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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL

INCREMENTO VOLUMÉTRICO DE Nectandra


megapotamica (Spreng.) Mez EM FLORESTA
OMBRÓFILA MISTA.

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Luis Henrique da Silva Souza

Santa Maria, RS, Brasil


2005
INCREMENTO VOLUMÉTRICO DE Nectandra megapotamica
(Spreng.) Mez EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA.

por

Luis Henrique da Silva Souza

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação


em Engenharia Florestal, Área de Concentração em Manejo Florestal, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Florestal.

Orientador: Prof. Dr. César Augusto Guimarães Finger

Santa Maria, RS, Brasil

2005
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


aprova a Dissertação de Mestrado

INCREMENTO VOLUMÉTRICO DE Nectandra megapotamica (Spreng.)


Mez EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA.

elaborada por
Luis Henrique da Silva Souza

como requisito parcial para obtenção do grau de


Mestre em Engenharia Florestal

COMISSÃO EXAMINADORA:

César Augusto Guimarães Finger, Prof. Dr.


(Presidente/Orientador)

Luciano Weber Scheeren, Eng° Florestal Dr. (Ministério Público/RS)

Ivanor Muller, Prof. Dr. (UFSM/RS)

Frederico Dimas Fleig, Prof. Dr. (UDESC/SC)

Santa Maria, 28 de fevereiro de 2005.


AGRADECIMENTOS

Ao final deste trabalho, cabe, neste momento, agradecer àqueles que direta ou
indiretamente contribuíram para realização do mesmo:
Ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, da Universidade Federal de
Santa Maria, por promover meu aperfeiçoamento profissional e à CAPES, pela concessão da
bolsa de estudos;
Ao meu orientador Prof. Dr. César A. Guimarães Finger pelo incentivo e sabedoria
transmitidos durante nosso convívio e ao co-orientador Prof. Dr. Paulo Renato Schneider que
sempre soube, com grande sapiência, ensinar a arte da engenharia florestal;
Ao PELD, Programa Ecológico de Longa Duração, na pessoa do Prof. Dr. Doádi A.
Brena que disponibilizou o local para realização deste estudo, bem como, transporte e
acomodações;
Ao colega Geedre Borsoi e ao funcionário Jorge Luiz Puhales, que de forma dedicada
e divertida, participaram do procedimento de corte das árvores, bem como à aluna de
graduação, Juliana Prevedello pela ajuda concedida nas análises de tronco;
Aos meus pais, Wilceu e Maria Terezinha, e meu irmão, José Ricardo, agradeço pelo
incentivo, dedicação, amor e confiança transmitidos a mim ao longo de nossas vidas;
Com muito amor e carinho, agradeço à minha esposa Katiuschia e ao nosso filho Luis
Arthur pela família maravilhosa que somos, acolhendo-me sempre com sorrisos e
compreensão nos momentos difíceis.
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil

INCREMENTO VOLUMÉTRICO DE Nectandra megapotamica (Spreng.)


Mez EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA.

AUTOR: LUIS HENRIQUE DA SILVA SOUZA


ORIENTADOR: PROF. DR. CÉSAR AUGUSTO GUIMARÃES FINGER
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 28 de fevereiro de 2005.

No presente trabalho, foi estudado o crescimento da espécie Nectandra megapotamica


(Spreng.) Mez através de uma amostra composta por 11 árvores dominantes, selecionadas em
Floresta Ombrófila Mista, no município de Nova Prata-RS. O crescimento das árvores
amostradas pôde ser reconstituído com sucesso por meio da análise de tronco, determinando-
se a tendência do crescimento em volume percentual ao longo do tempo, para as árvores
selecionadas. O modelo matemático que melhor representou a tendência de crescimento em
volume percentual foi descrito como iv%=(b0+b1.ln dap)2, ajustado por árvore individual. A
análise de covariância possibilitou a formação de três grupos contendo árvores com tendência
decrescente semelhantes entre si, em relação à tendência e nível das curvas. Tornou-se
possível descrever estas variações com modelos matemáticos utilizando-se variáveis
independentes de morfometria, concorrência e ambientais, das árvores estudadas, pelas
expressões: b1 = 0,41738583 + 4,16179208.id5 - 6,29332107.h/d + 0,37822636.EXPOS
- 0,11519372.Ir + 5,80418708.BALcor – 0,06858050.Lc, com coeficiente de determinação
ajustado igual a 0,9979 e coeficiente de variação de –1,73%, bem como as diferenças entre
níveis das curvas pela equação b0 = 2,62465943 –13,37023979.id5 + 22,08329412.h/d –
1,33160878.EXPOS + 0,34688547.Ir –23,88899208.BALcor + 0,25692291.Lc, com
coeficiente de determinação ajustado de 0,9907 e coeficiente de variação igual a 2,71%.

Palavras-chaves: Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez, Canela preta, Crescimento,


Dendrocronologia, Análise de tronco.
ABSTRACT
Master Dissertation
Pos Graduation program on Forest Engineer
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brazil

INCREMENTO VOLUMÉTRICO DE Nectandra megapotamica (Spreng.)


Mez EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA.

AUTHOR: LUIS HENRIQUE DA SILVA SOUZA


ADVISOR: PROF. DR. CÉSAR AUGUSTO GUIMARÃES FINGER
Date and place of defense: Santa Maria, February 28, 2005.

At the present work it was studied growing of Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
species, through a sampler compounded by 11 dominant trees selected from rainforest in
Nova Prata borrough, state of Rio Grande do Sul. The growth of the sampler trees can be
give up successfully through steam analysis determ the growth trend in percentual volume
along time, for the selected trees. The mathematical model better represents the growth trend
in percentual volume was described as iv%=(b0+b1.ln dap)2, fitting individually per tree.
Covariance analysis earn possible to cluster three groups, contends trees with decreasing trend
were similar in relationship to trend and curves level, being possible to describe this variations
with mathematical models using independent factors, as: morphomety, competition and
environmental from the trees in case, by expressions : b1 = 0,41738583 + 4,16179208.id5 -
6,29332107.h/d + 0,37822636.EXPOS - 0,11519372.Ir + 5,80418708.BALcor
– 0,06858050.Lc, with determination coefficient equal to 0,9979 and variation coefficient of
–1,73%, as well as the differences between curves levels by equation b0 = 2,62465943 –
13,37023979.id5 + 22, 08329412.h/d – 1,33160878. EXPOS + 0,34688547.Ir –
23,88899208.BALcor + 0,25692291.Lc, with determination coefficient fitting on 0,9907 and
variation coefficient of 2,71%.

Key-words: Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez, Canela preta, Growth, Dendro-


chronology, Stem Analysis.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: Localização da área de estudo. ............................................................................. 20


FIGURA 2: Área de amostragem das condições ambientais, por árvore-amostra. .................. 22
FIGURA 3 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 1. ....................................................... 39
FIGURA 4 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 2. ....................................................... 39
FIGURA 5 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 3. ....................................................... 41
FIGURA 6 - Perfil longitudinal da árvore 3. ............................................................................ 41
FIGURA 7 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 4. ....................................................... 42
FIGURA 8 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 5. ....................................................... 43
FIGURA 9 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 6. ....................................................... 43
FIGURA 10 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 7. ..................................................... 44
FIGURA 11 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 8 ...................................................... 44
FIGURA 12 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 9. ..................................................... 45
FIGURA 13 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 10. ................................................... 45
FIGURA 14 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 11. ................................................... 46
FIGURA 15 - Valores ajustados de incremento volumétrico percentual em função do
diâmetro, por árvore-amostra. .................................................................................................. 50
FIGURA 16 - Tendência de crescimento em volume percentual para as árvores 1, 9 e 10
(Grupo I). .................................................................................................................................. 52
FIGURA 17 - Tendência de crescimento em volume percentual para as árvores 2, 4, 7 e 8
(Grupo II).................................................................................................................................. 53
FIGURA 18 - Tendência de crescimento em volume percentual para as árvores 3, 5, 6 e 11
(Grupo III). ............................................................................................................................... 53
FIGURA 19 - Gráfico de distribuição de resíduos para modelagem do coeficiente b1............ 58
FIGURA 20 - Distribuição de resíduos para modelagem do coeficiente b0. ............................ 60
FIGURA 21 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 1. ................................................ 61
FIGURA 22 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 2. ................................................ 61
FIGURA 23 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 3. ................................................ 61
FIGURA 24 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 4. ................................................ 62
FIGURA 25 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 5. ................................................ 62
FIGURA 26 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 6. ................................................ 63
FIGURA 27 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 7. ................................................ 63
FIGURA 28 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 8. ................................................ 63
FIGURA 29 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 9. ................................................ 64
FIGURA 30 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 10. .............................................. 64
FIGURA 31 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 11. .............................................. 65
FIGURA 32 - Correlação entre as variáveis b1 e id5 para o conjunto das árvores amostradas. 66
FIGURA 33 - Influência da variável id5 na estimativa do incremento volumétrico percentual.
.................................................................................................................................................. 66
FIGURA 34 - Correlação entre as variáveis b1 e h/d para o conjunto das árvores amostradas.
.................................................................................................................................................. 67
FIGURA 35 - Influência da variável h/d na estimativa do incremento volumétrico percentual.
.................................................................................................................................................. 67
FIGURA 36 - Correlação entre as variáveis b1 e EXPOS para o conjunto das árvores
amostradas. ............................................................................................................................... 68
FIGURA 37 - Influência da variável EXPOS na estimativa do incremento volumétrico
percentual. ................................................................................................................................ 69
FIGURA 38 - Correlação entre as variáveis b1 e Ir para o conjunto das árvores amostradas. . 69
FIGURA 39 - Influência da variável Ir na estimativa do incremento volumétrico percentual. 70
FIGURA 40 - Correlação entre as variáveis b1 e BALcor para o conjunto das árvores
amostradas. ............................................................................................................................... 70
FIGURA 41 - Influência da variável BALcor na estimativa do incremento volumétrico
percentual. ................................................................................................................................ 71
FIGURA 42 - Correlação entre as variáveis b1 e Lc para o conjunto das árvores amostradas. 72
FIGURA 43 - Influência da variável Lc na estimativa do incremento volumétrico percentual.
.................................................................................................................................................. 72
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Transformação de variáveis para ajuste da função de iv% .................................. 30


TABELA 2 - Caracterização das árvores de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
selecionadas para estudo de crescimento.................................................................................. 33
TABELA 3 - Dimensão e condições ambientais das unidades amostrais, por árvore-amostra.
.................................................................................................................................................. 34
TABELA 4 - Variáveis morfométricas das árvores amostradas da espécie Nectandra
megapotamica (Spreng.) Mez. .................................................................................................. 35
TABELA 5 - Estimativas de competição entre árvores, por unidade amostral. ....................... 37
TABELA 6 - Relação entre os índices de concorrência e a área da unidade amostral. ........... 37
TABELA 7 - Análise de Correlação de Pearson entre variáveis dependentes e independentes
para modelagem do iv%. ............................................................................................................ 47
TABELA 8 - Comparação estatística do ajuste dos modelos de iv%. ....................................... 48
TABELA 9 - Análise de covariância para testar diferença de nível e inclinação para o
conjunto das árvores selecionadas. ........................................................................................... 51
TABELA 10 - Resultado da análise de covariância para diferença de inclinação entre as
árvores selecionadas de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez........................................... 52
TABELA 11 - Resultado da análise de covariância para diferença de nível entre as árvores
selecionadas de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. ...................................................... 54
TABELA 12 - Análise de correlação entre os coeficientes b0 e b1 e variáveis morfométricas,
ambientais e de competição, das árvores selecionadas............................................................. 55
TABELA 13 - Resumo do procedimento forward para a modelagem do coeficiente b1 gerado
pela função i v % = (b 0 + b1 . ln (dap )) , por árvore-amostra. ................................................. 57
2

TABELA 14 - Resumo do procedimento forward para a modelagem do coeficiente b0 gerado


pela função i v % = (b 0 + b1 . ln (dap )) , por árvore-amostra. ................................................. 59
2
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 11
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 13
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................... 19
3.1 Local de coleta dos dados ........................................................................................... 19
3.2 Clima ............................................................................................................................ 21
3.3 Solos .............................................................................................................................. 21
3.4 Escolha da espécie ....................................................................................................... 21
3.5 Obtenção dos dados..................................................................................................... 21
3.5.1 Variáveis mensuradas ............................................................................................... 23
3.5.2 Variáveis calculadas ................................................................................................. 25
3.5.2.1 Variáveis morfométricas ..................................................................................... 25
3.5.2.2 Variáveis de concorrência ................................................................................... 26
3.5.2.3 Incremento percentual em volume (iv%) ............................................................. 28
3.5.2.4 Variáveis independentes id10, id5 e id2 .................................................................. 29
3.5.3 Ajuste da equação para iv% ...................................................................................... 29
3.5.4 Análise de covariância do iv% ................................................................................... 31
3.5.5 Modelagem dos coeficientes da função de iv% ......................................................... 31
3.5.6 Precisão dos modelos de b0 e b1................................................................................ 32
3.5.7 Estudo das variáveis dos modelos b0 e b1 ................................................................. 32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 33
4.1 Caracterização das árvores ........................................................................................ 33
4.2 Unidades amostrais ..................................................................................................... 34
4.3 Variáveis morfométricas ............................................................................................ 35
4.4 Variáveis de competição ............................................................................................. 36
4.5 Incremento Volumétrico Percentual (iv%)................................................................. 38
4.6 Ajuste da equação de regressão para iv% ................................................................. 47
4.7 Análise de covariância do iv% ..................................................................................... 50
4.8 Modelagem dos coeficientes da função de iv%........................................................... 55
4.8.1 Análise de correlação de Pearson ............................................................................. 55
4.8.2 Ajuste e avaliação da precisão dos modelos de b0 e b1 ............................................ 56
4.8.3 Estudo das variáveis dos modelos b0 e b1 ................................................................. 65

5 CONCLUSÕES ........................................................................................... 73
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 74
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 75
11

1 INTRODUÇÃO

O homem utiliza a floresta como fornecedora de matéria-prima desde tempos remotos,


tendo esta desempenhado, nas mais diversas épocas, importante papel no desenvolvimento
econômico e social dos povos.
A baixa produtividade atual, em quantidade e qualidade, das florestas multiâneas,
contrasta com a crescente demanda de produtos de origem florestal decorrente principalmente
do aumento populacional aliado à necessidade de produzir energia e bens materiais a custos
baixos. Esta situação tem levado pesquisadores a desenvolver tecnologias que busquem
melhores aproveitamentos da produção florestal, objetivando evitar que o aumento da oferta
ocorra através do uso indiscriminado dos ecossistemas naturais.
A vegetação do Rio Grande do Sul encontra-se profundamente alterada. A causa
disso, deve-se, principalmente, à derrubada da floresta para o avanço da fronteira agrícola, a
qual, juntamente com a exploração intensiva de espécies madeiráveis, reduziu os maciços
florestais a florestas fragmentadas.
Pouco se sabe sobre a história da dinâmica de crescimento dos fragmentos florestais
remanescentes nativos do Rio Grande do Sul, perdendo-se, assim, valorosas e indispensáveis
informações para o planejamento racional desses recursos.
Uma das alternativas para a reconstituição do crescimento desses indivíduos arbóreos
e, em contrapartida das florestas, consiste na aplicação da técnica de análise de tronco, que
permite a investigação do desenvolvimento passado, em espécies nas quais haja a formação
de anéis de crescimento diferenciáveis e representativos da produtividade anual da árvore.
À medida que o tempo foi passando, novas tecnologias foram sendo desenvolvidas, e
equipamentos avançados, que auxiliam na melhor visualização e identificação de anéis de
crescimento, foram descobertos.
Por isso, neste momento, a utilização dessa técnica nos permite investigar, de forma
rápida e com precisão, a dinâmica das principais variáveis de interesse para o silvicultor, a fim
de melhor conhecer o comportamento silvicultural de tais espécies.
A análise de tronco, porém, permite conhecer e descrever o crescimento passado da
árvore, sem contudo informar sobre o ambiente em que o crescimento ocorreu. Assim não são
conhecidas as condições ambientais que agem de forma direta no desenvolvimento das
espécies, dentre elas, a competição. Neste caso, a aplicação da técnica de inventário florestal
12

em múltiplas ocasiões poderá trazer benefícios quanto ao acompanhamento do crescimento


desses indivíduos.
A partir de determinações deste nível, pode-se planejar a aplicação de métodos de
manejo sustentado que, aperfeiçoados há mais de dois séculos na Europa com estudos sobre
potencial de crescimento das espécies, alcancem a perpetuidade de produção em quantidade e
qualidade da madeira; bem como dos produtos não madeiráveis disponibilizados pela floresta.
A utilização de modelos silviculturais de manejo em florestas com diversidade de
espécies e idades, como é o caso do regime de manejo jardinado, resultam em maior
qualidade e estabilidade ambiental, pois, baseados em princípios econômicos, buscam as
sustentabilidades da produção, ecológica e, fundamentalmente, econômica no uso dos
recursos florestais.
O estado do Rio Grande do Sul, inserido nesta tendência, quando legisla sobre o
manejo de suas florestas, preconiza a utilização deste regime. Contudo, faltam, para implantá-
lo, informações sobre a dinâmica de crescimento das espécies, assim como das florestas, o
que dificulta o planejamento florestal.
Uma vez implantada a técnica de manejo sustentado nas florestas nativas do estado,
estará assegurada a viabilidade, tanto técnica quanto econômica, na utilização racional dos
recursos florestais, gerando benefícios sociais e ambientais.
Estudos como este foram realizados por Finger et al. (1996), Esber (2003), Tonini et
al. (2003). Nestes trabalhos, observa-se a viabilidade do emprego da análise de tronco para
esse fim; os autores, entretanto, limitaram-se a descrever o crescimento e outras variáveis
dendrométricas das árvores estudadas sem, contudo, investigar a causa do polimorfismo
desenvolvido nas curvas ajustadas para as árvores investigadas.
Devido a isso, a realização deste trabalho teve como propósito contribuir com este
cenário, estudando o crescimento da espécie Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez em
Floresta Estacional Ombrófila Mista, com os seguintes objetivos específicos:
1) Estudar o incremento corrente percentual em volume de árvores individuais de
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez através da análise de tronco;
2) Ajustar modelos de regressão que possam explicar a tendência do crescimento em
volume percentual, por árvore individual;
3) Estudar os modelos ajustados quanto à inclinação e ao nível das curvas,
agrupando-os conforme a semelhança; e
4) Descrever a inclinação e o nível das curvas de regressão em função de variáveis de
fácil determinação.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

Qualquer povo, em qualquer ponto da Terra, em época remota ou não, teve seu
desenvolvimento alicerçado no aproveitamento dos recursos naturais. Dentre eles, as árvores
foram e continuam sendo a grande reserva econômica do desenvolvimento social dos povos
(Finger, 1995).
Segundo o autor, apesar da grande área florestal com que muitos países foram
agraciados, o consumo desordenado, o desperdício, ou simplesmente a substituição das
florestas por atividades agropastoris levaram a sua exaustão já em épocas remotas, forçando
os governantes ao confisco, à restrição e à regulamentação do corte de árvores. Exemplifica
que, já no ano de 1500, a Áustria, impôs medidas restritivas, proibindo o corte de árvores sem
permissão oficial, deixar a madeira apodrecer, cortar as árvores jovens e deixar animais
domésticos em florestas jovens, em virtude dos danos que causam à regeneração natural das
árvores, comprometendo seu desenvolvimento e qualidade.
Estas e outras medidas, juntamente com a certeza da necessidade de madeira no
futuro, não garantiram, por si só, o seu abastecimento. Neste sentido, Schneider & Finger
(2000) comentam que o grande passo foi dado com o desenvolvimento da idéia de
sustentabilidade, formulada e desenvolvida por engenheiros florestais já no início do século
XVI, sendo que, ao longo de muitos anos até os tempos atuais, vem sendo aperfeiçoada.
O termo sustentabilidade florestal foi empregado, pela primeira vez, por Hans Carl
von Carlowitz, em 1713, na Alemanha, divulgado no seu livro “Silviculture Oeconomiaca”.
Segundo este autor, por esse princípio, a floresta deve fornecer produtos madeireiros e não-
madeireiros às atuais e futuras gerações, em igual quantidade e qualidade às hoje disponíveis.
Para que isto seja possível, afirmou que a intensidade de corte da floresta deveria ser
determinada considerando-se o princípio da normalidade, ou seja, considerando a capacidade
da floresta em repor o volume retirado em determinado período de tempo, alcançando-se,
desta forma, a perpetuação da produção.
Segundo Schneider & Finger (2000), existem alguns pressupostos indispensáveis para
a implementação eficaz do manejo em florestas inequiâneas heterogêneas que devem ser
observados, tais como: estruturação do povoamento, pois quanto melhor estruturado, mais
fácil será a iniciação do sistema de seleção; boa vitalidade do povoamento, sobretudo das
árvores com grandes dimensões para apoiar o desenvolvimento das árvores nos estratos
14

inferiores; densidade de espécies; ausência de pragas que afetem as árvores de grande


dimensão; e presença de banco de sementes e ou plântulas como fonte de regeneração.
Quando se trata de extensas áreas de florestas nativas, Hosokawa et al. (1998)
afirmam que o manejo dessas populações implica na elaboração/execução de projetos de
manejo florestal, procurando conciliar os interesses econômicos com os ecológicos, por meio
da utilização de técnicas adequadas, baseadas na ecologia de cada tipo de formação florestal.
O autor comenta que uma vez desconhecidas as características estruturais de uma
floresta, não se pode assegurar seu aproveitamento ordenado. Isso implica, necessariamente,
na utilização de estudos ecológicos abrangendo primordialmente o estudo individual das
espécies florestais (auto-ecologia) e o estudo das comunidades florestais e sua estrutura (sine-
ecologia). A aplicação de tais estudos básicos visam escolher, de maneira conveniente, o tipo
de silvicultura a ser adotada e sua aplicação racional, para que se obtenham rendimentos
contínuos na exploração das florestas, sem comprometer sua estabilidade.
Dependendo da complexidade dos fatores ecológicos, é necessário um certo tempo até
que se obtenha uma estrutura balanceada.
Um dos principais objetivos do manejo de florestas inequiâneas heterogêneas consiste
em ordenar a produção em cada unidade de manejo em um ciclo de corte compatível com a
regeneração da floresta, estabelecendo uma taxa de corte sustentada, que é quantificada em
função do incremento periódico anual em volume (IPAv).
Para a quantificação do incremento periódico anual em volume, Schneider & Finger
(2000) comentam que podem ser considerados os seguintes procedimentos: determinação por
meio de medições periódicas do DAP das árvores em parcelas permanentes; determinação
pela diferença de volume entre duas ocasiões do inventário florestal; e determinação mediante
análise de tronco.
A análise de tronco serve como alternativa às parcelas permanentes, na avaliação do
incremento volumétrico e em altura, implicando na tomada de informações durante um longo
período de tempo. Desta forma, a análise de tronco adquire importância singular, visto que é
possível reconstituir o crescimento passado de uma árvore desde seu estado de plântula até o
seu momento de abate, de forma rápida (Finger, 1992).
Esta técnica consiste no exame de um certo número de secções transversais do tronco
da árvore, efetuando a contagem e medição dos anéis de crescimento visando avaliar, além da
vida da árvore, o crescimento em volume, área basal, diâmetro e altura. Menciona-se também,
que ela só é utilizada em espécies que possuem anéis de crescimento facilmente observáveis,
15

resultantes da atividade cambial nos períodos de atividade vegetativa e da redução do


crescimento durante o repouso fisiológico.
Desta forma, a utilização da técnica de análise de tronco é o método mais simples a ser
utilizado para se conhecer a dinâmica de crescimento, tornando possível determinar a idade
das árvores e o crescimento anual (Schneider & Finger, 2000).
A determinação do incremento de uma árvore nada mais é do que acompanhar o
crescimento, ou seja, acompanhar o resultado da atividade meristemática, que tem como
conseqüência o alongamento e o engrossamento de raízes, galhos e troncos, causando
alterações no peso, volume e na forma da árvore. Segundo Finger (1992), o crescimento é
influenciado por fatores genéticos, interagindo com o meio ambiente, o qual compreende
fatores climáticos (temperatura, precipitação, vento e insolação), edáficos (características
físicas, químicas e biológicas), topográficos (inclinação, altitude e exposição) e fatores de
competição através da influência de outras espécies.
A interação de todos esses fatores sobre a planta expressa a qualidade do sítio. Assim,
se as condições de crescimento são boas, o sítio é considerado bom e vice-versa (Hush, 1982).
Na busca de um melhor esclarecimento sobre a influência desses fatores no
desenvolvimento das espécies e para melhorar condução de povoamentos mistos e de
múltiplas idades, foram desenvolvidos os primeiros modelos de crescimento de árvores
singulares nos primeiros anos da década de 60, na América do Norte. Conforme Hasenauer
(1997), o primeiro modelo de crescimento de árvore singular foi desenvolvido por Newhan,
no ano de 1964, para povoamentos puros.
Segundo Davis & Johnson (1986), os modelos de crescimento e produção classificam-
se em modelos de povoamentos globais, modelos por classes de diâmetro e modelos para
árvores individuais. Conforme o autor, os de árvores individuais são modelos mais complexos
e individualizados em relação aos demais, considerando cada árvore como uma amostra na
população. A maioria desses modelos calcula um índice de competição de copa (CCI) para
cada árvore, usado para determinar se a árvore vive ou morre, se ela vive, ela cresce em
termos de diâmetro, altura, e tamanho de copa. A distinção entre os diversos tipos de modelos
de árvores individuais está no índice de competição de copa que é calculado. Se o cálculo é
baseado na medição da distância ente a árvore considerada em relação às demais árvores
dentro de uma zona determinada, então este é chamado dependente da distância. No entanto,
se o índice de competição de copa considerar somente as características da árvore
selecionada, agregando características do povoamento, então o modelo é dito independente da
distância.
16

Estes modelos são também conhecidos como modelos espaciais e não-espaciais de


simulação de crescimento de árvores individuais. Segundo Vanclay (1994), o sentido espacial
é preferido, pois esses modelos podem requerer dados espaciais tri-dimensionais das árvores
analisadas, e não só a distância em relação a seus vizinhos.
Na formulação de modelos de crescimento de árvores individuais, os fatores acima
citados precisam ser considerados e interpretados, possibilitando, assim, reconhecer sua maior
ou menor influência sobre o crescimento.
A influência dos fatores genéticos sobre o crescimento das árvores é considerada, na
medida em que os modelos são elaborados para cada espécie individualmente.
Os fatores climáticos, nos modelos de crescimento de árvores individuais, não são
considerados diretamente, e sim tidos como constantes para a área de validade do modelo, na
medida em que, por exemplo, o modelo considere a região fisiográfica, a altitude de um local,
ou mesmo determinadas variáveis de microsítio, inclinação e exposição solar. Do mesmo
modo, para Durlo (1996), as variáveis edáficas são convenientemente incluídas nos modelos
de forma agregada pelas expressões da inclinação, da exposição solar e da degradação do
solo.
A regulação da competição existente num povoamento florestal torna-se então uma
variável de grande importância, pois é uma ferramenta fundamental para intervenções
silviculturais. Conforme Schneider (1993), a competição vem a ser um dos fatores ecológicos
mais importantes no manejo, já que quase todas as intervenções estão relacionadas com a
manipulação deste fator ou de condições que o afetam.
Neste sentido, Hiley (1959) descreve o processo de desenvolvimento de uma plantação
como sendo o crescimento de cada indivíduo constituinte do povoamento, exigindo cada vez
mais espaço. Desta forma, deve-se permitir que a copa da árvore expanda-se individualmente,
para alimentar um fuste, o qual se torna cada vez mais longo e espesso, já que a quantidade de
alimentos que pode produzir é aproximadamente proporcional ao tamanho da copa. A taxa de
crescimento diametral será determinada pelo espaço de crescimento de que dispõe cada
árvore. As árvores competem por espaço, tanto para as raízes, quanto para a copa.
O desenvolvimento da copa em relação à concorrência, sobretudo no comprimento,
diâmetro e, conseqüentemente, em sua superfície, é modificado por dois fatores: a luz, pois
quanto mais denso o povoamento, menos luz entra nas camadas mais baixas; e o vento, o
qual, ao atingir as árvores a uma certa altura, faz com que as copas se movam e os galhos
compridos se toquem, podendo se quebrar no contato com árvores vizinhas. No primeiro
fator, tem-se ainda que a incidência lumínica abaixo de um certo limite mínimo sobre as
17

espécies pode, dependendo das espécies (se tolerantes ou não à sombra), provocar a morte dos
galhos ou o aparecimento de galhos novos com menores diâmetros e comprimentos na
estrutura da copa.
A produção de madeira em relação à área de copa é um referencial de grande valor
para justificar a produtividade da árvore. Essa produtividade, não só depende da espécie e do
sítio, mas também da concorrência e da classe social da árvore.
A determinação de relações de produtividade para árvores individuais também assume
grande importância quando a variável tempo não pode ser determinada, como no caso da
maioria das espécies que compõem as florestas nativas, e muitas vezes nem pode ser medida
(ausência de anéis de crescimento anuais visíveis). Utilizam-se, nestes casos, características
dimensionais das árvores, como por exemplo, seu diâmetro e porcentagem de copa, na
formulação de modelos que expressem o crescimento no tempo sem levar em conta a idade da
árvore.
A esse respeito, Durlo (1996) e Sterba (2001) mencionam que o crescimento pode ser
descrito de forma geral como sendo uma função das dimensões das árvores, da qualidade do
sítio e da concorrência exercida sobre determinado indivíduo. Durlo utilizou ainda uma
função para estimar as dimensões, empregando-se apenas o DAP dos indivíduos, tendo o sítio
sido caracterizado pela inclinação, pedregozidade, material de origem, degradação, exposição
e concorrência. Tal função é testada através de três variáveis: a área basal de cada amostra, a
área basal das árvores mais grossas que a central (BAL) e o incremento periódico anual
observado.
Com isso, através do estudo do crescimento e sua modelagem para árvores individuais,
torna-se possível, com o passar do tempo, conhecer todos os indivíduos de uma população
que se quer manejar.
No estado do Rio Grande do Sul, encontram-se formações florestais bastante variadas
para as quais podem ser aplicadas as técnicas de manejo sustentado, devido principalmente, a
sua abrangência e importância econômica e ecológica.
Nestas florestas, algumas espécies são de interesse imediato de estudo pela sua
dominância, freqüência e importância ecológica e econômica. Dentre elas, tem presença
destacada a canela-preta (Nectandra megapotamica).
Segundo Reitz et al. (1983), a espécie Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez é
descrita morfologicamente como uma árvore perenifólia, de 15 até 25 (30) metros de altura e
40 a 80 cm de diâmetro; de tronco geralmente um pouco tortuoso, levemente canelado, e fuste
curto de 6 a 8 metros; de casca escura, com escamas descamantes, que deixam cicatrizes ao se
18

desprenderem, constituindo, sem dúvida, uma das características mais peculiares para
diferenciá-la das outras lauráceas. Além disso, possui copa arredondada, com folhagem muito
densa e verde-escura, formada pelas folhas velhas e verde-claras, quando há presença de
muitas folhas novas.
Apresenta ampla distribuição pelas principais florestas do Estado; ocorre na floresta do
Alto Uruguai, nos sub-bosques dos pinhais do planalto, na floresta da fralda da Serra Geral,
na Floresta Pluvial Atlântica e no Escudo Rio-Grandense.
Constitui também um dos representantes mais importantes, comuns e abundantes no
segundo estrato da floresta latifoliada do Alto Uruguai e da floresta que se estende ao longo
da fralda da Serra Geral, pertencendo às espécies dominantes do estrato contínuo das florestas
em praticamente toda a área de ocorrência. Igualmente, é muito freqüente na maioria dos sub-
bosques dos pinhais mais desenvolvidos, que se encontram entre 500 e 800 metros de altitude.
No Escudo Rio-Grandense, a densidade é menor, tornando-se elemento raro na Floresta
Pluvial Atlântica.
Apresenta-se indiferente quanto às condições físicas dos solos. Desenvolve-se desde
os solos muito úmidos até os de drenagem rápida, situados em encostas íngremes e rochosas.
Na madeira, existe nítida diferenciação entre o alburno, que é amarelo-ocráceo, e o
cerne, que é de cor castanha. A madeira apresenta cheiro desagradável quando recém cortada.
Lorenzi (1998) comenta que a madeira presta-se para a construção civil, tabuado em
geral. Porém, apesar das excelentes características xilotecnológicas, esta madeira tem sido
relegada para segundo plano devido ao cheiro desagradável, que pode voltar quando em
lugares úmidos.
19

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local de coleta dos dados

O presente estudo foi realizado na Fazenda Tupi, município de Nova Prata, localizado
na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul.
Distante, aproximadamente, 13 Km da sede do município, a fazenda possui área total
de 970 hectares, sendo 785 representados por Floresta Ombrófila Mista (Figura 1). O histórico
de exploração dessa floresta mostra atividades de intervenção antrópica até a década de 70,
objetivando, principalmente, a exploração de espécies de alto valor econômico. A partir desse
período, a floresta tem sido manejada com propósitos conservacionistas, por meio da
manutenção do ambiente natural existente, e também científicos, através da realização de
estudos destinados a investigar a dinâmica florestal da biocenose.
Os dados para este estudo foram coletados numa área de, aproximadamente, 15 ha, em
local disponibilizado pelo PELD, Programa Ecológico de Longa Duração, o qual desde o ano
de 2001, realiza pesquisas na área.
20

Lagoa
Vermelha

Nova Prata

FONTE: Bolfe et al. (2000).

FIGURA 1: Localização da área de estudo.


21

3.2 Clima

O clima da região, segundo Moreno (1961), é classificado como Cfa, subtropical, com
temperatura do mês mais frio entre 3 e 18°C e temperatura do mês mais quente superior a
22°C. A temperatura máxima é de, aproximadamente, 22,3°C, registrada no mês de janeiro, e
a do mês mais frio, de 12,4°C, registrada no mês de julho. A temperatura média anual é de
17,3°C. A precipitação média anual é de 1852mm, com maior concentração de chuvas nos
meses de junho a setembro. A direção predominante do vento é sudeste, e há ocorrência de
geadas, em média, 13 ocorrências durante o inverno.

3.3 Solos

O solo da região é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico típico,


caracterizado por Streck et al. (2002) como solo bem drenado, normalmente profundo a muito
profundo, bastante poroso e bem estruturado.
A unidade de relevo é do tipo Planalto das Araucárias, com altitude média em torno de
780m e declividades máximas de 30% (Herrmann & Rosa, 1990).

3.4 Escolha da espécie

Os critérios observados para escolha da espécie utilizada neste estudo foram a


importância econômica, a importância ecológica e a presença de anéis anuais de crescimento
diferenciáveis.

3.5 Obtenção dos dados

Para o estudo do crescimento foram estipuladas onze (11) árvores-amostra de


Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez, com a finalidade de reconstituir o crescimento
passado desses indivíduos, por meio de análise de tronco.
A seleção das árvores no interior da floresta foi efetuada, levando-se em conta as
seguintes características:
a) Posição sociológica: priorizaram-se os indivíduos dominantes e, no máximo, co-
dominantes;
22

b) Forma da copa: priorizaram-se os indivíduos com copa bem formada, ou melhor,


sem galhos quebrados e bem distribuída em torno do eixo central da árvore;
c) Altura e qualidade do fuste: priorizaram-se os indivíduos com fustes longos, retos,
cilíndricos (quando possível) e com aparente ausência de defeitos na madeira, tais como
manchas, podridões etc.
Com isso, assumiu-se a hipótese de que árvores com estas características morfológicas
experimentaram um crescimento mais promissor dentro da floresta.
Outro fator relevante na determinação do número de árvores-amostra, além da sua
existência, foi a possibilidade de abate da árvore, quer por impedimento legal ou burocrático,
quer pela falta de permissão do proprietário.
Para estimar as condições de crescimento de cada árvore-amostra, foram utilizadas
unidades amostrais circulares com área proporcional à copa da árvore selecionada. O raio da
unidade amostral foi definido como sendo duas vezes o raio médio de copa da árvore-amostra,
conforme exemplificado na Figura 2.

Sendo: R = Raio médio de copa, em metros; R = Raio de copa, em metros.

FIGURA 2: Área de amostragem das condições ambientais, por árvore-amostra.

O raio médio de copa foi determinado através da medição de oito raios, medidos em
posições fixas. O primeiro raio apresentava orientação norte e os demais, medidos a cada 45°
no sentido horário.
23

3.5.1 Variáveis mensuradas

Dentro de cada unidade amostral, foram consideradas somente as árvores com


circunferência à altura do peito (CAP) igual ou superior a trinta centímetros. Para cada árvore
considerada, anotaram-se as seguintes informações dendrométricas, conforme o Manual para
Coleta de Informações Dendrométricas elaborado por Schneider et al. (1999):

a) Código da árvore: iniciando pela árvore-amostra (Nectandra megapotamica


(Spreng.) Mez), de coordenadas 0,0, atribuindo-lhe o código 1;
b) Nome vulgar da espécie;
c) Circunferência à altura do peito (CAP): medida com fita métrica, em centímetros, a
1,30m acima da superfície do solo;
d) Altura da copa: medida com hipsômetro Vertex, em metros, considerando a
distância do solo até a altura das folhas (base da copa);
e) Altura total: medida com hipsômetro Vertex, em metros;
f) Altura do fuste: medida com hipsômetro Vertex, em metros, considerando a
distância do solo até o ponto de ramificação do fuste;
g) Raios de copa: medidos com auxílio de bússola e Vertex, em metros, em oito
direções fixas (norte, nordeste, leste, sudeste, sul, sudoeste, oeste e noroeste). Na situação de
árvore inclinada, determinava-se um novo centro de copa, no qual se mediam os raios;
h) Coordenadas: medida em ângulo e distância. Estas coordenadas locavam a posição
das demais árvores em relação à árvore-amostra dentro da unidade amostral. Para medição do
ângulo azimutal, utilizou-se instrumento artesanal contendo escala numerada de 0 a 360°, e
ainda, oito posições cardeais para medição dos raios de copa. Inicialmente, fixava-se o
instrumento junto a árvore de código 1, de coordenadas 0,0, e, em seguida, orientava-o na
direção norte, efetuando-se, desta forma, a medição do ângulo com auxílio da mira de
observação. Para medição da distância, utilizou-se o hipsômetro Vertex, com precisão de dez
centímetros;
i) Posição sociológica: compreendendo a posição vertical da árvore em relação às
suas vizinhas. O indivíduo foi classificado em: (1) dominante, (2) co-dominante, (3)
dominado e (4) suprimido;
j) Tendência à valorização: compreendendo a possibilidade da árvore passar de um
estrato para outro. Observando a sanidade, posição sociológica, competição e forma da copa,
classificando-se as condições de crescimento de cada árvore, através dos seguintes critérios:
24

(1) crescimento promissor, mudança ascendente na posição sociológica; (2) crescimento


médio, mudança lenta na posição sociológica; e (3) crescimento insignificante, tendência a
permanecer na mesma posição sociológica;
k) Classe de copa: classificada de acordo com a profundidade de copa em: (1) copa
longa, comprimento maior que ½ da altura total da árvore; (2) copa média, comprimento da
copa entre ½ e ¼ da altura total da árvore; (3) copa curta, comprimento da copa inferior a ¼
da altura total da árvore e (4) copa danificada ou quebrada;
l) Sanidade: Foram classificados os indivíduos de acordo com a causa e a intensidade
de danos. Quanto às causas, adotou-se a seguinte codificação: (1) saudável, (2) danos
abióticos (geadas, ventos, etc), (3) danos por insetos, (4) danos por fungos, (5) danos por
animais, (6) danos complexos (causados por dois ou mais agentes) e (7) morta. A intensidade
dos danos foi classificada em (1) baixa, (2) média e (3) alta.
m) Qualidade do fuste: classificou-se o fuste da árvore em (1) fuste reto, cilíndrico,
sem defeitos internos aparentes, livre de nós e galhos, que permite obter madeira de alta
qualidade; (2) fuste reto a levemente tortuoso, cilíndrico ou pequena excentricidade, sem
defeitos aparentes, presença de pequenos galhos; (3) fuste com tortuosidade acentuada,
excêntrico e presença de galhos de porte regular; e (4) fuste inaproveitável, podre, oco, que
não permite qualquer aproveitamento.

Além das informações levantadas para cada indivíduo dento da unidade amostral,
também foram registradas informações referentes ao tamanho e localização das árvores-
amostra, tais como:

a) Número da unidade amostral em que ocorria;

b) Exposição do terreno: classificou-se a exposição em (1) norte, (2) nordeste, (3)


leste, (4) sudeste, (5) sul, (6) sudoeste, (7) oeste e (8) noroeste;

c) Declividade do terreno: registrou-se a declividade com auxílio do hipsômetro


Vertex, anotando-se o ângulo, em graus, e a distância, em metros. Posteriormente, estas
informações foram convertidas em declividade percentual.

d) Pedregosidade: analisou-se a presença de afloramento de rochas no local da


unidade amostral, classificando em: (0) sem afloramento e (1) com afloramento de rochas;
25

e) Posição no terreno: observando a posição da árvore no terreno, atribui-se (1) platô,


(2) encosta e (3) baixada;

f) Área da unidade amostral: calculada em metros quadrados, em função do raio


médio de copa da árvore-amostra;

Para o estudo do crescimento, foram utilizadas as onze (11) árvores-amostra


previamente selecionadas na floresta. Estas árvores, depois de abatidas com uso de
motosserra, tiveram o fuste seccionado para retirada das fatias de amostragem.
As posições de retirada das fatias nas árvores foram: próximo à base da árvore, em
torno de 10cm acima do nível do solo; no DAP, a 1,30m da superfície do solo; na altura do
fuste, ou seja, imediatamente antes da ocorrência de ramificações ou alterações bruscas na
forma do fuste; e ainda, em um (1) ou dois (2) pontos entre o DAP e a altura do fuste,
dividindo-o em duas ou três partes iguais, dependendo de seu comprimento. As fatias foram
identificadas com o número da árvore e altura de retirada da fatia. Posteriormente, foram
secas em estufa, aplainadas com plaina manual e lixadas com lixas de números 35, 60, 100,
150, 320, 600 e 1200.
Para estudo do incremento percentual em volume (iv%), aplicou-se a técnica de análise
de tronco, por árvore-amostra, através da medição de quatro raios marcados em cada fatia,
conforme descrito por Finger (1992). No procedimento de identificação e marcação dos anéis
anuais de crescimento, foram considerados, para efeito de medição, os anéis que
apresentavam banda parenquimática de coloração escura e contínua ao longo da secção
transversal e aqueles que estavam presentes em todas as fatias. A medição e o registro das
informações referentes às análises de tronco foram efetuados com auxílio do aparelho Lintab
II e do programa TSAP for windows.

3.5.2 Variáveis calculadas

3.5.2.1 Variáveis morfométricas

As variáveis morfométricas foram utilizadas para descrever as relações dimensionais


das árvores amostradas e fazer inferência sobre sua estabilidade e produtividade. Neste
sentido, foram calculadas as seguintes informações:
26

a) Lc: comprimento da copa, em metros;


b) dc: diâmetro da copa, em metros;
c) pc: proporção de copa, em porcentagem, onde:
Lc
pc % = *100
h
Sendo: Lc = comprimento da copa; h = altura total;

d) h/d: relação altura diâmetro, também conhecida como grau de esbeltez é expressa
em m.cm-1, onde:
h
h/d =
DAP
Sendo: h = altura total; dap = diâmetro à altura do peito;

e) is: índice de saliência, em m.cm-1, onde:


dc
is =
DAP
Sendo: dc = diâmetro de copa; DAP = diâmetro à altura do peito;

f) ia: índice de abrangência, em valor absoluto, onde:


h
ia =
dc
Sendo: h = altura total; dc = diâmetro de copa;

g) fc: formal de copa, em valor absoluto, onde:


dc
fc =
Lc
Sendo: dc = diâmetro de copa; Lc = comprimento de copa;

O índice expresso pela relação entre diâmetro de copa e comprimento de copa é


usualmente conhecido como formal de copa. Em geral, quanto menor este índice, maior é a
influência às árvores vizinhas na expansão lateral da copa da árvore considerada.

3.5.2.2 Variáveis de concorrência

A estimativa do espaço horizontal ocupado por cada árvore-amostra, em relação a suas


vizinhas, ocorreu através da utilização dos seguintes índices de competição:
27

a) Índice de Glover & Hool, (Schneider & Finger, 2000)


d i2
I gh =
d2
Sendo: di = diâmetro da árvore considerada, em centímetros; d = diâmetro médio do povoamento, em
centímetros.

O índice de Glover e Hool relaciona a dimensão da árvore considerada com a


dimensão média das árvores vizinhas, dentro de uma área previamente estabelecida. Então,
quanto menor for o índice maior será a concorrência sofrida pela árvore.

b) Índice de BAL (Basal área larger)


n
BAL = ∑ g
i =1

Sendo: n = número de árvores com cap maior que a árvore-amostra; g = área transversal, em metros quadrados.

O índice de BAL busca quantificar a concorrência por espaço entre as árvores,


considerando como competidoras aquelas com área basal (ou transversal) maior que a árvore
considerada. Logo, quanto maior o índice, maior a competição exercida sobre o indivíduo
considerado (Della-Flora, 2001).

c) Índice de BAL corrigido


n dj 1
BALcor = ∑ g. .
i =1 d i L ij
Sendo: di = diâmetro da árvore-amostra, em centímetros; dj = diâmetro da árvore concorrente, em centímetros;
Lij = distância entre a árvore-amostra e a concorrente, em metros;

O Índice de BAL corrigido quantifica a concorrência entre árvores de maneira mais


fidedigna, pois, ao se ter dois indivíduos competidores de mesma dimensão, será mais
concorrente aquele que estiver localizado mais próximo à árvore considerada (Della-Flora,
2001).

d) Índice de Hegyi (Davis & Johnson, 1986)


n ⎛
d ⎞ 1
I H = ∑ ⎜ i ⎟.
⎜ ⎟
i =1 ⎝ d j ⎠ L ij

Sendo: di e dj = diâmetro da árvore considerada e concorrente, em metros, respectivamente; Lij = distância até a
concorrente j, em metros;
28

O Índice de Hegyi é semelhante ao índice de BAL corrigido, com a diferença de


desconsiderar a área basal no cálculo da concorrência. Portanto, de acordo com a relação
deste índice, quanto maiores os valores de IH, maior a competição entre as árvores, para um
aproximado número de indivíduos.

e) Índice da área potencial disponível (Ir), Schneider & Finger


(2000)
di
Ir = .Lij
d i2 + d 2j
Sendo: di = diâmetro da árvore considerada, em centímetros; dj = diâmetro da árvore concorrente, em
centímetros; Lij = distância entre a árvore considerada e a concorrente, em metros;

O índice Ir, descrito por Moore (1973), considera como competidores aqueles
indivíduos vizinhos e eqüidistantes à árvore considerada. Então, quanto maior este índice
maior será a área potencial disponível para a árvore considerada.

3.5.2.3 Incremento percentual em volume (iv%)

Calculou-se o incremento corrente anual em volume percentual (iv%) a partir do


volume correspondente a cada ano, determinado pela análise de tronco, até a altura do fuste
considerada. O volume foi calculado pelo método de Smalian, conforme metodologia citada
por Finger (1992). Para o cálculo do iv%, estabeleceu-se a seguinte relação:

v i +1 − v i
i v% = *100
vi
Sendo: v = volume, em metros cúbicos; i = idade considerada, em anos.

De acordo com a expressão anterior, o incremento volumétrico é sempre determinado


levando-se em consideração o volume do ano seguinte. Com isso, foi possível modelar a
tendência do incremento volumétrico no tempo, podendo-se estimar o crescimento
volumétrico da árvore.
Só foram considerados o volume dos anéis para os quais a árvore tinha alcançado a
altura comercial, isto é, dos anéis presentes da base da árvore (1a fatia) até a última fatia
tomada na última posição do fuste. A altura do fuste foi considerada aquela como sendo
29

imediatamente anterior à ocorrência de alterações repentinas na forma do tronco ou na


ocorrência de bifurcações ou irregularidades no fuste.

3.5.2.4 Variáveis independentes id10, id5 e id2

Uma vez concluída a análise de tronco de cada uma das árvores selecionadas,
procedeu-se a determinação das variáveis independentes descritas como id10, id5 e id2. Estas
variáveis foram calculadas com o objetivo de se conhecer qual era o ritmo de crescimento em
diâmetro das árvores nos últimos anos, na tentativa de relacionar o crescimento em diâmetro
atual, com o crescimento passado em volume. Para isso as variáveis foram calculadas da
seguinte maneira:

a) id10: incremento médio em diâmetro medido nos últimos 10,0cm do DAP, no


sentido casca-medula;
b) id5: incremento médio em diâmetro medido nos últimos 5,0cm do DAP, no sentido
casca-medula;
c) id2: incremento médio em diâmetro medido nos últimos 2,0cm do DAP, no sentido
casca-medula.

3.5.3 Ajuste da equação para iv%

Segundo Fresse (1972), um dos objetivos mais comuns da aplicação dos métodos de
regressão é o de encontrar uma função que relacione uma variável dependente a outras
variáveis independentes.
No ajuste da equação de regressão para iv%, considerou-se como variável dependente o
iv% e como variável independente o DAP. A escolha do DAP como variável independente
atribui-se ao fato de este gerar maior praticidade ao modelo, pois, além de ser de fácil
medição, é indicador da idade fisiológica da árvore.
O ajuste da equação de regressão, para o incremento volumétrico percentual das
árvores-amostra, foi calculado no programa SAS, Statistical Analysis Sistem versão 6.11,
através do procedimento GLM (General Linear Models).
Priorizou-se a escolha de modelos de, no máximo, dois coeficientes, objetivando
maximizar sua eficiência prática e facilitar as análises de covariância subseqüentes.
30

As variáveis iv% e DAP foram ainda transformadas, conforme a Tabela 1, com o


propósito de obter melhores ajustes.
No total, 84 modelos de regressão foram testados a fim de selecionar aquele que
melhor descrevesse a tendência dos dados observados.

TABELA 1 - Transformação de variáveis para ajuste da função de iv%


Variável dependente iv%
Nome Transformação Nome Transformação
Y iv% LNY11 1 / ln (iv% / 100)
Y1 (iv%) / 100 Y12 (iv% / 100)0,5
LNY ln (iv%) Y13 (iv%)0,5
LNY1 ln (iv% / 100) - -
Variável independente DAP
Nome Transformação Nome Transformação
X dap LNX ln (dap)
X1 1 / dap LNX1 1 / ln (dap)
X2 dap2 LNX2 ln2 (dap)
3
X3 dap LNX12 1 / ln2 (dap)
X11 1 / (dap2) RQX dap0,5
3
X12 1 / (dap ) RQX1 1 / (dap0,5)
Sendo: ln = Logarítimo neperiano; DAP = Diâmetro à altura do peito; / = Divisão.

Selecionou-se a equação que apresentou maiores coeficientes de determinação,


menores coeficientes de variação e alta eficiência para as árvores estudadas.
A estatística da eficiência do modelo foi calculada pela seguinte expressão, conforme
Kiuiste et al. (2002):

( )
n 2
∑ i y − ŷ
i
E = 1 − i=n1
(
∑ yi − y ) 2
i=1
Sendo: n = Número de observações; yi = Valor observado; ŷ i = Valor estimado; y = Média dos valores
observados.

Tem-se que, quanto maior o valor de “E” calculado, maior é a capacidade do modelo
em explicar a variação existente, concluindo-se que as diferenças entre os valores observados
e os estimados são mínimas, o que indica que o modelo é eficiente. Para medir esta variação,
também foram construídos gráficos de resíduos na forma percentual, por árvore-amostra.
31

3.5.4 Análise de covariância do iv%

A análise de covariância foi utilizada para identificar as hipóteses da não-diferença em


nível e inclinação entre as curvas de incremento volumétrico percentual das árvores
estudadas.
Segundo Steel & Torrie (1960), a análise de covariância utiliza conjuntamente dois
procedimentos: análise de variância e análise de regressão. Primeiramente, testa-se se há
diferença de inclinação entre as curvas. Se não existir diferença, a hipótese da não diferença
entre níveis é testada.
Uma vez não existindo diferenças, tanto em nível como em inclinação, entre as árvores
estudadas, torna-se possível a aplicação de uma função comum, ajustada para o conjunto de
árvores, e que explique a variação do incremento volumétrico percentual ao longo do tempo.
A análise de covariância foi realizada pelo SAS, no modo GLM (General Linear
Models), com uso de variável dummy, associada à classe Árvore. O uso da variável dummy
foi necessário para transformar a característica qualitativa atribuída à árvore individual, em
característica quantitativa, tornando-se assim, passível de ser analisada estatisticamente. Nesta
análise, foram observadas as significâncias dos valores da estatística F, relacionadas com a
classe Árvore, a fim de verificar a hipótese de igualdade de nível, e a significância do valor de
F relacionada à interação dap*Árvore, para verificar a hipótese de igualdade de inclinação
entre as árvores.

3.5.5 Modelagem dos coeficientes da função de iv%

A modelagem, segundo Schneider (1998), consiste no procedimento estatístico com o


propósito de ajustar um modelo de regressão composto por variáveis que se relacionam
mutuamente. O autor afirma ainda que, dentre os métodos mais utilizados para modelagem de
uma equação, estão o método de seleção forward, o método de eliminação backward e o
método de regressão stepwise.
Os coeficientes de intercepto e angular das curvas de incremento volumétrico
percentual das árvores-amostras foram modelados em função de variáveis dendrométricas e
do sítio, objetivando dar praticidade às equações de incremento calculadas e explicar a
diferença de ângulo e nível das curvas de incremento.
Os coeficientes b0 e b1 foram modelados pelo procedimento stepwise, adotando-se o
processo forward de eliminação de variáveis. Neste processo, a formação do modelo
32

matemático teve início pela variável independente mais correlacionada com a dependente,
incluindo nos passos seguintes as variáveis independentes com maiores correlações parciais
para, posteriormente, serem testadas pelo teste de F.
A modelagem forward foi calculada no pacote estatístico SAS (Satistical Analysis
Sistem), no modo f, tendo como variáveis independentes os dados de morfometria,
concorrência e ambientais de cada árvore selecionada.

3.5.6 Precisão dos modelos de b0 e b1

Na verificação da precisão dos modelos, foram observadas as estatísticas do


coeficiente de determinação, coeficiente de variação, probabilidade de significância dos
coeficientes, valor da estatística F e gráfico de resíduos entre os coeficientes observados e
estimados pelos modelos.
Não obstante, a precisão dos modelos foi ainda avaliada substituindo-se, em cada
árvore-amostra, os coeficientes originais ajustados para as funções de iv%, pelos novos
coeficientes b0 e b1 estimados pelas funções de modelagem.

3.5.7 Estudo das variáveis dos modelos b0 e b1

As variáveis selecionadas na modelagem foram testadas, avaliando sua coerência nas


estimativas de incremento volumétrico percentual (iv%). Esta foi realizada comparando-se a
influência da variável no modelo, se aditiva ou subtrativa, com outros trabalhos já realizados
em relação à modelagem do crescimento.
33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Caracterização das árvores

Seguindo os critérios pré-estabelecidos para seleção das árvores na floresta, a amostra


para estudo do crescimento da espécie Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez, na Floresta
Ombrófila Mista, no município de Nova Prata, ficou constituída conforme a Tabela 2.

TABELA 2 - Caracterização das árvores de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez


selecionadas para estudo de crescimento.
hfuste Sanidade
Árv DAP h hcopa Tend. Clas Qual.
(m) Pos. Soc.
N° (cm) (m) (m) Val Copa Causa Int Fuste
1 37,7 20,0 12,7 8,0 2 1 2 1 - 1
2 46,2 21,6 10,3 7,1 1 1 2 1 - 2
3 65,6 23,1 13,3 8,0 1 1 2 1 - 2
4 42,7 17,0 9,9 3,4 1 1 2 1 - 3
5 50,4 23,8 8,4 6,5 1 1 1 1 - 1
6 27,7 18,0 12,8 9,8 1 2 2 1 - 2
7 45,7 22,3 16,8 8,8 1 1 3 1 - 1
8 49,0 24,0 14,0 11,0 1 1 3 1 - 1
9 36,1 23,3 15,0 11,9 1 1 3 1 - 2
10 36,8 22,6 17,0 12,6 1 1 1 1 - 2
11 37,1 21,1 12,0 10,3 2 1 3 1 - 1
Sendo: DAP = Diâmetro à altura do peito; h = Altura total; hcopa = Altura da copa; hfuste = Altura do fuste;
Pos. Soc.= Posição sociolócia (1 = dominante, 2 = co-dominante); Tend. Val.= Tendência à Valorização (1 =
crescimento promissor, 2 = crescimento médio); Classe de copa: 1 = longa, 2 = média, 3 = curta; Causa: 1 =
saudável; Intens = Intensidade (- = sem danos); Qualidade do fuste: 1 = reto e cilíndrico, 2 = levemente
tortuoso,3 = tortuosidade acentuada.

Observa-se que, das árvores-amostra, duas estavam na posição sociológica co-


dominante, sendo estas as árvores de número 1 e 11.
Já em relação à qualidade do fuste, percebe-se que houve nítida variação nesta variável
entre as árvores abatidas. Cinco delas apresentaram fuste reto e cilíndrico, cinco
apresentaram fuste com leve tortuosidade e uma, com elevada tortuosidade e excentricidade.
A ocorrência de fatias excêntricas trouxe algumas dificuldades à análise de tronco.
Dentre elas, cita-se a ocorrência de grandes variações nos incrementos anuais dentro do
mesmo anel anual de crescimento e, também, à presença de regiões onde os anéis anuais se
encontravam com elevada justaposição, impedindo a identificação e posterior medição de
34

seus incrementos. Quando encontrada esta última situação em particular, optou-se pela
reordenação das raios de medição em orientações variáveis sobre as fatias.
Quanto à dimensão, as árvores apresentaram DAP mínimo de 27,7cm (árvore 6) e
máximo de 65,6cm, não ultrapassando 24,0m de altura total (árvore 8). Apesar de ter sido
priorizada a seleção de árvores com maiores fustes, percebe-se que houve considerável
variação neste atributo entre as árvore amostradas, oscilando desde 3,4m (árvore 4) até 12,6m
(árvore 10).
Os indivíduos selecionados não apresentaram variação considerável na altura total, se
comparado com a altura do fuste. Com exceção das árvores 4 e 6, as demais árvores
apresentaram alturas totais entre 20,0 e 24,0m, indicando estarem em uma mesma classe de
altura dentro da floresta.
De forma geral, foram selecionadas árvores saudáveis, dominantes, com copas médias a
curtas e com tendência a se desenvolverem de forma promissora dentro da floresta.

4.2 Unidades amostrais

As unidades amostrais, destinadas a amostrar as condições ambientais, variaram em


função do tamanho da copa da árvore selecionada. Deste modo, foram obtidas unidades
amostrais com áreas entre 109,8 m2, correspondente à árvore número 6, até 676,6m2, para a
árvore número 3 (Tabela 3).

TABELA 3 - Dimensão e condições ambientais das unidades amostrais, por árvore-


amostra.
Área da
Árvore/ Raio da Inclinação
Parcela Expos Pedreg Posição
Parcela N° Unidade (m) (%)
(m2)
1 10,7 356,3 3 18,0 0 2
2 10,4 338,2 3 11,3 0 2
3 14,7 676,6 2 7,7 0 3
4 8,1 206,1 2 10,8 0 3
5 14,1 624,6 5 12,2 0 2
6 5,9 109,8 2 10,1 0 3
7 9,2 267,4 3 8,2 0 2
8 10,1 318,9 2 10,8 1 3
9 7,3 168,6 2 7,7 0 3
10 10,2 323,7 2 11,7 0 3
11 8,3 214,0 3 13,3 0 3
35

Sendo: Expos = Exposição do terreno (2 = nordeste, 3 = leste, 5 = sul); Pedreg = Pedregosidade (0 = Ausência de
afloramento de rochas, 1 = Presença de afloramento de rochas); Posição = Posição no terreno (2 = Encosta; 3 =
Baixada).

As árvores selecionadas localizavam-se em terrenos com exposição nordeste ou leste e


declividade aproximada entre oito e dezoito por cento. Não foi verificada a ocorrência de
árvore-amostra na posição do relevo classificada como platô, tendo-se selecionado indivíduos
apenas na encosta e baixada, sendo que apenas a árvore número 8 estava presente em solo
com afloramento de rocha (Tabela 3).

4.3 Variáveis morfométricas

Através da medição das variáveis dimensionais das árvores selecionadas, pode-se


calcular os índices morfométricos apresentados na Tabela 4.

TABELA 4 - Variáveis morfométricas das árvores amostradas da espécie Nectandra


megapotamica (Spreng.) Mez.

Árvore Lc dc h/d is
pc ia fc
N° (m) (m) (m.cm-1) (m.cm-1)
1 7,3 10,7 36,500 0,531 0,283 0,533 1,459
2 11,3 10,4 52,315 0,468 0,225 0,480 0,918
3 9,8 14,7 42,424 0,352 0,224 0,635 1,497
4 7,1 8,1 41,765 0,399 0,190 0,476 1,141
5 15,4 14,1 64,706 0,473 0,280 0,592 0,916
6 5,2 5,9 28,889 0,650 0,214 0,328 1,137
7 5,5 9,2 24,664 0,488 0,202 0,414 1,677
8 10,0 10,1 41,667 0,490 0,206 0,420 1,008
9 8,3 7,3 35,622 0,645 0,203 0,314 0,883
10 5,6 10,2 24,779 0,615 0,276 0,449 1,813
11 9,1 8,3 43,128 0,569 0,223 0,391 0,907
Sendo: Lc = Comprimento de copa; dc = Diâmetro de copa; pc = Porcentagem de copa; h/d = Relação altura
diâmetro; is = Índice de saliência; ia = Índice de abrangência; fc = Formal de copa;

Observa-se que houve ampla variação no comprimento da copa das árvores estudadas,
variando de 5,2m (árvore 6) até 15,4m (árvore 5). Porém, mais importante que analisar o
comprimento da copa é verificar a proporção de copa expressa pela porcentagem, pois esta é
36

indicadora de vitalidade e produtividade da árvore. Logo, quanto maior a proporção de copa,


mais promissor tende a ser seu crescimento. As árvores com maiores proporções de copa
foram as de número 2, 5 e 11.
A relação h/d, que mede a estabilidade da árvore, variou do valor mais estável, igual a
0,352m.cm-1 (correspondente à árvore 3) até o valor menos estável, igual a 0,650m.cm-1
(correspondente à árvore 6). As menores relações h/d estão relacionados às árvores número 3
(0,352) e 4 (0,399), enquanto que as maiores, às árvores seis (0,650) e nove (0,645).
O índice de saliência variou de 0,190m.cm-1 (árvore 4) até 0,283m.cm-1 (árvore 1).
Estes valores indicam que, em média, as árvores amostradas apresentaram diâmetro de copa
24 vezes maior que o DAP. Trata-se de uma variável importante a ser observada no manejo
das árvores dessa espécie dentro da floresta, pois ao se desejar ter uma árvore com DAP igual
a 37,7cm (árvore 1, Tabela 2), deve-se disponibilizar uma área vital de 89,4m2 para que ela
cresça sem concorrência.
A relação do diâmetro da copa sobre a altura total (índice de abrangência) variou de
0,314 até 0,635. As árvores número 3 e 9 apresentaram variação significativa no índice de
abrangência (0,635 e 0,314) se comparadas com suas alturas totais (23,1 e 23,3m). Neste
sentido, a árvore número 3 encontrou condições mais favoráveis ao desenvolvimento da copa
do que a árvore número 9. Este fato ficou evidenciado na dimensão dos anéis de crescimento,
facilmente observáveis na análise de tronco.
O formal de copa, expresso pela relação do diâmetro de copa sobre o comprimento, dá
uma idéia de seu volume. De modo geral, entre duas árvores de mesmo diâmetro de copa, por
exemplo, 10,7m (árvore 1) e 10,4m (árvore 2), a mais produtiva é àquela com menor formal
de copa, neste caso, a árvore número 2. Assim, quanto mais longa a copa, mais produtiva
tende a ser a árvore, para o mesmo diâmetro a altura do peito.

4.4 Variáveis de competição

A Tabela 5 apresenta as estimativas da competição existente em cada unidade amostral,


por árvore-amostra.
O uso do Índice de Glover & Hool (modificado), calculado pela relação do diâmetro da
árvore considerada ao quadrado sobre o diâmetro médio das árvores da parcela também ao
quadrado, variou entre 1,55 e 7,30. Quanto maior essa relação, menor a influência das árvores
vizinhas sobre a árvore considerada, ou seja, a competição é menor. Analisando a Tabela 6,
percebe-se que houve correlação entre a área da unidade amostral e o Índice de Glover &
37

Hool. À medida que se aumentou a área da unidade amostral, aumentou-se, por conseqüência,
o Índice de Glover & Hool. Este comportamento pode também ser percebido na Tabela 5, na
qual os menores valores do Índice de Glover & Hool estão associados aos menores diâmetros
de copa.

TABELA 5 - Estimativas de competição entre árvores, por unidade amostral.


Árv Área
Igh BAL BALcor IH Ir
N° Parcela
1 356,3 3,746618 0,000000 0,000000 10,758161 4,761371
2 338,2 4,439168 0,000000 0,000000 15,488531 2,825040
3 676,6 7,302910 0,000000 0,000000 28,746726 4,419943
4 206,1 3,790287 0,148923 0,034324 4,034012 0,649120
5 624,6 3,768057 0,643656 0,045070 10,594485 3,728523
6 109,8 2,120841 0,226022 0,039068 14,092846 0,944253
7 267,4 5,360128 0,000000 0,000000 5,215984 1,242894
8 318,9 3,169635 0,000000 0,000000 6,569493 1,517605
9 168,6 1,738752 0,400725 0,099631 3,492888 0,651017
10 323,7 2,786962 0,779149 0,058812 7,656733 2,759743
11 214,0 1,550120 0,267871 0,042359 2,644222 0,496951
Sendo: Igh = Índice de Glover & Hool; BAL = Área basal das árvores maiores que a considerada; BALcor =
Índice de BAL corrigido; IH = Índice de Hegyi; Ir = Índice de área potencial disponível.

O Índice de BAL oscilou ente zero e 0,779m2, não apresentando correlação


significativa com o aumento da área da unidade.
Ao se comparar a relação h/d (Tabela 4) com o Índice BAL corrigido das árvores
selecionadas, observamos que as duas árvores de maior relação h/d (árvores 9 e 6)
apresentaram índices de BAL corrigido elevados, indicando que a competição pode ter
influenciado o crescimento em diâmetro desses indivíduos.

TABELA 6 - Relação entre os índices de concorrência e a área da unidade amostral.


F Área
Igh BAL BAL cor IH Ir
Prob>F Parcela
Área 1,0 0,6980 0,0537 -0,3486 0,6581 0,8065
Parcela 0,0 0,0169 0,8754 0,2934 0,0277 0,0027
0,6980 1,0 -0,4627 -0,6718 0,7015 0,5795
Igh
0,0169 0,0 0,1519 0,0236 0,0161 0,0617
0,0537 -0,4626 1,0 0,7541 -0,2771 -0,0286
BAL
0,8754 0,1519 0,0 0,0073 0,4095 0,9336
-0,3486 -0,6718 0,7541 1,0 -0,4440 -0,4268
BAL cor
0,2934 0,0236 0,0073 0,0 0,1713 0,1905
0,6581 0,7016 -0,2771 -0,4440 1,0 0,6686
IH
0,0277 0,0161 0,4095 0,1713 0,0 0,0245
0,8065 0,5795 -0,0286 -0,4268 0,6686 1,0
Ir
0,0027 0,0617 0,9336 0,1905 0,0245 0,0
38

Sendo: F = Valor de significância calculado pelo teste de F; Prob>F = Probabilidade de significância para o valor
de F; Igh = Índice de Glover & Hool; BAL = Área basal das árvores maiores que a considerada; BALcor = Índice
de BAL corrigido; IH = Índice de Hegyi; Ir = Índice de área potencial disponível.

Esber (2003), ao estudar o crescimento de Cedrela fissilis (Vellozo) Mart., no município


de Santa Maria-RS, utilizou, dentre outras variáveis de concorrência, o índice BAL e o Índice
Hegyi para explicar o desenvolvimento diferenciado entre as árvores analisadas. Para o índice
BAL, foram encontrados valores que variaram de 0,363 a 2,513, em parcelas de várias
dimensões, resultando num BAL médio para o povoamento igual a 0,897. Em relação ao
índice Hegyi, foram encontrados níveis oscilando entre o mínimo, de 0,510, e o máximo, de
27,215.
Para o cálculo estimativa da concorrência pelo Índice de Hegyi, deve-se considerar
somente os indivíduos competidores, pois a inclusão de árvores menores tende a distorcê-lo,
dificultando a interpretação. Por exemplo, ao se analisar a árvore 3, com Índice de Hegyi
igual a 28,75, conclui-se que há elevada competição entre os indivíduos desta parcela. Porém,
ao se observar o Índice BAL corrigido desta árvore, percebe-se que não há indivíduos maiores
que ela dentro da unidade amostral. Com isto, constata-se que valores elevados de Hegyi (IH)
significam grande número de árvores finas dentro da unidade amostral, indicando baixa
competição com a árvore considerada.
Já o Índice Ir mostrou que, quanto maior seu valor, maior é o espaço disponível para a
árvore considerada. Deste modo, ao se analisar a Tabela 5, conclui-se que as árvores 1 e 3
apresentaram as maiores áreas disponíveis para o crescimento. Da mesma maneira, a árvore 6,
com maior relação h/d, apresentou baixo valor do Índice IR, indicando alta competição sobre
esta árvore.

4.5 Incremento Volumétrico Percentual (iv%)

A partir das análises de tronco efetuadas sobre cada árvore selecionada, constatou-se
que o incremento volumétrico percentual apresentou tendência exponencial negativa,
diminuindo progressivamente com o aumento do DAP. A seguir, estão apresentados os
incrementos por árvore-amostra.
O estudo retrospectivo do crescimento volumétrico da árvore 1 mostrou que ocorreram
variações gradativas na redução do incremento com o aumento do diâmetro. O máximo
incremento observado foi de 35%,aos 12 anos e 9cm de DAP, e o mínimo de 0,8% aos 72
39

anos com 31,0cm.Verificou-se também para esta árvore, que a altura do fuste igual a 8,0
metros foi alcançada aos 10 anos.

60
50
40

i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 3 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 1.

Tais valores são considerados baixos quando comparados com a tendência do


incremento corrente anual em volume apresentada para a espécie Tabebuia impetiginosa
Martius ex A.P. de Candolle. Em estudo realizado na região de Santa Maria, na Depressão
Central, foram encontrados incrementos máximos de 54,02%, aos 5,2cm de dap, enquanto que
o mínimo foi de 12,26% aos 29,97cm de dap (Schneider et al., 2000b).
A árvore 2 apresentou ampla variação no crescimento em volume quando apresentava
dimensão entre 6 e 15cm de DAP. A partir dessa dimensão, não houve oscilações bruscas no
incremento volumétrico, apenas uma redução gradual na taxa de incremento com o aumento
do diâmetro (Figura 4).

60
50
40
i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)
FIGURA 4 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 2.

As maiores taxas de incremento foram de 40 e 48%, aos 28 e 29 anos respectivamente,


estando relacionadas aos diâmetros de 6 e 7cm de DAP. As menores taxas ocorreram por
volta dos 40cm de DAP, com incrementos da ordem de 1,1%. Para esta árvore, a altura do
40

fuste igual a 7,1 metros foi atingida aos 27 anos, cerca de um quarto de sua idade no momento
do corte, ou seja, 110 anos.
Scheeren (2002), ao analisar o crescimento de dois indivíduos da espécie Cordia
trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud, um pertencente ao extrato médio e outro ao extrato
dominante, na Depressão Central do estado do Rio Grande do Sul, calculou taxas médias de
incremento médio anual em volume comercial igual a 18,05%, aos 7cm de DAP, decrescendo
até 2,22% aos 37,1cm de diâmetro. O autor concluiu ainda que o baixo desenvolvimento das
árvores poderia ser atribuído à elevada concorrência existente na floresta natural,
recomendando, naquela situação, a aplicação de uma prática de manejo adequada com a
finalidade de elevar as taxas de crescimento anuais, o que resulta numa elevação da
rentabilidade econômica da espécie.
No estudo da árvore 3, constatou-se um lento desenvolvimento inicial. No período
compreendido entre as idades de 35 e 51 anos, quando a árvore apresentava diâmetro à altura
do peito entre 5 e 7,5cm, o incremento volumétrico não ultrapassou 7% (Figura 5). A partir
desta dimensão, houve uma liberação do crescimento, alcançando-se incrementos de até 28%,
aos 53 anos e 9cm de diâmetro, com posterior alternância nas taxas de incremento com fases
de crescimento promissor e crescimento lento, até o momento do corte da árvore aos 132
anos. Essa tendência, apresentada na Figura 5, pode ser melhor entendida através da
visualização da Figura 6, analisando-se os incrementos entre os anéis de crescimento. Tais
variações podem ser atribuídas à competição sofrida pela árvore durante sua vida. A origem, o
grau e o tipo de competição não podem ser esclarecidos no momento atual, sendo possível
somente observar seus efeitos.
Devido à ocorrência desta variabilidade inicial, decidiu-se por desconsiderar os
incrementos iniciais (diâmetro menor que 7,5cm) desta árvore.
Outra informação importante referente à árvore 3, diz respeito ao crescimento em
altura desta árvore, em que a altura do fuste igual a 8,0 metros foi alcançada aos 32 anos.
41

60
50
40
i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 5 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 3.

FIGURA 6 - Perfil longitudinal da árvore 3.


42

Schneider et al. (2001c), utilizando metodologia semelhante, para estudar o


crescimento de Luehea divaricata Mart., na Depressão Central do Estado do Rio Grande do
Sul, encontraram taxas de incremento corrente anual percentual em volume comercial,
variando de 32% no diâmetro de 3,8cm, até incrementos da ordem de 3,3%, aos 40,0cm de
DAP.
A árvore 4 mostrou-se homogênea quanto ao crescimento em volume, não
apresentando as variações observadas nas árvores anteriores. O incremento volumétrico
percentual partiu do máximo de 36%, aos 11 anos e 2,2cm de DAP, chegando ao incremento
final de 0,9%, aos 124 anos e com 39,2cm de DAP. A altura de 3,40 metros, por sua vez, foi
alcançada aos 11 anos de idade.

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i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 7 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 4.

Já na árvore 5, foi novamente detectada variação no incremento ao longo dos seus 153
anos. Como pode ser visto na Figura 8, houve picos de incremento, como por exemplo, aos
15cm de diâmetro, e fases com estagnação no crescimento, por exemplo, entre os diâmetros
7cm e 9cm, não ultrapassando 5% de incremento, e, entre os diâmetros de 34cm e 39cm, não
ultrapassando 2% de incremento corrente. Nesta análise constatou-se também, que os 6,5
metros de altura de fuste foram alcançados com 17 anos de idade.
Da mesma forma que na árvore 3, decidiu-se por desconsiderar os incrementos iniciais
inferiores a 4%, entre os diâmetros de 5 e 10cm, com o objetivo de reduzir a heterogeneidade
desta distribuição.
43

60
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40
i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 8 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 5.

Na árvore 6, a tendência de crescimento em volume foi bem diferente da árvore


número 4, que se mostrou homogênea quanto à distribuição dos incrementos. Observando-se
a Figura 9, nota-se que a curva de incremento partiu de um iv% de 10,5%, aos 21 anos, para
logo a seguir atingir valor máximo aos 6cm de DAP, com iv% igual a 18%.Observa-se também
que, a partir dos 18cm, a árvore apresentou taxas de incremento ascendentes não inferiores a
5%, indicando que, aos 71 anos, a árvore está em pleno crescimento volumétrico. Para esta
árvore, verificou-se ainda que aos 21 anos de idade o fuste media 9,77 metros de altura.

60
50
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i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 9 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 6.

A tendência de incremento volumétrico da árvore número 7 partiu de um valor


máximo de 30% aos 22 anos e 8cm de DAP com redução ao longo do tempo até valores
mínimos de 0,4% em torno dos 43cm de diâmetro aos 95 anos. Verifica-se, na Figura 10, que
houve redução na taxa de incremento a partir dos 40cm de diâmetro, a qual pode ser
indicativo do início da fase senil deste indivíduo. Verificou-se também que a altura do fuste
igual a 8,8 metros foi alcançada após um período de 22 anos de crescimento.
44

60
50
40
i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 10 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 7.

Finger (1996), ao analisar o crescimento de dois exemplares da espécie Astronium


balansae, um dominante e outro dominado, verificou o culmínio do incremento corrente anual
em diâmetro aos 6 anos, reduzindo-se até, aproximadamente, um valor o mínimo aos 12 anos
de idade. O autor obteve, a partir dessas análises, modelos matemáticos com bom ajuste e
precisão.
Essas taxas de incremento, relativas à árvore número 7, são consideradas baixas
quando comparadas ao crescimento da espécie Helietta apiculata Benth, estudado por
Schneider (2000a), no município de Santa Maria-RS. O autor encontrou, nesta investigação,
incrementos máximos de 34,4%, aos 6,8cm de DAP, e incrementos percentuais mínimos em
volume comercial de 9,6%, aos 13,7cm de DAP.
A árvore número 8 apresentou uma curva típica exponencial negativa, não
apresentando grandes oscilações nas taxas anuais de incremento. A curva partiu de um valor
inicial de 20% com 12cm de diâmetro e 29 aos de idade, passando por uma queda no
incremento por volta dos 15cm de DAP e atingindo taxas mínimas de 2% aos 42cm de
diâmetro. A partir deste ponto, constatou-se uma elevação nas taxas de incremento, chegando
a aproximadamente 3%, com DAP igual a 43cm aos 91 anos (Figura 11).

60
50
40
i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 11 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 8


45

Esber (2003), investigando o crescimento em volume comercial de três exemplares


arbóreos de Cedrela fissilis (Vellozo) Mart., na região de Santa Maria, verificou que o
máximo incremento médio anual em volume foi apresentado pela árvore número 3, com taxas
iniciais de 11,1%, aos 10cm de DAP, reduzindo-se a 4,6% com 36cm de DAP.
No estudo retrospectivo da árvore número 9, observa-se que a tendência do
incremento iniciou com 12%, aos 11cm de DAP com 36 anos de idade (período em que
atingiu altura do fuste igual a 11,9 metros) e, logo em seguida, atingiu taxa máxima de 21%,
aos 12cm, reduzindo-se posteriormente a valores mínimos da ordem de 1,6%, aos 32cm de
diâmetro. A partir dessa dimensão, ocorreram elevações nas taxas de crescimento em volume
até 3% aproximadamente, aos 84 anos 2 33cm de DAP. Destaca-se, também o declínio, quase
linear, no incremento entre os DAP de 23 e 26cm (Figura 12).

60
50
40
i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 12 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 9.

O comportamento do iv% da árvore número 10 não diferiu substancialmente das


demais árvores até então analisadas. Constatou-se que o ponto de máximo incremento ocorreu
na dimensão de DAP igual a 15cm, com incremento de 16% aos 25 anos de idade (com altura
de fuste igual a 12,65 metros), e diminuindo de forma acentuada até atingir incrementos na
faixa de 1,5%, com diâmetros em torno de 34cm de DAP e 72 anos.
60
50
40
i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 13 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 10.


46

Já na árvore 11, verificou-se a ocorrência de grandes oscilações nas taxas de


incremento corrente. Estas variações podem estar relacionadas com a capacidade da árvore
em responder a condições propícias ao crescimento. A exemplo disso, chama-se atenção para
as quatro últimas taxas de incremento, que variaram de 2,5%, no diâmetro de 31cm, até 6,7%,
no diâmetro 32,4cm aos 94 anos e também, ao fato desta árvore ter levado um período de 61
anos para atingir a altura do fuste igual a 10,3 metros.

60
50
40
i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 14 - Estudo retrospectivo do iv% para a árvore 11.

Estes dados podem ser comparados às informações já conhecidas para Nectandra


megapotamica (Spreng.) Mez crescendo na região da Depressão Central do estado do Rio
Grande do Sul, a partir de estudo específico realizado por Tonini et al. (2003). Os autores
verificaram, nos resultados de análise de tronco em duas árvores dominantes, valores médios
de incremento corrente em volume comercial iguais a 50,8%, registrado aos 2,1cm de DAP, e
incrementos da ordem de 4,7%, no diâmetro de 32,0cm. Verificou-se ainda neste estudo a
ocorrência de incrementos em altura bem elevados, onde, por exemplo, a árvore 1 alcançou
altura comercial igual a 9,5 metros aos 6 anos, aproximadamente, enquanto que a árvore 2
atingiu 7,6 metros de altura comercial por volta dos 11 anos de idade.
De qualquer forma, os resultados obtidos através das análises proferidas nas onze (11)
árvores investigadas entram em consonância a cerca de algumas constatações já observadas
por Tonini et al (2003), no qual se concluiu que a espécie Nectandra megapotamica Mez.,
além de apresentar anéis de crescimento diferenciáveis propícios a estudos de análise de
tronco, também apresentaram curva de incremento porcentual em volume comercial (ICA%)
com tendência exponencial negativa, passível de modelar através do uso de funções de
crescimento.
47

4.6 Ajuste da equação de regressão para iv%

Através da análise de correlação de Pearson, foram determinadas as variáveis mais


indicadas para o ajuste da equação de incremento volumétrico percentual. Na tabela 7, estão
discriminados os valores de correlação gerados a partir da análise entre 769 pares de variáveis
dependentes e independentes. Conforme a Tabela 7, a correlação mais baixa foi constatada
entre as variáveis LNY e X12, igual a 0,30686, e a mais alta, entre as variáveis Y13 e LNX,
com correlação igual a -0,83843.

TABELA 7 - Análise de Correlação de Pearson entre variáveis dependentes e


independentes para modelagem do iv%.
V. Dep.
Y Y1 LNY LNY1 LNY11 Y12 Y13
V. Indep.
X -0,72074 -0,72074 -0,81873 -0,81873 0,73833 -0,80725 -0,80725
X1 0,77644 0,77644 0,66030 0,66030 -0,76153 0,75051 0,75051
X2 -0,62710 -0,62710 -0,77579 -0,77579 0,65430 -0,73354 -0,73354
X3 -0,54400 -0,54400 -0,71384 -0,71384 0,57579 -0,65550 -0,65550
X11 0,63906 0,63906 0,45408 0,45408 -0,61774 0,56484 0,56484
X12 0,50015 0,50015 0,30686 0,30686 -0,48087 0,41145 0,41145
LNX -0,79741 -0,79741 -0,80049 -0,80049 0,79919 -0,83843 -0,83843
LNX1 0,78203 0,78203 0,67485 0,67485 -0,76945 0,76034 0,76034
LNX2 -0,77402 -0,77402 -0,81886 -0,81886 0,78227 -0,83621 -0,83621
LNX12 0,69993 0,69993 0,54334 0,54334 -0,68273 0,64466 0,64466
RQX -0,76504 -0,76504 -0,82145 -0,82145 0,77542 -0,83253 -0,83253
RQX1 0,80475 0,80475 0,74690 0,74690 -0,79751 0,81301 0,81301
Obs.: Veja definição das variáveis na Tabela 1.

Verifica-se, ainda, que não houve diferença de correlação entre as variáveis


independentes e o incremento tomado tanto na forma percentual (Y = iv%) como na absoluta
(Y1 = iv). Na Tabela 7, também estão destacadas as cinco maiores correlações para análise de
decisão sobre o melhor modelo de iv%.
As estatísticas das cinco equações selecionadas para descrever o incremento
volumétrico percentual são apresentadas na Tabela 8.
Nesta tabela, pode-se observar que a árvore número 4 (Figura 7) possibilitou bom
ajuste de equação de regressão, independentemente do modelo utilizado, com coeficientes de
determinação (R2) variando de 0,9269 a 0,9619 e eficiência de 0,79 a 0,95. No entanto, com a
48

árvore número 11 (Figura14), foram obtidos os piores ajustes, com coeficientes entre 0,3471 e
0,3896, apresentando eficiências em torno de 0,40.
Verifica-se, ainda na Tabela 8, que as equações com maiores Correlações de Pearson
geraram os melhores ajustes. A eficiência das cinco equações para o conjunto das 11 árvores-
amostra pode ser comprovada analisando-se o somatório das estatísticas R2, Syx% e E, em cada
modelo testado.

TABELA 8 - Comparação estatística do ajuste dos modelos de iv%.


M O D E L O I : Y 1 3 = L N X (p = -0.83843)
Á r v o r e N °
EST. Soma
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
r2 0,9202 0,7817 0,5937 0,9619 0,7346 0,6651 0,7723 0,7755 0,8216 0,7764 0,3896 8,1926
Syx% 15,36 25,16 21,22 13,47 20,31 12,60 21,41 16,26 15,41 17,49 17,85 196,54
E 0,90 0,69 0,55 0,95 0,76 0,69 0,75 0,74 0,81 0,81 0,41 8,06
M O D E L O II : Y 1 3 = L N X 2 (p = -0.83621)
Á r v o r e N °
EST. Soma
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
r2 0,9126 0,7558 0,5775 0,9591 0,6999 0,6325 0,7731 0,7675 0,8167 0,7677 0,3850 8,0474
Syx% 16,07 26,64 21,64 13,96 21,59 13,20 21,37 16,55 15,62 17,83 17,91 202,38
E 0,89 0,65 0,53 0,94 0,71 0,66 0,73 0,72 0,80 0,80 0,52 7,95
M O D E L O III : Y 1 3 = R Q X (p = -0.83253)
Á r v o r e N °
EST Soma
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
r2 0,9064 0,7416 0,5678 0,9549 0,6886 0,6231 0,7731 0,7620 0,8133 0,7622 0,3825 7,9755
Syx% 16,63 27,40 21,89 14,66 21,99 13,37 21,37 16,75 15,77 18,04 17,95 205,82
E 0,88 0,63 0,51 0,93 0,69 0,65 0,72 0,71 0,79 0,79 0,40 7,70
M O D E L O IV : L N Y = R Q X (p = -0.82145)
Á r v o r e N °
EST Soma
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
r2 0,8835 0,8199 0,5963 0,9368 0,6803 0,5974 0,6874 0,7936 0,8020 0,7264 0,3471 7,8707
Syx% 25,71 27,38 31,09 31,68 33,75 13,42 44,11 19,71 20,62 28,38 23,16 299,01
E 0,87 0,67 0,53 0,83 0,72 0,66 0,74 0,74 0,81 0,83 0,39 7,79
M O D E L O V : L N Y = L N X 2 (p = -0.81886)
Á r v o r e N °
EST Soma
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
r2 0,8792 0,8233 0,5986 0,9269 0,6840 0,6061 0,6748 0,7918 0,7998 0,7275 0,3498 7,8618
Syx% 26,18 27,12 31,01 34,08 33,56 13,28 45,00 19,80 20,74 28,32 23,11 302,2
E 0,83 0,69 0,54 0,79 0,74 0,67 0,21 0,75 0,81 0,84 0,39 7,26
2
Sendo:Est.= Estatística; p = Coeficiente de Correlação de Pearson; r = Coeficiente de determinação; Syx% = Erro
padrão da estimativa em porcentagem; E = Eficiência do modelo.
49

Desta maneira, selecionou-se o modelo I, expresso como i v % = (b 0 + b1 . ln(dap ))


2

sendo aquele que melhor explica a tendência do incremento das árvores selecionadas.
Apesar da alta eficiência atribuída a este modelo, cabe ainda uma comparação gráfica
entre as estimativas e os dados observados, a fim de verificar se o modelo realmente
representa a média desses valores.
A Figura 15 apresenta as estimativas da função sobre os valores observados de
incremento volumétrico percentual, por árvore-amostra.

60 Árvore 1
50
40

i v % 30
20
10
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

60 Árvore 2 60 Árvore 3
50 50
40 40
i v % 30 i v % 30
20 20
10 10
0 0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm) DAP (cm)

60 Árvore 4 60 Árvore 5
50 50
40 40
i v % 30 i v % 30
20 20
10 10
0 0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm) DAP (cm)

60 Árvore 6 60 Árvore 7
50 50
40 40
i v % 30 i v % 30
20 20
10 10
0 0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm) DAP (cm)
50

60 Árvore 8 60 Árvore 9
50 50
40 40
i v % 30 i v % 30
20 20
10 10
0 0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm) DAP (cm)

60 Árvore 10 60 Árvore 11
50 50
40 40
i v % 30 i v % 30
20 20
10 10
0 0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm) DAP (cm)

FIGURA 15 - Valores ajustados de incremento volumétrico percentual em função do


diâmetro, por árvore-amostra.

Observa-se, nos gráficos da Figura 15, o bom ajuste apresentado pela função de
incremento ajustada por árvore individual, sobretudo nas árvores com menor variação do
incremento volumétrico percentual.

4.7 Análise de covariância do iv%

Na analise de covariância, testou-se a hipótese da não-diferença de nível e inclinação


na tendência do incremento volumétrico percentual, entre as árvores selecionadas. Este
procedimento foi necessário para verificar a hipótese de uniformidade na tendência de
crescimento em volume das árvores selecionadas. Ou melhor, para testar a possibilidade de
uso de uma equação única para representar o conjunto das árvores-amostra de Nectandra
megapotamica (Spreng.) Mez Sendo assim, primeiramente, testou-se se havia diferença de
inclinação e nível no conjunto das árvores selecionadas e, posteriormente, analisou-se quais
árvore eram semelhantes entre si.
A Tabela 9 apresenta o resultado da análise covariância referente ao teste das hipóteses
de igual inclinação e nível, para o conjunto das árvores de Nectandra megapotamica (Spreng.)
Mez.
51

TABELA 9 - Análise de covariância para testar diferença de nível e inclinação para o


conjunto das árvores selecionadas.
FV GL SQ QM F Prob>F
Modelo 21 602,54486843 28,69261278 184,90 0,0001
Árvore 10 34,22406932 3,42240693 22,05 0,0001
ln(DAP) 1 507,77395228 507,77395228 3272,22 0,0001
ln(DAP)*Árvore 10 60,54684683 6,05468468 39,02 0,0001
Erro 747 115,91752452 0,15517741
Total 768 718,46239295
Sendo: FV = Fontes de variação; GL = Graus de liberdade; SQ = Soma de quadrados do tipo I; QM = Quadrado
médio; F = Valor de significância calculado pelo teste de F; Prob>F = Probabilidade de significância para o valor
de F; ln = Logaritmo neperiano.

De acordo com a Tabela 9, os valores de F iguais a 22,05 e 39,02, para as fontes de


variação Árvore e ln(dap)*Árvore, indicam que a hipótese de não igualdade de inclinação e
nível para o conjunto das árvores selecionadas é significativa, com probabilidade maior que
0,001. Este resultado aponta que pelo menos uma árvore difere das demais em relação à
tendência de crescimento em volume, indicando não ser possível representar o conjunto das
árvores-amostra por uma única equação de regressão.
Para verificar quais as árvores diferem entre si, aplicou-se novamente a análise de
covariância contrastando-se as árvores selecionadas (Tabela 10). Nesta tabela, estão
destacados os 17 contrastes não-significativos, aqueles nos quais não houve diferença de
inclinação nas curvas de incremento volumétrico percentual. Observa-se ainda, na Tabela 10,
que a inclinação da árvore número 2, por exemplo, não diferiu significativamente das árvores
7, 8 e 9. Entretanto, as árvores 7 e 9 diferiram significativamente entre si, impedindo a
formação de um grupo.
52

TABELA 10 - Resultado da análise de covariância para diferença de inclinação entre as


árvores selecionadas de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez.
F Á R V O R E N °
Prob>F 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 - 18,62 105,62 81,16 195,32 139,55 42,73 41,3 4,41 0,18 31,67
2 0,0001 - 26,45 1,53 81,19 30,77 2,97 1,8 2,27 7,04 4,24
3 0,0001 0,0001 - 53,87 3,13 0,7 13,19 12,43 33,61 38,77 0,12
4 0,0001 0,2178 0,0001 - 213,91 79,73 2,55 1,37 12,55 26,89 8,71
5 0,0001 0,0001 0,0786 0,0001 - 0,41 44,13 32,56 57,79 56,5 1,31
6 0,0001 0,0001 0,4058 0,0001 0,5207 - 19 20,4 48,75 53,99 0,72
7 0,0001 0,0870 0,0004 0,1121 0,0001 0,0001 - 0,03 8,99 16,04 2,11
8 0,0001 0,1825 0,0006 0,2441 0,0001 0,0001 0,8732 - 9,56 18,91 2,91
9 0,0381 0,1341 0,0001 0,0005 0,0001 0,0001 0,0033 0,0025 - 3,26 13,13
10 0,6741 0,009 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0745 - 20,5
11 0,0001 0,0417 0,7246 0,0037 0,2536 0,4002 0,1498 0,0916 0,0005 0,0001 -

Sendo: F = Valor de significância calculado pelo teste de F, com soma de quadrados do tipo I; Prob>F =
Probabilidade de significância para o valor de F.

A partir dos resultados da Tabela 10, foram formados os grupos de árvores


semelhantes quanto à tendência de variação do incremento em volume percentual.

Os grupos resultantes foram:

a) Grupo I: contendo as árvores número 1, 9 e 10. Conforme a Figura 16,


caracterizou-se por conter as três árvores com maiores coeficientes angulares, em relação aos
demais grupos.

Árvore 1
40
Árvore 9
30 Árvore 10
i v%
20

10

0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 16 - Tendência de crescimento em volume percentual para as árvores 1, 9 e 10


(Grupo I).
53

Observa-se, pela Figura 16, a confirmação dos resultados obtidos na análise de


covariância, a qual indicou não haver diferença significativa para inclinação entre as árvores 1
e 10, existindo apenas leve diferença de inclinação nas árvores 1 e 9, que pode ser percebida
na Figura 16. Contudo, não houve diferença significativa de inclinação quando analisadas as
três árvores em conjunto.

b) Grupo II: foram incluídas nesse grupo as árvores de número 2, 4, 7 e 8, por


apresentarem tendência uniforme (Figura 17).

Árvore 2
40
Árvore 4
30 Árvore 8
i v % 20 Árvore 7

10

0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)
FIGURA 17 - Tendência de crescimento em volume percentual para as árvores 2, 4, 7 e
8 (Grupo II).

No Grupo II, os indivíduos mais semelhantes quanto à inclinação foram as árvores 7 e


8, com F calculado igual a 0,03 e probabilidade de confiança de 87% (Tabela 10). A menor
semelhança entre as inclinações, para este grupo, foi verificada entre as árvores 2 e 7, com f
calculado igual a 2,97 e probabilidade de 8,7%

c) Grupo III: está representado pelas árvores 3, 5, 6 e 11, conforme apresentado na


Figura 18.
Árvore 6
40
Árvore 5
30 Árvore 3
i v % 20 Árvore 11

10

0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 18 - Tendência de crescimento em volume percentual para as árvores 3, 5, 6 e


11 (Grupo III).
54

Neste Grupo, as árvores 5 e 6 destacaram-se das demais, por apresentarem maior


semelhança no crescimento em volume, com F calculado igual a 0,41 e probabilidade de
confiança de 52%.
O Grupo III caracterizou-se por apresentar as maiores variações em nível entre as
curvas estudadas e, também, por apresentar as menores tendências de crescimento em Iv%,
dentre os grupos formados.
Na Tabela 11, encontram-se os resultados da análise de covariância para a hipótese da
igualdade de nível entre as árvores estudadas. Foram encontrados 20 contrastes não-
significativos com relação ao nível das curvas analisadas. Porém, a análise da hipótese da
igualdade de nível não demonstrou a mesma eficiência verificada na covariância para testar
diferença de inclinação. Este fato pode ser comprovado através da comparação das árvores 3 e
5 na Figura 18. Nota-se que estas apresentam mesma tendência em crescimento volumétrico
com o aumento do DAP, porém percebe-se visualmente que estão em níveis diferentes. Na
Tabela 11, a covariância indica a não-diferença entre níveis nessas árvores, com valor de F
não-significativo igual 0,00 e probabilidade de confiança igual a 0,952.

TABELA 11 - Resultado da análise de covariância para diferença de nível entre as


árvores selecionadas de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez.
F Á R V O R E N °
Prob>F 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 - 0,05 6,29 15,72 7,21 107,3 0,08 0,79 1,72 2,86 8,8
2 0,8299 - 5,48 11,36 6,99 57,36 0,21 0,23 0,60 2,10 4,18
3 0,0133 0,0205 - 0,12 0,00 135,12 4,06 10,61 11,95 0,50 20,51
4 0,0001 0,0009 0,7277 - 0,22 290,72 9,35 24,71 28,54 1,85 46,67
5 0,0079 0,0088 0,952 0,6431 - 159,83 4,93 12,44 13,77 0,51 23,95
6 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 - 81,32 82,73 69,92 117,64 25,94
7 0,7752 0,6510 0,0457 0,0026 0,0277 0,0001 - 1,1 1,85 1,37 7,31
8 0,3756 0,6327 0,0014 0,0001 0,0005 0,0001 0,2965 - 0,19 5,82 4,69
9 0,1927 0,4384 0,0008 0,0001 0,0003 0,0001 0,1766 0,6651 - 7,52 3,06
10 0,0935 0,1499 0,4811 0,1763 0,4744 0,0001 0,2447 0,0176 0,0073 - 15,52
11 0,0038 0,0433 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,008 0,033 0,0839 0,0002 -

Sendo: F = Valor de significância calculado pelo teste de F, com soma de quadrados do tipo I; Prob>F =
Probabilidade de significância para o valor de F.

Através do resultado desse processamento, pôde-se comprovar que os indivíduos


selecionados são significativamente diferentes quanto ao padrão de crescimento em volume.
55

Necessita-se, portanto, de um estudo específico que busque identificar quais varáveis estão
relacionadas às diferentes formas de crescimento, ou seja, à variação dos coeficientes bo e b1.

4.8 Modelagem dos coeficientes da função de iv%

4.8.1 Análise de correlação de Pearson

Para explicar a variação na tendência do incremento volumétrico percentual entre as


árvores-amostra, efetuou-se o procedimento de modelagem dos coeficientes b0 e b1, das
equações de regressão de cada árvore.
As variáveis de competição, morfométricas e ambientais, de cada árvore selecionada,
foram utilizadas como variáveis independentes no procedimento de modelagem.
Neste procedimento, buscou-se inicialmente conhecer o grau de correlação entre essas
variáveis e, deste modo, avaliar o padrão de inter-relações entre os dados mensurados (Tabela
12).

TABELA 12 - Análise de correlação entre os coeficientes b0 e b1 e variáveis


morfométricas, ambientais e de competição, das árvores selecionadas.
Variáveis b0 b1 Variáveis b0 b1 Variáveis b0 b1

CAP f -0,3199 0,3208 BALcor f 0,1309 -0,1497 is f 0,2623 -0,2758


Prob> f 0,3376 0,3362 Prob>f 0,7012 0,6605 Prob>f 0,4359 0,4117
hcopa f 0,5092 -0,4602 IH f -0,3146 0,3164 ia f -0,1791 0,1491
Prob>f 0,1097 0,1544 Prob>f 0,3461 0,3431 Prob>f 0,5984 0,6617
POSSOC f 0,1705 -0,1630 Ir f 0,1236 -0,1388 fc f 0,4036 -0,3942
Prob>f 0,6162 0,6321 Prob>f 0,7174 0,6840 Prob>f 0,2184 0,2302
TENDVAL f -0,3747 0,3795 h f 0,0505 -0,0112 DECL f 0,3130 -0,3278
Prob>f 0,2562 0,2497 Prob>f 0,8827 0,9738 Prob>f 0,3486 0,3251
CCOPA f -0,0211 0,0618 hf f 0,3482 -0,2847 POS f -0,0564 0,0753
Prob>f 0,9509 0,8567 Prob>f 0,2940 0,3961 Prob>f 0,8691 0,8258
EXPOS f -0,3419 0,3182 Lc f -0,4214 0,4073 id10 f -0,5434 0,6023
Prob>f 0,3034 0,3402 Prob>f 0,1968 0,2138 Prob>f 0,0840 0,0498
SOLO f -0,0943 0,1054 dc f -0,1864 0,1776 id5 f -0,6942 0,7292
Prob>f 0,7827 0,7578 Prob>f 0,5831 0,6015 Prob>f 0,0178 0,0109
RAIO f -0,1864 0,1775 DAP f -0,3199 0,3208 id2 f -0,6942 0,5889
Prob>f 0,5832 0,6016 Prob>f 0,3376 0,3361 Prob>f 0,0178 0,0566
Igh f -0,1865 0,1784 pc f -0,4597 0,4306 B0 f 1,0000 -0,9963
Prob>f 0,5830 0,5997 Prob>f 0,1549 0,1861 Prob>f 0,00 0,0001
BALmaior f 0,1028 -0,1182 h/d f 0,3169 -0,2931
Prob>f 0,7635 0,7292 Prob>f 0,3423 0,3818
Sendo:CAP = Circunferência à altura do peito; hcopa = Altura de copa; POSSOC = Posição sociológica;
TENDVAL = Tendência à valorização; CCOPA = Classe de copa; EXPOS = Exposição do terreno; RAIO =
Raio médio de copa; Igh = Índice de Glover & Hool; BALmaior = Índice de BAL; BALcor = Índice de BAL
corrigido; IH = Índice de Hegyi; Ir = Índice da área potencial disponível; h = altura total; hf = altura do fuste; Lc
56

= Comprimento da copa; dc = Diâmetro de copa; DAP = Diâmetro à altura do peito; pc = Percentagem de copa;
h/d = Relação altura diâmetro; = is = Índice de saliência; ia = Índice de agrangência; fc = Formal de copa; DECL
= Declividade; POS = Posição do terreno; id10= incremento médio em diâmetro medido nos últimos 10cm do
DAP, no sentido casca-medula; id5 = incremento médio em diâmetro medido nos últimos 5cm do DAP, no
sentido casca-medula; id2= incremento médio em diâmetro medido nos últimos 2cm do DAP, no sentido casca-
medula; f = Valor de significância calculado pelo teste de f; Prob>f = Probabilidade de significância para o valor
de f; b0 = Coeficiente angular.

No total, 28 variáveis independentes foram relacionadas aos 11 pares de coeficientes


b0 e b1.
Como pode ser observado na tabela, não ocorreram correlações estreitas entre as
variáveis independentes e os coeficientes, com exceção das variáveis id10 e id5. As únicas
correlações significativas encontradas foram entre as variáveis id5 versus b0, com coeficiente
de correlação igual a –0,69426, e id5 versus b1, com coeficiente igual a 0,72926. Constata-se,
assim, que o incremento médio anual em diâmetro, determinado nos últimos cinco
centímetros do DAP (id5), está significativamente relacionado com a inclinação da curva de
incremento volumétrico percentual da árvore considerada.
Essa fraca correlação entre as variáveis parece ser decorrente da grande variabilidade
dos dados ambientais, morfométricos e biométricos em relação aos dois coeficientes. Tal fato
é plenamente compreendido ao se observar a complexidade do ecossistema florestal de uma
Floresta Ombrófila Mista e mesmo de uma floresta equiânea homogênea. Em qualquer dos
casos, o sítio influi sobre o crescimento do indivíduo por meio da interação de diferentes
fatores, os quais interagindo entre si de forma dinâmica, influenciam o desenvolvimento do
indivíduo. Desta forma é esperado que a formulação matemática desses efeitos não seja
claramente evidenciada.
A análise de correlação mostra também que não foi verificada a ocorrência de altas
correlações entre os coeficientes e as variáveis explicativas utilizadas, indicando que o
procedimento de modelagem poderá não apresentar alta significância.

4.8.2 Ajuste e avaliação da precisão dos modelos de b0 e b1

Na Tabela 13, está o resultado obtido com o processamento estatístico forward para a
modelagem do coeficiente b1.
57

O melhor modelo de regressão para descrever o coeficiente b1 foi expresso por:

b̂ 1 = −a 0 + a 1 .i d 5 − a 2 .h / d + a 3 .EXPOS − a 4 .I r + a 5 .BALcor. − a 6 .Lc

Sendo: b̂1 = Coeficiente b1 estimado; Id5 = Incremento médio em diâmetro até 5cm; h/d = relação altura-
diâmetro; EXPOS = Exposição do terreno; Ir = Índice de área potencial disponível; BALcor = Índice de BAL
corrigido; Lc = Comprimento de copa

TABELA 13 - Resumo do procedimento forward para a modelagem do coeficiente b1

gerado pela função i v % = (b 0 + b1 . ln (dap )) , por árvore-amostra.


2

Var. Estatística dos parâmetros Estatística do modelo


Passo
Indep. Valor aj Syx. aj t. aj Prob>t R2aj. Syx%
Intercepto -2,970159 0,39093499 -7,598 0,0001 0,4798 -27,13752
1
iD5 3,149357 0,98496314 3,197 0,0109
Intercepto -1,227387 0,58186638 -2,109 0,0679
2 iD5 3,826410 0,70107624 5,458 0,0006
h/d -3,857335 1,14474479 -3,370 0,0098
Intercepto -1,835269 0,6275853 -2,923 0,0223 0,8064 -16,55561
iD5 3,781284 0,62774276 6,024 0,0005
3
h/d -3,567697 1,03770117 -3,438 0,0109
EXPOS 0,180144 0,1048319 1,731 0,1271
Intercepto -1,252879 0,39432315 -3,177 0,0191 0,9349 -9,60031
iD5 3,653584 0,36552564 9,995 0,0001
4 h/d -4,369144 0,63674703 -6,862 0,005
EXPOS 0,261371 0,06393855 4,088 0,0064
Ir -0,153973 0,04000033 -3,849 0,0085
Intercepto -1,067324 0,38520101 -2,771 0,0393 0,9448 -8,83909
iD5 3,758512 0,34432469 10,916 0,0001
h/d -4,990451 0,72764792 -6,858 0,0010
5
EXPOS 0,250482 0,03855193 -3,568 0,0161
Ir -0,084975 2,14010891 1,442 0,2090
BALcor 3,084975 2,14010891 1,442 0,2090
Intercepto -0,417386 0,09523996 -4,832 0,0119 0,9979 -1,73455
iD5 4,161792 0,07653711 54,376 0,0001
h/d -6,293321 0,18406012 -34,192 0,0001
6 EXPOS 0,378226 0,01628884 23,220 0,0001
Ir -0,115194 0,00782321 -14,725 0,0001
BALcor 5,804187 0,48490091 11,970 0,0003
LC -0,068580 0,00611348 -11,218 0,0004
Sendo: Var. Indep. = Variável independente; aj = Coeficientes; Syx. aj = Erro padrão da estimativa do parâmetro
b1; t. aj = Valor de t de Student para os parâmetros ajustados; Prob>t = Nível de significância para o valor t; R2aj.
= Coeficiente de determinação ajustado; Syx% = Erro padrão da estimativa em porcentagem; Id5 = Incremento
médio em diâmetro até 5cm; h/d = Relação altura diâmetro; EXPOS = Exposição do terreno; Ir = Índice da área
potencial disponível; BALcor = Índice de BAL corrigido; Lc = Comprimento da copa.
58

O modelo ajustado apresentou R2aj. igual a 0,9979 e Syx% de aproximadamente –


1,73%. Conforme pode ser observado na Tabela 13, o procedimento de modelagem foi
realizado a partir do modelo com intercepto, já que este se mostrou mais eficiente em
processamento preliminar de modelagem.
A análise do modelo selecionado permite observar que a estimativa do coeficiente b1 é
função de seis (6) variáveis independentes (Tabela 13). Esta relação, de certa forma
complexa, representa a dinâmica de desenvolvimento das árvores-amostra frente às condições
de crescimento a elas disponíveis.
De acordo com o modelo, as variáveis incremento em diâmetro nos últimos 5cm do
DAP (id5), relação h/d (h/d) e exposição (EXPOS) são as que mais explicam essa relação, com
valores de t calculado iguais a 54,376; 34,192 e 23,220, respectivamente.
A Figura 19 mostra a distribuição do erro de estimativa da função para os coeficientes
angulares, por árvore-amostra. O erro em porcentagem variou de –0,04%, na árvore de
número 5, até o máximo de 1,56%, para a árvore número 2.

2,0
Erro de estimativa (%)

1,0

0,0

-1,0

-2,0

-3,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Árvore n°

FIGURA 19 - Gráfico de distribuição de resíduos para modelagem do coeficiente b1.

Para a modelagem do coeficiente b0, foram utilizadas as mesmas variáveis


selecionadas na modelagem do coeficiente b1.
Na Tabela 14, está o resultado obtido com o processamento estatístico forward para a
modelagem do coeficiente b0.
59

TABELA 14 - Resumo do procedimento forward para a modelagem do coeficiente b0

gerado pela função i v % = (b 0 + b1 . ln (dap )) , por árvore-amostra.


2

Var. Estatística dos parâmetros Estatística do modelo


Passo
Indep. Valor aj Syx. aj t. aj Prob>t R2aj. Syx%
Intercepto 11,446072 1,33257617 8,589 0,0001 0,4244 21,29567
1
iD5 -9,715925 3,35743397 -2,894 0,0178
Intercepto 5,643178 2,04687083 2,757 0,0248 0,7150 14,98664
2 iD5 -11,970301 2,46622341 -4,854 0,0013
h/d 12,843732 4,02694636 3,189 0,0128
Intercepto 7,788443 2,20596630 3,531 0,0096 0,7725 13,38895
iD5 -11,811049 2,20520834 -5,356 0,0011
3
h/d 11,821576 3,64535828 3,243 0,0142
EXPOS -0,635741 0,36563563 -1,739 0,1256
Intercepto 5,883667 1,59686869 3,685 0,0103 0,8983 8,95026
iD5 -11,393392 1,48024904 -7,697 0,0003
4 h/d 14,442799 2,57859932 5,601 0,0014
EXPOS -0,901404 0,25892841 -3,481 0,0131
Ir 0,503585 0,16198712 3,109 0,0209
Intercepto 5,059522 1,49270851 1,49270851 3,389 0,9211 0,9605
iD5 -11,859432 1,33430698 -8,888 0,0003
h/d 17,202354 2,81973884 6,101 0,0017
5
EXPOS -0,853040 0,22999532 -3,709 0,0139
Ir 0,430613 0,14939419 2,882 0,0345
BALcor -13,702017 8,29322542 -1,652 0,1594
Intercepto 2,624659 0,64531811 4,067 0,0153 0,9907 2,70567
iD5 -13,370240 0,51859305 -25,782 0,0001
h/d 22,083294 1,24713756 17,707 0,0001
6 EXPOS -1,331609 0,11036839 -12,065 0,0003
Ir 0,346885 0,05300778 6,544 0,0028
BALcor -23,888992 3,28554670 -7,271 0,0019
LC 0,256923 0,04142318 6,202 0,0034
Sendo: Var. Indep. = Variável independente; aj = Coeficientes; Syx. aj = Erro padrão da estimativa do parâmetro
aj; t. aj = Valor de t de Student para os parâmetros ajustados; Prob>t = Nível de significância para o valor t; R2aj.
= Coeficiente de determinação ajustado; Syx% = Erro padrão da estimativa em porcentagem; Id5 = Incremento
médio em diâmetro até 5cm; h/d = Relação altura diâmetro; EXPOS = Exposição do tereno; Ir = Índice da área
potencial disponível; BALcor = Índice de BAL corrigido; Lc = Comprimento da copa.

O melhor modelo de regressão para descrever o coeficiente b0 foi expresso por:

b̂ 0 = a 0 − a 1 .i d 5 + a 2 .h / d − a 3 .EXPOS + a 4 .I r − a 5 .BALcor. + a 6 .Lc

Sendo: b̂ 0 = Coeficiente b0 estimado; Id5 = Incremento médio em diâmetro até 5cm; h/d = relação altura-

diâmetro; EXPOS = Exposição do terreno; Ir = Índice de área potencial disponível; BALcor = Índice de BAL
corrigido; Lc = Comprimento de copa
60

Quando comparados os modelos b1 e b0, percebe-se que não ocorreram alterações na


disposição, nem no número de variáveis na equação de b0 durante a segunda modelagem.
Estas variáveis apenas diferiram quanto ao sinal dos coeficientes, demonstrando que a
utilização das mesmas variáveis nos dois modelos foi positiva. Com isso, a correlação
existente entre os coeficientes praticamente não foi alterada pelas estimativas, passando de –
0,99632 (Tabela 12) para
–0,99793.
A estatística de precisão do modelo b0 também apresentou bom ajuste. Conforme a
Tabela 14, o modelo selecionado mostrou-se altamente eficiente, com R2aj. = 0,9907 e Syx% ≅
2,71.
No modelo de b0, as variáveis incremento em diâmetro nos últimos 5cm do DAP (id5),
relação h/d (h/d) e exposição (EXPOS) mantiveram sua importância na explicação da
diferença de crescimento entre as árvores estudadas. Contudo, constata-se que estas variáveis
foram mais associadas à variação de b1 (relacionado à tendência de crescimento) do que
propriamente à variação de b0 (relacionado à diferença de nível entre as curvas). Isto pode ser
verificado pela redução do valor de t calculado para tais variáveis entre os dois modelos.
Para melhor visualização do ajuste do modelo de b0, elaborou-se a Figura 20,
relacionando os erros de estimativa do coeficiente b0, para cada árvore selecionada. Nessa
figura, nota-se que o menor erro de estimativa verificado foi de –0,3% na árvore 8, enquanto o
maior foi de 2,6% para a árvore número 11.
3,0
Erro de estimativa (%)

2,0
1,0
0,0
-1,0
-2,0

-3,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Árvore n°

FIGURA 20 - Distribuição de resíduos para modelagem do coeficiente b0.

Não obstante, para avaliar a precisão dos modelos de b0 e b1, foi realizada uma

comparação entre as estimativas geradas pela função i v % = (b 0 + b1 . ln (dap )) com os


2

coeficientes originais e as estimativas resultantes dos novos coeficientes.


61

Na árvore número 1, não foi verificada perda de precisão (Figura 21), mantendo-se
constante a eficiência de 0,90, conforme a Tabela 8.

40,0 i v % o bs e rva do
c o e fic ie nte s o rigina is
30,0 c o e fic ie nte s e s tim a do s

20,0
i v%
10,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0

DAP (cm)

FIGURA 21 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 1.

Os coeficientes estimados para a árvore número 2 resultaram na manutenção da


precisão do modelo, permanecendo a eficiência em 0,69 (Figura 22).
i v % o bservado
60,0
co eficientes o riginais
50,0
co eficientes estimado s
40,0
i v % 30,0
20,0
10,0
0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 22 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 2.

Na árvore 3, constatou-se leve subestimativa dos incrementos volumétricos médios.


Com isso, a eficiência reduziu de 0,55 para 0,47 (Figura 23).

i v % o bs e rva do
25,0
c o e fic ie nte s o rigina is
20,0 c o e fic ie nte s e s tim a do s

15,0
i v%
10,0

5,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 23 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 3.


62

Para a árvore número 4, o uso de coeficientes estimados praticamente não causou


perda na precisão. A eficiência, que era de 0,95, passou a 0,93, não alterando
significativamente a tendência da curva de incremento (Figura 24).

i v % o bs e rva do
50,0
c o e fic ie nte s o rigina is
40,0 c o e fic ie nte s e s tim a do s

30,0
i v%
20,0
10,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 24 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 4.

Na árvore número 5, também foi verificado um bom ajuste da função com os novos
coeficientes. Este novo ajuste foi inclusive melhor que o modelo com coeficientes originais,
aumentando a eficiência de 0,76 para 0,77 (Figura 25).

20,0 i v % o bs e rva do
c o e fic ie nte s o rigina is
15,0 c o e fic ie nte s e s tim a do s

i v% 10,0

5,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
DAP (cm)

FIGURA 25 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 5.

Na árvore 6, os incrementos volumétricos estimados foram levemente superiores aos


valores médios, conforme pode ser visualizado na Figura 26. Entretanto, a eficiência do
modelo aumentou com o uso dos novos coeficientes, passando de 0,69 para 0,71.
63

i v % o bs e rva do
20,0
c o e fic ie nte s o rigina is
c o e fic ie nte s e s tim a do s
15,0

i v % 10,0
5,0

0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

DAP (cm)

FIGURA 26 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 6.

A curva dos incrementos estimados para a árvore 7 mostrou-se ligeiramente inferior à


curva dos incrementos médios. Essa diferença resultou numa perda de eficiência em,
aproximadamente, 10% da precisão original.

i v % o bs e va do
35,0
c o e fic ie nte s o rigina is
30,0 c o e fic ie nte s e s tim a do s
25,0
20,0
i v%
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0

DAP (cm)

FIGURA 27 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 7.

Na Figura 27, pode-se observar o ajuste da curva para a árvore número 7, tendo-se
verificado redução na eficiência de 0,75 para 0,67.
Para a árvore número 8, encontrou-se pequena variação nas estimativas dos
incrementos, levando inclusive à sobreposição das curvas, conforme a Figura 28.

25,0 i v % o bs e rva do
c o e fic ie nte s o rigina is
20,0 c o e fic ie nte s e s tim a do s

15,0
i v%
10,0

5,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0

DAP (cm)
FIGURA 28 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 8.
64

Na árvore 9, verificou-se a manutenção da qualidade do ajuste. Conforme as Figuras


19 e 20, os erros de estimativas desses coeficientes foram de -1,0% e –1,17%, permitindo bom
ajuste estatístico com 0,80 de eficiência.

25,0 i v % o bservado
co eficientes o riginais
20,0 co eficientes estimado s

15,0
i v % 10,0

5,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0

DAP (cm)
FIGURA 29 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 9.

Na árvore 10, o uso dos novos coeficientes estimados na função de iv%, determinou
perda no ajuste de aproximadamente, 12%, quando a eficiência inicial, que era de 0,81,
passou a 0,71.

20,0 i v % o bs e rva do
c o e fic ie nte s o rigina is
c o e fic ie nte s e s tim a do s
15,0
i v%
10,0

5,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
DAP (cm)

FIGURA 30 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 10.

Na determinação das estimativas para a árvore número 11, observa-se, na Figura 31,
que a curva ajustada com novos coeficientes subestimou a curva média de incremento
volumétrico percentual. Na árvore 11, a perda de ajuste foi de, aproximadamente, 27%,
reduzindo a eficiência de 0,41 para 0,30.
65

i v % o bs e rva do
14,0
c o e fic ie nte s o rigina is
12,0 c o e fic ie nte s e s tim a do s
10,0
8,0
i v % 6,0
4,0
2,0
0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
DAP (cm)

FIGURA 31 - Eficiência dos modelos b0 e b1 para a árvore 11.

De forma geral, os modelos ajustados para estimar os coeficientes b0 e b1 foram


eficientes, principalmente naquelas árvores de pouca variação no incremento corrente em
volume.

4.8.3 Estudo das variáveis dos modelos b0 e b1

O estudo das variáveis do modelo foi necessário para verificar a consistência das
variáveis independentes incluídas nas equações de b0 e b1. A análise consistiu em alterar a
variável analisada, mantendo as demais variáveis constantes, e acompanhar modificações na
tendência de crescimento da árvore. Para a realização deste procedimento, utilizaram-se os
dados mensurados da árvore número 1, alterando-se o valor da variável analisada entre o valor
mínimo, médio e máximo, observado nas 11 árvores amostradas conforme apresentado a
seguir:

a) Variável id5

A variável id5 (incremento médio em diâmetro medido nos últimos 5cm do DAP, no
sentido casca-medula) apresenta alta correlação de Pearson (0,72926) com o incremento em
volume percentual, contribuindo para o aumento do valor de R múltiplo da função
apresentada na Figura 32. A relação indica que quanto maior o valor desta variável, maior é o
coeficiente angular (b1).
66

Id5
0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80
-0,50
-1,00
b1 -1,50
-2,00

-2,50
-3,00 b1 = -2,9702+3,1494.Id5

-3,50 Rmúltiplo= 0,72926

FIGURA 32 - Correlação entre as variáveis b1 e id5 para o conjunto das árvores


amostradas.

Assim, o uso de coeficientes b1 maiores, ou melhor, coeficientes menos negativos,


resulta em diminuição da curva de incremento, conforme apresentado na Figura 33. Nesta,
percebe-se que, à medida que o valor de Id5 se eleva, reduz-se o nível da curva de incremento
em volume.
35,0 id5 = 0,157 (Mínimo)
id5 = 0,367 (Médio)
30,0
id5 = 0,713 (Máximo)
25,0
i v% 20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
DAP (cm)

FIGURA 33 - Influência da variável id5 na estimativa do incremento volumétrico


percentual.

b) Variável h/d

A variável h/d expressa a relação da altura total com o diâmetro da árvore. Segundo
Durlo & Denardi (1998), trata-se de uma relação importante e que caracteriza a estabilidade
das árvores, podendo ser usada para indicar o grau de concorrência sofrido por um
determinado indivíduo dentro da floresta.
Neste estudo, a relação h/d apresentou baixa correlação com a variação no crescimento
das árvores amostradas, com valor de F igual a -0,293, conforme apresentado na Tabela 12.
Mesmo assim, foi selecionado, no procedimento de modelagem, com alta significância no
modelo (F igual a 54,376, conforme Tabela 13). A fraca correlação desta variável pode ser
67

verificada na Figura 34, a qual mostra baixa inclinação da linha de tendência que passa entre
os valores da relação h/d e b1.

0,70
0,60
0,50
0,40
h/d
0,30
b1 = -0,747-2,067.h/d
0,20
Rmúltiplo = 0,293
0,10
0,00
-4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00
b1
FIGURA 34 - Correlação entre as variáveis b1 e h/d para o conjunto das árvores
amostradas.

A respeito desta fraca correlação, Durlo e Denardi (1998), ao estudarem a morfometria


de Cabralea canjerana em mata secundária nativa, também observaram ampla dispersão na
relação h/d sobre as 160 árvores estudadas, com valores que, convertidos para a mesma
unidade de medida deste estudo, variaram de 0,3 a 1,73 e levaram os autores a colocar em
dúvida a relação desta variável com a dimensão das árvores.

Para as árvores estudadas de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez, a relação h/d


também apresentou ampla variação.

Nos modelos ajustados, conforme se aumenta o valor da relação h/d, eleva-se o nível
das curvas de incremento, demonstrando que árvores mais instáveis tendem a apresentar
maiores incrementos volumétricos (Figura 35).

50,0 h/d = 0,352 (Mínimo)


h/d = 0,516 (Médio)
40,0 h/d = 0,650 (Máximo)

i v % 30,0
20,0

10,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
DAP (cm)

FIGURA 35 - Influência da variável h/d na estimativa do incremento volumétrico


percentual.
68

A partir do estudo realizado nesta variável e, sobretudo, na sua influência sobre a


estimativa do iv%, verifica-se que a utilização desta variável no modelo é consistente, pois, em
árvores com maior crescimento em volume, é esperado menor relação h/d.

c) Variável EXPOS

A variável exposição do terreno apresentou correlação negativa em relação ao


crescimento em volume percentual.
Conforme se pode observar na Tabela 3, no item 4.2, foram, selecionados nesta
amostragem, indivíduos localizados em terrenos expostos a nordeste (EXPOS=2), leste
(EXPOS=3) e sul (EXPOS=5), não tendo sido selecionadas árvores nas demais exposições.
Com isso, analisando graficamente a correlação entre a exposição e b1 (Figura 36), percebe-se
que a correlação igual a 0,3182, apresentada na Tabela 12, decorre da árvore número 5. Esta,
localizada na exposição sul, apresentou o menor coeficiente de inclinação. Caso não ocorresse
essa observação, a correlação ficaria reduzida a 0,077.

6
b1 = -2,43309+0,234927.EXPOS
5
Rmúltiplo = 0,3183 4
3 EXPO S

2
1
0
-4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00

b1

FIGURA 36 - Correlação entre as variáveis b1 e EXPOS para o conjunto das árvores


amostradas.

Della-Flora (2001), ao estudar o crescimento em área basal individual de 201


indivíduos da espécie Ocotea puberula (Ness.), no município de São João do Polêsine - RS,
encontrou baixa correlação entre o crescimento e exposição do terreno, com coeficiente de
correlação de Pearson igual a –0,106. Verificou também que a interação entre exposição do
terreno multiplicada pela inclinação do terreno também não apresentou correlação
significativa com o crescimento, com valor de F igual a 0,095. No entanto, essa interação foi
selecionada pelo autor quando da modelagem pelo procedimento stepwise, o que resultou no
69

modelo matemático para descrever o crescimento em área basal individual da espécie Ocotea
puberula Ness.
Na Figura 37, pode-se acompanhar a influência da variável exposição do terreno nas
estimativas do coeficiente b1, para Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez.

40,0 EXPOS = 2
35,0 EXPOS = 3
EXPOS = 5
30,0
25,0
i v%
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
DAP (cm)

FIGURA 37 - Influência da variável EXPOS na estimativa do incremento volumétrico


percentual.

d) Variável Ir

A variável Ir, ou área potencial disponível, quantifica a área disponível ao crescimento


oferecido pelas árvores vizinhas à árvore considerada. Quanto maior o índice, tanto maior é a
área potencial disponível ao crescimento do indivíduo considerado.
Neste estudo, a variável Ir apresentou correlação negativa com o coeficiente b1, com
valor de F igual a –0,139, conforme a Tabela 12 e a Figura 38.

5,00
b1 = -1,6835-0,0597 . Ir
Rmúltiplo = 0,138797 4,00

3,00
Ir
2,00

1,00

0,00
-4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00
b1

FIGURA 38 - Correlação entre as variáveis b1 e Ir para o conjunto das árvores


amostradas.
70

Verifica-se, portanto, que a variável Ir se comporta de forma lógica nos modelos de b0


e b1, pois tem a função de reduzir as estimativas de incremento em volume percentual à
medida que a área potencial disponível também é reduzida (Figura 39).

30,0 Ir = 0,497 (Mínimo)


Ir = 2,181 (Médio)
25,0 Ir = 4,967 (Máximo)
20,0
i v%
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
DAP (cm)

FIGURA 39 - Influência da variável Ir na estimativa do incremento volumétrico


percentual.

e) Variável BALcor

A variável BALcor quantifica a concorrência entre árvores dentro de uma área pré-
estabelecida. A quantificação da concorrência dá-se considerando somente os indivíduos com
áreas basais maiores que a árvore considerada, fazendo ainda, uma correção em relação à
distância dessas árvores. Por isso, quanto maiores forem os valores de BALcor, maior será a
competição por espaço dentro da unidade amostral.
Neste estudo, a BALcor mostrou fraca correlação com o coeficiente b1 com valor de t
igual a –0,14966, conforme apresentado na Tabela 12 e na Figura 40.

0,12
b1 = -1,7229-3,12987.BALcor 0,10
Rmúltiplo = 0,149664 0,08
BALcor
0,06
0,04
0,02

0,00
-4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00
b1

FIGURA 40 - Correlação entre as variáveis b1 e BALcor para o conjunto das árvores


amostradas.
71

Della-Flora (2001), ao analisar o crescimento de 383 exemplares de Nectandra


megapotamica (Spreng.) Mez e 201 de Ocotea puberula Ness., no município de São João do
Polêsine – RS, encontrou correlação entre a variável BAL e o crescimento em área basal de –
0,373 para Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez e, -0,5 para Ocotea puberula.
Assim, como na citação anterior, também foi verificada correlação negativa entre a
competição e o crescimento. Na Figura 41, por exemplo, observa-se que, quanto maiores as
taxas de concorrência, menores são as estimativas de incremento em volume.

30,0 BALcor = 0 (Mínimo)


BALcor = 0,029 (Médio)
25,0 BALcor = 0,099 (Máximo)
20,0
i v%
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
DAP (cm)

FIGURA 41 - Influência da variável BALcor na estimativa do incremento volumétrico


percentual.

Della-Flora no estudo anteriormente citado modelou o crescimento em área basal de


Netandra megapotamica (Spreng.) Mez e Ocotea puberula Ness., selecionando a variável
BAL nas equações de crescimento em área basal. A variável BAL teve participação redutora
no modelo, indicando que taxas maiores de competição estimam em contrapartida, menores
incrementos em área basal.

f) Variável Lc

O Lc, ou comprimento da copa, exerce papel fundamental no crescimento das árvores.


Árvores que apresentam copas reduzidas tendem a interceptar a luz em menor intensidade,
reduzindo o poder fotossintético (British Columbia, 2003).
Segundo Schneider (1993), estudos já realizados destinados a avaliar a influência do
comprimento da copa no crescimento das árvores apontam que reduções desta variável
implicam em redução do crescimento em diâmetro, enquanto que o crescimento em altura das
árvores é menos afetado.
72

Ao observar a tendência apresentada na Figura 42, percebe-se que, de acordo com os


dados mensurados, altos valores de comprimentos de copa estão associados a valores menos
negativos de coeficiente b1.

b1 = -2,601+0,092.Lc 18,00
16,00
Rmultiplo = 0,407285 14,00
12,00
10,00
8,00 Lc
6,00
4,00
2,00
0,00
-4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00
b1

FIGURA 42 - Correlação entre as variáveis b1 e Lc para o conjunto das árvores


amostradas.

No entanto, ao se observar os modelos de b0 e b1, percebe-se que a variável Lc foi


selecionada com correlação invertida, em relação aos dados da amostragem. No procedimento
de modelagem, o comprimento da copa exerceu função direta no crescimento em volume, nos
quais maiores comprimentos de copa foram associados a maiores taxas de crescimento
volumétrico, indicando a eficiência desta variável no modelo ajustado (Figura 43).

50,0 Lc = 5,20 (Mínimo)


Lc = 8,60 (Médio)
40,0 Lc = 15,40 (Máximo)

i v % 30,0
20,0

10,0

0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
DAP (cm)

FIGURA 43 - Influência da variável Lc na estimativa do incremento volumétrico


percentual.

A inversão da correlação da variável comprimento de copa, no procedimento forward,


pode estar associada à baixa correlação dessa variável e, também, pelo fato de ter sido
incluída no último passo da modelagem, conforme as Tabelas 13 e 14.
73

5 CONCLUSÕES

A partir dos resultados deste estudo, conclui-se que:

A reconstituição do crescimento volumétrico percentual da espécie Nectandra


megapotamica (Spreng.) Mez pode ser determinada de forma eficiente através do
procedimento de análise de tronco;
A tendência em incremento percentual em volume pode ser representada de forma

precisa por uma função de fácil utilização, descrita por: i v % = (b 0 + b1. ln (dap )) .
2

A análise de covariância não se mostrou eficiente no teste de hipótese da diferença


entre níveis, das curvas de incremento das árvores amostradas indicando níveis iguais para
árvores com níveis distintos. No entanto, foi eficiente no teste de hipótese da diferença de
inclinações entre as curvas de incremento volumétrico percentual;
A análise de covariância indicou ter havido diferença significativa, tanto no nível
como na inclinação, na tendência de crescimento em volume das árvores estudadas, não sendo
possível a utilização de uma função única para representação do incremento volumétrico
percentual, permitindo, ainda, a formação de três grupos de árvores semelhantes ente si;
A variação de inclinação e nível das curvas de regressão que descrevem o incremento
pode ser calculada pelas equações:
b̂1 = −0,41738583 + 4,16179208.i − 6,29332107.h/d + 0,37822636.EXPOS − 0,11519372.I r
d5
+ 5,80418708.BALcor. − 0,06858050.Lc

b̂ 0 = 2,62465943 − 13,37023979.i + 22,08329412.h/d − 1,33160878.EXPOS + 0,34688547.I r


d5
− 23,88899208.BALcor. + 0,25692291.Lc

Recomenda-se a continuidade desses estudos na busca de uma melhor descrição sobre


as relações do sítio e o crescimento das árvores. É necessário, também, que sejam
selecionados indivíduos em condições de crescimento mais variados, o que requer o aumento
da amostragem. Para isso, é necessário o aumento de recursos financeiros e a mudança de
postura de órgãos de gestão ambiental, desmistificando a intocabilidade da floresta nativa.
74

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo aqui realizado demonstra a viabilidade da estimativa do incremento


volumétrico de árvores de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez a partir de variáveis de
fácil medição, contribuindo para o manejo da espécie. Permite ainda esclarecer a variação de
inclinação e nível observada nas curvas de incremento, obtidas em trabalhos com outras
espécies latifoliadas, aumentando a precisão da estimativa desses incrementos.
75

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