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Esta apostila foi escrita pelo professor Fabrizio Di Sarno com a colaboração dos
estagiários do Núcleo de Mixagem e Masterização do curso de Produção Fonográfica da
FATEC-TATUÍ: Filipe Caetano, Gilberto Totti, Thiago Silva, Caio Donda, Leonardo Suzuki,
João Ceglio, Ariel Macedo, Vitor Gomes.
Por fim, agradeço especialmente aos coordenadores Luis Antônio Galhego e José
Carlos Pires Junior pelo apoio irrestrito.
SUMÁRIO
Fabrizio Di Sarno ........................................................................................... 2
Agradecimentos ............................................................................................ 3
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11
O QUE É MIXAGEM ..........................................................................................11
Equipamentos para mixagem ......................................................................12
REQUISITOS PARA MIXAGEM IN THE BOX: ......................................................12
Computador .................................................................................................12
Interface .......................................................................................................12
Daw ..............................................................................................................13
Monitores de Referência e Fones de Ouvido ..............................................13
2. PANORAMA HISTÓRICO DA MIXAGEM ..................................................... 15
O FONÓGRAFO E A GRAVAÇÃO MECÂNICA ....................................................15
GRAVAÇÃO ELÉTRICA ......................................................................................16
ESTEREOFONIA.................................................................................................17
FITA MAGNÉTICA .............................................................................................17
GRAVAÇÃO MULTIPISTA ..................................................................................17
MIXAGEM IN THE BOX .....................................................................................18
RESUMO ...........................................................................................................20
3. FASES DA MIXAGEM ................................................................................ 22
CAMINHO PRODUTIVO DA MIXAGEM .............................................................22
Pré-mixagem ................................................................................................22
Fase prática ..................................................................................................23
Pós-mixagem................................................................................................24
BRIEFING E PESQUISA ......................................................................................26
Pré-requisitos ...............................................................................................26
O contato inicial ...........................................................................................26
Compensação financeira .............................................................................27
Outros tipos de compensação .....................................................................28
Pesquisa: contexto interno e externo .........................................................29
Preparação da sessão ..................................................................................30
Sound Replacement .....................................................................................31
4. MCE: MAPA DE CONTORNO EMOCIONAL ................................................. 33
MAPEANDO A FORMA MUSICAL .....................................................................33
Exemplos práticos ........................................................................................36
5. VOLUME .................................................................................................. 38
INTELIGIBILIDADE E MASCARAMENTO ............................................................38
CONDUÇÃO DE VOLUMES ...............................................................................38
Tônus da melodia.........................................................................................38
Loudest last ..................................................................................................39
Piramidal ......................................................................................................39
Por instrumento ...........................................................................................39
Estrutura de Ganho......................................................................................40
Mapa hierárquico de volumes .....................................................................40
Automação de volume .................................................................................41
Importante!..................................................................................................42
6. PANORAMA ............................................................................................. 43
BREVE HISTÓRICO ............................................................................................43
Mono............................................................................................................43
EStéreo .........................................................................................................44
Surround.......................................................................................................45
Fantasound ..................................................................................................46
Dolby atmos .................................................................................................47
Vococentrismo e verbocentrismo ...............................................................49
Padrões de panorama ..................................................................................49
Posições da Orquestra no Palco ..................................................................50
Perspectiva objetiva x subjetiva ..................................................................52
7. EQUALIZADORES...................................................................................... 54
Frequências e tessituras ..............................................................................54
Série harmônica ...........................................................................................55
Parâmetros de equalização .........................................................................58
Tipologia.......................................................................................................59
Dicas de equalização ....................................................................................62
Dicas por instrumentos ................................................................................62
Dicas gerais ..................................................................................................65
Truques com Signal Generator ....................................................................67
8. COMPRESSORES ...................................................................................... 69
PARÂMETROS DOS COMPRESSORES: ..............................................................69
TIPOLOGIA........................................................................................................72
VCA (VOLTAGE CONTROLLED AMPLIFIER) .......................................................72
ÓPTICO (OPTO) ................................................................................................72
FET- FIELD EFFECT TRANSISTOR.......................................................................73
VALVULADO (TUBE) .........................................................................................73
COMPRESSOR MULTIBANDA ...........................................................................73
EXEMPLOS DE PLUGINS DE COMPRESSÃO ......................................................74
SSL bus compressor .....................................................................................74
BF76 .............................................................................................................75
Cla-2a ...........................................................................................................76
Api2500 ........................................................................................................77
Arousor ........................................................................................................80
Scheps parallel particles ..............................................................................82
TRUQUES DE COMPRESSÃO ............................................................................83
Compressão paralela (NY Compression) ......................................................83
No caso em que só as peles serão comprimidas: ........................................83
Parallel mix – (rear bus – Andrew Sheps) ....................................................84
Efeito ducking bass-kick ...............................................................................84
Compressão no Room Mic. De bateria ........................................................84
Compressão de bateria em volume baixo ...................................................84
Fast Attack na caixa .....................................................................................85
Compressor Multibandas nos graves ..........................................................85
9. EFEITOS DE TEMPO E MODULAÇÃO.......................................................... 86
Vibrato e tremolo ........................................................................................86
Tremolo ........................................................................................................86
Chorus ..........................................................................................................88
Pitch .............................................................................................................89
Phaser e flanger ...........................................................................................89
Flanger .........................................................................................................89
Phaser ..........................................................................................................90
Doubler ........................................................................................................90
Vocoder ........................................................................................................91
Transient shaper ..........................................................................................93
Hard tune .....................................................................................................93
Exciter/enhancer..........................................................................................95
Distorção e simulação de amplificação .......................................................98
Efeito de atraso na tela de edição .............................................................102
10. REVERBERAÇÃO E ECO ......................................................................... 103
Delays – simuladores de eco .....................................................................103
Parâmetros comuns ...................................................................................104
Reverbs – simuladores de reverberação ...................................................105
Tipos de reverberação ...............................................................................107
Room ..........................................................................................................107
Hall .............................................................................................................108
Plate ...........................................................................................................109
Convolution reverb ....................................................................................110
Spring reverb..............................................................................................111
Chamber reverb .........................................................................................111
Church/cathedral reverb ...........................................................................112
Parâmetros comuns ...................................................................................113
Lista de Figuras
Figura 1 - Fabrizio Di Sarno ...................................................................................2
Figura 2 - Percepção Monitor de Referência vs. Headphone .............................14
Figura 3 – Fonógrafo -
fonte: https://catarinafigueiredofmult.wordpress.com/2013/02/05/dispositivos-de-
captura-de-som-digital/fonoautografo/ - acesso em 03/06/2020 .................................15
Figura 4 – Posicionamento dos músicos de uma orquestra dentro da sala de
gravação – fonte: https://charm.rhul.ac.uk/history/p20_4_1.html – acesso em
03.06.2020 .....................................................................................................................16
Figura 5 – Pro Tools v1.1 ....................................................................................18
Figura 6 – Primeiros plugins steinberg 1996 ......................................................19
Figura 7 - Plugins SSL (Waves) simulam as mesas analógicas da SSL .................19
Figura 8 - Plugins CLA (Waves) simulam a forma de trabalhar do produtor Chirs
Lord Alge ..........................................................................................................................20
Figura 9 - Plugin Abbey Road Chambers (Waves) simula a ambiência do icônico
estúdio da Abbey Road na Inlgaterra ..............................................................................20
Figura 10 - Ordem de Mixagem de Roey Izhaki (2008, p.37) .............................25
Figura 11 - Espiral de Mixagem de Roey Izhaki (2008, p.39) .............................25
Figura 12 - Sound Replacer nativo do Protools ..................................................31
Figura 13 - Durmagog da Wavemachine Labs ....................................................32
Figura 14 : Mapa de contorno emocional ...........................................................33
Figura 15 - Diferença entre o pré-refrão e o refrão ...........................................35
Figura 16 - Faders do Protools 12 ........................................................................40
Figura 17 : Programa NX (Waves) ........................................................................43
Figura 18 : Programa NX (Waves) ........................................................................44
Figura 19 : Sweet Spot. Programa NX (Waves)....................................................44
Figura 20 : Programa NX (Waves) ........................................................................45
Figura 21 : Sistema Fantasound .Artigo de Bob Furmanek, (THE FIRST YEAR OF
STEREOPHONIC MOTION PICTURES) ...............................................................................46
Figura 22 : Dolby Atmos – fonte: www.dolby.com – acesso em 03/06/2020. ...47
Figura 23 : DAC 3202 Dolby Atmos Interface (www.eugenetek.com.my) ..........48
Figura 24 - Software do Atmos (dolby.com) .......................................................48
Figura 25 - Software do Dolby Atmos (dolby.com) .............................................48
Figura 26 - Posições da orquestra - Fonte:
https://music.stackexchange.com/questions/15613/is-there-any-specific-reason-to-
why-are-the-instruments-placed-as-they-are-in-an - disponível em 11/07/2020 .........50
Figura 27 - Os 3 eixos de mixagem. Fonte - Apotila de Mixagem de Pedro Peixoto
.........................................................................................................................................51
Figura 28 - Eixos de mixagem segundo David Gibson. Fonte: The Art of Mixing
.........................................................................................................................................51
Figura 29 - Mixagem de Rock para Gibson. fonte: The Art of Mixing ................52
Figura 30 - tessituras em frequências .................................................................55
Figura 31 - ordem da série harmônica – fonte: wikipédia – acesso em 03/06/2020
.........................................................................................................................................56
Figura 32 : The Science of Sound, 3rd ed., Thomas Rossing, Richard Moore, and
Paul Wheeler ...................................................................................................................57
Figura 33 - API 560 equalizer ...............................................................................59
Figura 34 - Ultragraph Pro da Behringer - exemplo de hardware de equalização
.........................................................................................................................................59
Figura 35 - Parâmetros do Equalizador ..............................................................60
Figura 36 - Slick Eq da Dawnlabs.........................................................................60
Figura 38 - Linear Phase Eq da IK MULTIMEDIA .................................................61
Figura 39 - Signal Generator da Digirack ............................................................67
Figura 40 - Expander-gate da Digirack ................................................................68
Figura 41 Compressão e Ratio ............................................................................69
Figura 42 - Envelope Sonoro ...............................................................................70
Figura 43 - Exemplos de envelopes ....................................................................70
Figura 44 - Exemplos de configurações de compressor .....................................71
Figura 45 - Amplificador Tremolux da Fender ....................................................87
Figura 47 - Tremolator da soundtoys .................................................................88
Figura 48 Chorus Ableton Live ............................................................................88
Figura 50 - Tal-Flanger ........................................................................................89
Figura 51 Waves MetaFlanger ............................................................................90
Figura 52 - Pedais que realizam o efeito doubler ...............................................90
Figura 53 - Doubler da Waves .............................................................................91
Figura 54 - Hardware Vocoder da Moog ............................................................91
Figura 55 - Vocoder Roland VP-330 ....................................................................92
Figura 56 - Razor da Native-instruments ............................................................92
Figura 57 - DS-10 Drum Shaper da Xin Audio .....................................................93
Figura 58 - Auto-tune da Antares .......................................................................94
Figura 59 - Tune Real-Time da Waves ................................................................94
Figura 60 - Littlealterboy da soundtoys ..............................................................94
Figura 61 - o exiter analógico da Aphex. ............................................................95
Figura 62 - Aphex Vintage Aural Exiter da Waves. .............................................96
Figura 63 - Blanka da AudioFB. ..........................................................................96
Figura 64 - Plugins de Enhancer da waves ..........................................................96
Figura 65 - Renaissance Bass da Waves (R-Bass) ................................................97
Figura 66 - Maxx Bass da Waves .........................................................................97
Figura 67 - efeito de corte de ondas que causam distorção. .............................98
Figura 68 - Onda quadrada .................................................................................98
Figura 69 - Maestro Fuzz-Tone ...........................................................................99
Figura 70 - Amplitube da Ik Multimedia ..........................................................100
Figura 71 - Microfones em frente ao falante ....................................................100
Figura 72 - Pedal de distorção no Amplitube ...................................................101
Figura 73 - Sala de captação virtual do Amplitube ...........................................101
Figura 74 - Efeito de atraso na tela de edição ..................................................102
Figura 75 - Hybrid Delay da waves....................................................................104
Figura 76 - Som direto e reflexões do ambiente. .............................................106
Figura 77 - As duas partes da reverberação .....................................................106
Figura 78 - Valhalla Room .................................................................................108
Figura 79 - CSR Room da Ik Multimedia ...........................................................108
Figura 80 Waves MannyM Reverb Hall Preset .................................................109
Figura 81 - CSR Hall da Ik Multimedia ...............................................................109
Figura 82 - CSR Plate da Ik Multimedia .............................................................110
Figura 83 - Waves IR-1 Parametric Convolution Reverb Plugin ........................111
Figura 84 - Spring Reverb da Softube ...............................................................111
Figura 85 Waves Abbey Road Chambers Stereo ..............................................112
Figura 86 AcouVerb Reverb Church/Cathedral Reverb Preset .........................112
Figura 87 - Reinassance Revererator (Rverb) da waves ...................................113
1. INTRODUÇÃO
Pré-produção Gravação Pós-produção Distribuição Divulgação
Composição, ensaios, Edição,
Captação Shows,
orçamentos, cronogramas, Mixagem, Streamings ou
simultânea ou divulgações online
elaboração de arranjos e Masterização e mídias físicas
em overdub ou offline
produção de guias. Finalização
O QUE É MIXAGEM
Computador
Interface
A interface é um hardware com canais de entrada e saída que serve para
converter o áudio para o meio digital. Existem muitos modelos com vários canais de
entrada e outros recursos, mas para mixagem o importante são os canais de saída. A
mixagem 2.0 (estéreo) precisa de apenas dois canais de saída, um esquerdo e um direito.
Uma mixagem surround precisa de uma interface com um número maior de canais de
saída (por exemplo, seis canais caso seja uma mixagem 5.1). O que faz a interface se
comunicar com o computador é um driver, um software que deve ser instalado. Cada
interface possui o próprio driver que é fornecido pelo fabricante. Porém interfaces mais
simples podem utilizar drivers genéricos, como o modelo UCA202 (Behringer) que utiliza
o driver ASIO4ALL (significa Audio Stream Input/Output para todos). O ASIO4ALL
também permite realizar a mixagem utilizando o próprio sistema de som integrado no
computador e um fone de ouvido para monitoração.
Daw
Cubase GarageBand
Por oferecer uma experiência mais imersiva que permite uma maior percepção
de detalhes, os fones de ouvido são muito úteis se utilizados para fazer edições e
conferências de mixagem.
Para garantir que a mixagem soará bem em vários lugares é comum conferir
como ela soa em monitores alternativos. Estúdios grandes geralmente possuem mais de
um par de monitor e vários modelos de headphone para testar a mixagem.
2. PANORAMA HISTÓRICO DA
MIXAGEM
O FONÓGRAFO E A GRAVAÇÃO MECÂNICA
Figura 4 – Posicionamento dos músicos de uma orquestra dentro da sala de gravação – fonte:
https://charm.rhul.ac.uk/history/p20_4_1.html – acesso em 03.06.2020
GRAVAÇÃO ELÉTRICA
Em 1926 foi criado um sistema elétrico mais eficiente que sistema mecânico de
gravação. Isso não significou apenas um diferencial na manufatura da indústria do disco,
mas a transdução da onda sonora em corrente elétrica. Ao contrário do que ocorria no
sistema mecânico, o som gerado passou a ser transformado em sinal de corrente
elétrica e transmitido para um amplificador de sinal no momento da gravação e da
reprodução. Isto possibilitou o surgimento de equipamentos de captação e
amplificação, como os microfones e os alto falantes.
ESTEREOFONIA
A audição binaural (com duas orelhas) permite aos animais determinar a direção
da origem dos sons. Portanto, a utilização de duas fontes sonoras para a escuta musical
possibilitou a criação de ambientes sonoros que buscavam imitar a sensação de
espacialidade “real” do ouvinte.
FITA MAGNÉTICA
Na busca por melhores meios de gravação Fritz Pfleumer, em 1928, criou a fita
magnética, que possibilitou uma maior manipulação dos sons gravados. Além disso,
ampliou-se o campo de resposta de frequência e faixa dinâmica. A necessidade de
maior controle sobre a faixa dinâmica levou à invenção do compressor, uma
nova ferramenta automatizada para o controle de intensidade sonora.
GRAVAÇÃO MULTIPISTA
No decorrer das décadas de 1970 e 1980, o registro ainda era feito em fitas e os
mixers foram aperfeiçoados gradativamente com maior número de canais e
possibilidades de manipulação interna, como por exemplo, a adição de efeitos para cada
canal individual.
Nos anos 90, surgiu uma nova revolução no campo da produção musical que
remodelaria a forma de trabalhar com música refletindo até os dias de hoje,
principalmente no campo da mixagem. O surgimento das DAWs, softwares de produção
e pós-produção de som, trouxe a produção musical para outro patamar permitindo que
todos os processos pudessem ser realizados utilizando apenas um computador.
Figura 9 - Plugin Abbey Road Chambers (Waves) simula a ambiência do icônico estúdio da Abbey Road na
Inlgaterra
RESUMO
Depois de 1945
● Surgem os gravadores de fita magnética gerando um salto de qualidade às gravações;
Década de 1950
● Surgem as gravações em estéreo e o conceito de som sobre som.
Década de 1960
● Surgem os gravadores de quatro pistas;
● Gravavam-se 4 pistas, fazia-se a redução para duas, e mandava-se para outro gravador
para gravar mais instrumentos;
● Discos clássicos gravados em multipista como o Sg. Pepper‘s Lonely Hearts Club Band
(Beatles);
● Overdub - gravação por faixas separadas, os instrumentos podem ser gravados em
diferentes momentos.
Década de 1970
● Surgem os gravadores de 24 pistas;
● A mixagem passou a ser como é hoje, porém analógica.
Década de 1980
● Década das automações dos consoles e auge da mixagem analógica;
● Uso sincronizado de mais de um gravador;
● Uso de microcomputadores para armazenamento e controle das mix.
Outra coisa importante a observar é que existem mixadores que realizam todos
os processos em um canal para depois atuar em outro, ou seja, são muitos os caminhos
que podem ser tomados e nenhum está “errado”, pois cada mixador pode utilizar o
método que mais lhe agrada ou que está mais acostumado, tendo sempre em vista a
melhora do produto final – a mixdown.
Pré-mixagem
1. BRIEFING: Objetivo: compreender o trabalho focado na MENSAGEM MUSICAL
a. CONTATO INICIAL
b. REUNIÕES COM O CLIENTE
c. ADMINISTRATIVO:(Os 3 Qs)
i. Quanto paga
ii. Quem paga
iii. Quando paga
d. DEFINIÇÕES GERAIS
i. Número máximo de Recalls
ii. Deadlines (quando recebe e quando entrega)
iii. Formato final (streaming, CD, EP etc.)
2. PESQUISA: Objetivo: Ganhar intimidade com o trabalho
a. CONTEXTO INTERNO
i. Trabalhos anteriores
ii. Como toca cada membro
iii. Ensaios e gravações da banda
iv. Questões de relacionamento entre os membros
b. ESTILO
i. Figurino
ii. Gênero musical
iii. Estilo e posicionamento
iv. Outras características
c. CONTEXTO EXTERNO
i. História do gênero musical em questão
ii. O papel deste gênero no mundo contemporâneo
iii. Comportamento do público-alvo
iv. Características musicais e sonoras do estilo
v. Mixagens de bandas similares
vi. Estilo, comportamento, figurino, shows, performances,
posicionamento social de bandas similares
Fase prática
3. ORGANIZAÇÃO
a. Materiais e métodos
b. Equipamentos e cronogramas
c. Recebimento e conferência das edições
d. Mapas de mixagem (MCE, MP, MV e MF)
e. Análise musical
f. Preparação da sessão
4. CONDUÇÃO DE VOLUME E PANORAMIZAÇÃO
a. Primeira levantada de volumes
b. Ajustes do panorama dos canais
c. Automações de volume
d. Automações de panorama
5. EQUALIZAÇÃO
a. Equalizações individuais
b. Limpeza de frequências
c. Equalizações de grupo
d. Equalizações corretivas
e. Equalizações criativas ou artísticas
f. Utilização do MF (Mapa de frequências)
6. COMPRESSÃO
a. Aplicação de compressões individuais
b. Aplicação de compressões de grupo
c. Truques de compressão
7. EFEITOS
a. Efeitos de tempo
b. Processadores de harmônicos
8. AMBIÊNCIA
a. Aplicação de reverberação
b. Aplicação de ecos
c. Truques de ambiência
9. AUTOMAÇÕES
a. Truques de degradação podem auxiliar o contorno emocional da canção
b. Pode-se omitir canais ou efeitos em partes diversas da música
c. Fades individuais podem ser inseridos, mas deixar os fades globais para a
masterização
d. Demais automações.
Pós-mixagem
Pré-requisitos
O contato inicial
As reuniões podem ser feitas por telefone ou Video Chat, mas existem vantagens
em realizar reuniões presenciais em casos de trabalhos mais importantes. As reuniões
presenciais sempre aumentam a empatia com o cliente e pode evidenciar com mais
intensidade características importantes como estilo de vida e gosto do cliente,
principalmente nos casos em que o contratante é a própria banda ou artista.
Compensação financeira
O que chamamos de Recall são revisões de mixagem exigidos pelo cliente após a
finalização do trabalho. Existem mixadores que preferem combinar um número fixo de
Recalls antes do início do trabalho, geralmente um ou dois. Mixadores menos
experientes podem trabalhar com um número maior ou até mesmo com “Recall
Infinito”, o que significa o prolongamento do trabalho até a satisfação completa do
cliente. É evidente que este fato tem impacto direto no tempo dedicado e nos gastos de
mixagem, o que deve ser traduzido em um aumento do orçamento.
É importante saber quem está arcando com estes pagamentos, pois ele é o
cliente, o seu trabalho é satisfazer as necessidades do cliente. Conhecer o gosto da
banda ou dos clientes que estão arcando com o trabalho é de suma importância, mas
sempre pode representar perigos no sentido da diminuição da isenção no processo. Por
exemplo, se o empresário que está arcando com a mixagem gosta muito de Rock pesado
o mixador pode se sentir obrigado a aumentar o peso e a pressão da mixagem, o que
pode não coincidir com o que pensamos como desejável para aquela mixagem.
Vale lembrar que um portfólio recheado com bons trabalhos ou com produtos
de sucesso pode significar mais trabalhos que compensem financeiramente no futuro.
Portanto, trabalhar de graça é uma espécie de barganha com o futuro, um risco
calculado que compensará pelo volume de trabalhos ou pelo aumento do network do
mixador, mas é um procedimento que deve ser levado a cabo em raras ocasiões.
A questão que envolve o gênero musical é complexa, pois são raros os casos em
que um trabalho musical se encaixa claramente em um gênero específico de maneira
unânime. O mais comum é que um trabalho musical transite por diferentes gêneros. É
muito importante entender qual o posicionamento da banda em relação à categorização
do trabalho, pois diferentes artistas possuem diferentes graus de aceitação em relação
ao gênero no qual geralmente são enquadrados. Pode ser que o artista queira
deliberadamente transgredir os padrões habituais de mixagem do gênero com o intuito
de se descolar deste rótulo, o que poderia ajudá-lo a abrir novos públicos.
Preparação da sessão
Sound Replacement
Em alguns casos, o mixador possui o canal gravado mas prefere o som de alguma
gravação antiga para este canal. Neste caso, desde que ele obtenha a autorização do
músico ou produtor, ele pode fazer esta substituição ou ainda misturar os dois timbres,
o que pode ser feito dobrando o canal ou utilizando a função Blend, presente em plugins
deste tipo. O Blend permite que o mixador escolha qual proporção prefere para cada
timbre quando eles são somados.
Muitos Sound Replacers possuem controles de sensibilidade (sensivity) onde
você pode controlar o volume de entrada do sensor. Se for desejável, o timbre pode
entrar apenas nas batidas mais fortes, com mais volume, ou você pode fazer com que o
timbre entre em todas as batidas baixando o volume do sensivity (medido em dB).
Alguns Sound Replacer possuem os próprios timbres, normalmente com vários
tipos de dinâmica, mudando um pouco a característica sonora de acordo com a força
que o músico tocou (como no caso do bumbo DW mostrado no Drumagog da figura 13).
4. MCE: MAPA DE CONTORNO
EMOCIONAL
A A A A
Forma Primária
A B A B
Forma Binária
A B A
Forma Ternária
A B C
Forma Ternária
A B A C A D A E
Forma Rondó
A B A B C B
Forma Canção
Após esta primeira fase de estruturação, o MCE pode ser utilizado como um
importante reforço na construção do arranjo musical. É comum encontrarmos bandas
que realizam o próprio arranjo musical, o que também pode ser feito pelo produtor ou
arranjador. Caso haja interesse em transformar uma parte para que ela se torne mais
emocionante, pode-se incluir detalhes no arranjo como uma orquestração, coro, novos
riffs de acompanhamento ou qualquer outro detalhe instrumental.
Se você está sentado diante de uma mixagem, isso significa que a canção já está
estruturada, arranjada, editada e o seu MCE já foi realizado pelo produtor ou por você,
no caso, o engenheiro de mixagem. A seguir, vou ensinar alguns truques básicos para
que a mixdown possa respeitar o que foi decidido durante a confecção do MCE.
Exemplos práticos
Um exemplo muito comum é a briga interna que quase sempre existe entre o
canal de bumbo e o canal do baixo. Como estes instrumentos se encontram em faixas
de frequência similares, é comum que o canal mais intenso mascare o outro.
CONDUÇÃO DE VOLUMES
Tônus da melodia
Loudest last
Os canais que ficarão mais intensos ao final da mixdown são levantados por
último para que a “cama” seja preparada antes do canal principal surgir na mixagem. De
certa maneira é praticamente o oposto do método anterior.
Piramidal
Sobe-se os canais por ordem de frequências, ou seja, do mais grave para o mais
agudo. Dessa forma a “fundação” da música é construída antes dos canais mais agudos
surgirem na mixagem. Na música popular, é comum que o bumbo da bateria (em alguns
casos o baixo) seja levantado primeiro quando este método é utilizado.
Por instrumento
Automação de volume
Mono
EStéreo
Mixagem 2.0
A mixagem 2.0 trabalha com duas caixas de som de modo a simular um palco
com cerca de 180 graus em frente ao ouvinte. O ideal é que o mixador se posicione no
Sweet Spot ao realizar a mixagem, que se localiza na ponta de um triângulo equilátero
em relação as duas caixas.
Sweet Spot
Mixagem 5.1
Figura 21: Sistema Fantasound .Artigo de Bob Furmanek, (THE FIRST YEAR OF STEREOPHONIC MOTION
PICTURES)
O sistema mais recente lançado pela empresa é o Dolby Atmos, que pode incluir
até 128 autofalantes na difusão do som do filme.
Dolby atmos
Padrões de panorama
O ajuste de panorama pode ser feito de maneira criativa, mas normalmente deve
obedecer a certos padrões de mercado referentes a cada gênero musical. É incomum
em mixagens estereofônicas que um dos lados fique mais intenso do que outro, a não
ser em casos extremos ou em partes específicas de uma canção. Apesar de utilizar
diferentes elementos em cada um dos lados do panorama estéreo, o mixador deve
tomar o cuidado para que os elementos dos dois lados se equivalham ao máximo em
termos de dinâmica e frequências, dentro das possibilidades de cada mixagem. Nem
sempre isso é possível, mas deve-se trabalhar com o objetivo de se chegar o mais
próximo possível da ideia. Além disso, deve-se entender os padrões de panorama de
cada gênero. Por exemplo, em estilos populares como POP e ROCK, é comum que a
caixa, o bumbo, o baixo e a voz principal sejam centralizados. Guitarras, backing vocals,
teclados e demais elementos percussivos podem ser trabalhados nos sides, mas sempre
buscando um equilíbrio entre os dois lados. Instrumentos solistas normalmente se
1
As vozes se localizam na caixa central
2
A linguagem falada é o principal meio de se desenvolver o enredo da história
3
O filme Interestelar (2014) foi um exemplo de exceção à esta regra, causando diversas
polêmicas e reclamações devido à falta de inteligibilidade em alguns diálogos importantes. Ver artigo:
https://associado.socine.org.br/anais/2016/16120/fabrizio_di_sarno/aspectos_inovadores_da_construc
ao_narrativa_de_som_em_interestelar
encaminham para o centro no momento do solo, podendo voltar para o lado quando
retorna para a base. Em outros estilos como o Jazz, podem aparecer mixagens com a
bateria deslocada do centro, para dar a ideia de Jam Session. No caso da música erudita,
muitos mixadores preferem simular a posição da orquestra como em um concerto, ou
seja, com os instrumentos de corda graves localizados na direita da plateia e os mais
agudos na esquerda.
Em seu livro A Arte da Mixagem (The Art of Mixing), o produtor David Gibson
destaca quais processos de mixagem estão ligado à cada um dos três eixos de mixagem:
Figura 28 - Eixos de mixagem segundo David Gibson. Fonte: The Art of Mixing
Como visto acima, o eixo horizontal (eixo x) é definido pelo panorama. O eixo
vertical (eixo y) é definido pela frequência, e o eixo profundidade (eixo z) é definido pelo
volume.
Frequências e tessituras
Tabela de frequências:
Graves – de 60 a 250Hz
Médio-Agudos – de 2 a 6KHz
Agudos – de 6 a 20KHz
*A faixa de frequências que vai de 4KHz a 6KHz é chamada faixa de presença. Ela
é a faixa que escutamos com maior facilidade, por isso causa irritabilidade e dor quando
escutadas com muita intensidade.
Série harmônica
Quando se toca uma nota, o som é composto por uma frequência fundamental
e uma série de sons secundários. Estes sons secundários são na maioria das vezes
inaudíveis, mas ajudam a compor o timbre do som fundamental, eles são chamados de
harmônicos. A série harmônica é o conjunto de ondas senoidais compostas pelo som
fundamental e todos os seus harmônicos. Ela se estende ao infinito, em uma ordem pré-
determinada:
Figura 31 - ordem da série harmônica – fonte: wikipédia – acesso em 03/06/2020
Figura 32: The Science of Sound, 3rd ed., Thomas Rossing, Richard Moore, and Paul Wheeler
Compreender esta curva é fundamental para o mixador, de modo que ele possa
trabalhar a equalização da mixagem de modo a formar uma imagem mais precisa sobre
o que o ouvinte vai realmente ouvir de acordo com o volume. É importante salientar
que o mixador não deve ouvir muito alto a música durante o processo de mixagem,
porque o volume excessivo pode “corrigir” aos nossos ouvidos a presença dos graves,
de modo a afetar o nível correto de graves que a mixagem deve possuir. O resultado
será uma mixdown magra e sem graves, já que o mixador ouviu com os graves fortes
devido ao volume excessivo. O ideal é monitorar a mixagem com um volume médio,
aumentando ou diminuindo por vezes a monitoração para entender como o som está
ficando quando escutado em diferentes volumes.
Parâmetros de equalização
Filtros: Servem para delimitar o campo audível atuando nos extremos graves e
agudos do espectro de frequências:
1. Filtros atenuantes:
● LF- Low Filter (atua nos graves)
● HF- High Filter (atua nos agudos)
● SLOPE- (inclinação): medida em dB/oitava:
● Determina quanto vai atenuar na medida em que se aumenta ou abaixa a
frequência.
Filtros de corte:
Tipologia
Equalizador Gráfico
Semi-Paramétrico
Equalizador Paragráfico
Equalizadores lineares
• Baixo
o Ataques/pegadas= entre 700 e 1k
o Fundamentais= entre 60 e 80hz
o Bom atenuar em 300hz
o Atenuar palheta e execução= entre 4 e 5k
o Quase nada acima de 8k
• Bateria
o Tambores
▪ Corpo entre 80 a 250hz
▪ Regiões indesejáveis entre 300 a 800hz
▪ Ataques entre 3 e 5k
o Bumbo
▪ Kick= 2 a 4k
▪ Ressonância boa entre 50 a 100hz
▪ Bom para cortar entre 200 a 800hz
o Caixa
▪ Brilho entre 3 e 5k
▪ Corpo e peso entre 200 e 300hz
▪ “Cantada” entre 400 e 500hz
▪ HPF para tirar os graves que a caixa não usa
▪ tirar um pouco de médio que atrapalha (em 2KHz + ou -)
▪ Adicionar, se necessário, um pouco de médio-grave (200 Hz + ou
-)
▪ gain match (igualar os volumes de entrada e saída). Este truque
deixa a caixa mais gorda (encorpada)
o Chimbal
▪ Pouco útil abaixo de 1,5k
o Pratos
▪ Cortar abaixo de 800 a 1,6k se os graves não forem necessários
como ambiência
o Tons
▪ Peso entre 150 a 300hz
▪ Baquetada entre 2 a 4k
▪ Bom para corte entre 400 a 800hz ou 1 e 8k
o Surdo
▪ Mesmo dos tons, mas tem mais brilho no médio agudo e
ressonância mais grave
• Surdo de samba
o Ressonância entre 50 e 70hz
o Dispensável entre 400 a 1k
o Macetada entre 1,8 e 4k
• Repique
o Ressonância entre 800 a 1k
o Excesso em torno de 600hz
o Ataque entre 2 a 4k
• Pandeiro
o Corpo entre 300 a 500hz
o Ataque entre 1 a 3k
o Platinelas em médio agudos
• Shakers
o Pouco útil abaixo de 1,2k
o Brilho acima de 4k
• Cavaco
o Predomina entre 800 e 2k, não cortar essa região para não
descaracterizar
• Banjo
o Timbre anasalado
o Predominante entre 500 a 800hz
• Zabumba
o Evitar cortar entre 800 a 1,6k
• Guitarra
o Peso de 180 a 500hz
o Bons médios entre 800 a 1,6k
o Cortante entre 2 a 3,5k
o 5k ajuda no destaque dos solos
o Cuidado para não mascarar a voz
• Violão
o Ressonâncias indesejáveis por volta do 180hz
o Excesso retirável entre 150 a 300hz
o Clareza entre 2 e 4k
o Se é base, deixar mais médio agudo do que o resto das frequências
• Piano
o Espectro muito vasto
o Destaque entre 1,5 e 2,5k
o Geralmente atenua os médio-graves para não mascarar outros
instrumentos
• Piano elétrico
o Mais médio grave do que o acústico
o Tirar sem mascarar outros instrumentos
• Metais
o Corpo entre 120 e 300hz
o Brilho de 2 a 4k
o Costumam mascarar a voz
• Trompete
o Som característico entre 1 a 3k
• Trombone
o Som característico entre 450 a 600hz
o Harmônicos em 1,2k
• Madeiras
o Sons anasalados entre 600 a 1,2k
o (flautas)-Som de sopros acima de 4/6k
o (Instrumentos com palheta)-fortes entre 2 a 3k
o (clarinetes)- região importante entre 150 e 400hz
o (sax)- médios importantes mas podem deixar o som feio
o (sax)- bons nos médios-agudos
• Cordas
o Arcos entre 2 a 4k
o Ar acima de 5k
o Cello ressoa entre 150 a 300hz (interage bem com a sala)
o Sons nasais entre 600 a 1,2k
o Violas soam mais naturais que os violinos
• Voz
o Profundidade entre 120 a 250hz
o Atenuável entre 400 e 700hz (dependendo do timbre)
o Realce e nitidez entre 3 e 5k
o Sibilância entre 7,5 e 10k
o Puffs abaixo de 80hz
o (backing vocals)-cortar graves para ficar atrás da voz principal
o
Dicas gerais
- A equalização não deve ser usada como uma substituta de uma boa seleção e
disposição de microfones.
- Esqueça os presets, caso queira use-os somente como ponto de partida; tente
um bumbo sem kick; utilize mais o over; filtre mais o seu som; tenha mais bom senso
nos volumes dos instrumentos, utilize mais as salas, mude os reverbs, tente outros
efeitos, crie e principalmente esqueça o volume absurdamente.
- Não acredite na frase: “na mix eu conserto”. Não esqueça que quando fazemos
um equalizador atuar estamos envolvendo fase.
- Se quer que um som se destaque tente tirar as baixas frequências, se quer que
se misture tire as altas frequências
- Às vezes, para se obter uma boa sonoridade geral, pode-se atingir uma
regulagem em uma determinada pista que, ouvida isoladamente, não pareça
satisfatória.
- A maioria dos instrumentos amplificados não possui faixas que vão muito além
de 7.500Hz. Aumentar a presença de frequências superiores a esse limite pode gerar
ruído.
- Para encaixar a voz numa base atenue um pouco a região de médias altas (entre
2,5khz-5khz) e procure nesta mesma oitava uma região para dar um ganho na voz.
Por vezes o mixador pode sentir a falta de alguma frequência que não faz parte
de um determinado canal gravado. Por exemplo, o bumbo pode estar magro, sem corpo,
devido à falta de frequências graves. Um truque que pode ajudar é abrir um gerador de
sinal, ou seja, um plugin que gera automaticamente uma onda sonora na frequência
escolhida e utilizar o side chain para disparar esta frequência toda vez que o bumbo
toca.
Exemplo (frequência grave no bumbo), passo a passo:
Attack: É o tempo (medido em milisegundos) que o compressor leva para agir depois
que o sinal ultrapassou o valor estabelecido pelo Threshold. Por exemplo, uma
compressão instantânea possui um attack de 0 ms.
Limiters: São compressores configurados para impedir que o som passe pelo threshold.
Esta função se dá com a utilização de um attack muito rápido ou instantâneo, um release
também muito rápido ou instantâneo e um ratio muito alto, com valores maiores que
10:1.
A compressão é um processo essencial para a mixagem e que exige uma audição
crítica e uma familiaridade com o efeito de cada parâmetro no som. O compressor é um
equipamento com uma aura quase que exotérica, cheio de mitos, tabus e técnicas
avançadas. A melhor forma de não cair em armadilhas é começar com o básico e aos
poucos, quando a percepção auditiva se desenvolver, será natural entender e aplicar
técnicas como compressão paralela e compressão em side-chain.
TIPOLOGIA
Alguns dos plugins mais famosos que simulam este tipo de compressão são: SSL
Bus Compressor, DBX 160, API 2500.
ÓPTICO (OPTO)
O compressor óptico utiliza uma fotocélula para medir a intensidade sonora. Este
compressor é caracterizado por ser uma atuação suave (attack e release lentos),
causada pelo atraso no comportamento da fotocélula.
LA2A e Shadow Hill são dois dos compressores mais famosos encontrados em
forma de plugins.
FET- FIELD EFFECT TRANSISTOR
FET é um tipo de transistor que permite uma atuação muito rápida, o que resulta
em attack e release ultra rápidos. Porém o compressor do tipo FET oferece uma
coloração, ou seja, ele altera o timbre. Por isso não são usados normalmente em
masterizações.
VALVULADO (TUBE)
Este compressor utiliza uma válvula em seu circuito que, além de alterar a
sonoridade pela adição de harmônicos, apresenta um comportamento mais lento
(attack e release mais lentos) que soa suave e natural.
COMPRESSOR MULTIBANDA
BF76
● Compressor FET: muito rápido! Colore o som! Ótimo para controlar os picos.
● Simula o antigo hardware da UA1176 (transistorizado que imita válvula)
● INPUT: determina ao mesmo tempo o Threshold e a quantidade de redução de pico.
● Attack de 0.4 a 5.7ms
● Release de 0.6 a 1.1 segundo
● Ratio com opções fixas
● Medidor variável: GR (gain reduction), -18 ou -24 dBFS, ou OFF (desligado)
● Não tem Threshold. Tem 4 opções de compressão (Ratio) e opções de mettering.
● O Threshold é fixo, O input defini a entrada da compressão, e o output define apenas o
volume final para o gain match ou para dar mais volume.
● O input no 0 não comprime nada, e aumentando ele começa a compressão. Quando o
peak limiter começa a se mover a redução está sendo efetuada.
Dicas:
Cla-2a
● Compressor em estilo OPTO (valvulado) que simula um compressor óptico dos anos 60.
Menos agressivos que o VCA, atua mais na média do som, é bem mais lento.
● Usar para fazer um controle da dinâmica na música inteira.
● O RELEASE é variável, de modo que em picos mais fortes (que acendem mais a luzinha)
ele pode durar até segundos.
● Gera um pequeno Humming que pode não ser interessante para determinados usos.
● Dá peso e colorido ao som.
Botões:
Dicas: pode-se usar um compressor mais duro antes para tirar os picos e depois
um mais lento (1176) para colorir o som.
Api2500
Obs. O new passa pela compressão depois o tone. O old passa pela compressão,
se retroalimenta e depois passa pelo tone. O old soa mais analógico e opaco, o new mais
brilhante.
LinK: porcentagem que mede quanto o Left e o Right estão ligados nos
detectores de RMS. Com o 100% (defaut) cada detector controlará o seu próprio lado.
Plugin que simula o Distressor. Bom para dar peso e colorir o som.
IN: Substitui o Threshold. Aumente para dar mais compressão e diminua para
comprimir menos.
OUT: Volume de saída. Ele é medido após o Blend, sendo que não afeta o
Dry/Wet de compressão. É indicado que se diminua o OUT quando o BAD! (luz de
clipagem) é aceso.
RATIO: É indicado 1,5 e 2:1 para masterização. Vem com 6:1 defaut (equivale a
4:1 no hardware distressor, e mantém sempre um Ratio abaixo do hardware).
Dicas:
Guitarras
● Em guitarras levemente distorcidas aplique de 3 a 10 dB de compressão.
● Em guitarras distorcidas pode-se acrescentar valores rápidos de Attack e, ao contrário
de outros tipos de timbres, muita saturação.
● Deixar o AtMod no off pode ajudar no som.
● Os botões SUB e AIR são geradores de harmônicos (criam harmônicos que não estão
presentes no som)
SUB – Adiciona sub-graves que não haviam e enriquece os que já haviam no som.
Serve para dar mais presença nesta região.
AIR - Serve para dar mais “ar” nas frequências graves sem as distorções e ruídos
indesejáveis que muitos equalizadores produzem. Dá limpeza e ar para as frequências
graves já existentes no som.
● Os botões BITE e THICK servem para dar mais “vitalidade” para o som.
BITE – faz o som ficar mais agressivo. Age mais nos sons que estão mais “a frente”
da mix. Tem muito impacto no release. Segundo o fabricante, a voz soará mais
energética, a caixa com mais ataque e o baixo mais presente.
OBS: O botão link serve para linkar o input e o output de modo que aumentando
o input diminuiremos o output e vice e versa.
TRUQUES DE COMPRESSÃO
Tremolo
Chorus
• A partir de um sinal, gera-se outros individuais com variações de tom, com atrasos de
entre 10 e 30ms (logo percebidos como um sinal só).
Obs. Para perceber sinais individuais, é necessário um atraso de aproximadamente
80ms)
Flanger
• Similar ao chorus
• a partir de um sinal, gera-se outros individuais com atrasos inferiores a 20ms + um LFO
(oscilador de baixa frequência) para variar o atraso regular ou aleatoriamente
• ex: Life in the Fast Lane, The Eagles, album Hotel California 1976, minuto 3:38 (efeito da
guitarra na ponte)
Figura 50 - Tal-Flanger
Phaser
• Copias do sinal original com atrasos entre 1 e 10ms
• Guitarra base da música Have a Cigar, do Pink Floyd, álbum Wish You Were Here – 1975
Doubler
Vocoder
Desenvolvido para fins musicais durante a década de 1970, por Robert Moog, o
vocoder é um codificador vocal, capaz de sintetizar a voz humana, e gerar inúmeros
timbres, com uma serie de frequências digitais.
Ex. Kraftwerk – The Robots, Daft Punk – Around the World e Michael Jackson –
P.Y.T (Pretty Young Thing).
Hard tune
Existem uma série de efeitos que cumprem a função de hard tune, podemos
começar pelo AutoTune, criado para fins sismológicos, e popularizado pela cantora Cher,
em 1999. O efeito consistia inicialmente em afinar nota por nota para que não fossem
mais necessários inúmeros overdubs de vocal para corrigir possíveis desafinações. Mas
modulando alguns parâmetros podemos ter um efeito muito mais robótico (próximo ao
vocoder), criando uma estética criativa usada por inúmeros artistas.
O mixador tem a opção de utilizar o canal simulado como uma dobra do canal
processado, ou fazer uma simples substituição.
Efeito de atraso na tela de edição
Para que o eco ocorra, nos ambientes naturais, é necessário um grande espaço
com materiais que refletem o som, por isso é comum observar este efeito em grandes
penhascos, pois o espaço é grande e os materiais (rocha, pedra etc.) são muito
reflexivos. Existem ambientes urbanos que também possuem tais características como,
por exemplo, grandes corredores de cimento e túneis de concreto. Devido ao tamanho
e às fortes reflexões sonoras, é possível distinguir claramente as repetições
diferenciando-as do som principal e em alguns casos, até mesmo contá-las.
Como dito, os Delays são efeitos que simulam ecos. A utilização deste efeito varia
bastante, pois ele pode ser usado para dar a sensação de estéreo em um som mono,
agregando profundidade e tornando-o mais “cheio”. Ele também pode produzir um
looping com várias repetições. Os Delays são muito usados em solos e em vocais que
necessitam de efeitos especiais para não soar muito secos. Dependendo do caso, utilizar
Delays com muitas repetições pode embolar o som, o que pode ser um problema ou
pode ser usado como um recurso expressivo, tudo depende da sonoridade que se deseja
alcançar.
Parâmetros comuns
LPF – (Low Pass Filter) Em ambientes reais, os sons mais agudos são atenuados
nos ecos, e essa atenuação aumenta progressivamente no decorrer das repetições. O
LPF simula este efeito usando um filtro de corte de agudos que aumenta a cada
repetição.
Sync – Alguns Delays são equipados com o botão sync, que quantiza as
repetições do Delay de acordo com o grid, ou seja, o andamento (bpm) em que
a música está. Ao desligar o botão sync o mixador pode escolher livremente o
tempo das repetições.
Modulation Rate – Indica como será dividido o tempo das repetições. Caso o
botão sync esteja ativado, a taxa de rate será uma divisão do bpm, o que pode ser
expresso por figura rítmica (semínima, colcheia etc.) ou por divisão do tempo (1/2, 1/3,
1/4 etc.). Caso o botão sync esteja desativado o rate pode ser expresso em Hertz (no
plugin abaixo, de o.1 a 6000Hz)
Sons graves dificilmente são reverberados, pois o Reverb na região grave pode
embolar muito o som, com a exceção de trechos musicais em que algum som grave soa
sozinho, podendo ser reverberado apenas neste momento sem o risco de embolar os
graves da mixagem.
Ao se diminuir o tempo das primeiras reflexões, o som original será mais afetado
pelas primeiras reflexões. Isso pode ser feito diminuindo o tempo de Predelay ou o
Eearly Reflections. Quando se aumenta estes parâmetros o som original ficará mais
distante das primeiras reflexões, podendo gerar a ilusão de que está mais perto, pois
soará mais seco, ao mesmo tempo, pode também passar a impressão de que o ambiente
em que ele está inserido é grande, pois as primeiras reflexões demoram a chegar.
É importante entender que os Reverbs artificiais podem criar efeitos diferentes
dos efeitos das reverberações naturais, e portanto, é importante que o mixador saiba o
que deseja com o acréscimo de reverberação artificial em cada caso.
Tipos de reverberação
Room
Ex. ValhallaRoom
Figura 78 - Valhalla Room
Hall
Plate
Plate Reverb é muito bom para adicionar comprimento e tamanho para o som
sem fazer ele distante ou pequeno, eles geralmente são o "tempero especial" que faz
um vocal ou uma snare soar incrível, pois eles não adicionam profundidade ou distância
como um HALL Reverb.
Convolution reverb
Spring reverb
Chamber reverb
Church/cathedral reverb
Time – Tempo de reverberação. No caso acima, define o tempo que leva para o
reverb cair 60dB, tem a ver com o Tail (cauda) do Reverb.
Type - Escolhe o tipo de reverberação (Hall, Room etc.)
Wet/dry - Assim como em outros tipos de efeito, regula a relação entre o som
“Molhado” e “seco”, ou seja, a proporção de som reverberado.
Size - Determina o tamanho da sala que está sendo simulada pelo efeito,
usualmente dado em volume cúbico.