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INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE CAMPUS CAMPOS GUARUS

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

GABRIEL ROCHA PIMENTEL

O USO DA MÚSICA BRASILEIRA POPULAR NO ENSINO DE TROMPETE EM


NÍVEL SUPERIOR

CAMPOS DOS GOYTACAZES


2022
GABRIEL ROCHA PIMENTEL

O USO DA MÚSICA BRASILEIRA POPULAR NO ENSINO DE TROMPETE EM


NÍVEL SUPERIOR

Monografia apresentada ao Instituto Federal


de Educação, Ciência e Tecnologia
Fluminense Campus Campos Guarus como
requisito parcial à obtenção do título de
Licenciado em Música com Habilitação em
Educação Musical.
Orientador: Prof. Me. Pedro Henrique de
Azevedo Cesário Silva.

CAMPOS DOS GOYTACAZES


2022
Biblioteca Anton Dakitsch
CIP - Catalogação na Publicação

Pimentel, Gabriel Rocha


P644u O USO DA MÚSICA BRASILEIRA POPULAR NO ENSINO DE
TROMPETE EM NÍVEL SUPERIOR / Gabriel Rocha Pimentel - 2022.
51 f.: il. color.

Orientador: Pedro Henrique de Azevedo Cesário Silva

Trabalho de conclusão de curso (graduação) -- Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campus Guarus, Curso de
Licenciatura em Música, Campos dos Goytacazes, RJ, 2022.
Referências: f. 34 a 35.

1. Educação Musical. 2. Ensino de trompete. 3. Música brasileira


popular. I. de Azevedo Cesário Silva, Pedro Henrique , orient. II. Título.

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Biblioteca Anton Dakitsch do IFF
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
GABRIEL ROCHA PIMENTEL

O USO DA MÚSICA BRASILEIRA POPULAR NO ENSINO DE TROMPETE EM


NÍVEL SUPERIOR

Monografia apresentada ao Instituto Federal


de Educação, Ciência e Tecnologia
Fluminense Campus Campos Guarus como
requisito parcial à obtenção do título de
Licenciado em Música com Habilitação em
Educação Musical.

Data: 03/05/2022

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________
Prof. Me. Pedro Henrique de Azevedo Cesário Silva
Instituto Federal Fluminense – Campus Campos Guarus

____________________________________________________________
Prof. Dr. Leonardo Correa Bomfim
COLUNI / UFF

____________________________________________________________
Prof. Me. Leonardo Correa Minervini
Escola SESC de Ensino Médio (ESEM)
AGRADECIMENTOS

À minha família, em especial meus pais, que sempre me apoiaram e


incentivaram minha carreira na música, desde o princípio até agora, agradeço
imensamente.

À minha companheira de vida, Thaís, por toda parceria e cumplicidade


que nos proporcionou a conclusão deste curso mesmo com todos os percalços que
se apresentaram.

A todos os professores e funcionários do Instituto Federal Fluminense que


colaboraram com minha formação, em especial o orientador deste trabalho, prof.
Pedro Henrique, sou muito grato pela ajuda durante esse período de aprendizado e
descobertas.
RESUMO

Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa acerca do uso da música


brasileira popular nos contextos de diferentes cursos de nível superior onde ocorre o
ensino de trompete. A pesquisa foi baseada na busca documental das matrizes
curriculares dos cursos de graduação em trompete de universidades brasileiras e,
principalmente, na realização de entrevistas semiestruturadas com professores que
atuam diretamente no ensino desse instrumento em nível superior, em instituições
do Ceará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Bahia, escolhidos pelos critérios de
experiência docente e diversidade do campo de atuação profissional e de pesquisa.
Concluiu-se que, embora a presença da música popular nos currículos propostos
seja mínima, sua utilização no contexto universitário pode variar bastante, a
depender de diversos fatores em questão, como nível técnico dos graduandos, seus
interesses particulares na execução de um repertório que privilegie um ou outro
gênero/estilo musical, bem como a própria familiaridade dos docentes com a prática
da música popular. Há de se ressaltar a escassez de métodos que contemplem a
formação de trompetistas voltados para a música brasileira popular e a falta de uma
catalogação que facilite a implantação de obras populares em diferentes etapas do
repertório dos cursos de ensino de trompete a nível superior.

Palavras-chave: Ensino de trompete. Música Brasileira Popular. Ensino superior.


ABSTRACT

The present work shows the results of a research over the use of Brazilian popular
music in the contexts of different undergraduation courses where trumpet teaching
takes place. The investigation was based on documental research of curricular matrix
of the undergraduate courses in trumpet of Brazilian universities and, mainly, on the
accomplishment of semi-structured interviews with professors who work directly in
the teaching of this instrument at university level, in institutions in Ceará, Rio Grande
do Norte, Rio de Janeiro and Bahia, chosen by the criteria of teaching experience
and diversity of the professional and research field.. It was concluded that, although
the presence of popular music in the curriculum is almost none, its use in the
university context can vary a lot, depending on several factors, such as the level of
undergraduates, their particular interests in playing repertoire that privileges one or
another musical genre/style, as well as the teachers' closeness to the practice of
popular music. It should be emphasized the scarcity of methods that contemplate the
development of trumpet players focusing on popular Brazilian music and the lack of a
cataloging that facilitates the implementation of popular works in different repertoire
stages for trumpet at university courses.
Keywords: Trumpet teaching. Brazilian Popular Music. Undergraduation.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Jean Baptiste Arban..................................................................................13

Figura 2 – Método Clarke para trompete....................................................................15

Figura 3 – Método Théo Charlier para trompete........................................................16

Figura 4 – Método Colin para trompete......................................................................17


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................9

2 AS ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES DO BACHARELADO EM


TROMPETE................................................................................................................23

2.1 A metodologia básica dos fundamentos do trompete segue uma tradição


de ensino conservatorial europeu..........................................................................23

2.2 Um currículo abstrato que não corresponde à realidade..........................26

2.3 As vivências dos professores e as expectativas dos alunos...................28

2.4 Preparação do aluno para uma ampla capacidade de trabalho................29

3 CONCLUSÕES SOBRE UMA REVISÃO CURRICULAR NO ENSINO


SUPERIOR DO TROMPETE.....................................................................................31
4 REFERÊNCIAS...............................................................................................34

ANEXO I – CURRÍCULOS DE TROMPETE....................................................36


9

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho visa não só traçar um panorama dos currículos da disciplina


trompete na formação superior como também propor novas abordagens sobre o
tema. A inspiração para o estudo veio de minha própria trajetória como estudante e
profissional do trompete. Sou trompetista da região de Campos dos Goytacazes,
porém iniciei meus estudos no instrumento na cidade de São Paulo. Uma parte
significativa da minha formação foi realizada no Conservatório Brasileiro de Música
do Rio de Janeiro, onde concluí o curso técnico em trompete e ingressei no
bacharelado deste instrumento, o qual cursei até o 5º período. Ao conseguir uma
vaga como aluno da Brass Academy Alicante, na Espanha, optei por dar
continuidade aos meus estudos fora do país, onde fiquei por dois anos. Minha
formação foi toda voltada para a prática de música de concerto, especialmente
música orquestral. Paralelamente a meus estudos conservatoriais, minha atuação no
mercado de trabalho muitas vezes adentrava na seara da música popular. Em
gravações e ensaios, senti a falta de uma base consolidada neste repertório e a
necessidade de uma pesquisa maior sobre essa linguagem. Esta tensão entre os
meus estudos acadêmicos e minha prática profissional foram os principais
motivadores para que em minha pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso
em licenciatura em música no IFF abordasse a questão dos currículos no
bacharelado e a possível inserção da música popular nesse contexto.
A formação conservatorial é o principal referencial dos cursos de
bacharelado em instrumento no Brasil. A partir do século XIX, com o
desenvolvimento técnico dos instrumentos de orquestra, bebendo dos avanços
tecnológicos advindos da Revolução Industrial, a educação musical europeia
privilegiou a formação do instrumentista virtuose, corroborando uma tendência ao
individualismo, ainda presente na formação de grande parte dos músicos. O século
XIX assistiu ao surgimento das primeiras escolas particulares de caráter
profissionalizante. (FONTERRADA, 2003). A primeira delas é o Conservatório de
Paris, criado em 1794. Em 1822, na Inglaterra foi fundada a The Royal Academy of
Music, que tem como principal característica a organização em forma de externato.
No Brasil criou-se o Conservatório Brasileiro de Música, em 1845, no Rio de Janeiro.
São Paulo segue a esteira dessa tendência mundial e inaugurou o Conservatório
Dramático e Musical em 1906. Como foi corrente em todo século XX, as diretrizes
10

musicais brasileiras acompanhavam as tendências europeias, que têm a figura do


professor de instrumento como uma espécie de tutor e modelo para os alunos.

Porém, a realidade dos cursos de bacharelado é muito focada no padrão de


ensino dos conservatórios europeus. A relação pedagógica professor-aluno
possui muitas semelhanças com a relação medieval do mestre e discípulo –
o discípulo seguia e carregava os objetos do mestre. (SILVA, p. 7, 2012).

1.1 Levantamento bibliográfico dos currículos

Através da busca em páginas web de diversas universidades brasileiras,


foi realizado um levantamento de currículos de diversos cursos de graduação em
trompete. Os documentos coletados estão dispostos no “ANEXO I” deste trabalho e
são referentes aos seguintes cursos: curso de bacharelado em trompete da UFRN,
curso de bacharelado em trompete da UFRJ, curso de bacharelado em trompete da
UNIRIO, curso de licenciatura em música com habilitação em trompete da EMBAP e
curso de bacharelado em trompete da USP. Observou-se que as matrizes
curriculares mencionam o uso de uma vasta gama de métodos e obras de origem
europeia, americana e brasileira, próprias do repertório tradicionalmente tocado no
trompete dentro do universo da música de concerto, além de livros de história da
música, história dos instrumentos, da família dos metais e do trompete, em
particular. Entretanto, os currículos não abarcam o uso do repertório popular
brasileiro, tampouco métodos voltados para a prática desse gênero/estilo musical,
salvo uma exceção: em sua ementa, o currículo da UNIRIO propõe o estudo da
“música brasileira em suas diversas vertentes (tradicional, contemporânea, folclórica
e música popular)”, e mais diretamente no conteúdo programático de “Trompete II”,
está citado como repertório da disciplina a “leitura de músicas tradicionais e músicas
brasileiras.”
Analisando o cenário em que os cursos de formação superior em música
surgiram e se expandiram no Brasil, Queiroz (2017) aborda o tema da colonialidade
em seu artigo publicado na revista ABEM, descrevendo uma “trajetória de exclusões
e epistemicídios que relegou à subalternidade diversas culturas musicais do país.”
Este conceito pode ser entendido como “as dimensões subjetivas, epistemológicas e
simbólicas” presentes em nossa sociedade, através do consumo e produção
intelectual, costumes, valores, padrões estéticos, pretensões profissionais e diversos
11

outros aspectos que tendem a uma predileção do que advém da cultura


colonizadora europeia em detrimento ao de outras culturas, um eurocentrismo
cultural e consequente inferiorização e negação ao que é não-europeu. Sobre o
ensino de música institucionalizado no Brasil, Queiroz afirma:

Assim, entre os aspectos culturais sucumbidos por tais processos de


inferiorização, práxis musicais não alinhadas às perspectivas da música
erudita ocidental, referência de arte e de ensino de música na Europa
colonizadora, foram excluídas de contextos “civilizados” de produção
musical e, consequentemente, do processo de institucionalização do ensino
de música. (QUEIROZ, 2017, p. 137)

Constatou-se, portanto, que o material presente nos currículos coletados


está em grande parte fundamentado nos moldes de ensino conservatorial. Tal fato
não é exclusividade do trompete, outros bacharelados corroboram desta tradição,
apesar de contar com uma recente mudança de foco na formação do instrumentista
e do professor. Em seu trabalho, Silveira comenta sobre as novas perspectivas dos
alunos e a necessidade de uma adaptação por parte dos cursos e dos docentes:

Apreende-se das reflexões acima que há necessidade premente de uma


mudança no currículo do curso de bacharelado em instrumentos no Brasil,
partindo-se da formação do professor. Mas, o mais importante, essa
mudança deve ser consolidada sob a ótica das necessidades dos alunos e
do mercado de trabalho onde serão inseridos. O efeito da globalização e a
facilidade oferecida pela internet, no que tange à informação, acabam
mudando a perspectiva do músico/aluno brasileiro. Não se tem mais, por
objetivo, simplesmente alcançar uma posição de status no mercado musical
e/ou educacional brasileiro. A partir da necessidade de uma educação
voltada para formação do ‘artista’ – em contraposição de, simplesmente, o
‘instrumentista’ – o currículo dos cursos de clarineta, e o de todos os
instrumentos musicais, devem contemplar as novas metas internacionais.
Isto significa não somente a inclusão de cadernos de estudo e obras
internacionais para o instrumento, mas também capacitar o professor a
ministrar aulas consonantes com estas novas metas. A revisão das
qualidades para o ingresso nos cursos superiores no Brasil é outra
necessidade premente. (SILVEIRA, 2007, p.3).

Os currículos analisados possuem uma quantidade robusta de obras,


estudos e métodos para desenvolvimento dos trompetistas que demandam bastante
trabalho por parte dos estudantes, porém o aprofundamento em repertório popular
brasileiro pode acarretar numa formação mais abrangente, incluir saberes
específicos da música popular que podem ser importantes na vida profissional do
formando e complementar seu desenvolvimento artístico e cultural.
12

1.2 Descrição dos métodos tradicionais para trompete

Os trechos a seguir têm por objetivo apresentar e analisar quatro dos


principais métodos utilizados como material didático para ensino do trompete nas
universidades brasileiras. Esses livros constam em abundância nas matrizes
curriculares dos cursos superiores, além de constituírem parte fundamental do
trabalho diário de professores e alunos. Eles foram escritos por Arban, Clarke,
Charlier e Colin, figuras de grande importância na história e ensino do trompete.

La grande méthode complète de cornet à piston et de saxhorn par Arban –


J. B. Arban (1864)
Joseph Jean Baptiste Arban (1825 – 1889) foi um aclamado músico,
compositor e professor, tendo atuado no Conservatório de Paris por catorze anos.
Foi uma das figuras que mais contribuiu para estabelecer e popularizar o cornet
(similar em execução ao trompete, com pequenas diferenças no formato e som)
como um dos principais instrumentos de sua época. Sua maneira virtuosística de
tocá-lo era uma novidade, já que o trompete antigo possuía recursos técnicos
limitados, e toda sua produção acadêmica e artística foi de suma importância para
consolidar esse novo instrumento de válvulas num patamar de importância
equivalente aos principais no contexto sociocultural que vivia.
“Este trabalho é rico em conselhos instrutivos, está baseado nos melhores
princípios fundamentais, e não omite um único ponto instrutivo que possa ser
necessário para o desenvolvimento e aperfeiçoamento técnico gradual de um
instrumentista.” (ARBAN, prefácio, 1982, tradução própria). Essas foram as palavras
do Comitê sobre Estudos Musicais do Conservatório de Paris a respeito do livro
desenvolvido pelo autor, que, à época, submetia sua inserção no curso de trompete
dessa instituição. Até hoje, a obra possui um valor prático e artístico estimado por
aqueles que o utilizam, pois contempla e aprofunda todos os aspectos técnicos
básicos para a execução do trompete. É, por esse motivo, possivelmente o método
mais utilizado nos estudos do instrumento. Por se tratar de um exímio compositor,
Arban cuidou de que os exercícios não fossem estritamente mecânicos, mas
também possuíssem um alto nível de musicalidade, importante para a formação
estética do estudante. A seguir, uma imagem do artista representando seu trabalho
13

intelectual nas composições de obras e estudos, que prezavam sempre pela beleza
do seu fraseado melódico e interessante uso da harmonia.

Imagem 1 – Jean Baptiste Arban

Fonte: Wikipedia

Na introdução do método, o compositor explana sobre aspectos


funcionais e técnicos básicos do instrumento: extensão, digitação alternativa, bomba
de afinação, posicionamento do bocal, articulação, respiração, além de um trecho
sobre faltas estilísticas a serem evitadas.
Cada seção do livro é introduzida por uma breve observação sobre a
maneira como os exercícios devem ser abordados, e a diligente prática e boa
execução da primeira parte, intitulada “Primeiros estudos”, é uma base
extremamente importante para a formação sólida do trompetista. Nela, os pontos
principais a serem trabalhados são a sonoridade, articulação e precisão rítmica.
Constam exercícios de: emissão e notas longas; escalas, arpejos e intervalos
básicos; síncopas; e exercícios de articulação em células rítmicas específicas, os
quais adquiriram tamanha popularidade que chegaram a ser gravados por grandes
artistas como Rafael Méndez e André Henry.
A segunda seção é, segundo o próprio autor, uma das mais importantes
do método, e chama-se “Prática da Ligadura ou legato”. Entretanto, transportado
para termos atuais, trata-se da prática da flexibilidade, a execução de exercícios
focados na mudança de uma nota para outra sem a adição ou substituição de
14

válvulas, de maneira fluida e bem conectada. Em seguida, a seção “Escalas” dá


grande prioridade às escalas maiores, principalmente as tonalidades mais
rotineiramente utilizadas, através de exercícios com variados tipos e padrões de
articulação.
Arban dedica uma seção inteira de seu método à prática dos ornamentos.
Engloba a prática de grupettos, appogiaturas, trinados e mordentes de maneira bem
didática, começando por exercícios preparatórios para cada tipo. A quinta seção
chama-se “Estudos mais avançados” e compreende o estudo de intervalos, saltos de
oitavas e décimas, estudos em tercinas e grupos de semicolcheias, acordes
maiores, menores, dominantes e diminutos e prática cadências. Já a última seção de
estudos técnicos é sobre articulação dupla e tripla, com inúmeras variações. A parte
final do livro conta com cento e cinquenta arranjos feitos pelo autor de canções,
melodias populares e trechos de obras clássicas, além de sessenta e oito duetos,
catorze estudos característicos e suas célebres Fantasias, compostas sobre temas
variados, e que foram gravadas por grandes trompetistas, como Maurice André,
Wynton Marsalis e Sergei Nakariakov.

Technical Studies for the Cornet – Herbert L. Clarke (1912)


Este livro não só faz parte de todas as matrizes curriculares dos cursos de
graduação que compõem esta pesquisa, como está presente na rotina de estudos
de 68% dos estudantes brasileiros de nível universitário de trompete que
responderam a uma entrevista publicada em 2019 pela revista Orfeu (GABRIEL;
VETROMILA, 2019). Trata-se do método escrito por Herbert Clarke (1867 – 1945),
músico estadunidense, reconhecidamente bem-sucedido como solista, compositor,
arranjador, maestro de banda e considerado por muitos como um dos maiores
cornetistas da história. Além de possuir exacerbado domínio técnico, as gravações e
composições de Clarke denotam um grande lirismo e primazia pela beleza sonora. A
capa da primeira edição de seu livro carrega a imagem do condecorado cornetista e
compositor.
15

Imagem 2 – Método Clarke para trompete

Fonte: IMSLP

“Technical Studies for the Cornet” apresenta um grande enfoque no


desenvolvimento técnico dos estudantes, através de exercícios padronizados que
são repetidos em todas as tonalidades, ascendendo cromaticamente, e que
abrangem toda a extensão do instrumento. Eles devem ser tocados com
articulações variadas e visando a obtenção de agilidade. Segundo o próprio autor, o
estudo cuidadoso desse método possibilita ao instrumentista superar qualquer
dificuldade que ele possa encontrar na literatura para o cornet.
Os estudos propostos vão aumentando gradualmente de dificuldade, e
cada seção é introduzida por uma breve explicação de como abordá-los. Cada um
(são dez ao todo) representa um desafio particular, trabalhando questões como a
flexibilidade de lábios e dedos, respiração, resistência, facilidade e eficiência na
produção sonora em todas as regiões e aperfeiçoamento de diferentes tipos de
articulação. Os últimos exercícios elaborados por Clarke são de extrema dificuldade
técnica e exigem um verdadeiro virtuosismo dos estudantes, próprio de músicos que
dominam o instrumento por completo.

36 Études Transcendantes pour Trompette – Théo Charlier (1926)


Este livro de estudos é um compêndio de exercícios escritos por Chalier
que estão voltados para o aperfeiçoamento de determinadas características
16

técnicas, que são especificadas no título de cada um dos 36 estudos. São obras
propostas para trompetistas de nível avançado, possuem complexidade e beleza
musical tamanhas que por isso são constantemente gravadas por célebres
trompetistas e pontualmente cobradas em audições para vagas de emprego e
estudos. Este livro também consta em todos os currículos para trompete que
integram esta pesquisa.
Théo Charlier construiu uma consolidada carreira como compositor,
professor, maestro de banda e trompetista. Nasceu e viveu toda sua vida na Bélgica,
e estabeleceu-se como uma figura central na música daquele país. Foi um dos
primeiros a preferir o trompete de válvulas ao cornet, que vinha sendo utilizado
costumeiramente para execução de peças de maior virtuosismo técnico. O aclamado
músico percebeu a crescente complicação das partes orquestrais escritas por
compositores para trompete, devido à modernização e sofisticação do trompete
durante o século XIX. Pensando nisso, escreveu os estudos, que primeiramente
serviram para seu estudo próprio e para de seus alunos, e posteriormente
organizou-os num livro, para que ajudassem na preparação de jovens trompetistas
em seu aperfeiçoamento técnico e superação das dificuldades citadas. Seu método
foi publicado pela primeira vez em 1926 pela Éditions Musicales Alphonse Leduc
com a seguinte capa:

Imagem 3 - Método de Théo Charlier para trompete

Fonte: IMSLP
17

Os temas abordados incluem trabalho particular de articulação, digitação,


estilo, flexibilidade, intervalos, andamentos, ritmo, interpretação, ornamentos,
arpejos, ligaduras, cromatismo, etc., e possuem considerável dificuldade de
execução. Cada um dos trinta e seis estudos representa um desafio próprio, por
focar em um aspecto técnico específico sem perder as particularidades musicais e
interpretativas. Ao longo do livro, o autor também fornece diversas informações
sobre o funcionamento do trompete, escritas de dinâmica, interpretação e outras
questões presentes nas partituras, sugestões de abordagens aos estudos,
referências de outros métodos, características de diferentes trompetes e outras
questões históricas e práticas, para contextualização e auxílio do trompetista.

Advanced Lip Flexibilities – Charles Colin (1941)


Após experienciar dificuldades enquanto trompetista profissional, Charles
Colin (1913 – 2000) desenvolveu uma série de exercícios e técnicas que foram a
base para dois dos seus livros mais conhecidos, entre eles “Advanced Lip
Flexibilities”, e que foram publicados quando o autor fundou sua própria editora, uma
bem-sucedida empresa que até hoje publica livros musicais exclusivos. Charles foi
um professor de grande reputação que decidiu estabelecer-se em Nova Iorque após
perceber que a rotina de turnês com orquestras e bandas não era o estilo de vida
que ele procurava. Sua capa já apresenta um design diferente, que faz lembrar
encartes de discos e livros de jazz, talvez por se tratar de um livro pensado para
trompetistas com atuação não só no campo da música de concerto:

Imagem 4 – Método de Colin para trompete

Fonte: Charles Colin Co.


18

O livro em questão aborda exclusivamente o tema da flexibilidade labial –


que o autor percebeu ser de grande importância para o desenvolvimento técnico no
instrumento –sobre diferentes ângulos e com múltiplas abordagens, compreendendo
3 volumes e 71 páginas de exercícios práticos. Estas são introduzidas por uma
seção onde Colin explica detalhadamente os objetivos de cada tipo de exercício
proposto ao longo do método. Os assuntos tratados consistem em: flexibilidade
labial, trinado labial e alongamento, importância da língua, desenvolvimento de
resistência, pensamento e prática inteligentes, como aquecer.
O primeiro volume de exercícios de flexibilidade apresenta exercícios
mais livres, em geral abrangendo uma grande área da extensão do instrumento. Já o
segundo volume propõe uma série bem definida que trata de assuntos precisos, não
abordados no primeiro, e vão expandindo o registro à medida que se avança nas
páginas. A última parte é composta por 8 seções de exercícios numa sequência
crescente que vai do registro médio (primeira seção) até o sobre agudo (últimas
seções), e oferecem uma maior gama de abordagens e variações rítmicas.
Em sua dissertação de mestrado, Baptista (2010) lista e recomenda o uso
de diversos métodos de autores estadunidenses para desenvolvimento de
trompetistas na prática da música popular. Entretanto, a aplicação deste estudo na
música brasileira popular não contempla suas especificidades, visto que esses livros
trabalham através da linguagem jazzística. Cabe ressaltar também que nenhuma
obra prescrita por Baptista foi encontrada nos currículos presentes nesta pesquisa.
A partir deste levantamento bibliográfico inicial, chegamos às mesmas
questões que acompanhavam as minhas indagações enquanto bacharelando em
trompete: como a música popular poderia se inserir de maneira mais contundente no
estudo do bacharelando? Não seria necessária uma revisão de currículo?

1.3 Escolha pelas entrevistas

Com a escassez de documentação específica sobre estes


questionamentos dentro do ensino superior em trompete, e pela pouca quantidade
de tempo disponível para realização deste trabalho em função do calendário
pandêmico, optou-se por entrevistas com renomados professores do instrumento
19

atuantes em universidades brasileiras, algumas delas onde o ensino do trompete


popular já está presente.
Os professores escolhidos para as entrevistas foram Leandro Serafim, da
Universidade Federal do Ceará; Maico Lopes, da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro; Flávio Gabriel, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; e
Joatan Nascimento, da Universidade Federal da Bahia. A seleção dos docentes
baseou-se na expressividade de suas trajetórias enquanto artistas, profissionais da
música e acadêmicos, e a diversidade de áreas de atuação musical que tiveram ao
longo de suas carreiras como trompetistas. Levou-se em consideração também o
contexto em que cada curso está inserido, e a possível conexão dos alunos com a
música popular.
Os currículos a seguir foram retirados da plataforma Lattes em sua
maioria, e demonstram as diferentes vivências musicais entre os professores que
atuam no ensino superior em trompete no Brasil. Pode-se observar o vasto campo
de atuação pelo qual trafegam, alguns se destacam na regência (Leandro Serafim),
outros transitam pela música erudita e popular e na produção e gravação de arranjos
exclusivos para trompete (Maico Lopes), e temos por fim músicos de orquestra e
solistas de destaque na música erudita (Flávio Gabriel) e na música popular (Joatan
Nascimento). A seguir constam os currículos coletados dos professores
selecionados:

-Leandro Serafim (UFCE):

Leandro Libardi Serafim, maestro, trompetista e professor, nascido em


Gramado-RS, técnico em música com habilitação em trompete pela
Faculdades EST (São Leopoldo), licenciado em música pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre em educação musical pela
Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor em educação, no eixo de
música, pela Universidade Federal do Ceará e em música na Université
Laval, no Canadá. Tem por experiência profissional: a regência e o ensino
de instrumentos de sopro e percussão em bandas escolares; a função de
trompetista em diversas orquestras; o cargo de tutor do curso de
Licenciatura em Música da UFRGS em Modalidade a Distância; a regência
da Orquestra Jovem de Gramado e da Orquestra Jovem de Novo
Hamburgo; a Direção Artística da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo;
a Coordenação Artística das oito edições do Gramado in Concert - Festival
Internacional de Música, onde também atuou como regente da Banda
Sinfônica do Festival; foi coordenador das quatro primeiras edições do
Concurso de Composição Erudita e das três primeiras edições do Concurso
Jovens Solistas do festival Gramado in Concert; participou como maestro da
Orquestra Jovem Internacional e da International Brass Ensemble do
Festival de Orquestras Jovens Eurochestries nas seguintes edições:
Sobral/Brasil (2015 e 2019), Charente Maritime/França (2016),
20

Qingdao/China (2017) e Québec/Canadá (2018). Atualmente é professor de


sopros - metais da Universidade Federal do Ceará, atuando também como
regente da Orquestra Sinfônica e da Banda Sinfônica da UFC. Também é
pesquisador Grupo de Pesquisa em Educação, Artes e Música -
PESQUISAMUS (CNPq). (SERAFIM, Leandro, 2022).

-Maico Lopes (UNIRIO):

Professor de Trompete da Universidade Federal do Estado do Rio de


Janeiro (UNIRIO). Possui Bacharelado (2003), Mestrado (2007) e
Doutorado (2012) pela mesma universidade. Atua regularmente em
performances como instrumentista, compositor e arranjador nos repertórios
orquestral, de câmara e popular para o trompete, sendo responsável pela
estreia de mais de 30 obras nos últimos anos. Em 2014 lançou o álbum
Solo, com repertorio inédito de música brasileira para trompete sem
acompanhamento. É orientador no PPGMUS e PROEMUS do CLA-Unirio,
orientando pesquisas sobre pedagogia e performance de metais.
Desenvolve pesquisas na área de Música, com ênfase para pedagogia e
performance musical, atuando principalmente nos temas: trompete
contemporâneo, grupo de trompetes, música brasileira popular, música de
câmara e música brasileira. (LOPES, Maico, 2022).

-Flávio Gabriel (UFRN):

Professor de trompete na Escola de Música da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte. Vencedor do 2º prêmio no Concurso Internacional de
Música Primavera de Praga em 2010. Foi o principal trompetista da
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre entre 2004 e 2009, e trompetista da
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo - OSESP entre 2009 e 2015.
Iniciou seus estudos aos 11 anos de idade na Banda Lyra de Mauá - SP
onde foi aluno de Bartolomeu Rosa e Carlos Binder. Posteriormente
estudou com Clóvis Beltrami em Campinas - SP. Bacharel em Música pela
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, orientado pelo
professor Dr. Nailson Simões. Mestre em Ensino das Práticas Musicais na
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. Doutor em
música pela Universidade Estadual Paulista - UNESP - SP. (GABRIEL,
Flávio, 2022).

-Joatan Nascimento (UFBA):

Doutor em Trompete e professor da Universidade Federal da Bahia, Joatan


é um dos mais importantes trompetistas da Bahia. Atuou sob a regência dos
maestros Isaac Karabchevisk, Julio Medaglia, Roberto Tibiriçá, Ernest
Widmer, Ira Levin e Roberto Duarte, dentre muitos outros. Além de tocar na
Banda Base, tem sua história musical vinculada também ao quarteto Trio +
1 (junto com Benjamim Taubkin, Sérgio Reze e Zeca Assumpção),
Rumpilezz e à Orquestra Sinfônica da Bahia. Recebeu o Troféu Caymmi de
Revelação Instrumentista em 1986 e Melhor Instrumentista/Disco em 2000.
Em 2002, lançou o disco “Eu Choro Assim”, indicado no mesmo ano para o
Troféu Caymmi de Melhor Disco e, em 2003, para a categoria Revelação do
Prêmio TIM de Música. Gravou com músicos como Luiz Caldas, Daniela
Mercury, Ivete Sangalo e Caetano Veloso (com este, no CD/DVD “Prenda
Minha”), além de ter acompanhado ao vivo vários intérpretes de projeção
internacional. (BRASIL, [2021]).

Verena Alberti, influente pensadora e pesquisadora brasileira, ressalta


que, para compreender determinada realidade histórica, é preciso conhecer os
21

participantes daquele processo e os caminhos que levaram à sua solidificação e


continuidade. Para tal, cita em seu trabalho (Alberti, 2008) a obra de Pollack,
sociólogo austríaco que, sobre memória coletiva, esclarece:

Não se trata mais de lidar com os fatos sociais como coisas, mas de
analisar como os fatos sociais se tornam coisas, como e por quem eles são
solidificados e dotados de duração e estabilidade. Aplicada à memória
coletiva, essa abordagem irá se interessar, portanto, pelos processos e
atores que intervêm no trabalho de constituição e de formalização das
memórias (ALBERTI, 2008, p. 85, apud POLLAK, 1989, p. 4).

A autora faz ainda uma reflexão acerca do valor que os encontros


possuem na compreensão da nossa realidade, por fomentarem a preservação de
narrativas pessoais que ao serem transmitidas se desdobram e possibilitam novos
olhares e construções em diálogo:

A história oral proporciona acesso a informações empíricas? Sim, por meio


dessas “histórias dentro da história”, que, a nosso ver, são mais do que
simples ilustrações da realidade. Elas permitem que ampliemos nosso
conhecimento sobre o passado. Como são fontes importantes para o estudo
da história contemporânea do Brasil, precisam ser adequadamente
guardadas e cuidadosamente disseminadas [...] Neste sentido, apresenta-
se outra questão interessante: a do conhecimento que permeia a sociedade
e que não passa necessariamente pelo espaço acadêmico. É nos saberes
sobre o passado que se veiculam as histórias constituídas por um
determinado grupo, que parte da experiência é guardada pela memória. A
informação, ou seja, aquilo que o depoente guarda em sua memória será
construído por ele e pelo pesquisador, gerando um novo saber, uma nova
leitura, e para que esta interação ocorra, o encontro é a base. Portanto, a
oralidade e o desenvolvimento dos arquivos e fontes nos Programas de
História Oral possuem uma enorme possibilidade de construção de novos
conhecimentos. (ALBERTI, 2008, p. 92).

Amparado por esse referencial da história oral e da memória coletiva, as


entrevistas foram levadas a cabo, buscando um entendimento mais detalhado sobre
as questões do currículo para trompete e do uso da música brasileira popular dentro
do universo acadêmico. Os diálogos se deram ao longo do mês de março, através
de encontros síncronos na plataforma Google Meet. Cada entrevista teve uma
duração mínima de uma hora e máxima de duas horas, seguindo um roteiro de 6
perguntas que eram adaptadas de acordo com suas peculiaridades e o andamento
de cada entrevista. Elas aconteceram em ambiente domiciliar, embora à distância.
As principais perguntas abordadas foram:
1. Como foi sua formação inicial no trompete? Em especial, no
bacharelado?
22

2. Você vê muita diferença para a graduação em música hoje em


dia para sua época de estudante?
3. Numa pesquisa prévia dos currículos do curso de bacharelado
em trompete de universidades brasileiras, quase não se vê
material de música popular. Você enxerga dessa maneira?
Como é na sua universidade? Há exceções?
4. Como a música popular contribuiu na sua formação
profissional? Como os saberes específicos da música popular
poderiam contribuir para a formação do bacharelando em
trompete brasileiro?
5. Com a redução de vagas de orquestra e aumento da
concorrência em todo mundo, como a versatilidade entre o
erudito e popular contribui para a inserção do formando em
trompete no mundo do trabalho?
6. Você vê necessidade de reformulação dos currículos de
trompete das universidades?
Muitas dessas perguntas geraram apontamentos, possibilidades e visões
relevantes trazidas pelos professores, outras surgiram e foram incorporadas às
entrevistas. As respostas dialogaram com os questionamentos que motivaram a
elaboração deste trabalho de pesquisa, no que diz respeito à formulação dos
currículos, à formação acadêmica dos trompetistas e ao trabalho docente. O próximo
capítulo apresenta um compêndio das reflexões mais interessantes apontadas pelos
entrevistados.
23

2 AS ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES DO BACHARELADO EM


TROMPETE

A partir das quatro entrevistas, sintetizamos quatro questões básicas


presentes no relato de todos os professores ao tangermos a dinâmica de ensino do
trompete entre a música erudita e popular. Foram estas:
a) A escassez de um material didático que abordasse os fundamentos do
trompete fora da música erudita.
b) As dificuldades burocráticas de atualizar o currículo universitário e sua
consequente defasagem entre o currículo aplicado em sala de aula e aquele que é
divulgado nas ementas.
c) A influência da vivência musical do professor e aluno dentro da práxis
em sala de aula.
d) Uma experiência acadêmica que contemple diversos assuntos,
preparando os alunos para sua melhor inserção no mundo do trabalho.
A seguir descreveremos em subcapítulos cada um desses pontos tão
presentes nas conversas com os professores do instrumento.

2.1 A metodologia básica dos fundamentos do trompete segue uma tradição de


ensino conservatorial europeu

O primeiro ponto comum nas entrevistas de vários professores é a falta de


métodos que trabalhem aspectos básicos do trompete que estejam inseridos no
contexto da música popular. A primeira preocupação dos professores, segundo suas
falas, é que os alunos dominem a técnica básica para tocar o instrumento sem
grandes problemas, e para isso lançam mão do trabalho dos fundamentos, através
da prática cuidadosa de métodos tradicionalmente usados para o desenvolvimento
do estudante. O professor Leandro Serafim comenta sobre a falta de material que
trabalhe esses aspectos com uma linguagem mais próxima à música brasileira
popular:

Sim, eu acho que o currículo na academia tem um foco na música erudita,


eu acredito que por conta dessa sistematização. Quando você é professor e
tem que dar aula, vamos supor, para quinze alunos (algo normal numa
classe de trompete em universidade), cada um com um perfil totalmente
distinto, um objetivo totalmente distinto, um nível de entrada totalmente
24

distinto, então você precisa de um vocabulário de exercícios técnicos e


repertório muito grande para que você encontre, identifique qual repertório
se adequa aquele nível do aluno. E essa sistematização ocorre na música
erudita, digamos assim, na música "conservatorial", ela aconteceu
justamente por estar nos espaços onde acontecia o ensino formal do
instrumento. Então nós temos esse modelo. Agora, quando você vai para a
música popular, não temos essa sistematização, então fica muito mais difícil
para o professor trabalhar com esse tipo de música e muitos professores
acabam a deixando de fora. Isso vem mudando, porque a gente começa a
ter outras metodologias que trabalham com a música popular. Normalmente
esses métodos têm uma influência muito norte-americana, do jazz, o que
não é o ideal, acredito que quando falamos de música popular, nos
referimos à brasileira. Essa inquietação que você tem a pensar sobre a
música popular tem que motivar a concretização de trabalhos de pesquisa
de fato, porque o professor lá na ponta trabalha com essa sistematização,
ele não tem tempo de fazer esse trabalho, porque está lá na ponta dando
aula para vários alunos. A gente tem que ter pessoas alimentando isso,
produzindo material didático, produzindo repertório, material nessa questão
de níveis, que é um problema muito sério no Brasil. Não temos uma
sistematização no que se refere à composição, tanto de música para
orquestra e para as bandas, quanto para o ensino de cada instrumento.
Então temos essa lacuna muito grande. Alguns professores têm trabalhado
com isso e mudado essa realidade, assim como alguns compositores
também. [...] Que material eu posso me apoiar para trabalhar com música
popular na universidade? São pouquíssimos. Essa falta muitas vezes não é,
no meu ponto de vista, a falta de intenção dos professores de trabalhar,
mas a falta de acesso a materiais de qualidade e com um pensamento
formativo, com essa sistematização de níveis. (SERAFIM, Leandro, 2022).

Em sua entrevista, o professor Leandro Serafim segue explicando sua


metodologia de trabalho para inserir a música popular no trabalho dos fundamentos
técnicos do instrumento nas classes em que atua, privilegiando, além do
desenvolvimento das capacidades de tocar de seus alunos, a prática de repertório
popular e o entendimento rítmico e harmônico das obras. Seu trabalho inclui ainda a
utilização de play-alongs com acompanhamentos rítmicos basicamente compostos
por música brasileira popular, para que os alunos possam trabalhar os exercícios
técnicos sem perder a motivação musical e tenham uma familiarização maior com a
prática da música que já está presente de alguma forma nos seus cotidianos.
Outros professores corroboram a visão de que existe pouco material
didático disponível sobre os fundamentos do trompete e a música popular, e
comentam sobre a necessidade de formulação de novos trabalhos que facilitem a
inserção de novas linguagens ao cotidiano de estudo de trompetistas. Flávio Gabriel
comenta sobre a sistematização de repertório popular que se encaixe com os
diferentes níveis e anseios dos alunos:

Eu quero fazer uma lista de referências com uma lógica crescente de


dificuldade de repertório e obras de referência que ele possa escutar.
Porque, de onde que o aluno começa a ouvir choro? “Ah, não, é só sentar
25

na mesa de bar.” Tudo isso eu já sei, mas estou dentro da academia e


quero fazer que isso seja minimamente ordenado, porque para orientar,
você precisa ter um passo a passo, saber aonde vai. [...] A gente ainda tem
muito o que caminhar no que diz respeito ao aprendizado, a inserção
principalmente de ritmo e harmonia, que a gente tem na música popular
muito natural. Eu tenho lacunas harmônicas gigantescas, claro que posso
resolver isso hoje, mas teria sido muito mais fácil se fosse no início da
minha formação. Uma saída para a gente hoje seria beber muito da música
popular sem descartar o que existe, porque a estruturação, a forma de
ensinar da música de concerto, a meu ver, já está mais a frente, me parece
que está mais organizado. Talvez a música brasileira careça de um
processo de educação. (GABRIEL, Flávio, 2022).

O professor Maico Lopes cita sua preocupação quanto à prática da


música popular para uma formação mais completa dos alunos, e como a
estruturação já existente nos métodos voltados para a música de concerto
desempenham papel importante no trabalho diário:

Fundamentos do trompete é tudo igual, você vai ter nota longa, flexibilidade,
escala, staccato duplo, triplo e tal. E aí, repertório é onde eu vou atuar a
música popular, por exemplo: o aluno vai falar que quer fazer um
bacharelado voltado para a música popular. Beleza, ele vai estudar os
métodos tradicionais para trompete, os fundamentos, você tem que dominar
o instrumento. Depois que você domina, pode aplicar no repertório que
quiser. Se o aluno quiser focar em determinado repertório, ok, mas ele não
vai deixar de tocar os outros, não vai deixar de ter a música brasileira. [...] A
maioria dos métodos de música popular que você tem hoje para trompete é
de jazz, que é maravilhoso, é tudo muito bem estruturado, uma bibliografia
gigantesca, mas nenhum pega nota longa, escalas simples, esse trabalho
progressivo que a gente vê nas primeiras páginas de todos os métodos
tradicionais, não tem. Não é método para linguagem, para iniciante, é
voltado para improvisação. (LOPES, Maico, 2022).

A fala do professor Joatan Nascimento concorda com a ideia de que a


base técnica para tocar o instrumento irá servir qualquer estilo que o músico venha a
executar, e essa provém basicamente do estudo diligente dos fundamentos técnicos
do trompete. Porém, acrescenta que o diálogo com o ambiente e a realidade em que
o aluno está inserido é primordial para que ele saia bem preparado:

A primeira coisa que tento fazer é colocar meu aluno para tocar trompete
bem, para isso não vou precisar tanto da questão do popular ou erudito. Em
primeiro momento, os alunos têm, no geral, muitos problemas técnicos. [...]
Acho que poderia haver uma adequação a depender do lugar, onde se
esteja, para atender um pouco do entorno onde você está inserido. Há
realidades diferentes, não tem um modelo de trompetista que vá atender a
tudo. Quanto mais a escola dialoga com a realidade que a cerca, melhor.
Para que ela possa produzir conhecimento e profissionais para aquele
lugar, enriquecer aquele lugar. No nosso curso a gente pensa sempre nisso,
o cara tem que sair dali sabendo das tecnologias, do repertório, conhecendo
a música brasileira, tendo essa experiência de tocar, com conjuntos,
professores montando repertório, trazendo músicos que atuam no cenário,
sem necessariamente serem professores, mas tendo uma experiência
26

comprovada no meio musical. Que o aluno saia com as ferramentas.


(NASCIMENTO, Joatan, 2022).

2.2 Um currículo abstrato que não corresponde à realidade

O segundo ponto que chamou a atenção nas entrevistas é que os


currículos documentados muitas vezes não representam as realidades dos cursos.
No período em que as entrevistas foram realizadas, as atividades presenciais de
música nas universidades estavam em processo de retomada depois de uma longa
paralisação devido à pandemia de COVID-19, o que significa a volta de projetos que
precisaram ser postergados, adaptados ou paralisados, além das classes de
instrumento que ocorriam de maneira remota. Na mesma direção, se encontravam
algumas reformas que os professores pretendiam fazer no currículo formal dos
cursos de trompete.
Leandro Serafim mencionou o projeto de reestruturação do currículo da
universidade em que atua:

Agora estou como presidente do Núcleo de Desenvolvimento Estruturante


do curso, que é quem pensa o currículo. Ano passado a gente fez 21
reuniões com onde mais umas 10 reuniões com o colegiado para mudança
do currículo. Então a gente já aprovou um currículo que vai ser de ênfases,
e não habilitações. O aluno entra e ele tem esse primeiro semestre onde ele
experimenta tudo e a partir do segundo semestre ele pode optar por qual
ênfase vai fazer. Ou seja, se ele optar por fazer a ênfase de sopros, ele vai
fazer um conjunto de disciplinas, paralelas às obrigatórias, durante 4
semestres, que são específicas de sopro. Dentro dessa ênfase, não tem
aula somente de instrumento, tem uma formação para o professor de
música que pretende atuar com aquele instrumento. E a música popular
está dialogando muito com isso. [...] Eu não sei se os currículos das
universidades são tão engessados assim, porque os professores das
universidades com quem tive contato, inclusive como aluno, sempre tem
essa preocupação em trazer a música brasileira como parte do seu
trabalho. Tive a experiência de fazer aula com vários deles e são
pouquíssimos que eu não vi trabalhando música brasileira de alguma forma.
Às vezes a matriz curricular é engessada porque o Plano Pedagógico do
Curso foi criado há vinte anos e não foi atualizado, ou quando foi não está
disponibilizado no site e esse documento oficial que a gente encontra do
curso está totalmente desatualizado com o que o cara faz na prática. Só
uma análise de currículo não dá conta de entender como é esse currículo.
Eu quando fiz os documentos aqui não citei a música popular, citei outros
métodos, mas como eu ia citar as referências se não tinha métodos em
relação a isso? (SERAFIM, Leandro, 2022).

Os professores também ressaltaram as questões burocráticas de


confecção e alteração dos currículos universitários. Por esta razão, muitas vezes o
currículo está desatualizado ou não condiz com a realidade do curso. Flávio Gabriel
27

menciona a possível defasagem dos currículos dispostos nas páginas web das
universidades e dificuldades burocráticas para confeccioná-los:

Os programas curriculares que você encontra, muitas vezes são mentirosos,


não por parte dos professores, mas o sistema pede que a gente faça essas
grades, currículos, essas coisas, mas muito do material que a gente usa
não é aceito, por questões burocráticas. Isso faz com que os programas
sejam feitos, na melhor das hipóteses, de maneira muito aberta, para que
contemple tudo que o professor possa usar, porque se você botar partitura,
por exemplo, já fica super difícil. Eu falo isso com uma informação fresca
porque na universidade que atuo, durante a pandemia, talvez um pouco
antes, a gente trabalhou com essa questão de atualizar o currículo. Em
relação à bibliografia, você tem que ter três principais e cinco
complementares, preferencialmente em língua portuguesa. Então, apesar
de ser o primeiro passo correto, você deve considerar que esses currículos
que encontrou foram muitas vezes uma tentativa que o professor encontrou
de atender ao sistema, porque ele não contempla o jeito que a gente ensina
música. Recentemente eu fiz um programa com repertório, métodos, todas
as coisas, mas na bibliografia fui obrigado a colocar livros que não
condizem com o que é o ensino de trompete. Se você tem alunos
individuais, teoricamente, cada aluno precisa de um currículo personalizado,
só que na faculdade a gente tem que ter um passo a passo do que vai ser
entregue ano a ano. (GABRIEL, Flávio, 2022).

O professor Maico, que, além de lecionar na UNIRIO, também participou


do quadro de docentes na UnB, descreve como o processo não depende
simplesmente do interesse dos professores em acrescentar esse ou aquele
conteúdo:

Sobre a questão dos cursos, nós temos o seguinte: quando a gente tem a
avaliação de curso, pelo Ministério da Educação, o MEC confronta as
informações do programa, da bibliografia com os livros que a gente tem na
biblioteca. Se eu colocar os métodos no programa e não tiver na biblioteca,
o curso é avaliado com nota baixa. Então a gente coloca os livros que
temos como bibliografia básica e os outros que utilizamos como bibliografia
complementar. Assim, muitas vezes o programa vira um, e o que a gente
aplica dentro de sala de aula acaba sendo outro. E coloco que o repertório
será direcionado de acordo com as escolhas dos alunos, desde que ele
cumpra o repertório básico, que é, por exemplo, o Concerto de Haydn,
barrocos, Louis Armstrong, porque faz parte da história do nosso
instrumento, e isso já está em domínio público, então a gente não tem
problema com a questão da biblioteca. Por que o programa é um no
programa e na prática é outro? Tem uma razão, e a gente não tem
autonomia para resolver. (LOPES, Maico, 2022).

Joatan Nascimento esclarece que, muitas vezes, os professores também


questionam o diálogo do currículo universitário com a realidade do mundo do
trabalho, relação que acompanhou minhas indagações enquanto músico em
formação, e que motivaram essa pesquisa.

Os currículos de trompete poderiam começar a contemplar esses aspectos


da formação: “eu estou formando o aluno para que mercado, para que
28

realidade? O que esse cara vai encontrar lá fora? Eu o preparo para


orquestra? Será que onde ele está disposto a viver, têm orquestras
disponíveis, com vaga? Se não tiver, como ele vai viver? Que outras
alternativas ele tem?”. (NASCIMENTO, Joatan, 2022).

2.3 As vivências dos professores e as expectativas dos alunos

O terceiro ponto que esteve presente nos depoimentos foi de como a


experiência do professor com a música popular e as demandas do aluno como
instrumentistas influenciam no currículo.

O que acontece muitas vezes é que a música popular é trabalhada


unicamente a partir das experiências pessoais do professor. Eu não tenho
uma experiência prática, por exemplo, com improvisação, então essa é uma
deficiência minha. O que não evita que os alunos façam isso. E muitos
fazem isso aqui, porque é muito comum tocarem choro. Então tem alunos
que tocam nos bares e improvisam muito melhor que eu. Então é importante
que o professor tenha abertura para entender, isso talvez seja um limitante,
que muito professor pode não abrir espaço porque ele não se sente
preparado para ensinar isso, mas nem sempre o professor ensina tudo.
(SERAFIM, Leandro, 2022).

Apesar de alguns professores não serem especialistas na área da música


popular, não renunciam ao uso desse repertório por julgarem importante para o
desenvolvimento profissional dos alunos.

Como eu não tenho a vivência, é sempre desconfortável, eu me sinto mal


em falar de algo que eu não domino. Mas aí o que eu tenho feito é falar
assim: “eu não domino, mas eu sei que você vai precisar”. Eu não precisei
porque tive sorte, mas para os próximos empregos, será um diferencial.
(GABRIEL, Flávio, 2022).

Os interesses e aspirações profissionais dos estudantes também são


levados muito em conta. O professor Maico menciona sua época como aluno, traça
um paralelo com sua realidade atual de docente, e propõe estratégias para que os
cursos possibilitem um contato mais próximo com diferentes subáreas de atuação
profissional:

Cabe a gente mencionar que também depende um pouco do aluno. Quando


eu entrei na graduação, eu entrei com o trompete em Dó, tocava na OSB
Jovem, e eu tinha na minha cabeça que queria ser músico de orquestra.
Então, naquele momento, eu não senti falta nenhuma em não ter a
formação em música popular. Mas eu tinha esse objetivo muito claro. Hoje,
o aluno que entra, se ele também tem isso, a gente segue aquele objetivo e
vai tentando ajudar na formação dele na medida do possível. Mas quando
ele não tem isso muito claro, aí acho que vale a pena. A ideia que tenho
hoje de formação é, se você está fazendo bacharelado em trompete, onde é
29

que o trompete atua profissionalmente? Orquestra sinfônica, quinteto de


metais, choro, salsa, com piano... teoricamente, uma boa formação deveria
passar por todas essas subáreas. [...] Não adianta a gente reformular os
currículos e manter os mesmos professores, se você tem um professor que
é o primeiro trombone de uma grande orquestra, ele está diariamente, o
tempo todo, inserido no contexto da música de orquestra. Se você vai na
universidade que ele atua, reformula o currículo e diz que ele tem que dar
aula de choro, não adianta, ele não vai dar. Não adianta reformular o
currículo e não ter um professor capacitado para fazer o que o currículo
pede. Para ser mais rápido e resolver essa questão, acredito que os
professores precisam ter a mente aberta e é mais fácil você criar
mecanismos como cursos de extensão, masterclasses, e deixar o repertório
mais flexível. O ideal seria criar cursos de música popular. (LOPES, Maico,
2022).

2.4 Preparação do aluno para uma ampla capacidade de trabalho

O ponto comum em todas as entrevistas foram as mudanças no mercado


de trabalho do músico instrumentista brasileiro. As falas dos professores abordam
diversos pontos em comum, em principal o cenário musical brasileiro e a relevância
e reconhecimento da nossa música popular também em âmbito internacional.
Leandro Serafim explica como mesmo dentro do meio orquestral a vivência da
música popular pode ser importante.

Eu acho que sem esse diálogo com a música brasileira não tem como atuar
no mundo do trabalho, hoje em dia nem as orquestras tocam somente o
repertório tradicional, europeu. As orquestras tocam um repertório
totalmente eclético, incluindo música brasileira, não só música erudita, mas
música popular brasileira. (SERAFIM, Leandro, 2022).

Flávio Gabriel discorre sobre diferentes oportunidades de trabalho e de


crescimento como artista profissional que podem advir de uma experiência dentro da
música popular, relacionando com sua própria trajetória de formação.

Hoje, um dos empregos que ainda aparece para trompetista são os de


professor universitário, e já tem aparecido nas últimas provas a exigência de
que algo de erudito ele toque, caso seja uma vaga de professor popular,
porque eles entendem que o professor vai dar aula de instrumento. Então,
eu tenho visto como tendência que as poucas vagas que vão surgir daqui
pra frente vão pedir que o concorrente tenha domínio básico de uma área e
domine melhor uma outra, mas que pelo menos tenha um pouco de
conhecimento. [...] Quando jovem, minha formação musical, fora o estudo
de trompete, que foi um estudo formal, foi tocando em grupos populares. Eu
nunca tive a oportunidade de tocar em uma orquestra jovem. [...] Para mim,
é uma baita oportunidade que a gente tem de se desenvolver como músico
aqui no Brasil, porque a gente não tem a oportunidade de tocar música de
concerto toda semana. A performance está dividida em estudo técnico,
estudo de repertório e a prática do repertório, e a gente não tem isso aqui.
Eu tive quando toquei em grupos populares. E quando se fala de música
brasileira, o nosso peso é música popular de qualidade. [...] Hoje em dia tem
um monte de gente tocando bem, se você toca bem seu instrumento, é
30

arranjador, toca bem em vários estilos, você tem muito mais possibilidades.
(GABRIEL, Flávio, 2022).

O professor Maico Lopes também comenta sobre seu entendimento a


respeito das possibilidades de trabalho atuais e as contribuições que a prática da
música popular pode oferecer.

A mentalidade que tenho hoje é que, pela questão do mercado profissional,


por mais que o aluno chegue focado em tocar em orquestras
sinfônicas, para que a formação seja mais completa e diversificada, em
algum semestre o aluno terá que tocar com piano, big band, aprender
linguagens diferentes. Eu acho que esse tipo de pensamento é uma coisa
bem atual, pessoas que no final dos anos 90 e início doas anos 2000
tiveram essa formação, identificaram, como você mesmo identificou essa
lacuna na formação, e agora, como estão na posição de professores,
tentando atuar e amenizar essa falta. [...] Não sei se tem um estudo quanto
a isso aqui no Brasil, mas posso te falar de forma empírica, minha
experiência é que eu consegui muito mais trabalho de música popular que
de música erudita. Estão diminuindo as orquestras, diminuindo o número de
pessoas nos naipes, então de fato você não tem muita coisa. Agora, de
música popular, você tem um monte de bar que tem roda de choro, roda de
samba, você tem gravação, você tem show com artista. Eu acho que o
universo da música popular tem muito mais oportunidade hoje em dia.
(LOPES, Maico, 2022).

A fala que conclui este capítulo, do professor Joatan Nascimento, é rica


em argumentos favoráveis para a valorização da prática da música brasileira popular
nos cursos universitários, ressaltando o caráter de importância que essa possui para
a formação artística dos estudantes.

Pela questão dos conteúdos, não só pela questão da cultura, eu acho que a
música popular pode agregar dentro da formação de um trompetista, pode
contemplar áreas e subáreas para além do ensino formal europeu. Há
questões da nossa música que nós fazemos diferente, que acho que é mais
rico. [...] No que diz respeito ao trompete, houve um aumento considerável
no número de trompetistas interessados, no número de escolas, e uma
elevação substancial no nível desses alunos, muita gente pode viajar para
fora, voltar e dar aula nas escolas, acho que o nível técnico e musical é
muito maior. Muito mais gente brigando por uma vaga, a gente tende a abrir
mão de certas concessões. Um músico melhor preparado, mais rico de
conhecimento, ele sempre vai ter um pouco mais de chance. Nos dias de
hoje, cada vez mais, os profissionais precisam estar conectados com outros
conhecimentos, de forma que eles consigam solucionar os problemas deles
de forma mais rápida. Então acho que é importante, o aspecto da
versatilidade, quanto mais você estuda, quanto mais cultura, quanto mais
discursos, quanto mais entendimento de vida você domina, tanto mais você
será rico, e tanto mais você pode dizer, o seu produto, a sua arte, o seu
conhecimento será mais rico, será pontuado de coisas diversas,
entendimentos maiores sobre a vida, sobre o mundo. (NASCIMENTO,
Joatan, 2022).
31

3 CONCLUSÕES SOBRE UMA REVISÃO CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR


DO TROMPETE

Ao consideramos, analisarmos e repensarmos as propostas curriculares


de trompete no ensino superior, percebemos que a integração e otimização da
prática da música brasileira popular pode contribuir com a assimilação de saberes
específicos e enriquecer a formação dos bacharelandos em trompete
brasileiros. Não se trata de priorizar essa ou aquela área, mas engendrar uma
proposta capaz de articular conhecimentos que colaborem para uma formação mais
diversificada e eficaz, levando em conta os diferentes contextos educacionais,
sociais e culturais.
Ao encontro dessa linha de pensamento, pode-se mencionar a fala do
professor Joatan Nascimento, que possui extenso trabalho a respeito do ensino do
Choro e suas particularidades, onde cita diversos pontos que a prática desse gênero
como ferramenta de formação musical engloba. Essa colocação, por si, já justifica
um esforço maior para o engrandecimento da prática da música popular no contexto
universitário e a ampliação da sua presença em matrizes curriculares.

O aluno trabalhando com o Choro já poderia desenvolver, por exemplo: a


percepção musical; trabalha esse aspecto da divisão rítmica, tem uma
demanda muito grande de ritmos e situações técnicas; por tocar num
conjunto pequeno, você precisa constantemente entender e ouvir a todos, a
relação com o outro é muito mais íntima, muito mais necessária, então você
trabalha a música de câmara; e o Choro é tradicionalmente uma música de
tradição oral, então nunca se toca como está escrito; ter uma ideia de
dinâmica, saber quando você está fazendo o contracanto, quando está
fazendo a melodia; trabalha a harmonia, você pode improvisar, e precisa de
um entendimento harmônico, a própria estrutura do Choro, já sugere
modulações, então inevitavelmente você vai ter que saber, esse
conhecimento você já desenvolve; o aspecto do solista, é num grau de
expressão muito grande; a parte técnica do seu instrumento, as dificuldades
técnicas já são outro aspecto a se desenvolver; e o jeito de tocar, a
linguagem característica do Choro. (NASCIMENTO, Joatan, 2022).

Em sua tese de doutorado, Feitosa (2016) esclarece como se construiu ao


longo dos anos esse afastamento da cultura popular, mais especificamente da
música brasileira popular, do ambiente de ensino formal acadêmico. No primeiro
capítulo de sua pesquisa, relata sua experiência docente e o que espera para o
ensino da música de nosso país:

Em muitos espaços acadêmicos no Brasil, tenho observado a partir da


minha atuação como professor convidado em várias universidades que
ainda existe essa "barreira" entre a música popular e a música de concerto.
32

Nas universidades que possuem curso de música popular, essas práticas


são em muitos casos considerados inferiores pelos professores que não
atuam nesse curso, especialmente na área de performance. Por isso, me
atenho a afirmação de Bowman (1988, p.4, tradução minha) quando diz que
"Não existe um 'estado musical mais puro' para o qual a música está
inexoravelmente progredindo. A música não tem, então, 'uma' natureza ou
'um' valor". Dessa forma, acredito que devemos valorizar a MBP e contém
pala em um mesmo patamar que qualquer outra manifestação cultural.
(FEITOSA, 2016, p. 29).

Os cursos de bacharelado em trompete estão inseridos nesse contexto de


dualismo entre a música de concerto e a música popular, conceitos que atualmente
são objeto de discussão na área da etnomusicologia e confrontados por diversos
pesquisadores. Isso porque não é possível traçar uma régua que delimite uma
fronteira entre elas, uma está constantemente servindo-se da outra. A música
popular não significa necessariamente “música do povo”, mas uma música que está
fora da esfera erudita tradicional, por ser consumida normalmente em locais
distintos, com demandas, práticas e diversas outaras características que as diferem.
Muitas vezes, porém, ambas têm características práticas que as assemelham,
embora muito claramente tenha havido ao longo do século XIX e XX uma
preferência acadêmica pelo ensino da música de concerto, o que levou a um senso
comum de que esta teria um grau de complexidade elevado, sendo mesmo sua
escuta reservada para aqueles com maior nível de “erudição musical”, algo que para
mim é prejudicial para a cultura musical como um todo.
Como percebido através dos relatos dos professores entrevistados neste
trabalho de pesquisa, uma mudança significativa dos currículos no sentido
de ampliar o uso da música brasileira popular nos cursos de formação superior de
trompetistas enfrenta diversos obstáculos práticos, como, por exemplo,
impedimentos burocráticos por falta de cópias disponíveis dos materiais pretendidos
para incrementação dos currículos nas bibliotecas das universidades.
Podemos pensar essa mudança nos currículos de cursos de bacharel em
trompete através da ótica da Teoria pós-crítica dos currículos, que traz às
discussões o conceito de multiculturalismo e a implementação de temas como
“estudo dos saberes e manifestações culturais oriundas de tradições renegadas pela
modernidade/colonialidade; promoção das decolonialidades do pensamento; postura
crítica à visão eurocêntrica de produção do conhecimento” (MINERVINI, 2021, p.
11)
33

A natureza da música está em consonância com a ideia de


multiculturalidade, se a compreendemos como um bem formado através da
interação humana. Faz-se necessário, portanto, para o amplo entendimento de sua
importância, uma formação que contemple esse aspecto multicultural.

Quando eu penso na inclusão da música popular no currículo de um curso


de música e nos benefícios que ela pode trazer, eu vou defender um ponto
que sempre defendo: nós somos primeiro seres culturais. Nós somos o que
somos, somos frutos de uma cultura, de um lugar com uma história, com um
povo que se assentou aqui, misturou com um povo que já estava aqui, que
foi trazido de fora, formamos uma coisa que é muito particular, só podia ter
dado aqui, nessas condições climáticas, políticas e sociais. Isso nos confere
uma identidade. (NASCIMENTO, Joatan, 2022).

Por este trabalho, partindo de um levantamento bibliográfico dos


currículos e das entrevistas com renomados professores da área, vimos que a
mudança do repertório dos bacharelados em trompete passa por questões
burocráticas (as dificuldades dentro da legislação universitária para inclusão de
novos autores), didáticas (a inexistência de uma gama de métodos que abordam os
fundamentos do trompete dentro da linguagem popular), acadêmicas (o confronto
entre a tradição conservatorial e uma inserção pós-crítica de novas temáticas no
currículo), e por fim sociais. Neste ponto, tem-se o fato que muitas vezes o
bacharelando em trompete não busca aprofundar os seus conhecimentos na música
popular desde o início do curso. Volto aqui à minha própria experiência discente,
pois a inspiração para esta pesquisa veio dos desafios encontrados por mim quando
me inseri no mercado de trabalho e tive demandas de gravações e ensaios, tanto na
música popular, quanto na música de concerto. Até então, focava meus estudos
estritamente no desenvolvimento do repertório orquestral e dos solos mais utilizados
na tradição erudita do trompete, de modo a buscar uma especialização que focava
numa profissionalização somente para orquestras sinfônicas. Vê-se a partir, não só
da minha experiência, como das muitas vivências aqui abordadas dos professores
tanto enquanto músicos quanto como docentes, que uma possível mudança desse
cenário educacional passa por uma sugestão de solução ampla e interdisciplinar
para os problemas identificados: não bastaria só uma modificação de repertório nos
currículos, mas toda uma conscientização de professores e alunos para as
demandas presentes no mundo do trabalho do trompete atual.
Por fim, destaco um ponto comum entre os diversos depoimentos
coletados: a necessidade de uma sistematização do repertório popular para
34

trompete. O sequenciamento didático, tão presente no ensino erudito do instrumento


ainda carece de uma catalogação progressiva, em níveis de aprendizado e estilos
abordados no trompete popular.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBERTI, Verena; PEREIRA, Amilcar Araújo: Possibilidades das fontes orais: um


exemplo de pesquisa. Revista Anos 90- Revista do programa de Pós-graduação
em História – UFRGS. Vol. 15. Nº 28. 2008.

ARBAN, Joseph Jean-Baptiste Laurent. Arban's Complete Conservatory Method


for trumpet. New York: Carl Fischer, 1982. 348 p.

BAPTISTA, Paulo Cesar. Metodologia de estudo para trompete. 2010. 67 f.


Dissertação (Mestrado) - Curso de Musicologia, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2010.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TURISMO. Joatan Nascimento. [2021] Disponível em:


https://www.jamnomam.com.br/banda-geleia-solar/joatan-
nascimento1?msclkid=3bb85706b9a411ecaf73ed81154409bd. Acesso em: 11 abr.
2022.

CHARLIER, Theophile. Trente-six Études Transcendantes. Paris: Éditions


Musicales Alphonse Leduc, 1926. 72 p.

CLARKE, Herbert Lincoln. Technical Studies for the Cornet. New York: Carl
Fischer, 1984. 53 p.

COLIN, Charles. Advanced Lip Flexibilities. New York: Charles Colin Publications,
1980. 80 p.

FEITOSA, Radegundis Aranha Tavares. Música brasileira popular no ensino da


trompa: perspectivas e possibilidades formativas. 2016. 169 f. Tese (Doutorado)
- Curso de Programa de Pós-Graduação em Música, Centro de Comunicação,
Turismo e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016.

FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios: um ensaio sobre


música e educação. São Paulo: Unesp, 2003. 345p.

LOPES, Maico Viegas. Currículo. 2022. Disponível em:


http://lattes.cnpq.br/4012233668044748. Acesso em: 11 abr. 2022.

LOPES, Maico Viegas. Entrevista concedida a Gabriel Rocha Pimentel. Março de


2022.
35

MINERVINI, Leonardo Corrêa. Breve análise das teorias de currículo: reflexões


acerca das abordagens tradicional, crítica e pós-crítica. Rio de Janeiro.
Programa de Pós-Graduação em Educação. 2021. 12p.

NASCIMENTO, Joatan. Entrevista concedida a Gabriel Rocha Pimentel. Março de


2022.

QUEIROZ, Luis Ricardo Silva. Traços de colonialidade na educação superior em


música do Brasil: análises a partir de uma trajetória de epistemicídios musicais e
exclusões. Abem, Londrina, v. 25, n. 39, p. 132-159, jul./dez. 2017.

SERAFIM, Leandro Libardi. Currículo. 2022. Disponível em:


http://lattes.cnpq.br/1768181842248127. Acesso em: 11 abr. 2022.

SERAFIM, Leandro Libardi. Entrevista concedida a Gabriel Rocha Pimentel. Março


de 2022.

SILVA, Flávio Gabriel Parro da. Currículo. 2022. Disponível em:


http://lattes.cnpq.br/4310848553906064. Acesso em: 11 abr. 2022.

SILVA, Flávio Gabriel Parro da. Entrevista concedida a Gabriel Rocha Pimentel.
Março de 2022.

SILVA, Pedro Henrique de Azevedo Cesário. As diferenças entre os cursos de


bacharelado em clarineta da UNIRIO e UFRJ nas décadas de 80 e 90 do século
XX e na atualidade. 2012. 54 f. TCC (Graduação) - Curso de Licenciatura em
Música, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

SILVEIRA, Fernando José: Cursos de Bacharelado em Clarineta no Canadá e no


Brasil: Um Estudo Comparativo - Trabalho apresentado no XVI Encontro Anual da
ABEM e Congresso Regional da ISME na América Latina – 2007
36

ANEXO I - CURRÍCULOS COLETADOS DOS CURSOS DE BACHAREL EM


TROMPETE

Currículo I – Curso Bacharel em trompete - UFRN


Trompete I
Estudos de Base:
Relaxamento, Respiração
Postura
Emissão do som ( ataque e sonoridade )
Estudo de nota longa ( desenvolvimento da embocadura )
Exercícios de flexibilidades ( método Claude Gordon e Arban)
Estudo do tenuto
Final de Nota
Digitação:
Escalas do Arban ( maiores, todas em semínimas e todas do Arban)
Método Clarck
Estudos do Arban
Staccato duplo e triplo
Articulações
Métodos:
Balay Método Completo (Estudos de virtuosidade
Giuseppe Concone /Schoemaker
E. Goldman
Bach Six Short Solo Suite
Repertório:
Andante and Allegro G. Ropartz
Badinage E. Bozza. (obg.)
Aria et Toccatta R. Niverd.
Três Peças E. Aguiar
Pequena Suite Osvaldo Lacerda (obrigatória)
Sonata VIII Coreli A.
Andante e Scherzo J.E. Barat (obg.)
Rondó For Lifey L. Bernstein Introdução a Transposição
100 Melodic Studies For Trumpet ( transposition ) R. Caffarelli
1 tom abaixo
Peças do Repertório Sinfônico:
Bolero Maurice Ravel
Batuque L. Fernades
Carmem (Toreadores) G.Bizet
Gilherme Tell Rossini
Abertura do Festival Acadêmico Brahms
Literatura do Trompete:
Origem do Trompete e seu uso nas Diferentes Culturas
Biografia dos Grandes Trompetistas Eruditos

Trompete II
Estudos de base:
Estudo de nota longa ( Gordon )
Exercícios de flexibilidades (Lip Flexibilities C. Collins)
Leitura à primeira vista
Estudo do tenuto
Digitação:
Escalas menores (natural e harmônica) ( Arban, desenvolvimento )
Método Clarck
Staccato duplo e triplo
37

Métodos
Giuseppe Concone (Schoemaker)
Vassily Brandt
E. F. Goldman
Balay (Estudos de Virtuosidade)
Repertório:
Albinoni (Sonata)
Arutiunian Concerto Scherzo
Alexander Goedick Concert Study
Duda Fantasia Para Marquinhos (Música Para Metais NO3)
Francisco Mignone Cinco Cirandas
Dimas Sedícias Passou
Transposição:
100 Melodic Studies for Trumpet ( Transpositions ) R. Cafarelli (1 tom acima)
Peças do Repertório Sinfônico:
Carlos Gomes O Guarany
G. Gershwin Um Americano em Paris
G. Gershwin Rapsody In Blues
Carlos Gomes Fosca
Literatura do Trompete:
O Trompete no Período Barroco

Trompete III
Estudos de base:
Estudo de nota longa (continuação do Gordon)
Exercícios de flexibilidades (Collins Lip Flexibilities)
Leitura à primeira vista
Digitação:
Escalas menores melódicas e cromáticas
Método Clarck
Estudos do staccato duplo e triplo
Métodos
Giuseppe Concone
Arban, Estudos Característicos
Théo Charlier Études Transcedantes
Vassily Brandt
Repertório
R. Peaslee- Nightsongs
Osvaldo Lacerda- Rondino
Duda Suíte- Recife
J. Forestier -Fantasie Brillante
A. Arutiunian -Aria e Scherzo
André Jolivet- Air de Bravoure
Transposição:
100 Melodic Studies for Trumpet ( Transpositions ) R. Cafarelli 1 tom e meio abaixo
Peças do Repertório Sinfônico:
Obras escolhidas durante o semestre
Literatura do Trompete:
O Trompete no Período Clássico

Trompete V
Estudos de base:
Método James Stamp
Estudo da sonoridade
Exercícios de flexibilidades (Collins Advanced Harris Daily Studies)
38

27 Grupos de Exercícios para Trompete e Cornet D. Irons


Exercícios específicos para o desenvolvimento da resistência
Digitação:
Escalas modais (Mixolídio, Eólio e Lócrio)
Método Clarck
Staccato duplo (Clarck)
Staccato triplo (Clarck)
Métodos
Flow Studies
Théo Charlier Études Transcedantes
G. Ballay
Etudes de Perfectionnement Reginaldo Cafarelli
Vacchiano Orchestral Rhythms
Músicas para leitura a primeira vista
Repertório:
Guerra Vicente (Concerto)
Otto Ketting - Intrada
Concertino- Duda
Sachse Concertino em mib
G. Enesco – Legende
G.F. Haendel – Suite From Water Music
Psalm – Jooseph Turrin
Transposição:
Ernest S. Williams 2 tons acima
Peças do Repertório de Orquestra:
Obras escolhidas durante o semestre
Literatura do Trompete:
O trompete no Século XX

Trompete VI
Estudos de Base:
Método Max Schlossberg
Estudo da sonoridade
Exercícios de flexibilidades (Collins Advanced Harris Daily Studies)
27 Grupos de Exercícios para Trompete e Cornet D. Irons
Exercícios específicos para o desenvolvimento da resistência.
Digitação:
Escalas: Diminutas
Método Clarck
Staccato duplo
Staccato triplo
Métodos:
Advanced Concone Studies (Donald S. Reinhardt)
Théo Charlier Études Transcedantes
Eight Profiles Fisher Tull
Etudes de Perfectionnement Reginaldo Cafarelli
Músicas para leitura a primeira vista
Repertório:
P. Hindemith - Sonata
J.A. Kaplan – Sonata
J.K. Neruda – Concerto
Eight Profilles (escolher peça)
Camargo Guarnieri- Estudo Para Trompete em Dó
E. Bozza - Caprice
Sonatine – Jean Françaix
39

Transposição:
Ernest S. Williams 2 tons e meio acima
Peças do Repertório Sinfônico:
Peças escolhidas durante o semestre
Literatura do Trompete:
As Principais Escolas de Trompete no Mundo.

Trompete VII
Estudos de Base:
Método Max Schlossberg
Estudo da sonoridade
Exercícios de flexibilidades (Walter Smith)
Pierre Thibaud A.B.C. dos Trompetistas
Exercícios específicos para o desenvolvimento da resistência.
Digitação:
Escalas Blues
Método Clarck
Staccato duplo
Staccato triplo
Métodos:
Advanced Concone Studies (Donald S. Reinhardt)
Henri Tomasi Six Études
Eight Profiles Fisher Tull
Bordogni
Músicas para leitura a primeira vista.
Repertório:
A. Arutiunian Concerto
Duda – Suite Monette
J.N. Hummel Concerto
Eight Profilles (escolher peça)
K. Kenan Sonata
M. Arnolds – Fantasy for Bb Trumpet
E. Bozza – Rustiques
H. Stevens – Sonata
Bellini / Arban - Variations on a Theme from Norma
Haendel Let Bright Seraphim
G. Torelli Concerto em Ré.
G.F. Telleman – Sonata em Ré Maior
Transposição:
Ernest S. Williams Transposição em todas as tonalidades estudadas.
Peças do repertório Sinfônico:
Obras escolhidas durante o semestre
Literatura do Trompete:
Os Principais Trompetistas das Grandes Orquestras Sinfônicas.

Trompete VIII
Estudos de Base
Método Max Schlossberg
Estudo da sonoridade
Exercícios de flexibilidades (Walter Smith)
Pierre Thibaud A.B.C. dos Trompetistas
Exercícios específicos para o desenvolvimento da resistência
Digitação:
Escalas: Pentatônicas/ exóticas
Método Clarck (exercícios 15 E 16)
40

Staccato duplo
Staccato triplo
Métodos:
E. Bozza Seize Études
Marcel Bitsch
Eight Profiles Fisher Tull (7 estudos)
Bordogni (7 estudos)
Músicas para leitura a primeira vista
Repertório:
S.V. Corrêa - Concertino
O.Lacerda- Sonata
J.Haydn - Concerto
E. Bozza - Concertino
H. Tomasi – Concerto
A. Honegger – Intrada
Casteréde – Brèves Rencontres
J.B.Arban Fantasie Brilhante
J.B.Arban Carnaval de Veneza
G.H.Stölzel – Conceerto em Ré Maior
L. Mozart – Concerto em Ré Maior
G. Tartinni – Concerto em Ré Maior
Transposição:
Ernest S. Williams (Em todas as tonalidades Estudadas)
Peças do Repertório Sinfônico:
Obras escolhidas durante o semestre
Literatura do Trompete:
Importantes Compositores e peças Escritas Para o Trompete Dentro de cada Período da História da
Música.

Currículo II – Curso Bacharel em trompete - UFRJ


MUS143-Trompete I

Revisão dos problemas técnicos básicos. Execução de estudos e peças com acompanhamento de
piano.
___BIBLIOGRAFIA BÁSICA___
1) ARBAN, J. J. Gran metodo completo para trompeta. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1956.
2) GOEDICKE, A. F. Concert Etude Op. 49. New York: International Music Company, 1960.
3) KETTING, O. Intrada for Trumpet. Amsterdam: Donemus, 1977

MUS144-Trompete II

Desenvolvimento da técnica de Stacatos. Aspectos das diferentes formas de emissão no


instrumento. A adequação muscular no aperfeiçoamento da embocadura. Prática do
instrumento. Música de conjunto.
___BIBLIOGRAFIA BÁSICA___
1) ARBAN, J. J. Gran metodo completo para trompeta. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1956.
2) COLIN, C. Advanced lip flexibilities (vol. 1). New York: Charles Colin Music, 1980.
3) HANSEN, T. Sonata for Cornet and Piano, Op. 18. Copenhage: Edition Wilhelm Hansen,
1978.

MUS243-Trompete III

Estudo básico da dinâmica. Execução de peças do repertório sinfônico.


41

MUS244-Trompete IV

Estudos para o completo domínio do andamento na execução. Da resolução das mais complexas
estruturas rítmicas. Estudo de transposição. Métodos e peças.
___BIBLIOGRAFIA BÁSICA___
1) ARBAN, J. J. Gran metodo completo para trompeta. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1956.
2) BRANDT, V. Etudes for Trumpet (Orchestra Etudes and Last Etudes). Winona: Hal Leonard,
1945.
3) CLARKE, H. L. Technical Studies for the Cornet. New York: Carl Fischer, 1984.

MUS343-Trompete V

Da origem e evolução do trompete. Estudo das sete posições. Repertorio da orquestra.


___BIBLIOGRAFIA BÁSICA___
1) ARBAN, J. J. Gran metodo completo para trompeta. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1956.
2) BRANDT, V. ConcertPiece nº 1 (Opus 11). New York: International Music Company, 1963.
3) HUMMEL, J. N. Concerto in Eb Major. New York: International Music Company, 2002.

MUS344-Trompete VI

O trompete, os diversos tipos: montagem, manutenção e funcionamento. Estudo da extensão


normal, sons sub graves e agudos.
___BIBLIOGRAFIA BÁSICA___
1) ARBAN, J. J. Gran metodo completo para trompeta. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1956.
2) ARUTUNIAN, A. Concerto. Rock Hill: MMO, 2005.
3) BARTOLD, G. Orchestral studies from de Symphonic Repertoire (for trumpet) - volume 3.
New York: International Music Company, 1967

MUS443-Trompete VII

O emprego dos diversos tipos de surdina. Problemas de afinação. Emprego do trompete na


musica erudita e popular. Peças do repertório.
___BIBLIOGRAFIA BÁSICA___
1) ARBAN, J. J. Gran metodo completo para trompeta. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1956.
2) MITH, W. M. Top Tones for the Trumpeter: 30 Modern Etudes. New York: Carl Fischer, 1936.
3) CHARLIER, T. 36 Études Transcendantes pour Trompette. Paris: Alphonse Leduc, 2007

MUS444-Trompete VIII

O conhecimento dos estilos. Estudos avançados da fraseologia na execução. O instrumentista


de orquestra e o solista. Peças de repertório: alta interpretação.
___BIBLIOGRAFIA BÁSICA___
1) ARBAN, J. J. Gran metodo completo para trompeta. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1956.
2) CHARLIER, T. 36 Études Transcendantes pour Trompette. Paris: Alphonse Leduc, 2007.
3) SMITH, W. M. Top Tones for the Trumpeter: 30 Modern Etudes. New York: Carl Fischer, 1936

Currículo III – Curso Bacharel em trompete – UNIRIO


EMENTA: O curso tem como conteúdo a formação sistemática do conhecimento clínico,
técnico, interpretativo e histórico do trompete, bem como a literatura do instrumento. Tem seu
42

direcionamento em três linhas distintas: trompete solo, música de câmara e música orquestral
- abrangendo duas áreas: música de concerto (tradição européia - barroca, clássica, romântica
e moderna) e música brasileira em suas diversas vertentes (tradicional, contemporânea,
folclórica e música popular).
OBJETIVOS DA DISCIPLINA: Objetivo geral: proporcionar ao aluno a técnica
especializada para atuar nos diferentes campos profissionais como trompetista.
METODOLOGIA: Aulas ministradas em regime tutorial co possibilidade de eventuais
masterclasses e oficinas.
AVALIAÇÃO: A avaliação é de caráter contínuo estando previsto audição pública e/ou banca
examinadora na qual o aluno deve apresentar o repertório abordado durante o semestre.
Trompete I
Objetivo específico: revisão geral do nível técnico do aluno e aplicação dos novos conceitos
básicos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Revisão sobre postura, respiração e embocadura; I -
Revisão técnica: a) articulação, dinâmica, fraseado; b) escalas e arpejos; II - Introdução a
interpretação (agrupamento de notas); III - Trechos orquestrais (compositores clássicos); IV -
Repertório (levantamento das músicas estudadas anteriormente).
BIBLIOGRAFIA: Básica: HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons : caminhos para
uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (780.15) RAY, Sônia,.
Performance Musical e suas interfaces. Goiânia:Ed. Vieira, 2005. (781.43) SCHAFER, R.
Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. (780.7) Complementar: Rubens
Brandão (tese) – “História do Trompete”. N. Simões (artigo) - "Uma Abordagem Técnico-
interpretativa e Histórica da Escola de Trompete de Boston e sua influência no Brasil" -
GuillaumeBalay - Méthode Complete de Cornet à Pistons (2º volume) . - J. S . Arban - Grand
Method (trechos escolhidos e Estudos Característicos) , Coleção Gabriel Bartold/ R. Voisin
(só compositores clássicos).
Trompete II
Objetivo específico: continuação da avaliação técnica do aluno; leitura à primeira vista;
escalas e arpejos; introdução a nova visão sobre interpretação.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: I - Origem e evolução do trompete até o período barroco;
11- Parte técnica - continuação do primeiro período (métodos); III - Parte interpretativa -
continuação do primeiro período (livros); IV - Trechos orquestrais (continuação da leitura dos
compositores clássicos); V - Repertório - leitura de músicas tradicionais e músicas
brasileiras.
BIBLIOGRAFIA: Básica: HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons : caminhos para
uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (780.15) RAY, Sônia,.
Performance Musical e suas interfaces. Goiânia:Ed. Vieira, 2005. (781.43) SCHAFER, R.
Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. (780.7) Complementar: -
Guillaume Balay - Méthode Complete de Cornet à Pistons (2º volume) . - J. S . Arban - Grand
Method (trechos escolhidos e Estudos Característicos) -Herbert Clarke – Techical Studies
vol.2 e vol.3 . Gabriel Bartold/ R. Voisin - (só compositores clássicos). G. Ropartz – Andante
et Allegro; J. E. Barat – Andante et Scherzo; O. Lacerda - Pequena Suíte; N. Simões –
Melodia; Domingo Raymundo - Divagando Duos dos métodos J. Arban e G. Balay Wemer
Menke – History of the Trumpet of Bach and HandeI.
Trompete III
Objetivo específico: leitura à primeira vista/preparação para integração histórica e prática
dostrechos orquestrais. Abordagem sobre a escola inglesa de trompete.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: I - Parte histórica (período romântico); II - Parte técnica -
estudos aprofundados sobre a articulação e dinâmica; III - Parte interpretativa - agrupamentos
43

de notas; IV - Trechos orquestrais - compositores românticos; V - Repertório - peças solo e


leituras de música de câmera; VI - Literatura do Trompete - leitura sobre técnica.
BIBLIOGRAFIA: Básica: HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons : caminhos para
uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (780.15) RAY, Sônia,.
Performance Musical e suas interfaces. Goiânia:Ed. Vieira, 2005. (781.43) SCHAFER, R.
Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. (780.7) Complementar: Guillaume
Balay - Méthode Complete de Cornet à Pistons (2º volume) . J. S . Arban - Grand Method
(trechos escolhidos e Estudos Característicos) Herbert Clarke – Techical Studies vol.2 e vol.3
. L. Bernstein - Rondo for Lifey; E. Bozza - Badinage J. E. Barat Andante et Scherzo; J. Guy
Ropartz - Andante e Allegro; O. Lacerda - Rondino; E. Mable – Concertino; R. Tacuchian –
Subúrbio Carioca. Quartetos e quintetos de trompete (E. Ewazen e Maestro Duda) Gabriel
Bartold/ R. Voisin - (compositores românticos). Delbert Dale – Trumpet Technique
Trompete IV
Objetivo específico: visão geral das mais famosas 'escolas de trompete / comparação
estilística etécnica/continuação dos trechos orquestrais, solo e música de câmara. Pontos
básicos da escolar francesa de trompete.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: I - Parte histórica (período romântico); II - Parte técnica -
estudo dos métodos de interpretação e técnica; III - Parte interpretativa - introdução aos
estilos das diferentes escolas trompetísticas; IV - Trechos orquestrais - compositores
românticos; V - Repertório - peças solos e música de câmara; VI - Literatura (continuação do
tema do período anterior).
BIBLIOGRAFIA: Básica: HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons : caminhos para
uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (780.15) RAY, Sônia,.
Performance Musical e suas interfaces. Goiânia:Ed. Vieira, 2005. (781.43) SCHAFER, R.
Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. (780.7) Complementar: Theo
Charlier I- Etudes Transcendantes pour Ttrompete; H. Pietzsch - 22 VirtuosityStudics for
Trumpet, A. Jolivet - Air Bravoure; A. Goedicke – Concert Study; Santana Gomes – Andante
e Bolero; F. Mignone Cinco Cirandas; Ernani Aguiar -Três Peças Trios, quartetos e quintetos
de trompete (Sol e Pedra - G. Santiago; B. Britten – Fanfare for st Edmundsbury) Gabriel
Bartold/ R. Voisin - (compositores românticos). P. Farkas - A Arte de Tocar Metais e Louis
Davison - Trumpet Profile
Trompete V
Objetivo específico: novas notações para o trompete, seus efeitos / introdução aos diferentes
tipos de trompete I literatura orquestral brasileira. Visão básica da escola americana de
trompete.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: I - Parte histórica (pós-românticos e os nacionalistas); II -
Parte técnica - (continuação do IV período); III - Parte interpretativa - (continuação do
período anterior); IV - Trechos orquestrais - Pós-românticos e os Nacionalistas; V -
Repertório - peças solos e música de câmara; VI - Notações de músicas contemporâneas.
BIBLIOGRAFIA: Básica: HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons : caminhos para
uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (780.15) RAY, Sônia,.
Performance Musical e suas interfaces. Goiânia:Ed. Vieira, 2005. (781.43) SCHAFER, R.
Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. (780.7) Complementar: H.
Pietzsch - 22 VirtuosityStudics for Trumpet, Theo Charlier I- Etudes Transcendantes
pourTtrompete E. Bozza – Caprice; K. Kennan - Sonata / / Caio Senna – Melodia; Orlando
Alves - Inserções IV; Dímas Sedícias – Apenas um Trompete; José Siqueira – Estudo para
Trompete J. S. Arban – Carnaval de Venise e Fantasie Brillante; J. Turrim – Caprice; R.
Peaslee –Nightsongs. Gabriel Bartold/ R. Voisin - (compositores românticos). James M.
Thurmond - Note Grouping Eugene Bozza - Graphismes
Trompete VI
44

Objetivo específico: uso dos trompetes "piccolo" - La, Sib, Fá e Sol / Leitura final sobre a
Escola de Trompete de Boston / Prática na Música de Câmara para Quinteto de Metais.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: I - Parte histórica - Período Moderno (Séc. XX); II - Parte
técnica - Introdução aos diferentes tipos (armaduras) de trompete; III - Parte interpretativa -
Aplicação dos variados tipos (dif. armaduras) de trompete; IV - Trechos orquestrais -
Compositores do século XX; V - Repertório - peças solos e música de câmara para Quinteto
de Metais; VI - Literatura - resumo da Escola de Boston.
BIBLIOGRAFIA: Básica: HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons : caminhos para
uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (780.15) RAY, Sônia,.
Performance Musical e suas interfaces. Goiânia:Ed. Vieira, 2005. (781.43) SCHAFER, R.
Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. (780.7) Complementar: Marcel
Bitsch – Vinti Etudes pour Trompette ut ou sib Ernest Willians – Method for Transposition ou
A. Vizzuti – Techical Studies vol.II e vol.III Fisher Tull - Eight Profiles Transc. De Bach,
Vivaldi; comp. Brasileiros – Duda, O. Lacerda, Kaplan. Período Barroco - Bach/Handel (uso
do trompete píccolo). R. Voisin (compositores barroco e moderno) A. Corelli- Sonata VIII;
Handel- Suite in Ré menor; N. Neruda ; K. Kennan – Sonata; Oskar Bohmer – Concerto in Fá
menor: J. Hubeau – Sonata; G. Enesco – Legend; J. U. da Silva - Suite Recife; F. Fernandes -
Criação n° 1; Claudio Roditi – September 2000; Antônio Guerreiro – Suite para Trompete e
Piano; G. Vincente – Concerto para trompete Livros para leitura: C. Schlueter - Zen and The
Art of the Trumpet
Trompete VII
Objetivo específico: Introdução à Pesquisa / finalização da literatura do repertório com
objetivodo recital final / focalização do compositor brasileiro.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: I - Parte histórica - Música Brasileira para Trompete; II -
Parte técnica - continuação do período anterior; III - Trechos orquestrais - Dedicado ao estudo
dos compositores brasileiros; IV - M. Solos e Música de Câmara; V - Parte interpretativa -
Revisão técnico-interpretativa. VI - Pesquisa sobre as escolas brasileiras de trompete.
BIBLIOGRAFIA: Básica: HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons : caminhos para
uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (780.15) RAY, Sônia,.
Performance Musical e suas interfaces. Goiânia:Ed. Vieira, 2005. (781.43) SCHAFER, R.
Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. (780.7) Complementar: Marcel
Bitsch – Vinti Etudes pour Trompette ut ou sib Ernest Willians – Method for Transposition ou
A. Vizzuti – Techical Studies vol. II e vol.III Fisher Tull - Eight Profiles / Continuação do
período barroco; compositores contemporâneos ou modernos; Música orquestral de comp.
brasileiros:Villa-Lobos, Carlos Gomes, M. Nobre, C. Santoro. P. Hindemith - Sonate / J. N.
Hummel - Concerto in Mi Bemol Maior; Otto Ketting – lntrada; A. Aroutunian - Concerto
para Trompete; J. Haydn - Concerto inMi Bemol Maior; C. Guarnieri - Estudo para Trompete
em Dó; O. Lacerda - Invocação e Ponto; Ricardo Tacuchian – Alecrim; Orlando Alves –
Inserções IV; Marcos Lucas – Sonata; Claudia Caldeira – Bodas no Brum; Quintetos e grupos
de metais:V. Ewald (sinfonias 1,2 e 3); Stanvinsky – História do Soldado Shostakovsky –
Concerto para piano, trompete e cordas.
Trompete VIII
Objetivo específico: reservado para uma avaliação final/apresentação do recital de formatura
/apresentação do trabalho escrito.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: I - Revisão de todo material didático aplicado durante o
curso; II - Preparação do recital de formatura; III - Continuação da pesquisa do semestre
anterior ou/e uma dissertação ou/e monografia sobre oassunto pesquisado. . . IV - Uma recital
comentado a respeito da pesquisa realizada.
BIBLIOGRAFIA: Básica: HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons : caminhos para
uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (780.15) RAY, Sônia,.
45

Performance Musical e suas interfaces. Goiânia:Ed. Vieira, 2005. (781.43) SCHAFER, R.


Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. (780.7) Complementar: Marcel
Bitsch – Vinti Etudes pour Trompette ut ou sib Ernest Willians – Method for Transposition ou
A. Vizzuti – Techical Studies vol. II e vol.III Fisher Tull - Eight Profiles / Continuação do
período barroco; compositores contemporâneos ou modernos; Música orquestral de comp.
brasileiros:Villa-Lobos, Carlos Gomes, M. Nobre, C. Santoro. P. Hindemith - Sonate / J. N.
Hummel - Concerto in Mi Bemol Maior; Otto Ketting – lntrada; A. Aroutunian - Concerto
para Trompete; J. Haydn - Concerto inMi Bemol Maior; C. Guarnieri - Estudo para Trompete
em Dó; O. Lacerda - Invocação e Ponto; Ricardo Tacuchian – Alecrim; Orlando Alves –
Inserções IV; Marcos Lucas – Sonata; Claudia Caldeira – Bodas no Brum; Quintetos e grupos
de metais:V. Ewald (sinfonias 1,2 e 3); Stanvinsky – História do Soldado Shostakovsky –
Concerto para piano, trompete e cordas.

Currículo IV – Curso de licenciatura em música – disciplina de instrumento


trompete – EMBAP
1. EMENTA Introdução, desenvolvimento e aprimoramento dos aspectos fundamentais da
performance do instrumento, compreendendo suas concepções técnicas e estruturais através
da interpretação de obras de diferentes gêneros, estilos e períodos visando à formação do
músico/educador.
2. OBJETIVOS
2.1 GERAIS
Aperfeiçoar os conceitos técnicos e musicais do aluno de trompete, que permitam a ele a
execução dos estudos e peças propostas durante o curso, bem como, aprimorar o uso do
trompete como ferramenta didática em sala de aula.
Incentivar o interesse pela pesquisa por meio da apreciação de obras, leitura de artigos, livros,
periódicos e materiais auxiliares, como ferramentas para proporcionar a elaboração de planos
de aula, projetos e textos de caráter científico, bem como, para o desenvolvimento cognitivo
do trompetista.
2.2 ESPECÍFICOS
Desenvolver a execução de estudos técnico-musicais progressivos com ênfase nos seguintes
tópicos: articulação, agilidade (digitação), intervalos, estudos líricos, estudos rítmicos,
transposição, extensão, flexibilidade e fluência.
Aperfeiçoar a percepção rítmica e auditiva, bem como, as práticas de execução por meio da
música de câmara.
Desenvolver a leitura e interpretação das peças, com ou sem acompanhamento, do repertório
do trompete.
Aprimorar o conhecimento sobre a utilização do trompete como ferramenta didática em sala
de aula.
Oportunizar ao aluno assumir um comportamento científico, para que seja capaz de construir
planos de aula, artigos e projetos por meio da pesquisa.
3. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
3.1 Introdução O Concerto em Mi bemol para trompete e orquestra de Joseph Haydn:
considerações históricas
3.2 Desenvolvimento técnico/musical Leitura e execução de estudos para trompete; Obs. O
desenvolvimento das habilidades técnicas/musicais de cada aluno será tratado de forma
individual e com a utilização da bibliografia específica adequada a cada caso. De acordo com
cada aluno, a ênfase no aperfeiçoamento técnico/musical poderá ser dada em um (ou mais)
dos tópicos descritos abaixo: Escalas maiores, menores, cromáticas, arpejos, estacato duplo e
triplo, flexibilidade, ornamentos, estudos com ligaduras, notas pedais, tessitura, transposição,
estudos líricos, intervalos, entre outros.
46

3.3 Repertório Camerístico Execução de obras apropriadas para prática da música de câmara,
por meio da utilização de grupos de trompetes e/ou com outros instrumentos da família dos
metais.
3.4 Obras da literatura do trompete Leitura e interpretação de obras solo e com
acompanhamento de piano, da literatura do trompete.
Obras: RAVEL – Pavane – for trumpet and piano
PURCELL – Sound the trumpets (2 trompetes)
JOPLIN – Maple Leaf Rag (2 trompetes) Obs. As peças a serem executadas em cada semestre
serão selecionadas pelo docente, em conformidade com as necessidades técnicas e musicais
do aluno.
3.6 Pesquisa Leitura, discussão e composição de resenhas de artigos, capítulos de livros,
dissertações ou teses da literatura que envolva o ensino e/ou a execução do trompete.
Composição de planos de aula que permitam o uso do trompete como ferramenta didática em
sala de aula
4. METODOLOGIA
4.1 Aulas individuais e expositivas
Análise de obras e estudos (aspectos histórico, teórico e técnico). As peças e os estudos serão
entregues aos discentes sempre com prazo suficiente para a sua preparação e apresentação em
sala de aula. As peças e/ou estudos serão escolhidas pelo docente de acordo a necessidade de
aperfeiçoamento técnico/musical de cada aluno.
4.2 Aulas coletivas
Assuntos e temas de caráter geral; apreciação de CD’s e/ou DVD’s; discussão e leitura de
artigos; execução de estudos para o desenvolvimento técnico/musical fundamentados no
ensino coletivo.
4.3 Audições simuladas
Execução de obras, peças e/ou estudos com a presença de toda a classe de trompetes.
Discussão sobre a preparação e os procedimentos para apresentações em público.
4.4 Planos de aula
Análise de planos de aulas e/ou apreciação de vídeos que envolvam instrumentos musicais
como ferramenta didática em sala de aula; composição e execução de planos de aula que
envolva o trompete em sala de aula.
Obs. A execução dos planos de aula (local e turma) serão definidos em comum acordo entre
os docentes desta disciplina e o coordenador do curso de Licenciatura em Música.
5. RECURSOS
Recursos didáticos: aulas expositivas e dialogadas. Análises de textos, peças e excertos
orquestrais. Realização de seminários temáticos e pesquisas específicas.
Recursos materiais: quadro-negro, projetor multimídia para exibição de imagens estáticas e
filmes. Ferramenta de pesquisa online: JSTOR, NAXOS. Emprego de textos em fotocópia.
6. AVALIAÇÃO
6.1 Instrumentos de avaliação: Execução de peças, estudos e /ou excertos orquestrais em
prova semestral. Composição de textos (artigos, resenhas, entre outros) e participação em
seminários. Participação nas audições simuladas.
6.2 Formas de avaliação: Será levado em conta durante avaliação da banca examinadora o
compromisso durante as aulas; o empenho nos estudos individuais na busca de
aperfeiçoamento técnico musical; o resultado musical esperado durante as execuções na prova
semestral e nas audições simuladas, bem como, o desempenho (pesquisa, redação, adaptação
às normas, conteúdo, entre outros) na composição dos planos de aula solicitados.
7. REFERÊNCIAS
AAPG. Projeto Político Pedagógico. São Paulo: 2010.
47

ARBAN, J. B. Complete Conservatory Method for Trumpet. New York: Carl Fisher, 982.
BALAY, G. Méthode Complète de Cornet à Pistons - Première Partie. Paris: Alphonse Leduc.
CAFFARELLI, R. 100 Studi Melodici. Milano: Casa Ricordi, 1957.
CONCONE, G. Lyrical Studies for Trumpet. Nashville: The Brass Press, 1972.
CICHOWICZ, V. Trumpet Flow Studies. Evanston: Northwestern University.
CHARLIER, Theo. 36 Etude Transcendantes. Alphonse Leduc.
CLARKE, H. L. Technical Studies for the Cornet. New York: Carl Fisher, 1984.
DISSENHA, Fernando. Embocadura. Disponível em: www.dissenha.com. Acesso em:
04/01/2012.
GIL, Antonio C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.
GIL, Antonio C. Métodos e Técnicas em Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 2010.
GOLDEMBERG, Ricardo. A prática da afinação nos instrumentos de afinação não fixa.
Opus, Goiânia, v.13, n.1, p.65-74, jun. 2007.
HARNONCOURT, Nikolaus. O Discurso dos Sons – Caminhos para uma nova compreensão
musical. Tradução de Marcelo Fagerlande. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda, 1988.
HICKMAN, David R. Trumpet Pedagogy – A Compendium of Modern Teaching Techniques.
Arizona: Hickman Music Editions, 2006.
NAGEL, R. Rhythmic Studies for Trumpet. Brookfield: Mentor Music, Inc., 1976.
SACHS, Michael. Daily Fundamentals for the trumpet.New York: International Music
Company, 2002.
SCHEFFER, Jorge A. As ‘Superquintas’ de Superman. In: KRUGER, Susana. E. et al.
Música em Ação. São Paulo: AAPG, 2011. cap. 9, p. 1 – 41.
SCHEFFER, Jorge A. Metais: Básico I – Livro didático do Projeto Guri. São Paulo: AAPG,
2011.
SNELL, Howard. The Trumpet – Its Practice and Performance. Great Britain. Pen Press
Publishers Ltd, 1997.
SCHEFFER, Jorge A; RAMOS, Danilo;
ROMANELLI, Guilherme. O aprimoramento da execução das quintas justas por meio da
prática de estudos coletivos de trompete. Anais do 8º Simpósio de Cognição e Artes Musicais
– SIMCAM. Florianópolis, SC, 2012.
SCHLOSSBERG, M. Daily Drills and Technical Studies for Trumpet. New York: M. Baron
Co,1958
SLOBODA, John A. A mente musical: psicologia cognitiva da música. Tradução de Beatriz
Ilari e Rodolfo Ilari. Londrina, PR: EDUEL, 2008.
SMITH, Phil. Concert Studies. Wilmore – USA : Curnow Music Press, 2001.
SWANWICK, Keith. Ensinando Música Musicalmente. Tradução de Alda Oliveira e Cristina
Tourinho. São Paulo, SP: Moderna, 2003.
STEENSTRUP, Kristian. Teaching Brass. Londres, UK. Narayana Press, Gylling. 2007.

Currículo V – Curso Bacharel em trompete – USP


Objetivos
Formar estudantes com grande aptidão musical para o exercício da profissão. Estarão aptos a
exercer a profissão como instrumentistas, solistas, professores ou pesquisadores. tanto para
aulas individuais como também para grandes grupos (fanfarras ou bandas).
Objetivo principal durante o curso - Aulas individuais para aprimoramento da literatura
utilizada para o instrumento.
Quarteto de trompetes e Quinteto de metais para o desenvolvimento da pratica camerística,
repertório solo com acompanhamento de piano e trechos orquestrais de grande dificuldade.
Mercado de trabalho - Orquestras Sinfônicas, Aulas em Universidades, Conservatórios e
48

Escolas de Música, Gravações de trilhas e jingles para rádio, cinema e televisão, e Instrução
para bandas e fanfarras escolares.
Programa Resumido
Métodos
1 – Arban,J.B.Laurent- Complete conservatory method for trumpet
2 – Laurent,Rene – Etudes Pratiques
3 – Clarke,Herbert – Technical Studies for trumpet
4 – Charlier,Theo-36 Etdes transcendantes pour trompette
5-Colins,Charles- Advanced lip Flexibilities
6-Estudo das partes solo na Orquestra Sinfônica
Concertos
1-J.Haydn-Concerto para Trompete
2-J.Hummel – Concerto para Trompete
3- Neruda – Concerto para Trompete
4-A.Arutunian- Concerto para Trompete
Programa
Ao final de oito semestres, o aluno deverá ter cumprido um programa mínimo que deverá
incluir obrigatoriamente:
1 – ARBAN, JOSEPH J. B. LAURENT – COMPLETE CONSERVATORY METHOD FOR
TRUMPET
2 – VOISIN, ROGER – 11 STUDIES FOR TRUMPET
3 – LAURENT, RENÉ – VINGT ETUDES FACILES ET MOYENNE FORCE
4 – COLIN, CHARLES – ADVANCED LIP FLEXIBILITIES
5 – CLARKE, HERBERT L. – TECHNICAL STUDIES FOR TRUMPET
6 – LAURENT, RENÉ – ÉTUDES PRATIQUES 1º CAHIER
7 – ESTUDO DAS PARTES SOLO NA ORQUESTRA SINFÔNICA.
8 – CHAVANNE, A . – 25 ETUDES CARACTERISTIQUES POUR TROMPETTE
9 – CHARLIER, THEO - 36 ETUDES TRANSCENDANTES POUR TROMPETE
FLEXIBILIDADE
1 – QUINQUE, ROLF – EMBOUCHURE METHOD

ESTUDOS CALISTÊNICOS
1 – MAGGIO, LOUIS – SYSTEM FOR BRASS

PEÇAS PARA TROMPETE COM ACOMPANHAMENTO DE PIANO


1 –BOZZA, E – BADINAGE
2 – HINDEMITH, P. – SONATE
3 – GOEDICKE, A . – CONCERT STUDY
4– REUTTER, H. – FANFARES
5 – HEICKING, W. – CONCERTINO A LA JAZZ
6 – LACERDA, O . – SONATA
7 – LACERDA, O – RONDINO
8 – HANDEL, G. – CONCERTINO FOR TRUMPET AND STRINGS
9 – ROPARTZ , G. – ANDANTE E ALLEGRO
10 – BALAY , G. – ANDANTE E ALLEGRETTO
11 – VACHEY, H. – BAGATELLE
12 – SAVARD, A . – MORCEAU DE CONCOURS
13 – MIGNION , R. – ADAGIO – MODERATO – VIVACE
14 – DOLLONE, M. – SOLO DE TROMPETE
15 – THOME, F. – FANFASY
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16 – ROUGNON, P. – PREMIER SOLO DE CONCERT


17 – BARAT, J. – ANDANTE ET SCHERZO
18 – COOLS, E. – SOLO DE CONCOURS
19 – CHAILLEUX , A . – MORCEAU DE CONCOURS
20 – ROUGNON, P. – PREMIER SOLO DE CONCERT
21 – FRIBOULET, G. – GAMINERIE
22 – J.HAYDN – CONCERTO PARA TROMPETE
23 – J. HUMMEL – CONCERTO PARA TROMPETE
24 – NERUDA – CONCERTO PARA TROMPETE
5 – A. ARUTUNIAN – CONCERTO PARA TROMPETE

PEÇAS PARA TROMPETE PICCOLO COM ACOMPANHAMENTO DE PIANO


1 – TORELLI , G. – CONCERTINO IN D MAJOR
2– PURCELL, H. – SONATA
3 – PERTI, G. – SERENADE
4 – ALDROVANDINI, F. – SONATA No.1,2 e ,3 FOR TWO TRUMPETS
5 – MANFREDINI, F. – CONCERTO FOR TWO TRUMPETS
6 – CLARKE J. – TRUMPET VOLUNTARY

METODOLOGIA:
1. Aulas semanais individuais nas quais serão trabalhadas obras pertinentes ao repertório de
cada aluno.
2. Masterclasses periódicos com docentes do Departamento e convidados.
3. Aulas em grupo onde serão trabalhados duos , trios, quartetos, e outras formações.
Obs. As aulas são também um espaço aberto para a reflexão e a discussão de qualquer tema
proposto pelos alunos.
Avaliação
Método
A avaliação será semestral e incluirá uma prova prática ao final de cada semestre com banca
formada pelo professor de instrumento e mais um docente do naipe de metais (trombone ou
trompa).
Critério
Consistira no progresso realizado durante as aulas, assiduidade e dedicação ao estudo diário
do instrumento e desempenho nas provas.
Norma de Recuperação
Não haverá recuperação.
Bibliografia
Almeida,Renato. História da Música Brasileira, Segunda Edição, F. Briguiet & Comp. –
Editores, 1942
Arfinengo,Carlo. La Tromba e il Trombone, Edizione berben,1973
Baines,Anthony. Brass Instruments,London 1976
___ Musical Instruments Through the Ages, Penguin Books,1961
Bate,philip. The Trumpet and Trombone.New York,W.W. Norton, 1966
Bonanni, Filippo. Antique Musical instruments and their players, Dover Publications, Inc.
New York
Carse,Adam. Musical Wind Instruments,Dover Publications,Inc. Mineola, New York, 1973
___The History of Orchestration, Dover Publications, Inc. New York, 1964
Cascapera, Sergio. O Trompete: Fundamentos Básicos, Intermediários e Avançados. Tese de
Mestrado,Eca/USP-1992
Dale, Delbert A . Trumpet Technique.London Oxford University Press,1965
50

Farkas,Philip. The Art of Brass Playing. Bloomington, Ind. Wind Music,1966


Galpin, William Francis. The Music of the Sumerians,
And their immediate successors The babylonians and Assyrians, Books for libraries Press
Freeport, New York 1970
Gardner,Read. Thesaurus of Orchestral Devices, Sir Isaac pitman & Sons, Ltd. 1953
Grove, George. The New Grove Dictionary of Music and Musicians, Stanley Sadie,
Macmillan Press Limited 1984
Harnoncourt,Nikolaus. O Diálogo Musical,1993 Jorge Zahar Editor Ltda.
Johnson, keith. The Art of Trumpet Playing,The iowa State university Press/Ames, 1981
Marcuse,Sibyl. A Survey of Musical instruments, New York, Harper and Row,1973
Mersenne, Marin. Harmonie Universelle ( Paris 1636/37 ) (Eng. Trans. 1957)
Montagu, Jeremy. The Word of Romantic and Modern Musical Instruments. David and
Charles Newton Abbot,1981
Piston,Walter. Orchestration. New York, W.W. Norton,1956
Raynor, Henry. A Social History of Music, Barrie & Jenkins Ltd. , London 1972
Sachs, curt. The History of Musical Instruments,New York 1940
Stainer, John. Music of the Bible, Da Capo Press, New York,1970
Tarr,Edward. The Trumpet,translated from Die Trompete,Berne,1977
Vaillant, Ludddovic. Traité Pedagogique de trompete et Cornet. Paris, Alphonse Leduc,1969
Wallace,john. Brass Instruments,Cambrigge University Press,1997

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