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DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E FARMÁCIA

2022/2023

Carolina Rio e Wenli Wang


Universidade do Algarve, FCT, DQF
IQF_P
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Normas de Segurança no Laboratório

Normas de Utilização do Laboratório

Identificação dos reagentes

Algarismos significativos

Avaliação Pré-Lab / Relatório / Pós-Lab

Trabalhos práticos

Modelação de gases perfeitos vs. reais

Determinação do calor de reação

Determinação do peso molecular por abaixamento do ponto de fusão (método de rast)

Entalpia de vaporização

Determinação da ordem de reação de decomposição do tiossulfato em meio ácido

Estudo da reação do acetato de etilo com o ião oxidrilo

Estudo da curva de variação do pH em função do volume de base adicionada

Outros trabalhos:

Complementar toda a informação com o livro


"Introdução à química laboratorial no ensino superior"
http://hdl.handle.net/10400.1/15263

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1. Conhecer a localização e o modo de funcionamento do equipamento de segurança existente


no laboratório:
• extintores de incêndio
• chuveiros de emergência
• lava-olhos
• máscaras de proteção
• caixa de primeiros socorros
• quadro elétrico

2. Uso obrigatório de bata.

3. É proibido comer, beber e fumar no laboratório.

4. Antes de manusear um produto químico, pesquisar as características do produto e os


cuidados a ter no seu manuseamento.

5. Etiquetar claramente todos os reagentes e soluções que preparar.

6. Indicar em todos os recipientes (copos ou balões...) qual o seu conteúdo.

7. Manter sempre tapados os frascos com produtos químicos. Após a utilização verificar se
ficaram bem limpos e colocá-los no respetivo lugar, tenho o cuidado de os deixar com o rótulo
visível, virado para a frente.

8. Manter sempre limpa e ordenada a bancada de trabalho.

9. Atar os cabelos e nunca aproximar a cara da experiência a decorrer.

10. Não pipetar com a boca.

11. Em caso de acidente no laboratório, manter a calma, chamar a atenção do docente e deixar
espaço de atuação.

12. Lavar imediatamente com muita água a pele ou os olhos que entraram em contacto com
produtos químicos.

13. Utilizar a "hotte" sempre que se trabalhe com substâncias tóxicas ou corrosivas voláteis.

14. Nunca juntar água a um ácido concentrado.

15. Não colocar objetos pessoais em cima da bancada ou no chão.

16. Seguir cuidadosamente as instruções laboratoriais referentes a cada trabalho prático.

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1. Evitar despejar produtos químicos na pia. Para cada composto, verificar antecipadamente se
existe frasco de descarte (recuperação).

2. Manter os frascos dos reagentes limpos externamente.

3. Não recolocar no frasco os produtos químicos que não chegou a usar. Nunca introduzir
qualquer objeto no frasco de um reagente.

4. Nunca deixar que os solventes ou as soluções contactem com as borrachas das pompetes
ou pipetadores, pois promovem a deterioração destes.

5. Não mexer em equipamentos e aparelhos que não pertençam à aula em curso. Mesmo os
equipamentos da aula só poderão ser utilizados após explicação do funcionamento e
autorização do docente.

6. Terminada a experiência, retornar os reagentes ao local apropriado, limpar a bancada de


trabalho, passar por água o material de vidro e colocá-lo no tabuleiro de recolha.

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A identificação dos produtos químicos comerciais é feita por meio de um rótulo, onde são
indicados, para além da marca do fabricante ou do vendedor, o nome químico, símbolos e frases
de aviso sobre as suas propriedades perigosas, o grau de pureza, a fórmula molecular e outras
especificações, como a densidade, o ponto de fusão, o ponto de ebulição,…

F — Inflamável / F+ — Extremamente inflamável


Substância que inflamam e ardem com facilidade. Manter afastada de
chamas, fontes de ignição ou de calor. Não ingerir. Colocados em
armários metálicos resistentes ao fogo e à explosão.
T — Tóxico / T+ — Muito tóxico
Pode causar danos variáveis, podendo provocar a morte. Não se deve
permitir o contacto com a pele ou roupa. Não ingerir ou respirar os
vapores. Usar luvas durante o manuseamento.
E — Explosivo ou instável
Evitar choques ou colisões. Movimentar com cuidado, com adequada
proteção dos olhos, pele e vestuário. Manter afastado de chamas. O
armazenamento deve ser feito em local isolado.
O — Oxidante ou comburente
É uma substância que em contato com uma fonte de ignição permite o
início ou a intensificação de uma combustão. Manter afastado de
chamas. Não armazenar junto de reagentes combustíveis.
C — Corrosivo
Pode causar danos irreversíveis nos tecidos vivos. Não permitir o
contato com pele ou roupa. Não ingerir ou inalar. Usar luvas durante o
manuseamento. Devem ser armazenados em local fresco.
Xn — Nocivo / Xi — Irritante
Provoca danos na saúde, quer em contactos casuais quer em contactos
prolongados. Não se deve permitir o contacto com pele ou roupa,
ingerir ou inalar. Deve ser usada máscara protetora.
N — Perigoso para o ambiente
Substância que provoca danos no meio ambiente. Deve ser conveniente
neutralizada ou tratada antes de libertada.
R — Radioativo
Emissão de radiações que em doses elevadas podem ser fatais.

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Pictogramas, de acordo com o sistema GHS.

GHS01 GHS02 GHS03


Perigo Perigo, Atenção Perigo, Atenção
Explosivo instável Inflamável Oxidante
(Risco de explosão sob a (Risco de incêndio sob a ação do (Pode provocar ou agravar
ação do calor. Auto reativos calor. Pirofóricos. Auto- incêndios; comburente.
Peróxidos Orgânicos.) aquecimento. Emite gás inflamável. Gases, líquidos e sólidos oxidantes.)
Auto-reativos. Peróxidos orgânicos.)

GHS04 GHS05 GHS06


Atenção Perigo, Atenção Perigo
Gás comprimido Corrosivo cat. 1 Mortal – Tóxico, cat. 1 - 3
(Mortal - Tóxico por Ingestão;
(Risco de explosão (Provoca queimaduras na pele e Mortal – Tóxico em contato
sob a ação do calor.) lesões oculares graves. Corrosivo com a pele;
para metais.) Mortal – Tóxico por inalação.)

GHS07 GHS08 GHS09


Atenção Perigo ou Atenção Atenção (para cat. 1)
Tóxico cat. 4; Irritante cat. 2 ou Perigo para a saúde (para cat. 2 sem palavra no
3 (Quando inalado, pode provocar sinal)
Baixo risco para a saúde sintomas de alergia ou de asma ou Meio ambiente
(Irritante (pele, olhos e vias dificuldades respiratórias.
respiratórias). Pode afetar a fertilidade ou o
nascituro, provocar anomalias (Tóxico para os sistemas aquáticos.)
Toxicidade Aguda. Efeito narcótico.
Perigoso para a camada de genéticas e cancro. Pode ser mortal
ozono (não obrigatório).) por ingestão e penetração nas vias
respiratórias. Toxicidade para
órgãos-alvo.)

Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals (GHS), 5th revised edition,
ST/SG/AC.10/30/Rev.5; New York and Geneva, 2013.

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Todos os valores numéricos, obtidos por medição direta ou indiretamente a partir de outros,
devem ter um certo número de algarismos significativos de modo que só o último seja
duvidoso (sujeito a erro).

I. O número de Algarismos Significativos e o arredondamento de valores


numéricos:

O número de algarismos significativos de um número decimal é o número de algarismos que este


contém contados para a direita e a partir do algarismo diferente de zero situado mais à esquerda.
Por exemplo, 0,127 M tem três algarismos significativos e não quatro, mas 25,00 mL já tem
quatro. Isto deve-se ao facto de a posição da vírgula apenas depender das unidades escolhidas e
não tem influência no número de algarismos significativos. Assim, exprimindo 25,00 mL em
litros virá 0,02500 L, mas o número de algarismos significativos mantém-se igual a quatro.

O uso de potências de base 10 é muitas vezes vantajoso porque permite facilmente indicar o
número de algarismos significativos. Assim, por exemplo, 5,3  102 significa que há apenas dois
algarismos significativos sendo, por isso, o algarismo 3 já sujeito a erro. Seria portanto errado
escrever 530.

Intimamente ligada ao problema dos algarismos significativos, existe a necessidade de


arredondamentos dos valores numéricos. No exemplo 0,1273 arredonda-se para 0,127 mas se o
valor fosse 0,1276 já o arredondamento conduziria a 0,128 de acordo com a seguinte regra.
“Se o algarismo desprezado é maior do que 5, deve-se aumentar de uma unidade o
algarismo precedente; se o algarismo desprezado for menor do que 5, o algarismo
precedente deve manter o seu valor; se aquele for igual a 5, o algarismo precedente
mantém o seu valor se for par, ou, se for ímpar, toma o valor par imediatamente
seguinte.”
Por exemplo: se pretendermos arredondar o número 37,975 para quatro algarismos significativos,
virá 37,98.

II. Algarismos Significativos nos resultados de uma medição direta

Ao exprimir o resultado de uma medição é indispensável o conhecimento do erro que lhe está
associado.

Por exemplo, se o erro da leitura de uma pipeta volumétrica de 25 mL é de  0,03 mL, o volume
será expresso por 25,00 mL (ou 25,00  0,03 mL), isto é, ao último algarismo ainda indicado
está associado um erro. A indicação de 25 mL, 25,0 mL ou 25,000 mL estaria incorreta.

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III. Algarismos Significativos nos resultados obtidos indiretamente
1) Regra para adição algébrica:

“O resultado da adição algébrica de várias parcelas reterá apenas tantas casas


decimais quantas as da parcela com o menor número de casas decimais.”

Exemplo:
53,2 + 1,50 + 0,7311 = 55,4311

O valor da soma tem excessivos algarismos significativos. Pela regra o resultado deve ser
expresso por 55,4 com um número de casas decimais igual ao da parcela (53,2) com menor
número de casas decimais. Assim
53,2 + 1,50 + 0,7311 = 55,4

2) Regra para multiplicação e divisão:

“O número de algarismos significativos de um produto ou quociente não pode exceder


o número de algarismos do fator com menor número de algarismos significativos.”

Exemplo:

0,532  1,5  7,31 = 5,83338

O valor do produto tem excessivos algarismos significativos. Pela regra o resultado deve ser
expresso por 5,8 com um número de algarismos significativos igual ao do fator (1,5) com menor
número de algarismos significativos. Assim

0,532  1,5  7,31 = 5,8

3) Regra para resultados intermédios:

“Os resultados intermédios devem conservar pelo menos um algarismo em excesso sobre
o exigido pelas regras anteriores.”

Exemplo: C = A  B

A = 0,532  1,5  0,731 = 0,583 (Resultado intermédio com um algarismo em excesso.)

B = 53,2 + 1,50 + 0,731 = 55,43 (Resultado intermédio com um algarismo em excesso.)

C = A  B = 0,583  55,43 = 32 (Não esquecer que A e B têm um algarismo excesso!)

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Complementar esta informação com o livro "Introdução à química laboratorial no ensino superior" http://hdl.handle.net/10400.1/15263.

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A avaliação de cada uma das aulas poderá ser obtida pela avaliação de Pré-
Lab/Relatório/Pós-Lab.
Pré – Lab (poderá haver trabalhos em que não é realizado). O Pré – Lab será
realizado nos primeiros 15 minutos da aula prática. Poderá haver trabalhos em
que será feito um Pós-Lab.
O trabalho a realizar será indicado na aula prática anterior, para que possa ser
devidamente preparado pelos alunos.
A estrutura do relatório de cada trabalho será dada pela docente na própria aula
do trabalho.
A sequência de trabalhos práticos será definida pela docente de forma a
acompanhar as aulas T e TP. Poderão ser trabalhos desta sebenta, ou do livro
"Introdução à química laboratorial no ensino superior" que está disponível em
http://hdl.handle.net/10400.1/15263, ou colocados na tutoria em separado.

Será feita a média de todas as aulas dadas. Em caso de falta será atribuído ao
aluno o valor de zero nessa aula. A média da componente prática terá de ser maior
ou igual a 9,5 valores para que o aluno possa fazer a disciplina. A componente
prática terá o peso definido na FUC da disciplina.

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Data de Realização do Trabalho: ____/____/____


Nome: _________________________________________________________ No: ______________
Nome: _________________________________________________________ No: ______________
Curso:________________________ Disciplina: IQF Turma: ________

Trabalho nº ___: ____(título)_______________________________________________________


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1. Resumo do trabalho
Devem indicar o que foi feito, com que objetivo e como foi feito (indicando a técnica ou o método
utilizado).
2. Resultados
Os resultados devem ser apresentados de modo claro e sempre que possível sobre a forma de
tabelas. Não esquecer de apresentar aqui cálculos prévios, necessários para a a execução do
trabalho experimental (por exemplo, determinação de massas e/ou concentrações de soluções que
utilizaram). As tabelas devem ser numeradas e com legenda (em cima ou em baixo), as colunas e /ou
linhas devem ter identificação do que contêm.
3. Cálculos
Os cálculos devem ser apresentados de forma clara referindo as expressões matemáticas que
utilizaram. No caso de cálculos repetidos podem exemplificar, se entenderem necessário, como
obtiveram um dos valores. Utilizar tabelas sempre que seja possível da forma já referida na
apresentação de resultado. Os gráficos devem ser simples e legíveis, devem ter muita atenção na
escolha das escalas dos eixos e apresentar legendas em ambos os eixos. Devem ter legenda e ser
numerados sequencialmente como Figura X, por baixo do gráfico.
4. Conclusão e Crítica
A conclusão deve ser sucinta e estar de acordo com o objetivo proposto para o trabalho. Na critica
do trabalho deve ser tido em conta se os objetivos foram atingidos e indicar possíveis erros que
possam ter ocorrido durante a execução experimental.

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- Modelação de gases perfeitos vs. gases reais

P1 - Modelação
Gases Perfeitos vs Reais.pdf

P1 - constantes
eos.pdf

P1 - compara
eos.xlsx

(Trabalho adaptado de IQF de Rui Borges e disponível na tutoria.)

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- Determinação de entalpia de neutralização

Fundamento:

Entalpia de neutralização é a entalpia da reação de neutralização ácido-base:

H+ (𝑎𝑞) + OH− (𝑎𝑞) → H2 O(𝑙)

Este tipo de reação é sempre exotérmico, ou seja, liberta calor. Desse modo, o valor da entalpia
de neutralização será negativo. O valor da entalpia de neutralização é sempre o mesmo para
reações que ocorrerem entre ácidos e bases fortes.

Nesta atividade experimental, mistura-se igual quantidade de um ácido forte com uma base forte.
A quantidade de reação, nreação, será

𝑛𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 𝑛á𝑐𝑖𝑑𝑜 = 𝑛𝑏𝑎𝑠𝑒

O calor libertado aquece a solução e faz aumentar a temperatura da solução mistura. Assim o
calor libertado pela reação de neutralização pode ser aproximadamente determinado pelo
aumento da temperatura da solução,

Calor libertado = calor específico de solução  Massa de solução  Variação de temperatura

em equação matemática:

𝑞 = 𝑐 ∙ 𝑚 ∙ (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 ) = 𝑐 ∙  ∙ 𝑉(𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 )

Como tanto a solução do ácido forte como a solução da base forte são diluídas, pode-se considerar
a densidade () e o calor específico (c) da solução final são os mesmos de água líquida. A
densidade da água líquida é de 1,00 g/ml e o calor específico da água líquida é de 4,18 J/(gºC)
(ou1,00 cal/(gºC) ).

Conhecendo o calor de reação, q, por uma quantidade de reação, nreação, a entalpia de reação sob
a condição experimental ( p e T ) é calculada pela equação seguinte,

𝑞
∆𝑟 𝐻 = −
𝑛𝑟𝑒𝑎çã𝑜

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Procedimento experimental:

1. Medir 50,0 ml de uma solução diluída de HCl para um copo plástico.

2. Medir 50,0 ml de uma solução diluída de NaOH para um gobelé de 100 ml.

3. Medir a temperatura de solução diluída de HCl e regista-la a como temperatura inicial,


Ti.

4. Colocar o copo com a solução diluída de HCl dentro de um dispositivo isolante.

5. Juntar a solução de NaOH à solução de HCl no copo plástico. Misturar rápida e


cuidadosamente, agitando com o termómetro (cuidado para não o partir!). Registar a
temperatura da mistura de 5 em 5 segundos até a temperatura da mistura começar a
baixar.

6. Registar a temperatura máxima atingida como temperatura final, Tf.

7. No relatório desta atividade laboratorial,

1) Registar de todos os valores numéricos envolvidos.

2) Calcular a quantidade de calor libertada nesta experiência.

3) Calcular a entalpia de neutralização nestas condições.

4) Comparar o resultado assim obtido com o valor tabelado na condição padrão


termodinâmica e comentar o resultado.

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- Determinação do peso molecular por abaixamento do ponto de fusão (Método de Rast)


Fundamento:

O ponto de fusão de um sólido cristalino define-se como a temperatura a que a fase sólida
e a líquida coexistem em equilíbrio à pressão de uma atmosfera. Um composto puro tem, em
geral um ponto de fusão definido, isto é, a diferença entre a temperatura em que primeiro se
observa a desagregação dos cristais e a temperatura a que a amostra se torna completamente
líquida (faixa de fusão) não excede cerca de 0,5 ºC. Se o líquido for arrefecido, ocorrerá a
solidificação à mesma temperatura e, para uma substância, o ponto de fusão e o ponto de
solidificação são idênticos.
A presença de pequena quantidade de impurezas produz um considerável alargamento da
faixa de fusão e causa o início da fusão a uma temperatura mais baixa que o ponto de fusão da
substância pura. O ponto de fusão é consideravelmente influenciado pela presença de outras
substâncias e constitui um critério de pureza importante. Mas além do critério de pureza, é grande
a utilidade do ponto de fusão na identificação de compostos (principalmente orgânicos).
Em compostos de fraca volatilidade é possível utilizar métodos baseados no abaixamento
do ponto de fusão (métodos crioscópicos) ou na elevação do ponto de ebulição (métodos
ebulioscópicos) para determinar o peso molecular do composto. Ambos os métodos se
fundamentam no facto de que a pressão de vapor dos solventes – e, relacionada com ela, a
variação do ponto de fusão ou do ponto de ebulição – é proporcional à concentração das partículas
dissolvidas.
Se um solvente C1 quando puro funde a uma determinada temperatura, T1, se o misturarmos
com um soluto C2, a temperatura de fusão da mistura diminui para T2. Se pretendemos calcular
a massa molecular do composto C2 apenas necessitamos saber que Raoult (1887) verificou
(propriedades coligativas) que o abaixamento do ponto de fusão, Tf , (Tf =T1-T2) é
proporcional à concentração molal do soluto C2.

Tf = Kf m

Tf Abaixamento do ponto de fusão.


Kf  Constante de depressão molal crioscópica do solvente C2 (ºC mol-1 kg).
m  Concentração de C1 em unidades de molalidade (mol/kg).

Parte experimental:

Na figura está representado um conjunto laboratorial típico para a determinação do ponto


de fusão. Este é constituído por um pequeno copo de 100 mL equipado com um agitador.

1- Pese rigorosamente (como rigor que a balança analítica permite) cerca de 0,5 g de
cânfora (C10H16O4).
2- Pese rigorosamente cerca de 50 mg do composto cujo peso molecular pretende
determinar.
3- Num pequeno almofariz misture muito bem os dois compostos.

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4- Junte a amostra pulverizada num pequeno monte e enterre nela a extremidade aberta de
um capilar (de 6 a 7 cm de comprimento). Sacuda o sólido para dentro do tubo batendo
cuidadosamente com a extremidade inferior deste sobre a bancada. Repita a operação para
introduzir mais porção de amostra, até esta formar uma coluna compacta de 3 a 5 mm de altura.
5- Repita o passo 4 mas apenas com canfora pura.
6- Embora o tubo capilar adira geralmente ao termómetro por ação capilar dum fino filme
do líquido do banho, é aconselhável prendê-los por meio de um pequeno elástico. Devem ajustar-
se os tubos capilares de forma que a amostra fique colocada precisamente ao lado do bolbo de
mercúrio do termómetro e o elástico deve ficar acima do nível do banho.
7- Encha o copo até dois terços da sua capacidade com parafina líquida, introduza no copo
o agitador magnético.
8- Coloque o copo na placa eléctrica, aqueça o banho. Observe cuidadosamente as amostras
e a temperatura. Quando as substâncias dos dois capilares fundirem deixe arrefecer e registe os
dois pontos de congelação (o da cânfora pura e o da mistura).

Observação: O líquido mais apropriado para banho, até temperaturas da ordem dos 220 ºC é a
parafina líquida; para temperaturas muito elevadas pode usar-se um banho de areia que é
termicamente estável, mas de difícil controlo de temperaturas devido à baixa condutividade
calorífica da areia. Para temperaturas inferiores a 100 ºC pode utilizar-se a água.

Figura

1- Copo 5- Agitador magnético


2- Termómetro 6- Elástico
3- Parafina líquida 7- Placa elétrica
4- Capilares

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Cálculos:

Temperatura de (congelação) fusão da cânfora pura T1 = 178,4ºC(teórico)

Temperatura de (congelação) fusão da solução T2 = ?

Tf = T1 – T2

Constante de depressão molal crioscópica da cânfora = 39,7 ºC mol-1 kg

Massa de cânfora, m1 = ?

Massa do soluto, m2 = ?

Concentração molar m = n/m1(kg)

n – número de moles do soluto

n = m2 /P.M.

P.M. = ?

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– Entalpia de vaporização

Fundamento:

As moléculas de um líquido não estão numa rede rígida, estando portanto em movimento
constante. A cada temperatura existe sempre energia suficiente para que uma determinada
quantidade de moléculas passe do estado líquido ao gasoso (processo de vaporização). Assim, a
pressão de vapor de um líquido (ou de um sólido) pode ser representada como função da
temperatura, num diagrama que permite identificar os equilíbrios que se estabelecem entre as
diferentes fases. Na figura seguinte está representado esquematicamente o diagrama de fases para
a água pura:

P líquido
fusão

zação
sólido vapori
ão

gasoso
im
bl
su

T
Figura 1 – Diagrama de fases para a água pura

A entalpia de vaporização (Hvap) é uma medida da força com que as moléculas estão ligadas
num líquido (força intermolecular) e pode ser definida como a energia necessária para vaporizar
uma mole de um líquido (entalpia de vaporização molar). A grandeza Hvap pode ser determinada
experimentalmente utilizando a equação de Clausius-Clapeyron, que relaciona a pressão de vapor
de um líquido (P) com a temperatura absoluta (T):
 H vap  1 
ln P =  −   + C
 R  T 

Esta equação tem a forma da equação linear (y=mx+b) considerando: y=lnP, m=(-Hvap/R),
x=(1/T) e b=C.

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Procedimento experimental
Para calcular a entalpia de vaporização da água:
1) Encher uma proveta de 10 mL até ~2/3 do seu volume com água destilada. Tapar com o
dedo e inverter a proveta para um copo de 500 mL, previamente cheio com água destilada
(Nota: uma amostra de ~4 a 5 mL de água destilada deve ficar retida na proveta).
2) Aquecer até 80 ºC, com agitação o copo contendo a proveta. Registar o volume de ar na
proveta.
3) Deixar arrefecer a água, com agitação constante, registando em intervalos de 5 ºC a
temperatura da água e o volume correspondente de ar, até 40 ºC.
4) Arrefecer rapidamente até ~1 a 5 ºC, com gelo. Registar o volume correspondente.

Cálculos:
1) Para cada temperatura, calcular:
a) O número de moles da mistura vapor de água + ar na proveta, n = PV/(RT).
b) O número de moles de vapor de água, considerando que a cerca de 5 ºC, o gás só
contém ar.
c) A pressão parcial do vapor de água.
2) Elaborar um gráfico lnPvap versus 1/T.
3) A partir do declive da reta obtida, calcular a entalpia de vaporização.
(R=8,314 J K-1 mol-1).

Bibliografia:
[1] R. Chang, Química, 1994, 5ª Edição, Alfragide-Portugal, p 223-265.

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- Determinação da ordem de reação de decomposição do tiossulfato em meio


ácido
Fundamento:

A velocidade de reação e as concentrações dos reagentes podem ser expressas na forma


de uma equação. Em geral, a velocidade de uma reação homogénea é proporcional ao produto
das concentrações dos reagentes, cada concentração elevada a um expoente determinado
experimentalmente. Se tivermos uma equação química tal como
A + B → Produtos
a sua velocidade será v  [A] .[B] , em que n e m são determinados experimentalmente. O
n m

símbolo de proporcionalidade pode ser substituído por um sinal de igual se introduzirmos uma
constante de proporcionalidade, k, que se designa constante de velocidade da reação.
Esta constante é independente das concentrações dos reagentes e a expressão obtida
designa-se por lei de velocidade da reação ou lei cinética.
Os expoentes que afectam as concentrações dos reagentes designam-se ordens parciais e
a sua soma ordem total de reação ou simplesmente ordem de reação.
Para uma lei cinética genérica v = k.[A]n.[B]m... [X]x, se se determinarem as velocidades
iniciais de reacção para diversas concentrações de qualquer componente, por exemplo A,
mantendo todas as outras concentrações constantes, termos
v0 = k’[A]n
sendo k’ ou kobs (constante de velocidade observada) o produto de k pelas concentrações dos
restantes reagentes.
Aplicando logaritmos à equação anterior, vem
log v0 = n log [A]0 + constante
pelo que a representação gráfica do logaritmo das velocidades iniciais determinadas em função
do logaritmo das correspondentes concentrações iniciais de A, é uma reta de declive n, isto é,
igual à ordem parcial de reação relativamente ao componente A. Procedendo de igual modo em
relação a todos os outros reagentes, determinar-se-iam as restantes ordens parciais.
A decomposição do tiossulfato em meio ácido pode representar-se pela equação
S2O32- (aq) + 2 H+ (aq) → S (s) + SO2 (g) + H2O (l)
sendo a correspondente lei cinética
v = k.[H+]n.[S2O32-]m
Nesta reação forma-se enxofre coloidal que turva a solução, diminuindo a visibilidade
através dela. Se a altura de solução for a mesma em todos os ensaios, será igual a quantidade de

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enxofre coloidal formado necessária para impedir a visão de uma cruz marcada num papel
colocado por baixo do copo. Nestas condições, sendo constante a quantidade de enxofre formado
em todos os ensaios, e dado que
Q
v0 = Q – quantidade de S(s) formado até turvação completa
tr
tr – tempo necessário para a turvação completa

1
tem-se v 0  , logo tr-1 = k’.[H+]n.[S2O32-]m.
tr
Para determinar a lei cinética da reação, há que determinar a ordem parcial em relação a
H+, o que se consegue através da medição das velocidades iniciais da reação para diferentes
concentrações de ácido mantendo constante [S2O32-], bem como a ordem parcial em relação a
este reagente, procedendo de igual forma, mas variando a sua concentração e mantendo constante
a de ácido.

Parte experimental:

1.ª Parte: Determinação da ordem parcial de reação em relação ao tiossulfato:

Preparar cinco gobelés iguais de 50 ml, marcados de A a E.


Aos gobelés anteriores, adicionar os volumes, medidos com pipeta, de solução de
tiossulfato de sódio 0,15 mol/dm3 e de água indicados na Tabela 1 e agitar bem com uma vareta
de vidro. Numa folha de papel branco, desenhar uma cruz e colocar o primeiro gobelé sobre a
mesma.
Adicionar, de uma vez só, 5 ml de solução de HCl 2 mol/dm3 e iniciar a contagem do
tempo necessário para que a turvação impeça a observação da cruz, enquanto agita rapidamente
a solução com a vareta de vidro.
Repita o procedimento com os restantes gobelés, tendo o cuidado de manter o ângulo de
observação do primeiro ensaio.

Tabela 1
Copo A B C D E
Volume de Na2S2O3 / ml 25 20 15 10 5
Volume de água / ml 0 5 10 15 20

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Calcule a concentração de S2O32- resultante da adição da água e do ácido, antes do início da
reação.

2.ª Parte: Determinação da ordem parcial de reação em relação ao H+:

Preparar cinco gobelés iguais de 50 ml, marcados de A a E.


Aos gobelés anteriores, adicionar 20 ml de solução de tiossulfato de sódio 0,15 mol/dm3.
Numa folha de papel branco, desenhar uma cruz e colocar o primeiro gobelé sobre a mesma.
Adicionar, de uma vez só, 5 ml da solução de HCl indicada na Tabela 2 e iniciar a
contagem do tempo necessário para que a turvação impeça a observação da cruz, enquanto agita
rapidamente a solução com a vareta de vidro.
Repita o procedimento com os restantes gobelés, tendo o cuidado de manter o ângulo de
observação do primeiro ensaio.

Tabela 2
Copo A B C D E
Concentração de HCl / M 0,5 0,25 0,15 0,10 0,05

Calcule a concentração do H+ resultante da adição do ácido aos 20 ml de tiossulfato, antes da


reação.

Faça um gráfico de:

log (tr-1) = f ( log [S2O32-] ) e log (tr-1) = f ( log [H+] ).

Calcule a ordem relativamente a H+ e a S2O32-, bem como a ordem total da reação.

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Determinação da ordem parcial em relação ao tiossulfato:


Copo VNa2S2O3 / cm3 VH2O / cm3 VHCl / cm3 [S2O32-]/(mol/dm3) tr / s tr-1 / s-1
A
B
C
D
E

- Representação gráfica de log tr-1 em função de log [S2O32-].

- Ordem parcial do tiossulfato.

***

Determinação da ordem parcial em relação ao H+:

Copo VNa2S2O3/cm3 [HCl]/(mol/dm3) V HCl/cm3 [S2O32-]/mol/dm3 [H+]/(mol/dm3) tr / s tr-1 / s-1


A
B
C
D
E

- Representação gráfica de log tr-1 em função de log [H+].

- Ordem parcial do H+.

- Ordem global da reação.

- Lei cinética de velocidade.

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– Estudo da reação do acetato de etilo com o ião oxidrilo

Parte Experimental I (T ambiente):

A B
CH3COOC2H5 0,03 M -
NaOH - 0,03 M
As soluções de acetato de etilo devem ser preparadas no próprio dia da utilização, porque há a ocorrência
duma reação lenta ainda que na ausência de OH-.

Realizar o ensaio à temperatura ambiente utilizando as soluções A e B, ler a temperatura das soluções.

1. Lave a célula do condutivímetro com água destilada.

2. Pipete 100 mL de solução B e 100 mL de água destilada para um copo, homogeneíze e introduza a
célula do condutivímetro nesta mistura, o valor lido corresponderá a C0.

3. Pipete 100 mL da solução A para um copo e coloque em agitação.

4. Pipete 100 mL de solução B para o mesmo copo (o do ponto 3.) quando metade da solução B tiver
sido adicionada à solução A ligue o cronómetro.

5. Após 1 minuto mergulhe a célula do condutivímetro na mistura e inicie as medições de condutividade,


Ct.

6. Registe os valores da condutividade de 2 em 2 minutos até estabilizar (igual valor durante 2 minutos).

C0 condutividade inicial da célula.

Ct condutividade da célula no instante t.

C condutividade da célula no final da reação, este valor deverá ser estimado, para isso deverá representar
o gráfico Condutividade = f (tempo).

Calcule a constante de velocidade aparente para esta temperatura, usando apenas os 10 primeiros pontos.

Parte Experimental II (T~40ºC):

A B
CH3COOC2H5 0,03 M -
NaOH - 0,03 M

Realize o ensaio à temperatura de ~40ºC, todas as leituras deverão ser efetuadas com as diferentes
misturas à temperatura do banho, ler a temperatura do banho e das soluções.

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1. Lave a célula do condutivímetro com água destilada.
2. Pipete 100 mL de solução B e 100 mL de água destilada para um copo, coloque no banho e
homogeneíze, introduza a célula do condutivímetro nesta mistura, quando a mistura atingir
a temperatura do banho, o valor lido corresponderá a C0.
3. Pipete 100 mL da solução A para um copo e coloque no banho.
4. Pipete 100 mL de solução B para um copo e coloque no banho.
5. Quando as duas soluções (A e B) atingirem a temperatura do banho, adicione à solução A
metade da solução B e ligue o cronómetro, complete agora a adição.
6. Após 1 minuto mergulhe a célula do condutivímetro na mistura e inicie as medições de
condutividade, Ct.
7. Registe os valores da condutividade de 2 em 2 minutos até estabilizar (igual valor durante
2 minutos).

C0 condutividade inicial da célula.


Ct condutividade da célula no instante t.
C condutividade da célula no final da reação, este valor deverá ser estimado, para isso deverá
representar o gráfico Condutividade = f (tempo).
Calcule a constante de velocidade aparente para esta temperatura, usando apenas os 10 primeiros
pontos.
Use os valores da constante de velocidade obtidos para as duas temperaturas (Tambiente e T ~ 40ºC),
para calcular o valor da energia de ativação para a reação em estudo.

BIBLIOGRAFIA:
H. D. Crockford et al., ‘Laboratory Manual of Physical Chemistry’, 2ª Ed., Jonh Wiley and Sons
Inc.,1975. (Obs.: O tratamento dos resultados apresentado na bibliografia usa valores de resistência e não de
condutividade)

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– Estudo da curva de variação do pH em função do volume de base adicionada

Fundamento:

Um problema prático que aparece no laboratório é a determinação da concentração de ácido ou base de


uma solução. O método usado para resolver o problema é como já sabemos uma titulação ácido - base,
que se realiza tomando o volume adequado de titulado e adicionando o titulante da bureta. Para detectar
o ponto termo (ponto final da titulação ou o ponto de equivalência) usamos um indicador ácido - base
adequado ao pH de equivalência. No entanto, o mesmo problema pode ser resolvido usando um aparelho
medidor de pH.
Se colocarmos num copo ou erlenmeyer um determinado volume de ácido e adicionarmos gota a gota
uma solução de base a leitura de pH mostra que este vai aumentando. Uma medida da concentração de
iões H+ numa solução é o pH, que se define como

pH = - log (H+)

em que (H+) é a atividade dos iões H+ em solução.


O pH de uma solução pode ser medido usando um medidor de pH. Este é constituído por um eléctrodo
combinado de vidro e um potenciómetro, e mede uma diferença de potencial que é directamente
proporcional ao pH.

O ponto de equivalência de uma titulação ácido - base pode ser detectado seguindo a evolução do pH à
medida que o titulante é adicionado – titulação potenciométrica.

Numa titulação de HCl com NaOH, o pH inicial da solução de HCl é baixo. À medida que se adiciona
NaOH, todo o OH- reage com o ácido, e o pH começa a subir gradualmente. Quando o número de moles
de base adicionados iguala o número de moles de ácido inicialmente presentes, pequenas adições de base
causam grandes variações de pH. Perto do ponto de equivalência, a variação de pH com a adição de base
é muito brusca e a curva de titulação torna-se praticamente vertical. Depois de todo o ácido ser consumido,
a adição de mais base sobe o pH cada vez mais lentamente, até que o pH da solução seja semelhante ao
da base, ver Figura 1(a).

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Figura 1(a) Curva de titulação ácido forte – base forte

O ponto de equivalência pode ser determinado por métodos


gráficos. Um método é o método da primeira derivada. O ponto de
equivalência é o ponto de inflexão da curva de titulação, e ocorre
quando o seu declive é máximo. Portanto, podemos determinar o
ponto de equivalência calculando o declive em cada ponto da titulação próximo do ponto de equivalência.
Para calcular o declive faz-se a diferença de pH entre duas adições sucessivas de base e divide-se pela
diferença de volumes correspondente, ver Figura 1(b).

Figura 1(b) - Curva da primeira derivada.

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Procedimento:
1. Pipete 20 mL de uma solução de ácido clorídrico para um copo de 250 mL.

2. Coloque no copo um agitador magnético.

3. Encha uma bureta com hidróxido de sódio 0,1 mol/dm3,


previamente colocada num suporte.

4. Introduza o elétrodo do aparelho de pH no copo (adicione água à


solução de modo a que o elétrodo fique mergulhado).

5. Ligue o aparelho e o agitador e registe o pH inicial.

6. Adicione no princípio pequenos volumes (menores que 0,5 mL)


e registe o pH. Quando as variações de pH se mostrem mais
acentuadas, passe a adicionar volumes de base mais pequenos (cerca
de 0,1 mL). Quando as variações de pH se mostrarem novamente
menos pronunciadas passe a adicionar volumes de cerca de 0,5 mL.
Termine as adições de base quando não se verifique variação sensível do pH.

7. Faça o gráfico pH versus volume de base adicionada.

8. Determine o volume de base gasto até ao ponto de equivalência, pelo método da primeira derivada.

9. Qual será o pH de equivalência e qual a concentração do ácido?

Bibliografia:

R. Chang, Química, 1994, 5ª Edição, Alfragide-Portugal, p. 671-737-755.


J. E. Brady e J. R. Holum, Chemistry – The study of mater and its changes, 1993, 1ª Edição, New York
680-736.

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