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Este conto se passa após os acontecimentos
oficial,
“Lady Sarene implora seu perdão. Vai se atrasar um pouco para o jan-
tar.”
“Sinto muito, meu senhor, mas ela me fez prometer que caso recla-
masse, dever ia dizer o seguinte: ‘Diga a ele’, disse ela exatamente, ‘que
estou grávida e que a culpa é dele, o que significa que ele tem que fazer
não passava de uma bola de luz, estava tão envergonhado quanto um se-
on conseguia demonstrar.
don uma vez explicou que havia placas feitas para brilhar quando pressi-
onadas, mas nenhum deles se lembrara então de quanta luz vinha das
próprias pedras.
passar ia fome outra vez. No entanto, pensar nessas coisas levava sempre
sua mente de volta a Nova Elantris e à paz simples que ele criara no co-
ração da cidade.
be de você durante toda a noite... Para dizer a verdade, a única vez que
me lembro de tê-lo visto foi quando você veio me dizer que Sarene havia
Lady Sarene me pedindo para ir até Nova Elantris com intuito de infor-
so foi pouco antes dos monges atacarem Kae. Fui para Nova Elantris
* * *
obriga
ção, essa era a principal regra de Espír ito. Não se importava com
que o líder estava por perto. Desde que Dashe a encontrara e a levara ao
Teor, fazendo o melhor olhar de piedade de que era capaz. “Não pode-
mos fi
car acordados, só dessa vez?”
“Você teve que ir para a cama ontem nessa mesma hora”, relem-
dedos desenhando aons no ar. Era tarde – muito depois da hora em que
as crianças dever iam ter ido dormir –, mas, nessa noite específica, já ti-
Tiil está certo, pensou ela. Algo está acontecendo. Contudo, isso
não era motivo para deixá-los sem dormir, especialmente porque quanto
mais tempo ficassem acordados, mais tempo levar ia até que ela mesma
uma exceção e podem ficar acordados para praticar a escrita dos aons.
cola, depois que Espír ito decretara que as portas fossem reabertas e os
obriga
ra a frequentar como faziam antes de serem atingidos pela Shaod.
afastavam.
“Voltem, venham logo”, divertiu-se. “Vão pegar as penas e os pa-
Ela se virou para uma jovem menina que estava sentada em seu
catre.
“E como você sabe disso, Riika?”, perguntou com um leve sorr iso.
“Você acabou de se deitar, não deu nem para tentar dormir ainda.”
nha. “Mai sempre me contava uma histór ia antes que eu dormisse. Sem
mente nas noites em que falava do seu seon. Claro que ele enlouquecera
vem.”
a mesma apreensão. Tinha algo de errado com aquela noite. Lorde Espí-
rito ha
via desaparecido e, enquanto Galladon dizia para que não se preo-
ao seu lado.
vez, dois anos mais velho que Matisse. Não que essas coisas realmente
De fato, havia uma força por trás dos aons. Matisse sempre foi ca-
paz de senti-la, fur iosa, por trás das linhas de luz quando as desenhava
no ar.
Matisse sorr iu. Não tinha certeza se Idotris era sempre tão mal-hu-
ro. Parecia contrar iado pelo fato de que, sendo só um adolescente, tinha
quanto se sentava, ver ificava se nenhuma das crianças sob sua responsa-
na cama.
era uma das poucas que conseguia ver as coisas desse jeito. Os outros
não viam nada de bom em ser um elantrino, por mais que Lorde Espír ito
vras faziam sentido. Mas talvez isso tivesse a ver com a situação dela
antes da Shaod. Do lado de fora, ela mendigava, passou a vida sendo ig-
norada e se sentindo inútil. Em Elantris, contudo, ela era necessár ia. Im-
mendi
gar ou roubar comida.
Era verdade que as coisas estavam bem ruins antes que Dashe a
encontrasse naquele beco cheio de sujeira. E havia as fer idas. Matisse ti-
nha uma grande na bochecha, um corte que havia feito logo após atra-
vessar os portões da cidade. Ainda ardia com a mesma dor que sentira
Nova Elantris.
Havia mais outra coisa que ela ganhou, sem dúvidas, ao ser jogada
em Elantris: um pai.
Ele não era seu pai verdadeiro, é claro. Ela era órfã antes mesmo que a
para o palácio.
Ainda assim, ele parecia ter uma afeição especial por ela. O severo
guerreiro sorr ia mais quando ela estava por perto, e era a ela quem
opôs.
Matisse achou melhor não lembrá-lo de que ele mesmo era tão
“Você está bravo porque Espír ito ainda não voltou”, adivinhou.
Dashe assentiu.
“Ele dever ia estar aqui, com o povo dele, não perseguindo aquela
mulher.”
“Talvez existam coisas importantes que precisem ser estudadas lá
exércitos.”
Daa, o aon do poder. Kolo? Agora temos que praticar a adição da linha
do Abismo. Não vamos adicioná-la ao Aon Daa. Não queremos abrir bu-
“Parece que Espír ito acredita, por algum motivo, que os aons fun-
cionam agora, que os desenhos estavam errados esse tempo todo, ou al-
ram não perceberam que faltava uma linha inteira para cada aon.”
Havia algo muito... primitivo sobre eles. Eram coisas da natureza. Não
tinham sido projetados, da mesma maneira que o vento não havia sido
projetado.
Ainda assim, prefer iu não falar nada. Dashe era um homem gentil
e determinado, mas não tinha muito interesse em estudos. Tudo bem pa-
ra ela, afinal, fora a espada de Dashe, em parte, o que salvara Nova Elan-
tris da destruição, das mãos dos selvagens. Não havia guerreiro melhor
Cur iosa, prestou mais atenção a Galladon, que falava daquela es-
tranha nova linha, traçada na parte de baixo do aon. E isso faz os aons
funcio
narem?, pensou. Parecia uma solução simples demais. Ser ia sufi-
ciente?
ar. Não um dos insanos, que flutuavam sem rumo sobre Elantris, mas
de voz mais baixo. “Lady Sarene desejou que ficassem cientes disso o
ta.
da mais a voz. “Parece que as tensões estão crescendo lá fora. Ela dis-
se... bem, ela quer que Nova Elantris esteja preparada, só para garantir.”
Ashe balançou, indicando que achava essa uma boa ideia. Enquan-
gindo. Talvez…
* * *
Ashe terminou a histór ia, e Matisse sorr iu para si mesma enquanto olha-
nora do seon as acalmou. Ele tinha um ritmo em seu discurso que era
persua
diu a pequena Riika a dormir, mas o resto dos insones também.
va Elantris.
gue ficar um pouco sem mim. Além disso, é bom contar histór ias outra
vez. Já faz algum tempo desde que minha senhora era criança.”
“Você foi passado para Lady Sarene quando ela era tão jovem as-
ele.
“Tenho certeza de que terá seu próprio seon um dia, Lady Matis-
se.”
sem seu próprio seon. Estou começando a acreditar que o Lorde Espír ito
para você. Um chamado Ati, talvez. Este é o seu aon, não é?”
suas havia modificado com algumas faixas que, segundo ele, adiciona-
Mareshe assentiu.
para onde vão. Sempre tão cheios de segredos!”, irr itou-se. “‘Você está
no comando, Mareshe’, dizem eles e então vão para essas reuniões secre-
Dashe mencionou? Encarou Ashe que ainda pairava ao seu lado. Talvez
“Ashe!”, chamou.
“Já estou indo, Lady Matisse”, atendeu o seon cruzando o ar, uma
um passo sem perceber. Havia mais além dos gritos. Era o bar ulho de
rado para passar a noite em suas casas. Apenas ela e Idotris permanece-
ram.
“Ah, não vai, não”, retrucou Matisse agarrando seu braço e puxan-
do-o para trás. Ao longe, ainda ecoava a gritar ia. Então, decidida, olhou
os sapatos.”
correu para o prédio do outro lado da rua, um dos reservados para supri-
Olhou para cima e viu que o seon retornava. Seu aon estava tão turvo
que ela mal conseguia vê-lo. “Minha senhora”, insistiu Ashe com urgên-
dos soldados elantrinos estão lutando na frente da cidade, mas não res-
Não, não. Isso não pode estar acontecendo. Não aqui. Nova Elan-
dedos estavam dormentes. Era assim que tudo terminar ia então. Não ha-
via muito o que fazer, havia? Era quase uma criança, uma mendiga, uma
de Espírito me incumbiu.
“Encontre meu pai!”, pediu ela. “Diga a ele o que vamos fazer.”
Com isso, entrou no Poleiro e Ashe flutuou para longe noite aden-
do?”
precisa saber.”
pitão, então eu sou uma capitã. E isso significa que eu posso estar no co-
paralisados de medo.
do?”
“Ashe diz que Nova Elantris está sob ataque”, explicou ela, se ajo-
elhando ao lado das lanternas. “Os soldados estão matando todos que
crianças – até as mais pequenas – foram atraídas pela luz e pela sensa-
ção de proteção que o objeto oferecia. Quando entregou uma das lampa-
rinas para Idotris, a iluminação permitiu que ela visse o medo em seu
rosto.
curo, corr iam atrás da luz. Tiil e Teor ajudavam os menores a não saírem
mas não via outra maneira. Na verdade, eles mal conseguiam manter as
iluminação na frente. Tinha que ser assim. Seguiam o caminho que leva-
va para longe dos gritos, cada vez mais próximos.
estavam com seu pai treinando com as armas recém-adquir idas. Os úni-
cos prédios ocupados eram os que Ashe apontara que estavam sendo
vasculhados. Os moradores…
De repente, uma voz gritou atrás deles, falando em uma língua ás-
pera que Matisse não entendia. Girou, olhando por cima das cabeças das
Tudo queimava.
Não é possível que ousem matar as crianças, pensou ela, sua mão
brilho sombrio e per igoso. O grupo avançou. Sim, eles se atreviam a ma-
sabia que as crianças nunca poder iam se mover mais rápido do que esses
lanterna tremendo nas suas mãos, sem saber o que fazer. As crianças se
afastaram na escur idão atrás dela, em uma retirada muito lenta. Dashe
lutava com valentia, sua espada enferr ujada substituída por uma em boas
à frente. Naquele exato momento, Dashe se virou e ela pôde ver cortes
em seu rosto e por todo o corpo. O olhar de pavor que viu nos seus olhos
do seu pai caiu agonizando no chão. A dor se tornara demais para ele.
rer!”
Meu pai está morto. Não, pior que isso... Agora ele é um hoed.
tas tragédias enquanto mendigava nas ruas. Poder ia superar mais essa.
A menos que... Olhoando para o seon pairando ao seu lado, notou o aon
mavam cada vez mais. “Vá em frente e encontre Idotris. Diga a ele para
desligar a lâmpada e para levar todos para um lugar seguro!”
nhum.”
Aon Rao.”
voava para longe. Ela se virou para encarar os soldados que estavam
muito próximos. Então, com um dedo trêmulo, ela levantou a mão e co-
meçou a desenhar.
firme para completar o aon apesar do medo que dominava tudo. Os sol-
dados hesitaram quando perceberam o que fazia, até que um deles disse
algo em uma linguagem gutural que Matisse deduziu ser fjordênico. En-
tão, re
tomaram o caminho até ela.
do seon amigo. Mas é claro que o aon não fez nada. Ficou ali no ar, co-
direto nos rostos dos soldados. Eles gritaram quando o súbito lampejo
Idotris e os outros não estavam tão longe, Matisse podia ver suas som-
bras ainda bruxuleando na noite mais à frente, mas a visão dos soldados
ainda estava muito ofuscada para notar um movimento tão sutil, e enfim
foram substituídos por sujeira e escur idão e Matisse teve que desacelerar
ca... Correr era uma atividade difícil para elantrinos. Não tinha forças
para ganhar mais velocidade. A fadiga que pesava dentro dela começava
Dobrou uma nova curva e ficou cara a cara com dois soldados, pa-
nhares, pronta para correr, mas um dos homens agarrou seu braço, rindo
fer imentos graves, mas essa dor superava em muito qualquer outra que
çando em seus próprios pés. Matisse continuou, meio andando, meio pu-
lando. Não percebeu, mas caminhou em círculos até ver o brilho de No-
na sua direção, sem se importar mais com a perseguição. Seu pai ainda
hoed.
ente. Houve um bar ulho atrás dela e se virou só para ver um soldado se
No en
tanto, aquele homem, manchado de lodo, insistia. Prestando mais
“Me diga”, bradou o homem com seu forte sotaque. “Me diga para
“Eu não sei!”, resmungou ela. Mas ela sabia, Ashe contara.
enquanto pegava uma faca em seu cinto com a outra. “Você vai me falar,
chorando. Como que para provar do que era capaz, o soldado ergueu a
faca diante dela. Em toda sua vida, nunca sentiu tanto medo.
nhecer, mas essa clar idade foi ofuscada por uma inesperada explosão de
luz ao redor do perímetro da cidade. O soldado, fazendo uma pausa, fi-
tou o céu.
de seu corpo elantrino, não tinha percebido o quanto fazia falta se sentir
quente. Diferente de antes, porém, era como se o calor fluísse por todo o
tendeu a mão e passou um dedo áspero pela bochecha onde antes ficava
o corte.
Seu corpo estava revitalizado, mas ainda era uma jovem garota e
tentava assimilar o fato de que sua pele havia mudado das manchas para
“Eu acho que você esqueceu de uma coisa, amigo”, soou uma voz
de repente.
“Se a luz a regenerou”, disse a voz, “isso significa que fez o mes-
mo co
migo.”
estava atrás: seu pai, brilhando uma luz que vinha do seu inter ior, todas
petacular.
Seu traje estava rasgado no local em que fora fer ido, mas a pele
estava curada. Em uma das mãos segurava a mesma espada que o havia
gência.
* * *
rata já tinham ido, acho que nos desencontramos enquanto eles faziam o
tava muito preocupado com o que acontecia dentro da cidade, mas não
podia deixá-las…”
não tinha ideia do que ela tinha passado.” Raoden sorr iu. Dera a Dashe
dois seons (aqueles cujos mestres morreram e que se viram sem nin-
guém para servir assim que recuperaram o juízo quando Elantris foi res-
a filha.
do quando a porta se abriu. Sua esposa, a rainha Sarene, entrava, a barr i-
oitava sér ie, chamada Matisse, escrevera um texto sobre Elantris. Matis-
se não sabia que sua professora namorava comigo. Ela nem sabia que
quela época, ainda era uma grande novidade para mim ser um autor pu-
Quer ia fazer algo especial para agradecer a Matisse, que ainda não
sabia que sua professora estava namorando um de seus escritores favor i-
Dashe e o seon Ashe. Não quer ia que caíssem como os outros: Karata ti-
nha feito um grande esforço para protegê-las, e evitar que sofressem du-
nunca tinha falado com ela. Agora já conversamos algumas vezes, por-
que volta e meia ela vem às minhas sessões de autógrafos. Ela até deu
do um pouco sentimental, embora espere que não. (Se lida fora do con-
muito satisfeito.
elantris 1
TÍTULO ORI
GI
NAL
TRADUÇÃO E
REVISÃO
TocaDigital
ADAPTAÇÃO DE CA
PA
TocaDigital
EPUB
TocaDigital
Reyes.
Tradu
ção sem fins lucrativos, feita apenas para que os leitores e fãs bra-
sileiros