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UNIVERSIDADADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA

INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA
PROF. OSMAR BRAGA

CANÇÕES PARA ANÁLISE E DEBATE

Sereia, o sol
O vento, o mar, navegando
Indo, voltando, canoa
O peixe, fruto do mar
1 O Pescador Pescador, tem que pescar
Pescador, tem que pescar
Tim Maia
A Vida do Pescador (part.
O vento, o mar, a areia, a praia
2 Matogrosso & Mathias)
As ondas, sereia, navegando Bento e Mamão
Indo, voltando, canoa
Sereia, as ondas do mar Vou fazê o meu ranchinho
Pescador, tem que pescar Na beira do rio só pra mim pescá
Areia, canoa, pescador Pra fugí do baruião da cidade grande
Tem que pescar Pra não istressá

Como vou poder sobreviver Lá eu fico amoitado


Se não tenho nada pra comer Jogo um farelinho pra cevá o poço
Como é cruel e fria esta gente Até esqueço que no banco
Não será possível resistir Eu tô atolado até o pescoço
Se não temos nada pra vestir
Como esse povo é sofrido e carente Ai como é difícil
A vida do pescador
Pescador, tem que pescar De noite ele enrosca o anzor
Pescador, tem que pescar Na gaiada da taboca
Areia, canoa De dia ele queima no sor
Sereia não me atrapalha Dando banho na minhoca
Filho, mãe, irmã, esposa
A família a esperar, canoa Levanto de madrugada
Tem que pescar, pescador Pego a minha enxada e começo a cavá
Tem que pescar Mais é pra rancá minhoca
Pra fisgá uns bagre pra nóis armoçá
Como vou poder sobreviver
Se não tenho nada pra comer Depois ranco umas mandioca
E jogo na água prelas istragá
Como é cruel e fria esta gente
Pra cevá peixe graúdo
Não será possível resistir
Eu faço de tudo pra não trabaiá
Se não temos nada pra vestir
Como esse povo é sofrido e carente
Ai como é difícil
A vida do pescador
De noite ele enrosca o anzor Na gaiada da taboca
Na gaiada da taboca De dia ele queima no sor
De dia ele queima no sor Dando banho na minhoca
Dando banho na minhoca

Vou chamá o Anizião


Um cabocro bão pra tarrafiá 3 A Cidade - Chico Science
Ele dá uma tarrafiada
Que precisa quatro pra podê puxá O Sol nasce e ilumina as pedras
evoluídas
Dias desses lá no córgo Que cresceram com a força de pedreiros
Ele apichô a sua tarrafinha suicidas
Pegô cinco jiripoca Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Uma onça parda e dezoito galinha Não importa se são ruins nem importa se
são boas
Ai como é difícil
A vida do pescador E a cidade se apresenta centro das
De noite ele enrosca o anzor ambições
Na gaiada da taboca Para mendigos ou ricos e outras
De dia ele queima no sor armações
Dando banho na minhoca Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais,
Tudo aqui no meu ranchinho camelôs
É bem simpresinho eu falá pro ceis
É um farturão danado A cidade não para
Nóis pega dourado e sorta tra veiz A cidade só cresce
O de cima sobe
A pexaiana miúda E o de baixo desce
Nóis tem uma vara que é pra compará A cidade não para
Se não der um metro e meio A cidade só cresce
Nóis sorta o bichinho preles miorá O de cima sobe
E o de baixo desce
Ai como é difícil
A vida do pescador A cidade se encontra prostituída
De noite ele enrosca o anzor Por aqueles que a usaram em busca de
Na gaiada da taboca uma saída
De dia ele queima no sor Ilusora de pessoas de outros lugares
Dando banho na minhoca A cidade e sua fama vai além dos mares

Quando vai escurecendo E no meio da esperteza internacional


Nóis vorta pro rancho é hora de jantá A cidade até que não está tão mal
Um arroz com cambuquira E a situação sempre mais ou menos
Um franguin caipira que é pra variá Sempre uns com mais e outros com
menos
Depois nóis ferra no truco
Joga umas partida que é pra relaxá A cidade não para
Ai nóis vai dormir tranqüilo A cidade só cresce
Pra no outro dia nóis vortá pescá O de cima sobe
E o de baixo desce
Ai como é difícil A cidade não para
A vida do pescador A cidade só cresce
De noite ele enrosca o anzor O de cima sobe
E o de baixo desce Vocês me dizem que o brasil não
desenvolve
Eu vou fazer uma embolada Sem o agrebiz feroz,
Um samba, um maracatu desenvolvimentista
Tudo bem envenenado Mas até hoje na verdade nunca houve
Bom pra mim e bom pra tu Um desenvolvimento tão destrutivista
Pra gente sair da lama e enfrentar os
É o que diz aquele que vocês não
urubus
ouvem
Num dia de Sol, Recife acordou
O cientista, essa voz, a da ciência
Com a mesma fedentina do dia anterior
Tampouco a voz da consciência os
comove
4 Reis do Agronegócio Vocês só ouvem algo por conveniência

Chico César Para vocês, que emitem montes de


dióxido
LetraSignificado Para vocês, que têm um gênio
Ó donos do agrobiz, ó reis do neurastênico
agronegócio Pobre tem mais é que comer com
Ó produtores de alimento com veneno agrotóxico
Vocês que aumentam todo ano sua Povo tem mais é que comer se tem
posse transgênico
E que poluem cada palmo de terreno É o que acha, é o que disse um certo
E que possuem cada qual um latifúndio dia
E que destratam e destroem o Miss motosserrainha do
ambiente desmatamento
De cada mente de vocês olhei no fundo Já o que acho é que vocês é que
E vi o quanto cada um, no fundo, deviam
mente Diariamente só comer seu "alimento"

Vocês desterram povaréus ao léu que


erram Vocês se elegem e legislam, feito
E não empregam tanta gente como cínicos
pregam Em causa própria ou de empresa
Vocês não matam nem a fome que há coligada:
na terra O frigo, a múlti de transgene e agentes
Nem alimentam tanto a gente como químicos
alegam Que bancam cada deputado da
É o pequeno produtor que nos provê e bancada
os Té comunista cai no lobby
Seus deputados não protegem, como antiecológico
dizem: Do ruralista cujo clã é um grande clube
Outra mentira de vocês, pinóquios Inclui até quem é racista e homofóbico
véios Vocês abafam, mas tá tudo no youtube
Vocês já viram como tá o seu nariz,
hem?
Vocês que enxotam o que luta por Vocês não destruíram o horizonte...
justiça; Ainda
Vocês que oprimem quem produz e
que preserva
Vocês que pilham, assediam e cobiçam Seu avião derrama a chuva de veneno
A terra indígena, o quilombo e a Na plantação e causa a náusea violenta
reserva E a intoxicação "né" adultos e
Vocês que podam e que fodem e que pequenos
ferram Na mãe que contamina o filho que
Quem represente pela frente uma amamenta
barreira Provoca aborto e suicídio o inseticida
Seja o posseiro, o seringueiro ou o Mas na mansão o fato não sensibiliza
sem-terra Vocês já não tão nem aí co’aquelas
O extrativista, o ambientalista ou a vidas
freira Vejam como é que o ogrobiz
desumaniza...:

Vocês que criam, matam cruelmente


bois Desmata minas, a amazônia, mato
Cujas carcaças formam um enorme lixo grosso...;
Vocês que exterminam peixes, caracóis Infecta solo, rio, ar, lençol freático;
Sapos e pássaros e abelhas do seu Consome, mais do que qualquer outro
nicho negócio
E que rebaixam planta, bicho e outros Um quatrilhão de litros d´água, o que
entes é dramático
E acham pobre, preto e índio "tudo" Por tanto mal, do qual vocês não se
chucro: redimem
Por que dispensam tal desprezo a um Por tal excesso que só leva à escassez
vivente? Por essa seca, essa crise, esse crime
Por que só prezam e só pensam no seu Não há maiores responsáveis que
lucro? vocês

Eu vejo a liberdade dada aos que se Eu vejo o campo de vocês ficar infértil
põem Num tempo um tanto longe ainda, mas
Além da lei, na lista do trabalho não muito
escravo E eu vejo a terra de vocês restar estéril
E a anistia concedida aos que destroem Num tempo cada vez mais perto, e lhes
O verde, a vida, sem morrer com um pergunto
centavo O que será que os seus filhos acharão
Com dor eu vejo cenas de horror tão de
fortes Vocês diante de um legado tão nefasto
Tal como eu vejo com amor a fonte Vocês que fazem das fazendas hoje um
linda grande
E além do monte o pôr-do-sol porque Deserto verde só de soja, cana ou
por sorte pasto?
Pelos milhares que ontem foram e Que aquele abençoado
amanhã serão Poderia ter sido você
Mortos pelo grão-negócio de vocês
Pelos milhares dessas vítimas de Com tanta riqueza por aí
câncer Onde é que está? Cadê sua fração?
De fome e sede, e fogo e bala, e avcs Com tanta riqueza por aí
Saibam vocês que ganham "cum" Onde é que está? Cadê sua fração?
negócio desse
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Muitos milhões, enquanto perdem sua
Esperando a ajuda de Deus?
alma
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Que eu me alegraria se afinal morresse
Esse sistema que nos causa tanto Esperando a ajuda de Deus
trauma Posso
Vigiar teu carro?
Te pedir trocados?
Eu me alegraria se afinal morresse Engraxar seus sapatos?
Esse sistema que nos causa tanto
trauma Posso?
Vigiar teu carro?
Te pedir trocados?
Eu me alegraria, ô Engraxar seus sapatos?
Esse sistema que nos causa tanto
Sei, não é nossa culpa
trauma
Nascemos já com uma bênção
Mas isso não é desculpa
Ó donos do agrobiz, ó reis do Pela má distribuição
agronegócio Tanta riqueza por aí
Ó produtores de alimento com veneno Onde é que está? Cadê sua fração?

Até quando esperar a plebe ajoelhar?


Esperando a ajuda de Deus
Até quando esperar a plebe ajoelhar?
Até Quando Esperar
5 Canção de Plebe Rude
Esperando a ajuda do divino Deus

Não é nossa culpa


Nascemos já com uma bênção
Mas isso não é desculpa 6 Admirável gado novo (vida
Pela má distribuição de gado) – Zé Ramalho
Canção
Com tanta riqueza por aí
Onde é que está? Cadê sua fração?
Com tanta riqueza por aí Essa é a canção do povo marcado
Onde é que está? Cadê sua fração? Do povo feliz
Até quando esperar? É o admirável gado novo
É o nosso Brasil
E cadê a esmola
Yeah
Que nós damos sem perceber?
Vocês que fazem parte dessa massa Eh, oô, vida de gado
Que passa dos projetos do futuro Povo marcado eh
É duro tanto ter que caminhar Povo feliz
E dar muito mais do que receber Feliz
E ter que demonstrar sua coragem Feliz
À margem do que possa parecer Feliz
E ver que toda essa engrenagem Oôi
Já sente a ferrugem lhe comer Oh uoh uoh uoh uoh eh eh eh boi
Eh boi, yeah yeah boi
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado eh
Povo feliz
Samba da Utopia
Êh, oô, vida de gado 7
Povo marcado eh
Povo feliz Ceumar
Lá fora faz um tempo confortável Se o mundo ficar pesado
A vigilância cuida do normal Eu vou pedir emprestado
Os automóveis ouvem a notícia A palavra poesia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada Se o mundo emburrecer
A única velhice que chegou Eu vou rezar pra chover
Demoram-se na beira da estrada Palavra sabedoria
E passam a contar o que sobrou!
Se o mundo andar pra trás
Eh, oô, vida de gado Vou escrever num cartaz
Povo marcado eh A palavra rebeldia
Povo feliz
Se a gente desanimar
Eh, oô, vida de gado
Eu vou colher no pomar
Povo marcado eh
A palavra teimosia
Povo feliz
Se acontecer afinal
Oh oh oh De entrar em nosso quintal
A palavra tirania
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos Pegue o tambor e o ganzá
Contemplam esta vida numa cela Vamos pra rua gritar
Esperam nova possibilidade A palavra utopia
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar
Não voam, nem se pode flutuar
8 Que País ´Este?
Não voam, nem se pode flutuar Que País É Este
Eh, oô, vida de gado Canção de Legião Urbana
Povo marcado eh
Povo feliz (eu quero ouvir vocês, vai)
Nas favelas, no senado Nascemos já com uma bênção

Sujeira pra todo lado Mas isso não é desculpa

Ninguém respeita a constituição Pela má distribuição

Mas todos acreditam no futuro da Com tanta riqueza por aí


nação
Onde é que está? Cadê sua fração?
Que país é esse?
Com tanta riqueza por aí
Que país é esse?
Onde é que está? Cadê sua fração?
Que país é esse?
Até quando esperar?
No Amazonas, no Araguaia-ia-ia
Na Baixada Fluminense E cadê a esmola
Mato Grosso, Minas Gerais
E no nordeste tudo em paz Que nós damos sem perceber?
Na morte eu descanso Que aquele abençoado
Mas o sangue anda solto
Manchando os papéis Poderia ter sido você
Documentos fiéis Com tanta riqueza por aí
Ao descanso do patrão
Que país é esse? Onde é que está? Cadê sua fração?
Que país é esse? Com tanta riqueza por aí
Que país é esse?
Que país é esse? Onde é que está? Cadê sua fração?
Terceiro mundo se for
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico Esperando a ajuda de Deus?

Vamos faturar um milhão Até quando esperar a plebe ajoelhar

Quando vendermos todas as alma Esperando a ajuda de Deus

Dos nossos índios num leilão Posso

Que país é esse? Vigiar teu carro?

Que país é esse? Te pedir trocados?

Que país é esse? Engraxar seus sapatos?

Que país é esse? Posso?

Vigiar teu carro?

9 Até Quando Esperar? Te pedir trocados?

Engraxar seus sapatos?


Canção de Plebe Rude
Sei, não é nossa culpa

Nascemos já com uma bênção


Não é nossa culpa
Mas isso não é desculpa Ser diferente é normal!
Sha-na-na
Pela má distribuição
Ser diferente é normal!
Tanta riqueza por aí

Onde é que está? Cadê sua fração?


Todo mundo tem seu jeito singular
Até quando esperar a plebe ajoelhar?
De crescer, aparecer e se manifestar
Esperando a ajuda de Deus
Se o peso na balança é de uns quilinhos
a mais
Até quando esperar a plebe ajoelhar?
E daí, que diferença faz?
Esperando a ajuda do divino Deus

Todo mundo tem que ser especial


10 Ser Diferente é Normal Em seu sorriso, sua fé e no seu visual
Gilberto Gil Se curte tatuagens ou pinturas naturais
Todo mundo tem seu jeito singular E daí, que diferença faz?

De ser feliz, de viver e de enxergar


Já pensou, tudo sempre igual?
Se os olhos são maiores ou são orientais
Ser mais do mesmo o tempo todo não é
E daí? Que diferença faz? tão legal
Todo mundo tem que ser especialEm Já pensou, sempre tão igual?
oportunidades, em direitos, coisa e tal
Tá na hora de ir em frente
Seja branco, preto, verde, azul ou lilás
Ser diferente é normal!
E daí? Que diferença faz?

Sha-na-na
Já pensou, tudo sempre igual? Ser diferente é normal!
Ser mais do mesmo o tempo todo não é Sha-na-na
tão legal
Ser diferente é normal!
Já pensou, sempre tão igual?
Sha-na-na
Tá na hora de ir em frente
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Sha-na-na
Ser diferente é normal!
Sha-na-na
Ser diferente é normal!
Sha-na-na
Ser diferente é normal!
Sha-na-na

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