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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Síntese e avaliação da atividade antioxidante e


antileishmania de híbridos pirazol-tiadiazol
trifluormetilados

Dissertação apresentada por


JENIFFER DO NASCIMENTO ASCENCIO
CAMARGO ao Programa de Pós-
Graduação em Química do Departamento
de Química do Centro de Ciências Exatas
da Universidade Estadual de Maringá
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Química

MARINGÁ, FEVEREIRO/2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Centro de Ciências Exatas/Departamento de Química


Programa de Pós-Graduação em Química- PQU

Síntese e avaliação da atividade antioxidante e antileishmania de


híbridos pirazol-tiadiazol trifluormetilados

Mestranda: Jeniffer do Nascimento Ascencio Camargo


Orientadora: Profª. Drª. Fernanda Andréia Rosa

Maringá, fevereiro de 2020


AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por me conceder forças,


disposição e discernimento ao longo dessa jornada.
A minha família, especialmente aos meus pais, Marcelo e Silvana, por
formarem os fundamentos do meu caráter, acreditarem sempre em mim e que com
muito carinho, apesar dos quilômetros de distância, não medirem esforços para que
eu chegasse até esta etapa de minha vida, me estimulando nos momentos mais
difíceis. A vocês dedico todas as minhas conquistas, pois sem vocês, eu não sou
nada.
À minha orientadora Drª. Fernanda Andréia Rosa, pela oportunidade de
realizar este trabalho, pelo convívio, apoio, compreensão e paciência.
Aos meus amigos, Beatriz Rios, Bruna Schoenberger, Elaine Reis e Karlos
Pianoski, obrigada por todo apoio e motivação, por sempre estarem comigo nos
momentos que mais precisei. Esta caminhada não seria a mesma sem vocês.
Não posso deixar de agradecer a meus companheiros de laboratório do grupo
ECO, que doaram um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse
possível, os quais compartilharam importantes conhecimentos comigo e me
ensinaram muitas coisas.
À Ana Maria A. Barelli, Beatriz Moreno e Camila B. Francisco pelas análises
de RMN, convivência e amizade.
Agradeço também а todos оs professores qυе mе acompanharam durante а
caminhada acadêmica, obrigada por todo o conhecimento, compreensão e carinho.
Agradeço também as professoras Drª. Maria Helena Sarragiotto e Drª. Gisele
Gauze, membros da banca de qualificação de Mestrado, a professora Drª. Marcelle
Bispo e ao professor Dr. Michael Jackson, membros da banca de defesa de mestrado,
pelos conselhos, sugestões e interesse em contribuir para o desenvolvimento deste
projeto.
Ao professor Dr. Sidnei Moura (UCS) pelas análises de massas.
Ao professor Dr. Celso Vataru Nakamura, pelas análises de atividade
antileishmania.
A professora Drª. Liane Maldaner e Antônio Eduardo Nicácio, pelas análises
de atividade antioxidante.
Aos órgãos financiadores CAPES, CNPQ e Fundação Araucária, pelo
incentivo à pesquisa
Enfim, agradeço a todos aqueles qυе dе alguma forma contribuíram para a
conclusão desta etapa em minha vida, fazendo valer cada vеz mais а pena.
RESUMO

CAMARGO, JENIFFER N.A. Síntese e avaliação da atividade antioxidante e


antileishmania de híbridos pirazol-tiadiazol trifluormetilados. 2020. 115 p. Dissertação
de Mestrado – Universidade Estadual de Maringá. Maringá, 2020.

Mais de 700 mil mortes são causadas por microorganismos transmitidos por vetores
por ano. Entre essas doenças, é possível destacar a leishmaniose, uma doença
negligenciada transmitida pelo mosquito palha. A leishmaniose está presente em 98
países e coloca em risco saúde de mais de 350 milhões pessoas. Atualmente, os
medicamentos utilizados no tratamento da leishmaniose apresentam alta toxicidade e
vários efeitos colaterais, de tal maneira, o desenvolvimento de novos compostos com
atividade antileishmania, mais seletivos e menos tóxicos são de extrema importância.
Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo a síntese de 4-
hidrazonocarbotiamida pirazóis trifluormetilados por um procedimento one-pot
sequencial a partir da ciclcondensação de β-enaminodicetonas trifluormetiladas com
fenilidrazina e subsequente reação com tiossemicarbazida, a qual deu origem a 6
novos compostos (4a-f) com rendimentos que variaram de 63-94%. A derivatização
dos compostos 4a-f mostrou-se efetiva, dando origem aos derivados S-metilados 5a-
f, com rendimentos de 61-85%, e aos híbridos pirazol-tiadiazol 6a-f através da
ciclização oxidativa intermediada por iodo molecular, com rendimentos de 20-56%. Os
compostos sintetizados foram avaliados para a forma promastigota da Leishmania
amazonensis com valores de IC50 que variaram de 13,9 a 61,2 µM, sendo que a série
dos derivados 4-isotiossemicarbazonas (5a-f) apresentou os melhores resultados de
atividade, onde o composto 5d apresentou maior atividade (13,9 µM). A atividade
antioxidante dos compostos sintetizados também foi avaliada via os métodos DPPH,
FRAP e ORAC, apresentando atividade apenas pelo método ORAC com valores que
variaram de 51,98 a 2391,47 μmol de equivalente Trolox g-1 de amostra, sendo a série
dos derivados 4-hidrazonocarbotioamida pirazóis trifluormetilados (4a-f) mais ativa de
modo geral, e o composto híbrido pirazol-tiadiazol 6f o mais ativo dentre os compostos
testados. Adicionalmente foi realizada a comparação dos resultados dos ensaios
biológicos os quais não apresentaram uma correlação direta.

Palavras-chave: Pirazol; 1,3,4-tiadiazol; Tiossemicarbazona; Isotiossemicarbazona;


Atividade antileishmania; e Atividade antioxidante.
ABSTRACT

Synthesis and evaluation antioxidant and antileishmanial activities of pyrazole-


thiadiazole hybrids

More than 700 thousand deaths are caused by microorganisms transmitted by vectors
per year. Among these diseases, it is possible to highlight leishmaniosis, a neglected
disease transmitted by the phlebotomine sandfly and it is present in 98 countries,
putting at risk the health of more than 350 million people. Currently, the drugs used in
the treatment of leishmaniosis have high toxicity and a number of colateral effects, in
such a way, the development of new compounds with antileishmanial activity, more
selective and less toxic are of extreme importance. In this context, the present work
had as objective the synthesis of 4-hydrazonocarbotiamide pyrazoles
trifluoromethylated by a sequential one-pot procedure from the cyclodensation of
trifluoromethylated β-enaminodiketones with phenylhydrazine and subsequent
reaction with thiosemicarbazide (4a-f) with yields of 63-94%. The derivatization of
compounds 4a-f proved to be effective, giving rise to the new S-alkyl 5a-f, with yields
of 61-85%, and the pyrazole-thiadiazole hybrids 6a-f through the oxidative cyclization
mediated by molecular iodine, with yields of 20-56%. The synthesized compounds
were evaluated for the promastigote form of Leishmania amazonensis with values of
IC50 that ranged 13,9 to 61,2 µM, being the series of derivatives 4-
isothiosemicarbazones (5a-f) that showed the best results of activity, where the
compound 5d exhibited higher activity (13,9 µM). The antioxidant activity of the
synthesized compounds was also measure by the DPPH, FRAP and ORAC methods,
presenting activity only by the ORAC method with values that ranged from 51,98 to
2391,47 μmol of Trolox equivalent g-1 of sample. The series of 4-
hydrazonocarbothioamide derivatives trifluoromethylated pyrazoles (4a-f) was the
most active in general, and the the hybrid compound pyrazol-thiadiazole 6f was the
most active among the others compounds tested. Additionally, was performed the
comparison of the results of the biological tests which did not present a direct
correlation.

Key-words: Pyrazole; 1,3,4-thiadiazole; Thiosemicarbazone; Isothiosemicarbazone;


Antileishmanial activity; and Antioxidant activity.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13
2 OBJETIVOS ................................................................................................. 18
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 18
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 18
3 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 21
3.1 ESTRESSE OXIDATIVO E ANTIOXIDANTES...................................................... 21
3.2 ATIVIDADE PRÓ-OXIDANTE ................................................................................. 22
3.3 PRINCIPAIS MÉTODOS PARA A DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE
ANTIOXIDANTE ...................................................................................................................... 23
3.3.1 Atividade antioxidante através do sequestro do radical DPPH•.................... 23
3.3.2 Atividade antioxidante via ABTS•+ ................................................................ 24
3.3.3 Atividade antioxidante FRAP ........................................................................ 25
3.3.4 Atividade antioxidante ORAC ....................................................................... 25
3.3.5 Atividade antioxidante in vitro para substratos orgânicos............................. 27
3.4 LEISHMANIOSE....................................................................................................... 31
3.5 ATIVIDADE ANTILEISHMANIA .............................................................................. 35
3.5.1 Pirazóis com atividade antileishmania.......................................................... 35
3.5.2 Atividade antileishmania de pirazóis trifluormetilados .................................. 38
3.5.3 Atividade antileishmania de tiossemicarbazonas ......................................... 38
3.5.4 Atividade antileishmania de tiadiazóis .......................................................... 40
3.6 SÍNTESE DE PIRAZÓIS .......................................................................................... 41
3.6.1 Síntese de pirazóis a partir de β-enaminodicetonas .................................... 42
3.6.2 Síntese de pirazóis trifluormetilados a partir de β-enaminodicetonas
trifluormetiladas ......................................................................................................... 45
3.7 SÍNTESE DE TIOSSEMICARBAZONAS ............................................................... 49
3.8 SÍNTESE DE ISOTIOSSEMICARBAZONAS ........................................................ 53
3.9 SÍNTESE DE TIADIAZÓIS ...................................................................................... 55
3.9.1 Síntese de 2-amino 1,3,4-tiadiazóis via ciclização oxidativa ........................ 57
3.10 Híbridos pirazol-1,3,4-tiadiazol e suas atividades farmacológicas ........................ 58
4 RESULTADOS ............................................................................................ 60
4.1 SÍNTESE DAS Β-ENAMINODICETONAS TRIFLUORMETILADAS (3a-f)......... 63
4.2 SÍNTESE ONE POT DE 4-HIDRAZONACARBOTIOAMIDA PIRAZÓIS
TRIFLUORMETILADOS (4a-f)............................................................................................... 64
4.2.1 Caracterização estrutural das tiossemicarbazonas 4a-f............................... 68
4.3 SÍNTESE DOS 4-ISOTIOSSEMICARBAZONAS PIRAZÓIS
TRIFLUORMETILADOS (5) ................................................................................................... 75
4.3.1 Caracterização estrutural dos 4-isotiossemicarbazonas pirazóis
trifluormetilados ......................................................................................................... 78
4.4 SÍNTESE DOS 4-(2-AMINO-1,3,4-TIADIAZOLIL) PIRAZÓIS
TRIFLUORMETILADOS (6) ................................................................................................... 81
4.4.1 Caracterização estrutural dos híbridos tiadiazol-pirazol 6a-f........................ 86
4.5 ATIVIDADE BIOLÓGICA ......................................................................................... 91
4.5.1 Atividade antioxidante .................................................................................. 91
4.5.2 Atividade antileishmania............................................................................... 93
5 CONCLUSÕES ............................................................................................ 97
6 PARTE EXPERIMENTAL ............................................................................ 98
6.1 INSTRUMENTAÇÃO E REAGENTES ................................................................... 98
6.2 SÍNTESE DE 4-HIDRAZONOCARBOTIOAMIDA PIRAZÓIS
TRIFLUORMETILADOS ......................................................................................................... 98
6.3 SÍNTESE DE 4-ISOTIOSSEMICARBAZONAS PIRAZÓIS
TRIFLUORMETILADOS ......................................................................................................... 99
6.4 SÍNTESE DE 1,3,4-TIADIAZÓIS ...........................................................................100
6.5 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE ...................................................100
6.5.1 Atividade Antioxidante via o método DPPH ............................................... 101
6.5.2 Atividade Antioxidante via o método FRAP ................................................ 101
6.5.3 Atividade Antioxidante via o método ORAC ............................................... 102
6.6 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTILEISHMANIA ...............................................102
6.6.1 Parasitas e cultura celular .......................................................................... 102
6.6.2 Ensaio anti-proliferativo .............................................................................. 103
6.6.3 Ensaio de citotoxicidade em células de mamíferos .................................... 103
6.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA........................................................................................104
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 105
8 ANEXOS .................................................................................................... 116
8.1 ESPECTROS DE RMN (1H E 13C) E MAPAS DE CONTORNOS HSQC E
HMBC PARA OS DERIVADOS 4a-f (ANEXOS 1-39) ............................................. 105
8.2 ESPECTROS DE RMN (1H E 13C) E MAPAS DE CONTORNOS HSQC E
HMBC PARA OS DERIVADOS 5a-f (ANEXOS 40-81) ........................................... 105
8.3 ESPECTROS DE RMN (1H E 13C) E MAPAS DE CONTORNOS HSQC E
HMBC PARA OS DERIVADOS 6a-f (ANEXOS 82-118) ......................................... 203
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura química de fármacos contendo os núcleos heterocíclicos


pirazol e tiadiazol (destacados em azul) com diferentes aplicações terapêuticas
......................................................................................................................... 15
Figura 2 – Classificação geral de pró-oxidantes............................................... 22
Figura 3 – Estrutura química do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazila, DPPH•..... 24
Figura 4 – Estrutura química do 2,2’-azino-bis (3-etilbenzotiazolin) 6-ácido
sulfônico, ABTS. ............................................................................................... 24
Figura 5 – Estrutura da Fluoresceína e do AAPH ............................................ 26
Figura 6 – Tiossemicarbazonas I avaliadas contra o radical DPPH ................. 28
Figura 7 – Tiossemicarbazonas II avaliadas contra o radical DPPH ................ 29
Figura 8 – Tiadiazóis III avaliados contra o radical DPPH ................................ 31
Figura 9 – Classificação taxonômica das espécies de Leishmania .................. 32
Figura 10 – Ciclo de vida da Leishmania spp. .................................................. 33
Figura 11 – Fármacos utilizados para o tratamento da leishmaniose .............. 34
Figura 12 – Derivados 4-imidazolil-pirazol substituídos avaliados contra formas
da Leishmania .................................................................................................. 35
Figura 13 – Derivados pirazol-tetrazol e ciano-pirazol avaliados para a atividade
antileishmania ................................................................................................... 36
Figura 14 – Derivados 1,3-diaril-pirazol 4-substituídos avaliados contra a atividade
antileishmania ................................................................................................... 37
Figura 15 – 4-formil/iminometil pirazóis trifluormetilados avaliados frente a
Leishmania ....................................................................................................... 38
Figura 16 – 3,4-metilenodioxido-6-X-tiossemicarbazonas com atividade
antileishmania .................................................................................................. 39
Figura 17 – Aril tiossemicarbazonas avaliadas contra a atividade antileishmania
......................................................................................................................... 39
Figura 18 – Atividade antileishmania de aril tiossemicarbazonas com atividade
antileishmania .................................................................................................. 40
Figura 19 – Atividade antileishmania dos derivados tiadiazóis XXIX e XXX. ....... 41
Figura 20 – Derivados 5-(5-nitro-heteroaril) 1,3,4-tiadiazóis 2-tiosubstituídos
avaliados contra a atividade antileishmania ..................................................... 41
Figura 21 – Estrutura da β-enaminodicetona simétrica utilizada por Da Silva et
al. ..................................................................................................................... 43
Figura 22 – Estrutura geral de tiossemicarbazonas ......................................... 49
Figura 23 – Rotas sintética de tiossemicarbazonas. ........................................ 50
Figura 24 – Estrutura geral de isotiossemicarbazonas ..................................... 53
Figura 25 – Formas isoméricas do núcleo tiadiazol ......................................... 56
Figura 26 – Sistema mesoiônico ...................................................................... 56
Figura 27 – Espectro de RMN 1H (500 MHz) do composto 4a em DMSO-d6 ... 69
Figura 28 – Representação do equilíbrio tautomérico tiol-tiona para o composto
4a ..................................................................................................................... 70
Figura 29 – Expansão do mapa de contornos de HMBC do composto 4a, em
DMSO-d6, à 500,013 x 125,77 MHz ................................................................. 71
Figura 30 – Espectro de RMN 13C (125,77 MHz) do composto 4a em DMSO-d6
......................................................................................................................... 72
Figura 31 – Espectro de massas de alta resolução do composto 4a ............... 74
Figura 32 – Proposta de fragmentações para o composto 4a .......................... 75
Figura 33 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do composto 5a em CDCl3
......................................................................................................................... 78
Figura 34 – Espectro de RMN 13C (75,46 MHz) do composto 5a em CDCl3
......................................................................................................................... 79
Figura 34 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz)...................................................................................................... 80
Figura 36 – Espectro de RMN 1H (500 MHz) do composto 6a em DMSO-d6
......................................................................................................................... 87
Figura 37 – Espectro de RMN 13C (125,77MHz) composto 6a em DMSO-d6
......................................................................................................................... 88
Figura 38 – Espectro de massas de alta resolução do composto 6a e suas
principais fragmentações ................................................................................. 90
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Fármacos atuais para o tratamento da leishmaniose e seus efeitos


tóxicos .............................................................................................................. 34
Tabela 2 – Efeito do solvente na formação regiosseletiva de pirazóis
......................................................................................................................... 44
Tabela 3 – Nomenclatura dos compostos sintetizados e seus respectivos
códigos ............................................................................................................. 61
Tabela 4 – Testes reacionais para a otimização da síntese one-pot do composto
4a ..................................................................................................................... 65
Tabela 5 – Constantes físico-químicas dos compostos 4a-f ............................ 67
Tabela 6 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 4a-f............................ 72
Tabela 7 – Dados de espectrometria de massas de alta resolução dos
compostos 4a-f via ionização por eletronspray ................................................ 74
Tabela 8 – Testes reacionais para alquilação 4-hidrazonocarbotioamida pirazol
(4a) em DMSO ................................................................................................. 75
Tabela 9 – Rendimento e constantes físico-químicas dos compostos 5a-f...... 77
Tabela 10 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 5a-f.......................... 80
Tabela 11 – Testes reacionais para a síntese do núcleo tiadiazolínico (6a) .... 82
Tabela 12 – Constantes físico-químicas dos compostos 6a-f .......................... 85
Tabela 13 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 6a-f.......................... 88
Tabela 14 – Dados de espectrometria de massas de alta resolução dos TDZ 6a-
f a partir da ionização por electrospray ............................................................ 90
Tabela 15 – Resultados da atividade antioxidante via ORAC para os compostos
sintetizados ....................................................................................................... 92
Tabela 16 – Resultados do ensaio de atividade antileishmania dos compostos
sintetizados ....................................................................................................... 94
Tabela 17 – Resultados do ensaio de atividade antileishmania dos compostos
sintetizados ....................................................................................................... 96
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS

AAPH Dicloridrato de 2,2'-Azobis (2-amidinopropano)

ABTS 2,2’-azino-bis(3-etilbenzotiazolin-6-ácido sulfônico)

Ama Amastigota

CC50 Concentração citotóxica que matou 50% das células

 Deslocamento químico, delta

d Dupleto

DIB (diacetoxiiodo) benzeno

dd Dubleto de dupleto

DMSO Dimetilsulfóxido

DNA Ácido desoxirribonucleico

DPPH 2,2-difenil-1-picril-hidrazila

ERN Espécies Reativas de Nitrogênio

ERO Espécies Reativas de Oxigênio

FRAP Poder de redução do ferro

Hz Hertz

HMBC Do inglês “Heteronuclear Multiple Bond Correlation”

HSQC Do inglês “Heteronuclear Single Quantum Correlation”

IC50 Concentração necessária para reduzir em 50%

IS Índice de Seletividade

J Constante de acoplamento

LC Leishmania Cutânea

LCD Leishmania Cutânea Difusa

LMC Leishmania Mucocutânea

LV Leishmania Visceral
m Multipleto

M Molar

NFBTSI N-fluoro bis[(trifluormetill)sulfonil]imida

NFOBS N-fluoro-o-benzenodisulfonimida

NFPCB N-fluoro-2,6-dicloropiridínio tetrafluoroborato

NFPT N-fluoro-piridínio triflate

NQTF N-fluorquinuclidínio triflato

NFSI N-fluorobenzeno sulfonimida

OMS Organização Mundial da Saúde

ORAC Do inglês “Oxygen Radical Absorbance Capacity”

P.F. Ponto de Fusão

Pro Promastigota

HAT Do inglês “Hydrogen Atom Transfer”

q Quarteto

RMN Ressonância Magnética Nuclear

1-clorometil-4-fluoro-1,4-diazonibiciclo[2,2,2] octano
Selectofluor®
bis(tetrafluoroborato)

SET Single Eletron Transfer

t.a Temperatura ambiente


1 INTRODUÇÃO

O oxigênio molecular é essencial para a sobrevivência dos seres vivos


aeróbicos, entretanto espécies reativas de oxigênio (ERO) formadas a partir de
processos fisiológicos, em determinadas situações, podem causar o estresse
oxidativo no organismo devido ao desequilíbrio entre a produção de radicais
livres e as defesas antioxidantes. Assim, o estresse oxidativo está relacionado
com vários distúrbios no organismo, como doenças neurodegenerativas,
autoimunes, cardiovasculares, câncer dentre outras1–3. De tal maneira, é
importante realizar o estudo da atividade antioxidante de moléculas
biologicamente ativas, visando a prevenção do desenvolvimento das doenças
citadas.
Além disso, doenças causadas por microrganismos transmitidos por
vetores são um grande perigo para a saúde causando mais de 700 mil mortes
ao ano4. Entre essas doenças podemos destacar a leishmaniose, com
ocorrência em 98 países, colocando em risco a vida de mais de 350 milhões de
pessoas5.
A leishmaniose é uma doença negligenciada e possui como vetor o
mosquito palha do gênero Phlebotomus. Suas formas de manifestação variam
de acordo com a espécie de protozoário responsável pela doença, apresentando
quatro tipos de manifestação: leishmaniose cutânea (LC); leishmaniose cutânea
difusa (LCD); leishmaniose muco cutânea (LMC) e leishmaniose visceral ou
calazar (LV)4,5. Atualmente, para o tratamento da leishmaniose, os fármacos
utilizados apresentam alta toxicidade e desenvolvimento de resistência do
protozoário ao medicamento, consequentemente, gerando o aparecimento de
formas mais resistentes da Leishmania spp.6. Dessa forma, a síntese de novas
substâncias-líderes mais eficazes e com baixa toxicidade é de grande interesse
no campo da Química Medicinal.
Nos últimos anos, vários estudos mostraram a eficácia de compostos
heterocíclicos contendo os núcleos indol7, furano8,9, piridina10, tiofeno11, pirazol12,
tiadiazol13, oxadiazol14, entre outros6, frente a Leishmania spp..
Compostos heterocíclicos são aqueles em que um ou mais átomos de
carbono do anel são substituídos por um heteroátomo, como nitrogênio,
oxigênio, enxofre, entre outros15–17. A presença de heteroátomos no anel confere

13
propriedades físicas e químicas diferentes de seus hidrocarbonetos análogos,
conferindo-lhes grande aplicabilidade nas indústrias de materiais, agrícola e,
principalmente, farmacêutica15,18. Adicionalmente, estes compostos são
amplamente encontrados na natureza, participando de importantes processos
biológicos 15,16, além da ocorrência natural, diversos compostos sintéticos
possuem núcleos heterocíclicos com importantes propriedades biológicas,
sendo que grande parte desses anéis contém pelo menos um átomo de
nitrogênio (aza-heterociclos)19.
Assim, é possível destacar os seguintes núcleos dentro dessa classe:
pirazol, aza-heterociclo aromático de cinco membros contendo dois átomos de
nitrogênio adjacentes20 e tiadiazol, o qual é um anel aromático de cinco membros
contendo dois átomos de nitrogênio e um de enxofre, podendo existir nas formas
isoméricas 1,2,3-tiadiazol, 1,2,4-tiadiazol, 1,2,5-tidiazol e 1,3,4-tiadiazol21.
Compostos com estes núcleos têm sido objeto de estudo para o
desenvolvimento de moléculas biologicamente ativas devido à ampla gama de
propriedades farmacológicas que apresentam, tais como antileishmania12,22,
anti-inflamatória22,23, antimicrobiana22,24, anticonvulsivante22,25, antiviral22,26,
entre outras.
Dessa forma, estes núcleos estão presentes em fármacos comerciais e
protótipos a fármacos, como o lonazolac (Atrilon®)27 e celecoxibe (Celebra®)28,
usados como agentes anti-inflamatórios, razaxaban29, agente anticoagulante,
cefazolina (Kefazol®)30, utilizado como antibiótico, megazol31, com atividade
antitripanosoma e sulfametizol32 como antimicrobiano (Figura 1).

14
Figura 1 – Estrutura química de fármacos contendo os núcleos heterocíclicos pirazol e tiadiazol
(destacados em azul) com diferentes aplicações terapêuticas

Em conjunto aos núcleos aza-heterociclos, o grupo trifluormetila (-CF3)


tem recebido grande atenção, pois compostos fluorados apresentam-se como
candidatos para potenciais novos fármacos, devido às propriedades advindas
dos átomos do elemento flúor. O átomo de flúor se apresenta como bioisóstero
do átomo de hidrogênio, sendo uma das substituições isostéricas monovalente
mais comuns devido a que estes átomos são estericamente semelhantes e raio
de van der Waal’s próximos33. Entretanto, devido ao átomo de flúor ser o mais
eletronegativo da tabela periódica a troca de um hidrogênio por flúor leva a
mudanças no potencial biológico da molécula33. De tal maneira, a introdução de
um ou mais átomos de flúor afeta as propriedades químicas, físicas e biológicas,
como lipofilicidade, pKa e estrutura conformacional podendo acarretar melhorias
nas propriedades farmacológicas34,35.
Nesse contexto, a obtenção de pirazóis trifluormetilados pode ocorrer por
dois caminhos: (a) utilização de um bloco precursor trifluormetilado; (b) fluoração
do pirazol utilizando agentes fluorantes36. O Esquema 1 apresenta um exemplo
para cada um dos caminhos mencionados.

Esquema 1 – Exemplo de obtenção de pirazóis trifluormetilados por meio dos caminhos a e b

15
Assim, as β-enaminodicetonas trifluormetiladas (BEDT) têm se mostrado
como um interessante bloco precursor para síntese de aza-heterociclos, pois
apresentam ao menos três centros eletrofílicos os quais podem reagir com
nucleófilos/dinucleófilos por meio da reação de ciclocondensação (Esquema 2).

Esquema 2 – Bloco precursor BEDT, seus centros eletrofílicos e principais heterociclos que
podem ser obtidos

Dessa forma, nosso grupo de pesquisa, Síntese de Heterociclos


(SINTHET), tem desenvolvido metodologias para síntese regiosseletiva de aza-
heterociclos como pirimidinas37, pirazóis38,39, isoxazóis40 e núcleos fundidos
como pirazolo[3,4-d]piridazinonas41, a partir da ciclocondensação de β-
enaminodicetonas, com diferentes nucleófilos visando o estudo quanto às
propriedades farmacológicas dos novos compostos obtidos (Esquema 3).

Esquema 3 – Alguns dos heterociclos sintetizados pelo grupo SINTHET

16
Assim, as diferentes atividades farmacológicas dos aza-heterociclos, em
combinação com as características impares provenientes do grupo trifluormetila,
justificam o estudo desses compostos na Química Medicinal. Além disso, o
desenvolvimento de metodologias para a síntese de compostos com potencial
atividade farmacológica, em especial antileishmania, é de extrema importância,
seja pela iminente ameaça da doença, ou pela melhoria causada no tratamento
a partir de novos fármacos e/ou do sinergismo com outros medicamentos.

17
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Considerando os problemas apresentados para o tratamento da


leishmaniose e a ampla aplicabilidade farmacológica de compostos aza-
heterociclos e trifluormetilados, o presente trabalho tem como objetivo obter
novas estruturas híbridas pirazol-tiadiazol trifluormetiladas, bem como avaliar as
atividades antioxidante e antileishmania dos compostos obtidos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Obter β-enaminodicetonas trifluormetiladas (2) a partir da reação de C-


acilação da β-enaminocetona (1) (Esquema 4);

Esquema 4

• Realizar a troca do grupamento (N(Me)2) das β-enaminodicetonas


trifluormetiladas (2) por um grupo N-terc-butil para a obtenção de β-
enaminodicetonas trifluormetiladas (3) (Esquema 5);

Esquema 5

• Obter as 4-hidrazonacarbotioamidapirazóis em um procedimento one-pot


sequencial a partir da ciclocondensação das BEDT com PhNHNH2 para a
geração do intermediátio sal de imínio in situ, o qual, mediante a reação com

18
tiossemicarbazida irá gerar as 4-hidrazonacarbotioamidapirazóis (Esquema
6);

Esquema 6

• Realizar modificações estruturais na unidade tiossemicarbazonas a partir da


reação de S-metilação para o preparo de novos derivados S-metil-
isotiossemicarbazona (5) (Esquema 7);

Esquema 7

• Sintetizar os núcleos híbridos pirazol-tiadiazol (6) trifluormetilados a partir da


heterociclização intramolecular dos derivados tiossemicarbazonas (4)
(Esquema 8);

Esquema 8

19
• Avaliar a atividade antioxidante dos compostos 4-6 por meio das
metodologias via DPPH, FRAP e ORAC.

• Avaliar a atividade antileishmania in vitro dos compostos 4-6 contra as formas


promastigota da L. amazonensis;

20
3 REVISÃO DA LITERATURA

Nesta seção será apresentada uma breve revisão bibliográfica cujo


objetivo é retratar as principais metodologias sintéticas descritas na literatura
para o preparo de compostos semelhantes aos relatados neste trabalho.
Também será apresentada uma breve revisão acerca das atividades
antileishmania e antioxidante de compostos recorrentes na literatura análogos
aos aqui apresentados.
Assim, primeiramente, serão relatadas as informações presentes na
literatura sobre as atividades antioxidante e antileishmania, bem como os
métodos utilizados para esses ensaios biológicos, seguida do relato da síntese
de pirazóis trifluormetilados, tiossemicarbazonas, isotiossemicarbazonas e
tiadiazóis.

3.1 ESTRESSE OXIDATIVO E ANTIOXIDANTES

Os radicais livres são definidos como moléculas extremamente reativas


contendo um elétron desemparelhado, dessa forma, podem abstrair um elétron
de outras moléculas para atingir sua estabilidade42. No corpo humano existem
diversos radicais livres com funções variadas, os quais são geralmente divididos
em duas classes: espécies reativas de oxigênio (ERO) e espécies reativas de
nitrogênio (ENR) 1,2.
Assim como os radicais livres, substâncias antioxidantes também estão
presentes no organismo humano. Os antioxidantes são moléculas capazes de
estabilizar os radicais livres, evitando reações de oxidação e,
consequentemente, o dano celular causado por eles, apresentando um papel
crucial na preservação das funções celulares43,44. Os antioxidantes podem ser
obtidos de forma natural ou sintética, sendo que nos últimos anos os
antioxidantes sintéticos têm ganhado grande destaque devido aos inúmeros
benefícios ao organismo e uso na indústria alimentícia44.
Quando há um desequilíbrio entre os radicais livres e as defesas
antioxidantes, resultando no excesso de ERO/ERN, ocorre o que é chamado de
estresse oxidativo/nitrativo45. O desequilíbrio e excesso de espécies reativas
podem estar associados tanto a fontes endógenas, onde os radicais são obtidos

21
a partir de processos enzimáticos1–3, como a fontes exógenas, por exemplo
álcool, cigarro, pesticidas, alguns tipos de comida, luz ultravioleta, entre outras2.
Dessa forma, a presença de ERO/ERN em concentrações elevadas é
capaz de causar danos celulares a macromoléculas biológicas como, proteínas
e lipídios, bem como ao material genético (DNA). Os danos causados podem
levar a diversos tipos de doenças, como diabetes, câncer, artrite, doenças
neurodegenerativas, autoimunes, cardiovasculares e outras45–47.

3.2 ATIVIDADE PRÓ-OXIDANTE

Os pró-oxidantes são classificados como substâncias químicas capazes


de reagir com espécies reativas de oxigênio e formar compostos perniciosos à
biomoléculas. Estas moléculas podem atuar aumentando o estresse oxidativo do
organismo ou inibindo sistemas antioxidantes. Eles ainda podem ser de origem
endógena ou exógena48. A Figura 2 apresenta a classificação geral de pró-
oxidantes.

Figura 2 – Classificação geral de pró-oxidantes

Pró-oxidantes

Exógenos Endógenos

Metabólitos
Ingredientes Poluição do endógenos
Patógenos Medicamentos Toxicantes Clima
alimentares meio ambiente
Metabólitos de
Metais de medicamentos
Bactérias Lipidios
Transição
Metabolismo
Celular
Virus Carboidratos Pesticidas

Ansiedade
Comida Resíduos de
Fungos
processada drogas

Fisiopatologia
Parasitas Antioxidantes

Isquemia

Fonte: Adaptado de RAHAL, et. al. (2014)48

22
3.3 PRINCIPAIS MÉTODOS PARA A DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE
ANTIOXIDANTE

Devido à complexidade da avaliação da atividade antioxidante, como por


exemplo, a reatividade do antioxidante frente ao radical, a concentração do
antioxidante e a solubilidade deles, diversos métodos foram desenvolvidos,
entretanto, nenhum foi totalmente aceito, isso se deve a que cada método é
adequado para uma determinada aplicação49. A capacidade antioxidante de
moléculas isoladas, carotenoides e produtos alimentícios têm sido determinada
por meio de diferentes métodos in vitro. Entre os métodos apresentados na
literatura, os mais comuns são as análises por meio dos radicais 2,2-difenil-1-
picril-hidrazila (DPPH) e 2,2’-azino-bis (3-etilbenzotiazolin) 6-ácido sulfônico
(ABTS), ORAC (oxygen radical absorbance capacity) e capacidade de redução
férrica, do inglês ferric reducing antioxidant power (FRAP)50.
Embora existam diversos testes químicos para a determinação do
potencial antioxidante de substratos, estes não são representativos às condições
do organismo humano e ao menos dois métodos diferentes devem ser
empregados, pois resultados diferentes podem ser obtidos para a mesma
molécula. Isso ocorre devido a influência do pH, nível de oxidação e solvente
empregado. Também se deve ao mecanismo reacional o qual é intrínseco ao
método utilizado50,51.
De modo geral, as metodologias empregadas para a análise da
capacidade antioxidante são divididas em dois grupos principais, O mecanismo
de reação da redução do radical é o que define a divisão dos grupos, podendo
ser via transferência de um elétron, do inglês single eléctron transfer (SET), ou
transferência de hidrogênio, do inglês hidrogen atom transfer (HAT)52.

3.3.1 Atividade antioxidante através do sequestro do radical DPPH•

O método de sequestro do radical DPPH (Figura 3) se baseia numa


técnica colorimétrica, sendo um radical orgânico que apresenta absorbância na
faixa de 515-520 nm no UV-vis em EtOH53.

23
Figura 3 – Estrutura química do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazila, DPPH•.

Esta técnica é muito utilizada devido ao radical ser estável em solução


orgânica. A estabilidade do DPPH se deve à deslocalização de elétrons por toda
a molécula, o que lhe confere a coloração roxa52–54. Dessa forma, o método se
baseia na descoloração da solução devido à facilidade do átomo de nitrogênio
radicalar ser estabilizado por antioxidantes, sendo que, geralmente, o
mecanismo de reação é via HAT (Esquema 9)53,54.

Esquema 9 – Reação entre o radical DPPH• e um antioxidante (AH) através da transferência de


um átomo de hidrogênio

3.3.2 Atividade antioxidante via ABTS•+

O método empregando a captura do radical ABTS (Figura 4) se baseia


numa técnica colorimétrica, assim como o método DPPH, que utiliza um cátion
radicalar orgânico, o ABTS•+, que apresenta absorbância em 734 nm no UV-
vis53,54.

Figura 4 – Estrutura química do 2,2’-azino-bis (3-etilbenzotiazolin) 6-ácido sulfônico, ABTS.

24
Inicialmente a técnica emprega o uso de uma solução de persulfato de
amônio para oxidar o ABST ao cátion radicalar ABTS•+, assim, ao ser formado o
radical o mesmo é reagido com um antioxidante via SET, passando de uma
coloração verde escuro para verde-azulado claro54.

3.3.3 Atividade antioxidante FRAP

O método de avaliação da atividade antioxidante via FRAP ocorre através


da transferência de elétrons e consiste na redução do íon Fe3+ para Fe2+
presente no complexo formado a partir de interações ácido-base de Lewis entre
o respectivo íon metálico com duas moléculas de 2,4,6-tripiridil-s-triazina
(TPTZ)53. De tal forma, o mecanismo reacional ocorre via transferência de
elétrons (SET). A redução é monitorada a 595 nm e o progresso da reação é
acompanhado a partir da alteração da tonalidade da mistura reacional,
intensificando de roxo azulado claro para roxo azulado escuro, de tal maneira,
quanto mais intensa a coloração, maior a atividade do antioxidante avaliado. O
Esquema 10 apresenta o esquema da reação.

Esquema 10 – Mecanismos de reação via FRAP

3.3.4 Atividade antioxidante ORAC

O método via ORAC mede a capacidade antioxidante de um substrato


frente ao AAPH [dicloridrato de 2,2'-azobis (2-amidinopropano)], um gerador de
radicais peroxil, em presença de uma sonda molecular fluorescente, com
fluoresceína55. A técnica consiste em medir a diminuição da fluorescência de
moléculas como a fluoresceína resultante do dano oxidativo causado por uma
fonte de radicais peroxil (ROO•) (Figura 5)56,57.

25
Figura 5 – Estrutura da Fluoresceína e do AAPH

De tal maneira, a capacidade antioxidante é medida fluorometricamente


pela habilidade do composto analisado em retardar a perda da fluorescência
neutralizando ROO• via transferência de átomos de hidrogênio do antioxidante
para o radical. Assim, quanto maior a atividade antioxidante, menos o sinal da
fluoresceína irá diminuir, consequentemente, quanto menor a capacidade
antioxidante da molécula, maior será a diminuição do sinal56. O Esquema 11
apresenta o esquema de reação do AAPH durante o ensaio ORAC.

Esquema 11 – Reação do radical AAPH durante o ensaio

Este método é relevante para condições in vivo, pois o radical peroxil é


um dos mais prevalentes no corpo humano. Geralmente, a capacidade
antioxidante é expressa em equivalente Trolox® (ácido 2-carboxílico-6-hidroxi-
2,5,7,8-tetrametilcromano), pois é um análogo da vitamina E, sendo um ótimo
antioxidante solúvel em água. Usualmente, a medida de equivalente Trolox é
expressa como µmol de Trolox.100 g-1 da amostra56.

26
3.3.5 Atividade antioxidante in vitro para substratos orgânicos

Desde os tempos antigos utilizava-se o conhecimento popular para a


preservação de alimentos, pois diversos produtos naturais apresentam atividade
antioxidante, como ervas, especiarias e alimentos. Entretanto o campo de estudo
sobre antioxidantes é relativamente recente, tendo em torno de 60 anos, estando
ainda em desenvolvimento58. Dessa maneira, diversos antioxidantes sintéticos
têm sido desenvolvidos tanto para a preservação de alimentos, como para o uso
industrial como aditivos diretos ou indiretos, além de seu uso medicinal por
evitarem o dano celular58.
Os antioxidantes sintéticos podem ser classificados em antioxidantes
primários e secundários baseados nas suas propriedades funcionais. Os
antioxidantes primários são aceitadores de radicais livres, sendo capazes de
retardar ou inibir a propagação de radicais na etapa de autoxidação. Geralmente,
antioxidantes primários reagem com radicais doando átomos de hidrogênio,
formando novos derivados mais estáveis e menos propensos a promover
autoxidação. Já os antioxidantes secundários podem atuar via diversos
mecanismos, entretanto, não convertem os radicais a novas espécies mais
estáveis. Estes antioxidantes são frequentemente referidos como sinergistas,
pois promovem atividade antioxidante como os primários através de outros
mecanismos59.
Como dito anteriormente, a produção de radicais livres está relacionada a
diversas doenças, assim, nos últimos anos antioxidantes multipotentes têm sido
desenvolvidos. Esta classe de compostos apresenta outras atividades biológicas
além da antioxidante, sendo de grande interesse para o tratamento de doenças
complexas. Estes compostos podem ser obtidos de duas formas, através de
screening em uma biblioteca ou design racional combinando grupos
farmacofóricos60.
Entre as diversas unidades que apresentam capacidade antioxidante, é
possível citar os sistemas contendo a unidade tiouréia, pois se apresenta como
um eficaz sequestrador de EROs e radicais livres. Essa propriedade pode ser
atribuída as formas tautoméricas tiol-tiona, principalmente a forma tiol, devido às
suas características de doar hidrogênio. Em vista disso, diversos estudos

27
existem na literatura sobre moléculas que apresentam essa unidade e seus
derivados58.
Nguyen, Le e Bui (2013)61 realizaram a síntese a avaliação da atividade
antioxidante in vitro e in vivo de tiossemicarbazonas (I) derivadas de
benzaldeídos substituídos e N-(tetra-O-acetil-β-D-galactopiranosil) tiosemi-
carbazida (Figura 6). Os testes realizados in vitro foram por meio do ensaio de
DPPH. Os resultados de IC50 variaram de 56 μM a >300 μM. O padrão utilizado
foi o resveratrol, o qual é um polifenol, o mesmo apresentou IC50=94 μM.

Figura 6 – Tiossemicarbazonas I avaliadas contra o radical DPPH

Os compostos mais ativos foram os com R= 4-N(CH3)2, com IC50= 56 μM,


R=3-OEt-4-OH, com IC50= 71 μΜ e R=3-OH-4-OCH3, com IC50= 75 μM, estes
também se apresentaram mais ativos que o padrão resveratrol. De modo geral,
considera-se que a série do composto I apresentou boa atividade antioxidante
frente ao radical DPPH, isso pode ser relacionado à presença do grupo N–H nas
tiossemicarbazonas, o qual pode doar um átomo de hidrogênio para o radical.
Assim, os compostos I irão existir na forma radicalar, a qual pode ser estabilizada
por ressonância pelo anel aromático, desse modo, os compostos que
apresentaram maior atividade antioxidante pode estar relacionado ao fato que a
presença de grupos doadores de elétrons estabiliza o radical presente na
molécula por ressonância (Esquema 12).

28
Esquema 12 – Reação entre os derivados I com o radical DPPH

Bingül (2019)62 realizou a síntese e avaliação da atividade antioxidante de


uma série de derivados indol-3-carboxialdeído tiossemicarbazonas (Figura 7).
Os ensaios de atividade antioxidante foram realizados por meio dos testes de
DPPH, ABTS e CUPRAC (Cupric Ion Reducing Antioxidant Capacity). Os
padrões utilizados foram BHT (hidroxitolueno butilado), BHA (mistura dos
isômeros 2 e 3-terc-butil-4-hidroxianisol) e α-TOC (α-tocoferol).

Figura 7 – Tiossemicarbazonas II avaliadas contra o radical DPPH

A avaliação da atividade antioxidante frente ao radical DPPH foi menos


efetiva que os padrões utilizados, onde o BHA e o TOC inibiram cerca de 80%
do radical e o padrão BHT inibiu 20% do radical com 100 μM. Já o composto que
apresentou maior atividade foi o II com R1=H e R2=CH3, com 18% de inibição,
seguido do composto II com R1=H e R2=C2H5, com 16% de inibição. Assim,
concluiu-se que a substituição de duas metilas ou a ausência de substituição do
grupamento –NH2 resulta no decréscimo da atividade antioxidante.
Ao utilizar o ensaio de atividade antioxidante ABTS foram obtidos
resultados melhores que ao utilizar o método de DPPH tiossemicarbazonas II,
sendo mais ativos que os controles BHT e TOC para a maior parte das

29
concentrações testadas. Neste caso com apenas 1 μM as tiossemicarbazonas
inibiram aproximadamente 15% do radical e para a concentração de 10 μM
valores de 60 a 65% de inibição do radical, com exceção para o composto II
R1=R2=CH3, o qual os valores foram mais baixos, porém não foram
representados.
Segundo a revisão da literatura descrita por Yehye et al. (2015)58, a S-
alquilação da porção tiouréia faz com que a atividade antioxidante seja perdida.
Adicionalmente, quando os derivados de tiouréia, como
tiossemicarbazidas/tiossemicarbazonas, reagem com radicais livres, são obtidos
como produto isotiossemicarbazidas/isotiossemicarbazonas. O mecanismo de
reação proposto pelos autores está presente no Esquema 13.

Esquema 13

Joseph et al. (2013)63 realizaram a síntese e avaliação da atividade


antioxidante de uma série de 1,3,4-tiadiazóis (Figura 8), utilizando como padrão
ácido ascórbico (IC50=22,99 μM). O método utilizado foi DPPH e a série dos
compostos III apresentaram valores de IC50 que variaram de 161,93 a >600 μM.

30
Figura 8 – Tiadiazóis III avaliados contra o radical DPPH

R R1 R2 R3
a CH3 H H H
b CH3 H F H
c CH3 H H Cl
d CH3 Br H H
e CH3 H Br H
f CH3 NO2 H H
g CH3 H H NO2
h C2H5 H H H
i C6H5 H H H
j o-F- C6H4 H F H
k m-F -C6H4 H H H
l p-F-C6H4 H H H
m m-Cl-C6H4 H H H
n p-Cl-C6H4 H H H
o o-Br-C6H4 H H H
p m-Br-C6H4 H H H
q o-NO2-C6H4 H H H
r o-OCH3-C6H4 H H H
s -CH=CH-C6H4 H H H

Os compostos avaliados apresentaram, de modo geral, atividade


antioxidante moderada, sendo o composto III s o que apresentou maior potencial
antioxidante com valor de IC50=161,93 μM, sendo menos ativo que o padrão
ácido ascórbico. Já os compostos III a-c e q, apresentaram-se inativos,
concluindo que a substituição do grupamento R por uma metila ou nitrofenila,
diminuem a atividade dos substratos.

3.4 LEISHMANIOSE

Doenças causadas por vírus, bactérias e parasitos, transmitidas por


vetores, são um grande perigo para a saúde em todo o mundo. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), estas doenças representam 17% das
doenças transmissíveis no mundo, causando mais de 700 mil mortes ao ano,
sendo mais afetadas as zonas subtropicais, tropicais e de menor
desenvolvimento, com precariedade no sistema de saneamento básico. Entre
essas doenças podemos destacar a leishmaniose, causada por mais de 20
espécies do protozoário Leishmania (Figura 9), com ocorrência em 98 países,
colocando em risco mais de 350 milhões de pessoas4,5.

31
Figura 9 – Classificação taxonômica das espécies de Leishmania

A leishmaniose é uma doença negligenciada e possui como vetor o


mosquito palha do gênero Phlebotomus5. O ciclo de transmissão da doença
começa quando o flebótomo fêmea pica um hospedeiro do protozoário, assim os
parasitos passam da forma amastigota para promastigota e multiplicam-se.
Quando o mosquito contaminado pica outro vertebrado, ocorre a transmissão
dos parasitos, os quais são fagocitados pelos macrófagos e convertidos à forma
amastigota. Então, esta se multiplica dentro das células, causando o rompimento
celular, consequentemente, lesões e a morte do tecido celular (Figura 10)64,65.

32
Figura 10 – Ciclo de vida da Leishmania spp.

Fonte: Adaptado de HARHAY, et al. (2011)66

As formas de manifestação da leishmaniose variam de acordo com a


espécie de protozoário responsável pela doença. A leishmaniose cutânea (LC)
é a forma mais comum, se apresentando inicialmente como uma pequena ferida
nodular, a qual aumenta progressivamente até seu tamanho definitivo 64,67. A
forma difusa (LCD) da patologia manifesta-se de forma semelhante a anterior,
porém é formada por um conjunto de lesões66,67. A leishmaniose muco cutânea
(LMC) pode ocorrer meses após a cicatrização da LC, sendo caracterizada pela
migração dos parasitos para o tecido das mucosas da boca e trato respiratório,
podendo causar destruição total ou parcial dos tecidos 67. Outra forma de
manifestação é a leishmaniose visceral (LV) ou calazar, a qual ataca os órgãos
internos, e caso não tratada, pode levar a morte66.
Segundo os dados relatados pela OMS5 em 2017, estima-se que ocorrem
cerca de 1,3 milhões de novos casos de leishmaniose por ano, sendo 0,3 milhões
de casos LV e 1 milhão de casos LC. É possível destacar que 90% dos casos de
LV ocorrem em apenas seis países, entre eles o Brasil. Já os casos de LC estão
espalhados entre a bacia do Mediterrâneo, as Américas, e na Ásia ocidental, do
Oriente Médio à Ásia Central, onde: Afeganistão, Argélia, Colômbia, Brasil, Irã,
Síria, Etiópia, Sudão, Costa Rica e Peru, representam cerca de 70 a 75% da
incidência global de LC68.
33
Atualmente, no tratamento da leishmaniose, os primeiros fármacos a
serem utilizados são à base de antimônio pentavalente, os quais são injetáveis,
sendo o antimoniato de meglumina (IV) muito utilizado no Brasil. Caso haja
resistência, outros medicamentos são utilizados, como a anfotericina B (V),
injetável; paromomicina (VI), injetável; miltefosina (VII), administrado via oral; e
pentamidina (VIII), injetável (Figura 11)6,68,69.

Figura 11 – Fármacos utilizados para o tratamento da leishmaniose

Entretanto, todos esses fármacos apresentam problemas como alta


toxicidade e resistência do protozoário ao medicamento, consequentemente
gerando o aparecimento de formas mais resistentes da Leishmania6. A Tabela 1
apresenta os fármacos e seus efeitos tóxicos.

Tabela 1 – Fármacos atuais para o tratamento da leishmaniose e seus efeitos tóxicos.


Fármacos Efeitos Tóxicos
Pancreatite, neuropatia periférica reversível, dor no local da injeção,
rigidez articular, problemas gastrointestinais, insuficiência renal,
Antimônio
hepática (nefrotoxicidade), cardiotoxicidade, acumulo no interior dos
Pentavalente
tecidos, como, fígado, baço e outros.

Nefrotoxicidade com rigor, febre e calafrios, dor óssea, hipotensão,


anorexia, dispnéia, tromboflebite, raramente parada cardíaca e
Anfotericina B
miocardite.

Níveis elevados de transaminases hepáticas, ototoxicidade, dor no


Paromomicina
local da injeção, náuseas, cólicas abdominais, diarreia e outros.

34
Tabela 1 – Fármacos atuais para o tratamento da leishmaniose e seus efeitos tóxicos
(Continuação).
Fármacos Efeitos Tóxicos
Distúrbios gastrintestinais, hepatotoxicidade, toxicidade renal, entre
Miltefosina outros.

Mialgia, dor no local da injeção, náuseas, dor de cabeça, e menos


comumente resulta em um sabor metálico, sensação de queimação,
Pentamidina
dormência e hipotensão arterial.

Fonte: Adaptado de SANGSHETTI, et al. (2015)6

Neste contexto, a busca de novos candidatos a fármacos para o


tratamento da leishmaniose com menos efeitos colaterais é de grande
importância.

3.5 ATIVIDADE ANTILEISHMANIA

3.5.1 Pirazóis com atividade antileishmania

Santos et al. (2011)12 publicaram a síntese e avaliação da atividade


antileishmania in vitro, em relação à forma promastigota das espécies L.
amazonensis, L. braziliensis e L. infantum, de duas séries de derivados 4-
imidazolil-pirazol 1,4-dissubstituído e 1,4,5-trissubstituído (Figura 12). Os
autores observaram que a concentração efetiva necessária para inibir 50% do
crescimento (IC50) do protozoário variou de 15,5 a >500 μM, com atividade menor
que o padrão, porém apresentando menor citotoxicidade que o mesmo, com
15,5% de morte celular enquanto o padrão pentamidina apresentou 31%.

Figura 12 – Derivados 4-imidazolil-pirazol substituídos avaliados contra formas da Leishmania

O composto mais ativo entre os testados foi o composto X com R= 3,5-


diCl, enquanto que os compostos X com R=3-F, R=4-Br e IX com R=3,5-diCl não
foram ativos para a L. amazonensis. Já para a L. braziliensis os compostos
sintetizados apresentaram baixa atividade, onde o composto mais ativo, X com

35
R=4-Br, apresentou IC50 de 272 μM. Os compostos testados para a L. infanum
apresentaram baixa atividade com valores de IC50 superiores a 500 μM,
enquanto que o padrão apresentou IC50 de 100 μM.
Faria et al. (2013)70, relataram a síntese e avaliação da atividade
antileishmania para uma série de derivados de 5-(1-aril-3-metil-1H-pirazol-4-il)-
1H-tetrazol e seu precursor nitrílico (Figura 13), com inibição da multiplicação in
vitro das espécies L. amazonensis e L. brasiliensis do protozoário na forma
promastigota. As variações de IC50 foram de 15,38 a >900 μM, os quais foram
maiores que o padrão, pentamidina, com 13 μM. Em relação à citotoxicidade dos
compostos, os valores da concentração citotóxica (CC50) variaram de 90,34 a
>1000 μM para os compostos testados, apresentaram em sua maioria, melhor
índice de seletividade (IS) do que o padrão utilizado.

Figura 13 – Derivados pirazol-tetrazol e ciano-pirazol avaliados para a atividade antileishmania

O composto mais ativo entre os testados frente a L. braziliensis foi o


composto XII com R=3-Cl, apresentando IC50 de 15,38 μM, CC50 de 151,2 μM
sendo mais seletivo que o padrão, já o composto XI com R=2-F foi inativo. Para
a L. amazonensis o composto mais ativo foi o composto XII com R=2,4-diCl com
IC50 de 105,08 μM e os compostos XI com os grupos R=3-Cl; 2,4-diCl; 2-F; e 4-
OCH3, foram inativos com valores de IC50 superiores a 900 μM.
Bekhit et al. (2015)71 relataram a síntese e avaliação da atividade
antileishmania em relação à forma promastigota e amastigota da L. aethiopica
de uma série de derivados 1,3-diaril pirazol 4-substituído os quais apresentaram
valores de IC50 entre 0,0142 e 4,8412 μg/mL para a forma promastigota, e com
valores que variaram entre 0,13 e 2,88 μg/mL para a forma amastigota. O padrão
utilizado foi a anfotericina B (IC50pro de 0,0472 μg/mL e IC50ama de 0,2 μg/mL) e a
miltefosina (IC50pro de 3,1921 μg/mL e IC50ama de 0,3 μg/mL). Alguns dos
compostos sintetizados estão representados na Figura 14.
36
Figura 14 – Derivados 1,3-diaril-pirazol 4-substituídos avaliados contra a atividade antileishmania

Entre os compostos testados o mais ativo para a forma promastigota foi o


XV com R1=NO2 e R2= Br (IC50=0,0142 µg.mL-1), enquanto que para a forma
amastigota o mais ativo foi o XV com R1=NO2 e R2= Br (IC50=0,13 µg.mL-1),
ambos sendo mais ativos que os padrões. Enquanto que o menos ativo para a
forma promastigota foi o composto XIII com R1=NO2 e R2=Br (IC50= 4,8µg.mL-1),
e para a forma amastigota foi o XVIII com R1=CH3 e R2= CH3 (IC50=2,88 µg.mL-1).
De forma geral a série do composto XVI apresentou maior atividade que
os demais compostos para ambas as formas do protozoário. Além disto, é
possível analisar que a série do composto 4-fenilcarbotioamidapirazol (XIV) foi,
de forma geral, mais ativa que a de seu precursor 4-formilpirazol (XIII), e seus
derivados XV e XVI foram ainda mais ativos.

37
3.5.2 Atividade antileishmania de pirazóis trifluormetilados

Na literatura não há relatos de estudos da atividade antileishmania de


pirazóis trifluormetilados. Entretanto, em um trabalho que está em
desenvolvimento pelo nosso grupo de pesquisa, foi realizada a síntese e
avaliação da atividade antileishmania contra a forma promastigota da L.
amazonensis de uma série de 4-formil e 4-iminometil pirazóis trifluormetilados
(Figura 15). Os compostos ativos apresentaram valores de IC50 que variaram de
25,7 a >200μM, com atividade menor do que o padrão anfotericina B (IC 50 = 0,64
μM), e valores de CC50 que variaram de 244,90 a >1000μM, apresentando baixa
toxicidade.

Figura 15 – 4-formil/iminometil pirazóis trifluormetilados avaliados frente a Leishmania

Entre os compostos testados, de forma geral, os 4-formilpirazóis foram


mais ativos, sendo o XXI com R1=H e R2=NO2 o composto mais ativo da série
(IC50 = 25,7 μM), com CC50 de 590,20 μM para células epiteliais, 601,6 μM para
fibroblastos e 400,7 μM para macrófagos e bom índice de seletividade (>10) para
as células testadas72. Em geral os compostos testados apresentaram baixa
citotoxicidade para as células epiteliais LLCMK2, fibroblastos L929 e macrófagos
J774A1, com valores de CC50 que variaram de 244,90 a >1000 μM.

3.5.3 Atividade antileishmania de tiossemicarbazonas

Melos et al. (2015)73 sintetizaram uma série de 3,4-metilenodioxido-6-X-


tiossemicarbazonas (Figura 16) e avaliaram a atividade antileishmania frente às
formas promastigota e amastigota da L. amazonensis, usando como padrão a
pentamidina. Os valores obtidos para o IC50 variaram de 16,4 a 270,8 μM para a

38
forma promastigota, assim os compostos com IC50 inferior a 25 μM foram
testados para a forma amastigota.

Figura 16 – 3,4-metilenodioxido-6-X-tiossemicarbazonas com atividade antileishmania

As tiossemicarbazonas que apresentaram maior atividade foram as com


R=CN (IC50=16,4 μM), R=I (IC50=20,74 μM) e R=OH (IC50=53 μM), os quais
foram menos ativos que o padrão pentamidina (IC50=4,8 μM). Embora os
compostos tenham sido menos ativos que o controle, eles foram mais seletivos
para as células de macrófagos. Já o menos ativo foi a tiossemicarbazona XXIII
com R=NO2, apresentando IC50= 270,8 μM.
Silva et al. (2017)74 realizaram a síntese e avaliação da atividade
antileishmania das formas promastigota e amastigota da L. amazonensis. Os
resultados de IC50 para as estruturas avaliadas variaram de 3,5 a 87,5 μM, sendo
que o composto mais ativo foi o XXIV com R=4-OCH3, para a forma promastigota
e R=4-Br para a forma amastigota do protozoário (Figura 17). O padrão utilizado
foi a anfotericina B, apresentando valores de IC50 de 1,1 e 0,23 μM, para as
formas promastigota e amastigota, respectivamente. Outro fator importante a ser
destacado é que os compostos XXIV com R=4-Br e R=3,4-diCl não
apresentaram citotoxicidade nas concentrações testadas.

Figura 17 – Aril tiossemicarbazonas avaliadas contra a atividade antileishmania

Temraz et al. (2018)75 também realizaram a síntese e avaliação da


atividade antileishmania frente a L. major de moléculas contendo a unidade
hidrazonocarbotioamida. A análise foi realizada frente às formas promastigota e
amastigota do protozoário, utilizando como padrão miltefosina. Os valores de

39
IC50 obtidos variaram de 0,1403 a 8,26 μM e o CC50 foi calculado para os dois
compostos mais ativos XXV e XXVIII (R=4-Br), os quais foram muito seletivos,
com seletividade acima de 3 mil (Figura 18).

Figura 18 – Atividade antileishmania de aril tiossemicarbazonas com atividade antileishmania

O composto XXVIII com R=4-Br foi o que se apresentou mais ativo para
ambas formas, promastigota com IC50=0,1403 μM e amastigota com IC50=1,0
μM, enquanto que para a estrutura XXVIII com R=COOH a atividade diminuiu
significativamente (IC50pro=7,4104 μM; IC50ama=6,04 μM), ainda assim, os valores
de IC50 da forma promastigota foram todos mais ativos que o padrão.
Na literatura não são relatados casos de atividade antileishmania para
isotiossemicarbazonas.

3.5.4 Atividade antileishmania de tiadiazóis

Behrouzi-Fardmoghadam et al. (2008)13 publicaram a síntese e avaliação


da atividade antileishmania de 1-[5-(5-nitrofuran-2-il)-1,3,4-tiadiazol-2-il]-4-
aroilpiperazinas (XXIX) e 1-[5-(5-nitrotien-2-il)-1,3,4-tiadiazol-2-il]-4-aroilpiperazinas
(XXX), para a forma promastigota da L. major, apresentando IC50 de 10,73 a
>50μM. Os compostos não apresentaram citotoxicidade significante, com
percentual de morte celular inferior a 10%, enquanto que o padrão, glucantina,
apresentou 40% de morte celular para macrófagos. Dessa forma, ao analisar os
resultados obtidos observou-se que em geral os compostos sintetizados
apresentaram valores inferiores de IC50 que o padrão e, consequentemente,
maior atividade que o mesmo, além de apresentarem menor citotoxicidade
(Figura 19).

40
Figura 19 – Atividade antileishmania dos derivados tiadiazóis XXIX e XXX.

Entre os compostos testados, de forma geral os compostos da série dos


compostos XXIX, apresentaram maior atividade, sendo o com R=2-Cl-fenila o
mais ativo (IC50=10,73), enquanto o menos ativo foi o composto XXX com R=3-
Cl-fenila (IC50 >50μM).
Alipour et al. (2011)76 relataram a síntese e avaliação da atividade
antileishmania contra a L. major de uma série de 5-(5-nitro-heteroaril)-1,3,4-
tiadiazóis 2-tiosubstituídos (Figura 20). Os compostos apresentaram valores de
IC50 entre 1,11 e 3,16 μΜ.

Figura 20 – Derivados 5-(5-nitro-heteroaril) 1,3,4-tiadiazóis 2-tiosubstituídos avaliados contra a


atividade antileishmania

Os compostos sintetizados apresentaram atividade maior que o padrão


glucantina (30 μΜ), não havendo mudanças significativas ao alterar os grupos
R, sendo o composto XXXIII-d o mais ativo e o menos ativo foi o composto XXXI-
b.

3.6 SÍNTESE DE PIRAZÓIS

O núcleo pirazolínico é um aza-heterociclo de cinco membros aromático,


π excedente, constituído por dois átomos de nitrogênio adjacentes. Diversas
moléculas com este núcleo apresentam atividades biológicas, dessa forma,

41
diferentes rotas sintéticas são relatadas na literatura para a obtenção de pirazóis
substituídos77.
Entre os principais métodos utilizados para sintetizar núcleos pirazolínicos
é possível destacar a síntese via ciclocondensação 3+2 relatada por Knorr em
188378. Esta consiste na ciclocondensação de hidrazinas (1,2-dinucleófilo) com
compostos 1,3-dicarbonílicos ou derivados, geralmente resultando em uma
mistura regioisomérica de pirazóis (Esquema 14)78,79.

Esquema 14

A síntese modificada de Knorr, que emprega como bloco precursor as β-


enaminodicetonas, também é utilizada para a síntese de pirazóis, sendo que a
regioquímica da reação é dependente da estrutura da β-enaminodicetona, da
hidrazina e condições reacionais37,38,40,80,81.

3.6.1 Síntese de pirazóis a partir de β-enaminodicetonas

Rosa et al. (2008)80 realizaram a síntese regiosseletiva de uma série de


pirazóis a partir de β-enaminodicetonas com diferentes hidrazinas. Quando
utilizado cloridrato de terc-butilidrazina em refluxo de etanol por uma hora, os
autores observaram a formação de apenas um regioisômero, o composto XXXV
(Esquema 8 - Rota A) com bons rendimentos (73-91%). Por outro lado, ao
utilizar fenilidrazina e monoidrato de hidrazina (Esquema 15 - Rota B), os
autores observaram a formação de uma mistura dos pirazóis regioisoméricos
XXXVI e XXXVII. Assim, podemos observar que a estrutura da hidrazina
empregada, influencia na regioquímica da reação.

42
Esquema 15

R XXXVI XXXVII
H 66% 33%
Ph 75% 25%

Da Silva et al. (2016)39 realizaram um estudo teórico e experimental sobre


os centros eletrofílicos da β-enaminodicetona simétrica XXXVIII para a síntese
regiosseletiva de pirazóis 1,4,5 trissubstituídos. De acordo com o estudo teórico
sobre a reatividade do bloco precursor, concluiu-se que o carbono-β(C13)
apresenta-se como o átomo mais eletrofílico da estrutura, seguido pelos
carbonos carbonílicos (C2 e C4) e por último os carbonos carbonílicos do grupo
éster (C1 e C5) (Figura 21).

Figura 21 – Estrutura da β-enaminodicetona simétrica utilizada por Da Silva et al.

Em vista dos resultados do estudo teórico, realizou-se o estudo


experimental da reatividade da β-enaminodicetona XXXVIII com hidrazinas (Ar—
NHNH2, Ar=Ph, 4-Cl-C6H4), em refluxo de EtOH. Dessa forma, ao utilizar 1
equivalente de fenilidrazina, em etanol a temperatura ambiente por 30 minutos
foi obtido apenas o pirazol XXXIX com rendimento de 71% (Esquema 16).
Assim, a formação do pirazol 1,4,5-trissubstituído com o grupo carboxietil ligado
na posição 5 do anel, indicou que a ciclocondensação da β-enaminodicetona
com fenilidrazina ocorre via uma adição 1,4, onde o grupo amino primário (-NH2)
do dinucleófilo ataca primeiramente o carbono-β, seguido da heterociclização em
uma das carbonilas C2 ou C4.

43
Esquema 16

Souza et al. (2017)82 realizaram a síntese de pirazóis 4,5-dissubstituídos


a partir de β-enaminodicetonas não simétricas com fenilidrazina em diferentes
solventes, polar prótico, polar aprótico e apolar, com o intuito de controlar e
determinar a regiosseletividade da formação do pirazol em função da natureza
do solvente reacional empregado (Esquema 17), a Tabela 2 apresenta alguns
dos testes realizados com as proporções regioisoméricas obtidas.

Esquema 17

Tabela 2 – Efeito do solvente na formação regiosseletiva de pirazóis


Rendimento
Entrada Solvente t (h) XL/XLIa
(%)b
1 EtOH 0,5 79:21 79
2 AcOH 8 84:16 76
3 H2O/EtOH 1 100:0 75
4 MeCN 1 21:79 74
5 THF 1 24:76 70
6 Dioxano 1 22:78 79
7 CCl4 1 47:53 86
8 CH2Cl2 1 40:60 91
a Proporção de mistura dos regioisômeros; b Rendimento do produto majoritário após isolamento

O intuito do trabalho foi realizar o estudo da regiosseletividade da reação


em função solvente reacional empregado. Observou-se que para todos os
solventes testados foi observada a formação do anel pirazolínico, onde os
solventes polares próticos favoreceram a formação do regioisômero XL, os
solventes polares apróticos a formação do regioisômero XLI, enquanto que para

44
os solventes apolares não houve seletividade entre os regioisômeros. Dessa
forma, a condição adequada para a formação do regioisômero XLI é utilizando
MeCN (Entrada 4), a qual apresentou a maior regiosseletividade e com bons
rendimentos. Enquanto que para a formação do regioisômero XL a melhor
condição é utilizando H2O/EtOH, formando 100% do regioisômero desejado com
rendimento de 75% (Entrada 3).
Da Silva et al. (2017)38 relataram a síntese altamente regiosseletiva de
pirazóis a partir de β-enaminodicetonas secundárias não simétricas.
Primeiramente foi realizada a troca do substituinte N-dimetilamino por N-
tercbutilamino, com o intuito de modificar a reatividade do carbono- por meio
do aumento do impedimento estérico do mesmo diminuindo a acessibilidade do
nucleófilo. Além disso, foi utilizado um ativante de carbonila, neste caso o ácido
de Lewis eterato de trifluoreto de boro (BF3.OEt2), o qual proporcionou a adição
do grupo primário (-NH2) das arilidrazinas na carbonila de cetona vizinha ao
grupo éster, seguida de heterociclização na carbonila do grupo benzoíla. Por
meio dessa metodologia foi obtido apenas um regioisômero com rendimentos
entre 68 e 95% (Esquema 18).

Esquema 18

3.6.2 Síntese de pirazóis trifluormetilados a partir de β-enaminodicetonas


trifluormetiladas

Considerando que o átomo de flúor confere às moléculas propriedades


distintas, a inserção deste elemento em compostos orgânicos é muito utilizada
no campo da química medicinal, sendo necessário o desenvolvimento de
métodos para obtenção de compostos fluorados83.
Entre os métodos de síntese de pirazóis trifluormetilados é possível
destacar a metodologia a partir da ciclocondensação de blocos precursores

45
trifluormetilados e derivados, como 1,3-dicarbonílicos, enaminonas, β-
alcoxivinilcetonas ou β-enaminodicetonas com hidrazinas79.
Assim, considerando a utilização das BEDT como substratos para o
preparo de pirazóis trifluormetilados neste trabalho, serão abordados nesta
revisão, metodologias sintéticas baseadas nessa transformação.
Okada et al. (1992)84 realizaram a síntese de pirazóis trifluormetilados a
partir do bloco precursor β-enaminodicetona trifluormetilada XLIV com
metilidrazina, cloridrato de terc-butilidrazina e fenilidrazina. Os resultados obtidos
foram altamente regiosseletivos para cloridrato de terc-butilidrazina e
metilidrazina, sendo observada a formação de apenas um regioisômero.
Enquanto, ao utilizar fenilidrazina foi obtida uma mistura de regioisômeros com
maior proporção do pirazol XLVI. Dessa forma é possível constatar que a
estrutura da hidrazina influencia a regioquímica da reação (Esquema 19).

Esquema 19

Rendimento (%)
R
XLV XLVI
Me 97 -
Ph 5 95
tBu - 94

Soufyane, Mirand e Lévy, em 199485, realizaram a síntese de pirazóis


trifluormetilados a partir da ciclocondensação da β-enaminodicetona
trifluormetilada XLII com diferentes hidrazinas, MeCN a temperatura ambiente,
por um período de 4 horas. Ao utilizar hidrazina foi obtido apenas um
regioisômero, enquanto que ao utilizar fenilidrazina foi obtida uma mistura de
dois regioisômeros (Esquema 20)

46
Esquema 20

Rendimento (%)
R—NHNH2
XLVIII XLIX L
H 96 - -
Ph - 75 25

Os resultados obtidos para o trabalho de Soufyane et al. foram diferentes


aos obtidos por Okada et al., demonstrando que tanto a estrutura da hidrazina,
quanto a da β-enaminodicetona apresentam influencia na regiosseletividade da
reação. Ao utilizar fenilidrazina é obtido o pirazol trifluormetilado na posição 5,
pois o ataque ocorre preferencialmente pelo átomo de nitrogênio menos
substituído, o qual é mais nucleofílico devido a seus pares de elétrons não
estarem comprometidos com a ressonância do anel. Assim, o primeiro ataque
da fenilidrazina ocorre no carbono-β, seguida da ciclização intramolecular, onde
o outro átomo de nitrogênio ataca uma das carbonilas gerando o pirazol 4,5-
dissubstituído, enquanto que para a formação do pirazol 3,4-dissubstituído há o
ataque primeiramente em uma das carbonilas, seguida da ciclização
intramolecular no carbono-β. Já para o caso da formação do pirazol XLVIII não
há diferenças entre os átomos de nitrogênio, levando a apenas um produto.
Touzot et al. (2004)86 realizaram a síntese de pirazóis trifluormetilados a
partir da ciclocondensação da β-enaminodicetona trifluormetilada LII com
metilidrazina e fenilidrazina, em refluxo de acetonitrila por 14 horas. Ao realizar
a ciclocondensação com ambas hidrazinas, foram observadas misturas de
regioisômeros. Quando empregada fenilidrazina, o regioisômero LIII foi obtido
como produto majoritário, sendo a maior regiosseletividade observada quando
utilizado o precursor com X=Cl. Por outro lado, ao utilizar metilidrazina foi
favorecida a formação do regioisômero LII, o qual também foi obtido em maior
proporção quando utilizado o precursor com X=Cl. Isto ocorre devido a que o
átomo de cloro pode doar densidade eletrônica para o anel benzênico do grupo
benzoíla, por meio de ressonância, tornando o carbono carbonílico menos
eletrofílico. Dessa forma, é possível constatar que a natureza da hidrazina e a

47
estrutura do bloco precursor são fatores dominantes na regiosseletividade dos
produtos. (Esquema 21).

Esquema 21

Rendimento (%)
R X
LII LIII LIV LV
Me H 45 17 19 -
Me Cl 66 24 - -
Ph H - 54 - 28
Ph Cl 4 85 - -

Rosa et al. (2008)80, realizaram a síntese regiosseletiva do pirazol


trifluormetilado XXXV a partir da BEDT XXXIV com terc-butilidrazina, em refluxo
de etanol por 1 hora. Entretanto, quando utilizado carboximetilidrazina não
ocorreu a formação do pirazol desejado (Esquema 22).

Esquema 22

Nosso grupo de pesquisa, SINTHET, também tem utilizado β-


enaminodicetonas secundárias trifluormetiladas para síntese de pirazóis
trifluormetilados. Em um trabalho em desenvolvimento no nosso grupo, foi
realizada a síntese altamente regiosseletiva de 4-formil e 4-iminometilpirazóis
trifluormetilados LIX;LX a partir da ciclocondensação de BEDT LVII com
fenilidrazina e o ativante de carbonila BF3.OEt2.

48
Dessa forma, devido ao grupo com alto impedimento estérico no carbono-
β e a presença de um grupo fortemente retirador de elétrons, o –CF3, juntamente
com o ativante de carbonila BF3.OEt2 o ataque do nucleófilo (fenilidrazina) ocorre
primeiramente na carbonila vizinha ao grupo trifluormetila, por estar mais
eletrofílica, seguida de heterociclização na carbonila do grupo benzoíla, sendo
obtido apenas um regioisômero (LVIII) (Esquema 23).

Esquema 23

3.7 SÍNTESE DE TIOSSEMICARBAZONAS

As tiossemicarbazonas têm sido objeto de interesse devido a serem


compostos que apresentam diversas aplicações na indústria e no ramo científico.
Isso ocorre devido a suas propriedades químicas87, atuando como ligantes na
formação de complexos organometálicos88, e biológicas tais como antitumoral89,
antioxidante90, antiprotozoária91, antibacteriana90, antiviral92, antifúngica93,
dentre outras. Além do mais, as tiossemicarbazonas apresentam-se como
intermediários para a síntese de importantes núcleos heterocíclicos94. A
estrutura química das tiossemicarbazonas está representada na Figura 22.

Figura 22 – Estrutura geral de tiossemicarbazonas

49
Este tipo de composto é proveniente da reação de condensação entre um
aldeído ou cetona com tiossemicarbazidas, onde o grupo carbonila é substituído
por uma dupla ligação carbono-nitrogênio95. Outros métodos podem ser
utilizados para a síntese indireta de tiossemicarbazonas, também chamadas de
reação multicomponente, a partir da obtenção de tiossemicarbazidas.
A obtenção das tiossemicarbazidas se dá como consequência à reação
de hidrato de hidrazina com isotiocianatos, dissulfeto de carbono,
ditiocarbamatos e ácido tiocarbamoiltioglicólico, para posterior reação com
compostos carbonilados94.
A Figura 23 apresenta três rotas diferentes para a síntese de
tiossemicarbazonas. Inicialmente para a rota a é obtida a tiossemicarbazida a
partir da reação de hidrazina com tiocianatos, então o produto é reagido com um
aldeído ou cetona para a obtenção da tiossemicarbazona. A rota b apresenta a
reação entre hidrazina e um aldeído ou cetona, formando uma hidrazona a qual
ao ser reagida com tiocianato leva a formação do produto desejado. Por último,
a rota c apresenta uma reação multicomponente para a síntese de
tiossemicarbazonas a partir da construção da unidade tiossemicarbazida.

Figura 23 – Rotas sintética de tiossemicarbazonas.

Fonte: CUNHA e SILVA (2009) 96

50
Du et al. (2002)97, realizaram a síntese de aril tiossemicarbazonas a partir
da condensação de aldeído ou cetonas com tiossemicarbazida, utilizando
metanol seco como solvente, em atmosfera inerte de nitrogênio e refluxo por um
período de 3 horas para os aldeídos e uma noite para as cetonas. Ainda para as
cetonas foi realizada catálise ácida com 1% de ácido acético (Esquema 24).

Esquema 24

R R1 R R1
2-Cl-tienil CH3 3-trifluorfenil H
2-Br-tienil CH3 3-trifluorfenil CH3
2-Cl-C6H4 H 3,4-diCl-C6H3 H
3,4-diCl-C6H3 CH3 2,3-diCl-C6H3 H
3,5-ditrifluorfenil H 2-Br-C6H4 H
3,5-ditrifluorfenil CH3 2-Br-C6H4 CH3
2-trifluorfenil H 2-OCH3-C6H4 CH3
2-Br-C6H4 H C6H5 CH2CH3
2-Br-C6H4 CH3 4-OCH3-C6H4 CH2CH3
2-Cl-C6H4 H 4-Cl-C6H4 CH2CH3
2-Cl-C6H4 CH3 4-Br-C6H4 CH2CH3
3,4-diCl-C6H3 CH2CH3 3-Cl-C6H4 CH2CH3
3,5-ditrifluorfenil CH2CH3 3-trifluorfenil CH2CH3
3-Br-C6H4 CH2CH3 3-F-C6H4 CH2CH3

H H

H CH2CH3

H H

H H

H H

Segundo os autores as tiossemicarbazonas foram obtidas, de modo geral,


com rendimentos superiores a 90%, com exceção da 4-cloropropioacetofenona

51
tiossemicarbazona, com rendimento de 60%, e as 2-cloro e 2-bromoacetofenona
tiossemicarbazonas, com 40% e 45% de rendimento, respectivamente.
Ansari et al. (2019)98, realizaram a síntese de uma série de
ariloxiacetofenona tiossemicarbazonas LXVI, utilizando as fenóxiacetofenonas
LXV e as tiossemicarbazidas LXIV em etanol, catálise ácida com ácido clorídrico,
temperatura ambiente, acompanhada por cromatografia em camada delgada
(CCD) até o consumo do material de partida e então deixada overnight no
refrigerador. Os rendimentos variaram de 45 a 91% (Esquema 25).

Esquema 25

Da Silva et al. (2020)99 realizaram a síntese de uma série de indol-3-il-


tiossemicarbazonas com rendimentos que variaram de 34 a 95%. Para tal,
inicialmente a tiossemicarbazida (LXVII) foi sintetizada utilizando isotiocianato
com hidrazina, diclorometano e temperatura ambiente por 24 horas. A seguir, os
autores realizaram a síntese das tiossemicarbazonas LXIX empregando a
tiossemicarbazida LXVII previamente sintetizada, e diferentes aldeídos indólicos
LXVIII, em refluxo de etanol, catálise ácida com ácido clorídrico, por um período
de 24 horas (Esquema 26).

52
Esquema 26

R1 R2 R3 Rendimentos (%)
H Br CH3 37,5
H CH3 Br 39,1
Ph CH3 Br 94,6
Ph Br CH3 35,7
4-OCH3-C6H4 CH3 Br 54,0
4-OCH3-C6H4 Br CH3 71,3
4-CH3-C6H4 Br CH3 40,3
4-CH3-C6H4 CH3 Br 32,1
4-C2H5-C6H4 Br CH3 87,8
4-C2H5-C6H4 CH3 Br 59,2

3.8 SÍNTESE DE ISOTIOSSEMICARBAZONAS

As isotiossemicarbazonas são sistemas que possuem equilíbrio


tautomérico, podendo coexistir nas formas amino ou imino, a Figura 24
apresenta a estrutura geral das isotiossemicarbazonas100.

Figura 24 – Estrutura geral de isotiossemicarbazonas

A síntese de isotiossemicarbazonas geralmente é realizada a partir de


tiossemicarbazonas. Essa derivatização se dá através de uma substituição
nucleofílica, em meio básico, onde o enxofre realiza o ataque nucleofílico ao
carbono ligado a um halogênio de um haleto de alquila100 (Esquema 27). Este
núcleo também apresenta atividade biológica como atividade antiviral101 e
antimicrobiana102.

53
Esquema 27 – Esquema geral da síntese de isotiossemicarbazonas

Kesel (2011)103 realizou a síntese da isotiossemicarbazona LXXI a partir


da tiossemicarbazona LXX e 1-bromotetradecano com uma solução de hidróxido
de sódio (6M), em refluxo de etanol, por um período de 3h. O produto foi obtido
com rendimento de 71% (Esquema 28).

Esquema 28

Sahin e Ulkuseven (2013)104 também realizaram a síntese de uma série


de isotiossemicarbazonas com o intuito de sintetizar complexos de níquel (II)
devido às atividades biológicas que os complexos de derivados de
tiossemicarbazonas apresentam. Para tal, adicionaram 1,2 equivalentes de
brometo de alquila a uma solução de tiossemicarbazida em etanol, e a reação
foi deixada em refluxo por um período de 3 horas. A seguir, adicionou-se uma
solução etanólica contendo salicilaldeído e a reação ficou em refluxo por mais 4
horas. O produto desejado foi obtido com bons rendimentos variando de 75 a
90% (Esquema 29).

54
Esquema 29

R1 R2 R3 Rendimentos (%)
H Br Propil 90
H Br Butil 80
H Br Pentil 75
H Br Hexil 85
H Br Heptil 82
H Br Octil 79
H Br Nonil 85
H Br Dodecil 80
H H Propil 80
Cl Cl Propil 75

Xie et al. (2017)105 sintetizaram uma série de isotiossemicarbazonas a


partir da reação entre as tiossemicarbazonas LXXIII com trietilamina, refluxo de
etanol por 30 minutos, seguida da adição de brometo de benzila e deixado em
refluxo por mais 4 horas. Os rendimentos variaram de 59% a 85% (Esquema
30).

Esquema 30

3.9 SÍNTESE DE TIADIAZÓIS

O núcleo tiadiazol é um aza-heterociclo de cinco membros podendo existir


em quatro formas isoméricas diferentes dependendo da posição em que os
átomos de nitrogênio ocupam no anel (Figura 25)106.

55
Figura 25 – Formas isoméricas do núcleo tiadiazol

Entre os isômeros apresentados o núcleo 1,3,4-tiadiazol merece


destaque, pois apresenta um amplo espectro biológico, sendo muito utilizado na
química farmacêutica106. Sua atividade biológica pode ser atribuída à presença
da unidade =N–C–S–, o que confere a molécula boa estabilidade in vivo e baixa
toxicidade107,108. Além disso, os 1,3,4-tiadiazóis apresentam natureza
mesoiônica, comportando-se como dipolos, sendo capazes de atravessar as
membranas celulares (Figura 26)32. Outro fator interessante se deve a que a
presença do átomo de enxofre em derivados tiadiazólicos aumenta a
lipofilicidade da molécula, consequentemente, fazendo com que apresente maior
biodisponibilidade107.

Figura 26 – Sistema mesoiônico

Na literatura, são relatados vários métodos de síntese do núcleo 1,3,4-


tiadiazolínico. Entre os métodos descritos é válido destacar as principais
metodologias sintéticas para o preparo dos 2-amino-1,3,4-tiadiazol, pois os
derivados do núcleo tiadiazolínico com o grupamento amino tem recebido grande
atenção devido às suas atividades biológicas107. Compostos bioativos geralmente
apresentam grupos funcionais polares, entre eles o grupo amino é um dos grupos
funcionais mais frequentemente encontrados em fármacos comerciais, pois
melhora as propriedades farmacocinéticas da molécula, aumentando a
biodisponibilidade da mesma 109,110
No Esquema 31 estão representados alguns métodos utilizados para a
síntese do núcleo 2-amino-1,3,4-tiadiazol, no qual são utilizados reagentes
oxidantes ou desidratantes, para realizar a heterociclização do bloco
precursor111.

56
Esquema 31

Entre os métodos apresentados, a rota a trata de uma ciclização


desidratativa, de tiossemicarbazidas com ácidos; a rota b traz a reação de
carboidrazidas com ditiocarbamatos; a rota c apresenta a ciclização
desidratativa de tiosemicarbazidas para a formação de tiadiazóis; e por último,
as rotas d e e tratam da ciclização oxidativa de tiossemicarbazonas, para a
síntese de tiadiazóis. Nesta parte da revisão serão abordados de forma mais
detalhada a síntese de 2-amino-1,3,4-tiadiazóis utilizando a ciclização oxidativa
de tiossemicarbazonas (rotas d e e), estratégia sintética a qual foi empregada
para o preparo dos derivados 1,3,4-tiadiazol relatados neste trabalho.

3.9.1 Síntese de 2-amino 1,3,4-tiadiazóis via ciclização oxidativa

Jatav et al. (2008)112, realizaram a síntese de 2-amino-5-aril-1,3,4-


tiadiazóis LXXVI por meio da ciclização oxidativa das tiossemicarbazonas LXXV
utilizando cloreto férrico (FeCl3), água como solvente e temperatura de 80-90ºC,
por 45 minutos. Os produtos foram obtidos com rendimentos de 60 a 70%
(Esquema 32).

57
Esquema 32

R1 Rendimento(%)
C6H5 65
4-OCH3-C6H4 60
4-CH3-C6H4 62
4-Cl-C6H4 70
3-Cl-C6H4 70

60

Niu et al. (2015)113, realizaram a síntese de uma série de compostos com


os núcleos 1,3,4-tiadiazol a partir das semicarbazonas LXXVII. Para tal, os
autores utilizaram iodo molecular (I2), na presença de carbonato de potássio
(K2CO3), em refluxo de 1,4-dioxano, atmosfera de nitrogênio, por um período de
1-4 horas. Os compostos obtidos apresentaram rendimentos de 39 a 85%
(Esquema 33).

Esquema 33

R1 Rendimento (%)
4-CH3-C6H4 81
4-NO2-C6H4 74
2,4,6-triCH3-C6H2 81
4-OCH3-C6H4 54
3-trifluorfenil 86
4-CN-C6H4 65
4-Cl-C6H4 60
2-F-C6H4 84
2,4-diCl-C6H3 81
76

39

70

3.10 HÍBRIDOS PIRAZOL-1,3,4-TIADIAZOL E SUAS ATIVIDADES


FARMACOLÓGICAS

Moléculas híbridas apresentam dois ou mais núcleos com funções


biológicas diferentes em sua estrutura. A presença de dois grupos
farmacofóricos distintos pode fornecer atividade dual, agindo como fármacos
58
multi-alvo, ou até mesmo aumentar a eficácia das propriedades biológicas
apresentadas114.
Como já descrito, o grupo dos azóis possuem potencial propriedades
farmacológicas, assim, a união dos núcleos pode melhorar as mesmas. Na
literatura são relatados híbridos pirazol-1,3,4-tiadiazol que apresentam
atividades anti-inflamatória115, antimicrobiana116, acaricida e inseticida117, e
herbicida118, entretanto para o mesmo não é relatada atividade antileishmania.

59
4 RESULTADOS

Primeiramente serão apresentadas a rota sintética utilizada neste trabalho


(Esquema 34), a nomenclatura e os compostos sintetizados.

Esquema 34

A numeração dos compostos apresenta sequência numérica para os


diferentes compostos e letras (a-f) para as variações de R. A nomenclatura dos
compostos sintetizados está apresentada na Tabela 3, conforme o sistema de
nomenclatura do Chemical Abstract, juntamente com a numeração e estrutura
dos compostos.

60
Tabela 3 – Nomenclatura dos compostos sintetizados e seus respectivos códigos
Numeração Estrutura Nomenclatura

4-[(2-carbamotioil-hidrazinilideno)metil]-1-fenil-5-(4-
4a.
nitrofenil)-3-(trifluormetil)-1H-pirazol

4-[(2-carbamotioil-hidrazinilideno)metil]-1-fenil-5-(4-
4b
fluorfenil)-3-(trifluormetil)-1H-pirazol

4-[(2-carbamotioil-hidrazinilideno)metil]-5-(4-clorofenil)-
4c
1-fenil-3-(trifluormetil)-1H-pirazol

4-[(2-carbamotioil-hidrazinilideno)metil]-5-(4-bromofenil)-
4d
1-fenil-3-(trifluormetil)-1H-pirazol

4-[(2-carbamotioil-hidrazinilideno)metil]-1,5-difenil-3-
4e
(trifluormetil)-1H-pirazol

4-[(2-carbamotioil-hidrazinilideno)metil]-1-fenil-3-5-(4-
4f
metóxifenil)-(trifluormetil)-1H-pirazol

(E)-metil-N'-(1-fenil-5-(4-nitrofenil)-3-(trifluormetil)-1H-
5a.
pirazol-4-il)metileno)-tiossemicarbazona-S-metilada

61
Tabela 3 – Nomenclatura dos compostos sintetizados e seus respectivos códigos (Continuação)
Numeração Estrutura Nomenclatura

(E)-metil-N'-(1-fenil-5-(4-fluorfenil)-3-(trifluormetil)-1H-
pirazol-4-il)metileno)-tiossemicarbazona-S-metilada

5b

(E)-metil-N'-(5-(4-clorofenil)-1-fenil-3-(trifluormetil)-1H-
pirazol-4-il)metileno)-tiossemicarbazona-S-metilada

5c

(E)-metil-N'-(5-(4-bromofenil)-1-fenil-3-(trifluormetil)-1H-
pirazol-4-il)metileno)-tiossemicarbazona-S-metilada

5d

(E)-metil-N'-(1,5-difenil-3-(trifluormetil)-1H-pirazol-4-
il)metileno)-tiossemicarbazona-S-metilada

5e

(E)-metil-N'-(1-fenil-5-(4-metóxifenil)-3-(trifluormetil)-1H-
pirazol-4-il)metileno)-tiossemicarbazona-S-metilada

5f

4-[(2-amino)-1,3,4-tiadiazolil]-1-fenil-5-(4-nitrofenil)-3-
6a.
(trifluorometil)-1H-pirazol

4-[(2-amino)-1,3,4-tiadiazolil]-1-fenil-5-(4-fluorfenil)-3-
6b
(trifluorometil)-1H-pirazol

6c 4-[(2-amino)-1,3,4-tiadiazolil]-5-(4-clorofenil)-1-fenil-3-
(trifluorometil)-1H-pirazol

62
Tabela 3 – Nomenclatura dos compostos sintetizados e seus respectivos códigos (Continuação)
Numeração Estrutura Nomenclatura

4-[(2-amino)-1,3,4-tiadiazolil]-5-(4-bromofenil)-1-fenil-3-
6d
(trifluorometil)-1H-pirazol

4-[(2-amino)-1,3,4-tiadiazolil]-1,5-difenil-3-(trifluorometil)-
6e
1H-pirazol

4-[(2-amino)-1,3,4-tiadiazolil]-5-(4-metóxifenil)-1-fenil-3-
6f
(trifluorometil)-1H-pirazol

4.1 SÍNTESE DAS β-ENAMINODICETONAS TRIFLUORMETILADAS (3a-f)

Primeiramente, foi realizada a síntese da β-enaminodicetona terciária


trifluormetilada 2a por meio da C-acilação da β-enaminona 1a com anidrido
trifluoracético, conforme metodologia descrita na literatura119. A seguir foi
realizada uma reação de troca do grupo N(Me)2 do carbono-β da β-
enaminodicetona 3a por tBuNH, utilizando terc-butilamina, diclorometano a
temperatura ambiente por 1 hora38, almejando reduzir a reatividade do carbono-
β por meio do impedimento estérico gerado pelo grupo volumoso ligado a ele.
Assim, a β-enaminodicetona trifluormetilada 3a foi obtida com 92% de
rendimento após purificação por recristalização em etanol. Essa metodologia foi
utilizada para o preparo das demais β-enaminodicetonas trifluormetiladas 3a-f
(Esquema 35).

63
Esquema 35

R Rendimentos (%)a
NO2 92
F 88
Cl 82
Br 87
H 89
OCH3 85
a Rendimento calculado a partir do produto isolado mediante recristalização em EtOH

4.2 SÍNTESE ONE POT DE 4-HIDRAZONACARBOTIOAMIDA PIRAZÓIS


TRIFLUORMETILADOS (4a-f)

O bloco precursor 3 apresenta três centros eletrofílicos, podendo levar a


diferentes regioisômeros quando reagido com dinucleófilos. Dessa forma, o
nosso grupo de pesquisa desenvolveu uma metodologia altamente
regiosseletiva para a síntese de N-aril-pirazóis trifluormetilados. Essa
metodologia consiste na reação da BEDT 3 com fenilidrazina, na presença de
2,0 equivalentes do ativante de carbonila BF3.OEt2, refluxo de MeCN por 7 horas.
Estas condições em conjunto com a presença de um grupo volumoso no
carbono-β faz com que a reação ocorra por meio de uma adição do grupo -NH2
da fenilidrazina por meio de uma adição tipo-1,2 no carbono carbonílico vizinho
ao grupo CF3, seguida pela heterociclização intramolecular a partir do grupo -
NH-Ph no carbono carbonílico vizinho ao grupo benzoíla, formando o
intermediário LVIII, o qual pode levar a formação de iminas ou aldeídos, de
acordo com trabalho de Pianoski et al.120 (Esquema 36).

64
Esquema 36

Assim, neste trabalho foi proposto a obtenção da 4-


hidrazonacarbotioamida (tiossemicarbazona) 4a a partir do sal de imínio, LVIII
gerado in situ com subsequente reação com tiossemicarbazida em um
procedimento one-pot. Deste modo, após as condições reacionais necessárias
para formação in situ do intermediário LVIII (Esquema 37) alguns testes foram
realizados adicionando tiossemicarbazida ao meio reacional visando a
otimização da síntese do produto desejado (Tabela 4).

Esquema 37

Tabela 4 – Testes reacionais para a otimização da síntese one-pot do composto 4a


Equivalentes de T ºC Tempo
Entrada Conversão (%)a
Tiossemicarbazida (min)
1 1,0 t.a 10 10
2 2,0 t.a 10 43
3 2,0 t.a 120 49
4 3,0 t.a 10 90
5 3,0 t.a 30 100
6 1,5 90 45 5
a Conversão calculada com base nos dados de espectroscopia de RMN 1H

65
No primeiro teste, após a formação in situ do intermediário LVIII, a reação
foi deixada a temperatura ambiente, foi adicionado ao meio reacional 1
equivalente de tiossemicarbazida e deixada sob agitação por 10 minutos
(Entrada 1, Tabela 4). Foi possível observar que houve a formação do produto
4a, entretanto, foi recuperado grande parte do material de partida. Assim, a
quantidade de equivalentes de tiossemicarbazida foi aumentada para 2
equivalentes e o tempo reacional mantido, entretanto, ainda não houve
conversão total ao produto desejado (Entrada 2, Tabela 4).
Com o intuito de observar se 2 equivalentes de tiossemicarbazida são
suficientes para a conversão total ao produto 4a foi realizado o teste da Entrada
3, onde o tempo reacional foi de 2 horas. Entretanto, ao analisar o espectro de
RMN de 1H do produto obtido, foi observado que não houve conversão total ao
produto e ainda verificou-se a formação de aldeído como subproduto. Dessa
forma, no teste seguinte foram utilizados 3 equivalentes de tiossemicarbazida, e
a reação foi deixada a temperatura ambiente, por apenas 10 minutos, sendo que
a taxa de conversão aumentou consideravelmente (90%) (Entrada 4, Tabela 4).
Assim, a quantidade de equivalentes de tiossemicarbazida foi mantida e o tempo
reacional foi aumentado para 30 minutos. Nessas condições, foi observado que
ocorreu conversão total e o produto desejado 4a foi obtido com rendimento de
94% após purificação por recristalização em éter etílico (Entrada 5, Tabela 4).
Como mostrado anteriormente, as metodologias relatadas na literatura
para a síntese de tiossemicarbazonas são a partir da condensação de um
composto carbonílico com tiossemicarbazida, utilizando catálise ácida. Porém,
neste trabalho a síntese das tiossemicarbazonas foi realizada a partir do
potencial reativo do intermediário imínio LVIII e tiossemicarbazida. Assim a
reação ocorreu via adição nucleofílica do nitrogênio mais nucleofílico da
tiossemicarbazida ao carbono imínico ativado do intermediário LVIII, seguida da
eliminação de terc-butilamina. O produto 4a foi obtido após o workup básico da
reação (Esquema 38).

66
Esquema 38 — Mecanismo reacional para formação da tiossemicarbazonas 4a

A metodologia foi aplicada para as demais β-enaminodicetonas


trifluormetiladas 3b-f, e as respectivas novas tiossemicarbazonas 4b-f foram
obtidas com 100% de conversão e rendimentos 63 a 78%, também foi observado
que a regioquímica da reação de formação do anel pirazolínico não é sensível
aos efeitos eletrônicos advindos dos substituintes do anel benzênico das BEDT
2a-f, entretanto, houve uma notória diferença entre os rendimentos obtidos. A
presença de substituintes retiradores de elétrons foram os que apresentaram
maiores rendimentos, enquanto que os substituintes doadores de densidade
eletrônica ou neutros apresentaram rendimentos menores.
Os rendimentos e as constantes físico-químicas das tiossemicarbazonas
4a-f estão apresentadas na Tabela 5, enquanto que a identificação e
caracterização estrutural dos mesmos serão apresentadas no tópico a seguir.

Tabela 5 – Constantes físico-químicas dos compostos 4a-f


Formula
Rendimento Característica P.F.
Estrutura molecular PM (g
a
(%) da amostra (ºC)
mol-1)

C18H13F3N6O2S
4a. 94 Sólido amarelo 226,5
434,3972

a Rendimento após recristalização em éter.

67
Tabela 5 – Constantes físico-químicas dos compostos 4a-f (Continuação)
Formula
Rendimento Característica P.F.
Estrutura molecular PM (g
a
(%) da amostra (ºC)
mol-1)

C18H13F4N5O2S
4b 63 Sólido branco 221,18
407,3906

C18H13ClF3N5S
4c 78 Sólido branco 225,37
423,8422

C18H13BrF3N5S
4d 73 Sólido branco 226,12
468,2962

C15H14F3N5S
4e 70 Sólido branco 211,27
389,4002

C19H16F3N5OS
4f 65 Sólido branco 212,65
419,4262

a Rendimento após recristalização em éter.

4.2.1 Caracterização estrutural das tiossemicarbazonas 4a-f

Os 4-hidrazonocarbotioamidapirazóis 4a-f foram caracterizados através


de espectroscopia por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) unidimensional,
1H e 13C, e bidimensional, HSQC e HMBC.

68
Através do espectro de RMN de 1H em DMSO-d6 do composto 4a foi
possível verificar a presença dos hidrogênios do grupo fenila na região de
hidrogênios aromáticos com δH 7,34-7,42 (m, 5H), e dos hidrogênios do anel 4-
nitrofenila em δH 7,69 (d, J= 8,90 Hz, 2H) e δH 8,25 (d, J= 8,81 Hz, 2H). A
formação da unidade 4-hidrazonacarbotioamida foi confirmada pela presença
dos sinais de hidrogênio em δH 6,49 (sl, 1H) e δH 8,31 (sl, 1H) referentes aos
hidrogênios do grupo –NH2, os quais não apresentaram nenhuma correlação nos
mapas de contorno HMBC e HSQC e o hidrogênio imínico em δH 8,01 (s, 1H)
(Figura 27).

Figura 27 – Espectro de RMN 1H (500 MHz) do composto 4a em DMSO-d6

Muitas vezes a caracterização de tiossemicarbazonas é realizada


equivocadamente devido a grande diferença de deslocamento químico dos
hidrogênios pertencentes ao grupo NH2. Isto ocorre devido à ressonância do
grupo tioamida, que confere caráter parcial de ligação dupla a ligação nitrogênio-
carbono, a qual restringe a rotação livre dos hidrogênios do grupo amino, dessa
forma, estes dois hidrogênios não são equivalentes. A Figura 28 apresenta os
tautômeros tiol-tiona e seu híbrido de ressonância responsável pelo efeito
observado. El-Atawy et al. (2019)121, realizaram um estudo por espectroscopia

69
de RMN com experimentos em diferentes temperaturas confirmando essa
hipótese, de tal maneira, ao aumentar a temperatura, há energia suficiente para
romper a barreira de energia de rotação do grupo amino e assim os dois
hidrogênios tornam-se equivalentes, sendo exibidos como um singleto.

Figura 28 – Representação do equilíbrio tautomérico tiol-tiona para o composto 4a

No espectro de RMN de 13C em DMSO-d6 do composto 4a, apresentado


na Figura 29, foi possível confirmar a formação do núcleo pirazolínico devido à
presença dos sinais dos carbonos 3, 4 e 5, os quais apresentaram δC 138,7,
115,2 e 142,7, respectivamente, os quais puderam ser atribuídos
inequivocamente através dos mapas de contorno HSQC e HMBC, bem como os
anéis aromáticos.
Assim, no mapa de contorno de HSQC do composto 4a, é possível
observar que o hidrogênio imínico apresenta correlação direta com o carbono
em δC 132,6, enquanto que no mapa de contorno de HMBC do composto 4a
(Figura 29) o hidrogênio imínico apresenta correlações com os carbonos C3 (δC
138,7), C4 (δC 115,2) e C5 (δC 142,7) do anel pirazolínico. A distinção entre C4
e C5 foi possível devido a que o C5 apresenta uma correlação a mais com os
hidrogênios do anel aromático contendo o grupo nitro na posição para.
Os sinais em δC 123,8, 132,3, 134,3, e 148,1 foram atribuídos aos
carbonos do anel aromático substituído, onde o sinal em δC 132,3 é referente ao
carbono para ao grupo nitro devido a sua correlação com os hidrogênios meta
ao grupo nitro do anel benzênico (δH 7,69), enquanto o sinal em δC 134,3 é
referente ao carbono ligado diretamente ao grupo nitro devido a sua correlação
com os hidrogênios orto ao mesmo grupo (δH 8,25).
Por último, os hidrogênios referentes ao anel da fenila ligado ao pirazol
pelo átomo de nitrogênio apresentaram correlações com os carbonos em δC

70
126,0, 129,5 e 137,8, onde o carbono ligado diretamente ao átomo de nitrogênio
se encontra em δC 137,8.

Figura 29 – Expansão do mapa de contornos de HMBC do composto 4a, em DMSO-d6, à


500,013 x 125,77 MHz

Os sinais apresentados em δC 138,7 e 121,5 como quartetos indicam a


presença do grupo CF3, este desdobramento do sinal ocorre devido ao
acoplamento com os átomos de flúor a uma (1JCF3=269,5 Hz) e duas (2JCF3=37,4
Hz) ligações de distância. A formação da unidade 4-hidrazonacarbotioamida foi
confirmada pela presença dos sinais em δC 132,6 para o carbono imínico e em
δC 178,2 para o carbono tiocarbonílico (Figura 30).

71
Figura 30 – Espectro de RMN 13C (125,77 MHz) do composto 4a em DMSO-d6

As demais tiossemicarbazonas 4b-f apresentaram padrão de sinais


semelhantes aos apresentados para o composto 4a. Os dados de RMN de 1H e
13C das 4-hidrazonacarbotioamida pirazóis 4a-f estão listados na Tabela 6. Os
respectivos espectros de 1H e 13C, juntamente com as expansões das análises
bidimensionais (HSQC e HMBC), podem ser consultados nos Anexo 1 a 39.

Tabela 6 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 4a-f


RMN 1H, δ (ppm), J RMN 13C, δ (ppm), J (Hz)
Composto Estrutura
(Hz)

6,49 (sl, 1H, -CSNH2), 115,2 (C4), 121,5 (q, 1JC-F =


7,34-7,42 (m, 5H, -C6H5), 269,5, CF3), 123,8 (4-NO2-
7,69 (d, J = 8,9, 2H, 4- C6H4), 126,0 (-C6H5), 129,5 (-
4aa NO2-C6H4), 8,01 (sl, 1H, - C6H5), 132,3 (4-NO2-C6H4), 132,6
(DMSO- CH=N), 8,25 (d, J = 8,9, (-CH=N), 134,3 (4-NO2-C6H4),
d6). 2H, 4-NO2-C6H4), 8,31 (s, 137,8 (-C6H5), 138,7 (q, 2JC-F =
1H, -CSNH2), 11,50 (s, 37,4, C3), 142,7 (C5), 148,1 (4-
1H, NH). NO2-C6H4), 178,2 (-C=SNH2).

a Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 500,13 MHz para 1H e 125,77 para 13C
b Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 300,06 MHz para 1H e 75,46 para 13C

72
Tabela 6 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 4a-f (Continuação)
Composto Estrutura RMN 1H, , J (Hz) RMN 13C, , J (Hz)

6,23 (sl, 1H, -CSNH2), 114,1 (C4), 116,5 (2JC-F = 22,0, 4-F-
6,87 (sl, 1H, -CSNH2), C6H4), 121,2 (q, 1JC-F = 269,9, CF3),
7,12 (dd, J = 8,9, 2H, 4-F- 123,7 (4JC-F = 3,6, 4-F-C6H4), 125,4 (-
4bb
C6H4), 7,20-7,24 (m, 4H, - C6H5), 129,0 (-C6H5), 129,4 (-C6H5),
(CDCl3)
C6H5; 4-F-C6H4), 7,33- 132,3 (3JC-F = 8,5, 4-F-C6H4), 133,7 (-
7,38 (m, 5H, -C6H5), 7,70 CH=N), 138,2 (-C6H5), 140,3 (q, 2JC-F =
(s, 1H, -CH=N), 9,61 (s, 38,2, C3), 144,1 (C5), 163,5 (d, 1JC-F =
1H, NH). 252,1, 4-F-C6H4), 178,4 (-C=SNH2).
6,64 (sl, 1H, -CSNH2), 114,6 (C4), 121,4 (q, 1JC-F = 269,2,
7,32-7,53 (m, 7H, -C6H5 CF3), 125,9 (-C6H5), 126,3 (4-Cl-
e 4-Cl-C6H4), 7,52 (d, J = C6H4), 128,8 (4-Cl-C6H4), 129,2 (-
4cb 8,6, 2H, 4-Cl-C6H4), 7,97 C6H5), 129,3 (-C6H5), 132,4 (4-Cl-
(DMSO-d6) (s, 1H, -CH=N), 8,42 (sl, C6H4), 133,0 (-CH=N), 134,8 (4-Cl-
1H, -CSNH2), 11,51 (s, C6H4), 137,9 (-C6H5), 138,2 (q, 2JC-F
1H, -NH). = 37,3, C3), 143,9 (C5), 178,0 (-
C=SNH2)
6,65 (sl, 1H, -CSNH2), 114,6 (C4), 121, 4 (q, 1JC-F = 269,3,
7,32-7,45 (m, 7H, -C6H5 CF3), 125,8 (4-Br-C6H4),126,6 (4-Br-
e 4-Br-C6H4), 7,65 (d, J = C6H4), 129,2 (-C6H5), 129,3 (-C6H5),
4db 8,5, 2H, 4-Br-C6H4), 7,97 131,7 (4-Br-C6H4), 132,6 (-C6H5),
(DMSO-d6)
(s, 1H, -CH=N), 8,44 (sl, 133,0 (-CH=N), 137,9 (-C6H4), 138,2
1H, -CSNH2), 11,50 (l, (q, 2JC-F = 37,6, C3), 144,0 (C5),
1H, NH). 178,0 (-C=SNH2).
6,44 (s, 1H, -CSNH2), 114,0 (C4), 121,3 (q, 1JC-F = 270,0,
6,84 (s, 1H, -CSNH2), CF3), 133,9 (-CH=N), 127,8; 128,8;
7,19-7,41 (m, 10H, - 129,1; 129,2; 130,1; 130,2; 138,4
4eb
C6H5 – A e B), 7,79 (s, (C6H5 – A e B), 140,3 (q, 2JC-F = 38,4,
(CDCl3)
1H, -CH=N), 10,24 (s, C3), 145,1 (C5), 178,4 (-C=SNH2).
1H, NH).

9,97 (s, 1H, NH), 7,76 (s, 55,5 (-OCH3), 113,7 (C4), 114,6 (4-
1H, -CH=N), 7,23-7,34 OCH3-C6H4), 119,6 (4-OCH3-C6H4),
(m, 5H, -C6H5), 7,12 (d, J 121,4 (q, 1JC-F = 269,7, CF3), 125,3
4fb = 8,74, 2H,4-OCH3- (-C6H5), 128,7 (-C6H5), 129,3 (-C6H5),
(CDCl3) C6H5), 6,90-6,92 (d, J = 131,7 (4-OCH3-C6H4), 134,0 (-
8,75, 2H,4-OCH3-C6H5), CH=N), 138,5 (-C6H5), 140,2 (q, 2JC-
6,95 (s, 1H, -CSNH2), F = 38,2 , C3), 145,3 (C5), 160,8 (4-
6,39 (s, 1H, -CSNH2). OCH3-C6H4), 178,6 (-C=SNH2).
a Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 500,13 MHz para 1H e 125,77 para 13C
b Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 300,06 MHz para 1H e 75,46 para 13C

No espectro de massas de alta resolução, com ionização por eletronspray,


do 4-hidrazonocarbotioamida pirazol 4a, observou-se o pico relativo ao íon
molecular na forma protonada [M+H]+ com m/z de 435,0861 Da (resultado
teórico: 435,0846 Da) e o mesmo corresponde ao pico base. Dentre as
fragmentações observadas as principais são decorrentes da perda de um grupo
amino (-NH2), o íon fragmento com m/z de 418 Da, seguida da perda do

73
grupamento Ph (fenila), o íon fragmento com m/z de 359 Da. A Figura 31
apresenta o espectro de massas de alta resolução e na Figura 32 está a
proposta de fragmentação.

Figura 31 – Espectro de massas de alta resolução do composto 4a

Intens. J-TS-NO2.d: +MS, 0.0-0.8min #2-46


x105
435.0864

1
869.1551
0
100 200 300 400 500 600 700 800 900 m/z

Intens. J-TS-NO2.d: +MS2(435.0861), 5.0eV, 0.2-0.7min #11-43


x104 435.0861

4
418.0595
3
359.0764
398.0535
2 339.0700
313.0830
1
377.0881
0
250 300 350 400 450 500 m/z

Os demais 4-hidrazonocarbotioamida pirazóis 4b-f apresentaram


fragmentações similares àquelas observadas para o composto 4a. Assim, a
Tabela 7 traz os dados de espectrometria de massas dos compostos 4a-f.

Tabela 7 – Dados de espectrometria de massas de alta resolução dos compostos 4a-f via
ionização por eletronspray
Composto ESI-MS/MS m/z
4a. 432 [M+H]+, (pico base), 418, 398, 359, 339, 313.
4b 408 [M+H]+, 391(pico base), 371, 332, 312.
4c 424 [M+H]+, 407 (pico base), 387, 348, 328.
4d 470 [M+H]+, 453, 430, 394 (pico base), 369, 313.
4e 390 [M+H]+, 373 (pico base), 353, 314, 292.
4f 420 [M+H]+, 403, 383, 344 (pico base), 325.

74
Figura 32 – Proposta de fragmentações para o composto 4a

4.3 SÍNTESE DOS 4-ISOTIOSSEMICARBAZONAS PIRAZÓIS


TRIFLUORMETILADOS (5)

Tendo em mãos os 4-hidrazonocarbotioamida pirazóis 4a-f foi possível


realizar a síntese das novas 4-isotiossemicarbazonas 5a-f. Para tal, realizou-se
a metilação do átomo de enxofre. Na literatura são relatadas diversas
metodologias de alquilação, sendo relativamente simples, utilizando uma base e
um reagente alquilante. Para a metilação de tiossemicarbazonas a maioria das
metodologias emprega etanol como solvente, entretanto, para os testes
realizados foi utilizado DMSO devido a solubilidade das tiossemicarbazonas 4a-
f. Os testes estão apresentados na Tabela 8.

Tabela 8 – Testes reacionais para alquilação 4-hidrazonocarbotioamida pirazol (4a) em DMSO


Equivalentes de Equivalentes Tempo Conversão
Entrada
CH3I Na2CO3 (min) (%)a
1 1,0 1,2 240 70
2 1,0 3,0 240 73
3 3,0 1,2 5 100
a Conversão calculada com base nos dados de espectroscopia de RMN de 1H obtido após

tratamento prévio da reação.

Inicialmente, a tiossemicarbazona 4a foi reagida com 1,2 equivalentes de


carbonato de sódio (Na2CO3) e 1,0 equivalente de iodo metila, em DMSO, por 4
horas a temperatura ambiente, entretanto não houve conversão total ao produto

75
desejado (Entrada 1, Tabela 8). Dessa forma, aumentou-se a quantidade de
equivalentes de Na2CO3, mas, não houve mudança significativa na conversão
(Entrada 2, Tabela 8).
Assim, a reação foi testada com um excesso de iodeto de metila (3
equivalentes) e 1,2 equivalentes de Na2CO3 o produto 5a foi obtido com
rendimento de 86% (Entrada 3, Tabela 8).
Através do mecanismo observa-se que, inicialmente, ocorre o
deslocamento do par de elétrons do átomo de nitrogênio e dessa forma o átomo
de enxofre ataca o haleto de alquila via uma reação de substituição nucleofílica
bimolecular (SN2), então ao intermediário formado é adicionada uma base, nesse
caso Na2CO3, para a neutralização do produto levando ao produto metilado
(Esquema 39).

Esquema 39 — Mecanismo reacional para formação da isotiossemicarbazona 5a

A metodologia foi aplicada para as demais 4-hidrazonocarbotioamida


pirazóis trifluormetilados 4b-f. Os rendimentos e as constantes físico-químicas
da série das isotiossemicarbazonas 5a-f estão apresentadas na Tabela 9,
enquanto que a identificação e caracterização estrutural dos mesmos serão
apresentadas no tópico a seguir.

76
Tabela 9 – Rendimento e constantes físico-químicas dos compostos 5a-f
Formula
Estrutura molecular PM Rendimento Característica
P.F. (ºC)
-1 a
(g mol ) (%) da amostra

C18H11F3N6O2S
5a 85 Sólido amarelo 190,7
432,3812

C18H11F4N5S
5b 78 Sólido bege 145,5
405,3746

C18H11ClF3N5S
5c 61 Sólido amarelo 188,5
421,8262

C18H11BrF3N5S
5d 80 Sólido branco 137,4
466,2802

C18H12F3N5S
5e 73 Sólido bege 167,65
387,3842

C19H14F3N5OS
5f 68 Sólido branco 126,2
417,4102

a Rendimento após solubilização em acetato de etila e precipitação em hexano

77
4.3.1 Caracterização estrutural dos 4-isotiossemicarbazonaspirazóis
trifluormetilados

A caracterização estrutural dos compostos 5a-f foi realizada por meio das
técnicas de RMN de 1H,13C, HSQC e HMBC, e espectrometria de massas de alta
resolução.
Através do espectro de RMN de 1H em CDCl3 do composto 5a foi possível
verificar a presença dos hidrogênios do grupo fenila como multipletos na região
de aromáticos em δH 7,21-7,24 (m, 2H) e δH 7,34-7,37 (m, 3H), e dos hidrogênios
do grupo 4-nitrofenila em δH 7,48 (d, J=8,92 Hz, 2H) e δH 8,20-8,25 (m, 3H, 4-
NO2C6H4, H-6’). A metilação da unidade 4-hidrazonacarbotioamida foi
confirmada pelo sinal em δH 2,45 (s, 3H) e o desaparecimento do sinal em δH
11,50 pertencente ao grupo –NH do precursor 4a. Adicionalmente, os sinais
referentes aos hidrogênios do grupo –NH2 são apresentados como um singleto
em δH 5,22, devido a serem equivalentes por conta da ausência do grupo
tioamida (Figura 33).

Figura 33 – Espectro de RMN 1H (300 MHz) do composto 5a em CDCl3

78
No espectro de RMN de 13C em CDCl3 do composto 5a, apresentado na
Figura 34 foi possível confirmar a S-metilação da unidade 4-
hidrazonacarbotioamida pela presença do sinal em δC 12,8 referente ao carbono
da metila.

Figura 34 – Espectro de RMN 13C (75,46 MHz) do composto 5a em CDCl3

Os sinais referentes aos carbonos imínico (C6’, δC 135,2) e ao C3’ foram


atribuídos com auxílio dos mapas de contorno HMBC e HSQC. Para o C3’ foi
atribuído o sinal em δC 163,7 devido à ausência de correlações com outros sinais
em consequência a estar ligado a outros heteroátomos. Enquanto que para o
C6’ foi possível observar a correlação direta com o hidrogênio imínico (δC 8,25)
via o mapa de contorno HSQC (Figura 35).

79
Figura 35 – RMN de HSQC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)

Os dados de RMN de 1H e 13C das 4-isotiossemicarbazonas estão listados


na Tabela 10. Os respectivos espectros de 1H e 13C, juntamente com as
expansões das análises bidimensionais (HSQC e HMBC), podem ser
consultados nos Anexo 40 a 81.

Tabela 10 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 5a-f


RMN 1H, δ (ppm), J
Composto Estrutura RMN 13C, δ (ppm), J (Hz)
(Hz)
2,45 (s, 3H, -SCH3), 5,22 12,8 (-SCH3), 116,8 (C4), 121,3
(s, 2H, -NH2), 7,21-7,24 (q, CF3, 1JC-F = 269,8), 123,9
(m, 2H, -C6H5), 7,34-7,37 (4-NO2-C6H4), 125,5, 129,2,
5aa (m, 3H, -C6H5), 7,48 (d, 129,5 (-C6H5), 131,6, 135,2 (4-
2H, 4-NO2-C6H4, J = NO2-C6H4), 138,1 (-C6H5),
(CDCl3)ª
8,9), 8,21-8.24 (m, 3H, 4- 141,2 (q, C3, 2JC-F = 38,1),
NO2-C6H4, -CH). 141,8 (C5), 142,7 (-CH=N),
148,2 (4-NO2-C6H4), 163,7 (-C-
S).
2,45 (s, 3H, -SCH3), 5,28 12,8 (SCH3), 116,2 (C4), 116,2
(s, 2H, -NH2), 7,04-7,10 (d, 4-F-C6H4, 2JC-F = 22,0),
(m, 2H, 4-F-C6H4), 7,22- 121,6 (q, CF3, 1JC-F = 269,7),
7,28 (m, 5H, 4-F-C6H4 e - 124,7 (d, 4-F-C6H4, 4JC-F = 3,6),
5ba C6H5), 7,31-7,34 (m, 3H, 125,4, 128,7, 129,3 (-C6H5),
(CDCl3) C6H5), 8,22 (s, 1H, - 132,5 (d, 4-F-C6H4, 3JC-F = 8,5),
CH=N). 138,5 (-C6H5), 140,8 (q, C3, 2JC-
F = 38,0), 143,5 (-CH=N ),
143,7 (C5), 163,2 (C-S), 163,3
(d, 4-F-C6H4, 1JC-F = 251,0)
a Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 300,06 MHz para 1H e 75,46 para 13C

80
Tabela 10 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 5a-f (Continuação)
Composto Estrutura RMN 1H, δ (ppm), J (Hz) RMN 13C, δ (ppm), J (Hz)
2,45 (s, 3H, -SCH3), 5,22 12,8 (-SCH3), 116,8 (C4), 121,4
(s, 2H, -NH2), 7,21-7,24 (q, CF3, 1JC-F = 269,8), 125,9 (-
(m, 2H, -C6H5), 7,34-7,37 C6H5), 126,3, 128,8 (4-Cl-C6H4),
5ca (m, 3H, -C6H5), 7,48 (d, 129,2, 129,3 (-C6H5), 132,4,
(CDCl3) 2H, 4-Cl-C6H4, J = 8,9), 134,8 (4-Cl-C6H4), 133,0 (-
8,23 (d, 2H, 4-Cl-C6H4, J CH=N ), 137,9 (-C6H5), 138,2 (q,
= 8,9), 8,25 (s, 1H, - C3, 2JC-F = 37,3), 143,9 (C5),
CH=N) 178,0 (-C-S)
2,45 (s, 3H, -SCH3), 5,26 12,8 (-SCH3), 116,2 (C4), 121,5
(s, 2H, NH2), 7,14 (d, 2H, (q, CF3, 1JC-F = 269,6), 124,1,
4-Br-C6H4, J = 8,6), 7,22- 127,6 (4-Br-C6H4), 125,4,
5da 7,25 (m, 2H, -C6H5), 7,32- 128,7, 129,3 (-C6H5), 132,0,
(CDCl3) 7,36 (m, 3H, -C6H5), 7,51 132,1 (4-Br-C6H4), 138,4 (-
(d, 2H, 4-Br-C6H4, J = C6H5), 140,8 (q, C3, 2JC-F =
8,6), 8,22 (s, 1H, -CH=N) 37,9), 143,3 (-CH=N), 143,4
(C5), 163,3 (C-S)
2,44 (s, 3H, -SCH3), 5,25 12,8 (-SCH3), 116,0 (C4), 121,6
(s, 2H, -NH2), 7,23-7,39 (q, CF3, 1JC-F = 269,6), 125,3,
(m, 10H, -C6H5 A e B), 128,5, 128,7, 128,8, 129,1,
5ea 8,24 (s, 1H, -CH=N) 129,5, 130,5, 138,7 (-C6H5 – A e
(CDCl3) B), 140,6 (q, C3, 2JC-F = 37,9),
143,7 (-CH=N), 144,8 (C5),
163,1 (-C-S)

2,45 (s, 3H, -SCH3), 3,82 12,8 (SCH3), 55,4 (4-OCH3-


(s, 3H, 4-OCH3-C6H4), C6H4), 114,3 (4-OCH3-C6H4),
5,31 (s, 2H, -NH2), 6,88 115,8 (C4), 120,5 (4-OCH3-
(d, 2H, 4-OCH3-C6H4, J = C6H4), 121,6 (q, CF3, 1JC-F =
5fa 8,2), 7,17 (d, 2H, 4- 269,6), 125,4, 128,4, 129,1 (-
(CDCl3) OCH3-C6H4, J = 8,8), C6H5), 131,8 (4-OCH3-C6H4),
7,24-7,33 (m, 5H, -C6H5), 138,8 (C6H5), 140,4 (q, C3, 2JC-F
8,22 (s, 1H, -CH=N) = 37,8), 144,0 (CH), 144,9 (C5),
160,5 (4-OCH3-C6H4), 162,9 (-
C-S)
a Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 300,06 MHz para 1H e 75,46 para 13C

4.4 SÍNTESE DOS 4-(2-AMINO-1,3,4-TIADIAZOLIL) PIRAZÓIS


TRIFLUORMETILADOS (6)

Com a finalidade de obter o núcleo tiadiazolínico 6a, foram realizados


testes de ciclização oxidativa para a tiossemicarbazona 4a (Esquema 40,
Tabela 11).

81
Esquema 40

Tabela 11 – Testes reacionais para a síntese do núcleo tiadiazolínico (6a)


Oxidante — Conversãoa/
Na2CO3 Tempo
Entrada Solvente T ºC Equivalentes Rendimento
(eq) (horas)
(%)
1 THF t.a 3,0 I2 – 1,2 48 21,8
2 THF Refluxo 3,0 I2 – 1,2 4 100/44
3 1,4-dioxano Refluxo 3,0 I2 – 1,2 4 100/56
4 EtOH Refluxo - FeCl3 – 1,0 4 36
5 H2O/EtOH Refluxo - FeCl3 – 1,0 4 14,5
6 EtOH Refluxo - FeCl3 – 1,0 12 100/52
7 EtOH Refluxo - FeCl3 – 1,0 24 100/27
8 DMSO 120 - I2 – 1,2 24 -
9 MeCN t.a - DIBb – 1,0 3 -
10 MeCN t.a - DIBb – 1,0 5 -
11 MeCN t.a - DIB – 1,0
b 30 -
Refluxo 3,0 I2 – 1,2 Mistura
12 MeCN 24
complexa
aConversão calculada com base nos dados de espectroscopia de RMN; bDiacetoxiiodobenzeno

Inicialmente, a ciclização oxidativa do composto 4a foi testada utilizando


I2 como agente oxidante, na presença de base, em THF, a temperatura ambiente.
A reação foi acompanhada por CCD, e após 48 horas de reação foi observada
uma baixa conversão ao produto desejado (Entrada 1, Tabela 11). Dessa forma,
outro teste foi realizado deixando a mistura reacional em refluxo, onde ocorreu a
conversão total, porém, o rendimento após purificação do produto 6a foi de 47%
(Entrada 2, Tabela 11). Assim, a reação foi testada nas mesmas condições, no
entanto, utilizando 1,4-dioxano como solvente, onde também ocorreu a formação
do produto, no entanto com rendimento de 56% após purificação (Entrada 3,
Tabela 11).
Devido ao baixo rendimento obtido para o produto 6a, foram realizados
alguns testes utilizando o cloreto férrico (FeCl3) como oxidante (Entradas 4-7,
Tabela 11). Os testes foram realizados em refluxo de EtOH, utilizando 1,0 equiv.
de FeCl3 e variando o tempo reacional. Os testes com este oxidante exigiram

82
maior tempo reacional para a conversão total ao produto 6a. Quando comparado
aos testes utilizando I2 o tempo utilizado foi três vezes maior, entretanto, é
possível observar que não houve variações significantes nos rendimentos entre
as Entradas 3 (56%) e 6 (52%).
Outro agente oxidante utilizado foi o diacetóxiiodo benzeno (DIB),
entretanto, não ocorreu a formação do produto desejado, Entradas 9 a 11.
A Entrada 12 foi realizada em acetonitrila com as mesmas condições
utilizadas para as Entradas 1 e 2, o intuito do teste foi para realizar a síntese
one-pot de 1,3,4-tiadiazóis, entretanto não foi observada a formação do produto
desejado. Para tal teste, inicialmente foi realizada a síntese do intermediário
LVIII, a seguir, foram adicionados 3 equivalentes de Na2CO3 e 1,2 equivalentes
de iodo molecular e deixado em refluxo por 24 horas (Esquema 41).

Esquema 41

Assim, a melhor condição reacional para a formação do núcleo tiadiazol


6a está apresentada na Entrada 3, sendo o produto obtido com rendimento 56%
após purificação por coluna cromatográfica. Ao realizar a purificação dos
compostos por solubilização em acetato de etila e precipitação em hexano os
rendimentos não apresentaram variações significativas quando comparados aos
obtidos através da purificação por coluna cromatográfica.

83
As propostas de mecanismo para a formação do núcleo 1,3,4-tiadiazol
utilizando I2 ou FeCl3 estão apresentadas nos Esquemas 42122 e 43,
respectivamente.
O mecanismo proposto para a formação do núcleo 1,3,4-tiadiazol
utilizando I2, consiste inicialmente no ataque ao iodo molecular pelo nitrogênio
imínico formando sal de imínium. A seguir, na presença de uma base (iodeto ou
bicarbonato e sódio) ocorre um ataque intramolecular ao carbono imínico e por
último uma base promove a aromatização do sistema.

Esquema 42 — Proposta de mecanismo para formação do núcleo 1,3,4-tiadiazol 6a a partir da


ciclização oxidativa da tiossemicarbazona 4a utilizando I2

O mecanismo proposto para a formação do núcleo 1,3,4-tiadiazol


utilizando FeCl3, o cloreto férrico atua como um ácido de lewis, aceitando um par
de elétrons do átomo de nitrogênio, dessa forma o nitrogênio fica carregado
positivamente tornando o carbono imínico mais eletrofílico e, consequentemente,
favorecendo o ataque pelo átomo de enxofre.

84
Esquema 43 — Proposta de mecanismo para formação do núcleo 1,3,4-tiadiazol 6a a partir da
ciclização oxidativa da tiossemicarbazona 4a utilizando FeCl3

A metodologia foi aplicada para as demais 4-hidrazonocarbotioamida


pirazóis trifluormetilados 4b-f, com conversão de 100% para todas, levando aos
novos híbridos tiadiazol-pirazol trifluormetilados 6b-f, os rendimentos variaram
de 20 a 56%, sendo que os substratos contendo grupos doadores de densidade
eletrônica foram os que apresentaram os menores rendimentos.
Os rendimentos obtidos e as constantes físico-químicas dos compostos
6a-f estão apresentados na Tabela 12, enquanto que a caracterização estrutural
dos mesmos será apresentada no tópico a seguir.

Tabela 12 – Constantes físico-químicas dos compostos 6a-f

Formula
Ponto de
Estrutura molecular PM Rendimento Característica
fusão
(g mol-1) (%)a da amostra
(ºC)

C18H11F3N6O2S
6a. 56 Sólido branco 236,7
432,3812

C18H11F4N5S
6b 44 Sólido branco 243,3
405,3746

a Rendimento após solubilização em acetato de etila e precipitação em hexano.

85
Tabela 12 – Constantes físico-químicas dos compostos 6a-f (Continuação)

Formula
Ponto de
Estrutura molecular PM Rendimento Característica
fusão
(g mol-1) (%)a da amostra
(ºC)

C18H11ClF3N5S
6c 46 Sólido branco 224,9
421,8262

C18H11BrF3N5S
6d 42 Sólido branco 239,2
466,2802

C18H12F3N5S
6e 39 Sólido branco 275,5
387,3842

C19H14F3N5OS
6f 20 Sólido branco 239,1
417,4102

a Rendimento após solubilização em acetato de etila e precipitação em hexano.

4.4.1 Caracterização estrutural dos híbridos tiadiazol-pirazol 6a-f

Os híbridos tiadiazol-pirazol 6a-f foram caracterizados através de RMN de


1H,13C, HSQC,HMBC, e espectrometria de massas. Através do espectro de RMN
de 1H em DMSO-d6 do composto 6a foi possível observar a presença dos
hidrogênios do grupo fenila como um multipleto na região de aromáticos com δH
7,42 – 7,45 (m, 5H) e os hidrogênios do grupo 4-nitrofenila em δH 7,67 (d, 2H) e
δH 8,24 (d, 2H) com J=8,8 Hz. Ao comparar os dados obtidos para o composto
6a com o seu precursor 4a, observou-se o desaparecimento do sinal referente
ao hidrogênio imínico (δH 8,01). Além disso, foi possível observar um novo sinal
em δH 7,34, o qual foi atribuído aos dois hidrogênios do grupo -NH2 ligado ao

86
núcleo tiadiazol, sendo que tal atribuição está de acordo com a literatura 113
(Figura 36).
Figura 36 – Espectro de RMN 1H (500 MHz) do composto 6a em DMSO-d6

Adicionalmente, no espectro de RMN de 13C em DMSO-d6 do composto


6a foi observado o desaparecimento dos sinais referentes aos carbonos imínico
e tiocarbonílico (δC 132,4 e δC 178,0, respectivamente) do precursor 4a, e o
surgimento de dois novos sinais com δC 144,0 e 169,6, os quais foram atribuídos
com o auxílio dos dados de HMBC e HSQC aos carbonos C-5’ e C-2’,
respectivamente, confirmando a formação do núcleo tiadiazolínico (Figura 37).

87
Figura 37 – Espectro de RMN 13C (125,77MHz) composto 6a em DMSO-d6

Os dados de RMN de 1H e 13C dos híbridos pirazol-tiadiazol 6a-f estão


listados na Tabela 13. Os respectivos espectros de 1H e 13C, juntamente com as
expansões das análises bidimensionais (HSQC e HMBC), podem ser
consultados nos Anexos 82 a 118.

Tabela 13 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 6a-f


Composto Estrutura RMN 1H, δ (ppm), J (Hz) RMN 13C, δ (ppm), J (Hz)
7,34 (s, 2H, NH2), 7,42- 111,7 (C4), 121,0 (q, CF3, 1JC-F =
7,45 (m, 5H, C6H5), 7,67 269,7), 123,6 (4-NO2-C6H4),
(d, 2H, 4-NO2-C6H4, J = 126,1, 129,3, 129,4 (C6H5),
6aa 8,8), 8,24 (d, 2H, 4-NO2- 132,4, 133,8 (4-NO2-C6H4),
(DMSO-d6) C6H4, J = 8,8) 137,9 (C6H5), 139,1 (q, C3, 2JC-F
= 37,0), 142,5 (C5), 143,9 (C=N),
148,2 (4-NO2-C6H4), 169,8 (C-
NH2)
a Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 300,06 MHz para 1H e 75,46 para 13C
b Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 500,13 MHz para 1H e 125,77 MHz para 13C

88
Tabela 13 – Dados de RMN de 1H e 13C dos compostos 6a-f (Continuação)
Composto Estrutura RMN 1H, δ (ppm), J (Hz) RMN 13C, δ (ppm), J (Hz)
7,23-7,29 (m, 2H, 4-F- 112,2 (C4), 116,6 (d, 4-F-C6H4,
C6H4), 7,36-7,46 (m, 9H, 2J 1
C-F = 21,9), 121,7 (q, CF3, JC-F
4-F-C6H4, C6H5 e NH2) = 269,1), 124,3 (d, 4-F-C6H4, 4JC-
6bb F = 3,1), 126,6, 129,8, 129,8
(DMSO-d6) (C6H5), 133,9 (d, 4-F-C6H4, 3JC-F
= 8,5), 138,7 (C6H5), 137,4 (q, C3,
2J 5
C-F = 38,4), 144,3 (C ), 163,6 (d,
1
4-F-C6H4, JC-F = 248,2)
7,33 (s, 2H, NH2), 7,39- 111,4 (C4), 121,1 (q, CF3, 1JC-F =
7,44 (m, 7H, C6H5 e 4-Cl- 269.6 Hz), 126,0 (C6H5), 126,1 (4-
C6H4), 7,49 (d, 2H, 4-Cl- Cl-C6H4), 128,9, 129,2 (C6H5),
6cb
C6H4, J = 8,5) 129,2, 132,6, 135,1 (4-Cl-C6H4),
(DMSO-d6) 138,0 (C6H5), 138.7 (q, C3, 2JC-F =
36,8), 143,3 (C5), 169,6 (C-NH2)

7,31-7,33 (m, 4H, 4-Br- 111,4 (C4), 121,1 (q, CF3, 1JC-F =
C6H4 e NH2), 7,37-7,45 269,7), 124,0, 126,4 (4-Br-C6H4),
(m, 5H, C6H5), 7,62 (d, 2H, 126,0, 126,4, 129,2 (C6H5), 131,8,
6db
4-Br-C6H4, J = 8.4) 132,8 (4-Br-C6H4), 138,0 (C6H5),
(DMSO-d6) 138,8 (q, C3, 2JC-F = 37,0), 143,3
(C5)

7,27 (s, 2H, NH2), 7,34- 111,3 (C4), 121,1 (q, CF3, 1JC-F =
7,44 (m, 10H, C6H5 A e B) 269,8), 125,9, 127,1, 128,7, 129,1,
129,1, 130,1, 130,7, 138,2 (C6H5 –
6eb
A e B), 138,7 (q, C3, 2JC-F = 36,9),
(DMSO-d6) 144,5 (C5)

2,45 (s, 3H, SCH3), 3,75 155,2 (4-OCH3-C6H4), 111,2 (C4),


(s, 3H, 4-OCH3-C6H4), 114,3 (4-OCH3-C6H4), 119,0 (4-
6,95 (d, 2H, 4-OCH3-C6H4, OCH3-C6H4), 121,2 (q, CF3, 1JC-F =
6fb
J = 8.8 Hz), 7,25-7,28 (m, 269,6), 125,9, 129,0, 129,2 (C6H5),
(DMSO-d6) 4H, 4-OCH3-C6H4 e NH2), 132,2 (4-OCH3-C6H4), 138,4
7,35-7,43 (m, 5H, C6H5) (C6H5), 139,1 (q, C3, 2JC-F = 36,5),
144,5 (C5), 160,4 (4-OCH3-C6H4)
a Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 300,06 MHz para 1H e 75,46 para 13C
b Espectrômetro Bruker avance III HD operando à 500,13 MHz para 1H e 125,77 MHz para 13C

No espectro de massas de alta resolução, com ionização por electrospray,


do composto 6a, observou-se o pico relativo ao íon molecular na forma
protonada [M+H]+ com m/z de 433,0689 Da (calculado: 433,0704 Da). A
formação do íon fragmento com m/z de 413,0683 Da, referente ao pico base,
pode ser explicado por meio da a perda de uma molécula de HF, formando o
cátion –CF2+. Dessa forma, a molécula torna-se planar permitindo que haja

89
ressonância no sistema. De tal maneira, as demais fragmentações derivam
dessa, sendo que o íon fragmento com m/z 399,0640 Da corresponde a perda
do grupo NH2 (Figura 38).

Figura 38 – Espectro de massas de alta resolução do composto 6a e suas principais


fragmentações

Intens. Fernanda J-TD-NO2.d: +MS, 0.6min #33


x106
433.0704
2.5

865.1411
2.0

1.5

1.0

0.5

388.0875 803.3857
0.0
200 400 600 800 1000 1200 m/z
Intens. Fernanda J-TD-NO2.d: +MS2(433.0743), 30.0eV, 0.2min #14
x106
413.0683

1.5

1.0

433.0743
0.5 399.0640

342.0754 367.0744 391.0510


0.0
250 300 350 400 450 500 550 m/z

Os demais tiadiazóis 6b-f apresentaram fragmentações similares aquela


observada para o composto 6a, assim, a Tabela 14 traz os dados de
espectrometria de massas dos compostos 6a-f.

Tabela 14 – Dados de espectrometria de massas de alta resolução dos TDZ 6a-f a partir da
ionização por electrospray
Composto ESI-MS/MS m/z (% Intensidade relativa)
6a. 433 [M+H]+, 413 (100), 399, 391, 367, 342.
6b Em análise
6c 422 [M+H]+, 402 (100), 380, 360, 296.
6d 466 [M+H]+, 445 (100), 346.
6e 388 [M+H]+, 368 (100), 326, 306, 294, 262.
6f Em análise

90
4.5 ATIVIDADE BIOLÓGICA

4.5.1 Atividade antioxidante

Os compostos sintetizados foram avaliados por meio dos ensaios de


DPPH●, FRAP e ORAC. Entretanto, apenas para o teste via ORAC foi possível
determinar a atividade antioxidante dos compostos sintetizados, pois através dos
métodos colorimétricos a reação não ocorreu. Assim, com base na literatura,
encontrou-se um fator que justifica o fato dos métodos colorimétricos não terem
funcionado.
A revisão apresentada por Yehye et al. (2015)58 retrata diversos fatores
por trás da atividade de um antioxidante sintético, durante a revisão um dos
tópicos abordados foi sobre o método por DPPH não ser tão efetivo, pois uma
de suas limitações principais é que o radical no átomo de nitrogênio está no meio
da molécula, a qual possui alto impedimento estérico, consequentemente,
permitindo o acesso de apenas moléculas pequenas, enquanto que moléculas
maiores reagem lentamente ou sequer reagem.
Enquanto os métodos por DPPH e ORAC reagem via doação de prótons
o método via FRAP ocorre via doação de elétrons, entretanto, também não foi
apresentada atividade antioxidante por este ensaio indicando que o método de
estabilização dos radicais não ocorre via doação de elétrons.
O método da avaliação da atividade antioxidante via ORAC apresenta-se
como um teste mais eficaz e com menos interferências que os ensaios
colorimétricos123, devido às condições utilizadas no ensaio. A Tabela 15
apresenta os resultados obtidos para o ensaio via ORAC para os compostos
sintetizados neste trabalho, utilizando soluções de Trolox em diferentes
concentrações para a construção da curva de calibração (y = 1,8255x + 2,3794,
R² = 0,9403) e os resultados foram expressos em μmol de equivalente Trolox g-1
de amostra.

91
Tabela 15 – Resultados da atividade antioxidante via ORAC para os compostos sintetizados

Composto R μmol de equivalente Trolox g-1 de amostra


4aª NO2 1403,324 ± 134,5067de
4b F 1546,329 ± 55,7555bcd
4c Cl 1224,394 ± 92,69983def
4d Br 1447,434 ± 169,0023cd
4e H 1382,416 ± 119,4178de
4f OCH3 1753,715 ± 105,3341bc
5a. NO2 503,851 ± 94,59942hi
5b F 490,394 ± 8,131585hi
5c Cl 808,855 ± 27,8715gh
5d Br 1077,468 ± 209,2288efg
5e H 236,990 ± 12,99147ij
5f OCH3 51,977 ± 11,80328j
6a. NO2 833,397 ± 43,97805g
6b F 1029,640 ± 44,12319fg
6c Cl 1782,316 ± 43,93867b
6d Br 328,620 ± 106,3876ij
6e H 2391,473 ± 221,4581a
6f OCH3 2128,834 ± 50,25841a
Resultados expressos como média ± desvio padrão (n=3).
Letras iguais indicam que não há diferenças significativas (p<0,05) pelo teste de Tukey.

A série dos compostos 4a-f foi a que se apresentou mais ativa, sendo que
os compostos 4a-e não apresentaram diferenças significativas conforme o teste
de Tukey. O composto mais ativo dessa série foi o composto 4f com 1753,71583
μmol de equivalente Trolox g-1 de amostra, seguido pelo composto 4b com
1546,329 μmol de equivalente Trolox g-1 de amostra. De tal maneira, observou-
se que a presença dos substituintes 4-flúor e 4-metóxi no anel aromático
forneceu maior atividade aos derivados sintetizados
Os compostos 5a-f apresentaram valores que variaram de 51,97 a
1077,46 μmol de equivalente Trolox g-1 de amostra, onde a presença do
substituinte 4-bromo no anel aromático fez com que o composto apresentasse a

92
maior atividade, enquanto que o substituinte 4-metóxi no anel aromático foi o que
apresentou menor atividade.
Para a série dos compostos 6a-f foram apresentados valores que
variaram de 328,620 a 2391,473 μmol de equivalente Trolox g-1 de amostra. Os
compostos mais ativos foram o 6e e 6f, sem diferenças significativas segundo o
teste de Tukey. Enquanto que o menos ativo foi com o substituinte 4-bromo, isso
demonstra que a presença dos substituintes metóxi ou a ausência de
substituintes no anel aromático aumentou a atividade dos derivados.
Os compostos mais ativos entre os sintetizados foram o 6e e 6f,
respectivamente com valores de 2391,47 e 2128,83 μmol de equivalente Trolox
g-1 de amostra, ainda é possível destacar que entre as séries sintetizadas os
compostos 4 apresentaram-se de modo geral mais ativos, seguido dos
compostos 6, sendo relatado na literatura58 que as tiossemicarbazonas
apresentam maior atividade antioxidante que seus derivados cíclicos.
Os derivados 5 provenientes da S-metilação foram os que apresentaram
menor resultados de atividade antioxidante. A baixa atividade da série desses
compostos pode ser atribuída ao fato de que tioéteres atuam como antioxidantes
secundários, ao invés de capturarem radicais reagem via reações redox levando
a produtos que não são estáveis58.

4.5.2 Atividade antileishmania

Os compostos sintetizados neste trabalho foram avaliados para a forma


promastigota da Leishmania amazonensis, também foram testadas suas
citotoxicidades avaliadas em células de macrófagos J774A1 e epiteliais LLCMK2.
A Tabela 16 apresenta os resultados do ensaio.

93
Tabela 16 – Resultados do ensaio de atividade antileishmania dos compostos sintetizados

L. amazonensis Cels epiteliais Macrófagos Índice de


(promastigotas) LLCMK2 J774A1 seletividade (IS)
Composto R
IS IS
IC50 (µM) CC50 (µM) CC50 (µM)
LLCMK2 J774A1
4a. NO2 26,7 ± 1,4ghi 302,6 ± 5,8 243,1 ± 3,6 11,3 9,1
4b F 49,6 ± 3,8bc 345,7 ± 2,6 202,7 ± 5,9 7,0 4,1
4c Cl 44,6 ± 6,2bcd 376,8 ± 5,0 402,2 ± 8,3 8,4 9,0
4d Br 18,9 ± 1,1ij 148,3 ± 6,9 169,7 ± 7,2 9,0 9,0
4e H 61,7 ± 2,9a 394,4 ± 7,1 399,5 ± 6,6 6,4 4,8
4f OCH3 22,4 ± 3,0hij 154,8 ± 2,6 180,1 ± 4,7 6,9 8,0
5a. NO2 18,3 ± 2,4ij 176,4 ± 5,9 221,4 ± 3,1 9,6 12,1
5b F 34,3 ± 4,7efg 119,4 ± 3,0 202,4 ± 3,4 3,5 5,9
5c Cl 30,7 ± 2,2fgh 297,1 ± 6,1 300,8 ± 3,9 9,7 9,8
5d Br 13,9 ± 0,6j 114,0 ± 3,8 146,7 ± 3,6 8,2 10,5
5e H 44,7 ± 5,0bcd 202,5 ± 6,2 326,4 ± 4,5 4,5 7,3
5f OCH3 14,2 ± 1,1j 101,3 ± 2,4 122,9 ± 3,1 7,1 8,6
6a. NO2 19,6 ± 1,5ij 211,3 ± 3,1 285,3 ± 5,6 10,8 14,5
6b F 40,4 ± 3,2cde 146,5 ± 5,4 249,3 ± 6,2 3,6 6,2
6c Cl 36,1 ± 2,8df 349,6 ± 6,1 385,2 ± 5,8 10,7 10,7
6d Br 14,7 ± 0,9j 120,1 ± 2,5 147,1 ± 3,2 8,2 10,0
6e H 52,4 ± 3,5ab 264,3 ± 3,2 340,1 ± 5,2 5,0 6,5
6f OCH3 17,1 ± 1,6j 133,9 ± 5,1 156,3 ± 4,1 7,8 9,1
Anfotericina B 0,64 ± 0,13 16,80 ± 0,59 26,25
Resultados expressos como média ± desvio padrão (n=3).
Letras iguais indicam que não há diferenças significativas (p<0,05) pelo teste de Tukey.

Os compostos sintetizados apresentaram atividade indicando que o


núcleo pirazolínico trifluormetilado em conjunto aos núcleos tiossemicarbazona,
isotiossemicarbazona ou 1,3,4-tiadiazol, conferiu atividade antileishmania às
moléculas, com valores de IC50 que variaram de 13,9 a 61,2 µM.
A série dos compostos 4a-f apresentou valores de IC50 que variaram 18,9
a 61,7 µM. O composto mais ativo dessa série foi o 4d com o substituinte 4-
bromo, enquanto que o menos ativo foi sem padrão de substituição no anel (4e).

94
Os compostos 5a-f apresentaram bons valores de atividade que variaram
de 13,9 a 44,7 µM, onde a presença do substituinte 4-bromo, 4-metóxi e 4-nitro
no anel aromático fez com que houvesse uma melhoria na atividade, enquanto
que sem substituição no anel aromático foi o que apresentou menor atividade.
Para a série dos compostos 6a-f foram obtidos valores de IC50 que
variaram de 14,7 a 52,4 µM. Os compostos mais ativos foram com a presença
do substituinte 4-bromo (6d), 4-metóxi (6f) e 4-nitro (6a) no anel fenila, os quais
não apresentaram diferenças significativas segundo o teste de Tukey. Enquanto
que o composto menos ativo foi o 6e, o qual não apresenta substituição no anel
fenila.
Além disso, e possível destacar que a derivatização do núcleo
tiossemicarbazona (4) para os núcleos isotiossemicarbazona (5) ou tiadiazol (6)
conferiu às moléculas maior atividade antileishmania, sendo que a série das
isotiossemicarbazonas, de modo geral, apresentou-se mais ativa.
Os compostos 4d, 4f, 5a, 5d, 5f, 6a, 6d e 6f não apresentaram diferenças
significativas segundo o teste de Tukey, apresentando os melhores valores de
atividade, sendo o composto 5d o mais ativo, com valor de IC50 = 13,9 µM. É
possível analisar a influência dos substituintes nos anéis aromáticos das
estruturas 4, 5 e 6, onde nota-se que a presença dos grupos 4-NO2-C6H4, 4-Br-
C6H4 e 4-OCH3-C6H4 é interessante, pois os compostos com estes grupos foram
os que apresentaram os melhores resultados, sendo, em sua maioria, valores de
IC50<20 µM, enquanto que a presença dos grupos 4-F-C6H4 e 4-Cl-C6H4,
apresentaram atividades inferiores para as três séries com IC50>30 µM.
Em relação a análise de citotoxicidade, observou-se que os compostos
mais seletivos para as células epiteliais LLMCK2 foram os compostos 4a
(IS=11,3), 6a (IS=10,8), 6c (IS=10,7), enquanto que para a linhagem de
macrófagos J774A1 o composto mais seletivo foi o 6a (IS=14,5), seguido dos
compostos 5a (IS=12,1) e 4a (IS=9,1). Notoriamente, a presença do grupo 4-
NO2-C6H5 aumenta a seletividade para estas linhagens de células, enquanto que
a presença do grupo 4-F-C6H5, faz com que a seletividade diminua.
Em um trabalho em desenvolvido pelo nosso grupo de pesquisa, foi
realizada a síntese a avaliação e atividade antileishmania para a forma
promastigota da L. amazonensis de 4-formilpirazóis trifluormetilados. A Tabela
17 apresenta os valores obtidos para o ensaio.

95
Tabela 17 – Resultados do ensaio de atividade antileishmania dos compostos sintetizados
L. amazonensis Cels epiteliais Macrófagos
Composto Estrutura (promastigotas) LLCMK2 J774A1
IC50 (µM) CC50 (µM) CC50 (µM)

LIX 73,1 ± 2,8 421,6 ± 12,3 244,9 ± 2,7

LIX >200 >1000 >1000

LIX >200 >1000 >1000

LIX >200 >1000 >1000

LIX 101,9 ± 9,6 >1000 634,7 ± 9,0

Analisando os resultados apresentados e comparando com o presente


trabalho é possível observar que a derivatização do aldeído para os núcleos
tiossemicarbazona, isotiossemicarbazona e 1,3,4-tiadiazóis, conferiram às
moléculas melhoria na atividade antileishmania, embora também tenha ocorrido
um aumento na citotoxicidade dos compostos.

96
5 CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos, foi possível realizar a síntese de 18


novos compostos contendo os núcleos 4-hidrazonocarbotioamida-pirazol (4a-f),
4-S-metilisossemicarbazonil-pirazol (5a-f) e 1,3,4-tiadiazol-pirazol (6a-f).
A síntese dos compostos 4a-f foi realizada a partir das BETD 3a-f via uma
reação one-pot, com rendimentos que variaram de 63 a 94%, se mostrando
eficiente. A derivatização dos compostos 4a-f mostrou-se efetiva, onde foi
realizada através de uma S-alquilação para a obtenção dos derivados S-
metilados 5a-f, com rendimentos de 61-85%. Para a obtenção dos híbridos 6a-f
realizou-se a ciclização oxidativa das tiossemicarbazonas 4a-f intermediada por
iodo molecular, com rendimentos de 20-56%.
Os compostos sintetizados foram avaliados por meio dos ensaios de
atividade antioxidante via DPPH, FRAP e ORAC, e antileishmania para a forma
promastigota da Leishmania amazonensis.
Para os testes de atividade antioxidante apenas o ensaio via ORAC
apresentou atividade, sendo os compostos 6e e 6f os mais ativos. Ainda é
possível destacar que entre as séries sintetizadas, os compostos 4
apresentaram-se de modo geral mais ativos, seguido dos compostos 6. Já os
derivados 5 provenientes da S-metilação foram os que apresentaram menor
resultados de atividade antioxidante.
Todos os compostos sintetizados apresentaram atividade antileishmania
para a forma promastigota da Leishmania amazonensis com valores que
variaram de 13,9 a 61,2 µM. A série dos derivados 5a-f foi a que apresentou os
melhores resultados de atividade, sendo o composto 5d o mais ativo. É possível
destacar também que a natureza do substituinte no anel fenila, ligado a posição-
5 do núcleo pirazol, influência diretamente na atividade antileishmania das
moléculas analisadas, sendo os substituintes 4-bromo, 4-metoxi e 4-nitro os que
apresentaram melhores resultados.
Por último, foi possível observar que a inserção dos novos grupos
farmacofóricos aos pirazóis trifluormetilados, conferiram as atividades
antileishmania e antioxidante aos compostos sintetizados.

97
6 PARTE EXPERIMENTAL

6.1 INSTRUMENTAÇÃO E REAGENTES

Os reagentes e solventes empregados na síntese, caracterização e


purificação dos compostos foramadquiridos comercialmente (Sigma-Aldrich,
Merck, Acros Organics, Vetec e Synth). Para o tratamento do diclorometano seco
e piridina purificada foi seguido o procedimento descrito na literatura124,
enquanto que os demais solventes e reagentes foram empregados sem prévia
purificação.
Os compostos sintetizados foram caracterizados através de
espectroscopia por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) unidimensional, 1H
e 13C, e bidimensional, HSQC e HMBC, obtidos em espectrômetro Bruker avance
III HD operando à 300,06 ou 500,13 MHz para 1H e 75,46 ou 125,77 MHz para
13C. As amostras foram submetidas à análise de RMN utilizando os solventes
deuterados (CDCl3 e DMSO-d6) empregando tetrametilsilano como padrão
interno.
Os espectros de massas de alta resolução foram obtidos em
espectrômetro de massas de alta resolução e alta precisão (5 μL/L) microTof (Q-
TOF) Bruker Scientific via injeção de amostra por HPLC (Shymadzu).
Para a realização da atividade antioxidante por métodos colorimétricos foi
utilizado o espectrofotômetro Genesys 10-S da Thermo Fisher Scientific e para
o ensaio ORAC o fluorímetro Victor X4 leitor de múltiplos poços da PerkinElmer;
Por último, o ponto de fusão dos compostos foi determinados com o
aparelho de ponto de fusão MQAPF-307 – Microquímica, tendo como padrão
interno ácido benzoico (SigmaAldrich).

6.2 SÍNTESE DE 4-HIDRAZONOCARBOTIOAMIDA PIRAZÓIS


TRIFLUORMETILADOS

A metodologia empregada para a síntese do núcleo pirazolínico


trifluormetilado foi a descrita por Pianoski et al. (2020)18, a partir de uma β-
enaminodicetona trifluormetilada. A uma solução contendo 1,0 mmol da
correspondente BEDT 3 (3a: 0,229 g; 3b: 0,317 g; 3c: 0,334 g; 3d: 0,378 g; 3e:
0,334 g; 3f: 0,329, 1,0 equiv.) em 10 ml de acetonitrila sob agitação a

98
temperatura ambiente, foram adicionados 2 equivalentes do ácido de Lewis
BF3.OEt2 (0,530 mL, 2,0 mmols), seguido de 1 equivalente de fenilidrazina (0,111
g, 1,0 mmol) e deixada em refluxo por um período de 7 horas. Após o fim do
tempo reacional a mistura ficou em repouso até atingir temperatura ambiente, a
seguir, foram adicionados 3 equivalentes de tiossemicarbazida (0,276 g, 3,0
mmols) e deixado em agitação por mais 30 minutos. Ao término do tempo
reacional foram adicionados 15 mL de diclorometano e a mistura foi lavada com
uma solução a 3% de carbonato de sódio (3x15 mL). A fase orgânica foi seca
com sulfato de sódio anidro e o solvente evaporado em evaporador rotatório sob
pressão reduzida. O produto 4 foi obtido puro após secagem e recristalização
em éter etílico (Esquema 44).

Esquema 44

6.3 SÍNTESE DE 4-ISOTIOSSEMICARBAZONAS PIRAZÓIS


TRIFLUORMETILADOS

A uma solução contendo 1,0 mmol das correspondentes


tiossemicarbazonas 4 (4a: 0,434 g; 4b: 0,407 g; 4c: 0,423 g; 4d: 0,468 g; 4e:
0,389 g; 4f: 0,419, 1,0 equivalente) em 5,0 mL de DMSO sob agitação, foram
adicionados 1,2 equivalentes de carbonato de sódio (0,127 g, 1,2 mmol) e
deixado em agitação a temperatura ambiente até a mistura ficar homogênea. A
seguir, 1 equivalente de iodo metano (62,2 µL, 1,0 mmol) foi acrescentado a
mistura reacional e mantida em agitação por 5 minutos. O produto foi lavado
abundantemente com água destilada e filtrado a pressão reduzida. Quando
necessário, realizou-se a recristalização do produto em uma mistura de
hexano/acetato (Esquema 45).

99
Esquema 45

6.4 SÍNTESE DE 1,3,4-TIADIAZÓIS

A metodologia para a síntese do núcleo tiadiazol também foi realizada


conforme a metodologia descrita por Niu et al. (2015)113. A uma solução
contendo 1,0 mmol das correspondentes tiossemicarbazonas 4 (4a: 0,434 g; 4b:
0,407 g; 4c: 0,423 g; 4d: 0,468 g; 4e: 0,389 g; 4f: 0,419, 1,0 equivalente) em 8,0
mL de 1,4-dioxano foram adicionados 3,0 equivalentes carbonato de sódio
(0,318 g, 3,0 mmols), 1,2 equivalentes de I2 (0,304 g, 1,2 mmols) e a reação foi
mantida em refluxo por 4 horas. Depois de finalizado o tempo reacional, à mistura
foi adicionado acetato de etila (15 mL) e a mesma foi lavada com uma solução
6% Na2S2O3, através de uma lavagem exaustiva. A fase orgânica foi seca com
sulfato de sódio anidro e o solvente evaporado em evaporador rotatório a
pressão reduzida. A purificação foi realizada através da solubilização em acetato
e precipitação em hexano (Esquema 46).

Esquema 46

6.5 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

Para os testes de atividade antioxidante inicialmente foram preparadas


soluções concentradas dos compostos a serem analisados em DMSO, então
para cada metodologia empregada, as soluções foram diluídas. O radical de
100
cada teste foi preparado previamente segundo as metodologias descritas a
seguir.

6.5.1 Atividade Antioxidante via o método DPPH

O ensaio da captura do radical livre DPPH• foi realizado através da


metodologia desenvolvida por Brand-Williams et al. Em 1995, com modificações
(Ma et al., 2011)125. Inicialmente o radical foi diluído em metanol com
concentração de 62,5 µM, então alíquotas de 25,0 μL de solução dos compostos
em DMSO em diferentes concentrações foram adicionadas a 2,00 mL da solução
com o radical. A solução foi deixada no escuro por 30 min e então lida a
absorbância no comprimento de onda de 517 nm. Uma curva de calibração foi
construída com o padrão Trolox (ácido (±)-6-hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcromano-2-
carboxílico) em diferentes concentrações e os resultados expressos em μmol de
equivalente Trolox g-1 de amostra.

6.5.2 Atividade Antioxidante via o método FRAP

A análise do poder de redução do ferro pelo método FRAP foi realizada


de acordo com Benzie e Strain126, 1996. Inicialmente, o reagente FRAP foi
preparado a partir de uma solução tampão acetato (acetato de sódio e ácido
acético 300 mM, pH 3,6), uma solução de TPTZ (tripiridiltriazina 10 mM em 1,0
M de HCl) e uma solução de FeCl3 (20 mM) na proporção de 10:1:1 (v/v/v),
respectivamente. A solução foi mantida na ausência de luz, a 37 ºC e a leitura
da absorbância foi realizada no comprimento de onda de 593 nm. Para o teste
foram adicionados em um tubo de ensaio 3,00 mL do reagente FRAP e 300,0 μL
de água destilada, a seguir adicionaram-se 100,0 μL da solução dos compostos.
A solução foi homogeneizada e incubada a 37 ºC por 30 minutos e então lida a
absorbância. Foi utilizado padrão de Trolox para a construção da curva de
calibração e os resultados expressos em μmol de equivalente Trolox g -1 de
amostra.

101
6.5.3 Atividade Antioxidante via o método ORAC

A análise da capacidade antioxidante pelo método ORAC foi realizada de


acordo com Zulueta et al., 200957. Inicialmente foi preparada uma solução
estoque de fluoresceína (1,03 mM) em solução tampão fosfato (K2HPO4 e
KH2PO4, 75 mM, pH 7,00), então as diferentes concentrações das soluções com
os compostos foram diluídas em água destilada e 25,0 μL destas soluções foram
transferidas para poços de microplacas, às quais foram adicionados 150,00 μL
da fluoresceína e deixadas em repouso a 37 ºC por um período de 5 minutos. A
seguir foram adicionados 25,0 μL do radical AAPH ((dicloridrato do 2,2'-azobis-
(2-metilpropanoamidina)) e então a leitura foi iniciada. O preparo do branco foi
realizado de forma semelhante, porém foram adicionados 25,0 μL de solução
tampão fosfato em substituição às amostras.
A leitura da fluorescência foi realizada com filtros de fluorescência para
excitação no comprimento de onda de 485 nm e um comprimento de onda de
emissão de 535 nm, sendo que a leitura durou por um período de 30 minutos.
Para a construção da curva de calibração (y = 1.0873x + 6.6791, R2=0,95) foram
utilizadas soluções de Trolox nas concentrações e os resultados expressos em
μmol de equivalente Trolox g-1 de amostra.

6.6 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTILEISHMANIA

6.6.1 Parasitas e cultura celular

As formas promastigotas de Leishmania amazonensis (cepa


WHOM/BR/75/JOSEFA) foram cultivadas em meio Warren (Infusão de Cérebro
e Coração “Difco®”, hemina e ácido fólico) pH 7,0 suplementado com 10% de
soro fetal bovino inativado (SFB – Gibco®) e incubadas a 25 ºC. Células LLCMK2
foram cultivadas em DMEM (Dulbecco’sModifiedEagleMedium, Gibco®), pH 7,2,
suplementado com 10% SFB e incubadas a 37 ºC em estufa com 5% de CO2.
Macrófagos J774A1 foram cultivados em meio RPMI 1640, pH 7,6,
suplementado com 10% de SFB, incubadas a 37 ºC numa atmosfera de 5% de
CO2.

102
6.6.2 Ensaio anti-proliferativo

Para avaliação da atividade antiproliferativa dos compostos, foi utilizado o


ensaio de XTT (ROEHM et al., 1991)127. Este ensaio baseia-se na redução do
XTT (2,3-bis (2-methoxy-4-nitro-5-sulfophenyl)-5- [(phenylamino)carbonyl]-2H-
tetrazolium hydroxide) em um sal solúvel pela enzima desidrogenase presente
nas mitocôndrias de células vivas dando origem a um composto solúvel em água,
o formazan. Para isso, promastigotas de Leishmania amazonensis em fase log
de crescimento na concentração de 1x106 células/mL em meio Warren,
suplementado com 10% de SFB, foi dispensada em placa estéril de 96 poços,
na presença de concentrações crescentes das substâncias por 72 h a 25 °C.
Após o período de incubação, foi adicionado 50 μL de XTT (0,5 mg/mL) na
ausência de luz. Após 4 h, a absorbância foi lida em espectrofotômetro (BIO-TEK
Power WaveXSspectrophotometer) a 450 nm. Os valores de IC50 (concentração
inibitória de 50% dos parasitos) foram estimados em relação ao controle
anfotericina B.

6.6.3 Ensaio de citotoxicidade em células de mamíferos

Para a avaliação da citotoxicidade das substâncias, foi utilizado o ensaio


de MTT. Este ensaio colorimétrico baseia-se na capacidade das mitocôndrias
viáveis de converter MTT, um sal de tetrazólio (3-(4,5 dimethylthiazol-2yl) - 2,5
diphenyltetrazoliumbromide) em cristais de púrpuras de formazan (MOSMANN,
1983128). Para isso, células LLCMK2 cultivadas em meio DMEM suplementado
com 10% de SFB, e macrófagos J774A1 cultivados em meio RPMI 1640
suplementado com 10% de SFB foram dispensadas em placa estéril de 96 poços
por 24 horas a 37 °C e 5% de CO2. Após esse período, o sobrenadante foi
retirado e foram adicionadas concentrações crescentes das substâncias por 96
h para células LLCMK2 e 48 h para macrófagos. Após o período de incubação,
as células foram lavadas com PBS (phosphate buffer saline - tampão salina
fosfato) 0,01 M e 50 μL de MTT (2mg/mL) foi adicionado em cada poço e
incubados na ausência de luz, a 25 °C. Após 4 h, foi adicionado 150 μL de DMSO
(dimetilsufóxido), a fim de romper as células e solubilizar os cristais de púrpuras
de formazan, e a absorbância foi lida em espectrofotômetro (BIO-TEK Power

103
WaveXSspectrophotometer) a 570 nm. Os valores de CC50 (concentração
citotóxica de 50%) foram estimados em relação ao controle anfotericina B.

6.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Todas as análises foram realizadas em triplicata (n=3) e os dados são


apresentados como média e desvio padrão (DP). As análises do teste de Tukey
(p <0,05) foram executadas no software RStudiot® v.1.2.1335.

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115
8 ANEXOS

Espectros de RMN de 1H, 13C, HSQC e HMBC


LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – Espectro de RMN de 13C (500,13 MHz) do composto 4a em DMSO-d6 ......... 122
Anexo 2 – Espectro de RMN de 13C (125,77 MHz) do composto 4a em DMSO-d6 ......... 123
Anexo 3 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77
MHz) ................................................................................................................................ 124
Anexo 4 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13
x 125,77 MHz) ................................................................................................................. 125
Anexo 5 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77
MHz) ................................................................................................................................ 126
Anexo 6 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13
x 125,77 MHz) ................................................................................................................. 127
Anexo 7 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13
x 125,77 MHz) ................................................................................................................. 128
Anexo 8 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4b em CDCl3 ............... 129
Anexo 9 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4b em CDCl3 ................ 130
Anexo 10 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 131
Anexo 11 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4b em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 132
Anexo 12 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 133
Anexo 13 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4b em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 134
Anexo 14 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4c em DMSO-d6 ........ 135
Anexo 15 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4c em DMSO-d6 ......... 136
Anexo 16 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 137
Anexo 17 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4c em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 138
Anexo 18 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 139
Anexo 19 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4c em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 140
Anexo 20 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4d em DMSO-d6 ........ 141
Anexo 21 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4d em DMSO-d6 ......... 142
Anexo 22 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 143
Anexo 23 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 144
Anexo 24 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 145
Anexo 25 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 146
Anexo 26 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 147
Anexo 27 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4e em CDCl3 .............. 148
Anexo 28 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4e em CDCl3 .............. 149
Anexo 29 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 150
Anexo 30 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 151
Anexo 31 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 152
Anexo 32 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 153
Anexo 33 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 154
Anexo 34 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4f em CDCl3 .............. 155
Anexo 35 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4f em CDCl3 ............... 156
Anexo 36 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 157
Anexo 37 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4f em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 158
Anexo 38 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 159
Anexo 39 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4f em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 160
Anexo 40 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5a em CDCl3 .............. 161
Anexo 41 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5a em CDCl3 .............. 162
Anexo 42 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 163
Anexo 43 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 164
Anexo 44 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 165
Anexo 45 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 166
Anexo 46 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 167
Anexo 47 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5b em CDCl3 ............. 168
Anexo 48 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5b em CDCl3 .............. 169
Anexo 49 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 170
Anexo 50 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 171
Anexo 51 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 172
Anexo 52 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 173
Anexo 53 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 174
Anexo 54 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5c em CDCl3 .............. 175
Anexo 55 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5c em CDCl3 .............. 176
Anexo 56 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5c em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 177
Anexo 57 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5c em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 178
Anexo 58 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5c em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 179
Anexo 59 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5c em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 180
Anexo 60 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5d em CDCl3 ............. 181
Anexo 61 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5d em CDCl3 .............. 182
Anexo 62 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 183
Anexo 63 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 184
Anexo 64 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 185
Anexo 65 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 186
Anexo 66 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 187
Anexo 67 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5e em CDCl3 .............. 188
Anexo 68 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5e em CDCl3 .............. 189
Anexo 69 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 190
Anexo 70 – Expansão espectro de RMN de HSQC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 191
Anexo 71 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 192
Anexo 72 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 193
Anexo 73 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 194
Anexo 74 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5f em CDCl3 .............. 195
Anexo 75 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5f em CDCl3 ............... 196
Anexo 76 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 197
Anexo 77 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 198
Anexo 78 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 199
Anexo 79 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 200
Anexo 80 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 201
Anexo 81 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x
75,46 MHz) ...................................................................................................................... 202
Anexo 82 – Espectro de RMN de 1H do composto 6a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
......................................................................................................................................... 203
Anexo 83 – Espectro de RMN de 13C do composto 6a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
......................................................................................................................................... 203
Anexo 84 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6a em DMSO-d6 (500,06 x 125,77
MHz) ................................................................................................................................ 205
Anexo 85 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6a em DMSO-d6 (500,13
x 125,77 MHz) ................................................................................................................. 206
Anexo 86 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77
MHz) ................................................................................................................................ 207
Anexo 87 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6a em DMSO-d6 (500,13
x 125,77 MHz) ................................................................................................................. 208
Anexo 88 – Espectro de RMN de 1H do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 209
Anexo 89 – Espectro de RMN de 13C do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
......................................................................................................................................... 210
Anexo 90 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 211
Anexo 91 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6b em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 212
Anexo 92 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 213
Anexo 93 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6b em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 214
Anexo 94 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 6c em CDCl3 .............. 215
Anexo 95 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 6c em CDCl3 .............. 216
Anexo 96 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 217
Anexo 97 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6c em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 218
Anexo 98 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 219
Anexo 99 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6c em DMSO-d6 (300,06
x 75,46 MHz) ................................................................................................................... 220
Anexo 100 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 6d em DMSO-d6 ...... 221
Anexo 101 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 6d em DMSO-d6 ....... 222
Anexo 102 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 223
Anexo 103 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6d em DMSO-d6
(300,06 x 75,46 MHz) ...................................................................................................... 224
Anexo 104 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 225
Anexo 105 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6d em DMSO-d6
(300,06 x 75,46 MHz) ...................................................................................................... 226
Anexo 106 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 6e em DMSO-d6 ...... 227
Anexo 107– Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 6e em DMSO-d6 ........ 228
Anexo 108 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6e em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 229
Anexo 109 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6e em DMSO-d6
(300,06 x 75,46 MHz) ...................................................................................................... 230
Anexo 110 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6e em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 231
Anexo 111 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6e em DMSO-d6
(300,06 x 75,46 MHz) ...................................................................................................... 232
Anexo 112 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 6f em DMSO-d6 ....... 233
Anexo 113 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 6f em DMSO-d6 ........ 234
Anexo 114 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6f em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 235
Anexo 115 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6f em DMSO-d6
(300,06 x 75,46 MHz) ...................................................................................................... 236
Anexo 116 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6f em DMSO-d6 (300,06 x 75,46
MHz) ................................................................................................................................ 237
Anexo 117 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6f em DMSO-d6
(300,06 x 75,46 MHz) ...................................................................................................... 238
Anexo 118 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6f em DMSO-d6
(300,06 x 75,46 MHz) ...................................................................................................... 239
Anexo 1 – Espectro de RMN de 13C (500,13 MHz) do composto 4a em DMSO-d6
Anexo 2 – Espectro de RMN de 13C (125,77 MHz) do composto 4a em DMSO-d6
Anexo 3 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
Anexo 4 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
Anexo 5 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
Anexo 6 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
Anexo 7 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
Anexo 8 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4b em CDCl3
Anexo 9 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4b em CDCl3
Anexo 10 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 11 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 12 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 13 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 14 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4c em DMSO-d6
Anexo 15 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4c em DMSO-d6
Anexo 16 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 17 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 18 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 19 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 20 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4d em DMSO-d6
Anexo 21 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4d em DMSO-d6
Anexo 22 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 23 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 24 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 25 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 26 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 27 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4e em CDCl3
Anexo 28 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4e em CDCl3
Anexo 29 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 30 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 31 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 32 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 33 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 34 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 4f em CDCl3
Anexo 35 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 4f em CDCl3
Anexo 36 – Espectro de RMN de HSQC do composto 4f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 37 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 4f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 38 – Espectro de RMN de HMBC do composto 4f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 39 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 4f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 40 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5a em CDCl3
Anexo 41 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5a em CDCl3
Anexo 42 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 43 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 44 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 45 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 46 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5a em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 47 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5b em CDCl3
Anexo 48 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5b em CDCl3
Anexo 49 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 50 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 51 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 52 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 53 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5b em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 54 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5c em CDCl3
Anexo 55 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5c em CDCl3
Anexo 56 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5c em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 57 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5c em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 58 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5c em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 59 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5c em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 60 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5d em CDCl3
Anexo 61 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5d em CDCl3
Anexo 62 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 63 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 64 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 65 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 66 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5d em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 67 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5e em CDCl3
Anexo 68 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5e em CDCl3
Anexo 69 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 70 – Expansão espectro de RMN de HSQC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 71 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 72 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 73 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5e em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 74 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 5f em CDCl3
Anexo 75 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 5f em CDCl3
Anexo 76 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 77 – Espectro de RMN de HSQC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 78 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 79 – Espectro de RMN de HMBC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 80 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 81 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 5f em CDCl3 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 82 – Espectro de RMN de 1H do composto 6a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)

Anexo 83 – Espectro de RMN de 13C do composto 6a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)


Anexo 84 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6a em DMSO-d6 (500,06 x 125,77 MHz)
Anexo 85 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
Anexo 86 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
Anexo 87 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6a em DMSO-d6 (500,13 x 125,77 MHz)
Anexo 88 – Espectro de RMN de 1H do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 89 – Espectro de RMN de 13C do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 90 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 91 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 92 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 93 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6b em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 94 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 6c em CDCl3
Anexo 95 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 6c em CDCl3
Anexo 96 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 97 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 98 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 99 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6c em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 100 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 6d em DMSO-d6
Anexo 101 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 6d em DMSO-d6
Anexo 102 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 103 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 104 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 105 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6d em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 106 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 6e em DMSO-d6
Anexo 107– Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 6e em DMSO-d6
Anexo 108 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6e em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 109 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6e em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 110 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6e em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 111 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6e em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 112 – Espectro de RMN de 1H (300,06 MHz) do composto 6f em DMSO-d6
Anexo 113 – Espectro de RMN de 13C (75,46 MHz) do composto 6f em DMSO-d6
Anexo 114 – Espectro de RMN de HSQC do composto 6f em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 115 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6f em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 116 – Espectro de RMN de HMBC do composto 6f em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 117 – Expansão do espectro de RMN de HMBC do composto 6f em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)
Anexo 118 – Expansão do espectro de RMN de HSQC do composto 6f em DMSO-d6 (300,06 x 75,46 MHz)

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