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Humberto Mauro

Alunos: Renan Carlos Rocha Viana(28) e Rafael Macedo(29) 2110


Humberto Mauro (Volta Grande, 30 de abril de 1897 — 5 de novembro de 1983) foi um dos
pioneiros do cinema brasileiro. Fez filmes entre 1925 e 1974, sempre com temas brasileiros.

Carreira
Desde cedo se dedicou à música, tocando o violino e o bandolim. Interessado também em
mecânica, ingressou no curso de engenharia em Belo Horizonte, que abandonou um anos
depois para voltar a Cataguases. Como as linhas de transmissão de eletricidade chegavam
à região, trabalhou na instalação de energia elétrica nas fazendas.
Foi para o Rio de Janeiro em 1916, onde trabalhou como eletricista, retornando a
Cataguases em 1920. Neste mesmo ano casou com Maria Vilela de Almeida (Dona Bebê),
com quem permaneceria casado pelo resto da vida.
Em 1923, passou a se interessar por fotografia. Adquiriu uma câmera Kodak de Pedro
Comello (pai da atriz Eva Nill), imigrante italiano de quem se tornaria amigo até se
desentenderem. Ambos compartilhavam de uma paixão pelo cinema, principalmente pelos
filmes americanos de aventura. Admirava D.W. Griffith e King Vidor.
Em 1925, Mauro e Comello compraram uma câmara cinematográfica de 9,5 mm, marca
Pathé, com a qual Mauro filmou um curta-metragem cômico de apenas 5 minutos de
duração. Mostraram esse filme a comerciantes locais, tentando convencê-los a investir
numa companhia produtora de filmes em Cataguases. Com o apoio financeiro de Homero
Domingues compraram uma câmara de 35 mm e centenas de metros de filme. Mas o filme
que resolveram fazer ficou inacabado.
Ainda em 1925, com a participação do negociante Agenor Cortes de Barros, fundaram em
Cataguases a Phebo Sul América. Em 1926 realizam Na Primavera da Vida e em seguida
Thesouro Perdido, um filme nos moldes dos filmes de aventura americanos, com muitas e
complicadas cenas de ação. Foi premiado como o melhor filme brasileiro de 1927. Este
filme contou com a única participação nas telas da mulher de Mauro, com o nome artístico
de Lola Lys.
Com o sucesso de Thesouro Perdido, Mauro pôde ampliar sua produtora, rebatizada de
Phebo Brasil, e desenvolver filmes de acordo com sua visão pessoal. Seu trabalho seguinte,
Brasa Dormida, é uma bem sucedida mistura de aventura e romance, com excelente
aproveitamento dos cenários naturais, em que não falta uma excitante (para os padrões da
época) cena erótica. Lançada em 1929, foi distribuída para todo o país.
Seu longa-metragem seguinte, seu último para a Phebo, Sangue Mineiro é considerado sua
obra-prima em Cataguases. Lançado em julho de 1929, percorreu todo o país com sucesso
de crítica e público. Aqui ele deixa de lado a aventura e faz um filme intimista, em que os
únicos conflitos são os do coração.
Mauro manteve estreitas ligações com poetas e escritores modernistas da época,
especialmente com os integrante do chamado Movimento Verde. Criado em Cataguases
após a Semana de Arte Moderna de 1922, tinha como integrantes Rosário Fusco, Francisco
Inácio Peixoto, Ascânio Lopes e Guilhermino César, dentre outros, que eram responsáveis
pela edição da Revista Verde, um dos marcos da literatura modernista brasileira.
Vida Pessoal
Filho de Gaetano Mauro, imigrante italiano, e de Teresa Duarte, mineira culta e poliglota, ele
nasceu na Zona da Mata mineira dois anos depois da histórica sessão cinematográfica
promovida pelos irmãos Lumière, em Paris. Quando criança, mudou-se com a família para
Cataguases. Humberto Mauro é tio-avô do ator André Di Mauro e da atriz Cláudia Mauro.

Filmes

Longa-metragens

Brasa Dormida
Brasa Dormida é um filme brasileiro de Humberto Mauro realizado em 1928.
Considerado pelos críticos de cinema, um dos melhores filmes nacionais de todos os
tempos, Brasa Dormida foi realizado pelo "pai" do cinema nacional Humberto Mauro, e
lançado em 4 de março de 1928.

Sangue Mineiro
Sangue Mineiro é um filme brasileiro da era muda, dirigido por Humberto Mauro, de 1929.
Com a direção de fotografia feita por Edgar Hauschildt (Edgar Brasil).

Enredo
Depois que perdeu seu pai, a jovem Carmem vivia sob a proteção de seu tutor, o capitalista
Juliano Sampaio. Ambos viviam felizes no solar da província. Juliano tinha uma filha,
Neuza, que estudava num colégio da capital. Numa noite de São João, Carmem,
apaixonada por Roberto, amigo da família, vê seu amado dispensar os mesmos afagos que
lhe dava à Neuza.
Em pânico e desesperada, Carmem corre pelos campos, com a única vontade de se matar.
Dois primos amigos, Cristóvão e Max, salvam-na de se afogar e Carmem fica sob os
cuidados de Tia Marta, na fazenda do Acaba-Mundo. Integrada àquela boa gente, Carmem
desperta a paixão e a discórdia entre os primos, guardando diferentes sentimentos em
relação a cada um deles.
Com a preocupação de Sampaio, Neuza acaba descobrindo o motivo da fuga de Carmem.
Roberto e o velho Franco põe-se à sua procura. Finalmente encontrada, Carmem prefere
permanecer em Acaba-Mundo, onde acredita estar sua felicidade, apesar das insistências e
súplicas de Roberto e Neuza. Sem resistir aos impulsos do coração, Carmem casa-se com
Cristóvão e partem para o Rio. Max conforma-se com seu destino.
Curta-metragens

A Velha a Fiar
A Velha a Fiar é um curta-metragem brasileiro de 1964 dirigido por Humberto Mauro, com a
música popular homônima cantada pelo Trio Irakitan. Uma joia do cinema brasileiro, esse
curta-metragem chegou a ser considerado pelos críticos como um dos primeiros videoclipes
do mundo. Humberto Mauro, ao não conseguir colocar uma mulher para fazer o papel da
velha, colocou seu amigo Mateus Colaço para fazê-lo.

Sinopse
Baseado numa canção popular, na qual sempre um animal ou ser sempre está "fazendo
mal" a outro, a história mostra uma sequência de imagens e fotos para ilustrar a canção
popular.

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