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Cuiabá/MT
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA ENGENHARIA E TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS
Cuiabá/MT
2022
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
FOLHA DE APROVAÇÃO
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Agradeço primeiramente aos meus pais Claudinei Sartorello e Maria Alves Pereira
Sartorello pelo apoio e carinho durante toda minha vida, e pelo apoio durante a luta contra o
câncer, sem eles este trabalho nunca teria sido se concretizado. Amor igual não há. Amo muito
meus pais.
3
“O dom de poder mental vem de Deus, o Ser Divino e se
concentrarmos nossas mentes na verdade, ficamos em sintonia
com este grande poder.”
Nikola Tesla
4
RESUMO
Visto o crescente número de conflitos pelos usos múltiplos da água, temos que as simulações
de cenários possibilitam uma melhor formulação estratégica para gestão deste recurso por meio
de indicadores de desempenho, relacionando-os com as percepções de causa e efeito. O presente
trabalho tem o objetivo de propor uma metodologia para identificar e definir áreas passiveis de
intervenção em relação aos usos dos recursos hídricos. Como metodologia será efetuado a
sobreposição de mapas em ambiente SIG, dos usos consuntivos, não consuntivos dos recursos
hídricos, com áreas de especial atenção socio-econômico-ambiental, dentre elas: Unidades de
Conservação, Terras Indígenas, Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade. Este
trabalho aplicado a unidades de planejamento possibilita os setores estratégicos e órgãos de
meio ambiente executar uma gestão e gerenciamento mais coerente, atendendo o maior número
de instrumentos ambientais, de recursos hídricos e socioeconômicos. Assim, será aplicada a
metodologia para um cenário de arquétipos, possibilitando a análise para a tomada de decisão
por meio dos órgãos gestores, como uma ferramenta de planejamento dos usos múltiplos dos
recursos hídricos e naturais de forma racional.
5
ABSTRACT
In view of the growing number of conflicts over multiple uses of water, scenario simulation
allows for a better strategic formulation for managing this resource through performance
indicators, relating them to the perceptions of cause and effect. The present work has the
objective of proposing a methodology to identify and define areas that are amenable to
intervention in relation to the uses of water. As a methodology, overlapping maps in a GIS
environment will be made, of the consumptive, non-consumptive uses of water resources and
irregular uses of natural resources, with areas of special socio-economic-environmental
attention, among them: Conservation units, Indigenous Lands, Priorities for Biodiversity
Conservation. This work applied to planning units enables strategic sectors and environmental
agencies to perform a more coherent management, taking into account the greatest number of
environmental instruments, water and socioeconomic resources. Thus, the methodology will be
applied for the archetypes scenario, enabling the analysis for decision making through the
management bodies, as a planning tool for the multiple uses of water and natural resources in a
rational way.
6
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 ....................................................................................................................................... 12
Introdução Geral ................................................................................................................................. 12
Constituição federal ........................................................................................................................ 14
Política nacional do meio ambiente ............................................................................................... 15
Política estadual do meio ambiente................................................................................................ 16
Política nacional de recursos hídricos ........................................................................................... 17
Plano estadual de recursos hídricos de mato grosso .................................................................... 18
Usos consuntivos e não-consuntivos............................................................................................... 18
Áreas Legalmente Protegidas (ALP) ............................................................................................. 18
Unidades de conservação ................................................................................................................ 20
Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade ............................................................ 21
Regionalização de vazões do estado de mato grosso .................................................................... 22
Estimativa de demanda................................................................................................................... 22
Modelagem de qualidade dos recursos hídricos ........................................................................... 23
Escopo e estrutura da dissertação...................................................................................................... 24
Referências bibliográficas................................................................................................................... 25
CAPÍTULO 2 ....................................................................................................................................... 27
Introdução........................................................................................................................................ 28
Materiais e Métodos ........................................................................................................................ 29
Área de estudo ............................................................................................................................. 29
Oferta hídrica superficial e subterrânea ................................................................................... 31
Demandas dos setores usuários .................................................................................................. 31
Demandas dos setores usuários consuntivos para o cenário atual e futuro ........................... 32
Demandas dos setores usuários não consuntivos para o cenário atual e futuro .................... 32
Balanços e pressões hídricas quantitativas ............................................................................... 33
Águas superficiais........................................................................................................................ 33
Águas subterrâneas ..................................................................................................................... 34
Balanços e pressões hídricas qualitativas .................................................................................. 34
Águas superficiais........................................................................................................................ 34
Proposição de arquétipos ............................................................................................................ 35
Metodologia de sobreposição...................................................................................................... 36
Áreas de restrição de usos dos recursos hídricos...................................................................... 37
7
Resultados e Discussão .................................................................................................................... 39
Demandas quantitativas e qualitativas dos setores usuários consuntivos por sub-bacia...... 39
Emprego da metodologia de sobreposição frente às ALPs ...................................................... 40
Sobreposição das ALPs e os arquétipos da componente quantitativa .................................... 40
Sobreposição das ALPs e os arquétipos da componente qualitativa ...................................... 42
Sobreposição das ALPs e os usos não-consuntivos ................................................................... 44
Áreas de restrição de uso dos recursos hídricos ....................................................................... 44
Conclusões........................................................................................................................................ 48
Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 49
CAPITULO 3 ....................................................................................................................................... 51
Conclusões e recomendações finais ................................................................................................ 51
ANEXOS .............................................................................................................................................. 52
8
LISTA DE FIGURAS
9
LISTA DE QUADROS
10
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
MT – Mato Grosso;
RH – Região Hidrográfica;
11
Capítulo 1 – Introdução Geral
CAPÍTULO 1
Introdução Geral
Segundo Von Sperling (2005), a água é um dos elementos mais abundantes no planeta,
porém, estimativas apontam que somente 0,8% de sua totalidade se encontram como água doce
para o abastecimento humano, e ainda destes, só 3% se encontram nas águas superficiais e 97%
estão confinados em aquíferos subterrâneos.
Ainda o mesmo autor ressalta que a qualidade da água é dependente dos fenômenos
naturais e da ação antrópica, visto isso o controle da qualidade das águas está ligado ao
planejamento em nível de toda bacia hidrográfica.
Observa-se ainda a existência de atuais e potenciais conflitos futuros nos usos de água
do Brasil entre os setores usuários de recursos hídricos: a agricultura irrigada, a geração de
energia elétrica, a navegação, e o saneamento ambiental, envolvendo aspectos de quantidade e
qualidade de água (LANNA, 2008).
se dá pela Agencia Nacional de Águas, para o nível Estadual fica a responsabilidade para as
Secretarias Estaduais de Meio Ambiente.
De acordo com Larentis (2004), a gestão dos recursos hídricos tem, historicamente,
tratado de forma isolada os aspectos qualitativos e quantitativos, com prejuízos sensíveis para
os objetivos ambientais.
Schmitz e Bittencourt (2016) acreditam que a identificação das demandas hídricas para
seus múltiplos usos devem ser monitoradas e relacionadas com a disponibilidade hídrica, assim
como deve ser relacionada à qualidade das águas. Uma vez que a degradação das águas, em
maior ou menor grau, podem impossibilitar alguns usos, acarretando em perdas econômicas e
ambientais.
Visto o crescente conflito pelos usos múltiplos da água na região, devido ao aumento da
população, da industrialização e do agronegócio; fica evidente a necessidade de um olhar
holístico em relação aos recursos hídricos para o correto planejamento desse recurso natural
limitado, dotado de valor econômico, de domínio público (BRASIL, 1997).
Todos os países do mundo encontram um desafio que é equilibrar a oferta e os usos dos
recursos hídricos, sendo muitas vezes pauta de discussões e entraves globais estratégicos e
econômicos. Então, para regular o tema, os países propõem um arcabouço institucional e legal,
porém, o que é correntemente visto é um desequilíbrio ambiental desenfreado e, que muitas
vezes trazem prejuízos irreparáveis. Nesse viés, considerando o Brasil, constata-se que a forma
de gestão e gerenciamento dos recursos hídricos não é efetiva, uma vez que cada vez mais o
país incrementa passivos ambientais e áreas degradadas, com prejuízos muitas vezes
incalculáveis do ponto de vista local, regional e global.
Pode-se dizer que no Brasil temos uma estrutura de governança das pastas de interesse
econômico na esfera federal, estadual e municipal. Esse arranjo institucional é válido, devido
ao país possuir dimensões continentais, sendo necessário implementar regras gerais aplicadas
13
Capítulo 1 – Introdução Geral
a todas as regiões e específicas para regiões com particularidades locais. Assim, instrumentos
de regulação como: licenciamento ambiental, Cadastro Ambiental Rural (CAR), outorga de
recursos hídricos, legislações ambientais, fiscalização e outros não são suficientes para
minimizar os danos ambientais, uma vez que é frequente e visível o aumento do desequilíbrio.
Como estudo de caso para sua aplicação, selecionou-se como área a região hidrográfica
do médio e alto Paraguai, em função de sua importância, tanto em quantidade e qualidade na
região hidrográfica a qual alimenta, sendo uma região de relevantes nascentes que alimentam
grande parte do Brasil e países vizinhos.
Espera-se ainda que este estudo sirva de base para aplicação em outras regiões
hidrográficas, na busca do real planejamento entre o limite de exploração e a demanda por
recursos hídricos.
Constituição federal
Malheiros et al (2013) inferiu que o Brasil sofreu influência direta das conferências e
do movimento ambientalista global na década de 70, ao qual levou a criação da Secretaria
Especial do Meio Ambiente (SEMA), em 1973, e a edição da Lei Federal que instituiu a Política
Nacional de Meio Ambiente em 1981. Acontecimentos que foram marcos do início de uma
14
Capítulo 1 – Introdução Geral
nova institucionalidade política que tem como objeto o meio ambiente. A partir da Constituição
de 1988, que estabeleceu que a água é um bem público e considerou a necessidade de uma
política integrada, vários estados aprovaram leis que reorganizaram o sistema de gestão dos
recursos hídricos.
Segundo Noronha et al (2013), a Constituição Federal de 1988 definiu que as águas são
bens da União e Estados e, posteriormente, a Política Nacional de Recursos Hídricos institui as
bacias hidrográficas como as unidades territoriais de gestão.
Os princípios básicos da gestão de recursos hídricos foram ditados pela Constituição
Brasileira de 1988 e detalhados pela Política Nacional de Recursos Hídricos em 1997.
15
Capítulo 1 – Introdução Geral
16
Capítulo 1 – Introdução Geral
17
Capítulo 1 – Introdução Geral
Ainda segundo o autor, os usos não consuntivos são atribuídos aos usos de água em que
há o retorno do recurso ao corpo hídrico de retirada, praticamente a totalidade utilizada,
podendo haver alguma modificação na qualidade, mas não em quantidade do recurso, são usos
não consuntivos: a navegação, recreação, piscicultura, hidroeletricidade, dentre outros.
18
Capítulo 1 – Introdução Geral
19
Capítulo 1 – Introdução Geral
Unidades de conservação
21
Capítulo 1 – Introdução Geral
Rodrigues (2013) aborda que a regionalização das vazões foi fundamental determinação
da vazão de referência Q95, auxiliando a análise técnica das solicitações de outorga de direito
de uso da água requeridas a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, SEMA-MT.
Ainda conforme o autor, esse estudo foi resultante do contrato 021/2007 realizado pela
empresa CEMA, Consultoria Especializada na Área Ambiental, juntamente com a empresa
Tecnomapas, em atendimento a Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
Foram pesquisados postos fluviométricos e pluviométricos do banco de dados da
Agência Nacional de Águas – ANA, e de outras instituições que pudessem ser utilizadas no
estudo. Destes, foram selecionados 189 postos pluviométricos e 69 postos fluviométricos. Os
mapas de base utilizados foram obtidos junto ao IBGE, juntamente com o mapa de divisões das
UPG’s estaduais (SEMA, 2007).
Estimativa de demanda
A estimativa de demanda em geral baseia-se nas outorgas emitidas pelos órgãos gestores
de recursos hídricos, devido ao ato de regularização do setor e da maior consistência dos dados
informados. Pode-se ressaltar também que as outorgas são diferenciadas entre superficiais e
subterrâneas e representam o local exato das captações nas respectivas microbacias (ANA,
2018).
A localização dos usos múltiplos consuntivos das águas da Região Hidrográfica do Alto
Paraguai Médio e Alto Paraguai Superior encontra-se no banco de cadastros de outorgas
concedidas (superficial, subterrâneas e outorgas insignificantes) disponibilizadas pela
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA/MT) (SEMA, 2018).
22
Capítulo 1 – Introdução Geral
Para Von Sperling, (2014) um modelo tem a missão de representar a realidade. Essa
metodologia passou a ser largamente utilizada na esfera ambiental e na gestão púbica
relacionada aos recursos hídricos, pois possibilita a simulação de cenários que podem prever
impactos ao meio ambiente.
K1 .L0 (Eq.2)
Ct = Cs - [ . (e-k1t -e-k2t )+D0 . e-k2t ]
K2 -K1
Em que:
23
Capítulo 1 – Introdução Geral
Este estudo apresenta uma metodologia onde serão analisados, propostos e simulados
cenários de usos consuntivos, não consuntivos que aliados a ferramentas de sistemas de
informações geográficas (SIG), possibilitará planejar de maneira equilibrada a demanda e oferta
dos usos para atender preservação socio-econômico-ambiental dos recursos hídricos.
Para tanto, foi realizado a proposição de arquétipos de cenários futuros de demanda por
recursos hídricos em quantidade e qualidade. Visando desta forma a definição de áreas com
elevada pressão de uso, propondo restrição de acordo com a criticidade das áreas afetadas que
foram encontradas.
No Capítulo 2 é apresentado a metodologia deste estudo, assim como seus resultados e mapas
elaborados para aclaramento das áreas que necessitam de atenção.
24
Capítulo 1 – Introdução Geral
Referências bibliográficas
25
Capítulo 1 – Introdução Geral
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
CAPÍTULO 2
RESUMO
Com o crescente conflito pelos usos múltiplos da água, devido ao aumento da população, da
industrialização e do agronegócio, fica evidente a necessidade de um olhar holístico em relação
aos recursos hídricos para o correto planejamento desse recurso natural limitado, dotado de
valor econômico, de domínio público. Este trabalho teve por objetivo propor uma metodologia
integrada para identificar e definir áreas de uso e intervenção em relação aos recursos hídricos,
como uma ferramenta adicional aos instrumentos das políticas de meio ambiente e recursos
hídricos na região hidrográfica do Alto e Médio Paraguai; de forma a aplicar e validar a
metodologia frente às Áreas Legalmente Protegidas (ALPs), assim como identificar os
principais usuários nas regiões com conflito; e propor áreas de restrição do uso dos recursos
hídricos, empregou-se ferramenta de Sistemas de Informações Geográficas e dados de usos
atuais e futuros para estimativa de demanda e qualidade dos recursos hídricos. Os resultados
obtidos neste estudo permitiram a elaboração de mapa temático com áreas de restrição que
podem servir de orientação para o planejamento futuro da região, alertando para o os problemas
relacionados a quantidade e qualidade da água na bacia como um todo.
Palavras-chave: Gestão Estratégica. Gestão de Recursos Hídricos. SIG. Cenários futuros. Usos
múltiplos. Usos consuntivos.
27
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Assessment of areas of conflict between the use of water resources and the
conservation of Legally Protected Areas
ABSTRACT
With the growing conflict over the multiple uses of water, due to the increase in population,
industrialization and agribusiness; the need for a holistic approach to water resources is evident
for the correct planning of this limited natural resource, endowed with economic value, in the
public domain. This work aimed to propose an integrated methodology to identify and define
areas of use and intervention in relation to water resources, as an additional tool to the
instruments of environment and water resources policies in the hydrographic region of Upper
and Middle Paraguay; in order to apply and validate the methodology against Legally Protected
Areas (ALPs), as well as identify the main users in conflict regions; and to propose restricted
areas for the use of water resources, a Geographic Information Systems tool and data on current
and future uses were used to estimate demand and quality of water resources. The results
obtained in this study allowed the elaboration of a thematic map with restriction areas that can
serve as guidance for the future planning of the region, alerting to the problems related to the
quantity and quality of water in the basin as a whole.
Introdução
O objetivo deste trabalho é propor uma metodologia integrada para identificar e definir
áreas de uso e intervenção em relação aos recursos hídricos, como uma ferramenta adicional
aos instrumentos das políticas de meio ambiente e recursos hídricos na Região Hidrográfica do
Alto Paraguai, com finalidade de aplicar e validar a metodologia frente às Áreas Legalmente
Protegidas (ALPs), assim como identificar os principais usuários nas regiões com conflito, e
propor áreas de restrição do uso dos recursos hídricos.
Materiais e Métodos
Área de estudo
A região do estudo é berço da nascente do Rio Paraguai, além disso, a mesma tem como
uma de suas características o agronegócio e a pecuária, como atividades que ocupam grandes
proporções de áreas. Essa realidade, evidencia a necessidade de atenção especial para o
29
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
planejamento correto do uso dessas áreas, de modo a evitar que haja, futuramente, problemas
no ponto de vista ambiental e econômico para a população humana e de animais atendida por
estes recursos.
A área de estudo abrange 22 municípios, sendo que apenas 15 municípios possuem sede
urbana na região de estudo. Além disso, a região é composta por quatro bacias hidrográficas:
Paraguai, Sepotuba, Cabaçal e Bugres. Dentre os principais rios, destacam-se: Cabaçal,
Paraguai, Sepotuba, Juba, Formoso, Vermelho, Branco e Bugres, Paraguai, Santana, Bugres,
Jauquara, Diamantino e Pari.
A área da região hidrográfica é ocupada em mais da metade de sua extensão por
formações vegetais, representantes de mais de 17.510 km². O Uso Agropecuário com
Predomínio de Pastagem, e de Lavoura representam juntas 45%, cerca de 14.482 km².
30
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Os dados de retirada de água referentes aos usuários foram obtidos por meio do banco
de dados das outorgas emitidas pela SEMA/MT; já as projeções futuras foram elaboradas de
acordo com a tendência histórica imposição de taxas de crescimento tendencial para a região
de acordo com a base de dados referente ao ano de 2018 do SIDRA/IBGE para os setores de:
população, indústria, mineração, agricultura, pecuária e aquicultura.
31
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
outros) enquanto, os não consuntivos não envolvem o consumo direto da água (barragens,
geração de energia, lazer, pesca, navegação).
Os usos consuntivos são relativos à demanda de retirada e ao retorno das cargas de DBO.
As demandas de retirada e retorno de vazões e de retorno de cargas foram obtidas dos registros
no cadastro das atividades na região do ano de 2018, e simuladas para um cenário de longo
prazo no ano de 2038 considerando tendência de crescimento na região. A sua espacialização
foi efetuada de acordo com o seu cadastro.
Demandas dos setores usuários não consuntivos para o cenário atual e futuro
32
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Águas superficiais
O balanço hídrico das águas superficiais foi realizado por microbacias e os resultados
foram gerados por sub-bacias, mantendo-se no processo o balanço de massa, representando a
condição dos exutórios dos cursos d’água principais, em termos do confronto entre oferta e
demandas hídricas totais naquele ponto, permitindo comparar as regiões hidrográficas entre si
em termos da sua situação global, destacando áreas que necessitem de gestão de recursos
hídricos.
Assim, após as definições foi realizado, para o cenário de longo prazo (2038), o balanço
hídrico superficial para cada sub-bacia, conforme a equação 1 e 2:
33
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Águas subterrâneas
Por fim, foi realizado o cálculo da pressão das demandas sobre a reserva potencial
explotável, expresso em porcentagem, por meio da equação 5.
Águas superficiais
34
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
L = L0 . e-k1 t (Eq.8)
K1 .L0
Ct = Cs - [ . (e-k1t -e-k2t )+D0 . e-k2t ] (Eq.9)
K2 -K1
D0 = CS -C0 (Eq.10)
Em que:
Proposição de arquétipos
35
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Sendo assim, foi utilizado neste estudo a definição de arquétipos, ou seja, determinação
de regiões que demandam determinada tomada de decisão, obtida por meio da composição dos
cenários futuros e de leituras que se mantém consistentes ao longo do comportamento espaço-
temporal dos mesmos, conforme a intensidade da demanda futura pelos Recursos Hídricos.
Metodologia de sobreposição
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
A cenarização foi dividida, sendo que o enfoque da análise deste estudo se deu entre os
arquétipos do cenário futuro de maior pressão sobre o recurso hídrico com necessidade de ação
no curto prazo, qual sejam, os arquétipos 4, 5 e 6.
Feito os seguintes passos, temos a identificação das áreas de pressão (com necessidade
de ação no curto prazo) que se sobrepõe às áreas legalmente protegidas, ou seja, que são
prioritárias para a conservação, permite deduzir que são locais de fragilidade e necessidade de
atenção redobrada. Mesmo que se trate de áreas pequenas em relação à totalidade da região fica
salientado que são áreas prioritárias para a adoção de cuidados especiais frente aos usos dos
recursos hídricos.
37
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
A criação de áreas sujeitas à restrição de uso tem por finalidade garantir o melhor
aproveitamento e conservação de recursos hídricos, para o controle e prevenção da erosão e
assoreamento dos rios, conservação de mananciais para o abastecimento público e, também,
para o equilíbrio do ecossistema como um todo.
Categoria R1 - Restrição Total: situações em que não devem ser permitidas novas
captações de água ou intervenções em recursos hídricos e devem ser implementadas ações
visando a verificação daquelas captações que podem continuar, como é o caso de usos para
abastecimento humano e de terras indígenas;
Categoria R3 – Restrição Parcial: Podem ser mantidos os usos atuais e podem ser
implantados novos usos de águas, mas todos devem seguir critérios restritivos de uso racional
por meio de índices estabelecidos por setor usuário.
Categoria R4 – Restrição fora das ALPs: São áreas que não estão incluídas nas ALPs,
mas que apresentam cenários futuros de pressão para o uso dos recursos hídricos e que devem
ter atenção. Quanto aos usos, também podem ser mantidos os usos atuais e podem ser
implantados novos usos de águas, mas todos devem seguir critérios restritivos de uso racional
por meio de índices estabelecidos por setor usuário.
38
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Resultados e Discussão
Figura 3. Percentual de demandas quantitativas nas sub-bacias da Região Hidrográfica do Alto Paraguai.
Observa-se pela Figura 3 que a sub-bacia do rio Queima-Pé possui setor predominante
de uso industrial, com 54% das retiradas, seguido do setor de abastecimento urbano com 29%
das demandas no município de Tangará da Serra.
O setor usuário que possui a maior demanda de retirada, em relação a contagem do total
de sub-bacias é a criação animal, sendo predominante na maior parte das sub-bacias,
predominando em 15 sub-bacias, das 27 sub-bacias avaliadas.
Figura 4. Percentual de carga de DBO nas sub-bacias da Região Hidrográfica do Alto Paraguai.
39
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Em relação a análise quantitativa, denota-se que em sua maioria a região detém de uma
disponibilidade hídrica confortável frente as demandas, com a predominâncias dos arquétipos
1 e 2. Contudo, algumas sub-bacias e microbacias destacam-se como regiões mais críticas
(Arquétipos 4, 5 e 6), como as seguintes:
40
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Como forma de revelar as áreas onde há de fato sobreposição entre as áreas prioritárias
para a conservação e legalmente protegidas, foi efetuado o cruzamento entre os arquétipos 4, 5
e 6, aclarando as áreas de maior preocupação. Conforme análise, observou-se que as áreas onde
há sobreposição de demanda com TIs e uma parcela de área localizada em UCs, não mais se
identificam no cruzamento, uma vez que se caracterizam como arquétipos de 1 a 3. Ou seja,
embora haja demanda sobreposta às áreas de interesse conservacionista, há concomitante oferta
hídrica em abundância e pouca pressão para o crescimento do uso do recurso.
Foi constatado que existem pontos específicos de sobreposição entre as legalmente
protegidas e de prioridade para conservação frente às áreas de maior intensidade de uso
quantitativo. Na análise destacou-se as seguintes sub-bacias com alta demanda quantitativa: a
sub-bacia do Queima-Pé, Ararão e Diamantino; sendo elas a localização dos clusters de pressão
quantitativa.
Nestas áreas, a gestão do recurso hídrico deve atentar para a importância da área como
prioritária para conservação, incitando ações de gestão diferenciadas. De forma geral, nota-se
que a abundância hídrica na RH, combinada com as baixas demandas, perfaz um contexto
confortável em relação à interação com as áreas de interesse conservacionista.
41
Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Ainda sobre o Queima Pé, essa sub-bacia ocupa cerca de 1,6% do município de Tangará
da Serra/MT, localizado na Amazônia brasileira, além disso ela sofre todo o tipo de
interferência do perímetro urbano pertencente a sub-bacia, ao qual ocupa 5 mil hectares
(TANGARÁ DA SERRA, 2015).
Sobre análise da Qmédia infere-se que a contribuição da carga difusa corroborou para o
incremento das concentrações de DBO na RH, especialmente nos tributários dos rios principais.
As sub-bacias e microbacias em estados mais críticos (Arquétipos 4,5 e 6), foram as indicadas:
trechos da parte alta e baixa do Cabaçal, com maior destaque para trechos do Sepotuba e
Paraguai, além da sub-bacia do Santana, influência do deflúvio superficial associado a
características naturais da região (matas ciliares e florestas) e o reflexo da atividade antrópica
advinda do esgotamento urbano/industrial e pecuária.
Para o cruzamento da Q95 foi observado que os pontos críticos são basicamente os
mesmos da demanda, localizado nas sub-bacias do Queima-Pé, Ararão, Diamantino e Santana.
Conclui-se com a inclusão da bacia do Santana em observância as demandas das sub-bacias,
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
que as bacias mais afligidas pela pressão futura são as regiões ao qual se localizam o setor
industrial consolidado, isso se confirma pelo gráfico de demandas, uma vez que são as sub-
bacias com o maior percentual de demanda pelo setor industrial, setor este na bacia do Santana
proveniente dos municípios de Nova Marilândia, Arenápolis e Nortelândia.
Segundo Vinaga et al. (2015), devido o curso d’água urbano e que abastece toda a cidade
de Tangará da Serra/MT, igualmente a outros aglomerados urbanos, ocorre de a população fazer
lançamentos na rede de drenagem natural por meio de esgotos clandestinos, assim como há
lançamentos industriais e agrícolas, tendo como consequência mudanças substanciais na
qualidade da água.
Para Thebaldi et al. (2013), a drenagem agrícola e urbana são fontes significativas de
poluição na sub-bacia do Queima Pé, porém durante o período de estiagem grande parte dos
efluentes é proveniente de indústria frigoríficas da região.
Já se é conhecido que os três setores citados acima são grandes fontes de geração de
carga difusa, ao contrário do observado aos parâmetros de DBO Q95 e Quantidade, atribuído o
principal setor como sendo o setor industrial responsável por descargas pontuais nas bacias
hidrográficas.
Outro ponto importante encontrado para a DBO Qmédia é a sobreposição com a Terra
Indígena Umutina e a APA Estadual Nascentes do Rio Paraguai, indicando possível
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Existem inúmeras causas que desencadeiam alterações nos recursos hídricos, mas uma
das principais são as atividades humanas, no que se refere ao uso e ocupação do solo (RIBEIRO
ET AL, 2019).
Cada vez mais o ser humano está ocupando os espaços indiscriminadamente, sem o
conhecimento de seus limites de exploração (SILVA; CONCEIÇÃO, 2011).
Feita a exposição separadamente para a quantidade e a qualidade foi proposta a
integração de ambos parâmetros na intenção de verificar a totalidade de área comprometida
pelos arquétipos futuros.
Ao total temos 16.853,56km² de área comprometida na RH, ou seja, temos 51,7% da
área necessitando de atenção e mudança na direção da gestão.
Como forma de melhorar a situação futura da região propõem-se a realocação dos
principais usuários das sub-bacias para áreas com pouca pressão futura para o uso do recurso
hídrico.
As regiões com equilibro de pressão podem receber esses usuários de forma a equilibrar
o balanço hídrico nas regiões onde se encontra os clusters de pressão.
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Mesmo com a criação das represas citadas acima a região continua com problemas de
disponibilidade hídrica para a população, alarmando a necessidade de ação no curto prazo para
esta sub-bacia com a realocação do setor industrial da região ou limitações em suas outorgas.
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Na região de Diamantino, de acordo com o estudo realizado por Casarin (2007), indica
que a prática da agricultura mecanizada e pastagens ao longo dos anos tem levado ao
desmatamento intenso, principalmente por monoculturas.
De acordo com Neves et al. (2015), a expansão das atividades produtivas nas áreas de
planalto da Bacia do Alto Paraguai tem capacidade para impactar o bioma do Pantanal
localizada exutório da Região Hidrográfica do Alto e Médio Paraguai.
Coelho Junior, et al (2022) alerta que o Conselho Estadual de Meio Ambiente do Mato
Grosso aprovou licença preliminar para o plantio de soja na região do pantanal mato-grossense.
Ainda segundo o autor, o bioma do pantanal já perdeu cerca de 68% de sua área alagada desde
1985. Sendo essa licença uma grande ameaça ao ecossistema para o cenário atual e futuro,
podendo acarretar em escassez de recursos hídricos futuramente no bioma, assim como a perda
sua biodiversidade única.
Ainda acerca das porções das áreas legalmente protegidas identificadas com conflito
de uso futuro a partir da dinâmica de uso e ocupação do solo da área de estudo, Pereira et al.
(2021) afirma que é de suma importância do poder público em todas as esferas criem
mecanismos de fiscalização, assim como devem criar projetos de educação ambiental visando
à proteção e recuperação desses ambientes.
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
Conclusões
Dentre algumas propostas para a gestão da região, podemos elencar que se deve:
• Articular esforços entre as diversas esferas do poder público e dos demais usuários da
bacia, no sentido de promover o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade
ambiental da região;
• Realocar os principais setores usuários das regiões em conflito, transpondo-os para
regiões sem situação de restrição;
• Conscientizar a sociedade e difundir informações sobre a importância das nascentes e
do Pantanal bioma este dependente da RH com necessidade de conservação dos recursos
hídricos;
• Fomentar a conservação do solo e de mananciais superficiais e subterrâneos,
abrangendo projetos de proteção e revitalização das matas ciliares, garantindo uma
proteção maior contra carga difusa proveniente da agropecuária;
• Introduzir novas séries históricas e simular novos cenários futuros para acompanhar o
incremento e deslocamento das áreas de restrição;
• Buscar alternativas para financiar as ações propostas, uma vez que nada adianta ter o
planejamento, mas sem recursos para sua execução.
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Capítulo 2 - Avaliação de áreas de conflito entre o uso dos recursos hídricos e a conservação
de Áreas Legalmente Protegidas
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Capítulo 3 – Conclusões e Recomendações Finais
CAPITULO 3
Para um planejamento e gestão eficaz dos recursos hídricos em uma bacia hidrográfica
é imprescindível o conhecimento da disponibilidade hídrica ao longo do tempo, de forma a
garantir ao órgão gestor o correto manejo dos valores outorgáveis de acordo com a
disponibilidade hídrica futura da região.
Dentre as entidades que podem ser beneficiadas com este estudo de planejamento, temos
a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), a Agência Nacional de Águas (ANA), além
dos usuários de água, dos Comitês de Bacia Hidrográficas, e toda a sociedade civil em si, uma
vez que se espera uma gestão mais efetiva dos recursos hídricos.
Os resultados encontrados não conferem uma inovação tecnológica, uma vez que a
mesma se espelha em outros estudos já realizados para outras regiões, ou seja, é uma
metodologia que pode ser replicada por outros autores, adequando-a conforme a área de estudo
e dados disponíveis.
Por fim, este estudo serve como um auxílio aos instrumentos normativos e elaboração
de ferramentas de suporte à decisão, servindo como fomento para discussões sobre estratégias
que poderão subsidiar planos e políticas de gestão de recursos hídricos.
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Anexos
ANEXOS
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Anexos
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Anexos
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Anexos
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Anexos
Figura 11. Mapa de sobreposição entre arquétipos e ALPs – Componente qualitativo – DBO Q95.
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Anexos
Figura 12. Mapa de sobreposição entre arquétipos e ALPs – Componente qualitativo – DBO Qmédia.
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