Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PERMACULTURA
www.espaconaturalmente.blogspot.com
Termo criado por Bill Mollison e David Holmgren em meados dos anos 70, na Austrália.
Temos que entender que nosso planeta TERRA é um grande organismo vivo e
integrado, que para manter a vida como a conhecemos, é necessário um complexo sistema em
equilíbrio.
O modelo da sociedade atual é totalmente predatório e insustentável. Temos que
pesquisar as soluções agora, praticá-las e melhorá-las a partir de nossas próprias experiências.
Muito se tem falado em degradação ambiental, que é preciso preservar, mas vemos
poucas coisas acontecendo na prática. O enfoque dos debates geralmente está no problema,
na escassez, mas devemos começar a enfocar os debates nas possíveis soluções.
Permacultura é tirar o foco dos problemas, pesquisar e praticar as soluções,
percebendo este processo lento de mudança que começa em nossa própria casa!
Exemplo¹
RECICLAGEM DE ÁGUAS SERVIDAS
Os esgotos, hoje em dia, são um grande problema. Com a Permacultura aprendemos a
reciclar nosso esgoto em casa.
Primeiro dividimos as "águas servidas" da casa em:
Água Cinza, que são as águas utilizadas nas pias, chuveiros, tanques e lavanderia; e
Água Negra, que são provenientes do vaso sanitário.
As águas cinza não têm patógenos humanos, podendo ser facilmente purificadas em
sistemas simples, para que depois possam ser devolvidos para a natureza, já SANEADA, ou
podendo ser reutilizada para irrigação, na descarga do vaso sanitário ou pode-se produzir
bananas em uma Bacia de Evapo Transpiração. Ou seja, o problema vira solução, apenas
imitando o habitat natural de brejos, manguezais e banhados que são filtros naturais dentro
dos Ecossistemas. Este sistema pode ser reproduzido em pequena, média e grande escala.
Exemplo²
ALIMENTAÇÃO: SEGURANÇA ALIMENTAR
Produção de alimentos em pequenos locais, com grande variedade de espécies,
misturando chás, temperos, hortaliças, frutíferas, árvores etc. Sistemas consorciados
diminuem muito ataques de insetos, fungos e outros maléficos para produtividade.
Os monocultivos são um retrocesso. Não acabam com a fome no mundo e
contaminaram solo, água, ar, animais e pessoas.
Você sabia que os venenos utilizados na agricultura são os mesmos da segunda
guerra mundial, porém um pouco dissolvidos?!
As sementes transgênicas geram plantas que não produzem sementes boas para o
plantio no ano seguinte, deixando os agricultores dependentes das Multinacionais que
sustentam o Agronegócio. E existe comércio mais importante do que a produção de
alimentos? Isso é um grande perigo e está indo contra a soberania alimentar de nações
inteiras. Pesquise sobre Vandana Shiva, é um grande exemplo de liderança na Índia.
Na Permacultura buscamos fazer um resgate da utilização de Sementes Crioulas, que
são as sementes puras, com alta resistência as pragas e melhor ainda se forem nativas, pois já
estarão adaptada ao clima local.
Pesquise sobre AGROECOLOGIA, AGROFLORESTA e/ou Ernest Gotsch e Plantas
Alimentícias Não Convencionais (PANC'S) -existem excelentes vídeos na internet.
Éticas da Permacultura
1-Cuidado com o planeta TERRA:
Esta é uma afirmação simples e profunda, com o intuito de guiar nossas ações para a
preservação de todos os sistemas vivos, de forma a continuarem indefinidamente no futuro.
Isso pressupõe uma valorização de tudo o que é vivo e de todos os processos naturais.
Metodologias de Desenho:
-Análise de sítio e de recursos:
É a observação do terreno, considerando elementos já existentes no local e na
comunidade. Entre estes elementos podemos citar as benfeitorias já construídas no
local; recursos naturais (bambuzal; açudes; nascentes; terra argilosa para construção
natural, etc.) e possíveis sobras de materiais no terreno (telhas, tijolos, ferros,
madeiras etc).
Com este levantamento de dados já começamos a moldar nosso desenho conforme os
espaços e os materiais já existentes no sítio, de modo a economizar energia, tempo e
recursos financeiros.
-Análise de elementos:
Analisar detalhadamente cada elemento que queremos inserir no
desenho/sistema.
O que o elemento necessita, o que oferece e suas características.
-Exemplo: Bambuzal
Necessidades: local para plantio, solo adequado e que não alague, pouco manejo
anual;
Características: Altura do bambuzal, forma (entouceirante ou alastrante);
Benefícios: troncos pra utilizar em construções, móveis e artesanatos, possível geração
de renda, podemos tratar as águas cinzas utilizando os bambuzais, sombra, biomassa,
dura mais de 100 anos produzindo, sem necessidade de replantio...
-Análise de Declive:
A casa, por exemplo, buscar a zona de maior conforto térmico, e bem abrigada
dos ventos de tempestade, planejar o deslocamento da água e tentar criar sistemas
passivos de movimento da água por gravidade, com reservatórios e/ou cisternas em
local mais alto do que a casa, e os tratamentos de água residuais abaixo das casas etc.
-Exemplos: em um vale, na sua parte inferior tem bastante umidade, corre risco de
alagamentos, no topo geralmente tem muita insolação e ventos fortes, e no meio do
vale existe o “cinturão térmico”, local mais propício para colocarmos a casa.
Lembrando que não temos uma receita pronta, cada local tem suas particularidades e
deverá ser analisado especificamente.
-Setorização:
É a observação dos elementos externos do local.
-Exemplos: caminho do sol (inverno e verão),ventos predominantes e lado de onde
vem as tempestades, possível área de inundação, poluição sonora, acessos etc.
Esses setores servirão, mais tarde, para definir o posicionamento de quebra-
ventos, a posição da casa e dos abrigos dos animais, entre muitos outros elementos.
-Zoneamento:
As zonas dizem respeito às energias internas do sistema.
Principalmente, em relação ao trabalho humano e à economia de energia.
Assim, podemos alcançar a maior eficiência energética possível, colocando
aqueles elementos que necessitam de maior atenção humana mais próximos a casa.
Aqueles que podem ser mantidos com pouco ou nenhum manejo, ficarão mais longe.
Também pensamos na conexão entre todos os elementos, de forma a que os
produtos (ou recursos) de um elemento sejam utilizados como insumos por outros. É a
verticalização do sistema - lixo é o recurso ainda não aproveitado.
Dessa forma, reduzimos ao máximo a necessidade de trabalho e, ao mesmo
tempo, evitamos a poluição ou a contaminação.
*Estes elementos não são fixos, e podem variar em função do local, tipo de desenho e
tamanho da propriedade.
No caso de desenho em área urbana, geralmente só temos as zonas 0, 1 e 2.
Princípios
(extraído do livro: Introdução à Permacultura, de Bill Mollison)
-Localização Relativa:
O cerne da Permacultura é o Design (desenho integrado), que representa a
conexão entre elementos. Não é a água, a galinha e a árvore. É como a água, a galinha
e a árvore estão ligadas. É exatamente o oposto do que nos ensinam na escola. A
educação desmonta tudo em pedaços, sem fazer qualquer conexão. A Permacultura
faz a conexão porque, tão logo você tenha compreendido a conexão, você pode
alimentar a galinha a partir da árvore. Para permitir que um componente do projeto
funcione eficientemente, devemos colocá-lo no lugar certo!
-Ciclos Energéticos:
Em nossos sistemas de suprimento alimentar modernos, nutrição completa e
uma dieta variada são obtidos através de uma rede mundial de transportes,
armazenamento e publicidade. Obviamente, essa reticulação de alimentos gasta muito
mais energia do que uma diversidade agricultural local, e só é possível devido ao
subsídio de combustíveis fósseis. Hoje em dia, já notamos que os custos dessa
reticulação de alimentos estão fora de controle,e sentimos seus efeitos nas fazendas e
sítios onde são produzidos. Métodos “eficientes” têm sido forçados ao produtor,
mesmo que em prejuízo da terra e da qualidade do produto a longo prazo. Pesticidas,
grandes quantidades de fertilizantes, técnicas de cultivo e sequências de plantio pouco
sábias têm-se tornado comuns, num esforço para reduzir custos e aumentar a
produção e na vã corrida para manter a viabilidade econômica.
Uma comunidade apoiada por uma Permacultura diversa é independente desse
tráfico de distribuição, e capaz de garantir uma dieta variada, provendo todos os
requisitos nutritivos sem sacrificar a qualidade ou destruir a terra a partir da qual se
alimenta. As maiores economias energéticas estão na eliminação dos custos de
transporte, embalagem e publicidade.
Sistemas Permaculturais visam interromper esse fluxo de nutrientes e energia
que saem do local e, ao contrário, transformá-los em ciclos, de forma que, por
exemplo, restos da cozinha sejam reciclados para composto, esterco de animais seja
levado para a produção de biogás ou de volta ao solo, a água cinza da casa flua para o
jardim, esterco verde seja transformado em terra fértil, folhas sejam levadas de volta
às árvores, como mulch (cobertura de solo). Ou, em uma escala regional, esgoto seja
tratado para produzir fertilizante a ser utilizado em terras produtivas, dentro do
distrito.
-Efeitos de Borda:
Bordas ( no sentido de fronteiras ou limites) são interfaces entre dois meios.
Bordas são lugares de ecologia variada. A produtividade aumenta na fronteira
entre dois sistemas (biomas). Ex: terra/água, floresta/campo, estuário/oceano,
plantação/pomar. Isso por que os recursos de ambos os sistemas podem ser utilizados,
e também por que a borda contém espécies únicas de si própria.
Existem pouquíssimos assentamentos humanos sustentáveis e tradicionais que
não estejam situados nessas junções críticas entre duas economias naturais.
Temos a opção de posicionar nossas casas e assentamentos para se
beneficiarem dos recursos de dois ou mais ecossistemas, ou podemos aumentar a
complexidade de nossas propriedades, projetando e construindo nossos próprios
ecossistemas variados.
1- Observe e interaja;
2- Capte e armazene energia;
3- Obtenha um rendimento;
4- Pratique a autorregulação e aceite o “feedback”;
5- Use e valorize os recursos renováveis;
6- Produza e não desperdice;
7- Desenho de padrões a detalhes;
8- Integrar ao invés de segregar (cooperar ao invés de competir);
9- Use soluções pequenas e lentas (a natureza não dá saltos);
10- Use e valorize a diversidade;
11- Utilize as margens;
12- Responda a mudança criativamente.
"Ecologia em ação"
"Prática ambiental sustentável"
"A revolução disfarçada de jardinagem" (definição internacionalmente conhecida)
"A revolução silenciosa" (definição internacionalmente conhecida)
Consumo Consciente
Praticar o consumo consciente, onde entendemos que quando consumimos um
produto de uma determinada empresa, estamos sendo conivente com tudo o que esta
empresa faz. Vale a pena pesquisar sobre as empresas que costumamos financiar.
Lembremos que a Índia fez uma revolução pacífica, onde sua arma principal foi o
boicote aos produtos ingleses.
Temos um grande poder em nossas mãos, o PODER DE ESCOLHA!
Vamos valorizar mais a economia local, comprar produtos produzidos localmente, de
empresas realmente éticas, produtos artesanais, agricultura familiar. Assim deixamos nosso
dinheiro na economia local, fomentando o crescimento da sua comunidade.
Receitas:
Sabão de óleo vegetal saturado:
-6 litros de óleo de cozinha usado;
-1 litro de álcool;
- 1 litro de água;
-1 kg de soda.
Passo a passo:
Misture o óleo com o álcool.
Misture a água com a soda.
Depois que diluir bem a água com a soda, coloque o álcool com o óleo
misturado no recipiente da soda e água e mexa por 30 minutos sem parar.
Após colocar para secar em formas por 48 horas.
*Usar luvas e tomar muito cuidado com a soda e com os vapores que saem
desta reação química entre a soda e o óleo.
1 litro de Álcool (de preferência 70º), 4 litros de água, 1 Sabão Caseiro, Folhas de
Eucalipto.
Deixar as folhas de eucalipto de molho no álcool por 2 dias. Ferver 1 litro de água com
o sabão ralado, até dissolver. Juntar a água e a essência de eucalipto. Engarrafar.
*Fonte: CENTRO ECOLÓGICO. Ecologia no Dia a Dia. Março de 2000.
Aromatizador de Ambientes
Sabonete de Glicerina
Fazer uma tintura (como explicado acima) com cravo e canela utilizando
álcool de cereais.
Após 30 dias coar e colocar em frascos com spray, diluindo a tintura com 40%
de água fervida e algumas gotas de óleo (ex: óleo de amêndoas).