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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA


INSTITUTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Veiculação de óleo de Syzygium aromaticum L. em sistema


microemulsionado e suas derivatizações: avaliação das suas propriedades
antioxidante, analgésica e viabilidade celular

Ewerton Richard Fernandes Teixeira


Tese de Doutorado
Natal/RN, agosto de 2017
EWERTON RICHARD FERNANDES TEIXEIRA

Veiculação de óleos obtidos de Syzigium


aromaticum L. em sistema microemulsionado e suas
derivatizações: avaliação da viabilidade celular, atividade
antioxidante e antinociceptiva

Tese apresentada ao Programa de Pós-


graduação em Química da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
parte dos requisitos para obtenção do grau
de Doutor em Química.

Orientadora: Profa. Dra. Tereza Neuma de


Castro Dantas
Co-Orientadora: Profa. Dra. Maria
Aparecida Medeiros Maciel

Natal/RN
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Ewerton Richard Fernandes Teixeira.


Veiculação de óleos obtidos de Syzigium aromaticum L. em
sistema microemulsionado e suas derivatizações: avaliação da
viabilidade celular, atividade antioxidante e antinociceptiva /
Ewerton Richard Fernandes Teixeira. - 2017.
149 f.: il.

Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Centro de Ciências Extas e da Terra, Instituto de
Química. Natal, RN, 2018.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Tereza Neuma de Castro Dantas.
Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Aparecida Medeiros Maciel.
1. Syzigium aromaticum L. - Tese. 2. Óleo de Cravo da índia -
Tese. 3. Microemulsão - Tese. I. Dantas, Tereza Neuma de Castro.
II. Maciel, Maria Aparecida Medeiros. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 615.89

Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinôco - CRB-15/262


DEDICATÓRIA

Aos meus pais José Barbosa Teixeira e Maria Fernandes Teixeira por me darem
educação, incentivo, força e por serem exemplos naquilo que se propuseram a fazer de
melhor. Obrigado por tudo.

Aos meus irmãos Gevison Fernandes e Cátia Guaraciara por me apoiarem quando
precisei e por ser exemplos de irmãos.

A Márcia Lisboa por me apoiar muito nessa conquista e estar ao meu lado nos
momentos difíceis.

Ao cunhado André Rossi e meus sobrinhos Gevison Junior e Danilo Rossi por estarem
sempre ao meu lado.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me ajudar nos momentos mais difíceis, pela sabedoria, saúde,
calma e paz durante toda jornada desse doutorado.

À minha orientadora Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas e coorientadora Dra. Maria
Aparecida Medeiros Maciel por me orientarem e acreditarem no meu potencial e
trabalho.

À minha orientadora Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas por me dar conselhos,
chamar atenção, brincar, confiar e passar tranquilidade em todos os momentos.

Aos Professores que admiro por serem exemplos de profissionais e que sempre
acreditaram na minha pessoa: Dr. Hélio Scatena Jr., Antônio Custódio, Dra. Maria
Gorete, Me. Luíz Seixas, Dr. João Bosco, Dra. Rosélia Leao, Dra. Maria Aparecida e
Dra. Tereza Neuma.

Aos professores Dra. Lenize Fernandes Maia e Dr. Luiz Fernando Cappa de Oliveira,
pela parceria nas análises Raman.

Aos professores Prof. Dr. Valdir F. Veiga Júnior e a doutoranda Milena Campelo Freitas
de Lima, pela parceria nas análises de CG-EM.

Ao Prof. Dr. Eduardo Pereira de Azevedo, pela parceria na pesquisa desenvolvida.

Aos professores Dr. Hugo Alexandre de Oliveira Rocha, Dra. Denise Porfirio
Emerenciano e Prof. Leonardo Bruno Aragão de Araújo, pela parceria nas análises in
vitro dos testes antioxidantes.

Ao Prof. Magnaldo Inácio Tavares Medeiros, pela parceria nas análises in vivo dos
testes de analgesia.
As professoras Dra. Rejane Andrade de Carvalho e Dra. Marcia Martins Marques, pela
parceria nas análises in vitro de viabilidade celular.

Aos amigos conquistados: Evanimek Bernardo, Flávia Freitas, Ana Paula Justino e
Jéssica Fernandes por estarem sempre à disposição para me escutarem e me darem
conselhos.

Ao Luan Silveira Alves de Moura pela grande ajuda no momento inicial dos
experimentos químicos.

Aos amigos e amigas do LTT Igor, Kaline, Keila, Natália, Jéssica, Laís, Katherine,
Tamyris, Yasmine, Ticianne, Denise, Paulo, Daniel, Joherbson, Izaías, Bernardo,
Denise, Tâmara, Jussara, Bruno, Rayanna pelos momentos de alegria, descontração,
apoio e confiança.

Aos colegas do trabalho que sempre admiraram minha força de vontade em concluir
essa etapa importante na minha vida profissional, Luíz Oliveira, Francisca Gerusa, Ana
Kátia, Ilane de Souza, Rogério César e Adriano Marques.

Ao curso de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES) pela bolsa


concedida.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento desse


trabalho.
RESUMO
Sistemas microemulsionados a base de óleo de cravo (Syzigium aromaticum L.) foram
preparados objetivando-se o preparo de formulados microestruturados. O sistema padrão
SMEOCR (microemulsionado de óleo de cravo) apresenta a seguinte composição: valor
fixo de tensoativo não iônico (14%), variação da fase óleo (FO, 1% - 3%) e fase aquosa
(FA, 83% - 84%). A fase óleo variou em função da origem do óleo de cravo, tais como:
óleo de cravo extraído à frio (OCR-F, por maceração), extraído à quente (OCR-Q, via
Soxhlet), óleo de cravo comercial (OCR-C) e óleo de cravo (OCR) em mistura com óleo de
girassol (OCR-OG). A quantidade mínima de tensoativo necessária para preparar o sistema
padrão SMEOCR foi determinada pela concentração de diluição limite (c.d.l) em meio
aquoso. A partir da região de microemulsão (Winsor IV) no diagrama de fases ternário,
foram obtidos sistemas SMEOCR derivativos (SMEOCR-2C, SMEOCR-2F, SMEOCR-2Q,
SMEOCR-2,5F, SMEOCR-2,5Q, SMEOCR-3Q, SMEOCR-3Qa, SMEOCROG-1F e
SMEOCROG-1Q) que são diferenciados em função do óleo de cravo utilizado e suas
concentrações. As propriedades físico-químicas destes sistemas foram avaliadas via tensão
superficial, c.d.l, viscosidade, diâmetro de gotícula, densidade e potencial Zeta. O estudo da
tensão superficial mostrou pequenas variações entre os sistemas estudados. No entanto, para
o sistema SMEOCR-3Q (3% de OCR-Q), observou-se elevação significante nos valores da
tensão superficial, c.d.l (0,0015 g/mL) e diluição limite (27,26 vezes). O sistema com menor
concentração de FO apresentou c.d.l (0,0010 g/mL) e diluição limite (49,07 vezes). Para as
análises de reologia o resultado foi diretamente proporcional ao aumento da concentração
da fase FO, com valor máximo 103,8 cP para o sistema SMEOCR-3Q; os demais sistemas
apresentaram valores significativamente inferiores (entre 1,9 cP e 15 cP). A análise
comparativa do diâmetro de gotícula mostrou comportamento similar, em que o aumento do
percentual da FO provoca elevação no diâmetro de gotícula, com valor máximo 25,61 nm,
para o sistema SMEOCR-3Q; os demais sistemas apresentaram valores na faixa 9,55 nm -
16,54 nm. No estudo de densidade, todos os sistemas apresentaram valores semelhantes,
independentemente da concentração da fase óleo ou da origem do óleo (OCR-F, OCR-Q,
OCR-C e OCROG). De acordo com as caracterizações físico-químicas evidenciou-se que os
sistemas contendo menores percentuais do óleo Syzigium aromaticum, independente da
origem (OCR-F, OCR-Q, OCR-C ou OCROG), apresentam resultados mais satisfatórios,
tais como: baixa tensão superficial e viscosidade, reduzido valor do diâmetro de gotícula e
da c.d.l. No entanto, apesar da variação dos óleos utilizados, foram observados
comportamentos semelhantes na análise do potencial Zeta. A caracterização fitoquímica dos
óleos OCR-F, OCR-Q e OCR-C foi feita via estudo de CG-EM, tendo sido evidenciada
variação dos seguintes componentes eugenol (63,75% - 61,36%), β-cariofileno (16,98% -
14,21%) e acetil eugenol (10,61% - 9,54%), em função da origem do óleo. A quantificação
do biomarcador eugenol nos sistemas microemulsionados foi realizada via espectroscopia
de RAMAN. Para alguns sistemas (SMEOCR-2C, SMEOCR-2F, SMEOCR-2Q,
SMEOCR-3Q, SMEOCROG-1Q e SMEOCROG-1F) a eficácia farmacológica foi avaliada
em experimentos in vitro antioxidantes (atividade antioxidante total, poder redutor e
sequestro de radicais hidroxilas) e na viabilidade de células tronco da polpa dentária (Dental
PulpStemCells), bem como em experimento in vivo antinociceptivo. O efeito
antinociceptivo dos sistemas SMEOCR-2,5F e SMEOCR-2,5Q foi observado via teste das
contorções abdominais induzidas pelo ácido acético. Comparativamente, o sistema
SMEOCR-2,5Q apresentou melhor índice de inibição (55,3%), no sistema contendo OCR-F
(SMEOCR-2,5F) observou-se 37,9% de inibição.

Palavras-chaves: Syzigium aromaticum L.; óleo de cravo da índia; microemulsão; efeito


antioxidante; viabilidade celular; atividade antinociceptiva.
ABSTRACT
The aim of this present work consist in the preparation of microemulsion systems based
on clove oil (Syzigium aromaticum L.) to be applied on health care as part of
biotechnological development of new microstructured products. The clove oil standard
formulation (so called SMEOCR) was prepared by using a fixed amount of nonionic
surfactant, the oil phase (OF) ranging from 1% to 3% and the aqueous phase varying
from 83% to 84%. The oil phase varied according to the origin of the clove oil, such as:
clove oil extraction at room temperature (OCR-F) by using maceration procedure,
extraction by heating (OCR-Q) by using Soxhlet apparatus as well as a clove oil
commercial sample (OCR-C) and OCR admixed with sunflower oil (OCROG).The
minimum amount of surfactant required to prepare the SMEOCR standard formulation
was determined through limiting dilution concentration (l.d.c) on bidistilled water. From
the Winsor IV microemulsion region in the ternary phases diagram, were prepared some
SMEOCR derivative systems (SMEOCR-2C, SMEOCR-2F, SMEOCR-2Q, SMEOCR-
2,5F, SMEOCR-2,5Q, SMEOCR-3Q, SMEOCR-3Qa, SMEOCROG-1F e SMEOCROG-
1Q) which are differenced by the OCR origin and its applied amount. The
microemulsions physicochemical properties were characterized by using surface
tension, viscosity, droplet diameter, density and Zeta potential. The surface tension data
showed no significant variations among the SMEOCR derivative systems. However, the
formulation SMEOCR-3Q (3% of OCR-Q) showed significant elevation in the values of
surface tension, its l.d.c was 0.0015 g/mL and the maximum number of dilutions was
27.26. Meanwhile, formulations with lower amount of the OF, sowed 0.0010 g/mL of
limiting dilution concentration and 49.07 of maximum number of dilutions was.
Proportional to the OF increased concentration it was observed 103.8 cP as maximum
value for SMEOCR-3Q formulation containing 3% of OCR-Q, and for the other
SMEOCR derivative systems lowest data were evidenced ranging from 1.9 cP to 15 cP.
Comparatively, the droplet analyses showed similar behavior with maximum value
25.61 nm, for the SMEOCR-3Q formulation, and data ranging from 9,55 nm to 16,54
nm for the other systems with lowest OF content. In the other hand, for all tested
systems similar values were observed in the analyses of Zeta potential which varying
only in the third decimal order. According to the physicochemical characterizations, it
was observed that, regardless of the oil origin the formulations containing lower OF
concentrations present the more satisfactory results, such as: low surface tension and
viscosity, reduced droplet diameter value as well as l.d.c content. The phytochemical
characterization of the used clove oils was done via CG-MS analyses and results
showed variation in the content of the following components: eugenol (63.75% -
61.36%), β-caryophyllene (16.98% - 14.21%) and acetyl eugenol (10.61% - 9.54%),
been in accordance with the oil origin. Quantification of the biomarker eugenol in the
SMEOCR microemulsion systems was performed via RAMAN spectroscopy. The
pharmacological efficacy of the SMEOCR-2C, SMEOCR-3Q, SMEOCR-3Qa and
SMEOCR-2F systems was evaluated by using in vitro experiments such as antioxidant
tests (total antioxidant activity, reducing power and sequestration of hydroxyl radicals)
and by the viability of dental pulp stem cells (Dental PulpStemCells), and also by
applying an in vivo experiment for analgesic effect evaluation. The analgesic effect via
essays of abdominal contortions induced by acetic acid, showed the antinociceptive
activity of SMEOCR-2,5Q (55,3%) and SMEOCR-2,5F (37,9%).

Keywords: Syzigium aromaticum L.; clove oil; microemulsion; antioxidant effect; Cell
viability; antinociceptive activity.
LISTA DAS ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

A – Área
A/O – Água em óleo
BHA – Hidroxianilose butilado
BHL – Balanço hidrofílico-lipofílico
BHT – Hidroxitolueno butilado
c.d.l – Concentração de diluição limite
c.m.c – Concentração micelar crítica
C/T – Razão cotensoativo/tensoativo
CAT – Capacidade antioxidante total
CEUA – Comissão de ética no uso de animais
CG – Cromatografia gasosa
CG-DIC – Cromatógrafo com detector por ionização de chama
CG-EM – Cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas
CONCEA – Conselho de controle da experimentação animal
DLS – Espalhamento de luz dinâmico
DPSC2 – Células tronco da polpa dentária
E – Energia
EDTA – Etileno diamino tetracético
EM – Espectrômetro de massa
ERMO – Espécies reativas do metabolismo do oxigênio
F – Força
FA – Fase água
FO – Fase óleo
Ɣ – Tensão superficial (mN/m)
h – Constante de Planck
K – Índice de constância
n – Índice de comportamento do fluido
O/A – Óleo em água
OCR-F – Óleo de cravo extraído a frio (por maceração)
OCR-Q – Óleo de cravo extraído a quente (via Soxhlet)
OG- Óleo de girassol
PEG – Polietilenoglicol
SDS – Dodecil sulfonato de sódio
SLS – Espalhamento de luz estática
SMEOCR – Sistema microemulsionado contendo óleo de cravo
T – Tensoativo
TCA – Ácido tricloroacético
Tp – Temperatura
Ve - Mobilidade eletroforética
XTT – (2,3-Bis-(2-metoxi-4-nitro-5-sulfofenil)-2H-tetrazolium-5-carboxanilida
γ – Taxa de cisalhamento
ΔG – Variação da energia livre de Gibbs
ΔH – Variação de entalpia
ΔS – Variação de entropia
ε0 – Permissividade elétrica do ar
εr – Constante dielétrica do meio
δ – Potencial Zeta
ε – viscosidade do meio de dispersão
µ – Viscosidade (cP)
μPL – Viscosidade plástica
ν – Frequência
ρ – Densidade (g/mL)
τ – Tensão de cisalhamento
τL – Limite de escoamento
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Molécula de tensoativo ................................................................................. 24


Figura 2 – Comportamento dos compostos orgânicos solúveis em água em relação a
tensão superficial ............................................................................................................ 27
Figura 3 – Representação da formação de micelas com o aumento da concentração de
tensoativos ..................................................................................................................... .28
Figura 4 – Micelas direta (A) e inversa (B) .................................................................... 29
Figura 5 – Variação de algumas propriedades físico-químicas com o aumento da
concentração de tensoativo ............................................................................................. 30
Figura 6 – Diagrama de fases ternário com as possíveis estruturas ............................... 32
Figura 7 – Classificação de Winsor ................................................................................ 33
Figura 8 – Mudança das regiões de Winsor para um sistema com tensoativo iônico com
a variação da temperatura e salinidade ........................................................................... 36
Figura 9 – Comportamento reológico promovido pelos fluidos..................................... 41
Figura 10 – Fotos do craveiro da índia (A); boatão floral (B); fruto do craveiro (C) e
botão floral seco (D) ....................................................................................................... 48
Figura 11 – Redução do oxigênio molecular (O2) na mitocôndria até a formação de água
(H2O) .............................................................................................................................. 51
Figura 12 – Óleos de cravo extraídos por maceração (OCR-F), via Soxhlet (OCR-Q) e
amostra comercial (OCR-C). .......................................................................................... 83
Figura 13 – Diagramas de fases ternários dos sistemas derivados de SMEOCR: (I)
preparado com óleo de cravo comercial; (II) preparado com óleo de cravo extraído por
maceração; (III) preparado com óleo de cravo extraído via
Soxhlet.............................................................................................................................88
Figura 14 – Espectros Raman para o óleo de cravo a quente (A); óleo de cravo a frio
(B); sistemas SMEOCR-3Q (C); SMEOCR-2Q (D) e SMEOCR-2F (E) ...................... 91
Figura 15 – Estrutura química do composto eugenol ....................................................102
Figura 16 – Estrutura química de híbridos de ressonância do composto eugenol .........102
Figura 17 – Capacidade antioxidante total dos sistemas derivados de SMEOCR
preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de
extrações. .......................................................................................................................104
Figura 18 – Atividade antioxidante sobre os íons ferro, dos sistemas derivados de
SMEOCR preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes
tipos de extrações...........................................................................................................106
Figura 19 – Atividade antioxidante sobre quelação do íon Cu2+, dos sistemas derivados
de SMEOCR preparados com óleo obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes
tipos de extrações...........................................................................................................107
Figura 20 – Atividade antioxidante sobre o poder redutor de íons ferro, dos sistemas
derivados de SMEOCR preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em
diferentes tipos de extrações. .........................................................................................108
Figura 21 – Atividade antioxidante sobre o sequestro dos radicais hidroxilas, dos
sistemas derivados de SMEOCR preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum
L., em diferentes tipos de extrações. .............................................................................110
Figura 22 – Estabilidade oxidativa gerada pelos óleos de cravo extraídos à quente
(Soxhlet) e a frio (maceração), comercial e óleo de girassol comercial, comparando ao
padrão óleo de soja. .......................................................................................................112
Figura 23 – Viabilidade celular dos sistemas derivados de SMEOCR no cultivo de
células DPSC2. ..............................................................................................................113
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Grupos hidrofílicos e quantidade de carbonos.............................................. 26


Tabela 2 – Lista de equipamentos utilizados nos procedimentos experimentais ........... 70
Tabela 3 – Constituintes químicos do óleo de cravo comercial (OCR-C), identificados
via análises de CG-EM. .................................................................................................. 84
Tabela 4 – Constituintes químicos do óleo de cravo extraído à frio (OCR-F),
identificados via análises de CG-EM. ............................................................................ 85
Tabela 5 – Constituintes químicos do óleo de cravo extraído à quente (OCR-Q),
identificados via análises de CG-EM ............................................................................. 86
Tabela 6 – Análise química comparativa entre as composições dos óleos OCR-C, OCR-
F e OCR-Q, avaliada via dados de CG-EM.................................................................... 87
Tabela 7 – Composição dos sistemas derivativos da microemulsão padrão SMEOCR
obtido a partir de Tween80 (T), óleo de cravo (F.O) e água (F.A) ................................ 89
Tabela 8 – Composição dos sistemas microemulsionados obtidos com a mistura dos
óleos de cravo / óleo de girassol (1:1) ............................................................................ 90
Tabela 9 – Tensão superficial dos sistemas derivados de SMEOCR preparado com óleos
obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações .......................... 92
Tabela 10 – Concentração de diluição limite (c.d.l) dos sistemas derivados de SMEOCR
preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de
extrações ......................................................................................................................... 93
Tabela 11 – Parâmetros dos modelos matemáticos aplicados aos sistemas derivados de
SMEOCR preparados a base de óleo de Syzigium aromaticum L............ ...................... 95
Tabela 12 – Densidade das gotículas dos sistemas derivados de SMEOCR preparados
com óleos obtidos de Syzygium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações.......98
Tabela 13 – Diâmetros das gotículas dos sistemas derivados de SMEOCR preparados
com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações ......... 99
Tabela 14 – Valores do pontencial Zeta dos sistemas derivados de SMEOCR preparados
com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações ........100
Tabela 15 – Percentuais de eugenol quantificados via estudo de CG-EM para óleos
obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações nos sistemas
microemulsionados derivados .......................................................................................101
Tabela 16 – Testes das contorções abdominais induzida pelo ácido acético a 1,2% ....114
Sumário
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................ 18

CAPITULO 2 – OBJETIVOS ..................................................................................... 22

2.1 - OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 22

2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 22

CAPÍTULO 3 - ASPECTOS TEÓRICOS E ESTADO DA ARTE ......................... 24

3.1 - ASPECTOS TEÓRICOS ..................................................................................... 24

3.1.1 – Tensoativos ........................................................................................................ 24

3.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS TENSOATIVOS........................................................ 25

3.2.1 – Classificação de acordo com os grupos polares ............................................. 25

3.2.2 – Classificação de acordo com os grupos apolares ........................................... 26

3.3 – TENSÃO SUPERFICIAL ................................................................................... 26

3.3.1 - Fatores que influenciam a tensão superficial .................................................. 27

3.4 - CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA (C.M.C) ....................................... 28

3.4.1 - Fatores que influenciam a c.m.c ....................................................................... 30

3.5 – MICROEMULSÃO ............................................................................................. 31

3.5.1 - Classificação de Winsor .................................................................................... 32

3.5.2 - Termodinâmica das microemulsões ................................................................ 33

3.6 - FATORES QUE INFLUENCIAM AS REGIÕES DE MICROEMULSÃO .. 34

3.6.1 – Temperatura ..................................................................................................... 34

3.6.2 – Salinidade .......................................................................................................... 35

3.6.3 - Razão cotensoativo/tensoativo (C/T) ............................................................... 36

3.6.4 - Natureza da fase óleo ........................................................................................ 36

3.6.5 - Natureza do cotensoativo .................................................................................. 37

3.7 - POTENCIAL ZETA ............................................................................................ 37

3.8 - PROPRIEDADES FÍSICO QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS ............. 38

3.8.1 – Densidade .......................................................................................................... 38


3.8.2 - Índice de refração .............................................................................................. 39

3.8.3 – Reologia ............................................................................................................. 39

3.9 – PETROOXY ........................................................................................................ 42

3.10 - ESPECTROSCOPIA RAMAN ......................................................................... 43

3.11 – CROMATOGRAFIA GASOSA ACOPLADA À ESPECTRÔMETRO DE


MASSAS (CG-EM) ...................................................................................................... 44

3.12 - MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS .......................... 45

3.12.1 - Extração por maceração ................................................................................. 46

3.12.2 - Extração por Soxhlet....................................................................................... 47

3.13 – ÓLEO ESSENCIAL DO CRAVO DA ÍNDIA E SUAS APLICAÇÕES...... 47

3.14 – ANTIOXIDANTE.............................................................................................. 50

3.14.1 - Radical superóxido .......................................................................................... 51

3.14.2 - Radical hidroxila ............................................................................................. 52

3.14.3 - Peróxido de hidrogênio ................................................................................... 52

3.14.4 - Oxigênio singlet ............................................................................................... 52

3.14.5 - Metais como agentes catalíticos promovendo a oxidação ............................ 53

3.15 – VIABILIDADE CELULAR ............................................................................. 54

3.16 – ATIVIDADE ANALGÉSICA........................................................................... 55

3.17 – ESTADO DA ARTE .......................................................................................... 56

3.17.1 - Aplicação como antioxidante.......................................................................... 57

3.17.2 - Aplicação na microemulsão e viabilidade celular ........................................ 63

3.17.3 - Aplicação na analgesia .................................................................................... 65

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA EXPERIMENTAL ........................................... 69

4.1 – MATERIAIS E REAGENTES ........................................................................... 69

4.2 – EQUIPAMENTOS .............................................................................................. 69

4.3 - MÉTODOS E TÉCNICAS .................................................................................. 70

4.3.1- Obtenção do óleo essencial de cravo ................................................................. 70


4.3.2 - Estudo por espectroscopia Raman .................................................................. 71

4.3.3 - Estudo por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (CG-


EM) ................................................................................................................................ 71

4.3.4 - Obtenção e caracterização dos sistemas microemulsionados a base de


Syzigium aromaticum L. ............................................................................................... 72

4.3.5 - Métodos de caracterização das microemulsões e dos derivados de SMEOCR


........................................................................................................................................ 72

4.3.5.1 - Estudo da tensão superficial e concentração de diluição limite (c.d.l) ...... 73

4.3.5.2 - Estudo reológico e densidade ........................................................................ 73

4.3.5.3 - Diâmetro das gotículas e potencial Zeta ....................................................... 74

4.3.5 - Aplicação dos sistemas microemulsionados contendo óleo de cravo


(SMEOCR) .................................................................................................................... 74

4.3.5.1 - Avaliação do potencial antioxidante do sistema microemulsionado


SMEOCR e seus formulados derivados ..................................................................... 74

4.3.5.1.1 - Capacidade antioxidante total (CAT) ....................................................... 75

4.3.5.1.2 - Efeito quelante do íon ferro ........................................................................ 75

4.3.5.1.3 - Efeito quelante do íon cobre ....................................................................... 76

4.3.5.1.4 - Poder redutor de íon ferro.......................................................................... 77

4.3.5.1.5 - Sequestro do radical hidroxila ................................................................... 78

4.3.5.1.6 - Sequestro do radical superóxido ................................................................ 78

4.3.5.1.7 – Petrooxy ....................................................................................................... 79

4.3.5.2 - Estudo da viabilidade celular in vitro .......................................................... 79

4.3.5.3 – Teste de antinocicepção ................................................................................. 80

CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................... 83

5.1 - EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL .............................................................. 83

5.2 - ANÁLISE CROMATOGRÁFICA DOS ÓLEOS DE CRAVO ....................... 84

5.3 - OBTENÇÃO DOS DIAGRAMAS TERNÁRIOS ............................................. 87


5.4 - ESCOLHA DOS SISTEMAS MICROEMULSIONADOS DERIVADOS DE
SMEOCR....................................................................................................................... 88

5.5 - CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS MICROEMULSIONADOS........... 90

5.5.1 - Dosagem do eugenol nos sistemas via espectroscopia Raman....................... 90

5.5.2 - Tensão superficial.............................................................................................. 92

5.5.3 - Concentração de diluição limite (c.d.l) ............................................................ 93

5.5.4 - Estudo reológico ................................................................................................ 94

5.5.5 – Densidade .......................................................................................................... 97

5.5.6 - Diâmetro da gotícula ......................................................................................... 98

5.5.7 - Potencial Zeta .................................................................................................... 99

5.6 - AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS SISTEMAS


MICROEMULSIONADOS CONTENDO ÓLEO DE CRAVO ............................ 101

5.6.1 - Determinação da capacidade antioxidante total (CAT) .............................. 103

5.6.2 - Determinação da atividade antioxidante através da quelação do íon ferro105

5.6.3 - Determinação da atividade antioxidante através da quelação do íon cobre


...................................................................................................................................... 106

5.6.4 - Determinação da atividade antioxidante através do poder redutor do íon


ferro.............................................................................................................................. 107

5.6.5 - Determinação da atividade antioxidante através do sequestro do radical


hidroxila....................................................................................................................... 109

5.6.6 - Determinação da atividade antioxidante através do sequestro do radical


superóxido ................................................................................................................... 111

5.6.7 - Estabilidade oxidativa dos sistemas microemulsionados ............................. 111

5.7 - ESTUDO DA VIABILIDADE CELULAR ...................................................... 112

5.8 - ESTUDO DA AÇÃO ANALGÉSICA .............................................................. 114

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES .............................................................................. 117

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 121

ANEXOS ..................................................................................................................... 139


CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Introdução

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

As plantas que possuem componentes aromáticos foram utilizadas na


antiguidade pelas suas propriedades conservantes, medicinais e aromatizantes. As
propriedades farmacológicas das plantas aromáticas são parcialmente atribuídas aos
óleos essenciais, que por sua vez, são misturas completas de compostos de baixo peso
molecular, sendo alguns voláteis que possuem características específicas por gerarem
sabor ou aroma. Estes óleos podem ser obtidos de ervas aromáticas, frutas, folhas,
pedúnculos, botões florais, flores e cascas (Loza-Tavera, 1999; Kohlert et al., 2000;
Affonso et al., 2012).
O termo “óleo essencial” foi utilizado pela primeira vez no século XVI pelo
médico e alquimista Suíço Paracelso Von Hohenheim; durante o século XX a utilização
deste tipo de óleo produziu perfumes, cosméticos e aromatizantes alimentares
(Guenther, 1952; Edris, 2007).
Dentre as plantas com diversas propriedades farmacológicas, destaca-se a
espécie Syzygium aromaticum L. (cravo da índia) que passou a ser comercializada nos
países tropicais, tendo sido difundida no fim da segunda guerra mundial. No Brasil,
somente algumas regiões possuem clima favorável para a produção do cravo da índia,
sendo os maiores produtores as regiões sul da Bahia e no norte do interior do estado de
São Paulo (Banerjee et al., 2006; Paoli et al., 2007; Costa et al., 2011; Cavalcante,
2013).
O cravo da índia pertence à família Myrtaceae que é composta por 140 gêneros
provenientes de aproximadamente 3000 espécies e a partir botão floral seco, folhas,
pedúnculos e frutos são extraídos por diversos métodos, o óleo essencial que contém
cerca de 70 componentes, em que se destacam pelos maiores percentuais, os seguintes
componentes: eugenol, β-cariofileno, acetato de eugenol, α-ilangeno, β-bourboneno,
metil-eugenol, óxido de cariofileno, chavicol, hidrocarbonetos, aldeídos, cetonas,
ésteres, alcoóis e lactonas. Além dessas substâncias, existem, ainda, ceras, gomas
resinas, flavonóides e triterpenóides livres, glicosilados, tanino elágico e eugenina,
dentre outros. O eugenol é uma substância fenólica de caráter volátil, que possui baixa
toxidade, sendo nesse caso, o componente majoritário. Dentre as muitas utilizações e
propriedades do cravo da índia, encontram-se antioxidante natural, analgésico, anti-
inflamatório, cicatrizante, bem como possui diversos benefícios sobre o sistema mente-

18
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Introdução

corpo (Mendes-Ferrão, 1993; Shapiro et al., 1994; Cai; Wu, 1996; Chong et al., 1997;
Kaplan et al., 1999; Sousa et al., 2004; Oliveira et al., 2007; Agra et al., 2008;
Cavalcante, 2013; Pádua et al., 2013).
Diversas pesquisas vêm sendo realizadas visando à explicação de diversos tipos
de doenças que são geradas por inflamações no corpo humano, sendo que a vinculação
dos radicais livres com os processos inflamatórios tem sido uma alternativa de
explicação (Halliwell; Gutteridge, 1990; Halliwell, 1992).
Após o processo de redução dos radicais livres, eles podem promover
inflamações crônicas como doenças periodontais, gerando a gengivite ou periodontite,
ambas as doenças são responsáveis por causar perda dentária. Com a grande incidência
de enfermidades nos tecidos da cavidade oral, bem como as lesões traumáticas, há uma
necessidade de procura de novos biomateriais atuantes na odontologia e viabilidade
celular (Cohen, 1989).
No contexto biotecnológico em que se objetiva o carreamento de fármacos em
sistemas encapsuladores, destacam-se os sistemas microemulsionados por serem
sistemas de alta estabilidade capazes de solubilizar substâncias hidrofílicas ou lipofílicas
(sólidas ou líquidas), biodisponibilizando fármacos veiculados em baixas concentrações
(Martins; Veiga, 2002; Esposito et al., 2003).
No presente trabalho, a utilização do óleo de cravo da índia em sistema
microemulsionado baseia-se em estudos realizados com componentes bioativos, em que
foram ressaltados alguns fatores como a não oxidação do fármaco visando a
manutenção das suas propriedades biológicas, associado a uma propriedade de liberação
lenta e controlada (Martins; Veiga, 2002; Esposito et al., 2003).
Visando reduzir os danos gerados pelos radicais livres, no presente trabalho
destaca-se como objetivo geral a utilização de sistemas microemulsionados contendo
óleo de cravo da índia (SMEOCR) e seus sistemas derivados, como alternativa de
produto biotecnológico com ação antioxidante e antinociceptiva, bem como para
aplicação na viabilidade celular de células tronco de boca.
O descritivo desta tese foi desenvolvido em partes, de modo que os métodos de
extração do óleo de cravo da índia (por maceração e via Soxhlet) são apresentados
preferencialmente, seguido da caracterização e quantificação por CG-EM.
Sequencialmente, descreve-se a metodologia de encapsulamento do óleo de cravo
(obtido via extrações ou pelo uso de uma amostra comercial) em sistemas
microemulsionados do tipo O/A, contendo um tensoativo não iônico (Tween80) e água.

19
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Introdução

Os sistemas obtidos foram caracterizados por Raman e medidas de tensão superficial,


c.d.l, reologia, densidade, diâmetro de gotícula e potencial Zeta. No segundo momento
da pesquisa, os sistemas foram farmacologicamente avaliados via testes antioxidante,
viabilidade celular e analgesia.
A tese está apresentada da seguinte forma: introdução, objetivos, abordagem
teórica, que relata toda base para o estudo desenvolvido; estado da arte, alguns dos
trabalhos publicados na literatura; resultados e discussão e conclusão; por fim, os
anexos e referências.

20
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
CAPÍTULO 2 – OBJETIVOS
Objetivos

CAPITULO 2 – OBJETIVOS

2.1 - OBJETIVO GERAL


Preparo e caracterização de sistema microemulsionado a base de óleo de cravo
(Syzigium aromaticum L.) e estudo de sua ação antioxidante, avaliação da viabilidade
celular e ação analgésica.

2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Extrair o óleo do cravo da índia utilizando diferentes metodologias de extração


como maceração a frio e Soxhlet, e comparar suas composições;

 Caracterizar e quantificar os óleos extraídos via Soxhlet, maceração e prensagem


por espectroscopia Raman e por espectrometria de massa acoplada à
cromatografia gasosa (CG-EM);

 Obter diagramas ternários para definição de regiões de microemulsão e escolher


sistemas em comum, dentre os diagramas para utilização, para preparação dos
sistemas de aplicações;

 Caracterizar as microemulsões por diferentes técnicas, como tensão superficial,


concentração de diluição limite (c.d.l), reologia, diâmetro de gotícula, densidade
e potencial Zeta;

 Avaliar as atividades antioxidante e antinociceptivo dos sistemas de


microemulsão obtidos com Syzigium aromaticum L. visando sua aplicação na
viabilidade celular de células tronco da polpa dentária.

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
CAPÍTULO 3 - ASPECTOS TEÓRICOS E ESTADO DA
ARTE

23
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

CAPÍTULO 3 - ASPECTOS TEÓRICOS E ESTADO DA ARTE

3.1 - ASPECTOS TEÓRICOS

Neste Capítulo será abordada uma teoria básica sobre os tensoativos,


microemulsões, fatores que influenciam as propriedades das microemulsões, óleos
vegetais e suas propriedades, métodos de caracterização e quantificação dos óleos
vegetais e histórico, propriedades e aplicação do óleo de cravo.

3.1.1 – Tensoativos

Os tensoativo são moléculas anfifílicas, ou seja, possuem em sua estrutura uma


parte polar ou hidrofílica (cabeça) e uma parte apolar ou hidrofóbica (cauda), como
representado na Figura 1. Devido a sua característica estrutural, a molécula de
tensoativo em um determinado sistema, tem a capacidade de reduzir a tensão superficial
e/ou interfacial gás-líquido, líquido-líquido ou líquido-sólido.

Figura 1 - Molécula de tensoativo

Cauda Cabeça

Uma das características do tensoativo em meio aquoso é a formação de


estruturas micelares, após a saturação na superfície e/ou interface por monômeros
(Daltin, 2011).
A partir de 1940, o aumento do uso de tensoativo se deu em função da produção
de combustíveis e petroquímicos, origem dos novos processos de craqueamento,
surgimento de novas leis de proteção ambiental, além do aumento do mercado
industrial, doméstico, formulações de cosméticos e detergentes, e por fim, a origem do

24
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

conceito sustentabilidade. Por esta razão, impulsionaram a produção de vários tipos de


tensoativos, tendo sido necessário sua divisão por classes; a classificação foi feita
através dos seus grupos polares e apolares, iônicos e não iônico, como descrito a seguir.

3.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS TENSOATIVOS

Com o objetivo de facilitar o uso e aplicações de tensoativos na área industrial,


surgiu a necessidade de classificação dos tensoativo de acordo com seus grupos
hidrofílicos (polar) e hidrofóbicos (apolar).

3.2.1 – Classificação de acordo com os grupos polares

Os tensoativos polares podem ser iônicos (aniônico e catiônico), não iônicos e


zwintteriônicos. Os tensoativos iônicos são aqueles que apresentam em seus grupos
polares maior densidade de carga eletrônica, formando uma região de alta densidade.
Devido a essa densidade esses tensoativos podem interagirem com outras moléculas
polares. Os tensoativos aniônicos são aqueles que em meio aquoso liberam íons
carregados positivamente ou cátions, ficando com a cabeça ou parte polar carregada
negativamente. Alguns exemplos dessa classe de tensoativos são os alquil sulfato, alquil
fosfato e alquil éter carboxilato. Os catiônicos são aqueles que em meio aquoso liberam
íons carregados negativamente ou ânions, tornando a cabeça ou parte polar carregada
positivamente. Alguns exemplos desse tipo de tensoativo são os cloretos de
dialquildimetilamônio, cloreto de cetil-trimetil amônio e alquilquaternários.
Os tensoativos não iônicos representam uma classe de tensoativos que não se
dissociam em água formando cargas em sua cabeça polar, porém sua solubilidade se dá
pela interação dos grupos etóxidos com as moléculas da água através de interações
hidrogênio-hidrogênio, di-hidrogênio e/ou hidrogênio. Como exemplos encontram-se:
alquil fenol etoxilado, álcool linear etoxilado e nonilfenol etoxilado.
Os tensoativo zwintteriônicos apresentam em sua estrutura simultaneamente dois
grupos, sendo um carregado positivamente (cátion) e outro carregado negativamente
(ânion). Como exemplo pode-se citar o composto amidobetaína.

25
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

3.2.2 – Classificação de acordo com os grupos apolares

Em relação aos grupos hidrofóbicos, os hidrocarbonetos são os principais


utilizados em tensoativo, em que a cadeia carbônica pode variar entre 8 a 20 átomos de
carbono. Os grupos apolares podem ser produzidos por fontes naturais, tais como:
agricultura (óleo de girassol, canola), animal (sebo, lanolina), e indústria de petróleo
(Daltin, 2011).
Na Tabela 1 são apresentados alguns grupos hidrofóbicos e seus respectivos
números de carbonos.

Tabela 1 - Grupos hidrofóbicos e quantidade de carbonos


Grupos hidrofóbicos Números de carbonos
Ácidos graxos naturais ± 18
Parafinas entre 10 e 20
Olefinas ± 12
Alquilbenzenos ± 18
Álcoois entre 10 e 14
Alquil fenóis ± 15
Fonte: Daltin, 2011

3.3 – TENSÃO SUPERFICIAL

Devido a propriedade anfifílica dos tensoativos, esta espécie química tende a


migrar para as interfaces gás/líquido, líquido/líquido ou líquido/sólido. A região polar
do tensoativo fica voltada para a fase líquido polar, enquanto que a região apolar fica
voltada para o gás ou para a fase líquido apolar (Randová; Bartovská, 2016; Mańko et
al., 2017; Singh et al., 2017).
A tensão superficial pode ser definida como trabalho ou força necessária,
exercida perpendicular à superfície do líquido para aumentar essa mesma superfície em
uma unidade de área, sendo realizado por um processo isotérmico reversível (Shaw,
1992).
A assimetria das forças de coesão entre as moléculas da superfície e do interior
do líquido é formada a partir da existência das forças de repulsão e atração (interações

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

de hidrogênio, dipolo permanente e forças de Van der Walls), gerando interações


moleculares que dão origem a tensão superficial (Shaw, 1992; Curbelo et al., 2007;
Daltin, 2011; Randová; Bartovská, 2016; Mańko et al., 2017; Singh et al., 2017).

3.3.1 - Fatores que influenciam a tensão superficial

A tensão superficial pode ser afetada pela adição de alguns componentes


solúveis como eletrólitos, tensoativos e componentes orgânicos solúveis em água.
Os eletrólitos alteram as propriedades superficiais, pois os íons são solvatados
pelas moléculas de água, diminuindo a preferência superfície líquido-ar (Holmberg et
al., 2002; Daltin, 2011; Khan et al., 2012).
A adição de tensoativo em meio aquoso, tende a abaixar as tensões superficial e
interfacial, pois, as moléculas de tensoativo tendem a migrar para a superfície ou
interface diminuindo-as (Holmberg et al., 2002; Daltin, 2011; Khan et al., 2012).
Com adição de compostos orgânicos em água estes se adsorvem na superfície
líquido/gás. Em função da concentração de tensoativos em solução, a tensão superficial
tende a baixar quanto maior a concentração de tensoativos (Daltin, 2011; Teixeira,
2012b). Na Figura 7 encontra-se um gráfico representativo de tensão superficial versus
concentração para o eletrólito, tensoativo e composto orgânico.

Figura 2 - Comportamento dos tensoativos, solubilizados em água, em relação a tensão


superficial

Fonte: Holmberg et al., 2002

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

3.4 - CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA (c.m.c)

Em uma solução contendo tensoativo quando há aumento da sua


concentração, a tendência é que ocorra a diminuição da tensão superficial e interfacial.
Primeiramente o tensoativo é encontrado na forma de monômeros, dissolvidos no seio
da solução. Conforme a concentração de tensoativo aumenta, ele tende a se adsorver nas
superfícies ou interfaces até o momento da saturação. Durante todo esse período, a
tendência da tensão é diminuir até o momento da saturação superficial ou interfacial.
Após esse momento, a tensão superficial tenderá a permanecer constante, pois não
haverá mais área de ocupação para o tensoativo. O aumento da concentração do
tensoativo possibilita a formação de grupamentos organizados, denominados de
micelas. Desta forma, é possível avaliar a concentração micelar crítica (c.m.c); na
Figura 8 encontra-se um gráfico representativo da tensão superficial x concentração,
mostrando as etapas da formação de micelas e no item 3.4.1 encontram-se discutido os
fatores que influenciam a c.m.c.

Figura 3 - Representação da formação de micelas com o aumento da concentração de


tensoativos

Fonte: Santos et al., 2009

28
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

As micelas podem ser do tipo direta, quando a fase contínua é a água e a fase
dispersa é o óleo (O/A) ou pode ser do tipo inversa, quando a fase contínua é o óleo e a
fase dispersa é a água (A/O), como mostrado na Figura 4.

Figura 4 - Representação das estruturas de microgotículas direta (A) e inversa (B)

(A) (B)
Fonte: Autor

Um fator importante para solução de tensoativo é a sua concentração, pois,


pode-se determinar a quantidade mínima de tensoativo necessário para formação das
micelas. Essa concentração mínima, foi chamada de concentração micelar crítica
(c.m.c).
Em 1913 o cientista J. W. Mcbain da universidade de Birstol apresentou a
primeira ideia sobre a formação de micelas em soluções de sais de ácidos carboxílicos
(Daltin, 2011).
A c.m.c pode ser observada com a mudança de algumas das suas propriedades
físico-químicas. Essas mudanças podem ser detectadas a através de algumas técnicas
como condutimetria, espectroscopia de infravermelho, ultravioleta visível, RMN,
espectroscopia de fluorescência, condutimetria, calorimetria, espalhamento de luz,
tensão superficial, pressão osmótica e detergência (Schramm, 2000; Bastiat et al., 2005;
Curbelo, 2006; Santos, 2009; Daltin, 2011; Kabir Ud et al., 2012; Teixeira, 2012a).
Para haver a formação de micelas, as moléculas de tensoativos precisam sair do
seio da solução para se adsorverem na superfície ou interface. Essa adsorção é
importante, pois a partir dela, a tendência de formação de micelas será mais ou menos
espontânea. Quanto maior a adsorção dos tensoativos na interface, menos
espontaneamente ele tenderá a formar micela posteriormente, ou seja, a estabilidade da
micela dependerá do poder de adsorção do tensoativo na interface.

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

A seguir, (Figura 5), são mostrados os gráficos das propriedades físico-químicas


versus concentração de tensoativo, em que cada representação gráfica consiste em uma
técnica para determinação da c.m.c.

Figura 5 – Variação de algumas propriedades físico-químicas com o aumento da


concentração de tensoativo

Fonte: Lindman; Wennestrom, 1980

3.4.1 - Fatores que influenciam a c.m.c

A concentração micelar crítica pode ser influenciada por alguns fatores, dos
quais tem-se a temperatura, estrutura do tensoativo, sais e não eletrólitos. Neste
contexto, a temperatura é um agente influenciador de mudanças da tensão superficial já
que atua nas forças intermoleculares. Com o aumento da temperatura a interação ou as
forças intermoleculares diminuem devido ao aumento da energia cinética. Quanto maior
a energia cinética nas moléculas superficiais, maior é a dinâmica entre essas moléculas e
as moléculas da solução, consequentemente menor tensão superficial (Holmberg et al.,
2002).
As estruturas dos tensoativos influenciam diretamente na c.m.c, pois, a
capacidade dos tensoativo de formarem micelas, dependerá dos seus grupos polares e
apolares. Conforme mude a calda (parte apolar), a c.m.c poderá aumentar ou diminuir,
assim como a mudança da cabeça (parte polar), a c.m.c também tende a mudar. Além da
temperatura e estrutura dos tensoativos, existem outros tipos de interferentes que podem
alterar a c.m.c, como eletrólitos e álcoois.

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

Quando o tensoativo possui cadeia carbônica maior, a sua solubilidade em água


é menor e com a presença de eletrólito essa solubilidade é significativamente reduzida,
diminuindo a c.m.c. Em soluções de tensoativo não iônicos, a adição de eletrólito
interfere pouco na c.m.c, já que por não possuir cargas há redução da competição entre
os íons do sal e o tensoativo para serem solvatados pelas moléculas da água.
Os álcoois possuem em sua estrutura uma parte polar e outra apolar como os
tensoativos, porém não tão intensa. Devido a essa característica, ao serem utilizados
como cotensoativos, distribuem entre moléculas de tensoativos diminuindo a repulsão
entre as cabeças estabilizando as micelas e reduzindo a c.m.c.

3.5 – MICROEMULSÃO

As microemulsões são sistemas formados por tensoativo, se necessário


cotensoativo e dois líquidos imiscíveis, geralmente água e óleo. A união destes
constituintes possibilita a formação de uma única fase homogênea (microemulsão), que
é termodinamicamente estável, translúcida, isotrópica, com elevada área superficial de
contato, capacidade de solubilização mútua de componentes e capacidade de reduzir a
tensão superficial e interfacial (Rossi et al., 2007; Daltin, 2011; Teixeira, 2012a; Shah et
al., 2016; Basak; Guha, 2017; Saboor et al., 2017). Os tamanhos das suas gotículas
dispersas podem chegar até 200 nm (Koroleva; Evgenii, 2012).
Nas microemulsões, o uso de cotensoativo (uma molécula não-iônica ou
fracamente iônica) tende a diminuir a repulsão que ocorre entre a parte polar do
tensoativo (iônico ou não iônico), aumentando a estabilidade da micela. Frequentemente
são utilizados como cotensoativo os álcoois com até 4 átomos de carbono, bem como
aminas e ácidos orgânicos.
A proposta de microemulsão surgiu com Schulman; Montague, 1958, que
propuseram um modelo do tipo quando a fase dispersa é a água (sistema A/O). outro
modelo para quando a fase dispersa fosse o óleo (sistema O/A). A microemulsão é
formada por gotículas pequenas em constante movimento com diâmetro que varia entre
5 nm a 100 nm (Schulman; Montague, 1958; Escudero, 1987; Leung; Shah, 1987;
Formariz et al., 2006; Paulino, 2007; Rossi, 2007; Dantas et al., 2009; Teixeira, 2012b).
As microemulsões assim como as emulsões são formadas por micelas do tipo
diretas, óleo em água (O/A) e do tipo inversa, água em óleo (A/O).

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

Nos casos em que a quantidade de água é igual a quantidade de óleo, os modelos


propostos por Shulman e Montague não apresentavam representatividade. Com isso,
Scriven, 1977, propôs um modelo que representasse melhor a microemulsão. Portanto,
os sistemas microemulsionados podem ser representados em diagramas de fases
ternários, quaternário ou pseudoternário, de acordo com os equilíbrios de fases do
sistema. As possíveis estruturas formadas pela interação entre as moléculas de
tensoativo (T), óleo (FO) e água (FA) em um diagrama genérico encontram-se
representadas na Figura 6.

Figura 6 - Diagrama de fases ternário com as possíveis estruturas.

Fonte: Lawrence; Rees, 2000; Meneses, 2016

3.5.1 - Classificação de Winsor

Os primeiros registros científicos sobre microemulsão surgiram em 1943 com


Hoar e Shuman, que, a princípio, foram denominadas “soluções coloidais”, porém em
1948, Winsor estudou esses sistemas e os classificou em diferentes equilíbrios
(Damasceno, 2011; Basheer et al., 2013).
Segundo Winsor, o sistema poderia estar em equilíbrio de várias maneiras, como
representado na Figura 7, de modo que, quando apresenta um equilíbrio de duas fases,

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Aspectos Teóricos e Estado da Arte

em que a fase menos densa é o óleo e a fase mais densa é a microemulsão, o sistema é
classificado como Winsor I (WI). Se o sistema bifásico for composto pela
microemulsão, fase menos densa e água, fase mais densa, o sistema é classificado como
Winsor II (WII). Caso o sistema seja trifásico composto pelo óleo, microemulsão e
água, é classificado como Winsor III (WIII). Se o sistema for formado por somente uma
única fase, é classificado como Winsor IV (WIV) ou região de microemulsão.

Figura 7 – Classificação das regiões de Winsor

A – Água
M – Micro emulsão
O – Fase óleo

WI WII WIII WIV


Fonte: Autor

3.5.2 - Termodinâmica das microemulsões

A possibilidade de formação de um sistema microemulsionado depende de


vários fatores, dentre os quais se destaca o balanço hidrofílico-lipofílico (BHL) do
tensoativo, que pode ser influenciado pela estrutura química da molécula, temperatura,
força iônica, presença de cotensoativo, entropia e variação dos potenciais químicos e
tensão interfacial.
As microemulsões são sistemas que possuem estabilidade termodinâmica, sendo
que em 1994 após estudos concluiu-se que 3 fatores eram preponderantes para a
estabilidade: entropia, variação dos potenciais químicos e tensão interfacial. A tensão
interfacial pode ser avaliada pela energia livre de Gibbs, que é composta de dois termos,
ΔG1 e ΔG2 como mostra a Equação 1 (Santos, 1994; Vale, 2009; Teixeira, 2012c).

ΔG = ΔG1 + ΔG2 (1)

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

Sendo que ΔG1 é a variação da energia livre devido a dispersão das gotículas no
meio contínuo e adsorção dos tensoativos na interface, e ΔG2 a variação da energia livre
devido a tensão interfacial e a área das microgotículas (ɣΔS), em que ɣ é a tensão
interfacial e ΔS a área interfacial.
Santos, 1994, apresentou um modelo em que a tensão superficial é positiva, ou
seja, ɣ 0, mas ΔG2 >0.
Desta forma, |ΔG1| > |ΔG2|, sendo que ΔG1<0, ou seja, ΔG<0.
Tomando como base a relação entre a energia livre de Gibbs e a constante de
equilíbrio, obtém-se a Equação 2 (Holmberg et al., 2002; Daltin, 2011; Dubey, 2011;
Teixeira, 2012c).

ΔG° = -RTp ln(k) (2)

em que R = constante dos gases; Tp = temperatura em Kelvin; k = constante de


equilíbrio entre monômero e a concentração do tensoativo.

Relacionando a formação micelar com a Equação 2, sendo k igual a


concentração de tensoativo relacionada com a concentração de diluição limite, obtém-se
a Equação 3.

ΔG°dil = RTp ln(conc) (3)

em que ΔG°dil = espontaneidade da diluição limite

3.6 - FATORES QUE INFLUENCIAM AS REGIÕES DE


MICROEMULSÃO

3.6.1 – Temperatura

A temperatura é um fator muito importante já que influencia diretamente a


microemulsão, em função de elevar tanto a hidrofilicidade quanto a lipofilicidade do
tensoativo, tornando-o mais solúvel no meio aquoso e menos solúvel no meio oleoso.
Em um diagrama de fases ternário que apresente a região de Winsor II, por exemplo, o
aumento da temperatura, irá diminuir a região da fase água no mesmo instante em que

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

irá aumentar a região da fase óleo, se tornando Winsor III, e com o passar do tempo, a
região aquosa desaparecerá totalmente enquanto a fase óleo aparecerá totalmente,
mudando-se para região de Winsor I como pode ser observado na Figura 8 (Barros
Neto, 1996).
Nem todos os tensoativos possuem o mesmo comportamento com relação a
temperatura. Existem aqueles cuja solubilidade aumenta, como os tensoativos iônicos, e
existem aqueles cuja solubilidade diminui como os tensoativos não iônicos, pois,
enquanto os tensoativos iônicos dependem da força de atração entre as cargas
superficiais existentes em sua cabeça, com a água, o tensoativo não iônico depende da
força de atração entre as moléculas de água e os átomos polares que se encontram
parcialmente carregados (com cargas formais). No caso do oxigênio em cadeia
polioxietilênica, a carga formal tem maior representatividade em função deste átomo ser
muito eletronegativo (Daltin, 2011; Teixeira, 2012c).

3.6.2 – Salinidade

Outro interferente na solubilidade dos tensoativos é a salinidade, uma vez que


atua diretamente na parte hidrofílica do tensoativo. Quanto maior o aumento da
salinidade, maior será a interação entre a cabeça do tensoativo iônico com os íons
formados pela dissociação do sal, dificultando dessa forma a solubilidade da fase
aquosa e aumentando a solubilidade da fase oleosa. Isso pode ser observado quando se
tem um ponto na região de Winsor I, que de acordo com o aumento da concentração
salina do meio, a microemulsão tenderá a perder afinidade pela fase aquosa e aumentará
a afinidade pela fase oleosa, surgindo dessa forma a região de Winsor III. Com a
diminuição da fase aquosa, e o aumento da fase oleosa, chegará o momento em que toda
a fase oleosa será solubilizada pela microemulsão, ou seja, o sistema sairá da região de
Winsor III e seguirá para região de Winsor II, como é mostrado na Figura 8 (Barros
Neto, 1996; Lawrence; Rees, 2000; Holmberg et al., 2002; Daltin, 2011; Roshanfekr;
Johns, 2011; Teixeira, 2012b; Hou; Xu, 2016; Kaizu; Alexandridis, 2016; Mavaddat;
Riahi, 2016; Meneses, 2016; Li et al., 2017).
Esse efeito é menos pronunciado nos tensoativos não iônicos, em função da sua
parte hidrofílica não apresentar cargas efetivas como nos tensoativos iônicos, ou seja, os
íons do sal não interagem de forma tão intensa com a parte polar do tensoativo.

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

Figura 8 – Mudança das regiões de Winsor para um sistema com tensoativo


iônico com a variação da temperatura e salinidade.

Fonte: Barros Neto, 1996

3.6.3 - Razão cotensoativo/tensoativo (C/T)

De acordo com Escudero, 1987, a razão cotensoativo/tensoativo (C/T) é um dos


principais fatores no aumento da solubilidade da microemulsão, porém, observou-se que
o aumento da razão C/T favorece uma mudança de fase na seguinte ordem: WI
WIII WII, o que indica que quanto maior a razão C/T, maior a concentração do
cotensoativo na matéria ativa, ou seja, maior afinidade da microemulsão pela fase óleo e
menor afinidade pela fase aquosa (Barros Neto, 1996; Vale, 2009; Teixeira, 2012b;
Hou; Xu, 2016).

3.6.4 - Natureza da fase óleo

A natureza da fase óleo é um fator preponderante na microemulsão, tendo sido


observado que quanto mais apolar for um determinado óleo, menor será a região de
microemulsão no sistema (Paulino, 2007; Teixeira, 2012b). Para óleos de polaridade
mediana ou alta observou-se que a interação/solvatação entre o tensoativo e o óleo é
maior (Leung; Shah, 1987; Teixeira, 2012b; Li et al., 2017).

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

3.6.5 - Natureza do cotensoativo

Como exemplo de cotensoativo, tem-se os álcoois, em que os de maior


hidrofilicidade correspondem aos de menor a cadeia, já que o grupo polar (hidroxila)
prevalece sobre a cadeia carbônica. Os álcoois com cadeias maiores que C5, tendem a
terem maiores interações com a fase óleo, já que se tornam menos polares. Portanto,
quanto maior o número de carbonos na molécula, maior será a hidrofobicidade da
molécula (Holmberg et al., 2002; Daltin, 2011).
Quando se trata de sistema microemulsionado, quando maior a cadeia
hidrofóbica presente na molécula do cotensoativo, mais fácil será o encapsulamento da
fase óleo e menor a região de microemulsão (Paulino, 2007; Amiri-Rigi; Abbasi, 2016;
Xu et al., 2016).

3.7 - POTENCIAL ZETA

A maioria dos materiais que possuem partículas de superfície pequenas,


apresentam cargas superficiais que em contato com um meio polar resulta em
modificações superficiais como por exemplo, a ionização de moléculas, dissociação de
grupos, adsorção iônica e modificações na geometria estrutural (Klang; Benita, 1998;
Daltin, 2011; Bruxel et al., 2012).
Devido a influência das cargas superficiais que leva a atração de íons de cargas
opostas e repulsão de cargas iguais, há formação da dupla camada elétrica que se trata
de camadas de contra íons que atuam neutralizando os íons da superfície (Daltin, 2011).
O potencial gerado indica o comportamento das cargas superficiais efetivas das
partículas que são relacionadas com a repulsão eletrostática e com a estabilidade de
suspensão, ou seja, quanto maior o potencial Zeta, maior a estabilidade do coloide, pois,
a força de repulsão atuante é maior do que a força de atração (Casanova, 2010; Daltin,
2011). No entanto, este potencial depende do grau de ionização do tensoativo e como
consequência, depende do pH. Sendo assim, tensoativos não iônicos não influenciam o
potencial superficial (Klang; Benita, 1998; Jumaa et al., 1999; Bruxel et al., 2012;
Morais et al., 2016).
O valor em módulo do potencial é da ordem de 40 mV, e quando os sistemas
apresentam valores de potencial em módulo abaixo de 25 mV, tende a favorecer o

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

aumento na taxa de floculação e coalescência das formulações (Roland et al., 2003;


Pessoa et al., 2015).
Essas cargas superficiais podem ser determinadas a partir do potencial Zeta, que
é um instrumento que oferece a leitura em mV, que pode ser um número positivo ou
negativo, indicando a estabilidade de suspensões ou emulsões coloidais (Casanova,
2010; Daltin, 2011).
Uma das técnicas mais utilizadas para medição do potencial Zeta é a
eletroforese, que determina a mobilidade eletroforética das partículas no plano de
cisalhamento (Daltin, 2011). A mobilidade eletroforética consiste na relação entre a
velocidade da partícula e o campo elétrico aplicado, que é convertido em potencial Zeta,
podendo ser avaliado a partir da Equação 4 desenvolvida por Helmoholtz-
Smoluchowski (Daltin, 2011).

δ = 4πεVe (4)
εrε0
em que δ = potencial Zeta; ε = viscosidade do meio de dispersão; Ve = mobilidade
eletroforética; εr = Constante dielétrica do meio e ε0 = Permissividade elétrica do ar
(8,854 .10-12 C²J-¹m-¹)

3.8 - PROPRIEDADES FÍSICO QUÍMICA DOS ÓLEOS


ESSENCIAIS

As propriedades físicas dos óleos essenciais consistem em um critério para


avaliar a possível aplicação em um produto específico. Muitas das propriedades
funcionais dependem da estrutura e propriedades físicas do óleo essencial, que por sua
vez, depende da composição química de suas moléculas. Dentre essas propriedades
físicas estão relacionada à cor, densidade, índice de refração e reologia.

3.8.1 – Densidade

A densidade é uma propriedade que fornece uma estimativa da razão sólido-


líquido da gordura (índice de gordura sólida ou teor de sólidos). A capacidade de

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empacotamento entre moléculas e a força de atração determinam as propriedades físico-


químicas, dentre elas, a densidade (Lutz, 1985; Jorge, 2009).
Os triacilgliceróis de ácidos graxos saturados e de cadeias lineares, possuem
maiores capacidade de empacotamento quando comparados aqueles ácidos graxos
insaturados ou ramificados, por isso possuem menor densidade (Jorge, 2009).
As gorduras possuem maiores densidades no estado sólido do que no estado
líquido, pois, ocorre maior contração de volume durante a solidificação e maior
expansão na fusão, porém, elas possuem densidades constantes para os diferentes tipos
de triacilgliceróis, entretanto, a diferença se encontra entre o estado sólido para o
líquido que, por exemplo, na banha expande-se 13% em volume (Lutz, 1985; Society,
1990; Jorge, 2009).

3.8.2 - Índice de refração

O índice de refração é uma propriedade específica de cada tipo de óleo e é a


relação entre a velocidade da luz no ar e o meio constituído pela amostra em estudo ou a
relação entre o seno do ângulo de incidência e o seno do ângulo de refração (Lutz, 1985;
Jorge, 2009).
O índice de refração está relacionado ao grau de instauração, mas existem outros
interferentes como teor de ácidos graxos livres, oxidação e tratamento térmico (Lutz,
1985; Jorge, 2009). A determinação do índice de refração é importante porque pode ser
relacionado com o índice de iodo, permitindo determinar o grau de instauração das
moléculas, mas também na determinação de alguns parâmetros como no processo de
hidrogenação e diâmetro de gotícula (Lutz, 1985; Society, 1990).

3.8.3 – Reologia

A reologia é a ciência que descreve a deformação e o fluxo dos corpos (sólidos,


líquidos ou gasosos) sob influência de tensões. O nome é derivado do grego, em que
rheo = deformação e logia= ciência ou estudo. Sendo assim, a reologia é a ciência que
estuda como a matéria se deforma ou escoa, quando aplicada uma força externa
(Barnes, 1994; Barros, 2014).
Os corpos ideais se deformam elasticamente, sendo necessária aplicação de
energia que é devolvida quando a tensão é removida. Em líquidos ou gases, essa

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

deformação ocorre de forma irreversível de tal forma que a energia cedida é dissipada
em forma de calor (Barros, 2014).
Em relação aos corpos reais, os sólidos sofrem deformações irreversíveis,
enquanto que os fluidos apresentam a tendência do comportamento ficar entre viscoso e
elástico, sendo conhecido como viscoelástico (Barnes, 1994; Barros, 2014).
A viscosidade de um líquido depende de duas variáveis, a tensão de
cisalhamento e taxa de cisalhamento. A tensão de cisalhamento é definida como sendo a
força (F) aplicada tangencialmente em uma área (A) que corresponde a interface entre a
placa, ou cilindro responsável pela aplicação do cisalhamento, e o líquido. Mantendo-se
a velocidade de escoamento constante, controla-se a resistência interna do líquido, ou
melhor, a sua viscosidade (Scharamm, 2006; Barros, 2014). A Equação 5 representa a
tensão de cisalhamento que é a relação entre a força aplicada e a área (Machado, 2002).

( ) ( )
= = Pa [Pascal] (5)
( )

em que representa a tensão de cisalhamento, F a força aplicada sobre o fluido e A é a


área em que o cisalhamento está sendo aplicado.
A taxa de cisalhamento ou gradiente de deformação (ou de velocidade), é o
deslocamento das partículas de um fluido em relação a distância entre elas mesmas. A
Equação 6 descreve matematicamente a taxa de cisalhamento que pode ser obtida pela
razão dv/dy (Machado, 2002).

= = s-1 (6)

em que é o gradiente de velocidade ou taxa de cisalhamento.

A maior velocidade do fluido se encontra na camada superior, ou seja, no


ponto de contato com a placa móvel. Conforme a placa móvel vai atravessando todo
fluido, a velocidade vai diminuindo até chegar em zero, ou seja, até o fluido tocar a
placa estacionária (Barros, 2014).
Como descrito anteriormente, a viscosidade ocorre devido atrito entre o fluido e
algum outro material. Em relação aos óleos, ocorre o atrito entre os lipídios que os
constituem. Com o número alto de moléculas que formam a gordura, a viscosidade é

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alta, variando de acordo com as características dos ácidos graxos. Por esta razão, a
viscosidade aumenta de acordo com o tamanho da cadeia das moléculas que compõem
os ácidos graxos e diminui com o aumento do grau de instauração (Jorge, 2009).
Pode-se relacionar a tensão de cisalhamento com a taxa de cisalhamento. Para os
fluidos em que essa relação se comporta como constante, são denominados de
Newtonianos, e para os fluidos que essa relação não apresenta comportamento
constante, são chamados de fluidos não Newtonianos. A classificação desse fluido é
feita conforme o aspecto da curva de fluxo e a correlação de acordo com o modelo
matemático (Souza, 2013). Esta ilustrada na Figura 9 a seguir, o comportamento
reológico para os fluidos independente do tempo.

Figura 9 – Comportamento reológico promovido pelos fluidos

Fonte: Fox; Mcdonald, 1998

Existem algumas relações empíricas que relacionam a tensão de cisalhamento


com a taxa de cisalhamento. Essas relações são representadas pelos modelos de
Bingham, Ostwald de Waale e Herschell-Buckley (Fox; Mcdonald, 1998).
O modelo de Bingham é explicado pela aplicação de uma tensão mínima de
cisalhamento L (limite de escoamento). Quando submetido a uma tensão inferior ao
valor de L, esses fluidos se comportam como sólidos. Essas amostras são classificadas
como Plásticos de Bingham e são representados pela Equação 7 (Machado, 2002).

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μpl . ɣ + 1 (7)

em que μpl é a viscosidade plástica e 1 é o limite de escoamento.

O modelo de Ostwald de Waale (Lei de potência) está fundamentado no


descritivo matemático da Equação 8, que correlaciona o índice de consistência e o
índice de comportamento do fluido. Neste modelo, quando o índice de comportamento
do fluido é igual a 1, esta equação se iguala à lei de Newton com K = μ. Portanto, o
índice de comportamento do fluido indica também, o desvio do comportamento
Newtoniano. Para valores de n < 1, o fluido é chamado de pseudoplástico, e para
valores de n > 1, o fluido é chamado de dilatante (Souza, 2013).

K . ɣn (8)

em que K é o índice de consistência e n o índice de comportamento do fluido.

O modelo de Herschel-Bukley, é aplicado naqueles fluidos com limite de


escoamento (fluido de potência modificada), em que apresentam três parâmetros
reológicos. Diz-se que esse tipo de fluido é a extensão do fluido de Ostwald, onde se
adiciona um novo parâmetro, 0, que é definido como limite de escoamento real. A
Equação 9, a seguir, representa o modelo de Herschel-Bukley (Toneli et al., 2005;
Gomes et al., 2007).

K . ɣn + 0 para > 0 (9)

sendo ɣ = 0 para ≤ 0

3.9 – PETROOXY

Os métodos de determinação da estabilidade oxidativa surgiram na tentativa de


estimar o tempo de prateleira de óleos e gorduras, já que comercialmente, fica inviável,
a verificação do comportamento desses produtos diariamente nas condições de
armazenamento, além de se tratar de um método lento e custoso (Machado, 2014).

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Para avaliar a estabilidade oxidativa ou sua exposição a oxidação. O óleo ou


gordura é submetido a teste de oxidação acelerada, sob condições padronizadas até um
ponto final, em que se observam sinais de oxidação. Para acelerar os testes de oxidação,
é aplicada temperatura, aumento da pressão de oxigênio, adição de metais, estocagem
sob luz e agitação, sendo o aquecimento o meio mais utilizado e eficiente (Gutiérrez,
1989; García-Mesa et al., 1993; Hill, 1994; Smouse, 1995).
Dentre os fatores que mais afetam ou catalisam a oxidação dos óleos, os mais
importantes são: presença de instauração nos ácidos graxos, luz, temperatura, presença
de antioxidantes e de pró-oxidantes (metais e clorofila), enzimas, metaloproteínas,
micro-organismos e condições de armazenamento (Fennema, 1996).
O método Petrooxy foi desenvolvido pela Petrotest GmbH para suprir a
demanda da indústria de acordo com a ISSO 7536, ASTM D525 e IP 40. Nesse método
é detectado o resultado de forma direta da queda da pressão do processo de oxidação
acelerado pelo calor e pressão de injeção do oxigênio. O Petrooxy tem a capacidade de
incluir todos os produtos da oxidação, voláteis e não voláteis, o que proporciona uma
análise completa da estabilidade oxidativa da amostra (Socransky; Haffajee, 1992).
O método Petrooxy possui diversas características como baixo tempo de análise,
resultados de baixa compreensão, volume de amostra pequeno (5 mL), repetitividade e
reprodutibilidade, limpeza simples e funcionamento automático (Genco, 1996).

3.10 - ESPECTROSCOPIA RAMAN

A espectroscopia Raman é uma técnica que utiliza uma fonte de luz incidente em
um objeto que é espalhado por ele gerando luz de mesma energia ou de energia. Tem
grande importância, pois, pode-se ter muitas informações importantes sobre a
composição química do objeto a partir da diferença de energia (Kimura et al., 1993).
A espectroscopia Raman passou a ser mais conhecida após sua utilização para
resolução de problemas que envolvem a arte e a arqueologia (Edwards; Vandenabeele,
2016). Atualmente é muito utilizada na determinação da natureza de pigmentos em
papiros (Boutaine, 2006), manuscritos (Asman et al., 1984), pinturas (Asman, 1988) e
cerâmicas (Zafiropoulos et al., 1991). Com a sua utilização para esses fins, a técnica
passou a ser reconhecida como a mais eficaz no estudo de bens culturais, pois é

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sensível, reprodutível, não destrutiva e pode ser utilizada para medidas in situ de
componentes com dimensões de cerca de 1 μm (Edwards; Vandenabeele, 2016)
Um feixe de radiação laser (monocromático) de baixa potência é incidido para
iluminar pequenas áreas do objeto em estudo, e após a incidência sobre a área definida,
é espalhado em todas as direções, sendo que uma fração do feixe é incidida
inelasticamente com frequência diferente. Esta energia pode ser definida pela Equação
10 (Pham-Huy et al., 2008).
Quando a energia espalhada é igual a energia incidente, o espalhamento é
chamado de elástico e geralmente não se tem interesse, porém, quando a energia
espalhada é diferente da energia incidente, o espalhamento é chamado de inelástico e

E = hν (10)

em que E = energia; h = constante de Planck; ν = frequência.

A diferença de energia entre radiação incidente e a espalhada pode fornecer


diversas informações correspondente dos átomos, tais como: energia atômica na região
de IV (Raman), vibrações, translações, rotações, ligações entre os átomos, geometria
molecular, interação entre as espécies químicas e o ambiente, dentre outros fatores. Por
esse motivo essa técnica de caracterização permite diferenciar polimorfos ou estruturas
que possuem diferentes propriedades, porém com mesma fórmula química (Shapira et
al., 1991; Kimura et al., 1993; Pham-Huy et al., 2008).

3.11 – CROMATOGRAFIA GASOSA ACOPLADA À


ESPECTRÔMETRO DE MASSAS (CG-EM)

A cromatografia gasosa (CG) é uma técnica utilizada para separar e quantificar


substâncias gasosas ou voláteis, além de ter elevado poder de resolução, tornando
possível a análise de dezenas de substâncias de uma mesma amostra e possuir baixos
limites de detecção. Dependendo do tipo de substância analisada e do detector
empregado, é possível detectar componentes em baixas concentrações, com cerca de 10-
12
g ou até menos. Esta técnica está baseada na diferença de distribuição das substâncias

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da amostra entre uma fase estacionária (sólida ou líquida) e uma fase móvel (gasosa)
(Lindhe, 1999).
A espectrometria de massas (EM) é uma técnica não espectroscópica, pois não
envolve interação da luz com a matéria, porém, é uma técnica bastante importante na
identificação de compostos desconhecidos.
O princípio básico da técnica de espectrometria de massas é formar íons de
compostos inorgânicos ou orgânicos, separar esses íons pela sua razão massa/carga
(m/z) e detectar qualitativamente e quantitativamente a abundância de suas razões m/z
(Lindhe, 1999).
Ambas as técnicas aliadas são capazes de fornecer dados relacionados à
característica físico-química da amostra e estrutura química analisada, tendo dessa
forma um resultado irrefutável o que é de suma importância para o pesquisador. O CG
associado à EM fornece melhores resultados, enquanto o CG separa os componentes de
uma mistura, o EM fornece informações estrutural sobre cada um deles. Quando
utilizados em conjunto, fornecem dados muito importantes quantitativos quando os
padrões de concentração conhecida são utilizados com a amostra desconhecida (Cohen
et al., 2001).

3.12 - MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS

Os extratos vegetais são misturas complexas formadas por diversas classes de


produtos naturais com diferentes grupos funcionais. A palavra extração significa retirar,
sendo de forma seletiva e completa possível, as substâncias contidas no material vegetal
de interesse, utilizando um líquido ou mistura de líquidos apropriados (Simões; Spitzer,
2004; Barreto Júnior et al., 2005).
Os óleos vegetais podem ser extraídos de duas formas: extração por prensagem e
extração por solvente. As extrações mais utilizadas em escala industrial são a
prensagem mecânica e a extração por solvente, sendo a extração mecânica para
indústrias de pequeno porte e extração por solvente para indústrias de porte maiores. As
sementes das oleaginosas e outros materiais que apresentem teor de óleo menor que
20% - 25%, são submetidas por extração por solvente, já os materiais que apresentam
teor de óleo extraído maior que 25%, são pré-prensados, gerando tortas com 10% - 15%
de óleo, que posteriormente são extraídos por solvente (Jorge, 2009).

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A extração por prensagem se trata de um método em que prensas contínuas tipo


parafuso, que possuem um eixo elicoidal, giram num cesto composto por barras de aço
retangulares cuja espessura varia de acordo com a amostra. O espaçamento das barras é
regulado de tal forma que permita saída do óleo e ao mesmo tempo agir como filtro para
os resíduos. A prensagem mecânica sob alta pressão reduz o conteúdo de óleo na torta
até 5%, fazendo com que dispense a extração por solvente na etapa seguinte (Jorge,
2009).
Na extração por solvente, a obtenção da matéria oleosa é feita por meio de
solvente. Diversos solventes podem ser utilizados, porém, existem algumas
características ideais que devem ser observadas na escolha do solvente, dentre as quais
se destacam: faixa de ebulição pequena; líquido em temperaturas baixas, não altera a
composição do óleo; solubiliza bem o óleo; se mantém estável e inerte quando em
contato com superfícies metálicas; apresenta baixos valores de calor específico,
vaporização, densidade e viscosidade; é insolúvel em água; não tóxico; não inflamável;
disponível em baixos preços e quantidades adequadas.
O solvente orgânico mais utilizado em função de atender a maioria dos
requisitos com exceção da inflamabilidade e explosividade, é o hexano. No entanto, de
forma abrangente, outros solventes são empregados, tais como: tricloroetileno, etanol,
acetona, azeótropos de isopropanol e etanol, bem como misturas de álcoois com hexano
e acetona (Jorge, 2009).
A extração do óleo vegetal por solvente pode ser realizada a temperatura
ambiente por enfloração, maceração e percolação ou com calor por arraste a vapor de
água, hidrodestilação ou via Soxhlet. A seguir encontram-se os descritivos das técnicas
que foram utilizadas na presente pesquisa.

3.12.1 - Extração por maceração

Na extração por maceração, a matéria prima vegetal é posta dentro de um


recipiente fechado, em temperatura ambiente durante horas ou dias, sob agitação
ocasional e sem renovação do solvente ou líquido extrator (processo estático). Porém,
esse método não conduz a eficiência máxima de extração do material vegetal, devido, a
saturação do solvente pelo material orgânico. Por esta razão, objetivando o aumento de
eficiência, a técnica da maceração sofreu modificações, tais como: maceração com

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aquecimento, denominada de extração por digestão, em que o procedimento original


ocorre com aquecimento (40 °C – 60 °C) e via maceração dinâmica, que consiste em
macerar o material com agitação constante, ou ainda, com remoção e alimentação do
solvente até descoloração, de forma que para o mesmo material vegetal, renova-se o
líquido extrator (Simões; Spitzer, 2004).
A maceração é um processo que fica restrito quando se trabalha com substâncias
bioativas muito reativas, que podem sofrer modificação em função do solvente extrator,
ou ainda, redução de extração em função de algumas substâncias serem pouco solúveis.
Além disso, plantas com elevado índice de crescimento e possíveis proliferações
microbianas, também podem ser afetadas no processo de maceração. Apesar destas
restrições, a maceração a frio, é bastante eficiente e representa uma das técnicas mais
utilizadas (Barreto Júnior et al., 2005).

3.12.2 - Extração por Soxhlet

A extração em aparelho de Soxhlet é utilizada para extrair o substrato com


solventes voláteis com a presença de aquecimento. Em cada ciclo de operação, o
solvente é renovado passando sempre pelo material vegetal. O processo possibilita uma
extração altamente eficiente utilizando uma quantidade reduzida de solvente quando
comparados com os outros métodos extrativos para obter os mesmos resultados
qualitativos e quantitativos (Simões; Spitzer, 2004).

3.13 – ÓLEO ESSENCIAL DO CRAVO DA ÍNDIA E SUAS


APLICAÇÕES

A árvore produtora do cravo da índia (Figura 10) foi utilizada na antiguidade


pelos chineses para perfumar o hálito e como elemento básico para elaboração de
perfumes e incensos aromáticos. No período da idade média o cravo foi utilizado na
Europa para temperar, preservar e decorar alimentos, pois possui diversas propriedades
como antioxidante e bactericida, que atuam nos alimentos (Cavalcante, 2013).
No início do século XIX o interesse no uso do cravo da índia, estimulou o
plantio de Syzigium aromaticum L. em países tropicais. No Brasil, o litoral norte no

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interior do estado de São Paulo e no sul da Bahia possuem clima favorável para plantio,
sendo estas regiões as que mais produzem o cravo da índia (Costa et al., 2011).
O cravo da índia desenvolve melhor nas regiões em que a precipitação pluvial
anual é superior a 1500 mm e distribuída de forma regular e uniforme durante todo ano.
Os limites térmicos mais favoráveis para o desenvolvimento da planta ocorrem em
temperaturas entre 22 °C - 25 °C, máximas entre 24,8 °C - 31,8 °C e mínimas entre 15
°C - 22 °C (Cunha, 1950; Maistre, 1969).

Figura 10 – Fotos do craveiro da índia (A), botão floral (B), fruto do craveiro (C) e
botão floral seco (D).

O primeiro pesquisador a realizar a descrição completa do cravo da índia foi o


botânico alemão Everard Rumph, que descreveu a planta como sendo “a mais bela, a
mais elegante e a mais preciosa de todas as árvores” (Cavalcante, 2013).
O craveiro da índia é uma planta pertencente à família Myrtaceae, composta por
140 gêneros e aproximadamente 3000 espécies. O ciclo dessa planta é perene, ou seja,
tem ciclo de vida longa. A espécie Syzigium aromaticum L. possui copa de até 20 metros
de altura, folhas ovais grandes e flores pequenas, aromáticas, de cores róseas ou
avermelhadas que possui numerosos grupos de cachos terminais (Costa, 1975; Corrêa,
1984; Bruneton, 1995; Costa et al., 2011; Ascenção; Filho, 2013).

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Historicamente, Eugenia caryophyllata Thunb. corresponde ao primeiro nome


científico do cravo da índia, este nome deriva da palavra grega “ Karyophyllon” que
significa “folha-noz”. No entanto, vários sinônimos são utilizados, tais como: Syzygium
aromaticum (L.) Merril. & L. M. Perry, Caryophyllus aromaticus L., Eugenia
aromática (L.) Baill., Myrtus caryophyllus Spreng e Jambosa caryophillus (Sprengel)
Niedenzer, No contexto popular muitos nomes são bastante empregados, dentre os quais
destacam-se: cravo da índia, cravinho, craveiro da índia, cravo-gírofle, cravo de
cabecinha, cravoária, cravina de túnis e rosa da índia (Cavalcante, 2013).
O cravo da índia consiste no botão floral seco, que a partir dele bem como de
outras partes da planta (folhas e frutos, dentre outras partes), são extraídos o óleo
essencial (Sousa et al., 2004; Cerqueira et al., 2009). O óleo essencial obtido das folhas
contém 95% de eugenol, um composto fenólico volátil. O óleo extraído do cravo seco
contém menor teor de eugenol (75% - 87%). O composto eugenol pode ser encontrado
também em quantidades significativas nos óleos essenciais da espécie Croton zehntneri
Pax et Hott. do tipo que cresce em Quixadá (CE) (onde é conhecido como canela
brava), com até 82% de rendimento de extração; em Dicipeluim caryophyllatum (pau-
cravo, cravinho 8, craveiro do maranhão) o teor máximo de extração de eugenol, é bem
mais elevado (95%), em Ocimum ssp., Cinnamomum ssp., além de outras espécies
(Sousa et al., 2004).
O eugenol e os compostos fenólicos são responsáveis pela forte atividade
biológica e antimicrobiana do cravo da índia, já que inabilitam a função protéica,
reagindo com os fosfolipídios das membranas celulares, alterando a permeabilidade e
inibem a proliferação de bactérias (Walsh et al., 2003; Chaieb et al., 2007). A toxidade
do eugenol é considerada baixa, possuindo DL50 = 2680 mg/kg e 3000 mg/kg,
respectivamente em ratos e camundongos, por via oral (Sousa et al., 2004).
O óleo essencial extraído das folhas contêm cerca de 6,6% de óleo essencial, e
na sua composição química, além do eugenol, possui cerca de 70 componentes, dentre
os quais se destacam: β-cariofileno (5% a 15%), acetato de eugenol (15%), α-humuleno
(3,78%), α-ilangeno, β-bourboneno, 1-octanol, cubebol, cadaleno, dentre outros
(Mazzafera, 2003; Fayemiwo et al., 2014; Sharma et al., 2017).
Os botões florais contêm cerca de 15% -18% de óleo essencial. O óleo extraído
dos botões florais contém: eugenol (75% -87%), além de β-cariofileno, acetil eugenol,
metil eugenol, óxido de cariofileno, chavicol, hidrocarbonetos, aldeídos, cetonas,

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ésteres, álcoois, lactonas, ceras, gomas, resinas, flavonoides, triterpenóides livres,


glicosilados, tanino elágico, eugeniina e ácido gálico (Sousa et al., 2004).
O eugenol (C10H12O2; massa molar 164 g/mol) é um líquido volátil de cor
amarelo claro que possui aroma de cravo, sabor ardente e picante. Este composto é mais
denso que a água, se oxida em contato com o oxigênio atmosférico e adquire cor escura.
É bastante utilizado como flavolizante, antioxidante, germicida local de uso tópico, anti-
espasmódico, anticonvulsivante, antimitótico, hipotérmico, espasmolítico, depressor do
SNC, antiséptico, antimicrobiano, antimicrobiano (bactericida e fungicida), anti-
inflamatório, cicatrizante, analgésico, anti-alérgico, anticarcinogênico, anti-agregante
plaquetário, antitrombótico, antimicótico, antiviral e no tratamento da AIDS
(Mazzafera, 2003; Sousa et al., 2004; Costa et al., 2011; Ascenção; Filho, 2013;
Laroque, 2014).
Além destas aplicações, o cravo da índia é muito conhecido na culinária como
condimento, aromatizante, e o uso do seu chá como caminativo e estimulante das
funções digestivas (Lorenzi;; Matos, 2002; Mazzafera, 2003; Sousa et al., 2004; Costa
et al., 2011; Ascenção; Filho, 2013). Outras funções também são amplamente
conhecidas, tais como: produto para higiene bucal, repelente de insetos, aromatizante de
cigarros, utilizado na indústria de cosméticos e desinfetante (Mendes-Ferrão, 1993;
Shapiro et al., 1994; Cai; Wu, 1996; Chong et al., 1997; Kaplan et al., 1999; Oliveira et
al., 2007; Agra et al., 2008; Cavalcante, 2013; Pádua et al., 2013).
O cravo da índia também é utilizado como agente antioxidante. Esta propriedade
influencia em todas as outras, já que os radicais livres estão envolvidos no estágio
inicial de mais de 40 tipos de doenças, como por exemplo, gengivites. Nas últimas
décadas, foram realizadas várias pesquisas para o entendimento da função dos radicais
livres no processo fisiopatológico como envelhecimento, câncer, aterosclerose,
inflamação, dentre outros (Ferreira; Matsubara, 1997). A seguir serão relatadas as
aplicações farmacológicas que foram avaliadas na presente pesquisa.

3.14 – ANTIOXIDANTE

As moléculas diatômicas de oxigênio que existem na atmosfera terrestre são


responsáveis por promoverem reações nas células vivas, entretanto, existem aqueles
organismos que são especialmente adaptados para sobreviverem em condições
anaeróbicas, porém, para os seres aeróbicos o oxigênio é tão importante que as plantas e

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os animais necessitam de oxigênio para produzirem sua própria energia (Halliwell;


Gutteridge, 1989).
Os radicais livres são átomos ou moléculas extremamente reativos que contém
um número ímpar de elétrons na sua última camada eletrônica. É justamente esse não
emparelhamento de elétrons que confere alta reatividade nesses átomos ou moléculas
(Halliwell; Gutteridge, 1990; Halliwell, 1992).
No metabolismo celular aeróbico, o O2 passa por diversas reduções tetravalentes
até a formação de H2O, como é mostrado na Figura 11. Durante esses processos de
redução que ocorrem na mitocôndria, são formados alguns intermediários bastante
reativos como radicais superóxido (O2-•), hidroperoxila (HO2•), hidroxila (OH-), e
peróxido de hidrogênio (H2O2) (Cohen, 1989).
A seguir, será discutido sobre cada um dos intermediários reativos.

Figura 11 – Redução do oxigênio molecular (O2) na mitocôndria até a formação de


água.

Fonte: Adaptado de Cohen, 1989

3.14.1 - Radical superóxido

Após a primeira redução do oxigênio molecular (O2) forma-se o radical


superóxido (O2-), em quase todas as células aeróbicas, em que é produzido durante a

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

ativação máxima de neutrófilos, monócitos, macrófagos e eosinófilos. Considera-se que


o radical superóxido (O2- ou O2-•) seja pouco reativo em soluções aquosas, porém
observou-se lesão biológica secundária a sistemas formadores de O2- (Halliwell;
Gutteridge, 1986; Halliwell; Gutteridge, 1990).

3.14.2 - Radical hidroxila

Dentre as espécies reativas do metabolismo do oxigênio em sistemas biológicos,


o radical hidroxila (OH•) é a espécie mais reativa. Devido a sua combinação rápida com
os metais ou outros radicais no próprio sítio onde foi produzido, confirma sua
reatividade. Se o radical hidroxila for produzido próximo ao DNA e na proximidade
existir uma espécie metálica, poderão ocorrer mudanças de bases purínicas e
pirimidínicas, inativando ou gerando mutação do DNA. Com a oxidação dos grupos
sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS), o radical hidroxila pode inativar várias
proteínas como enzimas e membranas celulares, bem como oxidar os ácidos graxos
polinsaturados das membranas celulares (lipoperoxidação) (Halliwell; Gutteridge,
1990).

3.14.3 - Peróxido de hidrogênio

O peróxido de hidrogênio (H2O2) não se trata de um radical livre por não


apresentar elétrons desemparelhados na última camada, porém, participa da reação que
produz o radical hidroxila (OH•). O peróxido de hidrogênio tem vida mais longa que os
radicais livres e é capaz de atravessar camadas lipídicas, podendo agir com a membrana
eritrocitária e com proteínas ligadas ao Fe+2, sendo dessa forma altamente tóxico para as
células (Scott et al., 1991). Essa toxicidade pode ser aumentada de 10 para 1000 vezes
quando em presença de ferro, como por exemplo, na hemocromatose transfuncional
(Eaton, 1991).

3.14.4 - Oxigênio singlet

Assim como o peróxido de hidrogênio, o oxigênio singlet (¹O2) possui elétrons


desemparelhados na última camada. Apesar da sua importância está vinculada a alguns

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eventos biológicos, sua relação com doenças são pouco divulgadas (Halliwell;
Gutteridge, 1990; Ferreira; Matsubara, 1997).
Por mais que os radicais livres estejam associados a doenças, sua formação nem
sempre é prejudicial. Como por exemplo na sua atuação contra infecção, quando as
bactérias estimulam os neutrófilos a produzirem espécies reativas com a finalidade de
destruírem microorganismos (Floyd, 1990; Hatherill et al., 1991).

3.14.5 - Metais como agentes catalíticos promovendo a oxidação

A propriedade catalítica dos metais nas reações que levam a lesão oxidativa,
encontra-se confirmada através de mecanismos de ação. A importância dos metais na
formação in vitro dos radicais livres é confirmada pelas reações de Fenton e de Haber-
Weiss, que se encontram descritas abaixo (Dunford, 1987; Gutteridge, 1987; Halliwell;
Gutteridge, 1990; Simões; Spitzer, 2004).

Na reação de Fenton, o íon Fe2+ é oxidado a íon Fe3+ pelo o oxigênio molecular
formando o radical superóxido, que por sua vez, reage com o íon hidrogênio
regenerando o oxigênio molecular e formando peróxido de hidrogênio, que na
sequência, reage com o Fe2+ oxidando o mesmo a Fe3+, com formação do íon hidroxila e
radical hidroxila.
O cobre pode também atuar como agente catalisador nas reações de Haber-
Weiss Entretanto, o ferro é o metal mais pesado e abundante no organismo e está
biologicamente mais capacitado para catalisar as reações de oxidação de biomoléculas,
como destacado a seguir (Miller; Aust, 1991).

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Nas reações de Haber-Weiss, o Fe3+ é reduzido em Fe2+ pelo radical superóxido


formando também o oxigênio molecular. O Fe2+ reage com o peróxido de hidrogênio
formando Fe3+, íon hidroxila e radical hidroxila. O radical superóxido remanescente
reage com o peróxido de hidrogênio, com formação do íon hidroxila e radical hidroxila.

3.15 – VIABILIDADE CELULAR

De acordo com o órgão internacional de padronização (International Standard


Organizations), ISSO 10993, o primeiro teste realizado para se avaliar a
biocompatibilidade de qualquer material para uso em dispositivos biomédicos é o ensaio
de citotoxidade in vitro. Após confirmação da não toxicidade realizam-se ensaios in
vivo em animais de laboratórios (Rogero et al., 2003).
Dentre os vários métodos in vitro existentes para avaliação da toxidade de
biomateriais, destacam-se os testes de citotoxicidade que são realizados de forma que o
material seja colocado diretamente ou indiretamente em contato com uma cultura de
células de mamíferos, avaliando as alterações celulares por diversos mecanismos (Guess
et al., 1965; Cruz et al., 1987).
O parâmetro mais utilizado para avaliar a toxicidade é a viabilidade celular, que
pode ser demonstrado com auxílio de corantes vitais como vermelho neutro, que é uma
substância solúvel em água com diâmetro pequeno, capaz de passar por uma membrana
celular, concentrando os lisossomos e fixando-os por interações eletrostáticas
hidrofóbicas sem sítios aniônicos. Diversas substâncias danificam as membranas
diminuindo a captura da ligação do vermelho neutro. Sendo assim, é possível distinguir
entre células vivas e danificadas ou mortas, pela medida da intensidade da cor da cultura
celular (Ciapetti et al., 1996). Neste contexto, o estudo da viabilidade celular possibilita
avaliar a capacidade de realização de determinadas funções orgânicas, tais como:
metabolismo, crescimento, reprodução e adaptabilidade celular.
Dentre as muitas vantagens do uso de metodologias in vitro com culturas
celulares, destacam-se: rapidez, sensibilidade satisfatória, reprodutibilidade e baixo
custo, quando comparados aos ensaios in vivo. Estudos em animais limitam o número
de variáveis experimentais, tempo de resposta, e em muitos casos envolvem testes
subsequentes de alto custo (Rogero et al., 2003).
Os resultados dos estudos realizados de viabilidade celular são expressos em
porcentagem e podem ser representados pela Equação 11 a seguir.

54
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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

( )
Viabilidade celular (% de células vivas) (11)

3.16 – ATIVIDADE ANALGÉSICA

A dor é um mecanismo de defesa do corpo que indica a existência de algo


errado, e pode ser expressa por uma experiência sensorial e emocional desagradável que
está associada a lesão tissular real ou potencial. Como a dor é subjetiva, não há como
diferenciar satisfatoriamente a dor causada por lesão e a dor existente na ausência de
lesão. Dentre as maneiras de tratar a dor, a mais comum é a utilização de analgésicos,
que têm como função o alívio da dor (Flores et al., 2012; Calil; Pimenta, 2005).
Considerando que em condições fisiológicas as atividades do sistema imune nunca
atingem a consciência, a dor é o mecanismo utilizado pelo organismo como alerta sobre
a presença de um estímulo agressor, o que resulta em estratégias comportamentais
complexas no intuito de evitar contato com tal estímulo. (Latremoliere; Woolf, 2009).
O alívio causado pelos analgésicos pode ocorrer por meio de bloqueio dos
estímulos da dor antes de chegarem ao cérebro ou pela interferência na forma em que o
cérebro interpreta os estímulos, sem levar a anestesia ou perda da consciência (Becker et
al., 2003). No entanto, a dor garante a integridade do organismo vivo e sua etiologia se
dá através da interação de dois sistemas altamente especializados, o sistema imune e o
nervoso. No sistema nervoso o principal componente é o encéfalo, que possui a
capacidade de receber e integrar as informações advindas de todas as partes do
organismo, recordando e detectando qualquer tipo de agressão (Julius; Basbaum, 2001).
Os analgésicos atuam via mecanismo de ação em regiões específicas localizadas
no sistema nervoso central ou periférico (Flores et al., 2012) e basicamente, são
divididos em dois grupos: narcóticos e os não-narcóticos. O mecanismo dos analgésicos
não narcóticos ocorre através do bloqueio à produção de substâncias que lesam os
tecidos e transmitem estímulos dolorosos, enquanto os analgésicos narcóticos atuam no
cérebro ligando-se a receptores de opióides (Ribeiro; Costa, 2015). Com relação ao uso
prolongado via oral, há sempre a possibilidade de efeitos adversos ou colaterais. Neste
sentido, o uso tópico de agentes anti-inflamatórios administrados em maiores
concentrações, auxiliam na redução de efeitos colaterais indesejáveis já que atuam nas

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

regiões dos efetores periféricos em contraposição a baixos níveis séricos dos mesmos
(Mccleane, 2007).

3.17 – ESTADO DA ARTE

Neste tópico são relatados os trabalhos publicados na literatura sobre algumas


das propriedades e aplicações do óleo de cravo da índia.
Os óleos essenciais extraídos das plantas trazem inúmeros benefícios sobre o
sistema mente/corpo. Dentre os possíveis óleos a serem utilizados nesta prática, tem-se:
óleo de cravo da índia (Caryophyllus aromaticus L. ou Syzigium aromaticum L.), óleo
de limão, óleo de laranja e o óleo de eucalipto (Bajaj, 2005; Agarwal; Sharma, 2009;
Chang, 2012; Mangal et al., 2012).
Os óleos essenciais têm sido amplamente utilizados na medicina em infecções
bacterianas e fúngicas, porém, as principais áreas de aplicação desses óleos são a
indústria alimentícia e odontológica, sendo nessa última necessário determinar sua
propriedade farmacodinâmica (Meeker; Linke, 1988; Burt, 2004; Holley; Patel, 2005;
Nunez; Aquino, 2012).
O óleo extraído do cravo da índia possui uma vasta aplicação, dentre as quais
destacam-se: antioxidante, antisséptico bucal, prevenção para ejaculação precoce,
tratamento de náuseas, flatulências, indigestão, diarreia, bactericida e anestesia
(Chatterjee; Bhattacharjee, 2013; Singletary, 2014).
A maneira mais frequente de fazer a extração do eugenol do cravo da índia é
através do extrato aquoso e metanólico, como descrito na patente BR1020120333368-
A2, em que extratos polares foram utilizados para controle de vetores da Malária e
Dengue (Anopheles e Aedes). Especificamente, o cravo da índia foi posto em contato
com a água destilada, depois triturada e filtrada, produzindo o extrato aquoso. No
preparo do extrato alcoólico, o cravo da índia é triturado, colocado em contato com o
metanol, inserido no ultrassom, filtrado e concentrado.
As extrações dos óleos de cravo a partir dos botões florais secos através do
método da hidrodestilação, bem como as propriedades físico-químicas, quantificação,
caracterização do óleo essencial. De acordo com o estudo realizado o eugenol é a
substância majoritária com aproximadamente 52,53%. As propriedades físico-químicas
apresentadas pelo óleo como densidade, índice de refração, cor, aparência e odor,
encontram-se de acordo com dados previamente reportados (Ascenção; Filho, 2013).

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

O óleo essencial do cravo da índia caracterizado, apresentou como composto


majoritário o eugenol (77,58%) enquanto que o óleo de canela apresentou como
composto majoritário, o cinamaldeído (67,58%) (Beraldo et al., 2013).

3.17.1 - Aplicação como antioxidante

Alguns estudos de revisão relataram que as atividades biológicas do cravo da


índia, tem sido observado e que a atividade antioxidante deste material é superior aos
resultados obtidos para muitas frutas, legumes e outras especiarias. Dentre as
especiarias, o cravo mostrou o maior teor de polifenois e compostos antioxidantes.
Observou-se que o composto eugenol é o principal agente que detém a ação anti-
espasmódica, porém outros resultados mostram que o efeito analgésico do cravo se deve
à ação antagonista do composto capsaicina. Além destes resultados, concluiu-se que o
cravo da índia tem ampla aplicação como antioxidante, antimicrobiano, bactericida,
analgésico, inseticida e possui um enorme potencial como conservante alimentar,
podendo ser aplicado na indústria de medicamentos para uso em humano e animal
(Cortés-Rojas et al., 2014).
Foram realizadas caracterizações via estudos de CG-EM, dos óleos essenciais
obtidos de várias espécies, tais como: cravo da índia (Syzygium aromaticu), capim-
limão (Cymbopogon citratus), hortelã (Mentha 3 piperita) e eucalipto (Eucalyptus
globulus) (Sharma et al., 2017). De acordo com os resultados obtidos o óleo de cravo
apresentou 31 compostos diferentes, dentre os quais os principais componentes foram o
eugenol (75,41%), β-cariofileno (15,11%), α-humuleno (3,78%) e óxido de cariofileno
(1,13%).
O extrato do cravo da índia, que foi obtido por destilação sob arraste de vapor a
uma temperatura de 55 °C e uma pressão de 95 mmHg, possuem propriedades
antioxidantes. O referido extrato foi quantificado por CG-EM, tendo sido identificados
o eugenol como substância majoritária e o acetato de eugenila como sendo a substância
de maior teor subsequente. As propriedades antioxidantes do óleo obtido desta extração,
foram estudadas por dois ensaios distintos: com aldeído/ácido carboxílico e com
lipídio/malonaldeído. O extrato de cravo da índia em uma concentração de 50 mg/mL,
inibiu a oxidação do aldeído durante 30 dias e a inibição a formação de molonaldeído (a
partir do óleo de fígado de bacalhau) foi 93%, em uma concentração de 160 mg/mL. As
substâncias isoladas eugenol, acetato de eugenila e álcool benzílico, foram testadas

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separadamente em uma concentração de 500 mg/mL, tendo sido observado inibições


significativas: 99%, 99% e 82%, respectivamente, durante 30 dias. Concluiu-se que o
extrato de cravo possui dois produtos principais que demonstraram ser eficazes quando
utilizados como antioxidante, podendo também ser estudado o sinergismo entre o
extrato de cravo e outras plantas para avaliar a potencialidade como antioxidante.
Devido a presença de vários compostos no extrato de cravo, ele pode evitar dano
oxidativo in vivo, como a peroxidação lipídica que está associada a doença como
câncer, arteriosclerose, diabetes e doenças de deficiência (Lee; Shibamoto, 2001).
Os óleos essenciais da Nigella sativa (cominho preto) e Syzyguim aromaticum L.
(cravo da índia) atuam como antioxidantes para eliminar os radicais livres gerados
durante a aflatoxicose que é um grupo de micotoxinas extremamente tóxicas e que são
produzidas por Aspergillus flavus e A. parasiticus. As aflotoxinas demonstraram ser
hepatotóxicas, carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas. Nesse estudo foram
utilizados 70 ratos machos que foram divididos em grupos de tratamento durante 30
dias. As amostras de sangue foram coletadas no final do período experimental para
análise fematológica e bioquímica. O efeito de proteção do óleo de Nigella sativa pode
ser devido à atividade de remoção de radicais livres dos seus componentes, enquanto
que a Syzygium aromaticum L. é devido as substâncias fenólicas contidas no óleo que
diminuem a formação de epóxidos de aflatoxina B1 pela inibição das enzimas CYP450
e aumenta a capacidade dos microssomas hepáticos para catalisar a conjugação
aflatoxina-glutationa. Concluiu-se que os ratos que foram expostos a aflatoxinas tiveram
alterações hematológicas e bioquímicas típicas da aflotoxicose e que o tratamento com
Nigella sativa e o óleo de Syzygium aromaticum resultaram em uma proteção
significativa contra a aflotoxicose (Abdel-Wahhab; Aly, 2003).
As propriedades antioxidantes foram estudadas e avaliadas por diferentes
métodos de testes como: potencial redutor, eliminação de radicais livres, radicais
superóxidos e atividade quelante de metais. Ambos os extratos apresentam forte
atividade antioxidante total nas seguintes concentrações: 20, 40 e 60 μg/mL. O extrato
aquoso de cravo e lavanda apresentaram respectivamente 93,3%, 95,5%, 97,9%, 86,9%,
92,3% e 94,8% de inibição da peroxidação lipídica da emulsão de ácido linoleico. O
extrato etanólico nas mesmas concentrações apresentou valores de 94,9%, 95,5%,
98,2%, 92,5%, 93,8% e 96,5%, respectivamente. Foram avaliados também os
antioxidantes padrões como hidroxianisole butilado (BHA), hidroxitolueno butilado
(BHT) e α-tocoferol em uma concentração de 60 μg/mL, cujo apresentam valores de

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inibição na peroxidação da emulsão de ácido linoleico de 96,5%, 99,2% e 61,1%,


respectivamente. Concluiu-se que os extratos de cravo e lavanda possuem potencial
redutor efetivo, eliminação de radicais livres, eliminação de radicais superóxidos e
atividades quelantes de metais nas concentrações testadas (20, 40 e 60 μg/mL) (Gülçin
et al., 2004).
O cravo da índia possui substâncias que apresentam propriedades antioxidantes
naturais, e de acordo com a análise realizada por CG-EM do óleo essencial, observou-se
que o composto eugenol é o componente majoritário com 90,3%, seguido de β-
cariofileno (4,83%) e acetato de eugenila (1,87%). No estudo da atividade antioxidante
pela captura de radicais livres (DPPH) observou-se que o percentual antioxidante
aumenta proporcionalmente ao aumento da concentração do óleo, atingindo o valor
máximo de 95,6%, na concentração 10000 μg/mL (Silvestri et al., 2010).
O óleo de cravo apresentou em vários ensaios in vitro propriedades
antioxidantes, em que foram empregados os métodos de atividade e a capacidade
antioxidante total, efeito quelante do íon ferro, sequestro do radical superóxido,
remoção de radicais aniônicos superóxidos e remoção de peróxido de hidrogênio. O
óleo de cravo inibiu 97,3% de peroxidação lipídica na concentração 15 μg/mL,
enquanto que nas mesmas condições o BHA, BHT, α-tocoferol e trolox apresentaram as
seguintes inibições 95,4%, 99,7%, 84,6% e 95,6%, respectivamente, na peroxidação de
emulsão em uma concentração de 45 μg/mL. Além disso, observou-se que o óleo de
cravo possui atividade antioxidante para eliminação de radicais DPPH, ABTS, radicais
aniônicos superóxidos, remoção de peróxido de hidrogênio, íons férricos, redução de
potência e atividades quelantes de íons ferrosos, por comparação com os compostos
antioxidantes de referência. Com base nos resultados desse trabalho, concluiu-se que o
óleo de cravo pode ser utilizado para minimizar ou prevenir a oxidação lipídica em
produtos alimentares e farmacêuticos, retardando a formação de produtos de oxidação
tóxicos, prolongando a vida útil dos alimentos e medicamentos (Gülçin et al., 2012).
As propriedades antioxidantes dos extratos do cravo podem sofrer melhorias
dependendo do método de extração utilizado. A extração dos óleos de cravo e orégano
foram realizadas por CO2 supercrítico, em que o extrato de cravo apresentou o maior
teor de eugenol (64%) e compostos fenólicos totais em torno de 530 mgGAE/gEXT.
Ambos extratos possuíam atividade antioxidante comparáveis aos antioxidantes
sintéticos contra DPPH e formação de peróxidos. Concluiu-se que o potencial do extrato
de cravo extraído por fluido supercrítico apresentou boa capacidade de ser utilizado

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

como antioxidantes, porém, o potencial tornou-se melhor quando estava em mistura


com o extrato de orégano, potencializando as suas propriedades via efeito sinérgico
(Ivanovic et al., 2013).
O óleo essencial de cravo foi utilizado na incorporação de filmes de proteína de
girassol e a aplicação na preservação de hamburgeres de sardinha. Para esse estudo
foram realizados os testes de dois mecanismos antioxidantes diferentes: capacidade de
eliminação de radicais (ATBS e O2-) e capacidade de redução do íon Fe2+. Devido a
aplicação do óleo essencial de cravo em formulações contendo proteínas de girassol, foi
possível formar películas protetoras biodegradáveis e comestíveis com propriedades
antioxidantes. Foram utilizados dois tipos de filmes de proteção: um composto por óleo
de girassol (SPC) e outro composto pelo óleo de girassol e óleo de cravo (SPC+CEO).
Nos testes que foram realizados com SPC+CEO, as interações proteicas foram
modificadas pela presença do óleo de cravo reduzindo a solubilidade em água e a
temperatura de transição vítrea dos filmes, porém não houve modificação no teor de
humidade, espessura, cor, opacidade, permeabilidade ao vapor de água e propriedades
mecânicas. Ambos os filmes apresentaram atividades antioxidantes, que no caso de SPC
é devido aos compostos fenólicos naturais do girassol, enquanto que no SPC+CEO é
devido aos compostos fenólicos presentes tanto em girassol quanto no cravo. Percebeu-
se um aumento notável na capacidade de antioxidante ao adicionar CEO na formulação
de SPC. Comparando os mecanismos antioxidantes, observou-se que os compostos com
óleo de cravo (CEO) apresentaram melhoria tanto na eliminação de radicais ABTS e O2-
como na capacidade de redução de Fe2+, porém a atividade antioxidante apresentou
melhor resultado na eliminação de radicais ABTS do que em ânions superóxido. Os
compostos (ácido clorogênico, ácido cafeico e eugenol) capazes de promover o efeito
antioxidante, suportaram diversas condições como soluções aquosa a pH neutro, ácido,
alcalino, e também em meios contendo hexano. Concluiu-se que o CEO quando
aplicado, forma uma película protetora que retarda a auto oxidação lipídica e atrasa o
crescimento de mesófilos totais, tendo sido considerado um bom antioxidante para
preservação de hambúrgueres de sardinha (Salgado et al., 2013).
Foi realizado um estudo dos extratos de brotos de cravo e uva como
antioxidantes naturais em filetes de carpa de prata. O intuito da utilização desses
extratos foi retardar a oxidação de lipídios e proteínas. As sementes de uva (Merlot) e os
brotos de cravo, foram secos a 50 °C durante 8 h e depois triturado formando um pó
fino. Foram obtidos três extratos: extrato da semente de uva (GSE), extrato de cravo da

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

índia (CBE) e diluição de 20 vezes CBE (CBE20). Para GSE e CBE, utilizaram uma
concentração de 0,1 g/mL, enquanto que para CBE20, utilizou-se 1 mL de CBE e 19
mL de água destilada. Todos extratos foram analisados quanto ao conteúdo fenólico
total, atividade de DPPH e capacidade quelante Fe2+. Comparativamente, observou-se
que a amostra CBE apresentou melhor atividade nos testes fenólicos totais, DPPH e
atividade quelante do íon Fe2+ do que o GSE. Concluiu-se que a utilização de GSE e
CBE20 retardaram o aumento de peróxido e ácido leobarbiturico, protegeram com
reduções de brilho, vermelhidão, teor de proteína solúvel em solução e grupo sulfidrilo
total. Houve a prolongamento por 3 dias úteis na prateleira dos filetes de carpa em
comparação com o controle. A lata eficiência dos extratos de sementes de uva e cravo
correlacionaram-se com os fenólicos totais, poder de quelação de Fe2+ e atividade de
remoção de DPPH. Observou-se que o efeito de ambos extratos sobre a oxidação
lipídica foi mais significativa do que o efeito sobre a oxidação das proteínas. Desta
forma, sugere-se que GSE e CBE20 podem ser utilizados como antioxidantes naturais
para prevenção a oxidação de lipídeos e proteínas prolongando a vida útil dos filetes de
carpa em ambiente refrigerado (Shi et al., 2014).
Vários estudos foram realizados com a Syzygium aromaticum L., dentre eles, a
aplicação na colonização intestinal microbiana, morfologia jejunal e competência
imunológica de galinhas poedeiras que receberam dietas em diferentes concentrações.
Foram utilizadas 160 galinhas com 43 semanas de idade, que foram submetidas a dietas
contendo broto de cravo em proporções específicas, com período de duração variada,
que em alguns casos atingiram 70 dias. Paralelamente, realizou-se estudo in vitro do
óleo essencial utilizado nas dietas, tendo sido observado atividade antioxidante capaz de
inibir 10 vezes mais o radical DPPH do que a vitamina E. As análises in vivo mostraram
que a adição do cravo da índia nas dietas das galinhas diminuiu a relação heterófila para
linfócitos e aumentou a quantidade de anticorpos secundários contra o eritrócito de
ovelha. Nas dietas, foi utilizado também, suplementação com óleo de peixe isolado ou
em mistura com cravo da índia, tendo sido observado que houve diminuição
significativa das bactérias Escherichia coli e Salmonella. A adição do cravo da índia
(em uma concentração de 2%) provocou nos ovos das galinhas, aumento da
viscosidade, resistência da casca e modificação no teor das gemas. Concluiu-se que os
efeitos dos componentes bioativos dos botões de cravo da índia e dos ácidos graxos
poli-insaturados podem ter atuado na melhoria do desempenho das galinhas poedeiras,
fortalecendo suas funções imunológicas (Taheri Gandomani et al., 2014).

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

Diferentes extratos de cravo aproveitando a sua potencialidade como


antioxidante foram estudados. As extrações dos compostos bioativos foram feitos com
acetato de etila, etanol (80%) e água. Para esses extratos, foram realizados os estudos
antioxidantes que avaliaram as propriedades de compostos fenólicos totais e flavonoides
totais. Para estudar o efeito dos extratos obtidos em etanol, na morfologia e membranas
de células bacterianas, foi feito o STEM. Tanto a água quanto o etanol foram os
solventes que apresentaram melhores resultados (230 mg/g de extrato) para extração de
fenóis, porém, a água apresentou melhor eficiência na extração de flavonoides (17,5
mg/g de extrato). Os testes antioxidantes realizados foram DPPH, ABTS e poder
redutor do íon Fe2+. De acordo com o estudo, o extrato etanólico e aquoso apresentaram
atividade antioxidante comparável ao antioxidante sintético TBNQ. A atividade de
eliminação de radical DPPH variou de 25,3% a 91,4%, enquanto que os extratos de
cravo apresentaram atividade de eliminação ABTS•+ variando entre 49,4% a 99,4%. A
ordem crescente da atividade dos extratos que inibiam o branqueamento do β-caroteno
quando comparado com o TBHQ foi: acetato de etila <etanol < água. Os autores da
referida pesquisa concluíram que o uso do cravo e seus extratos em produtos
farmacêuticos e alimentícios, pode ser uma estratégia eficaz no controle de agentes
antioxidante e antimicrobiano, podendo ser utilizado para desenvolver conservantes
naturais e agentes bioativos trazendo benefícios a saúde (El-Maati et al., 2016).
Os óleos essenciais apresentam eficácia na manutenção da qualidade sensorial e
aumento nos níveis e atividades antioxidantes em cogumelos Shiitake (Lentinus
edodes). Os cogumelos foram postos em contato com 5 μl/L de óleo de cravo, azeite de
tomilho e canamaldeido a 10 ºC durante 1,5 horas. As atividades antioxidantes
estudadas foram os ensaios de teor de peróxido, produção da taxa de oxigênio, DPPH e
ABTS. Através dos resultados obtidos foi possível concluir que as atividades
antioxidantes dos cogumelos borrifados com óleo de cravo, só foram menores que o
controle para o teor de peróxido e produção da taxa de oxigênio, enquanto que para o
DPH e ABTS, mostrou melhor atividade antioxidante em relação ao controle. A
aplicação dos óleos essências aumentaram as atividades enzimáticas antioxidantes de
CAT, SOD, APX e GR ao longo período de armazenamento. No geral, todos os óleos
essenciais foram eficazes no retardamento da deterioração sensorial dos cogumelos, o
que indica que aplicação dos óleos essenciais após colheita pode prolongar a vida útil e
aumentar a capacidade antioxidante (Jiang et al., 2015).

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

3.17.2 - Aplicação na microemulsão e viabilidade celular

Os extratos de cravo da índia foram utilizados como antioxidante natural na


forma encapsulada e não encapsulado, sobre a conservação de óleo de soja, via estudo
antioxidante. Inicialmente, realizou-se a encapsulação do extrato de cravo via CO2
supercrítico, aplicado em matriz de maltodextrina e goma arábica. O pó
microencapsulado contendo extrato de cravo/maltodextrina/goma arábica na proporção
1:4,8:2,4, apresentou encapsulamento máximo na ordem de 65%. As propriedades
fitoquímicas, como teor fenólico total, teor de eugenol total e atividade antioxidante
foram determinadas por ensaios bioquímicos. A avaliação comparativa da eficácia
antioxidante foi realizada entre o extrato de cravo encapsulado, não encapsulado e o
antioxidante comercial BHT. Concluiu-se que o diâmetro médio do pó de cravo
encapsulado era de 5 μm a partir do estudo de microscopia eletrônica. De acordo com o
estudo, o óleo de soja utilizado após fritura que foi armazenado durante 30 dias tanto em
extrato de cravo encapsulado como na forma não encapsulada, não apresentou diferença
significativa entre as atividades antioxidantes, porém o extrato de cravo encapsulado
não apresentou atividade pró-oxidante na fase inicial de armazenamento diferente do
extrato não encapsulado. Devido a esses fatos o extrato de cravo encapsulado pode ser
utilizado como antioxidante natural do óleo de soja (Chatterjee; Bhattacharjee, 2013).
Historicamente, o óleo de cravo foi utilizado como remédio para aliviar
odontalgias, com eficácia no efeito anestésico local. Era empregado também, no
combate a úlceras bucais e em processos inflamatórios da mucosa oral. O eugenol,
componente majoritário dos óleos essenciais de cravo da índia, em mistura com óxido
de zinco, forma uma pasta eficiente em procedimentos de restauração dentária e
obturação de canais radiculares (Green, 2015).
O estudo de encapsulação dos compostos bioativos de Syzygium aromáticum L.
em carreadores lipídicos sólidos tem sido realizados. O óleo essencial de cravo possui
baixa estabilidade química e volatilidade dos principais bioativos desta planta. A
composição da formulação interferiu nas propriedades físico-químicas do produto e no
desempenho da secagem. Especificamente, em condições de armazenamento de alta
umidade, a formulação lipídica otimizada mostrou ser mais estável que a formulação
não lipídica. No entanto, no estudo da permeação intestinal in vitro, utilizando eugenol
como marcador, não foram observadas diferenças significativas entre as formulações.
Observou-se que a rota tecnológica utilizada, apresenta uma estratégia interessante na

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Aspectos Teóricos e Estado da Arte

obtenção de formulações lipídicas que podem provocar o aumento da


biodisponibilidade oral de compostos bioativos (Cortés-Rojas, 2015).
Foi realizado um estudo dos efeitos imunológicos da microemulsão de óleo de
cravo em camundongos. O óleo de cravo foi extraído por destilação por arraste a vapor,
e sua caracterização química foi realizada por cromatografia gasosa acoplada a
espectrometria de massa (CG-EM). Observou-se o eugenol (96,11%) como composto
majoritário, seguido de β-cariofileno (1,34%) e naftaleno (0,63%). A microemulsão de
óleo de cravo foi obtida com base no estudo do diagrama de fases ternário, constituído
de óleo de cravo (10%), Tween 20 (40% - 89%) e água destilada (1% - 50%). O efeito
citotóxico da microemulsão foi testado em macrófagos peritoneais murinos por ensaio
de redução de XTT (2,3-Bis-(2-metoxi-4-nitro-5-sulfofenil)-2H-tetrazolium-5-
carboxanilida e o efeito anti-inflamatório foi avaliado por injeção intraperitoneal, em
camundongos. A microemulsão apresentou efeito citotóxico leve em macrófagos
peritoneais (21,71 ± 4,03%) em função dos teores mais elevados do tensoativo,
enquanto que o óleo de cravo avaliado isoladamente, não apresentou efeito citotóxico
(p>0,05). Dessa forma, a alta concentração de tensoativo causa citotoxidade in vitro,
porém, não altera e nem afeta o efeito anti-inflamatório gerado pelo óleo de cravo. Em
função da toxicologia provocada pelas elevadas doses do tensoativo (Tween 20),
conclui-se que a composição adequada na preparação farmacêutica e aplicação
farmacológica precisam ser investigadas mais a fundo antes da comercialização do
produto (Mektrirat et al., 2016).
De acordo com a pesquisa, foi desenvolvido e otimizado um formulado
nanoemulsionado para aplicação transdérmica via estudo farmacocinético. As variáveis
independentes foram o óleo de cravo, Tween 20 com polietilenoglicol (PEG) (Smix) e
água, enquanto que o tamanho de gotícula, índice de polidispersão (DPI) e o fluxo
transdérmico foram as variáveis dependentes. A escolha do tensoativo foi realizada de
acordo com sua transparência e facilidade de emulsificação, em que foram utilizados 0,5
mL de tensoativo e 0,5 mL de óleo de cravo. Essa mistura foi homogeneizada e 0,1 mL
foi diluído em 50 mL de água destilada. As emulsões foram analisadas através da sua
turbidez e transmitância por UV-Visível, após 2 h de repouso. A partir daí fez-se a
escolha do tensoativo Tween 20, com o PEG como cotensoativo, óleo de cravo (OC)
como fase óleo e água destilada (fase aquosa). O medicamento olmesartan foi pesado e
adicionado ao óleo de cravo, em seguida adicionou-se o Smix e por último a água.
Através desses constituintes, foi construído o diagrama de fases pseudoternário, em que

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se variou a concentração de Smix (1:1, 2:1, 3:1, 1:2 e 1:3). Para cada diagrama houve
ainda, uma variação de fase óleo e Smix. De acordo com os resultados, observou-se
formação de formulado do tipo nanoemulsão que foi caracterizada pelo tamanho de
gotícula (53,11±3,13 nm), índice de polidispersão (0,335±0,008) e fluxo transdérmico
(12,65±1,6 μg/cm²/h). Foi revelado através da microscopia confocal de varredura a
laser, que houve uma penetração mais eficaz na pele, além disso, foi comprovado
através do teste in vivo que a formulação apresentou aumento na biodisponibilidade,
cerca de 1,23 vezes em comparação com a formulação oral, devido a uma melhor
permeação através da pele do rato. Com base nestes resultados, os autores concluíram
que a formulação nanoemulsionada proposta, pode vir a ser utilizada como forma de
dosagem anti-hipertensiva para administração transdérmica (Aqil et al., 2016).

3.17.3 - Aplicação na analgesia

O estudo de acúmulo e liberação do anestésico (eugenol) derivado do óleo de


cravo em peixes, foi estudado e coletados em uma fazenda comercial. Após o contato
dos peixes com o óleo durante 6, 12, 24, 48 horas e uma semana, em temperatura
ambiente e em temperatura elevada, observou-se, inicialmente, que em temperaturas
elevadas foram necessárias maiores concentrações de eugenol/kg de peixes para manter
os níveis anestésicos; em temperatura ambiente a concentração necessária foi 15 mg/kg
(Kildea et al., 2004).
As atividades anti-inflamatória e antinociceptiva do eugenol foram avaliadas
para uso odontológico, administrado oralmente, em modelos experimentais in vivo. A
atividade anti-inflamatória do eugenol foi avaliada através do volume de exsudato e
migração leucocitária no teste de pleurisia e do edema da pata de rato induzido pela
carragenina. A atividade antinociceptiva foi avaliada através dos testes das contorções
induzidas pelo ácido acético e da placa quente. O composto eugenol nas concentrações
200 mg/kg e 400 mg/kg reduziu o volume de exsudato pleural e na dose 200 mg/kg,
inibiu significativamente o edema de pata, 2h - 4h após a injestão do óleo de cravo. No
teste da placa quente (100 mg/kg) apresentou atividade significativa à reação de
desconforto-tempo pendente, avaliada como a latência da resposta, inibida pela
meperidina. No teste de constorções abdominais induzidas pelo ácido acético, o eugenol
nas concentrações 50, 75 e 100 mg/kg apresentou efeito antinociceptivo significativo
(61,6%, 64,8% e 88,1%, respectivamente), por comparação com o grupo controle. Os

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dados obtidos indicaram que o eugenol apresenta atividade anti-inflamatória e


antinociceptiva periférica (Daniel et al., 2009).
A atuação do efeito analgésico do óleo de cravo foi estudados em ratos. A
avaliação nociceptiva foi realizada pelo método da placa quente. Nesse método os
animais foram colocados na placa quente com ajuste de temperatura a 55 °C, com
tempo de corte de 60 segundos. A resposta nociceptiva foi definida pelo número de
repetições em que o animal lambia as patas dianteiras ou traseiras, bem como pela
movimentação das patas traseiras. A duração do tempo entre colocar os animais na
placa quente e sua reação, foi considerada como tempo de reação. Os testes foram
realizados com 5 grupos, em que o grupo controle foi tratado com solução salina e o
grupo de análise em diferentes concentrações do óleo essencial de cravo da índia (2, 5,
10 e 20%) 30 minutos antes do teste da placa quente, com um volume de injeção na pata
de 10 mL/kg. O efeito máximo possível para os grupos tratados com 5, 10 e 20%
apresentaram melhores resultados quando comparados com o grupo salino. O grupo
com 10% apresentou melhor resultado que os grupos 2% e 5% e eficiência semelhante
ao grupo 20%. O efeito máximo de 10% foi observado 70 min. após a injeção (Hosseini
et al., 2011).
Foi realizado uma pesquisa sobre os possíveis efeitos analgésicos de extratos
etanólicos e aquoso de cravo, avaliados em camundongos em experimentos em que se
dividiu os animais em 9 grupos, contendo grupo controle (salino), grupo tratado com
extrato aquoso (50, 100 e 200 mg/Kg) e grupo tratado com extrato etanólico (50, 100 e
200 mg/Kg), por comparação com o fármaco padrão naloxona (4 mg/Kg). O teste da
placa quente foi realizado 10 minutos antes da injeção da droga na pata e repetido a
cada 10 minutos após a injeção. De acordo com os resultados, o efeito percentual
máximo nos grupos de animais tratados os extratos foram significativamente maiores do
que o grupo controle (Asl et al., 2012).
A patente CN106031748, escrita por Yun, 2015, refere-se a um método de
anestesia aplicado nos peixes do tipo carpa. Nesse método, adiciona-se cerca de 99%
em peso de água e 0,02% - 0,01% em peso de óleo de cravo, com o objetivo de se
preparar uma solução anestésica. A carpa é imersa nesta solução por 2 - 5 minutos e
posteriormente é transferida para água doce de modo que a carpa recupere à natação
normal (5 - 8 minutos depois). O invento tem baixo custo e possibilita ampla
aplicabilidade do óleo de cravo comercial como um anestésico para carpa, atingindo

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bons efeitos da sua aplicação. O óleo de cravo é utilizado como anestésico para dentes
humanos, tem boa segurança para anestesia da carpa e não afeta o consumidor.

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CAPITULO 4 – METODOLOGIA EXPERIMENTAL

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Metodologia Experimental

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Neste capítulo será feita a descrição dos equipamentos, reagentes, procedimentos


e materiais que foram utilizados neste trabalho. As principais metodologias utilizadas
foram iniciadas pelas extrações dos óleos de cravo por maceração e via Soxhlet;
caracterização e quantificação dos óleos por espectroscopia Raman e cromatografia
gasosa acoplado ao espectrômetro de massas (CG-EM); obtenção dos diagramas de
fases ternários a partir dos óleos extraídos, caracterização das microemulsões por tensão
superficial, concentração de diluição limite (c.d.l) , viscosidade, densidade, diâmetro de
gotícula e potencial Zeta; e aplicação dos formulados pela avaliação dos efeitos
antioxidante, viabilidade celular e antinociceptivo.

4.1 – MATERIAIS E REAGENTES

Os cravos da índia foram adquiridos na Central de Abastecimento CEASA,


localizada na cidade de Natal-RN, Brasil. O óleo essencial de cravo comercial foi
adquirido comercialmente na empresa Plantus Indústria e Comércio de Óleos, Extratos e
Saneantes, localizada no distrito de Pium, Nísia Floresta, no estado do Rio Grande do
Norte. Dentre os reagentes utilizados encontram-se o tensoativo Tween 80 (Vetec), o
solvente hexano P.A (Synth), ácido sulf rico (Qhemis), fosfato de sódio (Synth),
molibdato de amônia (Synth), cloreto de ferro II (Synth), ferrozina (Hach), violeta de
pirocatecol (Merck), sulfato de cobre II pentahidratado (Merck), tampão fostato
(Qhemis), ferricianeto de potássio (Synth), ácido tricloroacético (Synth), sulfato de ferro
II hexahidratado (Merck), ácido etilenodiamino tetra-acético (Synth), salicilato de sódio
(Merck), peróxido de hidrogênio (Synth), metionina (Synth), riboflavina (Alphatec),
nitroazul de tetrazólito (Merck), indometacina (Merk), ácido acético (Avantor),
pentobarbital (Cristália), lidocaína (Alphatec), penicilina (Euroclone), estreptomicina
(Euroclone), L-glutamina (Euroclone) e amino ácidos não essenciais.

4.2 – EQUIPAMENTOS

Na Tabela 2 estão listados os equipamentos utilizados nos procedimentos


experimentais.

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Metodologia Experimental

Tabela 2 – Lista de equipamentos utilizados nos procedimentos experimentais

Equipamento Marca Modelo


Balança analítica Tecnal B-TEC-W210A
Centrífuga Quimis Q222TM216
Espectrofotômetro UV- Thermo Electron Nicolet Evolution 100
visível Corporation
Reômetro Thermo Cientific Haake Mars
Tensiômetro QC 6000 SensaDyne
Agitador magnético Tecnal TE 085
Evaporador rotativo Fisatom 801
Medidor de diâmetro de Microtrac Nanotrac
gotícula
Refratômetro analógico ABBE -
Densímetro Anton Paar Dma 4500
Potencial Zeta Brookhaven instruments -
corporation
pHmetro Tecnal R-TEC-03P-MP
Raman
CG-EM

4.3 - MÉTODOS E TÉCNICAS

4.3.1- Obtenção do óleo essencial de cravo

Os botões secos de Syzigium aromaticum L. (500 g) após trituração foram


submetidos a extrações em hexano P.A. via processo de maceração (a frio), durante 3
dias, com remoção e alimentação do solvente até descoloração; a extração via Soxhlet
foi realizada a em temperatura mediana (50 ºC), por um período de 6 h.

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Metodologia Experimental

4.3.2 - Estudo por espectroscopia Raman

Os espectros de Raman por transformada de Fourier foram registrados usando


um espectrômetro Bruker RFS 100 e um laser Nd: YAG a 1064 nm, equipado com um
detector Ge arrefecido com nitrogênio líquido. Foi utilizada uma resolução espectral de
4 cm-1, e foram obtidas relações sinal-ruído com 500 e 1000 varreduras de
interferograma acumuladas, utilizando potências a laser de 70 mW e 270 mW para o
óleo de cravo e seus formulados (sistemas SMEOCR e seus derivados). Cada amostra
foi carregada em 10 mm de comprimento de caminho, 3,5 mL da cubeta de quartzo para
análise. Os espectros coletados foram processados pelo pacote de software Bruker Opus
versão 6.0. Para todas as amostras, foram obtidos pelo menos dois espectros Raman,
para comparar a intensidade e a posição de todas as bandas observadas.

4.3.3 - Estudo por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria


de massa (CG-EM)

As amostras de óleo de cravo provenientes das diferentes extrações foram


analisadas pelo conjunto de dados de cromatografia em fase gasosa com detectores de
ionização de chama e espectrometria de massas (CG-EM), em que se utilizou como base
de comparação padrões previamente isolados, bem como espectros da literatura e de
bancos de dados além de dados de tempo de retenção relativos a séries homólogas de
hidrocarbonetos lineares (Índices de Van der Dool-Kratz). As amostras foram
solubilizadas em hexano, previamente destilado, na concentração de 5 mg/mL. As
análises foram realizadas com condições de programação de temperatura do forno do
cromatógrafo, tais como: 60 °C à 180 °C (2,5 °C / min.) e de 150 °C à 250 °C (20,0 °C /
min.).
As amostras de óleo de cravo foram inseridas no sistema cromatográfico por
meio de injetor a 220 °C, com taxa de divisão 1:20; volume de injeção de 1 μL; e com
vazão de 2 mL/min utilizando hélio ultrapuro como gás de arraste. Após evaporação em
liner, cada amostra foi injetada em uma coluna cromatográfica com as seguintes
dimensões: 25 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno e 0,25 μm de espessura
da fase 100% dimetilpolisiloxano.
No cromatógrafo com detector por ionização de chama (CG-DIC), Trace 1310, o
gás nitrogênio (N2) foi utilizado como gás de make-up, e o gás hidrogênio (H2) e ar

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Metodologia Experimental

sintético 5,0 foram utilizados para a queima dos eluatos, na temperatura de 300 °C. As
diferenças de potencial foram analisadas pelo computador do Cromatógrafo Thermo,
gerando sinais que foram convertidos no cromatograma, com picos (assinalados de
acordo com tempos de retenção específicos, no sistema cromatográfico) com área de
cada pico correspondente à intensidade do sinal gerado no detector, e expresso como
percentual em relação ao total integrado das áreas maiores de 0,2%.
No cromatógrafo utilizando o detector de espectrometria de massas Shimadzu
(modelo GC-MS-QP 2010 plus), os eluatos ao deixarem a coluna cromatográfica, foram
injetados no detector e ionizados por impacto de elétrons com energia de 70 eV, sendo
em seguida fragmentados e separados em sistema quadrupolo com varredura na faixa
entre 40 e 600 uma.

4.3.4 - Obtenção e caracterização dos sistemas microemulsionados a


base de Syzigium aromaticum L.

A metodologia utilizada para obtenção do diagrama ternário está baseada na


titulação da fase aquosa com as fases oleosa e tensoativo até obtenção da quantidade
máxima de solubilidade, caracterizada pela mudança na translucidez do sistema
microemulsionado (Dantas et al., 2001; Dantas et al., 2002; Rossi et al., 2007; Maciel et
al., 2013).
A obtenção dos diagramas ternários auxiliou no acompanhamento da formação
da região de microemulsão (região Winsor IV), tendo sido observada a formação de
micelas diretas (O/A) de acordo com o sistema padrão SMEOCR que foi preparado com
os seguintes constituintes químicos: 10% a 14% de tensoativo (Tween 80, Sigma-
Aldrich, EUA), 1% a 3% de fase óleo (Syzigium aromaticum L.), 83% a 89% de água
destilada.

4.3.5 - Métodos de caracterização das microemulsões e dos derivados


de SMEOCR

A caracterização dos sistemas derivados de SMEOCR foi realizada via análises


de tensão superficial, concentração de diluição limite (c.d.l), comportamento reológico,
densidade, diâmetro de gotícula e potencial Zeta, Raman, de acordo com as
metodologias descritas a seguir.

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Metodologia Experimental

4.3.5.1 - Estudo da tensão superficial e concentração de


diluição limite (c.d.l)

A tensão superficial de cada sistema microemulsionado foi obtida via


tensiômetro QC 6000 da Sendadyne, conectado a um computador contendo um software
de análise. Neste experimento, o gás nitrogênio é liberado por capilares que atuam sob
comando de uma válvula. Para calibrar, se utiliza inicialmente água destilada (71,4
mN/m a 30 °C), seguido do uso de etanol (21,6 mN/m a 30 °C). Após a etapa da
calibração, adiciona-se 30 mL da amostra em um recipiente específico contido no
tensiômetro. A tensão superficial só é medida, após a amostra atingir a temperatura de
análise (36 °C).
Os gráficos de tensão superficial x log da concentração das amostras objetivando
avaliar o valor da concentração de diluição limite (c.d.l), são plotados de acordo com
cada ponto escolhido na amostra (no caso, sistemas específicos da microemulsão padrão
SMEOCR). Cada sistema derivativo é diluído na mesma temperatura de análise,
mediante adição de volume conhecido de água, seguido do cálculo da nova
concentração, até que seja atingido o valor de tensão superficial da água. Desta forma, a
partir do valor específico da c.d.l de cada amostra, determina-se o número máximo de
diluição, mantendo-se as propriedades superficiais da amostra.

4.3.5.2 - Estudo reológico e densidade

O estudo reológico foi realizado no reômetro rotacional Haake Mars da Termo


Cientific, tendo sido utilizado uma alíquota de 15 mL de amostra que é adicionada ao
cilindro coaxial. Aplica-se alguns valores da taxa de cisalhamento, que varia entre 1 s-1
e 1000 s-1, em um tempo máximo de 120 segundos, sob temperatura constante (36 ºC)
antes de aplicar um torque para manter a rotação do spindler que ficará imerso na
amostra (De Melo et al., 2013).
No estudo de densidade utilizou-se o densímetro DMA 4500 da Anton Paar, com
adição de 1 mL de amostra, sob temperatura (36 °C) e tempo de análise (60 segundos)
fixos.

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Metodologia Experimental

4.3.5.3 - Diâmetro das gotículas e potencial Zeta

O estudo do diâmetro de gotículas de cada amostra (2 mL), foi realizado no


equipamento Nanotrac 252 da Microtrac do laboratório de tecnologia de tensoativos da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O estudo de espalhamento de luz
dinâmico (DLS) foi realizado à temperatura ambiente (± 30 ºC), em um tempo de 120
segundos para cada análise, feita em triplicata.
Na determinação das cargas superficiais dos agregados micelares das amostras
analisadas, foi utilizado o Zeta Plus da Brookhaven Instruments Corporation. Após
estabilização do Zeta Plus (15 min.), a amostra é avaliada em uma cubeta que é
conectada a um eletrodo. Na sequência, são ajustados o tempo de varredura (30 s), o
número de corridas (10 corridas), o diâmetro dos agregados da amostra e o pH. Após as
análises, os dados obtidos são expressos em gráfico de intensidade da luz x diâmetro.

4.3.5 - Aplicação dos sistemas microemulsionados contendo óleo de


cravo (SMEOCR)

Os sistemas microemulsionados contendo óleo de cravo via extrações a frio


(SMEOCR-F) e a quente (SMEOCR-Q), amostra comercial (SMEOCR-C) ou em
mistura com óleo de girassol (SMEOCROG), foram testados na atividade antioxidante,
viabilidade celular e analgesia. A seguir encontra-se o descritivo experimental de cada
aplicação.

4.3.5.1 - Avaliação do potencial antioxidante do sistema


microemulsionado SMEOCR e seus formulados derivados

A atividade antioxidante de cada sistema derivativo de SMEOCR


(SMEOCROG-1Q, SMEOCROG-1F, SMEOCR-2Q, SMEOCR-2F, SMEOCR-2C,
SMEOCR-2,5Q, SMEOCR-2,5F e SMEOCR-3Q) foi avaliada com uso das seguintes
análises: capacidade antioxidante total (CAT), quelação de metais (íons ferro e íons
cobre), poder redutor de íon ferro, sequestro dos radicais hidroxilas e superóxidos. Os
óleos de cravo obtidos por extração (OCR-F e OCR-Q) e adquirido comercialmente
(OCR-C) e o óleo de girassol comercial (OG) foram testados no Petrooxy.

74
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Metodologia Experimental

4.3.5.1.1 - Capacidade antioxidante total (CAT)

O experimento para determinação da capacidade antioxidante total se baseia na


redução do íon Mo+6 para Mo+5 pelas amostras dos sistemas derivados de SMEOCR
(SMEOCROG-1Q, SMEOCROG-1F, SMEOCR-2Q, SMEOCR-2F, SMEOCR-2C e
SMEOCR-3Q) e posterior formação de um complexo esverdeado de fosfato/Mo+5, em
pH ácido. As amostras testes são adicionadas à solução reagente (0,6 M ácido sulf rico,
28 mM de fosfato de sódio e 4mM de molibidato de amônia) que é mantida a 100 oC
por 90 minutos. Na sequência, aguarda-se atingir a temperatura ambiente, fazendo em
seguida as leituras a 695 nm (Prieto et al., 1999) (Fluxograma 1). O resultado é
expresso da redução formando o íon Mo+5, que quanto mais escuro a solução, maior a
atividade.

Fluxograma 1 – Capacidade antioxidante total (CAT)

4.3.5.1.2 - Efeito quelante do íon ferro

A habilidade dos compostos presentes nos sistemas derivados de SMEOCR


(SMEOCROG-1Q, SMEOCROG-1F, SMEOCR-2Q, SMEOCR-2F, SMEOCR-2C e
SMEOCR-3Q) de quelar o on ferro foi determinada pelo método descrito por Decker;
Welch, 1990, com modificações propostas por Wang et al., 2008). A ferrozina, reagente
neste ensaio formando complexo com ons Fe2+ (coloração rosa), e na presença de
agentes quelantes, este complexo não é formado, resultando na diminuição da coloração
e consequentemente uma menor absorbância. A redução da coloração permite, estimar a
atividade quelante do on ferro dos compostos presentes em cada amostra testada. As
misturas reacionais contendo cada amostra solubilizada em FeCl2 (0,05 mL, 2mM) e

75
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Metodologia Experimental

ferrozina (0,2 mL, 5 mM) são agitadas e incubadas por 10 minutos à temperatura
ambiente (Fluxograma 2). As absorb ncias das soluções são medidas a 562 nm. A
habilidade, das frações, em quelar o on ferro é calculada pela utilização da Equação
(12).

Habilidade = [(A0 – A1)/A0] x 100 de quelação (%) (12)

em que A0 = absorb ncia do controle; A1 = absorb ncia da amostra teste.

Fluxograma 2 – Efeito quelante do íon ferro

4.3.5.1.3 - Efeito quelante do íon cobre

O método de quelação do íon cobre utilizou a metodologia descrita por


Fernandes Queiroz et al., 2015. Esta metodologia se baseia na capacidade das amostras
em quelar íons de cobre. A detecção de íons cobre livre em solução é realizada pelo uso
do violeta de pirocatecol, formando complexos coloridos. Quando o cobre é quelado,
impede a formação do complexo e, consequentemente, a intensidade da coloração da
solução é menor. Realizou-se o teste, mediante adição de 3,4 μL de cada amostra
(SMEOCROG-1Q, SMEOCROG-1F, SMEOCR-2Q, SMEOCR-2F, SMEOCR-2C, e
SMEOCR-3Q), violeta de pirocatecol (4 mM) e sulfato de cobre II pentahidratado (50
µg/mL), seguido de homogeneização dos componentes da mistura (Fluxograma 3).
Como controle positivo, foi utilizado EDTA e a absorção no UV-Visível foi medida a
632 nm.

76
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Metodologia Experimental

Fluxograma 3 – Efeito quelante do íon cobre

4.3.5.1.4 - Poder redutor de íon ferro

O poder redutor dos sistemas SMEOCROG-1Q, SMEOCROG-1F, SMEOCR-


2Q, SMEOCR-2F, SMEOCR-2C, e SMEOCR-3Q foi quantificado de acordo com
metodologia descrita por Athukorala et al., 2006). Neste procedimento, 4 mL da reação
contendo 5 μL de cada amostra, em tampão fosfato (0.2 M, pH 6.6) e ferrocianeto de
potássio (1%), são incubados por 20 min. à 50 oC. A reação é finalizada pela adição da
solução de ácido tricloroacético (TCA) (10%), sendo posteriormente, misturada com
água destilada e cloreto de ferro (0,1%) (Fluxograma 4). A absorb ncia é medida a 700
nm.

Fluxograma 4 – Poder redutor do íon ferro

77
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Metodologia Experimental

4.3.5.1.5 - Sequestro do radical hidroxila

A atividade sequestradora do radical hidroxila foi investigada usando a reação de


Fenton (Fe2+ + H2O2 → Fe3+ + OH- + OH●), cuja metodologia foi adaptada à descrita
por Smirnoff; Cumbes, 1989). Neste procedimento, os sistemas derivados de SMEOCR
(50 μL de SMEOCROG-1Q, SMEOCROG-1F, SMEOCR-2Q, SMEOCR-2F,
SMEOCR-2C, e SMEOCR-3Q) são solubilizados em 3 mL de tampão fosfato (150 mM
pH 7,4), e incubados com FeSO4.7H2O (10 mM), EDTA (10 mM), salicilato de sódio (2
mM) e H2O2 30% (200 μL) (Fluxograma 5). Cada amostra é incubada à 37 oC por 1h; a
reação de cada amostra é avaliada por monitoramento da absorbância à 510 nm.

Fluxograma 5 – Sequestro do radical hidroxila

4.3.5.1.6 - Sequestro do radical superóxido

Os experimentos de eliminação de radicais superóxidos basearam-se na


capacidade dos sistemas derivados de SMEOCR (SMEOCROG-1Q, SMEOCROG-1F,
SMEOCR-2Q, SMEOCR-2F, SMEOCR-2C, e SMEOCR-3Q) de inibir a redução
fitoquímica de nitroazul de tetrazólio (NBT) no sistema de luz de riboflavina. Neste
procedimento, cada 3 mL de mistura reacional contém 50 mM de tampão de fosfato (pH
7,8), 13 mM de metionina, 2 μM de riboflavina, 100 μM de EDTA, 75 μM de NBT e 5
μL da amostra (Dasgupta; De, 2004). A formação do azul de formazam foi observada
de acordo com a absorbância na região de 560 nm, após 10 min. de iluminação com
lâmpada fluorescente (Fluxograma 6). Todo sistema foi confinado em uma caixa de
isopor e os tubos que apresentavam misturas reacionais idênticas foram mantidos no
escuro e utilizados como branco.

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Metodologia Experimental

Fluxograma 6 – Sequestro do radical superóxido

4.3.5.1.7 – Petrooxy

O método Petrooxy consiste em uma pequena câmara de ensaio que é


hermeticamente fechada, onde são postos aproximadamente 5 mL da amostra. As
amostras de análise são aditivadas com óleo de soja bruto com uma quantidade de 0,1%
m/m dos óleos de cravo (OCR-F, OCR-Q, OCR-C, OCROG) (Borgarello et al., 2015).
Seguido da adição da amostra na câmara, que é fechada, e em seguida, injeta-se gás
oxigênio que passa pela amostra até que a pressão do gás (700 kPa), seja máxima até
um momento em que a pressão decresce cerca de 10%, em temperatura de 140 °C. Estas
condições são consideradas satisfatórias, uma vez que dá início a um processo de
oxidação. Observa-se que o tempo gasto para a queda de pressão está diretamente
relacionado à estabilidade de oxidação do óleo (Genco, 1996; Schulz; Baranska, 2007).
O período de indução é o tempo gasto entre o início do teste e o ponto final da
análise, ou seja, onde ocorre uma queda de 10% da pressão máxima (Da Cunha et al.,
2015). Este resultado é detectado na curva de tempo em função da pressão.

4.3.5.2 - Estudo da viabilidade celular in vitro

A avaliação da viabilidade celular de sistemas derivativos de SMEOCR foi


realizada de acordo com estudos previamente reportados (Fini, 2004; Borgarello et al.,
2015), em que se utiliza células DPSC2 (Dental PulpStemCells), que foram cultivadas
no meio de cultura DMEM/Ham (1:1, Invitrogen, Carlsbad, EUA), suplementado com
15% de soro fetal bovino (FBS, Hyclone, Logan, EUA), 100 U/mL de penicilina
(Invitrogen), 100 mg/mL de estreptomicina (Invitrogen), 2 mM de l-glutamina
(Invitrogen) e 2 mM de aminoácidos não essenciais (Invitrogen). As células são

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Metodologia Experimental

cultivadas numa incubadora a 37 ºC em atmosfera úmida contendo 5% de CO2, pelo


tempo necessário para atingir o número total de células necessárias para estudo. No
grupo teste, as células DPSC2 são cultivadas em meio de cultura condicionado com os
sistemas derivados de SMEOCR (SMEOCROG-1Q, SMEOCROG-1F, SMEOCR-2Q,
SMEOCR-2F, SMEOCR-2C, e SMEOCR-3Q) concentração de 100%, enquanto no
grupo controle utilizou-se, apenas, o meio de cultura.

4.3.5.3 – Teste de antinocicepção

Sistemas derivativos de SMEOCR foram testados em experimentos in vivo de


acordo com o protocolo experimental estabelecido com a aprovação da comissão de
Ética no uso de animais (CEUA) com protocolo 016/2015. Para fins da pesquisa
científica realizada, a metodologia encontra-se de acordo com os preceitos da lei n°
11.794, assim como pelas normas editadas pelo Conselho de Controle da
Experimentação Animal (CONCEA). Todos os experimentos foram realizados seguindo
normas que envolvem cuidados com animais de laboratório e normas éticas para o seu
uso em experimentos com dor (Porter, 1992; Zimmermann, 2001).
Foram utilizados camundongos albinos (Mus musculus) adultos e machos. Os
animais foram pré-tratados com veículo (controle negativo), sistemas e a indometacina,
todos via oral (v.o) em concentrações adequadas para administração constante de 10
mL/kg.
As administrações antecederam 30 minutos para os grupos indometacina
(controle positivo do experimento) e 180 minutos (controle negativo e sistemas) para os
testes de atividade farmacológica.
Os animais foram mantidos em condições controladas de temperatura e
iluminação (ciclo claro/escuro de 12 h), com água e ração ad libitum, permanecendo no
laboratório por um período de adaptação de pelo menos uma hora antes dos
experimentos. Quando a administração é pela via oral, os animais permanecem em
jejum por 3 h.
Após os testes farmacológicos, os animais são eutanasiados por injeção
intraperitoneal de agente barbitúrico (pentobarbital) 100 mg/kg associado com
anestésico local (lidocaína) 10 mg/mL na dose de 5 mg/kg.
O efeito analgésico das biomassas foi confirmado via protocolo experimental in
vivo previamente estabelecido. O teste das contorções abdominais induzidas pelo ácido

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Metodologia Experimental

acético a 1,2% consiste em um método muito sensível, que utiliza um estímulo nocivo
mínimo, podendo ser utilizado para analgésicos mais fracos. Neste modelo, a dor é
gerada indiretamente, via mediadores endógenos como bradicinina, serotonina,
histamina, substância P e prostaglandinas, que estimulam os neurônios nociceptivos
periféricos que são sensíveis a analgésicos narcóticos e anti-inflamatórios não esteroides
(AINES) (Collier et al., 1968; Deraedt et al., 1980).
Seguindo a metodologia descrita por Koster et al. (1959), com adaptações em
função da veiculação do óleo de cravo em sistemas com diferentes extrações deste óleo
SMEOCR-2,5Q (extração via Soxhlet) e SMEOCR-2,5F (extração por maceração),
foram utilizados grupos experimentais de pelo menos 6 camundongos com pré-
tratamento pela via oral (v.o) com veículo (controle negativo), SMEOCR-2,5Q (251,8
mg/kg), SMEOCR-2,5F (252,24 mg/kg) e a indometacina (10 mg/kg), utilizada como
controle positivo do teste.
As contorções abdominais, consideradas como contrações da parede abdominal
seguidas por extensão de pelo menos uma das patas posteriores (Vacher et al., 1964),
foram contadas cumulativamente por 30 minutos. Para isso, os camundongos foram
colocados individualmente em gaiolas de poliuretano, com um período de adaptação
prévia de 15 minutos. Os resultados foram expressos como as médias dos números de
contorções abdominais acumuladas durante os 30 minutos de avaliação experimental ou
como porcentagem de inibição das contorções, comparativamente ao grupo controle.
Toda metodologia está resumida no Fluxograma 7.

Fluxograma 7 – Metodologia do estudo antinociceptivo

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Capitulo 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Resultados e Discussão

CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tendo em vista a grande representatividade da espécie Syzygium aromaticum L.


na medicina tradicional, no presente trabalho, utilizou-se óleo de cravo veiculado em
sistemas microemulsionados, objetivando-se o desenvolvimento de novos produtos
biotecnológicos com aplicação na área da saúde.
O estudo contempla a caracterizações físico-químicas de óleos extraídos a
quente (via Soxhlet), a frio (por maceração), bem como o uso de uma amostra de óleo
de cravo comercial. Os óleos foram utilizados no preparo de sistemas
microemulsionados, em que após caracterizações físico-químicas, utilizou-se um ponto
padrão, denominado de SMEOCR, e a partir deste sistema, foram obtidos sistemas
derivativos que foram biodisponibilizados para avaliações farmacológicas, cujos
resultados encontram-se apresentados a seguir.

5.1 - EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL

Na extração do óleo de cravo da índia via processo de maceração (extração a


frio), utilizou-se 59,1240 g de material vegetal triturado e imerso em 200 mL de hexano,
tendo sido obtido 12,74% de rendimento. Na extração via Soxhlet (extração a quente)
utilizou-se 60,1252 g de material vegetal triturado, obteve-se 13,35% de rendimento. Na
Figura 12 observa-se a tonalidade dos óleos extraídos a frio (OCR-F), a quente (OCR-
Q) e o óleo adquirido comercialmente (OCR-C).

Figura 12 – Óleos de cravo extraídos por maceração (OCR-F), via Soxhlet


(OCR-Q) e adquirido comercialmente (OCR-C)

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

5.2 - ANÁLISE CROMATOGRÁFICA DOS ÓLEOS DE CRAVO

Na Tabela 3 encontra-se o descritivo dos constituintes químicos presentes no


óleo de cravo comercial (OCR-C), em que observa-se como constituintes principais o
eugenol (15,15%), metil-eugenol (5,56%) e β-cariofileno (1,2%).

Tabela 3 – Constituintes químicos do óleo de cravo comercial (OCR-C), identificados


via análises de CG-EM
Constituintes TR Concentração Identificação
(%)
NI 4.139 0.79 -
NI 4.391 0.36 -
NI 4.553 1.16 -
Eugenol 4.788 15.15 CG-EM
NI 4.880 3.97 -
NI 5.019 1.67 -
Metil eugenol 5.236 5.56 CG-EM
NI 5.406 4.25 -
Cariofileno 5.659 1.20 CG-EM
NI 6.431 1.51 -
NI 6.542 0.68 -
NI 6.945 0.60 -
NI 7.008 2.16 -
NI 7.097 0.64 -
Éster pentílico do ácido salicílico 7.444 2.23 CG-EM
Óxido de cariofileno 7.731 0.47 CG-EM
NI 9.823 1.48 -
Éster metílico do ácido palmítico 11.723 10.09 CG-EM
Éster etílico do ácido palmítico 12.532 10.34 CG-EM
Éster metílico do ácido linoleico 13.737 12.33 CG-EM
Éster metílico do ácido oleico 13.792 7.84 CG-EM
Éster metílico do ácido tridecanoico 14.063 0.45 CG-EM
Éster etílico do ácido linoleico 14.481 14.84 CG-EM
Éster etílico do ácido tetradecanoico 14.800 0.23 CG-EM
Constituintes identificados 80,73 %
Constituintes não identificados (NI) 19,27 %

Na Tabela 4 encontram-se os dados obtidos para o óleo de cravo extraído por


maceração (OCR-F), tendo sido observado os seguintes percentuais: 41,23% de

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Resultados e Discussão

eugenol, 16,83% de β-cariofileno e 14,68% de acetato de eugenol. Neste óleo, a


porcentagem de constituintes não identificados foi 12,47%.

Tabela 4 – Constituintes químicos do óleo de cravo extraído por maceração (OCR-F),


identificados via análises de CG-EM

Constituintes TR Concentração% Identificação


NI 4,14 0,15 -
NI 4,55 0,14 -
Eugenol 4,79 41,23 CG-EM
NI 4,88 1,18 -
NI 5,01 0,35 -
α-copaeno 5,09 0,41 CG-EM
Metil eugenol 5,23 5,44 CG-EM
NI 5,40 0,73 -
β-cariofileno 5,66 16,83 CG-EM
NI 6,08 7,93 -
NI 6,27 0,08 -
NI 6,43 0,39 -
α-farneseno 6,48 0,18 CG-EM
NI 6,54 0,20 -
Acetato de eugenol 6,76 14,68 CG-EM
γ-cadineno 6,84 0,18 CG-EM
NI 7,00 0,41 -
NI 7,49 0,15 -
Óxido de 7,73 6,85 CG-EM
cariofileno
NI 7,91 0,05 -
NI 8,06 0,64 -
NI 8,38 0,07 -
Viridiflorol 8,78 0,62 CG-EM
NI 9,82 0,24
NI 10,06 0,03

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Resultados e Discussão

Tabela 4 – Constituintes químicos do óleo de cravo extraído por maceração (OCR-F),


identificados via análises de CG-EM

Constituintes TR Concentração% Identificação


NI 11,72 0,57 -
NI 13,73 0,18 -
NI 13,82 0,09 -
Constituintes 87,53%
identificados
Constituintes não 12,47%
identificados (NI)

De acordo com os dados da Tabela 5, pode-se observar que as três principais


substâncias encontradas no óleo de cravo extraído via Soxhlet (OCR-Q), são: eugenol
(63,09%), β-cariofileno (18,53%) e M-eugenol (11,10%); cerca de 0,22% foi atribuído a
outras substâncias, não identificadas.

Tabela 5 – Constituintes químicos do óleo de cravo extraído à quente (OCR-Q),


identificados via análises de CG-EM

Constituintes TR Concentração (%) Identificação

Eugenol 4,79 63,09 CG-EM


M-eugenol 5,23 11,10 CG-EM
NI 5,40 0,22 -
β-cariofileno 5,66 18,53 CG-EM
α-humuleno 6,07 2,09 CG-EM
Acetato de eugenol 6,75 4,55 CG-EM
O. cariofileno 7,73 0,42 CG-EM
Constituintes identificados 99,78 %
Constituintes não 0,22 %
identificados

Na Tabela 6 encontra-se uma análise comparativa entre as composições dos


óleos OCR-C OCR-F e OCR-Q, que foram utilizados no preparo dos sistemas

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Resultados e Discussão

SMEOCR-2C (2% de fase óleo, comercial), SMEOCR-2Q (2% de fase óleo, extração à
quente), SMEOCR-2F (2% de fase óleo, extração à frio) e SMEOCR-3Q (3% de fase
óleo, extração à quente). Os cromatogramas dos óleos analisados encontram-se no
Anexo 1.

Tabela 6 – Análise química comparativa entre as composições dos óleos OCR-C, OCR-
F e OCR-Q avaliada via dados de CG-EM
Identificação OCR-C OCR-F OCR-Q
Constituintes TR Concentração TR Concentração TR Concentração
% % %
Eugenol 4,79 15,15 4,79 41,23 4,79 63,09
M-eugenol 5,24 5,56 5,23 5,44 5,23 11,10
Acetato de - - 6,76 14,68 6,67 4,55
eugenol
O. cariofileno 7,73 0,47 7,73 6,85 7,73 0,42
β-cariofileno 5,66 1,20 5,66 16,83 5,66 18,53
α-humuleno - - - - 6,07 2,09
α-copaeno - - 5,09 0,41 - -
α-farneseno - - 6,48 0,18 - -
γ-cadineno - - 6,84 0,18 - -
Constituintes 80,73% 87,53% 99,78%
identificados

De acordo com a Tabela 6, observa-se que todos os 3 óleos possuem


praticamente a mesma porcentagem dos constituintes majoritários, corroborando com os
dados da literatura (Affonso et al., 2012). Comparando a porcentagem dos constituintes
não identificados, observa-se que a amostra comercial (Tabela 3) detém o maior índice
(19,27%) de componentes não identificados; enquanto a amostra do óleo extraído a
quente (Tabela 5) detém o menor índice (0,22%).

5.3 - OBTENÇÃO DOS DIAGRAMAS TERNÁRIOS

Os diagramas de fases ternário (Figura 13) dos sistemas derivados de SMEOCR,


preparados com Tween 80 (tensoativo), e diferentes tipos de óleo de cravo (fase óleo:

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Resultados e Discussão

OCR-F, OCR-Q e OCR-C) e água destilada (fase aquosa neutra) mostram-se


compatíveis em função da formação da região de microemulsão Winsor IV (WIV), que
se caracterizada por ser termodinamicamente estável, translúcida e isotrópica.

Figura 13 – Diagramas ternários dos sistemas derivados de SMEOCR: preparado com


óleo de cravo comercial (A); preparado com óleo de cravo extraído por maceração (B);
preparado com óleo de cravo extraído via Soxhlet (C)

Fonte: Autor

5.4 - ESCOLHA DOS SISTEMAS MICROEMULSIONADOS


DERIVADOS DE SMEOCR

A partir dos diagramas de fases ternário (Figura 13) foram preparados sistemas
derivativos com a seguinte composição básica: Tween 80 (14%), fase óleo (Syzigium
aromaticum L.) na faixa 1% a 3% e água destilada, na faixa de 83% a 84%. Na Tabela 7
encontram-se os descritivos da composição de cada sistema derivativo de SMEOCR.

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Resultados e Discussão

A fase óleo variou em função do processo de extração, valor percentual do óleo


utilizado, da seguinte forma:
a) Óleo de cravo extraído adquirido comercialmente, para formação do sistema
SMEOCR-2C (2% do óleo OCR-C);
b) Óleo de cravo extraído via Soxhlet para formação dos sistemas SMEOCR-2Q, (2%
do óleo OCR-Q); SMEOCR-2,5Q (2,5% do óleo OCR-C) e SMEOCR-3Q (3% do óleo
OCR-C);
c) Óleo de cravo extraído por maceração para formação dos sistemas SMEOCR-2F (2%
do óleo OCR-F) e SMEOCR-2,5F (2,5% do óleo OCR-F).

Tabela 7 - Composições dos sistemas derivativos da microemulsão padrão SMEOCR


obtida a partir de Tween 80, óleo de cravo da índia e água

Percentual das Fases


Sistemas derivados T% FA% FO%
de SMEOCR
SMEOCR-2C 14 84 2
SMEOCR-2F 14 84 2
SMEOCR-2Q 14 84 2
SMEOCR-2,5F 14 83,5 2,5
SMEOCR-2,5Q 14 83,5 2,5
SMEOCR-3Q 14 83 3

Com o objetivo de verificar se a adição de outros óleos vegetais influencia na


estabilidade e na ação do óleo de cravo da índia, utilizou-se como fase óleo da
microemulsão óleo de cravo em mistura (1:1) com o óleo de girassol, tendo sido obtidos
dois sistemas derivados de SMEOCR, denominados de SMEOCROG-1F, em que o óleo
de cravo foi extraído a frio (OCR-Q) e SMEOCROG-1Q, em que o óleo de cravo foi
extraído a quente (OCR-Q). A composição destes sistemas encontra-se descrita na
Tabela 8. As caracterizações físico-químicas destes sistemas, bem como dos outros
sistemas derivativos de SMEOCR, apresentados anteriormente, encontram-se descritas
nos tópicos a seguir.

89
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Resultados e Discussão

Tabela 8 - Composição dos sistemas microemulsionados obtidos com a mistura


dos óleos de cravo/óleo de girassol (1:1)

Percentual das fases T (tensoativo) FA (água) E FO (óleo)


Sistema T% FA% FO%
Microemulsionado
SMEOCROG-1F 14 84 2
SMEOCROG-1Q 14 84 2

5.5 - CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS


MICROEMULSIONADOS

5.5.1 - Dosagem do eugenol nos sistemas via espectroscopia Raman

A espectroscopia Raman tem sido um método importante para a identificação de


compostos em diferentes áreas da indústria farmacêutica. Foi utilizada na análise de
ingredientes bioativos, excipientes, misturas de drogas, contaminantes e caracterização
de materiais nos sistemas (Cîntǎ Pînzaru et al., 2004; Fini, 2004; Edwards et al., 2005;
De Veij et al., 2009; Vogt; Strohmeier, 2013; Da Cunha et al., 2015; Maia et al., 2016).
Neste trabalho, foram analisados extratos brutos de óleo de cravo (OCR-F e
OCR-Q) e óleo de cravo veiculado nos sistemas derivados de SMEOCR, SMEOCR-3Q
(3% de fase óleo, proveniente de extração via Soxhlet), SMEOCR-2Q (2% de fase óleo,
extração via Soxhlet) e SMEOCR-2F (2% de fase óleo, extração por maceração). Os
espectros de Raman obtidos dos sistemas derivados de SMEOCR mostraram bandas de
absorção características de eugenol e seus derivados (Figura 14), estando de acordo com
dados da literatura (Chowdhry et al., 2015), tais como: 3068 (CH), 3006 as(CH3),
2941 s(CH3), 2907 as(CH3), 2848 as(CH2), 1641 (C=C), 1614 (C=C), 1280 cm-1,
1185 (C-OH), 798 e 785 cm-1. Os dados espectrais obtidos das formulações mostraram
a presença de bandas Raman características do óleo de cravo em 1641, 1614, 1280, 798
e 785 cm-1.

90
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Resultados e Discussão

Figura 14 – Espéctros Raman para: a) óleo de cravo extraído via Soxhlet; b) óleo
de cravo extraído por maceração; c) SMEOCR-3Q; d) SMEOCR-2Q e e) SMEOCR-2F

Fonte: Autor

Nos espectros de RAMAN dos sistemas derivados de SMEOCR, observou-se


que a superposição de bandas pertencentes ao óleo de cravo e ao Tween 80 na faixa
2980 - 2950 cm-1, bem como nas absorções 1450 cm-1 e 1300 cm-1. Porém as bandas
1650 cm-1 e 840 cm-1. foram atribuídas exclusivamente ao Tween 80, estando de acordo
com dados da literatura (Islam et al., 2004; Dotlich; Giri, 2017). Os modos de vibração
em aproximadamente 3200 cm-1 (OH) foram atribuídos a moléculas de água presentes
em alta concentração (83% a 89%). Apesar dos óleos OCR-C, OCR-F e OCR-Q
estarem presentes nas microemulsões SMEOCR em baixa concentração (1% a 3%), a
composição química do óleo de cravo favoreceu a análise pela técnica Raman, já que,
com base no componente padrão (eugenol) foi possível identificar em cada sistema
derivado microemulsionado seus respectivos óleos.

91
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

5.5.2 - Tensão superficial

O estudo da tensão superficial foi realizado para avaliar o comportamento das


moléculas na superfície ou interface, sendo possível reduzir ou elevar os valores da
tensão superficial. Este experimento foi realizado através da pressão máxima da bolha,
sob temperatura constante (36 °C), cujos resultados encontram-se descritos na Tabela 9.
De acordo com Daltin, 2011, a diminuição da tensão superficial deve estar
correlacionada com uma maior quantidade de moléculas de tensoativo livre em solução
encontrando-se disponíveis para se adsorverem na superfície água-ar. No formulado
padrão SMEOCR a quantidade otimizada de tensoativo (14%) solubilizou
satisfatoriamente a fase óleo. O sistema derivativo que apresentou a menor tensão
superficial tem a fase óleo OCR, em mistura (1:1) com o óleo de girassol
(SMEOCROG-1Q) em um percentual reduzido 1% desta mistura (OCROG). O sistema
derivado SMEOCR-3Q por apresentar uma maior concentração de fase óleo (3%),
requer maior concentração do tensoativo para que ocorra solubilização satisfatória.
Como a concentração de tensoativo em todos os sistemas é fixa (14%), justifica-se o
aumento da tensão superficial deste sistema; de fato quanto maior a concentração de
fase óleo, maior será o equilíbrio do tensoativo para a formação da micela, diminuindo a
concentração de tensoativo na superfície água-ar (Daltin, 2011).

Tabela 9 - Tensão superficial dos sistemas derivados de SMEOCR preparados com


óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações

Sistemas derivados Tensão superficial


de SMEOCR mN/m
SMEOCR-2C 46,2
SMEOCR-2F 51,4
SMEOCR-2Q 47,5
SMEOCR-2,5F 49,3
SMEOCR-2,5Q 53,4
SMEOCR-3Q 53,9
SMEOCROG-1Q 41,3
SMEOCROG-1F 46,9

92
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Resultados e Discussão

5.5.3 - Concentração de diluição limite (c.d.l)

A quantidade mínima de tensoativo presente em cada sistema derivado


específico de microemulsão, necessária para manter as propriedades superficiais de cada
sistema utilizado para preparo dos sistemas derivados de SMEOCR, foi avaliada via
estudo de concentração de diluição limite (c.d.l), em água destilada. Para tanto, as
amostras foram diluídas com água até apresentarem tensões superficiais próximas de
71,4 mN/m, que corresponde a tensão superficial da água a 30 °C. A concentração de
diluição limite (g/mL) de cada sistema derivado específico e o número máximo de
diluições, encontram-se descrita na Tabela 10. A c.d.l destes sistemas variou entre
0,0010 g/mL e 0,0029 g/mL, tendo sido observado maior número de diluições para
SMEOCR-2C (49,07 vezes) seguido de SMEOCR-2F (33,68). Portanto, o sistema
SMEOCR-2C tem a capacidade de manter as propriedades superficiais em diluição
máxima 49,07 vezes em relação a sua concentração inicial. Os gráficos do estudo das
diluições encontram-se no anexo 2.

Tabela 10 - Concentração de diluição limite (c.d.l) dos sistemas derivados de SMEOCR


preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de
extrações a frio ou a quente

Sistemas derivados de SMEOCR c.d.l (g/mL) N°. máximo de diluições


SMEOCR-2C 0,0010 49,07
SMEOCR-2F 0,0027 33,68
SMEOCR-2Q 0,0022 22,73
SMEOCR-2,5F 0,0016 30,76
SMEOCR-2,5Q 0,0070 10,70
SMEOCR-3Q 0,0015 27,26
SMEOCROG-1F 0,0029 18,47
SMEOCROG-1Q 0,0010 45,27

93
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Resultados e Discussão

5.5.4 - Estudo reológico

O estudo reológico está baseado no funcionamento de um sensor que cisalha


imerso na amostra e especificamente, fornece alguns parâmetros dos fluidos como a
curva de escoamento, comportamento reológico e comportamento visco-elástico. Neste
procedimento, uma alíquota da amostra é adicionada ao cilindro coaxial e em seguida,
aplica-se um torque para manter a rotação do sensor que ficará imerso na amostra (De
Melo et al., 2013). Através desta análise, foi possível determinar a fluidez de cada
sistema derivado (SMEOCR-2C, SMEOCR-2F, SMEOCR-2Q, SMEOCR-2,5F,
SMEOCR-2,5Q, SMEOCR-3Q, SMEOCROG-1F, SMEOCROG-1Q). A taxa de
cisalhamento selecionada variou entre 0 s-1 a 450 s-1. Acima do valor de taxa máxima,
observou-se mudança de regime laminar para turbulento, sendo este o limite de análise
da determinação do comportamento do fluido, como mostrado nos gráficos do Anexo 3.
Na sequência, foram aplicados alguns modelos reológicos em cada sistema derivado
para determinação dos seus respectivos R² bem como para avaliação das viscosidades
através de modelos específicos, Tabela 11.

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Resultados e Discussão

Tabela 11 – Parâmetros dos modelos matemáticos aplicados aos sistemas


derivados de SMEOCR preparados a base de óleo de Syzigium aromaticum L.

Sistemas derivados Parâmetros Parâmetros Parâmetros de Parâmetros de


de SMEOCR de Bingham de Ostwald Herschell-Buckley Newton
OCR-C τL=0,9991 n=0,6987 τo=3,2844 K=0,0109
μP=0,0119 k=0,1369 k=71,1705 R²=0,9995
R²=0,9953 R²=0,9929 R²=0,9925
n=0,0359
OCR-F τL=1,3899 n=0,6722 τo=1,3899 K=0,0173
μP=0,0173 k=0,1502 k=48,5847 R²=0,9973
R²=0,885 R²=0,9812 R²=0,9850
n=0,0173
OCR-Q τL=1,325 n=0,686 τo=1,325 K=0,0187
μP=0,0187 k=0,1444 k=46,5586 R²=0,9999
R²=0,9988 R²=0,9815 R²=0,9298
n=0,0187
OG τL=1,2763 n=0,6922 τo=1,2763 K=0,0193
μP=0,0193 k=0,1414 k=43,5913 R²=0,9924
R²=0,9808 R²=0,9824 R²=0,9313
n=0,0193
SMEOCR-2C τL=0,0443 n=0,7826 τo=0,0477 K=0,0026
μP=0,0026 k=0,0094 k=0,0031 R²=0,9994
R²=0,9931 R²=0,7927 R²=0,9987
n=0,9698
SMEOCR-2F τL=-0,0124 n=0,9668 τo=-0,0124 K= 0,0123
μP=0,0123 k=0,0147 k=0,0160 R²=0,9996
R²=0,9349 R²=0,454 R²=0,9977
n=0,9521
SMEOCR-2Q τL=0,0191 n=0,8272 τo=0,0265 K= 0,015
μP=0,015 k=0,0060 k=0,0027 R²=0,9982
R²=0,9254 R²=0,7532 R²=0,9603
n=0,9989

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Resultados e Discussão

Tabela 11 – Parâmetros dos modelos matemáticos aplicados aos sistemas derivados de


SMEOCR preparados a base de óleo de Syzigium aromaticum L.

Sistemas derivados Parâmetros Parâmetros Parâmetros de Parâmetros de


de SMEOCR de Bingham de Ostwald Herschell-Buckley Newton
SMEOCR-2,5F τL=2,1370 n=0,8790 τo=2,1498 K=0,0916
μP=0,0861 k=0,1876 k=16,5463 R²=0,9985
R²=0,8976 R²=0,9625 R²=0,9891
n=0,8837
SMEOCR-2,5Q τL=0,8900 n=0,9525 τo=0,8900 K=0,0861
μP=0,0916 k=0,1249 k=14,388 R²=0,9973
R²=0,3522 R²=0,8355 R²=0,9897
n=0,9091
SMEOCR-3Q τL=1,5456 n=0,8531 τo=1,5456 K=0,1038
μP=0,1038 k=0,2492 k=0,0672 R²=0,9992
R²=0,9169 R²=0,8247 R²=0,9830
n=1,0798
SMEOCROG-1F τL=0,0278 n=0,7997 τo=0,0278 K=0,0019
μP=0,0019 k=0,0060 k=0,0024 R²=0,9995
R²=0,9984 R²=0,7746 R²=0,9985
n=0,9517
SMEOCROG-1Q τL=0,0265 n=0,8272 τo=0,0265 K=0,0022
μP=0,0022 k=0,0060 k=0,0027 R²=0,9996
R²=0,9986 R²=0,7532 R²=0,9989
n=0,9603

Os parâmetros mostrados (Tabela 11), foram obtidos com base em modelos


reológicos teóricos. É possível observar que o modelo teórico de Newton, apresentou
melhor ajuste (R2 mais próximo de 1) para os sistemas experimentais, enquanto que no
geral, o modelo que apresentou menor valor no parâmetro de R² foi o modelo de
Ostwald. Isso indica de que esses fluidos possuem um melhor ajuste para o
comportamento Newtoniano, ou seja, a viscosidade não varia com o aumento na taxa de
cisalhamento até 450 s-1, mantendo dessa forma as suas propriedades reológicas
(Machado, 2002).

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Resultados e Discussão

Avaliando os sistemas derivados preparados somente com fase óleo o OCR


extraído por Soxhlet (SMEOCR-2Q, SMEOCR-2,5Q e SMEOCR-3Q), apresentaram os
maiores valores de viscosidade aparente. Para esses sistemas o aumento da viscosidade
se deve ao aumento na concentração de óleo, chegando a 103,8 cP para o sistema
derivado SMEOCR-3Q.
Os sistemas SMEOCR-2C, SMEOCROG-1F e SMEOCROG-1Q possuem
menores viscosidades, 2,6 cP, 1,9 cP e 2,2 cP, respectivamente. Comparativamente, a
concentração de eugenol é majoritária de acordo com as análises de CG-EM dos óleos
extraídos via Soxhlet e maceração. Porém no óleo comercial, por suas características
sensoriais deve apresentar uma concentração muito baixa de eugenol. Como o eugenol
possui 4 insaturações em sua estrutura química, justifica-se os maiores teores de
viscosidade dos sistemas. Para os sistemas que possuem 2% de fase óleo contendo 1%
de OCR e 1% de OG, observou-se baixas viscosidades, 2,2 cP para SMEOCROG-1Q e
1,9 cP para SMEOCROG-1F. A justificativa é dada pela redução da concentração de
eugenol e pela presença do óleo de girassol que possui viscosidade menor que o óleo de
cravo (Islam et al., 2004; Dotlich; Giri, 2017).
Os sistemas SMEOCR-2Q e SMEOCR-2F possuem as mesmas quantidades de
tensoativo, água e óleo (2% de OCR), portanto as viscosidades observadas (15 cP e 12,3
cP, respectivamente) apresentam valores próximos. Resultado similar foi observado
para estes sistemas contendo 2,5% de OCR, tais como: 86,1 cP para SMEOCR-2,5Q e
91,6 cP para SMEOCR-2,5.

5.5.5 – Densidade

Na Tabela 12 encontram-se os valores das densidades dos sistemas derivados de


SMEOCR e distinção da fase óleo. Em função de se ter sistemas com fase óleo OCR +
OG (óleo de cravo + óleo de girassol), é importante destacar que o óleo OG apresenta
menor densidade, por comparação ao óleo OCR. Portanto, o menor valor de densidade
do óleo de girassol, justifica o menor valor de densidade observado para os sistemas
SMEOCROG-1F e SMEOCROG-1Q, em que se tem 1% da fase óleo (mistura OCR +
OG, com percentual 1:1). De acordo com o esperado, em função dos percentuais de
OCR, os sistemas SMEOCR-2F e SMEOCR-2Q apresentaram densidades semelhantes
entre si, assim como SMEOCR-2,5F e SMEOCR-2,5Q. A diferença entre os sistemas

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

contendo fase óleo OCR, consiste apenas no método de extração do óleo, estando a fase
tensoativa e a fase óleo com percentuais fixos.

Tabela 12 - Densidades dos sistemas derivados de SMEOCR preparados com óleos


obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações

Sistemas derivados de SMEOCR Densidades (g/cm³)


OCR-C 0,9187
OCR-F 1,0170
OCR-Q 1,0282
OG 0,8387
SMEOCR-2C 1,0092
SMEOCR-2F 1,0074
SMEOCR-2Q 1,0086
SMEOCR-2,5F 1,0079
SMEOCR-2,5Q 1,0086
SMEOCR-3Q 1,0062
SMEOCROG-1F 1,0050
SMEOCROG-1Q 1,0057

5.5.6 - Diâmetro da gotícula

As técnicas de espalhamento de luz dinâmico (DLS) e estático (SLS) são


amplamente utilizadas para caracterizar macromoléculas e nanomoléculas. O estudo do
diâmetro das gotículas de cada sistema derivado de SMEOCR encontra-se detalhado na
Tabela 13. As amostras SMEOCR-2C, SMEOCR-2F e SMEOCR-2Q apresentaram
valores de diâmetro de gotículas semelhantes, portanto, para estes sistemas, o método de
extração do óleo de cravo não interfere no diâmetro da gotícula. Os sistemas SMEOCR-
2,5Q e SMEOCR-2,5F que possuem concentração de fase óleo de 2,5% e os sistemas
SMEOCROG-1F e SMEOCROG-1Q, com fase óleo fixa (1%), preparados com a
mistura de óleo de cravo e girassol (OCR + OG, 1:1) também apresentam diâmetros de
gotículas com valores próximos (9,55 nm e 10,27 nm, respectivamente). O sistema
SMEOCR-3Q contém fase óleo com maior percentual (3% de OCR), se diferencia dos
demais sistemas com significativa variação no diâmetro da gotícula (25,61).

98
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Resultados e Discussão

Tabela 13 - Diâmetros das gotículas dos sistemas derivados de SMEOCR preparados


com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações

Sistemas derivados de SMEOCR Diâmetro (nm)


SMEOCR-2C 16,11
SMEOCR-2F 15,99
SMEOCR-2Q 16,54
SMEOCR-2,5F 17, 58
SMEOCR-2,5Q 17,10
SMEOCR-3Q 25,61
SMEOCROG-1F 10,27
SMEOCROG-1Q 9,55

5.5.7 - Potencial Zeta

O potencial Zeta indica a densidade de carga na superfície das gotículas da fase


interna e o grau de repulsão entre as partículas adjacentes, que se encontram carregadas
de forma semelhante. Neste método, quanto maior o grau de repulsão entre as espécies
químicas do sistema, maior o valor do potencial Zeta e quanto menor for a repulsão,
menor o valor deste potencial. Portanto, através desta análise, se obtém as cargas
superficiais das estruturas de um determinado tipo de sistema. No caso dos sistemas
microemulsionados os valores podem ser relacionados com a estabilidade da formação
dos agregados micelares (Doostmohammadi et al., 2011). Na Tabela 14, encontram-se
os valores do potencial Zeta observados para os sistemas derivados de SMEOCR.

99
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Resultados e Discussão

Tabela 14 – Valores do potencial Zeta dos sistemas derivados de SMEOCR


preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de
extrações
Pot. Zeta Desv.
Sistemas derivados de SMEOCR (mV) Padrão Erro
SMEOCR-2C 0,11 0,34 0,15
SMEOCR-2F 0,31 0,50 0,16
SMEOCR-2Q 0,99 0,81 0,26
SMEOCR-2,5F -0,53 0,91 0,29
SMEOCR-2,5Q -0,86 0,69 0,22
SMEOCR-3Q 1,36 1,71 0,54
SMEOCROG-1F -2,09 4,45 1,68
SMEOCROG-1Q 0,54 0,76 0,24

De acordo com os valores descritos na Tabela 14, com exceção dos sistemas
SMEOCR-2,5F, SMEOCR-2,5Q e SMEOCROG-1F, observa-se que a maioria dos
sistemas a base de OCR, apresentam carga superficial positiva. No entanto, em termos
modulares, para todos os sistemas, não há variação estatisticamente significante.
Portanto, para estes sistemas, o potencial Zeta, independe do tipo de extração (a quente
ou a frio), com fase óleo variando em valores percentuais 1% - 3%, estando com OCR
ou em mistura com óleo de girassol (OCR + OG, 1:1), os sistemas microemulsionados a
base de Syzigium aromaticum L. apresentam o mesmo padrão de estabilidade.
A eficácia farmacológica dos sistemas SMEOCR-2C, SMEOCR-2F, SMEOCR-
2Q, SMEOCR-2,5F, SMEOCR-2,5Q, SMEOCR-3Q, SMEOCROG-1F e SMEOCROG-
1Q, foi avaliada via análises in vitro antioxidante, tais como: capacidade antioxidante
total (CAT), efeito quelante do íon ferro, efeito quelante do íon cobre, poder redutor de
íon ferro, sequestro de radicais hidroxilas e sequestro de radical superóxido em
experimentos antioxidante; bem como na viabilidade de células tronco da polpa dentária
(Dental PulpStemCells). Experimento in vivo de dor (efeito antinociceptivo) também foi
avaliado, para dois destes sistemas (SMEOCR-2,5Q e SMEOCR-2,5F).

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Resultados e Discussão

5.6 - AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS


SISTEMAS MICROEMULSIONADOS CONTENDO ÓLEO DE CRAVO

A atividade antioxidante dos sistemas derivados de SMEOCR foram


correlacionados com os componentes químicos presentes nos óleos de Syzigium
aromaticum L. identificados nas amostras OCR-F e OCR-Q, via estudos de CG-EM e
Raman, em que o eugenol (63,75% - 61,36%), um composto fenólico de comprovada
ação antioxidante (López-Vélezet al., 2003; Vasco et al., 2008; López-Vélez et al.,
2003; Pan et al., 2010), se destaca como componente majoritário (Tabela 15), seguindo
de β-cariofileno (16,98% - 14,21%) e acetil eugenol (10,61% - 9,54%), com variações
percentuais em função da origem do óleo.

Tabela 15 - Percentuais de eugenol quantificados via estudo de CG-EM para óleos


obtidos de Syzigium aromaticum L. em diferentes tipos de extrações nos sistemas
microemulsionados derivados

Sistemas derivados Composição dos Concentração de


de SMEOCR sistemas eugenol* % Tipo de extração
T% FA% FO%
SMEOCR-2C 14 84 2 15,15 OCR-C
SMEOCR-2F 14 84 2 41,23 OCR-F
SMEOCR-2Q 14 84 2 63,09 OCR-Q
SMEOCR-2,5F 14 83,5 2,5 41,23 OCR-F
SMEOCR-2,5Q 14 83,5 2,5 63,09 OCR-Q
SMEOCR-3Q 14 83 3 63,09 OCR-Q
SMEOCROG-1F 14 84 2 (1:1) 41,23 OCR-F
SMEOCROG-1Q 14 84 2 (1:1) 63,09 OCR-Q
*quantificação via estudo de CG-EM
OCR-C = óleo de cravo extraído por prensagem
OCR-F = óleo de cravo extraído à frio (via maceração)
OCR-Q = óleo de cravo extraído à quente (via Sohxhet)

O eugenol (Figura 15) possui na sua estrutura química, hidrogênio fenólico e


hidrogênios metilênicos ligados ao carbono-α à instauração do grupo alquil, bem como
insaturações aromáticas que funcionam como sítios de oxidação.

101
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Resultados e Discussão

Figura 15 - Estrutura química do eugenol

OH

O processo menos espontâneo para oxidação do eugenol ocorre a partir da


abstração do hidrogênio fenólico formando o radical fenox, que é favorecida pela
estabilização da molécula por mesomeria, que no caso, envolve a deslocalização de
carga dos elétrons não ligantes dos oxigênios dos grupos hidróxi e éter, para o anel
aromático. A abstração de um dos hidrogênios metilênicos que se encontram ligados ao
carbono vinílico, possibilita a formação de um maior número de híbridos de
ressonância, que se formam pela deslocalização de elétrons com o anel aromático ou
com o grupo vinílico (Figura 16).

Figura 16 - Estrutura química de híbridos de ressonância do eugenol

(I) OH OH OH
(a)

O O O
(a.1) (a.2)
(b) H

Ar OH
Ar (I)

(b.2) O
(b.1)
(a.3)

OH OH

O O

(b.3) (b.4)

OH
(I) (b.1)
O
(b.5)

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Resultados e Discussão

Neste contexto, há de se considerar a capacidade de transferência de elétrons em


um determinado modelo experimental. Portanto, o poder redutor de elétrons, pode
diminuir a geração de radicais livres. Os agentes redutores fazem parte da reação em
cadeia e interagem com radicais livres através da doação de um átomo de hidrogênio
(Costa et al., 2010).
A seguir encontram-se os resultados observados em diferentes modelos que
avaliam a ação antioxidante dos sistemas derivados de SMEOCR preparados com fase
óleo variando entre 1% a 3%, dos óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., obtidos por
diferentes tipos de extração.

5.6.1 - Determinação da capacidade antioxidante total (CAT)

O teste da capacidade antioxidante total mostrou porcentagem de atividade


antioxidante com valores variando na faixa entre 31,19% e 50,55%. Comparativamente,
o sistema SMEOCR-3Q se destaca por ter apresentado o maior valor (50,55%), em
função de ter sido preparado com maior concentração da fase óleo (3% de OCR). Os
sistemas que apresentaram valor de atividade CAT semelhante quando comparados
entre si, foram SMEOCROG-1F e SMEOCROG-1Q, bem como SMEOCR-2F e
SMEOCR-2Q, todos tendo sido preparadas com óleo de cravo extraído via maceração
(OCR-F) e via Soxhlet (OCR-Q)
O sistema SMEOCR-2C apresentou o menor percentual CAT (31,19%); ainda
assim, tem valor antioxidante significativo, visto que a massa de matéria ativa utilizada
foi 1 mg, e em outro tipo de teste, este sistema teve a capacidade de reduzir a amostra
teste de Mo+4, evitando a formação do complexo esverdeado.

103
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Resultados e Discussão

Figura 17 - Capacidade antioxidante total (CAT) dos sistemas derivados de SMEOCR


preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de
extrações

100,00

80,00
Atividade da CAT (%)

60,00

40,00

47,94 50,55 44,12


20,00 42,27 37,66
31,19

0,00

Comparando a atividade CAT do sistema SMEOCR-3Q, cujo percentual de óleo


de cravo a 3% corresponde a uma concentração de matéria ativa 1,5 mg/mL, com o
extrato etanólico avaliado em elevada concentração (100 mg/mL), publicado no
trabalho de El-Maati et al., 2016), observa-se CAT 50,55% para SMEOCR-3Q e 91,4%
para o extrato etanólico. Tendo em vista que o sistema derivado de microemulsão
possui atividade CAT com concentração 66,7 vezes menor, concluiu-se que o resultado
da amostra OCR encapsulada no sistema SMEOCR, representa um estudo otimizado.
Além disso, há de se considerar a liberação controlada do óleo no sistema
microemulsionado, ou seja, o sistema SMEOCR-3Q continua liberando OCR a longo
prazo, o que torna sua ação CAT prolongada. Este tipo de ação é amplamente divulgado
para microemulsões (Lawrence; Rees, 2000; Formariz et al., 2005; Formariz et al.,
2006; N. Daniel et al., 2009; Bruxel et al., 2012; Basto et al., 2016).

104
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

5.6.2 - Determinação da atividade antioxidante através da quelação


do íon ferro

Compostos fenólicos possuem propriedades antioxidantes tanto para alimentos


como para organismo, sendo dessa forma utilizado para tratamento de prevenção de
câncer, doenças cardiovasculares e outras doenças, ou seja, quanto maior a concentração
da matéria ativa rica em composto fenólico, maior o percentual de atividade de quelação
do íon Fe2+ (Peleg et al., 1998; Ferguson; Harris, 1999). Neste contexto, um dos
principais objetivos de quelação do íon Fe2+ é prevenir danos aos tecidos provenientes
do acúmulo de Fe2+ por meio da utilização de substâncias ou materiais que sejam
capazes interagir com este metal (Cançado, 2007). Os efeitos quelantes sobre os íons
ferro observados para os sistemas derivados de SMEOCR encontram-se representados
na Figura 18. Neste modelo, todos os SMEOCR apresentaram habilidade de competição
com a ferrozina na quelação do íon ferroso, diminuindo a absorbância do complexo
Fe2+/Ferrozina. As amostras avaliadas (SMEOCR-2C, SMEOCR-2F, SMEOCR-2Q,
SMEOCR-3Q, SMEOCROG-1F e SMEOCROG-1Q) apresentaram atividade
antioxidante semelhante (26,94%, 29,18%, 22,69%, 20,37%, 23,83% e 20,25%,
respectivamente) na quelação de íon ferro. Estes valores estão vinculados as baixas
concentrações de OCR (1% e 3%) que correspondem a uma variação na faixa da
matéria ativa de 0,02 mg - 0,06 mg.
Comparando os resultados obtidos com os sistemas derivados de SMEOCR com
os extratos hidrometanólico da casca (EMC) e semente (EMS) de melão, publicados no
trabalho de Madeira, 2017, observa-se que os EMC e EMS apresentaram valores de
46% e 9% de atividades, respectivamente, enquanto que os sistemas SMEOCROG-1Q e
SMEOCR-2F obtiveram valores de atividades variando entre 20,25% - 29,18%,
respectivamente. Vale salientar que os sistemas derivados de SMEOCR apresentaram
valores de atividade de quelação do íon ferro menores, porém, a quantidade de amostra
utilizada para os testes foi de 5μL, enquanto que os testes com o EMC e EMS utilizaram
2000 μL de amostra, ou seja, 400 vezes mais.

105
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

Figura 18 - Atividade antioxidante sobre os íons ferro, dos sistemas derivados


SMEOCR preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes
tipos de extrações

100
Atividade de quelação do íon Fe2+ (%)

90
80
70
60
50
40
30
20
26,94 29,18 22,69 23,83
10 20,37 20,25
0

5.6.3 - Determinação da atividade antioxidante através da quelação


do íon cobre

Os íons cobre (Cu2+) são importantes catalisadores para formação de radicais


hidroxilas, e podem ser avaliados em procedimentos in vivo e in vitro, segundo a reação
de Fenton (Aruoma et al., 1987). Neste sentido, no caso dos sistemas derivados de
SMEOCR, a interação de alguns de seus componentes com Cu2+ poderão alterar o
potencial redox desses íons, tornando-os menos catalíticos e consequentemente,
retardarão a formação de radicais hidroxilas. De acordo com os resultados obtidos
verificou-se que as amostras derivadas do sistema padrão SMEOCR apresentaram baixa
ação antioxidante na quelação do íon Cu+2, como pode ser observado na Figura 19. Este
resultado mostra que ocorre preferencialmente, interação do íon Cu+2 com o reagente
violeta de pirocatecol. Neste experimento, o sistema SMEOCR-3Q foi inerte, ou seja,
não apresentou atividade. Portanto, os sistemas SMEOCR, independente do tipo de
extração do óleo de cravo e suas concentrações na faixa (1% - 3%) apresentaram pouca
atividade de quelação do íon Cu2+.

106
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

Figura 19 - Atividade antioxidante no teste de quelação do íon Cu2+, dos sistemas


derivados de SMEOCR preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em
diferentes tipos de extrações

100
Atividade de quelação do íon Cu2+

90
80
70
60
50
40
30
20
10 18,84 15,72
12,88 10,61 12,31
0 0

Comparando os resultados obtidos pelos sistemas derivados de SMEOCR


com os obtidos por Madeira, 2017, observa-se que os extratos hidrometanólicos das
cascas (EMC) e sementes (SEM), apresentaram atividade antioxidante de quelação do
íon cobre de 86% e 83% respectivamente, enquanto que o sistema SMEOCR-2F
apresentou 18,84% de atividade antioxidante de quelação do íon cobre. Mesmo
apresentando uma menor atividade antioxidante, o resultado foi bom quando comparado
aos EMC e SEM, pois a o volume utilizado de SMEOCR foi de 3,4 μL, enquanto que
para EMC e SEM foi de 1500 μL de extrato.

5.6.4 - Determinação da atividade antioxidante através do poder


redutor do íon ferro

O íon ferro é reduzido de Fe+3 em Fe+2 pelas amostras SMEOCR que são
compostos antioxidantes. Essa capacidade redutora, in vitro é avaliada pela formação de
um complexo chamado de azul de prússia {Fe4[Fe(CN)6]3} entre o cloreto de ferro e a
espécie Fe+2, sendo a sua atividade justificada pela absorbância do mesmo (Costa et al.,
2010). Neste modelo experimental, todos os sistemas com exceção dos SMEOCR-2C e
SMEOCROG-1F apresentaram poder redutor abaixo de 100% (Figura 20). O destaque

107
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

vai para o sistema preparado com óleo de cravo extraído à quente (via Soxhlet):
SMEOCR-2Q (115,72%).

Figura 20 - Atividade antioxidante sobre o poder redutor de íons ferro, dos sistemas
derivados de SMEOCR preparados com óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em
diferentes tipos de extrações
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00 115,72
107,17 106,25 103,96
40,00 90,75

20,00
24,72
0,00

Neste modelo observou-se ainda, que quanto menor a concentração da fase óleo
nos sistemas SMEOCR-2C, SMEOCROG-1F e SMEOCROG-1Q, menor é a atividade
antioxidante em relação à redução do Fe+3 em Fe+2, devido a disponibilização eletrônica
proveniente dos pares de elétrons não ligantes dos grupos hidroxila (OH fenólico) e
metoxila (ROCH3) da molécula de eugenol.
Comparando a atividade antioxidante dos sistemas de microemulsão com os
extratos etanólico e aquoso do trabalho de El-Maati et al., 2016 cujos ambos os extratos
se encontram em uma concentração de 100 mg/mL, apresentaram atividade antioxidante
do poder redutor de 160% para o alcoólico e 120% para o aquoso, enquanto o sistema
SMEOCR-2Q com uma concentração de 0,5 mg/mL apresentou uma atividade de
115,72%, ou seja, mesmo que o SMEOCR-2Q apresente uma concentração 200 vezes
menor que os extratos, a atividade antioxidante sobre o poder redutor foi ótima, pois, foi
15,72% maior que o controle. Isso indica que mesmo encapsulado, o óleo de cravo tem
a capacidade reduzir o Fe3+ através da doação eletrônica.

108
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

A diferença acima de 100% apresentados para os sistemas SMEOCR-2F,


SMEOCR-2Q, SMEOCR-3Q e SMEOCROG-1Q, indica que eles tiveram resultados
melhores que o controle sendo de 7,17%, 15,72%, 6,26% e 3,96%, respectivamente.

5.6.5 - Determinação da atividade antioxidante através do sequestro


do radical hidroxila

Dentre as principais espécies reativas destaca-se o radical hidroxila (OH•), por


serem as de maior reatividade ao oxigênio. Esta espécie gera oxidação em ácidos graxos
poliinsaturados e causa enormes danos celulares teciduais (Aurand et al., 1977; Awah;
Verla., 2010). Além de ser reativo ao oxigênio, este radical tem a capacidade de abstrair
átomos de hidrogênio de grupos tióis de moléculas biológicas e formar radicais
sulfidrilas, que por sua vez, são capazes de se combinarem com oxigênio gerando
radicais oxisulfidrilas que danificam moléculas biológicas (Valko et al., 2007; Singh;
Singh, 2008).
Os sistemas derivados de SMEOCR com exceção do SMEOCR-2C,
apresentaram atividade sequestradora dos radicais hidroxilas, evitando a formação do
complexo com o salicilato de sódio, como mostrado na Figura 21. Comparativamente, o
sistema SMEOCR-3Q com maior percentual de OCR (3%), apresentou maior atividade
sequestrante de radicais hidroxilas com atividade antioxidante quatitaiva. Neste
contexto, é importante destacar que o eugenol, produto majoritário do óleo de cravo,
possui em sua estrutura um grupo fenol que após abstração do hidrogênio fenólico, pode
interagir com o radica hidroxila, evitando a reação com o salicilato de sódio.
Comparando o melhor resultado obtido para os sistemas derivados de SMEOCR (Figura
20) com dados da literatura reportados por Awah; Wirnkor, 2010) que foi 77,9% na
concentração 500 μg de OCR, é poss vel concluir que ambos os sistemas SMEOCR-3Q
(99,58%) e SMEOCR-2F (72,18%) são agentes antioxidantes eficazes. O resultado
comparativo entre SMEOCR-2F (2% de OCR extraído a frio) e SMEOCR-2Q (2% de
OCR extraído a quente) mostra que a forma de extração do óleo de cravo e o percentual
de encapsulamento, interferem no resultado antioxidante via metodologia do radical
hidroxila. Além disso, é importante destacar que o sistema preparado com OCR-2F
possui uma concentração de acetato de eugenol maior, que por ser uma molécula que
também disponibiliza elétrons, auxilia no sequestro do radical hidroxila.

109
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

Faixa otimizada desta atividade para os sistemas citados acima (60,19% -


99,58%) pode ser justificada pelo fato das micelas destes sistemas possuirem carga
superficial positiva (Tabela 14) que interagem eficazmente com o radical hidroxila,
acelerando o processo de estabilização do íon hidroxila.
Os sistemas SMEOCROG-1F e SMEOCROG-1Q apesar de conterem óleo de
cravo extraído por processos diferentes (OCR-F via extração a frio e OCR-Q via
extração á quete) apresentaram valores estatisticamente não significativos (42,51% e
42,89%, respectivamente), muito provalelmente, porque além de terem OCR veiculado
em baixa concentração (1%), a fase óleo do sistema microemulsionado, contém 1% da
mistura OCR e óleo de girassol (OG). Desta forma, a concentração de eugenol encontra-
se significativamente reduzida.
O sistema SMEOCR-2C preparado com o óleo de cravo comercial, não
apresentou atividade antioxidante no modelo de sequestro de radical hidroxila,
provavelmente o teor do óleo de cravo esteja abaixo de 0,5%, por comparação ao
sistema preparado com OCROG (1% da mistura de óleo de cravo e girassol, no
percentual 1:1). O que leva a crer que o óleo de cravo adquirido comercialmente (OCR-
C) esteja aduterado com outros óleos vegetais.

Figura 21 - Atividade antioxidante dos sistemas derivados SMEOCR preparados com


óleos obtidos de Syzigium aromaticum L., em diferentes tipos de extrações, sobre o
sequestro do radical hidroxila

100
Atividade em radicais hidroxilas (%)

90
80
70
60
50 99,58
40
72,18
30 60,19
20 42,51 42,89
10
0 0

110
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

5.6.6 - Determinação da atividade antioxidante através do sequestro


do radical superóxido

Várias reações fotoquímicas e biológicas produzem o radical superóxido que se


caracteriza por ser um radical aniônico bastante reativo, muito comum de ser
encontrado, e ser considerado significativamente tóxico. O aumento da sua
concentração é diretamente proporcional ao estresse oxidativo, que é gerado via
processos de autooxidação ou por enzimas, produzindo outros radicais livres que
causam danos aos lipídeos, proteínas e DNA, desencadeando doenças diversificadas
(Liu; Ng, 2000; Sahreen et al., 2010).
A capacidade dos sistemas derivados de SMEOCR em sequestrarem o radical
peróxido (O-2) foi investigada pelo método que avaliada a redução da riboflavina com
oxigênio na presença de luz. De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que o
óleo de cravo veiculado (OCR 1 % - 3%) no sistema padrão SMEOCR diminui a
absorbância da solução de azul de formazan, o que indica que os sistemas SMEOCR
não apresentam características antioxidantes para este tipo de ensaio.
A justificativa pode ser dada em função do óleo de cravo estar encapsulado em
baixas concentrações. De fato, dados da literatura mostram que a ação antioxidante do
eugenol avaliado isoladamente, na concentração 14,56 mg no modelo do sequestro do
radical superóxido é satisfatória (Yazdizadeh Shotorbani et al., 2013). No caso dos
formulados SMEOCR a concentração deste componente bioativo varia entre 7,58 x 10-5
– 9,46 x 10-4 mg, portanto, encontra-se em percentual muito reduzido tendo sido inativo
na capacidade de sequestrar o radical superóxido.

5.6.7 - Estabilidade oxidativa dos sistemas microemulsionados

A estabilidade oxidativa dos óleos de cravo (OCR), girassol (OG) e da mistura


OCR:OG no percentual 1:1, em função de terem sido utilizado no preparo dos sistemas
microemulsionados SMEOCR e SMEOCROG. De acordo com os resultados obtidos
(Figura 22), em que se tem também o óleo de soja (OS) avaliado como possível
aduterante do óleo de cravo comercial (OCR-C) é possível observar que o tempo de
indução do óleo de soja bruto é de 8 minutos e 20 segundos. Portanto, nas condições
estabelecidas (temperatura: 140 °C e pressão: 700 KPa), o óleo OS está exposto a
processo de oxidação. Quando os óleos de cravo comercial e o óleo de girassol na

111
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

concentração de 0,1%, são avaliados, observa-se comportamento semelhante (8 minutos


para OCR-C e 8 minutos e 13 segundos para OG), portanto, devido ao tempo de
indução reduzido, atuam como pró-oxidantes. Os testes realizados com as misturas
OCR-F + OG e OCR-Q + OG (na relação 1:1), observa-se aumento no tempo de
indução (9 minutos e 7 segundos e 9 minutos e 8 segundos, respectivamente), por
comparação com o padrão OS (óleo de soja bruto).
Como o óleo de girassol contém como componente majoritário ácido linoléico
(C19:2), as misturas OCR-OG não tiveram suas estabilidades oxidativas elevadas,
portanto, nas condições deste estudo, comportam-se como pró-oxidantes. Portanto,
comparativamente, os óleos OCR-F e OCR-Q, detém os maiores tempos de indução (11
minutos e 15 segundos e 10 minutos e 53 segundos, respectivamente).

Figura 22 – Estabilidade oxidativa gerada pelos óleos de cravo extraídos à quente


(Soxhlet), a frio (maceração), comercial e óleo de girassol, comparando ao padrão óleo
de soja

1000

950

900
Pressão (KPa)

850 Óleo de soja bruto


800 OCR-C
OCR-F
750
OCR-Q
700 OG
650 OCR-F + OG
OCR-Q + OG
600
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00
Tempo (min)

5.7 - ESTUDO DA VIABILIDADE CELULAR

Após o cultivo das células DPSC2 com os sistemas derivados de SMEOCR


durante um período de 24 horas, determinou-se experimentalmente a viabilidade celular
por meio da atividade mitocondrial. Os resultados foram analisados por meio do teste t
student com nível de confiança de 95% e podem ser observados na Figura 23.

112
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

Neste estudo, os sistemas SMEOCR-3Q derivativos apresentaram atividade na


viabilidade celular, com destaque para SMEOCR-3Q (3% de óleo de cravo) e
SMEOCR-2C (2% de óleo de cravo) que apresentaram absorbância superiores a 0,2. Os
testes de viabilidade celular foram realizados em um tempo máximo de 24h. Como uma
das principais características das microemulsões consiste na liberação lenta e controlada
dos seus componentes encapsulados, muito provavelmente, os compostos com maior
percentual em função do tempo, poderão agir elevando os resultados observados. No
entanto, neste tempo avaliado, os sistemas SMEOCR-3Q (3% de óleo de cravo) e
SMEOCR-2C (2%) são os mais bioativos.

Figura 23 – Viabilidade celular dos sistemas derivados de SMEOCR no cultivo


de células DPSC2

SMEOCROG-1Q
Sistemas derivados de SMEOCR

SMEOCROG-1F

SMEOCR-3Q

SMEOCR-2Q

SMEOCR-2F

SMEOCR-2C

Controle B

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40


Absorbância

Avaliando-se a composição química de cada sistema tem-se que SMEOCR-2C


(óleo de cravo comercial) via estudo Raman, o percentual de eugenol deste óleo é o
mais baixo, por comparação aos óleos extraídos com solvente (OCR-Q e OCR-F). Neste
contexto, os sistemas SMEOCR-3Q, SMEOCR-2Q, SMEOCROG-1F, avaliados por
CG-EM, detém o maior percentual de eugenol (61,36%).
O óleo de cravo extraído por maceração (extração a frio OCR-F) foi utilizado no
preparo dos sistemas SMEOCR-2F (2% de OCR) e SMEOCR-2,5F (2,5% de OCR).
O óleo de cravo extraído via Soxhlet (OCR-Q) foi utilizado no preparo dos
sistemas SMEOCR-3Q (3% de OCR), SMEOCR-2Q (2% de OCR) e SMEOCR-2,5Q

113
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

(2,5% de OCR), e de acordo com o estudo de CG-EM, o fitocomponente eugenol,


dentre os constituintes da fase óleo destes sistemas contém quantidades majoritárias de
eugenol.
Como os valores mais significativos da viabilidade celular foram observados
para os sistemas SMEOCR-2C e SMEOCR-3Q, e os demais sistemas apresentam
resultados inferiores em percentuais semelhantes, é possível concluir que o tipo de
extração, e o percentual de eugenol não interferem na viabilidade celular por meio da
atividade mitocondrial.

5.8 - ESTUDO DA AÇÃO ANALGÉSICA

Neste estudo, apenas os sistemas de concentração mediana de óleo de cravo


(2,5% de OCR) foram avaliados. A justificativa pode ser dada em termos do diagrama
de fases ternário (Figura 13), em que se observa que o sistema SMEOCR-3Q apresenta
uma quantidade de fase óleo muito próxima da interfase, ou seja, entre as regiões de
Winsor IV e emulsão. Para evitar possíveis instabilidades no encapsulamento do óleo de
cravo, decidiu-se utilizar no estudo de viabilidade celular, os sistemas com 2,5% de
OCR extraído nos processos a frio (F) e a quente (Q). Portanto, os sistemas SMEOCR-
2,5Q e SMEOCR-2,5F foram submetidos ao estudo in vivo da ação analgésica. Na
Tabela 16 encontram-se os resultados das inibições das contorções abdominais
induzidas pelo ácido acético. No grupo controle negativo, previamente tratados (180
min.) com o veículo (10 mL/kg), a injeção de ácido acético (1,2% em salina, 100 µL/10
g, i.p.) induziu 64,4 ± 3,5 de contorções em 30 minutos.

Tabela 16 - Testes das contorções abdominais induzida pelo ácido acético a 1,2%

GRUPO NÚMERO DE INIBIÇÃO (%)


CONTORÇÕE (n=6)
Controle Negativo 64,4 ± 3,5 -
SMEOCR-2,5F 40,0 ± 4,5 37,9
SMEOCR-2,5Q 28,8 ± 3,5 55,3
Indometacina 16,0 ± 2,5 75,1

114
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Resultados e Discussão

O tratamento com o SMEOCR-2,5Q reduziu as contorções abdominais


induzidas pelo ácido acético em 55,3% (28,8 ± 3,5), comparativamente ao grupo
controle. A administração do SMEOCR-2,5F reduziu o número de contorções
abdominais em 37,9% (40 ± 4,5) em relação ao grupo controle. Comparativamente, ao
grupo controle positivo, é possível observar moderada ação antinociceptiva do óleo de
cravo veiculado em microemulsão, no percentual 2,5% de fase óleo. No entanto, por se
tratar de resultado comparativo com o grupo controle positivo (16,0 ± 2,5 de contorções
e 75,1% de inibição, com) bem como pelo fato do OCR estar encapsulado em sistema
de liberação controlada, e possível concluir que o uso de SMEOCR-2,5F aplicado no
controle da dor, é moderadamente eficaz e o sistema SMEOCR-2,5Q poderá ter uso
otimizado.
Comparando o sistema SMEOCR-2,5Q com o trabalho realizado por Daniel et
al., 2009, observa-se que em uma dosagem de 50 mg/Kg de eugenol, apresentou uma
inibição de 61,6% de contorções abdominais, enquanto que o sistema SMEODR-2,5Q
inibiu 55,3% das contorções utilizando a dosagem de 6,295 mg/Kg. Esse resultado foi
considerado bom tendo em vista que a dosagem de eugenol em microemulsão foi de
6,295 mg em 251,8 mg/Kg, bem mais baixa que a utilizada por Daniel et al., 2009.

115
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES
Conclusões

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES

Baseado na caracterização e quantificação realizados via estudos de CG-EM e


Raman, para os óleos de cravo (Syzigium aromaticum L.) extraídos via Soxhlet (OCR-
Q) e por maceração a frio (OCR-F), bem como para uma amostra adquirida
comercialmente (OCR-C), foi possível concluir que o óleo OCR, apresenta composição
química semelhante.
O estudo de CG-EM mostrou que comparativamente, a variação entre os óleos
OCR se dá nas concentrações dos componentes majoritários, tais como: 15,15% de
eugenol, 5,56% de M-eugenol e 1,2% de β-cariofileno para a amostra OCR-C; 41,23%
de eugenol, 16,83% de β-cariofileno e 14,68% de acetato de eugenol para a amostra
OCR-F; 63,09% de eugenol, 18,53% de β-cariofileno e 11,10% de M-eugenol para a
amostra OCR-Q.
Os dados espectrais dos sistemas SMEOCR derivativos confirmam o
encapsulamento do óleo OCR, em função da presença de bandas Raman 1641, 1614,
1280, 798 e 785 cm-1, características do óleo de cravo.
Os sistemas SMEOCR derivados foram caracterizados por análises físico-
químicas, que permitem as seguintes conclusões:
A tensão superficial mostrou que as amostras SMEOCROG-1Q (41,3 mN/m) e
SMEOCR-2C (46,2 mN/m) apresentaram as reduções mais significativas;
O estudo da concentração de diluição limite (c.d.l) realizado para as amostras
diluídas com água até apresentarem tensões superficiais próximas em torno de 71,4
mN/m, forneceram resultados que variaram entre 0,0010 g/mL e 0,0029 g/mL, tendo
sido observado maior número de diluições para o sistema SMEOCR-2C (49,07 vezes),
seguido de SMEOCR-2F (33,68), o menor valor de diluição foi registrado em torno de
10,70 vezes;
A reologia dos sistemas SMEOCR (curva de escoamento e comportamento
visco-elástico) com taxa de cisalhamento variou na faixa 0 s-1 a 450 s-1 mostrou que os
fluidos dos sistemas avaliados apresentaram comportamento Newtoniano, ou seja, a
viscosidade não variou com o aumento na taxa de cisalhamento até 450 s-1, mantendo
dessa forma as suas propriedades reológicas, com viscosidade constante com o aumento
máximo (450 s-1) da taxa de cisalhamento;

117
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Conclusões

A densidade dos sistemas variou em função da origem da fase óleo da


microemulsão de cada sistema SMEOCR derivativo e suas concentrações da fase óleo,
de modo que SMEOCROG-1F e SMEOCROG-1Q apresentaram a menor densidade,
enquanto os sistemas SMEOCR-2F e SMEOCR-2Q apresentaram densidades
semelhantes entre si, assim como SMEOCR-2,5F e SMEOCR-2,5Q;
O estudo do espalhamento de luz dinâmico (DLS) mostrou que as amostras
SMEOCR-2C, SMEOCR-2F e SMEOCR-2Q apresentam valores de diâmetro de
gotículas semelhantes, portanto, para estes sistemas, o método de extração do óleo de
cravo não interferiu no diâmetro da gotícula. A amostra SMEOCR-3Q (3% de OCR) se
diferenciou das demais com significativa variação no diâmetro da gotícula (25,61 nm).
As amostras SMEOCR-2,5Q e SMEOCR-2,5F (2,5% de OCR) e SMEOCROG-1F e
SMEOCROG-1Q [1% de fase óleo preparados com a mistura de óleo de cravo e
girassol (OCR + OG, 1:1)] também apresentaram diâmetros de gotículas com valores
próximos (9,55 nm e 10,27 nm, respectivamente);
O potencial Zeta mostrou em termos modulares, que não há variação
estatisticamente significante entre as amostras SMEOCR. Portanto, o potencial Zeta dos
sistemas microemulsionados a base de Syzigium aromaticum L., independe do tipo de
extração (a quente ou a frio), com fase óleo variando em valores percentuais 1% - 3%,
estando com OCR ou em mistura com óleo de girassol (OCR + OG, 1:1), apresentam o
mesmo padrão de estabilidade. Com exceção dos sistemas SMEOCR-2,5F, SMEOCR-
2,5Q e SMEOCROG-1F, observou-se que a maioria dos sistemas a base de OCR,
apresentam carga superficial positiva.
A eficácia farmacológica dos sistemas SMEOCR-2C, SMEOCR-2F, SMEOCR-
2Q, SMEOCR-2,5F, SMEOCR-2,5Q, SMEOCR-3Q, SMEOCROG-1F e SMEOCROG-
1Q, foi avaliada via análises in vitro antioxidante, tais como: capacidade antioxidante
total (CAT), efeito quelante do íon ferro, efeito quelante do íon cobre, poder redutor de
íon ferro, sequestro de radicais hidroxilas e sequestro de radical superóxido em
experimentos antioxidante; bem como na viabilidade de células tronco da polpa dentária
(Dental PulpStemCells). O experimento in vivo (efeito antinociceptivo) foi avaliado,
para as amostras SMEOCR-2,5Q e SMEOCR-2,5F.
Os testes de avaliação da ação antioxidante dos sistemas SMEOCR derivativos
apresentaram bons resultados, com exceção para o sequestro do radical superóxido, em
que nenhuma amostra apresentou atividade antioxidante.

118
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Conclusões

Na análise realizada através do Petrooxy, os óleos de cravo, extraídos em


Soxhlet e por maceração, apresentaram atividades antioxidantes, aumentando o tempo
de indução e atuando como antioxidantes, enquanto que o óleo extraído por prensagem
atuou com pró-oxidante diminuindo o tempo de indução.
Os sistemas antioxidantes SMEOCR derivativos, avaliados em baixas
concentrações (1% - 3%), foram biocompatíveis no modelo experimental in vitro de
células-tronco da polpa dentária, com ação eficaz na manutenção da viabilidade celular.
No entanto, no tempo avaliado (24 h), os sistemas SMEOCR-3Q (3% de OCR) e
SMEOCR-2C (2% de OCR) foram os mais bioativos.
No estudo in vivo que avaliou o efeito antinociceptivo dos sistemas SMEOCR-
2,5Q e SMEOCR-2,5F, que contêm 2,5% de óleo de cravo, apresentaram redução
significativa nas contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, sendo a amostra
SMEOCR-2,5Q a mais eficaz, com inibição 55,3%.

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Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
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137
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
ANEXOS
Anexos

ANEXOS
Anexo 1 – Espectros de CG-EM para os óleos de cravo comercial, extraído a frio e
extraído a quente.
Cromatograma OCR-C

Cromatograma OCR-F

139
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

Cromatograma OCR-Q

140
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

Anexo 2 – Gráficos de concentração de diluição limite ( tensão x concentração)

SMEOCR-3Q
100
Tensão superficial (mN/m)

y = -23,418x - 21,655
80
R² = 0,9633
60

40
y = 5,0566x + 59,348
20
R² = 0,7726
0
-4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0
Log da concentração

SMEOCR-2C
100
Tensão superficial (mN/m)

80 y = -23,712x - 18,687
R² = 0,9713
60

40
y = -3,1452x + 43,416
20 R² = 0,8565

0
-4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0
Log da concentração

SMEOCR-3Qa
100
Tensão superficial (mN/m)

y = 17,785x2 + 79,574x + 132,21


80
R² = 0,996
60

40
y = 5,5804x2 + 23,159x + 68,492
20
R² = 0,8304
0
-4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0
Log da concentração

141
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

SMEOCR-2F
100
Tensão superficial (mN/m)

80
60
2
40 y = -17,976x - 134,3x - 176,58
R² = 0,9874
20
y = 13,483x2 + 49,724x + 88,542
0 R² = 0,9835
-4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0
Log da concentração

SMEOCR-3Qa1
100
Tensão superficial (mN/m)

80
60
40 y = -26,766x - 11,062
R² = 0,9407 y = 7,9475x + 63,78
20 R² = 0,8799

0
-3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0
Log da concentração

SMEOCR-2F1
100
Tensão superficial (mN/m)

80

60 y = 11,673x2 + 52,734x + 105,01


R² = 0,9666
40
y = -3,5444x2 - 50,436x - 64,536
20 R² = 0,9867

0
-4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0
Log da concentração

142
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

SMEOCROG-1Q
80 y = 1,7319x2 - 11,2676x - 3,9496
Tensão superficial (mN/m)

R² = 0,9880
60

40
y = 0,7111x2 + 0,9591x + 41,889
20 R² = 0,8925

0
-5 -4 -3 -2 -1 0
Log da concentração

80 SMEOCR-2FOG
70
Tensão superficial (mN/m)

60
50
y = 1,8052x2 - 4,1674x + 31,515
40 R² = 0,9897
30 y = 2,7373x2 + 4,5642x + 47,663
R² = 0,9673
20
10
0
-4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0
Log da concentração

143
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

Anexo 3 – Gráficos de tensão de cisalhamento x taxa de cisalhamento.

SMEOCR-3Q
Tensão de cisalhamento (Pa)

100
80
60
40
20
0
0 100 200 300 400 500 600
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-2C
100
Tensão de cisalhamento (Pa)

80
60
40
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-3Qa
100
Tensão de cisalhamento (Pa)

80
60
40
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Taxa de cisalhamento (1/s)

144
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

SMEOCR-2F
100
Tensão de cisalhamento (Pa)

80

60

40

20

0
0 200 400 600 800 1000 1200
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-3Qa1
100
Tensão de cisalhamento (Pa)

80

60

40

20

0
0 200 400 600 800 1000 1200
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-2F1
100
Tensão de cisalhamento (Pa)

80

60

40

20

0
0 200 400 600 800 1000 1200
Taxa de cisalhamento (1/s)

145
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

SMEOCROG-1Q
100
Tensão de cisalhamento (Pa)

80

60

40

20

0
0 200 400 600 800 1000 1200
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-2FOG
100
Tensão de cisalhamento (Pa)

80
60
40
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Taxa de cisalhamento (1/s)

146
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

Anexo 4 – Gráficos de viscosidade (cP) x taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-2C
10,0
9,0
8,0
Viscosidade (cP)

7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0 100 200 300 400 500
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-2F
18,0
16,0
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
0 100 200 300 400 500

SMEOCR-2Q
25,0

20,0
Viscosidade (cP)

15,0

10,0

5,0

0,0
0 100 200 300 400 500
Taxa de cisalhamento (1/s)

147
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

250,0
SMEOCR-2,5F
200,0
Viscosidade (cP)

150,0

100,0

50,0

0,0
0 100 200 300 400 500
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-2,5Q
120,0

100,0
Viscosidade (cP)

80,0

60,0

40,0

20,0

0,0
0 100 200 300 400 500
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCR-3Q
250,0

200,0
Viscosidade (cP)

150,0

100,0

50,0

0,0
0 100 200 300 400 500
Taxa de cisalhamento (1/s)

148
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017
Anexos

SMEOCROG-1F
7,0
6,0
VIscosidade (cP)

5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0 100 200 300 400 500
Taxa de cisalhamento (1/s)

SMEOCROG-1Q
7,0
6,0
Viscosidade (cP)

5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0 100 200 300 400 500
Taxa de cisalhamento (1/s)

149
Ewerton Richard Fernandes Teixeira / 2017

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