-se da hipótese que a educação inclusiva como direito fundamental promovida nas
escolas públicas estaduais de Augustinópolis ainda não atende de maneira satisfatória à
demanda de alunos matriculados como realmente deveria ser e como a legislação aplicada
preconiza, dada em alguns casos a falta de estrutura física adequada bem como profissionais
com qualificação para atendimento específico. Para tanto se faz necessário que as políticas
públicas aplicadas no âmbito da educação inclusiva consigam abarcar e incluir em todas as
esferas e chegar para todas as crianças garantindo assim esse direito fundamental que de todos
pertences.
Assim, para viabilizar o exame da hipótese, realiza-se uma pesquisa de escopo básica
estratégica, objetivo descritivo e exploratório, sob o método hipotético-dedutivo, com
abordagem qualitativa e realizada com procedimentos bibliográficos, documentais.
Será analisado as normativas legais, seu marco histórico e trajetória no ordenamento
brasileiro e como são usadas como fundamento para a oferta da Educação Inclusiva com foco
na aplicabilidade em escolas públicas. No segundo momento será realizado uma análise das
políticas públicas aplicadas no âmbito da educação inclusiva com foco nas práticas dentro das
escolas públicas de Augustinópolis. Um estudo de documentos norteadores usados nas escolas
públicas da rede estadual que orientam o trabalho do profissionais e regulam as escolas.
No momento será identificado quais as escolas que promovem a educação inclusiva em
Augustinópolis – TO, mostrando dados qualitativos e quantitativos, identificando quantos e
quais são os profissionais capacitados para ao atendimento específico bem como a situação da
estrutura física e como é feito o encaminhamento dos alunos para essas escolas que promovem
o atendimento.
14
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
Para que se possa começar a falar ou refletir a respeito de Educação Inclusiva se faz
necessário chegar a alguns conceitos e entender o seu percurso histórico e social. É necessário
além do conceito de Educação Inclusiva trazer a diferença do conceito de Educação especial.
Desde 2001, o Conselho Nacional de Educação trouxe a definição de educação especial.
Sendo essa uma modalidade de educação escolar, ou seja, um “processo educacional definido
por uma proposta pedagógica. Para que assim se configure é primordial que assegure recursos
e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar,
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns”.
Para tanto a Educação Especial também é definida pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, logo em seu capítulo V, artigo 58, como: “[...] a modalidade de educação
escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais” (BRASIL, 1996).
Para a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva
(2007):
15
Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas
e modalidades, realiza atendimento educacional especializado, disponibiliza os
recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e
aprendizagem nas turmas comuns de ensino regular.
2.2 HISTÓRICO
na educação física, fins de caráter pré-militar, mais do que esportivo, e nos aspectos jurídicos
morais.
Em uma fase mais adiantada, durante o Império, substitui a organização educacional
particular e privada para uma organização a qual o Estado interfere, morosamente sem grandes
comprometimentos, nos assuntos da educação. Destaca-se nesse período uma nova fase cultural
e educacional, é separado em duas vertentes o que se pode aprender. Uma é a da oficina de
trabalho, para onde vão os filhos dos escravos, dos servos e dos trabalhadores artesãos. Outra é
a escola livresca, para onde vai o futuro senhor e o seu mediador, o funcionário burocrata do
Estado ou de negócios particulares (BRANDÃO, 2006, p. 50).
Surge então no mundo antigo o cristianismo que se difundiu através do Império
Romano, fato esse que se deu por volta do século V e se estendeu até o século XV, iniciando
quando as cidades vão sendo lentamente desabitadas em função das invasões bárbaras e, por
conseguinte, devido à expansão muçulmana, a sociedade insegura busca abrigo nos arredores
do castelo do senhor, enfraquecendo, assim, o comércio local.
Durante a Idade Média, o rei perde seu poder pela supremacia da igreja católica, a
economia torna-se predominantemente ruralizada, há um enfraquecimento comercial, o sistema
de produção se estabelece como feudal e a sociedade torna-se hierarquizada, a partir daí inicia-
se um período turbulento na história da educação.
Por volta do século VI, a educação, tornou-se quase o monopólio dos mosteiros.
Limitavam-se à formação de eclesiásticos, sendo o ensino ministrado por qualquer sacerdote
encarregado de uma paróquia, que recebia em sua própria casa os jovens rapazes. À medida
que a nova religião se desenvolvia, passava-se das casas privadas às primeiras igrejas, daí sendo
chamada de escolas paroquiais. O ensino era reduzido aos salmos, às lições das Escrituras,
seguindo uma educação estritamente cristã.
Após o reinício do desenvolvimento do comércio e a consequente reurbanização,
surgiu a necessidade de aprender a ler, escrever e fazer operações matemáticas, indispensáveis
a vida comercial, o que propiciava aos comerciantes o enriquecimento de sua economia e a
solidificação de uma classe suscetível aos luxos e prazeres da vida. A atividade comercial foi
retomada pelos antigos servos libertos que a posteriori passariam a ser chamados de burgueses.
A nova classe propagou outro tipo de escola com professores leigos nomeados pelo Estado e
com o ensino voltado para as coisas práticas da vida, isto é, para o interesse da nova classe que
emergia – do que se conclui que a escola atende historicamente a interesses de quem a controla
(LIBÂNEO, 2003, p. 167).
20
No fim da Idade Média, a situação das escolas ressente-se das condições peculiares
à época. As guerras, a Peste Negra, as epidemias de fome, as revoltas populares, a crise
religiosa, a decadência dos costumes clericais e a imoralidade pública, refletem-se na vida
escolar de forma lamentável. Além disso, dois fatos culturais de importância assinalam esse
momento crucial das escolas nesse fim de época e nesse tempo crítico da civilização ocidental:
o surgimento do Humanismo e a invenção da Imprensa, essa última constitui a maior revolução
após a descoberta da escrita (NUNES apud MENESES, 2001, p. 50).
Tais transformações sociais exigiam do homem um domínio maior de
conhecimentos, levando-o a se lançar ao domínio da natureza desenvolvendo técnicas, artes,
estudos – matemática, astronomia, ciências físicas, geografia, medicina, biologia. Entretanto,
apesar da educação estar passando por um período de efervescência cultural, de grandes
educadores estarem empenhados com a expansão da educação, mas apesar dos avanços, a
educação das classes populares e a democratização do ensino ainda não se colocavam como
questão central. Aceitava-se facilmente a divisão entre o trabalho intelectual e o trabalho
manual. Refletindo assim a educação como um instrumento da elite, resultado da própria
divisão social.
Tal situação de descontentamento pela desproporção da divisão social era
extremamente visível principalmente na influente França do século XVIII, onde predominava
a ascensão da burguesia e o crescimento da classe do proletariado, ambas sentiam-se
exploradas. Enquanto na Alemanha, as escolas buscavam universalizar o ensino elementar, com
a educação pública, na França, na mesma época, esse tipo de educação foi puramente no plano
teórico. As classes exploradas que necessitavam trabalhar não tinham acesso à escola burguesa,
e a gratuidade da escola pública visava ao ensino de trabalhos manuais, tornando-se agencia de
formação de empregados para o comércio e a indústria. (NUNES apud MENESES, 2001, p.
55).
Nos Estados Unidos, a iniciação das escolas públicas foi inaugurada no século XIX,
e no Brasil, no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, quando principiou o
processo de industrialização no País.
aculturação dos povos indígenas, mas para a pequena nobreza um outro tipo de educação era
oferecido. Assim, índios e negros foram catequizados e os descendentes dos colonizadores
foram instruídos.
O plano legal (catequizar e instruir os índios) e o plano real se distanciam. Os
instruídos serão descendentes dos colonizadores. Os indígenas serão apenas catequizados.
Porém, os jesuítas perceberam logo a não-adequação do índio para a formação sacerdotal
católica. A catequese, do ponto de vista religioso, interessava à Companhia como fonte de
novos adeptos do catolicismo, bastante abalado com o movimento de Reforma. Do ponto de
vista econômico, interessava tanto a ela como ao colonizador, à medida que tornava o índio
mais dócil e, portanto, mais fácil de ser aproveitado como mão-de-obra.
A educação profissional (trabalho manual), sempre muito elementar diante das
técnicas rudimentares de trabalho, era conseguida através do convívio, no ambiente de trabalho,
quer de índios, negros ou mestiços que formavam a maioria da população colonial.
A elite era preparada para o trabalho intelectual segundo um modelo religioso
(católico), mesmo que muitos de seus membros não chegassem a ser sacerdotes. Eram
igualmente usados para formar jovens que realizariam estudos superiores na Europa. Isto
porque, diante do apoio real oferecido, a Companhia de Jesus se tornou a ordem dominante no
campo educacional. Fazendo que seus colégios fossem procurados por muitos que não tinham
vocação religiosa, mas que reconheciam que esta era a única via de preparo intelectual (NUNES
apud MENESES, 2001, p. 167).
Já o plano de instrução era consubstanciado na Ratio Studiorum – concentrava sua
programação nos elementos da cultura europeia –, resultando em uma orientação universalista.
Esse tipo de instrução tinha como ideal a formação do homem universal, humanista e cristão.
A educação se preocupava com o ensino humanista de cultura geral e enciclopédico. De acordo
com a orientação jesuítica, a ação pedagógica era marcada pelas formas dogmáticas do
pensamento, contra o pensamento crítico. O ensino era completamente alheio à realidade de
vida da Colônia, pois os jesuítas seguiam a orientação contida no Ratio em qualquer região por
onde atuassem.
Essa educação instruída pelos jesuítas perdurou até 1759, quando estes foram
expulsos pelo Marquês de Pombal, que tenta, enquanto ministro de Estado aplicar reformas na
educação, como forma de trazer as ideias de um programa de modernização, defendidas pelo
movimento iluminista (Inglaterra, Alemanha e França). Entre as reformas, está a instrução
pública, que traduzem, dentro do plano de recuperação nacional, a política que as condições
econômicas e sociais do país parecia reclamar. Porém, tais mudanças não chegam a representar
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uma ruptura total com a tradição, pois é percebida uma mudança mais de conteúdo que de
método.
Com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, com D. João VI no Rio
de Janeiro, o ensino realmente começou a se alterar. É instituída uma série de cursos, tanto
profissionalizante em nível médio como em nível superior, bem como militares, foram criados
no sentido de tornar o ambiente realmente parecido com o que teria de ser a Corte, cobrindo a
lacuna cujo vazio, antes oportuno, prejudicava agora os interesses do governo sediado no Brasil
(GHIRALDELLI JÚNIOR, 2008, p. 28).
Após a Independência, outorgou em seguida a primeira Constituição, a de 1824,
que apresentava traços da influência dos movimentos revolucionários na Europa desde 1789,
no que tange a direitos fundamentais como liberdade e segurança individual. Essa carta
constitucional continha um tópico específico em relação à educação, na qual consagrava o
direito a educação para todos os brasileiros, nas séries iniciais, assim como está disposto no
Capítulo III, Título 8º “Das Disposições Gerais, e Garantias dos Direitos Civis, e Políticos dos
Cidadãos Brasileiros”.
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos dos Cidadãos Brazileiros,
que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela
Constituição do Império, pela maneira seguinte.
XXXII. A Instrucção primária, e gratuita a todos os Cidadãos.
Sem a exigência de conclusão do curso primário para o acesso a outros níveis, a elite
educava seus filhos em casa, com preceptores. Outras vezes, os pais se reuniam para
contratar professores que dessem aulas em algum lugar escolhido. Portanto, sem
vinculo com o Estado (ARANHA, 2006, p. 223).
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secundário e superior para os ricos, propondo substituí-lo por uma estrutura unificada, o ensino
primário estando articulado ao secundário, oferecendo assim, maiores condições para a
democratização do ensino.
O que foi declarado no manifesto repercutiu a favor da educação na elaboração da
Constituição de 1934, que soube refletir o rico clima dos debates das elites dos anos 20 e 30.
Ampliando as atribuições da União, inclusive no campo da educação. Ficando-lhe atribuída a
competência:“Art 5º - Compete privativamente à União: XIV - traçar as diretrizes da educação
nacional”.
Também no Título I, Da Organização Federal, no Capítulo I Disposições
Preliminares, no artigo 10, atribuindo a competência concorrentemente à União e aos Estados,
no inciso VI, determina difundir a instrução pública em todos os seus graus. Porém, não se
restringiu apenas as competências. No Título IV, Capítulo II, Da Educação e da Cultura,
destina-se nove artigos a organização e manutenção da educação.
Entretanto, nem todas as propostas do manifesto foram acolhidas, pois fortes grupos
envolvidos com a educação já existentes no país resistiam às mudanças apresentadas.
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Art 130 - O ensino primário é obrigatório e gratuito. A gratuidade, porém, não exclui
o dever de solidariedade dos menos para com os mais necessitados; assim, por ocasião
da matrícula, será exigida aos que não alegarem, ou notoriamente não puderem alegar
escassez de recursos, uma contribuição módica e mensal para a caixa escolar.
Nova, para tratar do aspecto social da educação, dos deveres do Estado Democrático e da
imperiosa necessidade de não só cuidar o Estado da sobrevivência das escolas públicas, mas
igualmente assegurá-las a todos. Os educadores da velha geração, com essa consciência mais
aprofundada dos problemas relativos à realidade educacional, contam, com um contingente
maior e mais significante do que o inicial, pois agora participam também da luta, estudantes,
operários e intelectuais.
A Carta de 1946, no artigo 166 voltava a dar ênfase a educação como direito de
todos e será dada no lar e na escola. Devendo inspirar-se nos princípios de liberdade e nos ideais
de solidariedade humana. Ainda restabelecia parte dos dispositivos atinentes a educação da
Constituição de 1934, suprimidos pela Constituição de 1937. Tais como o artigo 5º, que
reafirma a competência da União em legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional; o
artigo 170 discorre sobre a responsabilidade da União em organizar o sistema federal de ensino;
artigo 168 reafirma a gratuidade do ensino primário; artigo 169, especificou os valores dos
recursos destinados a educação tal como no ano de 1934.
Nesse período, surgem prolongados debates entre os que defendiam a escola
privada, representados pelos católicos e dono de escolas particulares, e, os que defendiam a
escola pública, em torno da reforma do ensino, que teve como pano de fundo o anteprojeto da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que surgirá anos depois.
Em 20 de dezembro de 1961, é promulgada a Lei nº 4.024/61 que fixa as diretrizes
e bases da educação no país, reafirma o que está disposto na Constituição concernente à
educação e de forma inédita para o Brasil estabelece no Título X dois artigos direcionados
especificamente a educação dos excepcionais.
Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens
são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes
estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses
direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do
consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne
destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo
governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que
lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade
(DECLARAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS, 1776).
segurança e a resistência à opressão”. Ainda se inclui a liberdade em geral expressa pelos artigos
4º e 6º.
Art. 4º – A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo.
Assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão
aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos.
Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 6º – A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de
concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser
a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais
a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos
públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas
virtudes e dos seus talentos.
Tais artigos enumerados consistiram numa arma do liberalismo contra a fusão entre
o monarca e o Estado. Revelando a forma encontrada pela doutrina liberal para eliminar os
abusos, as arbitrariedades, o desrespeito às liberdades fundamentais dos cidadãos, cometidos
pela realeza.
No pensamento político setecentista, a declaração de direitos reflete dois pontos:
um, dos direitos naturais (igualdade e liberdade) e o outro estabelece as limitações decorrentes
de modo a facilitar a vida em sociedade, porém o elemento essencial dessa declaração é a
isonomia, estabelecendo a uniformidade do direito aplicável a todos os homens, uma das
principais características da Revolução Francesa.
A partir dessas duas Declarações inaugura uma fase de declarar valores criados pelo
homem. Como condição da convivência humana harmoniosa, estabelecendo uma hierarquia de
valores a ser considerada. Bem como, o reconhecimento de que o homem é o único ser vivo
que dirige a sua vida em função de preferências valorativas. Ou seja, a pessoa humana é, ao
mesmo tempo, o legislador universal, em função dos valores éticos que aprecia, e o sujeito que
se submete voluntariamente a essas normas valorativas.
Dois anos após a Declaração de 1789, é declarada a Constituição Francesa de 1791,
onde reconheceu , pela primeira vez na história, a existência de direitos humanos de caráter
social. O antepenúltimo parágrafo do Título Primeiro previu a criação de um estabelecimento
geral de assistência Pública, para educar as crianças abandonadas, ajudar os enfermos pobres e
fornecer trabalho aos pobres válidos que não tenham podido encontrá-lo.
A Comuna de Paris, no ano de 1871, foi um grande acontecimento histórico, fruto
da iniciativa de grupos revolucionários e da espontaneidade política das massas, associadas ao
patriotismo, republicanismo e socialismo. Lutavam contra os ideólogos da burguesia e
reivindicavam melhores condições de vida para a classe operária que se sentia explorada.
30
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social,
riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Tal princípio aparece em seguida no artigo 7º: “Todos são iguais perante a lei e têm
direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal
discriminação”.
O princípio da igualdade é bastante abordado, pois infligi-lo é uma agressão a
dignidade da pessoa humana, estará incorrendo em considerar e tratar o outro – uma classe, um
povo, uma raça – como um ser inferior, sob pretexto da diferença de etnia, gênero, costumes ou
fortuna patrimonial. Algumas diferenças humanas, aliás, não são deficiências, mas, bem ao
contrário, fontes de valores positivos e, como tal, devem ser protegidas e estimuladas.
A Declaração Universal dos Diretos Humanos aprovada em 1948, após o preâmbulo
traz seus objetivos proclamados pela Assembleia Geral:
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser
atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo
e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através
do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela
adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o
seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos
próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
32
1.Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está
baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações
Unidas em prol da manutenção da paz.
Partindo dessa dimensão de educação passa a ser admitido no contexto social, que
as pessoas excluídas, sejam por motivo de cor, crença, sexo, deficiência. Enfim, todos, tem
direito a educação escolar, pois esta tem muito a contribuir e favorecer a compreensão, a
tolerância e a amizade entre todas as nações entre os grupos raciais ou religiosos.
Decorrente da Declaração Universal dos Direitos humanos, em 20 de novembro de
1959 é promulgada a Declaração Universal Dos Direitos Das Crianças – UNICEF. Refere-se a
criança na metade do século XIX de uma maneira diferenciada, detentora de direitos e
prerrogativas. Este documento estatui entre vários direitos atinentes a criança o direito a
educação, incluindo de forma expressa direito da criança deficiente física ou mentalmente.
Estabelece no Princípio V – “A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre
de algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais
que requeira o seu caso particular”. O princípio I se encarrega de tratar de toda e qualquer tipo
de discriminação:
A criança tem direito à educação, para desenvolver as suas aptidões, sua capacidade
para emitir juízo, seus sentimentos, e seu senso de responsabilidade moral e social. Os
melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua
educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais. A
criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos
mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em
promover o gozo deste direito.
internacional para assegurar que ela seja utilizada como base comum de referência para a
proteção dos direitos das pessoas deficientes.
Tal documento surgiu em favor da necessidade de proteger os direitos e assegurar o
bem-estar e reabilitação dos que se encontram em desvantagem física ou mental. Em seu texto
é feito um apelo à ação nacional e internacional no sentido de assegurar tais direitos.
Estabelece no artigo 3º:
As pessoas deficientes têm o direito inerente de respeito pôr sua dignidade humana.
As pessoas deficientes, qualquer que seja a origem, natureza e gravidade de suas
deficiências. Têm os mesmos direitos fundamentais de seus concidadãos da mesma
idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma vida decente, tão
normal e plena quanto possível.
As pessoas deficientes têm direito de viver com suas famílias ou pais adotivos e de
participar de todas as atividades sociais, criativas e recreativas. Nenhuma pessoa
deficiente será submetida, em sua residência, a tratamento diferencial, além daquele
requerido por sua condição ou necessidade de recuperação. Se a permanência de uma
pessoa deficiente em um estabelecimento especializado for indispensável, o
ambiente e as condições de vida nesse lugar devem ser, tanto quanto possível
próximos da vida normal de pessoas de sua idade.
O Plano de Ação que também faz parte da Declaração Mundial dos Direitos da
Pessoa com Deficiência, pois se deriva desta, serve como um guia para os governos, organismos
internacionais, instituições de cooperação bilateral e todos os segmentos comprometidos com
a meta da educação para todos. Esse plano deve ser desenvolvido por cada país, devendo
abranger metas e estipular prazos, programas de atividades específicas, ações regionais,
mobilizar recursos, capacitar profissionais e desenvolver métodos de avaliação desse plano.
Enfim, mobilizar todo um aparato para o desenvolvimento da educação básica.
Entre os objetivos da Declaração estão os de longo, médio e curto prazo, no item 6,
estabeleceu-se:
36
Cada país poderá estabelecer suas próprias metas para a década de 1990, em
consonância às dimensões propostas a seguir:
1 - Expansão dos cuidados básicos e atividades de desenvolvimento infantil, incluídas
aí as intervenções da família e da comunidade, direcionadas especialmente às crianças
pobres, desassistidas e portadoras de deficiências.
O desafio com que se confronta esta escola inclusiva é o de ser capaz de desenvolver
uma pedagogia centrada nas crianças, susceptível de as educar a todas com sucesso,
37
Mais do que apresentar uma nova versão para a escola – escola inclusiva – a
Declaração de Salamanca mostra-se inovadora ao dispor no item 2:
Tal proposta apresentada ao mundo faz-se imperativo que haja uma mudança na
perspectiva educacional e social, como forma de estar intervindo em uma situação que por
longo tempo, pessoas com deficiências têm sido marcadas por uma sociedade que acentua mais
os seus limites que as suas potencialidades. Nessa década, documentos como a Declaração
Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), passam a
influenciar o Brasil na formulação das políticas públicas da educação inclusiva.
A Convenção da Guatemala se dá em 26 de maio de 1999, com o propósito de
reafirmar que as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos e liberdades
fundamentais inerentes ao ser humano, inclusive o de não serem submetidas a qualquer tipo de
discriminação. Entre os vários pontos abordados, o combate a discriminação é o que a norteia,
38
no artigo III, determina que para alcançar os objetivos propostos se faz necessário que os
Estados Partes além de se comprometerem precisam tomar medidas para alcançá-los.
Apontando que algumas barreiras que tem se apresentado nas diferentes áreas da
vida social das pessoas deficientes precisam passar por interferências com o objetivo de melhor
adaptá-las para que haja um oferecimento de melhores condições na qualidade de vida das
pessoas que às vezes são excluídas do seu acesso.
Importante também nessa Convenção foi estabelecer o acompanhamento do que se
tem realizado, assim como estabelece o artigo VI:
contexto da diferenciação adotada para promover a eliminação das barreiras que impedem o
acesso à escolarização.
No ano de 2006, é realizada Convenção da ONU Sobre Os Direitos Da Pessoa Com
Deficiência, aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 13 de dezembro de 2006,
contou com a participação de 192 países membros da ONU e de centenas de representantes da
sociedade civil de todo o mundo, foi aprovado o texto final deste tratado internacional, firmado
pelo Brasil em 30 de março de 2007. Entrou em vigor, juntamente com seu Protocolo
Facultativo, em 09 de julho do ano de 2008, pelo Decreto nº 186:
O final do artigo acima mencionado ordena que o Estado deve assegurar o ensino
de qualidade inclusivo, de qualidade e gratuito as pessoas com necessidades especiais. Sendo
assim, percebe-se a importância deste texto relativo ao reconhecimento e promoção dos direitos
humanos. Incluindo além dos dispositivos apresentados, previsões específicas no que diz
respeito à igualdade e não discriminação (art. 5º); conscientização da sociedade (art. 8º);
acessibilidade (art. 9); acesso a justiça (art. 13); prevenção contra a exploração, a violência e
abuso sexual (art. 16); saúde (art. 25); trabalho e emprego (art. 27). Enfim, ampara os direitos
das pessoas com deficiência.
A par de responsabilizar toda a sociedade no combate à discriminação, foi instituído
um sistema de monitorização internacional da aplicação da Convenção, através da qual o
Comitê dos Direitos das Pessoas com Deficiência, criado pela Convenção e composto por
peritos que tem como missão analisar os progressos verificados a nível nacional, com base em
relatórios nacionais apresentados pelos Estados Parte. Assim dispõe o art. 35:
1. Cada Estado Parte deverá submeter, por intermédio do Secretário-Geral das Nações
Unidas, um relatório abrangente sobre as medidas adotadas em cumprimento de suas
obrigações ao amparo da presente Convenção e sobre o progresso alcançado neste
aspecto, dentro de dois anos após a entrada em vigor da presente Convenção para o
Estado Parte pertinente.
2. Depois disso, os Estados Partes deverão submeter relatórios subsequentes pelo
menos a cada quatro anos ou quando o Comitê o solicitar.
para os grupos que se apresentam excluídos de serviços e atividades básicas que compõem o
quadro de direitos fundamentais, como a educação, que através dela estará garantindo o
conhecimento para interferir na sua realidade e proporcionando momentos ímpares de convívio
social.
Sob a ótica de Mazzotta (2001, p. 11) a educação especial tem sido definida como
opção de métodos, técnicas e materiais didáticos diferentes dos habitualmente utilizados. Diante
desse contexto, a educação especial brasileira não tem recebido a necessária atenção por parte
dos estudiosos de maneira a investigar cientificamente sua existência como elemento
significativo da política educacional.
Entende-se por Educação Especial, modalidade de educação escolar – conforme
especificado na LDBEN e no Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, artigo 24, § 1º -
um processo educacional definido em uma proposta pedagógica, assegurando um conjunto de
recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para “apoiar,
complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns”,
de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos
educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todos os níveis, etapas e
modalidades da educação (MAZZOTTA apud CASTRO, 2003, P. 150).
O Documento de Política Nacional de Educação Especial entregue ao Ministério da
Educação em 07 de janeiro de 2008, define a educação especial como: uma modalidade de
ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional
especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os
alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular.
Ficando entendido que a educação especial tem como propósito a inclusão das
pessoas com necessidades especiais no contexto social. Esta por sua vez constitui um paradigma
educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, conjugados na igualdade e
diferença como valores que não se dissociam, bem como, avança em relação ao reconhecimento
do direito de cada indivíduo com suas diferenças e limitações.
A história do atendimento a pessoas excepcionais na antiguidade conta com
pequena e esparsa documentação disponível. Sabe-se que era predominante a filosofia da
eugenia, e as pessoas excepcionais, consideradas degeneração da raça humana, deveriam ser
“expostas” ou eliminadas pelo grande transtorno que representavam para a sociedade
(CASTRO et al, 2003, p.42)
É válido destacar o papel da religião, culturalmente forte, colocando o homem como
“imagem e semelhança de Deus”, ser perfeito, incluindo perfeição física e mental, uma vez não
sendo parecidos com deus, os portadores de deficiências ou imperfeições eram colocados à
margem da condição humana.
Na Idade Média, com influência da doutrina cristã, passou a haver uma tolerância
a essas pessoas e uma aceitação caritativa: por serem merecedoras de caridade, deveriam ficar
43
O campo dos direitos atinentes à educação especial é amplo, porém convém aqui
destacar as legislações brasileiras relacionadas à aplicação desses direitos no sentido de garanti-
los e promover equiparação de oportunidades.
Ao estar declarado na Constituição Federal o direito a educação, passa essa a estar
resguardada por um direito público fundamental, pois todos os campos do conhecimento
jurídico, sem exceção, sentem a pujança da força da Constituição e a intensidade de suas
normas. Este direito concernente a educação de uma maneira geral encontra-se resguardado nos
termos do artigo 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
A educação é o caminho para que o homem possa evoluir, portanto, para que seja
efetivado torna-se indispensável à existência de uma escola com acesso ampliado a todos a
partir do empenho do poder público em promover uma prestação educacional de qualidade,
colocando-a ao dispor de quem quer que seja.
O presente artigo visa o pleno desenvolvimento do indivíduo de forma a capacitar-
lhe para o exercício da cidadania onde a palavra “educação” foi empregada como processo
formal, regular ou escolar, oficializando a escola como instituição principal do processo de
aprendizagem.
O artigo 206 define como será ministrado o ensino e atendendo a qual princípio. No
inciso I desse mesmo artigo determina a igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola. De maneira clara, define este inciso que seria violação ao princípio da isonomia
proibir, direta ou indiretamente, o livre acesso à escola. Mesmo já contendo o enunciado de
forma genérica no artigo 5º, caput, dessa mesma Carta, não se contentando o constituinte,
explicitando, in verbis, a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.
49
Já o artigo 208, III, estabelece “O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de: inciso III atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Determinando de maneira específica
e inédita em uma Constituição brasileira a responsabilidade do Estado, referente aos portadores
de deficiência.
No artigo supracitado no § 1º dispõe “O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
direito público subjetivo”. O que equivale reconhecer que é plenamente eficaz e de
aplicabilidade imediata, isto é, não exige regulamentação. Se não for prestado de forma
espontânea, pode ser exigido judicialmente. Já no § 2º diz “O não oferecimento do ensino
obrigatório pelo Poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade
competente”. Assim, explicitando que o inadimplemento do dever de oferecer ensino
fundamental importará em consequências jurídicas.
A presença da educação na Constituição Federal ultrapassa a presente Seção I,
dispersando-se ao longo do articulado constitucional, encontrando-se em outros dispositivos
que tocam diretamente o assunto. Todavia, no mesmo Título VIII que trata da Ordem Social,
porém em capítulo diverso ao da educação, ou seja, Capítulo VII que trata da Família, da
Criança, do Adolescente e do Idoso no art. 227 diz:
Estatuto da Criança e do adolescente (ECA). Na qual irá tratar dos diversos assuntos pertinentes
aos direitos relacionados a esta faixa etária.
Esse Estatuto é significativo, uma vez que reafirma e considera crianças e
adolescentes como pessoas em desenvolvimento e sujeitos de direitos, independente de sua
condição física e social, sendo que a lei deverá respeitar essa condição peculiar, característica
singular desse sujeito, que, até então, tinha direitos, mas mitigados pelo caráter assistencialista.
Nessa perspectiva, crianças e adolescentes são os protagonistas de seus próprios direitos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seus dispositivos segue o preceito da
Constituição Federal, que após sua promulgação, passa a tratar as crianças e os adolescentes
com status de prioridade absoluta, referente à proteção, assistência, atendimento e políticas
públicas. O artigo 3º do ECA, afirma que:
O ECA transcreve – tal qual a Constituição Federal em seu artigo 208, referente a
educação e a responsabilidade do Estado – no capítulo IV, art. 54, III, “É dever do Estado
assegurar à criança e ao adolescente: III - atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Outro ponto que merece atenção
também se encontra no art. 57: “O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas
propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com
vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório”.
Tais artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente contribuem no sentido de
garantir o acesso das crianças com necessidades educacionais especiais a escola como forma
de exercer cidadania, visando ainda à liberdade e igualdade, valores inerentes a dignidade da
pessoa humana. Na verdade, quando o Estatuto assegura o direito à educação está
regulamentando a necessidade de oferecer uma educação escolar de forma digna, o que os
levará a ter uma convivência sadia e equilibrada na comunidade.
Completando as bases jurídicas da educação no ordenamento jurídico brasileiro, é
preciso destacar aquelas leis que fluem da Constituição, dentre elas a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, editada em 20 de dezembro de 1996, sob o nº 9.394, essa lei declara os
princípios e os procedimentos reguladores, organizacionais e estruturais da educação no país.
Bem como estabelece diretrizes norteadoras a uma educação nacional de qualidade. Traz no
seu conteúdo um capítulo destinado exclusivamente à educação especial.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional veio subsidiar uma ação
educativa compromissada com a formação de cidadãos, mostrando que a Educação Especial é
parte integrada da Educação Geral, adotando o princípio da inclusão. A LDB/96 regulamenta
pontos do Capítulo III, Seção I, sobre a educação da Constituição Federal, ocupando-se da
educação escolar, embora apresente uma visão ampliada de educação.
Inicialmente, no art. 58 define a educação especial como modalidade extensora da
educação regular, ressaltando que caso haja necessidade serão prestados serviços de apoio
especializado.
Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for
possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa
etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
52
Esta tem sido uma proposta apresentada pela legislação brasileira, tendo em vista
estar inserida em uma sociedade globalizada, sendo assim preciso dotar os sujeitos sociais de
competências e de habilidades para a participação na vida social, econômica e cultural, a fim
de não ensejar novas formas de divisão social e consequentemente de exclusão.
O artigo 59 do mesmo instituto expõe condições que precisam ser levadas em conta
no sistema de ensino às crianças e adolescentes com necessidades especiais junto à escola
regular.
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa:
I - recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a
inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público
ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta.
3 METODOLOGIA PROPOSTA
estadual na cidade de Augustinópolis – TO. No mesmo sentido foi realizada uma consulta por
meio de formulário diretamente na Regional de Ensino de Araguatins – DREA para o setor de
supervisão educacional que coordena todas as escolas da região do Bico do Papagaio.
Dentro das ações previstas no PPP a escola pode vislumbrar objetivos a qual ela quer chegar
como por exemplo transformações concretas em processos inclusivos para alunos com
deficiência e sem deficiência.
A elaboração participativa do projeto político-pedagógico é uma oportunidade ímpar
de a comunidade definir em conjunto a Escola que deseja construir, avaliar a distância
que se encontra do horizonte almejado e definir os passos a serem dados para diminuir
esta distância. (VASCONCELLOS, 2006, p.27)
Desta forma sendo esse uma forma de combater as exclusões propiciando cada vez mais
ações ativas dentro da política educacional com intuito do fomenta ações de inclusão.
56
Censo escolar é publicado todos os anos com base nas matrículas do ano anterior, onde
possui a quantidade de alunos matriculados, sexo, idade, série, idade por série, por estado região
possui a quantidade por dispor série idade distorção possui também dados informativos
específicos.
O censo faz um levantamento nacional que abrange todos os estados todas as escolas. É
um preenchimento obrigatório, criterioso e com o prazo de encerramento, que vai desde Ensino
regular (educação infantil, ensino fundamental e médio); Educação especial – modalidade
substitutiva; Educação de Jovens e Adultos (EJA); Educação profissional (cursos técnicos e
cursos de formação inicial continuada ou qualificação profissional). (INEP, 2020)
Araguatins aos cuidados da supervisora que atende as escolas no que tange à educação especial
e/ou inclusiva.
Segue abaixo os dados solicitados e as respostas encaminhadas:
01. Número de matrículas de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento ou altas habilidades em classes comuns ou especiais exclusivas
segundo a etapa de ensino no ano de 2020 – dados por série turma.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
18
16
14
12
10
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG CCGTIA
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
1,2
0,8
0,6
0,4
0,2
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG CCGTIAS
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Faz se necessário proceder uma diferenciação entre deficiente auditivo e o surdo. O que
possui perda profunda que não possui nenhum tipo de escuta se não escutam nada são
pessoas surdas. Já as pessoas que possuem perda auditiva leve, moderada ou que possui
ainda parte da audição são consideradas pessoas com deficiência auditiva.
60
DEFICIÊNCIA FÍSICA
4,5
3,5
2,5
1,5
0,5
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG EEGTIA
DEFICIÊNCIA FÍSICA
A deficiência física pode ser percebida como “diferentes condições motoras que
cometem as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação motora geral da fala, em
consequência de lesões neurológicas neuromusculares, ortopédicas ou má formações
congênitas ou adquiridas” (MEC,2004)
Os principais tipos de deficiência física, segundo o Decreto nº 3.298 de 20 de
dezembro de 1999, são: paraplegia, perda total das funções motoras dos membros
inferiores; tetraplegias, perda total da função motora dos quatro membros e
hemiplegia, perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo. Ainda são
consideradas as amputações, os casos de paralisia cerebral e as ostomias (aberturas
abdominais para uso de sondas).
As crianças com deficiência física, podem além das limitações físicas perceptíveis ter
dificuldades na vida escolar para escrever, de acordo com o comprometimento da coordenação
motora. Seu aprendizado é um pouco mais lento, por isso a grande maioria precisam de
acompanhamento regularmente dentro das instituições de ensino bem como acompanhamento
feito pela família .
As modificações nas estruturas físicas, para melhor atender esses alunos, são de suma
importância, pois podem trazer ao aluno uma independência e confiança dentro do ambiente
escolar, onde com autonomia ele pode realizar as suas atividades.
As escolas ao longo dos anos tem cada vez mais modificado, melhorando as suas
estruturas físicas para atender alunos com deficiência físicas, bem como adaptando não somente
as estruturas físicas mas como a capacitação de profissionais para fazer o devido atendimento
desses alunos.
61
BAIXA VISÃO
25
20
15
10
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG EEGTIA
BAIXA VISÃO
É indispensável fazer uma diferenciação entre a cegueira total e a baixa visão, onde na
cegueira total simplesmente amaurose se pressupõem que é uma completa perda da visão
ou seja a visão é nula, nem a percepção luminosa está presente. Já na baixa visão tem por
característica uma limitação da capacidade visual logo a pessoa embora que mesmo de
maneira limitada seja capaz de no campo de visão perceber luminosidades. A baixa visão
também é uma condição intermedia diária entre a cegueira e a possibilidade de enxergar
completamente.
Em materiais e documentos oficiais do Ministério da educação em Cultura assim como
as demais especialidades, possui uma cartilha informativa sobre a baixa visão e a cegueira:
Muitos alunos com baixa visão conseguem frequentar uma escola regularmente a
depender do nível da baixa visão. Já os alunos com cegueira total exigem equipamentos para
que consigam acompanhar as aulas de forma adequada, como é o exemplo da máquina
datilográfica em braile, livros em braile sinalizadores no chão, corrimãos e uma atenção
redobradas.
O ambiente escolar propicia além do conhecimento científico a capacidade de produzir
no aluno com baixa visão e cegueira total a auto estima necessária para viver em sociedade fora
dos muros da escola com mais segurança e autonomia. Permitindo a esse aluno realizar
atividades simples do dia-a-dia que podem ser simulada nas atividades escolares nas
brincadeiras com os colegas, na realização de atividades dentro da escola ou mesmo na
alimentação.
O convívio com crianças sem deficiência também possibilitam ao aluno com deficiência
de baixa visão ou cegueira total a capacidade de se relacionar de forma segura.
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
2,5
1,5
0,5
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG EEGTIA
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
Mesmo que essas crianças não consigam desenvolver os saberes técnicos e cientifico
é garantido a elas o direito de frequentar a escola e por meio dessa interação com demais atores
do processo educacional se desenvolver de forma mais ampla significativa.
SURDEZ
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG EEGTIA
SURDEZ
Gráfico 7: Surdez
Fonte: Pesquisa documental (2020).
64
O Ministério da Educação e Cultura em seu site oficial disponibiliza uma cartilha que
especifica a Surdez. Nela estão todos os aportes teóricos, bem como a classificação e como
deve ser o diagnóstico.
A surdez consiste na perda maior ou menor da percepção normal dos sons. Verifica-
se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes
graus de perda da audição.
Sob o aspecto da interferência na aquisição da linguagem e da fala, o déficit auditivo
pode ser definido como perda média em decibéis, na zona conversacional (frequência
de 500 – 1000 – 2000 hertz) para o melhor ouvido.
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG EEGTIA
Não há exames específicos para se fazer o diagnóstico, logo é preciso passar por uma
avaliação com uma equipe de médicos e observar a existência de alguns
66
Segundo os dados Censo Escolar, que são divulgado anualmente pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, em relação aos alunos com transtorno do
espectro autista (TEA) que estão devidamente matriculados em classes comuns no Brasil teve
um significativo aumento, onde se verifica o processo de inclusão efetiva.
O aluno com TEA precisa de ações ativas dentro do ambiente escolar para que consiga de
falto se incluir de forma digna. Como se evidência nos dados enviados pelas escolas existem
um número significativos de alunos com TEA matriculados e cursando, logo é necessário que
se mantenha as políticas ativas para que sejam ofertados não apenas as vagas, mas a
permanência deles alunos.
0,8
0,6
0,4
0,2
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG CEGTIA
mesmo social ao longo dos anos antes de apresentar os primeiros sintomas podem regredir
substancialmente a sua capacidade.
Por ter os sintomas semelhante com os sintomas do Espetro do Autismo é conciso ter
cuidado no diagnóstico, são categorias diferentes embora façam parte da mesma condição
clínica que são os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento .
Os sintomas mais comuns do Transtorno Desintegrativo da infância são a capacidade de
compreender de escutar ou ler; capacidade de se expressar com as habilidades sociais; de
ir; de autocuidado; controle do intestino da bexiga e as habilidades motoras.
A respeito do diagnóstico é comumente identificado quando os pais começam a notar
diferenças no comportamento da criança. Após o diagnóstico o tratamento deve ser sempre
acompanhado, porém não possui cura, mas a medicação e o tratamento podem amenizar os
sintomas possibilitando um melhor desenvolvimento e capacidade de viver em sociedade
com os demais proporcionando qualidade de vida e de dignidade a criança em tratamento.
0,8
0,6
0,4
0,2
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG CEGTIA
de sequelas mais graves. A nomenclatura porém não traz nenhuma diferença entre ambas
no sentido de identificar e tratar o aluno com transtorno hipercinético.
O Transtorno Hipercinético de Conduta é uma doença crônica, onde a família e escola
devem acompanhar o aluno por um tratamento longo e permanente durante toda a infância,
sua vida escolar e bem como na vida adulta.
Além das dificuldades de atenção, comum à essa doença, o aluno diagnosticado com
Transtorno Hipercinético de Conduta possui hiperatividade impulsividade. Geralmente os
sintomas são observados na primeira infância persistindo até a vida adulta. O tratamento é
sempre acompanhado de profissionais da área da saúde com uso continuo de medicação.
O Transtorno Hipercinético de Conduta além dos sintomas clínicos observados que
podem atrapalhar o seu desenvolvimento escolar, pode também trazer problemáticas em
seus relacionamentos interpessoais com dificuldades de relacionamento.
Para o correto diagnóstico é preciso que seja estipulado por um médico especialista na
área, bem como os profissionais da educação com especialistas, não requer exames
laboratoriais, são exames de cotidiano com os especialistas. A doença, porém, não tem cura
e o tratamento pode ajudar a amenizar os sintomas, propiciar uma qualidade de vida ao
aluno e a pessoa em desenvolvimento.
O Transtorno Hipercinético de Conduta pode ser identificado por todos que possam
fazer parte do círculo pessoal e social do aluno, como os pais e professores, sempre
observando os três princípios básicos: a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade.
O tratamento adequado pode contribuir para que esse aluno tem uma melhor qualidade
de vida no seu desenvolvimento social e psicomotor, bem como relacionamentos.
69
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
1
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
CEMVS CPMULS EEFD CCGTIA
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
Para que o aluno seja diagnosticado com altas habilidades no contexto da escola regular
pública é necessário que seja observado características essenciais . O diagnóstico é um
processo contínuo e deve ser observados todos os preceitos indicativos em documentos dos
órgãos oficiais.
Além do diagnóstico com especialistas de diversas áreas o trabalho pedagógico junto
ao aluno com altas habilidades na educação deve se manter permaneço aos seu processo de
desenvolvimento, além, é claro de observar também a legislação pertinente ao tema
Respeitando de forma individual e coletiva as características inerentes da personalidade do
aluno bem como seu desenvolvimento social físico e psicológico.
A terminologia “superdotado” é frequente para se referir à crianças que de alguma
forma se destaca de outras crianças que se encontram na mesma idade/série, verificando
que essas características ou destrezas especificas ou gerais são incomum dentro de seus
ambientes de convívios diários.
Assim o Ministério da Educação e Cultura (MEC), 2014, diretrizes para que alunos com
altas habilidades/superdotados possam ter um diagnóstico e acompanhamento em
conformidade com a segurança e respeito.
SALAS DE RECURSOS
4,5
3,5
2,5
1,5
0,5
0
CEMVS CPMULS EEFD EESG CEGTIA
SALAS DE RECURSOS
05. Quais as modificações feitas na estrutura física da unidade escolar nos últimos dois
anos com o intuito de promover a inclusão de alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento ou altas habilidades?
A acessibilidade é um dos maiores desafios para a pessoa com deficiência, sendo que a
falta dela implica em dificuldades para a garantia do direito de ir e vir bem como o de
realizar ações com independência e autonomia.
Conforme Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (nº 13.146/2015), acessibilidade
é a:
72
Deste modo, trazer a acessibilidade para a escola trata-se também de fazer com que a
escola consiga acolher crianças com algum tipo de deficiência, mirando o acesso e permanência
à educação e diminuindo o os conflitos causados por diferentes condições.
06. Quais ações foram incluídas no projeto político pedagógico (PPP) nos anos de 2019 e 2020
com o intuito de promover a inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento ou altas habilidades?
A gestão escolar juntamente com a equipe pedagógica é responsável por pensar e fomentar
a execução de ações ativas no processo de inclusão. Cada escola de acordo com a sua realidade
observando seus pontos forte e francos e com base também na sua demanda de alunos pensam
em ações para o fazer do processo de inclusão acontecer.
73
07. Quais ações foram incluídas no projeto político pedagógico (PPP) nos anos de 2019 e 2020
com o intuito de promover a inclusão de alunos sem deficiência no processo da educação
inclusiva de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas
habilidades?
ESCOLA CCMVS: A ação informada na resposta anterior (ITEM 06) contempla também
o item 7 do questionário, pois além dos alunos com deficiência a ação promove uma
inclusão e interação com alunos sem deficiência e professores da escola .
ESCOLA CPMULA: A escola promoveu um sarau musical, onde alunos com deficiências
e alunos sem deficiências puderam de forma conjunta fazer apresentações musicais e
instrumentais com orientação dos professores e alunos tutores.
ESCOLA EEFD: Não informado
ESCOLA EESG: Foi promovido por meio de palestras de conscientização encontro com
os pais e alunos, palestras motivacionais e informativas. Realização de feiras de ciência
onde os grupos eram formados por alunos com deficiência e sem deficiência apresentando
suas maquetes e projetos aos demais alunos da escola.
ESCOLA CCGTIA: Nenhuma ação específica.
A educação inclusiva não tem foco apenas no aluno com deficiência é preciso incluir o
aluno sem deficiência, pois todos os alunos precisam passar pelo processo de inclusão. O
conviver de forma coletiva precisa ser trabalhada de forma que todo o grupo participe.
O trabalho pedagógico vai desde o respeito, bem como a empatia. A escola, em especial
o professor precisam trabalhar a interação entre os alunos, bem como voltar o seu olhar o olhar
pedagógico para o planejamento de atividades que promovam o equilíbrio entre ao alunos.
74
08. Quais ações foram incluídas no projeto político pedagógico (PPP) nos anos de 2019 e
2020 durante o retorno das aulas não presenciais – PANDEMIA/COVID-19 - com o
intuito de promover a inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento ou altas habilidades?
09. Quais ações foram incluídas no projeto político pedagógico (PPP) nos anos de 2019 e
2020 com o intuito de contemplar a meta 06 do PEE – Tocantins:
META 6
Universalizar, em regime de colaboração com a União e os Municípios, o acesso das
populações de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos de idade com Deficiência, Transtornos
Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades/Superdotação à educação básica e
ao atendimento educacional especializado, prioritariamente, na rede regular de ensino
e nas instituições especializadas, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de
salas de recursos multifuncionais, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados, assegurando também a oferta para a população acima desta faixa etária.
As escolas a cada ano buscam de forma efetiva com ações multiglobais a atingir as
metas impostas pela legislação. Além do trabalho de busca pelo cumprimento , busca também
formar pessoas tanto por meio do PPP como ações contundentes no processo escola.
76
10. Evidências fotográficas enviadas pelas escolas das mudanças na estrutura física ou outras
evidências contidas no PPP. – Projeto Político Pedagógico.
ESCOLA CCMVS:
Foto 01: Rampa de acesso às salas de aulas com corrimão.
Anexo 004: Porta do banheiro que foi alargada para atender cadeirantes.
78
ESCOLA CPMULA: 02
Foto 05: Banheiro adaptado para cadeirante e alunos com mobilidade reduzida..
ESCOLA EESG:
Foto 08: Acesso à quadra Poliesportiva
80
ESCOLA CCGTIA
Foto 10 Sala de recursos
81
5 CONCLUSÃO
A educação inclusiva não é um termo novo, nem a sua trajetória. Aos longo dos anos
seus conceito se ampliou, novas características e concepções foram englobadas ao termo. No
âmbito global traçou caminhos frutíferos para que pudesse influenciar as trajetórias dentro do
território nacional. As demandas e as discursões sobre o direito da pessoa com deficiência vem
ganhando seu lugar certo de direito e propiciando o levante de ações públicas com o intuído de
diminuir as desigualadas.
O diagnóstico histórico das legislações pertinentes aplicadas à pessoa com deficiência
evidencia uma clara evolução no âmbito jurídico brasileiro, não podendo proceder de outra
forma a não ser pelo desenvolvimento.
As políticas públicas assegurativas são aporte fundamental para garantir à pessoa com
deficiência garantias vislumbradas na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Além de tal debate ter ganhado de forma legítima e muito bem fundamentada dentro do âmbito
escola com a chegada da Lei de Diretrizes e Bases Nacional, Lei nº 4.024/61.
Ainda se faz necessário indicar que mesmo com o avanço das políticas públicas ativas
sendo forma assegurativas de inclusão, essas encontram barreiras imensuráveis durante o sue
processo de implementação na prática. Entre as essas barreiras estão a infraestruturas
deficitárias das escolas, bem como falta de equipamentos, recursos e falta de pessoal
especializada para que de fato a garantia se acesso e permanência do aluno com deficiência no
âmbito escolar.
Assertivamente o acesso não é o ponto único no debate, a permanecia com a qualidade
que a CF se impõe deve também ser o foco do debate. Somente a garantia da matricula não é
em absoluto não garante a inclusão, demanda ter implementação da capacidade se manter esse
aluno de forma digna, participando e efetivamente do processo escolar.
Desse modo se faz necessário pensar no processo da educação inclusiva como uma
garantia fundamental observando entretanto as garantias legais, sociais e humanitárias, não
precarizando nenhuma esfera e atendo o como o aluno com deficiência deve receber essa
educação. O processo é tal importante como o resultado, no processo se observa as formulas e
os direitos e garantias que o levam para o resultado. O processo é ambo e traz mais atores
como família, professores, e os demais alunos sem deficiência com o objetivo de propiciar
saberes múltiplos que possa contribui ao amplo desenvolvimento.
83
Ao percorrer os dados dos órgão oficiais se verifica o caminho que já foi percorrido e
projeta-se para um caminho tão logo quanto principalmente olhado para os dados de
alfabetização e permanecia de alunos com deficiências em escolas regulares.
Dentro do contexto a ser analisado ora proposto pelo trabalho que se fez, observou que
todas as escolas da rede pública estadual da cidade de Augustinópolis – TO, recebem a
matricula de alunos com deficiência. Não sendo em nenhuma delas ofertado a educação
especial, oferecendo apenas à educação comum em salas regulares com apoio, algumas delas,
de salas de recursos.
Foi contato por meio dos dados encaminhado pelas escolas que estão regulamente
matriculados 87 alunos divididos entre as 05 escolas da rede pública estadual em
Augustinópolis que atendem Ensino Fundamental 1ª e 2ª fase regular e integral, Ensino Médio
Regular e Integral e também Educação para jovens e Adultos (EJA).
A respeito das deficiências, são atendidos alunos com: deficiência intelectual,
deficiência auditiva, deficiência física, baixa visão, deficiências múltiplas, surdez, transtorno
do espectro autista (TEA), psicose infantil, transtorno hipercinético de conduta.
A quantidade de professores especialista chama atenção pela escassez. Mesmo com a
oferta de cursos e especialização em parceria da SEDUC -TO com instituições de ensino
superior, ainda há um baixo interesse pela atuação na área da educação especial. Sendo apenas
um total de 06 professores especialistas que atuam nas escolas públicas da rede estadual de
Augustinópolis.
Esse dado traz a toda a reflexão do atendimento especializado dentro do âmbito escolar,
de como é feito o atendimento e acompanhamento dos alunos que estão matriculados. Uma
vez que o processo de inclusão, necessita de acompanhamento para que as necessidades de cada
aluno sejam atendidas e acompanhadas de forma a serem diminuídas ou sanadas.
Ficou evidente que as escolas buscam promover ações ao longo do ano com o intuito de
promover a inclusão dentro ambiente escolar, trazendo o aluno sem deficiência para o processo
juntamente a com a família. As ações visão acima de tudo um melhor desenvolvimento
possibilitando acesso e garantido trocas de aprendizado entre alunos com e sem deficiências.
Pelo registro das escolas se observa que as mesmas vem fazendo mudanças em suas
estruturas faíscas para permitir o acesso e permanência dos alunos com deficiência ao seu
ambiente. Desde rapas de acesso, banheiros e bebedouro, como também no aquisição de
materiais que auxiliam as aulas e acompanhemos das atividades. A acessibilidade é formula
simples e funcional no processo de educação inclusiva proporcionando ao aluno com
84
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação?. Coleção Primeiros Passos. São Paulo:
Brasiliense, 2006.
CASTRO, Adriano Monteiro de, et al. Educação especial: do querer ao fazer. São Paulo:
Avercamp, 2003.
FLEITH, Denise de Souza (org). A construção de práticas educacionais para alunos com
altas habilidades/superdotação: volume 1: orientação a professores. - Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007.
GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. História da Educação Brasileira. 3 ed. São Paulo: Cortez,
2008.
LIBÂNEO, José Carlos et al. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São
Paulo: Cortez, 2003.
NUNES, Ruy Afonso da Costa. Evolução da Instituição Escolar. In: MONARCHA, Carlos.
História da Educação Brasileira. Ijuí: Editora Unijuí, 1999.
RAIÇA, Darcy et al. Tecnologias para a Educação Inclusiva. São Paulo: Avercamp, 2008.
87
.
.
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ANEXOS
▪ Quais as modificações feitas na estrutura física da unidade escolar nos últimos dois
anos com o intuito de promover a inclusão de alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento ou altas habilidades?
RESPOSTA:
▪ Quais ações foram incluídas no projeto político pedagógico (PPP) nos anos de 2019 e
2020 com o intuito de promover a inclusão de alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento ou altas habilidades?
RESPOSTA:
▪ Quais ações foram incluídas no projeto político pedagógico (PPP) nos anos de 2019 e
2020 com o intuito de promover a inclusão de alunos sem deficiência no processo da
educação inclusiva de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
ou altas habilidades?
RESPOSTA:
▪ Quais ações foram incluídas no projeto político pedagógico (PPP) nos anos de 2019 e
2020 durante o retorno das aulas não presenciais – PANDEMIA/COVID-19 - com o
intuito de promover a inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento ou altas habilidades?
RESPOSTA:
90
▪ Quais ações foram incluídas no projeto político pedagógico (PPP) nos anos de 2019 e
2020 com o intuito de contemplar a meta 06 do PEE – Tocantins:
META 6
Universalizar, em regime de colaboração com a União e os Municípios, o acesso das
populações de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos de idade com Deficiência, Transtornos
Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades/Superdotação à educação básica e
ao atendimento educacional especializado, prioritariamente, na rede regular de ensino
e nas instituições especializadas, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de
salas de recursos multifuncionais, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados, assegurando também a oferta para a população acima desta faixa etária.
__________________________________________________
Coordenadora do Curso de Bacharelado em Direito
91
____________________________________________
Professor(a) da Disciplina de TCC III
Declara que obteve autorização do detentor dos direitos de autor para conceder à
Universidade Estadual do Tocantins os direitos requeridos por esta licença, e que esse material
cujos direitos são de terceiros está claramente identificado e reconhecido no texto ou conteúdo
do documento entregue, no caso do documento entregue conter material do qual não detém os
direitos de autor.
e UNITINS
trz
TOCANTINS
Univ rsidad Estadu, I do Tocantins
GOVERNO DO ESTADO
Eu, Ana Pressilia Silva Bandeira, matrícula funcional n°, lotado no curso de 1 Direito, Câmpus
Augustirápolis, declara que atuou na condição de professora orientador da académica Isabel
Cristina de Oliveira Santana, no semestre letivo 2020, que culminou no Trabalho de Conclusão
de Curso — TCC,intitulado: EDUCAÇÃO INCLUSIVA COMO DIREITO FUNDAMENTAL: uma
análise feitas nas escolas públicas estaduais de Augustinópolis-TO.
L —
Assin
..12JJS,
9
a)
o(a) Onen adbr(
1.