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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL

VARIAÇÃO TEMPORAL DE PROPRIEDADES


FÍSICAS DE UM ARGISSOLO E DO CRESCIMENTO
DE Eucalyptus grandis Hill ex Maiden

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Samara Pozzan da Rocha

Santa Maria, RS, Brasil


2013
VARIAÇÃO TEMPORAL DE PROPRIEDADES
FÍSICAS DE UM ARGISSOLO E DO CRESCIMENTO
DE Eucalyptus grandis Hill ex Maiden

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Samara Pozzan da Rocha

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado do Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Florestal, Área de concentração em
Silvicultura, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia
Florestal.

Orientador: Dalvan José Reinert

Santa Maria, RS, Brasil


2013
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


aprova a Dissertação de Mestrado

VARIAÇÃO TEMPORAL DE PROPRIEDADES FÍSICAS DE UM


ARGISSOLO E DO CRESCIMENTO DE Eucalyptus grandis Hill ex
Maiden

elaborada por
Samara Pozzan da Rocha

como requisito parcial para obtenção do grau de


Mestre em Engenharia Florestal

COMISSÃO EXAMINADORA:

Dalvan José Reinert, Pós-Dr.


(Presidente/Orientador)

Frederico Dimas Fleig, Dr. (UFSM)

Santa Maria, ... de Fevereiro de 2014


À Deus e à minha família,
dedico este trabalho
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela proteção, por iluminar meus caminhos,


guiar-me para as escolhas certas e por me proporcionar muitas oportunidades
gratificantes durante minha vida.
Agradeço em especial a minha família por confiar em minha capacidade, dar-
me incentivo, amor, ensinamentos, persistência e, principalmente, por estar sempre
ao meu lado e fazer-me muito feliz.
Agradeço à Universidade Federal de Santa Maria e ao programa de pós-
graduação em Engenharia Florestal (PPGEF) por proporcionar a realização do meu
mestrado.
Agradeço ao CNPq pela bolsa que tornou possível a realização deste
trabalho.
Agradeço a todos os professores pelos conhecimentos oferecidos, mas
principalmente ao professor e orientador Dalvan José Reinert e ao professor e
coorientador Frederico Dimas Fleig, pela oportunidade, confiança, ensinamentos e
ajuda. Agradeço também ao professor Saulo Jorge Téo pelo incentivo,
conhecimento e influência, o que foi importante para a minha inserção no mestrado.
Agradeço à Fepagro pela disponibilização da área para a realização da
presente pesquisa.
Agradeço todos os amigos de laboratório pela ajuda, troca de conhecimento e
companheirismo, especialmente à Juliana Prevedello, Paulo Ivonir Gubiani, Flávio
Fontinelli, Breno Bevilaqua Heinz, Júlio Soares, André da Costa, Bernardo da Silva,
Marta Sandra Drescher, Denise Szymczak, Nívea Ledur, Maísa Zardin, Elói Paulus,
Rafael Goulart, Adriano Gonçalves e Miriam Rodrigues.
Agradeço as secretárias do PPGEF, Cerlene Machado (Tita) e a Rone de
David pela ajuda, mas principalmente pela amizade e concelhos.
Agradeço ao professor Leandro Souza da Silva e ao laboratorista Alex por
emprestar o laboratório de fertilidade do solo, para que fosse possível a realização
da análise de carbono orgânico do solo, e agradeço também ao Rogério Piccin pela
ajuda na realização desta análise. Agradeço ao senhor Neri Martins pela ajuda nos
trabalhos de campo.
"Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis."

Bertolt Brecht
RESUMO

Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
Universidade Federal de Santa Maria

VARIAÇÃO TEMPORAL DE PROPRIEDADES FÍSICAS DE UM


ARGISSOLO E DO CRESCIMENTO DE Eucalyptus grandis Hill ex
Maiden
AUTORA: SAMARA POZZAN DA ROCHA
ORIENTADOR: DALVAN JOSÉ REINERT
Data e local de defesa: Santa Maria, -- de – de--.

O uso do solo para atividades florestais causa alterações nas propriedades físicas do solo
que podem ser benéficas ou não à produtividade florestal. O objetivo do estudo foi verificar, ao longo
do tempo, as alterações nas propriedades físicas de um Argissolo Vermelho Amarelo e no
crescimento de Eucalyptus grandis, submetido a diferentes métodos de preparo do solo. O
experimento foi implantado na área experimental pertencente à Fundação Estadual de Pesquisa
Agropecuária (FEPAGRO FLORESTAS), localizada em Santa Maria, Rio Grande do Sul. O
delineamento experimental foi blocos ao acaso, com três repetições e quatro tratamentos, sendo eles:
coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada
rotativa (ER). Para verificar a variação das propriedades físicas do solo, utilizaram-se dados de
amostragens obtidos antes da aplicação dos tratamentos e três, doze e setenta e dois meses após a
aplicação dos tratamentos. A avaliação do crescimento foi feita aos 3, 6, 9, 12, 74 e 81 meses de
idade do povoamento. Os dados de coleta de solo e de crescimento até os 12 meses após a
aplicação dos tratamentos foram obtidos por Prevedello (2008). A macroporosidade,
microporosidade, porosidade total e densidade do solo, foram obtidas por meio da metodologia
proposta por EMBRAPA (1997), através de amostras coletadas na linha e na entrelinha de plantio,
nas profundidades de 0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30; 0,30-0,40 m de profundidade do solo. A
resistência do solo à penetração (RP) foi determinada com a utilização de um penetrômetro digital até
0,60 m de profundidade do solo, a cada 0,20 m de distância perpendicular a linha de plantio. A
umidade no momento da coleta dos dados de RP foi determinada nas profundidades de 0,00-0,10;
0,10-0,20 0,20-0,30; 0,30-0,40; 0,40-0,50; 0,50-0,60 m de profundidade do solo. A distribuição do
tamanho dos agregados estáveis em água e o carbono orgânico do solo foram avaliados na
profundidade de 0,05 m, pelos métodos modificado de Kemper e Chepil (1965) e de combustão
úmida descrito por Yeomans e Bremner (1988), modificado por Rheinheimer et al. (2008),
respectivamente. O crescimento foi avaliado por meio da mensuração da altura e do diâmetro das
árvores, do volume, da área basal e da sobrevivência das árvores. Avaliou-se também a distribuição
do sistema radicular por meio do método do perfil descrito por Böhm (1979). As alterações da
macroporosidade, microporosidade, porosidade total e densidade do solo foram maiores na
profundidade superficial do solo. Foi verificada diferença estatística entre tratamentos e entre
entrelinha e linha apenas aos 12 meses após a aplicação dos tratamentos e, ao longo do tempo,
houve a tendência de reconsolidação do solo. A intensificação do preparo do solo diminuiu a
estabilidade estrutural de agregados, por reduzir a porcentagem de agregados na classe de maior
diâmetro, entretanto, houve tendência de restabelecer a estrutura e a agregação ao longo do tempo.
O teor de matéria orgânica não afetou o diâmetro médio geométrico, o diâmetro médio ponderado e a
distribuição do tamanho dos agregados estáveis em água. O preparo do solo favoreceu o
crescimento do eucalipto no seu estágio inicial de desenvolvimento, reduzindo seu efeito com o
decorrer da idade das árvores.

Palavras-chave: qualidade do solo. Produtividade de eucalipto. Sustentabilidade florestal.


ABSTRACT

Master Dissertation
Post-Graduation Program in Forest Engineering
Federal University of Santa Maria

TEMPORAL VARIATION OF PHYSICAL PROPERTIES OF A


HAPLUDALF SOIL AND GROWTH Eucalyptus grandis Hill ex
Maiden
AUTHOR: SAMARA POZZAN DA ROCHA
ADVISOR: DALVAN JOSÉ REINERT
DATE AND PLACE OF THE DEFENSE:

Key-words:
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Imagem de localização da área de estudo (A). ......................................... 34


Figura 2 - Croqui da área com os tratamentos. ......................................................... 36
Figura 3 - ponto de coleta de solo na entrelinha do Argissolo, na época 4, em Santa
Maria, RS. ................................................................................................................. 38
Figura 4 - análise de resistência à penetração do solo. ............................................ 41
Figura 5 - método de Kemper e Chepil (1965). ......................................................... 42
Figura 6 - Densidade do solo (a), macroporosidade (b), microporosidade (c) e
porosidade total do solo (d) na entrelinha de plantio de povoamentos de Eucalyptus
grandis, em Santa Maria, RS. ................................................................................... 70
Figura 7 - Porcentagem dos agregados estáveis em água nas épocas 1, 2 e 3, nos
tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade
niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. Valores seguidos de
mesma letra para cada classe de agregado entre EL e L, não diferem
significativamente pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade de erro. Épocas 1, 2
e 3 foram obtidas por Prevedello (2008). .................................................................. 82
Figura 8 - Porcentagem dos agregados estáveis em água na linha (L) e entrelinha
(EL) de plantio na época 2, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado
(Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS. Valores seguidos de mesma letra para cada classe de agregado entre EL
e L, não diferem significativamente pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro. ........................................................................................................................... 84
Figura 9 - Porcentagem dos agregados estáveis em água na linha (L) e entrelinha
(EL) de plantio na época 3, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado
(Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS. Valores seguidos de mesma letra para cada classe de agregado entre EL
e L, não diferem significativamente pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro. ........................................................................................................................... 84
Figura 10 - Porcentagem dos agregados estáveis em água na linha (L) e entrelinha
(EL) de plantio na época 4, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado
(Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS. Valores seguidos de mesma letra para cada classe de agregado entre EL
e L, não diferem significativamente pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro. ........................................................................................................................... 85
Figura 11 - Frequências observadas e frequências estimadas (Função SB de
Johnson), em número de árvores por hectare, para a distribuição diamétrica de
povoamentos de Eucalyptus grandis com 74 meses de idade, em Santa Maria, RS.
.................................................................................................................................. 92
Figura 12 - Relação hipsométrica de Eucalyptus grandis, em Santa Maria, RS. a) 12
meses (PREVEDELLO, 2008) e b) 74 meses após o plantio. ................................... 93
Figura 13 - Distribuição do sistema radicular de Eucalyptus grandis no perfil
(0,60x1,00 m), no tratamento plantio direto aos 12 e 74 meses, em Santa Maria, RS.
Cada quadricula tem lado de 5 cm. ........................................................................... 96
Figura 14 - Distribuição do sistema radicular de Eucalyptus grandis no perfil
(0,60x1,00 m), no tratamento escarificado aos 12 e 74 meses, em Santa Maria, RS.
Cada quadricula tem lado de 5 cm. ........................................................................... 96
Figura 15 - Distribuição do sistema radicular de Eucalyptus grandis no perfil
(0,60x1,00 m), no tratamento escarificado mais grade niveladora aos 12 e 74 meses,
em Santa Maria, RS. Cada quadricula tem lado de 5 cm. ......................................... 97
9

Figura 16 - Distribuição do sistema radicular de Eucalyptus grandis no perfil


(0,60x1,00 m), no tratamento enxada rotativa aos 12 e 74 meses, em Santa Maria,
RS. Cada quadricula tem lado de 5 cm. .................................................................... 97
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - distribuição do tamanho das partículas do Argissolo Vermelho-Amarelo


distrófico arênico, no município de Santa Maria, RS. ................................................ 35
Tabela 2 - atributos químicos do Argissolo, antes da aplicação dos tratamentos, nas
camadas de 0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, no município de Santa
Maria, RS. ................................................................................................................. 37
Tabela 3 - modelos de relação hipsométrica ............................................................. 46
Tabela 4 - Densidade de partículas do solo para os tratamentos coveamento manual
(CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa
(ER), nas profundidades de 0,00-0,10; 0,10-0,20 m; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, em
Santa Maria, RS. ....................................................................................................... 53
Tabela 5 - Densidade do solo (Mg m-3) para os tratamentos coveamento manual
(CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa
(ER), em Santa Maria, RS. ........................................................................................ 56
Tabela 6 - Macroporosidade (m3 m-3) para os tratamentos coveamento manual (CM),
escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
nas profundidades de 0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, em Santa
Maria, RS. ................................................................................................................. 60
Tabela 7 - Microporosidade (m3 m-3) para os tratamentos coveamento manual (CM),
escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
nas profundidades de 0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, em Santa
Maria, RS. ................................................................................................................. 61
Tabela 8 - Porosidade total (m3 m-3) para os tratamentos coveamento manual (CM),
escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
nas épocas 1, 2, 3 e 4, em Santa Maria, RS. ............................................................ 62
Tabela 9 - Densidade do solo (Mg m-3) nas épocas 2, 3 e 4, na linha (L) e na
entrelinha (E) de plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado
(Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS. ................................................................................................................. 66
Tabela 10 - Macroporosidade do solo (m3m-3) na linha (L) e na entrelinha (E) de
plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado
mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. ............... 67
Tabela 11 - Microporosidade do solo (m3m-3) na linha (L) e na entrelinha (E) de
plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado
mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. ............... 68
Tabela 12 - Porosidade total do solo nas épocas 2, 3 e 4, na linha (L) e na entrelinha
(E) de plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc),
escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria,
RS. ............................................................................................................................ 69
Tabela 13 - Diâmetro médio geométrico (DMG) e diâmetro médio ponderado (DMP)
para os tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais
grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), nas épocas 1, 2, 3 e 4, em Santa
Maria, RS. ................................................................................................................. 77
Tabela 14 - Matéria orgânica do solo para os tratamentos coveamento manual (CM),
escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
nas épocas 1, 2, 3 e 4, em Santa Maria, RS. ............................................................ 78
Tabela 15 - Diâmetro médio geométrico (DMG) e diâmetro médio ponderado (DMP)
na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio, nos tratamentos coveamento manual
11

(CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa
(ER), em Santa Maria, RS. ........................................................................................ 80
Tabela 16 - Matéria orgânica do solo (%) na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio,
nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais
grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. ....................... 81
Tabela 17 - Diâmetro a 10 cm de altura (d10), diâmetro altura do peito (dap) e altura
total de Eucalyptus grandis, nos sistemas de preparo: coveamento manual (CM),
escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
em Santa Maria, RS. ................................................................................................. 86
Tabela 18 - Área basal média (G) e volume total médio por árvore, volume total,
volume total por hectare, volume comercial médio até a altura com diâmetro com
casca de 8,0 cm (V8) por árvore, V8 total e V8 total por hectare, do povoamento de
Eucalyptus grandis, em Santa Maria, RS. ................................................................. 90
Tabela 19 - Resultados do de Kolmogorov-Smirnov para a função de
densidade probabilística SB de Johnson, com parâmetro de locação ( ) associado às
porcentagens de 5%, 20%, 50%, 70% e 90% do valor do diâmetro mínimo. ............ 91
Tabela 20 - Resultados de e do teste de Kolmogorov-Smirnov, para as
funções de distribuição probabilística Normal e SB de Johnson. ............................... 91
Tabela 21 - Parâmetros da função de densidade probabilística SB de Johnson
ajustada para o povoamento de Eucalyptus grandis, nos tratamentos coveamento
manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada
rotativa (ER), em Santa Maria RS. ............................................................................ 92
Tabela 22 - Modelos matemáticos ajustados para Eucalyptus grandis, em Santa
Maria, RS. .................................................................... Erro! Indicador não definido.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Fepagro Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária
Abraf Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas
DMG Diâmetro médio geométrico
DMP Diâmetro Médio Ponderado
MO Matéria Orgânica
Cfa Clima subtropical úmido, sem estiagens
dap Diâmetro à altura do peito
fdp Função de densidade probabilística
TFSA Terra Fina Seca ao Ar
CM Coveamento manual
Esc Escarificado
EG Escarificado mais grade niveladora
ER Enxada rotativa
RP Resistência à penetração do solo
LISTA DE SÍMBOLOS

Percentagem de agregados por intervalo de classe de tamanho (%)


Massa de agregados em cada classe , menos areias (g)

∑ Massa total de agregados, menos areias (g)

Valor médio da classe de agregados (mm)


Massa de agregados da classe (g)
Sobrevivência (%)
Número de árvores vivas na parcela no momento da medição
N1, N2... Número de árvores por classe de diâmetro
Indica locação
Indica escala
Determinam a forma da distribuição SB de Johnson
Diâmetro mínimo (cm)
Diâmetro máximo (cm)
Porcentagens utilizadas no ajuste da função de densidade probabilística
SB de Johnson (%)
̅ Média dos diâmetros (cm)
( ) Desvio padrão modificado
Logaritmo neperiano
Frequência observada acumulada
Frequência esperada acumulada
Número de observações
Corresponde ao ponto de maior divergência entre duas frequências
cumulativas, no cálculo do teste de aderência de Kolmogorov-Smirnov
É obtido pela seguinte fórmula: ⁄√ , no cálculo do teste de
aderência de Kolmogorov-Smirnov
LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES

Apêndice A - Valores de F e coeficiente de variação (CV (%)) para densidade (ds),


macroporosidade (Mac), microporosidade (Mic) e porosidade total (Pt) do solo, nas
épocas 1, 2, 3 e 4, para os manejos do solo: covemanto manual, escarificado,
escarificado mais grade niveladora e enxada rotativa, em Santa Maria, RS. ......... 111
Apêndice B - Valores de F e coeficiente de variação (CV (%)) para densidade (ds),
macroporosidade (Mac), microporosidade (Mic) e porosidade total (Pt) do solo, na
linha e entrelinha, para os manejos do solo: covemanto manual, escarificado,
escarificado mais grade niveladora e enxada rotativa, na época 2, em Santa Maria,
RS. .......................................................................................................................... 112
Apêndice C - Valores de F e coeficiente de variação (CV (%)) para densidade (ds),
macroporosidade (Mac), microporosidade (Mic) e porosidade total (Pt) do solo, na
linha e entrelinha, para os manejos do solo: covemanto manual, escarificado,
escarificado mais grade niveladora e enxada rotativa, na época 3, em Santa Maria,
RS. .......................................................................................................................... 113
Apêndice D - Valores de F e coeficiente de variação (CV (%)) para densidade (ds),
macroporosidade (Mac), microporosidade (Mic) e porosidade total (Pt) do solo, na
linha e entrelinha, para os manejos do solo: covemanto manual, escarificado,
escarificado mais grade niveladora e enxada rotativa, na época 4, em Santa Maria,
RS. .......................................................................................................................... 114
Apêndice E – Classes de agregados na época 1, 2, 3 e 4, nos tratamentos
coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora
(EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. ................................................. 115
Apêndice F – Classes de agregados na época 2, na linha (L) e na entrelinha (E) de
plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado
mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. ............. 116
Apêndice G – Classes de agregados na época 3, na linha (L) e na entrelinha (E) de
plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado
mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. ............. 117
Apêndice H – Classes de agregados na época 4, na linha (L) e na entrelinha (E) de
plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado
mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. ............. 118
Apêndice I – Distribuição do sistema radicular pelo método do perfil descrito por
Böhm (1976)............................................................................................................ 119
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 18
1.1 Hipóteses ........................................................................................................... 20
1.2 Objetivos............................................................................................................ 20
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 20
1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 20
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................ 20
2.1 Caracterização da espécie ............................................................................... 20
2.2 Propriedades físicas do solo ........................................................................... 21
2.3 Propriedades físicas do solo e sistemas de preparo do solo ....................... 28
2.4 Propriedades físicas do solo e crescimento florestal ................................... 30
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 34
3.1 Caracterização da área de estudo ................................................................... 34
3.2 Caracterização do experimento ....................................................................... 36
3.3 Coleta e análise de solo ................................................................................... 38
3.3.1 Determinações .................................................................................................. 39
3.3.1.1 Densidade de partículas, densidade, microporosidade, macroporosidade e
porosidade total do solo ............................................................................................ 39
3.3.1.2 Resistência mecânica do solo à penetração ................................................ 41
3.3.1.3 Distribuição do tamanho dos agregados estáveis em água e carbono
orgânico do solo ........................................................................................................ 42
3.4 Medições das variáveis dendrométricas e avaliação do crescimento de
Eucalyptus grandis ................................................................................................. 44
3.4.1 Determinações .................................................................................................. 44
3.4.1.1 Área basal por hectare ................................................................................. 44
3.4.1.2 Volume ......................................................................................................... 45
3.4.1.3 Relação hipsométrica ................................................................................... 45
3.4.1.4 Distribuição diamétrica ................................................................................. 46
3.4.1.4.1 Função de densidade probabilística Normal............................................... 46
3.4.1.4.2 Função de densidade probabilística SB de Johnson................................... 47
3.4.1.4.3 Teste de aderência de Kolmogorov-Smirnov.............................................. 49
3.4.1.5 Distribuição do sistema radicular .................................................................. 51
3.4.1.6 Sobrevivência ............................................................................................... 51
3.5 Avaliação temporal das propriedades físicas do solo e do crescimento de
Eucalyptus grandis ................................................................................................. 51
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 53
4.1 Propriedades físicas do solo ........................................................................... 53
4.1.1 Densidade de partículas, densidade, microporosidade, macroporosidade e
porosidade total do solo ............................................................................................ 53
4.1.2 Resistência mecânica do solo à penetração ..................................................... 70
4.1.3 Distribuição dos agregados estáveis em água e carbono orgânico do solo ..... 76
4.2 Crescimento de Eucalyptus grandis ............................................................... 85
REFERÊNCIAS .................................................................................... 98
APÊNDICES ...................................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO

A demanda por produtos de origem florestal tem aumentado nos últimos anos,
o que exigiu o plantio de mais áreas com espécies arbóreas comerciais. De acordo
com a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas - ABRAF (2012),
no período de 2005 a 2011 ocorreu um crescimento acumulado de áreas com
plantios florestais de 27,9%, ou seja, 3,0% ao ano. Em relação aos plantios de
eucalipto, o aumento foi de 2,5% de 2010 a 2011.
Dentre as espécies do gênero Eucalyptus, destaca-se o Eucalyptus grandis
Hill ex Maiden que é uma das espécies mais plantadas no mundo, apresentando
uma das madeiras mais versáteis e indicadas para uso múltiplo (LOPES, 2003).
Conforme Silva (2002), o Eucalyptus grandis apresenta altas taxas de produtividade
em florestas plantadas e boa adaptação em grande parte do território brasileiro. Há
várias décadas esta espécie florestal vem sendo cultivada intensivamente no Brasil,
principalmente para atender às demandas do setor de celulose e papel, painéis
aglomerados, chapas duras, carvão vegetal para uso metalúrgico e siderúrgico,
assim como para o setor moveleiro.
Para otimizar a produção das florestas e atender a demanda por produtos de
origem florestal, é imprescindível considerar as alterações no ambiente edáfico e a
resposta das árvores à estas alterações, ao longo dos anos. Reichert, Reinert e
Braida (2003) reportaram que a perda da qualidade do solo, que reduza a
capacidade de sustentar o crescimento das plantas, causa impactos negativos de
grande significação para as comunidades rurais e urbanas. Entretanto, a melhoria
nas propriedades do solo promove efeitos positivos sobre todo ambiente.
A qualidade do solo refere-se ao equilíbrio entre os condicionantes químicos,
físicos e biológicos (ZILLI et al., 2003), e indica as potencialidades e limitações do
solo para determinado uso. A avaliação da qualidade do solo tem dimensão espacial
e temporal, pois o intervalo entre medições para que o indicador avalie mudanças
depende do tempo necessário para que um dado sistema de manejo cause
alterações quantificáveis, enquanto sua frequência no espaço deve considerar as
variações espaciais provocadas pelo mesmo. A textura, a profundidade do solo, a
densidade do solo, a infiltração de água e a curva característica de água no solo,
podem ser citadas como indicadores físicos básicos para avaliar a qualidade do solo
(REICHERT; REINERT; BRAIDA, 2003).
19

As modificações nas propriedades do solo, devido ao seu uso e manejo,


podem ser benéficas ou não, sendo que as propriedades físicas são as que mais se
alteram de acordo com o uso do solo (CONCEIÇÃO, 2002). Reichert et al. (2009)
complementaram que o estudo das propriedades físicas ao longo do tempo permite
quantificar não só a magnitude, mas também a duração das alterações causadas
pelos diferentes sistemas de manejo do solo. Por serem parâmetros sensíveis, as
propriedades físicas são importantes para estabelecer se houve degradação ou
melhoria da qualidade do solo, em relação a um sistema de manejo determinado. A
perda da qualidade do solo, decorrente das modificações proporcionadas pelo seu
uso e manejo, pode afetar não só o crescimento das plantas, mas também a
sustentabilidade do uso do solo (CHAER; TÓTOLA, 2007).
Nesse sentido, o conhecimento da qualidade edáfica permite manejar o solo
de maneira que funcione de forma ótima no presente e que não seja degradado para
o uso futuro. Por meio do monitoramento das mudanças na qualidade do solo, pode-
se determinar se um conjunto de práticas de manejo do solo é sustentável
(TÓTOLA; CHAER, 2002).
As informações referentes às alterações nas propriedades do solo e ao
comportamento do crescimento das espécies florestais auxiliam no planejamento e
na tomada de decisões por parte das empresas do setor florestal. Como reportaram
Gonçalves e Stape (2002), a compreensão da interação entre o meio físico e o
preparo do solo na produtividade florestal é necessária para a interpretação dos
resultados experimentais e posterior tomadas de decisões silviculturais, nas
diferentes escalas espaciais e temporais.
Por meio de um conhecimento prévio das relações existentes entre as
propriedades edáficas de um sítio com o crescimento das árvores, é possível
recomendar a intensidade de práticas silviculturais, o regime de manejo mais
apropriado, as espécies adequadas para cada sítio e a previsão da produção por
ocasião da exploração florestal. Além disso, permite avaliar a maior ou menor
adequabilidade do solo para cada atividade, dentro de um plano anteriormente
sugerido para a área (GONÇALVES; DEMATTÊ; COUTO, 1990).
Dessa forma, como reportou Brum (1979), o conhecimento das relações entre
solo e planta permite aumentar a produção florestal de uma região, pela melhoria
das condições de desenvolvimento ou então, concentrar os plantios em áreas que
20

apresentem condições edáficas propícias ao desenvolvimento de uma determinada


espécie.

1.1 Hipóteses

A) O plantio de Eucalyptus grandis melhora a qualidade física do solo ao


longo dos anos.
B) O crescimento de Eucalyptus grandis implantado em solo com diferentes
intensidades de revolvimento, se diferencia apenas nas idades iniciais do
povoamento.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar as alterações nos atributos físicos de um Argissolo Vermelho-Amarelo


distrófico arênico e no crescimento de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, cultivado
em diferentes métodos de preparo do solo, ao longo de sete anos de idade do
povoamento florestal.

1.2.2 Objetivos específicos

 Mensurar as propriedades físicas do solo na linha e na entrelinha de plantio


de Eucalyptus grandis, submetido a diferentes sistemas de preparo do solo,
setenta e dois meses após o plantio;
 Mensurar variáveis dendrométricas do Eucalyptus grandis aos 74 e 81
meses de idade do povoamento;
 Avaliar as propriedades físicas do solo na linha e na entrelinha de plantio
de Eucalyptus grandis, submetido a diferentes sistemas de preparo do solo,
aos três, doze e setenta e dois meses após o plantio;
 Avaliar as alterações nas propriedades físicas do solo, em diferentes
sistemas de preparo, comparando o estado em 2006 com o avaliado em
2012;
21

 Avaliar o crescimento de um povoamento de Eucalyptus grandis cultivado


em diferentes sistemas de preparo do solo, utilizando dados obtidos de 2006
a 2007 e dados obtidos de 2012 a 2013.
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Caracterização da espécie

O Eucalyptus grandis pertence à família Myrtaceae e é conhecido


popularmente como eucalipto rosa (LORENZI et al., 2003). Ocorre naturalmente na
Austrália, em áreas com altitude variando desde o nível do mar até 1100 metros de
altitude (HIGA, 2003).
De acordo com Lorenzi et al. (2003), o Eucalyptus grandis apresenta, em
média, de 20 a 40 metros de altura, tronco retilíneo, com casca pulverulenta,
desprendendo-se em tiras longas, deixando aparecer em baixo uma superfície lisa
de cor branca, acinzentada, esverdeada ou salmão. Os ramos do Eucalyptus grandis
são longos e robustos, formando copa aberta ou alongada. Suas folhas adultas são
lanceoladas, falcadas, verde-escuras, brilhantes, com ápice agudo e margens
levemente onduladas. Esta espécie de eucalipto possui inflorescências em umbelas
axilares, brancas e com pedúnculo achatado. Os frutos (cápsulas) são verde
azulados, deiscentes, com valvas encurvadas.
O Eucalyptus grandis é considerado sensível á geadas severas e apresenta
relativa resistência à deficiência hídrica. Sua madeira é considerada moderadamente
leve, de baixa estabilidade, mas de elevada permeabilidade. A regeneração do
Eucalyptus grandis, através da brotação de cepas, é considerada boa (HIGA, 2003).
O Eucalyptus grandis pode ser destinado ao plantio em lugares inundados e
para a fixação de barrancos de rios, pelas raízes profundas que possui (LORENZI et
al., 2003). Além disso, pode ser utilizado como lenha, estacas, carvão vegetal,
dormentes, moirões, celulose e papel, chapas de fibra e de partículas, bem como
pode ser utilizado na fabricação de casas (PEREIRA et al., 2000). Acosta (1995)
complementou que a madeira de Eucalyptus grandis pode ser utilizada na
carpintaria, caixaria (frutas, hortaliças, frangos, etc.), pálets, móveis rústicos, cabos,
puxadores, marcos, escadas, molduras de móveis, brinquedos, e outros. Higa (2003)
reportou que, quando provinda de plantações de ciclo longo, a madeira é utilizada
em construções e como matéria prima na fabricação de móveis. Quando oriunda de
plantações de ciclo curto, é utilizada em caixotaria, palets, carvão e moirões.
No Brasil, o consumo de madeira provinda de reflorestamentos é crescente,
especialmente em se tratando de eucalipto. Conforme ABRAF (2012), em 2011 a
21

área com plantios de eucalipto e pínus no Brasil totalizou 6.515.844 ha, sendo
25,2% correspondente aos plantios de pínus e 74,8% aos plantios de eucalipto. A
área plantada com eucalipto, em 2011, foi de 4.873.952 ha, sendo que deste total,
54,2% estava concentrado na região Sudeste. Os estados do Rio Grande do Sul,
São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná
detinham 85,8% dos plantios com eucalipto.
Além de apresentar importância econômica, as florestas plantadas também
possuem grande importância social, pois além de servir como matéria-prima para a
indústria de base florestal, possibilita empregos diretos e indiretos. Há também uma
importância ambiental, pois com o uso de madeiras provindas de reflorestamentos,
ocorre a redução da exploração de florestas nativas. Além disso, as florestas
contribuem para o sequestro de carbono, reduzindo o efeito do aquecimento global,
assim como protege o solo contra erosão.

2.2 Propriedades físicas do solo

Considerando as propriedades físicas do solo que são importantes no


crescimento e na produção das culturas, é necessário separar fatores que afetam
diretamente de fatores que afetam indiretamente o crescimento das plantas. A água,
o oxigênio, a temperatura e a resistência à penetração das raízes são fatores que
afetam diretamente o crescimento das culturas, dentre as quais, a água é o fator
controlador dominante e os demais fatores são afetados pelo conteúdo de água. Já
a densidade, a agregação, a estabilidade dos agregados, a textura e a distribuição e
o tamanho de poros são considerados como fatores que afetam indiretamente o
crescimento das plantas (LETEY, 1985).
De acordo com Bertoni e Lombardi Neto (2008), a textura do solo refere-se à
distribuição quantitativa das classes de tamanho das partículas que compõe o solo.
A textura depende das características do material que o originou e dos agentes de
formação do solo e influi sobre a retenção de água, arejamento, resistência à
penetração das raízes, CTC, porosidade e densidade do solo, entre outros.
Rigatto, Dedecek e Matos (2004) analisaram os efeitos dos atributos do solo
sobre a qualidade da madeira de Pinus taeda para a produção de celulose Kraft em
Telêmaco Borba, Paraná, e verificaram que as madeiras provenientes de sítios com
textura mais argilosa apresentavam menores valores de densidade básica, menor
22

teor de holocelulose e celulose, traqueídeos mais curtos, mais largos, com as


paredes mais finas e com diâmetro do lúmen maior e menor rendimento em
celulose.
Rigatto, Dedecek e Matos (2005) avaliaram a influência de atributos físicos do
solo sobre a produtividade de Pinus taeda com 12 anos de idade, em Telêmaco
Borba, Paraná. Os autores verificaram que solos com textura argilosa apresentavam
maiores valores de porosidade total e em solos com textura mais arenosa, a
porosidade total foi menor.
A estrutura do solo é um dos atributos mais importantes para avaliar a
qualidade do solo, pois complementa o estudo de avaliação do arranjo entre sólidos
e vazios do solo (MENDES; MELLONI; MELLONI, 2006). Bertoni e Lombardi Neto
(2008) ressaltaram que uma boa estrutura é a que apresenta poros e espaços
porosos bastante volumosos para aeração, desenvolvimento radicular das plantas e
infiltração, bem como possui agregados bastante densos e coesos.
Como ressaltou Letey (1985), a estrutura do solo não é um fator de
crescimento das plantas ou indicativo direto da qualidade ambiental. Porém, está
indiretamente relacionada com fatores que agem sobre eles. A estrutura do solo
condiciona e densidade do solo, a resistência mecânica à penetração das raízes, o
suprimento de água às raízes, o selamento superficial e a germinação e emergência
das plantas. Dessa forma, a estrutura edáfica pode ser avaliada por meio da
densidade do solo, resistência à penetração das raízes, macro e microporosidade,
permeabilidade e porosidade total. Estes atributos podem ser utilizados como
indicadores de adensamento, encrostamento, compactação e suscetibilidade do solo
à erosão (REICHERT; REINERT; BRAIDA, 2003). Pelo fato do grau de
desenvolvimento estrutural estar relacionado com a porosidade, capacidade de
drenagem, aeração e capilaridade, a estrutura é uma característica fundamental no
solo, determinando sua capacidade produtiva, assim como apresenta alta
dinamicidade no tempo, em função do manejo do solo e da floresta (GONÇALVES;
STAPE, 2002).
Assim sendo, como citou Amaro Filho, Assis Júnior e Mota (2008), o
conhecimento da estrutura do solo, dos mecanismos de formação de agregados e
dos fatores de controle, é importante para manejar a estrutura edáfica, a fim de
alcançar objetivos específicos no uso do solo e definir técnicas de cultivo que evitem
a degradação dos agregados.
23

A melhora na estrutura do solo pode ser feita por meio do fornecimento


contínuo de material orgânico pela serapilheira e/ou por excreções radiculares, que
são formadas por moléculas orgânicas em estágios de decomposição, o que atua na
formação e estabilização dos agregados. Rotação de culturas e sistemas de manejo
do solo também agem no sentido de restaurar a estrutura edáfica (CAMPOS et al.,
1995). Em solos com estrutura adensada, a correção é mais difícil, podendo, em
alguns casos, ser conseguida com o trabalho mecânico do solo ou com calagem,
porque o cálcio em quantidades adequadas flocula a argila (BERTONI; LOMBARDI
NETO, 2008). A melhoria da estrutura do solo causa o aumento da permeabilidade,
decréscimo na erodibilidade e redução no escorrimento superficial de água e,
consequentemente, resulta na redução na erosão hídrica (WISCHMEIER, 1966 apud
MENDES; MELLONI; MELLONI, 2006).
Martins et al. (2002) compararam plantios de Pinus sp., Eucalyptus sp., Hevea
brasiliensis e mata nativa e verificaram que esta última apresentava maior grau de
estruturação do solo, devido a maior presença de raízes, que liberam exsudatos e
elevam os teores de matéria orgânica do solo por meio da ciclagem bioquímica,
contribuindo para a estabilização dos agregados. A ampla diversidade de espécies
também contribuiu para a melhor estruturação do solo com mata nativa, pois
proporciona uma camada de serrapilheira rica em nutrientes que aumenta a
atividade dos organismos do solo.
A estabilidade dos agregados do solo pode ser utilizada para avaliar a
qualidade estrutural do solo, pois a estabilidade da estrutura está relacionada à
resistência que os agregados apresentam à influência desagregante da água e
forças mecânicas (KIEL, 1979). Para Van Lier (2010), a avaliação da estabilidade
dos agregados é a avaliação da distribuição dos agregados por tamanho,
considerando a elevada correlação verificada entre esses aspectos relativos á
estrutura do solo.
Van Lier (2010) mencionou que a importância da avaliação da distribuição dos
agregados por tamanho está no fato de que o tamanho do agregado determina a
sua susceptibilidade ao movimento pela água e vento e é importante na
determinação das dimensões do espaço poroso em solos cultivados. Bertoni e
Lombardi Neto (2008) argumentaram que agregados estáveis em água permitem
maior resistência à erosão e maior infiltração de água. Entretanto, agregados não
estáveis tendem a desaparecer e se dispersarem. A estabilidade depende do tipo de
24

argila, do elemento associado à argila, da natureza dos produtos de decomposição


da matéria orgânica e do tipo de população microbiológica do solo. Um excesso de
sódio associado com argila pode causar dispersão dos agregados, mas alta
proporção de hidrogênio ou cálcio é relacionada com a agregação.
Nos estudos sobre a suscetibilidade de agregados, busca-se avaliar a ação
de forças responsáveis pela destruição dos agregados do solo, estando elas
relacionadas com o cultivo do solo, erosão ou umedecimento do solo. O importante
é ter-se em mente que a persistência da estrutura do solo é essencial para o
suprimento de água e nutrientes, manutenção de elevadas taxas de infiltração de
água no solo, resistência à erosão, manutenção de um equilíbrio favorável para o
crescimento e desenvolvimento das raízes das plantas e, consequentemente,
concorre para a manutenção das atividades de exploração dos solos agricultados
sustentáveis (VAN LIER, 2010).
A análise da estabilidade dos agregados geralmente é feita no material
representativo das camadas superficiais do solo. Essas camadas tem sua
estruturação influenciada, primeiramente, pela atividade biológica, razão da
presença da estrutura do tipo grumosa (VAN LIER, 2010).
Lima et al. (2003) estudaram a estabilidade de agregados de um planossolo
sob diferentes sistemas de manejo, em Capão do Leão, no Rio Grande do Sul, e
constataram que o sistema de semeadura direta favoreceu a formação de
agregados de maior tamanho, originando maior diâmetro médio ponderado de
agregados. O sistema de plantio pré germinado proporcionou maior concentração de
agregados do solo na classe de menor tamanho, com menor diâmetro médio
ponderado dos agregados.
Calonego e Rosolem (2008) avaliaram, em solo compactado, a estabilidade
dos agregados influenciada pelo cultivo de espécies de cobertura em esquema de
rotações de culturas, em sistema de semeadura direta, mediante efeito da
escarificação mecânica, no município de Botucatu, São Paulo. Os autores
verificaram que a estabilidade dos agregados foi influenciada pela rotação de
culturas, sendo maior na camada de 0,00 a 0,05 m e de 0,05 a 0,10 m. Os autores
constataram também que o manejo mecânico da compactação do solo com
escarificador e a ausência de plantas de cobertura antecedendo a soja promoveram
redução da estabilidade dos agregados na camada de 0,05 a 0,10 m.
25

Salton et al. (2008) analisaram a agregação e a estabilidade de agregados do


solo em sistemas agropecuários, no Mato Grosso do Sul, e constataram que
sistemas de manejo de solo com pastagem permanente ou em rotação com lavoura
em plantio direto favoreceram a formação de agregados estáveis de maior tamanho,
quando comparados a sistemas apenas com lavouras ou com lavouras em rotação
com pastagens.
A densidade do solo é umas das características mais importantes da parte
física do solo e é definida como a relação entre a massa e o volume de uma amostra
de solo (SCHUMACHER et al., 2004). Van Lier (2010) citou que a densidade do solo
reflete o arranjo das partículas do solo (estrutura do solo) que, por sua vez, define as
características do sistema poroso. De modo geral, pode-se dizer que quanto mais
elevada for a densidade do solo, mais compacto ele será, menor o grau de
estruturação, menor a porosidade e, consequentemente, maiores as restrições para
o crescimento das plantas (AMARO FILHO; ASSIS JÚNIOR; MOTA, 2008).
Além da estrutura, a densidade do solo depende da profundidade do solo,
composição mineralógica da fração argila dos solos, textura, teor de matéria
orgânica, agregação das partículas e cobertura vegetal (AMARO FILHO; ASSIS
JÚNIOR; MOTA, 2008, VAN LIER, 2010, BICALHO, 2011). Além disso, a densidade
do solo varia com o tempo (por processos naturais de adensamento) e/ou com
práticas de manejo como cultivo e com o transito de máquinas agrícolas (AMARO
FILHO; ASSIS JÚNIOR; MOTA, 2008, VAN LIER, 2010).
Van Lier (2010) citou que camadas superficiais de solos com estrutura
granular grumosa apresentam menores valores de densidade do solo, pela elevada
porosidade dentro e entre seus agregados. Já solos com estrutura do tipo blocos ou
similar possuem valores mais elevados de densidade do solo. Bicalho (2011)
reportou que a densidade do solo tende a aumentar com a profundidade devido ao
teor reduzido de matéria orgânica, maior compactação e menor agregação do solo.
Com relação à textura do solo, a tendência é que solos ou camadas mais
arenosas apresentem valores mais elevados de densidade. Em relação à Argissolos
ou afins, que apresentem horizonte B textural, o gradiente textural entre o horizonte
A e B pode fazer com que o A, possuindo textura menos argilosa que o B, apresente
maior densidade. Ao contrário do que se possa inferir, nesse caso, a maior
densidade do horizonte A não implica menor permeabilidade e o acréscimo de argila
no horizonte B não caracteriza adensamento. Solos com maior teor de argila e de
26

matéria orgânica apresentam densidade do solo menor (VAN LIER, 2010). De


acordo com Mendes, Melloni e Melloni (2006), valores de densidade do solo em
torno de 1,0 Mg m-3 podem ser encontrados em solos sem interferência antrópica,
1,1 Mg m-3, em solos cultivados e 1,3 Mg m-3, em solos sob intenso tráfego.
A importância da determinação da densidade do solo se encontra no fato de
que, a partir dela, é possível: transformar percentuais de umidade gravimétrica do
solo em umidade volumétrica e, consequentemente, calcular a lâmina de água no
solo, estimar o grau de compactação do solo por meio do cálculo da porosidade e
calcular a porosidade do solo quando se conhece a densidade de partículas
(AMARO FILHO; ASSIS JÚNIOR; MOTA, 2008). Além disso, Mendes, Melloni e
Melloni (2006) complementaram que a densidade do solo é utilizada para indicar a
qualidade edáfica e para determinar a quantidade de água e de nutrientes que
existam no perfil do solo, com base no volume.
Silva et al. (2009) analisaram o impacto de plantios florestais nos atributos de
um Latossolo Vermelho-Amarelo, no Distrito Federal, e constataram que, em relação
à floresta nativa, ocorreu um aumento na densidade dos solos nos plantios de pínus
e eucalipto. Os autores verificaram também uma redução da macroporosidade e
aumento da microporosidade no plantio de pínus.
A densidade das partículas é determinada pela proporção relativa de material
mineral e orgânico e suas respectivas densidades (MENDES; MELLONI; MELLONI,
2006). Dessa forma, como salientou Van Lier (2010), a densidade de partículas
depende exclusivamente da composição das partículas sólidas do solo e é um
atributo físico muito estável. Goedert, Schermack e Freitas (2002) avaliaram um
sistema de plantio direto implantado em um Latossolo-Vermelho Amarelo muito
argiloso, no Distrito Federal, e averiguaram que a densidade das partículas foi
levemente inferior na camada de 0-5 cm, quando comparada às demais,
provavelmente pela maior deposição de matéria orgânica na superfície do solo.
Para Amaro Filho, Assis Júnior e Mota (2008), a importância da determinação
da densidade de partículas reside nas seguintes razões: permite maior precisão no
cálculo da porosidade do solo, quando se conhece a densidade do solo; é utilizada
para calcular a velocidade de sedimentação das partículas em meio líquido e/ou
gasoso e fornece uma ideia aproximada da composição mineralógica do solo, como
também de seu conteúdo de matéria orgânica.
27

A resistência do solo à penetração das raízes também é um atributo físico


importante para verificar a qualidade do solo. Van Lier (2010) mencionou que,
qualitativamente, a resistência do solo à penetração das raízes pode ser definida
como sendo a capacidade do solo suportar forças sem apresentar falhas, seja por
ruptura, fragmentação ou fluxo. Quantitativamente, a resistência do solo pode ser
considerada como sendo a máxima tensão que um solo pode suportar sem ocorrer
falhas.
A resistência do solo depende da agregação, conteúdo de água, densidade
do solo, composição e arranjo do sistema poroso dos solos e tem sido utilizada para
identificar camadas compactadas e mudanças nas propriedades físicas do solo
associadas aos seus horizontes (VAN LIER, 2010).
A proporção de espaços ocupados pelos líquidos e gases em relação ao
espaço ocupado pela massa de solo é denominada de porosidade. Em geral, a
porosidade é maior em solos de textura mais fina, os quais necessitam de maiores
cuidados para manter a aeração (BERTONI; LOMBARDI NETO, 2008).
Amaro Filho, Assis Júnior e Mota (2008) reportaram que o conhecimento da
porosidade total é importante porque permite avaliar o volume de vazios em relação
ao volume total, permite estimar a lâmina de água necessária à irrigação de uma
área e é necessária no cálculo de projetos de drenagem. Além disso, a porosidade
do solo é um parâmetro para a avaliação da estrutura e é útil nos estudos de
mecânica dos solos, influencia na infiltração, retenção de água e temperatura do
solo.
Em um estudo sobre a influência da distribuição de poros sobre as
propriedades físicas de seis classes de solos, sob vegetação natural, em Lavras,
Minas Gerais, Ribeiro et al. (2007) verificaram que as propriedades físicas dos solos
não foram influenciadas pelos poros com diâmetro entre 0,03 e 0,0375 mm. Além
disso, os autores constataram que os valores de macroporosidade foram
diretamente proporcionais aos valores de condutividade hidráulica saturada dos
solos estudados.
Schaefer et al. (2001), estudando as características da porosidade de um
argissolo vermelho-amarelo, observaram uma descontinuidade na macroporosidade
na superfície do solo nos sistemas que envolvem o uso de grade pesada,
principalmente entre 3-5 cm de profundidade. Os autores verificaram também que a
28

semeadura direta proporcionou melhor conexão entre os macroporos quando


comparado com os tratamentos em que ocorreu o uso da grade pesada.
Falleiro et al. (2003) avaliaram a influência de sistemas de preparo
(semeadura direta, arado de discos, arado de aivecas, grade pesada, grade pesada
e arado de discos e grade pesada com arado de aivecas) nas propriedades
químicas e físicas do solo e constataram que a macroporosidade e a
microporosidade não foram afetadas pelos diferentes sistemas de preparo nas
profundidades de 0-5, 5-10 e 10-20 cm.

2.3 Propriedades físicas do solo e sistemas de preparo do solo

As operações de preparo do solo têm a finalidade de proporcionar condições


favoráveis à germinação e ao crescimento radicular das plantas (DE MARIA;
CASTRO; SOUZA DIAS, 1999), visando o rápido crescimento das raízes, por meio
do revolvimento mais ou menos localizado do solo, o que facilita a absorção de água
e de nutrientes (GATTO et al., 2003). A melhoria das condições de crescimento
radicular é atribuída ao fato de que o preparo do solo tende a inverter (arados),
revolver (grades) ou desestruturar (subsoladores) as camadas do solo, de forma a
diminuir a sua densidade e sua resistência à elongação radicular (GONÇALVES;
STAPE, 2002), além de eliminar as plantas indesejáveis próximas das mudas,
evitando competição (GATTO et al., 2003).
Dessa forma, o preparo do solo, usado de forma correta, pode aumentar os
índices de produtividade florestal. Além disso, o preparo adequado do solo pode
reduzir a relação custo/benefício dos recursos disponíveis, como mão-de-obra,
máquinas, implementos, combustíveis e insumos. Todavia, inadequadamente
usadas, as técnicas de preparo do solo podem degradar física, química e
biologicamente o solo, diminuindo seu potencial produtivo (CORRÊA et al. 2004). De
Maria, Castro e Souza Dias (1999) complementaram que as condições de umidade
durante o preparo do solo, o teor de matéria orgânica e argila, a profundidade de
mobilização e o tipo de implemento utilizado, podem causar modificações na
estrutura do solo, acarretando restrições ao crescimento das raízes.
Sob determinado sistema de manejo, as condições físicas do solo tenderão a
um estado estável, o qual depende do clima e das características do solo. Dessa
forma, diferentes sistemas de manejo resultarão em diferentes condições de
29

equilíbrio físico do solo que poderão ser desfavoráveis à conservação do solo e à


produtividade das plantas. Essas condições diferenciadas resultam dos efeitos
diferentes que os sistemas de manejo exercem sobre a formação e estabilização
dos agregados do solo e à produtividade das culturas (SILVA; MIELNICZUK, 1998).
Várias são as opções de preparo do solo e a escolha da melhor opção
depende da topografia do local de implantação da floresta, dos implementos
disponíveis, da época oportuna, entre outros (CORRÊA et al. 2004). A definição do
preparo do solo é tanto mais complexa quanto maior a variabilidade dos fatores do
meio físico e do material genético das plantas. Nestas condições, o conhecimento
técnico do solo, da planta e do clima é fundamental para compreender as interações
entre o seu preparo e o sítio. Tais interações ocorrem em diferentes escalas
espaciais e temporais, e riscos decisórios estão sempre associados à escolha do
preparo (GONÇALVES; STAPE, 2002).
O cultivo mínimo, que se baseia num preparo de solo restrito às linhas ou
covas de plantio, apresenta pronunciados efeitos sobre a conservação do solo, com
grande repercussão sobre a sustentabilidade da produção florestal em longo prazo.
A manutenção dos resíduos culturais no solo exerce efeitos positivos sobre o
estoque de nutrientes do ecossistema e, consequentemente, sobre a fertilidade do
solo a curto e longo prazo. Além disso, a serapilheira funciona como uma camada
isolante que protege o solo do efeito erosivo do impacto das gotas de chuva e reduz
as perdas de água por evaporação. Ressalta-se também que o não revolvimento
das camadas superficiais de solo, preserva a estrutura do solo e,
consequentemente, sua porosidade e capilaridade. Entretanto, o crescimento inicial
dos povoamentos florestais implantados no sistema de cultivo mínimo, geralmente, é
mais lento e heterogêneo do que os observados no sistema de cultivo intensivo do
solo (GONÇALVES, 1995).
Apesar dos benefícios de técnicas menos intensivas do solo, Gatto et al.
(2003) salientou que há situações em que o preparo mais intensivo do solo é
necessário. Um preparo mais intensivo do solo pode ser necessário em áreas nas
quais várias rotações já foram conduzidas com a presença de tocos das antigas
árvores, restringindo ou impossibilitando o trânsito de máquinas e implementos nas
várias fases de condução da plantação, principalmente na colheita. Além disso,
Camara e Klein (2005) reportaram que o não revolvimento do solo, juntamente com
o tráfego de máquinas, acarreta alterações na estrutura que, associada à reduzida
30

rugosidade superficial, podem ser desfavoráveis à infiltração de água, modificando a


sua dinâmica nesse sistema.
Conforme Gonçalves e Stape (2002), dentre as diversas opções de preparo
do solo, a subsolagem vem se consolidando na área florestal, devido aos seus
efeitos benéficos sobre o solo e às suas vantagens operacionais (maior rendimento)
e econômicas (menor custo). Dedecek et al. (2007) complementaram que, além da
subsolagem, a escarificação também se encontra entre as operações mais usadas
para o estabelecimento e recuperação de plantações florestais, pois ambos os
métodos de preparo do solo melhoram a sobrevivência e o crescimento das plantas,
uma vez que permitem que as raízes alcancem maiores profundidades. Além disso,
estas operações expõe menor área de solo, reduzindo o risco de erosão nos plantios
florestais, entre a fase de plantio e cobertura do solo.
Barros et al. (2003) avaliaram o efeito de quatro métodos de preparo do solo
(queima de resíduos da floresta anterior, destoca e subsolagem, queima e destoca,
somente queima e cultivo mínimo) nas propriedades físicas e químicas do solo e na
produtividade de Eucalyptus grandis, em Santa Bárbara, Minas Gerais. Os autores
verificaram que o preparo mais intensivo proporcionou maior crescimento das
árvores, pela maior disponibilização de nutrientes e redução das plantas
competidoras. O cultivo mínimo apresentou melhores características químicas e
maior acúmulo de manta orgânica. Em relação às propriedades físicas, os métodos
de cultivo adotados, de modo geral, causaram poucas alterações nas mesmas.
Baptista e Levien (2010) estudaram o efeito de métodos de preparo de solo e
manejo de resíduos da colheita sobre a erosão hídrica e o desenvolvimento inicial da
floresta de Eucalyptus saligna em um Cambissolo háplico, em Arroio dos Ratos, RS.
Os autores verificaram que o preparo mais intensivo do solo aumentou a erosão,
porém favoreceu o crescimento inicial do eucalipto. A biomassa aérea do eucalipto
12 meses após o plantio foi maior nos tratamentos com maior volume de solo
mobilizado.

2.4 Propriedades físicas do solo e crescimento florestal

O crescimento das plantas, nos diferentes estágios de desenvolvimento, é


depende das condições do solo e do meio ambiente (CARVALHO et al., 1999).
Couto e Brito (1990) completaram que os fatores biológicos como o material
31

genético das plantas, o ataque de pragas, doenças, a microbiologia do solo


(micorrizas) e a vegetação de sub bosque, também são determinantes no
crescimento e na produção das espécies florestais. Entretanto, dentre os fatores que
afetam a produção, maior consideração tem sido dada às características edáficas,
devido à correlação entre as propriedades do solo e o crescimento das árvores
(BRUM, 1979).
Conforme Gonçalves, Dematê e Couto (1990), o crescimento e a
produtividade dos povoamentos florestais relacionam-se mais com as propriedades
físicas do que com as propriedades químicas do solo, principalmente com aquelas
relacionadas com a capacidade de retenção e armazenamento de umidade.
Para Carvalho et al. (1999), a estrutura do solo, a capacidade de retenção de
água, a consistência, a drenagem e as reações de troca entre o sistema radicular e
o complexo coloidal são diretamente dependentes da textura, a qual pode ser
considerada, individualmente, como a característica que mais influencia na
capacidade produtiva dos povoamentos florestais. Rigatto, Dedecek e Mattos (2005)
verificaram que os solos de textura argilosa, independente da classe a que
pertenciam, proporcionaram maiores produtividades de Pinus taeda. Os autores
averiguaram que nos solos de textura argilosa as árvores superaram em,
aproximadamente, 2 m a altura das árvores encontradas nos solos de textura média,
na mesma idade. Resultados semelhantes foram encontrados por Bognola et al.
(2010), os quais verificaram maior incremento médio anual de Pinus taeda em solos
com maior teor de argila, estudando propriedades físico-hídricas de Cambissolo
Húmico, nos estados de Santa Catarina e Paraná.
Em relação à densidade do solo, o aumento desta propriedade física provoca
maior resistência à penetração das raízes, menor velocidade de infiltração da água,
redução no arejamento e alteração no fluxo de calor e de nutrientes na camada
compactada. Todos estes aspectos contribuem para reduzir a produção das plantas
(COSTA, 1990).
Lima et al. (2010) reportaram que a resistência mecânica à penetração (RP)
destaca-se como uma das propriedades físicas de influência direta sobre o
crescimento das plantas. A resistência à penetração é um dos principais fatores que
determinam a elongação e a proliferação do sistema radicular no perfil do solo
(BENGOUGH; MULLINS, 1990), pois se há um aumento da resistência do solo na
32

camada superficial, as raízes não conseguem desenvolver-se satisfatoriamente em


profundidade no perfil (PEDROTTI et al., 2001).
Ao encontrar uma zona de impedimento, a raiz emite sinais hormonais à parte
aérea que interrompe seu crescimento. Inicia-se a brotação excessiva de raízes
laterais, ocupando um pequeno volume de solo, o que faz com que as plantas
fiquem sujeitas à subnutrição, ao tombamento e ao déficit hídrico (PEDROTTI et al.,
2001). Benghough e Mullins (1990) citaram que a resistência à penetração
geralmente aumenta com a compactação e com a redução da umidade do solo.
Lima et al. (2010) encontraram significativa correlação negativa entre o
volume de eucalipto e a resistência a penetração do solo, pesquisando os atributos
físico-químicos de um Latossolo e sua relação com características dendrométricas
de Eucalyptus camaldulensis, em Selvíria, Mato grosso do Sul. Os autores
encontraram baixos valores para a correlação linear simples, fato justificado pelo
elevado número de observações utilizadas (n=122).
O tamanho, a continuidade e a quantidade adequada de poros do solo
também são fundamentais para obter um bom crescimento das florestas. Para
Wolkowski (1990 apud BOGNOLA et al., 2010), um solo que possui dominância de
microporosidade tem mais poros saturados, o que facilita os fluxos de massa e de
difusão dos nutrientes, mas com oxigenação deficiente e com menor circulação do
ar. Já um solo que apresenta macroposidade superior a ideal, tem dificuldade em
formar fluxo contínuo de água para permitir os mecanismos de movimentação dos
nutrientes até a zona radicular das plantas. Assim, com um menor fluxo de ar e água
no solo, o volume de solo a ser explorado pelas plantas é menor e,
consequentemente, ocorre uma redução no crescimento do sistema radicular das
plantas.
Bognola et al. (2010) constataram que o maior incremento médio anual de
Pinus taeda ocorreu nos solos dos sítios que apresentavam maior macroporosidade
e porosidade de aeração. Houve correlações positivas entre macroporosidade e
porosidade de aeração e o volume das árvores, mostrando seu efeito benéfico sobre
o crescimento de Pinus taeda. No entanto, a microporosidade e a disponibilidade de
água apresentaram correlação negativa com o volume de madeira, mostrando que
solos com drenagem mais lenta, que geralmente são solos com menor
macroporosidade, prejudicavam o crescimento de Pinus taeda naquele local.
Rigatto, Dedecek e Mattos (2005) verificaram que a porosidade total e a
33

disponibilidade de água correlacionaram-se positivamente com o crescimento em


altura. Cavichiolo, Dedecek e Gava (2005) também encontraram correlação positiva
entre porosidade total e incremento em altura, estudando o efeito do revolvimento do
solo nas entrelinhas da rebrota de Eucalyptus saligna Smith, em São Miguel Arcanjo,
São Paulo.
3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área de estudo

O presente estudo foi realizado na área experimental pertencente à Fundação


Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO FLORESTAS), localizada em Boca
do Monte, distrito do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul. A área de estudo
localiza-se nas coordenadas 29°43’ de latitude Sul e 53°47’ de longitude Oeste de
Greenwich, em uma altitude média de 130 metros do nível do mar (Figura 1).

Figura 1 - Imagem de localização da área de estudo (A).

Fonte: Google Maps Brasil, 2012.

Conforme Sartori (1979), a região de Santa Maria situa-se na zona de


transição entre a Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense, também conhecida por
Depressão central e a escarpa arenito-basáltica do Planalto Meridional Brasileiro. O
solo da área experimental é classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico
arênico (EMBRAPA, 1999), pertencente à Unidade de Mapeamento São Pedro. Esta
35

unidade de mapeamento caracteriza-se por apresentar solos profundos,


avermelhados, textura superficial arenosa, friáveis e bem drenados. São solos
ácidos, com saturação de bases baixa a média, e pobres na maioria dos nutrientes e
em matéria orgânica (BRASIL, 1973). Conforme Prevedello (2008), o solo em estudo
apresenta de textura franco arenosa, com aproximadamente 165,5 g kg-1 de argila,
195,7 g kg-1 de silte e 638,7 g kg-1 de areia, até a profundidade de 0,30 m, conforme
tabela 1.

Tabela 1 - distribuição do tamanho das partículas do Argissolo Vermelho-Amarelo


distrófico arênico, no município de Santa Maria, RS.

Areia
Silte Argila
Profundidade (m) Grossa Fina Total
g kg-1
0,00-0,10 252 389 641 224 135
0,10-0,20 251 403 654 187 159
0,20-0,30 242 390 632 188 180
0,30-0,40 232 396 628 184 188

Fonte: Prevedello (2008).

O clima da região da área de estudo é o Cfa da classificação de Köppen, o


qual corresponde ao clima subtropical úmido, sem estiagens (MORENO, 1961). De
acordo com Maluf (2000), a temperatura média anual do município de Santa Maria é
de 19,2 °C, sendo que a temperatura média do mês mais frio é de,
aproximadamente, 13,8 °C e a precipitação pluviométrica total anual é de,
aproximadamente, 1708 mm.
Quanto à vegetação de Santa Maria, pode-se verificar a presença de campos
limpos e de floresta estacional decidual que cobre as escarpas da Serra Geral e
vários morros testemunhos, situados na Depressão central. Devido ao uso agrícola e
desenvolvimento urbano, grande proporção de floresta nativa sofreu processo de
alteração antrópica, descaracterizando a estrutura natural. Atualmente, há
fragmentos da floresta com vegetação nativa em vários estágios de sucessão
(LONGHI et al., 2000).
36

3.2 Caracterização do experimento

O experimento utilizado no presente estudo foi instalado em novembro de


2006, para a avaliação do preparo do solo e do crescimento inicial de Eucalyptus
grandis, por Prevedello (2008). Anteriormente, a área utilizada no estudo
encontrava-se em pousio a mais de vinte anos, não apresentava características de
degradação e sua cobertura vegetal era gramíneas nativas.
O delineamento experimental empregado na instalação do experimento foi o
de blocos ao acaso, com quatro tratamentos distribuídos em três blocos com
unidades experimentais de 20 X 30 m, totalizando 600 m². A área total do
experimento é de 0,72 hectares. Os tratamentos utilizados na implantação do
experimento foram: coveamento manual (CM); escarificado (Esc); escarificado mais
grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER) (Figura 2). A aplicação dos
tratamentos foi precedida por roçada mecânica em toda área.

Figura 2 - Croqui da área com os tratamentos.

O coveamento manual foi realizado com o uso de um trado, formando covas


de 0,10 m de profundidade e 0,08 m de diâmetro. Posteriormente, foi realizada a
aplicação de herbicida dessecante (glifosato) numa faixa de um metro de largura,
somente na linha de plantio, com objetivo de evitar a matocompetição. A
escarificação foi realizada com um escarificador de uma haste inclinada do tipo
37

“jumbo” até a profundidade de 0,3 metros, espaçadas a cada 3,0 metros. No


tratamento escarificação mais grade niveladora, a escarificação foi seguida por uma
passagem de grade de disco “off-set” ou “V” com uma profundidade de operação de
0,10 metros. O preparo com enxada rotativa mobilizou uma faixa de 1,0 metro de
largura e 0,20 metros de profundidade. Na aplicação dos tratamentos foi utilizado um
trator Valmet 110.
As mudas de Eucalyptus grandis usadas no plantio foram produzidas pela
Tecnoplanta Florestal LTDA., localizada em Barrado Ribeiro, Rio Grande do Sul. As
sementes para a produção das mudas foram provenientes do pomar clonal da
empresa Rigesa. O plantio das mudas foi realizado com espaçamento de 3,0 X 2,0
m, sendo que cada unidade experimental continha 100 plantas distribuídas em 10
linhas com 10 plantas em cada linha. Trinta dias após o plantio foi realizada a
aplicação de, aproximadamente, de 218 kg ha -1 de NPK fórmula 33-80-18. A
recomendação da adubação foi baseada na recomendação da Comissão de química
e fertilidade do solo - RS/SC (2004), a partir da análise química de 12 amostras
simples para cada amostra composta (Tabela 2).

Tabela 2 - atributos químicos do Argissolo, antes da aplicação dos tratamentos, nas


profundidades de 0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, no município de
Santa Maria, RS.

Profundidade pH* MO* P* K* Ca* Mg* H+Al* m* v*

m H20 % --- mg dm-3 --- ------ Cmolc dm-3 ------ ------- % -------

0,00-0,10 4,4 1,8 6,8 96 0,9 0,5 6,2 41 21


0,10-0,20 4,5 1,3 1,5 56 0,7 0,4 6,9 56 15
0,20-0,30 4,4 1,3 1,5 32 0,6 0,3 10,9 66 8
0,30-0,40 4,5 1,3 1,5 44 0,9 0,3 8,7 62 13

*pH = potencial de hidrogênio; MO = matéria orgânica; P = fósforo; K = potássio; Ca = cálcio; Mg =


magnésio; Al = Alumínio; m = saturação por Al; v = saturação por bases.
Fonte: Prevedello (2008).

Um mês após o plantio, foi necessário um replantio de 15% das mudas,


devido às condições climáticas adversas e ao ataque de formigas. O ataque de
formigas foi verificado diariamente, sendo que na presença destas foram aplicados
38

formicidas em pó e iscas granuladas no experimento e em áreas adjacentes. Além


disso, foram feitas duas roçadas mecânicas na entrelinha, sendo a primeira efetuada
dois meses após o plantio e a segunda 5 meses após, além de reaplicação de
herbicida glifosato no tratamento CM, a fim de reduzir ou evitar o efeito da mato-
competição.

3.3 Coleta e análise de solo

Para verificar a variação das propriedades físicas do solo ao longo do tempo,


foram utilizados dados de amostragens de quatro épocas:
 Época 1: antes da aplicação dos tratamentos, com o objetivo de caracterizar a
área experimental;
 Época 2: três meses após a aplicação dos tratamentos, sendo que os
tratamentos foram aplicados em novembro de 2006;
 Época 3: doze meses após a aplicação dos tratamentos;
 Época 4: setenta e dois meses após a aplicação dos tratamentos.
Os dados de coleta de solo das épocas 1, 2 e 3 foram obtidos por Prevedello
(2008). Nas épocas 1, 2, 3 e 4 foram coletadas amostras de solo com estrutura
preservada e com estrutura alterada, em trincheiras com 0,40 m, nas seguintes
profundidades: 0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30; 0,30-0,40 m. Foram feitas duas
trincheiras em cada um dos tratamentos, sendo uma trincheira na linha e outra na
entrelinha, totalizando 24 pontos de coleta, conforme a figura 3.

Figura 3 - ponto de coleta de solo na entrelinha do Argissolo, na época 4, em Santa


Maria, RS.
39

As amostras com estrutura não preservada foram obtidas por meio da


raspagem do solo com espátula e foram acondicionadas em sacos plásticos
devidamente identificados. Essas amostras foram utilizadas na obtenção da
granulometria e da densidade de partículas. As amostras com estrutura preservada
foram coletadas no centro da camada, com o uso de cilindros metálicos de 0,06 m
de diâmetro e 0,05 m de altura (Figura 3), e foram utilizadas na obtenção da
densidade, microporosidade, macroporosidade e porosidade total do solo.
Nas épocas 2, 3 e 4 foram coletadas amostras de solo na profundidade de
0,00-0,05 m, na linha e na entrelinha do plantio, para obtenção do carbono orgânico
e dos agregados estáveis em água. As amostras para obter dados de agregados
estáveis em água foram coletadas com devido cuidado para que o solo não fosse
desestruturado. As amostras para análise de agregados e carbono orgânico do solo
foram acondicionadas em sacos plásticos identificados.
A análise de carbono orgânico foi realizada no laboratório de química e
fertilidade do solo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e as análises
das propriedades físicas do solo foram processadas no laboratório de física do solo
da UFSM, por meio dos métodos descritos a seguir.

3.3.1 Determinações

3.3.1.1 Densidade de partículas, densidade, microporosidade, macroporosidade e


porosidade total do solo

A densidade das partículas foi determinada pelo método do balão volumétrico


modificado proposto por Gubiani, Reinert e Reichert (2006). Nesta análise, as
amostras de solo foram maceradas e secadas em estufa a 105°C por 24 horas e,
posteriormente, foram resfriadas em dessecador. Em seguida, foi transferido,
aproximadamente, 20 g do solo para o balão volumétrico aferido (em 50 ml) e seco.
Após adicionar um pouco de álcool no balão e agitar até sair as bolhas de ar,
completou-se o balão volumétrico até 50 ml e pesou-se o álcool mais solo mais
balão. Determinou-se também a densidade do álcool por meio da relação entre a
massa do álcool pelo seu volume. A densidade de partículas foi obtida por meio da
expressão matemática a seguir.
40

( ) ( )

Onde:
= densidade de partículas do solo (g cm-3);
= massa do balão volumétrico contendo o solo (g);
= massa do balão volumétrico (g);
= massa do balão volumétrico contendo solo mais álcool (g);
= densidade do álcool (g cm-3).

A densidade, porosidade total, macroporosidade e microporosidade do solo


foram obtidas por meio da metodologia descrita por EMBRAPA (1997). Para tanto,
as amostras não deformadas foram saturadas por capilaridade durante 24 horas,
sendo posteriormente levadas à mesa de tensão, onde foram submetidas à tensão
de sucção de 6 kPa. As amostras permaneceram na mesa de tensão até que se
estabeleceu o equilíbrio entre a água retida da amostra e a sucção aplicada. Em
seguida, as amostras foram colocadas na estufa a 105-110°C até atingir peso
constante.
A densidade do solo, porosidade total, macroporosidade e microporosidade
foram obtidas por meio das expressões matemáticas a seguir.

(( )⁄ )

Onde:
= densidade do solo (g cm-3);
= porosidade total (%);
= peso da amostra após ser submetida a uma tensão de 60 cm de coluna
de água (g);
= peso da amostra seca a 105oC (g);
41

= volume do cilindro (cm3);


= peso da amostra seca a 105ºC (g);
= volume do anel ou cilindro (cm3).

3.3.1.2 Resistência mecânica do solo à penetração

A resistência do solo à penetração (RP) foi determinada por meio de um


penetrômetro digital (modelo da marca Falker penetroLOG PLG1020) de
armazenamento eletrônico dos dados, possuindo ponta cônica com ângulo de
penetração de 30° (Figura 4). As leituras foram realizadas a cada 0,015 m de
profundidade até 0,50 m e a RP foi medida a cada 0,20 m de distância perpendicular
a linha de plantio. Para a obtenção da umidade gravimétrica, juntamente com as
medidas de resistência a penetração, foram coletadas amostras de solo, com trado
holandês, nas camadas 0,00-0,10; 0,10-0,20 0,20-0,30; 0,30-0,40; 0,40-0,50 m de
profundidade do solo. A determinação da resistência a penetração foi realizada em
Julho de 2013, em época que o solo estava com umidade próximo da capacidade de
campo.

Figura 4 - análise de resistência à penetração do solo.


42

3.3.1.3 Distribuição do tamanho dos agregados estáveis em água e carbono


orgânico do solo

A distribuição do tamanho dos agregados estáveis em água foi avaliada pelo


método modificado de Kemper e Chepil (1965).
No laboratório, as amostras de solo foram destorroadas manualmente, por
meio dos seus planos de fraqueza, sempre com movimentos de tração para evitar a
compressão dos agregados. Os agregados foram passados em uma peneira de 8
mm e, em seguida, acondicionado em caixas de madeira para secagem ao ar.
Depois de secos, 50 gramas de agregados de cada tratamento e de cada posição
foram umedecidos por capilaridade durante 10 minutos sobre um jogo de peneiras
de 8,00-4,76; 4,76-2,00; 2,00-1,00; 1,00-0,25 cm de diâmetro, respectivamente nesta
ordem. As peneiras, postas em um aparelho de oscilação vertical, receberam 30
oscilações por minuto com uma amplitude de 3,8 cm (Figura 5).
Posteriormente, o solo retido em cada peneira foi acondicionado em latas de
alumínio e levado para a estufa a 105°C por 24 horas, para posterior imersão em
solução dispersante de NaOH a 6%, a fim de separar a areia dos agregados. A areia
retida em cada peneira foi levada a estufa e após foi pesada para obtenção da
massa de agregados sem a fração areia (Figura 5).
Para obtenção da umidade volumétrica residual, aproximadamente 50 gramas
de agregados foram colocados na estufa.

a b c

Figura 5 - método de Kemper e Chepil (1965).


43

A percentagem de agregados, o diâmetro médio geométrico e o diâmetro


médio ponderado, foram obtidos por meio das seguintes expressões matemáticas:

⁄∑

( ) [∑ ( ( ))⁄∑ ]

( ) ∑ ⁄

Onde:
: percentagem de agregados por intervalo de classe de tamanho (%);
= diâmetro médio geométrico (mm);
= diâmetro médio ponderado (mm);
= massa de agregados em cada classe , menos areias (g);
∑ = massa total de agregados, menos areias (g);
= logaritmo neperiano;
= valor médio da classe de agregados (mm);
= massa de agregados da classe (g).

O carbono orgânico do solo foi determinado pelo método de combustão úmida


descrito por Yeomans e Bremner (1988), modificado por Rheinheimer et al. (2008).
Aproximadamente 0,25 g de terra fina seca ao ar (TFSA) foram colocadas em
tubos de vidro de 25 cm de altura e 2,5 cm de diâmetro. Lentamente, foi adicionada
na parede do tubo, uma solução oxidante composta de 10 mL de dicromato de
potássio (K2Cr2O7 0,067 mol L-1) mais 15 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado.
Em seguida, os tubos foram colocados em bloco de digestão, com uma esfera na
extremidade superior do tubo, para servir de condensador. Depois de um pré-
aquecimento do bloco a 150°C, os tubos foram colocados no bloco, permanecendo
sob aquecimento por 30 minutos. O conteúdo dos tubos foi transferido para um
44

erlenmeyer com 80 mL de água destilada. As amostras foram tituladas com sulfato


ferroso amoniacal [Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O] 0,2 mol L-1, na presença de cinco gotas de
indicador ferroína (O-fenantrolina), até o aparecimento da cor violeta.
Por meio da titulação de provas em branco sem aquecimento foi determinada
a concentração real do sulfato ferroso amoniacal. Algumas provas em branco foram
submetidas ao aquecimento, para controlar uma possível redução do dicromato
durante o processo.

3.4 Medições das variáveis dendrométricas e avaliação do crescimento de


Eucalyptus grandis

As medições das variáveis dendrométricas altura total e circunferência à


altura do peito (cap) foram feitas nas 36 árvores centrais da unidade experimental,
em janeiro de 2013 e em Agosto de 2013. As medições da circunferência à altura do
peito (cap) e das alturas totais das árvores foram feitas com o uso de fita métrica e
hipsômetro Vertex IV, respectivamente. Posteriormente, as circunferências à altura
do peito foram convertidas em diâmetro (dap) à altura do peito, por meio da
expressão matemática abaixo, sendo que é igual ao valor de 3,1416.

3.4.1 Determinações

3.4.1.1 Área basal por hectare

A área basal por hectare ( ) foi determinada por meio da seguinte fórmula
matemática:

Onde:
= área basal por hectare (m²/ha);
= área transversal;
= número de árvores por hectare da unidade experimental.
45

A área transversal das árvores foi calculada por meio da seguinte expressão
matemática (FINGER, 1992):

Onde:
= definido anteriormente (m²);
= diâmetro à altura do peito a 1,30 m do solo (cm).

3.4.1.2 Volume total e comercial

O volume total foi obtido por meio do volume do cilindro, conforme expressão
matemática a seguir.

Onde:
= volume total (m³);
= definido anteriormente;
= altura das árvores da unidade experimental (m).

O volume comercial até a altura com diâmetro com casca de 8,0 cm (v8) foi
obtido por meio da tabela de volume elaborada por Müller, Finger e Schneider
(2005).

3.4.1.3 Relação hipsométrica

Para obter a relação hipsométrica, foram ajustados os modelos matemáticos,


descritos na tabela 3. Como critério de seleção das equações, foram utilizados o
coeficiente de determinação e o erro padrão da estimativa em percentagem, obtidos
por meio das fórmulas matemáticas abaixo.
46

⁄ ( )
̅

Onde:
= coeficiente de determinação;
( ) erro padrão da estimativa em percentagem;
= soma de quadrados da regressão;
= soma de quadrados total;
= erro padrão da estimativa;
̅ = média aritmética da variável dependente.

Tabela 3 - modelos de relação hipsométrica

Equação Modelo matemático


1 h = b0 + b1*dap
2 h = b0 + b1*dap-1

Nota: b0 = intercepto; b1 = coeficiente angular; dap = diâmetro à altura do peito.

3.4.1.4 Distribuição diamétrica

Para descrever a estrutura diamétrica do povoamento de Eucalyptus grandis,


foram ajustadas as funções de densidade probabilística (fdp) Normal e SB de
Johnson e, para avaliar a qualidade do ajuste produzido por estas funções, foi
calculado o Teste de Kolmogorov-Smirnov.

3.4.1.4.1 Função de densidade probabilística Normal

Para realizar o cálculo da distribuição Normal é necessário apenas a média, a


variância e o desvio padrão. Para o ajuste da função de densidade probabilística
Normal foi utilizada a seguinte expressão matemática:
47

( ̅)
{ [ ]}
( )

Onde:
= variável independente, neste caso diâmetro;
variância dos diâmetros;
desvio padrão dos diâmetros;
̅ média dos diâmetros.

A média, a variância e o desvio padrão foram calculados como segue:


̅

( ̅)

( ̅)
√∑

Onde:
, , e ̅ = definidos anteriormente.

3.4.1.4.2 Função de densidade probabilística SB de Johnson

Johnson descreveu a distribuição SB em 1949. Entretanto, foi apresentada na


área florestal em 1977 por Hafley e Schreuder (SCOLFORO, 2006). A fdp S B de
Johnson foi ajustada com a seguinte expressão matemática:

{ [ ( )] }
( )
√ ( )( )
48

Onde:
definido anteriormente;
indica locação;
indica escala;
determinam a forma da distribuição. Enquanto indica a curtose (mais
achatada ou pontiaguda), indica assimetria.

Os parâmetros da fdp SB de Johnson foram estimados pelo método dos


momentos. O parâmetro de locação ( ) foi obtido por meio da seguinte expressão
matemática:

A fdp SB de Johnson foi calculada associada a diferentes valores de


parâmetro de locação. O parâmetro de locação refere-se a um valor menor do que o
diâmetro mínimo do povoamento e, no presente estudo, foi associado às
porcentagens ( ) de 5%, 20%, 50%, 70% e 90% do valor do diâmetro mínimo ( ).
Assim, para cada tratamento, foi escolhida a fdp SB de Johnson que
apresentou o menor valor de do teste de Kolmogorov-Smirnov. Bartoszek et al.
(2004), em um estudo sobre distribuição diamétrica de povoamentos de bracatingas
em diferentes idades, sítios e densidades, na região metropolitana de Curitiba,
também decidiram pela escolha da função com o respectivo parâmetro de locação
que apresentasse o menor valor de do teste de Kolmogorov-Smirnov.
O parâmetro é igual ao diâmetro máximo observado :

O parâmetro foi obtido pela seguinte expressão matemática:

( ) ( )
[ ]
( ) ( )
49

Sendo que ( )e são definidos da seguinte maneira:

( )

O parâmetro de forma foi calculado com a seguinte expressão matemática:

[ ( )] ( )

Onde:
̅ e = definidos anteriormente;
diâmetro mínimo;
diâmetro máximo;
porcentagens do diâmetro mínimo (0,05; 0,2; 0,5; 0,7; 0,9);
definido anteriormente;
( ) desvio padrão modificado;
logaritmo natural.

Para a escolha da melhor função de densidade probabilística para descrever


a dinâmica da distribuição diamétrica do povoamento, realizou-se um ranking. A fdp
escolhida foi a que, na maioria dos tratamentos, teve o primeiro lugar neste ranking.
O primeiro lugar no ranking foi atribuído à fdp que apresentou o menor valor de
do teste de aderência de Kolmogorov-Smirnov.

3.4.1.4.3 Teste de aderência de Kolmogorov-Smirnov

Após ajustar as funções de densidade probabilísticas para as árvores que


compõe o banco de dados, foi necessário avaliar a qualidade do ajuste produzido
por estas funções. Para isso, foi calculado o teste de Kolmogorov-Smirnov.
50

No teste de Kolmogorov-Smirnov compara-se a frequência acumulada


estimada com a frequência acumulada observada em seu ponto de maior
divergência. O ponto de maior diferença entre as duas frequências cumulativas é o
valor de Kolmogorov-Smirnov, cuja fórmula é:

| ( ) ( )
|

Onde:
= frequência observada acumulada;
= frequência esperada acumulada;

O valor deve ser comparado com o valor , obtido pela seguinte


equação matemática (para nível de significância de 5%, ou α = 0,05):

Onde:
número de observações (diâmetros) utilizadas para proceder à
distribuição de frequências.

Se o valor for menor que o valor , a função de densidade


probabilística apresenta boa aderência aos dados das frequências observadas.
Caso contrário, a função de densidade probabilística não é significativa para
descrever os dados em estudo.
Scolforo (2006) recomendou o uso do teste de aderência de Kolmogorov-
Smirnov ao invés do Qui-quadrado, pois este pode apresentar valores tendenciosos
quando a frequência observada nas classes diamétricas for inferior a 5 indivíduos.
Isso ocorre por que o teste Qui-quadrado é influenciado pela magnitude dos dados,
quanto menores os valores das frequências, maior será a chance do teste acusar
boa aderência da fdp aos dados de frequência observada.
51

3.4.1.5 Distribuição do sistema radicular

A distribuição do sistema radicular foi avaliada por meio do método do perfil


descrito por Böhm (1979). Para a análise da distribuição do sistema radicular, foi
utilizada a árvore com altura média de cada unidade experimental. O perfil foi feito
perpendicularmente à linha de plantio, com parede vertical de, aproximadamente,
0,30 m distante da planta. Foram utilizadas varetas de metal para retirar uma
camada de aproximadamente 0,010 m do perfil, expondo as raízes. Após a
exposição das raízes, foi utilizado um quadrado de 1,00 x 0,60 m subdivididos com
fio de náilon formando uma malha de 0,05 x 0,05 m para desenhar e fotografar
(Apêndice I) a distribuição radicular no perfil.

3.4.1.6 Sobrevivência

A sobrevivência, em percentagem, foi determinada por meio da seguinte


expressão matemática:

Onde:
= sobrevivência (%);
= número de árvores vivas na parcela no momento da medição.

3.5 Avaliação temporal das propriedades físicas do solo e do crescimento de


Eucalyptus grandis

Para verificar a variação temporal das propriedades físicas do solo, no


período de 2006 a 2012, os resultados das propriedades físicas do solo, obtidos em
aos três, doze e setenta e dois meses após o plantio, foram comparados
estatisticamente entre si. Para tanto, foi realizada a análise de variância utilizado o
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Igualmente, em cada época,
os tratamentos foram submetidos ao teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade
de erro para verificar a existência de diferença estatística.
52

Para averiguar a existência de diferença estatística entre tratamentos, para o


crescimento de Eucalyptus grandis, também foi calculado o teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade de erro.
Os cálculos foram realizados com o auxílio dos programas estatísticos
Assistat 7.7 Beta, SAS 9.2 e Microsoft Excel 2010. Os gráficos foram realizados com
os programas Grapher 7 e Surfer 8.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Propriedades físicas do solo

4.1.1 Densidade de partículas, densidade, microporosidade, macroporosidade e


porosidade total do solo

A densidade de partículas do solo variou de 2,56 a 2,61 Mg m-3, conforme


tabela 4. Rosa (2010) verificou uma faixa de valores semelhantes que variaram de
2,57 a 2,64 Mg m-3, em um Argissolo Vermelho distrófico cultivado com Eucalyptus
dunnii Maiden, em Manuel Viana, Rio Grande do Sul. De acordo Brady (1989), a
faixa limite da densidade de partículas, comumente encontrada em solos minerais,
se encontra entre 2,60 a 2,75 Mg m-3.
Como se pode constatar na tabela 4, a matéria orgânica da superfície do solo
teve pouca influência sobre a densidade de partículas, visto que não ocorreu
diferença estatística entre a camada superficial do solo com as camadas mais
profundas. A matéria orgânica agiria no sentido de reduzir a densidade de partículas,
pelo fato de apresentar menor massa por unidade de volume do que as partículas
minerais do solo.

Tabela 4 - Densidade de partículas do solo para os tratamentos coveamento manual


(CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa
(ER), nas profundidades de 0,00-0,10; 0,10-0,20 m; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, em
Santa Maria, RS.

Profundidade Sistema de preparo do solo


Média
(m) CM Esc EG ER
Densidade de partículas (Mg m-3)
0,00-0,10 2,58aA* 2,60aA 2,58aA 2,61aA 2,59A
0,10-0,20 2,60aA 2,58aA 2,56aA 2,61aA 2,58A
0,20-0,30 2,57aA 2,59aA 2,60aA 2,61aA 2,59A
0,30-0,40 2,61aA 2,57aA 2,60aA 2,61aA 2,60A
Média 2,59a 2,58a 2,58a 2,61a

* Médias seguidas de letras iguais, sendo minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
54

De modo geral, a densidade do solo aumentou com a profundidade, como


mostra a tabela 5. A redução do teor de matéria orgânica, o aumento da quantidade
de argila e o adensamento natural do solo proporcionado pelas camadas
sobrejacentes, podem ser listados como fatores responsáveis pelo aumento da
densidade do solo com o aumento da profundidade (REICHERT et al., 2007). Em
relação à matéria orgânica, Laurindo et al. (2009) relataram que os compostos
orgânicos floculam o solo, proporcionando maior macroporosidade e, por isso, reduz
a relação massa volume e, consequentemente, diminui a densidade do solo.
Ademais, a matéria orgânica tem densidade menor do que o material mineral. Além
disso, a menor densidade na camada superficial pode ser justificada pelo fato de
que, na superfície, ocorrem com mais frequência os processos de umedecimento e
secagem do solo, facilitando a recuperação da estrutura edáfica (CAVICHIOLO;
DEDECEK.; GAVA, 2005).
Cavichiolo, Dedecek e Gava (2003) avaliaram o efeito do sistema de preparo
em propriedades físicas de Latossolos de textura argilosa e média em povoamentos
de Eucalyptus saligna Smith, em São Paulo, e verificaram que com o aumento da
profundidade do solo, houve um aumento na densidade do solo, concordando com
os resultados do presente estudo. Resultado semelhante também foi encontrado por
Zalamena (2008), estudando o impacto do uso do solo em propriedades físicas e
químicas do solo e por Baptista e Levin (2010), os quais analisaram o efeito de
métodos de preparo de solo em um plantio de Eucalyptus saligna, no Rio Grande do
Sul. Dedecek et al. (2008) avaliaram a influência do sítio no crescimento de Pinus
taeda e também constataram aumento da densidade do solo com a profundidade.
Após a aplicação dos tratamentos (época 2), o CM exibiu os maiores valores
de densidade do solo, diferindo dos demais tratamentos, na profundidade de 0,00-
0,10 m (Tabela 5), corroborando com resultados encontrados por Cavichiolo,
Dedecek e Gava (2005). Entretanto, os valores de densidade do solo encontram-se
entre 1,20 a 1,80 Mg m-3, faixa considerada não restritiva ao crescimento radicular
de culturas agrícolas para solos de textura arenosa (BRADY, 1989). A maior
densidade do solo no CM pode ser explicada pela consolidação natural do solo em
função da ausência de preparo nesse tratamento. A menor densidade no Esc, EG e
ER na camada de 0,00-0,10 m da época 2, refletiu o efeito do preparo do solo. Gatto
et al. (2003) também constataram menor densidade do solo em tratamentos que
55

passaram por revolvimento do solo, estudando o efeito de métodos de preparo do


solo em plantios de Eucalyptus grandis em Santa Bárbara, Minas Gerais.
Nas épocas 3 e 4, a camada de 0,00-0,10 m não apresentou diferença
estatística entre os tratamentos para a densidade do solo. Para todas as épocas, os
sistemas de manejo do solo não interferiram de forma significativa na densidade do
solo em maiores profundidades, o que pode ser constatado pelo fato de não ocorrer
diferença significativa entre os tratamentos abaixo de 0,10 cm de profundidade
(Tabela 5).
Ao longo dos anos, a densidade do solo apresentou maior variação na
camada de 0,00-0,10 m. Para esta camada, pode-se averiguar que, decorridos 72
meses do preparo, ainda verifica-se diferença estatística com a época 1 para os
tratamentos Esc e ER, sendo verificada uma redução da densidade do solo com o
tempo (Tabela 5). Reinert (1998) citou que solos de textura média a arenosa
possuem baixa resiliência, o que confere maior fragilidade para suportar as forças de
degradação; porém, se manejados adequadamente se degradam e se recuperam
mais rapidamente que os solos argilosos. Corroborando com os resultados obtidos
no trabalho, uma vez que o preparo do solo apresentou baixo impacto.
Em geral, nas camadas de 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m verificou-se uma redução
na densidade do solo com o passar do tempo, porém, sem diferença estatística.
Mishra, Shrma e Khan (2003) constataram redução na densidade do solo com o
aumento de idade de Eucalyptus tereticornis, avaliando as alterações nas
propriedades de um solo sódico com plantio de eucalipto de 3, 6 e 9 anos de idade,
na Índia. A redução da densidade do solo ao longo do tempo contribui para a
melhoria da qualidade edáfica, favorecendo o crescimento radicular, o
desenvolvimento de organismos do solo, assim como melhora a condução de água,
nutrientes e gases no perfil do solo.
56

Tabela 5 - Densidade do solo (Mg m-3) para os tratamentos coveamento manual


(CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa
(ER), em Santa Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Época* Média
CM Esc EG ER
Camada de 0,00-0,10 m
1 1,52aA** 1,48aA 1,43aA 1,45aA 1,47A
2 1,50aAB 1,29bAB 1,26bA 1,25bB 1,33B
3 1,30aB 1,26aB 1,30aA 1,15aB 1,25C
4 1,38aAB 1,24aB 1,32aA 1,19aB 1,29BC
Média 1,43a 1,32b 1,33b 1,26b
Camada de 0,10-0,20 m
1 1,57aA 1,56aA 1,53aA 1,53aA 1,55A
2 1,58aA 1,37aA 1,32aA 1,53aA 1,45AB
3 1,50aA 1,39aA 1,40aA 1,50aA 1,45AB
4 1,43aA 1,32aA 1,38aA 1,46aA 1,40B
Média 1,52a 1,41a 1,41a 1,50a
Camada de 0,20-0,30 m
1 1,53aA 1,54aA 1,50aA 1,48aA 1,51A
2 1,57aA 1,36aA 1,42aA 1,52aA 1,47A
3 1,49aA 1,47aA 1,42aA 1,46aA 1,46A
4 1,47aA 1,43aA 1,41aA 1,44aA 1,44A
Média 1,51a 1,45a 1,44a 1,48a
Camada de 0,30-0,40 m
1 1,57aA 1,56aA 1,52aA 1,53aA 1,54A
2 1,58aA 1,45aA 1,46aA 1,56aA 1,51A
3 1,53aA 1,45aA 1,52aA 1,52aA 1,50A
4 1,52aA 1,45aA 1,42aA 1,48aA 1,47A
Média 1,55a 1,48a 1,48a 1,52a

* Época 1: antes da aplicação dos tratamentos; épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses
após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 1, 2 e 3 foram obtidos
por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

A macroporosidade do solo diminuiu com o aumento da profundidade do solo,


concordando com o aumento da densidade e com a redução da microporosidade
edáfica com a profundidade (Tabela 6). Resultados semelhantes foram obtidos por
57

Zalamena (2008), por Baptista e Levin (2010) e por Dedecek et al. (2007). Em
contrapartida, Cavenage et al. (1999) verificaram aumento da macroporosidade do
solo em profundidade, estudando alterações em propriedades físicas de um
Latossolo Vermelho-Escuro, com plantio de Eucalyptus camaldulensis, no Mato
Grosso do Sul. Os autores atribuiram o aumento da macroporosidade em
profundidade ao tráfego de máquinas na camada superficial do solo.
Na camada de 0,00-0,10 m da época 2, os tratamentos CM e ER diferiram
entre si em relação à macroporosidade, a qual foi maior no tratamento ER,
concordando com resultados obtidos por Cavichiolo, Dedecek e Gava (2005). A
maior macroporosidade no ER está relacionada com a menor densidade (Tabela 5),
menor microporosidade (Tabela 7) e maior porosidade total do solo (Tabela 8),
justificado pelo maior revolvimento do solo sofrido por este tratamento. Dedecek et
al. (2007) investigaram os efeitos de sistemas de preparo do solo em características
físico-hídricas e na produtividade de acácia-negra (Acacia mearnsii De Wild.), sendo
que os sistemas de preparo foram: grade pesada seguida de uma subsolagem com
subsolador de três hastes, grade pesada seguida de uma subsolagem com duas
hastes e abertura de covas manual, sem preparo do solo. Os autores averiguaram
que os tratamentos com maior revolvimento do solo exibiram maior
macroporosidade, com valores variando de 6 a 31%, valores estes semelhantes ao
do presente estudo.
Para as camadas de 0,10-0,20; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m da época 2 não
foram verificadas diferenças estatísticas entre tratamentos, demostrando que o
efeito do revolvimento foi limitado à superfície do solo (camada de 0,00-0,10 m).
A diferença entre tratamentos encontrada na camada superficial, após a
aplicação dos tratamentos, não foi mais observada a partir da época 3, sugerindo
que ocorreu reconsolidação do solo. A reconsolidação do solo, definida como sendo
o processo pelo qual o solo se recupera após uma intervenção externa, retornando
ao seu estado original (NICOLOSO et al., 2008), pode ser resultante dos ciclos de
umedecimento e secagem do solo e pela desagregação superficial do solo pelo
impacto das gotas de chuva em condição de solo descoberto (REICHERT et al.,
2009; VEIGA, 2005).
Por meio da tabela 6 pode-se averiguar que a macroporosidade do solo
aumentou com o passar do tempo, contudo, com diferença estatística somente na
camada de 0,00-0,10 m. Os valores de macroporosidade foram acima do
58

considerado critico (0,10 m3m-3) por Vomocil e Flocker (1966), exceto para o CM, o
qual apresentou valores abaixo do considerado crítico. Também foram encontrados
valores abaixo do considerado critico na camada de 0,30-0,40 m para os demais
tratamentos.
A maior macroporosidade do solo na época 4 pode ser justificada pela
decomposição das raízes, formando os bioporos. Além disso, na época 4 ocorreu
maior aporte de matéria orgânica no solo (Tabela 15), em comparação com as
demais idades. A matéria orgânica proporciona maior agregação das partículas do
solo, favorecendo a formação de macroporos.
Os maiores valores de macroporosidade encontrados na época 4 comparados
aos valores de macroporosidade antes da implantação do experimento (época 1),
sugerem que o plantio de Eucalyptus grandis melhorou a qualidade do solo em
termos de macroporosidade, proporcionando melhor aeração e movimento de água
e nutrientes, assim como favorecendo o crescimento radicular das árvores e a
atividade dos organismos do solo. Zalamena (2008) também verificou recuperação
da macroporosidade em plantio de Eucalyptus sp. com 12 anos de idade, estudando
o impacto do uso do solo nos atributos químicos e físicos de solos do Rebordo do
Planalto, no Rio Grande do Sul. O autor verificou que a macroporosidade do plantio
de eucalipto era maior que a da mata nativa na camada de 0,00-0,10 m. Nos
povoamentos de eucalipto, Zalamena (2008) encontrou macroporosidade de 0,20
m³m-3 para a camada de 0,00-0,10 m e 0,13 m3m3 para a camada de 0,10-0,20
m3m3, resultados semelhantes aos obtidos no presente estudo.
Ibiapina (2011) não encontrou diferença estatística entre épocas para
macroporosidade, em todas as camadas avaliadas, em Regeneração, no Piauí. O
autor estudou os atributos físicos de um Latossolo Amarelo nas profundidades de
0,00-0,05; 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m em povoamentos de Eucalyptus sp. de três
idades diferentes (1, 2 e 4 anos).
Para microporosidade, não foi constatada diferença estatística entre
tratamentos em nenhuma das camadas estudadas (Tabela 7). Cavichiolo, Dedecek
e Gava (2005) também não encontraram diferença estatística entre métodos de
preparo do solo para microporosidade em solos de textura média e em solos de
textura argilosa.
Nas camadas de 0,00-0,10; 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m, a microporosidade
diminuiu da após o preparo do solo (época 2), aumentou após um ano após a
59

aplicação dos tratamentos (época 3) e voltou a diminuir depois de seis anos do


preparo do solo (época 4). Os valores de microporosidade variaram de 0,21 a 0,31
m3 m-3, sendo que os maiores valores de foram verificados na camada de 0,00-0,10
m da época 1. Ibiapina (2011) não encontrou diferença estatística para
microporosidade entre povoamentos de eucalipto de 1, 2 e 4 anos de idade.
A porosidade total variou de 0,31 a 0,53 cm 3 cm-3 e, desta forma, apresentou
valores abaixo e acima da faixa ideal proposta por Prevedello (1996), sendo esta
faixa entre 0,35 a 0,50 cm3 cm-3. Os maiores valores de porosidade total foram
encontrados na camada superficial do solo e foram diminuindo com o aumento da
profundidade do solo, coerente com o aumento da densidade do solo em
profundidade (Tabela 8). Resultado semelhante foi encontrado por Dedecek et al.
(2008), Zalamena (2008), Rigatto et al. (2005) e por Mishra, Sharma e Khan (2003).
Entretanto, Cavenage et al. (1999) verificaram aumento na porosidade total com o
aumento da profundidade do solo.
Na época 2 constatou-se que, na camada de 0,00-0,10 m, a porosidade total
do sistema sem revolvimento (CM) diferiu do com revolvimento (ER), com maiores
valores para o ER, o que está relacionado com a menor densidade, maior
macroporosidade e ao revolvimento do solo deste tratamento. A diferença estatística
entre tratamentos, encontrada na camada superficial do solo, deixou de existir após
um ano do preparo (época 3), sugerindo reconsolidação do solo.
Cavichiolo (2005) avaliou o efeito de diferentes métodos de preparo do solo
em propriedades físico-hídricas em plantio de Pinus taeda, no norte de Santa
Catarina. A autora verificou que a porosidade total para os tratamentos com
revolvimento mais intensivo do solo foram entre 15% a 20% maiores que os
resultados encontrados no tratamento sem preparo do solo, nas profundidades entre
0,00-0,10 e 0,10-0,20 m. Na profundidade entre 0,20-0,30 m os valores de
porosidade total foram semelhantes.
A porosidade total do solo aumentou ao longo dos anos, porém, com
diferença estatística somente na camada de 0,00-0,10 m. Mishra, Sharma e Khan
(2003) também encontraram maiores valores de porosidade total com o aumento da
idade do povoamento de eucalipto. Entretanto, Ibiapina (2011) encontrou maior
porosidade total em um povoamento de 1 ano quando comparado à um povoamento
de 4 anos.
60

Tabela 6 - Macroporosidade (m3 m-3) para os tratamentos coveamento manual (CM),


escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
nas profundidades de 0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, em Santa
Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Época* Média
CM Esc EG ER
Camada de 0,00-0,10 m
1 0,10aA** 0,11aA 0,14aA 0,14aA 0,12B
2 0,10bA 0,20abA 0,24abA 0,27aA 0,20A
3 0,21aA 0,23aA 0,18aA 0,23aA 0,21A
4 0,22aA 0,25aA 0,23aA 0,30aA 0,25A
Média 0,15b 0,20ab 0,20ab 0,24a
Camada de 0,10-0,20 m
1 0,12aA 0,10aA 0,14aA 0,13aA 0,12A
2 0,07aA 0,18aA 0,22aA 0,11aA 0,15A
3 0,07aA 0,14aA 0,12aA 0,10aA 0,11A
4 0,13aA 0,19aA 0,18aA 0,17aA 0,17A
Média 0,10b 0,15ab 0,17a 0,13ab
Camada de 0,20-0,30 m
1 0,11aA 0,10aA 0,14aA 0,14aA 0,12A
2 0,08aA 0,23aA 0,18aA 0,12aA 0,15A
3 0,07aA 0,12aA 0,11aA 0,12aA 0,11A
4 0,14aA 0,15aA 0,16aA 0,16aA 0,15A
Média 0,10a 0,15a 0,15a 0,14a
Camada de 0,30-0,40 m
1 0,10aA 0,09aA 0,12aA 0,11aA 0,11AB
2 0,06aA 0,17aA 0,13aA 0,09aA 0,11A
3 0,05aA 0,09aA 0,05aA 0,09aA 0,07B
4 0,12aA 0,12aA 0,15aA 0,13aA 0,13A
Média 0,08a 0,12a 0,11a 0,10a

* Época 1: antes da aplicação dos tratamentos; épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses
após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 1, 2 e 3 foram obtidos
por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
61

Tabela 7 - Microporosidade (m3 m-3) para os tratamentos coveamento manual (CM),


escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
nas profundidades de 0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, em Santa
Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Época* Média
CM Esc EG ER
Camada de 0,00-0,10 m
1 0,31aA** 0,31aA 0,30aA 0,28aA 0,30A
2 0,27aA 0,25aA 0,23aA 0,24aA 0,25BC
3 0,28aA 0,26aA 0,26aA 0,29aA 0,27AB
4 0,24aA 0,22aA 0,21aA 0,23aA 0,23C
Média 0,28a 0,26a 0,25a 0,26a
Camada de 0,10-0,20 m
1 0,27aA 0,27aA 0,25aA 0,25aA 0,26A
2 0,25aA 0,24aA 0,23aA 0,24aA 0,24B
3 0,27aA 0,25aA 0,27aA 0,25aA 0,26A
4 0,25aA 0,24aA 0,23aA 0,23aA 0,23B
Média 0,26a 0,25a 0,25a 0,24a
Camada de 0,20-0,30 m
1 0,26aA 0,26aA 0,26aA 0,24aA 0,26A
2 0,25aA 0,24aA 0,24aA 0,24aA 0,24B
3 0,26aA 0,26aA 0,27aA 0,24aA 0,26A
4 0,25aA 0,24aA 0,23aA 0,23aA 0,24B
Média 0,25a 0,25a 0,25a 0,24a
Camada de 0,30-0,40 m
1 0,27aA 0,27aA 0,25aA 0,25aA 0,26A
2 0,26aA 0,25aA 0,24aA 0,24aA 0,25A
3 0,26aA 0,26aA 0,28aA 0,25aA 0,27A
4 0,25aA 0,29aA 0,24aA 0,24aA 0,25A
Média 0,26a 0,27a 0,25a 0,25a

* Época 1: antes da aplicação dos tratamentos; épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses
após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 1, 2 e 3 foram obtidos
por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
62

Tabela 8 - Porosidade total (m3 m-3) para os tratamentos coveamento manual (CM),
escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
nas épocas 1, 2, 3 e 4, em Santa Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Época** Média
CM Esc EG ER
Camada de 0,00-0,10 m
1 0,41aAB* 0,42aA 0,44aA 0,42aA 0,42B
2 0,37bB 0,45abA 0,47abA 0,51aA 0,45AB
3 0,49aA 0,49aA 0,44aA 0,53aA 0,49A
4 0,46aAB 0,46aA 0,43aA 0,53aA 0,47A
Média 0,43b 0,46ab 0,45b 0,50a
Camada de 0,10-0,20 m
1 0,38aA 0,37aA 0,39aA 0,38aA 0,38A
2 0,33aA 0,42aA 0,45aA 0,36aA 0,39A
3 0,34aA 0,40aA 0,39aA 0,36aA 0,37A
4 0,38aA 0,43aA 0,41aA 0,39aA 0,40A
Média 0,36b 0,41ab 0,41a 0,37ab
Camada de 0,20-0,30 m
1 0,37aA 0,36aA 0,41aA 0,38aA 0,38A
2 0,33aA 0,47aA 0,42aA 0,37aA 0,40A
3 0,32aA 0,38aA 0,38aA 0,36aA 0,36A
4 0,39aA 0,39aA 0,39aA 0,39aA 0,39A
Média 0,35a 0,40a 0,40a 0,38a
Camada de 0,30-0,40 m
1 0,36aA 0,36aA 0,38aA 0,36aA 0,37A
2 0,32aA 0,42aA 0,38aA 0,33aA 0,36A
3 0,31aA 0,35aA 0,33aA 0,34aA 0,34A
4 0,37aA 0,41aA 0,38aA 0,36aA 0,38A
Média 0,34a 0,39a 0,37a 0,35a

* Época 1: antes da aplicação dos tratamentos; épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses
após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 1, 2 e 3 foram obtidos
por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
63

Na tabela 9 são apresentados os valores de densidade do solo nas épocas 2,


3 e 4, na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio, dos tratamentos em estudo. Na
maioria dos casos, nos tratamentos em que ocorreu o revolvimento do solo, a
densidade foi menor na linha de plantio, mostrando o efeito do método de preparo
que ocorreu nesta posição. Todavia, na época 2 foi observada diferença estatística
entre entrelinha e linha nas camadas de 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m. Na época 3,
ocorreu diferença estatística entre posições na camada de 0,00-0,10 e na camada
de 0,20-0,30 m. Já na época 4 não foi constatada diferença estatística entre
posições, indicando reconsolidação do solo.
A menor densidade inicial do solo na linha, no preparo convencional
(tratamentos Esc, EG e ER), ocorre devido à fragmentação dos agregados
proporcionada pela mobilização do solo (CORRECHEL; SILVA; TORMENA, 1999).
Além disso, a maior densidade do solo na entrelinha pode estar associada ao
tráfego de máquinas durante o preparo do solo. Os ciclos de umedecimento e
secagem no solo também podem contribuir para aumento da densidade do solo na
entrelinha. Porém, a ação das raízes, melhorando a estrutura edáfica, pode
compensar os efeitos do secamento e umedecimento do solo ao longo do tempo.
Os valores de densidade do solo na linha de plantio variaram de 1,15 a 1,58
-3
Mg m , sendo o menor valor encontrado no tratamento ER, na profundidade de
0,00-0,10 m da época 3 e o maior valor foi encontrado no CM, nas profundidades de
0,10-0,20 e 0,30-0,40 m na época 2. Na entrelinha, na qual não ocorreu
revolvimento do solo, a densidade do solo variou de 1,31 a 1,63 Mg m-3, sendo o
menor valor observado na profundidade de 0,00-0,10 m da época 4 e o maior valor
foi encontrado na profundidade 0,10-0,20 m da época 2. Os valores de densidade do
solo encontram-se na faixa considerada não restritiva ao crescimento radicular para
solos de textura arenosa, proposto por Brady (1989), que é de 1,20 a 1,80 Mg m-3.
Perrando (2008), não encontrou diferença estatística para densidade do solo
entre entrelinha e linha de plantio em um Argissolo Vermelho, em um povoamento
de acácia-negra (Acacia mearnsii De Wild), em Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Devido ao não revolvimento do solo na entrelinha, o autor esperava encontrar
maiores valores de densidade do solo nesta posição. O fato de não ocorrer diferença
estatística entre entrelinha e linha de plantio foi atribuído à rápida reacomodação das
partículas do solo. O método de preparo do solo utilizado por Perrando (2008), na
64

linha de plantio, foi grade rotativa em 0,30 m de profundidade e 1,00 m de largura e


a coleta de solo foi realizada logo após o preparo do solo.
Em geral, nos tratamentos Esc, EG e ER verificou-se maior macroporosidade
na linha de plantio, devido à mobilização do solo, concordando com a menor
densidade do solo nesta posição (Tabela 10). Entretanto, nas épocas 2 e 3 houve
diferença estatística entre posições nas camadas de 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m, com
maiores valores de macroporosidade na linha. Após 72 meses da aplicação dos
tratamentos (época 4), verificou-se uma possível reconsolidação do solo. Esses
resultados concordam com os encontrados por Perrando (2008), o qual também
encontrou diferença entre entrelinha e linha de plantio de acácia-negra, para
macroporosidade, com valores variando de 0,14 a 0,23 m3m-3.
A macroporosidade variou de 0,04 a 0,23 m3m-3 na entrelinha e de 0,05 a 0,30
m3m3 na linha de plantio, nas épocas avaliadas. Vomocil e Flocker (1966)
consideram que o valor crítico para macroporosidade é de 0,10 m 3m-3 e, assim
sendo, o Argissolo em estudo pode ter apresentado restrições ao crescimento das
plantas, exceto na época 4, o que demonstra melhoria na qualidade do solo pelo
aumento da macroporosidade, conforme tabela.
A microporosidade na linha de plantio variou de 0,21 a 0,29 m 3m-3 e de 0,22 a
0,30 m3m-3 na entrelinha, como se pode observar na tabela 11. Foi verificada
diferença estatística entre posição na profundidade de 0,00-0,10 m da época 2 e na
profundidade de 0,20-0,30 m da época 3, com maiores valores observados na
entrelinha de plantio. Estes resultados corroboram com os resultados obtidos por
Perrando (2008), o qual encontrou diferença estatística entre entrelinha e linha para
microporosidade em plantios de acácia-negra, obtendo maior valor na entrelinha.
Na tabela 12 estão apresentados os dados de porosidade total do solo nas
épocas 2, 3 e 4, na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio. Em geral, nos
tratamentos Esc, EG e ER a porosidade total foi maior na linha, devido ao
revolvimento do solo, concordando com a menor densidade do solo averiguada
nesta posição. Contudo, na época 2 houve interação significativa entre preparo e
local somente na profundidade de 0,20-0,30 m. Nesta profundidade, ocorreu
diferença significativa entre entrelinha e linha para os tratamentos Esc e EG, com
menor valor de porosidade total na entrelinha de plantio. Na época 3 a diferença
estatística entre posição foi observada somente na camada de 0,00-0,10 m, com
65

menor valor de porosidade total na entrelinha. Na época 4 não foi verificada


diferença estatística entre posição, concordando com Perrando (2008).
A porosidade total variou de 31 a 53 m3m-3 na linha e de 30 a 46 m3m-3 na
entrelinha de plantio. Dessa forma, para algumas camadas ocorreram valores abaixo
e/ou acima da faixa considerada ideal para o crescimento das plantas proposto por
Prevedello (1996), que é de 0,35 a 0,50 m3 m-3.
A densidade (Tabela 9 e Figura 6a) do solo diminuiu na entrelinha de plantio,
da época 2 para a época 4, em todas as camadas estudadas. Já a porosidade total
do solo (Tabela 12 e Figura 6d) aumentou da época 2 para a 4, exceto na camada
de 0,10-0,20 m. O menor valor de densidade do solo na camada superficial pode
estar associado ao efeito da matéria orgânica do solo, a qual proporciona maior
agregação do solo, aumentando a porosidade total e diminuindo a densidade do
solo, acarretando em melhoria da qualidade da estrutura do solo. A
macroporosidade (Tabela 10 e Figura 6b) aumentou da época 2 para a 4,
concordando com os resultados de densidade do solo e porosidade total. Já a
microporosidade do solo (Tabela 11 e Figura 6c) apresentou diferença estatística
entre épocas somente nas camadas de 0,00-0,10 e 0,20-0,20 m.
66

Tabela 9 - Densidade do solo (Mg m-3) nas épocas 2, 3 e 4, na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio, nos tratamentos coveamento
manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS.

Época 2*
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 1,50aA** 1,40aA 1,45a 1,58aA 1,58aA 1,58a 1,57aA 1,57aA 1,57a 1,58aA 1,52aA 1,55a
Esc 1,29aA 1,37aA 1,33b 1,37aA 1,63aA 1,50a 1,36aA 1,55aA 1,45b 1,45aA 1,57aA 1,51a
EG 1,26aA 1,45aA 1,36ab 1,32aA 1,57aA 1,45a 1,42aA 1,54aA 1,48b 1,46aA 1,50aA 1,48a
ER 1,25aA 1,35aA 1,30b 1,53aA 1,54aA 1,53a 1,52aA 1,54aA 1,53ab 1,56aA 1,54aA 1,55a
Média 1,33A 1,39A 1,45B 1,58A 1,47B 1,55A 1,51A 1,54A
Época 3
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 1,30aA 1,45aA 1,37a 1,50aA 1,55aA 1,52a 1,49aA 1,54aA 1,52a 1,53aA 1,55aA 1,54a
Esc 1,26aA 1,50aA 1,38a 1,39aA 1,50aA 1,45a 1,47aA 1,50aA 1,49a 1,45aA 1,54aA 1,50a
EG 1,30aA 1,43aA 1,36a 1,40aA 1,50aA 1,45a 1,42aA 1,55aA 1,48a 1,52aA 1,54aA 1,53a
ER 1,15aA 1,49aA 1,32a 1,50aA 1,55aA 1,53a 1,46aA 1,56aA 1,51a 1,52aA 1,54aA 1,53a
Média 1,25B 1,47A 1,45A 1,53A 1,46B 1,54A 1,50A 1,54A
Época 4
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 1,38aA 1,31aA 1,35a 1,43aA 1,44aA 1,44a 1,47aA 1,44aA 1,45a 1,52aA 1,46aA 1,49a
Esc 1,24aA 1,35aA 1,30a 1,32aA 1,48aA 1,40a 1,43aA 1,45aA 1,44a 1,45aA 1,51aA 1,48a
EG 1,32aA 1,36aA 1,34a 1,38aA 1,47aA 1,42a 1,41aA 1,43aA 1,42a 1,42aA 1,51aA 1,46a
ER 1,19aA 1,32aA 1,26a 1,46aA 1,41aA 1,43a 1,44aA 1,39aA 1,42a 1,48aA 1,49aA 1,49a
Média 1,29A 1,33A 1,40A 1,45A 1,44A 1,43A 1,47A 1,49A

* Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 2 e 3 foram obtidos por
Prevedello (2008). ** Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo Teste
de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
67

Tabela 10 - Macroporosidade do solo (m3m-3) na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM),
escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS.

Época 2*
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,10aA** 0,11aA 0,11a 0,07aA 0,09aA 0,08b 0,08aA 0,07aA 0,07b 0,06aA 0,08aA 0,07a
Esc 0,20aA 0,12aA 0,16a 0,18aA 0,09aA 0,14a 0,23aA 0,11aA 0,17a 0,17aA 0,09aA 0,13a
EG 0,24aA 0,14aA 0,19a 0,22aA 0,09aA 0,16a 0,18aA 0,08aA 0,13ab 0,13aA 0,08aA 0,11a
ER 0,27aA 0,17aA 0,22a 0,11aA 0,12aA 0,12ab 0,12aA 0,12aA 0,12ab 0,09aA 0,10aA 0,09a
Média 0,20A 0,14B 0,15A 0,10A 0,15A 0,09B 0,11A 0,09A
Época 3
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,21aA 0,09aA 0,15a 0,07aA 0,07aA 0,07b 0,07aA 0,04aA 0,05a 0,05aA 0,04aA 0,04a
Esc 0,23aA 0,09aA 0,16a 0,14aA 0,10aA 0,12a 0,12aA 0,09aA 0,10a 0,09aA 0,06aA 0,07a
EG 0,18aA 0,09aA 0,14a 0,12aA 0,09aA 0,11ab 0,11aA 0,05aA 0,08a 0,05aA 0,05aA 0,05a
ER 0,23aA 0,08aA 0,16a 0,10aA 0,07aA 0,09ab 0,12aA 0,05aA 0,09a 0,09aA 0,06aA 0,08a
Média 0,21A 0,09B 0,11A 0,08A 0,11A 0,06B 0,07A 0,05A
Época 4
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,22aA 0,23aA 0,22a 0,13aA 0,14aA 0,13a 0,14aA 0,13aA 0,13a 0,12aA 0,11aA 0,11a
Esc 0,25aA 0,22aA 0,23a 0,19aA 0,14aA 0,17a 0,15aA 0,11aA 0,13a 0,12aA 0,12aA 0,12a
EG 0,23aA 0,22aA 0,22a 0,18aA 0,15aA 0,17a 0,16aA 0,12aA 0,14a 0,15aA 0,11aA 0,13a
ER 0,30aA 0,22aA 0,26a 0,17aA 0,14aA 0,15a 0,16aA 0,14aA 0,15a 0,13aA 0,11aA 0,12a
Média 0,25A 0,22A 0,17A 0,14A 0,15A 0,13A 0,13A 0,11A

* Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 2 e 3 foram obtidos por
Prevedello (2008). ** Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo Teste
de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
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Tabela 11 - Microporosidade do solo (m3m-3) na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM),
escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS.

Época 2*
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,27aA 0,29aA 0,28a 0,25aA 0,25aA 0,25a 0,25aA 0,25aA 0,25a 0,26aA 0,27aA 0,26a
Esc 0,25aA 0,29aA 0,27a 0,24aA 0,25aA 0,24a 0,24aA 0,25aA 0,24a 0,25aA 0,25aA 0,25a
EG 0,23aA 0,29aA 0,26a 0,24aA 0,25aA 0,24a 0,24aA 0,25aA 0,24a 0,24aA 0,25aA 0,25a
ER 0,24aA 0,26aA 0,25a 0,24aA 0,23aA 0,24a 0,24aA 0,24aA 0,24a 0,24aA 0,24aA 0,24a
Média 0,25B 0,28A 0,24A 0,25A 0,24A 0,25A 0,25A 0,25A
Época 3
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,28aA 0,30aA 0,29a 0,27aA 0,26aA 0,27a 0,26aA 0,27aA 0,26a 0,26aA 0,27aA 0,27a
Esc 0,26aA 0,29aA 0,27a 0,25aA 0,26aA 0,26a 0,26aA 0,26aA 0,26a 0,26aA 0,26aA 0,27a
EG 0,26aA 0,30aA 0,28a 0,27aA 0,27aA 0,27a 0,27aA 0,27aA 0,27a 0,28aA 0,27aA 0,28a
ER 0,29aA 0,29aA 0,29a 0,25aA 0,25aA 0,25a 0,24aA 0,26aA 0,25a 0,25aA 0,26aA 0,26a
Média 0,27A 0,29A 0,26A 0,26A 0,26B 0,27A 0,27A 0,26A
Época 4
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,24aA 0,23aA 0,24a 0,25aA 0,24aA 0,25a 0,25aA 0,28aA 0,27a 0,25aA 0,30aA 0,28a
Esc 0,22aA 0,23aA 0,22a 0,24aA 0,24aA 0,24a 0,24aA 0,29aA 0,27a 0,29aA 0,24aA 0,27a
EG 0,21aA 0,22aA 0,22a 0.23aA 0,23aA 0,23a 0,23aA 0,30aA 0,27a 0,24aA 0,24aA 0,24a
ER 0,23aA 0,22aA 0,23a 0,22aA 0,24Aa 0,23a 0,23aA 0,28aA 0,25a 0,24aA 0,25aA 0,24a
Média 0,22A 0,23A 0,23A 0,24A 0,24A 0,29A 0,25A 0,26A

* Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 2 e 3 foram obtidos por
Prevedello (2008). ** Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo Teste
de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
69

Tabela 12 - Porosidade total do solo nas épocas 2, 3 e 4, na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio, nos tratamentos coveamento
manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS.

Época 2*
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,37aA** 0,40aA 0,39b 0,33aA 0,34aA 0,33b 0,33cA 0,33aA 0,33b 0,32aA 0,35aA 0,34a
Esc 0,45aA 0,41aA 0,43ab 0,42aA 0,35aA 0,39ab 0,47aA 0,36aB 0,41a 0,42aA 0,34aA 0,38a
EG 0,47aA 0,43aA 0,45ab 0,45aA 0,35aA 0,40a 0,42abA 0,32aB 0,37ab 0,38aA 0,34aA 0,36a
ER 0,51aA 0,43aA 0,47a 0,36aA 0,36aA 0,36ab 0,37bcA 0,35aA 0,36ab 0,33aA 0,34aA 0,34a
Média 0,45A 0,42B 0,39A 0,35A 0,40A 0,34B 0,36A 0,34A
Época 3
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,49aA 0,39aA 0,44a 0,34aA 0,33aA 0,34a 0,32aA 0,31aA 0,32a 0,31aA 0,30aA 0,31a
Esc 0,49aA 0,38aA 0,43a 0,40aA 0,36aA 0,38a 0,38aA 0,35aA 0,37a 0,35aA 0,32aA 0,34a
EG 0,44aA 0,39aA 0,42a 0,39aA 0,36aA 0,38a 0,38aA 0,33aA 0,35a 0,33aA 0,32aA 0,33a
ER 0,53aA 0,37aA 0,45a 0,36aA 0,33aA 0,34a 0,36aA 0,31aA 0,34a 0,34aA 0,32aA 0,33a
Média 0,49A 0,38B 0,37A 0,34A 0,36A 0,33A 0,34A 0,32A
Época 4
Profundidade de 0,00-0,10 m Profundidade de 0,10-0,20 m Profundidade de 0,20-0,30 m Profundidade de 0,30-0,40 m
Manejo Posição Posição Posição Posição
Média Média Média Média
L E L E L E L E
CM 0,46aA 0,46aA 0,46a 0,38aA 0,38aA 0,38a 0,39aA 0,41aA 0,40a 0,37aA 0,41aA 0,39a
Esc 0,46aA 0,45aA 0,46a 0,43aA 0,38aA 0,41a 0,39aA 0,40aA 0,40a 0,41aA 0,37aA 0,39a
EG 0,43aA 0,44aA 0,44a 0,41aA 0,38aA 0,40a 0,39aA 0,43aA 0,41a 0,38aA 0,35aA 0,37a
ER 0,53aA 0,44aA 0,49a 0,39aA 0,37aA 0,38a 0,39aA 0,42aA 0,40a 0,36aA 0,36aA 0,36a
Média 0,47A 0,45A 0,40A 0,38A 0,39A 0,41A 0,38A 0,37A

* Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 2 e 3 foram obtidos por
Prevedello (2008). ** Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo Teste
de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
70

A 0.2
1.6 B A A A A
A B
C B
AB

Macroporosidade do solo (m3 m-3)


B A
0.16 A
A
Densidade do solo (Mg m-3)

A
1.2
A
0.12
B
B
0.8 B
B
0.08 B
B
B

0.4 0.04

0
0
0,00-0,10 0,10-0,20 0,20-0,30 0,30-0,40
0,00-0,10 0,10-0,20 0,20-0,30 0,30-0,40 Profundidade (m)
Profundidade (m)
Época 2
Época 2 Época 3
Época 3 Época 4
Época 4
a b
0.5
0.3
A A
A A
AB A A A A A
Porosidade total do solo (m3 m-3)

A A A
Microporosidade do solo (m3 m-3)

B B 0.4 A
B A B
A B B
B B
0.2
0.3

0.2

0.1
0.1

0
0
0,00-0,10 0,10-0,20 0,20-0,30 0,30-0,40
0,00-0,10 0,10-0,20 0,20-0,30 0,30-0,40 Profundidade (m)
Profundidade (m)
Época 2
Época 2 Época 3
Época 3 Época 4
Época 4
c d

Figura 6 - Densidade do solo (a), macroporosidade (b), microporosidade (c) e


porosidade total do solo (d) na entrelinha de plantio de povoamentos de Eucalyptus
grandis, em Santa Maria, RS. Médias seguidas pela mesma letra, em cada
profundidade não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

4.1.2 Resistência mecânica do solo à penetração

Como ressaltaram Lima et al. (2010), a resistência a penetração deve ser


avaliada juntamente aos de umidade do solo, devido a interdependência entre estes
71

atributos, sendo que um varia inversamente proporcional ao outro. A figura 7


apresenta a umidade do solo até 0,50 m de profundidade do solo, no momento da
coleta de dados de resistência à penetração. Na época 2, a umidade variou de 13 a
16%. Na época 3, variou de 16 a 33% e, na época 4, a umidade ficou entre 14 e
16%.

Umidade gravimétrica (g g-1) Umidade gravimétrica (g g-1) Umidade gravimétrica (g g-1)


0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30

0,1

Profundidade (m)
0,1 0,1
Profundidade (m)
Profundidade (m)

0,2 0,2 0,2

0,3 0,3 0,3


Manejo Manejo Manejo
CM CM CM
0,4 Esc 0,4 Esc 0,4 Esc
EG EG EG
ER ER
0,5 0,5 ER 0,5

a b c

Figura 7 - Umidade gravimétrica do solo, no momento das medições de resistência à


penetração do solo, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc),
escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria,
RS. a) época 2 b) época 3 e c) época 4. Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois
meses após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas
2 e 3 foram obtidos por Prevedello (2008).

Em geral, a resistência do solo (RP) à penetração aumentou com a


profundidade do solo, concordando com o aumento da densidade e com a redução
da macroporosidade do solo em profundidade, como se pode averiguar na figura 8 e
na tabela 13. Lincoln et al. (2007) também constataram aumento da resistência do
solo com a profundidade, estudando as mudanças nas propriedades do solo e no
crescimento de Pinus taeda com e sem preparo do solo, na Geórgia, EUA.
Entretanto, Cavenage et al. (1999) verificaram redução da resistência à penetração
com o aumento da profundidade, concordando com o aumento da macroporosidade
do solo em profundidade, encontrado pelos autores. Os valores de resistência à
penetração variaram de 0,57 a 2,02 Mpa. Considerando que o limite crítico de
72

resistência à penetração é 2 Mpa (TAYLOR; ROBERSON; PARKER, 1966), em


algumas profundidades pode ocorrer certa restrição ao crescimento radicular.
O efeito dos sistemas de preparo do solo na resistência a penetração foi
averiguado somente na camada superficial do solo (0,00-0,10 m). Na camada de
0,00-0,10 m das épocas 2 e 3, os tratamentos com revolvimento do solo (Esc, EG e
ER) exibiram menores valores de resistência à penetração e diferiram
estatisticamente do CM. Lincoln et al. (2007) também encontraram resistência à
penetração do solo maior em tratamento sem preparo do solo, comparando com
tratamento com preparo, em solo argiloso. Entretanto, setenta e dois meses após o
plantio, essa diferença estatística entre tratamentos deixou de existir, indicando
reconsolidação das partículas do solo.
Em relação à variação da resistência à penetração ao longo do tempo, foi
encontrada interação significativa entre época e tratamento somente na
profundidade de 0,00-0,10 m. Nesta profundidade, o CM exibiu redução da
resistência à penetração ao longo dos anos. Já o tratamento ER exibiu aumento da
resistência á penetração da época 2 para a 3, mas voltou a reduzir na época 4, com
valor estatisticamente igual o da época 2 (Tabela 13 e Figura 8). A redução da
resistência à penetração na camada superficial, após 74 meses da implantação do
experimento, pode ser atribuída ao aumento do teor de matéria orgânica do solo. A
matéria orgânica proporciona maior agregação das partículas do solo, aumentando a
macroporosidade, reduzindo a densidade do solo e, consequentemente, reduzindo a
resistência do solo à penetração das raízes.
Nas profundidades de 0,11-0,20; 0,21-0,30; 0,31-0,40 e 0,41-0,50 m a
resistência à penetração diminuiu da época 2 para a 3 e voltou a aumentar na época
4. Entretanto, nas camadas de 0,21-0,30; 0,31-0,40 e 0,41-0,50 m a resistência à
penetração da época 4 diferiu da época 2.
A magnitude do efeito dos sistemas de preparo do solo, de zero a 0,60 m de
distância da árvore e até a profundidade de 0,50 m do solo, pode ser evidenciada na
figura 8. O CM que não teve mobilização do solo, não apresentou grandes
diferenças de resistência à penetração do solo com o aumento da distância da
planta, na camada superficial. Entretanto, neste tratamento, observa-se maior
resistência à penetração abaixo de 0,20 m de profundidade, à direita da árvore, na
época 3. No tratamento Esc, na época 2, a resistência à penetração na linha de
plantio, de 0,00 m até, aproximadamente, 0,20 m de distância da planta, foi menor
73

até 0,30 m de profundidade do solo, aproximadamente. Após essa profundidade,


verificou-se um aumento na resistência á penetração. A menor resistência à
penetração até, aproximadamente, 0,30 m demonstra o efeito benéfico da
escarificação na redução da RP, tendo em vista que a escarificação foi efetuada até
a profundidade de 0,30 m. Na época 3 ainda verifica-se menores valores de
resistência à penetração na linha de plantio, todavia, na época 4 os valores de RP
passam a ser semelhantes na linha e na entrelinha de plantio, como pode-se
verificar na figura 8.
No tratamento EG também fica evidente o efeito do sistema de preparo na
linha de plantio, na qual foram encontrados os menores valores de resistência à
penetração do solo, nas épocas 2 e 3. Na época 4 o efeito do método de preparo
deixa de existir.
O tratamento ER apresentou menores valores de resistência à penetração em
uma maior distância da planta, comparando com os demais tratamentos. Os
menores valores de RP foram observados até a profundidade de 0,20 m do solo,
aproximadamente. Os menores valores de resistência à penetração no ER também
demonstram o efeito da mobilização do solo, a qual, no ER foi de 1,0 m de largura
da planta e 0,20 m de profundidade do solo (Figura 8).
74

Tabela 13 - Resistência à penetração do solo (Mpa) para os tratamentos


coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora
(EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Época* Média
CM Esc EG ER
Profundidade de 0,00-0,10 m
2 1,16aA** 0,71bA 0,73bA 0,57bB 0,79b
3 1,06aA 0,84bA 0,88abA 0,77bA 0,89a
4 0,88aB 0,81aA 0,89aA 0,69aAB 0,82ab
Média 1,03a 0,79b 0,83b 0,68b
Profundidade de 0,11-0,20 m
2 1,54aA 1,29aA 1,29aA 1,51aA 1,41a
3 1,25aA 0,99aA 1,00aA 1,27aA 1,13b
4 1,42aA 1,63aA 1,52aA 1,42aA 1,50a
Média 1,40a 1,30a 1,27a 1,40a
Profundidade de 0,21-0,30 m
2 1,56aA 1,43aA 1,38aA 1,71aA 1,52b
3 1,34aA 1,15aA 1,13aA 1,32aA 1,24c
4 1,68aA 1,85aA 1,73aA 1,59aA 1,71a
Média 1,53a 1,48a 1,41a 1,54a
Profundidade de 0,31-0,40 m
2 1,66aA 1,66aA 1,59aA 1,73aA 1,66b
3 1,45aA 1,29aA 1,26aA 1,46aA 1,37c
4 1,91aA 2,02aA 1,98aA 1,77aA 1,92a
Média 1,67a 1,65a 1,61a 1,65a
Profundidade de 0,41-0,50 m
2 1,64aA 1,74aA 1,61aA 1,63aA 1,66b
3 1,44aA 1,22aA 1,16aA 1,35aA 1,29c
4 1,93aA 2,00aA 1,90aA 1,91aA 1,93a
Média 1,67a 1,65a 1,56a 1,63a

* Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses após a aplicação dos tratamentos,
respectivamente. Resultados das épocas 2 e 3 foram obtidos por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
75

CM - Época 2 CM - Época 3 CM- Época 4

Esc - Época 2 Esc - Época 3 Esc - Época 4

EG - Época 2 EG - Época 3 EG - Época 4

ER - Época 2 ER - Época 3 ER - Época 4

Figura 8 - Resistência à penetração do solo nos tratamentos coveamento manual


(CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa
(ER), nas épocas 2, 3 e 4, em Santa Maria, RS. Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta
e dois meses após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das
épocas 2 e 3 foram obtidos por Prevedello (2008).
76

4.1.3 Distribuição dos agregados estáveis em água e carbono orgânico do solo

Os índices de agregação diâmetro médio geométrico (DMG) e diâmetro médio


ponderado (DMP) do Argissolo em estudo, podem ser observados na tabela 14. O
DMP, o qual é tanto maior quanto maior a percentagem de agregados grandes
(CASTRO FILHO; MUZILLI; PODANOSCHI, 1998), variou de 2,80 a 4,16 mm. O
DMG, o qual representa uma estimativa dos agregados de maior ocorrência
(CASTRO FILHO; MUZILLI; PODANOSCHI, 1998), variou de 1,27 a 2,64 mm.
Perrando (2008) encontrou valores de DMG semelhantes aos do presente estudo,
que variaram de 1,26 a 2,33 mm, na profundidade de 0,05 m, em Argissolo
Vermelho amarelo com plantio de acácia-negra. Porém, em Argissolo Vermelho
distrófico com Eucalyptus dunni Maiden de 12 meses de idade, Rosa (2010)
encontrou valores maiores de DMG, os quais variaram de 3,97 a 5,26 mm, na
camada de 0,00-0,10 m.
Após a aplicação dos tratamentos (época 2, Tabela 14), o CM exibiu maior
DMG, no entanto, sem apresentar diferença estatística com os demais tratamentos.
O menor DMG nos tratamentos com revolvimento do solo pode ser atribuído ao fato
de que o revolvimento causa a desagregação das partículas do solo, transformando
agregados de maiores tamanhos em menores. Marcolan (2006) ressaltou que além
das forças disruptivas da ação mecânica, o solo revolvido fica exposto à
desagregação pelo impacto das gotas de chuva, acarretando em redução do DMG.
Além disso, Theodoro et al. (2001) citou que o revolvimento do solo faz com que a
oxidação dos compostos orgânicos seja maior, diminuindo a ação cimentante da
matéria orgânica, a qual é umas das responsáveis pela estabilização dos agregados.
Com o passar do tempo ocorreu aumento no DMG, atingindo valor
estatisticamente igual ao valor observado antes do preparo do solo (época 1). Um
dos fatores que pode ter contribuído para o aumento da agregação do solo e,
consequentemente, para o aumento do DMG ao longo do tempo, foi o efeito do
sistema radicular das plantas. As plantas melhoram a agregação do solo porque
possuem raízes finas que se ramificam pelo solo, pressionando o solo e predispondo
a formação de agregados. Além disso, com a absorção contínua de água, cria um
secamento nas regiões próximas a elas e, pela exudação, fornecem alimento para
microrganismos da rizosfera, os quais influenciam na agregação (ALLISON, 1973)
pela liberação de produtos que agem na formação e estabilidade dos agregados
77

(ROZANE et al., 2003, ZINN et al., 2011). Além disso, a incorporação dos resíduos
vegetais durante o preparo do solo pode ter favorecido a mineralização da matéria
orgânica, contribuindo para a agregação e para o fornecimento de carbono aos
microrganismos (fungos e bactérias).
Ibiapina (2011) não encontrou diferença estatística para DMG entre
experimentos de eucalipto de 1, 2 e 4 anos de idade na camada de 0,00-0,10 m.
Entretanto, observou diferença estatística para DMP, com maior valor no
povoamento de 4 anos, em um Latossolo Amarelo. Estes resultados de DMP
discordam dos resultados obtidos por Soares et al. (2012), os quais estudaram a
estabilidade física de um Latossolo Amarelo, no cerrado piauiense. Soares et al.
(2012) não encontraram diferença estatística para DMP, entre os povoamentos de
eucalipto com 4, 2 e 1 ano de idade na camada de 0,00-0,10 m.

Tabela 14 - Diâmetro médio geométrico (DMG) e diâmetro médio ponderado (DMP)


para os tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais
grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), nas épocas 1, 2, 3 e 4, em Santa
Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Época* Média
CM Esc EG ER
DMG
1 2.19aA** 2.57aA 2.52aA 2.54aA 2.45a
2 2.64aA 1.59aA 1.27aA 1.67aA 1.79b
3 2.22aA 2.08aA 1.67aA 1.97aA 1.98ab
4 2.53aA 2.47aA 2.12aA 2.61aA 2.43a
Média 2.39a 2.18a 1.89a 2.20a
DMP
1 3.75aA 4.13aA 4.02aA 4.16aA 4.02a
2 4.16aA 3.35aA 2.80Aa 3.19aA 3.38b
3 3.84aA 3.69aA 3.36Aa 3.63aA 3.63ab
4 4.14aA 4.02aA 3.66Aa 4.11aA 3.98a
Média 3.97a 3.80a 3.46a 3.77a

* Época 1: antes da aplicação dos tratamentos; épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses
após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 1, 2 e 3 foram obtidos
por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
78

O conteúdo de matéria orgânica do solo (MOS) variou de 1,71 a 2,72%


(Tabela 15), os quais são interpretados como teores baixos a médios, pela
Comissão de química e fertilidade do solo - RS/SC (2004).
O teor de matéria orgânica do solo aumentou da época 1 para a 4, porém,
sem ocorrer diferença estatística. Ibiapina (2011) encontrou diferença significativa de
MOS entre povoamentos de eucalipto de 1, 2 e 4 anos, sendo que o povoamento
mais velho apresentou maior valor de MOS, na profundidade de 0,00-0,05 m. Já
Rosa (2010) observou redução, não significativa, no teor de matéria orgânica, um
ano após a implantação de Eucalyptus dunni, na profundidade de 0,00-0,10 m.
A correlação de Pearson entre matéria orgânica e DMG foi baixa (0,02), fato
que pode ser explicado pelo baixo conteúdo de matéria orgânica encontrada no
Argissolo em estudo (Tabela 15), corroborando com resultados encontrados por
Mendes, Melloni e Melloni (2006), Campos et al. (1999) e Zinn, Lal e Resck (2011).
Zinn, Lal e Resck (2011) explicaram que a variação no conteúdo de MOS antes e
após o preparo do solo pode não ser suficiente para afetar a estabilidade de
agregados, uma vez que as plantações de eucalipto podem preservar os estoques
de MOS, mantendo o estado de agregação do solo. A serapilheira de eucalipto
apresenta alta relação C/N e C/S, o que contribui para a lenta decomposição do
resíduo (PULROLNIK et al., 2009), permitindo evidenciar seu acumulo, dificultando a
formação de agregados com a ajuda do aporte de MOS (IBIAPINA, 2011).

Tabela 15 - Matéria orgânica do solo para os tratamentos coveamento manual (CM),


escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER),
nas épocas 1, 2, 3 e 4, em Santa Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Época* Média
CM Esc EG ER
1 2,02aA** 1,98aA 1,84aA 1,81aA 1,91a
2 2,04aA 2,04aA 1,82aA 2,32aA 2,06a
3 2,31aA 1,71aA 2,72aA 2,04aA 2,19a
4 2,30aA 2,07aA 2,22aA 2,26aA 2,21a
Média 2,16a 1,95a 2,15a 2,11a

* Época 1: antes da aplicação dos tratamentos; épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses
após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. Resultados das épocas 1, 2 e 3 foram obtidos
por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
79

A tabela 16 mostra o diâmetro médio geométrico (DMG) e o diâmetro médio


ponderado (DMP) na linha (L) e na entrelinha (EL) de plantio. Não foi verificada
diferença estatística entre tratamentos, entretanto, observou-se diferença entre
posição.
Na época 2, o DMG e o DMP na linha de plantio foram menores do que na
entrelinha (tabela 16), o que possivelmente reflete o efeito do método de preparo do
solo. O método de preparo do solo, realizado na linha de plantio, pode resultar em
agregados de menor tamanho devido à desagregação do solo proporcionado pelos
implementos e rodados das máquinas agrícolas.
Perrando (2008) também encontrou menores valores de DMG na linha de
plantio, na profundidade de 0,05 m, em povoamentos de acácia-negra. De acordo
com o autor, a formação de agregados maiores e mais estáveis na entrelinha se deu
pelo não revolvimento do solo, que resultou em uma melhor estruturação edáfica.
Além disso, o revolvimento possivelmente acarretou redução do conteúdo de
material orgânico, o qual resultou em menor agregação das partículas do solo.
Na tabela 17 constam os valores de matéria orgânica do solo (MOS) na linha
(L) e na entrelinha de plantio (EL), nos tratamentos CM, Esc, EG e ER, nas épocas
2, 3 e 4. Não foi verificada diferença estatística entre tratamentos, porém, foi
constatada diferença estatística entre posição na época 2, com menor valor para a
linha de plantio. Diekow (2003) e Portela, Soares e Salviano (2011) reportaram que
quanto maior a intensidade de revolvimento do solo, maior a desagregação do solo e
menor é a eficiência do mecanismo de proteção física da MOS, possibilitando maior
disponibilidade de oxigênio para os processos oxidativos de mineralização e,
consequentemente, maior é a perda de MOS. Bayer, Mielniczuk e Martin-Neto
(2000) verificaram que a redução do revolvimento do solo resultou em uma
expressiva diminuição das taxas de perda de matéria orgânica, sendo que a
utilização de plantio direto resultou em redução pela metade da taxa de perda de
matéria orgânica, comparativamente ao preparo convencional de culturas agrícolas.
80

Tabela 16 - Diâmetro médio geométrico (DMG) e diâmetro médio ponderado (DMP)


na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio, nos tratamentos coveamento manual
(CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa
(ER), em Santa Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Posição Média
CM Esc EG ER
DMG (mm)
Época 2*
L 2,64aA** 1,59aA 1,27aA 1,67aA 1,79b
EL 2,43aA 2,61aA 2,53aA 2,22aA 2,45a
Média 2,53a 2,10a 1,90a 1,94a
Época 3
L 2,22aA 2,08aA 1,67aA 1,97aA 1,98a
EL 2,10aA 2,21aA 2,14aA 2,82aA 2,32a
Média 2,16a 2,14a 1,90a 2,40a
Época 4
L 2,53aA 2,47aA 2,12aA 2,61aA 2,43a
EL 2,29aA 2,28aA 2,42aA 2,75aA 2,44a
Média 2,41a 2,37a 2,27a 2,68a
DMP (mm)
Época 2
L 4,16aA 3,35aA 2,80aA 3,19aA 3,38b
EL 3,96aA 4,12aA 4,11aA 3,83aA 4,00a
Média 4,06a 3,74a 3,45a 3,51a
Época 3
L 3,84aA 3,69aA 3,36aA 3,63aA 3,63a
EL 3,82aA 3,96aA 3,75aA 4,45aA 3,99a
Média 3,83ab 3,83ab 3,56b 4,04a
Época 4
L 4,14aA 4,02aA 3,66aA 4,11aA 3,98a
EL 3,82aA 3,90aA 3,97aA 4,25aA 3,98a
Média 3,98a 3,96a 3,82a 4,18a

* Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses após a aplicação dos tratamentos,
respectivamente. Resultados das épocas 2 e 3 foram obtidos por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
81

Tabela 17 - Matéria orgânica do solo (%) na linha (L) e na entrelinha (E) de plantio,
nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais
grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Posição Média
CM Esc EG ER
Época 2*
L 2,04aA 2,04aA 1,82aA 2,32aA 2,06b
EL 2,83aA 2,58aA 2,11aA 2,49aA 2,50a
Média 2,43a 2,31a 1,97b 2,40a
Época 3
L 2,29aA 2,01aA 2,44aA 1,71aA 2,11a
EL 2,31aA 1,71aA 2,72aA 2,04aA 2,19a
Média 2,30a 1,86a 2,58a 1,87a
Época 4
L 2,30aA 2,07aA 2,22aA 2,26aA 2,21a
EL 1,97aA 2,09aA 2,15aA 1,97aA 2,05a
Média 2,13a 2,08a 2,19a 2,11a

* Épocas 2, 3 e 4: três, doze e setenta e dois meses após a aplicação dos tratamentos,
respectivamente. Resultados das épocas 2 e 3 foram obtidos por Prevedello (2008).
** Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

A figura 9 mostra a distribuição dos agregados estáveis em água, nas épocas


1, 2, 3 e 4, nos tratamentos em estudo. Não foi verificada diferença entre os
tratamentos, como consta no apêndice E. A classe de 8,00-4,76 mm apresentou a
maior porcentagem de agregados em todas as épocas, concordando com Rosa
(2010). Somente a classe menor que 0,25 mm apresentou diferença estatística entre
épocas, sendo menor na época 4.
Após a aplicação dos tratamentos (época 2), evidenciou-se uma redução na
porcentagem de agregados de maior tamanho (8,00-4,76 mm) e um aumento na
porcentagem de agregados menores (<0,25 m), em relação a época 1, mas sem
ocorrer diferença estatística. Resultados semelhantes foram encontrados por Rosa
(2010), a qual verificou redução na classe 8,00-4,75 mm 12 meses após o plantio de
Eucalyptus dunnii.
82

A redução da porcentagem de agregados maiores após o preparo do solo


pode ser atribuída ao efeito dos sistemas de preparo do solo sobre os agregados.
Zinn, Lal e Resck (2011) também evidenciaram o efeito do método de preparo do
solo nos agregados, ao encontrar uma redução de cerca de 30% nos agregados
estáveis em água de tamanho entre 2 e 8 mm em Latossolos sob Eucalyptus
camaldulensis Dehnh. de 14 anos, comparando com a floresta nativa. Conforme os
autores, a quebra dos agregados de maior diâmetro foi esperada após o manejo do
solo, em função da sua maior porosidade, baixa tensão à força de desagregação e
numerosos planos de fratura, resultando em aumento nas classes de menor
diâmetro.
Nas épocas 3 e 4 da figura 9 pode-se verificar um aumento da porcentagem
de agregados da classe de 8,00-4,76 mm e uma redução da porcentagem de
agregados da classe < 0,25 mm, sugerindo melhoria na agregação do solo e,
consequentemente, na qualidade edáfica.

<0,25
1,00-0,25
60 2,00-1,00
4,76-2,00
8,00-4,76

a a
50

ab
b
40
Agregados (%)

30

20 a
a a
a a a
ab ab
ab
bc b
10 a a c
a a

1 2 3 4
Épocas

Figura 9 - Porcentagem dos agregados estáveis em água nas épocas 1, 2, 3 e 4 nos


tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade
niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS. Valores seguidos de
mesma letra para cada classe de agregado entre EL e L, não diferem
significativamente pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade de erro. Épocas 1, 2
e 3 foram obtidas por Prevedello (2008).
83

As figuras 10, 11 e 12 mostram a distribuição dos agregados estáveis em


água na linha e na entrelinha, em porcentagem, para os tratamentos em estudo, nas
épocas 2, 3 e 4, respectivamente. Em nenhuma das épocas estudadas ocorreu
diferença estatística entre tratamentos com relação à porcentagem dos agregados
estáveis em água, como consta no apêndice F, G e H para as épocas 2, 3 e 4,
respectivamente. A maior porcentagem de agregados foi observada na classe de
8,00 a 4,76 mm, tanto na linha como na entrelinha de plantio, nas épocas 2, 3 e 4,
entretanto, sem haver diferença estatística.
Na época 2 (Figura 10) ocorreu diferença estatística entre entrelinha e linha
nas classes de 4,76-2,00 mm; 1,00-0,25 mm e na classe <0,25 mm. Na classe de
4,76-2,00 mm foi observado maior porcentagem de agregados na entrelinha. Nas
classes de 1,00-0,25 mm e na classe <0,25 mm ocorreu maior porcentagem de
agregados na linha de plantio. A maior porcentagem de agregados evidenciada nas
menores classes, na linha de plantio, está de acordo com os menores valores de
DMG encontrados nesta posição e confirma o efeito desagregante dos métodos de
preparo do solo.
O efeito dos métodos de preparo do solo foi averiguado apenas na época 2. A
partir da época 3 não foi mais constatada diferença estatística entre posição,
sugerindo que ocorreu reconsolidação do solo.
84

60 60

a CM
a Esc
EG
ER

40 40

Agregados (%)
Agregados (%)

a a
20 20
b
b b
a a

0 0
8,00 - 4,76 4,76 - 2,00 2,00 - 1,00 1,00 - 0,25 < 0,25 8,00 - 4,76 4,76 - 2,00 2,00 - 1,00 1,00 - 0,25 < 0,25
L EL

Figura 10 - Porcentagem dos agregados estáveis em água na linha (L) e entrelinha


(EL) de plantio na época 2, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado
(Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS. Valores seguidos de mesma letra para cada classe de agregado entre EL
e L, não diferem significativamente pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro.

60 a
60

CM
Esc
a EG
ER

40 40
Agregados (%)

Agregados (%)

a
20 a a 20
a
a a
a
a

0 0

8,00 - 4,76 4,76 - 2,00 2,00 - 1,00 1,00 - 0,25 < 0,25 8,00 - 4,76 4,76 - 2,00 2,00 - 1,00 1,00 - 0,25 < 0,25
L EL

Figura 11 - Porcentagem dos agregados estáveis em água na linha (L) e entrelinha


(EL) de plantio na época 3, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado
(Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS. Valores seguidos de mesma letra para cada classe de agregado entre EL
e L, não diferem significativamente pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro.
85

60 60
a CM
a
Esc
EG
ER

40 40

Agregados (%)
Agregados (%)

a
20 20 a
a a

a a
a a

0 0
8,00 - 4,76 4,76 - 2,00 2,00 - 1,00 1,00 - 0,25 < 0,25 8,00 - 4,76 4,76 - 2,00 2,00 - 1,00 1,00 - 0,25 < 0,25
L EL

Figura 12 - Porcentagem dos agregados estáveis em água na linha (L) e entrelinha


(EL) de plantio na época 4, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado
(Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS. Valores seguidos de mesma letra para cada classe de agregado entre EL
e L, não diferem significativamente pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade de
erro.

4.2 Avaliações dendrométricas do Eucalyptus grandis

Na tabela 18 constam os dados de altura, diâmetro a 10 cm de altura da


árvore (d10) e diâmetro à altura do peito (dap) do povoamento de Eucalyptus grandis
em estudo.
Aos três meses após o plantio, o CM e a ER exibiram o menor e o maior valor
de diâmetro a 10 cm de altura (d10), respectivamente. Já aos 6 e 9 meses, apenas o
tratamento ER diferiu dos demais, apresentando maior d 10. Aos 12 meses de idade,
as árvores já possuíam dap, o qual continuou sendo maior no tratamento ER e
menor no CM, entretanto, o CM não diferiu estatisticamente do Esc e do EG.
Da mesma forma que para o dap, aos três meses de idade do povoamento,
os tratamentos com revolvimento do solo (ER, EG e Esc) exibiram maior altura em
relação ao não revolvido (CM). Aos 12 meses, o CM ainda apresentava menor
altura, entretanto, sem diferir estatisticamente do Esc e do EG. Resultado
semelhante foi obtido por Baptista (2008), o qual estudou a influência da
86

subsolagem do solo no crescimento inicial de Eucalyptus saligna, em Arroio dos


Ratos, Rio Grande do Sul. O autor verificou que, aos 7 e aos 11 meses de idade das
plantas, as plantas das parcelas revolvidas pelo subsolador tiveram um crescimento
em altura 45% maior quando comparada as árvores das parcelas do coveamento
mecânico.

Tabela 18 - Diâmetro a 10 cm de altura (d10), diâmetro altura do peito (dap), altura


total (h) e sobrevivência do povoamento de Eucalyptus grandis, nos sistemas de
preparo: coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade
niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS.

Sistemas de preparo do solo


Época (meses)*
CM Esc EG ER
d10 (cm)
3 1,14b** 1,30ab 1,31ab 1,47a
6 2,92b 2,88b 3,03b 3,47a
9 3,26b 3,24b 3,38b 4,00a
dap (cm)
12 1,57b 1,95ab 2,06b 2,69a
74 16,14a 15,93a 15,70a 16,74a
81 17,12a 16,68a 16,42a 17,56a
h (m)
3 0,80b 1,03a 1,01a 1,07a
6 1,83b 1,95b 1,99ab 2,17a
9 1,87b 2,06b 2,04b 2,29a
12 2,40b 2,66b 2,80b 3,58a
74 21,05a 21,73a 21,34a 22,71a
81 21,44a 22,22a 21,55a 22,89a
Sobrevivência (%)
12 61b 88a 89a 91a
74 59b 81a 82a 81a
81 59b 81a 82a 81a

* Épocas: 3, 6, 9 e 12 meses foram obtidas por Prevedello (2008).


**Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste
de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
87

O maior crescimento das árvores em altura e em diâmetro nos tratamentos


com revolvimento do solo pode ser atribuído ao fato de que a mobilização do solo
proporciona melhores condições para o crescimento radicular e elimina a
matocompetição. Gonçalves e Stape (2002) citaram que o preparo do solo causa um
aumento do espaço poroso e a redução da densidade do solo, favorecendo a
movimentação de água e as trocas gasosas no sistema solo-planta-atmosfera, o que
proporciona melhores condições para o estabelecimento e crescimento das plantas.
Além disso, Gonçalves (1995) complementou que o crescimento inicial de florestas
estabelecidas em cultivo mínimo é mais lento do que em cultivo intensivo porque
neste último a incorporação dos resíduos ao solo agiliza a mineralização dos
resíduos, disponibilizando maiores quantidades de nutrientes para as mudas.
Quando os resíduos são deixados no solo, como no CM, a decomposição é mais
lenta e os organismos decompositores podem competir por nutrientes com as
plantas, imobilizando os nutrientes em suas células.
Finger et al. (1996) também encontraram maior crescimento inicial das
árvores em solo revolvido, quando comparado ao não revolvido, estudando o efeito
da subsolagem do solo em Eucalyptus grandis, em Santa Maria, RS. Os autores
constataram que o crescimento apresentado em solo subsolado, quando comparado
com o valor em solo não subsolado, foi superior em mais de 50% quanto ao dap e,
em relação à altura, foi superior em mais de 35% chegando a alcançar 62% na idade
de 24 meses. Gatto et al. (2003) igualmente verificaram que o preparo mais
intensivo do solo contribuiu para o maior crescimento das árvores, pela maior
disponibilização de nutrientes e pela redução das plantas competidoras.
Decorridos 74 e 81 meses após a aplicação dos tratamentos, a altura total
média continuou maior no ER, porém, sem diferença estatística com os demais
tratamentos (Tabela 18). Nestes mesmos períodos de tempo, também não foi
averiguada diferença estatística para dap, concordando com o descrito por
Gonçalves (1995). Apesar de não ocorrer diferença estatística entre tratamentos
para dap, o CM exibiu dap médio maior que o Esc e o EG. Este resultado pode ser
explicado pela redução da competição proporcionada pelo menor número de árvores
remanescentes no CM, que pode ser verificado na distribuição diamétrica da figura
13.
González et al. (2012) também verificaram que os sistemas de manejo por
eles estudados não afetaram o dap em maiores idades (21, 38, 58, 98 e 120 meses
88

após o plantio) de Eucalyptus grandis, em Rivera, Uruguai. Os sistemas de manejo


estudados pelos autores foram: sulcador na linha de plantio e controle mecânico na
entrelinha, sulcador na linha e herbicida na entrelinha, coveamento e uso herbicida
na entrelinha, arado rotovator na linha e herbicida (glifosato) na entrelinha e o
sistema arado rotovator na linha e controle mecânico de plantas daninhas na
entrelinha.
Conforme Gonçalves (2005) o crescimento inicial de florestas de eucalipto
estabelecidas no sistema de cultivo mínimo do solo, geralmente, é mais lento e
heterogêneo do que aqueles observados no sistema de cultivo intensivo do solo. No
entanto, o vigor e a homogeneidade de povoamentos implantados em cultivo mínimo
se restabelecem alguns meses após o plantio, geralmente entre 12 e 24 meses,
dependendo da qualidade do sítio. Sendo que, quanto melhor a qualidade do sítio,
menor é o tempo para homogeneização de crescimento das árvores.
Stape et al. (2002), estudando o efeito de três sistemas de limpeza de terreno,
preparo de solo e fertilização em dois sítios com solos e produtividades distintas na
região de Entre Rios, Bahia, constataram efeito positivo do preparo de solo e da
fertilização no crescimento inicial do eucalipto até os 12 meses de idade. Já
Dedecek et al. (2007) verificaram que o desenvolvimento de acácia-negra em altura
e dap foi mais lento em preparo reduzido até 24 meses após o plantio. Entretanto,
Poynton (1965) verificaram que o desenvolvimento de Eucalyptus saligna aos 6 anos
após o plantio foi diretamente influenciado pela intensidade de revolvimento do solo,
no Norte de Transvaal, na África. A aração e gradagem do solo em toda área
propiciaram crescimento mais vigoroso às árvores do que o sistema de coroa. Nos
sistemas com preparo do solo menos intenso as árvores não eram tão vigorosas e
com tamanhos irregulares.
A sobrevivência das árvores variou de 59 a 91%, sendo menor no CM aos 12
e 74 meses, conforme tabela 17, o que pode ser devido às condições menos
favorecidas ao crescimento inicial no CM. Finger (1996) encontrou alta porcentagem
de sobrevivência em plantios de eucalipto, mas observou que o tratamento com o
solo subsolado teve maior porcentagem de árvores vivas (98,81%) do que o
tratamento sem subsolagem (92,86%). Gatto et al. (2003) também encontrou maior
sobrevivência das árvores à medida que se intensificou o preparo do solo, com
valores que variaram de 71,2 a 88,5%.
89

Na tabela 18 constam os dados referentes à área basal e volume, do


povoamento de Eucalyptus grandis, nos sistemas de preparo do solo CM, Esc, EG e
ER. Aos 12 meses de idade das árvores, a área basal apresentou diferença entre
tratamentos, onde as árvores cultivadas sob o tratamento ER resultaram em maior
crescimento quando comparado com as árvores submetidas ao CM. Aos 74 meses
após a implantação do experimento, não ocorreu diferença estatística entre
tratamentos para área basal por hectare, corroborando com o descrito por
Gonçalves (1995). Dessa forma, o efeito do manejo do solo sobre o crescimento do
eucalipto foi mais pronunciado nos primeiros anos, o que favoreceu o
estabelecimento e desenvolvimento das mudas no estágio inicial de crescimento.
Aos 12 meses, o volume total do povoamento foi 0,64 m³, com uma média de
0,0018 m³ por árvore. O tratamento ER apresentou maior volume total (Vt) médio por
árvore, maior volume total e maior volume total por hectare do que os demais
tratamentos (Tabela 18), resultado do maior crescimento em diâmetro deste
tratamento (Tabela 17). Rodigheri e Pinto (2001) verificaram que os volumes médios
de madeira foram maiores nos tratamentos com preparo do solo, com crescimento
médio de 66,7% superior quando comparado aos tratamentos sem preparo de solo,
estudando o desempenho de Eucalyptus grandis, Eucalyptus citriodora e Eucalyptus
saligna, em Santana do Itararé, no Paraná.
Aos 74 meses não foi verificada diferença estatística entre tratamentos para
volume total e por árvore, corroborando com o reportado por Gonçalves (1995). O
povoamento apresentou um volume médio por árvore de 0,57 m³ e um volume total
de total de 186,14 m³. González et al. (2012) não encontraram diferença estatística
de volume entre diferentes métodos de preparo do solo aos 21, 38 e 58 meses após
o plantio. Porém, averiguaram diferença estatística aos 98 e 120 meses, com menor
volume no tratamento coveamento e herbicida na entrelinha, sendo este explicado
pelos autores por ter número inferior de árvores remanescentes neste tratamento.
Apesar de o CM possuir volume médio por árvore maior do que os
tratamentos Esc e EG (porém sem diferença estatística), o CM obteve menor volume
total, mas sem diferença estatística com os outros tratamentos. Esse resultado pode
ser atribuído ao fato de que no CM ocorreu maior mortalidade de árvores,
proporcionando menor competitividade entre elas pelos fatores do meio, como água,
luz e nutrientes, acarretando em um maior diâmetro médio e, consequentemente,
maior volume médio por árvore. Contudo, a maior mortalidade no CM ocasionou
90

menor volume total para esse tratamento. A figura 11 mostra a distribuição


diamétrica dos tratamentos, onde se pode verificar que o CM exibiu menor número
de árvores classe de diâmetro, porém com diâmetros maiores que os demais
tratamentos aos 74 meses.

Tabela 19 - Área basal média (G) e volume total médio por árvore, volume total,
volume total por hectare, volume comercial médio até a altura com diâmetro com
casca de 8,0 cm (V8) por árvore, V8 total e V8 total por hectare, do povoamento de
Eucalyptus grandis, em Santa Maria, RS.

Época Sistemas de preparo do solo***


Total
(meses)* CM Esc EG ER
G média (m /ha-1)
3

12 0,31c** 0,59b 0,65b 1,09a 0,70


74 23,72a 30,08a 30,76a 32,40a 29,65
3 -1
G (m /ha )
12 0,92 1,78 1,89 3,21 7,80
74 70,99 90,16 90,13 96,52 347,80
Volume médio por árvore (m3)
12 0,0011b 0,0014b 0,0015b 0,0031a 0,0018
74 0,60a 0,55a 0,56a 0,60a 0,57
Volume total (m3)
12 0,07 0,13 0,14 0,30 0,64
74 37,96 47,85 48,29 52,04 186,14
-1
Volume total por hectare (m³ ha )
12 1,07c 1,99bc 2,23b 4,76a 2,66
74 585,86a 738,49a 745,16a 803,03a 718,14
3
V8 médio por árvore (m )
74 0,32a 0,27a 0,28a 0,27a 0,28
V8 total (m3)
74 16,42 20,98 21,07 22,52 81,00
3 -1
V8 total por hectare (m ha )
74 253,43a 323,78a 325,13a 347,60a 312,48a

* Épocas: 3, 6, 9 e 12 meses foram obtidas por Prevedello (2008).


**Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste
de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
***Sistemas de preparo do solo: coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais
grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER).
91

A função de densidade probabilística (fdp) selecionada para avaliar a


distribuição diamétrica das árvores de cada um dos tratamentos foi a SB de Johnson,
de acordo com o ranking da tabela 20. Conforme a tabela 19, para o Tratamento CM
foi utilizada a fdp SB de Johnson calculada com parâmetro de locação ( ) associado
à porcentagem de 5% do valor do diâmetro mínimo. Para os tratamentos Esc, EG e
ER, a fdp foi utilizada a fdp SB de Johnson calculada com parâmetro de locação ( )
associado à porcentagem de 20% do valor do diâmetro mínimo.

Tabela 20 - Resultados do de Kolmogorov-Smirnov para a função de


densidade probabilística SB de Johnson, com parâmetro de locação ( ) associado às
porcentagens de 5%, 20%, 50%, 70% e 90% do valor do diâmetro mínimo.

Kolmogorov-Smirnov ( )
Tratamento
5% do dmín. 20% do dmín. 50% do dmín. 70% do dmín. 90% do dmín.
1 -0,06104* 0,06542 0,07520 -0,08095 0,09012
2 -0,05387 -0,05136* -0,05684 -0,06008 -0,06318
3 -0,05109 -0,04266* 0,05635 0,07013 0,09247
4 -0,02800 0,02794* 0,03645 0,04665 0,05586

Nota: = corresponde ao ponto de maior divergência entre duas frequências cumulativas;


dmín = diâmetro mínimo.
*Menores resultados do do teste de Kolmogorov-Smirnov para cada tratamento.

Tabela 21 - Resultados de e do teste de Kolmogorov-Smirnov, para as


funções de distribuição probabilística Normal e SB de Johnson.

Kolmogorov-Smirnov
Tratamento fdp
Ranking
Normal -0,09397 2°
1 0,1713
SB de Johnson -0,06104 1°
Normal 0,11073 2°
2 0,1458
SB de Johnson -0,05136 1°
Normal -0,07253 2°
3 0,1458
SB de Johnson -0,04266 1°
Normal 0,04740 2°
4 0,1458
SB de Johnson 0,03645 1°

Nota: corresponde ao ponto de maior divergência entre duas frequências cumulativas; é


obtido pela seguinte fórmula: ⁄√ .
92

Tabela 22 - Parâmetros da função de densidade probabilística S B de Johnson


ajustada para o povoamento de Eucalyptus grandis, nos tratamentos coveamento
manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada
rotativa (ER), em Santa Maria RS.

Tratamento
CM 0,15915 29,98479 0,81708 -0,14773
Esc 0,26738 24,35071 0,78266 -0,64382
EG 0,74803 26,92902 0,83990 -0,25282
ER 0,73211 26,73803 1,10122 -0,53400

Nota: = indica locação; = indica escala; e = determinam a forma da distribuição.

CM Esc
400 400
300 300
N/ha

N/ha

200 200
100 100
0 0
2.5
5.5
8.5
11.5
14.5
17.5
20.5
23.5
26.5
29.5

2.5
5.5
8.5
11.5
14.5
17.5
20.5
23.5
26.5
Classes de diâmetro (cm) Classes de diâmetro (cm)

EG ER
400 400
300 300
N/ha

N/ha

200 200
100 100
0 0
2.5
5.5
8.5
11.5
14.5
17.5
20.5
23.5
26.5
29.5

2.5
5.5
8.5
11.5
14.5
17.5
20.5
23.5
26.5

Classes de diâmetro (cm) Classes de diâmetro (cm)

Figura 13 - Frequências observadas e frequências estimadas (Função SB de


Johnson), em número de árvores por hectare, para a distribuição diamétrica de
povoamentos de Eucalyptus grandis com 74 meses de idade, em Santa Maria, RS.
93

Na tabela 22 são apresentadas as estimativas dos coeficientes (bo e b1),


coeficiente de determinação (R2) e erro padrão da estimativa em percentagem
(Syx%) dos modelos testados para descrever a relação hipsométrica de Eucalyptus
grandis. De acordo com os resultados apresentados, o melhor modelo é o modelo 1,
para 12 e 74 meses de idade do povoamento, devido ao maior R2 e menor Syx%.
Na figura 12 pode-se observar a relação hipsométrica aos 12 e 74 meses
após o plantio de Eucalyptus grandis. Aos 12 meses, verificou-se que o tratamento
ER apresentou maior ângulo de inclinação da reta da relação hipsométrica estimada,
demostrando maior altura e maior diâmetro que os demais tratamentos. Este
resultado encontrado para o tratamento ER reflete o efeito benéfico do revolvimento
do solo no crescimento inicial do eucalipto. Os tratamentos Esc, EG e ER tiveram
comportamento semelhante no que diz respeito à relação hipsométrica.
Aos 74 meses de idade do povoamento, o CM apresentou reta menos íngrime
que os demais tratamentos, demonstrando menores diâmetros e alturas. O
tratamento Esc exibiu maior inclinação da reta.

Figura 14 - Relação hipsométrica de Eucalyptus grandis aos 12 meses após o


plantio, em Santa Maria, RS.
94

30

Altura (m)
20

CM (estimado)
CM (observado)
10 Esc (observado)
Esc (estimado)
EG (estimado)
EG (observado)
ER (observado)
ER (estimado)
0
0 10 20 30
Dap (cm)

Figura 15 - Relação hipsométrica de Eucalyptus grandis aos 74 meses após o


plantio, em Santa Maria, RS.

As figuras 13, 14, 15 e 16 mostram a distribuição do sistema radicular do


Eucalyptus grandis nos sistemas de preparo do solo CM, Esc, EG e ER,
respectivamente.
O sistema de preparo do solo teve maior efeito na distribuição do sistema
radicular apenas nas épocas iniciais de desenvolvimento do eucalipto. O tratamento
ER apresentou maior abundância de raízes secundárias e maior volume de solo
explorado por elas, na maioria das repetições. Porém, o tratamento ER apresentou
menor desenvolvimento da raiz principal quando comparado com os tratamentos
Esc e EG. A menor densidade do solo, maior macroporosidade e porosidade total,
além da menor densidade do solo do tratamento ER podem ter influenciado para a
melhor distribuição das raízes no perfil analisado, comparando com o tratamento
sem revolvimento do solo.
Lima et al. (2006) avaliaram o desenvolvimento de plantas de Eucalyptus
grandis e Eucalyptus urograndis em solo compactado nas densidades de 1,20; 1,40
e 1,60 kg dm-3, geradas mecanicamente e verificaram que com o aumento da
densidade do solo ocorreu redução no elongamento da raiz principal. Conforme os
95

autores, possivelmente a redução da expansão do sistema radicular ocorreu devido


aa baixa difusão de oxigênio, em razão do aumento na densidade do solo. Quando a
concentração de O2 é muito baixa, pode ocorrer redução na pressão de turgescência
da célula, ou mesmo maior resistência da parede celular ao elongamento.
Suiter Filho et al. (1980) avaliaram a influência da subsolagem no preparo
do solo destinado ao reflorestamento, em áreas com camadas de impedimento
e consequentes problemas de drenagem e desenvolvimento das raízes pivotantes
das árvores. Para a realização do estudo foram utilizados os seguintes tratamentos:
subsolagem a cada 3 metros e grade rome, Subsolagem a cada 3 metros e grade
bedding, subsolagem de metro em metro e grade bedding e aração e gradagem. Os
autores verificaram que arquitetura do sistema radicular foi mais desenvolvida no
preparo com subsolagem no solo compactado e o volume de madeira foi maior.
Collares (2008) estudou a distribuição do sistema radicular de feijoeiro, em
um Latossolo Vermelho, nos seguintes métodos de preparo do solo: plantio direto,
plantio direto com compactação adicional e escarificação. O autor constatou que no
plantio direto com compactação adicional as raízes se concentraram na
profundidade de 0,10 m, indicando que a alta resistência à penetração limitou o
crescimento radicular a partir dessa profundidade. No plantio direto e no
escarificado, as raízes cresceram até a profundidade de 0,30 m e, visualmente, não
ocorreu diferença de crescimento entre estes tratamentos.
Aos 74 meses de idade do eucalipto, não foi possível encontrar a raiz
principal 2 do CM, 2 do Esc e 1 da ER. Em todos os tratamentos pôde ser verificado
um bom desenvolvimento da raiz principal e das raízes secundárias. Não foi
verificado desvio da raiz principal e foi observado um bom volume de solo explorado
pelas raízes secundárias.
96

Coveamento manual (CM)


08 meses

Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3


74 meses

Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3

Figura 16 - Distribuição do sistema radicular de Eucalyptus grandis no perfil


(0,60x1,00 m), no tratamento plantio direto aos 12 e 74 meses, em Santa Maria, RS.
Cada quadricula tem lado de 5 cm.

Escarificado (Esc)
08 meses

Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3


74 meses

Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3

Figura 17 - Distribuição do sistema radicular de Eucalyptus grandis no perfil


(0,60x1,00 m), no tratamento escarificado aos 12 e 74 meses, em Santa Maria, RS.
Cada quadricula tem lado de 5 cm.
97

Escarificado mais grade niveladora (EG)


08 meses

Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3


74 meses

Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3

Figura 18 - Distribuição do sistema radicular de Eucalyptus grandis no perfil


(0,60x1,00 m), no tratamento escarificado mais grade niveladora aos 12 e 74 meses,
em Santa Maria, RS. Cada quadricula tem lado de 5 cm.

Enxada rotativa (ER)


08 meses

Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3


74 meses

Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3


Figura 19 - Distribuição do sistema radicular de Eucalyptus grandis no perfil
(0,60x1,00 m), no tratamento enxada rotativa aos 12 e 74 meses, em Santa Maria,
RS. Cada quadricula tem lado de 5 cm.
CONCLUSÕES

De acordo com os resultados do presente estudo, pode-se inferir que os


efeitos dos sistemas de preparo nas propriedades físicas do solo foram mais
pronunciados na camada superficial do solo, a qual apresentou maiores alterações
com o tempo.
Após a aplicação dos tratamentos foi averiguada melhoria nas propriedades
físicas do solo para o crescimento inicial do eucalipto, devido à redução da
densidade e resistência à penetração do solo e aumento da macroporosidade e
porosidade total do solo. Entretanto, doze meses da aplicação dos tratamentos, não
foi mais verificada diferença estatística entre tratamentos para densidade do solo,
macroporosidade, microporosidade e porosidade total do solo, o que sugere
reconsolidação das partículas do solo.
As diferenças entre as propriedades física do solo na entrelinha e linha de
plantio ocorreram nas épocas iniciais da implantação do experimento, e refletiram o
efeito do método de preparo na linha de plantio. Setenta e dois meses após a
aplicação dos tratamentos, as diferenças entre as propriedades físicas do solo na
linha e na entrelinha deixaram de existir.
Ao longo dos anos ocorreu melhoria na qualidade física do Argissolo
Vermelho-Amarelo, evidenciada pela redução da densidade do solo, aumento da
porosidade total e macroporosidade, assim como pelo aumento do diâmetro médio
geométrico dos agregados. A melhoria da qualidade do solo repercutiu em melhores
condições para o crescimento e desenvolvimento das árvores em altura, diâmetro,
área basal e volume.
Os efeitos do preparo do solo foram reduzidos após 12 meses da implantação
do experimento, demonstrando sua capacidade em restabelecer a estrutura e a
agregação. Verificou-se também que a intensificação do preparo do solo diminuiu a
estabilidade estrutural de agregados estáveis em água, por reduzir a porcentagem
de agregados na classe de maior diâmetro (4,76-8,00mm). O teor de matéria
orgânica não afeta o diâmetro médio geométrico, o diâmetro médio ponderado e a
distribuição do tamanho dos agregados estáveis em água.
O efeito dos métodos de preparo do solo no crescimento do Eucalyptus
grandis ocorreu apenas nas épocas iniciais do crescimento das árvores, resultando
99

em maior crescimento árvores no solo revolvido. Com o passar do tempo, o


crescimento tornou-se homogêneo entre os tratamentos.
100

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111

APÊNDICES

Apêndice A - Valores de F e coeficiente de variação (CV (%)) para densidade


(ds), macroporosidade (Mac), microporosidade (Mic) e porosidade total (Pt) do
solo, nas épocas 1, 2, 3 e 4, para os manejos do solo: covemanto manual,
escarificado, escarificado mais grade niveladora e enxada rotativa, em Santa
Maria, RS.

Fonte de variação Ds (Mg m3) Mac (m3 m-3) Mic (m3 m-3) Pt (m3 m-3)
Profundidade de 0,00-0,10 m
Bloco 0,18 ns 1,02 ns 3,60* 0,90 ns
Método 11,89* 5,76* 1,35 7,49*
Bloco*Método 0,65 ns 2,24 ns 2,91* 1,40 ns
Época 24,05* 15,30* 14,24* 7,21*
ns ns ns
Método*Época 1,85 1,71 0,66 2,57*
CV (%) 5,14 24,16 11,90 7,70
Profundidade de 0,10-0,20 m
Bloco 1,08 ns 2,22 ns 0,45 ns 2,47 ns
Método 3,32* 3,10* 2,42 ns 3,30*
ns ns ns
Bloco*Método 0,44 0,29 0,65 0,32 ns
Época 3,63* 2,08 ns 7,51* 0,69 ns
Método*Época 0,66 ns 0,76 ns 0,67 ns 0,69 ns
CV (%) 7,90 44,65 7,04 13,01
Profundidade de 0,20-0,30 m
Bloco 1,70 ns 0,94 ns 1,68 ns 0,71 ns
Método 2,02 ns 2,11 ns 3,71* 2,39 ns
Bloco*Método 0,29 ns 0,20 ns 1,66 ns 0,13 ns
Época 1,60 ns 2,16 ns 8,46* 1,01 ns
Método*Época 0,96 ns 1,02 ns 1,25 ns 1,02 ns
CV (%) 5,79 42,27 4,73 13,61
Profundidade de 0,30-0,40 m
Bloco 4,40* 2,94 ns 0,28 ns 2,67 ns
Método 4,50* 2,05 ns 2,52 ns 3,09*
Bloco*Método 2,07 ns 0,75 ns 1,92 ns 1,75 ns
Época 3,02* 4,68* 1,31 ns 2,87 ns
Método*Época 1,39 ns 1,36 ns 1,21 ns 0,89 ns
CV (%) 4,30 37,94 8,00 10,86
* Épocas 1, 2, 3 e 4: antes da aplicação dos tratamentos, três, doze e setenta e dois meses após a
aplicação dos tratamentos, respectivamente. Épocas 1, 2 e 3 foram obtidos por Prevedello (2008).
ns
Nota: = não significativo. *Significativo a 5% de probabilidade de erro.
112

Apêndice B - Valores de F e coeficiente de variação (CV (%)) para densidade


(ds), macroporosidade (Mac), microporosidade (Mic) e porosidade total (Pt) do
solo, na linha e entrelinha, para os manejos do solo: covemanto manual,
escarificado, escarificado mais grade niveladora e enxada rotativa, na época 2,
em Santa Maria, RS.

Fonte de variação Ds (Mg m3) Mac (m3 m-3) Mic (m3 m-3) Pt (m3 m-3)
Profundidade de 0,00-0,10 m
Bloco 1,36 ns 0,09 ns 0,02 ns 0,26 ns
Método 2,91 ns 7,23* 1,84 ns 8,45*
Bloco*Método 0,26 ns 1,92 ns 1,27 ns 1,69 ns
Posição 3,12 ns 12,82 ns 10,31* 6,52*
ns ns ns
Método*Posição 2,40 2,40 1,14 3,76 ns
CV (%) 6,89 26,12 9,78 6,84
Profundidade de 0,10-0,20 m
Bloco 1,51 ns 0,43 ns 0,66 ns 0,33 ns
Método 2,38 ns 1,95 ns 2,18 ns 1,99 ns
Bloco*Método 1,00 ns 0,26 ns 1,13 ns 0,38 ns
Posição 12,07* 3,28 ns 1,09 ns 3,58 ns
Método*Posição 3,76 ns 2,02 ns 2,45 ns 1,77 ns
CV (%) 6,04 47,65 5,19 13,55
Profundidade de 0,20-0,30 m
Bloco 2,06 ns 1,77 ns 0,18 ns 2,50 ns
Método 3,95 ns 4,92* 0,51 ns 6,65*
ns ns ns
Bloco*Método 0,40 0,47 1,31 0,63 ns
Posição 10,27* 12,69* 0,77 ns 16,72*
Método*Posição 3,05 ns 3,32 ns 0,40 ns 4,37 ns
CV (%) 4,28 32,87 4,91 8,96
Profundidade de 0,30-0,40 m
Bloco 0,31 ns 0,40 ns 0,63 ns 0,26 ns
Método 2,48 ns 3,21 ns 3,28 ns 1,98 ns
Bloco*Método 1,80 ns 2,05 ns 1,59 ns 1,69 ns
Posição 2,35 ns 2,85 ns 0,15 ns 1,90 ns
Método*Posição 4,15* 3,24 ns 0,84 ns 2,87 ns
CV (%) 4,27 32,42 5,08 10,50

ns
Nota: = não significativo. *Significativo a 5% de probabilidade de erro.
113

Apêndice C - Valores de F e coeficiente de variação (CV (%)) para densidade


(ds), macroporosidade (Mac), microporosidade (Mic) e porosidade total (Pt) do
solo, na linha e entrelinha, para os manejos do solo: covemanto manual,
escarificado, escarificado mais grade niveladora e enxada rotativa, na época 3,
em Santa Maria, RS.

Fonte de variação Ds (Mg m3) Mac (m3 m-3) Mic (m3 m-3) Pt (m3 m-3)
Profundidade de 0,00-0,10 m
Bloco 0,81 ns 1,38 ns 3,49 ns 0,32 ns
Método 0,83 ns 0,31 ns 0,39 ns 0,70 ns
Bloco*Método 0,76 ns 1,74 ns 2,28 ns 0,54 ns
Posição 52,45* 37,84* 1,59 ns 48,85*
ns ns ns
Método*Posição 2,70 0,45 0,30 1,90 ns
CV (%) 5,33 33,57 13,74 8,61
Profundidade de 0,10-0,20 m
Bloco 1,40 ns 2,80 ns 5,82* 2,06 ns
Método 0,63 ns 0,62 ns 2,07 ns 0,87 ns
Bloco*Método 0,16 ns 0,13 ns 1,67 ns 0,19 ns
Posição 1,98 ns 1,01 ns 0,14 ns 1,22 ns
Método*Posição 0,10 ns 0,12 ns 0,44 ns 0,07 ns
CV (%) 8,99 72,01 5,07 16,35
Profundidade de 0,20-0,30 m
Bloco 2,54ns 4,04 ns 8,36* 3,14 ns
Método 0,27ns 1,49 ns 11,15* 2,01 ns
Bloco*Método 0,50ns 0,44 ns 3,12 ns 0,58 ns
Posição 7,00* 7,20* 15,31* 5,25*
Método*Posição 0,62ns 0,38 ns 1,96 ns 0,45 ns
CV (%) 5,02 49,70 2,36 10,89
Profundidade de 0,30-0,40 m
Bloco 3,72 ns 8,31* 2,83 ns 10,34*
Método 1,03 ns 2,89 ns 6,75* 3,36 ns
Bloco*Método 1,44 ns 1,30 ns 2,46 ns 1,99 ns
Posição 3,91 ns 3,17 ns 0,00 ns 5,34*
ns ns ns
Método*Posição 0,75 0,59 1,21 0,46 ns
CV (%) 3,02 38,25 2,93 5,55

ns
Nota: = não significativo. *Significativo a 5% de probabilidade de erro.
114

Apêndice D - Valores de F e coeficiente de variação (CV (%)) para densidade


(ds), macroporosidade (Mac), microporosidade (Mic) e porosidade total (Pt) do
solo, na linha e entrelinha, para os manejos do solo: covemanto manual,
escarificado, escarificado mais grade niveladora e enxada rotativa, na época 4,
em Santa Maria, RS.

Fonte de variação Ds (Mg m3) Mac (m3 m-3) Mic (m3 m-3) Pt (m3 m-3)
Profundidade de 0,00-0,10 m
Bloco 0,02ns 3,12 ns 2,66 ns 4,45*
ns ns ns
Método 1,94 2,89 3,51 3,09 ns
Bloco*Método 1,50 ns 3,48 ns 1,60 ns 2,65 ns
Posição 2,58 ns 7,50* 0,91 ns 3,92 ns
Método*Posição 2,20 ns 3,87 ns 2,09 ns 3,68 ns
CV (%) 5,64 10,14 4,57 5,90
Profundidade de 0,10-0,20 m
Bloco 0,39 ns 1,17 ns 0,55 ns 2,15 ns
Método 0,57 ns 1,88 ns 1,94 ns 1,76 ns
Bloco*Método 1,20 ns 0,81 ns 2,62 ns 1,30 ns
Posição 4,40 ns 3,91 ns 0,11 ns 4,74 ns
Método*Posição 3,25 ns 1,09 ns 0,66 ns 0,98 ns
CV (%) 4,26 19,61 5,94 6,53
Profundidade de 0,20-0,30 m
Bloco 0,64 ns 0,79 ns 2,20 ns 0,18 ns
Método 0,27 ns 0,38 ns 0,19 ns 0,03 ns
Bloco*Método 1,11 ns 1,81 ns 0,52 ns 0,44 ns
Posição 0,15 ns 2,55 ns 8,59* 0,67 ns
Método*Posição 0,37 ns 0,14 ns 0,21 ns 0,06 ns
CV (%) 5,71 29,25 15,75 17,23
Profundidade de 0,30-0,40 m
Bloco 1,85 ns 6,26* 1,39 ns 0,91 ns
Método 0,22 ns 0,38 ns 1,52 ns 0,38 ns
Bloco*Método 0,68 ns 0,87 ns 0,66 ns 0,38 ns
Posição 1,31 ns 1,60 ns 0,12 ns 0,14 ns
Método*Posição 1,57 ns 0,65 ns 1,64 ns 0,57 ns
CV (%) 4,22 22,43 14,67 15,07
115

Apêndice E – Classes de agregados na época 1, 2, 3 e 4, nos tratamentos


coveamento manual (CM), escarificado (Esc), escarificado mais grade
niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Época* Média
CM Esc EG ER
Classe de 8,00-4,76 mm
1 45,18aA 51,54aA 49,00aA 53,80aA 49,88a
2 53,80aA 40,55aA 31,29aA 36,34aA 40,49b
3 46,73aA 45,12aA 39,76aA 44,01aA 43,91ab
4 53,38aA 50,32aA 44,20aA 52,32aA 50,06a
Média 49,77a 46,88a 41,06a 46,62a
Classe de 4,75-2,00 mm
1 18,61aA 19,18aA 20,02aA 16,10aA 18,48a
2 16,31aA 15,77aA 16,23aA 17,11aA 16,35a
3 18,82aA 17,60aA 16,53aA 17,40aA 17,59a
4 15,73aA 17,57aA 17,22aA 16,37aA 16,72a
Média 17,37a 17,53a 17,50a 16,75a
Classe de 2,00-1,00 mm
1 9,36aA 8,20aA 9,05aA 7,48aA 8,52a
2 7,09aA 8,03aA 9,14aA 10,46aA 8,68a
3 8,62aA 8,45aA 9,74aA 9,09aA 8,98a
4 7,54aA 7,83aA 8,50aA 7,38aA 7,81a
Média 8,15a 8,13a 9,11a 8,61a
Classe de 1,00-0,25 mm
1 13,09aA 9,45aA 12,32aA 10,28aA 11,28b
2 10,20aA 14,56aA 14,97aA 19,46aA 14,80ab
3 12,26aA 12,76aA 16,42aA 14,27aA 13,93ab
4 13,36aA 13,91aA 20,40aA 15,83aA 15,88a
Média 12,23a 12,67a 16,03a 14,96a
Classe < 0,25 mm
1 13,75 11,63 9,61 12,33 11,83bc
2 12,60 21,09 28,37 16,64 19,67a
3 13,56 16,07 17,55 15,22 15,60ab
4 9,98 10,37 9,68 8,10 9,53c
Média 12,47a 14,79a 16,30a 13,07a

* Épocas 1, 2 e 3 foram obtidas por Prevedello (2008).


** Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
116

Apêndice F – Classes de agregados na época 2, na linha (L) e na entrelinha (E)


de plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc),
escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Posição Média
CM Esc EG ER
Classe de 8,00-4,76 mm
L 53,80aA 40,55aA 31,29aA 36,34aA 40,49a
EL 48,73aA 51,01aA 51,20aA 46,62aA 49,39a
Média 51,26a 45,78a 41,24a 41,48a
Classe de 4,75-2,00 mm
L 16,31aA 15,77aA 16,23aA 17,11aA 16,35b
EL 18,61aA 19,56aA 19,06aA 19,04aA 19,07a
Média 17,46a 17,67a 17,65a 18,07a
Classe de 2,00-1,00 mm
L 7,09aA 8,03aA 9,14aA 10,46aA 8,68a
EL 9,32aA 9,15aA 7,95aA 7,97aA 8,60a
Média 8,21a 8,59a 8,55a 9,21a
Classe de 1,00-0,25 mm
L 10,20aA 14,56aA 14,97aA 19,46aA 14,80a
EL 11,46aA 9,45aA 10,58aA 12,57aA 11,02b
Média 10,83a 12,01a 12,78a 16,01a
Classe < 0,25 mm
L 12,60aA 21,09aA 28,37aA 16,64aA 19,67a
EL 11,88aA 10,82aA 11,21aA 13,80aA 11,93b
Média 12,24a 15,96a 19,79a 15,22a

* Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
117

Apêndice G – Classes de agregados na época 3, na linha (L) e na entrelinha (E)


de plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc),
escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Posição Média
CM Esc EG ER
Classe de 8,00-4,76 mm
L 46,73aA 45,12aA 39,76aA 44,01aA 43,91a
EL 47,64aA 50,77aA 46,39aA 59,00aA 50,95a
Média 47,19a 47,95a 43,07a 51,50a
Classe de 4,75-2,00 mm
L 18,82aA 17,60aA 16,53aA 17,40aA 17,59a
EL 16,48aA 15,73aA 16,83aA 15,49aA 16,13a
Média 17,65a 16,66a 16,68a 16,45a
Classe de 2,00-1,00 mm
L 8,62aA 8,45aA 9,74aA 9,09aA 8,98a
EL 8,50aA 7,01aA 8,39aA 6,07aA 7,50a
Média 8,56a 7,73a 9,07a 7,58a
Classe de 1,00-0,25 mm
L 12,26aA 12,76aA 16,42aA 14,27aA 13,93a
EL 13,02aA 11,35aA 14,10aA 9,21aA 11,92a
Média 12,64a 12,06a 15,26a 11,74a
Classe < 0,25 mm
L 13,56aA 16,07aA 17,55aA 15,22aA 15,60a
EL 14,36aA 15,13aA 14,29aA 10,22aA 13,50a
Média 13,96a 15,60a 15,92a 12,72a

* Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
118

Apêndice H – Classes de agregados na época 4, na linha (L) e na entrelinha (E)


de plantio, nos tratamentos coveamento manual (CM), escarificado (Esc),
escarificado mais grade niveladora (EG) e enxada rotativa (ER), em Santa
Maria, RS.

Sistema de preparo do solo


Posição Média
CM Esc EG ER
Classe de 8,00-4,76 mm
L 53,38aA* 50,32aA 44,20aA 52,32aA 50,06a
EL 46,94aA 49,41aA 50,30aA 55,34aA 50,50a
Média 50,16a 49,86a 47,25a 53,83a
Classe de 4,75-2,00 mm
L 15,73aA 17,57aA 17,22aA 16,37aA 16,72a
EL 16,72aA 14,90aA 15,59aA 15,85aA 15,76a
Média 16,22a 16,23a 16,40a 16,11a
Classe de 2,00-1,00 mm
L 7,54aA 7,83aA 8,50aA 7,38aA 7,81a
EL 9,27aA 8,68aA 7,64aA 6,22aA 7,95a
Média 8,40a 8,26a 8,07a 6,80a
Classe de 1,00-0,25 mm
L 13,36aA 13,91aA 20,40aA 15,83aA 15,88a
EL 17,54aA 16,61aA 17,79aA 13,86aA 16,45a
Média 15,45a 15,26a 19,09a 14,84a
Classe < 0,25 mm
L 9,98aA 10,37aA 9,68aA 8,10aA 9,53a
EL 9,54aA 10,40aA 8,68aA 8,73aA 9,34a
Média 9,76a 10,39a 9,18a 8,41a
* Médias seguidas de letras iguais, sendo maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
119

Apêndice I – Distribuição do sistema radicular pelo método do perfil descrito


por Böhm (1976) aos 74 meses de idade do povoamento

CM – repetição 1 CM – repetição 2 CM – repetição 3

Esc – repetição 1 Esc – repetição 2 Esc – repetição 3

EG – repetição 1 EG – repetição 2 EG – repetição 3

ER – repetição 1 ER – repetição 2 ER – repetição 3

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