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GABARITO DAS

AUTOATIVIDADES

MECÂNICA DOS FLUIDOS

Prof. Giovani Renato Zonta


2019
MECÂNICA DOS FLUIDOS

UNIDADE 1

TÓPICO 1

1 A massa específica (densidade) de um óleo hidráulico usado em


uma prensa é 53,1 lbm/ft³ a 68°F. A sua viscosidade dinâmica na
mesma temperatura é 32,8 lbm/ft·h. Calcule as seguintes proprie-
dades do óleo nas unidades entre parênteses:

a) massa específica (kg/m³)


b) viscosidade dinâmica (Pa·s e cP) e viscosidade cinemática (m²/s e cSt)
c) Compare as propriedades físicas do óleo com as da água a 20°C (ρ =
998,2 kg/m³ e μ = 1 cP). O óleo é mais denso que a água? O óleo é mais
viscoso que a água?

Adote: 1 lbm = 0,4536kg 1 ft = 0,3048m

R.:
a)

b)

Como 1 Pa·s = 10 P, então:

Como :

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Sendo 1 St = 1 cm²/s, então:

c) O óleo é menos denso do que a água

O óleo é mais viscoso do que a água

2 Uma placa plana quadrada com 5 m de lado e massa de 2 kg desliza


sobre uma fina película de óleo em um plano inclinado com ângulo de
30°. A velocidade da placa é de 2 m/s e constante. Qual a viscosidade
dinâmica (μ) de óleo se a espessura da película é 2 mm? Considere
g=10m/s².

FONTE: Brunetti (2008, p. 12)

R.: Com a aplicação da lei de Newton da viscosidade e considerando o perfil


de velocidade do fluido linear, pois a espessura da camada do fluido é muito
pequena.

Cálculo da tensão de cisalhamento:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

a)

Perfil de velocidade linear Perfil de velocidade não linear

FONTE: O autor

R.: Com a aplicação da lei de Newton da viscosidade:

a) Viscosidade dinâmica:

Peso do corpo:

Cálculo da espessura de fluido:

Balanço de forças:

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b) Viscosidade dinâmica:

Peso do corpo:

Cálculo da espessura de fluido:

Balanço de forças:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

c) Cálculo do erro percentual:

Como o erro percentual entre as duas metodologias empregadas foi maior que
o erro percentual máximo estabelecido pelo laboratório (1,68% > 0,5%), no
caso a simplificação da lei de Newton da viscosidade não pode ser adotada.

4 Um pistão com peso de 93,41 N escorrega por dentro de um tubo


lubrificado. As dimensões do pistão estão ilustradas a seguir. A folga
entre o pistão e o tubo é de 0,0254 mm e é preenchida por um lubri-
ficante. A partir da velocidade máxima de 6,4m/s, o pistão começa a
desacelerar a 0,64008 m/s². Calcule a viscosidade do lubrificante.

FONTE: Adaptado de Brunetti (2008)

R.: Com a aplicação da lei de Newton da viscosidade e considerando o perfil


de velocidade do fluido linear, pois a espessura da camada do fluido é muito
pequena. No problema, o movimento é uniformemente variado, pois o pistão
desacelera a partir da sua velocidade terminal máxima.

Cálculo da massa do pistão:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Balanço de forças:

TÓPICO 2

1 Um mancal acoplado a um eixo de acionamento está lubrificado com


um óleo de viscosidade igual a 0,1 Pa·s a 25ºC, que é a temperatura
do sistema quando iniciada a operação (start-up). Após o sistema de
acionamento atingir o regime permanente de operação, a temperatura
do lubrificante se eleva para 80ºC, o que reduz a viscosidade do óleo
lubrificante para 0,008 Pa·s. Considere o comprimento do mancal
igual a 30 cm, o diâmetro do eixo de acionamento igual a 8 cm, a folga
média entre o eixo e o mancal é de 0,8 mm e a velocidade angular do
eixo igual a 500 rpm. Determine:

a) O torque necessário para o eixo de acionamento vencer o atrito com o


lubrificante na condição de start-up e durante o regime permanente
de operação.

b) A potência de eixo necessária para o eixo de acionamento vencer o


atrito com o lubrificante na condição de start-up e durante o regime
permanente de operação.

c) Qual o percentual de economia de energia quando o sistema atinge


o regime permanente de operação devido à redução da viscosidade
do lubrificante em função do aumento da temperatura?

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

FONTE: Adaptado de Çengel e Cimbala (2007)

R.:

a) Condição de partida:

Condição em regime permanente:

b) Condição de partida:

Condição em regime permanente:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

c) Cálculo da redução de energia necessária para o trabalho de eixo:

41,36 W ----- 100%


3,3 W ----- x %
X ≈ 8%
Portanto, a redução de energia e potência necessária é de 92%.

2 Uma esteira para transporte de finos minérios tem largura de 60 cm


e se movimenta parcialmente em contato com uma lâmina de água,
conforme as figuras a seguir. Calcule a potência mínima necessária
que deve ser aplicada para acionar a esteira e vencer a resistência
da lâmina de água. Considere que a viscosidade dinâmica da água é
1,31x10-3 kg/ms; o comprimento da correia é 4 m; a espessura da
lâmina de água é de 2 mm e a velocidade da correia é de 10 m/s.
Adote 1hp = 746W.

DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DA ESTEIRA

FONTE: Adaptado de Bistafa (2016)

VISTA DA LARGURA DA ESTEIRA

FONTE: Adaptado de: <https://www.mfrural.com.br/detalhe/esteira-transpor-


tadora-de-minerio-e-etc-204562.aspx>. Acesso em: 31 jul. 2018.
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MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.:

3 Um bloco desliza para baixo em um plano inclinado sobre uma fina


película de óleo lubrificante, conforme ilustrado na figura a seguir.
Considerando um perfil de velocidade linear no filme de fluido, res-
ponda o solicitado com auxílio da Tabela 1 e da Lei de Newton da
viscosidade.

a) Deduza uma equação que permita calcular a velocidade de escorre-


gamento do bloco. Considere aceleração do bloco igual a zero.
b) Determine a velocidade de escorregamento do bloco se a massa dele
é de 6 kg, a sua superfície de contato com o óleo é de 35 cm², o ân-
gulo θ é de 15º e o óleo (SAE 30) tem uma espessura de película de
1mm a uma temperatura de 20ºC.

VISCOSIDADE DO ÓLEO SAE 30 A DIFERENTES TEMPERATURAS

FONTE: White (2011, p. 47)

FONTE: White (2011, p. 47)

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.:

a) Pela definição da lei de Newton da viscosidade para perfis de velocidade


lineares:

A tensão de cisalhamento é definida por:

Substituindo (**) em (*):

Para cálculo da força tangencial do bloco sobre o fluido em um plano inclinado:

Assim:

b) Com a aplicação dos dados do problema na equação deduzida:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

TÓPICO 3

1 A diferença de pressão manométrica entre uma tubulação escoando


óleo e outra tubulação escoando água é determinada pelo manômetro
de duplo fluido ilustrado a seguir. Para os dados fluidos e alturas de
coluna especificadas, calcule a diferença de pressão entre o tubo B
e o tubo A (ΔP = PB - PA). Assuma g = 10m/s².

FONTE: Adaptado de Çengel e Cimbala (2007)

R.:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

2 Transdutores de pressão são normalmente usados para medir a pres-


são gerando sinais elétricos que, em geral, encontram-se na faixa de
4 mA a 20 mA, em resposta à pressão aplicada. O sistema cujo esque-
ma é ilustrado a seguir pode ser usado para calibrar transdutores de
pressão. Um recipiente rígido é preenchido com ar pressurizado e a
pressão é medida pelo manômetro de tubo em “U” a ele conectado.
Uma válvula é usada para regular a pressão do recipiente. Tanto a
pressão quanto o sinal elétrico são medidos simultaneamente para
diversas condições e os resultados são tabelados. Para o conjunto de
medições fornecido na tabela a seguir, responda:

a) Obtenha a equação da curva de calibração na forma de P = aI ± b,


onde a e b são constantes, P é a pressão em Pa e I a intensidade da
corrente elétrica, em mA.
b) Calcule a pressão, em Pascal e em bar, que corresponde a um sinal
de 13 mA, indicando a altura da coluna de mercúrio atingida nessa
pressão.

DADOS OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE PARA OBTENÇÃO DA CURVA DE


CALIBRAÇÃO DO TRANSDUTOR DE PRESSÃO
h (cmHg) i (mA)
2,8 4,21
18,15 5,78
29,78 6,97
41,31 8,15
76,59 11,76
102,7 14,43
114,9 15,68
136,2 17,86
145,8 18,84
153,6 19,64

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

DISPOSITIVO EXPERIMENTAL PARA CALIBRAÇÃO DO TRANSDUTOR DE


PRESSÃO

FONTE: Adaptado de Çengel e Cimbala (2007)

R.:

a) Para determinar a curva de calibração, é necessário efetuar uma interpo-


lação linear simples dos dados experimentais relativos à altura de coluna de
mercúrio no manômetro e sinal de corrente elétrica no multímetro:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

A pressão manométrica é , então:

b) Para um sinal de corrente elétrica de 13 mA:

3 Um tanque foi completamente cheio com tetracloreto de carbono.


Após isso ele foi fechado no topo, eliminando o contato da superfície
livre com o ar atmosférico. A válvula B foi então aberta, permitindo
que o nível de líquido no tanque reduzisse lentamente, conforme
ilustrado a seguir. Com base nesta situação, responda:

a) Se a válvula B for fechada, criando um espaço de vácuo no topo do


tanque (ponto A), determine a pressão do líquido sobre a válvula
quando h=7,62m.
b) Determine em que nível “h” o tetracloreto deixará de sair do tan-
que se a válvula B permanecer aberta. Considere a Patmosférica igual a
101325Pa.
c) Se o tanque for cilíndrico com diâmetro de 2,1m determine o volume
de tetracloreto, em litros, que sai do tanque entre as condições pro-
postas nas letras “a” e “b”.
d) Por que o tetracloreto não reduz o nível abaixo do valor de “h” calcu-
lado no item “b”?

Dados: ρtetracloreto de carbono = 1600kg/m³

πD 2
Vcilindro = h
4

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

FONTE: Hibbeler (2016, p. 94)

R.:

a)

b) Para o líquido parar de sair do reservatório, a pressão manométrica da colu-


na de líquido deve se igualar com a pressão atmosférica externa. Assim:

c) Cálculo da variação de altura de coluna do líquido durante a descarga

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Cálculo do volume de líquido descarregado do tanque:

d) Porque o volume de controle (líquido no reservatório) atinge um equilíbrio


estático entre a pressão atmosférica, exercida no ponto “B” aberto, e a pres-
são manométrica referente a coluna de líquido. Desta forma, o escoamento de
descarga do tanque é interrompido.

4 Calcule a diferença de pressão entre os pontos “A” e “B” no manô-


metro diferencial ilustrado pela figura a seguir. A densidade relativa
dos fluidos está indicada entre parênteses.

FONTE: Adaptado de Potter, Wiggert e Ramadan (2014)

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.: Considere a densidade da água igual a 1000 kg/m³ e g=9,81 m/s².

5 O tanque de um automóvel tem o nível de combustível registrado


através de uma relação proporcional com a pressão manométrica no
fundo do tanque. Esta pressão é medida através de um sensor insta-
lado, conforme ilustrado a seguir. Neste caso, como o tanque é aber-
to à pressão atmosférica por uma ventosa, o espaço remanescente
no topo do tanque é preenchido com ar quando ele não está comple-
tamente cheio de combustível. A altura total do tanque é de 32 cm.
Se o tanque está contaminado no fundo com uma coluna de água
de 3 cm, proveniente de combustível adulterado, qual a altura, em
centímetros, da coluna de ar no topo do tanque quando o marcador
do painel do carro indica “tanque cheio”? Adote ρcombustível = 667kg/m³;
ρar = 1,18kg/m³.

FONTE: Adaptado de Potter, Wiggert e Ramadan (2014)

R.: Cálculo da pressão manométrica no fundo do tanque quando estiver com-


pletamente cheio de combustível.

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Considerando o tanque contaminado com uma coluna de água, que é um flui-


do mais denso do que o combustível, a pressão manométrica no fundo do tan-
que será alcançada com uma coluna de combustível de menor altura, fazendo
com que o tanque não fique completamente cheio de combustível.

UNIDADE 2

TÓPICO 1

1 Ar escoa através de um tubo com vazão de 200L/s. O tubo consiste


em duas seções de 20 cm e 10 cm de diâmetro, conectadas por
uma redução. A diferença de pressão do escoamento entre as duas
seções do tubo é medida por um manômetro de tubo em “U” com
água (ρ=1000 kg/m³). Desprezando os efeitos de atrito, determine
a altura diferencial de água no manômetro entre as duas seções da
tubulação. A densidade do ar é de 1,2kg/m³.

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.: Com a vazão volumétrica e os diâmetros conhecidos, é possível calcular a


velocidade em cada seção da tubulação. Adotaremos seção 1 para o ponto da
tubulação com 20 cm de diâmetro e seção 2 para o ponto da tubulação com
10 cm de diâmetro.

Com a equação de Bernoulli é possível determinar a diferença de pressão en-


tre as duas seções do escoamento. A carga de elevação é anulada pois a tu-
bulação é horizontal (h1=h2).

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

É necessário aplicar a equação da manometria para determinar a diferença


de altura na coluna do fluido manométrico do manômetro diferencial entre as
seções 1 e 2 da tubulação:

2 Um tanque cilíndrico, com volume de 1m³, ilustrado na figura a se-


guir, é alimentado com água pelas torneiras A e B e é esvaziado pelas
torneiras C e D. A torneira A, sozinha, enche o tanque em quatro horas
e, a torneira B, sozinha, enche o tanque em cinco horas. A torneira C,
sozinha, esvazia o tanque em três horas e a torneira D, sozinha, esvazia
o tanque em seis horas. Com o nível de água no tanque em ¼ da capa-
cidade total, as quatro torneiras são abertas simultaneamente. Com
base nas condições, responda:

a) O nível de água no tanque vai aumentar, reduzir ou permanecer


constante? Justifique e discuta através dos cálculos de balanço de mas-
sa no tanque.

b) Se o nível de água no tanque aumentar ou reduzir, estime o tempo


que levaria para encher ou esvaziar o tanque. Considere que as vazões
das torneiras C e D não variam com o nível de água no tanque.

c) Se o volume do tanque fosse de 2m³, mantendo as condições de ope-


ração das torneiras iguais, os resultados obtidos nos itens “a” e “b”
seriam diferentes? Justifique e discuta através dos cálculos de balanço
de massa no tanque.

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.:

a) Conhecido o volume do tanque (1 m³) e o tempo de enchimento e esvazia-


mento de cada torneira de forma independente, podemos calcular as vazões
volumétricas de cada torneira:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Como as quatro torneiras são abertas simultaneamente, aplicamos um balan-


ço de massa no volume de controle (tanque):

Sendo o acúmulo negativo, ou seja, a taxa líquida de escoamento no volume


de controle é negativa. Assim, o volume de líquido que sai do tanque é maior
do que o volume de líquido que entra no tanque. Portanto, nas condições pro-
postas, o tanque irá esvaziar quando as quatro torneiras forem abertas simul-
taneamente.

b) No momento em que as quatro torneiras foram abertas, o nível do tanque


estava em ¼ da capacidade total. Assim, o tempo de esvaziamento do volume
inicial no tanque pode ser calculado:

c) Adotando o volume do tanque (2 m³), procedemos uma análise similar:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Como as quatro torneiras são abertas simultaneamente, aplicamos um balan-


ço de massa no volume de controle (tanque):

Sendo o acúmulo negativo, ou seja, a taxa líquida de escoamento no volu-


me de controle é negativa. Assim, o volume de líquido que sai do tanque
é maior do que o volume que entra. Portanto, na nova condição proposta,
o tanque também irá esvaziar quando as quatro torneiras forem abertas
simultaneamente.

No momento em que as quatro torneiras foram abertas, o nível do tanque


estava em ¼ da capacidade total. Assim, o tempo de esvaziamento do vo-
lume inicial no tanque pode ser calculado:

Portanto, em função da alteração do volume de controle, mesmo mantendo as


condições propostas para as torneiras e aplicando a mesma metodologia, os
resultados são diferentes.

3 Uma torneira aberta despeja água em uma pia de banheiro com va-
zão constante de 7,5L/min. A pia possui 3 orifícios (drenos) de des-
carga que evitam o transbordamento da água no caso do ralo da pia
estar fechado ou entupido. O diâmetro de cada orifício é de 10mm.
Determine a velocidade média da água em cada orifício se o ralo da
pia estiver fechado e o nível de líquido na pia permanecer constante.

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.: Aplicando a definição de vazão volumétrica em função da velocidade de


escoamento e da área de seção transversal do escoamento, é possível deter-
minar a velocidade média da água em cada orifício da pia:

Portanto, para contemplar o escoamento em regime permanente e o balanço


de massa na pia, a velocidade da água em cada oríficio deve ser 0,53 m/s.

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

TÓPICO 2

1 Uma tubulação de aço para condução de água é constituída por três


trechos em série:

Trecho 1: D1 = 250mm; L1 = 1000m


Trecho 2: D2 = 200mm; L2 = 1800m
Trecho 3: D3 = 150mm; L3 = 2500m

A vazão é de 180m³/h. O fator de atrito de Darcy da tubulação pode ser


considerado 0,014 por todo o comprimento dos trechos da tubulação.
Adote g=9,81m/s². Calcule:

a) A perda de carga total pela tubulação.


b) Se a queda de pressão máxima da água pelos trechos deve ser infe-
rior a 15 bar, verifique se o sistema contempla o parâmetro.

R.:

a) Como o trecho de tubulação é horizontal e sem acessórios, devemos calcu-


lar a perda de carga distribuída em função dos trechos da tubulação:

Trecho 1: Cálculo da velocidade de escoamento:

Trecho 2: Cálculo da velocidade de escoamento:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Trecho 3: Cálculo da velocidade de escoamento:

b) O sistema sofre uma perda de carga equivalente a 114,46 m nos três tre-
chos de tubulação. Para convertermos em carga de pressão, multiplicamos
pelo peso específico do fluido (água) e convertemos a unidade de pressão.
Adotando 1 bar ≈ 100000 Pa:

Portanto, a queda de pressão do fluido no escoamento é inferior ao limite


máximo de 15 bar.

2 Calcule a perda de carga total no escoamento de 18m³/h de água a


20 °C através de 30m de tubo horizontal de ferro galvanizado com
diâmetro interno igual a 54,3mm.

Hipóteses e dados a serem considerados:

Escoamento permanente e incompressível; perdas de carga localizadas


desprezíveis.
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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Propriedades da água a 20°C: ρ=998,2 kg/m³ e μ=0,001 Pa·s.

Determine o fator de atrito de Darcy com o diagrama de Moody e com


a equação de Haaland (1983). Verifique qual é o erro percentual entre
os dois valores.

R.: Cálculo da velocidade de escoamento:

Cálculo do número de Reynolds (Re):

Cálculo da rugosidade relativa (ε/D):

Pelo quadro disponível no diagrama de Moody, consultamos o valor da rugosi-


dade do ferro galvanizado (ε=0,15 mm). Assim, a rugosidade relativa é:

Cálculo do fator de atrito de Darcy (fD) com o diagrama de Moody:

Cálculo do fator de atrito de Darcy (fD) com a equação de Haaland (1983):

 ε 
1,1

1 6,9
≅ −1,8 ⋅ log  +  D  
fD R e  3,7  
   

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

O erro percentual entre o fator de atrito calculado pelo diagrama de Moody e


a equação de Haaland é:

Portanto, para este tipo de escoamento, qualquer um dos métodos pode ser
aplicado para determinação do fator de atrito, pois o erro percentual entre os
resultados é muito pequeno.

Cálculo da perda de carga distribuída pela tubulação:

3 A água de processo utilizada em uma indústria escoa a uma vazão de


56,6 L/s por um velho e enferrujado tubo com diâmetro interno de 6
in. A rugosidade relativa do tubo é de 0,01. Os operadores da fábrica
sinalizam que a perda de pressão da água ao longo do comprimento
do escoamento é muito alta no tubo velho. Um engenheiro, então,
propõe que se o velho tubo for forrado em sua superfície interna
com uma camada fina e lisa de um determinado polímero, com ru-
gosidade relativa igual a zero, a queda de pressão ao longo do com-
primento do tubo pode ser reduzida. Contudo, se o tubo for forrado
com a camada de material plástico, o seu diâmetro interno reduzirá
para 5 in, conforme ilustra a figura a seguir. O supervisor da fábrica
orienta que a vazão do escoamento não pode mudar com a aplicação
da camada lisa de plástico no tubo e que o projeto só será aceito se o
procedimento sugerido reduzir a queda de pressão para cada 100m
de comprimento em, no mínimo, 10%. Com base na situação, avalie:

a) A sugestão do engenheiro é verdadeira? A queda de pressão no esco-


amento para cada 100m de comprimento de tubo será menor com a
aplicação da camada de plástico liso? Justifique com base nos cálculos.

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

b) Se confirmada a sugestão do engenheiro, qual a redução percentual


na queda de pressão da tubulação? O projeto será aceito?

Água → ρ = 1000 kg/m³


μ = 1x10-3 Pa·s

R.: a) Para avaliar a sugestão proposta pelo engenheiro, é necessário calcular


a queda de pressão do fluido no escoamento para cada 100 m de tubulação,
considerando a situação atual (tubo velho) e a situação proposta (tubo novo
forrado com camada de polímero).

Tubo velho:

Como a tubulação é horizontal (h1 = h2) e com diâmetro constante (v1 = v2), a
equação de Bernoulli se resume a:

30
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Cálculo da velocidade de escoamento:

Cálculo do número de Reynolds:

Com a rugosidade relativa do tubo conhecida (ε/D = 0,01), utilizamos o dia-


grama de Moody ou a equação de Haaland (1983) para determinar o fator de
atrito de Darcy:

Assim, inserindo os dados na equação de Bernoulli, é possível determinar a


queda de pressão do fluido em um escoamento de 100 m pela tubulação:

Tubo novo forrado com camada de polímero:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Como a tubulação é horizontal (h1 = h2) e com diâmetro constante (v1 = v2), a
equação de Bernoulli se resume a:

Cálculo da velocidade de escoamento:

Cálculo do número de Reynolds:

Com a rugosidade relativa do tubo conhecida (ε/D = 0), utilizamos o diagrama


de Moody ou a equação de Haaland (1983) para determinação do fator de
atrito de Darcy:

Assim, inserindo os dados na equação de Bernoulli, é possível determinar a


queda de pressão do fluido em um escoamento de 100 m pela tubulação:

Portanto, a queda de pressão do fluido no escoamento será menor com a apli-


cação da camada de polímero na superfície interna da tubulação.

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

b) Sim, o projeto será aceito, pois a queda de pressão do fluido para cada 100
m de comprimento de tubulação será menor com a forração interna do tubo
com a camada de polímero. A redução da perda de carga para 100 m de com-
primento de tubo será de aproximadamente 16%:

120026,24 Pa ----- 100%


100601,06 Pa ----- x %

Redução percentual na queda de pressão do fluido na tubulação de 16,18%.

4 Óleo escoa por uma tubulação horizontal de diâmetro constante con-


forme ilustra a figura a seguir. Um manômetro diferencial de tubo
em U que usa mercúrio (ρ=13600 kg/m³) como fluido manométrico
mede a queda de pressão do escoamento ao longo de dois pontos do
tubo. Devido à alta viscosidade do óleo o escoamento é laminar.
Nas condições, calcule:

a) O valor máximo de “h” admissível para a altura do mercúrio no ma-


nômetro se o escoamento do óleo for laminar (Re ≤ 2100). O que
aconteceria se o valor de “h” fosse igual a zero? Justifique.
b) A vazão do escoamento em m³/h?

Óleo → ρ = 890 kg/m³ Mercúrio → ρ = 13600 kg/m³


μ = 0,1 Pa·s

33
MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.: a) Para calcular a altura diferencial máxima no manômetro, precisamos


determinar a queda de pressão do fluido no trecho de tubulação em função
das perdas de carga distribuídas na condição limite do escoamento laminar
(Re=2100). A tubulação é horizontal com diâmetro constante, assim, a equa-
ção de Bernoulli com as simplificações pode ser utilizada:

Como o escoamento é laminar, o fator de atrito de Darcy (fD) só depende do


número de Reynolds (Re).

Cálculo da velocidade do escoamento através do número de Reynolds (Re),


pois desconhecemos a vazão:

Cálculo da queda de pressão no trecho do escoamento devido à perda de carga:

Aplicamos a equação da manometria para determinação da diferença de altu-


ra na coluna do fluido manométrico do manômetro diferencial entre as seções
da tubulação, conforme o manômetro de tubo em “U” instalado:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Será a altura máxima quando o escoamento estiver em regime laminar. Se o


valor da altura diferencial no manômetro for igual a zero, nas condições não
ocorre perda de carga no escoamento (queda de pressão), o que indicaria
uma vazão nula, ou seja, não está ocorrendo escoamento de óleo na tubula-
ção, uma vez que as forças motrizes serão nulas (diferença de pressão, ele-
vação e velocidade (diâmetro constante) iguais a zero entre os dois pontos
da tubulação).

b) A vazão volumétrica pode ser calculada com os dados determinados:

5 Uma companhia instala um sistema de emergência de proteção con-


tra fogo que consiste em um poço (fonte de água), uma bomba cen-
trífuga de alta pressão movida à gasolina e um sistema de tubos
para o edifício (vide esquema a seguir). Se a vazão da água a 21ºC
for igual a 8,5L/s e a pressão de descarga da bomba (P1) for igual a
827kPa, determine:

a) A velocidade do escoamento de água pela tubulação.


b) O fator de atrito de Darcy, considerando o diagrama de Moody e a
equação de Haaland. Calcule a diferença percentual no valor de f
para as duas análises.
c) O total de perdas de carga no sistema de escoamento, em bar e em
psig.
d) A pressão de saída (P2) no topo da instalação.
e) O que causa a queda de pressão do fluido no trecho de escoamento?
Demonstre sua explicação com o auxílio da equação de Bernoulli. Se
um parâmetro de projeto especifica que a queda máxima de pressão
entre a descarga da bomba e saída no topo da instalação não pode
ser maior que 2 bar, verifique se o projeto está bem dimensionado.
Justifique.
35
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Dados da água Dados da tubulação

ρ = 998kg/m³ Aço carbono comercial


μ = 0,001002 Pa·s D = 152,4mm
ε = 0,045mm
Dados do acessório

Joelho
kacessório = 0,9

R.: a)

b) Cálculo do número de Reynolds (Re):

36
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Cálculo da rugosidade relativa (ε/D):

Pelo quadro disponível no diagrama de Moody, consultamos o valor da rugosi-


dade do aço-carbono comercial (ε=0,045 mm). Assim, a rugosidade relativa é:

Cálculo do fator de atrito de Darcy (fD) com o diagrama de Moody:

Cálculo do fator de atrito de Darcy (fD) com a equação de Haaland (1983):

 ε 
1,1

1 6,9
≅ −1,8 ⋅ log  +  D  
fD R e  3,7  
   

O erro percentual entre o fator de atrito calculado pelo diagrama de Moody e


a equação de Haaland é:

c) Cálculo das perdas de carga localizadas:

37
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Cálculo das perdas de carga distribuídas:

O total de perdas de carga no escoamento:

d) Sendo o ponto 1 na saída da bomba (pressão conhecida) e o ponto 2 no


topo da instalação, aplicaremos a equação de Bernoulli nas extremidades:

O ponto 1 é o ponto horizontal de referência (h1 = 0) e o diâmetro da tubula-


ção é constante (v1 = v2):

Verifica-se que a queda de pressão no escoamento se dá devido à diferença


de elevação entre os pontos e às perdas de carga na tubulação:

38
MECÂNICA DOS FLUIDOS

e)

Com as simplificações adotadas na equação de Bernoulli, verifica-se que a


queda de pressão no escoamento se dá devido à diferença de elevação entre
os pontos 1 e 2 e às perdas de carga na tubulação ao longo do escoamento do
fluido (presença de acessórios e atrito na tubulação).

A queda de pressão entre os pontos 1 e 2 é:

Portanto, a queda de pressão entre os dois pontos da tubulação ficou abaixo


do limite máximo estabelecido pelo parâmetro de projeto (2 bar). O projeto
está bem dimensionado.

TÓPICO 3

1 Um tubo liso (ε=0) horizontal de 100m de comprimento está conectado


a um grande reservatório de água. Uma bomba é ligada ao final do
tubo para transportar a água do reservatório a uma vazão de 10L/s,
conforme ilustra a figura a seguir. Calcule a pressão manométrica
que a bomba deve produzir no ponto 1 para contemplar a vazão de
operação. Considere o diâmetro interno do tubo liso igual a 75mm.
Adote as propriedades da água: densidade = 1000kg/m³ e viscosidade
dinâmica = 1cP. Utilize o diagrama de Moody para determinar o valor
do fator de atrito de Darcy (fD).

FONTE: Adaptado de: FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J.; MITCHELL, J. W.
Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 371.

39
MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.: Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 do volume de


controle com as seguintes simplificações: Tanque de grandes dimensões para
uma saída de tubulação pequena (v2 ≈ 0); ponto 2 na superfície livre do líqui-
do aberta para a atmosfera (P2 manométrica = 0); ponto 1 na saída da bomba; nível
de referência adotado no nível da bomba (h1 = 0); perda de carga localizada da
saída do tanque será desprezada.

40
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Cálculo da velocidade de escoamento:

Cálculo do número de Reynolds (Re):

Como a tubulação é lisa (ε = 0), sua rugosidade relativa é zero:

Cálculo do fator de atrito de Darcy (fD) com o diagrama de Moody:

Para o escoamento ocorrer nas condições propostas, a pressão de saída da


bomba deve ser de, aproximadamente, 153 kPa ou 1,53 bar.

2 Um sistema de proteção contra incêndio é suprido por um tubo verti-


cal de 24,2m de altura a partir de uma torre de água, conforme ilustra
a figura a seguir. O tubo horizontal do sistema tem 182,94m de com-
primento e é feito de ferro fundido com cerca de 20 anos de uso. O
tubo contém uma válvula gaveta completamente aberta e as outras
perdas de carga localizadas podem ser desprezadas. O diâmetro do
tubo é de 101,6mm. Determine a vazão máxima de água (em litros
por segundo) através do tubo. Adote as propriedades da água: densi-
dade = 998kg/m³ e viscosidade dinâmica = 1,0978cP. Utilize o diagra-
ma de Moody para determinar o valor do fator de atrito de Darcy (fD).

41
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Informações adicionais:

A rugosidade do tubo de ferro fundido novo tem rugosidade média de


0,26mm e dobra o valor após 20 anos de uso.
O tubo vertical tem o mesmo diâmetro do tubo horizontal.
Para a estimativa inicial de fD, admita que o escoamento é completa-
mente turbulento e rugoso.
Adote como critério de parada no cálculo iterativo uma diferença de
velocidades menor de 2%.
Utilize o conceito de comprimento equivalente para o cálculo da perda
de carga da válvula gaveta:

Válvula gaveta completamente aberta:

FONTE: Adaptado de: FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J.; MITCHELL, J.
W. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 374.

R.:

42
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 do volume de controle


com as seguintes simplificações: Tanque de grandes dimensões para uma saí-
da de tubulação pequena (v1 ≈ 0); ponto 1 na superfície livre do líquido aberta
para a atmosfera (P2 manométrica = 0) e ponto 1 na saída da tubulação aberta para
a atmosfera; nível de referência adotado no ponto 2 (h2 = 0).

Como , substituímos a definição:

O tubo vertical tem o mesmo diâmetro do tubo horizontal, assim, a rugosidade


relativa é:

O fator “2” foi utilizado devido ao fato da rugosidade da tubulação de ferro


fundido dobrar após 20 anos de uso.

Para iniciarmos o processo iterativo de cálculo, vamos admitir um escoamento


completamente turbulento (Re≈108). Com o número de Reynolds e a rugosi-
dade relativa calculada, adotamos a primeira estimativa para o fator de atrito
de Darcy em fD = 0,03.

43
MECÂNICA DOS FLUIDOS

1ª Iteração:

Cálculo do novo número de Reynolds:

Com a rugosidade relativa (0,0051) e o diagrama de Moody, o novo fator de


atrito de Darcy é:

fD ≈ 0,0309.

2ª Iteração:

Cálculo do novo número de Reynolds:

Com a rugosidade relativa (0,0051) e o diagrama de Moody, o novo fator de


atrito de Darcy é:

fD ≈ 0,0309.

Portanto, o erro percentual entre as velocidades calculadas nas iterações é:

44
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Ou seja, menor que 2%. Considerando a grande imprecisão no diagrama de


Moody, o resultado é aceitável.

A vazão do escoamento será:

3 Os borrifadores ou sprinklers de um sistema de irrigação agrícola


devem ser supridos com água proveniente de uma bomba aciona-
da por um motor de combustão interna através de 152,4m de tu-
bos de alumínio trefilado (ε=0,0015mm), conforme ilustra a figura
a seguir. Na sua faixa de operação de maior eficiência, a descarga
(vazão) da bomba é de 0,0946m³/s a uma pressão manométrica não
superior a 448,2kPa. Para garantir que os borrifadores tenham uma
operação satisfatória, a sua pressão manométrica mínima de opera-
ção deve ser de 206,8kPa. As perdas de carga localizadas e diferen-
ças de elevação podem ser desprezadas. Determine qual o valor do
menor diâmetro de tubo padronizado que pode ser empregado no
sistema. Adote as propriedades da água: viscosidade cinemática =
0,00000112m²/s e densidade = 998 kg/m³.

FONTE: Adaptado de: FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J.; MITCHELL, J.
W. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 376.

R.:

45
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 do volume de controle


com as seguintes simplificações: Tubulação horizontal (h1=h2); diâmetro da
tubulação constante (v1 = v2); sem perdas de carga localizadas.

A queda máxima de pressão admissível no sistema é:

Como o fator de atrito e a velocidade dependem do valor do diâmetro da tubu-


lação, vamos expressar a equação (*) e o número de Reynolds em função da
vazão volumétrica do escoamento. Em regime permanente é constante e não
varia com o diâmetro da tubulação, assim como a velocidade.

Substituindo (**) em (*) e na definição do número de Reynolds:

46
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Estimativa inicial: Tubo com diâmetro nominal de 4”, ou seja, diâmetro interno
4,026” ou 102,2604 mm.

Pelo diagrama de Moody:

1ª Iteração:

Como a queda de pressão é maior do que a máxima queda de pressão admi-


tida (241,4 kPa), devemos tentar instalar um tubo com diâmetro maior para
reduzir a velocidade do escoamento e, consequentemente, as perdas de carga
e a queda de pressão.

2ª Iteração:

Tubo com diâmetro nominal de 6”, ou seja, diâmetro interno 6,065” ou


154,051 mm.

Pelo diagrama de Moody:

47
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Como a queda de pressão é menor do que a máxima queda de pressão ad-


mitida (241,4 kPa), o diâmetro de tubulação é aceitável. Contudo, é preciso
testar um tubo comercial de 5” para verificar se é possível manter a queda
de pressão no trecho dentro do limite estipulado com uma tubulação menor
(mais barata).

3ª Iteração:

Tubo com diâmetro nominal de 5”, ou seja, diâmetro interno 5,047” ou 128,2 mm.

Pelo diagrama de Moody:

Como a queda de pressão é maior do que a máxima queda de pressão admiti-


da (241,4 kPa), não podemos instalar a tubulação de diâmetro nominal de 5”.

Portanto, o critério de atendimento é satisfeito com a tubulação de diâmetro


nominal de 6”.

4 Óleo leve a uma temperatura de 65,5ºC é bombeado através de um


tubo de aço galvanizado com diâmetro de 203,2mm e rugosidade de
0,1524mm ao longo de 304,8m de comprimento linear de tubo, con-

48
MECÂNICA DOS FLUIDOS

forme ilustra a figura a seguir. A pressão manométrica na saída da


bomba (ponto 1) é de 413,7 kPa e a pressão manométrica de descar-
ga (ponto 2) é nula, pois o tubo está aberto à pressão atmosférica. O
óleo leve tem as seguintes propriedades:

ρ = 870 kg/m³
μ = 0,007917 Pa·s
ν = 9,1·10-6 m²/s

Calcule a velocidade e a vazão do escoamento.

Informações adicionais: A vazão e a velocidade do escoamento não são


conhecidas, portanto não é possível determinar o número de Reynolds
para assim calcular o fator de atrito de Darcy. Atribua, como estimativa
inicial do fator de atrito para o processo de cálculo iterativo, o valor
de fD=0,023. O valor é uma boa estimativa e corresponde a um valor
de rugosidade relativa (ε/D) de 0,00075 e a um número de Reynolds
(Re) aproximado de 50000 no diagrama de Moody. Como o diagrama
de Moody apresenta imprecisões na leitura na ordem de 15%, execute
as iterações até que o erro percentual entre as velocidades calculadas
seja menor que 8%.

FONTE: Adaptado de: FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J.; MITCHELL, J.
W. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. p. 376.

R.:

49
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 do volume de controle


com as seguintes simplificações: Tubulação horizontal (h1=h2); diâmetro da
tubulação constante (v1 = v2); sem perdas de carga localizadas.

Estimativa inicial:

ε/D= 0,00075
Re = 50000
fD=0,023

Cálculo do novo número de Reynolds:

Utilizando o novo número de Reynolds para uma iteração:

ε/D= 0,00075
Re = 117230,77
fD=0,0209

1ª iteração:

Na iteração, o erro percentual entre as velocidades calculadas já seria em tor-


no de 4%, contemplando o enunciado. Faremos mais uma iteração para refinar
o resultado.

50
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Cálculo do novo número de Reynolds:

Utilizando o novo número de Reynolds para uma nova iteração:

ε/D= 0,00075
Re = 123036,48
fD=0,0208

2ª iteração:

Cálculo do erro percentual entre os resultados:

Ou seja, bem menor que 8%. Considerando a grande imprecisão no diagrama


de Moody, o resultado é aceitável até para tolerâncias e critérios mais altos.

A vazão do escoamento será:

51
MECÂNICA DOS FLUIDOS

UNIDADE 3

TÓPICO 1

1 Uma bomba centrífuga deve ser instalada para encaminhar água de


um tanque (A) em um condomínio residencial até a estação de trata-
mento de efluentes (B), conforme ilustra o diagrama esquemático a
seguir. O sistema está aberto para a pressão atmosférica no tanque
(A) e na descarga da água na estação de tratamento de efluentes
(B). A tubulação que faz o transporte do líquido é de aço-carbono co-
mercial (ε=0,045mm) e tem diâmetro de sucção e de recalque igual
a 32mm. A vazão de operação da bomba deve ser estimada no núme-
ro de habitantes do condomínio (2000 habitantes) e na quantidade
média de água utilizada por cada habitante (100L/dia). Considere
que a água tem os seguintes valores de propriedades físicas: Tem-
peratura= 20°C; Pvapor= 2339,2Pa; γ= 10000N/m³; μ= 1cP. Faça
o dimensionamento hidráulico do sistema conforme solicitado nos
itens a seguir:

a) Determine o total de perdas de carga do sistema (distribuídas e


localizadas). Considere como acessórios do sistema de tubulação
apenas as curvas (k=1,5). Utilize a equação de Haaland (1983)
para cálculo do fator de atrito de Darcy (fD). Adote g=10m/s² para
todos os cálculos.
b) Determine a carga hidráulica da bomba (Hbomba) e a potência ins-
talada da bomba centrífuga. Selecione uma opção adequada no
catálogo do fabricante disponível (Famac Motobombas). Faça um
resumo dos parâmetros hidráulicos da bomba centrífuga seleciona-
da para a operação.
c) Calcule o NPSHdisponível da bomba.
d) Determine o NPSHrequerido da bomba com a curva característica
fornecida pelo fabricante (Famac Motobombas). A bomba selecio-
nada irá cavitar? Justifique.
e) Calcule o consumo de eletricidade e o custo mensal de operação
da bomba selecionada se ela operar continuamente durante 24 ho-
ras por dia e 30 dias por mês. Considere a tarifa elétrica igual a
R$0,58/kWh.

52
MECÂNICA DOS FLUIDOS

53
MECÂNICA DOS FLUIDOS

54
MECÂNICA DOS FLUIDOS

R.:

Propriedades físicas da água:

T = 20°C
Pvapor= 2339,2 Pa
γ = 10000 N/m³
µ = 1 cP =0,001 Pa·s

Dados da tubulação:

Dsucção = 32 mm = 0,032 m
Drecalque = 32 mm = 0,032 m
ε aço carbono comercial = 0,045 mm

Bomba centrífuga:

Pressão na sucção do sistema aberto = 1,01bar = 101325Pa


Pressão no recalque do sistema aberto = 1,01bar = 101325Pa

Cálculo da capacidade da bomba (vazão volumétrica):

A bomba deve ter capacidade de transportar a água utilizada diariamente pe-


los moradores do condomínio. Assim, a vazão de operação da bomba é:

Cálculos relacionados ao trecho de sucção do sistema:

Cálculos das perdas de carga no trecho de sucção do sistema:

Perdas Localizadas ou Menores (hs)

55
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Perdas Distribuídas ou Maiores (hf)

Cálculo do número de Reynolds:

Escoamento em regime turbulento, pois Re > 4000.

Cálculo da rugosidade relativa:

Cálculo do fator de atrito de Darcy com a equação de Haaland:

56
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Pelo diagrama de Moody, obtemos fD≈0,0236.

Cálculos relacionados ao trecho de recalque do sistema:

Cálculos das perdas de carga no trecho de recalque do sistema:

Perdas Localizadas ou Menores (hs)

Cálculo do número de Reynolds:

Escoamento em regime turbulento, pois Re > 4000.

Cálculo da rugosidade relativa:

57
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Cálculo do fator de atrito de Darcy com a equação de Haaland:

Pelo diagrama de Moody, obtemos fD≈0,0236.

Cálculo da perda de carga total no trecho do escoamento:

Aplicação da equação de Bernoulli no trecho de escoamento para cálcu-


lo da carga hidráulica da bomba (altura manométrica total):

O nível de referência adotado é o nível da bomba. A velocidade no ponto 1 de


captação é considerada nula devido ao tanque “A” ser de grandes dimensões,
comparado ao diâmetro do tubo de sucção. O nível do líquido no tanque desce
a uma velocidade muito baixa.

58
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Seleção da motobomba centrífuga:

De acordo com o catálogo do fornecedor Farmac Motobombas, selecionamos a


seguinte bomba centrífuga que atende aos parâmetros hidráulicos do sistema
de escoamento:

Fornecedor: Farmac Motobombas


Modelo: BC-22 R 1 ¼ (201mm)
Diâmetro do rotor: 201mm
Altura manométrica total (carga hidráulica da bomba) = 68 m c.a.
Vazão volumétrica da bomba = 14,3 m³/h
Potência instalada da bomba = 10 cv
Diâmetro de sucção recomendado = 1,5” = 38,1 mm = 0,0381 m
Diâmetro de recalque recomendado = 1,25” = 31,75 mm = 0,03175 m
Eficiência da bomba = 40%
NPSH requerido≈ 5,4 m c.a.

O diâmetro da tubulação de recalque recomendada pelo fabricante é similar


ao valor utilizado nos cálculos hidráulicos do sistema para escolha da bomba.
Apesar do diâmetro de sucção recomendado pelo fabricante ser maior do que
o valor utilizado nos cálculos do projeto de dimensionamento do sistema e
escolha da bomba, o fato da sucção ser um curto trecho sem acessórios não
causará problemas de cavitação com um diâmetro de sucção maior, se com o
mesmo diâmetro de recalque a bomba não cavitar. A análise será efetuada na
sequência.

Cálculo do NPSHdisponível da bomba:

O cálculo deve ser executado para verificação da possibilidade de cavitação


da bomba centrífuga.

59
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Como NPSH disponível (6 m c.a.) é maior do que o NPSH requerido (5,4 m c.a.) pela
bomba, ela não sofrerá cavitação durante a operação, pois a pressão na linha
de sucção ficará acima do valor da pressão de vapor do líquido, na sua tempe-
ratura de operação. A bomba centrífuga terá seu sistema de sucção com carga
hidráulica disponível suficiente para a sucção do líquido.

É importante destacar que a carga líquida positiva disponível na sucção da


bomba não é muito maior do que a carga requerida pela bomba. No caso, seria
prudente a instalação de uma tubulação de sucção com diâmetro nominal uma
vez maior do que a tubulação de recalque. Isso reduziria a velocidade do esco-
amento e a perda de carga por atrito na tubulação. Entretanto, tubulações de
diâmetros maiores são mais caras.
Outra alternativa, se o layout da instalação permitir, é reduzir o comprimento
do trecho de sucção da bomba ou tornar a sucção positiva (instalar a bomba
em nível inferior ao reservatório de captação).

Cálculo do consumo elétrico da bomba e custo de operação:

É possível demonstrar que o modelo de bomba selecionado atende à potência


instalada de um motor elétrico de 10cv:

60
MECÂNICA DOS FLUIDOS

TÓPICO 2

1 Faça uma lista dos principais itens a serem considerados na escolha


de um medidor de vazão de fluidos.

R.: Custo, tamanho, perda de carga (queda de pressão) que o medidor causará
no escoamento do fluido, faixa de operação para medição de vazão, precisão
e confiabilidade das medidas experimentais. Normalmente, assim como ou-
tros exemplos cotidianos, a qualidade está diretamente associada ao custo na
indústria de medição de vazão de fluidos.

2 Explique como a vazão do fluido pode ser medida através de um tubo


estático de Pitot ou sonda de Pitot-Darcy. Quais são suas vantagens
e desvantagens com relação ao custo, perda de carga no escoamen-
to, exatidão e confiabilidade?

R.: Um tubo estático de Pitot mede a diferença entre a pressão de estagnação


e a pressão estática. A diferença é a pressão dinâmica, que está relacionada
à velocidade do fluido no escoamento: . Uma vez que a velocidade
média do escoamento é determinada, a vazão volumétrica é medida através
do cálculo Q = vA, em que “A” é a área de seção transversal da tubulação.
O tubo de Pitot é barato, altamente confiável, já que não tem partes móveis,
causa uma queda de pressão no fluido muito pequena e sua precisão (que
é de cerca de 3%) é aceitável para a maioria das aplicações de Engenharia.
O termo “tubo de Pitot” ou “sonda de Pitot” é frequentemente usado. Tec-
nicamente, no entanto, uma sonda de Pitot mede apenas a pressão de es-
tagnação, enquanto uma sonda estática de Pitot-Darcy mede a pressão de
estagnação e as pressões estáticas.

3 Explique como a vazão do fluido é medida através de medidores de


pressão variável do tipo por obstrução (placa-orifício, tubo de Ventu-
ri e bocal). Compare cada um dos três tipos de medidores em relação
ao custo, tamanho para instalação, perda de carga no escoamento e
exatidão.

R.: Um medidor de vazão do tipo por obstrução mede a vazão através de um


tubo ao restringir o fluxo e medir a redução da pressão devido ao aumento da
velocidade no (ou a jusante) do local de constrição do tubo.
Para medidores de vazão por obstrução, a vazão volumétrica real de escoa-
mento pode ser calculada a partir da tomada de diferença de pressão com a
seguinte equação:

61
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Em que “Cd“ é o coeficiente de descarga do medidor, a área da seção transver-


sal 2 se refere à área de seção da obstrução e “β” = D2 / D1 é a relação entre o
diâmetro da obstrução (2) e o diâmetro do tubo (1).
Dos três tipos mais comuns de medidores de vazão por obstrução, o medidor
de orifício (ou placa-orifício) é o mais barato, menor e menos preciso, além de
causar a maior perda de carga no escoamento.
O medidor de Venturi é o mais caro, o maior e de mais difícil instalação, o mais
preciso e causa a menor perda de carga no escoamento, devido à contração e
expansão gradual que evita a separação do escoamento e turbulências. As-
sim, determinado tipo de medidor causa apenas perda de carga por atrito nas
superfícies da parede interna.
O medidor do tipo bocal está entre o medidor de orifício e de Venturi em todos
os aspectos.
É interessante notar que, quando a razão de diâmetro “β” diminui, a queda de
pressão no medidor de vazão aumenta, levando a uma maior perda de carga
localizada associada ao medidor de vazão. Contudo, a queda de pressão maior
(ΔP maior entre os pontos 1 e 2) aumenta a sensibilidade da medição.

4 Explique o princípio de operação de um medidor de área variável do


tipo rotâmetro. Compare o rotâmetro com outros tipos de medidores
de vazão em relação ao custo, perda de carga e confiabilidade.

R.: Transparente feito de vidro ou plástico com um flutuador dentro que é livre
para se mover em função do escoamento que passa. À medida que o fluido
escoa através do tubo cônico, o flutuador sobe dentro do tubo até o ponto
onde o peso do flutuador, a força de arrasto e a força de empuxo se equili-
bram. Medidores de vazão de área variável são dispositivos muito simples e
sem partes móveis, exceto o flutuador (mas mesmo o flutuador permanece
parado durante a operação estável). Esses medidores são muito confiáveis e
também são muito baratos. Causam uma perda de carga (queda de pressão)
no escoamento relativamente pequena.
Existem também algumas desvantagens, como: devem ser montados vertical-
mente e a maioria deles requer uma leitura visual e, portanto, não pode ser
automatizada ou conectada a um sistema de computador.

62
MECÂNICA DOS FLUIDOS

TÓPICO 3

1 Uma lata cilíndrica metálica aberta, ilustrada na figura a seguir, com


diâmetro (D), contém tinta a uma altura (h). A tinta tem peso especí-
fico (γ). A deflexão vertical (δ) da lata no ponto central do fundo da
lata é função de D, h, d, γ e E, sendo d (espessura do fundo da lata,
em metros) e E (módulo de elasticidade do material da lata em N/
m²). Determine uma relação funcional entre a deflexão (δ em me-
tros) e as variáveis independentes usando a análise dimensional e
o método de repetição de variáveis. Utilize o sistema de unidades:
força, comprimento, tempo.

R.: Passo 1: Relacionar todas as variáveis importantes dos problemas.

No caso do problema específico, a deflexão (δ) causada pela tinta no fundo


da lata metálica depende do diâmetro da lata (D), do módulo de elasticidade
do material da lata (E), da altura de coluna de tinta (h), do peso específico da
tinta (γ) e da espessura do fundo da lata (d). Portanto, relacionamos a variável
dependente com as variáveis independentes do problema, ou seja, a deflexão
do fundo da lata é uma função das variáveis:

63
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Passo 2: Expressar cada variável em função das dimensões básicas.

Podemos utilizar o conjunto de unidades básicas que relaciona massa, com-


primento e tempo ou força, comprimento e tempo para podermos definir as
variáveis. No exercício, vamos utilizar o último conjunto de unidades básicas.

Passo 3: Determinar o número necessário de termos π.

No problema, temos seis variáveis (contando a dependente e as independen-


tes) e foram necessárias duas unidades básicas (‘m’ e ‘N’) ou dimensões de
referência para definir as variáveis. Portanto:

O número de termos π necessário para o teorema do problema é igual a quatro.

Passo 4: Definir o número de variáveis repetidas.

Devemos definir quais serão as variáveis repetidas que serão utilizadas para
definição dos termos π entre as variáveis independentes (E, d, D, h, γ). A va-
riável dependente (δ) não pode ser escolhida como variável repetida. É pre-
ciso escolher duas variáveis repetidas pois foram utilizadas duas dimensões
básicas de referência. Para o exemplo, definimos como variáveis repetidas o
diâmetro da lata (D) e o peso específico da tinta (γ).

É uma boa escolha, pois são variáveis independentes entre si e dimensional-


mente independentes também, pois o diâmetro da lata é definido na unidade
de comprimento e o peso específico contém a dimensão de força por com-

64
MECÂNICA DOS FLUIDOS

primento com elevação ao cubo. No caso, é impossível formar um produto


adimensional com o conjunto das variáveis.

Variáveis repetidas escolhidas: D e γ (2 variáveis e 2 dimensões).

Passo 5: Formar um termo π multiplicando uma das variáveis não repetidas


pelo produto das variáveis repetidas elevadas a um expoente que torne a
combinação adimensional.
Combinamos a variável dependente com as variáveis de repetição para forma-
ção do primeiro termo π:

A combinação das variáveis deve ser adimensional, portanto, devemos veri-


ficar o valor dos expoentes “a” e “b” para que o valor do expoente resultante
de cada uma das dimensões básicas das variáveis seja igual a zero, tornando
o grupo adimensional. Assim, descrevemos as unidades componentes de cada
termo por substituições e resolvemos o sistema de equações algébricas linea-
res a seguir:

Assim, os valores dos expoentes “a” e “b” foram definidos. O primeiro termo π
é definido como:

65
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Passo 6: Repetir o passo 5 para cada uma das variáveis repetidas restantes.

No exemplo, repetimos o procedimento para as outras variáveis independen-


tes para formação dos outros termos π’s. Portanto, repetimos o passo 5:

Organizando as equações algébricas lineares para definição dos expoentes


de modo que o grupo fique adimensional em função da combinação de suas
dimensões:

Assim, os valores dos expoentes “a” e “b” foram definidos. O segundo termo
π é definido como:

66
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Organizando as equações algébricas lineares para definição dos expoentes


de modo que o grupo fique adimensional em função da combinação de suas
dimensões:

Assim, os valores dos expoentes “a” e “b” foram definidos. O segundo termo
π é definido como:

Organizando as equações algébricas lineares para definição dos expoentes


de modo que o grupo fique adimensional em função da combinação de suas
dimensões:

67
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Assim, os valores dos expoentes “a” e “b” foram definidos. Assim, o segundo
termo π é definido como:

Passo 7: Verificar se todos os termos π são adimensionais.

Para verificar se os termos π são adimensionais, devem ser inseridas as di-


mensões no grupo π com base no sistema de unidades e conjunto de unida-
des adotado (força, comprimento, tempo). Assim:

Os quatro grupos π são adimensionais.

Passo 8: Expressar a forma final da relação entre os termos e analisar o sig-


nificado da relação.

O resultado final da análise dimensional do problema é:

68
MECÂNICA DOS FLUIDOS

2 Repita o exercício 1 utilizando o sistema de unidades: massa, com-


primento, tempo. Verifique se é possível reduzir o número de grupos
π necessários para descrever o problema apenas alterando o siste-
ma de unidades básicas.

R.: Passo 1: Relacionar todas as variáveis importantes dos problemas.

No caso, a deflexão (δ) causada pela tinta no fundo da lata metálica depende
do diâmetro da lata (D), do módulo de elasticidade do material da lata (E), da
altura de coluna de tinta (h), do peso específico da tinta (γ) e da espessura
do fundo da lata (d). Portanto, relacionamos a variável dependente com as
variáveis independentes do problema, ou seja, a deflexão do fundo da lata é
uma função das variáveis:

Passo 2: Expressar cada variável em função das dimensões básicas.

Podemos utilizar o conjunto de unidades básicas que relaciona massa, com-


primento e tempo ou força, comprimento e tempo. No exercício, vamos uti-
lizar o conjunto de unidades básicas massa, comprimento, tempo. O número
de variáveis do problema é o mesmo, mas o número de dimensões básicas
agora é três.
Aparentemente, podemos reduzir o número de termos π’s necessários para
descrição do problema (de quatro para três) apenas mudando o sistema de
unidades básicas. Contudo, a resposta é não! Apenas duas dimensões são
necessárias para descrição da análise dimensional:

69
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Passo 3: Determinar o número necessário de termos π.

No problema, temos seis variáveis (contando a dependente e as independen-


tes) e também foram necessárias duas unidades básicas (‘m’ e ‘kg/s²’) ou di-
mensões de referência para definição das variáveis. Portanto:

O número de termos π necessário para o teorema é igual a quatro.

Passo 4: Definir o número de variáveis repetidas.

Devemos definir quais serão as variáveis repetidas que serão utilizadas para
definição dos termos π entre as variáveis independentes (E, d, D, h, γ). A va-
riável dependente (δ) não pode ser escolhida como variável repetida. É pre-
ciso escolher duas variáveis repetidas pois foram utilizadas duas dimensões
básicas de referência. Para o exemplo, definimos como variáveis repetidas o
diâmetro da lata (D) e o peso específico da tinta (γ). É uma boa escolha pois
são variáveis independentes entre si e dimensionalmente independentes
também, pois o diâmetro da lata é definido na unidade de comprimento e
o peso específico contém a dimensão de força por comprimento elevado ao
cubo. No caso, é impossível formar um produto adimensional com o conjunto
das variáveis.

Variáveis repetidas escolhidas: D e γ (2 variáveis e 2 dimensões).

Passo 5: Formar um termo π multiplicando uma das variáveis não repetidas


pelo produto das variáveis repetidas elevadas a um expoente que torne a
combinação adimensional.
Combinamos a variável dependente com as variáveis de repetição para for-
marmos o primeiro termo π:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

A combinação das variáveis deve ser adimensional, portanto, devemos veri-


ficar o valor dos expoentes “a” e “b” para que o valor do expoente resultante
seja igual a zero, tornando o grupo adimensional. Assim, descrevemos as uni-
dades componentes de cada termo por substituições e resolvemos o sistema
de equações algébricas lineares a seguir:

Assim, os valores dos expoentes “a” e “b” foram definidos. O primeiro termo π
é definido como:

Passo 6: Repetir o passo 5 para cada uma das variáveis repetidas restantes.

No exemplo, repetimos o procedimento para as outras variáveis independen-


tes para formarmos os outros termos π’s. Portanto, repetimos o passo 5:

Organizando as equações algébricas lineares para definição dos expoentes


de modo que o grupo fique adimensional em função da combinação de suas
dimensões:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Assim, os valores dos expoentes “a” e “b” foram definidos. O segundo termo
π é definido como:

Organizando as equações algébricas lineares para definição dos expoentes


de modo que o grupo fique adimensional em função da combinação de suas
dimensões:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Assim, os valores dos expoentes “a” e “b” foram definidos. O segundo termo
π é definido como:

Organizando as equações algébricas lineares para definição dos expoentes


de modo que o grupo fique adimensional em função da combinação de suas
dimensões:

Assim, os valores dos expoentes “a” e “b” foram definidos. O segundo termo
π é definido como:

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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Passo 7: Verificar se todos os termos π são adimensionais.

Para verificar se os termos π são adimensionais, devem ser inseridas as di-


mensões no grupo π com base no sistema de unidades e conjunto de unida-
des adotado (massa, comprimento, tempo). Assim:

Os quatro grupos π são adimensionais.

Passo 8: Expressar a forma final da relação entre os termos e analisar o sig-


nificado da relação.

O resultado final da análise dimensional do problema é:

Conclusão: Conforme constatado pelos mesmos termos adimensionais dos


dois exercícios, não é possível alterar o número de grupos π’s necessários
para descrever o problema simplesmente alterando o sistema de unidades
básicas de referência. Ambos os resultados demonstrados estão corretos.
Pode ser demonstrado, pela unicidade dos termos de π’s, que não existe um
único grupo de π’s para um determinado problema. Contudo, o número de gru-
pos de π’s requisitados é sempre o mesmo.
Uma vez determinado o conjunto de termos π’s, todos os outros conjuntos
possíveis podem ser desenvolvidos a partir desse pela combinação de produ-
tos π elevados a uma potência. Determinar qual é a melhor escolha de gru-
pos π’s é uma decisão difícil que depende muito da experiência. Geralmente,
escolhem-se os termos π’s mais simples e que facilitam o trabalho algébrico
e experimental.
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