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UNISANTOS

Babosa (Aloa vera (L.) Burm.f).


Raissa Querino.

INTRODUÇÃO
Possivelmente nativa da África, a babosa é cultivada em regiões tropicais e subtropicais e
pode ser identificada, também, por seu nome científico: Aloe vera. Ela possui propriedades
antibactericidas e anti-inflamatórias de substâncias ativas que estão concentradas na casca da
folha e no gel da Aloe vera. 6
Na China, a babosa era conhecida como "remédio harmonioso". Para os hindus, era uma
planta que crescia nos Jardins do Paraíso e recebia o nome de "curandeira silenciosa". Graças
às missões espanholas ela foi trazida à América e foi, rapidamente, incorporada como planta
de cura pelas populações indígenas. Existem referências que afirmam a existência de vasos
onde a babosa era cultivada pela tripulação de Cristóvão Colombo, para curar possíveis
enfermidades. 7
Aloe, o nome de seu gênero, provém do grego alóe, do árabe alloeh e do hebraico halal:
Ambas significam "suco amargo e brilhante". “Vera”, seu epíteto específico, indica
"verdadeira", uma referência às demais espécies do gênero que não possuem as desejadas
propriedades medicinais desta espécie. O nome babosa ou erva-babosa, no Brasil, está
relacionado ao gel viscoso das suas folhas, considerado "uma espécie de baba" pela
população em geral. 7

NOME COMUM: Babosa.7

NOME CIENTÍFICO: Aloa vera (L.) Burm.f. 7

FAMÍLIA BOTÂNICA: ALOEACEAE, LILIACEAE, ASPHODELACEAE e


XANTHORRHOEACEAE (Pertencem ao mesmo grupo.)
Com o passar dos tempos a família Asphodelaceae, de acordo com sistema de Cronquist de
1981, passou a pertencer a família Liliaceae. 7

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA: A Babosa é uma planta perene, herbácea e suculenta de


até 1 m de altura. Suas folhas são verdes ou verdes acinzentadas, com manchas
esbranquiçadas quando jovens, grossas, carnosas, côncava na parte superior e convexa na
parte inferior, medem de 30 a 60 centímetros de comprimento por 7 a 8 cm de largura, e com
espinhos pequenos nas extremidades. Estão dispostas em rosetas e presas a um caule muito
curto, que quando cortadas deixam escoar um suco viscoso, amarelo e muito amargo. As
flores são vistosas, apresentam tonalidade vermelho - amarelada, em formato de espigas,
formadas de seis peças ao longo de um pedúnculo. O fruto é uma cápsula triangular fina
(20mm), que guarda em seu interior as sementes numerosas, pardo-escuras, achatadas e
reniformes. 2

Figura 1: Foto da planta.

Fonte: Foto realizada na Universidade Federal do Ceara – Campus do PICI.

Figura 2: Foto da flor.

Fonte: Foto por Ricardo Cardoso Antonio.

Figura 3: Foto da folha.


Fonte: http://www.plantasonya.com.br/hortas-e-medicinais/babosa-aloe-vera-l-burm-f.html

Figura 4: Foto do fruto.

Fonte: Foto por Ricardo Cardoso Antonio.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA: A folha, em secção transversal, mostra estrutura


isobilateral e é anfiestomática, com estômatos numerosos, do tipo tetracítico. Apresenta uma
única camada epidérmica, recoberta por espessa cutícula ondulada. A secção transversal da
lâmina foliar mostra duas zonas distintas, a mais externa verde, correspondente ao
clorênquima e a mais interna incolor e mucilaginosa, correspondente ao parênquima aquífero.
Abaixo da epiderme pode ocorrer uma primeira camada distinta de células clorenquimáticas,
em paliçada, seguida de 10 a 18 camadas de células clorenquimáticas, ricas em amido, além
de idioblastos contendo feixes de ráfides de oxalato de cálcio. Na zona de contato entre o
clorênquima e o parênquima aquífero ocorrem feixes vasculares do tipo colateral, em linha
paralela à epiderme, alternados com três a cinco células de clorênquima. A porção superior de
cada feixe encontra-se em contato com o clorênquima e as porções mediana e inferior
penetram no parênquima aquífero. Os feixes vasculares são envolvidos por uma bainha
parenquimática contendo amido.
Internamente a essa camada e próximo ao floema, encontra-se um agrupamento de três a
cinco células muito grandes, além de outras menores, poliédricas, um pouco alongadas em
direção ao eixo da folha, e de paredes finas, chamadas células aloéticas, repletas de látex
amarelo, viscoso, denominado de líquido aloético ou suco de aloe. No momento em que a
folha é seccionada transversalmente há o extravasamento do líquido aloético proveniente de
cada feixe. O floema é externo e pouco desenvolvido, e o xilema é formado por dois a quatro
elementos traqueais com algumas fibras. O parênquima aquífero ocupa geralmente 75% da
espessura da lâmina, sendo formado por células muito grandes em relação às do clorênquima,
incolores, de paredes finas, cheias de mucilagem, dispostas perpendicularmente à epiderme.
Idioblastos contendo ráfides de oxalato de cálcio também ocorrem nesse parênquima. 8

Figura 5: Fotomicrografia da aloe vera.

Fonte: http://www.microscopia.bio.br/aloe-vera---babosa.html

Figura 6: Representação macroscópica e microscópica.


Fonte: aloe_vera_folha_2017.pdf.
Legenda:
A - aspecto geral da planta sem a inflorescência.

B - aspecto geral de uma folha.

C - vista frontal da epiderme voltada para a face adaxial; estômatos (es).

D - vista frontal da epiderme voltada para a face abaxial; estômatos (es).

E - aspecto geral da folha em secção transversal; clorênquima (cl); cutícula (cu); epiderme (ep);
parênquima aqüífero (pa); feixe vascular (fv).

F - detalhe da porção assinalada em E; célula aloética (cal); clorênquima (cl); cutícula (cu); epiderme
(ep); estômato (es); floema (f); feixe vascular (fv); grão de amido (ga); parênquima aquífero (pa);
ráfides (r); xilema (x)

PARTE DA PLANTA UTILIZADA: A folha. A Aloe vera demora de quatro a cinco anos
para atingir a maturidade e suas folhas podem ser divididas em duas partes. Pode se extrair
um suco da parte mais externa, que recebe a denominação de Aloé quando concentrado e
seco. Esse suco flui espontaneamente das folhas cortadas e possui cor marrom escura, além
do sabor muito amargo e o forte odor. É composto principalmente por derivados antracênicos
sendo as aloínas (barbaloína e isobarbaloína) os mais conhecidos (Atherton, 1997; WHO,
1999). 5

o Aloé, durante o século dezoito e dezenove, foi popularmente prescrito por seus efeitos
catárticos, que são mais fortes que de qualquer outra planta conhecida. Atualmente, não é
mais recomendado como primeira escolha entre as preparações laxativas devido aos efeitos
colaterais resultantes, tais como cólica severa e náusea (Haller, 1990; WHO, 1999; Cunha,
2005). 5

Obtêm-se um gel mucilaginoso com aparência viscosa e incolor que recebe o nome de gel de
A. vera logo após a eliminação dos tecidos mais externos da folha. Constitui-se
principalmente por água e polissacarídeos, além de vitamina A, B, C e E, cálcio, potássio,
magnésio e zinco, diversos aminoácidos, enzimas e carboidratos, entre 70 outros
componentes. (Teske & Trentini, 1997; Femenia et al., 1999; Carvalho, 2005; Surjushe,
2008). 5

A composição do gel pode ser afetada por alterações sazonais e de cultivo. Nas plantas bem
irrigadas os níveis de polissacarídeos, um dos componentes ativos, são menores. O
processamento das folhas também deve ser feito logo após a colheita, pois o gel oxida
rapidamente quando entra em contato com o ar (Yaron, 1993; Rodríguez-González et al.,
2011). 5

A indústria cosmética, alimentícia e farmacêutica utiliza o gel como matéria prima e diversas
técnicas são empregadas para sua conservação (Atherton, 1997; Eshun & He, 2004; Cunha,
2005;). 5

A técnica de processamento mais utilizada pela indústria é a pasteurização e um dos métodos


sugeridos é o HTST (temperatura alta, tempo curto, sigla em inglês) onde o gel é aquecido à
65ºC por no máximo 15 minutos seguido por rápido resfriamento à 5ºC ou menos.
Rodríguez-González et al. (2011) relata que há uma diminuição significativa nos níveis de
acemanana, um dos bioativos do gel, além de outras alterações em amostras pasteurizadas a
85ºC, provavelmente devido à degradação térmica. 5

Outro método utilizado é a desidratação, que de acordo com Femenia et al. (2003) quando as
amostras foram tratadas com temperaturas acima dos 60ºC houve uma perda significativas de
acemanana e outros compostos. 5
Para que o gel apresente os efeitos farmacológicos esperados o emprego de técnicas de
processamento que conservem os ativos do gel de maneira adequada é essencial (Eshun &
He, 2004). 5

COMPONENTES QUÍMICOS:

Figura 7: Tabela dos componentes químicos.

Fonte: Domingues-Fernandez et al. (2012)

ASPECTO ECOLÓGICO: A cultura do Aloe vera é um perfeito exemplo da utilização


sustentável dos recursos naturais, pois não há agressão ao meio ambiente em nenhuma das
etapas do seu processo, por dispensar o uso químico de adubos e de defensivos. O corte das
folhas nada é apenas uma poda, não prejudicando a planta. Dessa forma, seu ciclo produtivo é
ampliado para 10 a 12 anos. A operação de extração do gel da folha é feita manualmente ou
mecanicamente, enquanto os rejeitos das folhas se transformam em adubo orgânico. Recurso
natural com exploração sustentável, fonte de geração de emprego, renda e divisa com elevado
fator social, devido ao grande volume de mão de obra empregada na colheita, com fixação do
homem no campo e na unidade de processamento da folha instalada próximo as áreas de
produção, pois após a operação de corte das maiores folhas da base da planta, o tempo
máximo requerido é de 36 horas para a indústria efetuar a extração do gel, provavelmente no
caso do nosso semiárido quente, este tempo seja antecipado. 5

SEMENTES E PROPAGAÇÃO: A propagação da Aloe é feita pelos perfilhos ou rebentos


que brotam ao redor da planta-mãe. Esses perfilhos são separados e cultivados em um viveiro
para enraizar. Em outras espécies: nascem ao lado do tronco (A. arborescens), ou afloram no
solo pelos rizomas (A. saponaria). O uso de estacas de raízes não produz muitas mudas (só é
empregado eventualmente), e as folhas raramente enraízam. 5

Figura 8: Rebentos que brotam ao redor da planta-mãe.

Fonte: QUEIROGA et al. (2019)

As sementes são responsáveis pela reprodução sexual, as mesmas são polinizadas e se


desenvolvem a partir de flores, mas tudo se sucede no escapo floral da planta do Aloe vera.
Porém, na prática são estéreis, devido à esterilidade das flores masculinas (falta de
sincronização entre a maturação do pólen e a receptividade do estigma). Não há a ocorrência
da autopolinização mesmo apresentando os órgãos femininos e masculinos na mesma flor,
pois a mesma necessita do pólen de outra planta para se fertilizar. Tampouco funciona o
cruzamento entre uma planta mãe e seus perfilhos, sendo necessária ter duas plantas
geneticamente distintas. Portanto, o procedimento de propagação sexual da espécie não se
utiliza na prática dada à ocorrência do fenômeno de hibridação (MORENO et al., 2012). 5

Figura 9: Sementes estéreis de Aloa vera.


Fonte: AloaveraLivrocompleto.pdf

CULTIVO:

SISTEMA DE PRODUÇÃO: Para o cultivo do Aloe vera orgânico se deve aplicar as


melhores condições agronômicas ao longo do seu ciclo vegetativo, visando obter um elevado
desenvolvimento foliar e a maior produtividade de uma planta. Seria conveniente para os
municípios envolvidos na produção que crie o território de Denominações de Origem do Aloe
vera, como elemento fundamental para defender um padrão de qualidade nas zonas
integradas, que sem dúvida redundará positivamente sobre os produtores e consumidores.
Algumas técnicas de cultivos empregadas pelos aloecultores: 5

ESCOLHA DA ÁREA: Durante a seleção do terreno, deve-se verificar a presença ou não de


camadas compactas. As principais características que devem apresentar o terreno são:
- O solo deverá ter pelo menos 50 cm de profundidade, ante de encontrar a camada
impermeável;
- Que o solo seco não vá rachar, já que pode romper as raízes. Portanto, recomenda-se evitar
os solos argilosos expandidos que podem apresentar essa característica;
- Escolher terreno bem drenado, que não seja alagado ou encharcado, pois evita que a
planta tenha problemas de fungos;
- Que a pendente do terreno não seja muita inclinada. No caso de inclinação elevada,
estabelecer o cultivo em terraços ou curvas de nível, para evitar as perdas de solo e nutrientes
por erosão.
Ou seja, é importante alertar que o Aloe vera não tolera áreas compactadas nem encharcadas,
pois dificultam o seu pleno desenvolvimento; portanto, deve-se optar por áreas de elevações
suaves com exposição Leste-Oeste, de forma a proporcionar maior luminosidade (fator
preponderante para o seu desenvolvimento) (SILVA; BELTRÃO, 1999; SILVA et. al., 2008).
5

ANÁLISE DE SOLO E CALAGEM: É aconselhável realizar uma análise de solo que é


basicamente uma ferramenta para recomendações de calagem antes de iniciar o plantio do
Aloe Vera. O suprimento de cálcio é imprescindível para controlar a acidez dos solos, reduzir
os níveis de Al+3 e atuar como fonte de Ca+2 e Mg+2 para as culturas agrícolas. Em caso de
necessidade, o calcário deve ser colocado no solo dois meses antes do plantio, para que o
calcário tenha produzido a correção pretendida ou a disponibilização de Ca e Mg na
quantidade esperada. Para o cultivo orgânico de Aloe vera pode ser atendido através da
calagem com calcário dolomítico (AUGSTBURGER et al., 2000). 5
Em áreas que se cultiva normalmente o Aloe vera, há a necessidade de uma aração,
aplicando-se o calcário e, a seguir, uma gradagem para complementação da aração e
incorporação do calcário. Os equipamentos utilizados para estas operações podem ser
tratorizados ou a tração animal (SANTOS et al., 2006). 5

PREPARAÇÃO DO SOLO: Pelo fato do cultivo do Aloe vera apresentar um ciclo


prolongado de 10 anos, é necessário realizar melhorias ao solo com práticas mecânicas que
permitam obter um adequado volume de solo para a planta desenvolver suas raízes,
consequentemente elas irão captar mais água e ar, ou seja, o manejo do solo visa melhorar a
estrutura do solo e eliminar as ervas daninhas, cuja atividade é efetuada com maquinaria ou
animais. 5
A preparação do solo é feita com aração profunda para cobrir os restos de cultura
completamente (cultivos anteriores), a uma profundidade não inferior a 15 cm. Utilizar
sistemas conservacionistas para a preparação do solo é recomendável, empregando
cultivadores que removem o solo deixando os resíduos na superfície, devido principalmente
aos seguintes fatores: as plantas de Aloe vera não são boas protetoras do solo; os solos onde
predomina a cultura (franco-arenosos ou solos arenosos) são naturalmente sujeitos à erosão e
não é recomendável o repasse excessivo de implementos durante o preparo o solo. 5
A planta de Aloe vera é considerada uma espécie que não é muito exigente no preparo do
solo, devido ao uso de rebentos no plantio, além de apresentar um sistema radicular pouco
profundo. Essas plantas apenas necessitam de um solo com boa estrutura físico-química.
Mesmo assim a profundidade de preparo do solo deve ser modificada em cada período de
cultivo. Se a camada compactada estiver a menos de 30 cm de profundidade, ela pode ser
rompida com arado de aivecas ou arado escarificador, atuando nessa profundidade
(CASTRO; LOMBARDI NETO, 1992). 5

Figura 10: Preparo do solo com arado de aiveca ou arado escarificador.


Foto: Odilton Reny. 5

O arado de discos é menos vulnerável a estas obstruções, pois o movimento giratório dos
discos faz com que eles girem sobre o solo e a vegetação, cortando-os (GADANHA JÚNIOR
et al., 1991. Deve- se dar preferência ao uso de arado com discos recortados para uma melhor
eficiência no preparo de solo com aração. 5

Figura 11: Preparo do solo com arado de disco e modelo de disco arado com perfil
recortado.

Fonte: José Barbosa. 5

Preparo convencional – Consiste no emprego do arado aiveca na profundidade aproximada


de 20 cm e/ou grade acionado por trator ou animal. Para solos arenosos ou mesmo de textura
franco-arenosos, já trabalhados muitas vezes, só necessitam de uma ou duas gradagens no
preparo do solo antes da semeadura, na última gradagem, se amarra a este um tronco roliço
para aplanar o terreno, visando uniformizar o terreno, eliminando os torrões. 5
Figura 12: Operação de gradagem do solo para nivelar o terreno.

Fonte: Vicente De Paula. 5

Em seguida, adota-se a tecnologia de camalhão com superfície retangular ou abaulada, à qual


é preparada através do implemento sulcador adaptado (lâmina sobre os discos sulcadores), o
que tem permitido alcançar o estabelecimento de populações adequadas de plantas de Aloe
vera em pouco espaço de tempo. Os leirões devem ser realizados seguindo as curvas de nível
em terrenos muito inclinados, por favorecer a erosão do solo. Posteriormente, se abrem
manualmente as covas para plantio dos rebentos. Por outro lado, em terrenos ligeiramente
inclinados para as plantas, fica mais fácil à drenagem do excesso de água procedente da
chuva ou de irrigação, o que dispensa a formação de leirões. 5

Figura 13: Formação de leirões preparados com o sulcado adaptado para o plantio do Aloe
vera.
Fonte: Alamy Stock. 5

Figura 14: Na primeira imagem (terreno plano e não inclinado) o plantio exige a formação
de leirões. Na segunda imagem (terreno ligeiramente inclinado) dispensa a formação de
leirões.
Fonte: AloeveraLivrocompleto.pdf

Preparo mínimo – Significa remover e aflouxar a terra unicamente onde se vai semear,
dessa forma conserva-se a estrutura do solo e evita sua compactação, além de economizar
mais trabalho em comparação ao preparo convencional. Outra vantagem do preparo mínimo é
que os cultivos podem ser realizados imediatamente, depois que o cultivo anterior tenha sido
colhido. 5

MARCAÇÃO DE PLANTAÇÃO: Deve-se iniciar a preparação do terreno no mês anterior


ao período das chuvas para conseguir uma boa plantação. Os trabalhos de preparação mais
comuns são de aração cruzada, a uma profundidade de 25 cm, e a gradagem superficial para
provocar a pulverização dos torrões grandes e finalmente realizar a marcação do plantio.
Essas atividades dependem das condições do terreno, o grau de mecanização e o sistema de
produção adotado e são realizadas para o estabelecimento da plantação do Aloe vera. 5
Uma vez determinada à primeira fileira de plantio no terreno (linha mestre, que deve ser em
nível, em terreno declivoso), os operários em cada extremidade do campo devem marcar com
piquetes suas cabeceiras, usando varas do tamanho de 80 cm, visando à marcação das demais
fileiras paralelas de plantio do campo. Em seguida, os operários se posicionam em cada linha
riscada do terreno (extremidades do campo) e colocam os piquetes para esticar a corda
marcada com a fita adesiva no espaçamento (50 cm entre plantas) exigido para a espécie Aloe
vera. Com uma demarcação paralelamente a cada 80 cm, se cria a segunda e as demais
fileiras aproveitando-se da colocação dos piquetes nas suas cabeceiras. Uma vez esticada a
corda entre os dois piquetes posicionados nas suas cabeceiras, previamente marcada com
auxílio de uma trena, providenciam-se a marcação das covas entre plantas (50 cm) e sua
respectiva abertura com uma enxada ou cavador. 5

Figura 15: Corda de nylon no espaçamento de 50cm por fitas adesivas em duas cores para
facilitara a abertura de covas. Plantio em curva de nível.

Fonte: Vicente De Paula. 5

ÉPOCA DE PLANTIO: Um mês antes do período das chuvas é o período ideal para se
iniciar o plantio, pois as raízes dos rebentos já estão desenvolvidas o suficiente para
aproveitar a umidade do solo. Após o desprendimento da planta-mãe, o rebento imitirá uma
boa quantidade de raízes no transcurso de até um mês e estará preparado para receber água e
nutrientes no início das chuvas. Em muitos casos, o fator limitante pode ser a dureza do solo
seco em não permitir o preparo pelo trator. 5
Entretanto, se o cultivo for estabelecido, quando a chuva tenha começado, o rebento não irá
aproveitar a umidade do solo por falta de raízes, além de aumentar o risco de apodrecer. É
importante mencionar que caso haja a realização de um plantio tardio (uma vez iniciadas as
precipitações) a disponibilidade de água que terá os rebentos será menor, e seu período de
estiagem aumentará, consequentemente, haverá um retraso no desenvolvimento da lavoura. 5

ESTABELECIMENTO DO CAMPO: PLANTIO: No plantio, a muda deve ser colocada


em perfeito alinhamento com a fileira, na posição vertical, e mantida em profundidade
adequada, de forma a enterrar parcialmente o bulbo, deixando a parte de inserção das folhas
do colo fora da terra. Deve-se comprimir, com os pés, a terra à sua volta para oferecer maior
sustentação, nesse período, deve-se fazer vigilância permanente da lavoura, que por efeito do
vento ou da chuva pode provocar o tombamento ou mesmo o arranquio das mudas. 5

Figura 16: Aloa vera em perfeito alinhamento com a fileira e na posição vertical.

Fonte: AloeveraLivrocompleto.pdf

PRODUÇÃO DE REBENTOS EM VIVEIRO: De acordo com seu desenvolvimento, os


rebentos podem ser transplantados a um viveiro em covas de 20 cm de profundidade, os quais
irão receber um manejo técnico adequado de irrigação. O propósito agronômico de um
viveiro é a obtenção de plantas homogêneas e livres de fitopatógenos com maior adaptação
ao meio em que deseja implantar nova plantação. Somente dessa forma é que se conseguem
obter uma plantação de qualidade. 5
Uma vez separados da planta-mãe, quando alcançam uns 25 cm, os rebentos devem repousar
à sombra durante uns 15 dias em um lugar seco e ventilado, já que não se deve regar e não
expor ao sol para sua correta cicatrização vegetal. Posteriormente, os rebentos são
transportados a viveiros de diversas formas: sacos, macetas de plástico etc. 50% de terra,
25% de areia e 25% de matéria orgânica é a mescla exata para o substrato empregado. A
partir de dois meses, os rebentos aclimatados podem ser transplantados à parcela definitiva. 5
Alguns produtores desinfetam os rebentos para evitar a ação de patógenos. Por ser
considerada efetiva e econômica, a calda bordalesa é utilizada como tratamento nas mudas do
viveiro. Nunca se deve empilhar os rebentos por muitos dias, pois o material pode esquentar e
acaba apodrecendo, mas tudo isto irá depender principalmente do clima do lugar. 5
É necessário organizar o plantio obedecendo o espaçamento entre fileiras de rebentos com
0,20 cm e entre rebentos com 0,20 cm para facilitar o manejo no viveiro de Aloe Vera. Cada
rebento é enterrado até a base das folhas, pressionando com o pé ao redor da planta para não
deixar bolsa de ar, assim evita podridão na raiz. Quando o campo é conduzido em regime de
irrigação, o transplante dos rebentos do viveiro pode ser realizado em praticamente durante
qualquer mês do ano. 5
Um dos benefícios proporcionado pela utilização do viveiro é a seleção de rebentos mais
vigorosos e isentos de pragas e doenças. Por último, a muda de Aloe produzida em viveiro,
uma vez atingindo a altura mínima de 20 cm, está em condições de ser transplantada para o
terreno definitivo. 5
Os rebentos devem ter de 25 a 30 cm de altura, para obter uma colheita em 24 meses e de 45
a 50 cm para colheita em 18 meses. As raízes devem ser aparadas a 2,0 cm de comprimento
durante o transplante. As folhas devem ser túrgidas (entumecidas) e não mostrar manchas ou
pontos secos. 5

ESPAÇAMENTO: O número de plantas de Aloe vera por hectare pode variar em função do
lugar geográfico (clima, inclinação do terreno...), das condições físico-químicas do solo (pH,
drenagem...), etc, oscilando entre 1.500 e 15.000 plantas, dependendo da espécie cultivada irá
produzir gel ou látex e se o plantio é em condições de sequeiro ou irrigado. Deve se levar em
conta no plantio de Aloe vera a sua posição solar (ideal seria norte-sul: o sentido das fileiras),
já que a planta necessita de uma elevada luminosidade anual para o seu bom desenvolvimento
(MORENO et al., (2012). 5
No caso do plantio em condições de sequeiro e em terreno inclinado, recomenda-se o
espaçamento de 2,0 m x 2,0 m, tanto entre fileiras como entre plantas, o que equivaleria a
uma densidade vegetal de 2.500 plantas/ha. Para um terreno plano com ligeira inclinação, a
distância entre plantas pode ser reduzida a 1,0 m x 1,0 m, aumentando a densidade a 5.000
plantas/ha. 5
IRRIGAÇÃO: Por ser uma planta suculenta, o Aloe é muito resistente à falta de água e, em
geral, a secagem, porque antes de voltar a irrigar é conveniente verificar a umidade da terra e
checar se não está seca. Ao contrário, o estresse hídrico faz com que a planta de Aloe
consuma suas reservas hídricas armazenadas em quase todo o volume foliar, cujo sintoma irá
manifestar como se as folhas aparecessem retorcidas (dobradas) para seu interior. 5
A planta de Aloe vera é extremamente sensível a uma irrigação com água de baixa qualidade
agronômica (salobra), a qual pode aumentar a salinidade no solo, afetando a sua
permeabilidade, assim como causar danos as plantas cultivadas por acúmulos de íons tóxicos
em seus tecidos vegetais, como o sódio, cloro, boro etc. Além disso, pode haver uma
diminuição no seu crescimento caso a concentração de sais no solo esteja alta. 5
É recomendado a realização de poucas irrigações, mas que sejam frequentes durante a época
de verão. Em caso de irrigação por inundação, pode ser aplicada uma lâmina de água
reduzida de 10 a 15 cm a cada 20-30 dias, embora que tudo irá depender do tipo de solo onde
o campo está instalado. Deve-se manter a mesma na parte superior do leirão para evitar o
contato direto da planta com a umidade, de forma que as águas irrigadas não cheguem à base
foliar, o que poderia afetar negativamente à raiz. 5

Figura 17: Irrigação por gotejamento.

Fonte: AloeveraLivrocompleto.pdf

O fluxo de água no sistema de gotejamento é variável segundo a pressão, podendo estar


compreendido entre 2 à 8 litros/hora, abrangendo um reduzido volume de solo e com um
consumo de água muitíssimo inferior a qualquer outro tipo. O intervalo de irrigação (turno de
rega) irá depender de dois fatores: as condições climáticas (temperatura, umidade, ventos...) e
o tipo de solo que predominam na região de cultivo. Pode-se retirar o monitoramento do teor
hídrico do solo diretamente das amostras edáficas (trado) ou usando os instrumentos:
tensiômetro, TDR e sonda de nêutrons. 5
O tensiômetro é formado por cápsulas porosas contendo água em sua cavidade que são
dispositivos de medição de tensão ou sucção que é mantido em contato com a superfície do
solo, ou neste inserido. Para seu funcionamento é introduzido o tubo com a cápsula no solo
até 30 cm de profundidade. Logo, o manômetro de vácuo já pode registrar a tensão em que se
encontra a água do solo circundante ao tensiômetro. À medida que a terra vai perdendo
umidade, a água no tubo tende a sair pela extremidade porosa de porcelana, descendo assim o
nível hídrico do aparelho e produzindo um espaço vácuo relativo na parte superior da coluna,
o qual é registrado pelo manômetro. O contrário sucede, quando o solo aumenta a umidade. 5
Em geral, são utilizados dois tensiõmetro, um na superfície e outro na zona mais profunda, o
tensiômetro de superfície tem a função de indicar a frequência de irrigação (turno de rega) e o
localizado na zona mais profunda à de calibrar o tempo de irrigação. 5
Uma planta de Aloe vera com suficiente umidade produzirá uma folha nova a cada 15 dias, o
que significa que terá seis folhas colhidas a cada trimestre. Entretanto, quando a planta sofre
um estresse hídrico, a produção de folha diminui pela metade e, ao mesmo tempo, adquire um
peso bem inferior. Caso contrário, quando ocorre excesso de água, seja por irrigação
exagerada, seja por chuvas e/ou má drenagem do solo, as folhas, principalmente as
localizadas na parte inferior, apresentam- se moles ao tato, dobrando-se facilmente pelo
próprio peso. Pode ocorrer apodrecimento na base da folha, a qual se desprende da planta. Se
houver falta de água, as folhas tornam- se finas e voltadas para dentro da planta. A planta
tolera solos pobres, mas não suporta solos compactados ou muito argilosos. 5
Os resultados de incremento produtivo do Aloe vera podem ser explicados por seu tipo de
fotossíntese quando o cultivo é conduzido em condições de irrigação. Os Aloés pertencem às
plantas MAC (metabolismo do ácido crassuláceo), as quais apresentam transpiração noturna,
já que abrem seus estomas na parte da noite e fixa o carbono em ácidos orgânicos,
principalmente o málico. Esse tipo de fotossíntese permite que a planta obtenha ganhos
líquidos de carbono com perdidas mínimas de água. Essas plantas irrigadas elevam sua
produtividade, ao abrir os estomas durante o dia, pois conseguem alcançar uma maior
atividade fotossintética, sem se importar com a quantidade de água transpirada, uma vez que
sob esta condição a água deixa de ser um fator limitante (BIDWELL, 1987). 5
O sistema de raiz dos Aloés é superficial, o qual facilita a absorção de água de chuva,
geralmente escassa no semiárido brasileiro, que somente umedece a superfície do solo. Essas
características dos Aloés representam uma eficiência de uso da água até seis vezes maior que
a das plantas com metabolismo C3, como o trigo (BORLAND et al., 2009). 5

ADUBO ORGÂNICO: A matéria orgânica na cova/sulco de plantio tem duas finalidades


principais. A primeira é a de servir como fonte de nutrientes de disponibilidade lenta às
plantas. Devido a este fato, a maior parte dos nutrientes liberados durante sua decomposição,
é assimilada pelas raízes das plantas, havendo pouca perda. A segunda é a de constituir-se em
condicionador do solo, sendo responsável por melhor agregação das suas partículas,
facilitando a infiltração de água; aumentar a retenção de umidade, etc. que provocam
melhorias generalizadas no solo, levando a uma condição muito mais favorável ao
crescimento e produção das plantas cultivadas. Anualmente, aplica-se a matéria orgânica
(esterco de gados, ovelhas ou cabras). 5
Entretanto, no cultivo ecológico do Aloe vera é recomendado apenas a utilização de adubos
orgânicos, os quais têm apresentados resultados satisfatórios. Ao aplicar fertilizantes
químicos está contraindicado por acumular traços ou resíduos minerais nas folhas, o que é
repelido internacionalmente pelas indústrias que utilizam essa matéria-prima. Vale destacar
que as plantas (rebentos) de Aloe vera necessitam de 2 a 3 meses para formar suas primeiras
raízes verdadeiras, de forma que durante seu primeiro trimestre de cultivo apenas absorverá
nutrientes. Dessa forma, ao realizar a adubação orgânica de fundação, recomenda-se esperar
uns seis meses para voltar novamente a adubar (MORENO et al., 2012). Durante os anos
subsequentes, seria conveniente aplicar de 5 a 10 t/ha de adubo animal, principalmente no
período de chuvas e/ou após o corte de folhas (colheita). 5
Os adubos orgânicos sob os resíduos de origem animal ou vegetal, na forma sólida ou líquida,
podem ser utilizados para a fertilização dos solos, sendo rico em nutrientes, tais como
nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, cobre e zinco. Um dos
macronutrientes encontrados no esterco é o potássio, considerado o elemento mais elevado no
solo pelo uso contínuo. Na plantação de Aloe vera sob baixa deficiência de nitrogênio poderá
produzir um escasso crescimento foliar e seu sintoma característico é o aparecimento de
folhas avermelhadas nas mais velhas. A falta de fósforo também é observada por uma
redução do crescimento, mas o indício visual mais evidente é a coloração verde brilhante que
tomam as folhas mais jovens e a clorose apical nas folhas maduras. Já a deficiência de
potássio, além de afetar o crescimento, causa a necrose basal nas folhas mais antigas,
enquanto nas folhas jovens conservam uma cor verde-azulada e crescem curvadas para baixo.
(MORENO et al., 2012). 5

CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS: É uma planta característica de climas tropicais e


subtropicais. Essa planta suculenta pode ser cultivada em qualquer lugar do Brasil, que é um
país tropical, mas se adapta ainda melhor com o clima do nordeste do país, por ser uma planta
do deserto, que gosta muito do calor, não de tanta água. Sofre um pouco em épocas de chuva,
pois a planta fica amarelada. É fortemente heliófita e xerófila, vegeta geralmente em locais
ensolarados, mais frequentemente em locais rochosos ou pedregosos (SILVA JUNIOR,
2003). 5
Além disso, deve ser cultivada em locais protegidos de ventos frios hibernais e geadas, requer
exposições mais quentes (leste e norte), requer pelo uso de quebra- ventos, os ventos frios
predispõem à ocorrência de avermelhamento generalizado nas folhas. O excesso de radiação
solar pode originar folhas finas, ressecadas e com aparência bronzeada. As folhas podem
adquirir também uma arquitetura mais horizontal do que inclinada. Em condições de estresse,
observa-se um rebrote acentuado. Plantas que produzem menos polpa e mais látex amarelo
são aquelas mais expostas ao sol. 5
Mesmo assim, apresenta uma grande adaptação em relação à sua altura sobre nível do mar,
classe de solo e clima. Tem um melhor desempenho em climas quentes e secos com as
temperaturas de 18-40 graus e alturas de zero a 1.500 m sobre o nível do mar, em regime
pluvial de 400 mm a 2.500 mm/ano e umidade relativa entre 65-85. Em áreas com baixa
precipitação (menos de 600 mm), o Aloe desenvolve-se lentamente e a planta não cresce em
condições de estiagem prolongada, a não ser que se complemente com água de irrigação por
gotejamento durante a estação menos chuvosa. Ao contrário, as baixas temperaturas, o
excesso de umidade e os terrenos mal drenados afetam significativamente o seu
desenvolvimento, podendo provocar necrose das folhas e da raiz (SANTOS, 1995;
MORENO et al., (2012). 5
As propriedades físico-químicas do solo que afetam o desenvolvimento das raízes e, por
conseguinte, do crescimento da planta são sua profundidade, a textura, o encharcamento do
solo, a salinidade e o teor de nutrientes. É uma planta pouco exigente em solos férteis, sendo
mais adaptada aos solos bem drenados, textura média, preferencialmente franco com
tendência arenosa, sem acidez, permeáveis e solto. (CORREA JÚNIOR et al., 1991). Apesar
de suas raízes secundárias e terciárias se expandirem superficialmente, para a planta de Aloe
vera, em geral, uma profundidade mínima do solo seria a compreendida entre os 50-60 cm. 5

Figura 18: Temperaturas e precipitações médias em Santos. (1999 – 2021).

Fonte: climate-data.org.

Em Santos, pelo clima ser tropical, existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano.
Mesmo no mês mais seco a pluviosidade ainda é alta. A classificação do clima é “Af” de
acordo com a Köppen e Geiger. A temperatura média é de 22.0 °C e a pluviosidade média
anual é de 1922 mm. 9
Junho é o mês mais seco com cerca de 97 mm, já em janeiro a quantidade é alta com uma
média de 236 mm. 9
INDICAÇÕES: Filho (2012) explica que as substâncias ativas da Aloe vera penetram nos
tecidos mais profundos da pele, inibindo e bloqueando as fibras nervosas periféricas,
interrompendo de modo reversível a condução dos impulsos e apresenta atividade anti-
inflamatória auxiliando na redução da dor. 6
Ainda de acordo com Filho (2012) a Aloe vera tem uma ação similar aos esteroides, como a
cortisona, para tratamentos de bursites, artrites, lesões, golpes, picadas de insetos, mas com
menos efeitos colaterais comparado a cortisona. 6
Sobre o Aloe vera em uso terapêutico, Bueno e Paula (2016) verificaram que inclui
atividades cicatrizantes, emolientes, hidratantes, antimicrobianas e anestésicas, além de
estimular o sistema imunológico, possuir ação antitumoral que inibe células cancerígenas e
reduzir o processo inflamatório. 6
De acordo com Tena (2020) os nutrientes presentes na Aloe vera ajudam a reduzir os sinais
do envelhecimento provocados pelas alterações hormonais na menopausa. 6
Já pelos levantamentos de Gomes e Ribeiro (2017) são comprovadas as atividades de
cicatrização de feridas e queimaduras, assim como a cicatrização nos processos de feridas
crônicas que ocorrem a perda tecidual, também foram evidenciados nos trabalhos a ação anti-
inflamatória para fissuras anais. 6
Não foi encontrado nenhum artigo específico comprovando a eficácia da utilização de Aloe
vera na cosmetologia. Apenas a constatação nos artigos que Aloe vera contém em torno de 75
compostos químicos, proporciona hidratação da pele, lubrificação dos cabelos além de
propriedades umectante, calmante, analgésico e regenerador da pele. (Gomes e Ribeiro,
2017) 6
A presença dos polissacarídeos na mucilagem estimula a atividade dos macrófagos e dos
fibroblastos que atuam na síntese de colágeno promovendo a reparação do tecido. Os
polissacarídeos da mucilagem também têm atividades anti-inflamatória, imunoestimulante,
antibacteriana, antiviral, antifúngica, antidiabética, antineoplásica e antioxidante. (Reynolds,
1999 e Hamman, 2008, apud Saad et al., 2018) 6
Nos trabalhos de Faleiros et al., (2009) ficou comprovado que a utilização de extrato glicólico
de Aloe vera sobre o processo de cicatrização e epitelização de feridas experimentais em pele
de ratos facilitou o processo de cicatrização evidenciando-se de forma macroscópica e
microscópica. 6

FORMAS FARMACEUTICAS:
Pomada: São preparações semissólidas para uso externo. Devem ser fáceis de aplicar. Sua
viscosidade plástica pode ser controlada modificando a fórmula. As pomadas são
normalmente usadas como: 12

• Barreira protetora: Previne a absorção de substâncias perigosas através da pele;


• Veículo: Incorpora-se modificações;
• Emolientes: Deixam a pele mais flexível e hidratada (BRASIL, 2012).

As bases para pomadas podem ser oleaginosas e absorventes. As oleaginosas são anidras e
insolúveis em água; não podem ser absorvidas, tocadas ou lavadas com água. As bases
absorventes são anidras, insolúveis e não podem ser lavadas com água, mas podem absorver
água. Assim, permitem a inclusão de fármacos hidrossolúveis diretamente na matriz ou
depois de dissolvidos em uma quantidade mínima de água. Há também as bases que possuem
caráter hidrofílico, por exemplo, preparadas pela combinação de polietilenoglicóis de
diferentes pesos moleculares, resultando em formulações de diferentes viscosidades
(BRASIL, 2012). 12

Gel: Esta forma farmacêutica tem como carreador uma dispersão de um polímero com
água/álcool, resultando em um meio altamente viscoso de consistência gelatinosa, sendo
aplicada nas mucosas e na pele, quando é necessária uma ação hidratante e refrescante, além
do efeito medicinal do medicamento administrado. (BRASIL, 2012) 12

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DA ALOE VERA:

Anti-inflamatória: Algumas substâncias presentes na Babosa, favorecem sua ação como um


anti-inflamatório não esteroide (AINE), reduzindo o processo de vasodilatação, edema e dor,
por meio da inibição da via da enzima ciclooxigenase, reduzindo a produção de
prostaglandinas (PE2), que supostamente são as causadoras dos processos citados (DIAS,
2016). 12
Várias substâncias presentes na Aloe vera possuem efeito anti-inflamatório: Auxinas e
giberelinas (hormônios), bradiquinase (enzima), colesterol, ácidos graxos, sistosterol e lupeol
(ácidos graxos), ácido salicílico (aminoácido essencial) e C-glucosil (açúcar) (DIAS, 2016). 12

Analgésico: Visto que uma das questões mais complicadas é a dor em pacientes que sofreram
queimaduras, o efeito analgésico da planta é um dos principais nesses casos. As substâncias
presentes na A. Vera responsáveis por essa ação são: O lupeol, um esteroide vegetal que
também tem ação anti-inflamatória e os íons de magnésio. Ambos possibilitam o alívio da
dor causada pelas lesões (DIAS, 2016) 12

Antioxidante: O efeito antioxidante é responsável por inativar os radicais livres. Essa


propriedade se deve pela presença de betacarotenos e de outros componentes, como enzimas
e compostos fenólicos. (MENDONÇA, 2022). 12
Cicatrizante: Ocorre devido aos polissacarídeos acemanana, aloína, alantoína e
antraquinonas atuando principalmente na fase proliferativa da reparação tecido da pele, nessa
etapa acontece os processos de manutenção da umidade da ferida, estímulo da migração
celular e proliferação de fibroblastos, maturação mais rápida do colágeno e redução do
processo inflamatório, quando usasse o gel em via tópica. (MENDONÇA, 2022). 12

MODO DE PREPARO: Para o preparo de todos os processos, utilizar os EPI'S (máscara,


jaleco, luvas, touca e óculos) e realizar a higienização do ambiente de preparo, assim como
dos materiais. 12

GEL:

 Processo do gel mucilaginoso: Primeiramente será necessário preparar o gel


mucilaginoso que será utilizado posteriormente para a manipulação do Gel de Aloe
vera. Os materiais e equipamentos utilizados são: 12

Materiais e equipamentos:
• Béquer;
• Faca;
• Espátula;
• Processador;
• Balança;
• Peneira;
• Frasco âmbar;
• Funil.

Matérias primas:
• Babosa;
• Metilparabeno.

PASSOS:
1. Separar a planta (a quantidade dependerá do tamanho da folha). Ressalta-se que para
preparo de 100g de gel de Aloe vera, necessário mínimo de 10g da mucilagem da planta;
2. Para extração do gel da planta, a mesma deve ser lavada;
3. Cortar as extremidades e bordas da planta, mantendo somente as partes centrais;
4. Retirar uma das partes centrais para extrair o gel;
5. Com auxílio da espátula, retirar o gel transparente da planta, reservando em um béquer;
6. Pesar na balança;
7. Colocar o gel da planta em um processador para que possa extrair o líquido dela, devido à
viscosidade pode não ser possível passar na peneira sem antes passar pelo processador;
8. Após, coar com a peneira para separar o líquido das partes sólidas ainda existentes;
9. Pesar na balança;
10. Verter a parte liquida em um frasco âmbar com funil, acrescentar 0,1g de metilparabeno
para conservar em até no máximo 3 semanas, mais do que isso, pode não ser recomendado
(Analisar antes de utilizar). 12

OBS: Se for utilizado logo em seguida da preparação, não é necessário realizar esse processo.

 Processo do gel base:

Figura 19: Quantidade dos componentes que serão utilizados.

Fonte: Dos autores, 2023. 12

PASSOS:
1. O Carbopol e o metilparabeno devem ser pesados utilizando o papel manteiga. Para separar
a água deve-se utilizar a proveta e se necessário uma pipeta pasteur;
2. Verter a água em um béquer para que seja levada ao banho-maria;
3. Ao alcançar cerca de 65°, deve-se acrescentar à água o metilparabeno, misturando até total
solubilização. A temperatura de ser aferida com um termômetro apropriado;
4. Retirar a água do aquecimento com auxílio do papel EVA;
5. Acrescentar o carbopol aos poucos, misturando constantemente para que não forme
aglomerados indesejados. Se necessário, retornar ao aquecimento para melhor solubilização;

6. Após acrescentar todo o carbopol, esperar a substância esfriar por alguns minutos
(temperatura morna a fria) para que possa ser acrescentado a trietanolamina.
7. Verificar se a temperatura se adequada, acrescentar inicialmente 4 gotas de trietanolamina
(Utilizar pipeta pasteur), misturando constantemente para homogeneizar a preparação;
8. Verificar se a substância alcançou a textura de gel, caso não, acrescentar mais gotas até que
alcance o aspecto desejado. 12

 Processo do gel de Aloe vera: Para iniciar o processo de preparação da forma


farmacêutica, deve-se separar as matérias primas e materiais que serão necessários. 12

Materiais e equipamentos:
• Béquer;
• Proveta;
• Bastão de vidro;
• Termômetro;
• Banho-maria;
• Balanças analítica e semi analítica;
• Espátula;
• Papel EVA:
• Papel manteiga;
• Peneira;
• Pipeta Pasteur.

Matérias primas:
• Carbopol;
• Metilparabeno;
• Trietanolamina;
• Água;
• Essência de Aloe vera;
• Gel da babosa.
Para preparação do gel sendo incorporada a planta, é necessário preparo anterior do gel base e
da extração da planta em estudo.
É necessário separar a quantidade necessária de gel base e do gel mucilaginoso da planta
(Farmacopeia Brasileira de Fitoterápicos). Para pesar as quantidades necessárias, utilizar a
balança, colocando as substâncias em um béquer com auxílio da espátula, para realizar a
pesagem; 12

Figura 20: Quantidade dos componentes.

Fonte: Dos autores, 2023. 12

PASSOS:
1. Após separar os componentes, verter o gel mucilaginoso da planta no gel base
(Se necessário coar com a peneira para que não haja partes da planta na preparação);
2. Com o bastão de vidro, misturar as substâncias até homogeneizar;
3. Acrescentar inicialmente 2 gotas da essência de Aloe vera, misturar, e se necessário,
acrescentar mais essência, sempre verificando o odor da formulação.
4. Armazenar o gel de Aloe vera preparado em recipiente apropriado como descrito na
Farmacopeia Brasileira de Fitoterápicos. 12

POMADA:

 Extrato glicólico: Para a preparação do extrato glicólico utilizou-se as medidas de


90% de glicerina e 10% de álcool 94°GL. Recomenda-se preparo de
aproximadamente 100ml do extrato. 12

Figura 21: Medidas.


Fonte: Dos autores, 2023 12

Materiais e equipamentos:
• Proveta;
• Pipeta pasteur;
• Béquer;
• Frasco âmbar;
• Funil;
• Espátula;
• Balanças.

Matérias primas:
• Babosa;
• Glicerina;
• Alcool.

PASSOS:
1. Separar 90 ml de glicerina em uma proveta e 10 ml de álcool em outra;
2. Separar a planta (a quantidade dependerá do tamanho da folha). Para 100ml da mistura de
glicerina e álcool, necessário aproximadamente 20g do gel da planta;
3. Para extração do gel da planta, a mesma deve ser lavada;
4. Cortar as extremidades e bordas da planta, mantendo somente as partes centrais;
5. Retirar uma das partes centrais para extrair o gel;
6. Com auxílio da espátula, retirar o gel transparente da planta, reservando em um béquer;
7. Pesar na balança;
8. Verter a glicerina em um béquer;
9. Verter o álcool na proveta onde estava a glicerina, de modo a retirar resquícios, devido à
viscosidade da glicerina. Em seguida, acrescentar o álcool no béquer com glicerina;
10. Acrescentar o gel da planta;
11. Agitar devagar manualmente, apenas para misturar levemente os componentes;
12. Verter a mistura em um frasco âmbar com funil;
13. Reservar por no mínimo 72 horas antes de utilizar o extrato. Esse período deve ser
respeitado para garantir que o extrato terá as propriedades da planta em sua composição. 12

 Pomada base:

Materiais e equipamentos:
• Béquer;
• Espátulas;
• Balança;
• Papel manteiga.

Matérias primas:
• Lanolina;
• Vaselina;
• BHT.

Figura 22: Quantidade das matérias primas.

Fonte: Dos autores, 2023. 12

PASSOS:
1. Pesar a lanolina e a vaselina em uma balança semi-analítica com o auxílio de um bequer,
enquanto o BHT pesar-se em balança analítica com o auxílio de papel manteiga.
2. Logo após, espatular cuidadosamente lanolina e a vaselina em uma superfície plana e
adequada.
3. Acrescentar o BHT pouco a pouco, tomando o cuidado em formar grumos durante a
espatulação mantendo-a totalmente homogeneizada. 12

 Pomada de Aloe vera:

Figura 23: Quantidade dos componentes.

Fonte: Dos autores, 2023. 12

PASSOS:
1. Após o preparo da pomada base, acrescentar os conservantes (metilparabeno e
propilparabeno) para garantir a estabilidade da forma farmacêutica.
2. Adicionar o extrato glicólico e espatular até homogeneizar.
3. Envasar na embalagem adequada e rotular com nome, data de validade. 12

POSOLOGIA: A quantidade de vezes e de produto a ser passado depende da gravidade e do


tipo de problema, mas na maioria dos casos é recomendado que passe o gel ou a pomada de 1
a 3 vezes por dia por toda a região danificada, para acelerar a cicatrização da pele. 10

CURIOSIDADE: Após uma entrevista popular visando compreender qual era a forma mais
utilizada no tratamento com babosa, os resultados foram; 11

 43,88% dos entrevistados a utilizam na forma de cataplasma;


 26,62% macerada;
 11,52% trituram no liquidificador com mel e pinga;
 10,07% a utilizam in natura, cortada ao meio sobre o ferimento;
 6,47% em forma de raspagem;
 1,44% em infusão;
O uso na forma de cataplasma é o mais popular, seu modo de preparo se baseia em:
 Retirar uma folha pela base.
 Cortar a outra extremidade e deixar em pé com a base para baixo por duas horas, para
escoar o líquido amarelado e de odor forte.
 Lavar em água corrente, descascar sem deixar a parte verde no gel.
 Picar o gel e bater em liquidificador previamente higienizado por cerca de 40
segundos para manter a consistência do gel. Como a folha é formada por 95% de
água, se bater muito a consistência ficará líquida.
 Deixar em repouso por 15 minutos para que a espuma que se forma diminua. Aplicá-
lo diretamente sobre a lesão de 2 a 3 vezes ao dia. Cubra a lesão com gaze e mantenha
ocluído até a próxima troca. 14

EFEITOS ADVERSOS: Rigotti (2014) explica que mesmo com inúmeros benefícios o uso
interno de Aloe vera pode causar alguns efeitos adversos, causando intoxicação se for
ingerida. O sintoma mais importante da intoxicação é a diarreia, acompanhada com
mucosidade marrom e perda de sódio e potássio. 6
“O uso da babosa na alimentação não é recomendado e pode causar diversos efeitos
colaterais. Isso se deve à presença de substâncias tóxicas na parte externa da planta, a ‘casca’,
de onde é extraído o suco de Aloe vera”. – Relata Mazelli (2019) 6
A ANVISA (2011) através do Informe Técnico 47, em função da falta de segurança, proibiu
a produção de alimentos à base de Aloe vera, mas um ano depois, em 2012, foi aprovado a
importação e comercialização de sucos a base de Aloe vera da empresa Foverer Living.
(Alcântara, Bezerra e Cardoso, 2014) 6
Normalmente é seguro aplicar babosa na pele, mas pode haver reações cutâneas leves, como
coceira ou ardor. Já foram comprovados, também, efeitos indesejados relacionados a altas
dosagens e forma de utilização. Mediante a todas as propriedades da Aloe vera verifica-se a
importância da utilização dessa planta para obtenção dos benefícios comprovados
cientificamente. (Alcântara, Bezerra e Cardoso, 2014) 6; 13
Para a prevenção de efeitos colaterais, deve-se primeiro aplicar o gel da planta em um
pequeno pedaço de pele e verificar se há sinais de irritação ou alergia. Se não houver sinais
de efeitos colaterais em um dia, use-o em uma área maior. Mas, se houver algum problema de
pele como o eczema, é necessário buscar ajuda médica. 13

MISTURAS CASEIRAS: Quando se trata do uso dermatológico, existem muitas receitas


caseiras que são utilizadas no tratamento de queimaduras, alívio da acne e até mesmo de
picadas de mosquito. Alguns exemplos de combinações que aumentam a eficácia da babosa
são: 13
 Babosa e óleo de coco
 Babosa e óleos essenciais
 Babosa com azeite
 Babosa e açafrão

TABELA: PRINCIPAIS INFORMAÇÔES.


NOME COMUM: Babosa
NOME CIENTÍFICO: Aloa vera (L.) Burm.f.
FAMÍLIA: ALOEACEAE, LILIACEAE,
ASPHODELACEAE e
XANTHORRHOEACEAE
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA: Suculenta de até 1m de altura, folhas verdes de 30
a 60 cm de comprimento por 7 a 8 cm de largura e
espinhos nas extremidades, presas em um caule
muito curto.

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA: Oxalato de cálcio, amido, latéx amarelo.


PARTE DA PLANTA UTILIZADA: A folha demora de 4 a 5 anos para amadurecer e
pode ser dividida em duas partes: externa e
interna. Da parte mais externa se extrai um suco e
após a eliminação dos tecidos mais externos se
obtém um gel mucilaginoso.

COMPONENTES QUÍMICOS: Antraquinonas (principal), vitaminas, minerais,


aminoácidos, enzimas, lipídios e carboidratos.
PROPAGAÇÃO: Perfilhos.

CULTIVO: CARACTERÍSTICAS DO 50 cm de profundidade, evitar solos argilosos,


TERRENO terreno bem drenado, mas sem ser alagado ou
encharcado para evitar fungos.

ÁNALISE SOLO E CALAGEM: Suplementação com cálcio para controlar a acidez


do solo e adicionar calcário 2 meses antes do
plantio. A calagem deve ser feita com o calcário
dolomítico.
PREPARAÇÃO DO SOLO: PREPARO A babosa possui um ciclo de 10 anos, portanto
CONVENIONAL OU MÍNIMO deve-se realizar melhorias ao solo com prática
mecânicas ou animais (eliminar ervas daninhas e
melhorar estrutura do solo). Deve ser feito uma
aração profunda para cobrir os restos de cultura
completamente e uma profundidade não inferior a
15 cm. No preparo convencional há uma
gradagem do solo para nivelar o terreno total, já
no preparo mínimo se remove e aflouxa somente a
terra que será semeada, conservando a estrutura
do solo e evitando sua compactação.
ÉPOCA DE PLANTIO: Iniciar preparação do terreno no mês anterior ao
período das chuvas. Se a chuva já tiver começado
o rebento não irá ter proveito da umidade e corre o
risco de apodrecer
PLANTIO: Muda deve ser colocada em perfeito alinhamento
com a fileira, na posição vertical, mantida em
profundidade adequada e deixando a parte de
inserção das folhas do colo fora da terra.
REBENTOS EM VIVEIRO: Obtém plantas homogêneas e livre de
fitopatógenos com maior adaptação. Não se deve
regar e nem expor ao sol para sua cicatrização
vegetal após separados da planta-mãe (quando
alcançam 25 cm), devem repousar na sombra por
15 dias em um lugar seco e ventilado. Os rebentos
são transportados ao viveiro por sacos ou macetas
de plásticos. Substrato deve ser uma mescla de
50% terra, 25% areia e 25% de matéria orgânica.
O espaçamento ideal é 0,20 cm entre as fileiras e
0,20 cm entre cada rebento. A muda produzida em
viveiro está pronta para ser transportada ao
terreno definitivo ao alcançar 20 cm.
ESPAÇAMENTO: Varia em função do lugar geográfico, oscilando
entre 1500 e 1500 plantas. Sua posição solar
recomendada é norte-sul por necessitar de uma
elevada luminosidade anual para seu
desenvolvimento. Em terrenos inclinados
recomenda-se 2,0 m x 2,0 m tanto entre fileiras
quanto entre plantas, o que equivale a 2500
plantas/ha. Em terrenos planos a distância entre
plantas pode ser reduzida a 1,0 m x 1,0 m,
aumentando a densidade para 5000 plantas/ha.
IRRIGAÇÃO: Por ser uma suculenta, o Aloe é muito resistente a
falta de água e a secagem, ou seja, precisa de
pouca irrigação, tendo que se tornar frequente
somente durante o verão. Essa planta produzirá
uma folha nova a cada 15 dias, o que significa que
terá 6 folhas colhidas a cada trimestre, mas caso
haja um estresse hídrico a produção diminui pela
metade, caso ocorra um excesso de água as folhas
ficam moles e se dobram facilmente, além do
apodrecimento na base da folha, se desprendendo
da planta. Na falta de água as folhas ficam finas e
voltadas para dentro da planta. O sistema de raízes
é superficial o que facilita a absorção de água de
chuva. A irrigação pode ser feita por gotejamento
ou inundação.
ADUBAÇÃO: Serve como fonte de nutrientes e condicionador
do solo, levando o solo a uma condição muito
mais favorável. A matéria orgânica, normalmente,
é esterco de gados, ovelhas e cabras. Não se deve
utilizar fertilizantes. Uma vez aplicada a adubação
orgânica de fundação, recomenda-se esperar 6
meses para voltar a adubar. Durante os anos
seguintes, é conveniente aplicar 5 a 10 t/ha de
adubo animal, principalmente após o período de
chuvas ou corte de folhas (colheita). A falta de
nutrientes pode causar mudança na coloração,
crescimento e desenvolvimento das folhas.
CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS: É uma planta característica de climas tropicais e
subtropicais, mas se adapta bem ao deserto por
gostar muito de calor e lidar bem com a falta de
água. Em época de muitas chuvas pode ficar
amarelada. Deve ser cultivada em locais
protegidos de geadas e ventos frios. O excesso de
radiação, entretanto, pode originar no
ressecamento e bronzeamento das folhas. Quanto
mais expostas ao sol, produzem mais látex e
menos polpa. Melhor desempenho em climas
secos e quentes com temperaturas de 18-40 graus
e alturas de zero a 1500 m sobre o nível do mar,
em regime pluvial de 400 mm a 2500 mm/ano e
umidade relativa a 65-85%. Áreas com baixa
precipitação (abaixo de 600 mm) faz com que a
planta desenvolva-se lentamente. As baixas
temperaturas, excesso de umidade e terrenos mal
drenados também afetam seu desenvolvimento,
podendo provocar necrose das folhas e raiz.
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Queimadura de primeiro e segundo grau, e como
cicatrizante.
CONTRAINDICAÇÕES: É contraindicado caso o paciente possua alguma
alergia à planta ou tenha hipersensibilidade.
Mulheres grávidas ou em período de
amamentação também devem evitar. Uso oral.
EFEITOS ADVERSOS: Intoxicação caso seja ingerida, tendo como
principais sintomas: a diarreia acompanhada de
mucosidade marrom e a perda de sódio e potássio.
Há, também, casos de dermatite e reações
alérgicas (coceira e ardor) que estão associados à
altas dosagens e a forma de utilização.

FORMAS FARMACÊUTICAS: Pomada e gel. (Cataplasma é a forma mais


utilizada)
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA Tópica. Aplicar na área afetada de uma á três
(DOSE E INTERVALO): vezes ao dia.
TEMPO DE UTILIZAÇÃO: O tempo de utilização depende da indicação
terapêutica e da evolução do quadro.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

 Folheto-babosa.pdf [1]
 1145649-circular-21.pdf [2]
 https://www.scielo.br/rbpm/a/xVWmRtwnWBjLcSmMJKcCcN/ [3]
 Tcc_estudo_das_propriedades_e_características_da_babosa.pdf [4]
 AloaveraLivroCompleto.pdf [5]
 https://repositorio.uniube.br/bitstream/123456789/1590/1/ROSANE%20NEVES
%20BATISTA%20DE%20OLIVEIRA.pdf [6]
 http://www.unirio.br/ccbs/ibio/herbariohuni/aloe-vera-l-burm-f [7]
 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/plantas-
medicinais-com-capa2.pdf [8]
 https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/sao-paulo/santos-757/ [9]
 https://www.tuasaude.com/aloe-vera-para-queimaduras/#:~:text=A%20babosa
%20pode%20ainda%20ser,acelerar%20a%20cicatrização%20da%20pele. [10]
 https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/view/6446/6446 [11]
 http://ric.cps.sp.gov.br/bitstream/123456789/13730/1/
FARMACIA_2023_1_Ana_TRATAMENTOS%20ALTERNATIVOS%20COM
%20ALOE%20VERA%20PARA%20QUEIMADURAS%20DE%201%20E
%202%20GRAUS.pdf [12]
 https://www.ecycle.com.br/babosa-na-pele/amp/ [13]
 https://saude.campinas.sp.gov.br/assist_farmaceutica/
Cartilha_Plantas_Medicinais_Campinas.pdf [14]

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