07/04/2024, 07:38 Ziraldo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ziraldo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ziraldo Alves Pinto (Caratinga, 24 de outubro de 1932 — Rio de Janeiro, 6 de abril de 2024) foi
um cartunista, chargista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, caricaturista, poeta, cronista, Ziraldo
desenhista, apresentador, humorista e jornalista brasileiro.

É o criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, e é um dos mais conhecidos e

aclamados escritores infantis do Brasil.[1] Ziraldo é pai da cineasta Daniela Thomas e do compositor
Antonio Pinto. Faleceu em sua residência no estado do Rio de Janeiro, Lagoa Rodrigo de Freitas em
6 de abril de 2024 aos 91 anos.

Infância
Ziraldo Alves Pinto passou toda a infância em Caratinga. Era irmão do também desenhista,
cartunista, jornalista e escritor Zélio Alves Pinto e também de Ziralzi Alves Pinto.[2] Estudou dois
anos no Rio de Janeiro e voltou a Caratinga, tendo concluído o módulo científico (atual ensino
médio). Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1957.[1] Seu talento no
desenho já se manifestava desde essa época, tendo publicado um desenho no jornal Folha de Minas Ziraldo em 2015
com apenas 6 anos de idade. Ziraldo começou a falar com 3 a 4 anos.[3]
Nome Ziraldo Alves Pinto
completo
Carreira Pseudônimo(s) Zap
Nascimento 24 de outubro de 1932
Começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), em 1954, com uma coluna Caratinga, MG
dedicada ao humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e,
Morte 6 de abril de 2024 (91 anos)
posteriormente, no Jornal do Brasil, em 1963.[4] Seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Rio de Janeiro, RJ
Supermãe e o Mirinho) conquistaram os leitores.[5] Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Vilma Gontijo (1958-2000)

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Em 1960 lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, Turma do Marcia Martins (2002-2024)
Pererê, que também foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no Brasil.[1] Filho(a)(s) Daniela Thomas
Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em Antonio Alves Pinto
Fabrízia Alves Pinto
1964, logo após o início do regime militar no Brasil.[6] Nos anos 1970, a Editora Abril relançou a
Ocupação cartunista, chargista, pintor,
revista, desta vez, porém, sem o sucesso inicial.[6] A revista da Turma do Pererê teve outras escritor, dramaturgo,
passagens pelas bancas numa edição encadernada pela Editora Primor no ano de 1986 e em formato cartazista, caricaturista,
poeta, cronista, desenhista,
de almanaque pela Editora Abril na década de 1990.[carece de fontes?]
apresentador, humorista e
jornalista
Em 1960 recebeu o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de
Principais O Menino Maluquinho
Bruxelas e também o prêmio Merghantealler, principal premiação da imprensa livre da América trabalhos Flicts
Latina.[7] Turma do Pererê
Prêmios Prêmio Jabuti (1982 e
Foi fundador e posteriormente diretor do periódico O Pasquim, tabloide de oposição ao regime 1990)
militar, uma das prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do AI-5.[8] Prêmio ABL de Literatura
Infantojuvenil (2003) (ver
mais)
Em 1980 lançou o livro "O Menino Maluquinho",[1] seu maior sucesso editorial, o qual foi mais tarde
Gênero infantil, humor
adaptado na televisão e no cinema. Para televisão, foi adaptado em 2006 pela TV Brasil, chamada literário
Um Menino muito Maluquinho, que durou uma temporada com vinte e seis episódios sob a direção
Magnum opus O Menino Maluquinho
de Anna Muylaert e Cao Hamburger.[9] No cinema, foi adaptado três vezes, a primeira em Menino
Influências Monteiro Lobato
Maluquinho - O Filme em 1995 e uma sequência em 1998 dirigida por Fernando Meirelles, Menino
Maluquinho 2 - A Aventura.[10][11] A adaptação mais recente da série é Uma Professora Muito Página oficial
Maluquinha de 2010, estrelado por Paolla Oliveira.[12] ziraldo.com (http://www.ziraldo.com)

Incansável, Ziraldo teve longeva colaboração em diversas publicações, e buscou estar sempre envolvido em novas iniciativas. Uma das mais
recentes foi a "Revista Bundas", uma publicação de humor sobre o cotidiano que faz uma brincadeira com a revista "Caras", esta, voltada para o
dia a dia de festas e ostentação da elite brasileira. Ziraldo foi também o fundador da revista "A Palavra" em 1999.[13][14]

Ilustrações de Ziraldo já figuraram em publicações internacionais como as revistas "Private Eye" da Inglaterra, "Plexus" da França e "Mad", dos
Estados Unidos.[15][16]

A partir do ano de 2000, participou da "Oficina do Texto", maior iniciativa de coautoria de livros do Mundo, criada por Samuel Ferrari Lago,
então diretor do Portal Educacional, na qual ilustrou histórias que ganharam textos de alunos de escolas do Brasil todo, totalizando
aproximadamente 1 milhão de diferentes obras editadas em coautoria com igual número de crianças.[17][18]

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No dia 3 de outubro de 2016 recebeu a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais em
cerimônia presidida pelo reitor Jaime Arturo Ramírez no auditório da reitoria da universidade.[19]

Vida pessoal
O cartunista foi casado com Vilma Gontijo Alves Pinto de 1958 até a morte dela em 2000, quando aos 66 anos
ela sofreu um infarto enquanto dormia.[20] Ziraldo casou-se novamente, dessa vez com Márcia Martins da
Silva.[21][22]

Ziraldo foi fumante durante 40 anos, mas conseguiu abandonar o vício.[23] Em 2013, passou mal num evento
literário em Frankfurt, Alemanha, onde precisou passar por um procedimento de cateterismo.[24] Em 2018,
sofreu um acidente vascular cerebral e chegou a ficar em estado grave em UTI.[25] Após um mês internado no Em 1971

Rio de Janeiro, Ziraldo recuperou-se e recebeu alta.[26][27][28]

Em 2013, Ziraldo concedeu entrevista para o Museu da Pessoa, na qual comentou sobre a sua vida,
principalmente sobre a sua infância. Descobriu que tinha tino para o humor ainda muito novo em meio a uma
epidemia de esquistossomose, em Caratinga, onde nasceu.[29]

Posicionamento político
Ziraldo era uma figura pública ligada à esquerda. Foi membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) Ziraldo concedendo autógrafos de
juntamente com amigos como o arquiteto Oscar Niemeyer.[30] Após o fim da Ditadura, em 1989, o grupo seus livros na 20ª Bienal do Livro de
liderado por Roberto Freire no PCB transferiu a estrutura partidária para uma nova legenda, o Partido São Paulo que aconteceu em 2008
Popular Socialista (PPS), como forma de enfrentar o desgaste com a experiência socialista soviética e a queda no Complexo do Anhembi na cidade
do muro de Berlim.[31][32] de São Paulo

Em 2005, o cartunista filiou-se ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), para o qual desenhou o logo
partidário.[33][34] No ano seguinte, apoiou no primeiro turno a candidata Heloísa Helena para a presidência da República, e ao segundo turno fez
apoio para reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).[35]

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No ano de 2010, participou de atos em prol da eleição de Dilma Rousseff (PT) para o cargo de Presidente da
República.[36][37] Em 2014, apoiou novamente a candidatura de Dilma para reeleição.[38] Durante o processo
de impeachment de Dilma Rousseff, Ziraldo posicionou-se de maneira contrária ao processo, participando de
comícios e fazendo elogios à presidente.[39][40] Em 2018, também declarou voto ao candidato do Partido dos
Trabalhadores, Fernando Haddad.[41] Nas eleições de 2022, apoiou a candidatura vitoriosa de Lula (PT).[42]

Indenização por conta da ditadura militar

Em 5 de abril de 2008, Ziraldo — juntamente com mais vinte jornalistas que foram perseguidos durante a Ziraldo desfila pela escola de
ditadura militar brasileira — teve seu processo de anistia aprovado pela Comissão de Anistia do Ministério da samba Nenê de Vila Matilde no
Carnaval de São Paulo de 2003
Justiça e foi indenizado em mais de 1 milhão de reais, além de receber uma pensão vitalícia de cerca de 4,3 mil
reais.[43] Ele e o cartunista Jaguar receberam as maiores indenizações.[44] À época, Ziraldo afirmou que "o
Brasil lhe devia" a indenização declarando:[43]

Eu quero que morra quem está me criticando. Porque é tudo cagão e não botou o dedo na seringa.
Enquanto eu estava xingando o Figueiredo e fazendo charge contra todo mundo, eles estavam
servindo à ditadura e tomando cafezinho com o Golbery. Então, qualquer crítica que se fizer em
relação ao que está acontecendo conosco eu estou me lixando.

O episódio foi comentado por seu antigo colega Millôr Fernandes, que se negou a exigir indenização, Ziraldo e a esposa Márcia Martins
questionando: "Quer dizer que aquilo não era ideologia, era investimento?".[45] da Silva em 2010

Morte
Na tarde do dia 6 de abril de 2024 (em torno das 15h), aos 91 anos, Ziraldo morreu enquanto dormia, segundo
a sua família.[46] [47] Várias instituições prestaram homenagens ao cartunista, como os clubes de futebol
Atlético Mineiro e Corinthians.[48] Mais tarde, no mesmo dia, uma de suas filhas revelou que a causa da morte
foi falência múltipla dos órgãos.[49]

Controvérsias
Ziraldo, Roger Mello e Marta Suplicy

Condenação por impropridade administrativa

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Em 31 de março de 2011, Ziraldo, seu irmão Zélio Alves Pinto e mais 9 pessoas foram condenados por improbidade administrativa na realização,
em 2003, do primeiro Festival Internacional do Humor Gráfico das Cataratas do Iguaçu (Festhumor) e no “Fantur - Iguaçu dê uma volta por
aqui”, em ação movida em 2006 pelo Ministério Público Federal. A ação relata que o dinheiro público municipal e federal foi mal utilizado
porque, segundo a sentença, para o primeiro Festhumor, houve contratações sem licitação e pagamentos em duplicidade, que corresponde a
remuneração dupla pelo serviço prestado uma vez. O processo relata ainda desvio de verba no Fantur, que foi uma ação promovida pela
Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu para levar jornalistas e cartunistas para cidade, com todas as despesas custeadas pela prefeitura. Além
disso, Ziraldo registrou indevidamente a marca do festival em seu nome no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), contrariando o
edital (que previa a cessão perpétua do desenho), e caracterizando assim a intenção de utilizar a marca comercialmente. Em 24 de novembro de
2011, a pena de Ziraldo foi fixada em dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão, além do pagamento de multa de cerca de 87,3 mil reais. O juiz
substituiu a prisão por prestação de serviço à comunidade ou entidades públicas, e o pagamento de um salário-mínimo mensal pelo mesmo
período da pena. Ziraldo e os demais réus podem recorrer da decisão.[50]

Declaração sobre homossexuais

Em uma entrevista concedida ao site Hoje em Dia em maio de 2015, Ziraldo criticou a TV Globo por abordar relacionamentos entre pessoas do
mesmo sexo na telenovela Babilônia. "A Fernanda Montenegro não tem direito de fazer apologia do afeto homossexual. Grandes fãs dela estão
estarrecidos com isso. E mesmo que ela estivesse pensando em ajudar as mães dos homossexuais... Mas qual é a porcentagem de mães de
homossexuais?", afirmou. Ele ainda fez uma comparação com a obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (1908-1967) ao alegar que o

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escritor "não teve coragem de fazer Riobaldo assumir a homossexualidade dele" e que "inventou que Diadorim era uma mulher vestida de
homem", concluindo que manter a sexualidade dos homossexuais escondida seria "uma coisa mineira", já que "aceitar a homossexualidade em
Ipanema é uma coisa, aceitar a homossexualidade em Caratinga é outra".[51][52][53]

Prêmios
Ano Premiação Categoria Trabalho de Destaque Resultado

Nobel Internacional do Humor Venceu

1969
Prêmio Merghantealler Venceu

1980 Prêmio Jabuti de Literatura Infantil O Menino Maluquinho Venceu

2004 Premio Andersen - Il mondo dell'infanzia[54][55] Miglior libro mai premiato[54] Flicts, Editori Riuniti Venceu

2005 Ordem do Mérito Cultural Agraciamento anual Venceu

2008 Prêmio Ibero-Americano de Humor Gráfico Venceu

2012 Prêmio Jabuti de Literatura Infantil Os Meninos do Espaço Indicado

Obra

Quadrinhos
O Pererê (1959 – 1976)
Jeremias, O Bom (1965-1969)
The Supermãe (1968-1984)
O Menino Maluquinho (1988-2007)

Livros
O Menino Maluquinho (1980) O Bebê que Sabia Brincar (2020)
Flicts (1969)
Uma Menina Chamada Julieta (2009) O Bichinho da Maçã / Bichim series
O Planeta Lilás (1979)
Mônica e o Menino Maluquinho na
O Menino Maluquinho series Montanha Mágica (2018) O Bichinho da Maçã (1982)
Como ir ao Mundo da Lua (1995)
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Cada um Mora Onde Pode (2008) O Calcanhar de Aquiles O Menino da Lua

As Anedotinhas do Bichinho da Maçã O Menino Quadradinho (1989) O Namorado da Fada ou Menino de
(2011) Professora Maluquinha series Urano
As Flores da Primavera (2020) O Menino da Terra
Uma Professora Muito Maluquinha
Um Amor de Família (2020) O Capetinha do Espaço: ou o Menino
(1995) de Mercúrio
O Bichinho que Queria Crescer (2020)
As Aventuras da Professora Os Meninos de Marte
As Cores e os Dias da Semana (2020) Maluquinha em Quadrinhos (2010)
A Fábula das Três Cores (1985) O Menino Que Veio de Vênus
Vito Grandam: Uma História de Vôos
O Pequeno Planeta Perdido (1985) (1995) Nino, o Menino de Saturno
O Menino Marrom (1986) O Menino do Rio Doce (1996) O Menino D´Água e o Planeta Netuno
Ju, o Menino de Júpiter: O Maior
Corpim series[56] Tia Nota Dez (1996)
Menino do Mundo
Pelegrino & Petrônio Menina Nina: Duas Razões Para Não
Chorar (2002) As Cores do Escuro e os Meninos de
Os Dez Amigos Plutão
O Menino e seu Amigo (2003)
Um Sorriso Chamado Luiz Menina das Estrelas (2007)
Os Meninos Morenos (2004)
Rolim A Bela Borboleta (2009)
O Aspite (2005)
Dodó Meninas (2016)
Os Meninos dos Planetas series[57]
O Joelho Juvenal

Ilustrações
Chapeuzinho Amarelo (1970)
Pra Boi Dormir (1992)
Noções de Coisas (1995)

Ver também
Lista de autores de banda desenhada

Referências
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14/09/2014 - Cotidiano - Folha de S.Paulo» (https://m.folha.uol.com.
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clássico do cinema nacional filmado em BH e Tiradentes, completa
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nde-estao-os-atores-hoje.ghtml). G1. Consultado em 1 de agosto
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Ligações externas
Sítio oficial (http://ziraldoproducoes.com.br/)
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