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Revista GeoSertões
(Unageo-CFP-UFCG)
Vol. 6, nº 12, jul./dez. 2021
Revista GeoSertões – ISSN 2525-5703
EXPEDIENTE
EDITOR-GERENTE E EDITOR
Dr. Santiago Andrade Vasconcelos, Universidade Federal de Campina Grande (CFP-
UFCG), Brasil.
EDITORES DE SEÇÕES
Dr. Santiago Andrade Vasconcelos, Universidade Federal de Campina Grande (CFP-
UFCG), Brasil.
Dr. Paulo Sérgio Cunha Farias, Universidade Federal de Campina Grande (UAEd-CH-
UFCG), Brasil.
CONSELHO EDITORIAL
Dr. Aloysio Rodrigues de Sousa, Universidade Federal de Campina Grande (CFP-UFCG),
Brasil.
Dra. Ivanalda Dantas Nóbrega Di Lorenzo, Universidade Federal de Campina Grande
(CFP-UFCG), Brasil.
Dra. Cícera Cecília Esmeraldo Alves, Universidade Federal de Campina Grande (CFP-
UFCG), Brasil.
Dr. Marcelo Brandão, Universidade Federal de Campina Grande (CFP-UFCG), Brasil.
Dra. Jacqueline Pires Gonçalves Lustosa, Universidade Federal de Campina Grande (CFP-
UFCG), Brasil.
Dr. Santiago Andrade Vasconcelos, Universidade Federal de Campina Grande (CFP-
UFCG), Brasil.
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CONSELHO CIENTÍFICO
Dr. Caio Augusto Amorim Maciel, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Brasil
Dr. Ivan Silva Queiroz, Universidade Regional do Cariri – (URCA), Brasil
Dr. Paulo Sérgio Cunha Farias, Universidade Federal de Campina Grande – (UAEd-CH-
UFCG), Brasil
Dr. Gleydson Pinheiro Albano, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Dra. Firmiana Fonseca Siebra, Universidade Regional do Cariri – (URCA, Dep.de
Geociências), Brasil
Dra. Emília de Rodat Fernandes Moreira, Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
Brasil
Dr. Marco Antônio Mitidiero Jr., Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Brasil
Dr. Wagner Costa Ribeiro, Universidade de São Paulo (USP), Brasil
Dr. João Carlos Mendes Lima, Universidade de Licurgo, Moçambique.
admin Revista
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FICHA CATALOGRÁFICA
Revista GeoSertões – Unidade Acadêmica de Geografia do Centro de Formação de Professores da
Universidade Federal de Campina Grande. – v. 6, n. 12 (2021). Cajazeiras: Universidade Federal de
Campina Grande, 2016 -
Semestral: 2016 –
ISSN: 2525-5703
I Ensino superior – Periódicos. II. Universidade Federal de Campina Grande. III. Título
Licença
by-nc-nd/4.0
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SUMÁRIO
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EDITORIAL/APRESENTAÇÃO
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A
brindo este número contamos com a colaboração de Joseani Sousa dos
Santos e Cláudia Maria Sabóia de Aquino que nos propiciam refletir
sobre o geoturismo enquanto importante potencial de atividade
econômica e ao mesmo tempo de conservação do patrimônio Geológico,
Natural, Cultural e Geomorfológico. O estudo se debruça sobre o caso empírico
da “Geomorfologia e geoturismo em unidades de conservação no estado do
Piauí: Estudos de caso na Serra da Capivara, Sete Cidades e Serra das
Confusões”.
Continuando, o segundo artigo intitulado “Análise SWOT como ferramenta de
gestão para o Projeto Geoparque Cariri Paraibano” de autoria de Milca Laís
da Luz Macieira e Leonardo Figueiredo de Meneses visa mostrar os resultados
da pesquisa que trata da necessidade de implementar ações de proteção e
divulgação dos elementos naturais e culturais no território do Projeto
Geoparque Cariri Paraibano – PGCP. Os autores objetivaram identificar os
fatores restritivos e propulsores no território do geoparque usando para tanto a
análise SWOT.
Luiz Henrique Andrade e Renata Barrocas nos presenteia com um estudo que
tem como objetivo produzir material didático para os anos finais do ensino
fundamental na área de geografia política. Para tanto usam as tiras do
personagem Mafalda e a construção de um website que objetiva facilitar o
trabalho do professor. Para saber sobre a curiosa proposta é preciso ler o artigo
“As linguagens e TICs no ensino de geografia política: propostas de
transposição didática a partir das tiras da Mafalda”.
Numa pegada mais conceitual e epistemológica, Wellington Amancio da Silva
nos leva a pensar em seu ensaio sobre o “Biorregionalismo — conceito e
aspectos”, apontando, inclusive, para o desenvolvimento de teses e sugerindo
referencial bibliográfico. No centro do debate promovido pelo autor é colocado
em relevo as categorias e as variáveis do “Paradigma Biorregional” com o
“Paradigma Industrio-científico da Modernidade”.
Diego Gomes Santos Gomes Santos e João Manoel de Vasconcelos Filho
tratam da temática urbana num caso específico enfocando na “dinâmica
econômica do bairro Barra Nova em Caicó-RN e a tendência à formação de
uma subcentralidade”. O estudo mostra que o fenômeno da subcentralidade
pode ocorrer também em cidades do porte como é Caicó, ficando provado
empiricamente que tal fenômeno urbana não é exclusivo das grandes cidades.
Encerrando o presente número João Paulo Silva dos Santos, aborda uma
questão que tem merecido atenção em nosso país que é a criação de regiões
metropolitanas sem metrópole e sem relações socioespaciais que possam
permitir tecnicamente reconhecer uma região metropolitana de fato, que deve
ter como centro, ou cidade mãe, a metrópole e suas relações socioespaciais que
a costuram as cidades da região. O autor tem como centro de suas preocupações
para enfrentar a questão da criação de regiões metropolitanas o semiárido do
Nordeste brasileiro, em especial o caso da proposta legislativa de criar a Região
Metropolitana de Mossoró no estado do Rio Grande do Norte. O artigo é
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ARTIGOS
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Resumo
O Geoturismo é uma das atividades turísticas que tem crescido muito nos últimos tempos no mundo e no Brasil
e objetiva a contemplação e preservação de áreas ecológicas, visa a conservação e o desenvolvimento
sustentável do local, assim como uma forma de garantir a preservação do Patrimônio Geológico, Natural,
Cultural e Geomorfológico. No entanto, o geoturismo não se desenvolve apenas pela existência de atrativos,
existe a necessidade de um Trade turístico, um conjunto de interesses públicos e privados. O presente trabalho
tem por objetivo estabelecer relações entre a geomorfologia (formas de relevo) e o geoturismo, tendo por base
as paisagens geomorfológicas encontradas nos Parques Nacionais da Serra da Capivara, de Sete Cidades e Serra
das Confusões. Esses Parques possuem características semelhantes uma vez que estão inseridos dentro da bacia
sedimentar do Parnaíba. E a estreita relação entre feições geomorfológicas identificadas nos referidos parques
e o potencial dos mesmos como atrativo geoturístico justificam a pesquisa. Na metodologia, buscou-se a
pesquisa bibliográfica em autores que discutem a temática, com base em livros, artigos científicos e sites. Foi
possível identificar que os Parques Nacionais do Estado do Piauí no qual foram estudados nesta pesquisa,
representam uma importante área de estudo, por apresentar uma geodiversidade espetacular considerando o
patrimônio geológico e geomorfológico. As feições geomorfológicas se apresentam em destaque na natureza,
revelando grande valor e potencial para a atividade geoturística, favorecendo a geração de renda à população
local. Recomenda-se a fiscalização, a estruturação, o incentivo e a divulgação desses parques e de seu
patrimônio geomorfológico pelo Governo nas distintas esferas.
Palavras-chave
Geomorfologia. Geoturismo. Parques Nacionais.
Abstract
Geotourism is one of the tourist activities that has grown a lot in recent times in the world and in Brazil and
aims at contemplation and preservation of ecological areas, aims at the conservation and sustainable
development of the site, as well as a way to ensure the preservation of geological, natural, cultural and
geomorphological heritage. However, geotourism is not only developed by the existence of attractions, there is
the need for a tourist trade, a set of public and private interests. The present work aims to establish relationships
between geomorphology (relief forms) and geotourism, based on the geomorphological landscapes found in the
National Parks of Serra da Capivara, Sete Cidades and Serra das Confusões. These parks have similar
characteristics since they are inserted within the parnaíba sedimentary basin. And the close relationship between
geomorphological features identified in these parks and their potential as a geotourist attraction justify the
research. In the methodology, we sought bibliographic research in authors who discuss the theme, based on
books, scientific articles and websites. It was possible to identify that the National Parks of the State of Piauí in
which they were studied in this research represent an important area of study, because they present a spectacular
geodiversity considering the geological and geomorphological heritage. The geomorphological features are
prominent in nature, revealing great value and potential for geotourism activity, favoring the generation of
income to the local population. It is recommended the supervision, structuring, incentive and dissemination of
these parks and their geomorphological heritage by the Government in the different spheres.
Keywords:
Geomorphology. Geotourism. National Parks.
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Introdução
O
geoturismo apresenta características essenciais à preservação e conservação da
geodiversidade de um lugar, além de contribuir para o desenvolvimento econômico
local das comunidades. No entanto, o geoturismo não se desenvolve apenas pela
existência de atrativos, existe a necessidade de um Trade turístico, conjunto de interesses
públicos e privados. Para além da visitação, há necessidade de oferta de serviços tais como,
agências de turismo, operadoras, setor hoteleiro, marketing, transporte, alimentação dentre
outros.
Os parques nacionais da Serra da Capivara, Sete Cidades e Serra das Confusões,
localizam-se na bacia sedimentar do Maranhão Piauí, com domínio de rochas sedimentares
Fanerozóicas conforme o Serviço Geológico do Brasil - Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais - CPRM (2010). Tais características fazem com que o estado do Piauí apresente uma
diversidade de paisagens geomorfológicas, que incluem chapadas, chapadões, mesas, colinas,
morros, relevos cuestiformes, ruiniformes, etc.
Vale ressaltar que os parques nacionais da Serra da Capivara, Serra das Confusões
localizam nas bordas da bacia sedimentar exibindo relevo do tipo planalto cuestiforme, e o de
Sete Cidades na Bacia Sedimentar do Parnaíba e apresenta uma topografia ruiniforme com
geoformas que lembram pessoas, animais e coisas. Os referidos parques constituem no Estado
áreas de interesse de pesquisadores, instituições de pesquisas, bem como área de interesse para
os visitantes que as utilizam para fins turísticos e Geoturísticos.
Para Maximiliano (2014), a paisagem, embora tenha sido estudada sob ênfases
diferenciadas, resulta da relação dinâmica de elementos antrópicos, biológicos e físicos. No
bojo dos elementos físicos destaca-se o relevo. Segundo Rodrigues, Rocha e Moura (2020) o
relevo é provavelmente a parte mais visível de uma paisagem quando pensada em função de
interesse turístico e aproveitamento econômico de áreas que efetivamente não possuem outro
recurso disponível, como por exemplo, as unidades de conservação.
Ainda segundo os autores dentre os elementos paisagísticos naturais que expressam
maior qualidade visual, o relevo é sem dúvida o que apresenta maior expressividade, deste
modo o presente estudo, objetiva estabelecer relação entre a geomorfologia (formas de relevo)
e o geoturismo, tendo por base as paisagens geomorfológicas encontradas nos parques nacionais
da Serra da Capivara, Sete Cidades e Serra das Confusões, Piauí.
E perpendicularmente identificar as unidades geomorfológicas dos parques nacionais da
Serra da Capivara, Serra das Confusões e Sete Cidades, e apresentar a caracterização
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geomorfológica dos parques nacionais da Serra da Capivara, Serra das Confusões e Sete
Cidades com base em pesquisas Santos (2007), Moura et al. (2017) e Barros et al. (2020), além
de destacar os elementos geomorfológicos mais relevantes que possam ser apontados como de
interesse geoturística na área de estudo.
A necessidade de denotar a estreita relação entre feições geomorfológicas identificadas
nos referidos parques e o potencial das mesmas como atrativo geoturístico justificam a pesquisa.
Como procedimento metodológico, buscou-se a pesquisa bibliográfica, em autores que
discutem a temática, com base em livros, artigos científicos e sites, uma vez que esse tipo é o
primeiro passo para início de uma pesquisa, pois é a partir dela que se terá uma maior
familiarização com o assunto escolhido para estudo.
Por estar em um período atípico provocado por uma pandemia, o mundo parou devido
ao vírus SARS-CoV-2 e por recomendação dos órgãos de saúde os parques estavam fechados
e a pesquisa in locu não foi possível ser realizada em todos os Parque Nacionais. Nos quais a
pesquisa se propôs realizar, tendo em vista as restrições sanitárias recomendadas pelos governos
Federal, Estadual e Municipal. Desse modo, a pesquisa se limitou a apenas ao Parque nacional
de Sete Cidades.
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realidade na qual está inserida. Nesta perspectiva de conceito, algumas dão prioridade aos
aspectos econômicos, sociais, culturais, antropológicos e até geográficos, mas para Tribe (1997,
p. 640), “o turismo pode ser entendido para envolver uma larga área de fenômenos”.
Em concordância com as afirmações acima citadas, Lages e Milone (2000, p. 26) fazem
a seguinte afirmação, “hoje é impossível limitar uma definição específica de turismo. Sem
dúvida é uma atividade socioeconômica, pois gera a produção de bens e serviços para o homem
visando a satisfação de diversas necessidades básicas e secundárias”.
Atualmente o conceito mais aceito para a definição de Turismo é o da Organização
Mundial do Turismo (OMT, 2001, p. 3) que define como “atividades que as pessoas realizam
durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de
tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros”. Este conceito foi
estabelecido na Conferência Internacional sobre Estatísticas de Viagens e Turismo (conhecida
como Conferência de Ottawa) em 1991.
O turismo é uma atividade econômica importante, que cresceu muito nos últimos anos,
e que gera inúmeros benefícios para localidades que possuem potencialidade para ser
desenvolvido, segundo Picard (citado por ANDRADE, 1995, p. 33) “a função do turismo é a
importação de divisas pelos países. Seu impacto reside no fato do que as despesas de turismo
podem fazer para os diferentes setores da economia e, em particular, para os proprietários e
gerentes de hotéis”. Porém para desenvolver o turismo faz-se necessário a participação dos
gestores públicos e privados, devido exigir um planejamento adequado além da participação de
todos os atores envolvidos nesta atividade, seja de forma direta ou indiretamente no processo.
O turismo no Brasil vem despontando em seus diversos segmentos, dentre eles o
ecoturismo, atividade turística que tem a finalidade de proporcionar ao turista contato com a
natureza além da vivência e proteção, e que tem como base o tripé: interpretação, conservação
e sustentabilidade, visando a conservação, a educação ambiental e o desenvolvimento
socioeconômico e o Geoturismo encontra-se inserido neste segmento.
para Santos, Silva Neto, Brito (2020, p. 4), “o geoturismo é uma atividade nova no segmento
do turismo e visa a conservação e o desenvolvimento sustentável do local, como forma de
garantir a preservação do Patrimônio Geológico, Natural, Cultural e Geomorfológico”.
No ponto de vista de Lopes (et. al, 2011), o Geoturismo incentiva não somente a
geoconservação do patrimônio geológico, mas ocasiona também o envolvimento das
comunidades locais com geração de renda. Pois em grande parte a comunidade local depende
economicamente da atividade turística uma vez que esses lugares não existem outra modalidade
de oferta de emprego.
Seguindo o caminho da sustentabilidade e objetivando a participação da comunidade
local, Stueve et al. (2002), define o Geoturismo como, “o turismo que mantém ou reforça as
principais características geográficas de um lugar – seu ambiente, cultura, estética, patrimônio
e o bem-estar dos seus residentes”.
Neste sentido, observa-se que o geoturismo tem uma grande importância para os
visitantes e a comunidade, também contribui para a conservação e sustentabilidade, além de
inter-relacionar elementos dos meios físicos e humanos.
Em 1993, na Conferência de Malvern (Reino Unido) foi a primeira vez em que o termo
“geodiversidade” foi utilizado para designar a “Conservação Geológica e Paisagística”. A
utilização do termo foi uma forma contraria a biodiversidade, para que os elementos não-
abióticos pudessem ser contemplados. (CPRM, 2010).
A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil
(CPRM/SGB) define geodiversidade como:
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O Estado do Piauí possui diversos locais nos seus distintos municípios com potenciais
para a prática da atividade geoturística, considerando os mais distintos aspectos ambientais,
contudo, cabe ressaltar o papel do relevo como atributo fundamental, quer considerando o valor
estético das formas de relevo (morfologia dos terrenos) quer por distintos processos(físicos,
químicos e biológicos), que são elaboradas e se constituem em distintas áreas de visitação
turística a exemplo do Parque Nacional Serra da Capivara, Parque Nacional de Sete Cidades e
Parque Nacional Serra das Confusões.
Considerando a importância destes Parques Nacionais para a preservação da fauna e da
flora local existem propostas de transformação do Parque da Serra da Capivara e de Sete
Cidades em Geoparques (CPRM,2010).
Unidade de Conservação
O SNUC proporciona aos gestores acerca das UC, além de conservar os ecossistemas e
a biodiversidade, gerar renda, emprego, desenvolvimento e propicia uma efetiva melhora na
qualidade de vida das populações locais.
O conceito de Paisagem tem sido muito debatido por vários autores, e em diversas
épocas, no qual varia conforme o tempo, espaço, objetivos e métodos de abordagem. É a partir
da Geografia Física que se busca uma compreensão físico-geográfica. Alexandre Von
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Alinhado aos ideais de Bertrand (1968) Ross (1991) afirma que para conhecer os
distintos tipos e formas de relevo é necessário a compreensão das paisagens em sua totalidade
(geologia, geomorfologia, hidrografia, climatologia, pedologia e vegetação).
As afirmações acima permitem inferir que os autores são adeptos da concepção
sistêmica, que considera o caráter integrador entre os elementos da natureza e os da sociedade.
A paisagem transcende a extensão do lugar capturado pelo o olhar humano englobando
outros sentidos, contudo é a beleza cênica, propiciada pela visão que tem destaque e maior
apelo. Desta feita o estudo das paisagens por meio da geomorfologia (relevo) produto da
interface entre as variáveis do meio físico consiste em um dos elementos de análise primordial
para fins turísticos.
Neste sentido, Vieira e Cunha (2002) citado por Godinho et al. (2011), afirmam que os
elementos geomorfológicos constituem palcos de excepcional beleza, dotados de características
ímpares para o desenvolvimento e promoção de atividades relacionadas a turismo.
Guerra e Marçal (2006) citado por Silvestre (2016) destacam que uma das aplicações da
geomorfologia no turismo é atribuída na avaliação estética de uma determinada porção da
superfície terrestre. Para Hart (citado por GUERRA, 2012) estas características
geomorfológicas são determinantes para tornar o local atrativo.
Procedimentos metodológicos
Fonte: os autores
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área foi ampliada com uma área de 35.000 hectares pelo Decreto de nº 99.143/1990 (CPRM,
2010), conforme Figura 2.
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declividade e baixa dissecação, que passam de 600m a 300m a sudeste a 500m a 520m a
nordeste (Figura 3).
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O pedimento (Figura 5) é uma vasta área de erosão, situada no sopé da cuesta. É uma
área muito plana, sendo testemunho de uma longa evolução em regime de dissecação, variando
de 60km a 80km de largura. O pedimento se inclina suavemente a partir dos bordos da cuesta
arenito, rumo à calha central do rio Piauí. A sul do pedimento está a área de afloramentos de
gnaisse, composta por numerosos inselbergs isolados, ou dispostos em maciços,
correspondendo a fácies mais resistentes. Ao Norte do pedimento está a área dos micaxistos, é
a mais aplainada, com relevos residuais, compostos de inselbergs isolados de granito intrusivo
e de pequenos maciços carstificados de mármores, localmente chamados de serrotes.
O Principal atrativo do PARNA Serra da Capivara são as paisagens geomorfológicas
elaboradas nas rochas (Figuras 6 e 7A) e os sítios arqueológicos (Figura 7B) com pinturas
rupestres e grafismos gravados sobre os paredões areníticos.
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Fonte: FUMDHAM
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O PARNA Serra das Confusões teve forte influência da movimentação da Placa Sul-
americana e dos efeitos orogenéticos do Ciclo Brasiliano. Portanto, o Parque se estabeleceu na
parte Sul da Bacia do Parnaíba, exemplificação mais notória do final do Pré-cambriano, bem
como do início do Paleozóico (BRASIL, 2003; FREIRE, 2006; JUSTO, 2006; MENESES,
2013, citado por MOURA et al. 2017).
A geologia do Parque foi marcada pela intensa movimentação da litosfera regional. Isso
se observa pelo arcabouço litológico regional, uma vez que as feições Estratigráficas
Sedimentares são descontínuas ou interrompidas pela presença de dobramentos e lineamentos
estruturais, produzidas no Complexo do Embasamento Cristalino Pré-cambriano. Esta unidade
litológica é dividida em quatro grupos: Jaibaira, Cariba, Colomi e Salgueiro, os quais
apresentam rochas com alto grau de metamorfismo. Sobreposta ao embasamento se encontra
uma Sequência Estratigráfica Sedimentar, formada nos Períodos Devoniano-Siluriano, ou
Período Ordoviciano Final (Serra Grande, Pimenteiras e Cabeças) (BRASIL, 2003; FREIRE,
2006; JUSTO, 2006; CPRM, 2011; BARBOSA e FUNIER, 2012), citado por MOURA et al.
(2017).
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Fonte:cmbio.gov.br
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O Parque em sua área e no seu entorno apresenta uma geodiversidade única com um
Patrimônio geomorfológico que alcança bilhões de anos. Desta forma o Parque Nacional da
Serra das Confusões se estabelece como uma importante Unidade de Conservação, pela sua
notável geodiversidade, destacado com o seu patrimônio geológico-geomorfológico potencial
para a prática da geoconservação e do geoturismo do Estado.
De modo geral a área estudada é em sua maior parte assentada sob uma base
morfoestrutural sedimentar e culmina com uma morfoescultura de beleza cênica espetacular. O
Parque Nacional da Serra das Confusões, de acordo com Morais et al. (2017) apresenta feições
geomorfológicas que nobilitar a paisagem, resguardando condições pretéritas de
desenvolvimento geológico da América do Sul. Acredita-se que esta afirmativa possa ser
estendida para os outros dois parques aqui analisados, a saber: o Parque Nacional da Serra da
Capivara e o Parque Nacional de Sete Cidades.
Considerações finais
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Referências
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PRANDI, J. Serra das Confusões - Piauí. Lugares Fantásticos. 2015, Brasil. Disponível
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Ravena (1)
MilcaValcácer de Medeiros
Laís da Luz Macieira (1)
Leonardo
João ManoelFigueiredo de Meneses
de Vasconcelos Filho (2)(2)
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Resumo
Com o intuito de promover conhecimento, proteger o geopatrimônio e desenvolver sustentavelmente as
comunidades, surgiu o conceito dos geoparques como instrumento inovador de conservação. Dessa forma, a
pesquisa trata da necessidade de implementar ações de proteção e divulgação dos elementos naturais e culturais
no território do Projeto Geoparque Cariri Paraibano – PGCP, apresentando como objetivo identificar os fatores
restritivos e propulsores no território do referido geoparque baseando-se na análise SWOT. Para coleta de dados
utilizou-se um questionário estruturado contendo seis perguntas abertas e que foram entregues à gestores
durante visitas a campo ou enviadas por e-mail em alguns casos. Os resultados obtidos através da análise dos
dados indicaram um total de 34 fatores externos e internos que afetam o território, divididos em 17 fatores
propulsores e outros 17 restritivos. No que se refere às propostas baseadas na matriz SWOT indicou-se como
sugestões de incremento da atividade turística e desenvolvimento socioeconômico do território, por exemplo, a
instalação de pontos de informações turísticas e elaboração de políticas de investimento para diversificação e
desenvolvimento do setor hoteleiro e alimentício.
Palavras-chave
Geoparques. Cariri Paraibano. Planejamento Organizacional.
Abstract
Aiming to promote knowledge, protect the geoheritage and sustainably develop communities, the concept of
geoparks as an innovative tool of conservation was introduced. This research addresses the need of
implementing actions in protecting and advertising the natural and cultural elements in the territory of the Cariri
Paraibano Geopark Project, located in the state of Paraíba, northeast of Brazil. The research's goal is to identify
the restrictive and propellent factors in the territory based on SWOT analysis. To collect data, a semistructure
questionnaire of 6 open questions was given to managers during the field visits or sent through email in some
cases. The results obtained through data analysis indicated a total of 34 external and internal factors that affect
the territory, divided into 17 propellent and other 17 restrictive factors. With regards to the proposals based in
the SWOT, it was indicated as suggestions of increasing tourist activity and the socioeconomical development
of the territory, for example, create points of touristic information and elaborate investment policies for the
diversification and development of the hotel and food sectors.
Keywords:
Geoparks. Cariri Paraibano. Organizational Planning.
Resumen
Con el fin de promover el conocimiento, proteger el geopatrimonio y desarrollar comunidades de manera
sostenible, surgió el concepto de geoparques como un instrumento innovador de conservación. Así, la
investigación aborda la necesidad de implementar acciones para la protección y difusión de elementos naturales
y culturales en el territorio del Proyecto Geoparque Cariri Paraibano - PGCP, con el objetivo de identificar los
factores restrictivos e impulsores en el territorio de ese geoparque basándose en el análisis DAFO. Para la
recolección de datos se utilizó un cuestionario estructurado que contenía 06 preguntas abiertas, las cuales fueron
entregadas a los gerentes durante las visitas de campo o enviadas por correo electrónico en algunos casos. Los
resultados obtenidos a través del análisis de datos indicaron un total de 34 factores externos e internos que
afectan el territorio, divididos en 17 factores impulsores y 17 factores restrictivos. En cuanto a las propuestas
basadas en la matriz DAFO, se señalaron sugerencias para incrementar la actividad turística y el desarrollo
socioeconómico del territorio, por ejemplo, la instalación de puntos de información turística y la elaboración de
políticas de inversión para la diversificación y desarrollo del sector hotelero y alimentario.
Palabras clave:
Geoparques. Cariri Paraibano. Planificación Organizacional.
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Introdução
O
s últimos séculos foram marcados pela extinção de várias espécies e pela perda de
importantes elementos da geodiversidade que poderiam contribuir para o
entendimento do passado geológico da Terra.
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Sendo assim, para que se possa garantir que parte da herança comum seja repassada em
bom estado às gerações futuras é necessário que se defina o que é realmente passível de ser
foco de práticas específicas de gestão e conservação, visto que, quanto maior o conjunto de
formações geológicas e geomorfológicas de uma região, maior é o potencial para usufruir
desses recursos para a conservação da natureza como um todo. O desafio da conservação do
geopatrimônio passa pela difusão do conhecimento geocientífico e pelo desenvolvimento
sustentável das comunidades onde esse patrimônio está inserido. Nessa perspectiva surgem os
geoparques que, de acordo com UNESCO (2015, p. 01), são: “áreas geograficamente
unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional são gerenciados com
base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável”.
Para que os geoparques sejam uma alternativa de desenvolvimento e atinjam o objetivo
de mudança é de suma importância que estejam baseados em um planejamento pautado em
metodologias que analisem os aspectos que sejam tidos como potenciais para sua evolução,
bem como aqueles que possam se manifestar como prejudicais ao avanço das atividades.
Dentre as diversas metodologias para planejamento organizacional, uma tem se
destacado no âmbito dos geoparques: a análise SWOT do acrônimo das palavras Strengths,
Weaknesses, Opportunities e Threats. O objetivo dessa metodologia é compreender o ambiente
interno, entendido por forças e fraquezas, elencando as vantagens e desvantagens em relação a
outras instituições e caracterizar o ambiente externo da organização, nomeadas por
oportunidades e ameaças (CAVALCANTI; GUERRA, 2019).
Segundo Medeiros et al. (2010), a análise SWOT produz uma capacidade de
visualização clara, tanto externa como interna da organização, possibilitando ao gestor
potencializar os pontos fortes, minimizar os pontos fracos, bem como aproveitar as
oportunidades e proteger-se das ameaças externas.
Para Banzato et al. (2012), uma vez listadas as forças, oportunidades, fraquezas e
ameaças, essas variáveis devem ser cruzadas entre si (Figura 01) para se ter a análise estratégica
do empreendimento, buscando estabelecer medidas que minimizem as fraquezas e ameaças e
maximizem as potencialidades.
Como resultado desses cruzamentos são gerados cenários que, segundo Medeiros et al.
(2010), podem ser assim definidos:
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Área de estudo
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Segundo Meneses e Souza (2016) a litologia da área é composta basicamente por rochas
magmáticas e metamórficas das quais se destacam granitos, basaltos, gnaisses, filitos, xistos e
migmatitos. A região é possuidora de notável beleza cênica derivada da presença de batólitos,
inselbergs, matacões e diques associados ao magmatismo plutônico ocorrido no período
Neoproterozóico.
A vegetação predominante é do tipo caatinga hiperxerófila e de acordo com Silva e
Meneses (2011) compreende formações vegetais de porte variável, caducifólia, xerófitas, com
grande quantidade de espinhos, o que permite que estas espécies passem por longos períodos
de escassez hídrica, uma vez que a superfície de evaporação se apresenta bem reduzida durante
a estação mais seca.
Na área de estudo encontra-se a Área de Proteção Ambiental (APA) do Cariri Paraibano,
uma Unidade de Conservação (UC) criada pelo governo do estado a partir do Decreto n° 25.083
em junho de 2004, apresentando uma área de 18.560 hectares. A APA do Cariri Paraibano foi
criada com o intuito de assegurar a conservação principalmente dos recursos naturais de âmbito
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abiótico (Lajedo de Pai Mateus, Lajedo Manoel de Souza e o Lajedo do Bravo), garantindo a
utilização sustentável ou a proteção integral desses geomonumentos e a biota associada a eles.
Interessante também é destacar que é comum encontrar registros arqueológicos na forma
de inscrições rupestres, artefatos líticos e cemitérios gerados pelas populações que habitavam a
região desde muito antes da ocupação “pós-descoberta” do Brasil, alguns desses sítios
arqueológicos podendo ter alguns milhares de anos de existência (ALMEIDA, 1979).
Outro elemento de destaque é a cultura regional, caracterizada por um povo receptivo e
resistente no que diz respeito à convivência com o regime de estiagem comum do semiárido.
Elementos culturais como o artesanato e a gastronomia também são muito fortes na região do
Cariri, o que desenvolve uma particularidade quando se trata de oferecer uma experiência única
aos visitantes.
No sentido de estimular o desenvolvimento sustentável suportado pela geodiversidade
da região, em particular de caráter turístico, científico e educativo, desde o final do ano de 2014
vêm sendo desenvolvidos estudos com a perspectiva da proposição de criação de um geoparque
que englobe os municípios de Cabaceiras, Boa Vista, São João do Cariri e Boqueirão. Tais
estudos culminaram na publicação da proposta do Geoparque Cariri Paraibano (LAGES et al.,
2018).
Desta forma, a junção desses municípios resulta a existência de particularidades, como
o geopatrimônio, a cultura, a gastronomia e o saber popular, que são pontos bem marcantes, os
quais completam os itens básicos para que a população possa usufruir dessa riqueza por meio
do turismo, da educação e da ciência, pilares necessários para que uma região seja
potencialmente alvo da criação de um geoparque.
Procedimentos metodológicos
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A população da pesquisa foi composta por 21 pessoas, sendo três prefeitos, dois chefes
de gabinete, um agente de desenvolvimento Ambiental, quatro diretores de turismo, um
secretário de desenvolvimento social, quatro chefes de divisão de cultura, quatro dirigentes
municipais de educação e três secretários de agricultura e meio ambiente. Esse público foi
escolhido por integrarem o corpo gestor dos municípios que integram o PGCP, escolhidos sob
o critério da observância de se ter pessoas chave que representassem os municípios e fizessem
parte da administração pública municipal, levando em consideração o mais amplo leque de
opiniões da forma mais equânime possível atendendo às premissas estabelecidas em Neto
(2011).
Utilizou-se como instrumento para coleta de dados um questionário semiestruturado
contendo seis perguntas abertas e que foram entregues aos gestores durante visitas a campo ou
enviadas por e-mail em alguns casos.
Após respondidos, os questionários foram analisados e sistematizou-se os elementos de
força, fraqueza, oportunidades e ameaças indicados pelos entrevistados, de modo a gerar a
matriz SWOT da área de estudo. Embora a matriz tenha sido fundamentada nas respostas dos
participantes da pesquisa, realizou-se um crivo técnico para filtrar as respostas frente à
possibilidade de ocorrência de um dos três erros de interpretação do questionário SWOT por
parte dos entrevistados, os quais podem ser:
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Resultados
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Para se chegar a esse resultado, primeiro foi realizada uma análise das respostas obtidas.
Dessa análise identificaram-se algumas incongruências nas respostas presentes nos
questionários, as quais associamos à inexperiência dos entrevistados em relação à técnica do
SWOT.
A principal dificuldade observada entre os entrevistados foi em apontar fatores do
cenário externo, sendo que muitas das respostas colocadas como oportunidades são apenas
anseios da população (como por exemplo, criação de uma linha de crédito para o homem do
campo e de um voo Campina Grande/Argentina) ou seja, eles veem como algo a ser alcançado
e que poderia melhorar o cenário atual e não que já são oportunidades presentes na região, isto
nos permite dizer que, muitas das respostas não representaram o diagnóstico atual da área.
Outra situação percebida foi que algumas das respostas se encaixam no elemento forças
e não no elemento oportunidades, por exemplo, a Festa do Bode Rei de Cabaceiras. Em outros
casos, algumas das respostas não se encaixam no elemento em que foram colocadas, como por
exemplo, algumas respostas sobre hotelaria foram inseridas no elemento forças no que na
realidade do território cabe à fraquezas. Dessa forma, optou-se por computá-la no elemento que
foi mais citada (mesmo hotelaria também sendo citada em forças, descartou-se o fator do
elemento força e deixou apenas em fraquezas por ter sido citada mais vezes).
Em relação às ameaças, o que ocorreu foi que algumas das respostas contradiziam a
realidade, por exemplo, falta de universidades, mesmo existindo alguns polos de ensino da
UFPB e outras que entraram como ameaças na verdade são intrínsecas ao território, logo, seriam
fraquezas, por exemplo, falta de divulgação e falta de sinalização.
Feitos os devidos ajustes e sistematizados os fatores conforme já apontado no Quadro
01, foi montada a matriz de avaliação estratégica propriamente dita (Quadro 02) para se saber
quantas relações existem quando se relacionam os fatores internos com os fatores externos.
Após estruturar a Matriz SWOT, percebeu-se, que o panorama atual é que o Projeto
Geoparque Cariri Paraibano se enquadra no cenário “desenvolvimento”, conforme metodologia
de SEBRAE (2015) ou “alavancagem” de acordo com Medeiros et al. (2010), ou seja, existe
um número muito maior de ligações entre as forças e as oportunidades do que entre as ameaças
com as fraquezas.
No geral houveram 40 ligações entre forças e oportunidades, 18 ligações entre forças e
ameaças, 33 ligações entre fraquezas e oportunidades e 16 ligações entre fraquezas e ameaças.
Percebe-se que em relação ao cenário externo, observam-se mais oportunidades do que
ameaças e no cenário interno, mais fraquezas do que forças. Dessa forma, a tendência atual é
reforçar o que o território do PGCP já tem de potencial e aproveitar as oportunidades que estão
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no cenário externo para maximizar as forças que são intrínsecas da área. A análise de cada
quadrante com suas devidas relações, poderá servir para tomada de decisões no futuro. Tal
tarefa caberá ao futuro corpo gestor do geoparque, que deverá traçar objetivos se o geoparque
irá crescer ou se desenvolver aproveitando as oportunidades para minimizar as fraquezas e
ameaças. A seguir, apresentaremos, sucintamente, a descrição dos fatores da matriz SWOT
baseando-se nos questionários da pesquisa e visitas in loco.
AM1
AM2
AM3
AM4
AM5
CENÁRIO INTERNO
OP1
OP2
OP3
OP4
OP5
OP6
OP7
↓
Festas e eventos X X X X X X X X X
Manifestações culturais X X X X
Artesanato e produtos típicos X X X X
Pontos turísticos X X X X X X
FORÇAS
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identidade local devido às alterações de hábitos induzidas por uma onda globalizante que em
geral está associada à consolidação de destinos turísticos.
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Assim como no SWOT baseado nas respostas dos questionários foi possível identificar
mais fatores internos do que externos influenciando o geoparque. Supõem-se que tal fato se
deve à uma maior facilidade de elencar os aspectos que são intrínsecos à área de estudo. Na
sequência serão apresentadas as descrições dos fatores.
Além daquelas extraídas dos questionários, foram verificadas mais 6 forças e onze
fraquezas, as quais sintetizamos a seguir.
Das forças, há de se destacar uma que está muito ligada às características culturais do
povo caririzeiro que é a hospitalidade para com visitantes e pesquisadores, o que favorece o
desenvolvimento turístico da região. Verificou-se também uma forte presença de associações e
cooperativas dos mais diversos fins, o que denota um positivo poder de organização social para
o alcance de objetivos comuns das comunidades.
As três últimas forças estão ligadas ao turismo e meio ambiente. A área apresenta uma
localização geográfica estratégica, estando na porção central do estado e possibilitando
conexões com diversos outros destinos turísticos estaduais. Considerando que grande parte dos
atrativos turísticos da área ligam-se à geodiversidade, a visitação independe de sazonalidade,
diferente de práticas como o turismo de sol e praia. O bom estado de conservação dos atrativos
naturais e a existência de várias áreas ainda bem conservadas e possibilitando a criação de
refúgios ecológicos encerram as forças verificadas.
Grande parte das fraquezas, por sua vez, apresentam relação com o turismo, tendo sido
observada a inexistência de programas de capacitação técnica para o turismo, ausência de postos
de informação turística (à exceção de Cabaceiras) e de agências receptivas locais, inexistência
de inventários de oferta turística e necessidade de priorização de ações na área do turismo.
Do ponto de vista de gestão pública destacam-se a desarticulação política entre os
municípios que compõem a área de estudo, bem como a necessidade de maior e melhor
capacitação dos gestores em suas áreas de atuação, especialmente no que se refere à elaboração
de projetos para captação de recursos.
Verifica-se também a presença de duas fontes de pressão ambiental, que é o caso da
mineração e da caça predatória que colocam em risco a fauna/flora e os recursos da
geodiversidade.
Finalizando as fraquezas, citamos a precária estrutura de serviços de transporte que
praticamente inviabiliza a visitação aos atrativos que não estejam situados nos núcleos urbanos
dos municípios caso o viajante não disponha de veículo próprio para o traslado e também o fato
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dos atrativos encontrarem-se, em sua maioria, em propriedades privadas, fazendo com que a
visitação fique condicionada à vontade dos proprietários das terras, podendo, em caso de
negativa, impactar significativamente o turismo local.
Conclusão
A referida pesquisa demonstrou que os métodos utilizados foram válidos para obtenção
dos aspectos fundamentais para a gestão do PGCP, entretanto, ressalta-se a detecção de algumas
inconsistências nos dados coletados por meio dos questionários, uma vez que algumas das
respostas dadas pelos entrevistados não foram colocadas de forma correta por eles nos
questionários.
Os resultados obtidos mostraram que alguns aspectos importantes para discussão
relativa à gestão territorial e ambiental não foram suficientemente citados pelos entrevistados
entrando como um dos fatores limitantes da pesquisa e, portanto, não se fizeram presentes na
elaboração da matriz de avaliação estratégica, sendo apenas elencados segundo a visão do
pesquisador, auxiliando assim, uma visão mais ampla e completa dos resultados desta pesquisa.
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Ravena (1)
LuizValcácer
HenriquedeAndrade
Medeiros
(1)
Renata
João Manoel Barrocas (2)Filho (2)
de Vasconcelos
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Resumo
O objetivo desta pesquisa é apresentar o desenvolvimento de um material didático que colabora no ensino de
Geografia Política, através das tiras da personagem Mafalda, junto aos anos finais do Ensino Fundamental. O
método adotado foi a construção de um website para facilitar ao professor estratégias de ensino em quatro
categorias que contextualizam a Geografia Política na escola: Nova Ordem Mundial, segregação socioespacial,
cartografia aplicada à Geografia Política e os fluxos migratórios com enfoque aos refugiados. Como resultados,
destacamos o desenvolvimento de atividades que envolvem as diferentes linguagens de ensino e técnicas
empregadas por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), tais como: padlet, podcasts,
música e gamificação. Quanto ao uso destes recursos, ressaltamos suas vantagens e também as fragilidades de
suas aplicações no atual contexto educacional brasileiro. Consideramos que uma pesquisa com esta temática
possa contribuir junto às reflexões e desenvolvimento do raciocínio geográfico através da linguagem plural que
as TICs permitem e, sobretudo, com o propósito de estimular o aprimoramento de habilidades que envolvem o
ensino de Geografia Política entre os estudantes.
Palavras-chave
Geografia Escolar. Ensino. Website.
Abstract
This research aims to present the development of didactic material which helps the teaching of Political
Geography, through the comic strips of the character Mafalda, to the final years of Middle School. The method
used is the construction of a website that facilitates the teacher's teaching strategies in four categories that
contextualize Political Geography at school, such as: New World Order, socio-spatial segregation, cartography
applied to Political Geography and migration flows with a focus on refugees. As a result, we highlight the
development of activities that envolve different teaching languages and techniques used through Information
and Communication Technologies (ICTs), such as: padlet, podcasts, music and gamification. As for the use of
these resources, we emphasize their advantages and also the weaknesses of their applications in the current
Brazilian educational context. We believe that research with this theme can contribute to the reflections and
development of geographic reasoning through the plural language that ICTs allow and, above all, with the
purpose of stimulating the development of skills that envolve the teaching of Political Geography among
students.
Keywords:
School Geography. Teaching. Website.
Resumen
En esta investigación se objetiva presentar el desarrollo de un material didáctico que colabore en la enseñanza
de la Geografía Política, a través de las tiras del personaje Mafalda, junto con los últimos años de la Escuela
Primaria. El método adoptado fue la construcción de un sitio web para facilitar las estrategias de enseñanza del
docente en cuatro categorías que contextualizan la Geografía Política en la escuela, tales como: Nuevo Orden
Mundial, segregación socioespacial, cartografía aplicada a la Geografía Política y flujos migratorios con
enfoque en refugiados. Como resultado, destacamos el desarrollo de actividades que involucran diferentes
lenguajes y técnicas de enseñanza utilizadas a través de las Tecnologías de la Información y la Comunicación
(TIC), tales como: padlet, podcasts, música y gamificación. En cuanto al uso de estos recursos, destacamos sus
ventajas y también las debilidades de sus aplicaciones en el contexto educativo brasileño actual. Creemos que
una investigación con esta temática puede contribuir a la reflexión y desarrollo del razonamiento geográfico a
través del lenguaje plural que permiten las TIC y, sobre todo, con el propósito de estimular el desarrollo de
habilidades que involucran la enseñanza de la Geografía Política entre los estudiantes.
Palabras clave:
Geografía Escolar. Enseñanza. Sitio Web.
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Introdução
O
presente trabalho consiste na elaboração de um material didático, cuja proposta é
viabilizar o ensino da Geografia Política para os anos finais do Ensino Fundamental,
sobretudo o oitavo e nono ano. Partindo do princípio que a utilização de diferentes
linguagens de ensino contribui para a consolidação da aprendizagem significativa dos
indivíduos, recorremos às histórias em quadrinhos da personagem Mafalda, criada por Quino,
a fim de usá-las como embasamento principal para a construção de propostas de atividades
ligadas às temáticas da Geografia Política, associando-as a outras linguagens e tecnologias de
informação e comunicação (TICs) para assentar nossos objetivos.
A escolha dessa temática justifica-se pelo estudo realizado durante a graduação sobre
os componentes curriculares; a discussão sobre as metodologias e práticas de ensino em sala de
aula; além do estágio supervisionado, que também colaborou para a elaboração de estratégias
de ensino que fomentam e desenvolvem o raciocínio geográfico. Outrossim, a pesquisa de
Iniciação Científica desenvolvida junto ao curso de licenciatura em Geografia, da Universidade
Metropolitana de Santos (UNIMES), motivou a discussão de estratégias que corroboram o
ensino. Vale salientar que o produto apresentado neste artigo será aplicado em unidades de
ensino da Baixada Santista no ano de 2022, desenvolvendo os critérios do novo edital de
Iniciação Científica, pelos quais a continuidade deste material foi aprovada.
A aplicação de recursos didáticos diferenciados em sala de aula tem se destacado em
muitas instituições de ensino e manifesta-se, acima de tudo, por meio de metodologias didático-
pedagógicas que tencionam a aprendizagem a partir de múltiplas perspectivas, facilitando a
assimilação de inúmeros temas pelos educandos. Mediante essa premissa, o emprego de
distintas linguagens de ensino contribui junto às metodologias direcionadas à Geografia
Escolar, como também à Geografia Política, nosso foco de abordagem para o desenvolvimento
do raciocínio geográfico.
Os referenciais teóricos dialogaram com os propósitos da pesquisa e auxiliaram para a
construção dos resultados. Assim, no que diz respeito à Geografia Escolar, tomamos como
base as autoras Sônia Castellar (2010) e Lana de Souza Cavalcanti (2015); Vesentini (2007) e
Iná de Castro (2005) destacam-se na apropriação referente a assuntos da Geografia Política;
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Waldomiro Vergueiro e Ângela Rama (2005) discutem o uso das histórias em quadrinhos em
sala de aula; Quino (2003), ao proporcionar a leitura completa da obra “Toda Mafalda” e
permitir a percepção da criticidade de mundo exaltada através dos personagens; e Liana
Gottlieb (1996), a qual apresenta uma análise escolar a partir das tiras da Mafalda. Por fim,
estudamos autores que apontam os benefícios das TICs na educação, como José Moran (2017)
e outros que refletem acerca da acessibilidade do material nas escolas, como Pires e Lopes
(2018).
A construção de um website com propostas que incentivem a discussão da Geografia
Política nos anos finais do Ensino Fundamental foi concebida em quatro categorias de análise,
como forma de colaborar no ensino e desenvolver habilidades para que o raciocínio geográfico
seja construído.
Ao longo deste artigo, apresentamos a importância da personagem Mafalda e nossa
interpretação da seleção de tiras que consideramos relevantes ao ensino de Geografia Política
nos anos finais do Ensino Fundamental. E, para complementar a análise, evidenciamos nossa
interpretação quanto ao uso das TICs como recurso didático a partir das propostas evidenciadas.
Uma disciplina maçante, mas antes de tudo simplória, pois, como qualquer um
sabe, “em Geografia nada há para entender, mas é preciso ter memória...” De
qualquer forma, após alguns anos, os alunos não querem mais ouvir falar dessas
aulas que enumeram, para cada região ou para cada país, o relevo – clima –
vegetação – população – agricultura – cidades – indústrias (LACOSTE, 1997,
p. 21).
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A introdução das linguagens de ensino nas aulas de Geografia faz-se primordial, até
certo ponto, para proporcionar vantagens tanto para os educandos, quanto para os educadores.
Na condição de mediadores do processo de ensino-aprendizagem, os professores necessitam
buscar novas estratégias pedagógicas que contribuam para o enriquecimento das aulas e
auxiliem na explanação de assuntos que, para os estudantes, possam soar difíceis, complexos
e, até mesmo, desinteressantes. Castellar (2010) ressalta a importância de o docente considerar
o conhecimento prévio ao construir seu plano de aula:
Além do mais, os quadrinhos garantem o seu manuseio junto a outros recursos didáticos,
garantindo a sua flexibilidade quanto à aplicação em sala de aula e, sobretudo, por serem de
domínio público. Por isso, as demais linguagens de ensino apresentaram-se no trabalho de
pesquisa como essenciais para a elaboração das propostas por meio das tiras da Mafalda. A
partir de uma história em quadrinho, é possível desenvolver atividades que englobem
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É necessário levar em conta, sobretudo, que as TICs fazem parte da rotina de alguns
estudantes, e o contato assíduo com o progresso tecnológico pode ser aproveitado nas salas de
aula.
No final dos anos 1990, já era possível perceber a relevância das mídias nas práticas
pedagógicas para quebrar a monotonia existente nas escolas, conforme notado por Kenski
(1996, p. 133):
Estes alunos estão acostumados a aprender através dos sons, das cores; através
das imagens fixas das fotografias, ou em movimento, nos filmes e programas
televisivos. Aprendem através de processos em que existem interações totais
entre o plano racional e o afetivo. O mundo desses alunos é polifônico e
policrômico. É cheio de cores, imagens e sons. Muito distante do espaço quase
que exclusivamente monótono, monofônico e monocromático que a escola
costuma lhes oferecer.
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qual sua finalidade real enquanto instituição, não fará muita diferença na
vida do indivíduo e na sociedade (PIRES e LOPES, 2018, p. 203).
Ao conectar as linguagens de ensino e as tecnologias de informação e comunicação,
nossa pesquisa procurou oferecer possibilidades para os professores e facultar a explanação de
temas de Geografia Política, de modo descomplicado e, especialmente, simplificado.
Ainda, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as TICs
alinham-se com as competências gerais propostas pelo documento e reafirmam a tendência de
inovações dos sistemas pedagógicos com a introdução das tecnologias em sala de aula. A quinta
competência esclarece este fato e evidencia o apoio ao uso das tecnologias:
Cabe lembrar que a adoção de novas tecnologias na sala de aula não significa
excluir outras formas, como, por exemplo, as tradicionais aulas expositivas,
mas permitir que não se fique somente nelas. Compete também ao professor
perceber qual tecnologia se aplica melhor a determinado conteúdo e discutir
isso com seus alunos. E também verificar o que mais os motiva e interessa
diálogo esse tão importante entre os sujeitos do processo ensino
aprendizagem.
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A escolha da Geografia Política como foco para a elaboração do material didático deu-
se por razões que envolvem leituras de textos para o componente curricular de metodologia e
prática de ensino em Geografia e o estágio supervisionado. Nestes dois componentes, as
reflexões críticas sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e textos de autores, que
discutem o raciocínio geográfico nos anos finais do Ensino Fundamental, trouxeram reflexões
que favoreceram na consolidação do projeto.
A discussão escalar foi uma condição fundamental para a construção do material
didático e, mesmo com várias fontes de análise sobre o conceito de Geografia Política e
Geopolítica, apontaremos Castro (2005) e Vesentini (2007) como referências que muito
contribuem para a abordagem em questão. A vasta experiência de Vesentini na abordagem
escolar trouxe reflexões para a proposta da Geopolítica e consideramos que, em relação à
Geografia Política, levaria os alunos do final do Ensino Fundamental a um necessário diálogo
entre escalas, seja do local para o regional e deste para o global.
Na atualidade, a Geografia Política compreende a um conjunto de relações atribuídas à
política – esfera de expressão responsável pela organização espacial e gestão de debates
socioeconômicos – e território – espaço produzido pela sociedade a partir de elos de poder,
materializado em fronteiras e delimitações. Castro (2005, p. 17) salienta:
A Geopolítica, por sua vez, possuiu uma conotação fortemente associada às estratégias
de dominação e militarização de territórios a partir dos anseios expansionistas e
neocolonialistas em voga na primeira metade do século passado, relacionando-se a métodos
coercitivos efetivados pelos Estados para firmar ideias de hegemonia e supremacia.
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necessário ter fácil acessibilidade aos docentes e sem apresentar qualquer custo monetário.
Após a leitura sobre o uso de diferentes linguagens no ensino de Geografia, acertamos que um
website seria o modelo ideal para a concepção do material didático e, ao mesmo tempo, o
referido recurso enquadrava-se dentro das tecnologias de informação e comunicação (TICs) já
mencionadas no decorrer deste artigo.
Doravante, iniciamos a construção do website com hospedagem na plataforma WIX, e
nomeado de “Pluralidades Geográficas”. Foram consideradas as muitas linguagens de ensino
empregadas para discorrer sobre os assuntos da Geografia e a atuação das TICs como
simplificadoras neste processo. O link de acesso é este: https://luizh91.wixsite.com/plurigeo.
Para o site, optamos por um visual limpo e intuitivo, com possibilidades de acesso tanto
pelo computador quanto pelo celular, e que representassem um veículo de simples manipulação
pelos professores. A seguir, podemos visualizar a página principal do website, com a Figura 2
que mostra o seu layout:
Fonte: https://luizh91.wixsite.com/plurigeo
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Fonte: https://luizh91.wixsite.com/plurigeo
Considerações finais
No decorrer deste artigo, revela-se que a Geografia dispõe de uma gama de recursos
didáticos possíveis para aplicação em sala de aula, admitindo o estímulo à adoção de novas
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Referências
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LACOSTE, Yves. A Geografia, isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. 6ª
edição. Campinas: Papirus, 1997.
QUINO, Joaquin Lavado. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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Resumo
Este artigo apresenta uma definição conceitual, de caráter introdutório, ao Bioregionalism. Inicialmente,
discorremos sobre o tema em contraste ao paradigma tecnocientífico da Modernidade, apresentando um rol de
autores especializados. Expomos ainda algumas conexões epistemológicas entre Bioregionalism e outras
concepções do Saber. No que se refere ao caráter científico metodológico, tratamos das categorias e das
variáveis do Paradigma Biorregional, num quadro comparativo em contraste ao Paradigma Industrio-científico
da Modernidade. Apresentamos uma proposta metodológica de pesquisa inicial em que nos aprofundamos na
análise das categorias e das variáveis do Paradigma Biorregional, na seção “Proposta de estudo a partir das
variáveis do Biorregionalismo”. Por fim, incentivamos a pesquisa em Biorregionalismo, como urgentemente
e necessária, devido à ausência de publicações em Língua Portuguesa. O Biorregionalismo é uma epistemologia
interdisciplinar que dialoga com a Ecologia Humana, a Geografia Humanista, a Etnicidade, o Paisagismo, a
Economia e Ciências Humanas tradicionais.
Palavras-chave:
Bioregionalism. Biorregionalismo. Biorregião. Ecologia Humana.
Abstract
This article presents a conceptual definition, under introductory character, to Bioregionalism. Initially, we
discussed the theme in contrast to the techno-scientific paradigm of Modernity, presenting a list of specialized
authors. We also expose some epistemological connections between Bioregionalism and other conceptions of
Knowledge. With regard to the methodological scientific character, we deal with the categories and variables
of the Bioregional Paradigm, in a comparative plan in contrast to the Industrial-scientific Paradigm of
Modernity. We present a methodological proposal for initial research in which we delve deeper into the analysis
of the categories and variables of the Bioregional Paradigm, in the section “Study proposal based on the
variables of Bioregionalism”. Finally, we encourage research in Bioregionalism, as urgently and necessary, due
to the absence of publications in Portuguese. Bioregionalism is an interdisciplinary epistemology that dialogues
with Human Ecology, Humanist Geography, Ethnicity, Landscaping studs, Economics and traditional Human
Sciences.
Keywords:
Bioregionalism. Bioregionalism. Bioregion. Human Ecology
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Introdução
1
A Deep Ecology de Arne Næss, A Earth First! de David Foreman, O Ecofeminismo de Françoise d'Eaubonne,
entre outras novas.
2
O Gaianismo de Marcel Wissenburg, a Ecologia Espiritual de Rudolf Steiner, a Ecoteologia de Lynn Townsend
White Jr. e Jack Bartlett Rogers, o Ecoexistencialismo de Henry David Thoreau (Walden), entre outras
tradicionais.
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3
É possível intercâmbio com o The Living Awareness Institute, referência em Bioregionalism, mas é improvável
a possibilidade de pesquisa de campo.
4
“[…] a geographic area defined by natural characteristics, including watersheds, landforms, soils, geological
qualities, native plants and animals, climate, and weather, including human beings as a species in the interplay of
these natural characteristics.”.
5
“A multifaceted system, of an ecopolitical and economic nature, made of ethical, cultural, social, landscape,
ecological and spiritual specificities”.
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6
[…] to relearn the laws of Gaea, to come to know the earth fully and honestly, the crucial and perhaps only and
all-encompassing task is to understand place, the immediate specific place where we live. The kinds of soils and
rocks under our feet; the source of the waters we drink; the meaning of the different kinds of winds; the common
insects, birds, mammals, plants and trees; the particular cycles and seasons; the times to plant and harvest and
forage — these are things that are necessary to know. The limits of its resources; the carrying capacities of its
lands and waters; the places where it must not be stressed; the places where its bounties can best be developed; the
treasures it holds and the treasures it withholds – these are the things that must be understood. And the cultures of
the people, of the populations native to the land and of those who have grown up with it, the human social and
economic arrangements shaped by and adapted to the geomorphic ones, in both urban and rural settings —these
are the things that must be appreciated. That, in essence, is bioregionalism” (SALE, 2000, p. 42).
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Últimas considerações
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SALE, Kirkpatrick. Dwellers in the Land — The Bioregional Vision. Londres: The
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Jersey: Prentice Hall, 1998, p. 441-456.
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CÁCERES, Adriano. Permacultura e Parques Urbanos – O Caso do Parque Ecológico do
Tororó, Santa Maria-Df. Brasília, FAU/UnB, monografia de pós-graduação, 2011.
CANO, Wilson. Ensaios sobre a crise urbana. São Paulo, Ed. Unicamp, 2011.
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EUFRASIO, Mário A. Estrutura Urbana e Ecologia Humana. São Paulo: Ed. 34, 2003.
GEERTZ, C. A Interpretação da Cultura. Trad. Elisete Paes e Lima. Rio de Janeiro: Editora
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MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. 2 ed. São Paulo: Ed. Unicamp, 2015.
______. A ontologia da realidade. Trad. Cristina Magr. Minas Gerais: Ed. UFMG, 2014.
MORAN, Emilio F. A Ecologia Humana das populações da Amazônia. Trad. (Não consta).
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______. Adaptabilidade Humana. Trad. Carlos E. A. Coimbra Jr. et alii. São Paulo: Edusp,
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SCHAFER, Murray R. A afinação do mundo. 2 ed. Trad. Marisa Trench Fonterrada. São
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______. Desenvolvimento como liberdade. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo. Cia das
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______. Sobre ética e economia. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo. Cia das Letras,
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SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo,
2002.
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Resumo
O presente trabalho trata de uma breve contextualização acerca da gênese do espaço urbano, refletindo sobre o
processo de formação da área central, ambos relacionados com o contexto da cidade de Caicó/RN. Além disto,
discutiu-se sobre o processo de descentralização, para, posteriormente, debater acerca do problema desta
pesquisa: a tendência do surgimento de uma subcentralidade na perspectiva do bairro Barra Nova. Para o
desenvolvimento desse trabalho buscou-se por um arcabouço teórico envolvendo as questões acima, além dos
dados comerciais do bairro Centro e do Barra Nova, obtidos na Secretaria Estadual de Tributação, enquanto
que os dados populacionais foram obtidos no site do IBGE (2020). Por fim, observou-se uma notória tendência
à formação de um subcentro no bairro a que se objetivou esse trabalho, tendo em vista que o Barra Nova se
mostra como um setor que tende a se tornar mais dinâmico e menos dependente do núcleo central, em razão de
apresentar em sua malha urbana 295 atividades de comércio e serviços que se relacionam diretamente com sua
população local.
Palavras-chave
Descentralização. Subcentralidade. Caicó. Bairro Barra Nova
Abstract
The present work treats an abbreviation contextualization about the origin of the urbane space, thinking about
the process of formation of the central area, both connected with the context of the city of Caicó/RN. Besides
this, one talked about the decentralization process, subsequently, to debate about the problem of this inquiry:
the tendency of the appearance of a subcentrality in the perspective of the district Barra Nova. For the
development of this work, it was looked by a theoretical outline wrapping the questions above, besides the
commercial data of the district I Center and of the Important person Barra Nova, obtained in the State General
office of Taxation, whereas the population data were obtained in the site of the IBGE (2020). For end, a well-
known tendency was observed to the formation of a subcentre in the district that aimed at this work, having in
mind that the Important person shows off Barra Nova how a sector that has a tendency to become more dynamic
and less dependent than the central nucleus, on account of presenting in his urbane mesh 295 activities of
commerce and services that they connect straightly with his local population.
Keywords:
Decentralization. Subcentrality. Caicó city. district Barra Nova.
Resumen
El presente trabajo trata una abreviatura contextualização sobre el origen del espacio urbano, pensando en el
proceso de formación de la zona central, ambos conectados con el contexto de la ciudad de Caicó/RN. Además
de esto, se habló del proceso de descentralización, posteriormente, para debatir sobre el problema de esta
investigación: la tendencia de la aparición de una subcentralidad en la perspectiva del barrio Barra Nova. Para
el desarrollo de este trabajo se buscó mediante un esquema teórico que envuelve las preguntas anteriores,
además de los datos comerciales del distrito I Centro y de la Importante Pieza Informativa, obtenidos en la
Oficina General de Tributación del Estado, mientras que los datos poblacionales se obtuvieron en el sitio del
IBGE (2020). Para el final, una tendencia conocida se observó a la formación de un subcentro en el distrito que
apuntó a este trabajo, teniendo en mente que o Barra Nova es un sector que tiene una tendencia de hacerse más
dinámico y menos dependiente que el núcleo central, debido a la presentación en su malla urbana 295
actividades de comercio y servicios que unen directamente con su población local.
Palabras clave:
Descentralización; Subcentralidad; Caicó, Barrio Barra Nova.
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Introdução
A
s cidades têm sido estudadas por diversas vertentes do conhecimento científico,
dentre elas a Geografia e, particularmente, a geografia urbana que tem se empenhado
em entender os diversos fenômenos que colaboram para a produção e organização
do espaço urbano. A realização deste trabalho preocupou-se em mostrar o contexto da área
central da cidade de Caicó, e seus desdobramentos, precisamente, um recorte espacial da cidade,
o bairro Barra Nova. Esses nos serviram como base empírica para observarmos os seus
diferentes usos do solo urbano, tendo em vista à tendência à formação de um subcentro no
bairro citado.
Inserida no interior do Rio Grande do Norte (Figura 1), Caicó é a maior e a principal
cidade da “Região Geográfica Intermediária de Caicó”. Segundo as estimativas do IBGE para
2020, sua população é de 68.343 habitantes, o que a classifica como a sétima cidade mais
populosa do Rio Grande do Norte e a mais populosa desta Região Geográfica. É considerada
ainda pelo IBGE, um centro sub-regional de categoria B.
Fonte: Adaptado de Agência dos Correios (2014); CAERN (2015). Queiroz, (2018).
expulsão e perseguição dos povos nativos pelos colonizadores, sobretudo, no século XVIII.
Esses povos habitavam as margens dos rios Seridó e Barra Nova devido às condições climáticas
da região semiárida.
Com a expulsão e a constante perseguição dos nativos, o povoamento do interior no
período colonial brasileiro resultou na formação das primeiras fazendas na região que se
caracterizaram pela atividade pecuária e a agricultura. Posteriormente, a cidade começa a se
expandir ao tempo que apresenta novas configurações com o surgimento dos primeiros fixos, a
exemplo da Igreja de Santana, a Casa de Pedra1 e a Igreja do Rosário, identificados na Figura
2. A partir daí, começam a surgir os primeiros casebres (presentes até hoje na paisagem urbana
da cidade) e, por consequência, surgem os fluxos, ligando a pequena área urbana caicoense com
o entorno rural.
Assim como acontece na maioria das cidades no Brasil, a gênese urbana de Caicó, ou
seja, o sítio original de ocupação se encontra no bairro Centro. É neste setor que se encontram
localizados o aglomerado de atividades de comércio, serviços, algumas indústrias pouco
expressivas e instituições públicas tanto da União como também do Estado e do Município.
Sobre essas diferentes atividades que ocupam a área central da cidade percebe-se,
atualmente, que há uma redefinição acerca das localizações na urbe caicoense, sobretudo, no
âmbito do comércio e serviços. Como aponta Vasconcelos Filho (2016), notou-se que essas
1
Nome dado a primeira casa construída em Caicó devido a sua estrutura composta, principalmente por grandes
blocos rochosos.
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atividades começaram a se localizar em bairros que há algum tempo possuíam e eram marcados
por uma função residencial, como é o caso do bairro Barra Nova, que surge no esteio desse
processo de descentralização da área central.
Desse modo, este trabalho tem como ponto de partida analisar e discutir, a princípio, a
gênese e a produção do espaço urbano caicoense para, posteriormente, chegar ao seu objetivo,
o qual está associado ao processo de descentralização da área central e a tendência à formação
de um subcentro no bairro Barra Nova. Para isso, a metodologia inicial foi a seleção e leitura
dos referenciais bibliográficos, onde buscou-se uma variedade deste material, a exemplo de
artigos, livros, monografias, dissertações, artigos científicos, dentre outros, que tratam da
problemática urbana, da dinâmica comercial, dos processos de centralização, descentralização
e subcentralização. Além disso, buscou-se por dados comerciais do bairro Centro e do Barra
Nova na Secretaria Estadual de Tributação, bem como informações no cadastro imobiliário da
prefeitura municipal. Já os dados populacionais foram obtidos no site do IBGE (2020).
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meio às fazendas e aos fixos anteriormente mencionados, o que seria depois considerado distrito
pelo Alvará de 1748, denominado Vila Nova do Príncipe, e que atualmente está localizado o
bairro Centro.
Inicialmente, a economia caicoense foi marcada pelo binômio gado-algodão, que na
década de 1970 começa a declinar devido à seca e, principalmente, segundo Morais (2005, p.
6):
[...] a falta de competitividade do produto no mercado em função do baixo
nível técnico de produção, baixa produtividade, alto custo de produção, difícil
acesso a linhas oficiais de crédito, juros elevados, preços pouco
compensadores no mercado e a estrutura produtiva regional, marcada pela
tradição. Acrescenta-se ainda a modernização e a desconcentração geográfica
da indústria têxtil paulista; os melhoramentos em termos de fibra e de
produtividade do algodão herbáceo; o surgimento e proliferação do bicudo do
algodoeiro.
Anos População
Urbana Rural Total
1950 17.755 16.459 24.214
1960 16.233 11.214 27.447
1970 24.427 12.094 36.521
1980 30.828 9.202 40.030
1991 42.783 7.857 50.640
2000 50 522 6.364 56.886
2010 57.461 5.248 62.709
Fonte: Produzido pelo autor com base nos Censos Demográficos do IBGE (1950 a 2010).
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2
É oportuno salientar que esta urbanização ocorreu sem o acompanhamento das políticas públicas necessárias a
uma melhor condição de bem estar da população que chegava do campo. Neste caso, ela assume muito mais um
contexto de aumento da população urbana.
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se adeque as suas condições financeiras. Santos (2008, p. 40), descreve como os dois circuitos
da economia urbana se espacializam:
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É nessa área destacada do mapa que se encontram de forma simultânea atividades tanto
do circuito superior (bancos, supermercados, grandes lojas e pequenas indústrias) quanto do
circuito inferior (comércio varejista3, moto taxistas, borracharias, mercadinhos, camelôs, entre
outros), como demonstra as imagens a seguir (Figuras 4 e 5).
Cada circuito se define pelo conjunto de atividades realizadas em cada contexto e pelo
setor da população que se liga a ele, como ressalta Santos (2008, p. 35) “o impacto
modernizador é seletivo, isto é válido tanto no nível nacional quanto no nível regional ou local”.
Esse impacto modernizador seletivo é notório tanto na população quanto no nível
espacial da cidade. Dado que, um número relevante de pessoas não tem acesso ou, em função
da sua condição socioeconômica, sente alguma dificuldade em usar as atividades ligadas ao
circuito superior como alguns serviços bancários, plataformas digitais e lojas de grifes. No nível
espacial, a seletividade é perceptível no momento em que essas atividades estão
majoritariamente especializadas no Centro de Caicó (bancos, supermercados, agências, entres
outros) enquanto que as atividades do circuito inferior ligadas a uma população de baixa renda
3
“O comércio varejista em diversas modalidades (confecções, calçados, equipamentos de informática,
automotivos, materiais para construção civil, dentre outros)” SANTOS, 2015, p. 34).
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Vale salientar que, em Caicó o núcleo central de negócios está relacionado ao coração
da cidade não somente por ser a área de negócios e funções centrais, mas também devido ao
contexto de formação do território caicoense que nele se originou e deu nome ao bairro Centro.
Contudo, com o crescimento do espaço urbano outros bairros começaram a ser ocupados
por lojas, restaurantes e escolas que antes se concentravam apenas na área central da cidade.
Em outras palavras, é nítida a expansão para outros compartimentos da cidade de atividades
ligadas ao comércio e serviços que acabam beneficiando os bairros e aos moradores nos quais
se localizam.
Esse fato se intensifica tendo em vista a carência de serviços de transporte público
prestados a população caicoense, onde, grande parte da população que não mora no Centro, tem
que buscar meios para se dirigirem até o Bairro. Desse modo, tal fato pode se constituir como
um elemento que contribua ainda mais para o surgimento de subcentros uma vez que, a
população mais pobre não precisa se deslocar tanto para desempenhar determinadas atividades
na área central.
A presença da dispersão comercial e, consequentemente, o surgimento de novos fixos
em outros bairros, como é o caso do bairro Barra Nova, favorece, a princípio, uma maior
dinamização do espaço urbano, tendo em vista que produz novos empregos, fluxos de transporte
e de pessoas. Como ressalta Santos (2006, p. 38) “os elementos fixos, fixados em cada lugar,
permitem ações que modificam o próprio lugar, fluxos novos ou renovados que recriam as
condições ambientais e as condições sociais, e redefinem cada lugar.”
No próximo item, destaca-se o processo de descentralização e a tendência a formação
de um subcentro no contexto do bairro Barra Nova, evidenciando sua espacialidade
socioeconômica.
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Atualmente, o Barra Nova conta com uma população de aproximadamente cinco mil
habitantes4, sendo um dos 29 bairros5 que compõe a cidade de Caicó. Seu crescimento espacial
limita-se ao sul pelos bairros João XXIII e Paulo VI, a oeste pelo Walfredo Gurgel, já ao norte
e a leste são limitados pelo rio Barra Nova, o qual deu nome ao bairro (Figura 1).
Historicamente, cabe salientar que a economia algodoeira também se fez presente no
contexto de formação do bairro nas décadas de 1970/80, sendo uma das causas responsáveis
pelo seu crescimento a partir da instalação da Algodoeira Seridó (Figura 6), gerando empregos
e construções de casas que apesar de serem de taipa e de palha, denotavam o início de ocupação
do bairro. Conforme exemplifica Araújo (2013, p. 78), “assim, em pouco menos de três anos a
área oeste da cidade, onde a ALSECOSA6 se instalou já havia se constituído em um bairro cuja
denominação fazia menção ao rio Barra Nova”.
4
Devido à inexistência de dados estatísticos por bairros a informação foi obtida a partir da Unidade Básica de
Saúde do bairro Barra Nova, 2020.
5
Como sugerido por Queiroz (2018), foi-se delimitado a existência de 29 bairros, tendo em vista que Caicó não
conta com uma delimitação oficial de bairros (Figura 1).
6
Refere-se ao nome da empresa algodoeira instalada no bairro Barra Nova, Algodoeira Seridó Comércio e
Indústria S/A (ALSECOSA).
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Dessa maneira, a localização passa a ser foco de atividades tanto do circuito inferior
(pequenos restaurantes, borracharias) quanto do circuito superior (postos de combustíveis),
justamente devido ao constante fluxo, sobretudo de veículos grandes, favorecido pelo trecho
urbano da BR-427.
Vale destacar também a construção da ponte sobre o rio Barra Nova, a qual foi de suma
importância para a criação do bairro e, posteriormente serviu de meio para interligá-lo à área
central da cidade. Assim, facilitando e dinamizando o escoadouro da produção algodoeira que
era destinado, segundo Araújo (2008), principalmente, para Campina Grande na Paraíba e
Recife em Pernambuco.
Como aponta Villaça (1998, p. 293) “o subcentro consiste, portanto, numa réplica em
tamanho menor do centro principal, com o qual concorre em parte sem, entretanto, a ele se
igualar”. Sendo assim, um subcentro caracteriza-se por atender a demanda da classe popular;
em geral, não ameaçando a supremacia do centro. Como demonstra a Tabela 2, onde as
atividades presentes no bairro Barra Nova são bem expressivas e diversificadas para um bairro
cuja função principal foi destinada a questão de moradia, e que hoje apresenta 295 atividades
de comércio e serviços, o que o diferencia de muitos outros bairros da cidade.
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Carlos (2007) aponta que para o produtor de mercadorias a cidade é o lócus da produção,
do ponto de vista do morador enquanto consumidor, a cidade é meio de consumo e o lócus da
habitação. Nessa perspectiva de usos do solo urbano, nota-se que no bairro Barra Nova parte
de sua população relaciona-se com o bairro tanto na perspectiva de consumidor; utilizando as
atividades nele presentes como farmácias, escolas, restaurantes, mercadinhos, quanto no nível
de produção; visto que parte da população é proprietária ou trabalha nesses estabelecimentos.
Assim, o comércio do presente bairro está intimamente relacionado, sobretudo, ao
circuito inferior da economia urbana. Com isso, grande parte das atividades comerciais se
manifesta com o ambiente de seu consumidor de maneira muito próxima. Como demonstrado
por Corrêa (1989, p. 51):
Da mesma maneira que parte da população tem uma relação de uso e valor com o bairro,
é explicito que o espaço, concomitantemente, se divida entre as moradias e as atividades de
comércio e serviços locais (Figura 8), que procuram atender as demandas recorrentes dessa
população, geralmente classes populares, que não necessitam recorrer com tanta frequência ao
Centro.
Ainda no setor terciário, vale destacar o número expressivo de atividades prestadoras de
serviços (182, como demonstrado na tabela 2) presentes no bairro e que estão relacionadas tanto
ao circuito superior quanto ao circuito inferior da economia urbana. Se destacando as atividades
de transporte, mototaxistas e taxistas; educação, escolas públicas e privadas; serviços
hoteleiros, como pousadas (Figura 9), além da presença de correspondentes bancários
funcionando no interior de algumas farmácias e mercadinhos do bairro.
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Desse modo, o bairro Barra Nova caracteriza-se pela tendência de reproduzir, em uma
escala reduzida, a área central de Caicó, de modo que, as atividades instaladas no local
conseguem suprir grande parte da necessidade da população que nele reside, não ameaçando a
área central, mas sendo responsável por dinamizar os fluxos de transportes, lojas e empregos
tanto na cidade quanto no bairro.
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Considerações finais
Referências
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Revista GeoSertões – ISSN 2525-5703
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INSTITUCIONALIZAÇÃO DE REGIÕES
METROPOLITANAS NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE
BRASILEIRO: possibilidades e desafios para a
criação da região metropolitana de Mossoró/RN
(RMM)
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Resumo
Uma metrópole e o processo que a cria é para muitas pessoas sinônimos da presença de relações sociais,
culturais, políticas e econômicas modernas. A metropolização pode ser entendida como uma conjuntura de
processos socioespaciais que estão interligados a reestruturação do capital e ao mesmo tempo do espaço. A
criação de regiões metropolitanas (RMs) no território brasileiro iniciou-se de forma institucional no ano de
1973. A Constituição Federal possibilitou aos estados da Federação a instituição de RMs em seus territórios. O
resultado é existência atual de 76 RMs. Desde do ano de 2014 existe um embate político pela criação da RMM.
O objetivo deste ensaio é ampliar a visão crítica sobre uma possível institucionalização da RMM, considerando
as iniciativas legislativas, as possibilidades atuais e futuras para os municípios envolvidos e os desafios. A
RMM seria mais uma região metropolitana localizada no semiárido nordestino que iria compartilhar das
mesmas características da maioria das RMs instituídas no recorte do país. A institucionalização de uma RMM
a posicionaria próximo a região metropolitana do Cariri. O projeto de Lei Complementar nº 14/2017 contempla
os itens essenciais citados para a institucionalização de uma Região Metropolitana funcional, mas de forma
genérica.
Palavras-chave
Metropolização. Fluxos. Semiárido.
Abstract
A metropolis and the process that creates it is for many people synonymous with the presence of modern social,
cultural, political and economic relations. Metropolization can be understood as a conjuncture of socio-spatial
processes that are intertwined with the restructuring of capital and, at the same time, of space. The creation of
metropolitan regions (MRs) in the Brazilian territory began institutionally in 1973. The Federal Constitution
allowed the states of the Federation to establish MRs in their territories. The result is the current existence of
76 MRs. Since 2014, there has been a political struggle for the creation of the MRM. The objective of this essay
is to broaden the critical view about a possible institutionalization of the MRM, considering the legislative
initiatives, the current and future possibilities for the municipalities involved, and the challenges. The MRM
would be one more metropolitan region located in the Northeastern semi-arid region that would share the same
characteristics as most of the MRMs instituted in the country's cut. The institutionalization of an MRM would
position it close to the Cariri metropolitan region. The project of Complementary Law No. 14/2017
contemplates the essential items cited for the institutionalization of a functional Metropolitan Region, but in a
generic way.
Keywords:
Metropolization. Flows. Semi-arid.
Resumen
Una metrópolis y el proceso que la crea es para muchos sinónimos de presencia de relaciones sociales,
culturales, políticas y económicas modernas. La metropolización puede entenderse como una coyuntura de
procesos socioespaciales que se entrelazan con la reestructuración del capital y al mismo tiempo del espacio.
La creación de regiones metropolitanas (RM) en el territorio brasileño se inició institucionalmente en 1973. La
Constitución Federal permitía a los estados de la Federación establecer RM en sus territorios. El resultado es la
existencia actual de 76 RM. Desde el año 2014 hay una lucha política por la creación del RMM. El objetivo de
este ensayo es ampliar la visión crítica sobre una posible institucionalización del RMM, considerando las
iniciativas legislativas, las posibilidades actuales y futuras para los municipios implicados y los retos. La MRM
sería una región metropolitana más situada en la región semiárida del noreste que compartiría las mismas
características de la mayoría de las RMM instituidas en el corte del país. La institucionalización de un RMM lo
situaría cerca de la región metropolitana de Cariri. El Proyecto de Ley Complementaria Nº 14/2017 contempla
los ítems esenciales citados para la institucionalización de una Región Metropolitana funcional, pero de manera
genérica.
Palabras clave
Metropolización. Flujos. Semiárido.
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Introdução
U
ma metrópole e o processo que a cria é para muitas pessoas sinônimos da presença
de relações sociais, culturais, políticas e econômicas modernas e da existência de
muitas oportunidades de vida para os seus habitantes. Mais recentemente, fatores
envolvidos na formação de metrópoles como a reestruturação das formas produtivas do modelo
produtivo capitalista , as dinâmicas do capitalismo financeiro, as ações políticas voltadas para
a inserção dos territórios no mercado global e as novas formas de obtenção de renda do solo
urbano e suburbano, ocasionados pela “globalização” acelerada nas últimas décadas do século
XX, intensificada no século XXI, produziram formas diferenciadas de entender o que são áreas
metropolitanas e de como elas podem ser delimitadas em virtude de suas características.
Os termos metrópole e metropolização estão alinhados em uma mesma direção, mas
possuem escalas diferenciadas. Enquanto o conceito de metrópole pode ser associado ao que se
entende como a área de uma grande cidade, o entendimento sobre o que é o processo de
metropolização extrapola a área de uma cidade (LENCIONI, 2006; DI MÉO, 2008).
Lencioni (2020) esclarece que a metropolização pode ser entendida como uma
conjuntura de processos socioespaciais que estão interligados a reestruturação do capital e ao
mesmo tempo do espaço. O consumo do espaço urbano é realizado por interesses
instrumentalizados pelas novas formas de capitalização do solo urbano e por condições que
maximizam os lucros das atividades capitalistas e reforçam os processos de expropriação e
espoliação de áreas urbanas.
Na França o processo de metropolização foi evidenciado por Kayser (1969) quando ele
buscou entender as diferenciações e transformações existentes no território do país. Para isso o
autor distinguiu dois tipos de espaços. Os metropolizados (alto fluxo de capital, pessoas e
mercadorias) e os não metropolizados que continham as características inversas ao primeiro.
Neste sentido, na França, assim como nos Estados Unidos, a partir dos anos de 1950
foram criadas organizações espaciais metropolitanas objetivando ordenar o território, na França
e aglutinar e organizar dados estatísticos nos Estados Unidos. No Brasil a ideia de regiões
metropolitanas foi balizada nos conceitos de metropolização e modelos de ordenação do
território aplicados na França e nos Estados Unidos, mas ela ultrapassou a concepção
relacionada apenas as formas espaciais urbanas (MOURA; FIRKOWSKI, 2001). A
metropolização brasileira passou a ser realizada como uma forma de ordenamento territorial
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Legislativa um projeto de lei para a criação da RMM que contemplaria 29 municípios limítrofes
e não limítrofes da região oeste do estado. O projeto de lei não foi aprovado pela plenária da
casa legislativa.
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Di Meó (2008) defende que o termo “metropolização” pode ser melhor entendido como
um conjunto de processos que produzem as características das formas, das funções e das
dinâmicas que podem ser visualizadas nos locais da terra onde existem grandes aglomerados
de pessoas. Com uma outra perspectiva, mas seguindo a mesma linha de pensamento, Ferrier
(2001) entende que a “metropolização” atualmente está associado a territorialização das áreas
que possuem um acelerado ritmo de desenvolvimento econômico, não importando se isso
ocorre em países desenvolvidos ou subdesenvolvidos.
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Governador Dix-
1.129,55 13.076 141 1.367 1,9 262.924,97
Sept Rosado
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O município de Mossoró, apresenta destaque pois a sua área urbana está classificada
como uma Capital Regional (IBGE, 2020c). Em seguida, destaca-se a cidade do município de
Açu, que é considerada um Centro Sub-regional (B). Os municípios que possuem os menores
valores nos dados apresentados são os de Grossos e Tibau, ambos localizados na zona litorânea.
Sem contabilizar a atividades públicas de administração, defesa, educação e saúde
pública e seguridade social, as atividades produtivas que mais adicionaram valores ao Produto
Interno Bruto (PIB), no ano de 2018, apresentam variações nos municípios da possível RMM
(quadro 01). Mas entre elas, as atividades enquadradas pelo IBGE (2018) como “demais
serviços” e “indústria extrativista” são as que mais contribuíram para a produção de riqueza no
conjunto dos municípios.
Quadro 01 - Atividades produtivas que mais contribuíram para a PIB dos municípios
Atividade com maior valor adicionado Atividade com segundo maior valor
Município
bruto ao PIB adicionado bruto ao PIB
Açu Demais serviços Indústrias extrativas
Areia Branca Indústrias extrativas Demais serviços
Agricultura, inclusive apoio à agricultura
Baraúna Demais serviços
e a pós colheita
Governador Dix-Sept Rosado Indústrias extrativas Demais serviços
Grossos Indústrias extrativas Demais serviços
Comércio e reparação de veículos
Mossoró Demais serviços
automotores e motocicletas
Serra Do Mel Indústrias de transformação Demais serviços
Agricultura, inclusive apoio à agricultura
Tibau Demais serviços
e a pós colheita
Upanema Demais serviços Indústrias extrativas
Fonte: IBGE (2018).
Nessas condições, o IBGE confirma a posição da cidade de Mossoró como uma Capital
Regional importante no semiárido nordestino, já que ela se apresenta como um interposto de
fluxos de mercadorias e de pessoas por meio de acessos rodoviários. Esta condição pode ser
associada a verificação de que o município de Mossoró foi o único em que as atividades de
“Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas” se posicionaram entre as duas
que mais contribuíram para a aglutinação do valor do PIB. Neste mesmo sentido, a publicação
do IBGE (2020c), Regiões de Influência das Cidades (REGIC), demonstra que a cidade de
Mossoró é destino de pessoas e empresas, de muitas localidades da região, que necessitam de
produtos ou serviços (figura 04).
Entre as cidades que estão nos dois últimos projetos de lei que tratam da criação da
RMM, existem ligações de primeira ordem dos fluxos que partem delas em direção ao polo
regional em busca de vestiário, calçados, móveis, eletroeletrônicos e de serviços de saúde de
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Esta condição de intensidade de fluxos está relacionada a dois fatores. Um deles é que
entre eles, em Mossoró estão presentes 75,4% das empresas e outras organizações (IBGE,
2020c). O outro está relacionado a sua posição em relação a centralidade dos fluxos regionais
(TAYLOR; DERUDDER, 2004; TAYLOR; HOYLER; VERBRUGGEN, 2010).
Analisando os resultados apresentados no REGIC do ano de 2018 (IBGE, 2020c),
verifica-se que a cidade de Mossoró apresenta destaque de nível de centralidade em todas as
camadas pesquisadas: gestão de território (nível 2), de atividades financeiras (nível 6), de ensino
de graduação presencial (nível 4), a distância(nível 6) e de pós-graduação (nível 6), em serviços
de saúde (nível 5) e de sua complexidade (3), em redes de televisão (nível 4), em gestão pública
(nível 4) e empresarial (nível 5). O REGIC (IBGE, 2020C) aponta que as conexões de town-
ness entre a cidade de Mossoró e as que estão no seu entorno são fortes, mas que entre elas
existem variações devido a contiguidade e a distância dos centros urbanos. Desta forma, o
estudo demonstra que o polo de uma possível RMM é uma área urbana que disponibiliza a sua
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hinterlândia bens e serviços. Mas não somente isto. Ela aglutina algumas conexões regionais
do tipo city-ness que estão relacionadas principalmente com o agronegócio e as atividades
extrativistas de petróleo bruto, gás natural e sal marinho.
Figura 05 - Fluxos das cidades de Açu e Areia Branca com destino para Mossoró em
busca de serviços de saúde de alta complexidade e de transporte público
Outro fator importante é que a cidade polo de uma possível RMM é uma importante
conexão entre a rede urbana do semiárido nordestino por meio de rotas de acesso rodoviários e
aeroviário (possui uma linha aérea para Recife). Mossoró conecta espaços urbanos do oeste do
Rio Grande do Norte, do Nordeste do Ceará e do Noroeste da Paraíba, a arranjos populacionais
(IBGE, 2016) importantes que estão localizadas tanto no sertão como no litoral do Nordeste.
Essa condição põe Mossoró na posição de ponto de partida e interposto para a convergência e
a difusão de fluxos de bens e serviços que possuem como destino mercados consumidores
regionais, nacionais e internacionais. Neste sentido, a cidade, mesmo não possuindo
características de arranjo populacional, nem uma forte intensidade de processos relacionados a
concepção socioespacial do processo de metropolização de uma região, apresenta-se como
indispensável na estrutura urbana regional do extremo nordeste do semiárido brasileiro já que
a sua localização, entre áreas metropolitanas estruturais (Fortaleza e Recife) e transitivas (Natal,
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João Pessoa e Cariri), permite que ela atue na rede urbana, não somente como uma cidade de
fornecimento de bens e serviços para sua hinterlândia, mas também como um ponto de
entroncamento de que serve de via de fluidez espacial de pessoas, mercadorias, bens, serviços,
informações e capitais (figura 06).
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Compreensão teórico-conceitual de metrópole como uma grande cidade, que possui funções
superiores de comando e gestão articulada à economia global, atuando como porta de entrada dos
1
fluxos globais no território nacional e na qual se ancoram interesses internacionais, ao mesmo
tempo que emite, para o território nacional, vetores de modernidade e complexidade.
Compreensão oficial de metrópole, dada pelos estudos do IBGE, que analisa a realidade brasileira
3 à luz da visão conceitual, também utilizando metodologia própria e particularizando a
classificação para a escala nacional.
Neste quadro a RMM seria mais uma região metropolitana localizada no semiárido
nordestino que iria compartilhar das mesmas características da maioria das regiões
metropolitanas instituídas no recorte do país que são: a inexistência de uma metrópole e de
núcleos urbanos conurbados; que se propõem a trilhar políticas de desenvolvimento
socioeconômico integrado e que possuem a intenção de compartilhamento de um conjunto de
funções públicas de interesse comum (IPEA, 2011).
Neste sentido, a instauração da RMM está distante da concepção teórica-conceitual da
temática metropolitana já que ela é impulsionada por forças políticas e não socioespaciais. Os
atores envolvidos no processo buscam estabelecer marcos intermunicipais de cooperação e
formas de desenvolvimento integrado em um território onde os municípios sempre atuaram de
forma isolada.
Normativamente, existe outras maneiras de criar modos de cooperação intermunicipais
sem a necessidade da instituição de uma região metropolitana como a formação de Consórcios
Públicos (Lei nº 11.107/2005). Neste sentido, em uma primeira avaliação, a busca pela
constituição da RMM parece estar relacionada a dotar os municípios da região com o status de
“área metropolitana” e não de municípios consorciados. Mas, aprofundando o nível de
verificação, pode-se considerar também que uma possível implementação da RMM poderia
criar uma tipo de integração intermunicipal que intensificasse a concentração de pessoas,
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Comparando o total dos dados entre a RM do Cariri e de uma possível RMM, verifica-
se que, apresar da primeira apresentar uma população com mais de 142 mil habitantes, mais
1.254 empresas e outras organizações atuantes e mais 9.733 pessoas ocupadas, do que a possível
RMM, o valor do seu PIB de 2018 apresenta-se inferior ao PIB da RMM em R$ 1.535.203,34
(x1000). Além disso, é possível identificar que a área territorial de uma possível RMM é maior
2.022,18 Km² do que a RM do Cariri, o que dificulta a conurbação das cidades inseridas nos
municípios, principalmente no de Mossoró que possuí o maior território entre os municípios.
A comparação dos dados selecionados demonstra que o município polo de uma possível
RMM concentra grande parte da população, das empresas e organizações atuantes e do valor
do PIB dos municípios, assim como ocorre com Juazeiro do Norte, na RM do Cariri. Neste
sentido, em termos socioeconômicos e considerando as regiões metropolitanas que existem no
semiárido nordestino, a institucionalização de uma RMM a posicionaria, em termos tipológicos
(LEOPOLDO, 2020), próximo a região metropolitana transitiva do Cariri. Desta forma, mesmo
a RMM possuindo formas, funções e estruturas públicas, empresariais e financeiras, ela teria
poder polarizador apenas na sua região imediata e suas ações públicas e privadas dependeriam
de outros polos urbanos regionais mais concentradores como Natal, Recife, São Paulo, Rio de
Janeiro e Brasília (IBGE, 2020c).
Em um quadro futurístico, localmente a institucionalização da RMM poderia criar uma
área metropolitana em uma região do semiárido que já possuí um poder polarizador regional
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associado a cidade de Mossoró. Além disso atribuiria mais centralidade a essa aglomeração
urbana. As outras cidades da RM, neste quadro, continuariam mantendo conexões de town-ness
com o polo e passariam, possivelmente, a ter acesso a benefícios devido ao acesso a
investimentos em suas estruturas urbanas por meio da instalação, na RM, de funções públicas
de interesse comum e de investimentos associados a iniciativas voltadas para o
desenvolvimento socioeconômico integrado dos municípios.
Regionalmente, a cidade de Mossoró por se tornar o polo urbano de uma RM, passaria
a possuir um maior nível de centralidade nas camadas pesquisadas pelo REGIC do ano de 2018
(IBGE, 2020c) pois sua característica de interposto de convergência e de difusão de fluxos de
bens e serviços para mercados regionais, nacionais e internacionais poderia ser fortalecida por
meio do recebimento de investimentos privados e públicos interessados em desenvolver a
exploração de potencialidades naturais e das estruturas urbanas dos territórios dos municípios
da RMM.
Ainda no contexto regional, a instituição da RMM representaria a fixação de um polo
metropolitano em um local do semiárido nordestino que não existe metrópoles nem
estruturantes nem transitivas em um raio de aproximadamente 200 Km (figura 07).
Neste sentido a institucionalização da RMM permitiria a existência de uma maior
capacidade de integração e de facilitação de fluidez dos fluxos socioeconômicos da rede urbana
do extremo nordeste do semiárido nordestino. Essa possibilidade pode ser considerada tendo
em vista uma conjunção, a partir da instituição da RMM, da integração de funções pública de
interesse comum, de uma política de desenvolvimento socioeconômico da região e da
intensificação da reestruturação produtiva do capitalismo globalizado.
Mas para as possibilidades se concretizarem, a RMM precisaria superar desafios
comuns as regiões metropolitanas sem metrópoles que existem no Brasil, mais especificamente
no semiárido nordestino. Nessa área do país, mesmo o processo de consumo e de transformação
dos espaços urbanos ocorrendo de forma mais lenta do que nas grandes áreas metropolitanas,
as dificuldades de gestão dos territórios podem se refletir também no gerenciamento territorial
da possível RMM.
O IPEA (2011) apresentou alguns dos desafios envolvidos na governança metropolitana
de áreas institucionalizadas. O Instituto destacou que no país o tema não possui uma agenda
política nacional para a metropolização e que devido a isto a instituição de RMs está associada
a uma perspectiva de abandono e fragilização de meios de gestão das áreas metropolizadas
institucionalizadas por meio de leis complementares estaduais. Neste sentido a gestão
metropolitana a ser implementada entre os municípios que farão parte de uma possível RMM
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integração de funções públicas de interesse comum e descrição de como será realizada a partilha
de responsabilidade e do poder total da região metropolitana entre os seus municípios.
Neste quadro, considerando a atual conjuntura político institucional e as relações
existentes entre o poder executivo e legislativo no Rio Grande do Norte, entre os projetos de
Lei Complementar que buscaram a instituição da RMM, o que ganha força é o que foi
apresentado pelo Deputado Estadual Manoel Cunha Neto (Sousa). Confirmando esta posição
do projeto de Lei Complementar nº 14/2017 apresentado pelo Deputado Sousa, a equipe do
mandato, confirmou que o Deputado está articulando, junto ao poder executivo estadual, o
envio para Assembleia Legislativa o projeto para criação da RMM aprovado em 2017 pela casa
e vetado pelo poder Executivo (ANTUNES, 2021).
Diante desta possibilidade, o projeto que está sendo articulado para ser reapresentado a
Assembleia Legislativa estabelece as bases para o funcionamento da gestão e desenvolvimento
da região metropolitana, por meio da criação de um Conselho de Desenvolvimento
Metropolitano, que irá estabelecer as formas de gestão e de integração entre os municípios para
a execução de serviços públicos de interesse comum. A participação popular está contemplada
por meio da necessidade de convocação de entidades representativas da sociedade civil para
discutir, sugerir e aprovar propostas, planos e projetos e estudos referentes a RMM.
As formas de financiamento de recursos da RMM, no projeto, estão associadas a dotação
próprias no orçamento da Secretarias de Planejamento do Estado. Essa condição de
financiamento, no atual quadro de recessão econômica e de déficit das contas públicas do
Estado do Rio Grande do Norte é preocupante pois será uma despesa extra para o executivo
estadual que já está com seu poder de investimento comprometido (ARAÚJO, 2019). O
gerenciamento dos conflitos e tensões entre os municípios serão mediados por uma Secretaria
de Executiva associada ao Conselho Metropolitano que será exercida prioritariamente pelo
Secretário Estadual de Planejamento. O projeto de Lei Complementar nº 14/2017 não define
nenhuma área de atuação prioritária em comum nem de como será implementada a política de
integração dos municípios. Apenas estabelece que esta tarefa caberá ao Conselho de
Desenvolvimento Metropolitana.
Desta forma, a partir do funcionamento do Conselho, por meio da criação de um estatuto
próprio, serão especificadas por ele as funções e serviços públicos que serão priorizados,
executados e as formas de fiscalização que serão aplicadas. Além disso o Conselho de
Desenvolvimento Metropolitano será um órgão que promoverá medidas de planejamento,
integração das atividades relacionadas ao desenvolvimento de funções pública de interesse
comum e de desenvolvimento socioeconômico no território metropolitano.
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Considerações finais
Referências
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