Você está na página 1de 130

@FISIOCONCURSEIROAPROVADO

FISIOTERAPIA
RESPIRATÓRIA
PARA

CONCURSOS

CRIADO POR MARIANA NOVELLI


Quem sou eu
Meu nome é Mariana Novelli, sou
Fisioterapeuta, pós Graduada em
Osteopatia/terapia Manual e fisioterapia
intensiva no adulto.

Sou concursada desde 2019, e estou muito feliz


em poder te ajudar nos estudos para que você
consiga alcançar seus objetivos!

g ada
Obri la
e pe
fiança!
con

Bons
Estudos!!!

Esse material é apenas para uso pessoal e individual, sendo proibido sua
distribuição, divulgação na internet e comercialização fora desta plataforma
Anatomia e fisiologia do sistema Respiratório....................................01

Semiologia do sistema Respiratório........................................................10

Avaliação da Função pulmonar................................................................26

Gasometria Arterial......................................................................................34

Exames complementares............................................................................38

Testes e escalas funcionais.........................................................................42

Fisiopatologia aplicada a pneumologia no adulto.............................48

Recursos fisioterapêuticos aplicados à pneumologia.......................74

Oxigenoterapia...............................................................................................85

Ventilação Não-invasiva (VNI)..................................................................92

Ventilação Mecânica Invasiva (VMI).......................................................97

Mobilização precoce....................................................................................115

Referências....................................................................................................124

@fisioconcurseiroaprovado
Fisioterapia Respiratória
Anatomia e fisiologia do sistema Respiratório

Introdução ao Sistema Respiratório

O sistema respiratório é responsável pela captação do oxigênio (O2) e liberação


do gás carbônico (CO2) por meio da respiração (trocas gasosas - hematose), ou
seja, ele permite ao organismo a troca de gases com o ar atmosférico, assegurando
a entrada de O2 e servindo como via de eliminação de CO2, produto que resultou
dessa reação, sendo que essa função vital (hematose) é realizada em milhões de

isioconc
pequenas unidades funcionais, chamadas de alvéolos.

@f
Divisão do Sistema Respiratório

ur
i
Novell

O sistema respiratório pode ser dividido das seguintes formas:

Formado por
seiroapro
Nariz externo,
órgãos
Trato respiratório superior Cavidade nasal,
localizados
(vias aéreas superiores) Faringe e
fora da caixa
Laringe
torácica
a
an

Formado por Traqueia,

Trato respiratório inferior


va órgãos Brônquios,

(vias aéreas inferiores) do Mari


localizados
na cavidade
Bronquíolos,
Alvéolos e
torácica Pulmões

Cavidades nasais,
Conduz o Faringe, Tem como
ar para os Laringe, função
Porção locais onde Traqueia, filtrar,
condutora se dão as Brônquios, umedecer e
trocas Bronquíolos e aquecer o ar 1
1 Bronquíolos
gasosas transportado
terminais

Onde O2 inspirado
ocorre as Bronquíolos vai para o
respiratórios, sangue e o
Porção trocas 2
Ductos alveolares, CO2 do
respiratória gasosas
Sacos alveolares e sangue vai
entre o ar e
2 Alvéolos para o sistema
o sangue respiratório
Fonte: Adaptado - Junqueira & Carneiro,
2013, p. 334

@fisioconcurseiroaprovado 01
Fisioterapia Respiratória
Órgãos do Sistema Respiratório

O nariz compreende o vestíbulo, a área olfatória e a área respiratória, sendo


considerado a 1° barreira de defesa contra bactérias, vírus, alérgenos e
Nariz
poluentes inalados, tendo como funções: Filtrar, umedecer, e aquecer o ar,
além de ser responsável pela sensibilidade olfatória.

A faringe é um tubo muscular em forma de funil, revestida de túnica


mucosa. É um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e
Faringe comunica-se com a boca e com as fossas nasais, funcionando como uma

isioconc
passagem de ar e alimento. É dividida em três regiões anatômicas:

f
Nasofaringe, Orofaringe e Laringofaringe.

@
A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traqueia, sendo

ur
i

considerada uma estrutura oca encontrada anteriormente ao esôfago.


Novell

Apresenta três funções principais: Atua como passagem para o ar durante

Laringe seiroapro
a respiração; produz som, ou seja, a voz (fonação) e impede que o alimento
e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias (como a traqueia).
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela está a epiglote, que
funciona como uma válvula ou porta do pulmão. Quando a epiglote se abre
o ar passa para a traqueia, e quando ela se fecha o alimento passa para o
esôfago.
a
an

A traqueia é um tubo de 10 a 12,5 cm de comprimento e 2,5 cm de


diâmetro, que faz continuação à laringe, penetra no tórax e termina se
va
Traqueia do Mari
bifurcando nos 2 brônquios principais, essa bifurcação recebe o nome e
Carina. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de
poeira e bactérias presentes no ar inalado, que posteriormente são varridas
para fora (pelo movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.

Próximo ao centro da cavidade torácica, a traqueia bifurca-se em brônquio


principal direito e brônquio principal esquerdo (tubos responsáveis por
levar o ar até os pulmões). O brônquio principal direito é mais vertical,
mais curto e mais largo do que o esquerdo, o que o torna mais suscetível à
broncoaspiração de corpos estranhos, ou uma intubação seletiva. Os
brônquios principais entram nos pulmões na região chamada HILO. Ao
Brônquios atingirem os pulmões correspondentes, os brônquios principais
subdividem-se em brônquios lobares, dos quais cada um vai para um lobo
pulmonar, por isso o brônquio principal direito origina três brônquios
lobares (superior, médio e inferior) enquanto que o esquerdo apenas dois
(superior e inferior) pois o pulmão direito possui três lobos e o esquerdo
dois. Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios segmentares,
cada um destes distribuindo-se a um segmento pulmonar.

@fisioconcurseiroaprovado 02
Fisioterapia Respiratória

Os brônquios dividem-se respectivamente em tubos cada vez menores


denominados bronquíolos terminais, cada bronquíolo terminal dá origem
Bronquíolos
a vários bronquíolos respiratórios. As paredes dos bronquíolos contém
músculo liso e não possuem cartilagem;

Os bronquíolos continuam a se ramificar, e dão origem a minúsculos


Ductos e sacos túbulos denominados Ductos Alveolares, que terminam nos sacos
alveolares alveolares. Cada saco alveolar contém várias projeções que lembram
cachos de uva, chamadas de alvéolos.

fisioconc
@
Os alvéolos pulmonares são minúsculos sacos aéreos, presentes nos
pulmões, que constituem o final das vias aéreas. São envolvidos por

ur
i

capilares sanguíneos. Podem se apresentar isolados ou em grupos,


Novell

formando os chamados sacos alveolares. Em cada pulmão existem

seiroapro
milhões de alvéolos. São responsáveis pelo aspecto esponjoso dos
pulmões. Sua função é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da
membrana alvéolo-capilar. Os alvéolos são revestidos por uma camada de
células epiteliais, denominadas de pneumócito tipo I e pneumócito tipo II.

Pneumócitos tipo I São células alveolares pavimentosas com uma fina


Alvéolos
membrana, com função de revestimento e facilitam as trocas gasosas
a

(hematose).
an

Pneumócitos tipo II São células septais ovais e volumosas, que têm duas
funções: (1) reparar o epitélio alveolar quando as células pavimentosas são
va
do Mari
lesionadas e (2) secretar (produzir) surfactante pulmonar. O surfactante
é formado por fosfolipídios e proteínas e reveste os alvéolos e os
bronquíolos menores, prevenindo que os alvéolos colapsem durante a
variação de pressão que ocorre na exalação. Sem o surfactante, as paredes
dos alvéolos desinflados tenderiam a se colapsarem. Surfactante: Reduz a
tensão superficial dos alvéolos.

Os pulmões são órgãos esponjosos essenciais na respiração, localizados


no interior do tórax, protegidos pela caixa torácica. É onde o ar
atmosférico e o sangue se encontram, ocorrendo então, as trocas gasosas
(HEMATOSE). O pulmão direito possui 3 lobos, enquanto que o esquerdo
possui apenas 2. Cada pulmão é revestido por uma membrana serosa, com
parede dupla, que chamamos de pleura. A pleura parietal (+ externa)
Pulmões
reveste a parede interna da cavidade torácica, já a pleura visceral (+
interna) reveste a superfície externa de cada pulmão (se adere ao pulmão).
Entre as pleuras encontra-se um pequeno espaço (virtual), a cavidade
pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante, secretado
pelas túnicas. Esse líquido reduz o atrito entre as membranas, permitindo
que elas deslizem facilmente uma sobre a outra, durante a respiração.

@fisioconcurseiroaprovado 03
Fisioterapia Respiratória
Músculos respiratórios

INSPIRAÇÃO é Ativa
Músculos Diafragma; Intercostais externos e músculos
Produzem aumento do
Inspiratórios cervicais.
volume da caixa torácica.

Expiração é Passiva
Intercostais Internos e músculos abdominais
Músculos Musculatura inspiratória
(trabalham quando existe um aumento da
Expiratórios se relaxa, reduzindo seu
ventilação - expiração forçada).
volume.

fisioconc
@ Mecânica respiratória

ur
i

Para que o oxigênio seja transportado até os tecidos, e que tenha a exalação do
Novell

CO2 para o meio externo, precisamos manter uma adequada mecânica


respiratória.
seiroapro
O Gradil costal exerce uma força de
EXPANSÃO
"expansão elástica do gradil costal"
a

Durante o repouso as forças elásticas


opostas do pulmão e do gradil costal
an

estão em equilíbrio. va O Pulmão exerce uma força de

do Mari RETRAÇÃO
"recolhimento elástico do pulmão"

Esse equilíbrio é rompido devido a atividade muscular, causando mudanças no


volume da cavidade torácica durante a respiração.

A pressão intrapleural em repouso é NEGATIVA (-)

INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO
A contração dos músculos inspiratórios
expande a caixa torácica reduzindo a pressão Ao término da inspiração, ocorre o
pleural, tornando-a mais subatmosférica do relaxamento dos músculos inspiratórios,
que já era no inicio da inspiração. Os pulmões promovendo a redução do volume pulmonar,
também se distendem, há aumento do volume reduzindo o volume alveolar, e elevando a
dos alvéolos, expansão do gás alveolar e queda pressão alveolar a valores acima da pressão
da pressão alveolar a valores atmosférica e o ar se desloca para o meio
subatmosféricos, de modo que o ar entre nos ambiente (o ar sai).
alvéolos.

@fisioconcurseiroaprovado 04
Fisioterapia Respiratória

Pressão alveolar Pressão Intrapleural


É a pressão encontrada dentro dos alvéolos. Pressão encontrada na cavidade pleural
Repouso: 0 (igual a pressão atmosférica) Repouso: Negativa (-5)
Inspiração: Diminui a pressão: -1 (aproximado) Inspiração: Mais NEGATIVA (-7)
Expiração: Aumenta a pressão: +1 (aproximado) Expiração: Aumenta, ficando menos NEGATIVA (-3)

Pressão Transpulmonar
Diferença de pressão entre o interior dos alvéolos e a superfície do pulmão, ou seja, diferença entre a
pressão alveolar e a pressão pleural: Ptp= Palv-Ppl. Portanto, quanto maior a pressão transpulmonar,
maior a quantidade de ar que entra nos pulmões.

fisioconc
@
Fisiologia das trocas gasosas

ur
i

O oxigênio (O2) e o dióxido de carbono (CO2) se movem entre o ar e o sangue


Novell

por difusão simples.


seiroapro
Essa troca de gases se dá: de uma área de pressão parcial ALTA para outra de
pressão parcial BAIXA por meio da membrana alvéolo-capilar.
a

A membrana alvéolo-capilar é extremamente fina, porém com uma área muito


extensa, tornando-a ideal para troca gasosa por difusão.
an

va
do Mari
Afirma que a quantidade de gás que se move através de uma lâmina de
tecido é proporcional à área dessa lâmina, mas inversamente
Lei de FICK proporcional à sua espessura. Ou seja, quanto MAIOR a área da
(Lei da difusão) membrana e MAIOR a concentração de um gás MAIOR será a
quantidade de gás que será transferido. Assim, quanto MAIOR a
espessura da membrana, MENOR será a quantidade de gás transferido.

Ventilação

Ventilação total Ventilação alveolar


Quantidade de ar puro inspirado disponível para
É o volume total de gás expirado por minuto
a troca gasosa (nos alvéolos). Isso é possível
subtraindo do volume corrente o volume que
Ventilação total =
ficou no espaço morto anatômico (+- 150 ml) e
VC (Volume Corrente) x FR (frequência
multiplicando pela FR.
respiratória)
Ventilação alveolar =
(VC - 150ml ) x FR (frequência respiratória)
Ex: 500 x 16 = 8.000 ml
Ex: (500 - 150) x 16 = 5.600 ml

@fisioconcurseiroaprovado 05
Fisioterapia Respiratória
Espaço morto anatômico Espaço morto fisiológico

É a soma do espaço morto anatômico


Volume de gás que permanece nas vias
com todos os outros volumes gasosos
aéreas de condução (pois não tem
pulmonares que não participam das
alvéolos), não havendo troca gasosa.
trocas gasosas. Em outras palavras é o
+- 150ml do ar inspirado
volume de gás que não elimina CO2

Os dois espaços mortos são praticamente idênticos, porém em pacientes com doenças
pulmonares o espaço morto fisiológico pode estar aumentado.

fisioconc
Ventilação/Perfusão

@
Ventilação: É a entrada e saída de ar nos pulmões;

ur
i
Novell

Perfusão: É o processo na qual o sangue desoxigenado passa pelos pulmões e é

seiroapro
oxigenado;
A relação ventilação-perfusão (V/Q) é definida como a relação entre a
ventilação e o fluxo sanguíneo;
No pulmão normal, como um todo, a relação ventilação-perfusão é de cerca de
0,8, mas a faixa de variação da relação V/Q varia em diferentes regiões do pulmão;
Para que ocorra uma troca gasosa ideal é necessário que o volume de ar que
a

entra no alvéolo (V) seja próximo ao volume de sangue (Q) que passa através do
an

pulmão;
va
A má combinação entre a ventilação e a perfusão é a causa mais frequente de
do Mari
hipoxemia arterial em pacientes com doenças respiratórias.

Efeito Shunt
Redução da relação V/Q
Áreas bem perfundidas e mal ventiladas.
V/Q = Diminuição da ventilação Ex: CHOQUE/EMBOLIA
(mais comum) ou aumento da
perfusão, ou ambos.
DISTÚRBIOS DA RELAÇÃO V/Q
V/Q = Aumento da ventilação ou
diminuição da perfusão (mais
comum), ou ambos.
Efeito espaço morto
Aumento da relação V/Q
Áreas bem ventiladas e mal perfundidas.
EX: PNEUMONIA

@fisioconcurseiroaprovado 06
Fisioterapia Respiratória
A função ótima do pulmão requer equilíbrio entre a ventilação e a perfusão. No
entanto, elas não são uniformes do ápice à base.

Na posição ortostática: A ventilação é Posição ortostática (em pé)


maior nas bases pulmonares (4x maior nas
bases). A perfusão também é maior nas
bases pulmonares (20x maior nas bases);
Na posição supina ou prona: a diferença

isioconc
desaparece, com as ventilações apical e basal

@f
tornando-se similares. Contudo, nessa
posição, a ventilação da região inferior
(apoiada na cama) supera a da região
Supina
(decúbito dorsal)
Prona
(decúbito ventral)

ur
anterior;
i
Novell

Em decúbito lateral: o pulmão dependente

seiroapro
(em contato com a cama) é mais ventilado.
Decúbito lateral

Zonas de West
a

Zonas do pulmão (ZONAS DE WEST): São áreas criadas a fim de explicar a


an

ação da gravidade sobre a pressão alveolar, pressão das arteríolas e vênulas e


como elas influenciam na ventilação e perfusão pulmonar;
va
do Mari
De acordo com esse modelo, a perfusão é menor nos ápices e aumenta
gradativamente em direção às bases pulmonares, e o mesmo acontece com a
ventilação: ela é menor nos ápices e maior nas bases;
Dividido em 3 zonas, onde zona 1 fica na parte mais alta do pulmão (ápice) e
zona 3 na parte mais baixa do pulmão (base).

ZONA 1
V é maior que a Q
Palv > Pa > Pv

ZONA 2
V=Q
Pa > Palv > Pv

ZONA 3
Q é maior que a V
Pa > Pv > Palv

@fisioconcurseiroaprovado 07
Fisioterapia Respiratória
Volumes e Capacidades pulmonares

A contração coordenada dos músculos respiratórios proporciona a


modificação dos volumes pulmonares, que são classificados da seguinte forma:

VOLUMES PULMONARES

Volume Corrente Volume de ar inspirado e expirado em cada


500 ML
(VC) ciclo respiratório normal.

isioconc
Volume máximo de ar que ainda pode ser
Volume de Reserva inspiratório

f
inspirado após uma inspiração tranquila, ou 3.000 ML
(VRI)

@
seja, após o VC.

Volume máximo de ar que ainda pode ser

ur
i

Volume de Reserva expiratório


Novell

expirado (expiração forçada) após uma 1.100 ML


(VRE)
expiração tranquila, ou seja, após o VC.

Volume Residual
seiroapro
Volume de ar que permanece nos pulmões
1.200 ML
(VR) após uma expiração forçada máxima.

As capacidades pulmonares são a soma de 2 ou mais volumes pulmonares.


a
an

va
CAPACIDADES PULMONARES

do Mari
Quantidade total de ar que pode ser mobilizado entre a
Capacidade Vital
inspiração máxima e a expiração máxima. 4.600 ML
(CV)
CV = VRI + VC + VRE CV = 3.000 + 500 + 1.100 CV = 4.600

Capacidade Quantidade de ar que permanece nos pulmões ao final da


Residual Funcional expiração normal, tranquila. 2.300 ML
(CRF) CRF = VRE + VR CRF = 1.100 + 1.200 CRF = 2.300

Capacidade Quantidade de ar que pode ser inspirado, partindo do nível


Inspiratória expiratório basal e enchendo o máximo os pulmões. 3.500 ML
(CI) CI = VC + VRI CI = 500 + 3.000 CI = 3.500

Maior volume que os pulmões podem alcançar ao final do


Capacidade maior esforço inspiratório possível. É a soma de todos os
Pulmonar total volumes pulmonares. 5.800 ML
(CPT) CPT = CV + VR CPT = 4.600 (VRI + VC + VRE) + 1.200
CPT = 5.800

@fisioconcurseiroaprovado 08
Fisioterapia Respiratória
Algumas considerações importantes

É a capacidade do pulmão de se expandir (de ceder ao volume).


Complacência está diminuída em pulmões rígidos (fibrose,
Complacência
edema pulmonar);
pulmonar
Complacência está aumentada em pacientes com doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

É a capacidade que o pulmão tem de se retrair, ou seja, uma


Elastância pulmonar vez deformado, ele consegue retornar ao seu estado (tamanho)
inicial (original).

fisioconc
@
Resistência das vias Grau de dificuldade que o fluxo de ar tem para se movimentar
aéreas através das vias aéreas.

ur
i
Novell

Impedância
deforma-se e altera seu volume. seiroapro
Ao receber o fluxo de ar pelas vias aéreas, o pulmão infla,

Controle da respiração
a
an

O ciclo respiratório é controlado pelo centro respiratório localizado dentro do


bulbo e da ponte, no tronco encefálico.
va
do Mari
Três grandes coleções de neurônios formam este centro:

Grupo respiratório dorsal

Responsável pela maior parte do ciclo respiratório.

Grupo respiratório ventral


Tem seu papel na expiração forçada.

Centro pneumotáxico
Controla a frequência e a profundidade da respiração.

@fisioconcurseiroaprovado 09
Fisioterapia Respiratória
Semiologia do sistema Respiratório
(avaliação respiratória)

A semiologia, ou propedêutica, é a área que estuda os sinais e sintomas das


doenças humanas. Nesta investigação, deve-se realizar um exame clínico de
qualidade, que engloba a anamnese e o exame físico.

Anamnese

A anamnese é uma parte fundamental na avaliação de um paciente no ambiente

isioconc
hospitalar, pois é através dela que coletamos informações cruciais para nos guiar

@f
na elaboração de um bom plano terapêutico individualizado;
Ela apresenta um breve resumo sobre o paciente, obtido por meio de
informações médicas e com a avaliação feita pelo fisioterapeuta;

ur
i

Os dados a serem coletados são:


Novell

Identificação
seiroapro
Nome completo, idade, gênero, etnia, nacionalidade, naturalidade,
estado civil, ocupação e endereço atual, além do diagnóstico e da
razão do encaminhamento.

Se refere ao principal sintoma que fez com que o paciente


a

Queixa principal procurasse um médico. É importante perguntar sobre a duração


an

desse sintoma.
va
História da doença
do Mari
Abrange uma descrição detalhada dos aspectos relevantes da
queixa principal e consiste nos sintomas que mais incomodam o
atual (HDA) paciente. É importante perguntar sobre o inicio dos sintomas,
quando agrava, quando melhora, entre outros...

Tem como objetivo coletar informações sobre o histórico do


História da doença paciente que não tem relação direta com a doença atual. Aqui
pregressa devem constar detalhes sobre doenças anteriores, intervenções
(HDP) cirúrgicas, lesões traumáticas, gravidez e partos, internações
hospitalares, exames laboratoriais realizados, entre outros...

Histórico
Medicamentos atuais prescritos por receita médica. Alergias a
Medicamentoso
medicamentos também devem ser anotadas.
(HM)

Histórico Familiar
Doenças graves sofridas por familiares próximos do paciente.
(HF)

@fisioconcurseiroaprovado 10
Fisioterapia Respiratória
Histórico Social A ocupação atual e passada do paciente. Além disso, aqui deve ser
(HS) abrangido os hábitos de vida, como tabagismo e etilismo.

Alguns dos principais sintomas que podem ser relatados pelo paciente na anamnese
são:
Dispneia (falta de ar): Percepção subjetiva do aumento do trabalho respiratório,
gerando uma sensação desagradável de dificuldade ou incapacidade física para
manter uma função respiratória correta. A dispneia pode se classificar de acordo

isioconc
com a escala da dispneia modificada - Medical Research Council (MRC), que a

f
correlaciona com a atividade física:

Grau 0

Grau 1
@ Dispneia somente aos exercícios intensos

Dispneia andando rápido no plano ou subindo aclives leves

ur
i
Novell

Andar mais lentamente que pessoas da mesma idade devido a dispneia ou


Grau 2

seiroapro
parar para respirar andando normalmente no plano

Parar para respirar após caminhar uma quadra (90 ou 120 metros) ou após
Grau 3
poucos minutos no plano

Grau 4 Não sair de casa devido a dispneia ou ficar dispneico ao se vestir

Também podemos classificar a dispneia em:


a

Após atividade física acima do habitual, como subir degraus


an

Dispneia aos grandes esforços


exaustivamente ou pedalar muito rápido.
va Atividades habituais que antes eram realizadas sem
Dispneia aos médios esforços

Dispneia aos pequenos esforços


do Mari dificuldade, como subir escadas ou arrumar a cama.

Após atividades de rotina, como tomar banho ou vestir-se

Dispneia de repouso Surge sem realizar nenhuma atividade, isto é, em repouso.

Chamada também de ortopneia, acontece quando a pessoa


Dispneia de decúbito
tem dificuldade de respirar imediatamente ao deitar.

Dificuldade de respirar que acontece durante o sono, onde a


Dispneia paroxística noturna
pessoa geralmente acorda de madrugada com falta de ar.

Aparece em decúbito lateral, como ocorre no derrame pleural


Trepopneia
ao se deitar sobre o lado são.

Tosse: A tosse envolve uma inspiração rápida e profunda, seguida do


fechamento da glote, contração dos músculos expiratórios, e termina com uma
expiração forçada, após abertura súbita da glote. É considerada como um
mecanismo de defesa do corpo (reflexo de proteção que livra as vias aéreas de
secreções ou corpos estranhos) a fim de manter as vias aéreas pérvias. Ela resulta
de estimulação dos receptores da mucosa das vias aéreas. Tais estímulos podem
ser de natureza inflamatória (hiperemia, edema e secreções), mecânica (poeira,
corpos estranhos...), química (gases irritantes) e térmica (excesso de frio ou calor).

@fisioconcurseiroaprovado 11
Fisioterapia Respiratória
Podemos classificar a tosse das seguintes formas:

1. De acordo com a duração:


Aguda Tosse por até 3 semanas.

Subaguda Tosse persistente entre 3 e 8 semanas.

Crônica Tosse com duração maior que 8 semanas.

2. De acordo com a produção de secreção:

Seca Não apresenta secreção, causando apenas irritação nas vias respiratórias.

Acompanhada de secreção. O catarro pode ser formado como resposta a qualquer

isioconc
Produtiva ou
agressão feita na mucosa brônquica. Ao analisar a expectoração é importante

f
úmida
saber a quantidade, a coloração, a viscosidade e o odor.

3. Eficiência
@
ur
i

Eficaz O paciente tem a capacidade de tossir e defender vias aéreas.


Novell

O paciente apresenta uma tosse fraca, sem força necessária para proteger suas
Ineficaz
vias aéreas.

Expectoração: Expectoração ou escarro, é o excesso de secreção


seiroapro
traqueobrônquica que é eliminado pelas vias aéreas por meio da tosse. Pode
conter muco, detritos celulares, micro-organismos, sangue e partículas estranhas.
Em condições fisiológicas, são produzidos diariamente, aproximadamente 100 ml
a

de muco no trato respiratório inferior. Podemos classificar a secreção (escarro)


an

das seguintes formas:


va
1. De acordo com a quantidade
do Mari
1- Pequena quantidade de secreção (PQS)

2- Média quantidade de secreção (MQS)

3- Grande quantidade de secreção (GQS)

2. De acordo com a cor:


Origem viral
Seroso Aquoso e translúcido, semelhante à água.
Exemplo: Edema pulmonar

É esbranquiçado, com aspecto semelhante Origem alérgica


Mucóide
à clara de ovo. Exemplos: Asma, bronquite

Secreção extremamente viscosa, Origem infecciosa


Purulenta
amarelada ou esverdeada, rica em piócitos. Exemplo: Pneumonia

Presença de características mucosas e


Mucopurulenta purulentas associadas no mesmo material Exemplo: Pneumonia
(pús + muco)

Exemplos: Tuberculose, neoplasia


Escarro hemático é aquele que apresenta
Hemoptóico brônquica central e
raias de sangue.
tromboembolismo pulmonar

@fisioconcurseiroaprovado 12
Fisioterapia Respiratória
Hemoptise franca Eliminação de sangue vivo Mesmas situações da anterior

Obs.: Quando a coloração é rósea e o aspecto espumoso, aerado, suspeita-se de


congestão pulmonar. Expectoração enegrecida ou cinzenta pode ser encontrada em
mineradores de carvão, fumantes ou pacientes com mucormicose.

3. De acordo com a consistência/viscosidade:

Fluida Mais líquida.

Espessa (aderente) Mais grossa, adere no material, ou nas paredes do recipiente de aspiração.

isioconc
Obs.: A viscosidade encontra-se aumentada nos casos de infecção do trato

f
respiratório, seja ela bacteriana, micobacteriana ou fúngica. As infecções virais

@
normalmente não aumentam a viscosidade de forma tão marcante;
Obs.: Odor: se for fétido (fedido), considerar infecção anaeróbica típica de processos
supurativos do pulmão ou abscessos pulmonares.

ur
i
Novell

Dor torácica: As causas são inúmeras. Pode ser originada de uma afecção

seiroapro
cardíaca, da parede torácica (sistema musculoesquelético e neurológico), do
esôfago, de estruturas extratorácicas e da pleura parietal. O parênquima pulmonar
não é inervado, apenas a pleura parietal. Portanto, a dor derivada de um
acometimento pulmonar se origina na pleura parietal.

Sibilância: Também chamada de “chiado”, é um som emitido durante a


a

respiração, frequentemente durante a expiração, parecido com um “miado de


an

gato”. Os sibilos decorrem do estreitamento do calibre da árvore brônquica, em


decorrência principalmente, do espasmo.
va
do Mari
Exame Físico

O exame físico do sistema respiratório é composto pelas seguintes etapas:


Inspeção estática;
Inspeção dinâmica;
Palpação;
Percussão e
Ausculta.
O exame físico ideal deve ser feito com o paciente com o tórax despido (sem
camiseta).

Inspeção Estática

Avalia o paciente sem analisar os movimentos respiratórios do mesmo. O


exame começa pela observação do paciente no leito.

@fisioconcurseiroaprovado 13
Fisioterapia Respiratória
Pele (principalmente a coloração)
- cicatrizes, incisões, escaras e edemas

Diminuição ou perda da coloração rosada da pele. Pode ser


Palidez generalizada (toda a extensão da pele), ou localizada e segmentar
(áreas restritas do corpo).

Coloração azulada ou arroxeada da pele. Pode ser classificada em


Cianose generalizada ou localizada, ou ainda, em cianose central ou de
extremidades.

fisioconcNível de consciência

@ Escala de coma de Glasgow (ECG)

ur
i
Novell

Parâmetro Resposta obtida Pontuação

seiroapro
Espontânea 4
Ao estímulo sonoro 3
Abertura Ocular
Ao estímulo de pressão 2
Nenhuma 1

Orientada 5
Confusa 4
Resposta verbal Verbaliza palavras soltas 3
a

Verbaliza sons (incompreensíveis) 2


Nenhuma 1
an

Obedece comandos 6

Pacientes não
va Localiza estímulos 5

sedados do Mari
Resposta Motora
Flexão normal (retirada)
Flexão anormal (decorticação)
Extensão anormal (descerebração)
4
3
2
Nenhuma 1

Interpretação

Trauma leve 13-15 pontos

Trauma moderado 9-12 pontos

Trauma grave 3-8 pontos

Reatividade pupilar (subtrair da pontuação total)

Inexistente - 2 pontos

Unilateral - 1 ponto

Bilateral 0

Em pacientes sedados, podemos utilizar duas escalas:


Pacientes Escala RASS - Escala de Agitação-Sedação de Richmond
sedados (Richmond Agitation-Sedation Scale) e
Escala RAMSAY - Ramsay Sedation Scale (RSS).

@fisioconcurseiroaprovado 14
Fisioterapia Respiratória
Escala RASS ou Escala de Agitação-Sedação de Richmond
(Richmond Agitation Sedation Scale)

Pontuação Classificação Descrição

4 Combativo Combativo, violento, risco para a equipe

Conduta agressiva, puxa ou remove tubos ou


3 Muito agitado
cateteres, agressivo verbalmente

Movimentos despropositados frequentes, briga


2 Agitado
com o ventilador

Intranquilo, ansioso, sem movimentos vigorosos ou


1 Inquieto
agressivos

isioconc
0 Alerta e calmo Alerta e calmo

f
Adormecido, facilmente despertado, mantém
-1 Sonolento

@
contato visual por mais de 10"

Despertar precoce ao estímulo verbal, mantém


-2 Sedação leve
contato visual por menos de 10"

ur
i
Novell

Sedação Movimentos e abertura ocular ao estímulo verbal,


-3
moderada mas sem contato visual

-4 Sedação intensa seiroapro


Sem resposta ao estímulo verbal, mas apresenta
movimentos ou abertura ocular ao toque (estímulo
físico)

-5 Não desperta Sem resposta a estímulo verbal ou físico


Pacientes Interpretação
sedados
a

Pontuação zero refere-se ao doente alerta, sem aparente agitação ou sedação. Níveis
inferiores a zero significam algum grau de sedação, níveis superiores significam que
an

o doente apresenta algum grau de agitação.


va
do Mari
Escala RAMSAY - Ramsay Sedation Scale (RSS).

Pontuação Descrição

1 Paciente ansioso, agitado, impaciente ou ambos

2 Paciente cooperativo, orientado e tranquilo

3 Paciente que responde somente ao comando verbal

Paciente que demonstra resposta ativa a um toque leve na


4
glabela ou a um estímulo sonoro auditivo

Paciente que demonstra resposta débil a um toque leve na


5
glabela ou a um estímulo sonoro auditivo

Paciente que não responde aos mesmos estímulos dos


6
itens 4 ou 5

Interpretação

Quanto mais alto o escore, mais sedado o paciente: a pontuação 6 corresponde a


um paciente desacordado, que não reage a um estímulo sensorial glabelar nem a
sons altos, enquanto a pontuação 1 corresponde a um paciente acordado e
agitado.

@fisioconcurseiroaprovado 15
Fisioterapia Respiratória
Nível de suporte ventilatório

Paciente está respirando espontaneamente em ar ambiente, sem


Ar ambiente
oxigênio suplementar e sem nenhum tipo de suporte.

Paciente está respirando com auxílio de oxigênio suplementar,


Oxigenoterapia
podendo ser ofertado por cânula nasal (CNO2), máscaras faciais...

Paciente está respirando com auxilio da ventilação não invasiva. É


VNI importante observar o modo (CPAP ou BIPAP) e os parâmetros

isioconc
ajustados, além da interface utilizada.

VMI @f
Paciente está em ventilação mecânica invasiva, através de um
tubo orotraqueal ou traqueostomia. É importante anotar o modo,

ur
i

modalidade e os parâmetros ajustados.


Novell

Biotipo do paciente
seiroapro
Ângulo de Charpy maior que 90º. Baixa
Brevelíneo
estatura
a

Normolíneo Ângulo de Charpy igual a 90º.


an

va
Ângulo de Charpy menor que 90º. Alta
Longilíneo
do Mari
estatura

Tipos de tórax

Tórax em Caracterizado pelo aumento do diâmetro


Tonel/barril ou anteroposterior; comum em pacientes com
globoso DPOC.

Também chamado de tórax de sapateiro.


Pectus excavatum
Caracterizado pela presença de uma
(infundibuliforme)
retração da região inferior do esterno.

@fisioconcurseiroaprovado 16
Fisioterapia Respiratória
Também chamado de peito de pombo.
Caracterizado pela presença de uma
Pectus carinatum proeminência na região esternal. Pode ser
(cariniforme) congênito ou adquirido e, quando
adquirido, ocorre principalmente em
decorrência de um raquitismo.

Além desses, temos ainda os tipos: chato/plano, com gibosidade, escoliótico e cifótico.

OBS.: Na inspeção estática, ainda devemos observar:

isioconc
Presença de drenos, sondas, bolsas coletoras e cateter central;

alterações posturais;
@f
Presença de hipotrofia, atrofias, hipertrofias, retrações musculares e

Sinais vitais, como frequência cardíaca (FC), temperatura, Saturação periférica

ur
i

de oxigênio (SpO2), pressão arterial (PA), entre outros.


Novell

Inspeção Dinâmica seiroapro


Na inspeção dinâmica analisamos os movimentos respiratórios do paciente.
Esses movimentos são divididos em cinco partes:
a

Frequência, amplitude, tipo ou padrão respiratório, ritmo respiratório,


an

expansibilidade e tiragens.
va
do Mari
Frequência respiratória (FR)
A contagem é feita pelo número de movimentos torácicos e/ou abdominais observados
durante um minuto.

Eupneia FR normal - Entre 12 à 20 incursões por minuto

Bradipneia FR diminuída (< 10 incursões)

Taquipneia FR aumentada (> 20 incursões)

Amplitude respiratória

Hiperpneia Respiração profunda

Hipopneia Respiração superficial

@fisioconcurseiroaprovado 17
Fisioterapia Respiratória
Tipo ou padrão respiratório
É caracterizado pela região que mais se expande durante a respiração

Os compartimentos torácico e abdominal têm um movimento


Toracoabdominal
sincrônico durante o ciclo respiratório

Prevalece a movimentação da metade inferior do tórax e do


Abdominal
andar superior do abdome

Torácico (ou costal) Movimentação predominantemente da caixa torácica

Paradoxal
fisioconc
Patológico. Movimento oposto ao considerado normal

@ Ritmo Respiratório

ur
i
Novell

É considerado rítmico quando existe uma proporcionalidade entre a expiração e a


inspiração. A relação aproximada do tempo inspiratório para o expiratório (relação I:E) é de

seiroapro
1:2. A modificação dessa sincronia gera os ritmos patológicos, são eles:

Se caracteriza por fase de apneia seguida de incursões


inspiratórias cada vez mais profundas até atingir o máximo,
para depois decrescer até nova apneia.
a

Cheyne-Stokes O excesso de dióxido de carbono durante o período de apneia


obriga os centros respiratórios a enviarem estímulos para
an

aumentar os movimentos respiratórios. Sendo assim, haverá


va
uma diminuição do dióxido no sangue, fazendo o centro
do Mari
respiratório estimular a diminuição da respiração, ocasionando a
apneia e assim sucessivamente.
Apneia + hiperpneia + hipopneia + apneia...
Ocorre em: insuficiência cardíaca, hipertensão intracraniana,
AVE e TCE.

É composta por quatro fases:


Kussmaul 1. Caracterizada por inspirações ruidosas;
2. Apneia em inspiração;
3. Expiração ruidosa e,
4. Apneia em expiração.
Dentre as suas possíveis causas, a principal é a acidose, com
destaque para a acidose diabética, complicação possível da
Diabetes Melitus, principalmente do tipo I.

Biot ou atáxica Apneia, seguida de movimentos respiratórios anárquicos e


dessincronizados. Surge em pacientes com hipertensão
intracraniana e lesões do sistema nervoso central.

@fisioconcurseiroaprovado 18
Fisioterapia Respiratória
Respiração suspirosa
Presença de movimentos respiratórios de amplitude normais,
intercalados com suspiros. É característico de alterações de
humor, como ansiedade.

Interrupção dos movimentos respiratórios por um período de


Apneia
tempo prolongado.

Tiragens e expansibilidade
Durante a inspiração ou condições de normalidade, os espaços intercostais deprimem-se

isioconc
ligeiramente. Se ocorrer obstrução brônquica, o parênquima correspondente àquele

@f
brônquio entra em colapso e a pressão negativa daquela área fica ainda mais negativa,
provocando assim a retração dos espaços intercostais (tiragem). A tiragem pode ser
difusa ou localizada (supraclavicular, infraclavicular, intercostal, subcostal).

ur
Tiragens indicam sofrimento respiratório e existência de dificuldade na expansibilidade
i
Novell

torácica.

Tiragem Retração da musculatura seiroapro


acima da
supraclavicular clavícula.

Retração da musculatura entre as costelas


a

Tiragem intercostal durante a inspiração, enquanto a parede


superior do tórax e o abdome se expandem
an

va
Tiragem subcostal do Mari
Retração da musculatura logo abaixo das
costelas.

Outros achados

Batimento da asa do Consiste no alargamento e na abertura das


nariz narinas durante a respiração.

Retração de fúrcula Afundamento da região do pescoço, logo


esternal acima do esterno.

Também chamado de hipocratismo digital,


é caracterizado por hipertrofia das falanges
Baqueteamento
distais dos quirodáctilos associada a um
digital
aumento da convexidade do leito ungueal
(unhas em vidro de relógio).

@fisioconcurseiroaprovado 19
Fisioterapia Respiratória
Palpação

A palpação do tórax permite verificar e complementar os achados da inspeção,


além de ter como objetivo identificar a presença de áreas dolorosas e sensíveis e
avaliar a presença de anormalidades, como crepitações, enfisema subcutâneo, e
outros.
Também conseguimos através da palpação realizar uma avaliação secundária
da expansibilidade torácica do paciente.
Vamos dividir a palpação em três momentos:
(1) sensibilidade,

isioconc
(2) expansibilidade e
(3) frêmito toracovocal.

@f
ur
Sensibilidade
i
Novell

seiroapro
É feita com as mãos espalmadas, realizando movimentos circulares e estímulos dolorosos
no paciente.

Expansibilidade
a
an

É avaliada através dos polegares do fisioterapeuta, que deve


margear as costelas, pedindo para o paciente realizar
va
movimentos inspiratórios e expiratórios profundos. Assim,
do Mari
podemos comparar se existe simetria entre os dois lados.

Frêmito toracovocal

É caracterizado por uma sensação tátil da vibração das cordas


vocais. O fisioterapeuta solicita ao paciente que pronuncie a
frase “trinta e três”. A técnica é uni manual e comparativa, e é
feita utilizando a face palmar com a região tênar e hipotênar da
mão, iniciando no tórax posterior, depois lateral e, por fim,
anterior. A exploração do frêmito auxilia no diagnóstico de
processos patológicos, tais como derrame pleural ou
consolidações pulmonares.
Interpretação:
FTV aumentado = Afecções patológicas no parênquima
pulmonar (consolidações);
FTV diminuído ou abolido = Condições que afetam a pleura Fonte: BEVILACQUA et al. (2003)

do paciente (derrame pleural, pneumotórax, atelectasia...).

@fisioconcurseiroaprovado 20
Fisioterapia Respiratória
Percussão

A percussão torácica permite ao fisioterapeuta avaliar se os tecidos percutidos


estão cheios de ar, líquido ou consolidações;
Consiste em produzir vibrações na parede do tórax que se transmitem aos
órgãos e tecidos subjacentes. Essas vibrações produzem um som que irá variar,
dependendo da quantidade de ar/tecido;
No tórax sem alterações há o equilíbrio entre a quantidade de ar/tecido
caracterizado pelo som claro pulmonar que corresponde a um som de baixa
tonalidade e com maior duração produzido por vibrações lentas.

isioconc
Alterações no tecido pulmonar ou na cavidade pleural podem gerar macicez ou
hipersonoridade.
f
@ realizar?
Como
ur
i
Novell

Com o dedo médio da mão não dominante, deve- se apoiar na região em que

seiroapro
se quer percutir; com o dedo médio da mão dominante, deve-se realizar
batidas (geralmente duas) de intensidade média ou moderadamente forte
sobre o dedo médio repousado. O movimento da mão que percute é de flexão
e extensão do punho. Deve-se percutir comparativamente e
simetricamente as várias regiões do tórax.
a
an

va
do Mari

Achados

Som mais claro e mais intenso, indicando aumento de ar nos


Hipersonoridade
alvéolos pulmonares (hiperinsuflação).
pulmonar
Causas: Enfisema pulmonar e asma.

Timpanismo Indica ar aprisionado no espaço pleural (pneumotórax).

Diminuição ou desaparecimento da sonoridade pulmonar,


Macicez ou indicando redução ou ausência de ar nos alvéolos, sendo substituído
submacicez por líquido (aumentando a densidade). Causas: derrames pleurais,
condensação pulmonar (pneumonia, tuberculose, neoplasias).

@fisioconcurseiroaprovado 21
Fisioterapia Respiratória
Ausculta pulmonar

A ausculta pulmonar tem um papel crucial na avaliação clínica dos pulmões,


sendo o método de exame físico mais importante nessa área;
É uma análise do funcionamento respiratório, que nos permite auscultar e
interpretar os sons produzidos dentro do tórax;
Deve ser realizada em um ambiente silencioso, sendo necessário que o
paciente esteja com o tórax descoberto e respire de forma calma e profunda, com
a boca aberta, evitando fazer qualquer ruído, se possível;
A ausculta é feita através do estetoscópio, e com ele podemos ouvir desde sons

isioconc
normais até sons anormais, chamados de ruídos adventícios.

@f
ur
i
Novell

seiroapro
Diafragma
(essa parte que toca o paciente)

Pontos e sequência da ausculta pulmonar


a
an

va
do Mari Pontos

Sequência

@fisioconcurseiroaprovado 22
Fisioterapia Respiratória
Sons NORMAIS

Passagem de ar da fenda glótica e na própria traqueia;


Possui um componente inspiratório (ruído soproso e um pouco
rude) – e expiratório (ruído forte e prolongado que ocorre após curto
Som traqueal
intervalo silencioso);
Audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e região
esternal.

Assemelha-se ao som traqueal, diferenciando-se dele apenas por


ter componente expiratório menos intenso;

isioconc
Som brônquico
Pode ser auscultado na região onde se projetam os brônquios de

f
maior calibre, na face anterior do tórax, próximo ao esterno.

@
Produzido pela turbulência normal do ar circulante ao se chocar

ur
i

contra as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por


Novell

cavidades de tamanhos diferentes, como bronquíolos para alvéolos, e


vice-versa;
seiroapro
O componente inspiratório é mais intenso, mais duradouro e
mais alto do que o componente expiratório (o componente
expiratório tende a estar aumentado na asma brônquica e no
enfisema, traduzindo a dificuldade de saída do ar);
Ausculta-se o murmúrio vesicular em quase todo o tórax, com
a

Murmúrio exceção apenas das regiões esternal superior, interescápulo-vertebral


an

vesicular direita e ao nível da 3° e 4° vértebras torácicas. Nestas áreas, ouve-se a


respiração broncovesicular;
va
do Mari
O murmúrio pode estar aumentado, diminuído ou inexistente;
Murmúrio vesicular diminuído: Causas prováveis: Presença de ar
(pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou tecido sólido (espessamento
pleural) na cavidade pleural; enfisema pulmonar; obstrução das vias
aéreas superiores (espasmo ou edema de glote, obstrução da
traqueia); oclusão parcial ou total dos brônquios ou bronquíolos.
Murmúrio vesicular normal: murmúrios vesiculares presentes e
audíveis em ambos os hemitórax.

Combina características do som brônquico com o murmúrio


vesicular;
A intensidade e a duração da inspiração e expiração são
semelhantes;
Som É auscultado na região esternal superior, na região
broncovesicular interescapulovertebral superior e no nível da 3° e 4° vértebras
torácicas;
Em outras regiões, a presença desse som indica condensação
pulmonar, atelectasia por compressão ou a presença de uma
cavidade, ou seja, as mesmas condições que geram o som brônquico.

@fisioconcurseiroaprovado 23
Fisioterapia Respiratória
Sons ANORMAIS (Ruídos adventícios)
Descontínuos: Representados pelos estertores, ruídos audíveis na inspiração ou expiração,
superpondo-se aos sons respiratórios normais. Podem ser crepitantes (finos) ou
subcrepitantes (grossos).
Contínuos: Representados pelos roncos, sibilos e estridor e tendem a apresentar-se ao
longo de todo ciclo respiratório.

Descontínuos;
Ocorrem no final da inspiração, têm frequência alta (agudos), e
duração curta;
Não se modificam com a tosse ou com a posição do paciente;

isioconc
Predominam mais na base pulmonar;
Estertores Finos

f
Podem ser comparados ao som produzido pelo atrito dos fios de
(crepitantes)

@
cabelo ou ao se fechar ou abrir um fecho tipo velcro;
São produzidos pela abertura sequencial das vias respiratórias
anteriormente fechadas, devido à pressão exercida pela presença de

ur
i

líquido ou exsudato no parênquima pulmonar;


Novell

Exemplos: Pneumonia, tuberculose e insuficiência cardíaca.

Descontínuos;
seiroapro
São audíveis durante o início da inspiração e durante toda a
expiração e tem frequência menor (mais graves) e maior duração
Estertores que os finos;
grossos Sofrem alteração com a tosse e com a posição do paciente;
a

(bolhosos ou Podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax;


an

subcrepitantes) Parecem ter origem na abertura e fechamento de vias aéreas


va
contendo secreção viscosa e espessa, bem como pelo
do Mari
enfraquecimento da estrutura de suporte das paredes brônquicas;
Exemplos: bronquite crônica e bronquiectasia.

Contínuos;
Sons agudos, de alta frequência, semelhante a um miado de gato;
Originam-se de vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo
gasoso quando existe um estreitamento desses ductos (redução da luz
brônquica em caso de secreção espessa, edema da parede dos
bronquíolos, espasmo da parede das pequenas vias aéreas e
Sibilos
compressão dinâmica difusa);
Pode aparecer tanto na inspiração quando na expiração
(predomina na expiração);
Habitualmente referidos pelo paciente como “chiado” ou
“chiadeira”;
Exemplos: Asma, bronquiectasia, DPOC e traqueobronquite aguda.

Contínuos;
Roncos
Sons graves, ou seja, de baixa frequência;

@fisioconcurseiroaprovado 24
Fisioterapia Respiratória
Podem ser ouvidos tanto na inspiração quanto na expiração, porém
predominam na inspiração;
Sua origem se dá pela presença de secreção espessa que adere às
paredes dos brônquios de grande calibre, reduzindo suas luzes;
Roncos Assim como os sibilos, os roncos também tem origem pelas
(continuação) vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando
existe um estreitamento desses ductos, seja por espasmo ou edema
de parede ou até mesmo secreção aderida a ela;
Exemplos: asma brônquica, bronquites, bronquiectasias e
obstruções localizadas.

isioconc
Contínuo;

f
Ocorre devido à obstrução parcial de laringe e tranqueia, é um

@
Estridor som bastante intensificado na respiração forçada;
Exemplos: Coqueluche, edema de glote ou câncer da laringe
apresentam esse tipo de som.

ur
i
Novell

seiroapro
Descontínuo
Origina-se devido a um atrito da pleura visceral com a pleura
parietal, podendo ocorrer devido à presença de um processo
inflamatório nessa região;
É um som irregular e intensificado durante a inspiração, mais
Atrito pleural audível em região axilar inferior;
O som lembra um estalido ou “som de couro”, podendo ser
a

confundido com estertores. Pode-se pedir para o paciente tossir e


an

verificar se houve mudança no som produzido. Caso não houver


va
mudança, provavelmente se trata de atrito pleural;
do Mari
Exemplo: Pleurite

Ressonância vocal (ausculta da voz)


Pedir para o paciente falar “trinta e três” e auscultar com o estetoscópio. Normalmente, são
sons incompreensíveis, isto é, não distinguem sílabas que formam as palavras, uma vez
que o parênquima pulmonar normal absorve muitos componentes sonoros.

Ocorre nas condensações pulmonares (inflamatória, neoplásica ou


pericavitária).
Ressonância Broncofonia é a auscula da voz sem nitidez;
vocal Egofonia é um tipo específico de broncofonia, em que a voz
aumentada adquire uma qualidade nasalada e metálica;
Pectorilóquia fônica é a ausculta da voz nitidamente;
Pectorilóquia afônica é a ausculta da voz mesmo se cochichada.

Ressonância
Ocorre na atelectasia, espessamento pleural e nos derrames pleurais.
vocal diminuída

@fisioconcurseiroaprovado 25
Fisioterapia Respiratória
Avaliação da Função pulmonar

Os testes de função pulmonar são utilizados para obter informações úteis e


quantificáveis sobre a taxa de fluxo de ar através das vias aéreas do indivíduo, a
capacidade pulmonar e a eficiência das trocas gasosas em relação ao tempo;
Resumindo: Esses testes avaliam o desempenho respiratório de uma pessoa.
Não é invasivo, e auxilia principalmente no diagnóstico e acompanhamento de
doenças como asma, bronquite e DPOC.

isioconc
Espirometria

@f
A espirometria é a medida de função pulmonar mais utilizada. Ela permite
medir o volume de ar inspirado e expirado e os fluxos respiratórios, sendo

ur
i
Novell

especialmente útil a análise dos dados derivados da manobra expiratória forçada.

seiroapro
A espirometria é um teste que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a
quantificação dos distúrbios ventilatórios, devendo ser parte integrante da
avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória
conhecida;
O indivíduo é instruído a inspirar e expirar até ao máximo através de um
espirômetro;
a
an

Realização do exame
va
do Mari
O indivíduo deve repousar de 5 a 10 minutos antes do teste;
O procedimento deve ser descrito cuidadosamente, com ênfase na necessidade de evitar
vazamentos em torno da peça bucal e da necessidade de inspiração máxima seguida de
expiração rápida e sustentada até que o observador ordene a interrupção;
O técnico deve demonstrar o procedimento usando um tubete;
Durante o exame o paciente deve estar na posição sentada;
O uso de clipe nasal é recomendado sempre;
A inspiração até a CPT antes da expiração forçada não deve ser muito rápida. A pausa
pós-inspiratória não deve exceder 3 segundos;
O indivíduo deve ser estimulado vigorosamente para que o esforço seja “explosivo” no
início da manobra. Durante a expiração o técnico deve observar o indivíduo e estimular
positivamente para que o esforço seja mantido pelo tempo necessário;
O procedimento é repetido pelo menos três vezes, para garantir que seus resultados
sejam consistentes.

@fisioconcurseiroaprovado 26
Fisioterapia Respiratória
Caso haja evidências de um distúrbio respiratório, o médico pode partir para uma 2°
etapa do exame, na qual administra um broncodilatador, para abrir os pulmões;
O paciente espera cerca de 15 minutos, antes de repetir todo o procedimento. Em
seguida, o médico compara os resultados das duas medições, para verificar se o
broncodilatador ajudou a aumentar o fluxo de ar.

Interpretação dos resultados


Os resultados normais para um teste de espirometria variam de pessoa para pessoa.
Eles são baseados na idade, altura e sexo;
Depois de concluir o teste, é analisado a pontuação e comparado esse valor ao valor

isioconc
previsto. O resultado é considerado normal se sua pontuação for 80% ou mais do valor
previsto;

@f
A espirometria mede principalmente os seguintes fatores :
Capacidade vital forçada expiratória (CVF): volume máximo de ar exalado com
esforço, após uma inspiração máxima;

ur
i
Novell

Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): volume de ar expirado


durante o segundo inicial da manobra da CVF;

seiroapro
Relação VEF1 / CVF: Descreve a proporção de ar exalado no 1º segundo.
Se existe obstrução nas vias aéreas, a quantidade de ar que o paciente consegue soprar
rapidamente dos pulmões será reduzida. Isso se traduz em uma menor relação VEF1 e
VEF1 / CVF.
Existem dois principais tipos de distúrbios que causam problemas com a entrada e saída
de ar dos pulmões e que o médico pode detectar com esse exame:
a

Distúrbio ventilatório obstrutivo: Quando o ar tem problemas para sair dos pulmões
an

devido à resistência das vias aéreas, causando uma diminuição do fluxo de ar;
Distúrbio ventilatório restritivo: Quando o tecido pulmonar e / ou os músculos do
va
do Mari
peito não conseguem expandir o suficiente, criando problemas com o fluxo de ar,
principalmente devido a menores volumes pulmonares.

A CPT e o VR não podem ser medidos por espirometria.

Caracterização dos distúrbios ventilatórios

Parâmetros Distúrbio obstrutivo Distúrbio restritivo

CVF Normal ou reduzida Reduzida

VEF1 Reduzido Normal ou reduzido

VEF1/CVF Reduzida Normal ou aumentada

FEF 25-75% Reduzido Normal, reduzido ou aumentado

CPT
Normal ou aumentada Reduzida
(não medido na espirometria)

@fisioconcurseiroaprovado 27
Fisioterapia Respiratória
Classificação da gravidade dos distúrbios ventilatórios obstrutivos

CVF VEF1
Classificação VEF1/CVF%
(%) (%)

Distúrbio leve 60% - LI 60% - LI 60 - LI

Distúrbio moderado 51% - 59% 41% - 59% 41% - 59%

Distúrbio grave ≤ 50% ≤ 40% ≤ 40%

isioconc
LI = Limite inferior

@f
Gráficos - para gravar

ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va
do Mari

Normal Obstrutiva Restritiva

Administração de Broncodilatador
O broncodilatador (BD - salbutamol ou fenoterol) deve ser administrado a todos os
pacientes que realizam espirometria pela primeira vez, nos casos de doença obstrutiva;
Após a administração, espera-se pelo menos 15 minutos para repetir a prova;
Após nova espirometria é feito a comparação. A resposta ao BD é usualmente avaliada
por variações do VEF1 e da CVF, sendo considerada significativa, se houver um
incremento de 12% em relação ao valor basal inicial e um aumento em valor absoluto de
200ml.

@fisioconcurseiroaprovado 28
Fisioterapia Respiratória
Pletismografia

A pletismografia é o exame mais sofisticado para avaliação da função


pulmonar, é o padrão ouro no diagnóstico de distúrbios ventilatórios, sendo
mais sofisticado que a espirometria, complementando-a;
Permite avaliar toda a capacidade pulmonar em pacientes portadores de
inúmeras doenças e em pessoas saudáveis. Além de auxiliar no diagnóstico e
monitoramento de várias doenças como Enfisema, Asma, Hipertensão Arterial
Pulmonar, Insuficiência Cardíaca Congestiva, nas doenças reumatológicas como
Artrite Reumatóide, Espondilite Anquilosante ou Lúpus Eritematoso Sistêmico;
A pletismografia é realizada em ambiente climatizado, num pletismógrafo, que

isioconc
é uma cabine totalmente fechada na qual o paciente permanece sentado durante a

@f
realização do exame, sendo orientado a “soprar” em um bocal;
Através dele, conseguimos determinar:
Os volumes pulmonares,

ur
i

A resistência e condutância das vias aéreas,


Novell

As pressões inspiratórias máximas e


A capacidade de difusão.
O exame tem duração aproximada de 30 minutos;
seiroapro
Ventilometria
a
an

A ventilometria serve para avaliar a ventilação de forma não invasiva através


va
do Mari
de um aparelho chamado ventilômetro ou respirômetro. Através dela, pode-se
verificar a capacidade vital lenta do paciente;
A capacidade vital lenta (CVL) é definida como a maior quantidade de ar que
um indivíduo pode exalar lentamente após uma inspiração máxima;
Objetivos da técnica:
Avaliar VM (volume minuto);
Avaliar FR (frequência respiratória);
Avaliar VE (volume expirado);
Avaliar CAPACIDADE VITAL LENTA;
Avaliar índice de Tobin;
Avaliar a média de VC (volume corrente) e
Avaliar o desmame da ventilação mecânica.
Paciente, preferencialmente, sentado e em posição confortável. Acoplar o
ventilômetro à boca ou cânula (TQT, TOT), e realizar os cálculos:
Cálculo de VM e FR: Solicitar uma respiração normal e tranquila por 1
minuto e, verificar através da observação direta dos movimentos torácicos
associada a utilização de um cronômetro;

@fisioconcurseiroaprovado 29
Fisioterapia Respiratória
Cálculo do VC: Utilizar a equação: VC = VM/FR;
Cálculo da CVL: Realizar uma inspiração máxima e, em seguida, expirar
lentamente através do ventilômetro, sem fazer esforço, até a capacidade
residual;
Cálculo do índice de Tobin (índice de respiração superficial): FR/VC (em
litros).
Valores de normalidade:
VC: 05 a 08 ml/kg
VM: 05 a 06 L/min
FR: 12 a 20 ipm
CVL: em média 65 a 75 mL/Kg

isioconc
Índice de Tobin: > 105 : ( não indicado ) 86% falência no desmame

f
< 85: indicado

@
ur
i

Manovacuometria
Novell

seiroapro
A manovacuometria, também conhecida como pressões respiratórias
máximas, é uma técnica utilizada para mensurar as pressões respiratórias
estáticas máximas (PImáx e PEmáx) por meio de um equipamento, denominado
manovacuômetro;
É um método não invasivo que pode ser utilizado em pacientes em ventilação
a

espontânea, intubados ou traqueostomizados;


an

A medida das pressões respiratórias máximas geradas durante o esforço de


va
inspiração e expiração (PImáx e PEmáx) contra a via aérea ocluída, representa
do Mari
um procedimento para avaliação funcional dos músculos respiratórios:
PImáx mede a força dos músculos inspiratórios (diafragma e intercostais
externos), sendo um método indicativo da capacidade ventilatória, do
desenvolvimento da insuficiência respiratória e determinante do volume
corrente (VC) e a
PEmáx mede a força dos músculos expiratórios (abdominais e intercostais
internos), sendo importante para o diagnóstico de doenças neuromusculares. A
redução da PEmáx pode aumentar o volume residual e reduzir o pico de fluxo
expiratório. Então é fundamental para a avaliação da tosse eficaz e
consequentemente da capacidade de eliminar secreções de vias aéreas.
Resumindo: Sua aplicabilidade é ampla e visa identificar alterações clínicas
como fraqueza muscular, habilidade de tossir e expectorar, auxiliar no diagnóstico
de doenças neuromusculares e progressivas, na prescrição de programas de
treinamento muscular respiratório, no desmame da ventilação mecânica e na
avaliação da responsividade às intervenções.
Para a realização do teste, são conectados ao manovacuômetro uma máscara,
um bocal ou uma conexão para traqueostomia.

@fisioconcurseiroaprovado 30
Fisioterapia Respiratória
É ideal posicionar o paciente sentado e colocar o clipe nasal;
Para avaliar a PImáx: Solicitar que o paciente realize uma expiração total
(até atingir o volume residual) e, a seguir, uma inspiração forçada através do
bocal ou máscara do aparelho;
Para avaliar a PEmáx: O paciente deve realizar uma inspiração profunda até
a capacidade pulmonar total e, em seguida, uma expiração forçada através do
manovacuômetro.
Repetir o procedimento por três vezes para mensuração do maior valor.

Existe outra Equação (2010):

isioconc
PImáx:

f
Mulheres: -0,46 x idade + 74,25

@
Homens: -1,24 x idade + 232,37
PEmáx:
Mulheres: -0,68 x idade + 119,35

ur
i

Homens: -1,26 x idade + 183,31


Novell

seiroapro
Resultado:
FRAQUEZA MUSCULAR: Pimáx: -40 a –75cmH2O
a

FADIGA MUSCULAR: Pimáx: -40cmH2O


an

FALÊNCIA MUSCULAR: Pimáx: <-20cmH2O


va
do Mari
“Peak Flow” - Pico de fluxo expiratório (PFE)

O peak-flow, também conhecido como “debitômetro” ou “pico de fluxo


expiratório”, é um instrumento que serve para medir a eficácia da função
pulmonar, indicando o quanto que as vias respiratórias estão abertas ou o quanto
está sendo difícil respirar, ou seja, ele detecta o estreitamento dessas vias;
É um aparelho pequeno, portátil e econômico, que mede o fluxo de ar ou a taxa
de fluxo expiratório máximo, sendo muito importante em pacientes asmáticos;
Permite avaliar a variabilidade da obstrução; auxilia a monitorização clínica
e detecção precoce de crises.

@fisioconcurseiroaprovado 31
Fisioterapia Respiratória
Realização do exame
Paciente sentado, com as fossas nasais ocluidas com um clipe nasal;
Pedir para o paciente inspirar profundamente e, em seguida, realizar uma expiração,
no aparelho, de forma mais rápida e forte possível (3 repetições);
O pico de fluxo expiratório máximo é mensurado em L/min;
Comparando os resultados, é selecionado o maior dos 3 e comparado ao índice normal
do Peak Flow (considera altura e sexo do paciente).

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
Fonte: Adaptado de PACK Brasil Adulto: Kit de cuidados em Atenção primária - Ferramenta de manejo
a

clínico em Atenção primária à Saúde. Florianópolis: Secretaria Municipal de Saúde, 2021.


an

va
Interpretação dos resultados
do Mari
Faixa de normalidade do pico de fluxo expiratório (PFE):
Homens: 500 - 700 litros/minuto;
Mulheres: 380 - 500 litros/minuto.

Grau de obstrução através da curva PFE:


Grave: 40% ou menor que o valor da tabela;
Moderada: 40-60% do valor da tabela;
Leve: 60% ou maior que o valor da tabela;
Ausência de obstrução: iguais ou superiores a 80% do valor da tabela.

Classificação em 3 zonas de medição de acordo com a American Lung Association:


Zona verde: 80 -100%. Indica que a asma está sob bom controle;
Zona amarela: 50 - 79%. Indica cautela. Isso pode significar que as vias respiratórias
estão se estreitando e pode ser necessária medicação adicional;
Zona vermelha: Abaixo de 50%. Indica uma emergência médica . Pode estar
ocorrendo estreitamento grave das vias aéreas e ações imediatas devem ser
tomadas. Isso geralmente envolve entrar em contato com um médico ou hospital.

@fisioconcurseiroaprovado 32
Fisioterapia Respiratória
Oximetria de pulso

A oximetria de pulso é a maneira de medir quanto oxigênio seu sangue está


transportando. E para isso, é utilizado um pequeno dispositivo chamado
oxímetro de pulso;
É um método simples, não invasivo e essencial para a monitorização dos
pacientes, principalmente os internados na UTI;
Através do oxímetro, conseguimos a mensuração da SaO2 (saturação de
oxigênio), que significa a porcentagem de oxigênio que seu sangue está
transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de transporte.
Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem estar transportando

isioconc
oxigênio;

@f
Se o nível de oxigênio está baixo em ar ambiente, pode ser solicitado oxigênio
suplementar (extra), através da oxigenoterapia. O oxímetro pode ajudar a avaliar
quanto de oxigênio é preciso para manter uma boa funcionalidade;

ur
i
Novell

Entenda como funciona


seiroapro
Um oxímetro de pulso é colocado no dedo, ou no lóbulo da orelha;
Feixes de luz do dispositivo passam através do sangue no dedo (ou lóbulo da orelha)
para mensurar o oxigênio. Esses feixes de luz são “lidos” para calcular a porcentagem do
transporte de oxigênio. Este método também proporciona a leitura da frequência cardíaca
a

(pulso);
Esta técnica permite então a estimativa da saturação do oxigênio (SaO2) através da
an

análise da absorção da luz pela hemoglobina durante sua passagem pelo leito capilar.
va
do Mari

Alvos de SpO2 de acordo com o Guideline da AARC

SpO2 para maioria dos pacientes graves 94 - 98%

SpO2 para pacientes com DPOC 88 - 92%

SpO2 para pacientes com SDRA 88 - 95%

@fisioconcurseiroaprovado 33
Fisioterapia Respiratória
Gasometria Arterial

A gasometria arterial é um exame de sangue que é coletado a partir de uma


artéria (geralmente a radial);
Seu principal objetivo é avaliar os gases presentes no sangue, como o oxigênio
e gás carbônico e identificar distúrbios ácido-base;
O aparelho de gasometria mede o pH e os gases sanguíneos sob a forma de
pressão parcial do gás (PaO2 e PaCO2);

fisioconc
Parâmetros avaliados

@
PH: Potencial hidrogeniônico de uma solução. Ele é determinado pela concentração
de íons de hidrogênio (H+) e serve para medir o grau de acidez, neutralidade ou
alcalinidade de determinada solução;

ur
i
Novell

PaO2: Pressão parcial de oxigênio. Avalia troca gasosa e oxigenação sanguínea;


PaCO2: Pressão parcial de gás carbônico. Avalia a ventilação alveolar;

seiroapro
HCO3–: Bicarbonato. Substância tampão que mantém o pH sérico;
BE: “Base excess”. Excesso de base;
SatO2: Saturação do oxigênio no sangue.
a

O nosso corpo está em constante homeostase. Quando falamos dos distúrbios ácido-base
an

estamos falando de uma homeostase de pulmão e rim.


A equação de Henderson-Hasselbalch nos ajuda a entender um pouco melhor o
equilíbrio ácido-básico:
va
do Mari
[H+] + [HCO3– ] H2CO3 CO2 + H2O
O lado esquerdo dessa equação é a parte metabólica exercida pelos rins, sendo o
HCO3– uma base, e o lado direito é a parte respiratória feita pelos pulmões, onde CO2
é um ácido.
Se o HCO3 aumenta, o pH também aumenta (relação diretamente proporcional),
tornando o meio básico. Ao contrário, se o pCO2 aumenta, o pH diminui (relação
inversamente proporcional), tornando o meio ácido.
OBS: Quanto maior a quantidade de H+ no sangue, mais ácido o meio fica, reduzindo o
PH, causando uma acidose. Ao contrário, quanto menor a quantidade de H+, mais
básico fica, aumentando o PH, gerando uma alcalose.

Mas e agora, como eu


Vem comigo
interpreto uma
e siga os
gasometria?
passos!

@fisioconcurseiroaprovado 34
Fisioterapia Respiratória
Como interpretar uma gaso?
Primeiro passo:
Devemos saber primeiramente os valores que são considerados normais. E o que significa
quando esses valores estão alterados. Segue o esquema abaixo:
Referência

Acidose PH Alcalose
< 7,35 (7,35 - 7,45) > 7,45

Hipocapnia PaCO2 Hipercapnia


< 35 (35 - 45) > 45

isioconc
Hipoxemia PaO2 Hiperoxemia
< 80

Acidose metabólica @f (80 - 100)

HCO3-
> 100

Alcalose metabólica
< 22 (22 - 26) > 26

ur
i
Novell

Perda de bases BE Ganho de bases


< -2 (-2 +2)
seiroapro
> +2
a

Segundo passo:
an

Devemos agora observar o PH, para analisar se ele está normal, diminuído ou aumentado.
Assim, se o PH estiver entre 7,35 e 7,45, está dentro da sua normalidade;
va
do Mari
Se estiver abaixo de 7,35 estamos diante de uma acidose, pois o sangue está mais
ácido, contendo uma maior quantidade de H+;
E se o PH estiver acima de 7,45, estamos diante de uma alcalose, pois o sangue está
mais básico, contendo uma menor quantidade de H+.

Terceiro passo:
Após identificar uma alteração no PH, devemos analisar se essa alteração foi causada por
um distúrbio respiratório (pulmão) ou metabólico (rim). Por isso, verificamos dois
parâmetros: O PaCO2 e o HCO3-:
PCO2: Quando existe uma alteração neste parâmetro, o distúrbio é de origem
respiratória.
1. PaCO2 : Se a PCO2 estiver maior que 45, o paciente está hipoventilando,
acumulando CO2 (hipercapnia), fazendo com que o PH reduza. Causando então uma
acidose respiratória;
2. PaCO2 : Se a PCO2 estiver menor que 35, o paciente está hiperventilando, ou seja,
eliminando muito CO2 (hipocapnia), fazendo com que o PH aumente, causando então
uma alcalose respiratória;
HCO3-: Alteração no bicarbonato, significa que o distúrbio é de origem metabólica:

@fisioconcurseiroaprovado 35
Fisioterapia Respiratória
1. HCO3- : Quando o BIC estiver maior que 26, o PH também aumenta, gerando uma
alcalose metabólica;
2. HCO3- : Quando o BIC estiver menor que 22, o PH também reduz, gerando uma
acidose metabólica.
PRESTE ATENÇÃO: Quando os dois parâmetros estão alterados, o distúrbio é misto.

Assim, conseguimos classificar os distúrbios em:

Distúrbios PH PaCO2 HCO3-

Acidose respiratória Normal

isioconc
Alcalose respiratória Normal

Acidose metabólica

@f Normal

Alcalose metabólica Normal

ur
i
Novell

Acidose mista

Alcalose mista seiroapro


a

Quarto passo:
Identificar se está ocorrendo alguma compensação
an

O nosso corpo está em constante homeostase. Sempre que algo interfere nesse equilíbrio
va
é natural que haja algum tipo de compensação. Quando falamos dos distúrbios ácido-base
do Mari
estamos falando de uma homeostase de pulmão e rim. Quando o pH sanguíneo é alterado
pela descompensação de um é natural que o organismo use o outro para compensar.
Compensações feitas pelo pulmão tendem a ser rápidas, enquanto o rim pode levar até
dias para compensar o desequilíbrio;
Quando o PH está alterado devido uma alteração do PaCO2, porém o HCO3- está
alterado também tentando modificar o PH, temos um distúrbio respiratório, tentando ser
compensando pelos rins (pela parte metabólica). Exemplo:
PH = 7,21 (acidose) PaCO2= 74 (hipercapnia) HCO3- = 37 (tentativa de aumentar o PH -
compensação metabólica). Assim, temos uma acidose respiratória tentando ser
compensada por uma alcalose metabólica.
Quando o PH encontra-se normal, porém existe alteração dos parâmetros, quer dizer
que o distúrbio já foi compensado.

Mas o que
significa cada Vem comigo
distúrbio? e entenda!

@fisioconcurseiroaprovado 36
Fisioterapia Respiratória
Distúrbios Interpretação

Existe uma dificuldade de ventilação do paciente, levando a uma


hipoventilação (redução de frequência respiratória ou de volume) e,
consequentemente, retenção do CO2 (hipercapnia) - aumentando H+ e
Acidose respiratória
reduzindo o PH.
A resposta compensatória neste caso é renal (retém HCO3 ou
excreta mais ácido), com posterior elevação do HCO3 na gasometria.

Ocorre quando a ventilação alveolar está aumentada (hiperventilação),


eliminando muito CO2 - reduzindo H+ e aumentando o PH.
Alcalose respiratória
A resposta compensatória neste caso é renal, com excreção de
HCO3, reduzindo posteriormente o PH, pela diminuição de HCO3.

fisioconc
Ocorre uma queda do HCO3 na gasometria e, consequentemente,

@
redução do pH (acidose).
Acidose metabólica
A resposta compensatória deve ser uma hiperventilação a fim de
reduzir o CO2, elevando o PH.

ur
i
Novell

Ocorre um aumento de HCO3 na gasometria e, consequentemente,

seiroapro
elevação do pH (alcalose).
Alcalose metabólica
A resposta compensatória deve ser uma hipoventilação a fim de
reter o CO2 e reduzir o PH.

Resumindo...
a

Distúrbios Compensação
an

Acidose respiratória
(PH PaCO2 )
va HCO3- (afim de o PH)
do Mari
Alcalose respiratória
(PH PaCO2 )
HCO3- (afim de o PH)

Acidose metabólica
(PH HCO3- )
PaCO2 (afim de o PH)

Alcalose metabólica
(PH HCO3- )
PaCO2 (afim de o PH)

Nossa, agora eu
entendi
gasometria!

@fisioconcurseiroaprovado 37
Fisioterapia Respiratória
Exames complementares

Os principais exames complementares, além da gasometria arterial que já


falamos em um capítulo separado são:
Hemograma e
Exames de imagem.
Vamos dar uma pincelada nos dois.

Hemograma

fisioconc
@
O hemograma completo é o exame de sangue que avalia as células que
compõem o sangue, como os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias

ur
i

(glóbulos vermelhos ou eritrócitos), e as plaquetas;


Novell

Este exame é realizado a partir de uma amostra de sangue, e após analisado,

seiroapro
pode nos mostrar possíveis alterações, podendo indicar anemia, inflamações,
infecções, e doenças;
Além de identificar possíveis doenças, o hemograma é útil para acompanhar
doenças crônicas que podem cursar com anemia, como insuficiência renal, artrite
reumatoide, insuficiência cardíaca ou doenças pulmonares, por exemplo.
a
an

Partes do hemograma Principais alterações


va
do Mari
Avalia as células vermelhas do sangue, as hemácias
(eritrócitos):
HT ou HCT (hematócrito): Porcentagem do volume
ocupado pelas hemácias no volume total de sangue. =
desidratação, policitemia e choque e = anemia, doença
Eritograma
renal, sepse, perda excessiva de sangue.
HB (hemoglobina): Um dos componentes das hemácias,
sendo responsável pelo transporte de O2. = Policitemia,
insuficiência cardíaca, doenças pulmonares e = Anemia,
desnutrição, lúpus, doença hepática...

Avalia as células brancas do sangue (leucócitos), verificando a


imunidade do paciente e como o organismo está reagindo a
situações como infecções e inflamações.
de leucócitos = Leucocitose
Leucograma
de leucócitos = Leucopenia
Aqui podemos encontrar alterações nos vários tipos de
leucócitos, como: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos, e
monócitos

@fisioconcurseiroaprovado 38
Fisioterapia Respiratória
São fragmentos de células que são muito importantes, por
serem responsáveis pelo início do processo de coagulação. Seu
valor normal vai de 150.000 a 450.000/mm3.
Plaquetograma plaquetas = Trombocitose - Podem causar coágulos e
- Plaquetas trombos sanguíneos, com risco de trombose e embolia
pulmonar.
plaquetas = Plaquetopenia - Aumenta o risco de
sangramento (hemorragia).

Exames de imagem

fisioconc
Os exames de imagem servem para auxiliar no diagnóstico médico de

@
alterações respiratórias e doenças pulmonares, além de serem utilizados também
para acompanhamento de uma doença pré-existente;
Os principais exames de imagem são: Radiografia de tórax (raio-x) e tomografia

ur
i
Novell

computadorizada de tórax (Tomo).

Radiografia de tórax
seiroapro
A Radiografia é um dos exames complementares mais utilizado, por ser simples,
rápida, e de baixo custo. Costuma ser o exame complementar de escolha para a avaliação
inicial e monitoramento de:
a

Alterações no parênquima pulmonar;


an

Avaliação de alterações ósseas;


Pesquisa de corpos estranhos;
va
do Mari
Pesquisa de derrame pleural;
Pneumotórax;
Controle de sondas ou cateteres, etc.
Na radiografia, a imagem é formada através dos feixes de raio-X que atravessam o
corpo, sendo absorvidos em diferentes quantidades e pelas diversas estruturas e órgãos, a
depender da sua densidade e composição;
Radiopacos: Parte que aparece esbranquiçada (osso, líquido);
Radiotransparente: Parte que aparece escura (ar).
O posicionamento do paciente para o exame vai depender da parte do corpo que deseja
se avaliar. Os principais tipos de incidência são: póstero-anterior (PA), anteroposterior
(AP) e de perfil.

Radiotransparente
Radiopaco

@fisioconcurseiroaprovado 39
Fisioterapia Respiratória
Principais alterações:

Opacidade homogênea,
causando redução da
transparência pulmonar;
Derrame Pleural
Apagamento (obliteração) do
seio costofrênico;
Sinal de parábola.

Áreas de hipotransparência
(opacidades), classicamente
chamadas de condensação
Pneumonia (PAC)

isioconc
pulmonar, ou consolidação;

f
Infiltrado intersticiais;

@
Broncograma aéreo.

Hipertransparência, associada

ur
i

a ausência de trama vascular,


Novell

principalmente na periferia,

seiroapro
indicando que o espaço pleural
está preenchido por ar;
Em casos graves, pode ter
desvio de traqueia para o lado
Pneumotórax
contralateral à lesão;
Pneumotórax hipertensivo:
aumento dos espaços
a

intercostais, desvio
an

contralateral do mediastino e
rebaixamento
va da cúpula

do Mari
diafragmática ipsilateral.

Aumento da densidade focal do


pulmão;
Elevação do diafragma;
Deslocamento homolateral do
Atelectasia mediastino (traqueia, coração);
Deslocamento homolateral do
hilo pulmonar;
Aproximação dos arcos
costais.

Opacidades peri-hilares, com


linhas septais com aspecto de
“névoa”, podendo dar o
Congestão pulmonar
característico aspecto de “asas
(edema pulmonar)
de morcego”;
Congestão pulmonar;
Aumento da área cardíaca.

@fisioconcurseiroaprovado 40
Fisioterapia Respiratória
Presença de cavitações;
Alargamento mediastinal e
aumento dos hilos pulmonares;
Infiltrado retículo-nodular
Tuberculose
difuso;
Consolidações e áreas de
escavação;
Padrão miliar.

isioconc
Sinais radiológicos mais encontrados

Sinal do
broncograma @f
Opacidades alveolares, associadas a brônquios fisiológicos pérvios,
com conteúdo aéreo. Geralmente é associado com uma
consolidação.
aéreo

ur
i

Costuma aparecer na pneumonia, no edema pulmonar e em tumores.


Novell

seiroapro
Há uma formação de um S invertido, uma porção côncava e uma
convexa. Comumente, é associado com uma atelectasia.
Normalmente, vemos esse padrão em tumores do lobo superior do
Sinal do S de
pulmão. O sinal demonstra uma massa peri-hilar comprimindo
Golden
brônquios do lobo superior, formando a porção côncava da opacidade
(aspecto de S invertido) e a porção convexa representa a atelectasia
pós-obstrutiva entrando em colapso.
a
an

Indica perda da definição da borda ou margem de uma estrutura


(“perda da silhueta”). Essas lesões estão associadas a consolidações
Sinal da va
ou massas. Diversos achados podem gerar apagamento da silhueta,
silhueta
do Mari
como na pneumonia, no derrame pleural (lobos inferiores), nas
neoplasias, entre outros.

Opacidades alveolares distribuídas ao redor dos hilos pulmonares,


Sinal da asa de
simetricamente. É frequentemente associado ao edema pulmonar
borboleta
cardiogênico e fibrose pulmonar.

Também conhecido como sinal da opacidade retrocardíaca. Aparece


como uma opacidade triangular ou em forma de cunha no espaço
Sinal da retrocardíaco do tórax na radiografia. Essa opacidade é formada pela
corcova de presença de um coágulo que bloqueia parcialmente o fluxo sanguíneo
Hampton em uma artéria pulmonar.
Pode ser um indicativo de embolia pulmonar e pode ajudar no
diagnóstico precoce dessa condição potencialmente grave.

Opacidade linear curva e fina, que se estende desde a região


Sinal da “vela” periférica dos pulmões até o hilo pulmonar. Essa aparência lembra a
ou do barco à vela de um barco, daí o nome do sinal. Esse sinal está associado à
vela doença pulmonar intersticial, mais especificamente à fibrose
pulmonar idiopática (FPI).

@fisioconcurseiroaprovado 41
Fisioterapia Respiratória
Tomografia computadorizada de tórax
Tomografia de tórax ou TC de tórax é um exame de diagnóstico por imagem, como um
raio-x, porém com múltiplos detectores para melhor visualizar a parte interna do corpo.
Avalia órgãos internos, ossos, partes moles e vasos, com detalhamento muito maior que
um raio-x tradicional;
A tomo de tórax pode demonstrar as seguintes doenças pulmonares:
Tumores de pulmão;
Pneumonia;
Tuberculose;
Bronquiectasias e fibrose cística;
Inflamações e doenças da pleura;

isioconc
Doenças pulmonares intersticiais e fibrose pulmonar;

f
Alterações congênitas (de nascimento).

@
Entre outras.
A angiotomografia do tórax (AngioTC do tórax) é feita com o uso do contraste iodado
para avaliar os vasos (artérias ou veias), sendo indicada nas seguintes situações:

ur
i

Tumores primários do tórax (mama, pulmão e linfoma);


Novell

Doenças pleurais (empiema, derrame pleural e tumor);


Investigação de hemoptise (sangramento);
Vasculites e Granulomatoses e
Suspeita de Tromboembolismo Pulmonar (TEP).
seiroapro
a
an

Testes e escalas funcionais


va
do Mari
Escala de Borg modificada

A EBM é uma escala que vai de 0 à 10


pontos e que ajuda a compreender a
intensidade/gravidade da falta de
ar/cansaço no exercício, ou seja, ela
classifica de forma subjetiva a percepção
de esforço sentida pelo paciente;
Durante a sua aplicação, a escala deve
ser apresentada ao paciente, e explicado
todos os níveis possíveis;
Deve ser aplicada no início, durante e
no final do exercício;
Obs.: Existe também a escala de Borg
original que vai de 6 à 20 pontos.

@fisioconcurseiroaprovado 42
Fisioterapia Respiratória
Teste de caminhada de 6 minutos (TC6)

O TC6 foi desenvolvido pela American Thoracic Society e foi introduzido


oficialmente em 2002, com o objetivo de avaliar a capacidade funcional,
monitorar a efetividade de tratamentos diversos e estabelecer o prognóstico de
pacientes com doenças cardiorrespiratórias;
É um teste prático que avalia o nível submáximo da capacidade física, no qual
o indivíduo escolhe sua própria intensidade de exercício;
O teste é realizado em um corredor de 30 metros;
Os dados vitais como pressão arterial sistêmica (PAS), frequência cardíaca
(FC), frequência respiratória (FR), sensação subjetiva do esforço (escala de Borg) e

isioconc
SpO2 são aferidos antes e depois do teste. A altura, peso corporal e calculo do

@f
Índice de Massa Corpórea (IMC), deverá ser comparado com os valores de
referência por idade. Esses itens deverão ser anotados em uma ficha do TC6;
É utilizado um cronômetro durante o teste;

ur
i
Novell

O paciente deverá caminhar de um extremo ao outro da pista, com a maior


velocidade possível, sem correr, durante seis minutos. O mesmo será orientado a
seiroapro
interromper o teste caso sinta dores nos membros inferiores, palpitações, ou
qualquer desconforto que o impeça de continuar;
O paciente poderá ser incentivado por frases de efeito (como, por exemplo,
“você está indo muito bem”) e será informado acerca do tempo restante para
terminar o teste (“faltam apenas 2 minutos”);
a

Ao completar os 6 minutos, o paciente tem que parar onde estiver, o avaliador


an

levará a cadeira para ele sentar e imediatamente serão aferidas as mesmas


va
variáveis pré-teste. O avaliador calculará e registrará a distância percorrida pelo
paciente; do Mari
Em caso de paciente em oxigenoterapia o teste deve ser realizado com o
mesmo fluxo de O2;
O teste poderá ser realizado duas vezes, com intervalo entre eles de no mínimo
30 min (relatar a melhor medida da distância total percorrida - DTC6);
Contraindicações para o teste: Infarto do miocárdio recente ou angina instável
são contra- indicações absolutas e hipertensão arterial (sistólica > 180, diastólica
> 100) e taquicardia > 120 são contra- indicações relativas.

Fal
tam
min só 2
uto
s

30m

@fisioconcurseiroaprovado 43
Fisioterapia Respiratória
Timed up and go (TUG)

O TUG é um teste simples e um excelente instrumento de avaliação das


habilidades básicas para mobilidade independente;
O examinador utiliza um cronômetro digital, e registra o tempo em segundos
gasto pelo paciente para se levantar de uma cadeira com braços, percorrer 3
metros em linha reta, dar meia volta e se sentar novamente na cadeira;
Esse tempo é então cronometrado e pode predizer o risco de quedas do
paciente;
Quanto menor o tempo utilizado, melhor é o desempenho no teste;
Recomenda-se utilizar como valor de corte para risco de quedas 12,47

isioconc
segundos, o qual parece ser um melhor preditivo na população Brasileira;

@f
Os Guidelines do National Institute of Clinical Evidence (RAWLINS, CULYER,
2004) indica a avaliação em 4 categorias:
1. Até 10 segundos – Desempenho normal para adultos saudáveis. Baixo risco

ur
i

de quedas;
Novell

2. Entre 11 e 20 segundos – Normal para idosos frágeis ou com debilidade,


seiroapro
mas que se mantêm independentes na maioria das atividades de vida diária.
Baixo risco de quedas;
3. Entre 21 e 29 segundos – Avaliação funcional obrigatória. Indicado
abordagem específica para a prevenção de queda. Risco de quedas moderado;
4. Maior ou igual a 30 segundos – Avaliação funcional obrigatória. Indicado
a

abordagem específica para a prevenção de queda. Alto risco para quedas.


an

va
do Mari

Teste de sentar e levantar

O Teste de Sentar-Levantar Cinco Vezes (TSLCV) foi desenvolvido para


avaliação da força muscular de membros inferiores. Porém, também pode ser
usado para avaliar a transferência de sentar e levantar, equilíbrio, mobilidade
funcional e é um teste preditor de risco de quedas;
Consiste em o paciente sentar e levantar 5 vezes da cadeira o mais rápido que
conseguir sem apoiar os braços. A pontuação se dá pelo tempo que o paciente
leva para completar as 5 repetições;
Quanto menos tempo o paciente levar, melhor é o resultado do teste.

@fisioconcurseiroaprovado 44
Fisioterapia Respiratória
Pontuação:
> 16 segundos para pacientes com Doença de Parkinson;
> 12 segundos para pacientes com AVC;
> 10 segundos para pacientes jovens com distúrbios vestibulares;
> 15 segundos para pacientes idosos com distúrbios vestibulares.
Dados normativos para idosos:
Entre 60 - 69 anos: tempo de 11,4 segundos;
Entre 70 - 79 anos: tempo de 12,6 segundos;
Entre 80 - 89 anos: tempo de 14,8 segundos.

isioconc
Medical Research Council (MRC)

@f
O MRC é um instrumento efetivo na avaliação de força muscular periférica em
pacientes críticos;

ur
i
Novell

Seu escore utiliza valores que variam de 0 (ausência de contração) a 5 (força

seiroapro
muscular normal);
A medida é realizada através da avaliação bilateral de 3 movimentos de
membros superiores (abdução de ombro, flexão de cotovelo e extensão de punho)
e 3 movimentos de membros inferiores (flexão de quadril, extensão de joelho e
dorsiflexão de tornozelo), sendo o escore total de 0 a 60 pontos;
O escore do MRC pode sugerir a presença de fraqueza muscular quando o
a

MRC for menor que 48.


an

va
do Mari
Escore do Medical Research Council (MRC)

Movimentos avaliados Grau de força muscular

Abdução de ombro 0 Nenhuma contração visível

Flexão de cotovelo 1 Contração visível sem movimento do segmento

Extensão de punho 2 Movimento ativo com eliminação da gravidade

Flexão de quadril 3 Movimento ativo contra a gravidade

Extensão de joelho 4 Movimento ativo contra a gravidade e resistência

Dorsiflexão de tornozelo 5 Força normal (contra resistência máxima)

@fisioconcurseiroaprovado 45
Fisioterapia Respiratória
Escala de Mobilidade de UTI (EMU) ou ICU Mobility Scale (IMS)

A Escala de Mobilidade de UTI (EMU) ou Intensive Mobility Scale (IMS) é uma


escala que tem uma pontuação entre 0 e 10 em um único domínio, sendo que a
pontuação 0 indica baixa mobilidade (paciente realiza apenas exercícios passivos
no leito) e a pontuação 10 indica uma alta mobilidade (deambulação
independente)

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va
do Mari

Anotações

@fisioconcurseiroaprovado 46
Fisioterapia Respiratória
Escala de Estado Funcional em UTI
(FSS-ICU - Functional Status Score for the ICU)

A FSS-ICU avalia a função física e foi especialmente desenvolvida para


pacientes na UTI;
Esta ferramenta envolve cinco tarefas funcionais:
Rolamento;
Transferir-se da posição supina para sentada;
Transferir-se da posição sentada para em pé;
Sentar-se à beira do leito e

isioconc
Caminhar.

f
Cada uma das tarefas é avaliada com uso de uma escala ordinal de 8 pontos que

@
varia de zero (totalmente incapaz de realizar) até 7 (independência completa), com
escore máximo 35, onde quanto mais elevado, maior integridade física e
independência.

ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va
do Mari
No
qu ssa, l
er eg
sob ia en al! M
t
sis re as ende as eu
tem d r
a r oenç agora
esp a
ira s do
tór
io..
.
Então vem comigo!

@fisioconcurseiroaprovado 47
Fisioterapia Respiratória
Fisiopatologia aplicada a pneumologia
no adulto

Vamos fazer um resumo das principais doenças que acometem o sistema


respiratório do adulto;
E antes disso, devemos saber diferenciar as doenças obstrutivas das
restritivas.

Doenças Obstrutivas X Doenças restritivas

isioconc
As doenças pulmonares são divididas em obstrutivas e restritivas baseadas no

f
padrão de espirometria e de sintomatologia.

@
Obstrutivas Restritivas

ur
i
Novell

Caracterizadas por uma Caracterizadas por condições pulmonares crônicas que


obstrução nas vias aéreas, com
uma expiração mais lenta e
superficial. A obstrução pode
seiroapro
limitam a capacidade dos pulmões de se expandir durante
a inspiração, limitando a quantidade de ar inalado,
diminuindo a capacidade pulmonar total (CPT) ou volume,
ocorrer quando a inflamação e o por isso a taxa de respiração de uma pessoa aumenta para
inchaço fazem com que as vias atender às suas demandas de oxigênio;
aéreas se tornem estreitas ou Aqui temos uma diminuição da complacência estática,
a

bloqueadas, dificultando a um aumento das forças elásticas pulmonares, e uma


expulsão do ar dos pulmões; restrição da expansão pulmonar na inspiração, reduzindo a
an

Isso resulta em um aumento do CPT;


volume residual (VR), levando aova O volume residual (VR) com frequência, também está
aprisionamento de ar e à
hiperinsuflação dos pulmões;
do Mari
reduzido nas pneumopatias restritivas, porém, numa
proporção menor do que a redução da CPT;
Aqui temos um aumento da A CV se reduz por diminuição da CPT;
complacência pulmonar estática, Exemplos:
perda das forças elásticas Pneumonia;
pulmonares, e a capacidade vital Tuberculose;
(CV) pode ter valor normal, mas, Sarcoidose;
frequentemente, está diminuída por Fibrose pulmonar idiopática;
aumento do VR; Doença pulmonar intersticial;
Exemplos: Câncer de pulmão;
Enfisema; Artrite reumatóide;
Bronquite Crônica; Síndrome de angústia respiratória aguda (SARA-SDRA);
Asma; Lúpus sistêmico
Bronquiectasia. As doenças restritivas podem também ocorrer por
Obs.: Enfisema + bronquite condições relacionadas a deformidades da caixa torácica
crônica = DPOC (causas extrínsecas), como por exemplo a cifoescoliose, à
doenças pleurais (como fibrose e espessamento) e fraqueza
dos músculos respiratórios (que podemos encontrar em
várias doenças neuromusculares). Além de insuficiência
cardíaca.

@fisioconcurseiroaprovado 48
Fisioterapia Respiratória
1. Doenças da pleura

Derrame Pleural

Derrame pleural é definido como acúmulo de líquido no espaço pleural;


Esse líquido se acumula quando ocorre um desbalanço na sua produção e
absorção;
É uma condição que não constitui uma doença em si, mas está associado a
diversas enfermidades;
Os sinais clínicos fornecem informações relevantes. Esses sinais incluem

isioconc
redução da expansão pulmonar no lado afetado, ausência de murmúrio vesicular

f
e macicez à percussão;

@
O diagnóstico é realizado por meio de radiografia.

ur
i

Principais causas Classificação


Novell

Insuficiência cardíaca;
Pneumonia;
seiroapro
Exsudatos: Rico em proteínas, debris
celular e leucócitos. Ocorrem em
neoplasias e infecções;
Neoplasias (principalmente em idosos); Transudatos: Pobre em proteínas. É
Tuberculose (geralmente é unilateral e uma complicação da insuficiência
em indivíduo jovem). cardíaca grave e outros estados
a

congestivos.
an

va
Tipos do Mari Quadro clínico
A tríade clássica do derrame pleural é
Empiema (piotórax): Presença de pús composta por:
Hemotórax: Presença de sangue Tosse seca;
Quilotorax: Presença de linfa Dor torácica e
Dispneia

Exame físico
Inspeção: Abaulamentos, desvio contralateral do mediastino e alargamento dos
espaços intercostais;
Palpação: Redução do frêmito torácico-vocal;
Percussão: Macicez;
Ausculta pulmonar: Murmúrio vesicular se encontra reduzido à ausculta. Pode haver
sopro pleurítico.

@fisioconcurseiroaprovado 49
Fisioterapia Respiratória
Diagnóstico
É baseado em exames de imagem, a fim de caracterizar a extensão do derrame pleural, e
também na determinação da causa que pode ser feita através da toracocentese.
Na radiografia de tórax, é observado uma opacidade do hemitórax acometido e o sinal do
menisco. A tomografia computadorizada pode ser útil em alguns casos.
Para a determinação da causa do derrame pleural, é fundamental verificar se trata-se de
um exsudato ou transudato.

Tratamento
O tratamento vai depender da causa base (procurar o que causou o derrame pleural);

isioconc
O exame de escolha para retirada do líquido é a Toracocentese de alívio (também

f
pode ser diagnóstica);

@
Medicações para aliviar a dor também podem ser administradas, além de fisioterapia
respiratória e posicionamento.

ur
i
Novell

seiroapro
a
an

Pneumotórax
va
do Mari
O pneumotórax é definido como a presença de ar no espaço pleural;
O ar pode entrar nesse espaço devido a uma lesão pulmonar que causa uma
ruptura na pleura visceral, levando à saída de ar para a cavidade pleural. Também
pode ocorrer por meio de uma ruptura na parede torácica, seja por trauma ou por
outros motivos, sendo chamado de pneumotórax aberto;

Classificação Ar no espaço
pleural

Espontâneo (primário e secundário): É a forma mais comum.


O primário é causado pela ruptura das bolhas apicais da
superfície pulmonar (subpleurais - blebs), já o secundário ocorre
como complicação de doença pulmonar conhecida, como
enfisema bolhoso, asma, ou rolha de secreção em paciente com
doença pulmonar obstrutiva crônica.
Adquirido (traumático): Surge decorrente de traumas abertos
ou fechados, podendo ser ocasionado também por um
procedimento intervencionista (trauma fechado, toracocentese,
punção de veias centrais...). Pulmão
colapsado

@fisioconcurseiroaprovado 50
Fisioterapia Respiratória
O tabagismo aumenta muito os riscos de aparecimento de pneumotórax
espontâneo primário.

Quadro clínico
Os achados clínicos do pneumotórax espontâneo costumam se iniciar de maneira súbita e
com o paciente em repouso:
Dor torácica: De forte intensidade, localizada no hemitórax acometido e do tipo
pleurítica, portanto, piora à inspiração e tosse.
Dispneia: De variada intensidade, de acordo com o tamanho do pneumotórax, com a
velocidade do acúmulo do ar, com o grau de colapso pulmonar e com a reserva
cardiopulmonar do paciente.
No pneumotórax secundário, os sintomas costumam ser mais intensos. A maioria

isioconc
apresenta :
Dispneia;
Pode apresentar cianose e
Hipotensão @f
ur
Os principais sinais e sintomas de pneumotórax hipertensivo incluem:
i
Novell

Ansiedade, agitação, confusão, rebaixamento do nível de consciência, FC acima de

seiroapro
120bpm, extremidades frias com tempo de reenchimento capilar prolongado,
turgência venosa jugular, e hipotensão.

O pneumotórax hipertensivo é uma condição potencialmente fatal. Na maioria dos


casos é causado por trauma e é mais grave quando ocorre no hemitórax direito. É
caracterizado pelo acúmulo de ar no espaço pleural sob pressão, comprimindo os
a

pulmões e diminuindo o retorno venoso para o coração.


an

va Exame físico
do Mari
Pneumotórax espontâneo primário:
Diminuição ou abolição do murmúrio vesicular e do frêmito tóraco-vocal.
Expansibilidade torácica diminuída no hemitórax acometido, com timpanismo à
percussão.
Nos casos de pneumotórax secundário o exame físico perde parte de sua utilidade pois os
achados já estão usualmente presentes, sendo difícil estabelecer uma suspeita clínica
com base nos mesmos.

Diagnóstico Tratamento
O diagnóstico é baseado na história e
exame físico, e confirmado com a O tratamento do pneumotórax é muito
utilização de métodos de imagem. variado e depende de vários fatores.
A radiografia do tórax mostra a presença Podem ser tomadas condutas desde
de faixa de ar entre a parede torácica e/ou tratamentos mais conservadores, como a
diafragma e a pleura visceral. A observação domiciliar, uso de medicação
tomografia computadorizada de tórax para dor e conforto, até a toracotomia
pode ser útil em situações clínicas com ressecção pulmonar e pleurectomia.
especiais.

@fisioconcurseiroaprovado 51
Fisioterapia Respiratória
2. Doenças do Parênquima Pulmonar

Sarcoidose

A sarcoidose é uma doença caracterizada pelo crescimento anormal de


pequenos aglomerados de células inflamatórias (granulomas) em qualquer parte
do corpo, o que provoca a inflamação dos órgãos afetados, podendo inclusive
afetar a sua função. Embora possa afetar várias partes do corpo, os pulmões e os
gânglios intratorácicos são os locais mais comuns;
A causa da sarcoidose é desconhecida, no entanto, acredita-se que esta
patologia se comporta como uma doença autoimune;

isioconc
O diagnóstico da sarcoidose é feito por exclusão, após descartar outras causas

@f
de doença granulomatosa. A decisão de iniciar o tratamento com corticosteroide
depende dos sintomas, comprometimento funcional, envolvimento de órgãos
importantes e progressão da doença.

ur
i
Novell

Quadro clínico
seiroapro
Os sintomas podem variar dependendo do perfil genético do paciente, sua etnia e a
gravidade da doença. Alguns pacientes apresentam uma síndrome clínica característica
chamada síndrome de Löfgren, que inclui:
Adenopatias hilares bilaterais;
Eritema nodoso;
Febre e
a

Artralgia.
an

No entanto, aproximadamente metade dos pacientes são assintomáticos ou têm


va
sintomas leves no momento do diagnóstico;
do Mari
Sintomas torácicos, como tosse e dispneia, são comuns, assim como sintomas
inespecíficos, como febre, perda de peso e fadiga. Além disso, podem ocorrer lesões
cutâneas, adenopatias superficiais, alterações oculares, hepatomegalia e
esplenomegalia em alguns casos.

Complicações
Em muitos casos, a doença aparece por um breve período e desaparece, porém, em
algumas pessoas, ela pode ser crônica, podendo gerar consequências graves:
Pulmões: Se não tratada pode gerar cicatrizes permanentes (fibrose pulmonar),
dificultando a respiração, podendo também provocar hipertensão pulmonar;
Olhos: A inflamação pode afetar praticamente qualquer parte do olho e pode causar
danos à retina, podendo também, eventualmente, causar cegueira;
Rins: Pode levar ao surgimento de pedras nos rins e deteriorar a função renal;
Coração: A sarcoidose cardíaca resulta em granulomas no coração que podem
interromper o ritmo cardíaco, fluxo sanguíneo e função cardiovascular normal. Em
casos raros, a doença pode ser fatal;
Sistema nervoso: A possível inflamação nos nervos faciais, por exemplo, pode
causar paralisia facial, entre outros problemas.

@fisioconcurseiroaprovado 52
Fisioterapia Respiratória
Tratamento
Não existe cura definitiva para a sarcoidose;
O prognóstico da doença é bastante variável. Muitos casos são leves e desaparecem
naturalmente. Para algumas pessoas, a doença piora lentamente com o tempo,
causando danos irreversíveis nos órgãos;
É muito importante que o diagnóstico seja feito rápido, para instituir um tratamento
adequado com o objetivo de retardar ou evitar a progressão da doença;
No tratamento pode ser utilizado medicações a depender do quadro clínico do
paciente, reabilitação pulmonar e fisioterapia.

3. Doenças Infecciosas

fisioconc
@ Pneumonia

ur
i

A pneumonia é caracteriza por um processo infeccioso do parênquima


Novell

pulmonar ao nível das vias aéreas inferiores, causado pela invasão de agentes
microbiológicos nos espaços aéreos;
Pode ser classificada de acordo com o local de surgimento:
seiroapro
Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) – O indivíduo é acometido fora
do ambiente hospitalar ou com surgimento do quadro nas primeiras 48 horas
de admissão;
a

Pneumonia nosocomial (Pneumonia Adquirida no Hospital) – Quando a


an

infecção ocorre no ambiente hospitalar, ou seja, após as 48 horas da admissão.


Além disso, pode ser classificada de acordo com sua etiologia:
va
do Mari
Viral: Predomina nos primeiros anos de vida. Os vírus de maior acometimento
são, respectivamente: Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Influenza,
Parainfluenza, Adenovírus e Rinovírus;
Bacteriana: Predomina a partir do final do período pré-escolar. As bactérias
de maiores acometimento são, respectivamente: Streptococcus pneumoniae
ou pneumococo, Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus.

Fisiopatologia
A infecção do parênquima pulmonar por bactérias ou vírus podem ser transmitidos
de pessoa para pessoa, através de gotículas ou por outros mecanismos como a
microaspiração, disseminação hematogênica de foco infeccioso ou macroaspiração;
Quando os pulmões são expostos a microrganismos que conseguem alcançar o trato
respiratório inferior, o próprio organismo ativa mecanismos imunológicos para
expulsar esses patógenos. O desenvolvimento da pneumonia acontece quando há o
desenvolvimento e a colonização desses microrganismos nas vias aéreas inferiores, a
nível alveolar, ativando os mecanismos de defesa do hospedeiro, que levam a uma
inflamação e ao consequente dano do parênquima pulmonar.

@fisioconcurseiroaprovado 53
Fisioterapia Respiratória
Quadro clínico
As manifestações típicas são o aparecimento agudo ou subagudo de:
Febre;
Taquicardia;
Calafrios e/ou sudorese;
Tosse, que pode ser seca ou produtiva com escarro variável;
Dor torácica e
Dispneia.
Alguns pacientes podem apresentar sintomas gastrointestinais, como náuseas,
vômitos e diarreia. Pode ocorrer também, fadiga, cefaleia, mialgias e artralgias.

Exame físico
fisioconc Diagnóstico

@
Uso de musculatura acessória;
O diagnóstico é clinico e embasado em
uma tríade composta por: anamnese,

ur
Aumento da frequência respiratória
i

quadro clínico e exame de imagem


Novell

(taquipneia);
sugestivo, onde geralmente utiliza-se a
Frêmito toracovocal aumentado;
Macicez ou submacicez durante a
percussão do tórax;
seiroapro
radiografia de tórax.
Os pacientes apresentam infiltrados
intersticiais, e sinais de consolidação
Ausculta: Presença de estertores,
lobar (opacidades).
sopros brônquicos e, ás vezes, atrito
Exames de sangue também podem
pleural.
auxiliar.
a
an

va Tratamento
do Mari
Sem conhecimento da etiologia da pneumonia antes do tratamento, o esquema
terapêutico inicial é empírico para cobrir os patógenos mais prováveis;
Dependendo do quadro do paciente e gravidade, pode ser necessário uso de
oxigenoterapia, ventilação mecânica (nos casos que evolui para insuficiência
respiratória), aspiração de vias aéreas e fisioterapia respiratória.

Tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria


Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença
afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar), embora possa acometer
outros órgãos e/ou sistemas. A forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos que
não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV,
especialmente aquelas com comprometimento imunológico;
Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose continua sendo um
importante problema de saúde pública.

@fisioconcurseiroaprovado 54
Fisioterapia Respiratória
Transmissão
A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória, pela eliminação de
aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa
(pulmonar ou laríngea), sem tratamento e a inalação de aerossóis por um indivíduo
suscetível;
Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente, e em
geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido.

Quadro clínico Diagnóstico


Para o diagnóstico laboratorial da tuberculose

isioconc
Tosse (3 semanas ou podem ser utilizados os seguintes exames:

f
mais); Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB)

@
Febre vespertina; ou baciloscopia;
Sudorese noturna; Cultura;
Emagrecimento; Teste de Sensibilidade aos fármacos.

ur
i

Perda do apetite, Além do diagnóstico laboratorial, a avaliação clínica


Novell

Cansaço crônico e é muito importante e a realização da radiografia do


Desânimo.
esse diagnóstico. seiroapro
tórax é indicada como um método complementar para

Tratamento
a

O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está


disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). São utilizados quatro medicamentos para
an

o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina,


va
isoniazida, pirazinamida e etambutol. A tuberculose tem cura quando o tratamento é
do Mari
feito de forma adequada, até o final;
Vacinação com BCG: A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no SUS,
protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a
tuberculose meníngea.

4. Doenças Obstrutivas

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

A DPOC é a terceira causa mais comum de morte no mundo;


O GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease) define DPOC
como:
"A DPOC é uma doença pulmonar heterogênea caracterizada por sintomas
(dispneia, tosse, produção de expectoração e/ou exacerbações) devido a anomalias
das vias respiratórias (bronquite, bronquiolite) e/ou alvéolos (enfisema) que
causam obstrução persistente e muitas vezes progressiva do fluxo aéreo.

@fisioconcurseiroaprovado 55
Fisioterapia Respiratória
Obs.: Essa definição da GOLD contém duas diferenças de DPOC e asma:
1. Obstrução persistente do fluxo aéreo (na asma a obstrução é variável);
2. Anormalidades alveolares (na asma as alterações tendem a se restringir a via
aérea).

Causas e fatores de risco


A DPOC resulta de interações que ocorrem ao longo da vida de um indivíduo, que
podem danificar os pulmões e/ou alterar seus processos normais de
desenvolvimento/envelhecimento;
As principais exposições ambientais que levam à DPOC são o tabagismo e a
inalação de partículas tóxicas e gases provenientes da poluição atmosférica doméstica

isioconc
e exterior, porém, outros fatores ambientais e do próprio paciente também podem
contribuir;

@f
O fator de risco genético mais relevante para a DPOC é a deficiência de α1-
antitripsina, porém, existem outras variantes genéticas que associadas à redução da

ur
i

função pulmonar também se tornam um fator risco para o desenvolvimento da doença.


Novell

Quadro clínico
Pacientes com DPOC podem apresentar:
seiroapro
Dispneia;
Sibilos (chiado no peito);
Aperto no peito;
a

Fadiga;
Limitação de atividades e
an

Tosse, com ou sem produção de expectoração.


va
Além disso, podem apresentar eventos agudos caracterizados por aumento dos
do Mari
sintomas respiratórios, chamados exacerbações, que influenciam no seu estado de
saúde e prognóstico, e requerem ações preventivas e medidas terapêuticas.

Fisiopatologia
A exposição inalatória crônica provoca uma resposta inflamatória nas vias
respiratórias e nos alvéolos, causando estreitamento e obstrução das vias
respiratórias, além de hipersecreção de muco, espasmo brônquico, fibrose
peribrônquica e destruição das pequenas vias respiratórias. A maior resistência das
vias respiratórias aumenta o trabalho respiratório. A força expiratória depende, em
grande parte, da elasticidade pulmonar, que está diminuída na DPOC. Trata-se do
fenômeno do aprisionamento de ar (hiperinsuflação), que promove um aumento do
volume residual, da capacidade residual funcional e da capacidade pulmonar total. Este
aprisionamento ocorre por causa da degradação da elastina alveolar por proteases. A
elastina é um componente responsável por resistir à insuflação, auxiliando o esforço
expiratório. Os espaços alveolares dilatados às vezes se fundem em bolhas, definidas
como espaços aéreos ≥ 1 cm de diâmetro. As bolhas podem estar totalmente vazias ou
ter filamentos de tecido pulmonar que as atravessam em áreas de enfisema localmente
e, ocasionalmente, ocupam todo o hemitórax.

@fisioconcurseiroaprovado 56
Fisioterapia Respiratória

Bronquite crônica: Inflamação dos brônquios pulmonares que persiste


por mais de 3 meses;
Enfisema: Destruição das paredes alveolares, diminuindo a área de troca
gasosa.

Diagnóstico
A presença de limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível (VEF1/CVF < 0,7
pós-broncodilatação) medida por espirometria confirma o diagnóstico de DPOC;
Alguns indivíduos podem apresentar lesões pulmonares estruturais (Enfisema) e/ou

isioconc
anormalidades fisiológicas (incluindo VEF1 baixo-normal, aprisionamento de gases,

@f
hiperinsuflação, capacidade de difusão pulmonar reduzida e/ou declínio rápido do
VEF1) sem obstrução do fluxo aéreo (VEF1/CVF ≥ 0,7 após broncodilatação). Esses
indivíduos são classificados como ‘Pré-DPOC’, correndo o risco de desenvolverem

ur
i

obstrução do fluxo aéreo ao longo do tempo, mas nem todos o fazem.


Novell

Classificação seiroapro
De acordo com GOLD 2023, podemos classificar a DPOC da seguinte forma:

1° Categorizar de acordo com a limitação do fluxo aéreo em estágios:


a
an

GOLD 1 Leve VEF1 ≥ 80% do predito


va
GOLD 2 Moderada
do Mari 50% ≤ VEF1 < 80% do predito

GOLD 3 Grave 30% ≤ VEF1 < 50% do predito

GOLD 4 Muito grave VEF1 < 30% do predito

2° Categorizar de acordo com sintomas atuais e gravidade das exacerbações:

Alto risco
≥ 2 exacerbações moderadas ou ≥ 1 hospitalização E
no último ano

Baixo risco
0 ou 1 exacerbação moderada, sem internação A B
hospitalar no último ano

mMRC: Questionário modificado de dispneia do Medical Research


Pouco sintomático Muito sintomático
Council
CAT: Teste de Avaliação da DPOC (COPD Assessment Test)
mMRC ≤ 1 ou CAT < 10 mMRC ≥ 2 ou CAT ≥ 10

@fisioconcurseiroaprovado 57
Fisioterapia Respiratória
Fenótipos
Enfisematoso Bronquítico

fisioconc
@
ur
i

“ PINK PUFFER” “ BLUE BLOATER”


Novell

Soprador rosado Azul inchado

seiroapro
Tratamento
No manejo da DPOC deve-se aliviar os sintomas, prevenir ou retardar a evolução
da doença, e tratar exacerbações e as eventuais complicações.
a

Os principais meios de tratamento são:


an

Para de fumar;
Uso de broncodilatadores;
va
do Mari
VNI (Ventilação não invasiva);
Fisioterapia.

Asma

A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por


hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo
aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se
clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e
tosse, principalmente à noite e pela manhã ao despertar;
Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental a alérgenos e
irritantes, e outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e
manutenção dos sintomas;
É uma das doenças crônicas mais comuns que afeta tanto crianças quanto
adultos, sendo um problema mundial de saúde e acometendo cerca de 300
milhões de pessoas;

@fisioconcurseiroaprovado 58
Fisioterapia Respiratória
Fisiopatologia
A principal característica fisiopatogênica da asma é a inflamação brônquica,
resultante de um amplo e complexo espectro de interações entre células inflamatórias,
mediadores e células estruturais das vias aéreas;
A resposta inflamatória alérgica é iniciada pela interação de alérgenos ambientais
com algumas células que têm como função apresentá-los ao sistema imunológico,
produzindo então citocinas responsáveis pelo início e manutenção do processo
inflamatório;
Vários mediadores inflamatórios são liberados, e através deles, as células causam
lesões e alterações na integridade epitelial, anormalidades no controle neural
autonômico e no tônus da via aérea, alterações na permeabilidade vascular,
hipersecreção de muco, mudanças na função mucociliar e aumento da reatividade do

isioconc
músculo liso da via aérea;

@f
ur
i
Novell

seiroapro
a
an

Quadro clínico
va
Os principais sintomas apresentados são:
Dispneia;
Tosse;
do Mari
Sibilância e
Aperto no peito.

Diagnóstico
O diagnóstico da asma é fundamentado pela presença de sintomas característicos,
sendo confirmada pela demonstração de limitação variável ao fluxo de ar, sendo a
espirometria o método de escolha;
São indicativos de asma: Obstrução das vias aéreas caracterizada por redução do
volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1 ) para abaixo de 80% do
previsto e da sua relação com a capacidade vital forçada para abaixo de 75% em adultos
e de 86% em crianças; obstrução ao fluxo aéreo, que desaparece ou melhora
significativamente após o uso de broncodilatador (aumento do VEF1 de 7% em relação
ao valor previsto e de 200 mL em valor absoluto, após inalação de beta-2 agonista de
curta duração); aumentos no VEF1 superiores a 20% e excedendo a 250 ml de modo
espontâneo no decorrer do tempo ou após intervenção com medicação controladora.

@fisioconcurseiroaprovado 59
Fisioterapia Respiratória

De acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e


Tisiologia para o Manejo da Asma - 2012:
A resposta ao broncodilatador é considerada significativa e indicativa de
asma quando o VEF1 aumenta, pelo menos:
200 mL e 12% de seu valor pré-broncodilatador OU
200 mL de seu valor pré-broncodilatador e 7% do valor previsto

Classificação da gravidade

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
Fonte: IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma, J Bras Pneumol. 2006;32(Supl 7):S 447-S 474
a

Tratamento
an

va
O objetivo do tratamento da asma é melhorar a qualidade de vida, obtida pelo
do Mari
controle dos sintomas, prevenção das exacerbações e melhora ou estabilização da
função pulmonar;
O tratamento deve incluir, medidas não farmacológicas (educativas, controle de
fatores desencadeantes/agravantes), e farmacoterapia, conforme indicado para cada
grupo de gravidade;
A base do tratamento medicamentoso da asma persistente é o uso continuado de
corticosteroides inalatórios associado a medicamentos de alívio com efeito
broncodilatador;
A fisioterapia também faz parte do tratamento, através de exercícios respiratórios,
fortalecimento respiratório e melhora da condicionamento físico.

@fisioconcurseiroaprovado 60
Fisioterapia Respiratória
5. Doenças Supurativas

Bronquiectasia

A bronquiectasia é uma dilatação anormal e permanente dos brônquios devido


à destruição dos componentes elásticos e musculares da parede brônquica;
Geralmente, as bronquiectasias têm origem em episódios de bronquiolite
obliterante que ocorrem durante a infância, em surtos de infecção viral ou
bacteriana que precedem o surgimento das dilatações. Durante esses episódios,
ocorre a obstrução persistente das pequenas vias aéreas laterais, resultando em
redistribuição da pressão inspiratória e atuação predominante nas paredes das

fisioconc
vias brônquicas maiores não obstruídas, o que acaba levando à sua dilatação;

@
A persistência do processo inflamatório, somada à reparação e fibrose,
acabam tornando definitivas as dilatações, levando a manifestações clínicas,
como:

ur
i
Novell

Tosse;

seiroapro
Expectoração purulenta e
Hemoptises.
Esses sintomas refletem a facilidade de retenção de secreções nas vias
brônquicas dilatadas e a ocorrência de infecções secundárias, além do surgimento
de uma circulação intensa nas paredes dos brônquios dilatados.
a

Etiologias
an

va
Adquiridas: Pós infecciosas (sendo pós tuberculose, muito comum no Brasil),
do Mari
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), imunodeficiências secundárias,
doenças sistêmicas, pneumonite inflamatória e processos obstrutivos;
Congênitas: Fibrose cística, deficiência de alfa 1– antitripsina, discinesia ciliar
primária, síndrome de Young, defeitos anatômicos da árvore brônquica e sequestro
pulmonar;
Idiopáticas: Todas aquelas causas que não se enquadram perfeitamente nem na
adquirida nem na congênita.

baqueteamento
Quadro clínico
O quadro clínico é caracterizado pela presença de sintomas respiratórios
persistentes, como tosse e expectoração purulenta, que geralmente iniciam na
infância ou juventude, podendo perdurar por muitos anos;
Em alguns casos, pode haver o surgimento de hipocratismo digital/baqueteamento
digital (alargamento e curvatura anormal das pontas dos dedos);
Pneumonias de repetição são frequentes em pacientes com bronquiectasias;
Também é comum apresentar dispneia, rinossinusite, hemoptise e pleurisia
recorrente.

@fisioconcurseiroaprovado 61
Fisioterapia Respiratória
Diagnóstico
O diagnóstico se dá através da análise do quadro clínico do paciente e exames de
imagem;
Na ausculta pulmonar podemos observar estertores, roncos ou sibilos, devido ao
estreitamento da passagem de ar, seja pelo muco, ou pela fibrose;
A tomografia computadorizada (TC) consegue demonstrar a presença de pequenas
dilatações, com aumento da secção transversa de brônquios com paredes espessadas.

Tratamento
Quando a doença é difusa, o tratamento é conservador, feito por meio da

isioconc
administração de antibióticos e da realização de exercícios fisioterapêuticos. Além

@f
dos antibióticos, existem outros fármacos que podem ser utilizados, como os
mucolíticos e os broncodilatadores.

ur
i
Novell

tecido pulmonar
traqueia via aérea
pequena seiroapro
Via aérea saudável

pulmão
direito
a
an

muco
Bronquiectasia
va
do Mari
via aérea
dilatada

6. Doenças Vasculares

Edema Pulmonar

O edema pulmonar, ou edema agudo de pulmão (EAP) é uma síndrome clínica,


causada por um acúmulo de líquido extravasado dos capilares para o interstício
pulmonar, gerando dificuldade nas trocas gasosas entre o capilar e os alvéolos
pulmonares, ocasionando então uma insuficiência respiratória aguda
hipoxêmica. Em geral, ocorre no contexto da descompensação da insuficiência
cardíaca;
É o resultado de um desequilíbrio entre os fatores reguladores do transporte
de líquido da microcirculação pulmonar para o espaço intersticial pulmonar, ou
seja, desequilíbrio entre as pressões hidrostática e oncótica.

@fisioconcurseiroaprovado 62
Fisioterapia Respiratória
Tipos
Existem dois tipos diferentes de edema pulmonar:
Edema pulmonar cardiogênico (também denominado hidrostático ou
hemodinâmico): Quando a pressão capilar pulmonar excede a pressão padrão
normal, aumentando a filtração transcapilar, de modo a ocorrer normalmente em
casos em que há má aderência e uso incorreto de medicação, elevada ingestão
hídrica, síndromes coronarianas agudas, miocardites agudas, emergências
hipertensivas, taquiarritimias e miocardiopatias crônicas (como as isquêmicas,
hipertensivas ou valvares);
Edema pulmonar não cardiogênico: Costumam ocorrer alterações na
permeabilidade alveolocapilar, permitindo rápido extravasamento de líquido para o
alvéolo e para o interstício, acontecendo em situações que envolvam: liberação de

isioconc
endotoxinas pela membrana externa de bactérias Gram negativa, embolia pulmonar,

@f
síndrome do desconforto respiratório agudo, anafilaxia, acidente ofídico,
manipulação das vias aéreas por pressão negativa, edema agudo neurogênico, pré-
expansão pós-pneumotórax, exposição a altas altitudes e infecções virais.

ur
i
Novell

Quadro clínico
Os pacientes podem apresentar os seguintes sintomas:
Dispneia (ortopneia e dispneia paroxística noturna);
seiroapro
Tosse seca ou produtiva (expectoração espumosa e às vezes sanguinolenta);
Cianose;
Má perfusão periférica;
a

Hipoxemia;
an

Edema de membros inferiores;


Fadiga; va
Ansiedade;
Sudorese;
Entre outros
do Mari
A ausculta pulmonar pode apresentar sibilos e roncos associados aos estertores.

Diagnóstico
O diagnóstico do EAP é clínico, e a etiologia deve ser investigada através de exames
complementares;
Gasometria arterial - Importante para quantificar a hipoxemia e a hipercapnia;
Radiografia de tórax - Pode mostrar aumento das câmaras cardíacas, sinais de
congestão pulmonar ou de processos infecciosos. Pode aparecer o sinal de “asa de
borboleta”;
Eletrocardiograma (ECG) - Pode ser útil na definição da etiologia, principalmente
no diagnóstico de arritmias;
Ecocardiograma - Muito útil na determinação da etiologia, especialmente na
avaliação de cardiopatias valvares e congênitas;
BNP (peptídeo natriurético cerebral) é um exame que ajuda a diferenciação entre
a dispneia de origem cardiogênica e não cardiogênica.

@fisioconcurseiroaprovado 63
Fisioterapia Respiratória
Tratamento
É importante estar ciente de que o paciente com EAP precisa ter suas vias aéreas
avaliadas e ser monitorado com frequência. O tratamento é basicamente
medicamentoso e conta com a suplementação de oxigênio para corrigir a hipoxemia;
A ventilação não invasiva (VNI) é um dos pilares no tratamento do EAP, pois
aumenta a pressão positiva. A VNI evita em grande parte das vezes a intubação. Porém,
se o paciente não tolerar ou não houver melhora do quadro, não deve se postergar uma
intubação;
A terapia diurética imediata (como a furosemida) também faz parte do tratamento;
É indicado também a terapia vasodilatadora precoce.

fisioconc
Tromboembolismo pulmonar (TEP)
@
O tromboembolismo pulmonar (TEP), também chamado de embolia

ur
i
Novell

pulmonar, é uma obstrução dos vasos da circulação arterial pulmonar, que

seiroapro
pode ser causada por qualquer partícula, seja ela líquida, sólida ou gasosa (trombo,
tumor, ar ou gordura), originada em outra parte do corpo;
O TEP costuma ser uma complicação aguda da Trombose Venosa Profunda
(TVP) ou um dos espectros do Tromboembolismo Venoso (TEV), onde trombos
originados em veias profundas de membros inferiores se deslocam pela veia cava,
indo em direção ao coração (primeiro pelo átrio direito e depois ventrículo direito),
a

até chegar na artéria pulmonar e seus ramos;


an

va Fatores de risco
do Mari
Os fatores de risco do TEP podem ser Hereditários ou Adquiridos. E todos esses
fatores servem tanto para TEP quanto para TVP e estão intimamente ligados com a
fisiopatologia da doença: formação de trombos. As situações que propiciam a formação
desses trombos já foram descritas há anos e compõem a Tríade de Virchow:
Estase sanguínea (diminuição do fluxo sanguíneo): O sangue não está circulando
como deveria, podendo levar a formação de coágulos;
Hipercoagulabilidade (modificação da coagulação): O sangue pode ficar mais
propenso a coagular, devido a alterações na cascata da coagulação;
Lesão Endotelial (lesão na parede dos vasos sanguíneos): Essas lesões podem
facilitar a formação de coágulos, principalmente se houver estase sanguínea e
alterações na coagulação.
Ou seja, para pensar nos fatores de risco é só pensar em doenças, acometimentos e
condições que gerem algum de um dos três pontos da Tríade de Virchow;
Os principais fatores de risco para o tromboembolismo venoso são:
Trauma não cirúrgico e cirúrgico;
Idade maior que 40 anos;
Tromboembolismo venoso prévio;
Imobilização;

@fisioconcurseiroaprovado 64
Fisioterapia Respiratória
Fatores de risco
Doença maligna;
Insuficiência cardíaca;
Infarto do miocárdio;
Paralisia de membros inferiores;
Veias varicosas;
Parto;
Doença pulmonar obstrutiva crônica;
Obesidade;
Tabagismo;
Gestação, uso de anticoncepcional oral e terapia de reposição hormonal;
Trombofilias.

fisioconc
Quadro clínico

@
O quadro clínico é inespecífico, variando muito a gravidade do caso. Geralmente
ocorre um evento súbito, sendo a dispneia o principal sintoma e a taquipneia o

ur
i

principal sinal.
Novell

Alguns dos sintomas e sinais que o paciente com TEP pode apresentar são:
Dispneia (em repouso);
Dor pleurítica;
Dor na perna;
seiroapro
Edema assimétrico de MMII;
Tosse seca;
Dor torácica;
a

Ortopneia;
an

Taquipneia;
Taquicardia;
Tontura;
va
Dor abdominal; do Mari
Estertores na ausculta pulmonar;
Febre;
Hemoptise;
Sudorese;
Alteração no nível de consciência;
Turgência jugular;
Choque obstrutivo.

TEP maciço é quando o trombo não permite o fluxo do ventrículo direito


para o pulmão, causando um choque obstrutivo e hipotensão. Nesse caso, o
paciente apresenta um altíssimo risco de morte, se não diagnosticado
precocemente e feito um tratamento efetivo.

@fisioconcurseiroaprovado 65
Fisioterapia Respiratória
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através da observação dos sinais e sintomas caraterísticos da
doença e dos fatores de riscos associados, além da determinação da probabilidade
clínica pré-teste do paciente realmente ter tromboembolismo pulmonar, através do
escore de Wells:

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
Ao calcular a probabilidade, o paciente será classificado em baixo, moderado ou alto
risco. Essa classificação guia a conduta diagnóstica:
Os casos de baixa probabilidade de TEP segundo o Escore de Wells devem ser
rastreados através de D-dímero (produto de degradação da fibrina). Já os pacientes
a

com alta probabilidade de TEP o D-dímero não irá excluir a suspeita independente
do seu resultado. Resultados positivos corroboram a suspeita. Deve ser utilizado
an

mais no intuito de descartar doença em pacientes com baixa probabilidade;


va
A angio-tomografia computadorizada de tórax é muito útil em todos os pacientes
do Mari
com alta probabilidade de TEP ao Escore de Wells ou nos que a suspeita ainda não
foi descartada.
Além desses exames, pode ser realizado:
1. Oximetria de pulso;
2. Gasometria;
3. Radiografia de tórax;
4. Eletrocardiograma (a alteração mais comum é a taquicardia sinusal);
5. Ecocardiograma (podendo ver disfunção de ventrículo direito, mostrando um mau
prognóstico);
6. Marcadores bioquímicos (aumento de troponina e BNP também são maus
prognósticos)

@fisioconcurseiroaprovado 66
Fisioterapia Respiratória
Tratamento
O paciente com suspeita de TEP sempre deve ser mantido em sala de emergência,
monitorado e supervisionado, sendo assegurado, suporte hemodinâmico e
respiratório, conforme a clínica do paciente:
SUPORTE HEMODINÂMICO: Como o TEP pode causar disfunção de ventrículo
direito, causando diminuição do débito cardíaco, deve-se ficar atento com a
hipotensão. As medidas que devem ser tomadas são: reposição de cristalóide, droga
vasoativa (norepinefrina e dobutamina) e, em pacientes refratários a essas medidas
pode ser utilizado ECMO;
SUPORTE RESPIRATÓRIO: Oxigenoterapia se a saturação for menor que 90%.
ANTICOAGULAÇÃO: Anticoagulação plena, sendo as duas opções mais usadas:
1. Heparina de baixo peso molecular e

isioconc
2. Heparina não fracionada.

@f
Fisioterapia motora não é indicada na fase inicial da doença, pois nesse momento o
paciente deve-se manter em repouso no leito. Assim, podemos realizar fisioterapia
respiratória e gerenciar o uso da oxigenoterapia ou quando o paciente está intubado,

ur
gerenciar os parâmetros do ventilador mecânico.
i
Novell

seiroapro
Hipertensão Arterial Pulmonar

A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma condição clínica que cursa com
a

remodelamento do território vascular pulmonar, levando ao seu fechamento e


consequente aumento da resistência vascular. Essa elevação da resistência
an

causa um aumento das pressões do sistema, sobrecarregando o ventrículo


va
do Mari
direito, que evolui com sua progressiva insuficiência, sendo a principal causa dos
sintomas associados à doença;
Define-se hipertensão pulmonar (HP) como uma condição em que a pressão
média de artéria pulmonar é superior a 20 mmHg. Classicamente, utilizou-se o
nível de 25 mmHg para defini-la, mas estudos recentes sugerem que níveis
menores já estão associados ao pior prognóstico.

Quadro clínico
Os sintomas são inespecíficos, mas em geral, o paciente se queixa de:
Dispneia progressiva;
Fadiga crônica, cursando com pré-síncope ou síncope;
Letargia;
Palpitações;
Dor torácica ao esforço, podendo ser pela dilatação do tronco da artéria pulmonar
ou até mesmo isquemia do ventrículo direito;
Tosse, rouquidão e hemoptise podem estar presentes, por compressão do ramo
esquerdo do nervo laríngeo.

@fisioconcurseiroaprovado 67
Fisioterapia Respiratória
Exame físico
No exame físico, podemos encontrar:
Hiperfonese de segunda bulha no foco pulmonar;
Sopro sistólico ou diastólico (indicando insuficiência pulmonar);
Terceira e quarta bulha podem estar presentes;
Edema de membros inferiores (MMII) e
Cianose de extremidades.
Esses achados podem estar obscurecidos pela doença de base, como no caso da
DPOC, em que o diâmetro anteroposterior do tórax está aumentado.

isioconc
Diagnóstico

@f
O diagnostico se dá por suspeita clínica, com base no quadro clínico, onde
analisamos a dispneia aos esforços associada a síncope. Além disso, é realizado uma
uma investigação, podendo incluir os seguintes exames: radiografia de tórax;

ur
i

Eletrocardiograma e Angiografia por TC de tórax:


Novell

Radiografia de tórax: Aumento no diâmetro do ramo descendente da artéria


pulmonar e artérias pulmonares aumentadas;
seiroapro
Eletrocardiograma: Pode indicar sobrecarga de ventrículo direito, sendo bastante
específico e pouco sensível;
Angiografia por TC: Avaliação da circulação pulmonar e do parênquima pulmonar.
a

Tratamento
an

O primeiro passo é tratar a doença de base. Contudo, a terapia para o alívio de


va
sintomas deve ser associada, independente da causa da hipertensão pulmonar, como
do Mari
diuréticos, oxigênio e anticoagulantes orais.

7. Insuficiência Respiratória

Insuficiência Respiratória

A insuficiência respiratória ocorre quando há um desequilíbrio funcional que


prejudica a oxigenação dos tecidos e a eliminação do CO2 produzido;
Pode ser classificada em aguda ou crônica, dependendo da duração e rapidez
de sua instalação, exemplos incluem:
Insuficiência respiratória aguda: Crise asmática, lesão pulmonar aguda,
SDRA e bronquiolite viral aguda;
Insuficiência respiratória crônica: Bronquite crônica, enfisema pulmonar e
fibroses pulmonares. Essas condições podem se agravar em certas
circunstâncias.

@fisioconcurseiroaprovado 68
Fisioterapia Respiratória
A insuficiência respiratória aguda (IRA) é a dificuldade do sistema respiratório
de conservar a oxigenação e ventilação, levando a uma falha do suprimento das
demandas metabólicas do organismo. Ela é classificada pela gasometria arterial
em dois tipos:
Tipo I –hipoxêmica, PaO2 baixa com PaCO2 normal ou
Tipo II –hipercápnica, PaO2 baixa com PaCO2 elevada.

Quadro clínico
As manifestações clínicas da insuficiência respiratória podem variar em
intensidade, porém, os sintomas mais apresentados por esses pacientes são:

isioconc
Dispneia;

Taquipneia;
Taquicardia; @f
Desconforto respiratório, com uso de musculatura acessória;

ur
Sudorese;
i
Novell

Agitação e ansiedade;

seiroapro
Cianose;
Alterações no nível de consciência.
Quando o paciente está com hipercapnia pode apresentar sonolência progressiva e
desorientação.
a

Diagnóstico
an

O diagnóstico do paciente é baseado nos achados clínicos, aliado a história da


va
doença e comprovado através da gasometria arterial e oximetria de pulso;
do Mari
Através da gasometria arterial podemos observar a diminuição da PaO2 (<
50mmHg) e/ou o aumento da PaCO2 (> 50mmHg);
Através da oximetria de pulso, podemos observar se existe hipoxemia,
apresentando baixa SpO2.

Tratamento
A finalidade do tratamento é dar o suporte respiratório que o paciente necessita,
assim como tratar as causas como inflamação ou infecções;
Os tratamento que podem ser realizados nesses casos são:
Oxigenoterapia: É administrado oxigênio suplementar se acaso a SpO2 estiver
abaixo do valor considerado normal;
VNI (ventilação não invasiva): Para melhorar o desconforto respiratório e corrigir a
hipercapnia;
Ventilação mecânica: Se o paciente mesmo após o uso da VNI e oxigenoterapia
manter quadro de desconforto, é necessário prosseguir com a intubação
orotraqueal e conectar o paciente no ventilador mecânico invasivo;
Fisioterapia respiratória;

@fisioconcurseiroaprovado 69
Fisioterapia Respiratória
Medicamentos a critério médico;
Traqueotomia: É um orifício que se faz na traqueia quando a insuficiência
respiratória é muito grave. Por este orifício será fornecido o oxigênio necessário.

Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA)

A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), também chamada de


síndrome da angústia respiratória aguda (SARA), é o espectro mais grave da lesão
pulmonar aguda (LPA), caracterizada patologicamente por um dano alveolar

isioconc
difuso e, fisiopatologicamente, pelo desenvolvimento de edema pulmonar não

capilar pulmonar;
@f
cardiogênico devido ao aumento da permeabilidade da membrana alvéolo-

Sua expressão clínica é uma insuficiência respiratória hipoxêmica e

ur
i

infiltrado pulmonar bilateral na radiografia de tórax em pacientes com fatores de


Novell

risco pulmonares e/ou extrapulmonares;

seiroapro
Fatores de risco
Entre os fatores de risco da SDRA, destacam-se:
Pneumonias,
a

Aspiração de conteúdo gástrico,


an

Transfusão de sangue e hemoderivados,


Sepse,
Pancreatite,
va
Cirurgias de alto risco,
Alcoolismo crônico e
do Mari
Politraumatismo.
Além disso, diante da pneumonia viral causada pela SARS-CoV2, esta passou ser o
maior fator de risco que desencadeia a SDRA, o que leva rapidamente para a
insuficiência respiratória.

Fisiopatologia
Resumo: Ocorre um insulto agudo. Este insulto inflamatório atrai os macrófagos e
aumenta a permeabilidade vascular, o que culmina em uma inundação alveolar. Este
edema gera destruição alveolar e quebra do surfactante (responsável pela redução da
tensão superficial da água dentro do alvéolo, impedindo o colapso do mesmo). Dessa
forma, os alvéolos colabam levando à hipoxemia.

E aí, entendeu? É muita coisa, mas você vai dar conta!

@fisioconcurseiroaprovado 70
Fisioterapia Respiratória
Diagnóstico
O diagnóstico da SDRA é realizado por meio do quadro clínico, achados de exames
laboratoriais e de imagem, exclusão de edema cardiogênico e outras causas
alternativas de insuficiência respiratória hipoxêmica aguda e da presença de infiltrados
bilaterais;
Para facilitar o diagnóstico, em 2012 criou-se os Critérios de Berlim. Nele, o
paciente é considerado portador de SDRA se apresentar todos os critérios;
Os Critérios de Berlim para SDRA foram desenvolvidos para definir e classificar a
doença. Além de diagnosticar a condição, o critério é capaz de classificar o quadro em
leve, moderada ou grave.

isioconc
Critérios de Berlim

Tempo
@f
Início em até 1 semana a partir de lesão conhecida ou de
sintomas respiratórios novos ou que se agravam.

Imagem de

ur
Opacidades bilaterais – não completamente explicadas por
i
Novell

tórax derrames pleurais, colapso lobar ou pulmonar ou nódulos.

Origem do
edema
seiroapro
Insuficiência respiratória não totalmente explicada por falência
cardíaca ou sobrecarga de volume.

Classificatório Leve: 200 < PaO2/FiO2 ≤ 300 com PEEP ou CPAP ≥ 5


Oxigenação: Moderada: 100 < PaO2/FiO2 ≤ 200 com PEEP ≥ 5
PaO2/FIO2 Grave: PaO2/FiO2 ≤ 100 mmHg com PEEP ≥ 5 cm H2O
a
an

va
do MariTratamento
Alguns pontos importantes a saber, que vão auxiliar no tratamento da SDRA são:
A maioria dos pacientes com SDRA evoluem para necessidade de ventilação
mecânica invasiva. Como grande parte do pulmão está colapsada e o volume
corrente é pequeno, é necessário que se efetue uma ventilação de forma a proteger
os alvéolos de barotrauma e reduzir a lesão pulmonar (ventilação protetora),
utilizando volumes correntes mais baixos (até 6ml/Kg), mantendo a pressão de
platô ≤ 30 cmH2O e driving pressure (pressão de distensão) ≤ 15 cmH2O;
Pode ser utilizado a posição PRONA (decúbito ventral). Essa posição é benéfica,
pois a área mais bem perfundida (a posterior) passa a ser também bem ventilada,
melhorando a relação V/Q e reduzindo a hipoxemia. A indicação para esse
posicionamento é quando a relação PaO2/FiO2 é menor que 150;
Terapia Farmacológica: Pacientes com PaO2/ FiO2 < 120 se beneficiam do uso do
bloqueador neuromuscular. Além disso, pode-se utilizar corticoide (controverso) e
recomendar balanço hídrico negativo (diurético).

“Deus não teria dado a você a capacidade de sonhar, sem também lhe
dar a capacidade de realizar seus sonhos.”

@fisioconcurseiroaprovado 71
Fisioterapia Respiratória
8. Doenças Neoplásicas

Câncer de Pulmão

O carcinoma pulmonar é a principal causa de morte relacionada ao câncer em


homens e mulheres em todo o mundo. Cerca de 85% dos casos estão relacionados
com o tabagismo;
Os sintomas podem incluir tosse, dor ou desconforto torácico, perda ponderal
e, menos comumente, hemoptise, mas muitos pacientes apresentam doença
metastática sem nenhum sintoma clínico;
O diagnóstico é tipicamente feito por radiografia de tórax ou por tomografia

fisioconc
computadorizada (TC) e confirmado por biópsia;

@
A prevenção do câncer de pulmão está fortemente ligada à cessação do
tabagismo e à redução da exposição a outros fatores de risco, como o amianto;
Dependendo da fase da doença, o tratamento requer cirurgia, quimioterapia

ur
i
Novell

e/ou radioterapia.

seiroapro
O câncer de pulmão é classificado em 2 categorias principais:

Câncer pulmonar de células pequenas (CPCP), cerca de 15% dos casos:


altamente invasivo e ocorre quase sempre em tabagistas. Ele cresce
a

rapidamente e cerca de 80% dos pacientes têm doença metastática no


an

momento do diagnóstico;
Câncer pulmonar de células não pequenas (CPCNP), cerca de 85% dos
va
do Mari
casos: O comportamento clínico é mais variável e depende do tipo
histológico, mas cerca de 40% dos pacientes terão doença metastática fora
do tórax no momento do diagnóstico.

@fisioconcurseiroaprovado 72
Fisioterapia Respiratória

Resumão

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va
do Mari

Anotações

@fisioconcurseiroaprovado 73
Fisioterapia Respiratória
Recursos fisioterapêuticos aplicados à
pneumologia

Exercícios respiratórios

Os exercícios respiratórios fazem parte do programa de reabilitação de


pacientes com algum acometimento pulmonar. Seus principais objetivos são:
Restaurar o padrão respiratório normal;
Gerar consciência respiratória;

isioconc
Melhorar a dispneia;

f
Participar na mobilização das secreções e liberação das vias aéreas;

@
Melhorar a expansão tóraco-pulmonar;
Melhorar a ventilação pulmonar;

ur
Aumentar a complacência pulmonar;
i
Novell

Aumentar volumes e capacidades pulmonares;


Melhorar as trocas gasosas e oxigenação
Fortalecer os músculos respiratórios e seiroapro
Desinflar o pulmão.
Não há evidências científicas que os exercícios respiratórios realizados de
forma isolada sejam resolutivos na reabilitação respiratória, mas contribuem para
o aumento do volume corrente e resistência ao exercício.
a
an

Principais exercícios respiratórios (padrões ventilatórios)


va
Respiração diafragmática
do Mari
Paciente sentado ou em decúbito dorsal, com uma mão na
região do abdome, realiza uma inspiração profunda e lenta
pelo nariz, direcionando o ar para a região abdominal,
realizando uma contração voluntária do diafragma, o que
causa uma distensão abdominal, e em seguida, realiza uma
expiração oral (pode ser com a utilização da técnica freno
labial). Esse exercício permite uma maior expansão
pulmonar, por aumento da ventilação nas bases, e maior
consciência respiratória.

Inspiração fracionada ou Paciente realiza inspirações nasais, suaves e curtas,


em tempos interrompidas por curtos períodos de pausas inspiratórias,
programadas para 2,3,4 ou 6 tempos e finalizadas com
4
pausa expiração oral até o nível do repouso expiratório, podendo
3 se estender ao volume de reserva expiratório. É indicado
pausa
2 para melhorar a complacência tóraco-pulmonar e no
pausa
incremento da capacidade inspiratória, e contraindicado
1
em pacientes com aumento da resistência das vias aéreas.

@fisioconcurseiroaprovado 74
Fisioterapia Respiratória
Soluços inspiratórios Paciente realiza inspirações curtas e sucessivas, sem
apneia pós inspiratória, até completar a máxima capacidade
inspiratória e a capacidade pulmonar total, sendo a última
inspiração realizada pela boca e a expiração totalmente
oral. Apesar de existirem poucos estudos que comprovem a
eficácia deste exercício, Cuello et al. (1982) demonstraram
inspirações
curtas que é possível reexpandir zonas basais, aumentando a
sem pausa CRF e o VRI, promovendo dilatação brônquica e
diminuindo o infiltrado intersticial.

Inspiração máxima Paciente realiza uma inspiração nasal profunda, lenta e


sustentada uniforme, seguida de uma apneia pós-inspiratória, para

isioconc
então realizar-se a expiração oral tranquila. O motivo da
inspira o
máximo e
prende por
alguns
@f
apnéia pós- inspiratória é para que se possa obter uma
melhor distribuição do ar inspirado, a fim de melhorar
trocas gasosas. Esta técnica exige um esforço grande, por
segundos
isso ela deve ser utilizada somente naqueles que possam

ur
i
Novell

suportá-la.

Expiração abreviada seiroapro


É um padrão expansivo, pelo qual é possível aumentar o
VRI, a CRF e a CPT, favorecendo a dilatação brônquica e
a diminuição do infiltrado intersticial. A técnica consiste
1 - inspira em realizar ciclos intermitentes de inspirações profundas,
tudo e solta
um pouco intercalados com pequenas expirações. A relação
inspiração/expiração é de 3:1 nesse padrão.
a

2 - inspira
tudo e solta
1° fase: Inspiração nasal suave e profunda, seguida de
an

mais um
pouco expiração de uma pequena quantidade de ar;
3 - inspira 2° fase: Volta a inspirar profundamente e expira novamente
va
tudo e solta
tudo do Mari
uma pequena quantidade de ar;
3° fase: Volta a inspirar profundamente e expira
completamente.

Freno-labial Paciente realiza uma inspiração nasal, seguida de uma


expiração resistida, executada por meio dos lábios
franzidos e/ou dentes semicerrados, com relação tempo
inspiração inspiratório/expiratório de 1:3 ou até 1:6 segundos. Por
máxima e
expiração com produzir uma resistência a saída do ar, induz pressões
dentes
semicerrados
expiratórias na boca, evitando o colapso precoce das vias
aéreas, o que leva a menos aprisionamento de ar, com
consequente redução do estado de hiperinsuflação,
permitindo maior mobilização de volume corrente e o alívio
da dispneia.

E aí, aprendeu tudo sobre os


padrões né? Agora vamos seguir,
que ainda tem muito conteúdo!

@fisioconcurseiroaprovado 75
Fisioterapia Respiratória
Técnicas manuais e recursos instrumentais

Agora vamos falar um pouco sobre as principais técnicas e recursos da


fisioterapia respiratória. Recursos estes, que podem ser utilizados no tratamento
de pacientes com doenças pulmonares, que estão internados no hospital (UTI e
enfermaria).

Técnicas manuais da fisioterapia respiratória

Aumento do Fluxo Trata-se de uma técnica de desobstrução brônquica por aumento do

isioconc
Expiratório (AFE) fluxo expiratório e apoio abdominal. O principal objetivo da AFE é

f
aumentar o fluxo aéreo expiratório na traqueia e nos primeiros troncos

@
Mão de Mão brônquicos em alta velocidade (AFE rápida) ou nos brônquios mais
apoio ativa
profundos, gerando um fluxo e volume pulmonar baixos para permitir a
eliminação das secreções mais distais (AFE lenta). Seu princípio

ur
i

fisiológico é o de que um aumento da pressão intrabrônquica, provocaria


Novell

uma turbulência do fluxo aéreo, mobilizando as secreções dos brônquios

seiroapro
periféricos em direção aos proximais. A mão torácica é ativa (comprime
durante a expiração) e a mão abdominal é passiva (apoio).

Expiração lenta total É definida como uma técnica ativa-passiva ou ativa, em que o paciente é
com a glote aberta posicionado em decúbito lateral com o lado afetado para baixo,
conhecido como decúbito infralateral, e realiza expirações lentas da
em infralateral
a

capacidade residual funcional (CRF) ao volume residual com a glote


(ELTGOL)
aberta, seu objetivo é promover a desobstrução das vias aéreas. A
an

técnica pode ser realizada de forma ativa, onde o paciente realiza as


va
expirações lentas, ou ativo-assistida, onde o fisioterapeuta fica atrás do
do Mari
paciente e aplica uma pressão abdominal infralateral e apoio no gradil
costal supralateral.

Técnica de É uma técnica que combina uma ou duas expirações forçadas (huffs)
expiração forçada cujo volume de ar determina a mobilização da secreção, com períodos
(TEF) de respiração diafragmática. Os huffs são realizados pela contração
energética dos músculos expiratórios, especialmente os abdominais.
Essa técnica tem se mostrado eficaz na depuração de secreção de
pacientes com afecções respiratórias agudas e crônicas, além de ser um
recurso utilizado em outras técnicas à fluxo, como no ciclo ativo da
respiração (CAR). Pode ser realizada de forma ativa ou passivamente
pelo fisio, por meio de pressão manual toracoabdominal.

Ciclo ativo da O CAR é composto por três componentes claramente definidos:


respiração (CAR) Controle Respiratório (CR), Exercícios de Expansão Torácica (EET)
e Técnica de Expiração Forçada (TEF) e sua aplicação tem a
finalidade de potencializar as trocas gasosas, deslocando as secreções
pulmonares, melhorando a ventilação e a função pulmonar, sendo
portanto, considerada uma técnica de desobstrução brônquica.

@fisioconcurseiroaprovado 76
Fisioterapia Respiratória
Drenagem autógena A técnica de DA é baseada nos princípios da fisiologia respiratória,
(DA) utilizando o fluxo expiratório como força ativa para mobilizar o muco,
sendo uma combinação de controle respiratório com respiração a vários
volumes pulmonares. É uma técnica de higiene brônquica ativa
realizada pelo próprio paciente em posição sentada.
1° fase (fase do "descolar"): Respiração em baixos volumes pulmonares,
utilizada para mobilizar o muco periférico;
2° fase (fase de "coletar" o muco): Obtida através de um período de
respiração a volume corrente;
3° fase (fase do "eliminar"): Se faz pela respiração a volumes
pulmonares mais altos quando se promove a expectoração das
secreções de vias aéreas centrais. A tosse é desencorajada até que a
última fase do ciclo se complete.

isioconc
A DA foi modificada mediante alegação de desconforto quando volumes

@f
baixos pulmonares são utilizados. Na DA modificada (DAM) o paciente
respira em volume corrente e realiza uma apneia de 2 a 3 segundos ao
final de cada inspiração.

ur
i
Novell

Exercício de fluxo É uma técnica de desobstrução das vias aéreas intratorácicas


periféricas, realizada em decúbito lateral, com a região a ser tratada

seiroapro
inspiratório
controlado (EDIC) em supralateral, na qual é realizado inspirações lentas e prolongadas,
com apneia de 3 a 5 segundos, para que seja provocada uma insuflação
regional e mobilizando a região para promover ao máximo a sua
abertura. Esta técnica pode ser associada muitas vezes com o uso de um
inspirômetro de incentivo, pois visa estimular o paciente a realizar
inspirações profundas transmitindo um feedback visual do esforço. A
a

posição de decúbito lateral aproveita os efeitos da expansão passiva


an

regional dos espaços aéreos periféricos, alcançada pela hiperinsuflação


relativa do pulmão supralateral e pelo aumento do diâmetro torácico
va
transversal durante a inspiração profunda, em contraste com a
do Mari
drenagem postural.

A percussão manual torácica (tapotagem) compreende a percussão de


forma rítmica com as mãos em concha sobre a parede torácica
produzindo ondas que são transmitidas pelo tórax com a finalidade de
Vibração, deslocar o muco da parede das vias aéreas;
vibrocompressão, A vibração manual torácica consiste de contração isométrica da mão
tapotagem ou do terapeuta sobre a parede torácica, normalmente na expiração, e pode
percussão torácica ser associada a uma compressão (vibrocompressão).
Essas técnicas não são capazes de gerar a quantidade de hertz
necessários para promover a mobilização e eliminação de secreções,
não possuindo estudos que comprovem sua eficácia. Além disso, têm-se
demonstrado que essas técnicas podem causar colapso das vias aéreas,
broncoespasmo, queda da saturação, desconforto, entre outros efeitos.

A DP é feita através de mudanças de posições, fazendo com que a


gravidade cause a mobilização das secreções e, assim, naturalmente
Drenagem postural facilite a expectoração. Muitos autores defendem a permanência por 15
a 30 minutos em cada posição com o limite de 60 minutos no total. A
inclinação pode ser entre 15º a 30º.

@fisioconcurseiroaprovado 77
Fisioterapia Respiratória
Contra-indicações: pós-operatórios imediatos, edema pulmonar,
insuficiência cardíaca congestiva, embolia pulmonar, hemoptise ativa,
Drenagem postural cirurgia medular recente ou lesão medular aguda, pressão intracraniana
(continuação) maior que 20mmHg, hemorragia ativa com instabilidade hemodinâmica,
derrames pleurais volumosos, infarto do miocárdio e sempre que o
paciente referir intolerância à posição.

Segmento apical anterior Segmento apical posterior Segmentos anteriores Língula esquerda Segmentos anteriores (lobos Segmento lateral direito
(lobos superiores) inferiores)

fisioconc
Segmento posterior direito Segmento posterior
esquerdo
@ Lobo médio direito Segmento lateral esquerdo Segmentos posteriores Segmentos superiores

ur
i

(Adaptado de Wilkins, 2009, p 930)


Novell

Recursos instrumentais da fisioterapia respiratória


seiroapro
Os incentivadores respiratórios são instrumentos simples e
portáteis, desenvolvidos para melhorar a expansão pulmonar,
promover ou favorecer a higiene brônquica e obter fortalecimento da
a

musculatura ventilatória. Como o próprio nome já diz, eles incentivam


uma inspiração profunda ou a expansão máxima dos pulmões.
an

Existem IRs de ação inspiratória e expiratória.

Incentivadores
va
Os inspiratórios (também chamados de Espirômetros de

respiratórios do Mari
incentivo), mais conhecidos são: Respiron, CliniFLO, Coach,
Voldyne, Threshold IMT, e Power Breathe.
Os expiratórios mais conhecidos são: Shaker, Acapella, Threshold
Respiron PEP e EMST 150.
CliniFLO Existem 3 tipos de incentivadores:
Coach Incentivadores respiratórios à fluxo: Irão trabalhar com a oferta de
Voldyne fluxo de ar no sistema respiratório, favorecendo expansão de suas
Threshold IMT estruturas, aumento e melhor controle do fluxo de ar, mas não
Power Breathe possibilitam ganho efetivo nos volumes pulmonares e nem em força
Shaker/flutter da musculatura respiratória. Dentre esses, os espirômetros de
incentivo (inspiratórios) a fluxo não possuem marcador de volume,
Acapella
mas somente escalas numéricas indicando o fluxo inspiratório que
Threshold PEP
deve ser desenvolvido durante a realização das inspirações. Ex.:
EMST 150
Respiron, CliniFLO (Inspiratórios) e Shaker/flutter (Expiratório);
Incentivadores respiratórios à pressão: Funcionam com o objetivo
de ganho de força muscular inspiratória e expiratória.
Tecnicamente, somente os aparelhos orientados à pressão são os
que permitem um real e efetivo ganho em força muscular
respiratória. Ex.: Threshold IMT, Power Breathe, Acapella,
Threshold PEP, EMST 150);

@fisioconcurseiroaprovado 78
Fisioterapia Respiratória
Incentivadores respiratórios à volume: São aqueles em que um
Incentivadores volume predeterminado deve ser atingido e irão justamente
respiratórios favorecer ganho em volumes inspiratórios ou expiratórios. Os
(continuação) Espirômetros de incentivo (inspiratórios) a volume têm indicadores
da qualidade do fluxo inspiratório acoplados. Ex.: Voldyne e Coach.

É um aparelho simples, portátil, que pode ser usado para auxiliar na


Shaker e Flutter eliminação de secreções, assim, sendo considerado um sistema de
desobstrução brônquica com deslocamento da secreção por oscilação
positiva. Combina os efeitos da Pressão Expiratória Positiva com os

isioconc
efeitos de oscilações orais de alta frequência (OOAF). Possui um formato

f
de cachimbo com uma bola metálica repousando sobre um cone e recoberta

@
por uma tampa perfurada em formato circular. O peso da bola sobre o cone
funciona como o resistor, que gera um determinado valor de PEP (entre 10
– 25 cmH2O). A pressão oscilatória ocasionada através das vibrações

ur
i

internas durante a expiração, evita o fechamento precoce dos brônquios,


Novell

desprendendo as secreções e permitindo que sejam movimentadas para

seiroapro
brônquios de maior calibre, onde podem ser eliminadas por meio da tosse ou
da técnica de expiração forçada.

Combina os princípios da oscilação oral de alta frequência (OOAF) e PEP,


Acapella utilizando uma alavanca equilibrada por um ímã. É um cone com duas
extremidades. Na extremidade menor, há um bocal para a expiração e na
a

extremidade maior, há um disco que pode ser girado para ajuste da


frequência de resistência. O ar expirado passa pelo cone, que é ocluído de
an

forma intermitente por um tampão conectado à alavanca, gerando


va
oscilações no fluxo de ar. As vibrações na expiração agitam e desprendem o

do Mari
muco das vias aéreas, movendo-o para brônquios maiores, para ser
expectorado; e a PEP permite que o ar passe por trás das secreções que
obstruem as vias aéreas, impulsionando o muco para brônquios maiores,
onde pode ser eliminado através da tosse ou do huff.

É um incentivador respiratório á fluxo, que encoraja o paciente por meio do


Respiron feedback visual, a realizar inspirações forçadas e profundas. De acordo
com suas características, ele é utilizado com objetivo de melhorar a
expansão pulmonar através dos ganhos de volume e capacidades
pulmonares. Ele foi criado para atender principalmente aqueles pacientes
que foram submetidos a cirurgias, tanto torácicas quando abdominais altas,
e que poderiam passar por quadros de hipoventilação e atelectasia. Ele é um
recurso que trabalha a inspiração profunda, levando uma grande quantidade
de ar para dentro dos pulmões.
Possui três cilindros, esferas móveis, coloridas, um anel regulador de
esforço que permite graduar dificultando o exercício. O paciente é instruído
à inspirar no bocal e tentar levantar as esferas.

Obs.: Até o momento, não existe estudos científicos que comprovem a sua
eficácia.

@fisioconcurseiroaprovado 79
Fisioterapia Respiratória
Voldyne É um espirômetro de incentivo à volume. Sua função é abrir os sacos aéreos
dos pulmões após cirurgias, facilitando a respiração e esvaziando esses
órgãos. Se usado corretamente, o dispositivo pode acelerar o período de
recuperação, além de reduzir o risco de pneumonia e outros problemas
respiratórios.

Threshold IMT Esse dispositivo de carga linear pressórica, possui uma válvula calibrada
por mola que fornece uma carga constante e pré-determinada com
resistência máxima de 41 cmH2O. É utilizado para o treinamento dos
músculos inspiratórios. Para promover um tempo e um efeito máximo no
treinamento, o tempo inspiratório e a frequência respiratória devem ser
monitorados. O treinamento deve ser realizado 2 a 3 x/dia a uma intensidade
de 30 a 40% da Pimax.

fisioconc
É um treinador muscular inspiratório (TMI), indicado para aumentar
Power Breathe

@
força e resistência dos músculos inspiratórios, podendo ser utilizado em
conjunto com a reabilitação cardiopulmonar.
Neste aparelho é aplicado uma carga resistiva de fluxo variável que é

ur
fornecida por uma válvula controlada eletronicamente que permite altas
i
Novell

cargas. Ele permite a medida da força dinâmica dos músculos


inspiratórios por meio da variação do volume pulmonar inspirado calculado

seiroapro
por meio do fluxo registrado pelo aparelho em cada incursão. Durante o
treinamento, é possível registrar a pressão média, os volumes e fluxos
gerados pelo paciente, facilitando a progressão e o monitoramento do
treinamento.

É um equipamento indicado para expansão pulmonar e incorpora uma


Threshold PEP válvula unidirecional para assegurar uma resistência expiratória ajustável
a

que pode variar de 5 a 20cmH2O, no momento em que o paciente expira


an

contra uma resistência, cria-se uma pressão expiratória positiva (PEP), para
manter a via aérea aberta.
va
do Mari
Obs.: Diferente do Threshold IMT que é utilizado para treinamento dos
músculos inspiratórios, o Threshold PEP (pressão positiva expiratória) é
utilizado para treinamento expiratório, pois gera uma pressão durante a
EXPIRAÇÃO.

Bom, entendi!
Esses são os incentivadores respiratórios.
Continuando a falar sobre os recursos
instrumentais da fisioterapia, sei que existem
vários outros dispositivos, mas gostaria de saber
um pouco sobre alguns, pode ser?

Claro, vem comigo!

@fisioconcurseiroaprovado 80
Fisioterapia Respiratória
É um aparelho prático e portátil utilizado para terapia de pressão
TheraPEP positiva expiratória. É composto por um bocal (ou máscara), um
(terapia com orifício removível para monitorar a pressão, uma válvula de resistência,
um mostrador para ajuste da resistência expiratória, uma válvula
pressão positiva)
inspiratória antirrefluxo e um indicador de pressão expiratória. Seu
objetivo é auxiliar na mobilização de secreções brônquicas. O
TheraPEP proporciona um atraso na fase expiratória durante o ciclo
respiratório normal, mantendo o volume pulmonar elevado durante a
expiração prolongada e prevenindo o colapso das vias aéreas.
O paciente é instruído a inspirar normalmente e expirar de forma
ativa no bocal, sem forçar, seguindo o padrão respiratório de 1:3. O
paciente deve manter uma pressão expiratória constante entre 10 e 20
cmH2O, mantendo o indicador azul entre as linhas do seu TheraPEP

isioconc
(realizar de 10 a 15 repetições), após isso, remover o bocal e realizar 3

@f
huffs. Repetir todo o ciclo de 4 a 6 vezes, respeitando o tempo máximo
de terapia de 20 minutos.

ur
RPPI A Respiração por Pressão Positiva Intermitente (RPPI) é qualquer
i
Novell

(respiração por recurso que gere uma pressão positiva na fase inspiratória, a um
paciente respirando espontaneamente, por meio de uma máscara ou
pressão positiva
intermitente) seiroapro
bocal. É considerado um método de suporte ventilatório passivo
utilizado para reduzir o trabalho respiratório tentando retomar a
função pulmonar normal, e prevenir a fadiga da musculatura
respiratória, uma vez que diminui o trabalho ventilatório e o índice de
dispneia, melhora as trocas gasosas pelo recrutamento de alvéolos
hipoventilados, melhora os volumes e capacidades pulmonares, assim
a

como aumenta SpO2. Dentre as possíveis complicações e riscos da


an

RPPI, temos o barotrauma, pneumotórax, hemoptise, distensão


gástrica, infecção nosocomial, hiperóxia, diminuição do retorno venoso,
va
alcalose respiratória, auto-PEEP e hiperinsuflação.
do Mari
A terapia com pressão positiva nas vias aéreas (PAP) inclui o uso de
CPAP, PEP, EPAP e bilevel para mobilizar secreções e prevenir
atelectasias.
Terapia com
A EPAP (pressão expiratória positiva nas vias aéreas) consiste na
pressão positiva aplicação de pressão positiva durante a fase expiratória. Esta
de via aérea (PAP) pressão é produzida por dispositivos que geram resistência ao fluxo
expiratório, podendo ser conectados a máscaras, bocais ou na via
aérea artificial. A PEEP produzida promove aumento dos volumes
pulmonares e recrutamento alveolar;
A CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) consiste na
aplicação de um nível de PEEP associada a um fluxo inspiratório
nas vias aéreas (ou seja, apenas uma pressão). Os benefícios do uso
da CPAP estão relacionados ao aumento da pressão alveolar e da
CRF, determinando recrutamento de alvéolos colapsados;
O Bilevel é um modo de ventilação não-invasiva que utiliza dois
níveis de pressão positiva, que são aplicadas na fase inspiratória e
expiratória, gerando aumento do volume pulmonar. A pressão
aplicada durante a fase inspiratória é sempre maior que a
expiratória.

@fisioconcurseiroaprovado 81
Fisioterapia Respiratória
Hiperinsuflação A técnica de hiperinsuflação manual (HM) é um recurso que serve
manual para melhorar a oxigenação pré e pós-aspiração traqueal, mobilizar o
excesso de secreção brônquica e reexpandir áreas pulmonares
(Bag-Squezing)
colapsadas. É utilizada principalmente em pacientes em VMI, que
apresentam quadros hipersecretivos. Consiste na desconexão do
paciente do ventilador seguido de insuflação pulmonar com um
ressuscitador manual (ambú) aplicando-se volume de ar maior do que o
volume corrente utilizado. Frequentemente, realiza-se inspiração lenta e
profunda, seguida de pausa inspiratória e uma rápida liberação. Esse
procedimento promoverá o aumento do fluxo expiratório e gerará um
fluxo turbulento que se assemelha ao mecanismo de tosse, deslocando
as secreções para vias aéreas superiores, onde serão mais facilmente
eliminadas.

fisioconc
@ Aspiração Traqueal
ur
i
Novell

seiroapro
Aspiração traqueal é a aplicação de sucção ao trato respiratório com a
finalidade de remover as secreções das vias aéreas superiores e inferiores,
secreções pulmonares traqueobrônquicas, sangue e vômitos, com a finalidade de
manter as vias aéreas permeáveis, prevenir infecções e promover trocas gasosas;
É muito utilizada em pacientes na UTI, sendo considerada um procedimento
invasivo, bastante irritante e desconfortável para os pacientes;
a

É indicada aos pacientes que não conseguem tossir ou expelir naturalmente o


an

acúmulo de secreção pulmonar, como pacientes sedados ou mentalmente


va
confusos, no pós-operatório, politraumatizados, em pacientes com doenças
do Mari
pulmonares, traqueostomizados ou intubados;
Esse procedimento pode ocasionar complicações, principalmente em pacientes
sob ventilação mecânica, devendo ser cuidadosa e criteriosa para evitar
complicações sérias como hipoxemia, atelectasia, arritmia, infecção, entre outras;
A pressão de sucção deve ser efetiva e não causar dano à mucosa (entre 80 e
120 mmHg);
O tempo de introdução da sonda deve ser o mais rápido possível, sendo
retirada com movimentos circulares, para evitar danos à parede traqueal e reduzir
o desconforto;
O procedimento deve ser realizado apenas quando necessário, ou seja, quando
houver sinais sugestivos da presença de secreção nas vias aéreas superiores,
sendo que essa avaliação deve ser realizada sistematicamente pelo fisioterapeuta;

A aspiração deve ser preferencialmente precedida de manobras fisioterapêuticas.

A aspiração NÃO é conduta exclusiva do fisioterapeuta. Outros profissionais


também podem realizar o procedimento, como por exemplo o enfermeiro.

@fisioconcurseiroaprovado 82
Fisioterapia Respiratória
A aspiração deve ser realizada nos seguintes casos:

1. Na presença de ruídos adventícios durante a ausculta pulmonar;

2. Na presença de aumento do pico da pressão inspiratória no VM;

3. Quando a movimentação de secreções é audível durante a respiração;

4. Quando há diminuição no volume corrente durante a ventilação com pressão e/ou queda
na saturação de oxigênio (SatO2);

Obs.: O critério mais utilizado pelos profissionais de saúde para realizar o procedimento é a
secreção audível e visível no tubo endotraqueal.

fisioconc
NÃO realize a instilação de soro fisiológico de rotina antes da aspiração!

@
Nenhum estudo demonstrou efeitos positivos dessa instilação, ou seja, o soro não
consegue fluidificar as secreções!

ur
i

Além disso, o procedimento está associado a complicações e riscos, como


Novell

infecções, hipoxemia, atelectasias, broncoespasmo, instabilidade cardíaca,


hemorragia intracraniana e lesão traqueal.
seiroapro
Soro (solução salina) e muco não se misturam!
a
an

Sistemas de aspiração traqueal


va
do Mari
Sistema aberto do aspiração (AA) Sistema fechado de aspiração (SFA)

Uma sonda tem uma de suas extremidades O famoso “trach-care”.


conectada a uma fonte de vácuo e a outra é Esse sistema utiliza uma sonda estéril
introduzida na VA. envolvida por um plástico, conectada entre o
Esse procedimento é estéril, necessitando de: tubo endotraqueal e o circuito do VM, sendo sua
Sonda estéril + luva estéril + soro (apenas principal vantagem, realizar a aspiração sem a
para limpeza do prolongamento do vácuo); desconexão do circuito do ventilador;
Após uso, jogar fora. Ou seja, é utilizado Recomenda-se a troca do sistema fechado de
apenas 1 vez. aspiração a cada 72 horas ou em caso de
sujidades ou mau funcionamento;
É necessário apenas uma seringa e um soro
para limpeza do trach-care.

@fisioconcurseiroaprovado 83
Fisioterapia Respiratória
O sistema de aspiração FECHADO, deve ser reservado para:

Pacientes mecanicamente ventilados, dependentes de PEEP para manter a oxigenação


(PEEP ≥ 10cmH2O), evitando o risco de desconexão e desrecrutamento pulmonar.

Paciente com precaução por aerossóis (ex.: tuberculose, COVID).

Ou seja, esse sistema não é para TODOS!

Olha só o que um estudo de revisão sistemática conclui:

Não há diferença em relação às variáveis comparadas: incidência de pneumonia

isioconc
associada a ventilação (PAV), mortalidade, tempo de UTI, tempo de VM, PaCO2, PaO2,

@f
pressão arterial média, frequência cardíaca e remoção de secreção no uso do sistema
aberto (SAA) e sistema fechado (SFA). Porém, houve sempre diminuição de SpO2 e dos
volumes pulmonares com o uso do sistema ABERTO; e custos maiores na maioria dos

ur
i

estudos quando utilizado sistema FECHADO.


Novell

seiroapro
Portanto, o SFA parece aumentar o risco de colonização, mas traz as vantagens de não
diminuir os volumes pulmonares e não acarretar queda de saturação especialmente
em pacientes com insuficiência respiratória grave e em uso de níveis mais altos de
pressão expiratória final positiva (PEEP).
a
an

va
do Mari

@fisioconcurseiroaprovado 84
Fisioterapia Respiratória
Oxigenoterapia

No ar atmosférico, o gás mais abundante é o nitrogênio (78%), enquanto o O2


corresponde a 21% de todo o gás inspirado;
A oxigenoterapia consiste em ofertar (administrar) uma fração inspirada de
O2 (FiO2) além de 21% para pacientes com hipoxemia, garantindo a oxigenação
dos tecidos, e consequentemente a diminuição da sobrecarga de trabalho
cardiorrespiratório, através da elevação dos níveis alveolar e sanguíneo de
oxigênio;

isioconc
O O2 é um fármaco e, portanto, causa efeitos deletérios importantes se mal-

@f
administrado. Por esse motivo, deve ser prescrito na dose adequada;
A causa mais frequente para sua utilização é a insuficiência respiratória
aguda (IRpA), em que há impossibilidade do sistema respiratório manter os

ur
i

valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2 ) e/ou da pressão arterial de gás


Novell

carbônico (PaCO2 );

seiroapro
Para a American Association for Respiratory Care, a oxigenoterapia é indicada,
principalmente, na presença de:
PaO2 < 60 mmHg ou SpO2 < 90%, em ar ambiente, e/ou
SpO2 < 88% durante o exercício ou sono, em pacientes com doenças
cardiorrespiratórias.
a
an

Métodos de Fornecimento (sistemas)


va
do Mari
Cilindros de gás Concentradores de Sistemas de oxigênio
comprimido oxigênio líquido

O oxigênio é É feito por um super


Utilizam o oxigênio já
comprimido dentro de resfriamento do gás
presente no ar e
um cilindro de metal sob oxigênio, que o
concentram-no,
alta pressão, podendo ser transforma em líquido,
removendo os outros
armazenado tanto em ocupando menor volume
gases. São alimentados
grandes quanto em e sendo armazenado em
por eletricidade.
pequenos cilindros. recipientes especiais.

@fisioconcurseiroaprovado 85
Fisioterapia Respiratória
Métodos de administração de O2

Sistemas de baixo fluxo Sistemas de alto fluxo

Conceitos importantes Conceitos importantes

Fornece oxigênio com fluxo menor Oferece altos fluxos de gás com
que a demanda do paciente, ou uma FiO2 fixa (garantida);
seja, o fluxo inspiratório do Assim, esse sistema fornece O2 em
paciente normalmente se sobrepõe fluxos iguais ou superiores ao

isioconc
ao fluxo ofertado pelo sistema; fluxo inspiratório do paciente, ou

FiO2 é variável. @f
O O2 ofertado se dilui com o ar
ambiente e consequentemente a
seja, o fluxo ofertado é maior do
que a demanda do paciente.

ur
i
Novell

Dispositivos:

Cânula nasal ou cateter tipo óculos; seiroapro


Dispositivos:

Máscara simples; Máscara Venturi;


Máscara de reinalação parcial; Tenda facial/capacete;
Máscara de não reinalação (ou não Cânula nasal de alto fluxo (CNAF)
reinalante).
a
an

va
do Mari
Então agora iremos falar um pouco sobre cada um desses dispositivos:

Sistemas de Baixo fluxo

É um dispositivo simples, de baixo fluxo, suportando um fluxo de até


Cânula Nasal
5 L/min (alguns autores falam 6l/min), fornecendo uma FiO2 que
varia de 24 a 40% (ou 44% se for 6l/min). A concentração final de
oxigênio inspirado é determinada pela taxa de fluxo de oxigênio
através da cânula e pela profundidade de inspiração do paciente
(volume corrente).
O aumento de 1 l/min no fluxo de oxigênio aumentará a
concentração de oxigênio inspirado em aproximadamente 4% (o
1° litro aumenta 3);
A umidificação só é necessária com fluxo maior que 4 l/min;
Vantagem: paciente pode comer, conversar...
Desvantagem: Seu uso prolongado ou aplicação de fluxos altos
podem levar a ressecamento da mucosa nasal ou até lesões na
mucosa.

@fisioconcurseiroaprovado 86
Fisioterapia Respiratória
É um dispositivo de baixo fluxo que fornece uma fração inspirada de
Máscara simples
oxigênio (FiO2) variável, dependendo da demanda inspiratória do
paciente. À medida que a demanda inspiratória aumenta, o ar
ambiente é arrastado e a FiO2 é diluída;
Fornece concentrações de O2 entre 40 e 60%,
aproximadamente;
A concentração pode ser alterada aumentando ou diminuindo o
fluxo de O2;
Seu fluxo varia de 5 a 10L/min, sendo que valores menores que
5L/min podem causar maior resistência à respiração, podendo
ter a possibilidade de reinalação de CO2;
Vantagem: Favorece melhor umidificação das vias aéreas;

isioconc
Desvantagens: Pode ocorrer retenção de CO2, aspiração e

f
dificuldade de falar e se alimentar.

Máscara de
reinalação parcial
@
ur
É um dispositivo de baixo fluxo, que fornece uma FiO2 variável.
i
Novell

Fornece uma concentração alta de O2 (de 60 - 100%);

seiroapro
Utiliza fluxos de 10 a 15 L/min;
Possui bolsa reservatória de oxigênio;
NÃO possui válvulas;
As vantagens e desvantagens são basicamente as mesmas da
máscara simples.
a
an

É um dispositivo de baixo fluxo, que fornece uma FiO2 variável.


Máscara de não va
Possui bolsa reservatória de oxigênio;
reinalação do Mari
Fornece uma concentração alta de O2 (de 60 - 100%);
Utiliza fluxos de 10 a 15 L/min;
Possui válvulas que impedem a reinalação unidirecional
(inspiratória e expiratória): Durante a insp. uma leve pressão
negativa fecha as vávulas exalatórias, impedindo a
mistura/diluição aérea e ao mesmo tempo a válvula inspiratória,
por fluxo positivo de O2, se abre;
As vantagens e desvantagens são basicamente as mesmas da
máscara simples.

Veja a diferença entre a


máscara de reinalação parcial e
a de não reinalação

Sem válvulas Com válvulas

@fisioconcurseiroaprovado 87
Fisioterapia Respiratória
Sistemas de Alto fluxo

Máscara de Venturi A máscara de Venturi, também conhecida como máscara de


arrastamento de ar, é composta por um sistema de válvulas
acopladas à máscara facial que possibilita a oferta de diferentes
frações inspiradas de oxigênio (FiO2);
É um sistema de alto fluxo, que possibilita o controle e oferta
exata de FiO2;
Cada válvula tem uma cor e na válvula tem escrito tanto o fluxo
quanto a FiO2 ofertado por ele, que pode variar de 24 a 50%.
Obs.: O sistema Venturi é um princípio em que um fluido, é
acelerado ao passar por um duto estreito formando um jato de alta

isioconc
velocidade mas de baixa vazão que ao atravessar um

f
compartimento em contato com a atmosfera arrasta o ar ambiente

@
gerando um fluxo de alta vazão de mistura do gás de arraste e ar
ambiente.

ur
i

Cor Válvula FiO2 Fluxo L/min


Novell

Azul 24% 3

Amarela seiroapro
28% 6

Branca 31% 8

Verde 35% 12
Obs.: Dependendo do
Vermelha ou rosa 40% 15
a

fabricante, pode ter


an

valores de fluxos Laranja 50% 15


diferentes
va
Cânula nasal de
do Mari
A CNAF é uma técnica de suporte respiratório que fornece fluxos
elevados (de até 50 a 60L/minuto) e concentrações precisas (21 -
alto fluxo (CNAF) 100%) de oxigênio;
É um sistema de alto fluxo, que oferta misturas de gases
condicionados (aquecidos e totalmente umidificados) para pacientes
por meio de uma cânula nasal;
A CNAF proporciona efeito de lavagem do espaço morto das vias
aéreas superiores, reduzindo a hipercapnia. Além disto, reduz a
resistência das vias aéreas e, consequentemente, o trabalho
respiratório. Por fim, esse sistema proporciona pressões
expiratórias positivas nas vias aéreas, que podem contrabalançar a
PEEP intrínseca.
A recomendação presente na literatura atual para precisão do
fluxo da CNAF em adultos é de 1,3L/kg/minuto a
1,6L/kg/minuto; assim, um adulto de 70kg com FR de 30rpm
usaria de 27,30L/minuto (aproximadamente 27L/minuto) a, no
máximo, 33,60L/minuto (aproximadamente 34L/minuto).
Sua principal recomendação (recomendação forte) é para
pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica aguda.

@fisioconcurseiroaprovado 88
Fisioterapia Respiratória
Fornecimento de Oxigênio Suplementar:
Taxas de Fluxo e Porcentagem de Oxigênio Fornecido

Dispositivo Fluxo FiO2 ofertado

1 L/min 24%
Cânula nasal
2 L/min 28%
(1 - 5 litros)
3 L/min 32%
(24 - 40% de O2)
4 L/min 36%
5 L/min 40%
* alguns autores dizem que vai até 6

isioconc
* 6 L/min *44%

@
Máscara Simples
f 5 L/min
6 L/min
40%
45%
7 L/min 50%

ur
i

(5/6 - 10 litros)
Novell

8 L/min 55%
(40 - 60/65% de O2)

seiroapro
9 L/min 60%
10 Lmin %60/65

10 L/min 60-80%
11 L/min 70-80%
Máscara de não reinalação
12 L/min 80-90%
(10 - 15 litros)
13 L/min 85-95%
a

(60 - 100% de O2)


14 L/min 90-95%
an

15 L/min 90-100%
va
do Mari 3 L/min
6 L/min
24 % (azul)
28 % (amarela)
Máscara Venturi
8 L/min 31 % (branca)
(24 - 50% de O2)
12 L/min 35 % (verde)
* Valores exatos
15 L/min 40 % (vermelha)
15 L/min 50 % (laranja)

Preste atenção!
Lembre-se de que os valores dos sistemas de baixo fluxo são aproximados, e
a FiO2 real pode variar dependendo de vários fatores, incluindo o ajuste da
máscara no rosto do paciente, o padrão respiratório do paciente e outros
fatores individuais. Além disso, os valores aproximados variam de acordo com
os autores.

@fisioconcurseiroaprovado 89
Fisioterapia Respiratória
Toxicidade da Oxigenoterapia

A oxigenoterapia, quando administrada em concentrações muito elevadas, e


por tempo prolongado pode contribuir para a formação de radicais livres no
organismo, levando a efeitos deletérios, e consequentemente a toxidade pelo
oxigênio;
Os radicais livres formados pelo excesso de O2, são moléculas instáveis que
podem danificar as células, as membranas celulares e outras estruturas biológicas
através de um processo chamado estresse oxidativo.
Alguns dos efeitos deletérios do oxigênio em altas concentrações são:

isioconc
Lesão Pulmonar: O excesso de O2 (hiperóxia) pode levar a danos nos tecidos

f
pulmonares, podendo contribuir para a inflamação e lesão dos pulmões,

@
resultando em condições como a síndrome do desconforto respiratório agudo
(SDRA). Pode causar também atelectasia;
Redução do Fluxo Sanguíneo Pulmonar: O excesso de O2 também pode

ur
i
Novell

causar vasoconstrição (estreitamento dos vasos sanguíneos) nos pulmões, o

mais a oxigenação dos tecidos; seiroapro


que pode diminuir o fluxo sanguíneo pulmonar. Isso pode comprometer ainda

Lesão em Outros Tecidos e Órgãos: Radicais livres produzidos durante a


oxigenoterapia podem se espalhar para outros órgãos e tecidos, contribuindo
para danos em diferentes sistemas do corpo;
Danos Celulares e Moleculares: Os radicais livres podem causar danos
a

diretos ao material genético das células (DNA), proteínas e lipídios celulares,


an

afetando assim a integridade e a função celular;


va
Inflamação Sistêmica: O estresse oxidativo induzido por radicais livres pode
do Mari
contribuir para a inflamação sistêmica, que está associada a várias condições
de saúde, incluindo doenças cardiovasculares e neurodegenerativas;
Agravamento de Doenças Pré-existentes: Pacientes com condições médicas
pré-existentes, como DPOC, podem ser mais suscetíveis aos efeitos deletérios
da oxigenoterapia em concentrações elevadas;
Delírios: Caracterizados por mudanças no estado mental e podem incluir
confusão, desorientação, agitação e, em casos mais graves, alucinações. Esses
sintomas neuropsiquiátricos afetam o sistema nervoso central.

O que é narcose?
Narcose por dióxido de carbono ocorre quando há um acúmulo
excessivo de dióxido de carbono (CO2) no corpo (hipercapnia),
muitas vezes devido a problemas respiratórios, como em pacientes
com DPOC, podendo gerar sintomas como sonolência, confusão
mental, cefaleia e, em casos graves, até mesmo coma.

@fisioconcurseiroaprovado 90
Fisioterapia Respiratória

Importante
Em casos de DPOC, o oxigênio em excesso pode ser prejudicial por várias razões:

Redução do Estímulo Respiratório: Pacientes com DPOC frequentemente têm


níveis elevados de CO2 no sangue, devido à dificuldade em expirar completamente.
O corpo se acostuma com esses níveis mais altos de CO2, e o impulso para respirar
é desencadeado mais pela falta de oxigênio do que pelo excesso de CO2. Se
receberem oxigênio em excesso, pode reduzir esse impulso respiratório, levando a
uma diminuição potencialmente perigosa na respiração;
Retenção de CO2 (Hipercapnia): O fornecimento excessivo de O2 pode resultar

fisioconc
em uma diminuição no estímulo respiratório, podendo levar à retenção de CO2,

@
conhecida como hipercapnia. A hipercapnia pode piorar a acidose respiratória e ter
efeitos adversos, especialmente em pacientes com DPOC;
Depressão Respiratória: Em alguns casos, a administração excessiva de oxigênio

ur
i

pode levar à depressão respiratória, comprometendo a capacidade do paciente de


Novell

exalar CO2. Isso é particularmente problemático para pacientes com DPOC, que já
têm dificuldade em eliminar adequadamente o CO2.
seiroapro
O "efeito Haldane" é um fenômeno observado,
onde a afinidade da hemoglobina pelo dióxido de
a

carbono (CO2) é influenciada pela quantidade de


an

oxigênio presente.
va Em termos simples, esse efeito descreve a

do Mari
tendência da hemoglobina a se ligar mais
fortemente ao CO2 quando não está ligada ao
oxigênio. Em outras palavras, quando a
hemoglobina está menos saturada com oxigênio,
ela tem uma maior afinidade pelo CO2.
Você sabe o que é Isso tem implicações importantes para o transporte
efeito haldane? de gases no sangue. Nos pulmões, onde o oxigênio é
abundante, a hemoglobina tende a se saturar com
oxigênio, o que diminui sua afinidade pelo CO2.
Isso facilita a liberação do CO2 para ser expirado
pelos pulmões. Por outro lado, nos tecidos
periféricos, onde o oxigênio é consumido, a
hemoglobina tem menor saturação de oxigênio e,
portanto, maior afinidade pelo CO2, facilitando a
captação do CO2 gerado pelo metabolismo celular.
O efeito Haldane é uma parte crucial do equilíbrio
ácido-base no corpo e é um dos mecanismos que
contribuem para o transporte eficiente de oxigênio e
dióxido de carbono pelo sistema circulatório.

@fisioconcurseiroaprovado 91
Fisioterapia Respiratória
Ventilação Não-invasiva (VNI)

A VNI é definida como a oferta de suporte ventilatório com pressão positiva


às vias aéreas aplicada por meio de interfaces/máscaras, de forma não invasiva, ou
seja, sem a necessidade de intubação;
A ventilação não invasiva pode diminuir a necessidade de intubação e reduzir a
mortalidade em pacientes que evoluem com insuficiência respiratória aguda
hipoxêmica, podendo ou não ser secundárias a várias patologias, como por
exemplo as exacerbações da DPOC ou o edema pulmonar cardiogênico. Seus

isioconc
benefícios comprovados e o baixo risco de complicações tornaram o uso de VNI

f
uma rotina frequente nos pacientes com insuficiência respiratória em muitos

@
contextos.

ur
i

Quando utilizar?
Novell

seiroapro
Quando não existir contraindicações, os pacientes que apresentam incapacidade
de manter ventilação espontânea:
Volume minuto > 4 l/min,
PaCO2 < 50 mmHg e
pH > 7,25.
Devem iniciar uso de VNI com dois níveis de pressão, com a pressão inspiratória
a

suficiente para manter um processo de ventilação adequada, visando impedir a


an

progressão para fadiga muscular e/ou parada respiratória.


va
do Mari
Obs.: Pode-se usar VNI em pacientes com rebaixamento de nível de consciência devido a
hipercapnia em DPOC. A melhora da consciência deve ser evidente dentro de 1 a 2 horas após o
início da VNI. Os pacientes que deterioram ou não melhoram devem ser imediatamente intubados
pelo risco de perda de proteção da Via Aérea Inferior e Parada Respiratória.

Quando parar?
O uso de VNI deve ser monitorado de meia hora a 2 horas. Para ser considerado
sucesso, deve ser observado:
Diminuição da frequência respiratória;
Aumento do volume corrente (VC);
Melhora do nível de consciência;
Diminuição ou cessação de uso de musculatura acessória;
Aumento da PaO2 e/ou SpO2 e diminuição da PaCO2 sem distensão abdominal
significativa.
Quando não há sucesso, recomenda-se imediata IOT e VMI. Espera-se sucesso
na população hipercápnica em 75% dos casos, e nos hipoxêmicos em cerca de 50%.

@fisioconcurseiroaprovado 92
Fisioterapia Respiratória
Indicações e recomendações das Diretrizes de VM -2013

Indicações Recomendações e sugestões

Pode ser utilizada em conjunto com terapia medicamentosa para


Exacerbação da Asma
melhorar à obstrução ao fluxo aéreo e diminuir esforço respiratório.

Deve ser utilizada no tratamento da DPOC agudizada para diminuir a


Exacerbação aguda da
necessidade de intubação, o tempo de internação hospitalar e a
DPOC
mortalidade.

Deve ser utilizada (BIPAP com EPAP 5-10 e IPAP até 15 cmH2O e/ou

isioconc
Edema agudo de pulmão
CPAP de 5 a 10 cmH20) visando diminuir a necessidade de intubação e
cardiogênico

f
mortalidade hospitalar.

Síndrome do @
Pode ser utilizada, especialmente nos casos de SARA leve, com os
cuidados de se observar as metas de sucesso de meia hora a 2 horas. No

ur
i

desconforto respiratório caso de não sucesso, evitar retardar a intubação.


Novell

agudo Evitar utilizar na SARA grave, devido à alta taxa de falência respiratória

seiroapro
(SDRA) e necessidade de IOT, especialmente em pacientes com PaO2/FIO2 <
140.

Pode ser utilizada em PAC grave com insuficiência respiratória


Pneumonia Adquirida
hipoxêmica, especialmente nos portadores concomitantes de DPOC com
na Comunidade Grave
os cuidados de se observar as metas de sucesso de meia hora a 2 horas.
(PAC grave)
No caso de não sucesso, evitar retardar a intubação.
a
an

Deve ser utilizada visando encurtar a duração da ventilação invasiva


(ação facilitadora), reduzir a mortalidade e as taxas de pneumonia
va
associada à ventilação mecânica (PAV), gerando menos dias internação

Pós-extubação
do Mari
hospitalar na população de pacientes DPOC hipercápnicos.
Deve ser utilizada imediatamente após a extubação nos pacientes de
risco, para evitar Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e reintubação
(ação profilática).
Evitar o uso da VNI após novo quadro de insuficiência respiratória
instalada (ação curativa).

A VNI para Tratamento da IRpA no pós-operatório imediato de cirurgia


abdominal e torácica eletivas deve ser utilizada estando associado à
melhora da troca gasosa, redução de atelectasias e diminuição do trabalho
respiratório, além de diminuição da necessidade de IOT e possivelmente
da mortalidade. Deve ser utilizada com cautela, respeitando-se as
Pós-Operatório
limitações e contra indicações para sua utilização.
Em cirurgias esofágicas pode-se usar VNI para se evitar IRpA, mantendo-
se pressões inspiratórias mais baixas (EPAP < 8 e IPAP < 15). A mesma
sugestão vale para Cirurgia Torácica, Cirurgia Abdominal, Cirurgia
Cardíaca, e Cirurgia Bariátrica.

Pode ser utilizada durante e após a broncoscopia visando diminuir o


Broncoscopia risco de complicações em pacientes com hipoxemia grave refratária,
insuficiência respiratória pós-operatória, ou DPOC grave.

@fisioconcurseiroaprovado 93
Fisioterapia Respiratória
Contra-indicações

Nunca!

fisioconc Depende!
@
ur
i
Novell

Fonte: DIRETRIZES BRASILEIRAS DE Ventilação Mecânica – 2013

seiroapro
Pacientes em risco de falha de extubação
a
an

va
do Mari

Fonte: DIRETRIZES BRASILEIRAS DE Ventilação Mecânica – 2013

Ei, eu tenho mais uma dúvida Mari!

Existe algum tipo de escala/score que consegue


predizer a falha da VNI?

Claro! ótima pergunta! Vem comigo que vou te apresentar


o HACOR!

@fisioconcurseiroaprovado 94
Fisioterapia Respiratória
Score HACOR

O Hacor é uma ferramenta potencialmente útil à beira do leito, para a previsão de


falha da VNI;
O escore consiste na utilização da Frequência cardíaca, acidose (pH), nível de
consciência pela escala de coma de Glasgow, índice de oxigenação (PaO2/FiO2) e
frequência respiratória;
A pontuação varia de 0 a 25 pontos , sendo que uma pontuação mais alta indica
maior chance de falha da VNI;
Um escore HACOR > 5 em 1 hora de VNI destaca os pacientes com risco > 80%
de falha na VNI, independentemente do diagnóstico, idade e gravidade da doença;

isioconc
A falha na VNI indica necessidade de intubação e ventilação mecânica invasiva.

Escala HACOR @f
ur
i

Variáveis Categoria Pontos


Novell

seiroapro
≤ 120 0
Frequência cardíaca
≥ 121 1

≥ 7,35 0
7,30 - 7,34 2
pH Fisio
7,25 - 7,29 3
< 7,25 4

15 0
a

13 - 14 2
Glasgow
11 - 12 5
an

≤ 10 10
va
≥ 201 0

PaO2/FiO2
do Mari
176 - 200
151 - 175
126 - 150
2
3
4
101 - 125 5
≤ 100 6

≤ 30 0
31 - 35 1
Frequência respiratória 36 - 40 2
41 - 45 3
≥ 46 4

MODOS ventilatórios

Modos Descrição Indicações

Pressão positiva contínua nas vias aéreas. EAP cardiogênico, PO de Cirurgia Abdominal e
CPAP
Ventilação espontânea. Apneia do Sono Leve/Moderada.

Dois níveis de pressão:


Hipercapnias agudas, descanso da musculatura
IPAP = Suporte inspiratório e
BILEVEL (BIPAP) respiratória, EAP cardiogênico e infecções de
EPAP = Pressão expiratória positiva.
imunossuprimidos.
Ciclagem a fluxo.

@fisioconcurseiroaprovado 95
Fisioterapia Respiratória
Interfaces

É necessário a escolha de uma interface adequada, e que melhor se adapte à


face do paciente visando melhor eficiência clínica.

Interface Vantagens Desvantagens

Máscaras nasais
Menor risco de aspiração;
Vazamento oral;
Facilita expectoração;
Despressurização oral;
Menor claustrofobia;
Irritação nasal;
Permite a fala e a alimentação;
Limitação em pacientes com obstrução nasal e

isioconc
Fácil de manusear e
Ressecamento oral.

f
Menor espaço morto.

Máscaras faciais
(oro-nasais) @
Menor vazamento oral;
Maior chance de úlcera de pressão nasal;
Maior claustrofobia;

ur
i

Mais apropriada para condições Maior risco de aspiração e broncoaspiração ;


Novell

agudas, por permitir maiores fluxos e Dificulta alimentação e comunicação e


pressões. Risco de asfixia com mau funcionamento do

Máscara facial total


ventilador.

seiroapro
(total-face)
Mais confortável para uso prolongado;
Maior espaço morto;
Fácil de ajustar;
Não deve ser utilizada associada à aerossolterapia;
Menor risco de lesão cutânea facial e
Maior risco de aspiração.
Mínimo vazamento.
a
an

Capacete Risco maior de reinalação de CO2;


(Helmet) va Favorece assincronia entre paciente e ventilador;

do Mari
Mais confortável para uso prolongado;
Risco de asfixia com mau funcionamento do
ventilador;
Não pode ser utilizada associada a aerossolterapia;
Não oferece risco de lesão cutânea
Alto ruído interno e maior sensação de pressão no
facial.
ouvido;
Necessidade de pressões mais altas para
compensação do espaço morto e
Pode haver lesão cutânea nas axilas.

Vamos andando pessoal, falta pouco!

@fisioconcurseiroaprovado 96
Fisioterapia Respiratória
Ventilação Mecânica Invasiva (VMI)

A ventilação mecânica (VM), é um método de suporte para o tratamento de


pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada, que
substitui total ou parcialmente a ventilação espontânea do paciente;
A VM pode ser utilizada de forma não-invasiva (VNI - já abordada), e de forma
invasiva através de um tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia. Nas
duas situações, a ventilação artificial é conseguida com a aplicação de pressão
positiva nas vias aéreas;

isioconc
A VM se faz através da utilização de aparelhos (ventilador mecânico) que,

f
intermitentemente, insuflam as vias respiratórias com volumes de ar (volume

@
corrente). O movimento do gás para dentro dos pulmões ocorre devido à geração
de um gradiente de pressão entre as vias aéreas superiores e o alvéolo.

ur
i
Novell

Objetivos da VM
seiroapro
Manter trocas gasosas, ou seja, corrigir hipoxemia e acidose respiratória associada
à hipercapnia;
Aliviar o trabalho da musculatura respiratória que, em situações agudas de alta
demanda metabólica, está elevado;
Reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória;
a

Diminuir o consumo de oxigênio, reduzindo o desconforto respiratório e


an

Permitir a aplicação de terapêuticas específicas.


va
do Mari
Principais indicações

As principais indicações para iniciar o suporte ventilatório, de acordo com o III


Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica, são:

Reanimação devido à parada cardiorrespiratória;


Hipoventilação e apneia;
Insuficiência respiratória, devido a doença pulmonar intrínseca e hipoxemia;
Falência mecânica do aparelho respiratório:
1. Fraqueza muscular/Doenças neuromusculares/Paralisia e
2. Comando respiratório instável (trauma craniano, AVC, intoxicação exógena e abuso de
drogas).
Prevenção de complicações respiratórias;
Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular.

Resumindo: A VM é aplicada em várias situações onde o paciente desenvolve


insuficiência respiratória, sendo incapaz de manter valores adequados de O2 e CO2
sanguíneos.

@fisioconcurseiroaprovado 97
Fisioterapia Respiratória
Parâmetros que podem indicar a necessidade de suporte ventilatório

fisioconc
@
ur
i
Novell

Conceitos, parâmetros e ajustes iniciais da VM


seiroapro
Quantidade de vezes que o paciente respira por minuto (n° de
ciclos em 1 minuto). O valor que deverá ser ajustado no VM vai
depender do motivo que o paciente foi intubado, e sua doença de
base (ex.: DPOC usa-se FR mais baixa).
Frequência
a

Esse parâmetro é muito importante para corrigirmos uma


respiratória (FR)
an

acidose ou alcalose respiratória.


12 - 16 vaAcidose respiratória: Para corrigir, podemos aumentar a
doenças obstrutivas: <12
doenças restritivas: > 20 do Mari
FR;
Alcalose respiratória: Para corrigir, podemos reduzir a FR.

Volume de ar que entra e sai dos pulmões a cada ciclo


respiratório. Normalmente se utiliza de 6 a 8 ml/kg de peso
predito (peso ideal para a altura do paciente).
Cálculo de peso predito:
Homens: 50 + 0,91 (altura em cm - 152,04)
Mulheres: 45,5 + 0,91 (altura em cm - 152,4)
Volume Corrente (VC) Exemplo: Um homem de 1,82 cm
50 + 0,91 (182 - 152,4) =
6 ml/kg 50 + 0,91 (29,6) =
50 + 26,936 = 76,936 (seu peso ideal de acordo com sua altura
seria de 76,9 kg). Assim temos que: 6ml/kg seria: 6 x 76,9 =
461,4 (ou seja, o volume corrente inicial que será programado no
ventilador para esse paciente seria 460).

Pressão inspiratória Pressão suficiente para alcançar o volume corrente ideal. Ou


(pressão controlada) seja, quanto maior a pressão, maior o volume ofertado.

@fisioconcurseiroaprovado 98
Fisioterapia Respiratória
Quantidade de oxigênio que será ofertado ao paciente. Varia de
21 % (ar ambiente) até 100%. O valor ideal é o mínimo possível
para manter uma SpO2 satisfatória (dependendo da doença de
base). Lembre-se sempre que oxigênio em excesso causa lesão.
Fração inspirada de Obs.: Cuidado ao oferecer 100% de O2, pois isso pode causar a
oxigênio (FiO2) atelectasia por absorção, que significa que uma parte do
pulmão entra em colapso porque o nitrogênio é removido dos
SpO2 entre 93 - 97% sacos de ar pulmonares quando uma alta concentração de
oxigênio é fornecida. Esse colapso pode comprometer a
capacidade do pulmão de funcionar adequadamente.

isioconc
Pressão positiva Pressão que fica ao final da expiração, resistindo o
expiratória final
(PEEP)
@f
esvaziamento total do pulmão, evitando assim o seu
colabamento (evitando que ele se feche totalmente). Pode ser
titulada.
PEEP inicial: 3-5 cmH2O

ur
i
Novell

É a força mínima ou “sinalização” que o paciente deve gerar

seiroapro
para que o ventilador reaja e dispare um ciclo.
Pode ser por pressão (negativa) ou por fluxo (positiva).
Você ajusta a sensibilidade determinando o quão fácil ou o quão
difícil será para o paciente provocar a reação no ventilador.
Sensibilidade
Ex.: Sensibilidade à pressão de 0,5cmH2O é mais sensível (mais
(trigger)
fácil para o paciente) comparado com uma sensibilidade à
a

pressão de 2cmH2O (mais difícil - menos sensível). O mesmo


an

-2cmH2O +2L/min ocorre com sensibilidade à fluxo, sendo que uma sensibilidade de
1L/min é mais sensível (mais fácil) do que 2L/min (menos
va
do Mari
sensível - mais difícil).

É o volume total de ar que circula nos pulmões em 1 minuto.


Ou seja:
Volume corrente (VC) X frequência respiratória (FR).
Isso é muito importante na ventilação, pois quando temos uma
acidose respiratória, precisamos aumentar o volume minuto e
Volume Minuto quando temos uma alcalose respiratória, precisamos reduzir o
(Vmin) volume minuto.
Ex.: VC = 400 FR = 18, assim o Vmin = 7,2L/min.
E como conseguimos aumentar o Vmin? Aumentando a FR ou o
VC. Ou seja, pensando no caso acima, se aumentarmos a FR
para 25 teremos: 400 x 25 = volume minuto aumentaria de 7,2
para 10L/min.

Estímulo do centro respiratório, ou seja, o comando cerebral


Drive respiratório
dado para a musculatura respiratória.

@fisioconcurseiroaprovado 99
Fisioterapia Respiratória
É a relação que existe entre as fases da respiração (inspiração e
expiração), sendo que o normal é que expiração seja mais longa
e a inspiração mais curta. Normalmente a relação I:E é de 1:2 (a
Relação insp./exp. cada um tempo de insp., temos dois tempos de exp.). Esse valor
(I:E) varia conforme a patologia, por exemplo na DPOC, que é uma
doença obstrutiva, devemos manter a relação com o tempo
1:2 ou 1:3 expiratório mais longo (1:3, 1:4...), para evitar o aprisionamento
de ar e auto-PEEP, permitindo assim, um esvaziamento efetivo.

Ponto mais alto de pressão atingido na via aérea durante o ciclo


Pressão de pico respiratório, ou seja, é a pressão máxima alcançada durante a
(Ppico) fase inspiratória, gerada pelo ventilador para fornecer um

isioconc
volume específico de ar aos pulmões do paciente.

@f
Pressão sobre os alvéolos ao final da inspiração, obtido por meio
de uma pausa inspiratória. A pausa permite que o ar se
distribua uniformemente nos alvéolos e atinja uma pressão

ur
i
Novell

máxima, conhecida como pressão de platô.


A pressão de platô é um indicador da complacência pulmonar,

Pressão de platô
(Pplatô)
seiroapro
que é a capacidade dos pulmões de se expandirem em resposta à
pressão inspiratória. Uma pressão de platô elevada pode indicar
rigidez pulmonar, resistência nas vias aéreas ou outros
problemas que podem comprometer a eficácia da ventilação.
Até 30cmH2O
Manter a pressão de platô dentro de limites seguros (até
30cmH2O) é fundamental para prevenir danos pulmonares,
a

especialmente o barotrauma, que são lesões causadas pela


an

pressão excessiva nos pulmões.


va
do Mari
A "driving pressure" (pressão de distensão) é a diferença entre a
pressão de platô e a PEEP (Pplatô - PEEP). É uma medida que
indica a força efetiva que está sendo aplicada para expandir os
Driving pressure
alvéolos durante a respiração artificial. Uma "driving pressure"
(ΔP)
elevada pode indicar que os pulmões estão enfrentando uma
Até 15 carga excessiva durante a ventilação, o que pode ser associado a
riscos de danos pulmonares.

Pressão ou estresse gerados de forma patológica pelo volume de


ar aprisionado nos alvéolos. A ocorrência desse fenômeno é
Auto-PEEP ou PEEP observada principalmente em decorrência do tempo expiratório
intrínseca insuficiente para o esvaziamento alveolar. Observamos sua
ocorrência, principalmente, em pacientes com doenças
obstrutivas (asma, DPOC).

Modo ventilatório É a maneira pela qual serão controlados os ciclos ventilatórios.

Modalidade É o modo pelo qual os ciclos ventilatórios serão


ventilatória disponibilizados pelo ventilador

@fisioconcurseiroaprovado 100
Fisioterapia Respiratória
Ciclo ventilatório

O ciclo ventilatório na ventilação mecânica é o processo completo de


inspiração e expiração gerenciado pelo ventilador mecânico para fornecer
suporte respiratório a um paciente;
Esse ciclo envolve várias fases e parâmetros que são controlados e ajustados
pelos profissionais de saúde para atender às necessidades clínicas específicas do
paciente;
O ciclo ventilatório durante a ventilação mecânica com pressão positiva pode
ser dividido em:

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va É a fase do ciclo em que o ventilador realiza a

1 - Fase inspiratória
do Mari
insuflação pulmonar, conforme as propriedades
elásticas e resistivas do sistema respiratório.
Válvula inspiratória aberta.

Nesse período, há a mudança da fase inspiratória para


2 - Ciclagem
a expiratória. A válvula inspiratória fecha-se.

Fase de desinsuflação pulmonar, abertura da válvula


expiratória e saída do fluxo de gás. Os pulmões
3 - Fase expiratória
encolhem, e a PEEP é mantida no interior dos alvéolos,
evitando o seu colabamento.

Fase em que termina a expiração e ocorre a abertura da


válvula inspiratória do ventilador, iniciando nova fase
4 - Disparo
inspiratória. Ou seja, é a mudança da fase expiratória
para a fase inspiratória.

@fisioconcurseiroaprovado 101
Fisioterapia Respiratória
Modos ventilatórios

+++ sedado Ventilação Controlada a Volume

Nesse modo, o ventilador fornece um volume corrente fixo a cada


ciclo respiratório. A pressão varia de acordo com as

VCV características do sistema respiratório do paciente. É utilizado


para calcular mecânica pulmonar.
Assisto-controlada
Valores programados pelo profissional:
VC + FR + Pico de fluxo insp. + PEEP + FiO2 + Sensibilidade

fisioconc
Disparo: Tempo Ciclagem: Volume Limitado: Fluxo

++ sedado
@ Ventilação Controlada a Pressão

ur
i
Novell

Nesse modo, o ventilador mantém uma pressão inspiratória fixa,


e o volume corrente resultante varia com base na complacência

PCV seiroapro
pulmonar e na resistência das vias aéreas. (o profissional
determina uma pressão máxima para atingir o volume ideal).
Assisto-controlada
Valores programados pelo profissional:
Pressão insp. (PI/PC) + FR + Relação I:E + PEEP + FiO2 + Sens.
a

Disparo: Tempo Ciclagem: Tempo Limitado: Pressão


an

va Ventilação por Pressão de Suporte


- sedado + acordado
do Mari
Nesse modo, o paciente controla o início e a duração da
inspiração, enquanto o ventilador fornece suporte de pressão para
facilitar o esforço inspiratório. É utilizado no desmame da

PSV ventilação mecânica. É um modo disparado exclusivamente pelo


paciente (fluxo/pressão), e ciclado quando o fluxo cai.
Espontânea/assistido
Valores programados pelo profissional:
Pressão de suporte (PS) + Ciclagem (%) + PEEP + FiO2 + rampa +
sensibilidade + alarme de apneia e ventilação de respaldo.

Disparo: Fluxo/pressão Ciclagem: Fluxo Limitado: Pressão

Ventilação Mandatória intermitente Sincronizada

SIMV Combina ciclos mandatórios fixos com a capacidade do paciente


Ciclos controlados + de respirar espontaneamente entre esses ciclos. EVITAR seu
ciclos assistidos + ciclos
espontâneos
uso, pois se mostrou associado a aumento do tempo de retirada
da ventilação mecânica.

@fisioconcurseiroaprovado 102
Fisioterapia Respiratória
OBS.: Se acaso o paciente participar dos ciclos respiratórios durante o modo VCV ou PCV, o
disparo irá ocorrer por fluxo ou pressão, de acordo com a sensibilidade ajustada.

Modalidades ventilatórias

O ventilador irá liberar cada ciclo respiratório em intervalos de


tempo predefinido pelo operador, não permitindo que o
Controlada
paciente interfira, ou seja, dispare o ventilador. Pode gerar
assincronias, quando o paciente começar a ter drive.

Neste tipo de ventilação existe uma frequência pré-

isioconc
determinada, porém, se o ventilador perceber um esforço do

f
Assisto-controlada paciente, este permitirá que um novo ciclo ventilatório

@
(A/C) aconteça, mas com os parâmetros ajustados pelo operador, ou
seja, ele permite que o paciente interfira na ventilação, de
acordo com o nível de sensibilidade ajustada.

ur
i
Novell

Refere-se a modos em que o paciente tem um papel mais ativo

seiroapro
no processo respiratório, podendo iniciar suas próprias
respirações de forma espontânea, enquanto o ventilador
Assistido/espontânea oferece suporte. Esses modos são projetados para permitir
que o paciente participe ativamente da ventilação, sendo úteis
em situações em que o objetivo é facilitar a transição do
suporte ventilatório para a respiração espontânea
a
an

va
do Mari
Assincronias paciente-ventilador

Referem-se a falta de sincronização ou coordenação entre os esforços


respiratórios do paciente e os ciclos do ventilador. Uma sincronização
inadequada pode resultar em desconforto para o paciente, aumento do trabalho
respiratório e, em alguns casos, até mesmo complicações respiratórias;
Por isso é necessário a busca pelas assincronias e suas devidas correções.
Podem ser classificadas em 3 grupos:
Assincronias de disparo (disparo ineficaz, duplo disparo, disparo reverso e
auto-disparo);
Assincronias de fluxo (fluxo insuficiente e fluxo excessivo) e
Assincronias de ciclagem (ciclagem prematura e ciclagem tardia).

“Não deixe que seus sonhos sejam apenas sonhos,


torne-os realidade”

@fisioconcurseiroaprovado 103
Fisioterapia Respiratória
Assincronias de disparo

Assincronia Definição Como corrigir

Disparo ineficaz O esforço inspiratório do Ajustar a sensibilidade para o


(esforço inefetivo) paciente não é suficiente mais sensível possível evitando
para disparar o auto-disparo, ou modificar o tipo
ventilador. Pode ocorrer de disparo de pressão para fluxo
por ajuste inadequado da (geralmente mais sensível);
Se tiver auto-PEEP, uma
sensibilidade, fraqueza
PEEP extrínseca pode ser titulada
da musculatura

isioconc
de 70- 85% da auto-PEEP;
respiratória, depressão

f
Em PSV, pode tentar reduzir a
do comando neural,

@
pressão ou aumentar a % do
auto-PEEP ou tempo
critério de ciclagem;
inspiratório mecânico Em PCV pode tentar reduzir o

ur
i

prolongado maior que o tempo insp. e em VCV, aumentar


Novell

tempo neural do o fluxo inspiratório ou diminuir a


paciente.
seiroapro
pausa.

Em VCV, deve-se aumentar o


Duplo disparo
fluxo inspiratório e/ou o VC,
Ocorrem 2 ciclos
respeitando os limites de
consecutivos disparados segurança;
pelo mesmo esforço do
a

Outra opção é mudar para PCV


paciente, sem intervalo ou PSV, onde o fluxo inspiratório
an

entre eles. O tempo ofertado varia conforme os esforços


va
inspiratório mecânico do do paciente;
do Mari
ventilador é menor que o
tempo inspiratório
Em PCV, pode aumentar o
tempo insp. e/ou a PC;
Em PSV, pode tentar aumentar a
neural do paciente.
pressão ou reduzir a % do critério
de ciclagem.

O ventilador é disparado
Auto-disparo
sem esforço do paciente.
Pode ocorrer por ajuste
excessivamente sensível Após descartar ou corrigir os
do ventilador, por vazamentos ou condensado no
vazamento no sistema, circuito, deve-se reduzir
presença de condensado progressivamente a
no circuito gerando sensibilidade o suficiente para
alterações no fluxo, que auto-disparos desapareçam
detecção dos batimentos (deixar menos sensível - mais
cardíacos e de grandes difícil).
variações da pressão
torácica pela ejeção do
volume sistólico.

@fisioconcurseiroaprovado 104
Fisioterapia Respiratória
Disparo reverso É uma forma de duplo
disparo, onde o esforço
Aumentar o tempo
muscular inspiratório do
inspiratório (em VCV e PCV) e,
paciente resulta de
no modo PSV, aumentar o
mecanismos reflexos
tempo inspiratório, diminuindo a
desencadeados por
porcentagem de ciclagem do
insuflação mecânica com
pico de fluxo.
respiração controlada
pelo ventilador. Há
empilhamento de
volumes correntes.

f is iocon
@ c
Assincronias de fluxo

ur
i
Novell

Assincronia Definição Como corrigir

Fluxo inspiratório O fluxo recebido pelo


paciente é menor que a
seiroapro
Corrigir as causas de
aumento da demanda
insuficiente ventilatória, como febre, dor,
sua demanda ansiedade, acidose;
ventilatória, não Aumentar o fluxo
atendendo inspiratório em VCV;
a

adequadamente suas Mudança do modo VCV


an

necessidades para PCV ou PSV, que têm


va respiratórias. Isso pode fluxo livre;

do Mari
ocorrer em casos de mau
ajuste dos parâmetros do
Ajuste da velocidade com
que a pressão limite é
ventilador, obstrução das alcançada nas vias aéreas
vias aéreas, ou outras (“rise time” - tempo de subida
condições que afetem a ou ascensão ou aumentando
entrega eficiente de ar. o valor de pressão
controlada).

Fluxo inspiratório excessivo


Pode ocorrer em VCV,
Em VCV, o fluxo deverá ser
quando o fluxo é ajustado reduzido;
acima do desejado pelo Em PCV e em PSV, o “rise
paciente, ou em PCV ou time” deve ser diminuído até
PSV, pelo ajuste de que desapareça o “overshoot” .
pressões elevadas ou de Obs.: Overshoot = quando a
um “rise time” mais pressão nas vias aéreas
ultrapassa o nível ajustado.
rápido.

@fisioconcurseiroaprovado 105
Fisioterapia Respiratória
Assincronias de ciclagem

Assincronia Definição Como corrigir

Em VCV, deve-se diminuir


Ciclagem prematura o fluxo inspiratório e/ou o
VC, respeitando-se os limites
de segurança;
Outra opção é a mudança
O ventilador interrompe para a modalidade PCV ou
o fluxo inspiratório antes PSV, onde o fluxo
do desejado pelo inspiratório ofertado varia

isioconc
paciente, ou seja, o conforme os esforços do

@f tempo inspiratório
mecânico do ventilador é
paciente;
Caso ocorra em PCV,
pode-se aumentar o tempo
menor que o tempo

ur
i

neural do paciente. inspiratório e/ou o valor da


Novell

PC;

seiroapro
Em PSV, pode-se tentar
aumentar o nível de pressão
ou reduzir a % do critério de
ciclagem.

Ciclagem tardia
a

Nas modalidades em que o


O tempo inspiratório
an

operador ajusta o tempo


mecânico do ventilador inspiratório, este deverá ser
va ultrapassa o desejado
do Mari
pelo paciente, ou seja, é
reduzido;
Em PSV, pode-se elevar a %
de critério de ciclagem (por
maior que o tempo
neural do paciente. exemplo, de 25% para 40% ou
até mais).

Desmame de ventilação mecânica

Desmame é o processo de transição da ventilação artificial para a espontânea


nos pacientes que permanecem em ventilação mecânica invasiva por tempo
superior a 24 horas;
Recomendação das diretrizes de VM 2013: Retirar o paciente da ventilação
invasiva o mais rápido quanto clinicamente possível;
O processo de retirada do suporte ventilatório ocupa ao redor de 40% do tempo
total de ventilação mecânica.

@fisioconcurseiroaprovado 106
Fisioterapia Respiratória
Considerações e conceitos importantes

Sucesso de desmame: É o paciente que tem sucesso no teste de respiração espontânea


(TRE), ainda conectado ao ventilador;

Sucesso de Extubação: Paciente que tem a prótese endolaríngea retirada (extubação)


após passar no TRE e não é reintubado nas próximas 48 horas. No caso dos
traqueostomizados, equivalerá ao sucesso na extubação o paciente que tolerou
desconexão do ventilador após passar no TRE e não precisou voltar a ser reconectado ao
ventilador nas próximas 48 horas.

isioconc
Teste de respiração espontânea (TRE)

@f
É o método de interrupção da ventilação mecânica, estando entre os mais eficazes para
o desmame. Pode ser realizado das seguintes formas:
Tubo T: Permitindo que o paciente ventile espontaneamente através do tubo

ur
i
Novell

endotraqueal, conectado a uma peça em forma de “T”, com uma fonte de oxigênio;
Em VM: Recebendo pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) de 5 cmH2O,

seiroapro
ou com ventilação com pressão de suporte (PSV) de 5 - 7 cmH2O.

Extubação e decanulação

Extubação: Retirada da via aérea artificial;


a

Decanulação: Retirada da via aérea artificial, em pacientes traqueostomizados;


an

Reintubação ou fracasso de extubação: Necessidade de reinstituir a via aérea artificial. A


reintubação é considerada precoce quando ocorre em menos de 48 h após a extubação (ou
va
decanulação).
do Mari
Critérios para considerar a aptidão para o desmame

Realizar a Busca Ativa incluindo os seguintes tópicos:

Causa da falência respiratória resolvida ou controlada;


PaO2 ≥60 mmHg com FIO2 ≤0,4 e PEEP ≤5 a 8 cmH2O;
Hemodinâmica estável, com boa perfusão tecidual, sem ou com doses baixas de
vasopressores, ausência de insuficiência coronariana descompensada ou arritmias com
repercussão hemodinâmica;
Paciente capaz de iniciar esforços inspiratórios;
Balanço Hídrico zerado ou negativo nas últimas 24 horas;
Equilíbrio ácido-básico e eletrolítico normais.
Adiar extubação quando houve programação de transporte para exames ou cirurgia com
anestesia geral nas próximas 24h.

Fonte: Adaptado - DIRETRIZES BRASILEIRAS DE Ventilação Mecânica – 2013

@fisioconcurseiroaprovado 107
Fisioterapia Respiratória
TRE - Algumas considerações

No TRE o paciente deve ser colocado em Tubo em T ou PSV de 5-7 cm H2O


durante 30-120 minutos. Durante o TRE o paciente deve ser monitorizado para
sinais de insucesso. É considerado sucesso no TRE pacientes que mantiverem
padrão respiratório, troca gasosa, estabilidade hemodinâmica e conforto
adequados.
Após um TRE bem sucedido, avaliar se as vias aéreas estão pérvias e se o
paciente é capaz de protegê-las:
Avaliação da proteção das vias aéreas: Avaliar se o paciente tem nível
consciência (Escala de Coma de Glasgow acima de 8), tosse eficaz (teste do

isioconc
Cartão Branco positivo e pico de fluxo maior que 60 lpm) e pouca secreção

@f
(sem necessidade de aspiração a cada 1 ou 2 horas);
Avaliação da permeabilidade das vias aéreas: Testar a permeabilidade das
vias aéreas em pacientes de maior risco para estridor laríngeo e obstrução das

ur
i

vias aéreas (ventilação prolongada, trauma), podendo ser feito pelo método
Novell

qualitativo ou quantitativo. Aspirar bem boca e laringe antes da desinsuflação

seiroapro
do balão da prótese para o teste, a fim de evitar entrada de material indesejado
nas Vias Aéreas Inferiores de forma iatrogênica.

Sinais de intolerância ao Teste de Respiração Espontânea


a

Frequência respiratória > 35 rpm;


Saturação arterial de O2 < 90%;
an

Frequência cardíaca > 140 bpm;


va
Pressão arterial sistólica > 180 mmHg ou < 90 mmHg;
do Mari
Sinais e sintomas de agitação, sudorese, alteração do nível de consciência.

Fonte: Adaptado - DIRETRIZES BRASILEIRAS DE Ventilação Mecânica – 2013

Teste de vazamento do balonete do tubo traqueal (cuff-leak test) em pacientes em VM

1. Antes de realizar o teste, realize aspiração das secreções traqueais e orais e ajuste o
ventilador para o modo assisto-controlado em VCV;
2. Com o balonete inflado, registre o volume corrente inspiratório e expiratório, observando
se eles são similares;
3. Desinsufle o balonete;
4. Registre o volume corrente expirado (VCe) durante seis ciclos respiratórios, observe que
o VCe irá atingir um platô após poucos ciclos;
5. Se o VCe for menor que o VCi (programado) em mais de 10% .

Fonte: Adaptado - DIRETRIZES BRASILEIRAS DE Ventilação Mecânica – 2013

Em pacientes de alto risco para estridor laríngeo e edema laríngeo, avaliados pelo
teste de permeabilidade (“cuff leak test”), pode haver benefício com o uso preventivo
de corticoide.

@fisioconcurseiroaprovado 108
Fisioterapia Respiratória
Uso da VNI na retirada da VM

VNI facilitadora VNI preventiva VNI curativa

Objetivo: Facilitar a Objetivo: Prevenir a falha Objetivo: Tratar falência


retirada da VM – Desmame de extubação; respiratória após a
precoce; Deve-se fazer uso de VNI extubação;
Recomenda-se o uso da imediatamente após a Evitar o uso da VNI após
VNI como facilitador de extubação, de forma nova falência respiratória
retirada da VM de forma preventiva, em pacientes em pacientes extubados até
precoce em pacientes selecionados como de maior 48 horas. Não retardar a
portadores de DPOC, mesmo risco, especialmente nos reintubação nessa situação,

isioconc
naqueles que não passaram hipercápnicos. exceto em grupos cirúrgicos

f
no TRE, desde que sob que desenvolvam falência

@
adequada condição clínica. respiratória no pós-
operatório.

ur
i
Novell

VNI Preventiva - Fatores de risco para falência respiratória

Hipercapnia após extubação (>45 mmHg);


Insuficiência cardíaca;
seiroapro
Tosse ineficaz;
Secreções copiosas;
Mais de uma falência consecutiva no desmame;
a

Mais de uma comorbidade;


Obstrução das vias aéreas superiores;
an

Idade maior que 65 anos;


va
Falência cardíaca como causa da intubação;
do Mari
APACHE >12 no dia da extubação e
Pacientes com mais de 72h de VMI.

@fisioconcurseiroaprovado 109
Fisioterapia Respiratória
Como conduzir o paciente com falência de desmame

Paciente que não passou no primeiro TRE, deverá ser reconduzido para um
suporte ventilatório que lhe dê conforto e trocas gasosas adequadas durante 24h
para poder repetir o TRE;
Procurar identificar as causas da falha!

Como conduzir o paciente com falência de Extubação

Médico deverá realizar a reintubação do paciente o quanto antes, identificando

isioconc
e tratando as causas da falência e assim que possível reiniciando o processo de

f
retirada (exceção: pode-se tentar VNI curativa no paciente cirúrgico).

@ Tipos de desmame

ur
i
Novell

Simples Difícil Prolongado

Paciente falha no primeiro


seiroapro
Paciente falha em mais de
três TRE consecutivos ou
Paciente apresenta sucesso TRE e necessita de até três
tem necessidade > 7 dias de
no primeiro TRE. TRE ou até sete dias após o
desmame após o primeiro
primeiro TRE.
TRE.
a
an

Ventilação Mecânica Prolongada (VMP): Necessidade de VM ≥ 21 dias consecutivos


va
por mais de 6 h por dia.
do Mari
Obs.: Existe uma outra classificação, de acordo com Béduneau e colaboradores (2017):

Sem desmame Desmame curto Desmame difícil Desmame prolongado

Conclusão do
Término do processo
desmame após mais Desmame não
Pacientes que nunca de desmame em 1 dia
de 1 dia, mas em finalizado em 7 dias
vivenciaram qualquer após a 1° tentativa
menos de 1 semana após a 1° tentativa
tentativa de (interrupção bem-
após a 1° tentativa (interrupção bem-
interrupção da VM. sucedida ou morte
(interrupção bem- sucedida ou morte).
precoce).
sucedida ou óbito).

Está acabando...vamos em frente. Pare e tome uma água!

“O êxito é a somatória dos pequenos esforços repetidos


diariamente”.

@fisioconcurseiroaprovado 110
Fisioterapia Respiratória
Cálculos importantes para VM

Nome Cálculo Exemplo

PaO2 = 65
Índice de Horowitz PaO2
FiO2 = 35%
(Relação PaO2/FiO2) FiO2 65/0,35 = 185

Índice de respiração rápida FR FR = 20


e superficial (IRRS) ou VC (L) VC = 350

isioconc
índice de Tobin

f
< 105 = sucesso no desmame 20/0,35 = 57,14

@ VC VC exp = 500

ur
i

Complacência estática (Pplatô - PEEP) Pplatô = 25


Novell

(Cest) PEEP = 15
Normal = 50 a 100ml/CmH2O
seiroapro
Obs.: Pplatô - PEEP = driving pressure
500 / 10 = 50

VC = 450
Complacência dinâmica VC Ppico = 25
(Cdin) (Ppico – PEEP) PEEP = 12
a

450 / 13 = 34,61
an

va (Ppico - Pplatô)
Ppico = 40
Resistência das vias aéreas
(Rva)
do Mari V (fluxo)
Pplatô = 30
V = 1 L/s
Normal = 2 - 4 cmH2O L/s
alguns falam de 4 - 8 cmH2O L/s 10 / 1 = 10L/S

FR = 24
Volume minuto (Vmin) FR x VT VT = 360
24 X 360 = 8.6 L/min

Homem de 1,82 =
50 + 0,91 (182 -
Homens: 50 + 0,91 (altura em cm – 152,4) 152,4)
Peso predito (peso ideal)
Mulheres: 45,5+ 0,91 (altura/cm – 152,4) 50 + 0,91 (29,6)
50 + 26,936
76,93 Kg

Pplatô = 24
Driving pressure ou Pplatô - PEEPtotal
PEEP = 10
pressão de distensão PEEP total = (peep + auto-peep)
ΔP = 14

@fisioconcurseiroaprovado 111
Fisioterapia Respiratória
Parâmetros da VM na PCR

MODO VCV

Volume corrente (VC) 8 Ml/kg

FiO2 100%

PEEP 0cmH2O

fisioconc
@
Frequência respiratória 10 irpm

ur
i

Desligada ou a que ofereça maior


Novell

Sensibilidade
dificuldade para o ventilador disparar .

Alarme de pressão
seiroapro
60 cmH2O
a

Comprimento da ulna - altura do paciente


an

va
Para finalizar esse capítulo sobre Ventilação mecânica, vamos falar um pouco
do Mari
sobre como estimar a altura do paciente através do comprimento da ulna;
Em que situações? Se por acaso você se deparar com um paciente admitido já
em ventilação mecânica, onde a informação de sua altura é desconhecida, você
poderá realizar essa mensuração para conseguir então calcular o peso predito
(peso ideal) do paciente, e consequentemente ajustar a VM de forma protetora.

Realizar a medida entre o processo do olécrano e o processo


estilóide, se possível do lado esquerdo. Utilizando uma fita
métrica.

1° Passo

@fisioconcurseiroaprovado 112
Fisioterapia Respiratória
Registrar a idade do paciente e o sexo do mesmo.

> 65 anos
2° Passo
< 65 anos

Utilizar a tabela com os dados coletados e encontrar a altura


estimada do seu paciente.

3° Passo fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va
Exemplo
do Mari
Paciente do sexo feminino, de 68 anos, com comprimento de
ulna de 26,5 cm

Assim, temos que a altura estimada da paciente é de 1.66 m

@fisioconcurseiroaprovado 113
Fisioterapia Respiratória
Mapa mental - Resumão de ventilação mecânica

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va
do Mari

@fisioconcurseiroaprovado 114
Fisioterapia Respiratória
Mobilização precoce

A imobilidade (imobilismo no leito) pode causar várias complicações que


influenciam na recuperação de doenças críticas, incluindo atrofia e fraqueza
muscular esquelética. Essas complicações podem ser reduzidas com a realização
de mobilização precoce na UTI, devendo ser considerados fatores neurológicos,
circulatórios e respiratórios para realização de uma mobilização precoce
segura;
A fraqueza muscular adquirida na UTI é agravada por longos períodos de

isioconc
repouso no leito devido à sedação e imobilidade, somada a outros fatores como

f
sepse, disglicemias, internação prolongada, uso de corticosteroides,

@
benzodiazepínicos e bloqueadores musculares. Tudo isso pode levar as
repercussões osteomusculares transitórias ou permanentes que afetam a
funcionalidade. Além disso, pode aumentar o risco do desenvolvimento de doença

ur
i
Novell

tromboembólica, atelectasias, úlceras de decúbito e alteração nos


barorreceptores;
seiroapro
A substituição do uso da sedação profunda por estratégias de pouca ou
ausência total de sedação a esses pacientes permitiu que a atividade física
pudesse ser incorporada precocemente ao seu atendimento. Os fisioterapeutas
são o ponto central na promoção de atividade física ao paciente crítico, porém
outros profissionais, como médicos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e
a

técnicos de enfermagem, também estão envolvidos nessa nova abordagem. A ideia


an

de que um paciente está muito doente para sair da cama está sendo substituída
va
progressivamente pela ideia de que o paciente está muito doente para se permitir
do Mari
ficar na cama. Dessa forma, mesmo os pacientes em VMI são capazes de realizar a
terapia de mobilização precoce;
Na última década, houve aumento das evidências dos benefícios da fisioterapia
precoce em pacientes críticos, a partir das primeiras 48 horas da instituição da
ventilação mecânica (VM);
Os benefícios da mobilização incluem:
Melhora da função respiratória;
Redução dos efeitos adversos da imobilidade;
Melhora do nível de consciência;
Aumento da independência funcional;
Melhora da aptidão cardiovascular;
Aumento do bem-estar psicológico;
Diminuição do tempo de recuperação do paciente e
Menor tempo de ventilação mecânica e internamento hospitalar.
Apesar dos efeitos benéficos relacionados à mobilização precoce em pacientes
internados em UTI, é importante avaliar alguns fatores de segurança antes da
realização dessas atividades nesse ambiente.

@fisioconcurseiroaprovado 115
Fisioterapia Respiratória
Imobilismo e fraqueza muscular adquirida na UTI

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
A fraqueza muscular adquirida na UTI é uma síndrome generalizada que acomete os membros e se
desenvolve enquanto o paciente está gravemente doente e quando não há outra explicação para essa
fraqueza que não seja unicamente secundária à doença crítica.
a
an

Barreiras para mobilização


va
do Mari

@fisioconcurseiroaprovado 116
Fisioterapia Respiratória
Critérios de segurança para mobilização precoce

Com algumas discordâncias entre a literatura disponível, as condições básicas


para não se realizar mobilização ou interrompê-la, estão descritas a seguir:

Não realizar mobilização precoce nas situações:

Pressão arterial média (PAM) < 65 ou > 120mmHg;


Frequência cardíaca (FC) < 50 ou > 140bpm ou presença de novo quadro arrítmico
(fibrilação atrial ou extrassístoles ventriculares);
Necessidade de droga vasoativa: concentração de adrenalina > 5µg/min (ou
vasopressor equivalente);

isioconc
FiO2 > 60% com PaO2 < 70mmHg;
PEEP > 8–10cmH2O;

@f
SpO2 < 85% ou queda de 10% do valor basal em repouso;
Frequência respiratória (FR) > 35irpm;
Temperatura > 38–39ºC;

ur
i

Paciente com piora clínica aguda (por exemplo, necessidade de reintubação) ou


Novell

instalação de quadro séptico;


Paciente muito agitado/agressivo, sonolento ou não colaborativo;
Queda do paciente durante transferência para cadeira ou deambulação;
Paciente apresenta palidez ou sudorese fria;
seiroapro
Solicitação do paciente para interromper os exercícios em função de desconforto;
Paciente relata novo episódio de dor torácica;
Hemoglobina <7g/dL;
Plaquetas <25.000–50.000unid/mm;
a

Hipoglicemia;
Quadro hemorrágico agudo e/ou não identificado;
an

Paciente em posição prona;


va
Quadro de convulsão não controlada.
do Mari
Fonte: Monique BUTTIGNOL, Ruy de Camargo PIRES NETO, Raquel ANNONI Protocolos de
mobilização precoce no paciente crítico: Up-to-date-SECAD - 2022.

Existe outro estudo que contém os critérios de segurança para o paciente de


uma forma diferente, mostrando em quais situações podemos mobilizá-lo:

Frequência cardíaca > 40bpm e < 130bpm;


Critérios cardiovasculares Pressão arterial sistólica (PAS) > 90mmHg e < 180mmHg; e
Pressão arterial média > 60mmHg e < 110mmHg

Frequência respiratória > 5irpm e < 40irpm;


Critérios respiratórios Saturação periférica de oxigênio > 88%;
Paciente em VM: FiO2 <60% e/ou PEEP <10cmH2 O.

Paciente sem elevação da pressão intracraniana (PIC), e em estado


de não agitação;
Critérios neurológicos
Paciente capaz de entender e cumprir os comandos
adequadamente, e de abrir os olhos ao estímulo verbal.

Fonte: Esperidião Elias Aquim, et al. Diretrizes Brasileiras de Mobilização Precoce em Unidade de Terapia Intensiva.
Brazilian Guidelines for Early Mobilization in Intensive Care Unit. Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(4):434-443.

@fisioconcurseiroaprovado 117
Fisioterapia Respiratória
Critérios de segurança para mobilização em sistema de cores

Hodgson e colaboradores desenvolveram um guia prático para identificar os


critérios de segurança a serem considerados antes de mobilizar o paciente
crítico. Esse consenso utilizou um sistema de cores de um semáforo para ajudar
na decisão de mobilizar ou não o paciente:
Verde: Baixo risco de eventos adversos;
Amarelo: Mobilização é possível, desde que seja discutida com a equipe multi;
Vermelho: Alto risco de eventos adversos para mobilização precoce.

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va
do Mari

E aí, tudo bem? Já bebeu água?

@fisioconcurseiroaprovado 118
Fisioterapia Respiratória
Contra-indicações para mobilização precoce

Segundo Hickmann e colaboradores, existem apenas 5 contraindicações


absolutas para iniciar a mobilização nas primeiras 24 horas de internação na UTI,
que são:
1. Infarto agudo do miocárdio (IAM);
2. Sangramento ativo;
3. Aumento e instabilidade da pressão;
4. Fraturas pélvicas instáveis;
5. Interrupção do tratamento.

isioconc
Segundo as Diretrizes Brasileiras de Mobilização Precoce em Unidade de

f
Terapia Intensiva. Brazilian Guidelines for Early Mobilization in Intensive Care

@
Unit, de 2019, a mobilização precoce está contraindicada para pacientes, com:
Doenças terminais;
Hipertensão arterial sistólica > 170mmHg;

ur
i
Novell

SpO2 <90% independentemente da FiO2;


Hipertensão intracraniana;
Fraturas instáveis;
Infarto agudo do miocárdio recente,
seiroapro
Feridas abdominais abertas;
Queda de 20% ou mais da frequência cardíaca durante a realização das
atividades de mobilização precoce;
a

Obs.: Déficits cognitivos e neurológicos profundos podem ser considerados


an

como limitações, mas não como contraindicações.


va
do Mari
Protocolos de mobilização precoce

Nos protocolos descritos na literatura sobre mobilização precoce em pacientes


agudos, as técnicas utilizadas nos exercícios incluem cinesioterapia,
posicionamento e treino de mobilidade, com destaque para os estudos de Morris
e colaboradores e de Schweickert e colaboradores;
Então vamos falar apenas desses dois protocolos.

@fisioconcurseiroaprovado 119
Fisioterapia Respiratória
PROTOCOLO DE MOBILIZAÇÃO DE MORRIS E COLABORADORES

O estudo avaliou 330 pacientes divididos em dois grupos, onde um grupo


recebia a mobilização precoce na UTI e o outro recebia o atendimento
Resumo
padrão de fisioterapia (atendimento infrequente e apenas quando solicitado
pelo médico).

Pacientes com insuficiência respiratória em VM por mais de 48horas com


Inclusão
mais de 72 horas de admissão na UTI.

Os pacientes do grupo de intervenção apresentaram menor tempo para


Resultados sair da cama, menor tempo de hospitalização na UTI e menor tempo de

isioconc
internação hospitalar.

@f
O protocolo constitui-se de quatro níveis:
Nível 1 (pacientes inconscientes ou não responsivos):
Mobilização passiva de membros inferiores (MMII) e superiores

ur
i

(MMSS) três vezes ao dia, com, pelo menos, cinco repetições para cada
Novell

articulação;

seiroapro
Nível 2 (pacientes alertas e conscientes):
Realizar os exercícios do nível 1;
Exercícios ativo-assistidos, ativos e resistidos (de acordo com a força
muscular medida pela Escala do Medical Research Council – MRC);
Posição sentada com apoio (no leito) por, pelo menos, 20 minutos (3
vezes/dia).
Obs.: Se o paciente não se apresentasse alerta o suficiente, apenas os
a

exercícios do nível 1 eram propostos. Se o paciente conseguisse mover


an

os braços contra a gravidade (MRC de MMSS ≥ 3), os exercícios do


nível 3 eram realizados na próxima terapia.
va
Nível 3 (pacientes conscientes e MRC de MMSS ≥ 3):
do Mari
Realizar os exercícios do nível 1 e 2;
Sentar na beira da cama sem apoio.
PROTOCOLO
Obs.: Se o paciente conseguir mover os MMII vencendo a força da
gravidade (MRC de MMII ≥ 3), devem ser realizados os exercícios do
nível 4 na próxima terapia.
Nível 4 (paciente consciente e com MRC de MMSS e MMII ≥ 3): Nesse
estágio, o paciente consegue movimentar os MMSS e levantar os MMII
contra a força da gravidade:
Realizar os exercícios dos níveis 1, 2 e 3;
Transferência ativa para a poltrona (mínimo de 20 minutos/dia) – treino
em ortostatismo;
Obs.: Para os exercícios ativos e resistidos, nos estágios 2, 3 e 4, as séries
foram realizadas, em média, com 5 repetições. À medida que o paciente
passasse para os níveis mais elevados (3 e 4), priorizavam-se os exercícios
mais funcionais, como:
Transferência para a beira da cama;
Transferência para a poltrona e para a cama (auxiliada ou não);
Treinos de equilíbrio de tronco;
Marcha ortostática e
Deambulação.

@fisioconcurseiroaprovado 120
Fisioterapia Respiratória
PROTOCOLO DE MOBILIZAÇÃO DE SCHWEICKERT E COLABORADORES

O estudo avaliou 104 pacientes divididos em dois grupos – controle (não


Resumo
receberam fisioterapia, n= 55) e intervenção (receberam fisioterapia, n= 49).

Pacientes adultos em VMI por mais de 72 horas na UTI que apresentavam


Inclusão
independência funcional prévia à internação hospitalar.

O retorno ao estado funcional prévio, o tempo de delírio e o tempo de VM foram


Resultados
melhores no grupo intervenção quando comparados ao grupo-controle.

O protocolo constitui-se de quatro níveis:


Nível 1 (pacientes no leito - sedados e/ou não responsivos):

isioconc
Realizar mobilização passiva (10 repetições) de MMSS e MMII (ombro,

f
cotovelo, punho, dedos, quadril, joelho e tornozelo) em movimentos de flexo-

@
extensão;
Mudanças de decúbito.
Obs.: Em caso de sedação profunda ou uso de bloqueadores

ur
i

neuromusculares, os autores checavam a real necessidade dessa conduta


Novell

com a equipe médica.

seiroapro
Nível 2 (pacientes restritos ao leito): Nesse estágio, os pacientes estavam
alertas, restritos ao leito e não possuíam controle de tronco sem apoio:
Exercícios passivos, ativos e resistidos de acordo com a capacidade do
paciente em relação às principais articulações (10 repetições): ombro,
cotovelo, punho, dedos, quadril, joelho e tornozelo. O principal movimento
realizado foi o de flexo-extensão;
Exercícios de rolar na cama;
a

Treino de transferência da posição deitada para sentada sem apoio.


Nível 3 (pacientes acordados, com controle de tronco):
an

Exercícios passivos, ativos e resistidos, de acordo com a capacidade do


va
paciente com as principais articulações (10 repetições): ombro, cotovelo,
PROTOCOLO
do Mari
punho, dedos, quadril, joelho e tornozelo. O principal movimento realizado
foi o de flexo-extensão;
Treino de transferência da posição deitada para sentada sem apoio;
Exercícios na posição sentada, como desestabilização da base com
estímulos do terapeuta, treino de equilíbrio na posição sentada e da
musculatura de controle de tronco. Provocar desafios ao paciente, em que
ele tenha que promover reações de endireitamento;
Exercícios simulando AVDs, como tomar banho, vestir-se, barbear-se, fazer
higiene pessoal e alimentar-se
Nível 4 (pacientes acordados com controle de tronco e força de MMII): Nessa
fase, os MMII do paciente vencem a força da gravidade (MRC ≥ 3) e ele
consegue sentar com assistência mínima pela escala Medida de Independência
Funcional (MIF):
Treino de transferência da posição deitada para sentada sem apoio;
Treino de transferência da posição sentada para de pé;
Treino de transferência da cama para a cadeira em ortostatismo;
Treinos de equilíbrio na posição ortostática (marcha ortostática, treino de
descarga de peso);
Deambulação (após independência no treino em ortostatismo);
Exercícios simulando AVDs: tomar banho, vestir-se, barbear-se, fazer
higiene pessoal e alimentar-se

@fisioconcurseiroaprovado 121
Fisioterapia Respiratória
Por mais que além desses dois estudos, existam diversos outros protocolos,
podemos resumir os exercícios mais utilizados na UTI e enfermaria:

Mobilização passiva;
Mobilização ativa e ativo-assistida;
Exercícios isométricos;
Exercícios resistidos;
Exercícios de transferências;
Exercícios à beira leito (sedestação beira leito), com controle de tronco;
Treino de ortastatismo;
Exercícios em ortostatismo;

isioconc
Sedestação fora do leito;

f
Marcha estacionária;

@
Deambulação com ou sem apoio;
Cicloergometria;
Estimulação elétrica neuromuscular (NMES, do inglês neuromuscular electrical

ur
i

stimulation)
Novell

seiroapro
a
an

va
do Mari

@fisioconcurseiroaprovado 122
Fisioterapia Respiratória

fisioconc
@
ur
i
Novell

seiroapro
a
an

va
do Mari

Parabéns, você terminou a apostila! Espero que


tenha gostado! Saiba que estou torcendo por
você!

@fisioconcurseiroaprovado 123
Fisioterapia Respiratória
Referências
www.sopterj.com.br/wp-content/uploads/2018/03/protocolo-dpoc-2018.pdf

https://www.sanarmed.com/dispneia-classificacao-com-a-escala-de-dispneia-modificada-colunistas

https://www.studocu.com/pt-br/document/fundacao-universidade-federal-do-rio-
grande/semiologia/anamnese-do-sistema-respiratorio/8290056

https://pt.slideshare.net/JuciVasconcelos/semiologia-03-semiologia-do-aparelho-respiratrio-aplicada

https://blog.jaleko.com.br/exame-fisico-do-aparelho-respiratorio/

isioconc
https://www.sanarmed.com/semiologia-respiratoria-aspectos-importantes-do-exame-fisico-colunistas

fisicocolunistas

@f
https://www.sanarmed.com/semiologia-respiratoria-principais-motivos-de-consulta-e-exame-

https://www.sanarmed.com/semiologia-do-sistema-respiratorio-resumo-com-mapa-mental-ligas

ur
i

https://www.tuasaude.com/dispneia/
Novell

Escarro - Arquivos Catarinenses de Medicina V. 33. no . 3 de 2004


seiroapro
Rosemeri Maurici da Silva - Semiologia do Aparelho Respiratório: Importância da Avaliação do

https://www.semiologiaclinica.com/index.php/pt/articlecontainerpor/522-expectoracao

https://portal.wemeds.com.br/escala-de-agitacao-sedacao-de-richmond-rass/

https://blog.jaleko.com.br/escalas-de-nivel-de-consciencia/
a

https://pt.wikipedia.org/wiki/Respiração_de_Cheyne-Stokes
an

https://blog.jaleko.com.br/exame-fisico-do-aparelho-respiratorio/
va
do Mari
www.semioblog.website/2012/05/tiragem-
intercostal.html#:~:text=A%20tiragem%20intercostal%20corresponde%20ao%20movimento%20de
%20retração,torácica%20e%20indica%20a%20presença%20de%20sofrimento%20respiratório

https://www.minhavida.com.br

https://guiadofisio.com.br/baqueteamento-digital/

https://multisaude.com.br/artigos/ausculta-pulmonar/

https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-vale-do-riodoce/semiologia/resumo-
semiologia-do-respiratorio/14262207

https://telemedicinamorsch.com.br/blog/espirometria-com-prova-broncodilatadora

https://www.sanarmed.com/resumo-de-espirometria-definicao-indicacoes-tecnica-e-analise-do-
resultados

https://telemedicinamorsch.com.br/blog/como-interpretar-espirometria

https://arclinica.com.br/pletismografia-santa-catarina/

https://www.rededorsaoluiz.com.br/exames-e-procedimentos/espirometria/determinacao-dos-
volumes-pulmonares-por-pletismografia

https://www.hospitaldebase.com.br/servicos/pletismografia

@fisioconcurseiroaprovado 124
Fisioterapia Respiratória
https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/especialidades-medicas/sao-paulo/doencas-pulmonares-e-
toracicas/

https://fisioterapeutadaniel.webnode.com.br/news/ventilometria/

https://picolofanelli.wordpress.com/tag/ventilometro/

https://www.medway.com.br/conteudos/gasometria-arterial-desmistificando-um-bicho-de-muitas-
cabecas/

https://enfermagemilustrada.com/gasometria-arterial-2/

https://www.sanarmed.com/gasometria-arterial-posme

https://www.sanarmed.com/interpretacao-de-gasometria-arterial-e-identificacao-de-disturbios-acido-
base-yellowbook

isioconc
https://www.sanarmed.com/gasometria-arterial-como-interpretar

@f
https://rxdetorax.com/2022/05/21/derrame-pleural-e-congestao/

https://www.sanarmed.com/radiografia-de-torax-principais-achados-nas-doencas-pulmonares

ur
i

https://www.sanarmed.com/10-importantes-sinais-radiologicos-no-torax-que-todo-medico-deve-saber-
Novell

colunistas

seiroapro
https://clinicatirol.com.br/2020/05/tomografia-computadorizada-do-torax/

Azevedo KRS, Silva KM Teste de Caminhada de 6 minutos: técnica e interpretação, Pulmão RJ


2018;27(1):57-62.

https://kinetec.com.br/new/teste-timed-up-and-go/

https://guiadofisio.com.br/testes-funcionais-de-marcha-velocidade-da-marcha-timed-up-go-e-teste-de-
a

caminhada-de-6-minutos/
an

https://www.avaliacaoemfisioterapia.com.br/post/teste-de-sentar-e-levantar-5x-ftsts
va
do Mari
https://www.sanarmed.com/artigos-cientificos/perme-intensive-care-unit-mobility-score-e-icu-
mobility-scale-traducao-e-adaptacao-cultural-para-a-lingua-portuguesa-falada-no-brasil

https://www.scielo.br/j/rbti/a/wcZzZMKjWLPNNt5mXtH9R4S/#

https://www.indicedesaude.com/doenca-pulmonar-restritiva/

profisio.com.br/escala-de-estado-funcional-em-uti-fss-
icu/#:~:text=Dentre%20as%20ferramentas%20citamos%20a%20Escala%20de%20Estado,língua%
20portuguesa.%20Esta%20ferramenta%20envolve%20cinco%20tarefas%20funcionais%3ª

Vento, DA et al, UTILIZAÇÃO DA ESCALA DO MEDICAL RESEARCH COUNCIL NO DESMAME


EM PACIENTES CRÍTICOS: REVISÃO DE LITERATURA, Rev. Educ. Saúde 2018; 6 (2): 125-132.

https://tookmed.com/doencas-pulmonares-obstrutivas-vs-restritivas/

https://www.sanarmed.com/derrame-pleural-o-que-e-colunistas

https://www.sanarmed.com/resumo-de-pneumotorax-ligas

https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/4CqV7Z3nGTDJ779S6bcTSTz/

https://www.saudebemestar.pt/pt/medicina/medicina-interna/sarcoidose/

https://www.sanarmed.com/pneumonia-adquirida-na-comunidade-definicao-quadro-clinico-
diagnostico-e-tratamento-colunistas

@fisioconcurseiroaprovado 125
Fisioterapia Respiratória
https://www.sanarmed.com/resumos-pneumonia-ligas

https://www.tadeclinicagem.com.br/guia/86/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-gold-2023/

https://www.sanarmed.com/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc

2022, 2023 Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease, Inc

IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma, J Bras Pneumol. 2006;32(Supl 7):S 447-S 474

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma – 2012, J


Bras Pneumol. 2012;38(supl.1):S1-S46

https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-asma-completo-sanarflix

Https://www.sanarmed.com/bronquiectasias-pulmonares-fisiopatologia-diagnostico-tratamentos-e-

isioconc
mais-colunistas

f
Https://www.sanarmed.com/uma-abordagem-pratica-sobre-a-bronquiectasia-pulmonar-colunistas

@
Moreira JS, Porto NS, Camargo JJP, Felicetti JC, Cardoso PFG, Moreira ALS, Andrade CF,
Bronquiectasias: aspectos diagnósticos e terapêuticos , J Pneumol 29(5) – set-out de 2003.

ur
i

https://www.medway.com.br/conteudos/edema-agudo-de-pulmao-tudo-que-voce-precisa-saber/
Novell

seiroapro
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1322958/edema-pulmonar-conceito-sintomas-
tipos-diagnostico-tratamento-e-prevencao.htm

Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez na Mulher Portadora de Cardiopatia,


Arq Bras Cardiol 2009; 93(6 supl.1): e110-e178.

https://www.sanarmed.com/o-que-e-edema-agudo-de-pulmao-colunistas

https://www.medway.com.br/conteudos/tromboembolismo-pulmonar-da-definicao-ao-tratamento/
a
an

https://www.sanarmed.com/tromboembolismo-pulmonar-tep-resumo-completo-yellowbook
va
https://www.scielo.br/j/abc/a/ngfyR4pwgwMCN4r4jNwhxRL/
do Mari
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8528352/

https://www.sanarmed.com/resumo-de-hipertensao-pulmonar-epidemiologia-fisiopatologia-
diagnostico-e-tratamento-colunistas

https://onsalus.com.br/insuficiencia-respiratoria-sintomas-causas-e-tratamento-242.html

https://revista.unipacto.com.br/index.php/multidisciplinar/article/view/900/877

https://portal.wemeds.com.br/criterios-de-berlim-para-sdra/

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/desconforto-respiratorio

Barbas CSV, Matos . Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo: Definição, Pulmão RJ


2011;20(1):2-6.

https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/distúrbios-pulmonares/tumores-dos-
pulmões/carcinoma-pulmonar?query=Câncer%20de%20pulmão

CARDOSO, Alexandre P.; RABELLO, Eucir; MELLO, Fernanda Carvalho de Q.; et al. Diagnóstico e
tratamento em pneumologia. Editora Manole, 2021.

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/tuberculose

https://sbpt.org.br/portal/publico-geral/doencas/tuberculose/

@fisioconcurseiroaprovado 126
Fisioterapia Respiratória
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/tuberculose/tratamento-e-prevencao

hneumologia.facafisioterapia.net/2014/08/video-inspiracao-fracionada.html

hneumologia.facafisioterapia.net/2013/09/10-exercicios-para-reexpansao-pulmonar.html

acamrj.org.br/drenagem-postural/

Camila I S Schivinski; Paloma L F Parazzi. Fisioterapia respiratória: discutindo um pouco de


história e evidências das intervenções

Abreu, L. C, et al. Uma visão da prática da fisioterapia respiratória: ausência de evidência não é
evidência de ausência – Artigo de revisão. Arq Med ABC 32(Supl. 2):S76-8

GEDDES, E. L. et al. Inspiratory muscle training in adults with chronic obstructive pulmonary
disease: A systematic review, Respiratory Medicine, v. 99, n. 11, p. 1440-58, nov, 2005

isioconc
pneumologia.facafisioterapia.net/2012/03/treinamento-muscular-com-threshold-imt.html

@f
https://conteudo.shopmedicalms.com.br/powerbreathe

Guilherme S. Nunes; Guilherme Varela BotelhoII; Camila Isabel Santos Schivinski. Hiperinsuflação
manual: revisão de evidências técnicas e clínicas. Fisioter. mov. 26 (2) • Jun 2013.

ur
i
Novell

França, EET, et al. Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de

seiroapro
Fisioterapia da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Rev. bras. ter. intensiva 24 (1) • Mar
2012.

https://ses.sp.bvs.br/wp-content/uploads/2017/07/PAP_Gislaine-Cristina-da-Motta_2016.pdf

Renata Martins1, Paula Martins Nunes2, Pedro Assumpção Xavier2, Priscilla Geraldine Wittkopf3,
Camila Isabel Santos Schivinski. Aspiração traqueal: a técnica e suas indicações – Artigo de revisão.
Arq Catarin Med. 2014 jan-mar; 43(1): 90-96
a

Izabela Menezes Pagotto; Luiz Rogério de Carvalho Oliveira; Flávio C. L. Cavalcanti Araújo; Nilza
an

Aparecida Almeida de Carvalho; Paulo Chiavone. Comparação entre os sistemas aberto e fechado de
aspiração: revisão sistemática. Rev. bras. ter. intensiva 20 (4) • Dez 2008
va
do Mari
https://www.inovacoesmagnamed.com.br/post/uso-do-sistema-venturi-na-ventilação-pulmonar

https://picolofanelli.wordpress.com/tag/sistemas-de-baixo-e-alto-fluxo-para-oxigenoterapia/
pneumologia.facafisioterapia.net/2009/11/oxigenoterapia.html

https://www.sanarmed.com/oxigenoterapia-dispositivos-de-oxigenacao-yellowbook

https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/canula-nasal-a-alto-fluxo-em-pacientes-adultos

https://enfermagemilustrada.com/cateter-nasal-de-alto-fluxo-cnaf/

https://www.vmproplus.com/blog-
hacor#:~:text=A%20pontuação%20HACOR%20varia%20de%200%20a%2025,%28coorte%20de%2
0teste%29%20e%2086%25%20%28coorte%20de%20validação%29.

Monique BUTTIGNOL, Ruy de Camargo PIRES NETO, Raquel ANNONI Protocolos de


mobilização precoce no paciente crítico: Up-to-date-SECAD - 2022.

Esperidião Elias Aquim, et al. Diretrizes Brasileiras de Mobilização Precoce em Unidade de Terapia
Intensiva. Brazilian Guidelines for Early Mobilization in Intensive Care Unit. Rev Bras Ter Intensiva.
2019;31(4):434-443.

Vinicius Zacarias Maldaner da Silva, et al. Prescrição de exercício físico na unidade de terapia
intensiva. Profisio, ciclo 8, volume 2.

@fisioconcurseiroaprovado 127

Você também pode gostar