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PAINS/MINAS GERAIS
2010
MORGANA BATISTA DE CASTRO LEAL
PAINS/MINAS GERAIS
2010
MORGANA BATISTA DE CASTRO LEAL
Banca Examinadora
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(CHARLES CHAPLIN)
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo pesquisar o perfil dos trabalhadores
que são atendidos no Horário Estratégico do PSF “Saúde Para Todos”. Foram observados
desde a implantação do projeto “Horário Estratégico de Saúde dos Trabalhadores de Pains no
PSF “Saúde Para Todos”, que teve início dia dez de setembro de 2008, os aspectos
demográficos, ambientais, socioeconômicos, epidemiológicos, indicadores de cobertura,
acesso dos trabalhadores a Atenção Primária à Saúde, horário de trabalho dos membros de
cada família, entre outros; dados estes coletados em fontes como IBGE, SIAB, DATASUS,
FICHA A e informações verbais através dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Informações como porcentagem de chefes de famílias desempregados, trabalho infantil,
trabalhadores de mineração, confecção e autônomos também receberam grande atenção. Após
análise destes dados foram observados pontos positivos em relação ao Horário Estratégico de
Saúde dos Trabalhadores de Pains no PSF “Saúde para todos”.
This work has as objective to research the profile of workers who are treated in the PSF
Strategic Schedule "Health for All". It has been observed since the implementation "Strategic
Schedule of health for the Pains workers - Health for All ", which began on September 10th
2008, the demographic, environmental, socioeconomic and epidemiological, cover indicators,
workers access in basic health care, working hours of members of each family, among others;
data collected from these sources as IBGE, SIAB, DATASUS, FICHA A and verbal
information collected by the Health Community Agents (ACS). Information such as
percentage of unemployed, per households, child work, workers in mining, manufacturing
and self-employed also received great attention. After analysis of these data points some
positive indicators in relation to “Strategic Schedule of health for Pains workers - Health for
All" were found.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 09
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Considerações sobre Saúde do Trabalhador ................................................................... 12
2.2 Análise dos Dados da Saúde do Trabalhador no Município de Pains .......................... 14
2.2.1 Caracterização do trabalho no Município de Pains.........................................................14
2.2.2 Perfil Econômico do Município de Pains ........................................................................ 17
2.2.3 PSF “Saúde Para Todos” ................................................................................................ 18
2.2.4 Perfil do Atendimento no Horário Estratégico de Saúde dos Trabalhadores no PSF
“Saúde Para Todos” ................................................................................................................. 20
2.2.5 Plano de Intervenção Proposto.........................................................................................22
3 CONCLUSÃO........................................................................................................................ 24
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 26
9
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
Todos os homens e mulheres que exercem atividades para o sustento próprio e/ou de
seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho,
nos setores formais ou informais da economia. Estão incluídos nesse grupo os
indivíduos que trabalham como empregados assalariados, trabalhadores domésticos,
trabalhadores avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos,
trabalhadores cooperativados e empregadores – particularmente, os proprietários de
micro e pequenas unidades de produção, estagiários e aqueles temporariamente ou
definitivamente afastados do mercado de trabalho após a aposentadoria ou
desemprego. (BRASIL, 2001)
Já a saúde do trabalhador é entendida pelo artigo 6º da lei 8080, Brasil (1990), como
um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos das condições de trabalho.
Souza e outros (2008) observam que a Saúde do Trabalhador constitui uma área da
Saúde Pública, que tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do trabalhador. A
organização e a prestação da assistência aos trabalhadores consistem na promoção da saúde,
prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, no SUS. Os
autores relatam que no Brasil, o registro de Doenças Relacionadas ao Trabalho (DRT)
aumentou de 5.025 em 1988 para 30.334 em 2005 entre trabalhadores do Regime Geral da
Previdência Social, e conseqüentemente, o pagamento de benefícios ocupacionais para
compensação salarial.
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Os mesmos são considerados sujeitos e particípes das ações de saúde, que incluem a
notificação de acidente de trabalho, a investigação das condições de trabalho, a
identificação de mecanismos e técnicas para a melhoria da qualidade de vida dos
trabalhadores e as formas de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho. (SILVEIRA, 2009).
Esse direito é garantido pela Portaria nº 777 de 28 de abril de 2004 que dispõe sobre os
procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador em
rede de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde – SUS. Atribui assim ao
SUS a competência da atenção integral à Saúde do Trabalhador, envolvendo as ações de
promoção, vigilância e assistência à saúde.
Dados de Brasil (2001) indicam que as relações entre trabalho e saúde do trabalhador
conformam um mosaico, coexistindo múltiplas situações de trabalho caracterizadas por
diferentes estágios de incorporação tecnológica, diferentes formas de organização e gestão,
relações e formas de contrato de trabalho, que se reflete sobre o viver, o adoecer e o morrer
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dos trabalhadores.
Para Silva e outros (2003) um novo padrão mundial de produção e comércio tem
produzido mudanças no mundo do trabalho, nos determinantes da saúde-doença e na
organização das práticas de saúde e de segurança no trabalho. No Brasil, transformações
importantes vêm ocorrendo com o processo de descentralização das ações e dos serviços de
saúde. A Pesquisa Municipal Unificada, da Fundação (SEADE), identificou que, em 1999,
26% das prefeituras paulistas realizavam ações de saúde do trabalhador, mais freqüentemente
em municípios maiores e em Gestão Plena do Sistema.
Dessa forma observa-se que o direito do trabalhador de ter sua saúde garantida é uma
prática prevista em lei, mas que enfrenta inúmeros desafios principalmente no que se refere
aos trabalhadores informais.
Esse capítulo trata de dados relacionados ao município de Pains, analisa seu perfil
econômico, suas características culturais e os principais aspectos do âmbito da saúde.
Considerando que por ser um município de pequeno porte a cidade oferece atendimentos em
atenção básica. Como já referido, utilizaremos informações extraídas do SIAB, da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais, do IBGE, entre outros.
O município de Pains está localizado no centro oeste de Minas Gerais, a 230 km de
Belo Horizonte, com área territorial de 418 Km2 e aproximadamente 8.476 habitantes,
segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o ano de 2009. Dois
programas que tem contribuído para mudança do cenário municipal: PETI – Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil e o Programa de Esporte “Segundo Tempo”, voltados para
as crianças e os adolescentes, tendo como objetivo aumentar as opções de esporte e lazer,
erradicando o trabalho infantil. Os dois programas são parcerias realizadas entre o governo
municipal e o governo federal.
Dados de Minas Gerais (2010) relatam que durante muitos anos, a economia de Pains
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baseou-se na agricultura e na pecuária. A cultura do milho, arroz, algodão, feijão e café era a
principal fonte de renda do município, outro destaque era a criação de bovinos e suínos.
Segundo informações do mesmo arquivo atualmente a mineração e o beneficiamento
do calcário constituem as principais atividades econômicas do município de Pains/MG,
gerando empregos diretos e indiretos e possibilitando a Prefeitura investir em projetos que
visam à melhoria da qualidade de vida da população, através do aumento da arrecadação de
impostos. O setor industrial é responsável por 51% da economia da cidade e a agricultura por
24,9%, dado que comprova a alteração do cenário econômico de Pains.
Também merecem destaque as empresas de confecção, que geram um número
significativo de vagas de emprego e produzem peças para exportação, inserindo Pains no
contexto da economia internacional, porém é visível que os homens têm mais facilidade para
se empregar, pois a maioria dos empregos das mineradoras é voltada para o sexo masculino.
A parte cultural é caracterizada pela tradição das festas promovidas pela Prefeitura
Municipal, Sindicato Rural e festas religiosas que se mantêm fortes no costume da população,
e que normalmente são extintas com o passar dos anos e com o desenvolvimento da cidade.
Informações do DATASUS (2010) revelam que na área da saúde a cidade faz parte da
microrregião polarizada por Formiga, a qual recorre em casos de urgência e emergência e da
regional polarizada por Divinópolis, que se torna referência em consultas e exames de média e
alta complexidade, atendimento de urgência e emergência não atendidas na microrregional de
Formiga.
Pains conta com cinco unidades básicas de saúde e um hospital onde fica um médico
plantonista, e se realizam cirurgias obstétricas, pequenas cirurgias, e internações para
reabilitação dos pacientes. De acordo com o SIAB (2010), atualmente temos três ESF (Equipe
de Saúde da Família), sendo uma atuando na zona rural com três unidades de apoio: distrito
da Mina, distrito do Capoeirão, Bairro Alvorada e outras duas na zona urbana.
TABELA 01
Cadastros das Unidades de Saúde da Família
Unidades de
Nº. de famílias Nº. de pessoas
Saúde da
cadastradas cadastradas
Família
Unidades de
Nº. de famílias Nº. de pessoas
Saúde da
cadastradas cadastradas
Família
PSF Amigas da
764 2.408
Saúde
Assistência à Saúde dos Trabalhadores, visto que eles exercem suas atividades no mesmo
horário de funcionamento do PSF.
Arquivos de Minas Gerais (2010) apontam que a cidade é conhecida como a capital
mundial do calcário, com uma área de 420 quilômetros quadrados de matéria-prima. Em
Pains, 85% dos moradores em média dependem direta ou indiretamente da atividade. As 56
empresas de mineração e calcinação movimentam cerca de R$150 milhões por ano, o que
corresponde a 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do município.
TABELA 02
População Ocupada por Setores Econômicos em 2000
SETORES Nº. DE PESSOAS
Agropecuário, extração vegetal e pesca 899
Industrial 1.192
Serviços 970
TOTAL 3.487
TABELA 03
Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes - Unidade R$(mil)
18
Total 20 120 59 114 218 235 816 404 270 339 2.595
TABELA 05
Sexo Total %
TABELA 06
Perfil dos Trabalhadores da Área de Abrangência do PSF “Saúde Para Todos”
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Atividades desenvolvidas
Possíveis problemas à Saúde dos Trabalhadores:
pelos trabalhadores:
1- Costureira de indústrias
Problemas físicos, por má posição e exercícios mecânicos repetitivos.
de confecção e costureiras
Problemas alérgicos, como por exemplo, alergia ao pó de jeans.
autônomas
LEAL, Morgana Batista de Castro. Atividade 1 In: SILVEIRA, A.M; Módulo Saúde do Trabalhador;
Belo Horizonte: Coopmed, 2009.
outras.
Promover projetos de incentivo fiscal para as empresas que desenvolverem
ações buscando a proteção ambiental.
Criar parcerias entre o setor público e privado com vistas a criar capacitações,
debates, grupos de discussões que visem à promoção da Saúde do Trabalhador.
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3 CONCLUSÃO
cuidados com sua saúde além de não participar de práticas voltadas para a prevenção e a
promoção de saúde. Portanto, a implantação de tal estratégia fomenta princípios norteadores
do próprio SUS consolidando ideais como a universalidade, a equidade e a integralidade.
Essa pesquisa poderá servir de referência para a implantação do Horário Estratégico
em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que ainda não aderiram ao programa, assegurando
dessa forma acesso integral e universal a saúde de qualquer cidadão.
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Referências
2. BRASIL. Lei n. 8080 de 1990. Lei Orgânica da Saúde. Dispõe sobre as condições
para a promoção, proteção e a recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá providência. Diário Oficial. Brasília, 20 set.1990.
Seção I.
10. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas,
2002.
15. PEREIRA Rag, et al. Manual para Treinamento Introdutório das Equipes de
Saúde da Família – Salvador: Pólo de Capacitação, Formação e Educação
Permanente de Pessoal para a Saúde da Família, 2003; (2)183p.
17. SILVA, Rogério Galvão da; FISCHER, Frida Marina. Incentivos governamentais para
promoção da segurança e saúde no trabalho: em busca de alternativas e possibilidades.
Saúde e sociedade. 2008. v. 17, n.4, p. 11-21.
18. SILVA, Zilda Pereira da; BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco; SANT'ANA, Maria
do Carmo. Saúde do trabalhador no âmbito municipal. São Paulo Perspectiva. 2003,
v.17, n.1, p. 47-57. Disponível em: www.perspectivasonline.com.br. Acesso em: 22
abr. 2010.
19. SILVEIRA, A.M; Módulo Saúde do Trabalhador; Belo Horizonte: Coopmed; 2009.
21. SOUZA, Norma Suely Souto et al. Doenças do trabalho e benefícios previdenciários
relacionados à saúde, Revista Saúde Pública, Bahia, v.422000, n. 04, p. 630-638.
2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0034-
8910. Acesso em: 10 abr. 2010.