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FINAL ALTERNATIVO

— Isso é sério? — Anna segura as mãos de Jasper com força. — Não é


nenhum tipo de brincadeira?

— Claro que não. — Jasper ri em meio ao choro. — Realmente conseguimos


um doador e realizamos o transplante em Niall.

Anna sente seus olhos se encherem de lágrimas, a felicidade preenchendo


cada pequena parte do seu coração. Quando estava a caminho do hospital
depois da ligação que sua irmã recebeu, estava sentindo tanta coisa ruim,
como se precisasse se preparar para o pior. Luke tentou pegar o caminho
mais rápido, porém havia acontecido um acidente na avenida, o que
congestionou o trânsito e ficaram presos até que a ambulância chegasse,
retirasse as pessoas feridas e removessem os carros batidos da pista. Havia
se passado pouco mais de uma hora quando finalmente chegaram ao
hospital e receberam uma nova notícia de que Niall estava em sala de
cirurgia. Anna começou a orar ali mesmo, com medo de perder uma das
pessoas que mais amava na vida.

Ter Luke por perto, a abraçando e consolando foi um conforto que ela não
sentia a semanas. Depois de mais duas horas Anna não tinha mais de onde
tirar lágrimas para chorar. Já havia pedido notícias na recepção dezenas de
vezes e simplesmente era a mesma coisa. "Ele está em sala de cirurgia
ainda".

Só depois de mais uma hora e meia é que Jasper surgiu na sala de espera
do hospital, com um largo sorriso no rosto e roupas de cirurgia que Anna
finalmente recebeu a notícia.

— A cirurgia de transplante de coração ocorreu muito bem.

Anna quase não podia acreditar ao ouvir aquelas palavras. Se aproximou


da voz de Jasper até sentir os seus braços e agarrou as suas mãos.
Segurando com força a portadora da melhor notícia que poderia receber.

— Eu não entendo. Minha irmã recebeu uma ligação sua dizendo que Niall
teve uma parada cardíaca e mais cedo ainda não tínhamos nenhum
doador. — Anna respirou fundo, tentando parar com a tremedeira do
corpo. — O que aconteceu durante essas horas?

Anna sentiu Jasper respirar calmante e se preocupou.

— Houve um acidente de carro a algumas horas, a ambulância trouxe os


acidentados aqui para o hospital e infelizmente uma das vítimas teve
morte cerebral. — a alegria de Jasper se dissipou. Como médica e como
pessoa cada vez que perdia uma vida se sentia horrível. — Apesar de ser
uma notícia muito triste, a vítima era doador de órgãos e com isso
conseguimos salvar a vida de Niall e de mais duas pessoas no hospital que
precisam de transplante de rins e pulmão.

— Foi aquele acidente da avenida Avery? — Luke perguntou, a voz


nitidamente abalada também e Jasper assentiu.

Anna se lembra de ouvir o barulho quando o acidente aconteceu. Luke lhe


disse que um carro avançou o sinal vermelho no cruzamento da direita e
que por uma sorte muito grande não os atingiu por que havia mais dois
carros na frente, sendo o primeiro o atingido na colisão. O que se seguiu
daquilo foram muitos gritos, pessoas chorando e se aglomerando em volta
do acidente e Luke e Anna estavam assustados com o que acabara de
acontecer.

— Meu Deus. — as mãos de Anna voltam a tremer, mesmo se agarrando aos


braços de Jasper. Poderia ter sido ela e Luke as vítimas e seriam eles no
hospital agora, doando os órgãos para as pessoas que precisavam.

— Está tudo bem. — Jasper puxa Anna para um abraço. — As famílias das
vítimas já foram notificadas. Eu sinto muito que conseguimos salvar a vida
de Niall sob a circunstância deste acidente, mas pelo menos conseguimos
salvar mais três pessoas. A morte daquele homem não foi em vão.

Anna assentiu, recebendo o abraço se Jasper com amor. Ela era a mulher
responsável por salvar a vida de Niall, do amor da sua vida e mesmo que
ambas estivessem um passado com ele, Jasper sempre teria um lugar
especial no coração de Anna por conseguir manter o homem que amava na
sua vida por mais longos anos.
— E quando eu posso ir até ele? — perguntou Anna, se separando de
Jasper.

— Niall está no quarto em observação. Ele acabou de sair de uma cirurgia


muito agressiva e é melhor darmos um tempo pra ele antes de começar as
visitas. — explica. — Além disso precisamos monitora-lo pelos próximos
dias pra ver se o organismo dele vai aceitar bem o novo órgão. Apesar de
ter recebido o novo coração não significa que estamos livre de riscos. Então
todo cuidado é pouco.

— Tudo bem. — Anna respira fundo.

— É melhor vocês irem pra casa, não sabemos quando Niall irá acordar,
pode demorar horas ou dias. — Jasper dá um sorriso carinhoso para Luke e
Anna. — Eu prometo ligar a cada hora para passar notícias e assim que ele
acordar ligarei imediatamente.

— Tudo bem. — Anna concorda. Poderia ficar dias na sala de espera do


hospital esperando uma notícia de Niall e não se importaria com o cansaço.
Porém agora ela tinha outro pequeno ser humano que precisava dela e
confiava em Jasper para cuidar de Niall. — Jasper.

— Sim?

— Eu não tenho palavras pra te agradecer por ter se dedicado tanto em


salvar a vida dele. — Anna disse as palavras com toda a sinceridade do
coração.

— É o meu trabalho como cardiologista. — Jasper sorri para ela.

— Eu sei. Mas sei que você também o ama e faria de tudo por ele.

Jasper sentiu os olhos marejarem. Ela tinha um dever como médica em


salvar a vida de Niall, mas ninguém sabia o quanto aquilo estava sendo
difícil. Os anos que passou junto com Niall a fez o amar fortemente e
quando tomou a decisão de terminar tudo, por saber que jamais daria a ele
a vida e a família que ele desejava... só ela sabia o quanto foi e ainda era
doloroso. Teria que lidar com essa decisão para sempre, mas apesar de
tudo ela estava feliz por Niall ter conquistado o que ele sonhava em ter.
Uma família.

— Eu preciso ir. — Jasper piscou, tentando afastar as lágrimas e se virou. —


Tenho outros pacientes que preciso ver. Mando notícias em algumas horas.

Luke ficou vendo Jasper se afastar e sentindo pena por ela tanto quanto
sentia por si mesmo. Não conhecia Jasper e era a primeira vez que a via,
mas conseguiu ver em seus olhos que ela amava alguém que já não
retribuía mais os seus sentimentos. Ele direcionou seu olhar pra Anna.
Ambos estavam condenados a amar pessoas com as quais não poderiam
ficar juntos e isso era muito triste.

— Podemos ir então? — Anna perguntou a Luke e ele assentiu. Cruzou o


braço de Anna com o dele a guiando pelo hospital para irem embora.

***
| 1 mês depois |

— Eu estou tão empolgada que finalmente vamos juntos para casa! — Anna
abriu um largo sorriso. — O pessoal vai ficar tão feliz em te ver. Harry e
Louis estão preparando um banquete para o almoço. Até convidaram Zayn
e Liam.

Niall passou a camisa azul limpa pela cabeça e pelos braços e sorriu de
volta para Anna. Ainda doía quando levantava demais os braços ou quando
fazia certos movimentos, mas já se sentia muito melhor comparado a
primeira semana depois que acordou.

— Vai ser bom ver o pessoal reunido. Sinto saudades deles. — Niall se
colocou de pé, experimentando a firmeza das pernas e calçou os chinelos
que Anna havia trazido para ele.

— Não é?! Tirando Harry e Louis eu não encontrei nenhum deles tirando os
dias de visita aqui do hospital.

Niall passou a mão pelos cabelos agora grandes devido à falta de corte e
respirou fundo, apreciando as batidas do seu coração agora forte e
saudável. Quando acordou a três semanas atrás, estava confuso,
desnorteado e com muita dor. Jasper foi o primeiro rosto familiar que viu e
foi a que lhe contou tudo que aconteceu. Horas depois Anna, Anne e Celiny
já estavam no quarto chorando e sorrindo por Niall ter acordado. Os
primeiros dias foram difíceis e tristes, saber que estava vivo só por que
outra pessoa havia morrido não lhe trazia conforto. Com o passar dos dias
Jasper já havia conversado com ele o suficiente para que entendesse que a
vida é assim, pessoas vivem e outras morrem e se lamentar por isso pra
sempre pode corroer você. Tudo que pode fazer e aceitar a dor, o
sofrimento e a tristeza e lidar com ela.

Niall conheceu a família do doador na semana em que acordou, o doador


era um homem de 32 anos que se chamava Reid. Era divorciado e ainda
não tinha filhos. Trabalhava como arquiteto para uma empresa de Nova
York e estava em Londres de férias para visitar a família. Ele chorou muito,
não sabendo o que dizer para aquelas pessoas. O quanto sentia muito pela
perda deles, mas os pais de Reid foram tão amorosos e abraçaram Niall por
longos minutos, como se estivessem se despedindo do filho através dele.
Reid também tinha duas irmãs mais novas que não se sentiam tão
confortáveis em abraçar Niall como os pais, mas que choraram a perda do
irmão intensamente.

Foi um dia difícil e no decorrer da semana Niall tinha a sensação que não
merecia sua vida, não merecia ser feliz quando a família de Reid sofria
tanto pelo filho morto.

Foi Celiny que o fez mudar de ideia. Anna a trazia sempre quando vinha
visitar Niall todos os dias. Saber que se tivesse morrido não poderia nunca
mais pegar a filha nos braços, sentir seu cheiro suave de leite e sentir suas
pequenas mãos segurarem seus dedos, era ainda mais doloroso do que
pensar na família de Reid. Celiny estava quase completando dois meses
agora e ela já dava sorrisos para o pai sempre que ele a pegava nos braços.
Esses momentos eram tão preciosos que iluminavam até a mais densa
escuridão em seu coração.

— Celiny vai ficar eufórica quando te ver. — Anna ajeita a bolsa com as
coisas de Niall no ombro direito. — Ela e Anne estão esperando no carro.
— Então acho que podemos ir. — o loiro se aproxima de Anna, segurando
seu rosto em suas mãos e depositando um beijo amoroso em sua têmpora.
— Estou muito feliz de ir para nossa casa.

Os olhos de Anna brilham de amor e seu sorriso cresce ainda mais.


Finalmente as semanas de hospital e preocupações estavam quase
acabando. Niall estava recebendo alta, mas ainda iria precisar fazer alguns
exames a cada tempo e tinham uma lista estrondosa de coisas que não
podia fazer, desde de dirigir até comer certo tipo de alimentos. Como Anna
não conseguia controlar e cuidar de Niall como ele precisava, Harry se
responsabilizou de garantir que Niall não faria nada do que tinha naquela
lista.

— Bem, basicamente não estaremos indo para casa ainda. — Anna o


lembrou. — Vamos passar o próximo mês com Harry e Louis até que você
não precise mais de supervisionamento.

— Já é bem melhor do que morar no hospital. — ele diz e ela assente em


concordância.

Anna e Niall fazem uma última verificação para garantir não estarem
esquecendo nada no quarto do hospital e seguem para fora. Ao descer o
elevador e chegar ao pátio do hospital, Niall vê Jasper no balcão da
recepção preenchendo algo em sua prancheta. Ela ainda não o viu e ele
conseguiria ir embora sem que ela percebesse.

— Querida pode esperar aqui por gentileza? — Niall para de caminhar. — Eu


quero agradecer a Jasper antes de irmos.

Anna assente e Niall se afasta. Nesse último mês em que esteve no hospital
Jasper era a pessoa mais presente em seus dias. Anna o visitava todos os
dias e ficava cada segundo do horário de visitas, mas Jasper ia em seu
quarto a cada hora para ver como ele estava, almoçava e jantava com ele e
conversavam durante horas quando ela não estava ocupada. Jasper ainda
carregava muito o peso do luto pela sua filha e achava que ela se agarrava
aos momentos com Niall para não se afundar. Ele estava preocupado agora
que não estaria mais aqui, a quem Jasper recorreria sempre que se sentisse
prestes a desabar?
— Oi Jas. — ele cumprimenta e ela se vira para ele surpresa.

Ela tinha planejado não estar presente quando ele fosse embora, seria mais
fácil assim. Ela odiava dizer adeus.

— Oi. — Jasper ajeitou a postura, deixando o prontuário que preenchia de


lado. — Achei que já tivesse ido.

— Queria te ver antes. — Niall se aproxima um pouco mais. — Quero dizer


algumas coisas.

Jasper piscou os olhos verdes cansados e meio vermelhos, ou pela falta de


sono ou por ter chorado. Niall suspeitava que eram os dois.

— Você não precisa. — ela disse. Seria ainda mais doloroso.

— Preciso sim. — Niall pegou a mão direta dela e acariciou. — Ainda não te
agradeci por ter salvado minha vida.

— É o meu trabalho. — Jasper molhou os lábios e desviou o olhar de suas


mãos.

— Jas. — Niall chamou suavemente. Odiava saber que ele era um dos
motivos para que Jasper se sentisse tão triste. Ele sabia que ela ainda o
amava e apesar de não ter dado esperanças esse não é um sentimento que
se dissipa facilmente. Ele ainda amava Jasper, não da mesma maneira, mas
ela sempre seria uma parte de sua vida. Uma parte muito importante e
especial. — Quero que saiba que é um privilégio ter você em minha vida.
Tudo o que vivemos foi magnifico e tudo o que você fez e faz por mim eu
jamais conseguirei agradecer o suficiente.

Os olhos verdes de Jasper se tornaram mais brilhante devido as lagrimas e


ela abaixou a cabeça, não querendo que Niall visse.

— Você sempre será parte de mim e quero que não se esqueça de que eu
amo você. Não da mesma maneira, mas amo você e estarei aqui sempre
que precisar. — os ombros de Jasper começam a tremer pelo choro e Niall
gentilmente leva a mão em seu queixo, levantando o seu olhar e encarando
seus olhos molhados. — Você é uma mulher indescritivelmente incrível,
forte e maravilhosa. Qualquer um consegue ver isso e a pessoa que você
escolher para compartilhar a vida será de muita sorte.

Os olhos de Jasper se fecham com força, a dor daquelas palavras


penetrando seu coração.

— Você sabe que eu sinto muito pelo que aconteceu com sua filha e se eu
pudesse faria de tudo para que você a tivesse de volta. — Jasper soluça e
Niall usa a mão livre para limpar as lágrimas. — Eu ter minha família agora
não significa que não pode contar comigo. Não quero que você se isole e se
afunde em tristeza e luto.

Jasper balança a cabeça e se afasta do toque gentil.

— Eu não posso. — Jasper limpa o rosto, tentando se recompor. As pessoas


em volta encaravam. — Eu jamais iria interferir na sua felicidade.

Niall lhe dá um sorriso triste.

— Você não percebe? Parte da minha felicidade se deve a você e jamais


seria completamente feliz se você fosse tão triste.

— Pare de dizer essas coisas! — Jasper diz entre a respiração acelerada. Ela
odiava chorar daquele jeito em frente as pessoas. — Olha, eu realmente
gosto da Anna, ela é uma boa pessoa. Consigo entender por que se
apaixonou por ela. E Celiny é o segundo bebe mais lindo do mundo, por
que a primeira sempre será minha filha, mesmo ela não estando mais aqui.
Apesar de tudo eu fico muito feliz e aliviada que você tenha pessoas ao seu
redor que te dão muito amor. É bom ver que você conquistou a família que
tanto queria. — Jasper sorri para ele. — Daqui pra frente você terá uma vida
na qual eu não faço mais parte e tudo bem. Tive bastante tempo pra me
acostumar com isso e com tudo que aconteceu nesse ultimo mês... — ela
limpa as ultimas lagrimas, não deixando que nenhuma outra caia. — É
muito melhor ter você vivo, mas não ao meu lado do que não ter você de
nenhuma maneira. Portanto, eu desejo toda felicidade do mundo a vocês.
Jasper se vira e sai para dentro dos corredores do hospital, deixando Niall
para trás.

Ele fecha as mãos em punhos pensando se deve ir atrás dela, mas ele é uma
parte do motivo dela estar assim e talvez se afastar seja realmente o
melhor a se fazer. Niall toma alguns segundos para acalmar a respiração e
depois volta para junto de Anna.

— Você está bem? — ela pergunta assim que ele retorna em silencia e cruza
os seus braços.

— É melhor irmos, Anne e Celiny estão esperando. — ele guia Anna para
fora do hospital.

***

| 5 anos depois |

— Papai! Papai! — Celiny vem correndo em direção a Niall, com o pequeno


braço estendido, levantando um brigadeiro. — Olha o que o tio Harry me
deu. — a pequena para, se entremeando entre as penas do pai que esta
sentado no sofá vendo tv. — O tio Harry disse que é uma receita de outro
país.

— É mesmo? — Niall sorri para a filha e olha o doce que suas mãos agarram.
— E de qual país é?

Celiny abre um sorriso envergonhado e pisca os olhos castanhos antes de


dar uma mordidinha no doce.

— Eu esqueci. — ela diz baixinho e Niall solta uma risada.

— Lili, Lili. — Percy aparece correndo na sala e vem para se juntar aos dois.
— Meu pai me deu mais um, olha! — Percy estende os dois brigadeiros para
Celiny ver e ela arregala os olhos e abre a boca.
Há três anos Harry e Louis adotaram Percy, um menino de pele morena e
cabelos cacheados e olhos verdes. Hoje era o aniversário de oito anos dele
e seus pais estavam organizando uma festa para comemorar.

— Isso não é justo! — Celiny cruza os bracinhos emburrada e encara Percy.


— Eu também quero mais um.

— Primeiro acabe de comer o que você está segurando sua gulosa. — Niall
se levanta do sofá e passa a mão pelos cabelos loiros da filha. — Além disso
sua mãe vai ficar muito brava se você se encher de doce antes da festa.

Celiny volta a abrir um sorriso e enfia seu brigadeiro inteiro na boca.

— Eu posso pegar mais um agora? — pede boca cheia e Niall gargalha.

— Eu te dou o meu Lili. — Percy entrega um dos seus brigadeiros para


Celiny que dá pulinhos de alegria.

— Isso é muito gentil da sua parte Percy, mas não alimente demais essa
formiguinha com doces. — Niall bagunça os cabelos cacheados de Percy e
ele segue os meninos para fora da casa.

— Finalmente resolveu aparecer pra ajudar! — Louis reclama assim que vê


Niall passar pela porta do quintal. — Sua esposa já montou todas as mesas
para os convidados e olha que ela é cega.

Reviro os olhos para Louis que esta assando hamburgers na churrasqueira


enquanto Harry monta a mesa do bolo com diversos docinhos.

— Você era menos imprestável a alguns anos atrás. — Harry comenta e da


uns passos para trás para avaliar a mesa montada.

— Eu só fui dar uma olhada no jogo dos Pittsburgh Steelers. — Niall se


defende e rouba um brigadeiro da mesa, recebendo um olhar fulminante
de Harry. — Você deu para Celiny e para o Percy.

— Eles são crianças e esses doces são para as crianças. — Harry repõe o
doce roubado por Niall e fica satisfeito ao ver que terminou.
— Eu acho que vai sobrar lembrancinhas. — Anna se aproxima com uma
caixa cheia de caxinhas verdes – cor escolhida por Percy – com balas
dentro. — Já coloquei uma em cada mesa, mas ainda vai sobrar algumas.

Anna havia mudado bastante nos últimos anos, seu cabelo que sempre foi
longo agora era curto, bem acima dos ombros e seu vestido floral azul era
salientado pela barriga de cinco meses da nova gravidez. Niall ainda sentia
seu coração saltitar sempre que olhava para a esposa e se sentia o cara
mais sortudo do mundo por tê-la.

— Tudo bem, podemos levar o que sobrar para o orfanato no final de


semana. — Louis coloca mais um hamburger na churrasqueira. — Elas vão
amar e o Percy adora visitar as outras crianças.

— Deixe que eu carrego isso. — Niall pega a caixa das mãos de Anna e lhe da
um beijo na bochecha. Ele leva a caixa para a cozinha e escuta Anna vir
atras.

— Onde você estava? — ela pergunta, se apoiando nos moveis ao redor.


Harry e Louis haviam se mudado para essa casa no ano que adotaram
Percy e fizeram a gentileza de não fazer grandes mudanças para que Anna
se habituasse ao ambiente e conseguisse andar sem precisar da bengala.

— Vendo o placar do jogo de futebol americano. — Niall deixa a caixa em


cima da ilha da cozinha, depois se aproxima de Anna e a puxa pela cintura.

— Poderia ter me chamado, você sabe que eu adoro ouvir o locutor


narrando os jogos. — Anna reclama e joga os braços pelos ombros de Niall.

— Eu sei, mas alguém tinha que distrair Harry e Louis. — diz e ela sorri.

— Você se acha muito espertinho.

— Eu sou. — Niall sorri de volta para a esposa e encosta suas testas,


mostrando a ela o quão perto ele está antes de juntar seus lábios. Um beijo
calmo e cheio de amor.
— Esqueci de te contar, mas cheguei à decisão de qual será o nome do
nosso filho. — Anna sorri, a pouco centímetros dos lábios saborosos de
Niall.

— Isso é bom, você não gostou de nenhuma das sugestões que eu dei.

— Você queria chama-lo de Kora. Que tipo de nome é esse?

— Eu quem inventei e é muito bonito. — Anna nega sorrindo e Niall lhe da


mais um beijo rápido. — Mas conte-me, qual foi o nome que você escolheu?

— Reid. — ela diz e Niall fica em silêncio. — Se você quiser é claro, podemos
pensar em outra coisa caso não goste.

— Não, tudo bem. — ele respira fundo. — É só que, não imaginava... eu


gostei.

— Mesmo? — Anna abre um sorriso hesitante e acaricia os cabelos do


marido.

— Mesmo. — Niall junta seus lábios novamente, desta vez um beijo mais
profundo, cheio de paixão e intensidade. — Eu amo você.

— Também amo você.

— Mamãe, papai! — Celiny entra correndo na cozinha, com Percy e o


cachorro Max correndo atrás. — As pessoas começaram a chegar.

— Bear já chegou junto com o tio Liam, podemos ir brincar no pula pula. —
Percy comenta sorrindo, passando a mão na cabeça de Max.

Bear o filho de Liam e Cheryl era alguns meses mais velho que Celiny, mas
seus pais eram muito mais protetores em relação ao o que o filho podia
fazer ou comer.

— Antes vocês precisam perguntar a mãe e ao pai dele se podem. — Anna


se afasta um pouco de Niall e descansa uma das mãos na barriga. — E não
deem doce para ele antes de perguntar aos pais também. Entenderam?
— Sim mamãe.

— Ótimo, então podem ir brincar no pula pula.

Percy volta a correr para fora e Max corre trás dele. Celiny vai ate a mãe e
abraça sua cintura, que era ate onde alcançava e beija a barriga onde seu
irmão estava se formando.

— Não fica chateado por não poder ir também, prometo que quando você
nascer eu vou brincar muito com você. — Celiny diz para a barriga da mãe,
o que faz Anna e Niall sorrirem de alegria.

— Eu e seu irmão te amamos muito filha. — Anna diz e acaricia os cabelos


da filha.

— Também amo muito vocês.

— Já escolhemos um nome pra ele. — Niall fala e Celiny se afasta e se vira


para o pai. — Quer saber qual é? — ela assente animada. — Ele vai se
chamar Reid, o nome do homem que deu o coração para o papai.

Os olhos de Celiny se arregalam e ela abre a boca surpresa.

— Eu vou correndo contar isso para o Percy e pro Bear. — Celiny sair
correndo da cozinha para o quintal, deixando Anna rindo para trás.

— Eu acho que ela gostou. — Niall comenta e Anna assente. — Ela disse que
os convidados também estão chegando. É melhor irmos para fora ajudar
Harry e Louis.

— Minha irmã disse que vai chegar mais tarde por que Calum vai precisar
receber algumas encomendas na cafeteria de Luke e ela não vai chegar
sem o namorado. — Anna informa enquanto Niall os conduz para fora.
Anne e Calum começaram a namorar a quase três anos e foi uma surpresa
para todo mundo, principalmente por que nunca tinham visto os dois
juntos, mas Anna suspeitava que eles tivessem se aproximado depois que
Luke abriu a cafeteria e Calum e Anne começaram a trabalhar lá para
ajudá-lo. Calum como cozinheiro e Anne como administradora de finanças.
— Se Luke for atrasar também lá na cafeteria é capaz que Jasper também
se atrase. — Niall comenta.

— Ela disse que vai vir junto com o Luke? — Anna pergunta surpresa.

— Ela falou que o Luke está com o carro dele na oficina e se ofereceu pra
dar uma carona.

— Não vejo a hora deles ficarem juntos logo. — Anna suspira feliz.

— É melhor não ficarmos apressando, eles estão indo com calma e pelo que
Jasper me contou não rolou nada ainda.

— Luke é sempre tão letárgico. — Anna reclama e Niall ri. — Você sabe que
ele demorou anos pra dizer que gostava de mim na época. Se Jasper não
fizer nada a respeito ela vai ter que esperar décadas.

— Querida, eles começaram a sair tem só dois meses e se eles tentarem e


não der certo seria muito difícil já que somos os amigos em comum deles. É
normal eles quererem ir com calma.

— Tem razão. — Anna concorda. — Mas se passarem mais dois meses e


nada acontecer vou precisar dar um empurrãozinho em Luke.

— E eu dou na Jasper.

— Combinado.

Ambos sorriem e se aproximam da mesa de Harry e Louis, que já estão


conversando com Liam e Cheryl. Não demora muito para que Zayn e Gigi
também cheguem com khai, sua filhinha de 3 anos de idade que se junta
com as crianças que agora brincam na piscina de bolinhas.

Anna sorri ao sentir o braço de Niall a sua volta, enquanto conversava com
os amigos. É uma sensação agradável, reconfortante que aquece seu
coração. Os primeiros anos de Celiny foram tão complicados, Niall ainda se
recuperava do transplante e Anna precisou enfrentar todas as dificuldades
de ser uma mãe cega. Harry e Louis precisaram acompanhar durante os
dois primeiros anos para ajudar Anna. Foi difícil aprender cuidar de Celiny,
principalmente quando ela aprendeu a andar, ela passou noites sem
dormir direito de preocupação. Depois que Niall se recuperou
completamente Anna conseguiu relaxar um pouco mais, sabendo que ele
jamais deixaria nada de ruim acontecer com Celiny. Niall se adequou para
trabalhar de casa e Anna pediu para que contratassem uma babá, assim
Celiny poderia ser bem cuidada e Niall poderia trabalhar mais
tranquilamente. A babá (Isabel) estava de ferias a uma semana, e não
compareceria ao aniversário, mas Celiny e Percy a amavam,
principalmente por que quando Celiny não estava na casa dos tios, Percy
estava na casa de Niall e Anna.

Com o passar dos anos as coisas foram ficando mais fáceis. Anna estava
muito orgulhosa por Celiny ser uma garotinha muito esperta e obediente,
que entendia as dificuldades da mãe e ajudava em tudo que podia. E hoje
estar reunida com as pessoas que amava era uma sensação tão
privilegiada, quase como uma realidade que não pudesse existir. Anna
tinha medo que acordasse a qualquer momento e descobrisse que nada
daquilo era real, então se apegava a sua família com todas as forças que
podia e lhes dava todo o amor. Orava para que seus dias sejam sempre
assim, repletos de sorriso, felicidades e muito amor. Que esses momentos
felizes se gravem nos corações de cada um, como ficavam gravados no
dela.

Ela levaria cada um desses momentos para o resto da vida, se sentindo


sortuda por tudo que pode viver e presenciar com sua família.

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