Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Lourival Batista:
O cantador violeiro
longe da terra querida,
sente um vazio na vida,
tornando prisioneiro,
olha o pinho companheiro,
aí começa a tocar,
tem vontade de cantar,
mas lhe falta inspiração.
Que a saudade do sertão
faz o poeta chorar.
Louro Branco:
Eliseu Ventania:
João Paraibano:
Coruja dá gargalhada
Na casa que não tem dono
A borboleta azulada
Da cor de um papel carbono
Faz ventilador das asas
Pra rosa pegar no sono.
A juventude não dá
Direito a segunda via
Jesus pintou meus cabelos
No final da boemia
Mas na hora de pintar
Esqueceu de perguntar
Qual era a cor que eu queria.
Dimas Batista:
Beija-Flor:
***
Patativa do Assaré:
***
Manoel Xudu:
***
***
Ao romper da madrugada,
um vento manso desliza,
mais tarde ao sopro da brisa,
sai voando a passarada.
Uma tocha avermelhada
aparece lentamente,
na janela do nascente,
saudando o romper da aurora,
no sertão que a gente mora,
mora o coração da gente.
O cantador violeiro
longe da terra querida,
sente um vazio na vida,
tornando prisioneiro,
olha o pinho companheiro,
aí começa a tocar,
tem vontade de cantar,
mas lhe falta inspiração.
Que a saudade do sertão
faz o poeta chorar.
***
***
Lira Flores:
***
Continue lendo →
***
Dá um nó emotivo na garganta
Quando a época da chuva vai embora
Sobra lágrima nos olhos de quem chora
Falta água na cova de quem planta
Se dos olhos cair não adianta
Que não enche cacimba e nem barreiro
Cresce mais a angustia e o desespero
Vendo o bicho sofrer sem ser culpado
No sertão falta água para o gado
Porém sobra nos olhos do vaqueiro.
***
***
***
***
***
| 2 Comentários
***
MINHA VIOLA
Voltei desapercebido,
Sem ilusão, sem sentido,
Humilhado e arrependido,
Para te pedir perdão,
Pois tu és a joia santa
Que me prende, que me encanta
E aplaca a dor que quebranta
O trovador do sertão.
Porém, se na eternidade,
A gente tem liberdade
De também sentir saudade,
Será grande a minha dor,
Por saber que, nesta vida,
Minha viola querida
Há de passar constrangida
Às mãos de outro cantor.
***
MINHA SERRA
***
ARTE MATUTA
***
O POETA DA ROÇA
***
***
Um velho já moribundo
Nas agonias da morte
Soltou um peido tão forte
Que se ouviu no outro mundo
O peido gritou no fundo
Que só apito de trem
O velho sentiu-se bem
Levantou-se no outro dia
Dizendo a quem não sabia
O valor que o peido tem.
Um peido silencioso
Por baixo de um cobertor
É tão grande o seu valor
Que descrevê-lo é custoso
Cheira mais que o mais cheiroso
Vale de Jerusalém
As roseiras de Siquém
As savanas do Saara
Nada disso se compara
O valor que o peido tem.
| 2 Comentários
***
Otacílio Batista
***
O poeta e o passarinho
são ricos de inteligência
simples como a natureza
eternos como a ciência
estrelas da liberdade
peregrinos da inocência.
Herdeiros da providência,
um no chão, outro voando,
um pena com tanta pena
outro sem pena penando,
um canta cheio de pena,
outro sem pena cantando.
***
***
João Paraibano
***
Braulio Tavares
***
Zé Vicente da Paraíba
***
***
Joaquim Vitorino
***
Manoel Xudu
Diniz Vitorino
Manoel Xudu
Diniz Vitorino
| 1 Comentário
PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS
João Paraibano
***
João Santana
***
Manoel Bentevi
***
***
Manoel Filomeno de Menezes (Manoel Filó)
***
Continue lendo →
***
***
***
Naquele tempo odiento e obscuro
Em que a ciência era tragada em um vaso
Todo o mundo imerso no atraso
Eu olhei na janela do futuro:
O panorama da vida é muito duro
E o destino do homem vem traçado.
Eu, pra ver se obtinha resultado,
Do além e de coisas mais incríveis,
Penetrei no setor dos invisíveis,
Vi o mundo sorrir do outro lado.
***
***
Manoel Xudu
***
João Paraibano
***
Arnaldo Pessoa
As flores do Pajeú
Eram os improvisadores
Muitos desapareceram
Mas deixaram sucessores
Eu sou o fruto mais novo
Da árvore dos cantadores.
***
Miro Pereira
***
Zé Fernandes
***
Adauto Ferreira Lima
***
***
Continue lendo →
Geraldo Amâncio
Moacir Laurentino
Geraldo Amâncio
Moacir Laurentino
Geraldo Amâncio
Moacir Laurentino
Geraldo Amâncio
Moacir Laurentino
Geraldo Amâncio
Eu admiro a mulher
Por ser carinhosa e bela
São dois corpos em um só
Dois filmes na passarela
No trabalho até na dor
Deve auxiliar a ela!
Moacir Laurentino
Geraldo Amâncio
A esposa de um poeta
É dama da paciência
E a virgem nossa senhora
É a mãe da providência
Todo mulher é a rosa
Que o mundo botou essência!
Moacir Laurentino
É da minha preferência
Pelos os cálculos que já fiz
Se tivesse uma mulher
Governando esse país
Não havia desemprego
E todo mundo era feliz!
Geraldo Amâncio
***
Continue lendo →
| 1 Comentário
***
FLORES MURCHAS
***
AMANHÃ
***
AUTOBIOGRAFIA
Continue lendo →
***
***
Continue lendo →
| 1 Comentário
***
HABEAS POETA
***
Vi o fantasma da seca
Ser transportado numa rede
Vi o açude secando
Com três rachões na parede
E as abelhas no velório
Da flor que morreu de sede.
A juventude não dá
Direito a segunda via
Jesus pintou meus cabelos
No final da boemia
Mas na hora de pintar
Esqueceu de perguntar
Qual era a cor que eu queria.
Coruja dá gargalhada
Na casa que não tem dono
A borboleta azulada
Da cor de um papel carbono
Faz ventilador das asas
Pra rosa pegar no sono.
A cantoria transcende
Um panorama mais lindo
Poeta é a voz do povo
Que está lhe assistindo
Que quer dizer, mas não pode
Tudo o que está sentindo.
Geraldo Amâncio:
Sebastião da Silva:
***
Geraldo Amâncio:
Sebastião da Silva:
Geraldo Amâncio:
Sebastião da Silva:
Geraldo Amâncio:
Sebastião da Silva:
A vileza do destino
Espedaçou meu futuro,
O meu viver é obscuro
Desde o tempo de menino.
Hoje sou um peregrino,
Não sei o que é riqueza,
Bruxuleia a luz acesa,
Perdi a perseverança …
E o retrato de minha infância
Está na minha pobreza.
Zeto do Pajeú
Nildo Cordel
ANDARILHO
Zé Maria
João Paraibano
Zé de Almeida
Noel Calixto
Admiro o Zé Ferreira
Um cantador estupendo
Se a roupa se suja, lava
Se rasga, bota remendo
Gasta menos do que ganha
Que é pra não ficar devendo.
Roberto Queiroz
Miro Pereira
A patativa de gola
Nos campos da providência
Uma pequena figura
Uma larga inteligência
Canta com tanta certeza
Sem precisar de ciência.
João Abel
Biu Dionísio
No varal do infinito
Uma nuvem pendurada
Parece com uma roupa
Bem confeccionada
Que Deus coseu com maestria
Para o corpo da madrugada.
Raimundo Borges
João Lourenço
O mínimo precisaria
Aumentar uns cem por cento
Quem recebe no salário
Quinze reais de aumento
É mesmo que receber
Nota de falecimento.
Ismael Pereira
O cemitério é a casa
dos nossos restos mortais;
ambição, ódio e vingança
ficam do portão pra trás,
porque, do portão pra frente,
todos nós somos iguais.
***
Na madrugada altaneira,
geme o vento atrás do monte;
um cururu toma banho
na água fresca da fonte
e a lua dorme emborcada
no colchão do horizonte.
***
***
***
É um dia de tristeza
quando a mãe para o céu vai.
Os filhos se cobrem em prantos;
O caçula diz: ô pai,
Não vê, mamãe ta dormindo!
Abra o caixão que ela sai!
***
***
***
***
***
| 2 Comentários
***
***
Eu admiro um caixão
Comprido como um navio
Em cima uma cruz de prata
No meio um defunto frio
E um cordão de São Francisco
Torcido como um pavio.
***
***
***
***
***
***
O ligeiro mangangá
Passa, nos ares, zumbindo;
As abelhas do cortiço
Estão entrando e saindo,
Que, de perto, a gente pensa
Que o pau está se bulindo.
***
A raposa arrepiada
Se aproxima do poleiro,
Espera que as galinhas
Pulem no meio do terreiro;
A que primeiro descer,
É a que morre primeiro.
Continue lendo →
| 1 Comentário
***
***
***
***
***
No ramo da construção
Faço ponte, creche e praça
Com tijolo, cal e massa
Eu ergo qualquer mansão
Levanto em cima do chão
Parede bem grossa ou fina
Torre que não se inclina
Que não se quebra nem dobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.
***
O pequeno sanfoneiro
Com arte desafinada
Que de calçada em calçada
Vive a ganhar seu dinheiro,
Não é Alcimar Monteiro
Nem Gonzagão, nem Roberto,
Porém deixou boquiaberto
O povo do interior.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.
O sertanejo frustrado
Vítima da sociedade,
Somente vai à cidade
Quando se vê obrigado,
Falando pouco e errado
Porque vive no deserto,
Mas se houvesse escola perto
Talvez que fosse um doutor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.
A prostituta de bar
Tem na consciência um farne,
Negocia a própria carne
A fim de se alimentar,
O bom conceito de um lar
Foi pela sorte encoberto,
Talvez que até desse certo
Se tivesse havido amor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.
| 1 Comentário
Moacir Laurentino:
Sebastião da Silva:
***
Ivanildo Vilanova:
Severino Ferreira:
Ivanildo Vilanova:
Pra ganhar o Nobel só é preciso
Conhecer de sentido e odalinfa
Ser parente da paz, irmão da ninfa
Ser parente do amor, irmão do riso
É tirar oito e meio em improviso
Tirar nove em métrica e harmonia
Nove e meio em repente e teoria
Tirar dez na escola da saudade
Vamos ver quem possui capacidade
Pra ganhar o Nobel da Cantoria.
Severino Ferreira:
Ivanildo Vilanova:
***
O cavalo do vaqueiro
Nas quebradas do sertão.
***
***
Realizada a vontade
Eu ouvi um burburinho
Eram vozes na estrada
Bem no meio do caminho
Pensando que era ladrão
Me deitei ali no chão
E fui ouvindo tudinho:
“Você é um coitadinho”
Ouvi a moto falar.
“Já está ultrapassado
Coloque-se em seu lugar
É bicho sem importância
Símbolo da ignorância
Não serve mais pra montar”.
Jogado no esquecimento
Na maior ingratidão
Abandonado de tudo
Nas estradas do sertão
Só me restam as lembranças
De um tempo de bonança
Sem tristeza e humilhação”
Continue lendo →
| 3 Comentários
GRANDES REPENTISTAS
Publicado em 28 de abril de 2023
Elísio Felix da Costa, o Canhotinho, Taperoá – PB (1913-1965)
***
Pinto do Monteiro
João Furiba
Pinto velho do Monteiro,
de anos tem quase cem,
viveu sem juntar dinheiro,
não vai deixar um vintém,
que o povo da terra dele
não dá a mão a ninguém.
Pinto do Monteiro
Biu Gomes
O sabiá do sertão
faz coisa que me comove:
passa três meses cantando
e sem cantar passa nove,
como que se preparando,
pra só cantar quando chove.
Job Patriota
No jogo do improviso,
sou artista competente,
traço o baralho dos versos
e sei jogar meu repente,
no pife-pafe das rimas,
ninguém bate em minha frente.
Manoel Soares
Pedro Amorim
Todo cantador pequeno,
pensa que é grande e sabido:
sempre conta que venceu,
nunca diz que foi vencido,
acho que com meu colega,
isto tem acontecido.
Odilon Nunes de Sá
Admiro a mocidade
não querer envelhecer,
velho ninguém quer ficar,
moço ninguém quer morrer,
quem morre moço não vive,
bom e ser velho e viver.
Sebastião da Silva
Valdir Teles
O vício da embriaguez
em meu feitio não mora,
por isso fico de fora,
deste sarau de vocês,
beber a primeira vez,
pra mim é coisa custosa,
vou tomar uma gasosa,
que nada de mal concebe,
aqui só glosa quem bebe,
quem não beber nada glosa.
Manoel Belarmino
Job Patriota
Estes teus seios pulados,
que estão me desafiando,
são dois carvões faiscando,
no fogão dos meus pecados,
são dois punhais afiados,
que já ferem dois cristãos,
para o meus lábios pagãos,
são dois sapotis maduros,
Quero ver teus seios puros
nas conchas de minhas mãos.
Severino Pinto
José Vicente
Só o presente me diz
tudo que fiz no passado,
caminho certo ou errado,
nas caminhadas que fiz,
só mesmo o destino quis
modificar minha mente,
o corpo velho e doente
mantém as rugas da cara.
A saudade não separa
o passado do presente.
Manoel Dodô
Na profissão de carreiro,
eu faço tudo e não deixo,
compro sebo ensebo o eixo,
a canga e o tamoeiro,
sete palmos de fueiro
medidos na minha mão,
uma vara de ferrão,
dois canzis de mororó:
carro de boi e forró
faz eu gostar do sertão.
Arnaldo Cipriano
| 1 Comentário
Eu já perdoei bastante
o que puderam roubar,
para ninguém censurar
que sou muito extravagante
mas de agora por diante,
ninguém será perdoado,
Deus queira que cão danado
um dia morda na cara
de quem roubar uma vara
na cerca do meu cercado.
***
Ivanildo Vilanova
Geraldo Amâncio
Continue lendo →
| Deixe seu comentário
Diniz Vitorino
***
Expedito de Mocinha
Eu nasci e me criei
Aqui nesse pé de serra
Sou filho nato da terra
Daqui nunca me ausentei
Estudei não me formei
Porque meu pai não podia
Jesus filho de Maria
De mim se compadeceu
E como presente me deu
Um crânio com poesia.
***
Firmo Batista
***
Zé Limeira
***
Marcos Passos
***
Jó Patriota
Na madrugada esquisita
O pescador se aproveita
Vendo a praia como se enfeita
Vendo o mar como se agita
Hora calmo, hora se irrita
Como panteras ou pumas
Depois se desfaz em brumas
Por sobre as duras quebranças
Frágeis, fragílimas danças
De leves flocos de espumas.
***
A ARTE DA CANTORIA
***
***
***
***
A filhinha do mendigo
Sentada a seus pés, num beco,
Comendo um pão doce seco
Diz: papai, coma comigo.
E o velho pensa consigo
Meu Deus, mudai sua sina
Pra que minha pequenina
Não sofra o que eu sofro agora
Ria a filha, o velho chora
Depois que a feira termina.
Um pedinte se levanta
Da beira de uma calçada
Chupando uma manga espada
Pra servir de almoço e janta
Um boi de carro se espanta
Se o motorista buzina
Um velho fecha a cantina
Um cachorro arrasta um osso
E o pobre “azavessa” o bolso
Depois que a feira termina.
Continue lendo →
| 2 Comentários
O POETA DA ROÇA
***
ARTE MATUTA
***
***
***
***
***
Continue lendo →
***
***
***
Analise o caju e a castanha,
São os dois pendurados num só cacho,
Bem unidos, um em cima, outro embaixo,
Porém tendo um do outro a forma estranha,
Dela, extrai o azeite, o sumo, a banha,
Dele, o suco pro vinho e o licor,
Quando ambos maduros mudam a cor
Ele fica amarelo e ela escura,
Mas o gosto dos dois não se mistura,
Quanto é grande o poder do Criador.
***
***
***
Os astros louros do céu encantador
Quando um nasce brilhando, outro se some
E cada astro brilhante tem um nome
Um tamanho, uma forma, brilho e cor
Lacrimosos vertendo resplendor
Como corpos de pérolas enfeitados
Entre tronos de plumas bem sentados
Vigiando as fortunas majestosas
Que Deus guarda nas torres luminosas
Que flutuam nos paramos azulados.
***
***
***
Eu admiro um caixão
Comprido como um navio
Em cima uma cruz de prata
No meio um defunto frio
E um cordão de São Francisco
Torcido como um pavio.
***
***
Tristeza é a do peruzinho
Beliscando essa maniva
Correndo atrás da galinha
A sua mãe adotiva
Como quem está dizendo
Ah se mamãe fosse viva !
***
***
***
***
João Furiba
Pinto do Monteiro
Triste da mercadoria
que nela tiver seu nome!
Pode vir um guabiru
Com oito dias de fome,
Caga o pão, mija no queijo,
Passa por cima e não come.
***
João Paraibano
Os vegetais estremecem
Na hora que o vento espoca,
Um bezerra se alimenta
Na vaca da ponta oca,
Com o leite morno descendo
Pelos dois cantos da boca.
Sebastião Dias
João Paraibano
Sebastião Dias
***
Diniz Vitorino
Diniz Vitorino
Ivanildo Vilanova
Diniz Vitorino
Pertinho de um calabouço
A vida faz seu império
A morte chega e transforma
Ouro fino em pó funéreo
Roupa rasgada em mortalha
E palacete em cemitério.
Ivanildo Vilanova
Diniz Vitorino
A morte me dá prazer
Que eu a morte já conheço
Tira a fatura dos débitos
Mostra a nota, cobra o preço
No fim o cliente paga
O tributo do começo.
Ivanildo Vilanova
A vida tem tanto apreço
Que quem adoece pende
Vai pra médico e hospital
Gasta, mas não se arrepende
Que só não se compra a morte
Porque ela não se vende.
Diniz Vitorino
Ivanildo Vilanova
Diniz Vitorino
Ivanildo Vilanova
Diniz Vitorino
Ivanildo Vilanova
A vida é taça de mel
Que todo mundo aprecia
Porque se não fosse a morte
Não tinha casa vazia
Caneta não tinha preço
Mortalha, a traça comia.
Diniz Vitorino
Ivanildo Vilanova
Diniz Vitorino
Ivanildo Vilanova
Diniz Vitorino
Um cientista profundo
perguntou-me certa vez,
se eu conhecia os três
desmantelos deste mundo.
Eu respondi num segundo:
Doido, mulher e ladrão.
E disse mais a razão:
doido não tem paciência,
ladrão não tem consciência,
mulher não tem coração.
Serra Branca
Zé Limeira
Brasil de caracaxá,
do quengo, do cacareco,
do fole, do reco-reco,
do pandeiro, do ganzá,
do chibé, do aluá,
baião de dois, rubacão,
da farofa, do pirão,
da tapioca de coco,…
Este é Brasil de cabôco,
de mãe preta e pai João.
Dois aniversariantes,
em idades diferentes:
o pai está entre os adultos,
o filho entre os inocentes,
o pai mudando os cabelos,
o filho mudando os dentes.
***
Continue lendo →
| 2 Comentários
***
***
***
Continue lendo →
João Paraibano:
Onildo Barbosa:
Zé Saldanha:
Sebastião Dias:
Diniz Vitorino:
Na terra paraibana
foi onde eu pus os meus pés.
Caminhei pintando os lírios
dos majestosos painéis,
que formam telas sedosas
nos aromáticos vergéis.
Vi os dias infantis,
cheguei na adolescência,
cantei olhando pra o céu,
bebendo divina essência
dos frutos que Deus espreme
na taça do inocência.
No tempo da mocidade
fui ídolo dos cantadores;
dos cantadores que foram
meus fãs, admiradores,
e hoje me negam bom-dia
pra magoar minhas dores!
Siqueira de Amorim:
***
Axila é SUVACO
Cisco no olho é ARGUEIRO
Longe é LÁ NA CAIXA PREGO
Matuto é BERADEIRO
O alcoólatra é PINGUÇO
Mas também é CACHACEIRO.
Continue lendo →
***
Valdir Teles
Ivanildo Vilanova
Ivanildo Vilanova
Valdir Teles
***
E Parafuso responde
Para se ouvir e ver
Defendendo a aguardente
Durante enquanto viver
E dizer no fim do verso
Bebo e fumo até morrer
Formiga
Meu amigo Parafuso
Agora vou lhe dizer
Deus me livre de beber
Fumar eu também não uso
Do fumo eu tomei abuso
Porque nada bom não traz
Pois quando eu era rapaz
Quase o fumo me liquida
Enquanto Deus der-me vida
Nem bebo, nem fumo mais
Parafuso
Você é um inocente
Fumar é uma beleza
O fumo tira a tristeza
Fica a pessoa contente
O suco da aguardente
Ao homem dá bom prazer
Portanto posso dizer
Com pensamento profundo
Enquanto eu viver no mundo
Bebo e fumo até morrer
Continue lendo →
| 3 Comentários
***
Continue lendo →
***
Geraldo Amâncio
Severino Feitosa
Geraldo Amâncio
Severino Feitosa
Geraldo Amâncio
***
Roberto Macena
Zé Vicente
Roberto Macena
***
Existe um dicionário
Na mente do cantador
Sebastião Dias
Zé Viola
Acumulo cada ano
Cantando mares e terra
Paz, conflito, briga e guerra
Peixe, céu e oceano
A viola é o piano
O povo é meu instrutor
O palco me traz calor
E o cachê é meu salário
Existe um dicionário
Na mente do cantador
***
Continue lendo →
| 1 Comentário
***
***
Eu sei que Jesus do Céu me conhece,
Gosta do meu verso, dessa propaganda.
Se eu peço um repente, o Cristo me manda,
Me manda ligeiro, pois lá do céu desce.
Depois, na cabeça, o verso aparece,
Me desce pra boca preu pronunciar.
Inda tem um anjo para me ajudar.
E tem uma máquina nesse meu juízo:
Não faz outra coisa, só faz improviso
Nos dez de galope da beira do mar.
***
***
***
***
Continue lendo →
| 1 Comentário
João Pereira da Luz, o grande Poeta João Paraibano, Princesa Isabel-PB (1952-
2014)
***
João Paraibano
Severino Feitosa
João Paraibano
Severino Feitosa
João Paraibano
***
João Paraibano
Severino Feitosa
João Paraibano
Severino Feitosa
João Paraibano
Severino Feitosa
***
UMA CANTORIA
***
Pinto do Monteiro
Lourival Batista
Pinto do Monteiro
E os duzentos e dez
Que tu tomaste a Armando?
Por uns quatro ou cinco dias
O tempo foi se passando
Já faz quatro ou cinco meses
Ó ele ali esperando!
***
Uma cantoria de Sebastião da Silva e Moacir Laurentino:
Moacir Laurentino
Sebastião da Silva
Moacir Laurentino
***
Silveira
Diniz Vitorino
Silveira
Diniz Vitorino
***
UM CORDEL DE CHIFRES
Publicado em 30 de dezembro de 2022
Continue lendo →
| 1 Comentário
NATAL
Publicado em 23 de dezembro de 2022
Lima Júnior
Hélio Crisanto
***
Sebastião Dias:
Otacílio Batista:
José Monte:
É bonito se olhar numa represa
A marreca puxando uma ninhada
Com um gesto de mãe tão dedicada
No encontro das águas da represa
Quanto é lindo o arrolho da burguesa
Num conserto de notas musicais
A lagarta com letras naturais
Numa folha escrever fazendo um cheque
E palmeira selvagem abrindo o leque
Espantando o calor que a tarde faz.
Manoel Xudu:
***
João Paraibano
Severino Feitosa
João Paraibano
Severino Feitosa
João Paraibano
***
***
***
O folheto de cordel
Que o povo tanto aprecia
Do singelo menestrel
À mais nobre academia
Do macho foi monopólio
Do europeu foi espólio
Do nordestino alforria
Só agora a gente vê
Mulher costurando rima
É necessário dizer
Que de limão se faz lima
Hoje o que é limonada
Foi águas podre, parada
Salobra com lama em cima
Continue lendo →
***
Oliveira de Panelas
***
Valdir Teles
***
***
Dimas Batista
Alguém já me perguntou:
o que são mesmo os poetas?
Eu respondi: são crianças
dessas rebeldes, inquietas,
que juntam as dores do mundo
às suas dores secretas.
***
***
Canhotinho
Acho tarde demais para voltar
estou cansado demais para seguir,
os meus lábios se ocultam de sorrir,
sinto lágrimas, não posso mais chorar;
eu não posso partir e nem ficar
e assim nem pra frente nem pra trás,
pra ficar sacrifico a própria paz,
pra seguir a viagem é perigosa,
a vereda da vida é tão penosa
que me assombro com as curvas que ela faz.
***
Antonio Marinho
***
Toinho da Mulatinha
***
Pinto do Monteiro
Admiro um formigão
Que é danado de feio
Andando ao redor da praça
Como quem dá um passeio
Grosso atrás, grosso na frente
E quase torado no meio.
***
Odilon Nunes de Sá
Admiro a mocidade
Não querer envelhecer
Velho ninguém quer ficar
Moço ninguém quer morrer
Quem morre moço não vive
Bom é ser velho e viver.
***
Léo Medeiros
| 1 Comentário
***
No Bar Casaca-de-Couro
Vi o maior labirinto:
Pinto depenando Louro
E Louro esganando Pinto.
No Beco do Bebedouro
Um desafio ao instinto:
Pinto superava Louro,
Louro desmontava Pinto.
O sol no nascedouro
E haja mel e haja absinto
Nas divagações de Louro,
Nos ultimatos de Pinto.
***
***
***
João Paraibano
***
Louro Branco
***
Expedito de Mocinha
Eu nasci e me criei
Aqui nesse pé de serra
Sou filho nato da terra
Daqui nunca me ausentei
Estudei, não me formei
Por que meu pai não podia
Jesus, filho de Maria
De mim se compadeceu
Como presente me deu
Um crânio com poesia!
***
Diniz Vitorino
Vemos a lua, princesa sideral
Nos deixar encantados e perplexos
Inundando os céus brancos de reflexos
Como um disco dourado de cristal
Face cálida, altiva, lirial
Inspirando canções tenras de amor
Jovem virgem de corpo sedutor
Bem vestida num “robe” embranquecido
De mãos postas num templo colorido
Escutando os sermões do Criador.
***
Chico de Assis
***
Pinto do Monteiro
***
***
Mote:
***
Continue lendo →
***
Manoel Filó
***
Saudade é um parafuso
Que na rosca quando cai,
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai.
Saudade é a borboleta,
Que não conhece a idade.
Voando, vai lá, vem cá,
Misteriosa, à vontade.
Soltando pêlo das asas,
Cegando a humanidade.
***
João Paraibano
***
Eu era um uirapuru
Na voz e na melodia
Mas sem esperar, um dia
Fiquei qual urubu:
Sem voz, sem som, nu e cru,
Fui forçado a abandonar
A profissão popular
De cantar para viver!
Como é triste não poder
Cantar, sabendo cantar.
***
Onildo Barbosa
***
Oliveira de Panelas
***
Manoel Xudu
A arte do passarinho
Nos causa admiração:
Prepara o ninho no feno,
No meio, bota algodão
Para os filhotes implumes
Não levarem um arranhão.
***
Dimas Batista
***
***
***
***
***
***
Itapetim és a pista
De Louro, Otacílio e Dimas
Aonde o carro das rimas
Obedece ao motorista
Que cada página é revista
Escrita em diversas cores
És do Pajeú das Flores
A mais poética cidade
Itapetim, faculdade
Que diploma cantadores.
***
***
***
***
***
| 2 Comentários
PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS
EM TEMPO DE ELEIÇÃO
Publicado em 30 de setembro de 2022
No período eleitoral
Candidato vira santo
Bota a cara em todo canto
Favela, sítio, hospital,
Tapera, escola, curral,
Velório, igreja, pensão,
Promete o céu e o chão
Jura descaradamente
Mas muda radicalmente
Quando acaba a eleição!
***
Presidente e Deputado
Governo e Senador
Comem o nosso dinheiro
Sem saber qual o valor
De um dia de trabalho
Da coberta de retalhos
Do pobre trabalhador.
A TV mostra o retrato
De um Brasil despedaçado
Sem rumo e sem igualdade
E todo desgovernado
Nosso povo todo dia
Vive essa agonia
Vai sendo atropelado.
A promessa de um político
Nem precisamos ouvir
Porque a cada eleição
Volta a se repetir
Prometem melhorar tudo
Na vida de todo mundo
Melhoras que eu nunca vi.
MESTRES DO IMPROVISO
Publicado em 23 de setembro de 2022
JOSÉ MELQUÍADES E ASSIS ROSENDO: UM DUPLA INDO E VOLTANDO
José Melquíades
Assis Rosendo
Arranjei um casamento
Com uma moça já idosa,
Que não gostava de prosa,
Mas tinha consentimento,
Aí, naquele momento
Sempre ela me dizia
Que a mim não me queria
E nem também me amava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
José Melquíades
Assis Rosendo
Arranjei um casamento
Com uma bela menina,
Na cidade de Campina
Ela fez um juramento
Porém naquele momento
Todo mundo já dizia
Que ela não me queria,
Pois a outro ela amava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
José Melquíades
Namorei Aparecida,
Mas mãe não gostava dela,
Eu só namorava ela
Na casa da Margarida,
Minha mãe, muito sabida,
Ia lá pra ver se via,
Por uma porta eu saia,
Por outra mamãe entrava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Assis Rosendo
José Melquíades
***
***
***
Minervina Ferreira
O espaço da mulher
se amplia a cada momento
Desde a comerciaria
a que faz medicamento
em relação ao passado,
Ai!, ai!, ui!, ui!…
mudou noventa por cento.
No campo policial,
tem delegada e bombeira
A promotora, juíza,
advogada, pedreira
Nosso espaço está abrindo,
Ai!, ai!, ui!, ui!…
Mesmo que o homem não queira.
***
A saudade é companheira
De quem não tem companhia.
***
Me lembro perfeitamente,
Quando em minha idade nova,
O meu pai cavava a cova
E eu plantava a semente.
Eu atrás, ele na frente,
Por ter força e mais idade,
Olhando a fertilidade
Da vastidão da campina,
Aquela chuvinha fina
Me faz chorar de saudade.
***
***
Jó Patriota glosando o mote:
***
Continue lendo →
Aí eu me levantei
E falei: ó meu irmão
Aqui não te cabe não
Na conversa não chamei
Queres confusão eu sei
Mas isso tu não vai ter
Se afasta e vai ver
Se deixa a gente em paz!
Te orienta rapaz!
Veja onde vai se meter!
E ele continuou
Com aquele papo chato
Cheio de espalhafato
Que a gente se irritou
Meu amigo se armou
E mandou-lhe um direto
Que o cabra bateu no teto
Caiu quase se apagando
Levantou cambaleando
E sentou num canto quieto.
Ainda quis esboçar
Uma certa reação
Meu amigo encheu a mão
Para o intimidar
E para não apanhar
De novo deu um frecheiro
Encontrando bem ligeiro
A saída da taberna
Com o rabinho entre as perna
Feito um cachorro fuleiro.
Se conseguiu conquistar
O penhor dessa igualdade
Com o nosso braço forte
Em teu seio ó liberdade
Desafia o nosso peito
Enfrentando esse pleito
A morte em fidelidade.
Tu és um gigante ávido
Pela própria natureza
És belo, és forte, impávido
Colosso em tua beleza
E o teu futuro espelha
Nem um outro se assemelha
A ti por essa grandeza.
***
AMANHÃ
***
HERANÇA
***
A FESTA DA NATUREZA
***
MEDO DA MORTE
| 1 Comentário
***
***
***
***
O comendador Cachorro
Era um amigo dileto
Da velha Rita Mingonga
De quem sou tataraneto
Quando os bichos escreviam
Os dois se correspondiam
Com ternura e com afeto
Morava o comendador
Na Vila da Cachorrada
Município da Rabugem
Distrito Tábua Lascada
Na corte do Rei Leão
Era um grande figurão
Porém não fazia nada
O elefante e o urso
Eram grandes generais
Tramaram uma revolta
No reino dos animais
E depois em praça pública
Proclamaram a República
Tornando-se os maiorais
Continue lendo →
| Deixe seu comentário
Acrízio de França
Jonas Bezerra
Agora peguei o ritmo
Que manda Acrízio de França
Porque a minha esperança
Aqui não vai apagar
Estilo pode criar
Você é meu professor
Então vamos cantador
Vamos viajar
Vamos cantador
Pegue a viola e se arrume
Porque já virou costume
Fazer mala e viajar.
Acrízio de França
O estilo da cantoria
Vem da minha criação
Se esse estilo é bom ou não
Você é quem vai julgar
Tem você pra me ajudar
E o povo pra dar valor
Então vamos cantador
Vamos viajar
Vamos cantador
Pegue a viola e se arrume
Porque já virou costume
Fazer mala e viajar.
Jonas Bezerra
Acrízio de França
Jonas Bezerra
Cantando o rio
Chamado rio Piranhas
Eu sou filho das entranhas
Da Paraíba exemplar
Minha homenagem
É pra todos do setor
Então vamos cantador
Vamos viajar
Vamos cantador
Pegue a viola e se arrume
Porque já virou costume
Fazer mala e viajar.
Jonas Bezerra
Voa sabiá
Veja outros horizontes
Passe por cima dos montes
Enxergue cada pomar
Viva feliz
Com os filhotes no seu ninho
Do jeito de um passarinho
Eu também quero voar
“Voa sabiá”.
Do galho da laranjeira
Que a pedra da baladeira
Vem zoando pelo ar “.
“Voa sabiá”.
Do galho da laranjeira
Que a pedra da baladeira
Vem zoando pelo ar”.
Acrízio de França
Ao caçador
Eu peço a partir de agora
Não bote o fogo na flora
Pra ver onde ele pode estar
Também já fui
Caçador de espingarda
Mais hoje em dia eu sou guarda
Pra deter quem for matar
“Voa sabiá”.
Do galho da laranjeira
Que a pedra da baladeira
Vem zoando pelo ar”.
“Voa sabiá”.
Do galho da laranjeira
Que a pedra da baladeira
Vem zoando pelo ar”.
***
Otacílio Batista
***
Francisco Ferreira
***
Luís Campos
***
Sebastião da Silva
***
Dimas Batista
João Paraibano
***
Poeta Anízio
A saudade é sentimento
Que amarga e dá prazer
Mas faz parte do viver
Do amor é o fermento
Se é parte do tormento
Ver as lágrimas derramando
Mesmo triste vou cantando
Não posso ficar fingindo
Saudade é chorar sorrindo
Com o coração chorando.
***
Onésimo Maia
***
Continue lendo →
| Deixe seu comentário
***
O RETRATO DO SERTÃO
Se o poeta marinheiro
Canta as belezas do mar,
Como poeta roceiro
Quero o meu sertão cantar
Com respeito e com carinho.
Meu abrigo, meu cantinho,
Onde viveram meus pais.
O mais puro amor dedico
Ao meu sertão caro e rico
De belezas naturais.
Meu sertão das vaquejadas,
Das festas de apartação,
Das alegres luaradas,
Das debulhas de feijão,
Das danças de São Gonçalo,
Das corridas de cavalo
Das caçadas de tatu,
Onde o caboclo desperta
Conhecendo a hora certa
Pelo canto do nambu.
É diferente da praça
A vida no meu sertão;
Tem graça, tem muita graça
Uma noite de São João.
No clarão de uma fogueira,
Tudo dança a noite inteira
No mais alegre pagode ,
E um caboclo bronzeado
Num tamborete sentado
Tocando no pé de bode.
Continue lendo →
João Paraibano
O menino e o rapaz,
estando juntos na sala,
um fala porém não ri,
o outro ri mas não fala;
um tem na mão um brinquedo,
tem o outro uma bengala.
*
Linda é a baixa de arroz
quando está amarelando;
uma vara em pé no meio
com um molambo balançando,
pros passarinhos pensarem
que tem gente tocaiando.
***
Otacílio Batista
Um caboclo na cabana
Deitado em sua palhoça
Olhando o verde da roça
Diz sorrindo prá serrana:
Bote um traguinho de cana
Bebe, tempera a garganta
Almoça , pensa na janta
Faz um cigarro de fumo
Abre a porta e sai no rumo
Da sombra de qualquer planta.
O poeta e o passarinho
São ricos de inteligência
Simples como a natureza
Eternos como a ciência
Estrelas da liberdade
Peregrinos da inocência.
***
Diniz Vitorino
***
Joaquim Vitorino
***
Zé de Vidal
O coveiro é um vivente
De pequena autoridade;
De baixo nível e salário,
Porém na realidade,
Preso que coveiro prende
Nunca mais tem liberdade!
***
***
***
Dimas Batista
Na vida material
cumpriu sagrado destino
o Filho de Deus, divino,
nos deu gloria espiritual.
Deu o bem, tirou o mal,
livrando-nos da má sorte.
Padeceu suplicio forte,
como o maior dos heróis.
Morreu pra dar vida a nós:
A vida venceu a morte.
***
Diomedes Mariano
***
João Paraibano
***
Pedro Bandeira
***
Vinícius Gregório
E se eu nascesse de novo
E Deus me desse um menu
Onde eu visse o mundo inteiro,
Cada canto a olho nu.
E mandasse eu escolher
Onde eu queria nascer,
Com certeza ia dizer:
De novo no Pajeú!
***
Manoel Xudu
Diniz Vitorino
***
Bráulio Tavares
***
***
Manoel Xudu
Diniz Vitorino
***
Louro Branco
***
Lindomar Paiva
***
Manoel Filó
***
Biu de Crisanto
***
Saudade é um parafuso
Que na rosca quando cai,
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai.
No Silêncio da Saudade
Quem ama sofre calado,
Ausente de seu amor!
Tornando-se um sofredor…
Porque não ver ao seu lado,
Seu coração é magoado!
*
Se a saudade matasse
No túmulo eu já vivia
Há muito eu já residia
Mas continuo no impasse
Se o meu amor voltasse
Essa saudade morria
A mim não perturbaria
A vida era um mar de rosa
Cantando e falando prosa
Na vida eu tinha alegria…
*
Quem ama sofre calado
Seu peito é tristeza e dor
Tornando-se um sofredor…
Porque não tem ao seu lado,
Seu amor mais desejado
Pra viver não tem ação…
Seu mundo vira ilusão…
A tristeza a mente invade…
No silêncio da saudade!
Só quem fala é o coração.
| Deixe seu comentário
***
***
A saudade é companheira
De quem não tem companhia.
***
***
Me lembro perfeitamente,
Quando em minha idade nova,
O meu pai cavava a cova
E eu plantava a semente.
Eu atrás, ele na frente,
Por ter força e mais idade,
Olhando a fertilidade
Da vastidão da campina,
Aquela chuvinha fina
Me faz chorar de saudade.
***
***
***
***
Negro
Continue lendo →
Orlando Tejo (1935- 2018), e o seu livro, que já vai na 11ª edição, e foi tema de vários
documentários, teses, artigos e estudos
***
***
***
Eu cantei lá no Recife
Dentro do pronto socorro
Ganhei 500 mil réis
Comprei 500 cachorros
Morri no ano passado
Mas neste ano, não morro.
***
***
Um General de Brigada
Com quarenta grau de febre
Matou um casal de lebre
Prá comê uma buchada…
Quando fez a panelada
Morreu e não logrou dela
Porco que come em gamela
Prova que não tem fastio
Peixe só presta de rio
Piau de tromba amarela.
***
Na corrida de mourão
Quem corre mais é quem ganha
São Thomé vendia banha
Na fogueira de São João
Foi na guerra do Japão
Que se deu essa ingrizia
Camonge quage morria
Da granguena berra-berra
Quem se morre é quem se enterra
Adeus, até outro dia.
***
Às tantas da madrugada
O vaqueiro do Prefeito
Corre alegre e satisfeito
Atrás da vaca deitada
Deitada e bem apojada
Com a rabada pelo chão
A desgraça de Sansão
Foi trair Pedro Primeiro
O aboio do vaqueiro
Nas quebradas do Sertão.
***
***
***
Jesus saiu de Belém
Viajando pra o Egito
No seu jumento bonito
Com uma carga de xerém
Mais tarde pegou um trem
Nossa Senhora castiça
De noite Ele rezou Missa
Na casa dum fogueteiro
Gritava um pai-de-chiqueiro:
Viva o Chefe de Puliça!
***
***
Um professor de francês
Honestamente dizia:
Tempo bom era o moderno
Judas só foi pro inferno
Promode a virgem Maria.
***
***
Eu vi numa gavetinha
Da casa de João Moisés
Mais de cem contos de réis
Só de ovo de galinha
Ela comeu uma tinha
Da carcaça de um jumento
Que bicho mais peçonhento
É lacrau e piôi de cobra
Não pode mais fazer obra,
Diz o novo testamento.
***
Eu me chamo Zé Limeira
Cantadô qui num é tolo
Sei tirá couro de bode
Sei impaiolá tijolo
Sô o cantado milhó
Qui a Paraiba criou-lo.
***
| 2 Comentários
***
***
***
***
***
***
***
***
***
***
O ligeiro mangangá
Passa, nos ares, zumbindo;
As abelhas do cortiço
Estão entrando e saindo,
Que, de perto, a gente pensa
Que o pau está se bulindo.
***
A raposa arrepiada
Se aproxima do poleiro,
Espera que as galinhas
Pulem no meio do terreiro;
A que primeiro descer,
É a que morre primeiro.
***
***
Eu vi uma gavetinha
Da casa de João Moisés
Mais de cem contos de réis
Só de ovo de galinha
Ela comeu uma tinha
Da carcassa de um jumento
Que bicho má, peçonhento
Lacrau e piôi de cobra
Não pode mais fazer obra,
Diz o novo testamento
A beleza continua
De cipó se faz balaio
Padre-Nosso, Ave-Maria,
Me pegue senão eu caio
Tá desgraçado o vivente
Que não reza o mês de maio
Eu me chamo Zé Limeira
Cantador do meu sertão
O sino de Salomão
Tocando na laranjeira
Crepusco de fim-de-feira
Museu de São Rafael
O juiz prendeu o réu
Depois fechou a cancela
Escrevi o nome dela
Com o leve do azul do céu.
| 2 Comentários
***
Eu já cantei no Recife
Na porta do Pronto Socorro
Ganhei duzentos mil réis
Comprei duzentos cachorro
Morri no ano passado
Mas este ano eu não morro…
Lá na serra do Teixeira
Zé Limeira é o meu nome,
Eurico Dutra é um grande
Mas vive passando fome
Ainda antonte eu peguei
Na perna dum lubisome.
| 5 Comentários
***
C – Casamento eclesiástico
Ou civil é cerimônia
Que deve ser respeitada
Por qualquer pessoa idônea,
Mas no foro conjugal
O que mais pesa afinal
É um casal de vergonha.
Continue lendo →
Sebastião da Silva:
Moacir Laurentino:
Sebastião da Silva:
Moacir Laurentino:
Sebastião da Silva:
Moacir Laurentino:
***
Sebastião da Silva:
Se não fosse você na existência,
não seria o que sou nesse momento,
não teria o menor conhecimento
do trabalho, da vida e da sequência,
não teria também a doce essência
de uma vida tão boa e divertida,
se não fosse você minha querida
a alegria da vida eu não sentia.
Se não fosse você eu não teria
aprendido as lições de amor da vida.
Moacir Laurentino:
Continue lendo →
Manoel Xudu
A arte do passarinho
Nos causa admiração:
Prepara o ninho no feno,
No meio, bota algodão
Para os filhotes implumes
Não levarem um arranhão.
***
Otacílio Batista
O poeta e o passarinho
são ricos de inteligência
simples como a natureza
eternos como a ciência
estrelas da liberdade
peregrinos da inocência.
Herdeiros da providência,
um no chão, outro voando,
um pena com tanta pena
outro sem pena penando,
um canta cheio de pena,
outro sem pena cantando.
***
João Paraibano
***
Braulio Tavares
***
Zé Vicente da Paraíba
***
Joaquim Vitorino
***
Manoel Xudu
Diniz Vitorino
Manoel Xudu
Diniz Vitorino
Olho os mares, os vejo revoltados
Quando o vento fugaz transtorna as brumas
E as ondas raivosas lançam espumas
Construindo castelos encantados
As sereias se ausentam dos pecados
Que nodoam as almas dos humanos
E tiram notas das cordas dos pianos
Que o bom Deus ocultou nos verdes mares
E gorjeiam gravando seus cantares
Na paisagem abismal dos oceanos.
Em verdade deixarás
nesta noite sem tardar
antes do galo cantar
três vezes me negarás
Pedro com gestos leais
disse em voz compadecida
eis-me a morte preferida
mas não serei teu contrário
ainda que necessário
me seja perder a vida.
Estava tudo benquisto
com Pedro dizendo igual
até na hora fatal
da prisão de Jesus Cristo
então quando se deu isto
Pedro a espada puxou
num fariseu despejou
um golpe tão destemido
que destampou-lhe o ouvido
quando a orelha voou.
Continue lendo →
Valdir Teles
***
***
Manoel Macedo
***
Dudu Morais
***
Oliveira de Panelas
***
A garota Manuela
Quis viver só de um negócio
Entrava sócio e mais sócio
Dentro do negócio dela
Eu fui lá falar com ela
Mostrando o que possuía:
Ela somava e media
Meu negócio não entrava
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.
***
Continue lendo →
***
Diniz Vitorino
***
Expedito de Mocinha
Eu nasci e me criei
Aqui nesse pé de serra
Sou filho nato da terra
Daqui nunca me ausentei
Estudei não me formei
Porque meu pai não podia
Jesus filho de Maria
De mim se compadeceu
E como presente me deu
Um crânio com poesia.
***
Firmo Batista
***
Marcos Passos
Aos primeiros sinais da invernada,
Logo após longo tempo de estiagem,
Lá da serra, do vale e da barragem
Escutamos os sons da trovoada.
Vislumbrando a campina esverdeada,
Sertanejo se anima igual criança.
Logo mais, quando o mato se balança
E um corisco atravessa o céu nublado,
Cai a chuva no colo do roçado,
Germinando o pendão da esperança.
***
Jó Patriota
Na madrugada esquisita
O pescador se aproveita
Vendo a praia como se enfeita
Vendo o mar como se agita
Hora calmo, hora se irrita
Como panteras ou pumas
Depois se desfaz em brumas
Por sobre as duras quebranças
Frágeis, fragílimas danças
De leves flocos de espumas.
***
Milanês
Pinto
Milanês
Pinto
Milanês
Pinto
Milanês
Continue lendo →
***
Marcílio Pá Seca Siqueira glosando o mote:
O nó da saudade aperta
Na amortecência do dia.
De tardezinha a saudade
De forma forte e pujante
Se torna viva e vibrante
No peito da humanidade
Bate com intensidade
Na porta da moradia
Acordando a nostalgia
Pelo vão da porta aberta
O nó da saudade aperta
Na amortecência do dia.
***
Ivanildo Vilanova
Severino Feitosa
Ivanildo Vilanova
Severino Feitosa
Ivanildo Vilanova
Severino Feitosa
Ivanildo Vilanova
Severino Feitosa
| 2 Comentários
Diniz Vitorino:
Na terra paraibana
foi onde eu pus os meus pés.
Caminhei pintando os lírios
dos majestosos painéis,
que formam telas sedosas
nos aromáticos vergéis.
Vi os dias infantis,
cheguei na adolescência,
cantei olhando pra o céu,
bebendo divina essência
dos frutos que Deus espreme
na taça do inocência.
No tempo da mocidade
fui ídolo dos cantadores;
dos cantadores que foram
meus fãs, admiradores,
e hoje me negam bom-dia
pra magoar minhas dores!
***
Dimas Batista Patriota:
***
Biu de Crisanto
***
Se a saudade matasse
No túmulo eu já vivia
Há muito eu já residia
Mas continuo no impasse
Se o meu amor voltasse
Essa saudade morria
A mim não perturbaria
A vida era um mar de rosa
Cantando e falando prosa
Na vida eu tinha alegria…
***
Continue lendo →
***
***
***
***
Ao passar em Afogados
diga a minha esposa bela
que derramei duas lágrimas
sentindo saudades dela
tive sede, bebi uma
e a outra guardei pra ela.
***
***
***
***
***
***
Meu passado foi assim
comendo juá banido
o vento dando empurrão
no lençol velho estendido
com tanta velocidade
que mudava a qualidade
que a tinta dava ao tecido.
***
***
MINHA INFÂNCIA
| 1 Comentário
***
Cego Aderaldo
***
Louro Branco
***
O cantador violeiro
longe da terra querida,
sente um vazio na vida,
tornando prisioneiro,
olha o pinho companheiro,
aí começa a tocar,
tem vontade de cantar,
mas lhe falta inspiração.
Que a saudade do sertão
faz o poeta chorar.
***
João Paraibano
***
Roberto Queiroz
Admiro o Zé Ferreira
Um cantador estupendo
Se a roupa se suja, lava
Se rasga, bota remendo
Gasta menos do que ganha
Que é pra não ficar devendo.
***
Luciano Carneiro
***
Leonardo Bastião
Admiro o juazeiro,
Nascido na terra enxuta,
A fruta é pequena e ruim,
A madeira é torta e bruta,
Mas a bondade da sombra,
Cobra a ruindade da fruta.
***
Josué Romano
Eu já suspendi um raio
E já fiz o tempo parar.
Já fiz estrela correr,
Já fiz sol quente esfriar.
Já segurei uma onça
Para um moleque mamar!
TEREZINHA E LINDALVA
***
O cavalo do vaqueiro
Nas quebradas do sertão.
***
***
Zé Adalberto glosando o mote:
***
A saudade é companheira
De quem não tem companhia.
***
***
***
João Furiba:
Pinto do Monteiro:
***
***
Lá no meio da caatinga,
Sem moradia vizinha
Bem na beira de um riacho
Um pé de palmeira tinha.
Meu avô, nesse lugar,
Começou a trabalhar
E chamar de Carnaubinha.
Parece que estou vendo
Um homem cortando cana;
Uma engenhoca moendo
Os três dias da semana.
Fazer cerca, queimar broca,
Raspar milho e mandioca,
Da massa, fazer farinha;
Comer com mel de engenho,
Ai, que saudades que eu tenho
Da minha Carnaubinha.
***
***
***
***
***
Eu admiro o tatu
Com desenho no espinhaço
Que a natureza fez
Sem ter régua nem compasso
E eu com compasso e régua
Tenho planejado e não faço.
***
***
***
Admiro o vagalume
Enxergando de mato a dentro
Com sua lanterna acesa
Sem se importar com o vento
Apaga de vez em quando
Poupando seus elementos.
***
No tempo da mocidade
Eu também já fui vaqueiro.
Não tinha jurema grossa,
Mororó nem marmeleiro.
Fui cabra de vista boa,
Negro de corpo maneiro.
***
| 3 Comentários
Sebastião da Silva:
Moacir Laurentino:
Moacir Laurentino:
Sebastião da Silva:
Moacir Laurentino:
***
***
Biliu de Campina
***
Miro Pereira
***
Zé Fernandes
***
***
***
Pernambuco é o torrão
Em que nasci e andei
Após uso da razão
A poesia abracei
E saí vendendo versos
Na Paraíba aportei.
E perguntou-me; Poeta,
Estás só ou com amigo?
Respondi-lhe, na viagem
Só trago o pinho comigo,
Ele convidou, eu quero
Fazer um “baião” contigo.
Sem conhece-lo falei:
– O convite está aceito
Que pra cantar desafio
Fiz, faço e farei bem feito,
Poesia é minha água,
Meu pão, meu sal e meu leito.
Continue lendo →
***
***
***
Analise o caju e a castanha,
São os dois pendurados num só cacho,
Bem unidos, um em cima, outro embaixo,
Porém tendo um do outro a forma estranha,
Dela, extrai o azeite, o sumo, a banha,
Dele, o suco pro vinho e o licor,
Quando ambos maduros mudam a cor
Ele fica amarelo e ela escura,
Mas o gosto dos dois não se mistura,
Quanto é grande o poder do Criador.
***
***
***
Os astros louros do céu encantador
Quando um nasce brilhando, outro se some
E cada astro brilhante tem um nome
Um tamanho, uma forma, brilho e cor
Lacrimosos vertendo resplendor
Como corpos de pérolas enfeitados
Entre tronos de plumas bem sentados
Vigiando as fortunas majestosas
Que Deus guarda nas torres luminosas
Que flutuam nos paramos azulados.
***
***
***
Eu admiro um caixão
Comprido como um navio
Em cima uma cruz de prata
No meio um defunto frio
E um cordão de São Francisco
Torcido como um pavio.
***
***
Tristeza é a do peruzinho
Beliscando essa maniva
Correndo atrás da galinha
A sua mãe adotiva
Como quem está dizendo
Ah se mamãe fosse viva !
***
***
***
***
Alimente um faminto
que vive no meio da rua,
agasalhe um indigente
coberto só pela lua,
sua parte é ajudar
e o mundo pode mudar
cada um fazendo a sua.
Abrace um desconhecido,
perdoe quem lhe feriu,
se esforce pra reerguer
um amigo que caiu
e tente dar esperança
pra alguém que desistiu.
***
***
***
Oliveira de Panelas
***
Dimas Batista
Alguém já me perguntou:
o que são mesmo os poetas?
Eu respondi: são crianças
dessas rebeldes, inquietas,
que juntam as dores do mundo
às suas dores secretas.
***
***
Canhotinho
***
Antonio Marinho
***
Toinho da Mulatinha
***
Pinto do Monteiro
Admiro um formigão
Que é danado de feio
Andando ao redor da praça
Como quem dá um passeio
Grosso atrás, grosso na frente
E quase torado no meio.
***
Odilon Nunes de Sá
Admiro a mocidade
Não querer envelhecer
Velho ninguém quer ficar
Moço ninguém quer morrer
Quem morre moço não vive
Bom é ser velho e viver.
***
Léo Medeiros
***
Chegando a Caruaru
De longe logo adiante
Uma paisagem tão linda
Vejo ainda distante
Olha lá aquele morro
Do meu Bom Jesus do Monte.
Continue lendo →
| 2 Comentários
Pinto do Monteiro:
Quando é de manhãzinha,
Se apagam os pirilampos,
O homem vai para os campos,
A mulher vai pra cozinha;
Sacode milho à galinha,
Se, por acaso, ela cria!
Canta o galo, o pinto pia,
Salta o bode no terreiro,
Se despede o violeiro,
Dando adeus, até um dia.
Recordo perfeitamente,
Quando em minha idade nova,
O meu pai abria a cova,
E eu plantava a semente.
Eu atrás, ele na frente,
Por ter força e mais idade…
Olhando a fertilidade
Da vastidão da campina,
Aquela chuvinha fina
Me faz chorar de saudade.
***
Antônio Francisco:
***
Manoel Xudu:
***
José Monte:
***
Catarine Aragão:
***
| 1 Comentário
A OITAVA MARAVILHA
Publicado em 26 de novembro de 2021
***
A OITAVA MARAVILHA – UM CORDEL DE ANTONIO FRANCISCO
Se eu conseguir levar
Daqui para o Maranhão
Um rio de água doce,
Rasgando a cara do chão
Sem deixar nenhuma ilha
Vai ser uma maravilha
Para o povo do sertão.”
Na primeira enxadada
A terra toda tremeu,
A lua mudou de canto,
O Sol com medo desceu,
O nhambu perdeu um dedo,
O tetéu depois do medo
Nunca mais adormeceu.
Continue lendo →
| 2 Comentários
***
Continue lendo →
***
Continue lendo →
***
***
| 1 Comentário
***
João Furiba:
Pinto do Monteiro:
***
***
Lá no meio da caatinga,
Sem moradia vizinha
Bem na beira de um riacho
Um pé de palmeira tinha.
Meu avô, nesse lugar,
Começou a trabalhar
E chamar de Carnaubinha.
Parece que estou vendo
Um homem cortando cana;
Uma engenhoca moendo
Os três dias da semana.
Fazer cerca, queimar broca,
Raspar milho e mandioca,
Da massa, fazer farinha;
Comer com mel de engenho,
Ai, que saudades que eu tenho
Da minha Carnaubinha.
***
***
***
***
Eu admiro o tatu
Com desenho no espinhaço
Que a natureza fez
Sem ter régua nem compasso
E eu com compasso e régua
Tenho planejado e não faço.
***
***
***
Admiro o vagalume
Enxergando de mato a dentro
Com sua lanterna acesa
Sem se importar com o vento
Apaga de vez em quando
Poupando seus elementos.
No tempo da mocidade
Eu também já fui vaqueiro.
Não tinha jurema grossa,
Mororó nem marmeleiro.
Fui cabra de vista boa,
Negro de corpo maneiro.
***
***
***
João Paraibano
João Paraibano
Valdir Teles
João Paraibano
Valdir Teles
João Paraibano
Valdir Teles
(Quando da morte de Pinto do Monteiro)
João Paraibano
Valdir Teles
João Paraibano
Valdir Teles
João Paraibano
Valdir Teles
João Paraibano
Valdir Teles
João Paraibano
Valdir Teles
***
SEGUNDA PARTE
Continue lendo →
| 3 Comentários
***
PRIMEIRA PARTE
Continue lendo →
João Batista de Siqueira, Cancão, São José do Egito-PE (1912-1982), foi poeta
***
MEU LUGAREJO
A terra da catingueira
Criada na penedia
Onde a ave prazenteira
Canta a chegada do dia
Planalto, ribeiro, prado
Onde até o próprio gado
Parece ter mais prazer
Terreno das andorinhas
Onde arrulham mil rolinhas
Quando começa a chover
A borboleta ligeira
Que desce do verde monte
Passa voando maneira
Roçando as águas da fonte
As aragens dos campestres
Pelas florzinhas silvestres
Atravessam sem alarde
Quando o sol se debruça
A Natureza soluça
Nas sombras do véu da tarde
Esvoaçam, preguiçosas,
As abelhas pequeninas
Tirando néctar das rosas
Das regiões campesinas
Os colibris multicores
Pelos serenos verdores
Perpassam com sutileza
O orvalho cristalino
Lembra o pranto divino
Dos olhos da Natureza
Os colibris delicados
Pelas manhãs de neblina
Passam voando vexados
Na vastidão da campina
Nos frondosos jiquiris
Dezenas de bem-te-vis
Elevam seus madrigais
Lugar que grita o carão
Olhando o santo clarão
Primeiro que o dia traz
As pequeninas ovelhas
Descem buscando o aprisco
Colhendo ainda as centelhas
Do sol ocultando o disco
Seguem pelas mesmas trilhas
Como que sejam as filhas
Dum pastor que lhes quer bem
Recebendo ainda as cores
Dos derradeiros rubores
Que o céu do oeste tem
***
MINHA MENINICE
Continue lendo →
| 1 Comentário
A poeira da estrada
Apagou o nome dela.
Sebastião da Silva
O antigo casarão
Do meu amor verdadeiro,
Que eu abracei no terreiro,
Lhe dei aperto de mão,
Hoje só tem solidão,
A tristeza e a sequela,
Está velhinha a cancela,
Pendida e escancarada.
A poeira da estrada
Apagou o nome dela.
Sebastião da Silva
Moacir Laurentino
Sebastião da Silva
***
***
***
***
***
O otário é MANÉ
O malandro é MALAQUIA
Estar com pressa é AVEXADO
Dizer: “Vem logo” é “AVIA”
E quem se espanta com algo
Diz assim: “AFF MARIA!”.
Continue lendo →
***
Fabio Gomes
***
Lá no meio da caatinga,
Sem moradia vizinha
Bem na beira de um riacho
Um pé de palmeira tinha.
Meu avô, nesse lugar,
Começou a trabalhar
E chamar de Carnaubinha.
Parece que estou vendo
Um homem cortando cana;
Uma engenhoca moendo
Os três dias da semana.
Fazer cerca, queimar broca,
Raspar milho e mandioca,
Da massa, fazer farinha;
Comer com mel de engenho,
Ai, que saudades que eu tenho
Da minha Carnaubinha.
Eu admiro o tatu
Com desenho no espinhaço,
Que a natureza fez
Sem ter régua, nem compasso
Eu tenho compasso e régua,
Pelejo, porém, não faço.
***
João Furiba
Se você quiser ter sorte
na sua mercearia,
coloque uma etiqueta
em cada mercadoria
e ponha meu nome nela
que conquista a freguesia.
Pinto do Monteiro
Triste da mercadoria
que nela tiver seu nome!
Pode vir um guabiru
Com oito dias de fome,
Caga o pão, mija no queijo,
Passa por cima e não come.
***
A GENIALIDADE DE JÓ PATRIOTA:
***
***
***
***
***
Mote:
***
Mote:
***
Mote:
Na madrugada esquisita
O pescador se aproveita
Vendo a praia como se enfeita
Vendo o mar como se agita
Hora calmo hora se irrita
Como panteras ou pumas
Depois se desfaz em brumas
Por sobre as duras quebranças
Frágeis, fragílimas danças
De leves flocos de espumas.
***
Mote:
***
| 1 Comentário
Lenelson Piancó
***
Cicinho Gomes
Eu admiro o canção
Na cabeça de uma estaca;
Olha pra baixo e pra cima
Acuando a jararaca
Como quem diz : “Ó meu Deus!
Ah se eu tivesse uma faca!”
Eu admiro demais
É uma gata parir,
Pegar o filho na boca,
Levar pra onde quer ir.
Nem fere o filho no dente,
Nem deixa o gato cair.
***
Bráulio Bessa
***
Zé Saldanha
***
Generino Batista
***
Manoel Dodô
Na profissão de carreiro,
eu faço tudo e não deixo,
compro sebo ensebo o eixo,
a canga e o tamoeiro,
sete palmos de fueiro
medidos na minha mão,
uma vara de ferrão,
dois canzis de mororó:
carro de boi e forró
faz eu gostar do sertão.
***
Na parede do nascente
Um banco desmantelado
Um garrafão de aguardente
Que ainda havia sobrado
Junto ao quarto de dormida
Cera que foi derretida
Do resto de algumas velas
No chão, marcas de escarros
Cacos de vidros, cigarros
Rolavam por cima delas.
Continue lendo →
***
Continue lendo →
Pedro Nunes
Rômulo Nunes
Pedro Nunes
Rômulo Nunes
Pedro Nunes
Rômulo Nunes
Pedro Nunes
Rômulo Nunes
***
João Paraibano
Severino Feitosa
João Paraibano
Severino Feitosa
João Paraibano
Severino Feitosa
| 2 Comentários
***
Te convido a escutar
A beleza da poesia
Do encontro entre as palavras
Com encanto e a magia
Feche os olhos e desfrute
Qual fosse uma melodia…
Os coqueiros se balançam
As folhas dançam no ar
Como fossem guardiões
Guardando a beira-do-mar
Os siris saem das tocas
E seu balé vêm mostrar
As constelações se mostram
Diante do seu olhar
Continue respirando
Pro seu corpo relaxar
Imagine que no céu
Você começa a voar
Flutuando lá em cima
Tão leve como uma pena
As nuvens tocam seu rosto
A brisa sopra serena
Imagine este passeio
Com a sua mente plena
***
Se fizer um friozinho
A roupa faz ficar quente
Tem casaco, meia e gorro
Pra que o calor se sustente
No tecido é que se investe
A roupa que a gente veste
A roupa que veste a gente
| 3 Comentários
***
***
HABEAS PINHUS
| 3 Comentários
***
***
Um caboclo na cabana
Deitado em sua palhoça
Olhando o verde da roça
Diz sorrindo pra serrana:
Bote um traguinho de cana.
Bebe, tempera a garganta
Almoça, pensa na janta
Faz um cigarro de fumo
Abre a porta e sai no rumo
Da sombra de qualquer planta.
***
***
Ao romper da madrugada,
um vento manso desliza,
mais tarde ao sopro da brisa,
sai voando a passarada.
Uma tocha avermelhada
aparece lentamente,
na janela do nascente,
saudando o romper da aurora,
no sertão que a gente mora
mora o coração da gente.
***
O cantador violeiro
longe da terra querida,
sente um vazio na vida,
tornando prisioneiro,
olha o pinho companheiro,
aí começa a tocar,
tem vontade de cantar,
mas lhe falta inspiração.
Que a saudade do sertão
faz o poeta chorar.
***
***
***
***
O PODER QUE A BUNDA TEM – José João dos Santos (Mestre Azulão)
Continue lendo →
| 4 Comentários
Pedro Badeira era natural de São José de Piranhas e faleceu em Juazeiro do Norte,
onde morava.
***
Pedro Bandeira
***
***
Continue lendo →
| 1 Comentário
***
É lamentável leitores
mas tudo se comprovou
e desse drama de ontem
que a todo o mundo abalou
vou contar em poucas linhas
como tudo se passou.
Continue lendo →
| 4 Comentários
UMA PRECIOSIDADE
Cordel escrito pelo saudoso Patativa do Assaré. Foi em 1946, quando então ela
tinha 37 anos de idade.
O CRIME DE CARIÚS
No rol da sociedade
Vivia alegre e ditoso
Branco, preto, rico e pobre,
O chamavam de bondoso,
Pois, além de competente
Era muito caridoso.
Continue lendo →
É sexta-feira
Jesus está orando
Pedro está dormindo
Judas está traindo
Mas o domingo está chegando!
É sexta-feira
Pilatos julgando
O conselho está conspirando
A multidão está difamando
Mas eles não sabem
Que o domingo está chegando!
É sexta-feira,
Os discípulos estão fugindo
Como ovelhas sem pastor
Maria está chorando
Pedro está negando
Mas eles não sabem
Que o domingo está chegando!
É sexta-feira
Os romanos batem em meu Jesus
Eles o vestem de escarlate
Eles o coroam com espinhos
Mas eles não sabem
Que o domingo está chegando!
É sexta-feira
Veja Jesus caminhando para o Calvário
Seu sangue pingando
Seus pés tropeçando
Sobrecarregado está em seu espírito
Mas você vê, é só sexta-feira
Mas o domingo está chegando!
É sexta-feira
O mundo está vencendo
As pessoas estão pecando
E o mal está sorrindo
É sexta-feira
Os soldados pregam as mãos do meu Salvador
Na cruz
Pregam os pés do meu Salvador
na cruz
E então eles o crucificam
Ao lado de criminosos
É sexta-feira
Mas deixe-me dizer-lhe uma coisa
O domingo está chegando!
É sexta-feira,
Os discípulos estão questionando
O que aconteceu com o seu Rei
E os fariseus estão celebrando
Que seu plano astuto
Foi alcançado com sucesso
Mas eles não sabem
É apenas sexta-feira,
Mas o domingo está chegando!
É sexta-feira
Ele está pendurado na cruz
Sentindo-se abandonado por seu Pai
Deixado sozinho e morrendo…
Pode alguém salvá-lo?
Ooooh
É sexta-feira
Mas o domingo está chegando!
É sexta-feira
A terra treme
O céu escurece
Meu rei entrega seu espírito
É sexta-feira
A esperança está perdida
A Morte ganhou
O pecado conquistou
E Satanás apenas ri.
É sexta-feira
Jesus é enterrado
Soldados montam guarda
E uma pedra é rolada no sepulcro
Mas é sexta-feira
Só é sexta-feira
Mas o domingo está chegando.
***
***
| 1 Comentário
Chico Monteiro
***
Na sala de chão batido
nos rincões do meu sertão,
violas se lamentando
no repicar do baião
em popular cantoria
que faz voltar o mourão.
Manoel Dantas
***
Flavia Maroja
***
Saudosista,carente,andarilho
Me levanto pensando a lágrima cai
Sinto tanto a ausência do meu pai
Mas não sei se ele sente a do seu filho
Cabisbaixo,abatido,maltrapilho
Visto ao longe pareço uma visagem
Precisando usar nova roupagem
Pra voltar a sonhar como menino
Sou mais um retirante sem destino
Que só leva saudade na bagagem.
Raimundo Nonato
***
Francisco Nunes
***
Eu puxei antigamente
Jumento pelo estovo
Vendo pai fazendo cerca
E minha mãe juntando ovo
Daria tudo que tenho
Pra ser criança de novo
A paisagem nordestina
Primeiro a chuva caindo
Segundo a terra molhada
Terceiro a flor se abrindo
Quarto um açude sangrando
Quinto a pastagem surgindo
Eu comparo a mocidade
Com a aurora prateada
Velhice cadeia triste
Com sua porta fechada
Que o delegado dos anos
Vê tudo mas não faz nada
Aldo Neves
***
| 6 Comentários
Ele fazia parte de um pequeno grupo que rreunia a elite da cantoria nordestina
O repentista Valdir Teles, um dos maiores nomes da poesia oral brasileira, teve sua
morte anunciadanesse domingo, dia 22, pela filha, a advogada Mariana Teles, em
seu perfil no Facebook. A provável causa da morte foi um infarto. O poeta estava
com 64 anos, e faleceu no Sítio Serrinha, onde morava, na Zona Rural de São José
do Egito (PE), no Sertão pernambucano, sua cidade natal.
***
Na solidão da latada
Lembrando meu cantador.
Precisei me recluir
Pois as postagens que via
Eram sempre poesia
Em homenagem a Valdir
Eu não pude prosseguir
Pois no meu peito uma dor
Mitigava com furor
A poesia celebrada
Na solidão da latada
Lembrando meu Cantador.
Santanna O Cantador
***
No painel onde Deus escreve a lista
dos poetas maiores deste mundo
tem Homero, Virgílio, e mais no fundo,
a brilhar, vem o nome do Salmista!
No letreiro de Deus um repentista…
É mais um, nesta lista de imortais!
Entre todos os vates geniais,
Valdir Teles figura no caderno
deste livro sagrado e sempre eterno
da mais pura poesia que Deus faz!
Nonato Freitas
***
***
Nonato Neto
***
***
***
CORONAVÍRUS EM CORDEL
Publicado em 20 de março de 2020
| Deixe seu comentário
***
| 1 Comentário
Já fazem 18 anos
Que não posso descansar
Tenho por profissão o crime
Lucro aquilo que tomar,
O governo às vezes dana-se
Porém que jeito há de dar?!
Telegrafei ao governo
E ele lá recebeu,
Mandei-lhe dizer: doutor,
Cuide lá no que for seu,
A capital lhe pertence
Porém o estado é meu.
Continue lendo →
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
***
Mote:
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
***
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
Manoel Xudu
Pedro Bandeira
| 2 Comentários
***
Continue lendo →
Primeiro mote:
Anastácio
Zé Limeira
***
Segundo mote:
Anastácio
Zé Limeira
Anastácio
Zé Limeira
***
Zé Limeira
Zé Limeira
Zé Limeira
Se apagou-se a lamparina
Prumode o vento assoprou,
Me adiscurpe, seu Nestor,
Caboco da Palestina.
Joguei minha lazarina
No tronco do jatobá,
Fiz Lampião avuá
Na baixa do corredor,
Canta, canta, cantador,
Que teu destino é cantar.
| 1 Comentário
***
Geraldo Amâncio
Severino Feitosa
Geraldo Amâncio
Severino Feitosa
Geraldo Amâncio
Severino Feitosa
Severino Feitosa
Geraldo Amâncio
Severino Feitosa
Conheço o interior,
que o colega foi nascido,
se mete a ser atrevido,
não passa de agitador,
é pequeno cantador,
a sua fama é vulgar
quem de você apanhar,
não sabe o que é repente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.
Geraldo Amâncio
Eu uso a matéria prima,
que nunca saiu à toa,
agrada a qualquer pessoa,
que de mim se aproxima,
Sou a cascavel da rima,
quem vier me acompanhar,
vou morder seu calcanhar
e arranchar em seu batente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.
***
***
Tema:
Esta coluna oferece hoje aos seus leitores o folheto O Romance do Pavão
Misterioso, um clássico da literatura de cordel nordestina.
O Pavão Misterioso está no noticiário dos últimos dias, por conta da ação de
piratas, corruptos e canalhas que querem acabar com a Lava Jato, a maior
operação contra a bandidagem de colarinho branco que já foi feita no Brasil.
***
***
***
No ramo da construção
Faço ponte, creche e praça
Com tijolo, cal e massa
Eu ergo qualquer mansão
Levanto em cima do chão
Parede bem grossa ou fina
Torre que não se inclina
Que não se quebra nem dobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.
***
O pequeno sanfoneiro
Com arte desafinada
Que de calçada em calçada
Vive a ganhar seu dinheiro,
Não é Alcimar Monteiro
Nem Gonzagão, nem Roberto,
Porém deixou boquiaberto
O povo do interior.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.
O sertanejo frustrado
Vítima da sociedade,
Somente vai à cidade
Quando se vê obrigado,
Falando pouco e errado
Porque vive no deserto,
Mas se houvesse escola perto
Talvez que fosse um doutor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.
A prostituta de bar
Tem na consciência um farne,
Negocia a própria carne
A fim de se alimentar,
O bom conceito de um lar
Foi pela sorte encoberto,
Talvez que até desse certo
Se tivesse havido amor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.
***
Louro Branco
Zé Cardoso
Vi um casal na calçada
Ela com ele abraçado
Ele na boca colado
Ela na língua enganchada
Uma velha admirada
Dizia: “Vixe Maria!”
E com tristeza dizia:
“Eu nunca fiz desse jeito”
Não existe mais respeito
Nos namoros de hoje em dia.
***
***
***
***
***
Louro Branco:
Zé Cardoso:
Vi um casal na calçada
Ela com ele abraçado
Ele na boca colado
Ela na língua enganchada
Uma velha admirada
Dizia: “Vixe Maria!”
E com tristeza dizia:
“Eu nunca fiz desse jeito”
Não existe mais respeito
Nos namoros de hoje em dia.
***
O padre ai perguntô:
Seu Tributino, o que pensa,
Quer receber Bodoquinha
Sua esposa, pela crença?
O veião dixe: eu aceito
Tô tão vexado dum jeito
Chega tô sem paciência.
E perguntô a Bodoquinha:
Se aceitar esclareça
A véia lhe arrespondeu
Dando um jeitim na cabeça
Aceito de coração
Tô cum tanta precisão
Tô doida que já anoiteça.
***
***
João Paraibano:
Severino Feitosa:
João Paraibano:
Se viu Lula pregando pelas ruas,
prometendo enricar trabalhador,
falou tanto do seu antecessor,
garantindo impedir as falcatruas,
para 20 viagens, faltam duas,
e a pobreza é quem paga sem querer,
tanta gente sem ter o que comer,
precisando que o mesmo lhe ajude.
Não conheço político que não mude,
quando pega nas rédeas do poder.
Severino Feitosa:
João Paraibano:
***
UM MESTRE DA CANTORIA
Publicado em 8 de março de 2019
A música maravilhosa
Se ouve da passarada
A lua tão meiga e pura
Se esconde encabulada
Com beijo ardente do sol
Ruborizando a alvorada
Hélio Crisanto
Sebastião da Silva
Zé Bernardino do Pajeú
Geraldo Amâncio
***
Continue lendo →
Mote:
***
Continue lendo →
UMA GLOSA
Publicado em 22 de janeiro de 2019
Mote:
Pedro Malta
Mote:
Glosa: