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MELIPONÁRIO
E
APIÁRIO SOUSA
CURSO DE MELIPONICULTURA:
Prática e manejos para criação de Abelhas Sem Ferrão
Piraúba – MG
2022
MELIPONÁRIO
E
APIÁRIO SOUSA
Meliponicultor: Glaicon Nei Ferreira de Sousa
CURSO DE
MELIPONICULTURA:
Práticas e manejos para criação
de Abelhas Sem Ferrão (ASF)
Projeto: Gestão e Negócios para Agricultura Familiar e Urbana.
Meliponário Sousa
Dedicatória
Dedico este livro ao meu irmão Antenor Ferreira de Sousa
Filho, que durante toda a minha caminhada esteve presente,
e que sempre me fez uma pessoa melhor.
A minha esposa Rosaniê de Melo Sousa, aos meus filhos
Eduardo de Melo Sousa e Daniela de Melo Sousa, e aos
meus netos André e Alícia, agradeço por enriquecer minha
vida tornando-a uma família forte e grandiosa.
A todos meus amigos, em especial, Cleber Guimarães,
Marília Virgínia Barbosa Costa Duarte, José Ricardo Rosales
Rodriguez e Marcilene Moura de Oliveira, que ao longo de
minha caminhada foram primordiais em todos os momentos,
encorajando–me e ensinando-me com humildade e
sabedoria.
Também dedico meu trabalho com todo amor para minha
querida mãe, Iraci Edelzuita de Sousa.
Fiquem todos com meu eterno agradecimento e gratidão.
Meliponário Sousa
NOTA DO AUTOR
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Humanos pré-históricos coletando mel. Fonte: Apostila Introdução ao Mundo das Abelhas
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Criação de abelhas em potes de barro (pintura no túmulo do Faraó Pa-Bu-Sa – 630 a.C).
Fonte: Apostila Introdução ao Mundo das Abelhas
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Nossa Meliponicultura
O Brasil conta com aproximadamente 250 espécies de abelhas
pertencentes à tribo Meliponini, chamadas popularmente de abelhas sem
ferrão. Algumas destas espécies são criadas para a produção de mel, que
tem sido cada vez mais valorizado para fins gastronômicos.
Além disso, elas cumprem um papel muito importante na polinização
de plantas, cultivadas ou não, permitindo a produção de sementes de
várias espécies, muitas das quais fundamentais para a alimentação
humana. Sem a colaboração destas abelhas, muitas plantas deixam de
produzir frutos e sementes, podendo inclusive chegar à extinção.As
espécies mais conhecidas, como a jataí, a mandaçaia, a manduri, a
mandaguari e a uruçu, constroem geralmente seus ninhos em cavidades
existentes em troncos de árvores. Outras utilizam formigueiros e
cupinzeiros abandonados ou constroem ninhos aéreos presos a galhos ou
paredes.
Historicamente, muitas dessas abelhas sofreram uma exploração
predatória por meleiros, com a retirada do mel sem o manejo correto e
consequente destruição das colônias, o que contribuiu para a diminuição
das populações em algumas regiões.
No decorrer do tempo, a exploração predatória cedeu espaço para a
meliponicultura, que além de permitir a produção dos diversos tipos de
mel, ainda contribui para a conservação das diferentes espécies. No
Nordeste brasileiro, em especial nos estados do Maranhão, Rio Grande do
Norte e Pernambuco, há diversos polos bem sucedidos de meliponicultura
que exploram espécies locais como a tiúba, a jandaíra e a uruçu.
As abelhas sem ferrão ocupam grande parte das regiões de clima
tropical do planeta. Ocupam também algumas importantes regiões de
clima subtropical, como porções do Sul do Brasil e Argentina e o Norte do
México.Desde o século XIX, houve diversas tentativas de aclimatação de
abelhas indígenas sem ferrão em outras regiões do mundo. Em 1872, o
naturalista francês Louis Jacques Brunet enviou colônias para a região de
Bordeaux. Devido aos rigores do inverno europeu, as abelhas não
sobreviveram por muito tempo.
Nos anos 50, algumas colônias foram enviadas para localidades
norte-americanas no Arizona, Califórnia e Utah, entre outros. Algumas
sobreviveram até oito anos.
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Nossa Meliponicultura
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Nossa Meliponicultura
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Nossa Meliponicultura
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Abelhas Trigonini
Os Meliponíneos se dividem em dois grandes grupos. O primeiro é
caracterizado pela presença de célula real, que são os Trigonini, uma
célula de cria maior em altura e diâmetro das demais células e onde uma
princesa é criada. Esse grupo é o mais diverso em número de espécies e
inclui os gêneros Trigona, Tetragonisca, Scaptotrigona, Nannotrigona,
Oxytrigona, Cephalotrigona, Friesella, Frieseomelitta, Aparatrigona,
Schwarziana, Paratrigona e muitos outros. Algumas delas são muito
defensivas, como a Oxiotrigona tataíra (caga-fogo), que ao ser manejada
libera uma substância ácida que queima a pele.
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Jataí forrageando
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MANDAGUARI AMARELA
SCAPTOTRIGONA XANTHOTRICHA
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Abelhas Melíponas
O segundo grupo é formado pelo gênero Melípona, caracterizado por
não apresentarem célula real. Todas as células de cria possuem mesmo
tamanho e contém similar volume de alimento larval. Assim, até 25% das
crias de um enxame podem nascer princesas e zangões. Algumas espécies
destas abelhas podem produzir aproximadamente 8 litros de mel.
Por isso esse grupo tem uma produção maior de mel.
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Ocorrência
Morfologia
Essa espécie apresenta o tegumento com a coloração variando do negro
ao ferrugíneo, com o corpo coberto de pelos ferrugíneos/amarelados.
Ninho
As colôniasdaUruçu-Amarela podem chegar a uma população de 5 mil
abelhas. Esta espécie nidifica preferencialmente em ocos de árvores. A
entrada do ninho é localizada no centro de raias convergentes de barro e
permite que apenas uma abelha entre ou saia de cada vez. As células de
cria são horizontais ou helicoidais, não ocorrendo célulasreais. O invólucro
está presente e é constituído de várias membranas de cerume. Os potes
de alimento possuem cerca de 4 cm de altura.
Mel
Em áreas de boa florada, há grande capacidade produtiva da Uruçu-
Amarela, chegando facilmente na casa dos 10 kg de mel/ano. Além de ser
um mel bastante procurado, pois é muito saboroso.
Cadaespécie de abelha sem ferrão é composta de formas diferentes:
Observa-se tamanho diferente nas abelhas;
Quantidade de indivíduos diferentes nos enxames;
Cores variadas;
Diferenças nas cores e sabores dos méis;
Entradas dos enxames diferentes;
Comportamentos diversos;
Nidificam em lugares diferentes;
Voam distâncias e alturas diferentes;
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Flor da Pitaia
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Extrato de Própolis
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Pólen
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Hobby
Terá atividade unicamente para proteção ambiental.
Mel
Terá atividade unicamente para produção de mel (comercial) ou para
consumo familiar.
Região:Sudeste
Estado: Minas Gerais
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Região: Sudeste
Estado: São Paulo
Região: Sudeste
Estado: Rio de Janeiro
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Região: Centro-Oeste
Estado: Distrito Federal
Região: Centro-Oeste
Estado: Goiás
Região: Sudeste
Estado: Espírito Santo
Nome científico Nome popular
Cephalotrigonacapitata Mombucão
Melipona bicolor guaraipo, guarupú
Melipona capixaba uruçu-capixaba
Meliponamarginata Manduri
Meliponamondury bugia, monduri, tujuba, uruçu-amarela
Meliponaquadrifasciata Mandaçaia
Nannotrigonatestaceicornis Irai
Tetragoniscaangustula Jataí
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Região: Sul
Estado: Paraná
Nome científico Nome popular
Cephalotrigonacapitata Mombucão
Melipona bicolor guaraipo, guarupú
Meliponamondury bugia, monduri, tujuba, uruçu-amarela
Meliponaobscurior Manduri
Meliponaquadrifasciata Mandaçaia
Nannotrigonatestaceicornis Irai
Plebeia saiqui mirim-saiqui
Outras abelhas do gênero Plebeia mirim, mosquito, jati, mosquitinho
Scaptotrigonabipunctata tubuna, canudo
Scaptotrigonadepilis mandaguari, canudo, tubiba
Tetragoniscaangustula Jataí
Região: Nordeste
Estado: Bahia
Nome científico Nome popular
Meliponaasilvai monduri, rajada
Meliponamandacaia Mandaçaia
Meliponaquadrifasciata Mandaçaia
Meliponascutellaris uruçu, uruçu-nordestina, uruçu-verdadeira
Meliponasubnitida Jandaíra
Tetragoniscaangustula Jataí
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Padronização e Organização
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* Proteção de chuvas.
* Proteção com uma espuma no meio do cavalete,
entre a caixa e o chão (umedecer com óleo queimado,
terá uma validade de 42 dias para proteção de possíveis
predadores).
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Meliponicultura Urbana
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Meliponário Urbano
A outra forma é levar o enxame para um lugar maior que o alcance de vôo
da abelha, exemplo:
Alcance de vôo da abelha 500 metros, leve para 750 metros.
É necessário levá-la 25 % a mais que seu alcance de voo.
Fechar a caixa por alguns dias, passar produtos e limpar a caixa com
produtos naturais externamente não são formas 100 % eficazes.
Também precisamos observar alguns pontos críticos, ou seja, aqueles em
que estejam batendo sol em alguma hora do dia.
Produção de atrativo
O atrativo poderá ser adquirido em meliponários de nossa confiança
ou indicado por amigos meliponicultores que o conheça.
Também podemos produzir nosso próprio atrativo.
Receita de atrativo:
1 litro de Álcool 92°
0,500 Kg de própolis, cera, mel e pólen.
Juntar tudo em um recipiente, agitar todos os dias por 5
minutos, durante 2 meses.
Todo atrativo com data acima de 1 ano, terão maiores
resultados de sucesso.
Mãos às capturas!!!
Vamos aprender a confeccionar nossas iscas e armá-las de forma
adequada!!!
Utilizaremos vasilhas e utensílios recicláveis como: pets, galões,
caixas ninho e outros...
O tamanho da sua isca na maioria das vezes irá capturar abelhas de
acordo com o número de indivíduos, iscas pequenas enxames pequenos,
iscas médias enxames médios, iscas grandes enxames maiores.
Deverão ser observadas quais abelhas existem no bioma no qual
serão colocadas as iscas.
Será necessário armar as iscas com atrativos no interior e ceras nas
entradas, em árvores muito grossas, o ideal são árvores de DAP (Diâmetro
a Altura do Peito) maior que 1 metro, as iscas deverão ficar a uma altura
mínima de 40 cm e máxima 1,5 m. Com isso evitaremos a interrupção de
predadores (tamanduá, guaxinins, quatis, tatu, etc.)
Na instalação das iscas, lembrar que as entradas deverão sempre
estar voltadas para o sol nascente.
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Materiais necessários:
*Descartáveis
*Alicate
*Furadeira
*Broca 3mm
*Tesoura
*Pires
*Vela
*Maçarico
*Jornal
*Plástico
*Fita adesiva
*Isqueiro
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Primeiros passos:
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Capturando na isca
Conforme descrito na página 41, vamos armar nossas iscas de forma
correta para obtermos nossas capturas.
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Capturando na isca
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Enxamear
As abelhas procuram e escolhem a nova moradia.
Fechamento de frestas.
Transporte de cerume, mel e pólen da colônia-mãe para a colônia-
filha
Migração de operárias e da princesa para o novo local.
Voo nupcial e fecundação da princesa.
Nova rainha fisiogástrica (ou poedeira) estabelece atividade de
postura na colônia estabelecida.
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O Meliponário Sousa com suas capturas nos últimos anos orienta que
numa isca de 3 litros é necessário transferi-las para uma caixa racional
conforme a genética capturada.
É sempre bom lembrar que as scaptotrigonas em geral, assim como
nossa Mandaguari amarela(ScaptotrigonaXanthotricha) não poderão ser
transportadas nas iscas do lugar capturado para o meliponário, pois
morrerão asfixiadas em pouco tempo, caso a isca seja pequena.
Mandaguari Amarela (ScaptotrigonaXanthotricha)
Isca: 3 litros
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Materiais Necessários
01 - Cera mista 12 - Álcool
02 – Xarope 13 - Pano limpo
03 - Caixa de madeira 14 - Caneta
04 - Acetato transparente 15 – Alicate
05 - Plástico preto 16 – Tesoura
06 - Fita crepe 17 – Palitos
07 – Trincha 18 -Mesa plástica
08 – Espátula 19 - Chapéu do Meliponicultor
09 - Pote para alimento 20 –Sugador de abelhas
10 - Faca com ponta fina 21 – Sugador de mel
11 - Maçarico culinário
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01 – Cera mista:
Vamos fazer todo invólucro nos módulos a serem usados, manter o
centro dos módulos adicionados sem cera, assim facilitará a construção do
ninho e de potes de alimento às abelhas.
O módulo vazio adicionado deverá estar sempre na parte superior da
divisão, somente vamos acrescentar outro quando este estiver
completamente cheio.
02 – Xarope:
Servir o xarope um dia depois da divisão, poderá ser feita na mesma
hora caso não houver a incidência de forídeos.
Nas divisões novas o xarope deverá ser servido de duas a três vezes
por semana sempre à tarde, de acordo com a oferta de alimentos
oferecidos na natureza.
03 – Caixa de madeira:
Separar a caixa adequada para a abelha dividida, pois estará apta a
receber o enxame por seu tamanho e número de indivíduos.
04 - Acetato transparente:
Será colocado no último módulo lacrando todo o enxame, e nos
possibilitando de acompanhar o crescimento sem ter que abrir, e assim
fazer com que o enxame não perca sua condição térmica.
05 - Plástico preto:
Este servirá para manter um enxame protegido da luz, que também é
um dos maiores inimigos de nossas abelhas, pois todas as condições
microbianas benéficas morrem exposta a luz, inclusive proteínas e
diversas enzimas que são necessárias para a saúde do enxame.
06 - Fita crepe:
Usaremos para a união entre o porão, módulos e acetato. Assim com
todas as frestas vedadas o enxame estará protegido do ataque de
predadores, e entrada de ventos prejudicando o aquecimento do ninho.
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07 – Trincha:
É muito importante o uso da trincha, pois facilitará toda a limpeza
estacionada em cima por sob as beiradas do módulo, sempre no sentido
de dentro para fora, evitando assim cair sujeira no enxame dividido.
08 – Espátula:
Auxiliarão na retirada de possíveis geoprópolis e sujeiras fixadas
entre os módulos, com esta remoção será possível colocar um módulo
novo perfeitamente sem mancar.
09 - Pote para alimento:
São necessários a introdução na parte superior do enxame, o lado em
que será colocado deverá ter a seguinte observação: vamos lembrar
sempre em qual será a posição que vamos servir o alimento a esse
enxame, não podemos servir alimento com o nosso corpo na frente dos
enxames, nas laterais ou por trás é o correto, portanto vamos colocar o
pote de alimento no lugar certo, pois as abelhas irão fixá-lo e não
poderemos mais removê-lo.
10 - Faca com ponta fina:
Este objeto deverá ter seu corte afiado e uma ponta aguda para que
nos possibilite com facilidade trabalhar na remoção de geoprópolis, na
separação dos módulos propolisados, etc.
11 - Maçarico culinário:
Vamos esterilizar por dentro das caixas novas a serem usadas, assim
vamos proteger nossa divisão de contaminações, pois ao fazermos nossas
divisões não poderemos estar fumando, nem usando perfumes e nenhum
outro produto que não seja orgânico.
12 – Álcool
Servirá para limpar nossas mãos antes das nossas divisões.
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13 - Pano limpo:
Vamos usá-lo para enxugar nossas mãos, limpar os módulos, caso
caia algum mel de potes que estouraram, para limpar ferramentas e,
também, nossa mesa.
14 – Caneta:
Utilizaremos para identificar nossa divisão, no ninho colocaremos as
letras iniciais do lugar onde veio a genética, em seguida colocaremos as
letras do nosso meliponário e por fim o número referente a divisão feita,
(deverão ser numerados, preferencialmente, por espécies, isso manterá
nosso trabalho atualizado e por espécie) podemos criar um programa em
nosso computador registrando a origem do enxame, genética, data da
divisão, número da divisão, nossa genética, se o enxame é caixa filha ou
caixa mãe e toda informação que assim você achar necessária.
Sempre que um mesmo cliente adquirir outro enxame em uma data
longínqua, será possível enviar uma genética diferente, o registro com um
acompanhamento e com todas as informações possíveis, nos impulsionará
a um resultado positivo.
Saberemos sempre com clareza a vida de todos os enxames,
facilitando e nos posicionando a toda situação do meliponário.
15 – Alicate
Poderá ser usada para remoção de grampos que geralmente unem os
módulos, e qualquer outro objeto preso a caixa.
16 – Tesoura:
Será utilizado para cortar o acetato, o plástico preto, o suporte
descartável para o xarope, etc.
17 – Palitos:
Deverão ser colocados dentro do suporte para xarope, para que as
abelhas não se afoguem.
18 – Mesa plástica
Altamente necessária, pois todo o processo de divisão será feito
sobre ela.
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19 – Chapéu de Meliponicultor
Nas divisões é necessário o uso do chapéu do meliponicultor, pois
vamos evitar que as abelhas ao se defenderem entrem nos ouvidos, nariz,
olhos e nos mordisquem no rosto, etc.
Principalmente nas divisões de Jataí e Scaptotrigonas.
20 – Sugador de abelhas
Com uma importância relevante, terá papel fundamental em sugar
todos os filhotes do enxame divididoe assim evitando percas de
indivíduos.
Este acessório é necessário ser a bateria ou a pilha, sempre que
possível para facilitar o nosso manejo, principalmente no meio da mata.
21 – Sugador de Mel
Em caso de romper alguns potes de méis será possível sugá-lo sem
atrasar nossa divisão, e também manter o trabalho o mais limpo possível
para evitar atrair predadores.
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Divisão de Trigonini
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Divisão 1 x 1:
Estas divisões são feitas com um único enxame (uma caixa), que
deverá estar adulto e maduro, com uma quantidade de indivíduos
máxima.
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Será considerada esta a caixa mãe, que deverá ser levada para outro
lugar, caso seja poucos metros mantenha a caixa mãe fechada por 4 dias,
assim será evitado o retorno das campeiras para a caixa filha, que por sua
vez ocupara o antigo lugar da caixa mãe.
Os dois módulos restantes estarão com o sobre ninho cheio de discos
maduros nascentes e com sua melgueira cheia de alimentos, que serão
colocados em cima do porão, também será adicionado outro módulo
composto de cera,reserva de alimento com palito, o acetato da melgueira
será transferido para cima do modulo novo, depois de adicionado o
plástico preto e a tampa retornaremos a caixa filhapara o mesmo antigo
lugar da caixa mãe.
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Divisão 2 x 1
Nestas divisões vamos usar 2 enxames:
Enxame A: tiraremos os discos nascentes;
Enxame B:tiraremos as campeiras.
Em um porão vamos adicionar o ninho com várias colunas feitas com bolinha de
cera para serem colocados os discos, deverá ser composta com o fundo de cera e todo
um invólucro de cera mista.
Divisão 3 x 1
Teremos então 3 enxames para está divisão:
Enxame A: Doador de 3 discos bolachões;
Enxame B: Doador de mais 3 discos bolachões;
Enxame C: Doador de abelhas campeiras.
Também seguiremos os passos da divisão 2 x 1 acrescentando
somente mais 3 discos do terceiro enxame.
Em um ciclo (36 dias) teremos uma quantidade maior de abelhas que
nascerão, assim o enxame se tornará adulto e maduro mais cedo.
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Experiências de um Meliponicultor
Pessoal não se pode esquecer que nenhuma divisão ou manejo poderá ser feito
em tempo chuvoso e frio e nas estações Outono – Inverno. Nossas abelhas entram em
diapausa, este período também é notório pela pouca oferta de alimento na natureza, é
também o período em que as abelhas descansam, a rainha vai organizar o enxame por
6 meses, não o deixando morrer, sabemos que cada abelha tem em média 42 a 60 dias
de vida e este período se resume em 180 dias, tudo isso fará com que a rainha tenha
um controle em suas posturas de acordo com a oferta de alimento no lugar, tornando-
se para ela o maior desafio, pois um enxame que entra no Outono com 4 mil
indivíduos chegará no final do inverno com aproximadamente 1,8 mil indivíduos,
portanto dividir nossas abelhas neste período mesmo alimentando-as não será
correto.
Já no início da temporada, que irá perdurar por 6 meses (Primavera – Verão)
estaremos prontos para começar as multiplicações, sem poder esquecer que o ultimo
mês de Verão terá que ser guardado, pois no próximo mês quando o enxame ainda
muito novo estiver crescendo, o frio vai conter a divisão.
O Meliponário Sousa com alguns anos de trabalho aprendeu aoobservar outros
Meliponicultores amigos e junto com um deles no Espírito Santo, em uma aldeia
indígena– Tupiniquins, observamos que este índio apresentou uma forma nova de
procedimento nas divisões, ao dividir seus enxames no momento correto, ele não
fechava a caixa mãe e não a separava do enxame filha, simplesmente deixava as duas
caixas uma ao lado da outra e abertas, somente na Uruçu Amarela Mondury, isto é
possível, pois estas abelhas têm um comportamento peculiar, elas se ajudam mesmo
quando não são da mesma genética, podemos observar que durante o
desenvolvimento de uma colônia fraca as outras colônias mais velhas visitam-na, até
que o enxame se fortaleça e possa romper sozinho.
Este método está sendo testado em outras melíponas, porém, não ser tem um
resultado definitivo.
Nós aqui do Meliponário Sousa, muitas vezes utilizamos esse procedimento,
sempre foi muito satisfatório, pois observamos quando o enxame está realmente
maduro, as divisões têm o êxito de 98%.
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Xarope Invertido
Nossas abelhas sem ferrão produzem o mel com uma substância retirada nas
flores, chamada frutose, enquanto as Apis produzem seu mel com outra substância
chamada sacarose (açúcar).
Portanto, temos que inverter de sacarose para frutose, a frutose é doce, menos
densa e as ASF consomem como dieta diária.
As abelhas sem ferrão vão consumir o mel de Apis, caso não tenha opção do
xarope invertido em sua alimentação, por outro lado o mel de Apis, por ser orgânico e
natural oferecerá uma alimentação melhor às nossas abelhas.
Podemos encontrar diversas receitas de xaropes invertidos.
O xarope invertido é aquele feito com açúcar cristal (sacarose) que será invertido
para frutose, com o uso do limão.
Como preparar nosso xarope invertido?
Preparando o xarope:
Uma parte de água (um copo de 200 ml);
Duas partes de açúcar (dois copos 200 ml = 0.310 gr);
Uma pitada de sal (iodo);
20 gotas de limão;
Capim cidreira (capim santo).
Modo de preparar:
Misturar a água, o açúcar, o sal e o limão, ferver até virar um xarope menos
denso, desligue o fogo e adicione duas folhas de capim cidreira.
Ao esfriar em temperatura ambiente poderá ser adicionado mel de Apis para
enriquecer o xarope, caso o Meliponicultor julgue necessário.
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Alimentação Protéica
Como preparar ração protéica?
Soja protéica em pó;
Mel;
Pólen;
Levedo de cerveja.
Misture 200 gr de soja protéica em pó com 50 gr de pólen (10%), 150
gr de levedo de cerveja (30%) adicione o mel até dar ponto para
confeccionar um bombom, ou um bife.
Depois de confeccionado o bombom, coloque-o na extremidade de
um palito de churrasco e em seguida emergir por duas vezes na cera mista
quente, quando esfriar já sem o palito encoste os bombons na cera para
vedar o furo do palito de churrasco.
Disponha-os em um recipiente limpo e servi aos seus enxames de
acordo com o consumo de cada um deles, pois só alimentarão da ração
protéica quando faltar pólen no bioma.
É muito comum ficar períodos sem pólen, algumas árvores produzem
somente pólen, outras produzem somente néctar e algumas pólen e
néctar, com essa diversidade podemos entender que: uma hora teremos
somente néctar, somente pólen, somente néctar.
Então nesses intervalos sem o pólen (alimento protéico) nossas
abelhas consumirão os bombons e bifes.
Observar os métodos de um manejo correto é fundamental para a
saúde do nosso Meliponário, nossas experiências enriquecerão e trarão
benefícios ao nosso trabalho.
Vamos desta forma encurtar caminhos e evitar desconfortos.
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PREDADORES
Como prevenir nosso Meliponário:
Este ponto fundamental, que atormenta a vida de um Meliponicultor, deixando-
o seu trabalho comprometido, deverá ter uma atenção redobrada.
A prevenção deverá ser um dos mais importantes procedimentos.
Sabemos que os principais predadores matam nossas abelhas rapidamente por
isso antecipadamente teremos que tomar algumas precauções:
Formigas
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pequenos pedaços de espumas fixadas com arame e umedecidas com óleo diesel
queimado, abaixo do enxame.
Quando as caixas estiverem instaladas na parede,deverão ser instaladas por
braçadeiras em “L” (Mão francesa), a espuma deverá ser colocada entre a parede e a
prateleira e umedecida também com óleo diesel, assim impedirá a passagem das
formigas.
Existem outros produtos que são usados para matar as formigas e impedi-las no
Meliponário, mas devemos lembrar sempre que nossas abelhas também são insetos e
poderão também fazer mal e agredi-las.
Uma ação muito importante é deixar todas as caixas vazias abertas para evitar a
instalação de formigas, caixas de papelão, plásticas, entulhos, garrafas velhas e outros
objetos fechados com frestas, não poderão ficar no Meliponário, pois estes serão
futuras casas para as formigas, e oferecerão riscos aos enxames.
Todo o Meliponário deverá ser varrido e limpo periodicamente, deixando-o livre
desses predadores.
Forídeos
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Lagartixas
Os insetos fazem parte de uma dieta principal das lagartixas, seus hábitos de
visitar os enxames e predá-los são exatamente nos horários em que nós não
estaremos presentes, geralmente em algumas vezes ao chegarmos de surpresa
podemos deparar com este fato.
As caixas depostas nas paredes serão as mais prejudicadas, com este predador,
pois possuem habilidade em transitarem nesses ambientes.
Muitos Meliponicultores colam um plástico bem esticado na parede e em volta
das caixas, com uma largura maior que o animal, pois eles não conseguem transitar no
plástico e serão impedidos de alcançarem as caixas, não devemos predar nossas
lagartixas, têm um papel fundamental em nosso espaço (se alimentam de escorpiões,
baratas, pernilongos, mosquitos, etc.)
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Pasto Melífero
Flora melífera principal:
Constituída pelas plantas de maior fluxo nectarífero, normalmente
formam pastos densos, com floradas prolongadas. Exemplo: Eucalipto, Cítricos,
Uvaia, Jabuticaba, Lichia, Pitangueira, Jambo, Grumixama, Cabeludinha,
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Nascentes
Nossas Nascentes:
Como descrito este título, “NOSSAS” quer dizer responsabilidade de todos,
cuidar de nossas águas também é cuidar da nossa saúde, assim os rios, os córregos, as
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minas de água, açudes, lagoas, represas, mares, mangues e etc. deverão estar
despoluídas.
As árvores do capitulo anterior tem o papel fundamental nesta ação, pois cada
nascente, cada APP e águas salinizadas, deverão ter suas devidas vegetações
conservadas.
Nossas abelhas sobrevivem somente em águas limpas e em uma diversidade de
árvores nativas.
As abelhas são distintas, e cada uma espécie, terá seu habitat natural, algumas
árvores serão visitadas por algumas espécies de abelhas, caso estas abelhas entrem
em extinção, estas árvores também entrarão.
Ar
Ar puro:
O resultado das nossas florestas, somado com nossas nascentes despoluídas,
consequentemente, nos presenteará com ar melhor, em alguns lugares onde
estiverem longe de indústrias e centros urbanos estarão com o ar 100% puro.
O planeta hoje está passando por mudanças climáticas, devido ao desrespeito
com nossas florestas, águas e o ar.
As abelhas como o início de todas as vidas nos levam a uma preservação
ambiental acirrada e saudável.
Podemos deixar de herança para nossos filhos e futuros habitantes da Terra, um
planeta limpo e saudável para todos.
Meliponário Sousa
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Meliponário Sousa
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Meliponário Sousa
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Paulo Nogueira Neto (in memoriam) / USP - Fonte: Fotosobtidas das redes sociais.
Meliponicultura Profissional
Conhecer conceitos sobre meliponicultura, tribos, espécies,
ambientes, raio de ação de trabalho das espécies, funções e arquitetura
dos ninhos, determinação da casta e do sexo. Aprender como se produz a
rainha de melíponas. Ter informações sobre segurança no meliponário,
custo Financeiro para montar um meliponário e fabricação de colméias e
caixas iscas.
Para se tornar um Meliponicultor Profissional, devemos nos atentar
aos primeiros princípios que são o respeito à vida animal, consciência de
manejo sustentável, manter laços com toda a classe agropecuária e
legislação existente, obedecer à construção física de todo o projeto com
saúde.
Levantar custos, mantendo-os em planilha com acompanhamento
técnico financeiro, fazer sua comercialização gerar lucros para alcançar
uma boa condição de renda familiar. Participar de cursos de
Meliponário Sousa
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Projetos na Meliponicultura
A cada um Meliponicultor, como pude observar durante a minha
caminhada na Meliponicultura, aprendi também que a criatividade e a
esperança de salvar o meio ambiente instala sobre cada um, de uma
forma mágica, forte e com o foco sustentável.
Particularmente, sou grato, aprendi e aprendo todos os dias que
cuidar do sistema ecológico, do nosso meio ambiente é poder tornar
nosso planeta melhor, e como herança deixá-lo saudável para nossas
futuras gerações.
Assim também adiciono meu conhecimento, voluntariamente nos
lugares onde sinto necessidade da Meliponicultura, e proteção ambiental
como um todo.
Meliponário Sousa
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Acredito nas crianças e na força jovem, pois são o nosso futuro, eles
nos substituirão, e eu acredito que este ensino no começo da vida, é super
eficaz, conscientizando-os desde crianças, mostrando-lhes a
responsabilidade que terão futuramente.
Nosso trabalho nas escolas:
Meliponário Sousa